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Aula 09

Economia p/ TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Cargo 4 - Economia

Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho


Economia p/ TCE-SC
Teoria e exercícios comentados
Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 09

AULA 09 – 2.6 Balanço de pagamentos. 2.15.1


Câmbio.

SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA


1. Balanço de pagamentos 02
1.1. Conceito e generalidades 02
1.2. Contabilização 04
1.3. Estrutura do balanço 06
1.4. Exemplos de lançamentos 13
1.5. Crise cambial 19
1.6 O novo balanço de pagamentos 21
2. Regimes cambiais 24
2.1. Conceito e generalidades 24
2.2. Oferta de divisas 26
2.3. Demanda de divisas 27
2.4. Regimes cambiais 28
Adendos 35
3. Relações Econômicas Internacionais 42
Resumão da Aula 49
Exercícios comentados 52
Lista de questões apresentadas na aula 74
Gabarito 81

Olá caros(as) amigos(as),

Prosseguindo com o nosso curso de Economia, hoje, veremos um


assunto bastante importante do curso: o Balanço de Pagamentos (BP),
em um contexto da Macroeconomia aberta, onde consideramos as
operações de um país com o resto do mundo.
Além do estudo do BP, veremos os regimes cambiais.
O estudo do BP é bem legal, e tranquilo também. Dá para ler numa
boa, sem “dor” ... rs! Já a parte de regimes cambiais é um pouco mais
chata, especialmente a parte final da aula, onde colocamos alguns
“adendos”. É uma parte um pouco menos tranquila da aula, e que cai
muito pouco nos concursos (ainda bem!), mas que decidimos colocar
pelos motivos já expostos. Afinal, este é um curso completo, não é
mesmo?

E aí, todos prontos?! Então, aos estudos!

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1. O BALANÇO DE PAGAMENTOS

1.1. Conceito e Generalidades

No contexto da globalização e da integração dos mercados, em que


os países cada vez mais realizam transações com o resto do mundo,
torna-se importante a mensuração destas atividades econômicas
internacionais. Nesse sentido, surge o Balanço de Pagamentos (BP) que,
de modo geral, tem o objetivo de registrar as operações econômicas entre
um país e o resto do mundo.

Assim, quando alguém compra um produto importado, faz uma


viagem internacional, ou envia dinheiro para um parente que reside no
exterior, temos exemplos de operações que serão registradas no BP, pois
envolvem transações econômicas entre um país e o resto do mundo.

Segundo Simonsen & Cysne, “define-se Balanço de Pagamentos


como sendo o registro sistemático das transações entre residentes e não
residentes de um país durante determinado período de tempo.” Da forma
como está posto o conceito, podemos inferir inicialmente três importantes
observações.

Primeiro, ele é o registro sistemático de transações. Apesar da


denominação Balanço de Pagamentos, o BP, em sua essência, é um
balanço de transações e não de pagamentos. Isto significa que as
operações contabilizadas no BP podem envolver ou não pagamentos, de
fato, muitas delas não envolvem pagamentos diretos em moeda, como é
o caso, por exemplo, de doações de mercadorias a título de ajuda
humanitária. Outro ponto é a forma de registro sistemático, que segue o
método das partidas dobradas: a um débito em determinada conta deve
corresponder um crédito em outra conta, e vice-versa. Tal mecanismo
segue a mesma lógica que se estuda na disciplina Contabilidade Geral.

Segundo, as transações que devem registradas são aquelas


envolvendo residentes e não residentes. O referencial para se distinguir o
residente do não residente é o lugar onde esteja localizado seu “centro de
interesse”.

É considerado residente no Brasil todo aquele que tem o “centro de


interesse” neste país, ou seja, onde se espera que ocorra de modo
permanente a sua participação na produção e consumo de bens e
serviços. Caso um brasileiro esteja no exterior temporariamente,
exercendo atividade de duração prevista, será considerado residente (no
Brasil). Por outro lado, se estiver morando permanentemente no exterior,
será considerado não residente.

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Podemos listar como exemplo de residentes no Brasil aqueles que


aqui vivem permanentemente (incluindo os estrangeiros com residência
fixa), os brasileiros em serviço no exterior (diplomatas, funcionários de
embaixadas, militares em missões de paz, etc), os turistas brasileiros que
se encontram em viagem no exterior, estudantes temporariamente
fazendo cursos no exterior, e as empresas sediadas no país, inclusive se
forem filiais de empresas estrangeiras.

São considerados não residentes aqueles com centro de interesse


em qualquer outro lugar que não seja o Brasil. Podemos citar como
exemplo de não residentes os turistas estrangeiros em passagem no país,
as empresas nacionais instaladas no exterior, as embaixadas estrangeiras
no Brasil (o centro de interesse de tais embaixadas é o seu país de
origem), os estrangeiros em serviço pelos seus países de origem, os
estudantes estrangeiros temporariamente realizando cursos no Brasil, os
jogadores de futebol brasileiros que atuam no exterior, etc.

Apesar do conceito dado por Simonsen & Cysne indicar a regra


geral (o registro de transações entre residentes e não residentes),
segundo o Manual do Balanço de Pagamentos do FMI, 5ª. edição, pode
haver situações em que transações apenas entre residentes ou apenas
entre não residentes serão contabilizadas1. Para fins de concursos, ao
avaliar uma assertiva como certa ou errada, considere a regra geral. Caso
a assertiva faça menção a palavras sempre, somente, em todos os casos,
avalie levando em conta os critérios do Manual do FMI, que é adotado
pelo Brasil. Como exemplo, considere as seguintes afirmações:

 São registradas no BP as transações entre residentes e não


residentes. CERTO, por indicar o conceito, a regra geral.

 São registradas no BP somente as transações entre residentes e


não residentes. ERRADO, pelo uso da palavra “somente”.

Terceiro, são registradas as transações ocorridas durante


determinado período de tempo, o que nos indica a ideia de fluxo, ao
contrário da ideia de estoque (vimos as diferenças entre “fluxo” e
“estoque” na aula 08). Ou seja, o objetivo é mensurar as transações que
ocorreram durante certo tempo. A periodicidade, em geral, é de um ano
(segundo o ano civil do país), todavia, é bastante comum a apresentação

1
Para o FMI, a transferência de obrigações e ativos financeiros estrangeiros pode não permitir a
identificação das duas partes envolvidas na transação. Assim, não é possível para essas operações
determinar a pessoa que transmite ou recebe o ativo ou a obrigação estrangeira. Por este motivo,
tais transferências podem ocorrer apenas entre residentes ou entre não residentes e, mesmo assim,
serem contabilizadas no BP (Manual do Balanço de Pagamentos do FMI, 5ª. Edição, parágrafos 13 e
318).

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de balanços trimestrais e/ou até mesmo mensais de modo a haver melhor
acompanhamento da situação das contas externas do país.

Ainda que não conste expressamente no conceito, julgamos


importante ressaltar que as transações são expressas em dólares
americanos. Como elas são efetuadas entre residentes e não residentes
de diversos países, há a necessidade de converter os valores, que
inicialmente estão em várias moedas, em apenas uma moeda que seja de
aceitação internacional (dólar americano). Logo, se uma transação é
efetuada em uma moeda qualquer, o valor inicial será convertido em
dólar por ocasião do registro no BP.

1.2. Contabilização

A contabilização segue o método das partidas dobradas, isto é, a


cada débito em determinada conta deve corresponder um crédito em
alguma outra e vice-versa. A fim de facilitar a contabilização, nós
podemos dividir as contas do BP em dois grandes grupos, a saber:

a) as contas operacionais
b) as contas de reservas (ou conta de caixa)

As contas operacionais correspondem efetivamente à transação


realizada. Nas palavras de Simonsen & Cysne: correspondem ao fato
gerador do recebimento ou da transferência de recursos ao exterior.
Temos como exemplo as contas de: exportações, importações,
empréstimos, financiamentos, transferências unilaterais, etc.

Quando o fato gerador de uma transação provoca entrada de


recursos no país (uma exportação, por exemplo), a conta do fato gerador
é creditada e o recurso que entrou no país é lançado com sinal positivo.
Por outro lado, quando o fato gerador provoca saída de recursos do país
(uma importação, por exemplo), a conta do fato gerador é debitada e o
recurso que saiu do país é lançado com sinal negativo.

Assim, podemos estatuir que a entrada de recursos (de meios de


pagamento internacionais) é considerada um crédito e é lançada com
sinal positivo na conta operacional (conta correspondente ao fato
gerador). Por outro lado, a saída de recursos é considerada um débito e é
lançada com sinal negativo na conta operacional.

Como a contabilização segue o método das partidas dobradas, a


cada transação registrada em qualquer conta operacional corresponderá
uma contrapartida de sinal oposto na conta de reservas (ou conta caixa).
Assim, quando temos entrada de recursos (exportação, por exemplo),
haverá um lançamento a crédito (positivo) na conta operacional (conta de

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exportação) e um lançamento a débito (negativo) na conta de reservas
(conta caixa), semelhante ao que acontece na Contabilidade das
empresas.

Por exemplo, imagine a importação de uma mercadoria no valor de


US$ 100. Como saíram recursos do país (saem dólares/divisas do país), a
conta Importações será debitada em 100. A contrapartida será um
crédito, em igual valor, na conta de Reservas. Segue o lançamento:

D Importações 100
C Reservas ou conta Haveres ou conta Caixa 100

Imagine agora que uma empresa brasileira tenha exportado


mercadorias no valor de US$ 300. Como entraram recursos (provenientes
da venda), a conta Exportações será creditada em 300. A contrapartida
será um débito, em igual valor, na conta Caixa. Segue o lançamento:

D Conta caixa ou haveres 300


C Exportações 300

Nota  no item 1.3, mostraremos exemplos de contabilização


envolvendo praticamente toda a estrutura do BP.

O fato da conta de reservas ser a contrapartida das contas


operacionais faz com que nela seja registrada toda a movimentação dos
meios de pagamento internacionais à disposição do país. Ou seja, tal
conta registra a movimentação dos meios de pagamento que a Autoridade
Monetária (no caso do Brasil, o Banco Central) pode utilizar para
pagamento de qualquer dívida ou aquisição de direitos junto a não
residentes.

Assim, podemos concluir que estes meios de pagamento são os


ativos que a autoridade monetária dispõe em seu caixa. Tais ativos
incluem não somente dinheiro (que são as divisas2), mas também
qualquer meio de pagamento que torne possível à Autoridade Monetária
realizar pagamentos ao exterior (a não residentes). São estes os meios de
pagamento internacionais: haveres no exterior, ouro monetário, direitos
especiais de saque (DES) e reservas no FMI. Eles serão explicados no
próximo item, onde veremos a estrutura do balanço de pagamentos.

Ainda julgamos importante mencionar o fato de que a regra de


contabilização acima explicada é apenas a regra geral. Há determinadas
operações em que a contrapartida do lançamento realizado na conta
operacional nem sempre será a conta caixa ou reservas. Exemplificando o
caso mais comum: uma doação de bens.

2 Divisas é o mesmo que moeda estrangeira.

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Quando um bem é doado de um país estrangeiro para o nosso país,


haverá um lançamento a crédito na conta Transferências Unilaterais
(recebimento de recursos), mas o lançamento a débito não ocorrerá na
conta caixa, pois não houve ingresso de meios de pagamento mas sim de
bens. Então, a saída encontrada é debitar a conta Importações, tendo em
vista ter se tratado da entrada de um bem. Segue o lançamento, supondo
a doação para o Brasil de um bem no valor de US$ 150.

D Importações 150
C Transferências unilaterais 150

1.3. ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

A instituição responsável pela elaboração e divulgação do BP é o


Banco Central do Brasil (BACEN). A partir de 2001, o BP passou a ser
divulgado de acordo com a metodologia contida no Manual do Balanço
Pagamentos do Fundo Monetário Internacional, 5ª. Edição, de 1993. Vale
ressaltar que as mudanças propostas nessa edição não foram impositivas,
de tal forma que o Manual é apenas uma recomendação. Nesse sentido, o
Brasil só veio a implementar tais mudanças 8 anos depois, em 2001.

Para fins de concursos públicos, mesmo após a adoção pelo BACEN


da nova metodologia, em 2001, muitas questões de provas mantiveram a
metodologia antiga como ponto de partida para a cobrança dos conceitos
e cálculo dos diversos saldos exigidos em provas. Para isso, as questões
não afirmavam expressamente em seus enunciados que se tratava do BP
do Brasil, mas sim do BP de algum país hipotético, o que teoricamente as
desobrigava de utilizar a nova metodologia.

Desta forma, é muito comum na elaboração de cursos os


professores explicarem as duas metodologias (nós mesmos sempre faço
isso). No entanto, vamos explicar somente a nova metodologia. Somente
com ela, já é possível resolver as questões (tanto as novas, quanto as
velhas).

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1.3.1. Metodologia nova de estruturação do BP

Segue abaixo a estrutura da metodologia nova, que será o nosso


ponto de partida:

DISCRIMINAÇÃO
A) BALANÇA COMERCIAL
 Exportações (FOB)
 Importações (FOB)
B) SERVIÇOS
 Transportes
 Viagens internacionais
 Seguros
 Serviços governamentais
 Royalties e licenças
 Aluguel de equipamentos
 Computação e informações
 Outros
C) RENDAS
 Remuneração do fator trabalho (salários e ordenados)
 Rendas de investimentos
 Rendas de investimentos diretos (lucros e dividendos)
 Rendas de investimentos em carteira (juros)
 Rendas de outros investimentos (juros)
D) TRANSFERÊNCIAS UNILATERIAS CORRENTES
Movimento de transferências unilaterais na forma de bens e moeda.
E) SALDO EM CONTA CORRENTE/TRANSAÇÕES CORRENTES
TC = A + B + C + D
F) CONTA CAPITAL E FINANCEIRA (CAPITAIS AUTÔNOMOS)
F.1) CONTA CAPITAL
F.2) CONTA FINANCEIRA
 Investimentos diretos
- Participação no Capital
- Empréstimos e amortizações
 Investimentos em carteira (ou de Portfólio)
 Derivativos
 Outros investimentos
- Empréstimos de regularização
- Atrasados comerciais
- Outros investimentos
G) ERROS E OMISSÕES
H) SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS
BP = E + F + G
I) VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS OU HAVERES
VRI ou HAVERES = - H

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Apresentaremos, de forma resumida, o que significa cada item do
BP. O maior detalhamento será visto quando apresentarmos os exemplos
de contabilização.

A) Balança Comercial

Nesta conta, são classificadas as exportações e importações de


bens. As duas transações são registradas no critério FOB (free on
board3), isto é, pelo preço de venda subtraído (líquido) dos
custos de frete e seguros, que são contabilizados no Balanço de
Serviços.

O saldo líquido entre as receitas das exportações e as despesas


de importação representa o saldo da balança comercial. Quando
as exportações superam as importações, temos superávit da
balança comercial. No caso contrário, temos déficit da balança
comercial.

Vale ressaltar que receitas significam entrada de recursos


enquanto despesas de residentes significam saída de recursos.

B) Balança de Serviços

São classificadas as transações envolvendo compra e venda de


serviços.

Assim, na nova metodologia, temos os serviços de frete e de


seguros, gastos com viagens, serviços governamentais (gastos
com embaixadas, consulados, missões diversas). Quando um
residente brasileiro presta/vende serviços a não residentes,
temos receitas de serviços (exemplo: turista estrangeiro em
viagem ao Brasil). Por outro lado, quando residentes brasileiros
tomam/compram serviço de não residentes, temos despesas de
receitas (exemplo: brasileiro em viagem ao exterior).

C) Balança de Rendas

As rendas são chamadas também de “serviços fatores4”.

3
Existe o critério FOB (free on board) e o critério CIF (cost, insurance and freight). O primeiro
O
segundo representa o bem com o preço incluindo os custos com frete e seguros. No balanço de
pagamentos, os custos com frete e seguros são registrados na balança de serviços e não na balança
comercial.
4
Na aula 08, item 1.2, vimos o que são fatores de produção. Vimos também que o somatório das

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Nos serviços de fatores (rendas), como o próprio nome sugere,
são classificadas as transações que envolvem remuneração dos
fatores de produção5, como juros, lucros, rendas do trabalho,
royalties, aluguéis, etc.

Por convenção, na nova metodologia, achou-se melhor classificar


os aluguéis e os royalties na balança de serviços, e não no
balanço de rendas, mesmo aqueles serem classificados como
fatores de produção.

Assim, na nova metodologia, temos no balanço de rendas o


envio/recebimento das seguintes remunerações de fatores de
produção: salários/ordenados, juros, dividendos e lucros.

Quando um residente envia remuneração de um fator de


produção a um não residente, temos despesa de serviços
(exemplo: uma filial de empresa estrangeira instalada no Brasil –
residente – envia lucros à matriz sediada no exterior – não
residente). Por outro lado, quando um residente recebe de um
não residente remuneração de um fator de produção, temos
receita de serviços (exemplo: uma filial de empresa brasileira
instalada no exterior – não residente – envia lucros à sua matriz,
instalada no Brasil – residente).

O saldo líquido entre as receitas e despesas de serviços


representa o saldo da balança de rendas. O saldo do balanço
de rendas é a nossa RLEE ou RLRE, estudadas na aula 08.

Caso as receitas superem as despesas, teremos superávit ou


RLRE (renda líquida recebida do exterior). Caso contrário,
teremos déficit ou RLEE (renda líquida enviada ao exterior).

D) Transferências Unilaterais Correntes

São classificados os donativos recebidos e enviados ao exterior.


Os donativos recebidos são considerados receitas, enquanto os
donativos enviados são considerados despesas para fins de
contabilização.

E) SALDO DE TRANSAÇÕES CORRENTES

É a soma dos saldos da balança comercial, da balança de


serviços, da balança de rendas e das transferências unilaterais
correntes. Também é denominado saldo em conta corrente. O
déficit em transações correntes significa que o resto do mundo
5
Lembre que rendas significam remunerações dos fatores de produção (juros + lucros + aluguéis +
royalties + dividendos + salários).

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fez poupança realizando transações com Brasil. Assim, o déficit
em TC é o mesmo que dizer que houve poupança externa6
(SEXT). Assim, temos:

SEXT = - TC = - (BC + BSv + BR +/- TU)

XNF MNF RLEE

Assim:

SEXT = - TC = - (XNF – MNF – RLEE +/-TU)

Onde XNF e MNF significam exportações e importações de bens e


serviços não fatores (ou seja, exclui as remunerações dos fatores
de produção, daí a nomenclatura XNÃO FATORES); RLEE significa as
rendas que foram enviadas (REE) menos as rendas que foram
recebidas (RRE); e TU significam as transferências unilaterais
correntes.

Nota  outra nomenclatura para poupança externa ou déficit no


balanço de pagamentos em transações correntes é: passivo
externo líquido. Se houver despoupança externa ou superávit em
conta corrente, teremos passivo externo líquido negativo ou, em
outras palavras, ativo externo líquido.

F) CONTA CAPITAL E FINANCEIRA

F.1) Conta capital

Nesta conta, são alocadas apenas as transferências


unilaterais relacionadas com o patrimônio de migrantes e
a aquisição de bens financeiros não produzidos, tais
como cessão de patentes e marcas (bens intangíveis). Esta
transferência de patrimônio de migrante ocorre quando um
migrante vai morar em outro país e leva consigo seu
patrimônio ou o transfere a outra pessoa. Assim, se, por
exemplo, eu (Heber) vou morar nos EUA e levo comigo meu
carro, a transferência deste patrimônio será registrada
nesta conta.

O caso de doações feitas de um governo para outro e


remessas de dinheiro realizadas por migrantes que estão
trabalhando em outros países são contabilizadas no item D
(transferências unilaterais correntes).

6
O assunto foi tratado com maior riqueza de detalhes na aula 08, item 1.4.3.

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F.2) Conta Financeira

Também chamado de movimento de capitais autônomos ou


simplesmente de balanço ou movimento de capitais (eram os
nomes na metodologia antiga), contém os capitais que entram e
saem do país. Os capitais que entram são considerados receitas,
enquanto os capitais que saem são considerados despesas.

Os capitais entram e saem de um país através de investimentos


diretos, empréstimos, financiamentos, capitais especulativos de
curto prazo, etc.

Exemplos: quando uma empresa multinacional decide abrir uma


filial no Brasil, o investimento é contabilizado neste balanço. O
mesmo ocorre quando um especulador estrangeiro decide
comprar ações de empresas brasileiras ou títulos do nosso
governo. Ao fazer esta operação de compra de ações, por
exemplo, estarão entrando divisas (crédito) que aumentarão o
saldo de nossas reservas (são as aplicações no mercado
financeiro). Quando algum estrangeiro compra participações em
empresas brasileiras ou quando um brasileiro compra
participação em empresas estrangeiras, temos outros exemplos
de transações que deverão ser contabilizadas neste balanço.

 Muito cuidado! Pagamento/recebimento de juros em


decorrência de empréstimos não são contabilizados na conta
financeira, mas sim no balanço de rendas, pois juro é uma
remuneração de fator de produção (é uma renda). A
amortização de um empréstimo, por outro lado, é contabilizada
na conta financeira.

G) Erros e Omissões

Na prática, sempre haverá transações que, por motivos diversos,


não serão contabilizadas pelos órgãos/instituições oficiais
(transações ilícitas, ocultas, etc). Nesse sentido, ao final da
contabilização haverá ajustes a serem realizados, que são
justamente os erros e omissões. Na grande maioria das questões
de prova, este saldo é omitido, situação em que devemos
considerá-lo nulo.

H) SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

É dado pela soma do saldo em conta corrente MAIS conta capital


e financeira MAIS erros e omissões.

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Quando o saldo do BP é positivo, esse superávit provoca
aumenta na quantidade de meios de pagamento internacionais
disponíveis ao país. Quando o saldo é negativo, há redução de
meios disponíveis.

I) VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS

O saldo da variação das reservas internacionais sempre


iguala, com o sinal trocado, o saldo do balanço de pagamentos7.
Quando o saldo do BP é negativo, esse déficit deve ser
compensado com a entrada de meios de pagamento
internacionais.

Estes meios de pagamento internacionais são, em grande


maioria, compostos por divisas (moeda estrangeira ou dólares
americanos). No entanto, podemos ter vários meios de
pagamentos internacionais aceitos (além da moeda americana),
desde que sejam meios de pagamento bastante líquidos.

Assim, podemos considerar como “reservas internacionais”, além


do estoque de divisas (moeda estrangeira):

 Os títulos externos de curto prazo, ou seja, títulos


aplicados no mercado internacional que podem ser
resgatados imediatamente para realizar pagamentos do
país (possuem liquidez praticamente igual àquela do
estoque de divisas).

 O Ouro monetário: é o ouro em poder da Autoridade


Monetária e que é aceito como meio de pagamento entre
os países. Vale destacar que esse é um ouro em poder da
Autoridade Monetária. Por tal motivo, dizemos que é um
ouro monetizado (tem função de moeda), sendo diferente
do ouro encontrado em joalherias, por exemplo, utilizado
para fins comerciais. Nesse caso, temos um ouro não
monetário, que não possui função de moeda e não é e nem
pode ser utilizado como meio de pagamento oficial.

 Reservas no FMI: os recursos disponíveis no caixa do FMI


são oriundos de vários países. Desta forma, a quantidade
de dinheiro que cada país deixa depositado naquele fundo
corresponde às suas reservas no FMI. Vale ressaltar que o

7
Quando isto não ocorre, é indicação que houve erro na contabilização das transações, que será
lançado na conta ERROS E OMISSÕES para que os saldos do BP e da Variação das Reservas
Internacionais sejam iguais com o sinal trocado.

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dinheiro que fica depositado no FMI integra os recursos
disponíveis do país depositante. O dinheiro está no caixa
do fundo para que este empreste para qualquer país do
mundo, mas se o país depositante precisar do dinheiro, ele
poderá sacar sem incorrer em empréstimos (não pagará
juros). Nesse sentido, se, por exemplo, o Brasil deposita
alguma quantidade de divisas e depois decide sacar o
valor, tal saque não é considerado empréstimo, pois os
recursos pertenciam ao Brasil. Por outro lado, se o Brasil
decide sacar um valor acima da quantidade inicial que ele
havia depositado, o valor a maior é considerado um
empréstimo, denominado empréstimo de regularização,
que geralmente é realizado quando há déficits no saldo
total do BP (este empréstimo de regularização é
contabilizado na conta financeira, e não em variação das
reservas internacionais).

 Transferências líquidas de recursos e hiato de recursos

Transferências líquidas de recursos (TLR) representam o


excesso de exportações (X) sobre as importações (M) de bens e serviços.
Assim, TLR = X – M.

Se o país exportou 100 e importou 30, significa que houve


transferência líquida de recursos no valor de 70. Ou seja, o país teve um
excedente de produção (produção que não foi consumida internamente)
que foi transferido para o resto do mundo. Note que, neste conceito,
quando falamos em recursos, estamos falando, na verdade, de bens e
serviços transferidos e não em dinheiro/moeda transferido(a).

Hiato de recursos é a situação em que a TLR é negativa. Por


exemplo, se o país importou 100 e exportou 80, isto significa que a
produção interna foi insuficiente, sendo necessário importar bens e
serviços. Isto é, houve hiato de recursos no valor de 20 (100 – 80).
Assim, hiato de recursos = M – X.

1.4. Exemplos de lançamentos (não ignore este item!)

Seguem agora alguns exemplos de lançamentos para que você se


familiarize com a sistemática, que é a mesma adotada na contabilidade
geral. Seguiremos a ordem apresentada na explanação da estrutura do
BP.

Atente para o fato de que fazemos inicialmente o lançamento na


conta do fato gerador (conta operacional) e a respectiva contrapartida

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será, na maioria dos casos, na conta caixa (reservas ou haveres).
Pedimos ao aluno que tenha atenção nos lançamentos em que a
contrapartida não se dá na conta caixa/reservas/haveres. Por tal motivo,
são lançamentos com maior probabilidade de caírem em prova.

Ademais, não decore nada, pois tal esforço geralmente é infrutífero.


Prefira raciocinar logicamente, de modo que você aprenda como proceder
aos lançamentos. Sugerimos que, antes de ver qual o lançamento correto,
tente você mesmo fazê-lo e, depois, veja se você estava ou não correto.

1) Balança comercial - Exportação de mercadorias

Uma empresa brasileira exporta mercadorias no valor de 50 e


recebe em moeda estrangeira. Em primeiro lugar, houve transação entre
residente e não residente, devendo, portanto, impactar o BP. Sempre que
há exportação, a empresa brasileira (residente) receberá receita. Desta
forma, entrará recursos no Brasil. Essa entrada de recursos será lançada
a crédito na conta do fato gerador (que é conta operacional –
Exportações). Ao mesmo tempo, haverá uma contrapartida na conta
caixa: ela será debitada8 no mesmo valor. Segue o lançamento:

C Balança comercial (exportações) 50


D Reservas 50

O débito no valor de 50 na conta caixa/reservas indica que houve


aumento das reservas internacionais do Brasil neste mesmo valor

2) Balança comercial - Importação de mercadorias

Uma empresa brasileira importa equipamentos no valor de 5,


enviando o pagamento em dinheiro. Como a importação gera uma saída
de dinheiro, temos que debitar a conta Importações. A contrapartida será
o crédito na conta Reservas. Veja que, igualmente ao que ocorre na
contabilidade geral, quando temos saída de dinheiro do caixa, o
lançamento é a crédito da conta caixa. Segue o lançamento:

D Balança comercial (importações) 5


C Reservas 5

O crédito no valor de 5 indica que houve redução do saldo das


reservas internacionais do país no mesmo valor.

3) Balança de serviços

8
Lembre, mais uma vez, que quando há entrada de dinheiro, a conta caixa/reservas/haveres é
debitada, seguindo o mesmo raciocínio da contabilidade geral.

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Um turista brasileiro paga a diária de um hotel em Nova York no


valor de 1. Neste caso, devemos debitar o balanço de serviços (pois
representou saída de divisa) e, em contrapartida, creditar a conta caixa
(quando sai dinheiro da conta caixa, a mesma é creditada). Veja o
lançamento:

D Serviços (viagens internacionais) 1


C Reservas 1

4) Balança comercial e de serviços

Uma empresa brasileira importou uma máquina no valor de 10,


sendo que, além disso, deve pagar 1 de frete e 1 de seguros. Neste caso,
registramos o valor da máquina na balança comercial e os valores de
fretes e seguros na balança de serviços, uma vez que na balança
comercial registramos o bem pelo critério FOB, isto é, sem considerar
custos com fretes e seguros. Veja o lançamento:

D Balança comercial (importações) 10


D Balança de serviços (frete) 1
D Balança de serviços (seguro) 1
C Reservas 12

Veja que esta operação alterou os saldos da balança comercial


(redução de 10), da balança de serviços (redução de 2) e das reservas
internacionais (redução de 12).

5) Balanço de rendas

Uma empresa brasileira contraiu empréstimos junto a um banco


estrangeiro e, nesta operação, está pagando juros no valor de 5. Em
primeiro lugar, já sabemos que juro é remuneração de um fator de
produção, logo, é uma renda. Assim, tal operação deve ser contabilizada
no balanço de rendas. Como houve pagamento de juros (envio de
divisas), haverá débito no balanço de rendas e crédito na conta caixa
(crédito em reservas). Veja:

D Balanço de rendas (juros) 5


C Reservas 5

6) Balanço de rendas

Uma empresa brasileira, com várias filiais ao redor do mundo,


recebe lucros de uma de suas filiais no exterior no valor de 3. Lucro é
remuneração de fator de produção, logo, é uma renda. Assim, tal
operação deve ser contabilizada no balanço de rendas. Como houve

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recebimento de lucros (recebimento de divisas), haverá crédito no
balanço de rendas e débito na conta caixa (crédito em reservas). Veja:

D Reservas 3
C Rendas (lucros) 3

7) Balanço de rendas

Uma empregada doméstica que trabalha na embaixada do Iraque lá


em Brasília recebe o seu salário no valor de 2. Em primeiro lugar, há uma
transação entre residente (empregada doméstica) e não residente
(embaixada do Iraque, tendo em vista seu centro de interesse não ser o
Brasil), logo, deve ser contabilizada no BP. Segundo, salário é
remuneração de fator de produção (é uma renda). Com efeito, é
contabilizada no balanço de rendas. Assim, segue o lançamento:

D Reservas 2
C Balanço de rendas (salários) 2

8) Transferências unilaterais

Um dekassegui9 envia dinheiro para sua família que reside no Brasil,


no valor de 1.

D Reservas 1
C Transferências unilaterais correntes 1

9) Transferências unilaterais

Um dekassegui envia, via correio, aparelhos IPODs para sua família


que reside no Brasil, no valor de 3. Aqui, temos uma situação especial. O
recebimento de IPODs será registrado normalmente, isto é,
contabilizaremos um crédito em transferências unilaterais correntes. No
entanto, a contrapartida não será na conta caixa/reservas, tendo em vista
o país não ter recebido meios de pagamento internacionais (divisas,
haveres no exterior, ouro monetário, – ver letra I do item 1.3.1). Como o
recebimento foi na forma de bens, a contrapartida será um débito na
conta importações. Assim, segue o lançamento:

D Balança comercial (importações) 3


C Transferências unilaterais correntes (IPODs) 3

Veja que esse lançamento tem regramento diferente daquilo que


vimos até aqui. Isso ocorre pelo fato da transferência ter sido realizada na
forma de bens, e não na forma de meios de pagamento internacionais.

9
Brasileiro com descendência japonesa que trabalha no Japão.

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Desta feita, podemos inferir duas importantes conclusões acerca desta
operação.

Primeiro, ela não altera o saldo de transações correntes (há uma


redução na BC e um aumento, no mesmo valor, nas TUs). Por
conseguinte, não há alteração no saldo total do BP, nem na variação das
reservas internacionais.

Segundo, a operação, apesar de originariamente não ser uma


importação ou exportação, reduz o saldo da balança comercial. Fique
atento a este tipo de lançamento.

10) Conta capital

Um estrangeiro decide se mudar para o Brasil e traz consigo divisas


no valor de 3, bens no valor de 2, participações em empresas
estrangeiras no valor de 5. Agora complicou, hein?! Veja que não:

D Reservas 3
D Balança comercial (importações) 2
D Conta financeira (investimentos em carteira) 5
C Conta capital (transf. patrimônio migrantes) 10

As transferências de patrimônio de migrantes (metodologia nova)


devem ser contabilizadas na conta capital. Como o migrante trouxe o
patrimônio para o Brasil, devemos creditar a referida conta. As
contrapartidas dependerão do que ele trouxe. No caso de meios de
pagamento internacionais (divisas, haveres, ouro monetário, etc), a
contrapartida é a débito na conta reservas; no caso de bens, será a
débito na conta da balança comercial (importações); no caso de direitos
ou investimentos, será a débito na conta financeira.

Caso houvesse emigração (saída do migrante), os lançamentos


seriam invertidos (os créditos seriam débitos e vice-versa).

11) Conta financeira

Um brasileiro decide comprar uma casa de veraneio em Miami, no


valor de 8, pagando em divisas.

D Conta financeira (investimento direto) 8


C Reservas 8

Veja que a compra de imóvel é considerada um investimento direto.


Se a compra fosse de algum bem móvel, de consumo, o débito seria na
conta importações.

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12) Conta financeira

Um brasileiro decide comprar uma casa de veraneio em Miami, no


valor de 8, pagando o imóvel com ações da Microsoft negociadas na bolsa
de valores de Nova York.

D Conta financeira (investimento direto) 8


C Conta financeira (investimentos em carteira) 8

Neste caso, o pagamento não foi realizado com meios de


pagamento internacionais, logo, a contrapartida não será na conta
reservas.

13) Conta financeira

Um empresário europeu decide comprar ações da Petrobrás no


valor de 10.

C Conta financeira (investimentos em carteira) 10


D Reservas 10

14) Conta financeira

A Hyundai Motors decide abrir uma fábrica no Brasil. Tal fábrica


consumirá um investimento de 20.

C Conta financeira (investimento direto) 20


D Reservas 20

15) Conta financeira

Uma empresa brasileira, em dificuldades financeiras, decide contrair


um empréstimo junto a um banco da Suíça, no valor de 6.

C Conta financeira (empréstimos) 6


D Reservas 6

16) Conta financeira

Uma empresa brasileira decide, em uma operação, amortizar parte


do empréstimo tomado no passado e pagar juros nos valores,
respectivamente, de 4 e 1.

D Conta financeira (amortizações) 4


D Balanço de rendas (juros) 1
C Reservas 5

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Veja que as operações de amortização e pagamento de juros são
contabilizadas em contas distintas. O pagamento de juros é contabilizado
no balanço de rendas, uma vez que juro é renda ou remuneração de fator
de produção. Já a amortização é contabilizada na conta financeira.

17) Conta financeira

O Brasil está com dificuldades de “fechar” no positivo o saldo do BP.


Aí, as autoridades monetárias decidem aumentar as taxas de juros a fim
de atrair capital externo. Após o aumento das taxas de juros internas, os
investidores internacionais decidem adquirir títulos no Brasil no valor de
10.

C Conta financeira (outros investimentos) 10


D Reservas 10

18) Conta financeira

Uma filial da Pirelli no Brasil aufere lucros no valor de 5. No


entanto, em vez de enviar tais lucros à matriz, localizada na Itália, decide
reinvestir os lucros aqui no Brasil.

C Conta financeira (reinvestimento) 5


D Balanço de rendas (lucros reinvestidos) 5

Caso os lucros fossem simplesmente enviados, teríamos lançamento


semelhante ao do exemplo 6 (com contrapartida na conta reservas). Mas,
nesse caso, como o lucro foi reinvestido, a contrapartida não será na
conta reservas, mas sim na conta financeira (reinvestimento). Por fim,
note que a operação não alterou o saldo total do BP, nem a variação das
reservas internacionais.

19) Conta financeira

O Brasil, possuidor de excelente nível de reservas internacionais,


decide emprestar dinheiro ao governo dos EUA, em dificuldades
financeiras. O empréstimo foi no valor de 20.

C Reservas 20
D Conta financeira (outros investimentos – empréstimos) 20

Bem, acreditamos que, com estes exemplos, você já tenha


entendido a sistemática dos lançamentos, certo?! Então, prossigamos
com a matéria.

1.5. Crise cambial

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Crise cambial é uma situação tal em que um país não possui meios
de pagamento internacionais para pagar seus compromissos junto aos
não residentes (mercado externo).

Por exemplo, quando importamos uma mercadoria dos EUA, em


teoria, ocorre o seguinte: nós pagamos a mercadoria em R$, esses R$
são entregues ao Banco Central; este, por sua vez, deve entregar US$
para a autoridade monetária dos EUA, para que esta entregue os US$ à
empresa que vendeu a mercadoria ao brasileiro (pessoal, em teoria, é
assim que funciona, ok?!).

Outro exemplo: quando uma empresa brasileira tem que pagar um


empréstimo contraído ou enviar pagamentos de juros, ocorre o seguinte
(na teoria!): a empresa brasileira deve adquirir US$ para realizar os
pagamentos (o credor não receberá os pagamentos em R$), então, ela
entrega R$ ao Banco Central e recebe US$, para que estes sejam
entregues aos credores no mercado externo.

Pois bem, se o Banco Central dispuser de US$ (que é uma divisa,


isto é, um meio de pagamento internacional) em caixa, ele poderá honrar
estas operações sem problemas. Caso não possua US$ em caixa, aí,
temos uma crise cambial. Nestes casos, o país deve dar “o seu jeito” para
honrar os compromissos. Ele poderá pedir empréstimos à comunidade
internacional (ao FMI, por exemplo), poderá declarar moratória10 ou
adotar medidas que visam atrair a entrada de divisas.

Para atrair a entrada de divisas, o país poderá adotar


principalmente, por exemplo:

 Política de estímulo às exportações: quando uma empresa


brasileira exporta, ela recebe em divisas (moeda estrangeira).
Assim, deverá entregar essa divisa ao Banco Central para receber
R$ (afinal, a empresa brasileira, estando no Brasil, precisa de R$ e
não de divisas). Veja que, deste modo, haverá elevação das
reservas internacionais.

 Aumento das taxas de juros: este foi e vem sendo o expediente


predileto das autoridades brasileiras. Quando a taxa de juros
interna é alta, os investidores são estimulados a investir no Brasil
(uma vez que os retornos para eles serão maiores). Desta feita,
entrarão divisas na economia brasileira e isso aumentará as
reservas internacionais. O ponto negativo de tal medida é que, no

10
Moratória é a suspensão do pagamento dos compromissos. As consequências de tal medida

no futuro, arrumar investidores ou até mesmo realizar acordos financeiros ou comerciais.

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futuro, tais investimentos estrangeiros aumentam o endividamento
que deverá ser pago no futuro (o endividamento gera impactos
negativos sobre o balanço de rendas no futuro, devido aos
pagamentos de juros que deverão ser realizados). Enfim, o
aumento da taxa de juros visa a soluções de curto prazo.

1.6. O novo balanço de pagamentos (BPM6)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem ajudado diversos países


a organizar as estatísticas econômicas oficiais por meio de diversos
manuais lançados. Estes manuais representam diretrizes para que os
diversos países do mundo tenham um mesmo sistema de estatísticas,
para que possam registrar suas transações e divulgá-las ao mundo de
maneira uniforme.

O FMI possui um manual específico para o Balanço de Pagamentos,


chamado “Manual do Balanço de Pagamentos” (dããã), mais conhecido
pela sigla em inglês BPM (Balance of Payments Manual).

Como estudamos anteriormente, o BP que vimos até aqui segue a


5ª versão do BPM (chamada BPM5). O BPM5 foi publicado pelo FMI em
2001, mas só posteriormente (2009) incorporado pelo Brasil.

Atualmente, o BPM está em sua 6ª edição (BPM6), publicada no ano


de 2009. No entanto, somente em abril de 2015 foi que o Brasil começou
a publicar as estatísticas do BP de acordo com o BPM6.

Apesar do Banco Central do Brasil já estar atualizado com a nova


metodologia, a literatura nacional ainda trata do Balanço de Pagamentos
de acordo com o BPM5, o que traz alguma dificuldade para a gente, pois
não fica claro em qual metodologia devemos nos basear.

Também não está claro como as bancas de concurso cobrarão o


novo BP. Mas, provavelmente, elas continuarão usando a estratégia de
apresentação de questões que não afirmam expressamente em seus
enunciados que se trata do BP do Brasil, mas sim do BP de algum país
hipotético, o que teoricamente as desobrigaria de utilizar a nova
metodologia.

Ou seja, continuarão cobrando o BPM5.

Seja como for, vale a pena ficar ligado nas principais mudanças.

Um dos principais objetivos do BPM6 foi adequar a nomenclatura do


BP ao Sistema de Contas Nacionais (SNA – System of Nacional Accounts).
Assim, a principal alteração de nomenclatura foi a mudança da “Balança
de Rendas” para “Balança de Renda Primária” e a mudança da conta das

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“Transferências Unilaterais Correntes” para “Balança de Renda
Secundária”.

Além dessa mudança de nomenclatura, houveram mais outras


mudanças nas subcontas.

A nova estrutura do BP ficou assim (negritamos o que mudou):

DISCRIMINAÇÃO
A) BALANÇA COMERCIAL
 Exportações (FOB)
 Importações (FOB)
B) SERVIÇOS
 Serviços de manufatura
 Serviços de manutenção e reparo
 Transportes
 Viagens internacionais
 Construção
 Seguros
 Serviços financeiros
 Serviços de propriedade intelectual
 Telecomunicação, computação e informações
 Aluguel de equipamento
 Outros serviços de negócio
 Serviços culturais, pessoais e recreativos
 Serviços Governamentais
C) RENDA PRIMÁRIA
 Remuneração do fator trabalho (salários e ordenados)
 Rendas de investimentos
 Rendas de investimentos diretos (lucros, dividendos e
juros)
 Rendas de investimentos em carteira
 Rendas de outros investimentos
 Ativos de reserva
D) RENDA SECUNDÁRIA
Renda gerada em uma economia e distribuída para outra.
Movimento de transferências unilaterais na forma de bens e moeda.
E) SALDO EM CONTA CORRENTE/TRANSAÇÕES CORRENTES
TC = A + B + C + D
F) CONTA CAPITAL E FINANCEIRA (CAPITAIS AUTÔNOMOS)
F.1) CONTA CAPITAL
F.2) CONTA FINANCEIRA
 Investimentos diretos no exterior
- Participação no capital e cotas em fundos
- Dívida Intercompanhia
 Investimento direto no país (oriundos de outros
países)

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- Participação no capital e cotas em fundos
- Dívida intercompanhia
 Investimentos em carteira – Ativos e Passivos
- Ações e Cotas em fundos
- Títulos de Renda Fixa
 Derivativos (Ativos e Passivos)
 Outros investimentos (Ativos e Passivos)
- Moedas e Depósitos
- Empréstimos
- Créditos comerciais e adiantamentos
- Demais
 Ativos de Reserva
G) ERROS E OMISSÕES
H) SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS
BP = F.2 – F.1 - E + G
I) VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS OU HAVERES
VRI ou HAVERES = - H

Além da nova estrutura, vale a pena comentar uma outra alteração


importante, que é a nova convenção de sinais.

No BPM5, a convenção aplicada na compilação do BP era registrar


cada transação em duas entradas com valores absolutos iguais. Uma
dessas entradas era designada crédito, com sinal positivo; a outra era
registrada como débito, com sinal negativo. A princípio, a soma de todas
as entradas de crédito é idêntica à soma de todas as entradas de débito,
e o saldo líquido de todas as entradas no BP é igual a zero. Neste
contexto, créditos (exportações, receitas de rendas, de transferências,
reduções nos ativos e aumentos nos passivos) eram apresentados com
sinais positivos, enquanto débitos (importações, despesas de rendas, de
transferências, aumentos nos ativos e reduções nos passivos) eram
registrados com sinal negativo.

No BPM6, sinais positivos indicam exportações e importações,


receitas e despesas de rendas, receitas e despesas de transferências e
aumentos em ativos e passivos. Sinais negativos somente serão utilizados
para indicar renda negativa (perdas) e reduções de ativos ou passivos
(por exemplo, quando investimentos são retornados, os chamados
“desinvestimentos”).

Essa nova convenção busca tornar o BP mais intuitivo, simplificar a


interpretação das estatísticas, e manter a coerência entre as transações
da conta financeira e as variações correspondentes nas posições de ativos
e passivos.

Em resumo, no BPM6, as rubricas da conta financeira foram


alteradas de “créditos e débitos” para “aquisição líquida de ativos

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financeiros” e “incidência líquida de passivos financeiros”; i.e., todas as
mudanças relacionadas aos lançamentos a débito e a crédito são
registradas separadamente em termos líquidos para ativos e passivos
financeiros. Um sinal positivo indica aumento de ativos ou passivos, e um
sinal negativo indica redução de ativos ou passivos.

Segue um resuminho, constante da Nota Metodológica do BACEN:

Bom, vale a pena decorar a fundo o BPM6? Ainda não. Por


enquanto, vale a pena dar uma lida e saber que as principais alterações
são a mudança na nomenclatura das contas e na convenção de sinais.

2. A TAXA E OS REGIMES DE CÂMBIO

2.1. Conceito e generalidades

A taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional11, de uma unidade


de moeda estrangeira. Em outras palavras, a taxa de câmbio é o preço de
uma moeda em termos de outra. Obviamente, há pelo menos tantas
taxas de câmbio quanto moedas estrangeiras. Contudo, a expressão taxa
de câmbio geralmente indica o preço de uma moeda internacional de

11
Este é o conceito utilizado no Brasil, conhecido por cotação do incerto, onde se precifica 01
unidade da moeda internacional em valores da moeda nacional. Exemplo de cotação do incerto: US$
1,00 = R$ 1,80. Exemplo de cotação do certo, que não é utilizada no Brasil: R$ 1,00 = US$ 0,56. Para
questões de prova, utilize a cotação do incerto, mesmo que nada seja dito.

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referência que, no caso brasileiro, é o dólar norte-americano. Assim,
quando falamos que um dólar norte-americano vale R$ 2,00, já estamos
expressando a taxa de câmbio entre as duas moedas:

US$ 1,00 = R$ 2,00

Antes de falarmos do comportamento da taxa de câmbio, devemos


aprender algumas noções bem rudimentares de demanda (procura) e
oferta de um bem. Demanda é a procura de um bem qualquer. Oferta é o
quantum do bem que está disponível no mercado.

O que precisamos guardar mais especificamente é o seguinte:


sempre quando a demanda (procura) de um bem aumenta, o preço
deste bem também aumenta (isso é algo que qualquer um sabe,
mesmo sem estudar economia!). Sempre quando a oferta de um bem
aumenta, o preço deste bem diminui.

Sendo a taxa de câmbio um preço de um bem (preço da divisa, ou


preço da moeda estrangeira), ela será influenciada pela oferta e demanda
de divisas (moeda estrangeira). Assim, ela segue o mesmo
comportamento de qualquer bem: se aumentar a demanda (procura)
dessa divisa, aumenta o valor dessa divisa (=aumento da taxa de
câmbio). Ao mesmo tempo, o aumento do valor da divisa é o mesmo que
dizer que há desvalorização da moeda nacional12. Por outro lado, se
aumenta a oferta da divisa, diminui o valor dessa divisa (=redução da
taxa de câmbio=valorização da moeda nacional13).

Nota: normalmente, quando nos referimos à moeda, utilizamos os


termos “valorização/apreciação” ou “desvalorização/depreciação”. Quando
nos referimos à taxa de câmbio, utilizamos os termos “aumento” ou
“redução”. No entanto, embora não seja comum, ainda podem aparecer
os seguintes termos: desvalorização/valorização da taxa de câmbio. Neste
caso, entenda que estamos falando em desvalorização/valorização da
moeda. Assim:

Aumento da taxa de câmbio = desvalorização da moeda nacional =


desvalorização da taxa de câmbio

Redução da taxa de câmbio = valorização da moeda nacional =


valorização da taxa de câmbio

12
Se a taxa de câmbio aumenta (por exemplo, vai de US$ 1,00 = R$ 2,00 para US$ 1,00 = R$ 3,00),
precisamos de mais R$ para comprar US$ 1,00. Desta feita: aumento da taxa de câmbio =
desvalorização da moeda nacional = valorização da moeda estrangeira.
13
Se a taxa de câmbio diminui (por exemplo, vai de US$ 1,00 = R$ 2,00 para US$ 1,00 = R$ 1,00),
precisamos de menos R$ para comprar US$ 1,00. Desta feita: redução da taxa de câmbio =
valorização da moeda nacional = desvalorização da moeda estrangeira.

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......

Bem, já entendemos que o que determina a taxa de câmbio (preço


da moeda estrangeira ou divisa) é a demanda e a oferta de divisas. Agora
vamos ver os determinantes da demanda e da oferta de divisas.

2.2. Oferta de divisas

A oferta de divisas depende basicamente:

 Do volume de exportações, uma vez que as moedas estrangeiras


recebidas pelas vendas externas têm que ser trocadas por moeda
nacional; e

 Da entrada de capitais externos14, que também precisam ser


trocados por moeda nacional.

Nestas operações, haverá entrada de divisas. Quando um


exportador vende sua mercadoria no mercado internacional, o importador
estrangeiro dessa mercadoria, ao pagar pelo produto, remete divisas ao
Brasil, que fica com os dólares. Percebe-se que a venda externa gerou
oferta de divisas (chegaram dólares ao país exportador). Quando há
entrada de capitais externos, também temos entrada de divisas,
aumentando a oferta das mesmas. Vejamos agora o que determina o
nível das exportações e da entrada de capitais externos:

As exportações serão função da renda do resto do mundo e do nível


de preços internos e externos:

a) Quanto maior a renda do resto do mundo, maior tende a


ser o nível das exportações e da oferta de divisas. Assim,
caso o resto do mundo esteja com a economia aquecida (com
crescimento econômico), a tendência é que o nível das
exportações aumente, aumentando, portanto, a oferta de divisas
(provocando desvalorização da moeda estrangeira15, valorização
da moeda nacional, redução da taxa de câmbio).

b) Quando os preços externos são maiores que os preços internos


(PEXT > PINT), as empresas nacionais preferirão vender seus

14
Quando um capital externo entra no país, ele deve ser trocado por moeda nacional, a fim de que
seja possível ao agente externo realizar transações (comprar títulos, aplicar no mercado financeiro,
realizar investimentos, etc).

15
Lembre que o aumento da oferta de um bem provoca redução no valor deste bem. Pense na divisa
(moeda estrangeira) como um bem qualquer.

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produtos no mercado externo, onde auferirão maiores lucros.
Assim, quando PEXT > PINT, então, o nível de exportações
tende a ser maior, aumentando, por conseguinte, a oferta
de divisas.

A entrada de capitais externos será função do comparativo entre as


taxas de juros internas e externas:

a) Quando as taxas de juros internas são maiores que as taxas


externas (JINT > JEXT), os investidores internacionais preferirão
colocar seu dinheiro no mercado interno, onde auferirão maiores
lucros. Assim, quando JINT > JEXT, então, haverá entrada de
capitais externos, aumentando, por conseguinte, a oferta
de divisas.

2.3. A demanda de divisas

A demanda de divisas, por sua vez, depende:

 Do volume de importações, uma vez que os importadores


nacionais necessitam de moeda estrangeira para pagar suas
compras realizadas em outros países; e

 Da saída de capitais externos, sob a forma de amortizações de


empréstimos, pagamento de juros da dívida externa, fuga de
investidores estrangeiros, investidores nacionais querendo investir
em outros países, etc.

Nestas operações, haverá saída de divisas. Quando um importador


compra uma mercadoria no mercado internacional, ele, obrigatoriamente,
necessitará de divisas para pagar pelo produto. Percebe-se, então, que
essa operação aumenta a demanda de divisas. Também, quando há saída
de capitais externos, temos aumento da demanda de divisas, uma vez
que os investidores necessitarão trocar seus investimentos por moeda
estrangeira e sair com o dinheiro do Brasil (afinal, eles querem sair do
Brasil com US$ na mão, e não com R$; de tal forma que a saída de
capitais externas aumenta a demanda por US$). Vejamos agora o que
determina o nível das importações e da saída de capitais externos:

As importações serão função da renda interna e do nível de preços


internos e externos:

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a) Quanto maior a renda interna (ou PIB), maior tende a ser
o nível das importações e da demanda de divisas16. Assim,
caso o país esteja com a economia aquecida (com crescimento
econômico), a tendência é que o nível das importações aumente,
aumentando, portanto, a demanda de divisas (provocando
valorização da moeda estrangeira17, desvalorização da moeda
nacional, aumento da taxa de câmbio). Por isso, podemos dizer
que o crescimento econômico de um país tende a deteriorar o
saldo da balança comercial (pois há aumento das importações).
Medidas que provoquem recessão na economia (redução da
renda interna) melhoram o saldo da balança comercial.

b) Quando os preços internos são maiores que os preços externos


(PINT > PEXT), os consumidores nacionais preferirão comprar seus
produtos do mercado externo. Em outras palavras, preferirão
importar os produtos, tendo em vista os preços menores no
exterior. Assim, quando PINT>PEXT, então, o nível de
importações tende a ser maior, aumentando, por
conseguinte, a demanda de divisas.

A saída de capitais externos será função do comparativo entre as


taxas de juros internas e externas:

a) Quando as taxas de juros externas são maiores que as taxas


internas (JEXT>JINT), os investidores internacionais preferirão
manter seu dinheiro no mercado externo e, ao mesmo tempo, os
investidores que estão no Brasil preferirão colocar seu capital no
exterior, onde auferirão maiores lucros. Para realizar
investimentos no exterior, esses investidores precisam trocar
seus R$ por divisas. Assim, quando JEXT>JINT, então, haverá
saída de capitais externos, aumentando, por conseguinte,
a demanda de divisas.

2.4. REGIMES CAMBIAIS

2.4.1. Regime de câmbio fixo

No regime de câmbio fixo, a taxa cambial é determinada pelo


BACEN. Ou seja, o BACEN se compromete a comprar e a vender divisas a
um preço fixado por ele. Veja que a taxa não é fixada por uma “canetada”
do BACEN, isso não existe! Na verdade, o BACEN atuará no mercado

16Muito cuidado, pois a afirmação é a seguinte: quanto maior o PIB (ou renda), maior será o nível de
importações. Entretanto, o raciocínio inverso não é verdade. Ou seja, o maior nível de importações
não implica maior PIB ou renda.
17
Lembre que o aumento da demanda de um bem provoca aumento no valor deste bem.

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comprando e vendendo moeda estrangeira (alterando a oferta e a
demanda), de forma que o preço da divisa (taxa de câmbio) seja aquele
que ele determinou.

Veja que, neste caso, onde a taxa é fixa, o BACEN representa uma
importante força demandante ou ofertante de divisas, além daquelas que
vimos nos itens 2.2 e 2.3.

Vale destacar que taxa fixa não é sinônimo de taxa permanente.


Um país pode adotar regime fixo e alterar a taxa diariamente, semelhante
ao que ocorreu com o Brasil na véspera do Plano Real (a taxa do cruzeiro
real era fixa, porém a moeda era desvalorizada constantemente – quase
diariamente – pelo BACEN).

A vantagem desse sistema é facilitar a tomada de decisões dos


agentes financeiros. Devemos notar, entretanto, que, nesse regime
cambial, o BACEN deve possuir moeda estrangeira em volume suficiente
para fazer face a uma situação de excesso de demanda pela moeda
estrangeira à taxa estabelecida – quando houver déficit no BP. Deve
também estar preparado para adquirir qualquer excesso de moeda
estrangeira – superávit no BP -, aceitando, assim, a perda de graus de
liberdade na condução da política monetária.

Quando a taxa é fixa, quando o BACEN desvaloriza a moeda


nacional (aumentar a taxa de câmbio), há significativa contribuição para o
ajuste do BP. Ao desvalorizar a moeda nacional, há estímulo para as
empresas venderem os produtos no exterior e há desestímulo para os
consumidores domésticos comparem os produtos do exterior. Assim, ao
desvalorizar a moeda nacional, a autoridade monetária incentiva as
exportações e desincentiva as importações18, melhorando o saldo da BC
e, por conseguinte, do BP.

Quando há inflação interna maior que a externa, nós teremos


incentivo às importações e desincentivo às exportações, uma vez que os
preços internos são maiores que os preços externos. Logo, os
consumidores preferirão comprar os produtores estrangeiros, que estão
mais baratos, e os produtores também não quererão exportar, pois os
produtos estão mais baratos no mercado externo. Para evitar crises

18
Imagine que um bem custe US$ 1,00. Se a taxa de câmbio for US$ 1,00 = R$ 1,00, ao comprar este
produto de uma empresa estrangeira, o brasileiro desembolsará R$ 1,00. Se o produtor brasileiro
vender este mesmo produto no exterior, auferirá com a venda R$ 1,00. Entretanto, se a moeda for
desvalorizada com a taxa de câmbio passando, por exemplo, para US$ 1,00 = R$ 2,00, a compra do
mesmo bem implicará para o consumidor um aumento de 100% no preço (o consumidor brasileiro
pagava R$ 1,00; agora paga R$ 2,00). Ao mesmo tempo, o produtor receberá pelo mesmo bem o
dobro (o produtor recebia R$ 1,00, agora receberá R$ 2,00). Ou seja, a desvalorização inibiu as
importações e incentivou as exportações, melhorando o saldo da BC e, por conseguinte, do BP.

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cambiais, o BACEN deve desvalorizar periodicamente a moeda nacional,
pois, como nós vimos, essa desvalorização contribui para o ajuste do BP.

Um exemplo desta situação ocorreu no Brasil às vésperas da


implantação do Plano Real. O Brasil possuía inflação interna (muito) maior
que a inflação externa, assim, o BACEN desvalorizava (quase)
diariamente a moeda nacional (aumentava a taxa de câmbio) para evitar
uma crise cambial.

Ademais, ao adotar taxas fixas, o BACEN precisa manter a taxa de


câmbio no nível que ele quer por intermédio da compra e venda de
divisas no mercado cambial. Neste caso, para prosseguir com esse tipo de
regime cambial, a autoridade monetária abdica do controle da oferta
monetária como instrumento de política econômica19.

A oferta monetária (quantidade de dinheiro circulando na economia)


é um importante instrumento de política econômica, por meio do qual o
BACEN pode estimular/desestimular o emprego, aumentar/reduzir as
taxas de juros, etc. Em regimes cambiais fixos, o BACEN perde esse
instrumento de política econômica, pois terá que se preocupar em manter
a taxa de câmbio fixa.

Por outro lado, essa mesma perda de autonomia da política


monetária pode, às vezes, ser encarada como um fator positivo, pois isso
elimina a discricionariedade na condução da política monetária,
uma vez que é a taxa de câmbio (que é fixa) quem vai determinar a
quantidade de moeda na economia. Isto é conhecido como âncora
cambial da política monetária.

Assim, podemos apresentar, resumidamente, uma vantagem e duas


desvantagens dos regimes cambiais fixos:

o Vantagem: segurança aos agentes econômicos;

o Vantagem: redução da discricionariedade na condução da política


econômica;

19
Quando o BACEN compra e vende moeda estrangeira no mercado cambial, ele também altera a
quantidade de moeda (M1) na economia. Ao comprar moeda estrangeira, ele faz política monetária
expansiva, pois recebe moeda estrangeira e entrega R$ à economia, aumentando a quantidade de
moeda (M1). Ao vender moeda estrangeira, ocorrerá o contrário: o BACEN entrega US$ à economia
e recebe R$, reduzindo a quantidade de moeda na economia (política monetária restritiva). Adotado
o câmbio fixo, o BACEN está a todo o momento comprando e vendendo moeda estrangeira; logo, a
quantidade de M1 também estará variando. Desta forma, ele perde o controle da oferta monetária,
uma vez que esta estará variando toda vez que o BACEN atua no mercado de câmbio a fim de
manter a cotação desejada. Se isto ficou um pouco confuso, aguarde, pois maiores detalhes serão
vistos na aula sobre política monetária.

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o Desvantagem: necessidade de desvalorizações constantes quando a
inflação interna é maior que a externa (isto praticamente anula a
vantagem da segurança que proporciona aos agentes);

o Desvantagem: perda do controle da oferta monetária como


instrumento de política econômica.

Por fim, em regimes fixos, a nomenclatura utilizada para mudanças


no valor da moeda é valorização e desvalorização.

2.4.2. Regime de taxas flutuantes (ou flexíveis)

A taxa de câmbio é determinada livremente no mercado de divisas,


mediante a oferta e a demanda por divisas, sem nenhuma intervenção do
BACEN. Assim, o preço da divisa será determinado exatamente onde a
oferta de divisas iguala a demanda de divisas (como se fosse um bem
qualquer, onde o equilíbrio é atingido quando a oferta iguala a demanda).

A vantagem deste sistema é que, como a taxa flutua até o ponto


onde a demanda de divisas é igual à oferta de divisas, o BP estará sempre
em equilíbrio, uma vez que o saldo do BP é a diferença entre a entrada de
divisas20 e a saída de divisas21. Se no regime flutuante, a demanda por
divisas iguala a oferta de divisas (entrada=saída ou demanda=oferta),
automaticamente, o saldo do BP será sempre ZERO, ou seja, estará
sempre equilibrado, não exigindo qualquer ação do governo para tal.

A desvantagem é a incerteza que provoca em relação ao futuro. A


taxa de câmbio pode ficar sujeito ao movimento de capitais especulativos
ou demais ações de agentes privados. Assim, os agentes podem se sentir
inseguros e isso pode desestimular a produção e os investimentos.
Havendo flutuação excessiva da taxa de câmbio, as transações
internacionais podem ser dificultadas.

Podemos, então, apresentar uma vantagem e uma desvantagem da


adoção de regime flutuante:

o Vantagem: equilíbrio automático do BP;

o Desvantagem: instabilidade da taxa de câmbio pode desincentivar


algumas transações econômicas.
20
A entrada de divisas (por exemplo, operação de exportação) representa as situações onde entram
moeda estrangeira no mercado brasileiro. Ao mesmo tempo, essa entrada de divisas representa a
oferta.
21
A saída de divisas (por exemplo, operação de importação) representa as situações onde saem
moeda estrangeira do mercado brasileiro. Ao mesmo tempo, essa entrada de divisas representa a
demanda.

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Por fim, em regimes flutuantes, a nomenclatura utilizada para


mudanças no valor da moeda é apreciação e depreciação.

2.4.3. Flutuação suja (dirty floating)

Esse sistema difere do flutuante por estar sujeito a intervenções


pontuais do BACEN, com o objetivo de diminuir a volatilidade associada
ao sistema de câmbio flutuante. Se o mercado estiver estável, ele
funciona como flutuante; já se estiver muito oscilante ou o patamar da
taxa de câmbio estiver atrapalhando o desempenho econômico, o BACEN
intervém ou para estabilizar ou para direcionar a taxa para o patamar
desejável. Em alguns textos, é também chamada de managed floating –
flutuação administrada.

2.4.4. Sistema de bandas

Tem a seguinte lógica: definem-se valores limites que a taxa de


câmbio pode assumir; dentro desses limites, o sistema funciona como se
fosse flutuante, e nos limites, como câmbio fixo, evitando rompê-los.
Assim, no sistema de bandas, define-se uma taxa central e um intervalo
de variação, por exemplo, mais ou menos x%. Quando existe uma
pressão pela desvalorização da moeda nacional, levando o sistema ao
limite superior, o BACEN intervém, vendendo moeda estrangeira e
comprando moeda nacional22. No caso oposto, quando ameaça romper o
limite inferior, o BACEN age em sentido oposto.

2.5. Relação entre taxas de juros e câmbio

Considerando um regime flutuante de câmbio, um aumento da taxa


de juros provocará entrada de capital externo (entrada de divisas). A
maior oferta de divisas provocará redução do valor da moeda estrangeira,
o que significa que a moeda nacional será apreciada (depreciação da
moeda estrangeira = apreciação da moeda nacional). Isto, por sua vez,
prejudicará o saldo da BC (para ver o porquê, leia nota de rodapé 22).

Por outro lado, o aumento dos juros internos provocará aumento no


saldo da conta financeira do BP, uma vez que provocará entrada de
capital externo na forma de investimentos e capitais especulativos. O
resultado final sobre o BP, no curto prazo, é melhorar o saldo do BP (pela
entrada de capitais que ocorre mais rapidamente que a piora do saldo da

22
Ao vender moeda estrangeira, o BACEN está depreciando a moeda estrangeira e apreciando a
moeda nacional (reduzindo a taxa de câmbio), de forma que a cotação da taxa de câmbio não
continue a subir, rompendo o limite superior.

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BC). Mas, em longo prazo, a tendência é haver uma piora do saldo do BP,
tendo em vista os juros do capital externo, que deverão ser pagos no
futuro, e a piora do saldo da BC.

A redução nas taxas de juros internas provocará fuga de capital


externo (saída de divisas = demanda de divisas). Isso provocará
apreciação da moeda estrangeira e depreciação da moeda nacional,
melhorando o saldo da BC. Ao mesmo tempo, a fuga de capitais
provocará redação no saldo da conta financeira do BP. Aqui, o resultado
final, a curto prazo, será a piora no saldo do BP e, a longo prazo, a
melhora do saldo (a saída de capitais ocorre mais rapidamente que a
melhora no saldo da BC).

2.6. Relação entre inflação e câmbio

É amplamente aceito pela melhor doutrina (e pelas bancas de


concurso) que desvalorizações/depreciações da moeda nacional
(=aumento da taxa de câmbio) tendem a aumentar a inflação. Quando a
moeda nacional é desvalorizada, os produtos importados ficam mais
caros. Como tais produtos, em inúmeros casos, são insumos de
fabricação (o petróleo é um exemplo) de vários produtos nacionais,
então, podemos dizer que a desvalorização cambial, ao provocar o
aumento de preços dos produtos importados, tende a aumentar também
os preços internos, provocando inflação.

Por outro lado, quando há valorização/apreciação da moeda


nacional, haverá desincentivo à inflação, uma vez que os produtos
importados tendem a ficar mais baratos. Além do fato de vários desses
produtos serem insumos, há também a questão da âncora cambial.
Deixe-nos explicar o que é isso. Quando a moeda nacional é valorizada e,
portanto, podemos comprar os produtos importados a preços baixos, isso,
naturalmente, cria uma competitividade com o setor produtivo nacional.
Afinal, as empresas nacionais não poderão aumentar muito os preços dos
produtos nacionais, caso contrário a população somente comprará os
importados, que estarão mais baratos devido à taxa de câmbio. Assim, os
produtos importados baratos (devido à moeda nacional estar valorizada)
impõem uma “trava” ou servem como uma “âncora” ao aumento de
preços dos produtos internos. Isso (moeda nacional valorizada)
certamente contribui para o controle da inflação.

O expediente da âncora cambial foi importantíssimo para garantir o


controle da inflação após a implantação do Plano Real. Vocês lembram
que, nos primeiros anos do R$, com menos de R$ 1,00, podíamos
comprar US$ 1,00. Ou seja, a moeda nacional estava super valorizada e
isso “travava” os preços internos, auxiliando no controle da inflação. A
contrapartida maléfica eram os constantes saldos negativos na BC, uma

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vez que as importações superavam as exportações. Mas isso já é outra
história (é tópico de Economia Brasileira). Para este tópico, é importante
apenas que você saiba que desvalorização cambial provoca inflação, ok?!

2.7. AJUSTES DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

Inicialmente, nossa ideia era abordar este tópico no próprio item 1,


onde vimos o BP. No entanto, tendo em vista necessitarmos de alguns
entendimentos sobre câmbio para entendermos os ajustes no BP,
decidimos falar sobre eles só ao final da aula.

Salvo no regime de taxas cambiais totalmente flutuantes, o BP só


se equilibra por coincidência. O país poderá incorrer em superávits
(entraram mais divisas do que saíram) ou em déficits (saíram mais
divisas do que entraram). Nada impede que o país registre superávits.
Neste caso, estará aumentando as reservas internacionais. Os déficits,
entretanto, só podem continuar a existir enquanto houver reservas ou
outros capitais compensatórios (empréstimos, ouro, DES, etc) que os
financiem. Assim, déficits permanentes têm que ser corrigidos. Seguem
algumas medidas para isso:

a) Desvalorizações cambiais;
b) Redução do nível de atividade econômica;
c) Restrições tarifárias ou quotas às importações;
d) Subsídios às exportações;
e) Aumento da taxa interna de juros;
f) Controle da saída de capitais e de rendimentos para o exterior.

A desvalorização cambial desincentiva as importações (os produtos


importados ficam mais caros) e incentiva as exportações (os exportadores
recebem, em moeda nacional, um montante maior pelas vendas).

A redução do nível de atividade econômica contribui para a redução


do déficit em TC (e também do BP conseqüentemente) porque, com
menor renda interna, haverá menor nível de importações (lembre que nós
vimos que o nível de importações é dependente da renda interna; existe
uma relação direta entre importações e renda interna). Ao mesmo tempo,
o desaquecimento do mercado interno incentivará as empresas nacionais
a buscarem novos mercados no exterior, o que aumentará o nível de
exportações e renda recebida do exterior na forma de lucros. Esta medida
de ajuste do BP deve ser utilizada em último caso, já que representa uma
antieconomia (afinal, o objetivo da política econômica é gerar
prosperidade, e não provocar recessões ou redução da renda interna).

As restrições tarifárias ou quantitativas às importações e os


subsídios às exportações têm o objetivo de melhorar o saldo da balança
comercial, restringindo ao máximo o nível de importações e incentivando

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as exportações. Estes instrumentos são considerados inferiores
tecnicamente às desvalorizações cambiais, pois distorcem a alocação de
recursos, restringem o comércio internacional e desestimulam o ingresso
de capitais externos no país.

Os dois últimos expedientes (letras e e f) procuram melhorar o


balanço de pagamentos, ou atraindo, ou evitando a fuga de capitais
autônomos. O aumento da taxa de juros interna atrai o capital dos
investidores estrangeiros, que vêm em busca de maior rentabilidade. Este
recurso tem o efeito negativo de aumentar o endividamento no longo
prazo (estes juros prometidos deverão ser pagos no futuro). O controle
da saída de capitais, embora possa ser utilizado em um curtíssimo prazo,
prejudica o ingresso de capitais externos no futuro (em longo prazo), já
que ninguém gosta de investir num país onde seus recursos possam ficar
bloqueados.

................

Apresentamos agora o que nós consideramos como a parte mais


difícil da aula. São temas bem técnicos. A probabilidade de cair isso na
prova é baixa, mas pode acontecer.

Adendo 1: A condição Marshall-Lerner

Geralmente, quando se fala que a desvalorização cambial melhora o


saldo do BP, estamos supondo que vale a condição de Marshall-Lerner,
que resume algumas proposições desenvolvidas pelos economistas Alfred
Marshall e Abba Lerner.

Estas proposições visam prever o comportamento das exportações


e importações caso o país seja grande no comércio internacional. Quando
um país é pequeno (isto é, o volume de exportações e importações
represente uma pequena parcela do comércio mundial), a desvalorização
da moeda conduz inevitavelmente a uma melhoria no saldo da balança
comercial e, por conseguinte, no saldo do balanço de pagamentos.

No entanto, quando o país é grande, isto nem sempre será verdade.


A desvalorização da moeda barateia as exportações de um país e, no caso
de um país ser um grande “player” no mercado internacional, a redução
do preço de suas mercadorias pode ser inferior ao aumento do volume
das exportações. Neste caso, o valor recebido com as exportações será
diminuído por ocasião de uma desvalorização cambial.

Se o país for grande no comércio internacional, a desvalorização


cambial só melhorará o saldo da balança comercial se forem atendidas
algumas condições. Estas condições, em conjunto, são chamadas de

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“condição de Marshall-Lerner”. Não é nosso objetivo aqui discutir quais
seriam estas condições, pois isto não vai cair na prova.

Assim, em questões de prova, se for falado em condição Marshall-


Lerner, tudo o que você precisa saber é o que você já sabe (rs!): uma
desvalorização cambial vai melhorar o saldo da balança comercial
(independente se o país for pequeno ou grande).

Adendo 2: o financiamento do resto do mundo

Na aula passada, nós vimos que a poupança externa é um dos itens


que forma a poupança (S=SP+SG+SEXT) e que poupança é igual a
investimento (I=S), no sentido de que são os recursos da poupança que
financiam e viabilizam os investimentos. Vimos também que a poupança
externa é o mesmo que déficit no balanço de pagamentos em transações
correntes (SEXT=-TC).

Nesta esteira, podemos dizer que a poupança externa (SEXT)


financia parte dos investimentos (I) em território nacional. Em outras
palavras, quando temos déficit em transações correntes, isto significa que
o resto do mundo financia parte de nossos investimentos com alguma
parte de sua poupança. Neste caso, o resto do mundo nos financia.

Analisando do ponto de vista inverso, podemos dizer que quando


temos superávit em transações correntes, o Brasil financia o resto do
mundo com alguma parte de sua poupança. Neste caso, o Brasil financia
o resto do mundo. Ou seja, havendo superávit em TC, ocorre justamente
o contrário, é só inverter o raciocínio.

Sabemos que as conclusões são um pouco estranhas, mas podem


cair em prova. É bom estar atento!

Adendo 3: taxa real X taxa nominal de câmbio

A taxa de câmbio que nós aprendemos na aula é a taxa de câmbio


nominal, que representa os termos pelos quais são trocadas duas moedas
de países diferentes. No entanto, quando comparamos diferentes moedas
em diferentes países, devemos prestar atenção aos índices de preços
(inflação) dos países, pois isto provocará impactos na relação do poder de
compra das duas moedas.

Imagine uma situação em que a taxa nominal de câmbio entre o R$


e o US$ seja e=1, onde “e” é a taxa de câmbio. Ou seja, US$ 1,00=R$
1,00. Agora, suponha que ocorra uma depreciação da moeda nacional e a
taxa de câmbio passe para e=1,5 (US$ 1,00=R$ 1,50). Baseado nisto, o

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que aconteceria com a competitividade das exportações brasileiras, ou
com o nível das importações de mercadorias americanas?

Na análise anterior, nós aprendemos que o aumento da taxa de


câmbio (depreciação da moeda nacional) provoca aumento do nível de
exportações e redução do nível de importações, melhorando o saldo
comercial. No entanto, tal conclusão repousa na suposição de que todos
os preços permanecem constantes. Mas qual seria a resposta se os preços
nos EUA ou no Brasil também tivessem se alterado?

Quando os preços internos e externos se alteram, a taxa nominal de


câmbio nem sempre se mostra um parâmetro correto para medir a
competitividade dos produtos domésticos no mercado externo, bem como
dos produtos estrangeiros no mercado interno. Isso ocorre porque a
competitividade depende dos preços relativos das mercadorias domésticas
e estrangeiras, quando avaliadas em termos de uma mesma moeda.

Para evitar este problema, elaboramos uma expressão que mede a


taxa real de câmbio (E), com a seguinte fórmula:

Onde “E” é a taxa real de câmbio, “e” é a taxa nominal de câmbio,


“PEXT” é o índice de preços externos, “PINT” é o índice de preços interno.

Usando os dados do exemplo anterior, se a taxa de câmbio


aumentasse em 50% (“e” aumenta de 1 para 1,50), e o índice de preços
no Brasil fosse 60% e nos EUA fosse 2%, qual seria a taxa de câmbio
real?

Substituindo os valores na expressão (e=1,5; PEXT=1,02 e


PINT=1,6), teríamos E = 1,5.(1,02/1,6)  E = 0,95. Observe que, em
razão dos índices de preços externo e interno, uma taxa nominal de
câmbio e=1,5, na verdade, equivale a uma taxa real de câmbio E=0,95.

Nesta situação especial, o aumento da taxa nominal de câmbio em


50%, associado aos índices de preços externo e interno, indica uma
redução da taxa real de câmbio. Isto indica que haverá aumento das
importações e redução das exportações, piorando o saldo comercial do
país. Veja que a explicação é intuitiva: se os preços internos são maiores
que os externos, haverá estímulo a comprar produtos importados, que
estão relativamente mais baratos, o que aumentará o nível de
importações. Ao mesmo tempo, os produtos internos mais caros estarão
menos competitivos no exterior, reduzindo o nível de exportações.

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Em uma questão de prova, se for falado nos índices de preços
externo e interno, você deve utilizar a taxa real de câmbio para saber
possíveis impactos da mesma sobre a balança comercial. Se nada for
falado sobre os índices de preços, utilize o raciocínio convencional:
aumento da taxa  depreciação da moeda nacional  aumenta
exportações e reduz importações.

Adendo 4: A paridade do poder de compra (PPC)

A teoria da paridade do poder de compra (PPC) nos diz que o valor


real de uma moeda qualquer deve ser igual em todas as partes do
mundo. A PPC é fundada na hipótese conhecida como lei do preço único.

Essa hipótese estabelece que o mesmo bem não pode ser vendido
por preços diferentes, em lugares diferentes, ao mesmo tempo. É claro
que isto é apenas uma hipótese teórica, de difícil aplicação prática. No
entanto, ela pode ser facilmente embasada e explicada pela teoria
econômica.

Suponha que o quilo da carne seja vendido a um preço mais baixo


no Mato Grosso do que em São Paulo. Se isto é verdade, é lucrativo
comprar carne no MT e vendê-la em SP. Essa oportunidade de lucro é
explorada por negociantes chamados de arbitragistas – pessoas que
compram barato em um lugar, e vendem caro em outro lugar.

Acontece que à medida que os arbitragistas vão tirando proveito


desta situação, eles aumentam a demanda por carne em MT e também
fazem aumentar a oferta de carne em SP. O aumento da demanda de
carne em MT faz seu preço aumentar, e o aumento da oferta de carne em
SP faz seu preço diminuir. A situação perdura até que os preços fiquem
iguais nos dois locais. Essa é a hipótese da lei do preço único, a qual
serve de fundamento para a PPC.

A lei do preço único diz que US$ 1,00 deve ter o mesmo poder de
compra em todos os países. Se US$ 1,00 tiver maior poder de compra em
um país do que em outro, os arbitragistas, inicialmente, realizariam suas
operações visando lucros de compra/venda de moeda estrangeira. No
entanto, a situação perduraria por um tempo limitado, obedecendo ao
mesmo princípio que foi exposto no exemplo da carne em MT e em SP.

Ou seja, em essência, o que a PPC nos diz é que a taxa de


câmbio real deve ser constante, de modo a garantir o poder de
compra da moeda em qualquer lugar do mundo.

Existe uma fórmula que é utilizada para calcular as desvalorizações


nominais que corrigem as alterações dos níveis de preço interno e

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externo, de tal forma que a taxa de câmbio real se mantenha constante.
Em outras palavras: a fórmula calcula as desvalorizações nominais que
corrigem as valorizações reais causadas pela inflação de maneira a se
manter a paridade do poder de compra. A expressão é chamada de
fórmula de Cassel da PPC:

Onde e´=nova taxa nominal de câmbio a fim de manter a PPC,


e=taxa nominal de câmbio antiga, PINT é o índice de preços interno e PEXT
é o índice de preços externo.

Por exemplo, suponha que a inflação no Brasil, em determinado


período, foi de 10% (PINT=1,1), enquanto a inflação nos EUA, para o
mesmo período, foi de 5% (PEXT=1,05). Segundo o que aprendemos no
adendo 3, pela fórmula da taxa real de câmbio, haverá redução da taxa
real de câmbio.

Caso queiramos saber o quanto devemos aumentar a taxa nominal


de câmbio a fim de manter a PPC (manter constante a taxa real de
câmbio), devemos utilizar a fórmula de Cassel da PPC:

Ou seja, para este exemplo, a nova taxa nominal de câmbio a fim


de manter a PPC deverá ser igual à antiga mais um acréscimo de 4,7% (a
taxa nominal de câmbio deverá aumentar – ser desvalorizada – em
4,7%).

É claro que essa doutrina da paridade do poder de compra não é


100% realista. Embora possamos explicá-la de modo lógico, ela não se
aplica de modo perfeito na prática. Alguns bens, por exemplo, não são
facilmente comercializados, o que invalida de certo modo o comércio dos
arbitragistas, sendo que este comércio é uma hipótese que fundamenta a
lei do preço único e a própria PPC. Por exemplo, um aluguel que é
cobrado em SP não pode ser transportado para o MT. O mesmo acontece
com vários outros serviços. Outros bens demandam custos de transporte
relativamente altos, o que limita bastante a ação dos arbitragistas nas
ações de comprar barato e vender caro em diferentes locais.

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Para questões de prova, se isto cair, o importante é que você saiba
decorada a fórmula de Cassel (ela é diferente da fórmula da taxa real de
câmbio, aprendida no adendo 3) e tenha a noção que a PPC significa
manter a taxa real de câmbio constante, a fim de que se possa analisar
de modo estável a evolução comercial de um país.

Adendo 5: Paridade da taxa de juros

Nós vimos no estudo do BP que um país pode receber dinheiro do


exterior, assim como pode enviar também. Os investimentos recebidos
são contabilizados na conta financeira (capitais autônomos). Quando um
investidor “põe” dinheiro em um país, o que ele busca é a remuneração
através dos juros. Nós até vimos no estudo do BP que essa remuneração
de juros é contabilizada no balanço de rendas (item das transações
correntes).

Pois bem, quando um investidor decide em qual país investir, ele


levará em conta não somente a taxa de juros, mas também a taxa de
câmbio. Afinal, para investir no Brasil, por exemplo, ele deve converter
US$ em R$. Pois ele precisará em R$ para comprar os títulos nacionais.
Para sair com o dinheiro do Brasil, por sua vez, ele deve converter
novamente R$ em US$, pois, no exterior, ele não precisa de R$, mas sim
de US$. Desta maneira, o investidor, ao tomar sua decisão de
investimento, não observa somente a taxa de juros, mas também a
questão do câmbio, especialmente o câmbio futuro, ou o câmbio que o
investidor espera no momento futuro em que ele retirar o dinheiro do
Brasil.

Se houver uma desvalorização do R$ (aumento da taxa de câmbio)


no momento em que o investidor for retirar o dinheiro do Brasil, ele
perderá parte de seu investimento, pois conseguirá comprar menos US$
com a quantidade de R$ que possui.

Desse modo, o que importa para o investidor é o quanto, em


porcentagem, a taxa de câmbio vai aumentar pela sua
estimativa/expectativa. Esse aumento percentual da taxa de câmbio nos
dá uma expressão que podemos chamar de expectativa do câmbio:

Onde et é a taxa de câmbio no período atual (período “t”), e et+1 é a


taxa de câmbio no período futuro (período “t+1”). A expressão acima nos
dá a variação percentual da taxa de câmbio entre dois períodos. Por
exemplo, se a taxa de câmbio em “t” é e=1 (US$ 1,00 = R$ 1,00) e, em

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“t+1”, é estimada em e=1,5 (US$ 1,00 = R$ 1,50), a expectativa de
câmbio (aumento percentual da taxa de câmbio) é de 0,50, ou 50%.

No exemplo acima, a expectativa de câmbio diz que o investidor


será prejudicado, pois, no momento, de trocar R$ por US$ e sair do país,
seus R$ valerão menos e ele comprará bem menos US$ em “t+1” do que
poderia comprar no período “t”.

Para esta situação, o investidor só colocará o dinheiro no Brasil se a


taxa de juros interna for maior que a taxa de juros externa e, ao mesmo
tempo, compensar essa desvalorização cambial que é esperada para o
R$. Assim, temos o seguinte:

iINT = iEXT + Expectativa de câmbio

iINT = iEXT + (et+1 – et)/et

A expressão em negrito nos diz que a taxa de juros interna deve


ser, no mínimo, igual à taxa de juros externa mais a expectativa de
desvalorização do câmbio. Quanto maior for a expectativa de
desvalorização do câmbio, maior deve ser a taxa de juros interna, para
que o investidor decida investir no Brasil. Por outro lado, se houver a
expectativa de valorização do câmbio, a taxa de juros interna exigida será
menor em razão desta expectativa de valorização do R$.

Se pegarmos a expressão em negrito, e isolarmos a taxa de câmbio


no período atual (et), encontraremos o seguinte depois das manipulações
algébricas:

A expressão, que nos diz a condição da paridade descoberta23 da


taxa de juros, nos mostra que um aumento da taxa de juros interna faz
reduzir a taxa de câmbio atual, et (lembre que os juros internos estão no
denominador). Intuitivamente, isto pode ser facilmente explicado. Se os
juros internos são altos, isto deve atrair capitais externos, aumentando a
oferta de divisas estrangeiras. O aumento da oferta de moeda estrangeira
provoca a desvalorização da divisa, por consequência, a moeda nacional é
valorizada, o que significa dizer que haverá redução da taxa de câmbio.
Ou seja, se iINT aumenta, et diminui.

.............

23
É muito comum a adoção d descoberta nte para
o investidor, tendo em vista que ele está desprotegido das variações do mercado cambial.

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Esses adendos 3, 4 e 5, realmente, não são nada simples, não é
verdade?! Pensando nisso, decidimos montar esse quadro, no intuito de
reduzir um pouco a confusão que pode surgir a partir dos conceitos
abordados:

Assunto/teoria Ideia principal Fórmula principal


As diferenças nos índices de
Taxa real de preços provocam impactos
câmbio na relação de poder de
compra entre 02 moedas.
Paridade do A taxa de câmbio real se
poder de mantém constante, devido à
compra (PPC) hipótese lei do preço único.
A taxa de juros interna deve
ser, no mínimo, igual à taxa
Paridade da
de juros externa mais a
taxa de juros
expectativa de
desvalorização do câmbio.

3. RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS

A crescente globalização, as novas tecnologias da informação


e a “queda” das barreiras geográficas mudaram radicalmente nossa forma
de ver e entender o mundo. O mundo hoje é mais rápido, dinâmico.
Acontece alguma coisa do outro lado do mundo e praticamente no mesmo
instante já sabemos o que aconteceu por aqui.

Esses fatores também influenciaram a economia. Os países mais do


que nunca intensificaram suas relações econômicas. Exportações e
Importações são pauta frequente nos noticiários, jornais, revistas
especializadas e até em revistas “leigas”.

O comércio exterior cresceu em importância na Economia dos


países e como Brasil não é diferente.

O comércio internacional compreende toda a circulação de bens e


serviços entre as fronteiras dos países, abrangendo as operações de
compra e venda, aluguel, leasing, doação, financiamento e consignação,
dentre outras.

Em suma, não importa a natureza da operação realizada; se ela


envolver circulação de mercadorias e serviços entre países, poderemos
considerá-la dentro do escopo do comércio internacional.

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Dessa forma, dá-se o nome de comércio internacional ao conjunto
global de relações comerciais estabelecidas pelos países entre si, por meio
das quais estes buscam satisfazer suas necessidades.

Dentre as várias teorias que explicam porque o comércio


internacional é realizado, duas se destacam: A teoria das vantagens
absolutas e a teoria das vantagens comparativas. Vejamos como essas
teorias são construídas:

3.1. Teoria das Vantagens Absolutas

A Teoria das Vantagens Absolutas foi criada por Adam Smith no


final do século XVIII. As ideias de Adam Smith tinham como fundamento
principal o liberalismo comercial (livre comércio). Segundo ele, para que a
sociedade como um todo saísse ganhando, cada país deveria se
especializar na produção dos bens em que fosse mais eficiente. Vamos a
um exemplo bem clássico!

Imagine dois países (Brasil e Inglaterra). No Brasil, um trabalhador


consegue produzir 2 sapatos/hora e 5 bolsas/hora. Na Inglaterra, um
trabalhador consegue produzir 5 sapatos/hora e 2 bolsas/hora. Segundo
Adam Smith, o Brasil deveria se especializar na produção de bolsas
enquanto a Inglaterra se especializa na produção de sapatos.

Assim, com cada país se especializando na produção de um bem,


teríamos ao final de 4 horas de trabalho:

- No Brasil: 5 bolsas / h x 4 h = 20 bolsas

- Na Inglaterra: 5 sapatos / h x 4h = 20 sapatos

Concluímos que: A sociedade como um todo produz 20 bolsas e


20 sapatos.

Se ninguém se especializasse em nada e cada país trabalhasse 2


horas na produção de sapatos e 2 horas na produção de bolsas, teríamos:

- No Brasil: 5 bolsas / h x 2 h= 10 bolsas – 2 sapatos/h x 2 h = 4


sapatos

- Na Inglaterra: 2 bolsas / h x 2 h = 4 bolsas – 5 sapatos/h x 2 h =


10 sapatos

Concluímos que: A sociedade como um todo produz 14 bolsas e


14 sapatos

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Comparando as duas situações, perguntamos: é melhor para a
sociedade como um todo que cada país se especialize na produção de um
bem ou que ambos produzam os dois bens?

É melhor para um sociedade como um todo que cada país se


especialize na produção de um bem, o que referenda a tese de Adam
Smith.

Repetindo para que você guarde: pela Teoria das Vantagens


Absolutas, cada país deve se especializar na produção de bens em que
seja mais eficiente.

3.2. Teoria das Vantagens Comparativas

Segundo a Teoria das Vantagens Absolutas, cada país deveria se


especializar na produção dos bens em que fosse mais eficiente.

Mas aí é que vem a pergunta: e se um país for mais eficiente na


produção de todos os bens? Será possível o comércio internacional?

A resposta a essa questão nos é dada pela Teoria das Vantagens


Comparativas!

Vejamos a situação abaixo!

Imaginemos 2 países (Brasil e Inglaterra). No Brasil, um


trabalhador consegue produzir 2 sapatos/hora ou 3 bolsas/hora. Na
Inglaterra, um trabalhador consegue produzir 8 sapatos/hora ou 4
bolsas/hora.

Nessa situação, a Inglaterra é mais eficiente tanto na produção de


sapatos quanto na produção de bolsas. No entanto, a Inglaterra é
relativamente mais eficiente na produção de sapatos do que na produção
de bolsas. E, por isso, segundo a Teoria das Vantagens Comparativas, ela
deverá se especializar na produção de sapatos.

Assim, com a Inglaterra se especializando na produção de sapatos e


o Brasil se especializando na produção de bolsas, teríamos ao final de 4
horas de trabalho:

- Na Inglaterra: 8 sapatos/h x 4 h = 32 sapatos

- No Brasil: 3 bolsas/h x 4 h = 12 bolsas

Concluímos que: A sociedade como um todo produz 32 sapatos e


12 bolsas

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Se ninguém se especializasse em nada e cada país trabalhasse 2
horas na produção de sapatos e 2 horas na produção de bolsas, teríamos:

- Na Inglaterra: 8 sapatos/h x 2 h = 16 sapatos – 4 bolsas/h x 2 h


= 8 bolsas

- No Brasil: 2 sapatos/h x 2 h = 4 sapatos – 3 bolsas/h x 2h = 6


bolsas

Concluímos que: A sociedade como um todo produz 20 sapatos e


14 bolsas.

Comparando as duas situações, é melhor que cada país se


especialize na produção de um bem ou que ninguém se especialize em
nada?

Para a sociedade como um todo, é melhor que cada país se


especialize na produção do bem em que possua vantagens comparativas,
isto é, que cada país se especialize na produção de bens em que é
relativamente mais eficiente.

Dessa forma, pela Teoria das Vantagens Comparativas, o comércio


internacional será a alternativa mais viável ainda que um país seja mais
eficiente na produção de todos os bens.

Essas duas teorias nos ajudam a explicar que o comércio


internacional, em regra, é favorável aos países e à sociedade como um
todo. Grande parte do comércio internacional é realizado através das
exportações e importações.

3.3. Termos de troca, poder de compra das importações e


capacidade de importar

Termos de troca ou relações de trocas são termos do comércio


internacional que representam uma relação entre os preços praticados
nas importações e nas exportações de um determinado país. É como se
quiséssemos comparar o poder aquisitivo de dois países que mantenham
um comércio entre si.

Esses termos são índices que são usados para um país possa
comparar preços, quantidades e outros dados das exportações de um país
com suas próprias importações. De forma mais simples, os termos de
troca refletem o preço que um país recebe quando exporta com o preço
que ele paga quando importa.

Ocorre que, como os países não trocam apenas um único bem, mas
milhares deles, usamos índices (e não o preço de um bem só). Os índices

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nos permitem termos uma visão mais real dos termos de troca, pois
refletem os preços exportados/importados como um todo.

3.3.1 Termos Líquidos de troca (Poder de Compra das


Exportações).

Os termos líquidos de troca, também chamados de Poder de


Compra das Exportações) são dados pelo índice de preços das
exportações dividido pelo índice de preços das importações. Assim:

� ç ç�
í
� ç ç�

Se o Termo Líquido de troca for igual a 1, isso significa que o país


recebe pelo que exporta o mesmo tanto que paga quando importa. Se o
termo líquido é maior que 1, o país recebe mais pelo que exporta do que
paga quando importa, o que é excelente para o país. Diferentemente, se
o termo líquido for menor que 1, o país recebe pelas suas exportações
menos do que paga pelas importações. Por isso, quanto mais o Termo
Líquido (Poder de Compra das Exportações) for alto, melhor será para o
país, mas veremos que, se por algum motivo, o termo líquido for baixo,
ele não necessariamente tem uma desvantagem completa. Vejamos um
exemplo:

Vamos supor que o Brasil exporte soja e importe carros. A soja


custa US$ 50.000 e os carros custam US$ 100.000. Nesse caso, teremos:

Ou seja, o termo líquido de troca do Brasil, nesse exemplo, é 0,5. E


como o termo líquido é menor que 1, ele indica que o Brasil recebe menos
pelas suas exportações do que paga pelas importações, ou seja, o Brasil
exporta coisas que custam menos e importa coisas que custam mais.

Esse termo líquido de 0,5 não indica necessariamente que o


Brasil está perdendo dinheiro ou que tem uma desvantagem no
comércio. Ele é usado para compararmos ao longo do tempo se o valor
das exportações de um país está crescendo ou diminuindo. Se, por
exemplo, no ano passado o Termo Líquido foi 0,3 e agora está em 0,5,
isso demonstra que o país está numa situação boa, pois seu termo líquido
cresceu. E se o termo líquido estiver crescendo é sinal de que o Brasil
está recebendo cada vez mais pelos produtos que vende a outros países
(exportações) em comparação com o que paga pelos produtos que
compra (importações).

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3.3.2 Termos Brutos de troca.

O termo bruto de troca é parecido com o termo líquido, mas no


termo líquido nós usamos o preço como referência. No termo bruto,
usamos as quantidades exportadas/importadas, ou, como alguns autores
preferem, o volume de Importações/Exportações. Além de usarmos o
volume de importações/exportações, existe uma outra diferença.
Enquanto o termo líquido de troca apresenta as exportações no
NUMERADOR da equação, o termo bruto de troca apresenta as
exportações no DENOMINADOR da equação (cuidado para não confundir,
hein?). Assim:

ç�
ç�

Repare que temos as exportações na posição de BAIXO da equação.

Supondo que em 2013 o Brasil exportasse 5.000 litros de suco de


laranja e que importasse 1.000 computadores, o termo bruto de troca
seria 0,2 (1.000 dividido por 5.000). Se, no ano de 2014, o Brasil
exportasse 7.000 litros de suco de laranja e importasse 2.000
computadores, o termo bruto de troca seria 0,29, ou seja, um aumento
de 0,09 em um ano.

Esse aumento de 0,2 para 0,29 reflete uma melhora na situação do


país, pois pudemos dobrar as importações de computadores sem precisar
dobrar também a exportação de suco de laranja. Ou seja, a importação
dobrou (de 1.000 para 2.000), e, para que isso acontecesse, não
precisamos dobrar a produção, bastou aumenta-la em 40% (de 5.000
para 7.000).

3.3.3 Capacidade de importar

A capacidade de importar, como o próprio nome já diz, nos diz qual


o potencial que um país tem para importar considerando unicamente as
receitas advindas apenas das exportações. Ou seja, é como se eu (Jetro)
exportasse um produto e depois quisesse importar outro, mas só
dispusesse do dinheiro que recebi da minha exportação.

Para acharmos a receita das exportações, basta multiplicarmos o


preço das exportações pela quantidade exportada. Dessa forma, ficará
assim a capacidade de importar de um país:

ç ç�
ç ç�

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Quando a capacidade de importar de um país aumenta, isso
significa que a receita das exportações do país consegue comprar mais
produtos lá fora (consegue importar mais bens).

Diferentemente, quando a capacidade de importar de um país


diminui, isso significa que o país terá que ter maiores receitas de
exportações para comprar a mesma quantidade de bens que importava.

Por fim, um outro nome para a capacidade de importar é “relação-


renda de troca”. Assim, se esse nome aparecer quando você estiver
fazendo a prova, saiba que ele se refere à capacidade de importar, ok?

Bem pessoal, por hoje é só!

Seguem agora alguns exercícios a fim de que a fixação dos


conteúdos seja a melhor possível. O foco, claro, é o CESPE/Unb.

Abraços e bons estudos!

Heber Carvalho e Jetro Coutinho

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RESUMÃO DA AULA
Balanço de Pagamentos

DISCRIMINAÇÃO
A) BALANÇA COMERCIAL
 Exportações (FOB)
 Importações (FOB)
B) SERVIÇOS
 Transportes
 Viagens internacionais
 Seguros
 Serviços governamentais
 Royalties e licenças
 Aluguel de equipamentos
 Computação e informações
 Outros
C) RENDAS
 Remuneração do fator trabalho (salários e ordenados)
 Rendas de investimentos
 Rendas de investimentos diretos (lucros e dividendos)
 Rendas de investimentos em carteira (juros)
 Rendas de outros investimentos (juros)
D) TRANSFERÊNCIAS UNILATERIAS CORRENTES
Movimento de transferências unilaterais na forma de bens e moeda.
E) SALDO EM CONTA CORRENTE/TRANSAÇÕES CORRENTES
TC = A + B + C + D
F) CONTA CAPITAL E FINANCEIRA (CAPITAIS AUTÔNOMOS)
F.1) CONTA CAPITAL
F.2) CONTA FINANCEIRA
 Investimentos diretos
- Participação no Capital
- Empréstimos e amortizações
 Investimentos em carteira (ou de Portfólio)
 Derivativos
 Outros investimentos
- Empréstimos de regularização
- Atrasados comerciais
- Outros investimentos
G) ERROS E OMISSÕES
H) SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS
BP = E + F + G
I) VARIAÇÃO DAS RESERVAS INTERNACIONAIS OU HAVERES
VRI ou HAVERES = - H

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Conceitos Básicos de Câmbio
 Taxa de Câmbio: Preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda
estrangeira.
 Exportações: Dependem do volume de exportações e da entrada de capitais
externos. O nível das exportações tende a ser maior: Quanto maior a renda do
mundo (1). Quando o Preço Externo for MAIOR que o Preço Interno (2).
 Importações: Dependem do volume de importações e da saída de capitais
externos. O nível das importações tende a ser maior: Quanto maior a renda
interna (PIB) ou quando Preço Externo for MENOR que Preço Interno.

Regimes Cambiais
 Regime Fixo: Taxa de Câmbio determinado pelo BACEN. (Não é sinônimo de
taxa permanente). Vantagem: facilitar a tomada de decisões dos agentes
financeiros. Desvantagem: desvalorizações constantes e perda do controle da
oferta monetária.
 Regime Flutuante: Taxa de Câmbio determinado livremente no mercado de
divisas. Vantagem: Equilíbrio automático do BP. Desvantagem: instabilidade da
taxa de câmbio.
 Flutuação Suja (Dirty Floating): Sistema sujeito a intervenções pontuais do
BACEN para diminuir a volatilidade da taxa.
 Bandas: Definem-se valores limites (um máximo e um mínimo) que a taxa de
câmbio pode assumir.

Adendos
Assunto/teoria Ideia principal Fórmula principal
As diferenças nos índices de
Taxa real de preços provocam impactos
câmbio na relação de poder de
compra entre 02 moedas.
Paridade do A taxa de câmbio real se
poder de mantém constante, devido à
compra (PPC) hipótese lei do preço único.
A taxa de juros interna deve
ser, no mínimo, igual à taxa
Paridade da
de juros externa mais a
taxa de juros
expectativa de
desvalorização do câmbio.

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Relações Econômicas Internacionais

 Teoria das vantagens absolutas: cada país deve se especializar na produção de


bens em que seja mais eficiente.
 Teoria das vantagens comparativas: cada país deve se especializar na
produção do bem em que possua vantagens comparativas, isto é, que cada país
deve se especializar na produção de bens em que é relativamente mais eficiente.
 Termos de troca: índices que são usados para um país possa comparar preços,
quantidades e outros dados das exportações de um país com suas próprias
importações

Termo Líquido de Troca (poder de compra das exportações):

� ç ç�
í
� ç ç�

Termo bruto de Troca:

ç�
ç�

Capacidade de importar (Relação-Renda de troca

ç ç�
ç ç�

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EXERCÍCIOS COMENTADOS
01. (Cespe/UnB – Economista – SUFRAMA – 2014) Um país está
sujeito a perder reservas internacionais caso o ingresso líquido de
recursos financeiros registrados na conta de capital e na conta
financeira supere o déficit registrado no balanço de transações
correntes.

Comentários:
Na verdade, não. Se o ingresso líquido de recurso financeiros na CCF é
superior ao déficit em TC, isso significa que o BP é superavitário (já que,
basicamente, BP = TC + CCF). Dessa forma, como o BP é superavitário
há GANHO em reservas internacionais e não perda como afirma a
questão.

Gabarito: Errado

02. (Cespe/UnB – Analista Jud./Economia – TJ/SE – 2014) A


conta capital é a conta em que são registradas as transferências
de capital relacionadas com patrimônio de migrantes e a aquisição
ou alienação de bens não financeiros não produzidos, tais como
cessão de patentes e marcas.

Comentários:
Definição exata da conta capital, conforme vimos na página 10.

Gabarito: Certo

03. (Cespe/UnB – Auditor de Controle Externo – TCDF – 2014) O


pagamento de juros de empréstimos internacionais é registrado
na conta capital e financeira do balanço de pagamentos.

Comentários:
O pagamento de juros de empréstimos internacionais é registrado na
balança de rendas.

Gabarito: Errado

Julgue os próximos itens, relativos ao balanço de pagamentos


brasileiro, de acordo com os critérios estabelecidos no Manual de
Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI).

04. (Cespe/UnB – Analista Jud./Economia – TJ/SE – 2014) Para o


registro dos ativos externos detidos por residentes no Brasil sob a
forma de investimento direto, é previsto o investimento direto no

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exterior; para a representação da conta de passivo do grupo
investimento direto, é previsto o investimento direto no Brasil.

Comentários:
Vamos por partes para facilitar a compreensão. Se um residente no Brasil
detém um ativo no exterior (ativo externo), isso significa que ele está
investindo no exterior. Porém, como quem está investindo é um residente
no Brasil, esse investimento é contabilizado como investimento direto,
pois o investimento gerará retornos para o residente no Brasil.

De forma oposta, quando o investimento é feito no Brasil por um


residente no exterior, nós registramos esse evento no passivo da mesma
conta, pois o investimento gerará retornos no estrangeiro.

Gabarito: Certo

05. (Cespe/UnB – Economista – SUFRAMA – 2014) A valorização


do real frente ao dólar norte-americano aumenta o poder de
compra do exportador brasileiro e encarece os produtos
importados, o que resulta na elevação do saldo da balança
comercial.

Comentários:
Tá tudo ao contrário! A valorização do real frente ao dólar norte-
americano DIMINUI o poder de compra do exportador brasileiro (pois o
produto dele fica mais “caro” para os estrangeiros que compram seus
produtos) e BARATEIA os produtos importados, o que resulta na PIORA do
saldo da balança comercial.

Gabarito: Errado

06. (Cespe/UnB – Economista – SUFRAMA – 2014) Conceder


subsídios às exportações e estabelecer restrições não tarifárias às
importações, embora sejam medidas contrárias aos preceitos do
livre- comércio, são formas de se elevar o saldo da balança
comercial e reduzir o déficit no balanço de pagamentos.

Comentários:
Certo! A Balança Comercial do BP é composta pelas exportações e
importações (X – M). Assim, quando há subsídios às exportações há um
aumento das exportações (aumenta o X). Quando há restrição para as
importações há uma diminuição das importações (diminui o M). Assim,
como houve aumento de X e diminuição de M, há uma melhora no saldo X
– M e, então, uma melhor no saldo da BC, que reduz o déficit no Balanço
de Pagamentos.

Gabarito: Certo

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07. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - O valor


total de importações é avaliado em preços CIF (cost, insurance
and freight) no sistema de contas nacionais, enquanto os dados
sobre os fluxos de importações nas estatísticas de comércio
exterior normalmente são avaliados em preços FOB (free on
board).

Comentários:
No sistema de contas nacionais, o valor das importações (M) engloba as
importações de mercadorias no critério FOB (sem levar em conta fretes,
seguros e transporte) e leva em conta também as importações de todos
os outros serviços.

Sendo assim, a questão é errada, pois, no sistema de contas nacionais, o


valor total das importações leva em conta as mercadorias avaliada em
preços (CIF) e ainda contabiliza todas as importações dos demais serviços
(relativos a transportes, viagens internacionais, seguros, financeiros,
computação e informações, royalties e licenças, aluguel de equipamentos,
serviços governamentais e outros serviços. Os serviços financeiros
compreendem as intermediações bancárias, tais como corretagens,
comissões, garantias e fianças, e outros encargos acessórios sobre o
endividamento externo. Em outros serviços estão consolidadas as
informações referentes a serviços de corretagens e comissões mercantis,
serviços técnicos profissionais, pessoais, culturais e recreação).

Gabarito: Errado

08. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - O


balanço de pagamentos é o registro sistemático das transações
econômicas realizadas em um período de tempo entre residentes
e não residentes de um país. A definição de residente refere-se
aos nacionais, pessoa física ou jurídica, e desconsidera os
imigrantes e as filiais de empresas estrangeiras.

Comentários:
A definição de residente leva em conta o centro de interesse econômico
da pessoa (física ou jurídica). Assim, um imigrante (pessoa estrangeira)
que tenha se fixado de modo permanente no Brasil é considerada
residente, da mesma forma que uma filial de empresa estrangeira que
tenha se fixado de forma permanente aqui no Brasil. A filial da
Volkswagen, no Paraná, por exemplo, é considerada “residente”, apesar
da Volks ser uma empresa alemã.

Gabarito: Errado

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09. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - Os
valores referentes às transações com serviços financeiros e
royalties são parte da conta de rendas.

Comentários:
Os serviços financeiros e os royalties são parte da conta de serviços (e
não da conta de rendas).

Revisemos os itens da conta de serviços e rendas:

J) SERVIÇOS
 Transportes
 Viagens internacionais
 Seguros
 Serviços governamentais
 Royalties e licenças
 Aluguel de equipamentos
 Computação e informações
 Outros (onde temos os serviços financeiros)
K) RENDAS
 Remuneração do fator trabalho (salários e ordenados)
 Rendas de investimentos
 Rendas de investimentos diretos (lucros e dividendos)
 Rendas de investimentos em carteira (juros)
 Rendas de outros investimentos (juros)

Gabarito: Errado

Acerca dos principais agregados macroeconômicos e das relações


entre produto, consumo, investimento, câmbio, moeda e taxa de
juros, julgue os itens a seguir.

10. (CESPE/Unb – Economista – Ministério das Comunicações –


2013) - As amortizações de dívidas são registradas nas transações
correntes do balanço de pagamentos.

Comentários:
As amortizações de dívidas são registradas na conta financeira do balanço
de pagamentos.

Gabarito: Errado

11. (CESPE/Unb – Economista – Ministério das Comunicações –


2013) - No regime de câmbio fixo, uma variação nas reservas
internacionais proporciona igual variação na base monetária.

Comentários:

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No câmbio fixo, o BACEN compra e vende moeda estrangeira para
garantir a taxa de câmbio no nível determinado pela autoridade
monetária.

Ao comprar e vender dólares, a variação das reservas internacionais tem


que ser igual à variação na base monetária (variação de R$, moeda
nacional).

Por exemplo, suponha que US$ 1,00 = R$ 2,00. Agora, suponha também
que o BACEN, para garantir a taxa de câmbio no nível que ele quer,
decida vender US$ 1 milhão (recebendo, em troca, R$ 2 milhões). Nesta
operação, ele perderá US$ 1 milhão em reservas internacionais e a base
monetária da economia perderá R$ 2 milhões (pois o BACEN vai retirar R$
2 milhões de circulação, reduzindo a base monetária).

Mas note que US$ 1 milhão é igual a R$ 2 milhões (uma vez que
US$1,00=R$2,00), indicando, portanto, que a variação nas reservas
internacionais é igual à variação da base monetária.

Gabarito: Certo

12. (CESPE/Unb – Economista – Ministério das Comunicações –


2013) - Sob o regime de câmbio flexível, plena mobilidade de
capitais e quantidade de moeda fixada pelo BACEN, uma expansão
dos gastos do governo acarreta expansão da renda de equilíbrio
da economia.

Comentários:
No regime de câmbio flexível, havendo plena mobilidade de capitais, a
política fiscal é ineficaz para alterar o produto ou a renda.

Gabarito: Errado

13. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Os


agregados macroeconômicos podem ser obtidos a partir de certas
operações, tais como a formação bruta de capital fixo; ou podem
ser decorrentes da adição de saldos de setores institucionais, que
têm como exemplo a renda disponível.

Comentários:
Também temos, aqui, mais uma daquelas questões que servem de
“estudo” da matéria. O enunciado é bem genérico e, realmente, os
agregados macroeconômicos são obtidos a partir de operações (como a
FBKF, ou as exportações e importações, o consumo, etc) ou a partir da
adição de saldos de setores institucionais (por exemplo, a renda nacional
é o somatório dos saldos das remunerações de todos fatores de produção

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do país; ou o PIB será o somatório dos saldos das rendas de cada agente:
renda das famílias, das empresas, do governo e do resto do mundo).

Gabarito: Certo

14. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANP – 2013) - O


regime cambial, denominado bandas de flutuação, é a variante de
regime cambial que menos se aproxima do câmbio fixo. Os países
sob esse arranjo fazem com que suas moedas sejam movidas,
paulatinamente, em relação ao dólar ou a outra moeda
estrangeira de referência.

Comentários:
Entre as variantes de regimes cambiais aprendidas na aula, temos a
flutuação suja e o regime de bandas cambiais. Aquela se aproxima mais
do regime flutuante, enquanto este é o que mais se aproxima mais do
regime fixo.

No entanto, sob arranjo, os países não fazem com que suas moedas
sejam movidas em relação ao dólar (para ficarem com o mesmo valor).
Não existe esse movimento, necessariamente. Por isso, está errada a
assertiva.

Gabarito: Errado

Com base nessas informações e nos conceitos relacionados ao


balanço de pagamentos, julgue os próximos itens.

15. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) - O


saldo das contas capital e financeira é de oito bilhões de unidades
monetárias.

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Comentários:
A conta capital vai conter o recebimento de recursos relacionados à
cessão de patentes. A conta financeira vai conter os empréstimos
(recebidos).

Assim,
Conta capital = +3
Conta financeira = +5

Gabarito: Certo

16. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) - O


país transferiu poupança para o exterior, apresentando déficit em
transações correntes de 11 bilhões de unidades monetárias.

Comentários:
Um país transfere poupança para o exterior quando a poupança externa é
positiva. Ou seja, quando o país transfere poupança para o exterior
quando temos déficit em transações correntes.

O saldo de transações correntes é:

Balança comercial = (10 – 20)


Balança de serviços = (-1)
Balança de rendas = (-3)
Transf. Unilaterais = 0
----------------------------
Transações correntes = -14

Portanto, o país transferiu poupança para o exterior, apresentando déficit


em transações correntes de 14 bilhões de unidades monetárias.

Gabarito: Errado

17. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANP – 2013) - De


acordo com o princípio da teoria da paridade do poder de compra,
a taxa de câmbio entre duas moedas deve depender dos níveis de
preços nos dois países.

Comentários:
Questão simples, desde que soubéssemos a expressão da Paridade do
Poder de Compra. Por meio dela, observa-se facilmente que a taxa de
câmbio entre dois países deve depender dos nívels relativos de preços.

Gabarito: Certo

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18. (CESPE/Unb – Analista Administrativo – ANAC – 2012) - À
medida que crescem as remessas de juros ao exterior, aumenta-
se o déficit na conta capital e financeira do balanço de
pagamentos, ceteris paribus.

Comentários:
As remessas de juros ao exterior afetam negativamente o saldo do
balanço de rendas e, consequentemente, o saldo do balanço de
transações correntes.

Veja que o saldo da conta capital e financeira não é afetado.

Gabarito: Errado

19. (CESPE/Unb – Analista Administrativo – ANAC – 2012) - Se


um país apresenta superávit no balanço de pagamentos, suas
exportações líquidas serão, necessariamente, positivas.

Comentários:
Se um país apresenta superávit no BP, não necessariamente haverá
também superávit nas exportações líquidas, que é o saldo da balança
comercial e de serviços (X – M).

É perfeitamente possível que tenhamos déficit nas exportações líquidas e


superávit no BP, e vice-versa.

Gabarito: Errado

20. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Um país que


possui superávit em transações correntes possui poupança
externa positiva.

Comentários:
Questão de Contas Nacionais ;-)

Um país que possui déficit em transações correntes possui poupança


externa positiva.

Gabarito: Errado

21. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Um país que


possui superávit em transações correntes necessariamente
acumula reservas internacionais.

Comentários:
Se um país apresenta superávit em transacões correntes, não
necessariamente haverá também superávit no BP (ou acúmulo de

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reservas internacionais). É possível haver superávit em transações
correntes e déficit no BP (ou perda de reservas internacionais); basta,
para isso, que o saldo positivo de transações correntes seja menor que o
saldo negativo da conta capital e financeira.

Assim, é perfeitamente possível que tenhamos superávit nas transações


correntes e perda de reservas internacionais (déficit no BP), e vice-versa.

Gabarito: Errado

Considerando que a tabela acima corresponda, com valores em


bilhões de dólares, ao balanço de pagamentos de um país
hipotético no ano Y, é correto afirmar que, durante esse ano, esse
país

22. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Recebeu


investimento líquido do exterior.

Comentários:
O saldo da conta “investimento em carteira” é negativo. Logo, o país não
recebeu investimento líquido do exterior. Pelo contrário, o país fez
investimentos líquidos no exterior.

Gabarito: Errado

23. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Enviou


transferências unilaterais ao exterior no valor de 10 bilhões de
dólares.

Comentários:
O saldo de transações correntes é igual a +30. Ao mesmo tempo, o
balanço de transaçõs correntes contém:

Balança comercial = -100


Balança de serviços e rendas = +120
Transferências Unilaterais = X
--------------------------------
Transações correntes = +30

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Assim,
+30 = -100 + 120 + X
X = +10

Então, o saldo de TU é positivo em 10 bilhões. Observe, portanto, que o


Brasil recebeu (não enviou) transferências unilaterais.

Gabarito: Errado

24. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Teve saldo zero


na conta de capital.

Comentários:
O saldo da conta capital e financeira é igual a -15. Ao mesmo tempo, a
conta capital e financeira (desta questão) contém:

Conta capital = X
Empréstimos e financiamentos = -10
Investimentos em carteira = -5
--------------------------------
Conta capital e financeira = -15

Assim,
+15 = -10 – 5 + X
X=0

Então, o saldo da capital é igual a zero.

Gabarito: Certo

25. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Aumentou seu


nível de endividamento externo.

Comentários:
O país apresentou saldo positivo no BP:

BP = TC + CCF
BP = +30 – 15
BP = +15

Logo, não podemos afirmar que o país aumentou seu endividamento. Um


saldo positivo é consistente com a ideia de redução de endividamento
externo.

Gabarito: Errado

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26. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Reduziu suas
reservas internacionais.

Comentários:
O país apresentou saldo positivo no BP = +15.

Logo, não podemos afirmar que o país reduziu suas reservas


internacionais. Um saldo positivo é consistente com a ideia de aumento
das reservas internacionais.

Gabarito: Errado

Enunciado para as questões 27 a 31:


Desde março deste ano, registra-se redução do valor externo da
moeda brasileira. Os fatores que contribuem para essa
desvalorização do real incluem.

27. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O aumento


de doações financeiras de órgãos oficiais estrangeiros ao governo
brasileiro nos últimos meses.

Comentários:
Nestas questões, devemos raciocinar sempre com a oferta ou a demanda
de dólares. Se a oferta de US$ aumentar ou sua demanda diminuir, o US$
desvaloriza (e o R$ valoriza). Se a oferta de US$ dimiuir e a sua demanda
aumentar, o US$ valoriza (e o R$ desvaloriza).

O aumento de doações financeiras ao governo brasileiro faz entrar dólares


no Brasil. Ou seja, há aumento da oferta de US$, fazendo com que ele se
desvalorize, e o R$, por consequência, seja valorizado. Assim sendo, a
questão é errada.

Gabarito: Errado

28. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A redução


significativa de remessas financeiras de imigrantes brasileiros
residentes nos Estados Unidos da América a suas famílias no
Brasil.

Comentários:
Neste caso, temos uma redução da oferta de US$ no Brasil. Assim,
teremos valorização do US$ e, consequentemente, desvalorização do R$.

Gabarito: Certo

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29. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A fuga de
capitais estrangeiros investidos no Brasil para seus países de
origem.

Comentários:
A fuga de capitais estrangeiros investidos no Brasil reduz a oferta de US$
em nossa economia, valorizando o US$ e desvalorizando o R$.

Gabarito: Certo

30. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A redução


no valor das exportações brasileiras, sem reduções
compensatórias na demanda por produtos importados.

Comentários:
Conforme vimos na aula, as exportações são uma fonte de oferta de US$.
Se houve redução nas exportações, houve redução na oferta de US$ em
nossa economia, valorizando o US$ e desvalorizando o R$.

Gabarito: C

31. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A redução


dos gastos dos brasileiros com viagens ao exterior.

Comentários:
Os gastos dos brasileiros no exterior são importações (de bens e
serviços). Conforme vimos na aula, as importações são uma fonte de
demanda por US$. Se houve redução nas importações, houve redução na
demanda por US$, desvalorizando o US$ e valorizando o R$.

Gabarito: Errado

Com base nos dados da tabela acima - que apresenta, em


unidades monetárias (UA), informações acerca de transações do
país hipotético X com o resto do mundo no ano 20XX -, e

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considerando que o PIB dessa economia no ano 20XX tenha sido
igual 1.000 UA, julgue os itens 32 a 35.

32. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O saldo da


conta de transações correntes de X é igual a 75 UA.

Comentários:
Balança comercial = +100
Balança de serviços e rendas = -40
Balança de rendas = (35 – 20) = +15
Transferências Unilaterais = (30 – 10) = +20
--------------------------------
Transações correntes = +95

Gabarito: Errado

33. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O saldo da


conta capital e financeira de X é igual a 100 UA.

Comentários:
Investimentos estrangeiros em carteira = +100
Empréstimos a companhias nativas = +200
--------------------------------
Conta capital e financeira = +300

PS: observe que os empréstimos são contabilizados como positivos, pois


são empréstimos recebidos (foram concedidos a companhias nativas).

Gabarito: Errado

34. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O saldo do


balanço de pagamentos de X é igual a 395 UA.

Comentários:
Na ausência de erros e omissões (EO), o saldo do BP é:

BP = TC + CCF
BP = +95 + 300
BP = +395

Gabarito: Certo

35. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A poupança


bruta de X não foi capaz de financiar integralmente o investimento
total bruto realizado nesse país no ano considerado.

Comentários:

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Essa (difícil) questão mistura conhecimentos de Balanço de Pagamentos e
Contas Nacionais.

Nós sabemos que poupança é igual a investimento:

S=I
SP + SG + SEXT = I

Isto quer dizer que são os recursos da poupança que financiam os


investimentos da economia. A poupança bruta de um país é dada pela
soma da poupança privada com a poupança do governo (SP + SG).

No caso desta questão, sabemos que a poupança externa vale SEXT=-95


(afinal, SEXT = -TC).

Assim,

SBRUTA + SEXT = I
SBRUTA + (–95) = I

Ou seja, a poupança bruta do país foi capaz de financiar o investimento


bruto, e ainda sobraram 95 UA.

SBRUTA – I = 95

Gabarito: Errado

Acerca do regime cambial conhecido como flutuação suja, julgue


os itens 36 e 37.

36. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A flutuação


cambial não ultrapassa os limites fixados pelo BACEN, também
conhecidos como bandas cambiais.

Comentários:
A flutação cambial não ultrapassa os limites fixados pelo BACEN no
regime de bancas cambiais, e não no regime de flutuação suja.

Gabarito: Errado

37. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O câmbio é


fixado no mercado com base na oferta e na demanda de divisas,
não sofrendo interferência direta ou indireta do governo.

Comentários:

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Na flutuação suja, o câmbio realmente é fixado no mercado com base na
oferta e na demanda de divisas; no entanto, ele pode sofrer interferência
direta ou indireta do governo.

Gabarito: Errado

38. (CESPE/Unb – Consultor – SEFAZ/ES – 2008) - Os sistemas de


flutuação administrada da taxa de câmbio, utilizados atualmente
em muitos países, combinam características do regime de taxas
de câmbio flexíveis com intervenções esporádicas dos bancos
centrais, no intuito de reduzir a volatilidade cambial.

Comentários:
Questão perfeita, que conceita de modo exato o regime cambial de
flutuação administrada (ou flutuação suja).

Gabarito: C

39. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - Um dos principais


argumentos mobilizados na defesa do regime de câmbio fixo é a
disciplina que esse regime cambial impõe à condução da política
econômica de um país, uma vez que, sob tal regime, o banco
central não pode controlar as taxas de juros nem financiar o
déficit público por intermédio da emissão de moeda.

Comentários:
Ao adotar taxas fixas de câmbio, o BACEN precisa manter a taxa de
câmbio no nível que ele quer por intermédio da compra e venda de
divisas no mercado cambial. Nestas situações, a autoridade monetária
acaba também alterando a quantidade de moeda nacional na economia.

Assim, o BACEN, adotando regime cambial fixo, não consegue controla a


quantidade de moeda nacional na economia, pois a quantidade de moeda
nacional tem que ser aquela consistente com a taxa de câmbio que ele
fixou. Ao mesmo tempo, não é possível para o governo emitir moeda
(nacional) para financiar seus gastos, pois isso pode influenciar a taxa de
câmbio.

Ou seja, com câmbio fixo, o banco central não pode controlar as taxas de
juros nem financiar o déficit público por intermédio da emissão de moeda.

PS: as taxas de juros são controladas por meio da quantidade de moeda


nacional na economia. Se não é possível controlar a quantidade de
moeda, também não é possível controlar as taxas de juros.

Gabarito: Certo

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40. (CESPE/Unb – Analista – Economia – MPU – 2010) - Saldos
positivos e expressivos do balanço de pagamentos não são
necessários para o Brasil sustentar a taxa de câmbio, pois o Banco
Central utiliza uma política cambial de taxas flutuantes.

Comentários:
Quando temos regime cambial flutuante, não são necessários saldos
positivos e expressivos do BP, pois este se equilibra de modo automático.

Gabarito: Certo

41. (CESPE/Unb - Economista Júnior – PETROBRÁS 2002) – Para


solucionar problemas no balanço de pagamentos, o regime de
taxas de câmbio flutuantes requer ajustamentos consideráveis
nas políticas econômicas domésticas.

COMENTÁRIOS:
O regime cambial flutuante ajusta automaticamente o BP, sem
necessidade de ajustamentos de políticas econômicas. Portanto, incorreta.

GABARITO: ERRADO

42. (CESPE/Unb - Economista Júnior – PETROBRÁS 2002) – No


longo prazo, se a produção brasileira crescer mais rápido que a
produção dos EUA, ocorrerá uma apreciação real da moeda
brasileira em relação ao dólar norte-americano.

COMENTÁRIOS:
Quanto maior o nível do produto interno ou renda interna, maior o nível
de importações (lembre-se disto: as importações são função direta da
renda interna; quanto maior a renda interna, maior o nível de
importações). Aumentando as importações, aumentará a demanda por
divisas. Logo, haverá apreciação da moeda estrangeira, que é equivalente
a dizer que haverá depreciação da moeda brasileira.

GABARITO: ERRADO

43. (CESPE/Unb – Instituto Rio Branco – 2006) - Em uma


economia globalizada, taxas de juros elevadas em um país, ceteris
paribus, atrairão mais capital estrangeiro, provocando a
apreciação da moeda nacional e a expansão das exportações e do
PIB.

COMENTÁRIOS:
Taxa de juros elevada provoca entrada de capitais (entrada de divisas), o
que aumenta a oferta de divisas. A maior oferta de divisas provocará
depreciação da moeda estrangeira e a apreciação da moeda nacional (a

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assertiva falou em “apreciação”, logo, devemos raciocinar que o regime
cambial é flutuante).

A apreciação da moeda nacional, por sua vez, desestimula as exportações


e estimula as importações. A redução das exportações (X) e o aumento
das exportações (M) provocam redução do PIB, uma vez que
PIB=C+I+G+X–M.

GABARITO: ERRADO

44. (CESPE/Unb – Instituto Rio Branco – 2004) - Em presença de


um sistema de taxas de câmbio fixas, a solução de crises no BP
exige ajustamentos consideráveis nas políticas econômicas
domésticas.

COMENTÁRIOS:
Essa assertiva é uma espécie de “negação” da questão 28. No regime
fixo, deve haver constante preocupação com o saldo das reservas
internacionais (cuja variação é igual ao saldo do BP), assim como a
adoção de medidas de políticas econômicas adequadas para manter o
equilíbrio no BP.

GABARITO: CERTO

45. (CESPE/Unb – Instituto Rio Branco – 2004) - Sob o regime de


taxas de câmbio flutuantes, um déficit no balanço comercial, não
compensado por movimentos de capitais, depreciará a moeda
nacional e essa depreciação aumentará as exportações e reduzirá
as importações, contribuindo, assim, para eliminar o desequilíbrio
inicial.

COMENTÁRIOS:
Um déficit no BC não compensado por movimento de capitais provocará
um déficit no BP. Ou seja, neste caso, devemos raciocinar que haverá
maior demanda por divisas.

Como o regime é flutuante, naturalmente, a maior demanda por divisas


elevará o preço dessa divisa (apreciação da moeda estrangeira =
depreciação da moeda nacional). A depreciação da moeda nacional
aumentará as exportações e reduzirá as importações, contribuindo para
eliminar o desequilíbrio inicial.

GABARITO: CERTO

46. (CESPE/Unb – Economista – FUNCAP – 2004) - Quando


cidadãos norte-americanos adquirem ou aumentam o controle

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sobre uma empresa no Brasil, essa transação é contabilizada no
balanço de capitais do Brasil.

COMENTÁRIOS:
Essa transação é contabilizada na conta de capitais autônomos
(metodologia antiga). Na metodologia nova, é nome utilizado é “conta
financeira”.

GABARITO: CERTO

47. (CESPE/Unb – Economista – SEAD/PRODEPA – 2004) -


Quando um turista brasileiro compra equipamentos eletrônicos
japoneses em Tóquio, essa transação é registrada como um débito
no balanço de transações correntes do balanço de pagamentos
brasileiro.

COMENTÁRIOS:
A compra de bens importados é lançada a débito em importações (pois
saíram recursos) e a crédito na conta caixa. A conta importações faz parte
do BC, que, por sua vez, faz parte do balanço em TC.

GABARITO: CERTO

48. (CESPE/Unb – Economista – FSCMP – 2004) - As doações


feitas pelo governo brasileiro aos desabrigados iranianos por
ocasião do último terremoto no Irã são contabilizadas como
débito no balanço de capital do Brasil.

COMENTÁRIOS:
As doações são registradas em transferências unilaterais (metodologia
antiga) ou transferências unilaterais correntes (nova metodologia).

GABARITO: ERRADO

49. (CESPE/Unb – Economista – FSCMP – 2004) - No curto prazo,


períodos de expansão econômica tendem a expandir o déficit da
balança comercial.

COMENTÁRIOS:
A balança comercial é formada pelas exportações e importações. As
exportações são dependentes da renda do resto do mundo e as
importações são dependentes da renda interna. Como em períodos de
expansão econômica, há aumento da renda interna, há também aumento
das importações, o que tende a piorar o saldo da balança comercial.

GABARITO: CERTO

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50. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia – 2004) – Como a teoria da
paridade do poder de compra implica que a taxa de câmbio real é
fixa, então modificações nas taxas de câmbio nominais entre duas
moedas quaisquer refletem o diferencial de inflação entre os
países considerados.

COMENTÁRIOS:
É exatamente a ideia da teoria da paridade do poder de compra. Adota-se
o pressuposto de que taxa real de câmbio é fixa, e que as mudanças nas
taxas nominais resultam das diferenças entre os índices de preço interno
e externo.

GABARITO: CERTO

51. (CESPE/Unb – Economista – PETROBRÁS – 2004) – No longo


prazo, a teoria da paridade do poder de compra implica que o
diferencial da taxa de juros entre países deve refletir a
expectativa de desvalorização cambial e o comportamento do
nível de preços.

COMENTÁRIOS:
A teoria da PPP implica que o diferencial de inflação (diferença nos
índices de preço interno e externo) deve refletir a expectativa de
desvalorização/valorização cambial.

GABARITO: ERRADO

52. (CESPE/Unb – Analista Legislativo – Câmara dos Deputados –


2002) – Segundo a paridade não-coberta de taxa de juros, a
decisão de investir em um determinado mercado é função da taxa
esperada de depreciação cambial. Isso requer que os investidores
tenham expectativas de retorno independentes da composição de
suas carteiras em termos da participação de distintas moedas.

COMENTÁRIOS:
A teoria da paridade da taxa de juros nos diz que o investidor, ao decidir
se vai ou não investir, deve levar em consideração a expectativa de
depreciação cambial da moeda do país em que ele investe. Ou seja, a
decisão de investir será função da taxa esperada de depreciação cambial.

Assim, suas expectativas de retorno serão bastante variadas, de acordo


com a quantidade de moedas em que eles tenham feito seus
investimentos. Se um indivíduo investiu em vários países diferentes,
haverá expectativas de retorno independentes, em termos da expectativa
de depreciação cambial de cada moeda, de cada país em que ele investiu.

GABARITO: CERTO

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53. (CESPE/Unb – Economista – STM – 2011) - No balanço de


pagamentos brasileiro, os gastos com viagens internacionais dos
brasileiros e os empréstimos concedidos pelo Banco Mundial são
registrados, respectivamente, na balança de serviços e renda e na
rubrica outros investimentos da conta financeira.

COMENTÁRIOS:
O lançamento de gastos com viagens internacionais dos brasileiros será o
seguinte:

D Balanço de serviços
C Reservas

O lançamento de empréstimos concedidos pelo Banco Mundial será o


seguinte:

D Reservas
C Conta Financeira

GABARITO: CERTO

54. (CESPE/Unb – Economista – STM – 2011) - Caso uma empresa


brasileira tenha financiado, por meio de um banco norte-
americano, importações de matéria-prima no valor de US$ 2
milhões, esse montante deverá ser registrado como débito na
balança de transações correntes e como crédito na conta capital e
financeira.

COMENTÁRIOS:
Se uma empresa brasileira financiou (ou seja, não pagou à vista) a
compra de matéria-prima, o lançamento será o seguinte:

D Transações correntes (Balança comercial  Importações)


C Financiamento ou empréstimo tomado (Conta capital e Financeira)

GABARITO: CERTO

55. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências


Econômicas – TCE/AC – 2009) - O aumento recente das compras
de ações de companhias listadas no IBOVESPA por investidores
estrangeiros contribui para aumentar o superavit da conta de
transações correntes do balanço de pagamentos brasileiro.

COMENTÁRIOS:

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As compras de ações de companhias listadas no IBOVESPA por
investidores estrangeiros contribui para aumentar o superávit da conta
financeira, e não da conta de transações correntes.

GABARITO: ERRADO

56. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências


Econômicas – TCE/AC – 2009) - A teoria da paridade do poder de
compra, ao considerar que os países com elevadas taxas de
inflação devem depreciar suas moedas, é incompatível com a
existência de uma taxa real de câmbio constante.

COMENTÁRIOS:
A teoria da PPP adota o pressuposto que a taxa real de câmbio é fixa. Ou
seja, a teoria da PPP é compatível com a existência de uma taxa real de
câmbio constante.

GABARITO: ERRADO

57. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências


Econômicas – TCE/AC – 2009) - A imposição de tarifas, além de
elevar o preço relativo das importações, conduz à retração dos
setores econômicos relativamente ineficientes.

COMENTÁRIOS:
A imposição de tarifas eleva o preço dos produtos importados, e conduz à
expansão econômica dos setores relativamente ineficientes.

A imposição de tarifas geralmente ocorre para proteger a indústria


nacional frente aos produtos importados, melhores e possivelmente mais
baratos. Assim, a imposição de tarifas estimula a expansão econômica
desta indústria ineficiente, incapaz de concorrer com os produtos
importados.

GABARITO: ERRADO

58. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências


Econômicas – TCE/AC – 2009) - Os desequilíbrios da balança
comercial tendem a aumentar nos períodos de recessão em razão
da redução do nível de atividade econômica, que leva à contração
das exportações líquidas da economia.

COMENTÁRIOS:
Nos períodos de recessão, há contração da renda interna. E tal contração
provoca a redução das importações, aumentando o saldo das exportações
líquidas.

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* Lembre-se de que a importação é função direta da renda interna.

GABARITO: ERRADO

59. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências


Econômicas – TCE/AC – 2009) - A fixação de quotas à importação
de produtos têxteis provenientes da China é particularmente
eficaz para conter os deficits do balanço comercial porque reduz a
demanda de reais.

COMENTÁRIOS:
A fixação de quotas à importação reduz os déficits do balanço comercial
porque reduz a demanda por moeda estrangeira, e não a demanda por
reais.

GABARITO: ERRADO

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS

01. (Cespe/UnB – Economista – SUFRAMA – 2014) Um país está sujeito a


perder reservas internacionais caso o ingresso líquido de recursos
financeiros registrados na conta de capital e na conta financeira supere o
déficit registrado no balanço de transações correntes.

02. (Cespe/UnB – Analista Jud./Economia – TJ/SE – 2014) A conta capital


é a conta em que são registradas as transferências de capital relacionadas
com patrimônio de migrantes e a aquisição ou alienação de bens não
financeiros não produzidos, tais como cessão de patentes e marcas.

03. (Cespe/UnB – Auditor de Controle Externo – TCDF – 2014) O


pagamento de juros de empréstimos internacionais é registrado na conta
capital e financeira do balanço de pagamentos.

Julgue os próximos itens, relativos ao balanço de pagamentos brasileiro,


de acordo com os critérios estabelecidos no Manual de Balanço de
Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI).

04. (Cespe/UnB – Analista Jud./Economia – TJ/SE – 2014) Para o registro


dos ativos externos detidos por residentes no Brasil sob a forma de
investimento direto, é previsto o investimento direto no exterior; para a
representação da conta de passivo do grupo investimento direto, é
previsto o investimento direto no Brasil.

05. (Cespe/UnB – Economista – SUFRAMA – 2014) A valorização do real


frente ao dólar norte-americano aumenta o poder de compra do
exportador brasileiro e encarece os produtos importados, o que resulta na
elevação do saldo da balança comercial.

06. (Cespe/UnB – Economista – SUFRAMA – 2014) Conceder subsídios às


exportações e estabelecer restrições não tarifárias às importações,
embora sejam medidas contrárias aos preceitos do livre- comércio, são
formas de se elevar o saldo da balança comercial e reduzir o déficit no
balanço de pagamentos.

07. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - O valor total


de importações é avaliado em preços CIF (cost, insurance and freight) no
sistema de contas nacionais, enquanto os dados sobre os fluxos de
importações nas estatísticas de comércio exterior normalmente são
avaliados em preços FOB (free on board).

08. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - O balanço de


pagamentos é o registro sistemático das transações econômicas
realizadas em um período de tempo entre residentes e não residentes de

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um país. A definição de residente refere-se aos nacionais, pessoa física ou
jurídica, e desconsidera os imigrantes e as filiais de empresas
estrangeiras.

09. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - Os valores


referentes às transações com serviços financeiros e royalties são parte da
conta de rendas.

Acerca dos principais agregados macroeconômicos e das relações entre


produto, consumo, investimento, câmbio, moeda e taxa de juros, julgue
os itens a seguir.

10. (CESPE/Unb – Economista – Ministério das Comunicações – 2013) -


As amortizações de dívidas são registradas nas transações correntes do
balanço de pagamentos.

11. (CESPE/Unb – Economista – Ministério das Comunicações – 2013) -


No regime de câmbio fixo, uma variação nas reservas internacionais
proporciona igual variação na base monetária.

12. (CESPE/Unb – Economista – Ministério das Comunicações – 2013) -


Sob o regime de câmbio flexível, plena mobilidade de capitais e
quantidade de moeda fixada pelo BACEN, uma expansão dos gastos do
governo acarreta expansão da renda de equilíbrio da economia.

13. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Os agregados


macroeconômicos podem ser obtidos a partir de certas operações, tais
como a formação bruta de capital fixo; ou podem ser decorrentes da
adição de saldos de setores institucionais, que têm como exemplo a renda
disponível.

14. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANP – 2013) - O regime


cambial, denominado bandas de flutuação, é a variante de regime cambial
que menos se aproxima do câmbio fixo. Os países sob esse arranjo fazem
com que suas moedas sejam movidas, paulatinamente, em relação ao
dólar ou a outra moeda estrangeira de referência.

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Com base nessas informações e nos conceitos relacionados ao balanço de


pagamentos, julgue os próximos itens.

15. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) - O saldo


das contas capital e financeira é de oito bilhões de unidades monetárias.

16. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) - O país


transferiu poupança para o exterior, apresentando déficit em transações
correntes de 11 bilhões de unidades monetárias.

17. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANP – 2013) - De acordo


com o princípio da teoria da paridade do poder de compra, a taxa de
câmbio entre duas moedas deve depender dos níveis de preços nos dois
países.

18. (CESPE/Unb – Analista Administrativo – ANAC – 2012) - À medida


que crescem as remessas de juros ao exterior, aumenta-se o déficit na
conta capital e financeira do balanço de pagamentos, ceteris paribus.

19. (CESPE/Unb – Analista Administrativo – ANAC – 2012) - Se um país


apresenta superávit no balanço de pagamentos, suas exportações líquidas
serão, necessariamente, positivas.

20. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Um país que possui


superávit em transações correntes possui poupança externa positiva.

21. (CESPE/Unb – Economista – TJ/RO – 2012) - Um país que possui


superávit em transações correntes necessariamente acumula reservas
internacionais.

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Considerando que a tabela acima corresponda, com valores em bilhões de


dólares, ao balanço de pagamentos de um país hipotético no ano Y, é
correto afirmar que, durante esse ano, esse país

22. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Recebeu investimento


líquido do exterior.

23. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Enviou transferências


unilaterais ao exterior no valor de 10 bilhões de dólares.

24. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Teve saldo zero na conta


de capital.

25. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Aumentou seu nível de


endividamento externo.

26. (CESPE/Unb – Economista - TJ/AL – 2012) - Reduziu suas reservas


internacionais.

Enunciado para as questões 27 a 31:


Desde março deste ano, registra-se redução do valor externo da moeda
brasileira. Os fatores que contribuem para essa desvalorização do real
incluem.

27. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O aumento de


doações financeiras de órgãos oficiais estrangeiros ao governo brasileiro
nos últimos meses.

28. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A redução


significativa de remessas financeiras de imigrantes brasileiros residentes
nos Estados Unidos da América a suas famílias no Brasil.

29. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A fuga de capitais


estrangeiros investidos no Brasil para seus países de origem.

30. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A redução no valor


das exportações brasileiras, sem reduções compensatórias na demanda
por produtos importados.

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31. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A redução dos


gastos dos brasileiros com viagens ao exterior.

Com base nos dados da tabela acima - que apresenta, em unidades


monetárias (UA), informações acerca de transações do país hipotético X
com o resto do mundo no ano 20XX -, e considerando que o PIB dessa
economia no ano 20XX tenha sido igual 1.000 UA, julgue os itens 32 a 35.

32. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O saldo da conta


de transações correntes de X é igual a 75 UA.

33. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O saldo da conta


capital e financeira de X é igual a 100 UA.

34. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O saldo do balanço


de pagamentos de X é igual a 395 UA.

35. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A poupança bruta


de X não foi capaz de financiar integralmente o investimento total bruto
realizado nesse país no ano considerado.

Acerca do regime cambial conhecido como flutuação suja, julgue os itens


36 e 37.

36. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - A flutuação


cambial não ultrapassa os limites fixados pelo BACEN, também
conhecidos como bandas cambiais.

37. (CESPE/Unb – Técnico Científico – BASA – 2012) - O câmbio é fixado


no mercado com base na oferta e na demanda de divisas, não sofrendo
interferência direta ou indireta do governo.

38. (CESPE/Unb – Consultor – SEFAZ/ES – 2008) - Os sistemas de


flutuação administrada da taxa de câmbio, utilizados atualmente em

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muitos países, combinam características do regime de taxas de câmbio
flexíveis com intervenções esporádicas dos bancos centrais, no intuito de
reduzir a volatilidade cambial.

39. (CESPE/Unb – Auditor – TCDF – 2012) - Um dos principais


argumentos mobilizados na defesa do regime de câmbio fixo é a disciplina
que esse regime cambial impõe à condução da política econômica de um
país, uma vez que, sob tal regime, o banco central não pode controlar as
taxas de juros nem financiar o déficit público por intermédio da emissão
de moeda.

40. (CESPE/Unb – Analista – Economia – MPU – 2010) - Saldos positivos


e expressivos do balanço de pagamentos não são necessários para o
Brasil sustentar a taxa de câmbio, pois o Banco Central utiliza uma
política cambial de taxas flutuantes.

41. (CESPE/Unb - Economista Júnior – PETROBRÁS 2002) – Para


solucionar problemas no balanço de pagamentos, o regime de taxas de
câmbio flutuantes requer ajustamentos consideráveis nas políticas
econômicas domésticas.

42. (CESPE/Unb - Economista Júnior – PETROBRÁS 2002) – No longo


prazo, se a produção brasileira crescer mais rápido que a produção dos
EUA, ocorrerá uma apreciação real da moeda brasileira em relação ao
dólar norte-americano.

43. (CESPE/Unb – Instituto Rio Branco – 2006) - Em uma economia


globalizada, taxas de juros elevadas em um país, ceteris paribus, atrairão
mais capital estrangeiro, provocando a apreciação da moeda nacional e a
expansão das exportações e do PIB.

44. (CESPE/Unb – Instituto Rio Branco – 2004) - Em presença de um


sistema de taxas de câmbio fixas, a solução de crises no BP exige
ajustamentos consideráveis nas políticas econômicas domésticas.

45. (CESPE/Unb – Instituto Rio Branco – 2004) - Sob o regime de taxas


de câmbio flutuantes, um déficit no balanço comercial, não compensado
por movimentos de capitais, depreciará a moeda nacional e essa
depreciação aumentará as exportações e reduzirá as importações,
contribuindo, assim, para eliminar o desequilíbrio inicial.

46. (CESPE/Unb – Economista – FUNCAP – 2004) - Quando cidadãos


norte-americanos adquirem ou aumentam o controle sobre uma empresa
no Brasil, essa transação é contabilizada no balanço de capitais do Brasil.

47. (CESPE/Unb – Economista – SEAD/PRODEPA – 2004) - Quando um


turista brasileiro compra equipamentos eletrônicos japoneses em Tóquio,

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essa transação é registrada como um débito no balanço de transações
correntes do balanço de pagamentos brasileiro.

48. (CESPE/Unb – Economista – FSCMP – 2004) - As doações feitas pelo


governo brasileiro aos desabrigados iranianos por ocasião do último
terremoto no Irã são contabilizadas como débito no balanço de capital do
Brasil.

49. (CESPE/Unb – Economista – FSCMP – 2004) - No curto prazo,


períodos de expansão econômica tendem a expandir o déficit da balança
comercial.

50. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia – 2004) – Como a teoria da


paridade do poder de compra implica que a taxa de câmbio real é fixa,
então modificações nas taxas de câmbio nominais entre duas moedas
quaisquer refletem o diferencial de inflação entre os países considerados.

51. (CESPE/Unb – Economista – PETROBRÁS – 2004) – No longo prazo, a


teoria da paridade do poder de compra implica que o diferencial da taxa
de juros entre países deve refletir a expectativa de desvalorização
cambial e o comportamento do nível de preços.

52. (CESPE/Unb – Analista Legislativo – Câmara dos Deputados – 2002) –


Segundo a paridade não-coberta de taxa de juros, a decisão de investir
em um determinado mercado é função da taxa esperada de depreciação
cambial. Isso requer que os investidores tenham expectativas de retorno
independentes da composição de suas carteiras em termos da
participação de distintas moedas.

53. (CESPE/Unb – Economista – STM – 2011) - No balanço de


pagamentos brasileiro, os gastos com viagens internacionais dos
brasileiros e os empréstimos concedidos pelo Banco Mundial são
registrados, respectivamente, na balança de serviços e renda e na rubrica
outros investimentos da conta financeira.

54. (CESPE/Unb – Economista – STM – 2011) - Caso uma empresa


brasileira tenha financiado, por meio de um banco norte-americano,
importações de matéria-prima no valor de US$ 2 milhões, esse montante
deverá ser registrado como débito na balança de transações correntes e
como crédito na conta capital e financeira.

55. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências Econômicas –


TCE/AC – 2009) - O aumento recente das compras de ações de
companhias listadas no IBOVESPA por investidores estrangeiros contribui
para aumentar o superavit da conta de transações correntes do balanço
de pagamentos brasileiro.

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56. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências Econômicas –
TCE/AC – 2009) - A teoria da paridade do poder de compra, ao considerar
que os países com elevadas taxas de inflação devem depreciar suas
moedas, é incompatível com a existência de uma taxa real de câmbio
constante.

57. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências Econômicas –


TCE/AC – 2009) - A imposição de tarifas, além de elevar o preço relativo
das importações, conduz à retração dos setores econômicos relativamente
ineficientes.

58. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências Econômicas –


TCE/AC – 2009) - Os desequilíbrios da balança comercial tendem a
aumentar nos períodos de recessão em razão da redução do nível de
atividade econômica, que leva à contração das exportações líquidas da
economia.

59. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – Ciências Econômicas –


TCE/AC – 2009) - A fixação de quotas à importação de produtos têxteis
provenientes da China é particularmente eficaz para conter os deficits do
balanço comercial porque reduz a demanda de reais.

GABARITO
01 E 02 C 03 E 04 C 05 E 06 C 07 E
08 E 09 E 10 E 11 C 12 E 13 C 14 E
15 C 16 E 17 C 18 E 19 E 20 E 21 E
22 E 23 E 24 C 25 E 26 E 27 E 28 C
29 C 30 C 31 E 32 E 33 E 34 C 35 E
36 E 37 E 38 C 39 C 40 C 41 E 42 E
43 E 44 C 45 C 46 C 47 C 48 E 49 C
50 C 51 E 52 C 53 C 54 C 55 E 56 E
57 E 58 E 59 E

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