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Jazz I (parte 1):

CD de audições de Jazz I:
Dixieland:
1. KING OLIVER – CANAL STREET BLUES;
2. KING OLIVER – SUGAR FOOT STOMP;
3. LOUIS ARMSTRONG – SNAKE RAG;
4. LOUIS ARMSTRONG – JEEPERS CREEPERS;
5. LOUIS ARMSTRONG – ON THE SUNNY SIDE OF THE STREET;
Swing:
6. DUKE ELLINGTON – TAKE THE “A” TRAIN;
7. DUKE ELLINGTON – IN A SENTIMENTAL MOOD;
8. COUNT BASIE – JUMPIN’ AT THE WOODSIDE;
9. BENNY GOODMAN – KING PORTER STOMP;
10. GLENN MILLER – MOONLIGHT SERENADE;
11. TOMMY DORSEY – ALL THE THINGS YOU ARE;
12. LIONEL HAMPTON – FLYING HOME;
13. CHICK WEBB – IF DREAMS COME TRUE;
Bebop:
14. CHARLIE PARKER & DIZZY GILLESPIE – NIGHT IN TUNISIA;
15. CHARLIE PARKER & DIZZY GILLESPIE – GROOVIN HIGH;
16. MILES DAVIS [com CHARLIE PARKER e DIZZY GILLESPIE] – NOW’S THE
TIME;
17. THELONIOUS MONK – BLUE MONK. (não consta no CD de audições).
Ao contrário do Blues que nasceu no sul dos Estados Unidos, o Jazz nasceu em uma única
cidade, chamada New Orleans, uma cidade no estado americano da Louisiana, colonizado pelos
franceses e que foi comprado pelos Estados Unidos da França, mas sempre conservou as
características francesas. Era uma cidade portuária (cidade cosmopolita, com várias pessoas vindas
de vários lugares do mundo, tendo um clima cultural bem diverso). Isso faz com que seja uma
cidade liberal, ou seja, não preconceituosa. Isso tudo faz com que o Jazz surja em um meio diferente
do do Blues. Assim como os franceses, esta colonização de New Orleans era católica, o que a
tornava mais liberal do que o resto dos Estados Unidos que eram protestantes. New Orleans era
cheia de cabarés, por ser uma cidade portuária.
Além dos fatos culturais, há outros muito importantes que foram importantes na origem do
Jazz. Entre elas podemos citar as seguintes: O blues tinha uma rítmica muito pobre, enquanto que o
Jazz já apresenta rítmica mais rica que vem da absorção da cultura caribenha através do porto de
New Orleans e, estas culturas caribenhas, são mais ricas ritmicamente, assim como a cultura rítmica
brasileira; além disso, em meados do século XIX, há uma permissão pública para que em
determinadas praças os negros se encontrassem para poder tocar as suas músicas, inclusive
batucadas, recuperando sua origem rítmica africana, isso ocorreu em 1817 e era chamado de
Gumbo, provavelmente sendo um encontro diário; outro fator é o instrumental do Jazz, que se
desenvolveu mais ricamente em New Orleans devido às bandas marciais na guerra da Secessão,
com quantidade enorme de bandas e, com o fim da guerra da Secessão, os grupos marciais aos
poucos se desmancham e sobram instrumentos, indo parar para ser vendidos na cidade portuária de
New Orleans e, a população negra, começa a comprar estes instrumentos por um baixo preço, assim
como aconteceu no Brasil no século XVIII com os negros Choromeleiros.
Um estado que tinha grande quantidade de negros como a Louisiana e, no entanto, era um
estado liberal, criou-se a Cultura Creole, que são os filhos de casais de negros com brancos, aonde
nasciam mulatos e morenos e, estes, seriam criados na cultura francesa, sendo, inclusive enviados
para estudar na França e na Europa, aprendendo a trabalhar com música erudita (estes mulatos e
morenos não se misturavam com os negros). Este fato foi importante porque estes Creoles
trouxeram o Blues para New Orleans, aproximando o Blues Rural para a criação do Blues Urbano e,
posteriormente, Jazz. A Cultura Creole teve grande importância na rítmica, no Blues, nos
instrumentos de sopro, nas Marching Bands.
Música dos Menestréis: atores brancos representavam os negros de forma preconceituosa, se
pintando de negros e se tornaram muito populares, inclusive, entre os negros. Se tornou tão popular
que, posteriormente, atores negros começaram a participar, se pintando de brancos e, depois, se
pintando de negro por cima, para parecer um ator branco pintado de negro. As Músicas dos
Menestréis também tiveram grande influência na origem do Jazz.
Principais fatores para a criação do Jazz: Atmosfera cultural; Instrumentos de sopro em
quantidade; Influência caribenha nos ritmos; Cultura Creole.
Toda esta mistura que originou o Jazz, mas, antes ainda do Jazz surgiu o Charleston e o
Ragtime (Scott Joplin).
A partir de tudo isto, surge o primeiro formato clássico do Jazz com: Instrumentos de sopro
corneta, + clarineta, + trombone, + banjo, + tambores (tocando nos cabarés, se utilizava a tuba
fazendo o papel do baixo). Quando começa a entrar em cabarés, se substitui o banjo por piano e a
tuba pelo contrabaixo.
Uma outra transformação para a música do século XX que ocorre neste período é, com a
intenção de melhorar a organização do espaço e diminuir o número de músicos, a formação da
bateria (dentro dos primórdios do Jazz), fazendo com que apenas um percussionista tocasse todos os
instrumentos de percussão, através de uma lenta evolução, se formou o set de bateria.
Há também um encontro racial, entre negros e creoles, avançando harmonicamente o Jazz,
que não se explica pelo Blues, porém pela harmonia européia.

28/04/2010.

Filme:
No início do século, New Orleans era um caldeirão de raças, povos e credos. E todos eles
amavam e praticavam as suas próprias tradições musicais. Lá tudo se ouvia, nas salas e nas ruas:
ópera francesa, folk songs, as danças espanholas, marchas prussianas, canções napolitanas,
melodias cubanas, ritmos africanos, blues, spirituals, shouts, ragtime e tudo o mais que fosse
musical. New Orleans foi a capital do jazz e sua importância se estendeu até os anos trinta e até essa
época, de lá vinham mais da metade dos grandes músicos de jazz. As razões foram: pelo cultivo da
tradição franco - espanhola; pela existência de duas diferentes populações negras, a americana e a
creole, que gerava uma série de tensões humanas que excitavam a criatividade popular; presença de
uma rica atividade musical européia, popular e erudita, e por último, Storyville, o bairro boêmio da
cidade, onde todos esses elementos se cruzavam, nos honk tonks, onde todas as classes se
entrecruzavam, sem distinções de classes ou preconceitos. A influência franco - crioula na vida da
cidade era marcante e sem ela a atividade jazzística não teria o seu brilho. Os creoles falavam um
francês bastardo para se diferenciarem dos negros americanos e constituíram o contingente mais
importante da música de New Orleans: Sidney Bechet, Barney Bigard, Kid Ory e também Jelly
Roll, cujo nome era Ferdinand Joseph la Menthe. O estilo de New Orleans se caracteriza por três
linhas melódicas que se contraponteiam, executadas por um piston, um trombone e uma clarineta. O
instrumento líder é o piston, o trombone orienta o seu contraponto e a clarineta ornamenta o toque
de ambos com uma ágil condução melódica. Esses três instrumentos melódicos são apoiados pela
base rítmica, formada pelo contrabaixo ou tuba, bateria, piano e banjo ou guitarra. A música de
New Orleans era conhecida como hot, pelas suas características de sonoridade, articulação, vibrato,
entoação e principalmente por uma viva execução individual.
DVD falando sobre o Jazz, que valoriza as atuações individuais. O jazz lida com
sensualidade, com espiritualidade, ele lida com tudo, é a materialização do processo criativo. Em
New Orleans, a prática do jazz não era privilégio dos negros. O jazz "branco" apesar de menos
expressivo que o dos negros, tecnicamente era mais bem acabado. As melodias eram menos
rebuscadas, as harmonias mais limpas e a sonoridade menos original. Ouvia-se menos aqueles sons
estridentes, o vibrato constante ou glissandi. Quando esses elementos apareciam na execução, eram
usados como artifício interpretativo. Papa Jack Laine foi o primeiro branco a obter sucesso com
suas orquestras e foram elas que conferiram ao jazz, no início, maior notoriedade. “A Original
Dixieland Jazz Band”(ODJB) e a “New Orleans Rhythm Kings”, com pouco solo e muita
improvisação coletiva, tornaram famosas uma série de músicas, como “Tiger Rag”(1917) e “At the
Jazz Band Ball”(1919). Papa Jack Laine foi o primeiro branco a obter sucesso com suas orquestras
e foram elas que conferiram ao jazz, no início, maior notoriedade. “A Original Dixieland Jazz
Band” (ODJB) e a “New Orleans Rhythm Kings”, com pouco solo e muita improvisação coletiva,
tornaram famosas uma série de músicas, como “Tiger Rag”(1917) e “At the Jazz Band Ball”(1919).
Em 1917, a ODJB grava o primeiro disco de jazz e alcança enorme sucesso em New York e
acaba difundindo a palavra jazz como a expressão de uma forma musical, que se iniciou no
sul dos Estados Unidos.

05/05/2010.

Dixieland ou New Orleans. Embora alguns historiadores separem o New Orleans do


Dixieland, eles eram o mesmo estilo de Jazz, assim como o Jazz Chicago e, no início, era utilizada a
Corneta ou o Clarinete, em vez de Saxofone como se popularizou posteriormente. Em alguns
momentos um ou outro instrumentista começaram a se destacar como solistas, mas no princípio os
solos eram coletivos. Com exceção de um, todos os solistas eram cornetistas, fazendo depois a
transição da corneta para o trompete. Os primeiros solistas foram chamados de “Os Reis da
Corneta” e, se destacaram 3 cornetistas: Buddy Bolden, Freddie Keppard e Joe King Oliver (este
último chamou Louis Armstrong para integrar sua banda e, mais tarde, Louis Armstrong foi quem
revolucionou o Jazz, começando a tocar o Dixieland e, posteriormente, mudando o jeito de se tocar
Jazz), estes são solistas que se destacam em grupos de Jazz. A exceção do início de Jazz foi Sydney
Bechet, que foi o único solista que era clarinetista, ao contrário dos demais que eram cornetistas.
Outro que se destaca foi Jelly Roll Morton que era pianista, solista e improvisador que fez a
transição do Ragtime para o Jazz e se dizia o criador do Jazz.
O Jazz chega a mais duas cidades grandes e as conquista: Chicago e New York. Enquanto
isso, no berço do Jazz, New Orleans, um adolescente começa a se destacar em meio ao Jazz, através
de seus solos de trompete, e modificar tudo o que se conhecia de Jazz até então, seu nome era Louis
Armstrong e ele é considerado a personificação do Jazz, foi ele quem revolucionou a forma de se
tocar Jazz. Através ele o Jazz se tornou a trilha sonora do mundo naquela época. Para muitos sua
genialidade era uma dádiva de Deus.

12/05/2010.

Louis Armstrong, primeiro grande artista negro do século XX. Nasceu em 04 de agosto de
1901 em New Orleans, mas dizia ter nascido em 04 de julho de 1900. Era considerado o próprio
Jazz personificado. Executava um Jazz mais orquestrado, com trompete se destacando. Traz o grito
primal na forma de cantar. Em 1924 Louis vai para New York, aonde acontecem muitas coisas
importantes na sua vida, deixa de tocar corneta e passa a tocar trompete. Gravações entre 1925-
1928 (Hot Five, Hot Seven), essas gravações vão definir várias questões para as próximas
gravações, como o solo livre do instrumento.
Scat Singin – técnica da voz humana imitando um instrumento ou cantarolando qualquer
coisa, voz cantando sem palavras.
Trumpet Piano – piano passa a ser mais discreto e trabalho muito como instrumento
solista.
Outros instrumentistas se inspiram em Louis Armstrong que torna-se famoso no mundo
inteiro. Marca também o fim do estilo de pouca gente tocando e solando.
Swing – Estilo para Jazz em orquestra, não havendo espontaneidade de solos, a era do
Swing dura quase todos os anos 30. Havia cerca de 100 bandas de Jazz viajando e tocando “bailes”.
Música para diversão e com grande iluminação. Música que faz pensar. Lei seca – todo mundo
querendo beber. O Swing acaba com a 2ª Guerra Mundial.
Duke Ellington, nasceu em 19 de abril de 1889, porém aparece apenas depois de Louis
Armstrong. Forma a Big Band nos anos 30 e com ela percorre os Estados Unidos tocando bailes,
escrevia além do arranjo os solos levanto em conta a personalidade de cada músico. Concepção da
confirmação da música primal, grito de liberdade e desafio. Conseguiu manter os músicos tocando
juntos por muito tempo. Durante a 2ª Guerra Mundial quando as Big Bands começam a
desaparecer, porque se tornou imoral o divertimento no período de guerra.
Carneggie Hall – 1943 (New York) – As Big Bands começam a sair de moda e são
substituídas pelo “Bebop”. Duke Ellington mantém todos tocando, levando o grupo para tocar em
outros lugares. Nos anos 50 as Big Bands voltam a estar na moda, não mais como divertimento e
passa a virar música de concerto.
Duke continua viajando pelo mundo e é a única Big Band que não parou de tocar. Começa a
expandir a linguagem, compondo músicas de câmaras, músicas para peças de Shakespeare.
Bix (Leon Bismarck ‘Bix’ Beiderbecke, 3 anos mais novo que Louis Armstrong e o
conheceu no verão de 1919) – único trompetista que talvez poderia concorrer com Louis
Armstrong.
Swing - O termo, que significa balanço e oscilação, é utilizado no jazz de duas formas
completamente diferentes. No sentido técnico, os pesquisadores e historiadores modernos preferem
defini-lo como um dinâmica específica produzida por vários elementos, como o deslocamento
insólito dos acentos nos tempos fracos do compasso, a pulsação rítmica muito marcada, a
superposição de diferentes planos rítmicos, o ataque decidido (hot) das notas e a execução melódica
flexível e liberada de todo o rigor, porém marcada pela pulsação regular dos compassos. Estes
elementos dão aos ouvintes uma tensão psicofísica e um estímulo dinâmico muito pessoal, devido
ao que se diz também que o swing é mais um efeito que uma causa. No sentido histórico, o swing
coincide com a era do swing, o período clássico do jazz, que começa nos primeiros anos após à
grande depressão econômica dos anos vinte e os últimos da Segunda Guerra Mundial,
aproximadamente entre 1932 e 1943. Embora o swing só tenha caído no gosto popular com a
ascensão de Benny Goodman em 1935, o estilo já existia há mais de uma década. O jazz nas suas
formas iniciais enfatizava a improvisação espontânea, mas a medida que as bandas de dança se
tornaram populares nos anos 20 e começaram a usar mais três ou quatro instrumentos de sopros, se
tornou necessário que os arranjos fossem escritos para que a música pudesse estar organizada e
coerente. Até 1924, as big bands (incluindo a de Paul Whiteman, que teve seu grande sucesso em
1920 com "Whispering") tendiam a tocar arranjos que ficavam amarrados às melodias, oferecendo
poucas surpresas e inibindo a espontaneidade e a criatividade dos melhores solistas. Em 1924, o
jovem cornetista Louis Armstrong se juntou à orquestra de Fletcher Henderson. Seu timbre,
adicionado ao uso dramático do espaço e ao seu senso de balanço impressionaram bastante o
arranjador chefe da orquestra de Henderson, Don Redman: e esse momento pode ser datado como o
início do swing. Outras importantes big bands da década foram a de “Bennie Moten's Kansas City
Orchestra” (que no meio da década de 30 se tornaria a de Count Basie), a de Jean Goldkette em
1927 (que contava com os arranjos de Bill Challis e solos do cornetista Bix Beiderbecke e do
saxofonista Frankie Trumbauer), a de Ben Pollack (que serviu de aprendizado para Benny
Goodman, Glenn Miller e para o trombonista Jack Teagarden) e a de Paul Whiteman, que por volta
de 1927 tinha se tornado na maior orquestra de jazz. Porém, a essa altura os arranjos eram sempre
mais avançados para os solistas do que aqueles praticados no jazz de New Orleans. A mais
importante big band do final dos anos 20 e aquela que se sucedeu à de Fletcher Henderson foi a de
Duke Ellington. Mestre, maestro e pianista, Ellington era igualmente talentoso como compositor e
arranjador.Sua habilidade em escrever arranjos, especialmente para certos solistas resultou numa
incrível quantidade de músicas de alta qualidade desde as suas primeiras gravações em 1925 até sua
morte em 1974. Com a crise de 1929 e o começo da depressão econômica, era de se esperar que as
big bands se tornassem pouco viáveis economicamente, mas por ironia, ocorreu o contrário.
Bebop - Em 1940 o mundo do jazz ficou dividido em dois campos superpostos: swing ( big
bands e alguns combos) e revival do jazz de New Orleans. Alguns jovens músicos que trabalhavam
nas orquestras de swing queriam não somente aumentar suas oportunidades no mercado, mas
procuravam na música um espaço para desenvolver seus próprios estilos. Sentindo que o swing
tinha se encaminhado para uma abundância de clichês e de solos previsíveis, jovens artistas se
reuniam em jam sessions (as mais conhecidas foram no “Minton’s Playhouse” e no “Monroe’s
Uptown House” em New York) e experimentaram acordes mais avançados e improvisos mais
arriscados. Em torno de 1945 o mundo do jazz já estava permanentemente modificado com a rápida
ascensão do bebop. Ao retornarem da Segunda Grande Guerra, veteranos e fãs de jazz, acostumados
com Glenn Miller e Benny Goodman, ouvir bop parecia a eles que estavam desinformados em
pleno 1945. A greve contra as gravadoras entre 1942-44, fez com que a maioria dos músicos não
gravassem por dois anos, portanto a maioria dos ouvintes tinha poucas oportunidades de
acompanhar o desenvolvimento da música, e quando ela acontecia, acontecia de uma forma radical
e revolucionária, com seus tempos rápidos, ritmos excêntricos, e harmonias muito avançadas. Na
realidade, era uma etapa lógica da evolução do jazz: do swing se chegava ao bebop. Os músicos
boppers tinham como precursores o trompetista Roy Eldridge, os tenoristas Coleman Hawkins e
Lester Young, a seção rítmica de Count Basie e o pianista Art Tatum, mas ao invés de imitarem
seus ídolos, eles partem para aproveitar a chance e acabam mudando o jazz, que deixou de ser
música dançante e passou a ser uma forma de arte. Os resultados não levaram o jazz para um lado
muito lucrativo, mas criaram um divisor de águas contra a música popular, fazendo do bebop o
movimento fundador do jazz moderno. Bop se diferencia do swing de muitas maneiras, mas a que
mais se destaca está no uso do piano. Enquanto os pianistas clássicos e de swing conservavam a
batida com acentuação na mão esquerda enquanto que a mão direita cuidava das variações
melódicas, os pianistas bop (como o brilhante Bud Powell) tinham mais campo de ação para a mão
esquerda, eventualmente livres acordes, enquanto a direita tocava solos velozes, ao estilo dos
trompetes; esta técnica tem sido adotada por todos os estilos de jazz moderno. A função de
marcação do tempo foi assumida pelo baixista, que, naquela época, afora Jimmy Blanton e Oscar
Pettiford, todos os outros baixistas tocavam estritamente o necessário atrás dos solistas. Os
bateristas não eram mais compelidos à batida do surdo (bass drum) e o acompanhamento se tornou
cada vez mais imprevisível, tocando coloridas modulações, porque não mais funcionariam como um
metrônomo. Quanto aos trompetistas, seus solos se tornaram menos amarrados à melodia e mais à
estrutura dos acordes. A improvisação baseada em acordes impulsionava os solistas a tentarem
construir seus próprios temas, utilizando o arcabouço da canção. Muitos dos "originais" gerados
pelo bop eram novos padrões de acordes das canções do swing, se tornando outras melodias; p. ex.,
"Groovin’ High" na realidade é "Whispering" disfarçado; "Donna Lee" foi uma complexa "Indiana"
e "Anthropology" foi uma das muitas canções derivadas dos acordes de "I Got Rhythm".

19/05/2010.

Swing – bandas grandes (big bands, com cerca de 30 músicos), com um grupo de
instrumentos, naipe, separado, como por exemplo: clarineta, saxofone, corneta; destacando o solo
do restante da banda. Música tocada em aula Take The “a” Train de Duke Ellington. A mais
importante e conhecida banda deste estilo foi Count Basie. Nesta época há muitos cantores de
música popular que começam a cantar Jazz, entre eles Frank Sinatra, Mel Thormé e Tony Bennett.
Swing tem grupos grandes (big bands), enquanto que Dixieland tem grupos pequenos.
Ler da página 23 a 104 do livro do André Francis.

02/06/2010.

Jazz II (parte 2):

CD de audições de Jazz II:


1. DJANGO REINHARDT – DJANGOLOGY;
2. DJANGO REINHARDT – ST. LOUIS BLUES;
Cool:
3. MILES DAVIS – COOL JAZZ;
Modal:
4. MILES DAVIS – FLAMENCO SKETCHES;
Fusion:
5. MILES DAVIS – PHARAOH’S DANCE;
6. MAHAVISHNU ORCHESTRA – BIRDS OF FIRE;
7. JEAN-LUC PONTY – RHYTHMS OF HOPE;
8. PAT METHENY – AS IT IS.
Bebop – voltam a ser pequenos grupos, geralmente formado por baixo, piano e bateria, sax
e trompete. É o estilo moderno de Jazz, enquanto que o Dixieland e o Swing são os estilos clássicos
de Jazz. O Bebop surge no início da década de 1940. O bebop muitas vezes é chamado apenas por
bop. O Bebop levou anos para se desenvolver.
Definição de Bebop: estilo moderno de Jazz, desenvolvido nos anos 1940. A ênfase era na
complexidade, improvisação harmônica e virtuosismo técnico. Expoentes do estilo: o saxofonista
Charllie Parker e também o trompetista Dizzi Gillespie. O Bebop é um estilo de Jazz atonal, pois
não tem como ser tonal com todas as variações realizadas em cima dos acordes e não apenas em
cima da tonalidade. Outra característica é que o Bebop utiliza muito mais os pratos da bateria do
que outras peças dela, além de ter um baixo muito rápido formando frases durante toda a execução
da música. Isto tudo torna o Bebop muito fácil de ser diferenciado dos demais estilos de Jazz.
Charllie Parker nasceu em 1920 em Kansas City e morreu em 1955 por causa da heroína (ele
era viciado em último grau e o legista lhe atribuiu 60 anos, sendo que ele tinha apenas 35, devido à
falta de cuidados dele com seu próprio corpo e uso excessivo de drogas). Tocava em tudo quanto
era Jam que tinha a oportunidade. Ele chegou à conclusão de que se poderia solar nos campos
harmônicos dos diversos acordes que surgiam na música, expandindo muito as possibilidades de
solos nas execuções. Ele levou anos para poder chegar a esta conclusão e experimentar as diversas
possibilidades de campos harmônicos até conseguir encaixar os solos dentro dos tempos e acordes
executados, o que gerou grande confusão nos ouvintes músicos, pois não entendiam o que ele
estava fazendo. Isto faz com que o Bebop seja um estilo bem mais rápido de Jazz e é um estilo
contemporâneo de Jazz.
Dizzi Gillespie nasceu em 1917 em Cheraw na Carolina do Sul. A partir do momento que
ele se encontra com Charllie Parker que se fundamenta a criação do Bebop.
Antes de 1914 era chamado de “Bélle Époque” (bela época em francês), um período
fantástico da humanidade, com paz e provavelmente sem mais guerras, até que em 1914, por uma
bobagem, surge a Primeira Guerra Mundial, com utilização de armas até então nunca utilizadas em
guerras, além da utilização de aviões em guerra, de gases, de submarinos, uma verdadeira
carnificina, que geraram como resultado, a partir de 1920, a era do Jazz, aonde a juventude queria
aproveitar o máximo possível por ter a idéia de que poderia vir outra guerra e, novamente, acabar
com suas vidas. Em 1939, com o advento da Segunda Guerra Mundial, houve uma diminuição
muito significativa das Big Bands e as gravações foram suspensas, parou-se de se fabricar
instrumentos, pois as fábricas que lidavam com metal tiveram que voltar seus esforços para a
manipulação de metais para a guerra, por isso tudo não se tem como precisar exatamente o início do
estilo Bebop, já que este estilo surgiu em meio a todo este turbilhão de acontecimentos. Nesta
época, surgem grupos de oposição à guerra e, entre eles, se cria um grupo chamado de Beatnicks, da
onde se destaca Jack Kerouac, que escreve o livro On The Road, que narra as suas travessias pelos
Estados Unidos, outro que se destaca é Allen Ginsberg, que escreve sobre o Jazz (mas na verdade
sobre o Jazz Bebop, pois não combina a escrita com os outros estilos de Jazz), outro é Gary Snider,
que cruzou os Estados Unidos, porém a pé e não de carro como o Jack e, também, não bebia e tinha
uma vida muito diferenciada.
Ler o capítulo sobre Bebop do livro do André Francis.
16/06/2010.

Stephanne Grappelli, francês e responsável pela introdução do Violino no Jazz. Ele criou
uma escola européia de violinos e nesta escola tem muitos caras importantes no Jazz, entre eles
Jean-Luc Ponty, responsável pelo Jazz Rock e, depois, Didier Lockwood.
Os diferentes estilos de Jazz são contrastantes entre si.
Cool – estilo de Jazz para pequenos grupos criado por Miles Davis nos anos 1950 num disco
chamado “The Birth of Cool” (participam deste disco: Gerry Mulligan – sax barítono, Max Roach –
bateria e moneto), aonde ele anuncia o início do Cool, estilo que se iniciaria ali. Neste novo estilo se
destaca Chet Baker, um músico branco e bonito. Suas (do Cool Jazz) principais características são:
uma expressão mais suave e uma abordagem intelectual.
O estilo caracteriza-se por ser, na maioria das vezes, uma música mais lenta e mais
melancólica. Há mais espaços na música, ela é mais estendida, e menos notas são tocadas.
Miles Davis nasceu num pequeno estado dos Estados Unidos chamado Illinois, na cidade de
Alton, no dia 26 de maio do ano de 1926 e morreu em 1991. Ele tinha uma formação boa de casa,
mas sofria muito com preconceito e sua vida é marcada por revoluções. Ele teve muitas brigas com
a polícia e, por isso, em certa época de sua vida ele vai para a França, aonde não sofre com
preconceito e o país se torna muito receptivo com o Jazz. Lá ele encontra uma francesa que o aceita
e ele se relaciona com ela, o que o faz odiar de vez os Estados Unidos, pois lá ele viu que poderia se
envolver com uma mulher sem sofrer preconceito como nos Estados Unidos.
O estilo Cool Jazz se torna um estilo muito aceito culturalmente.
Hard Bop – se caracteriza pela rapidez. Foi criado por Miles Davis. É remontado o conceito
de quinteto de Jazz. Para o sax é chamado John Coltrane. Este estilo apresenta 1 acorde por tempo
ao invés de 1 acorde por compasso, com solo à lá bebop, ou seja, escala montada a partir do acorde.
Definição: estilo de Jazz dos anos 1950 que emergiu em reação à asfixiante falta de emoção do
Cool Jazz. Grupos deste estilo: Milestones (criado por Miles Davis e com seu nome), Jazz
Messengers – Art Blakey (trio de Jazz: baixo, piano e bateria).

23/06/2010.

Miles Davis, depois do advento de John Coltrane, pensou o que faria após Join Staps e se
deu conta que o Bebop é música completamente tonal e criou, então, o Modal Jazz, aonde colocaria
um ou dois modos para solar a música e ficaria solando o tempo todo sem se preocupar com os
acordes e de solar com acordes pré-determinados. O disco que manifesta o Jazz Modal é Kind of
Blue de 1959.
Modal Jazz – estilo de Jazz baseado em modos (escalas modais) em vez de mudança de
acordes. Esse tipo de música libertou os músicos de Jazz das restrições do Bebop. Exemplos
notáveis (marcos do Jazz Modal): Kind of Blue (Miles Davis – 1959), um dos pianistas de Miles
Davis neste disco é Bill Evans; My Favorite Things (John Coltrane – 1960). A música neste estilo
não tem centro tonal, é uma música atonal.
A única modificação do Jazz que não foi feita por Miles Davis foi feita por um saxofonista
chamado Ornette Coleman, que chegou à conclusão que Jazz é sinônimo de liberdade e decide que
não seguiria nem modos e tocaria de forma totalmente livre, sem seguir preceitos melódicos, nem
rítmicos, nem harmônicos, criando o Free Jazz, que é totalmente livre e depois seria feito até por
Miles Davis.
Free Jazz – estilo de Jazz que emergiu nos anos 1960 na música de Ornette Coleman, Cecil
Taylor e outro. A música livre do ritmo, harmonia e melodia convencionais, geralmente colocava
controvérsias, sendo considerada por alguns como caótica e anti-musical.
Miles Davis tinha um ouvido atento às mudanças da sociedade, sendo influenciado a mudar
também sua música. Isso leva ainda a criação do Fusion.
Zeitgeist – palavra da filosofia alemã que trata da liberdade.
Jazz fusion (às vezes simplesmente citado como fusion) é um gênero musical que consiste
na mistura do jazz com outros estilos, particularmente rock 'n roll, funk, rhythm and blues, música
eletrônica e world music. O estilo começou com músicos de jazz que misturam as formas e técnicas
de jazz aos instrumentos elétricos do rock aliados à estrutura rítmica da música popular afro-
americana, tais como o soul music e o rhythm and blues. Os anos 70 foram o período mais
produtivo para o estilo, embora o fusion tenha prosseguido com uma produção expressiva,
sobretudo no final do século XX e início do século XXI, com reedições de álbuns clássicos de
fusion e a gravação do estilo por artistas do jazz tradicional.
Fusion – é um gênero musical que consiste na mistura do jazz com outros estilos,
particularmente rock 'n roll, funk, rhythm and blues, música eletrônica e world music. Começa no
ano de 1969 com Miles Davis. Miles Davis, disco Bitche’s Brew e também Return To Forever, com
os músicos Chick Corea, Stanley Clarke; Ather Report, com os músicos Joe Zawinul, Jaco
Pastorius, Wayne Shorter; Mahavishnu Orchestra, com John MacLaughlin, Jean-Luc Ponty. Com
essa combinação de elementos, a partir dos anos 1970 acontece uma coisa curiosa, o solo do Jazz
sai do sopro e passa para guitarristas. Bandas na metade dos anos 70 tem Passport, Spyro Gyra, Pat
Methény. A gravadora ECM é muito aberta ao Jazz Contemporâneo e que vai mais além do Fusion,
tendo discos só de violão, como por exemplo o disco de Ralph Towner (que gravou um lado de um
disco com o Bolero de Ravel que foi composto para uma orquestra completa); Egberto Gismonti,
que gravava no Brasil na primeira metade do ano e na segunda metade do ano ia para os Estados
Unidos aonde gravava com a gravadora ECM.
No Brasil tem Cama de Gato e no Rio Grande do Sul tem Cheiro de Vida, Raiz de Pedra.
Tendências contemporâneas do Jazz: nos anos 90 se achava que o Jazz havia morrido
porque não havia nada de novo do Jazz e, então, acontece algo inesperado que é os irmãos
Marsalles que são sujeitos geniais e verdadeiras enciclopédias do estilo, tocando todos os estilos de
Jazz e começam a relembrar tudo sobre o Jazz, criando uma recuperação histórica do Jazz, juntando
os estilos de Jazz, sem separação. Outro músico que toca todos estilos de Jazz é John Pizzarelli. Isto
cria novas formas e tendências do Jazz. Surge também o Jazz New Age, com características modais
e tendências flutuantes da New Age.

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