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Curso Profissional de Restauração

Disciplina – Serviço de Restaurante/Bar

UFCD – 8337 – Vinhos de Portugal

Manual Adaptado (parte1)

1 Professor: Paulo Fernandes


Regiões Vitivinícolas
Portugal é conhecido como um país de grande tradição vitivinícola, produtor de vinhos
de reconhecida qualidade, detentor de um portfólio de castas dos maiores do mundo e,
de grande diversidade de clima, relevo e solos.
Reservámos então este espaço para lhe dar a conhecer algumas das principais
caraterísticas de cada região vitivinícola portuguesa, das suas especificidades, bem
como das castas mais utilizadas em cada uma das regiões.

Mapa das regiões vitivinícolas português - Vinho Regional e DO

2 Professor: Paulo Fernandes


REGIÃO DOS VINHOS VERDES

Integrada na Região do Minho, sob denominação de DOC vinhos verdes, esta região é a
maior zona vitícola de Portugal. Situada a Noroeste do país, coincide com a região
administrativa Entre Douro e Minho.

Caracterizada pelas serras que predominam no interior da região, é bastante rica em


recursos hidrográficos, uma vez que tem como limites o rio Minho e o oceano Atlântico.

Divide-se em nove sub-regiões:

1) Monção;
2) Lima;
3) Cávado;
4) Ave;
5) Basto;
6) Sousa;
7) Amarante;
8) Paiva e
9) Baião

3 Professor: Paulo Fernandes


ROTA DOS VINHOS VERDES
Fonte: Viniportugal
A região dos Vinhos Verdes é caracterizada pela ainda existência de algumas vinhas
com formas de condução muito antigas. Entre as mais comuns podemos encontrar o
chamado “enforcado”, no qual as videiras são plantadas junto dos troncos de árvores
que servirão como tutor e suporte das mesmas. Por todas as dificuldades e
inconvenientes deste sistema, as novas plantações já recorrem aos actuais sistemas de
condução.

Solos

Predominantemente de origem granítica, (com excepção de duas faixas que atravessam


a região de NW-SE, uma de silúrico e outra de xisto), pouco profundos, são na sua
quase totalidade solos ácidos com consequente baixo nível de fósforo e, fertilidade
reduzida.

Clima

Bastante influenciado pelas brisas marítimas oriundas do oceano Atlântico, confere a


esta região um clima temperado durante todo o ano. Os níveis de precipitação são
elevados, mesmo no verão, mantendo a humidade relativa sempre elevada.

Castas

Com numerosas castas recomendadas e autorizadas, actualmente a região é composta


maioritariamente pelas castas:

Brancas: Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Arinto ( sin. Pedernã) e Azal

Tintas: Vinhão, Borraçal e Brancelho

Vinhos

Os vinhos desta região apresentam características muito distintas, dos restantes vinhos
portugueses, nomeadamente pela presença de gás carbónico.

A maior parte das castas utilizadas nesta região encontram-se confinadas à mesma, não
se encontrando noutras regiões do país, como é o caso do Loureiro.

Com produção maioritária de vinhos brancos, das castas Loureiro e Alvarinho, os tintos
da região apresentam-se carregados de cor, frescos e aromáticos, predominando as
castas Vinhão e Borraçal.

Os brancos, diferem um pouco entre si, consoante as castas e a sub-região e influências


de terroir. Assim, os brancos de Loureiro são vinhos com um aroma floral intenso,
frescos, encorpados e de estrutura equilibrada. O Alvarinho é caracterizado pela sua cor
predominantemente citrina, de aromas florais e frutados e de sabor persistente

4 Professor: Paulo Fernandes


REGIÃO DE TRÁS-OS-MONTES

Situada a nordeste de Portugal, acima da Serra do Marão, a norte do rio Douro, a região
vitícola de Trás-os-Montes, divide-se em três sub-regiões:

1) Chaves;
2) Valpaços e
3) Planalto

Zona bastante montanhosa, assente sob solos de origem granítica, encerra em si


características únicas e distintas para cada uma das suas sub-regiões.

A região de Chaves vitícola, situa-se essencialmente nas encostas dos seus pequenos
vales, bem junto dos afluentes do Tâmega. Ligeiramente mais abaixo, a região de
Valpaços, bastante rica em recursos hídricos, situa-se numa zona de planalto, por fim o
Planalto Mirandês, fortemente influenciado pelo rio Douro, quer do ponto de vista
geográfico quer climático.

Solos

Com solos de origem granítica, mais concretamente, litólicos não húmicos de granito e,
solos mediterrânicos pardos ou vermelhos de xisto, argila, gneisses e outros.

Clima

Caracterizada por clima seco e quente no Verão e Invernos frios e húmidos, as


temperaturas podem durante os meses mais frios atingir temperaturas negativas. A
precipitação varia entre os 2500 mm nas zonas montanhosas e 1500 mm no interior.

Castas

De entre as castas recomendadas e autorizadas para a região, as mais frequentes são:

Brancas: Síria, Fernão Pires e Gouveio.

Tintas: Trincadeira, Tinta Roriz e Touriga Nacional

Vinhos

As sub-regiões, pelos diferentes microclimas a que estão sujeiros, produzem vinhos


com características diferentes, sendo possível encontrar na região de Chaves vinhos
brancos de cor palha, emanado aromas essencialmente frutados. Os tintos, de fraca
profundidade de cor, também eles libertam aromas frutados e ligeiramente
adstringentes.

Os brancos de Valpaços, apresentam no geral cor citrina, aromas frutados e sabor


acídulo, os tintos de cor predominantemente rubi, libertam notas frutas a frutos
silvestres.

Os vinhos do Planalto Mirandês, muito influenciados pelos solos de origem granítica,


são vinhos macios, de fraca cor e pouco alcoólicos. Os tintos, também eles abertos de
cor, são equilibrados e estruturados.

5 Professor: Paulo Fernandes


REGIÃO DO DOURO

Rodeada pelas serras do Marão e Montemuro, a região do Douro, detém cerca de


40000 hectares de vinhas, que se dispõem nas bacias hidrográficas do rio Douro e seus
efluentes.

A região subdivide-se em:

1) Baixo Corgo;
2) Alto Corgo;
3) Douro Superior

ROTA DOS VINHOS DO DOURO/PORTO


Fonte: Viniportugal

Pelas suas características geográficas, que a tornam bastante declivosa, a instalação da


vinha só é possível pelo esforço do Homem em adaptar os condicionalismos da região e
transformá-los em vantagens. Para o efeito criou socalcos: nas zonas de maior declive,
separados por muros de xisto gauváquico; construiu patamares: terraços construídos
sem recurso a muros de suporte; e por fim, fez plantações ao alto: nas zonas menos
declivosas, favorecendo a drenagem dos terrenos e construindo espaço para a
mecanização da vinha.

A distribuição das áreas não é uniforme, no entanto, toda a região é caracterizada pela
presença maioritária de pequenos e médios produtores, sendo a média de dimensão das
vinhas inferior a 1 hectare na região do Baixo e Alto Corgo, aumentando um pouco na
zona do Douro Superior.

Solos

De natureza xistosa, embora se possam encontrar nalgumas zonas solos de natureza


granítica.

Clima

6 Professor: Paulo Fernandes


Embora com algumas alterações dentro da região Douro, podemos afirmar que se
caracteriza por clima quente e seco com protecção aos ventos, conferida pelos
conjuntos montanhosos.

O Baixo Corgo é ligeiramente mais húmido e fresco devido à forte influência atlântica.

No Cima Corgo, o clima é mediterrâneo e no Douro Superior, com as suas elevadas


temperaturas de Verão (chega a atingir 50ºC), chega mesmo a ser desértico.

Castas

Brancas: Malvasia Fina, Gouveio, Rabigato, Viosinho e Moscatel Galego.

Tintas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinta Roriz (sin. Aragonês),
Tinto Cão, Trincadeira e Souzão.

Vinhos

O Douro é a mais antiga região vitivinícola portuguesa, a comprovar as adegas antigas,


algumas delas ainda em laboração, onde se faz a pisa da uva a pé em grandes lagares e
xisto e granito. Em contraste com esta situação podemos também encontrar adegas
totalmente remodeladas com tecnologia bastante avançada, onde os lagares de pisa,
embora estes modernos de pisa mecânica, são frequentemente encontrados.

A região é produtora de vinhos generosos, o conhecido vinho do Porto, vinhos


tranquilos e espumantes. Estes são elaborados mediante uma prévia selecção das castas
recomendadas para a região.

De um modo geral, os vinhos apresentam-se bastante ricos de cor e aroma, macios,


encorpados e bastante equilibrados com bom potencial de envelhecimento.

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REGIÃO DA BAIRRADA

Situada entre Águeda e Coimbra e pertencente à região administrativa da Beira Litoral,


a região da Bairrada é produtora de vinhos desde o século X, no entanto somente no
século XIX é reconhecida como produtora de vinhos de elevada qualidade.

ROTA DOS VINHOS DA BAIRRADA


Fonte: Viniportugal
Caracterizada por explorações de pequena dimensão, são as cooperativas e alguns
pequenos produtores privados que asseguram a produção dos cerca de 10000 hectares
existentes na região.

Produtora de vinhos tranquilos é no entanto com a sua produção de espumantes que a


região ganhou mais notoriedade.

Solos

Solos argilo-calcários de origem jurássica e triássica, alguns arenosos oriundos do Pilo-


Plistocénico e de aluvião.

Clima

Clima temperado, marcado pela forte influência do oceano Atlântico, confere a esta
região a predominância de invernos frescos e chuvosos e verões quentes, embora
amenizados pela proximidade o mar.

Castas

Brancas: Fernão Pires (Sin. Maria Gomes), Arinto, Rabo de Ovelha, Cercial e
Chardonnay.

8 Professor: Paulo Fernandes


Tintas: Baga, Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Touriga Nacional e Tinta
Roriz (sin. Aagonês)

Vinhos

Entre todas as autorizadas na região, predominam efectivamente duas grandes castas:


a Baga e a Maria Gomes, das quais se produzem os agradáveis espumantes.

Maioritariamente espumantes, os tintos apresentam aromas e sabores bastante


complexos, ricos em taninos e de agradável acidez, recomendados para acompanhar
com as delícias gastronómicas da região como o Leitão da Bairrada.

Os brancos, de cor citrina, emitem agradáveis aromas frutados que vão complexando e
evoluindo com o envelhecimento.

Situada entre Águeda e Coimbra e pertencente à região administrativa da Beira Litoral,


a região da Bairrada é produtora de vinhos desde o século X, no entanto somente no
século XIX é reconhecida como produtora de vinhos de elevada qualidade.

REGIÃO DO DÃO

Rodeada pelas serras: Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela, que a protegem dos
fortes ventos da região, o Dão detém cerca de 20000 hectares de vinha espalhados
pelos diversos conjuntos montanhosos, a altitudes que variam entre os 400 e 700
metros de altitude.

Divide-se em sete sub-regiões:

1) Besteiros;
2) Salgueiros;
3) Castendo;
4) Terras de Senhorim;
5) Terras de Azurara;
6) Alva; e
7) Serra da estrela

Inserida nos Vinhos Regionais de Terras do Dão, encontra-se também a região de Lafões.
De reduzida dimensão Lafões é composta por um pequeno número de produtores que,
apesar disso produzem vinhos de intensa luminosidade e brancos caracterizados pela
sua típica acidez.

Nesta pequena sub-região predominam as castas brancas: Arinto, Cercial e Rabo de


Ovelha, e entre as principais tintas podem encontrar: Jaen e Amaral.

9 Professor: Paulo Fernandes


ROTA DOS VINHOS DA BEIRA INTERIOR
Fonte: Viniportugal
Pela sua dimensão e diversidade a região das Beiras, apresenta a Rota dos Vinhos das
Beiras e, mais restrita e específica, encontramos a rota dos vinhos do Dão.

ROTA DOS VINHOS DO DÃO


Fonte: Viniportugal

10 Professor: Paulo Fernandes


Solos

Predominantemente de xisto e granito, grosseiros, de pouca profundidade e baixa


fertilidade.

Clima

Clima temperado: Invernos frios e chuvosos e Verões quentes e secos, podendo as


temperaturas atingir os 30ºC e baixa pluviosidade. É nos meses de Novembro e
Dezembro que a precipitação atinge os seus valores mais elevados.

Castas

Brancas: Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina, Verdelho.

Tintas: Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz (sin. Aragonês)

Vinhos

O Dão é uma região com forte tradição vitivinícola, mantendo até hoje os lagares
tradicionais que, aos poucos vão modernizando, fazendo face às novas exigências dos
mercados. Estes efeitos de modernização também se fazem sentir na escolha das castas,
a ilustrar essa situação, marcava presença no início do século, quase na totalidade das
vinhas, a Touriga Nacional que, ao longo dos anos foi perdendo significado mas que
actualmente está a recuperar a notoriedade e expressão de então, voltando a aparecer
como casta predominante.

Os vinhos do Dão caracterizam-se, no caso dos tintos, pela sua cor intensa e profunda,
na boca são encorpados, de acidez equilibrada e alcoólicos, antevendo boa longevidade
e capacidade de envelhecimento.

Relativamente aos brancos, de cor citrina, são bastante aromáticos,


predominantemente frutados e de acidez equilibrada.

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REGIÃO DA BEIRA INTERIOR E TÁVORA-VAROSA

Dispersas entre a Beira Alta e a Beira Baixa, as regiões vitivinícolas da Beira Interior e
Távora-Varosa, são produtoras de vinhos com características muito distintas,
consoante o microclima e o terroir da sub-região.

As adegas cooperativas são os principais produtores da região, ainda que, nos últimos
anos alguns produtores privados tenham vindo a despontar, produzindo vinhos
brancos bastante frescos e aromáticos, bem como tintos frutados e encorpados.

A sub-região de Távora-Varosa, também ela de pequena dimensão é bastante relevante


na produção de espumantes.

ROTA DAS VINHAS CISTER


Fonte: Viniportugal
Solos

Os solos de origem granítica ou xisto, são fruto das características orográficas da região
em que se inserem.

Clima

Clima temperado, proporcionando Invernos bastantes frios com frequente ocorrência


de neve que alternam com Verões quentes e secos.

Castas

As castas variam também de acordo com a sub-região, desta forma podemos encontrar
na região da Beira interior:

Brancas: Síria, Malvasia Fina, Arinto e Rabo de Ovelha.

Tintas: Tinta Roriz, Bastardo, Marufo, Rufete e Touriga Nacional.

12 Professor: Paulo Fernandes


Na região de Távora- Varosa são mais frequentes:

Brancas: Malvasia Fina, Cerceal, Gouveio e Chardonnay.

Tintas: Touriga Franca, Tinta Barroca, Touriga Nacinal, Tinta Roriz e Pinot Noir.

Vinhos

Os vinhos com Denominação de Origem Beira Interior são muito distintos dos
produzidos em Távora-Varosa, Dão e Bairrada.

A produção de vinhos tranquilos é realizada recorrendo a uma maceração intensa, de


forma a conferir maior profundidade de cor e extração de taninos. No referente aos
brancos recorre-se ao método de bica-aberta ou maceração ligeira.

Esta região também é produtora de vinhos palhetes, estes podem ser exclusivamente
elaborados a partir de castas tintas ou, desde que a percentagem de uvas brancas não
ultrapasse os 15%, podem ser elaborados com misturas de brancas e tintas.

A produção de espumantes, através do método clássico, é elaborada a partir de


qualquer vinho tranquilo, e produzidos com fermentação em garrafa.

13 Professor: Paulo Fernandes


REGIÃO DE LISBOA

Uma das maiores e mais antigas regiões vitivinícolas de Portugal, a Estremadura é


também uma das regiões que encerra em si sub-regiões com as mais diversas e distintas
características.

Composta por nove Denominações de Origem, é também das mais antigas de Portugal:

1) Colares;
2) Carcavelos;
3) Bucelas;
4) Alenquer;
5) Arruda;
6) Torres Vedras;
7) Lourinhã;
8) Óbidos;
9) Encostas D’Aire

ROTA DOS VINHOS DO OESTE


Fonte: Viniportugal

14 Professor: Paulo Fernandes


ROTA DOS VINHOS DE BUCELAS, CARCAVELOS E COLARES
Fonte: Viniportugal
As regiões de Bucelas, Carcavelos e Colares são actualmente regiões com pouca
expressão quantitativa, a sua proximidade com Lisboa, fez com que grande parte das
suas vinhas não resistisse aos processos de urbanização.

Com ínfimas produções, os vinhos que ainda hoje aqui se produzem são bastante
procurados e conceituados a nível nacional e internacional. Pela sua proximidade com
o mar e solos maioritariamente de areia, a região reúne o terroir perfeito para estes
vinhos com características tão peculiares.

Caminhando mais para a zona centro, encontramos as Denominações de Óbidos,


Arruda, Torres Vedras e Alenquer. Com características completamente distintas das
anteriores, estas sub-regiões adaptaram-se às novas exigências do mundo vitivinícola,
reconverteram e aumentaram a sua área de vinha, instalaram novas castas e
modernizaram as suas adegas. Com um clima e solos favoráveis ao desenvolvimento da
vinha, a notoriedade e qualidade que estes vinhos têm vindo a conquistar fazem destas
regiões, mais um ícone dos vinhos portugueses. Ainda que mais recente que as
restantes, também a região de Encostas D’Aire sofreu processos de modernização e
reconversão das suas vinhas, imputando aos seus vinhos mais cor, intensidade e
estrutura.

Solos

Dependendo das sub-regiões podemos encontrar solos arenosos, de argila e alguns


calcários.

Clima

Clima mediterrânico temperado, com verões quentes e invernos bastante amenos e com
baixas amplitudes térmicas ao longo de todo o ano.

Castas

Colares

Tintas: Ramisco

Bucelas

15 Professor: Paulo Fernandes


Brancas: Arinto

Tintas: Ramisco, João de Santarém e Molar

Óbidos, Arruda, Alenquer e Torres Vedras

Brancas: Arinto, Fernão Pires, Seara-Nova, Vital e Chardonnay

Tintas: Castelão, Aragonês, Touriga Nacional, Tinta-Miúda, Trincadeira, pontualmente


também podem encontrar, Alicante Bouschet, Touriga Franca, Cabernet Sauvignon e
Syrah.

Encostas D’Aire

Brancas: Arinto, Chardonnay, Fernão Pires, Malvasia Fina

Tintas: Cabernet Sauvignon, Aragonês, Touriga Nacional e Trincadeira

Vinhos

Os vinhos de Colares, com produções anuais que não ascendem às 10000 garrafas, são
vinhos com características muito especiais pesando muito o facto das vinhas ainda
estarem instaladas em pé-franco.
Em Bucelas a casta dominante é o Arinto, que confere aos seus vinhos aromas frutados
e acidez equilibrada, é um vinho seco, leve de uma bela cor citrina.

De uma forma geral os vinhos da região de Lisboa, são vinhos aromáticos, frescos e
ligeiramente acídulos.

Os tintos são frutados, bastante aromáticos e ligeiramente adstringentes enquanto


jovens, amaciando gradualmente durante o processo de envelhecimento.

Destaca-se ainda a produção de aguardente na zona da Lourinhã.

REGIÃO DE VALE DO TEJO

Situada no berço do rio Tejo a região vitivinícola do Tejo é berço de grandes


explorações vitivinícolas.

Dividida em seis sub-regiões:

1) Tomar;
2) Chamusca;
3) Cartaxo;
4) Almeirim;
5) Santarém;
6) Coruche;

16 Professor: Paulo Fernandes


ROTA DOS VINHOS DO TEJO
Fonte: Viniportugal
Reestruturada nas suas vinha e adegas, a região do Tejo, desde há 15 anos apostou
numa nova directriz de produção, abandonados os túneis de cimento nos quais eram
vinificados os seus vinhos, modernizou as suas adegas dando lugar às atuais cubas de
inox e barricas de carvalho.

Na vinha o cenário é semelhante, reestruturando as vinhas mais antigas, diminuindo a


produção por hectare, instalando vinhas novas, novas castas, mais adaptadas e atuais,
fizeram desta região e dos seus vinhos motivo de orgulho e prazer.

Com cerca de 22300 hectares de vinha, predominando a produção de vinho regional, os


vinhos aqui produzidos são vinhos bastante agradáveis e d um enorme nível de
qualidade.

A região em si, encerra algumas diferenças, tendo o rio Tejo como referência, a zona da
Lezíria é uma zona bastante rica em recursos hídricos onde, muitas vezes durante o
Inverno as culturas ficam completamente submersas. Com índices de produtividade
bastante elevados esta zona é essencialmente produtora de hortícolas e arroz. Do lado
direito do Tejo avistamos a zona do Bairro, zona mais pobre, sem abundância de água
podemos já encontrar algumas vinhas aqui instaladas, intercaladas com olival. Com
características distintas das anteriores, temos a zona da Charneca, mais quente e seca
onde efectivamente predominam as vinhas e os montados de sobreiros.

Solos

O tipo de solos, pelo referido anteriormente, encontra-se directamente relacionado com


as zonas de proximidade com o rio Tejo. Desta forma, na zona da Lezíria, predominam
solos bastante ricos, que permitem elevado potencial produtivo, caminhando para a
direita, para a zona do Bairro, aqui os solos são ligeiramente mais pobres e secos,
prevalecendo os de origem calcária ou argilosa. Na zona da Charneca encontramos
solos essencialmente de areia.

Clima

17 Professor: Paulo Fernandes


Mediterrânico temperado, sob forte influência do rio Tejo, onde predominam verões
quentes e invernos amenos.

Castas

Brancas: Fernão Pires, Arinto, Tália, Trincadeira das Pratas, Vital, Chardonnay e
Sauvignon Blanc.

Tintas: Trincadeira, Castelão, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah.

Vinhos

O processo de modernização e reestruturação das adegas e vinhas do Tejo vieram


conferir novas características e apetências a estes vinhos.

Os brancos, de cor citrina, bastante aromáticos, onde se destacam noras essencialmente


florais e frutadas, apresentam boa estrutura e acidez equilibrada.

Os tintos, fruto de um decréscimo da produção por hectare, resultam agora em vinhos


mais encorpados, com boa profundidade de cor, de bouquet complexo e, macios na
boca, deixam um final de boca persistente e bastante agradável.

REGIÃO DA PENÍNSULA DE SETÚBAL

A sul de Lisboa, rodeada de água pelo oceano Atlântico e pelos rios Tejo e Sado, a
Península de Setúbal é marcadamente turística, reflexo da paisagem conferida pela
serra da Arrábida, ou pela peculiaridade e singularidade de Palmela.

Influências da Serra da Arábida, fazem desta região uma zona excelente para o
turismo, aproveitando as encostas da Serra, que protegem as vinhas dos ventos o
oceano. Fora da zona serrana, a paisagem é dominada por pequenas ondulações ou
planícies onde nascem os famosos e emblemáticos vinhos de Moscatel de Setúbal.

Dividida entre duas denominações de origem, estas sub-regiões são, em quase tudo,
distintas.

1) Palmela;

2) Setúbal.

18 Professor: Paulo Fernandes


ROTA DOS VINHOS DA PENINSULA DE SETÚBAL
Fonte: Viniportugal

A região de Palmela, detentora da famosa casta Castelão, à qual, apenas os vinhos desta
zona, podem sair sob denominação de Periquita, é caracterizada por grandes
explorações vitivinícolas.

A maior parte dos encepamentos existentes são compostos pela Castelão, que confere a
estes vinhos características individuais. Como casta tradicional tem que fazer parte dos
vinhos com denominação de origem em pelo menos 66.7% da sua composição, facto
que justifica a sua tão marcada presença nas vinhas.

Setúbal, região do Moscatel, é um dos vinhos generosos mais conhecidos de Portugal


(não esquecendo o Madeira e o Porto), doces, suaves, bastante aromáticos, marca, sem
dúvida esta região.

Solos

No alto da Serra, de natureza arenosa, bastante pobres e fraca retenção de água,


passamos aos argilo-calcáros existentes nas zonas mais planas.

Clima

Mediterrânico, marca pelas temperaturas elevadas médias anuais, de baixa amplitude


térmica, fazendo desta zona uma apetecível região turística.

Castas

Brancas: Moscatel

Tintas: Castelão

Vinhos

O Moscatel de Setúbal é um vinho generoso, de aromas intensos a flor de laranjeira,


sabores complexados de frutos secos, passas e café. Bastante encorpado e estruturado
apresenta forte potencial de envelhecimento.

19 Professor: Paulo Fernandes


Menos comum, o Moscatel Roxo, apresenta-se ligeiramente mais fino que o anterior,
no entanto os seus aromas florais e sabores de laranja amarga, passa de uva, figos e
avelãs, fazem deste vinho, um agradável aperitivo.

Os vinhos tranquilos da região caracterizam-se pelos seus aromas marcadamente


florais e ligeiramente ácidos, no caso dos brancos e, aromas e sabores suaves a
especiarias e frutos silvestres, nos tintos.

REGIÃO DO ALENTEJO

Estendendo-se ao longo das suas belas planícies, o Alentejo é uma das maiores regiões
vitivinícolas de Portugal. De solos pobres e clima quente e seco, reúne todas as
características necessárias para produzir vinhos de excelente qualidade. A excepção
está na zona de Portalegre, de clima ligeiramente mais húmido e fresco, nascem as suas
vinhas nas suaves encostas na serra de São Mamede, estendendo-se pelas planícies
adjacentes.

Detentora de cerca de 22000 hectares de vinha, dispersas por toda a denominação de


origem o Alentejo subdivide-se em oito sub-regiões:

1) Borba;
2) Reguengos;
3) Redondo;
4) Portalegre;
5) Évora;
6) Vidigueira;
7) Moura;
8) Granja-Amareleja.

20 Professor: Paulo Fernandes


ROTA DOS VINHOS DO ALENTEJO
Fonte: Viniportugal
Com um enorme potencial vitivinícola a região tem vindo a crescer e a afirmar-se,
nacional e internacionalmente. Após períodos mais conturbados reflexos da política
agrícola de então, quando o Alentejo foi apontado como o celeiro de Portugal, a área de
vinha não tinha a expressão de hoje. Nos anos 50, com a criação das primeiras adegas
cooperativas e associações do sector, a vitivinicultura sofreu uma reviravolta. Decorria
o ano de 1988 quando o Alentejo teve a sua denominação oficial, o sector está hoje
revitalizado, com merecida notoriedade a nível nacional e internacional.

Solos

Estendendo-se desde Portalegre até à Vidigueira, os solos alentejanos diferem de sua


natureza. Na zona de Portalegre prevalecem solos de origem granítica com pequenos
aglomerados de xisto, na zona de Borba, Redondo e Évora estes, são essencialmente
graníticos e argiloso. A zona da Vidigueira é rica em solos de natureza mais argilosa, no
entanto também se encontram de natureza calcária. Heterogéneos em toda a sua
extensão, no entanto, todos eles de fraca fertilidade, conferem excelentes condições de
desenvolvimento à vinha, também ela bastante comedida nas suas necessidades
nutricionais e hídricas.

Clima

Clima mediterrânico com algumas características continentais, o Alentejo é


caracterizado por verões bastante secos e quentes, que alternam com invernos bastante
frios e chuvosos.

Castas

Com uma enorme riqueza varietal, o Alentejo é berço de um vasto leque de castas
nacionais e internacionais, assim ditam as tendências dos novos mercados e a
necessidade de adaptação aos mesmos.

Desde as castas autóctones que, desde sempre habitaram o Alentejo:

21 Professor: Paulo Fernandes


Brancas: Arinto, Fernão Pires e Rabo de Ovelha.

Tintas: Aragonês, Trincadeira, Castelão, Moreto e Alfrocheiro.

O Alentejo é agora palco das mais variadas e reconhecidas castas internacionais:

Brancas: Viognier, Chardonnay.

Tintas: Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah, Petit Verdot.

Vinhos

Desde tempos ancestrais que se produz vinho nesta região, recorria-se para tal ao uso
de túneis ou talhas de barro (herdadas do tempo dos romanos), ainda hoje existentes
em algumas explorações agrícolas para produzirem vinhos diferenciados com
características únicas, que apesar das suas reduzidas quantidades têm grande aceitação
pelos mercados.

Mais recentes, as novas adegas, modernizadas e preparadas para fazer face às novas
exigências, produzem vinhos brancos límpidos, onde predomina a cor citrina, bastante
aromáticos, onde se identificam os aromas frutados e alguns florais, de ligeira acidez,
macios e equilibrados.

Os tintos, robustos, de cor carregada, apresentam aromas frutados, essencialmente a


frutos vermelhos que evoluem para compotas, frutos secos, café e baunilha (caso
tenham tido contacto, vinificação/estágio, com as barricas de madeira). Na boca são
aveludados, cheios e bastante persistentes.

Os roses, ainda que em menor quantidade que os anteriores marcam agradável


presença nesta região. Ideais para tomar no Verão, estes vinhos revelaram-se uma
excelente alternativa aos dias de sol e calor, com a sua estimulante acidez e frescura,
exalam aromas a frutos vermelhos, morangos e framboesas, deixando uma agradável
sensação de final de boca.

A produção de espumantes nesta região é muito insípida, no entanto alguns produtores


estão, com muito sucesso, a produzir alguns destes vinhos.

22 Professor: Paulo Fernandes


REGIÃO DO ALGARVE

Resultante das evoluções turísticas da região, o Algarve abrandou durante muitos anos
o processo de desenvolvimento vitivinícola, resultando num decréscimo da área de
vinha e consequente produção de vinho.

Actualmente, a região vê renascer as suas plantações de vinha e começa a despontar um


novo interesse pelos vinhos Algarvio, fruto de novos investimentos, novas adegas e de
um esforço conjunto entre produtores e cooperativas da região.

A sul de Portugal, com o mar no horizonte e as serras como “amparo”, o Algarve tem
grande potencial para produção de vinhos de qualidade, o seu clima quente e seco
permite reunir condições para uma excelente maturação das uvas e, a proximidade das
serras do Caldeirão, Espinhaço e Monchique, oferecem-lhe a protecção necessária
contra os ventos e brisas salgadas.

Dividida em quatro Denominações de Origem:

1) Lagos;
2) Lagoa;
3) Tavira;
4) Portimão

Inseridas na denominação de Vinho Regional do Algarve, a sua produção de DO é


bastante reduzida, prevalecendo a produção de vinhos regionais.

Solos

Predominantemente arenosos na costa litoral e argilo-arenosos ou derivados de xisto


na zona mais ocidental.

Clima

Mediterrânico, com temperaturas amenas durante todo o ano é essencialmente


caracterizado pelas baixas amplitudes térmicas anuais. Os valores de precipitação
também baixos ao longo de todo o ano, concentram-se mais no período de Novembro a
Fevereiro. A proximidade com as Serras de Monchique, Espinhaço e Caldeirão
conferem-lhe protecção dos ventos de Norte.

Castas

Brancas: Arinto, Síria, Moscatel

Tintas: Castelão, Negra Mole e Syrah

Vinhos

Os vinhos da região do Algarve são vinhos na sua generalidade macios, pouco


encorpados, de aromas frutados e equilibrados.

A região utiliza para a elaboração dos seus vinhos a casta Moscatel, resultando na
produção de dois vinhos distintos: doce e seco. Vindimada em sobre maturação, muitas
vezes já em passa, a casta permite a elaboração de vinhos doces com excelentes
características, resultando vinhos de cor dourada, bastante aromáticos onde
sobressaem os frutos secos, noz e amêndoa, deixam um final de boca persistente e
agradável.

23 Professor: Paulo Fernandes


REGIÃO DA MADEIRA

A Ilha da Madeira há muito que é conhecida pela produção do seu vinho generoso
“Madeira”.

A “pérola do Atlântico”, como é usualmente apelidada, encerra em si paisagens


lindíssimas, de cor verdejante, resultantes do seu clima mediterrânico e do cuidado das
suas gentes.

A Denominação de Origem Madeira não possui mais de 450 hectares de vinha,


instaladas nas encostas da ilha, de onde saem as uvas para produzir o famoso Madeira
e, alguns dos seus vinhos tranquilos que começam a despontar.

Solos

De origem vulcânica são, na sua generalidade, pouco férteis.

Clima

Mediterrânico, conferindo a esta ilha temperaturas amenas durante todo o ano. Pela
sua envolvente com o Atlântico apresenta humidades relativas anuais bastante
elevadas.

Castas

Brancas: Verdelho, Malvasia, Boal Alicante e Sercial

Tintas: Tinta Mole

Vinhos

A Madeira produz vários tipos de vinhos, consoante o teor de açúcar, estes variam entre
os: doce, meio doce, meio seco e seco.

O mais conhecido é sem dúvida o doce Madeira, elaborado em grande parte à base da
casta Malvasia, resultam em vinhos bastante aveludados, extremamente aromáticos,
finos e com uma longevidade extrema.

Os vinhos secos e meio secos, elaborados com base nas castas Sercial e Verdelho, têm
vindo a ganhar algum espaço nos novos mercados. São vinhos também bastante
aromáticos, ligeiramente acídulos, frescos e equilibrados.

24 Professor: Paulo Fernandes


REGIÃO DOS AÇORES

Situado no coração do oceano Atlântico, o arquipélago dos Açores, está constantemente


sujeito aos ventos e brisas salgadas vindas do mar.

Criadas em 1994, as suas três denominações de origem:

1) Graciosa;
2) Pico;
3) Biscoitos (Ilha Terceira)

Albergam a totalidade das vinhas existentes no arquipélago. Colocadas


estrategicamente nos currais, muros de pedra construídos pelo Homem, permitem-se
abrigo dos ventos salgados vindos do Atlântico.

Os Açores produzem alguns vinhos brancos secos, no entanto, na ilha Terceira, onde se
insere a denominação de Biscoitos, produz-se alguns dos melhores vinhos generosos da
região.

Solos

De origem vulcânica, são pouco profundos e de baixa fertilidade, fazem parte da sua
constituição o basalto, traquites, andesites e formações argilosas.

Clima

Sob forte influência do Atlântico, os Açores são caracterizados por temperaturas


amenas durante todo o ano, baixas amplitudes térmicas e humidade relativa anual
bastante elevada.

Castas

Graciosa

Brancas: Verdelho, Arinto, Terrantez, Boal e Fernão Pires

Pico/Biscoitos

Brancas: Verdelho, Arinto e Terrantez

Vinhos

Devido à fraca insolação e à elevada humidade relativa, os vinhos tintos produzidos na


região apresentam geralmente baixo teor alcoólico, polifenóis reduzidos, resultando em
vinhos sem grande capacidade de envelhecimento, os brancos, são vinhos frescos,
ligeiramente acídulos, frutados e secos.

Os generosos, são vinhos encorpados, bastante complexos de aromas frutados, cor de


ouro, onde se destacam notas de especiarias. São vinhos quentes, aveludados e
equilibrados

25 Professor: Paulo Fernandes

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