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B L IO ItC A rU H JL A K V tR tZ O L A N A

i ARALE l a a la edición de
las Obras Completas de Li-
sandro Alvarado, destinadas
a rescatar para la posteridad
la obra dispersa y mal im­
presa de este gran polígrafo
venezolano, la Dirección de
Cultura y Bellas Artes del
M in isterio de E d u ca ció n
juzgó útil reunir en una An­
tología algunas de las pági­
nas más características de la
obra de Alvarado, y divul­
garlas a través de uno de los
tom os de esta B ib lio te ca
Popular Venezolana, lo que
permite a un sector mayor
de lectores conocer y apre­
ciar el extraordinario esfuer­
zo intelectual de Lisandro
Alvarado.
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ANTOLOGIA

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pata, la B ib lio te c a N acion al.

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B IB L IO T E C A N ACIO N AL
c a r a c a s

FONDO BIBLIOGRAFICO ESPECIAL


DE AUTORES VENEZOLANOS
Títulos de la BIBLIO TECA POPULAR VENEZOLANA

SE R IE RO JA
Novelas y Cuentos

1.— L as M em orias de M am á B la n c a .— T eresa de la P a rra.


4.— T ío T igre y T ío C onejo.— A n to n io A rráiz.
7.— C a n ta cla ro .— R ó m u lo Gallegos.
9.— P ereg rin a.— M an u el D íaz R odríguez.
11.— L eyend as de C aroni.— C elestin o P eraza.
13.— M em orias de u n Vividor.— F . T o s ta G arcía.
15.— L as L a n zas C oloradas.— A rtu ro U slar P ie tri.
17.— L as Sá b a n a s de B a rin a s.— C a p itá n Vowel.
18.— E l M estizo Jo s é V argas.— G u illerm o M eneses.
22.— C u bagua,-O rinoco.— E n riq u e B ern a rd o Núfiez.
25.— P o r los llan os de A pure.— P. C alzad illa Valdés.
38.— «E n este p a ís ...» .— L. M. U rb a n e ja A chephol.
46.— P eon ía.— M. V. R om erogarcía.
47.— L a tie n d a de m u ñ ecos.— J u lio G arm en d ia.
60.— El Sa rg en to F elip e.— G . P icó n F eb res. Prólogo de M. P icó n
Salas.
65.— A naida.— Jo s é R a m ó n Yepes.
69.— P obre Negro.— R ó m u lo G allegos.

SE R IE AZUL

Ensayo, H istoria, Biog rafía, N arraciones y Leyendas

2.— M ocedades de B olív ar.— R . B la n co F om bona.


5.— Jo sé F é lix K ib as.— J . V. G onzález.
8.— Su cre.— J u a n O ropesa.
12.— H om bres e Id eas e n A m érica.— A ugusto M ijares.
19.— Al M argen 3e la Epopeya.— Eloy G. G onzález.
21.— E l R eg en te lle re d ia .— M ario B riceñ o Iragorry.
24.— V argas, el A lbacea de la A ngu stia.— A ndrés Eloy B lan co .
28.— H isto ria de M arg arita.— F ra n cisco Ja v ie r Yanes.
30.— C inco T esis sobre las P asiones y otros Ensayos.-—I. P u e rta s
F lores.
33.— El M isterioso A lm iran te y su en ig m ático d escu b rim ien to.—
C arlos B ra n d t.
37.— A ndrés B ello.— R a ía e l Caldera.
39.— V en ezuela h eroica.— Eduardo B lan co.
44.— V ida a n e cd ó tica de venezolanos.— E duardo Carrefio.
50.— P a isa je s y h o m b res de A m érica.— O scar R o ja s Jim é n e z .
51.— R ecuerdos de V en ezuela.— J e n n y de T a llen a y (T ra d u cció n de
R en é h . F . D u ra n d ).
55.— L a L uz y el E sp ejo.— A ugu sto M ijarés.
57.— H uellas sobre la s C um bres.— C lau d io Vivas.
59.— Algunos ju eg o s de los n iñ o s de V en ezuela.— M iguel C ardona
M artí.
61.— Trazos de H isto ria V en ezolana.— C. P arra P érez.
63.— La P a la b ra en cend id a.— H é cto r C u enca.
64.— Los C ronistas y la H isto ria.— G u ille rm o M orón.
67.— B olív ar p in tad o por sí m ism o.— R . B la n c o F om bo n a.

SE R IE MARRÓN

A ntologías y Selecciones

3.— C u en tistas M odernos.— J u l i á n P ad ró n .


6.— C ancionero P o p u la r__ Jo s é E . M achad o
10.— A ñoranzas de V en ezuela.— P ed ro G rases.
14.— P oetas P a rn a sia n o s y M o d ernistas.— L u is L eón.
16.— C rónica de C aracas.— A rístídes R o ja s.
20.— Poesías y T rad u ccion es.— J . A. P érez B on ald e.
23.— F olklore venezolano.— R . O livares F igu ero a.
26.— M u estrario de H istoriadores C o lo niales de V en ezuela.— Jo a q u ín
G abald ón M árquez.
27.— El Paso E rra n te .— P ed ro E m ilio Coll.
29.— A ntología de A ndrés B ello— P ed ro G rases.
31.— G eografía E sp iritu a l.— F elip e M assiani.
32.— Sones y C an cion es y O tros P oem as.— A lfredo Arvelo L arriva.
34.— Com prensión de V enezuela.—-M ariano P icó n Salas.
35.— Jagü ey .— H écto r G u illerm o V illalobos.
36.— ¡C an ta, P iru le ro !— M an uel F . RUgeles.
40.— R eta b lo .— J . A. De A rm as C h itty .
41.— D o ctrin a.— C ecilio A costa.
42.— A ntología.— F ra n cisco P im e n te l ( J o b P im ).
43.— Las Nubes.— A rtu ro U slar P ie tri.
45.— L a voz de los cu a tro v ientos.— F e rn a n d o P az C astillo.
48.— M itos y T rad iciones.— T u llo F e b re s Cordero.
49.— F a sto s del E sp íritu .— F é lix A rm and o Núñez.
52.— Secretos en F u g a.— L u is B e ltrá n G u errero.
53.— F olklore V enezolano.— R . O livares F igu eroa.
54.— A ntología del C u ento Venezolano.— G u illerm o M eneses.
56.— A ntología P o ética .— V ice n te G erb asi. .
58.— O bras de J . A. R am o s S u cre.— P rólogo d e F é lix Arm ando
Núñez.
62.— M anual del F olk lo re Venezolano.— Isa b e l Aretz.
66.— A ntología P o ética .— A n ton io S p in e ttí D ini.
68.— A ntología.— L isand ro Alvarado.
B IBLIO TEC A POPULAR VENEZOLANA

68

LISANDRO ALVARADO

ANTOLOGIA

BIBLIOTECA K A Ç IO IU I

C A R A C A S - VENEZUELA

EDICIONES DEL MINISTERIO DE EDUCACION


DIRECCION DE CULTURA Y BELLAS ARTES
C a r a c a s , 1959
© E S P R O P IE D A D

Depósito Legal Z, 293 - 1959


v

I m p r e s o e n E s p a ñ a . - P r in t e d in S p a in . - iq $<)

Im prenta H era ld o de A ragón, S. A. - Calvo Sotelo, 9. - Zaragoza


LISANDRO ALVARADO

E n u n s o le a d o v a lle d o n d e e l v e r d e d e los s e m b r a d o s
d e c a ñ a c o n t r a s ta co n la p á lid a d e s n u d e z d e la s c o lin a s
b la n q u ea d a s p o r la ero sió n , estu v o E l T ocu y o v ie jo . Un
p o d e ro so e s t r e m e c im ie n t o d e la t ie r r a lo d estru y ó t o t a l­
m e n te a m e d ia d o s d e e s t e sig lo c o n v ir tié n d o lo e n p a t r i­
m o n io d e la m e m o r ia . E n u n b a r r io to cu y a n o , e l d e S an
Ju a n , h a b it a r o n g e n te s p o b r e s y la b o r io s a s . A llí v in o al
m u n d o \Lisandro A lv a ra d o e l 19 d e s e p t ie m b r e d e 1858.
M o d esta, c o m o e l m a tr im o n io q u e la o c u p a b a , fu e la
c a s a d o n d e n a c ió L isa n d ro . Sus p a d r e s — d o n R a fa e l A l­
v a r a d o y d o ñ a E n g r a c ia M a r c h e n a —, a c a m b io d e d in ero ,
tu v iero n h o n r a d e z y a u s t e r id a d c o m o p a n e s p ir itu a l d e
c a d a d ía. Y s e n tid o d e la d ig n id a d y d e l t r a b a jo p a r a
e je m p lo y h e r e n c ia d e los h ijo s.
El 14 d e n o v ie m b r e d e 1863, E g id io M o n tesin o s fu n d ó
en E l T ocu y o u n c o le g io q u e d e n o m in ó , s im b ó lic a m e n te ,
La Concordia. A brió sus p u e r ta s a q u e l m e m o r a b le in s titu to
cu a n d o c e r r a b a su s p á g in a s e l m á s s a n g r ie n to c a p ítu lo d e
n u estra s g u erra s civ iles. E n ;su s a u la s h a lla r o n ru m b o s y
lu ces c u a n ta s g e n e r a c io n e s c u p ie r o n en e l fe r v o r d e a q u el
m a e s tr o ín teg ro. B a jo la g e n e r o s a p r o te c c ió n d e su p a d r i­
n o d o n E gidio, A lv a ra d o in g r e s ó en La Concordia, en 1871,
c o m o e s tu d ia n te d e F ilo s o fía . E l 26 d e a g o s to d e 1874,
y e n e l C o leg io N a cio n a l d e V a ro n e s d e T ru jillo, lo s d is ­
cíp u lo s d e M o n tesin o s o p t a r o n a l títu lo d e B a c h ille r en
F ilo s o fía . A d o s d e e llo s — L is a n d r o A lv a r a d o y J o s é S o -
— 7 —
8 PRÓLOGO

le d a d J im é n e z A rráiz— los a p r o b ó e l J u r a d o E x a m in a d o r
a n te s d e q u e fin a liz a r a n la s p r u e b a s req u erid a s, y les o t o r ­
g ó c a lific a c ió n s o b r e s a lie n te .
E c o n ó m ic a m e n te im p o s ib ilita d o p a r a c o n tin u a r e s tu ­
d io s, A lv arad o s e t r a s la d a a B a r q u is im e to co n e l p r o p ó s ito
d e tr a b a ja r , a h o r r a r y co n tin u a r a p r e n d ie n d o p o r su c u e n ­
t a h a s t a reu n ir lo n e c e s a r io c o m o p a r a e m p r e n d e r v ia je a
C a racas, d o n d e a s p ir a in g r e s a r en la U n iv ersid ad C en tral.
C u m p le e s t e p r o y e c to e l 17 d e s e p t ie m b r e d e 1878 cu a n d o
se m a tr ic u la en p r im e r a ñ o d e M ed icin a, c a r r e r a q u e c o ­
ro n a e l 2 d e a g o s to d e 1884 a l g r a d u a r s e d e D octor. D u­
ra n te su s a ñ o s d e e s tu d ia n te u n iv er sita rio , A lv a ra d o c o n ­
fig u r a su p e r s o n a lid a d y a p r e n d e m é t o d o s d e tr a b a jo ,
n o v ed o s o s e n e l p aís. Su o r ie n ta c ió n id e o ló g ic a en m a t e r ia
r e lig io s a y p o lít ic a c a m b ia r a d ic a lm e n te .
C o n v ien e s e ñ a la r q u e p a r a s o s te n e r s e en C a racas, A l­
v a r a d o r e c ib ió la m o d e s t a a y u d a q u e su fa m ilia p o d ía
su m in istra rle. Tuvo, p u es, q u e c o m p le t a r su m a n u te n c ió n
t r a b a ja n d o .
A p a r te d e su s d e b e r e s p a r a co n la s cla s e s d e M ed icin a ,
A lv a r a d o to m ó , c u a n d o p u d o, p r o fe s o r e s p a r tic u la r e s d e
id io m a s , y e n e s p e c ia l, d e a le m á n . C ursó, a d e m á s d e M e­
d ic in a , D e r e c h o R o m a n o y C an ó n ico, C á lcu lo S u p erio r, y
d e d ic ó tie m p o y s e r ie d a d a l a p r e n d iz a je d e la B o tá n ic a ,
Z o olog ía , M in era lo g ía , E tn o g r a fía e H is to ria U n iversal. D e
su s p r o fe s o r e s u n iv er sita rio s, A d o lfo E rn st y R a fa e l V i-
lla v ic en c io so n lo s q u e m a y o r in flu e n c ia p a r e c e n h a b e r
e je r c id o s o b r e A lv arad o. H a sta e l e x t r e m o d e q u e term in ó
p o r h a c e r s e d e c id id o p a r tid a r io d e la s id e a s p o s itiv ista s y
p o r e n tib ia r sus c o n v ic c io n e s relig io s a s. F u e a m ig o y d e ­
v o to d e A rístid es R o ja s y C ecilio A costa , v a r o n es q u e sin
d u d a e s ta m p a r o n la s h u ella s d e su s id e a s e n la fo r m a c ió n
d e L isa n d ro . C o n o ció p e r s o n a lm e n t e a J o s é M artí, y s o b r e
la b r e v e r e s id e n c ia en C a ra c a s d e l A p óstol C u ban o, d e jó
u n a p á g in a r e v e la d o r a . E n su s a ñ o s d e e stu d ia n te, A lv a­
r a d o s e d a a c o n o c e r c o m o e s c r ito r y lla m a la a te n c ió n
d e su s c o m p a ñ e r o s d e le tr a s p o r su s e r ie d a d y p r e m a t u r a
m a d u rez , y p o r su c a r á c t e r m á s b ie n esq u iv o y tím id o .
Al r e g r e s a r d e la U n iversidad, A lv arad o se m a r c h a a la
p ro v in c ia . E n 1887 c o n t r a e m a tr im o n io c o n la s e ñ o r ita
A m alia R o s a A co sta Z úñiga, n a tu r a l d e O spino. E n 1888,
d e s e m p e ñ a la M e d ic a tu ra R u ra l d e G u a n a re y e s D irec­
t o r d e l C o leg io N a cio n a l d e a q u e lla ciu d ad , a l m is m o t ie m -
PRÓLOGO 9

po qu e p a r tic ip a en la s a c tiv id a d e s d e la L e g is la tu r a r e ­
g ion al. D e G u a n a re fu e e n v ia d o a E l T in a co en c a lid a d
d e M éd ico e n C om isión , p a r a c o n tr ib u ir a la e r r a d ic a c ió n
d e u n a e p id e m ia q u e a z o t a b a a q u e lla s reg io n es.
E n 1890, y p o r in flu e n c ia d e l G e n e r a l F r a n c is c o B a ­
talla, A lv arad o fu e a l ser v ic io d ip lo m á tic o c o m o C ónsul
d e V en ez u ela en S o u th a m p to n , I n g la te r r a . R e n u n c ió a los
p o c o s m e s e s y r e g r e s ó a V en ez u ela . V olv ió a E u r o p a e n
e l 91 p a r a r e p r e s e n t a r a su P a t r ia e n e l S é p tim o C o n ­
g reso M u n dial d e H ig ien e y D e m o g r a fía reu n id o en L o n ­
dres. A su reg re so , e n a q u e l m is m o añ o, s e a lis t ó e n la s
fu erz a s q u e c o m a n d a b a e l G e n e r a l G u erra , c o m o M éd ico
C iru jan o M ayor d e l E je r c ito d e l C en tro.
De a h í e n a d e la n t e e s d ifíc il s e g u ir la s lh u e lla s d e A i-
v a r a d o e n su s fr e c u e n t e s c a m b io s d e r e s id e n c ia y v ia je s
p o r e l in te r io r d e V en ez u ela . Su c e n tr o d e o p e r a c io n e s p a ­
rec e h a b e r e s t a d o c o m p r e n d id o en e l á r e a g e o g r á fic a q u e
e n c ierr a n la s c iu d a d e s d e B a rin a s, B a r q u is im e to y S an
C arlos, au n c u a n d o es seg u ro q u e r e c o r r ió c a s i to d o e l
territo r io n a c io n a l, in c lu y en d o lo s lla n o s o r ie n ta le s , la
G u a y an a y los A ndes.
E n 1920 se r a d ic a e n C a r a c a s y e s n o m b r a d o D irecto r
d e C o m ercio e n e l M in is ter io d e R e la c io n e s E x te rio r es .
Una y o t r a c o s a so n p r o d u c to d e l a fe c t u o s o in te r é s co n
qu e alg u n os d e su s a m ig o s d e s e a b a n p r o c u r a r le e s t a b ili­
d a d c o m o p a r a q u e p u d ie s e c o n c lu ir a q u ella s in v e s tig a c io ­
n es qu e te n ía p e n d ie n te s o d is p e r s a s e n lo s sitio s d o n d e
a c o s tu m b r a b a r e s id ir p o r a lg ú n tie m p o , m ie n tr a s c o m p le ­
ta b a o b s e r v a c io n e s c ie n t ífic a s s o b r e la s m á s d iv e r s a s m a ­
teria s. E l 29 d e ju lio d e 1926 le so b r e v in o u n a t a q u e d e
h e m ip le jía q u e lo in u tiliz ó fís ic a m e n t e . A qu el h o m b r e ,
d o ta d o d e u n a a s o m b r o s a a c tiv id a d m o triz , s e v io r e d u c id o
a l sillón d e l p a r a lític o . E s e l m o m e n to e n q u e tr a d u c e e l
fa m o s o V iaje a las regiones equinocciales del Nuevo Con­
tinente, d e H u m b old t, t a l v ez c o m o u n p r e t e x t o p a r a v ia ­
ja r c o n la m e n t e a n t e la im p o s ib ilid a d d e h a c e r lo s o b r e
su s p iern a s. A m ig os in flu y e n te s le p r o c u r a r o n q u e s e fu e s e
a E u rop a en b u sc a d e c u ra c ió n . A su reg r e s o , t o t a lm e n t e
d e sa h u c ia d o , d o n L isa n d ro fu e c o n d u c id o a V a le n cia , d o n ­
d e fa ile c ió e l 10 d e a b r il d e 1929. E l c a d á v e r d e a q u el
h o m b r e q u e e n su ju v en tu d h a b ía sid o c e lo s o d e fe n s o r d e
la d o c tr in a cr is tia n a , p e r o q u e e n su m a d u r e z lle g ó h a s t a
s e r d ig n a ta r io m a són , n o fu e a d m it id o e n e l te m p lo c a ­
10 PRÓLOGO

tólico. E l p u e b lo c o lo c ó e l fé r e t r o a l 'pie d e la e s ta tu a d el
L ib e r ta d o r p o r u n o s m in u to s, p a r a lu eg o c o n d u c ir lo a l s i­
t io d o n d e d e s c a n s a n su s resto s.

II
Q uien s e a s o m a a la v id a d e A lv arad o q u e d a ca u tiv o
p o r cu a n to d e e je m p la r e m a n a d e la c a lla d a y fe c u n d a
e x is te n c ia d e e s t e n o t a b le p o líg r a fo . A p en a s g ra d u a d o , se
a l e j a d e la c a p it a l y s e in te r n a e n la p ro v in c ia . V a a r m a d o
d e u n a g ra n v o lu n ta d d e t r a b a j o y d e s e o s o d e a r r a n c a r le
fr u t o s a su p a s ió n p o r e l estu d io . D u ro h a d e b id o d e s e r
su r e e n c u e n tr o c o n u n a p r o v in c ia d o n d e s e c a r e c e d e lo
m á s n e c e s a r io p a r a e l e je r c ic io m éd ico . L a d e c is ió n in i­
c ia l s e d e b ilita , y n o fa lt a n q u ie n es en tu s ia s m a n a A lva­
r a d o p a r a q u e in g r e s e a l serv icio d ip lo m á tic o . V a a I n ­
g la te r r a , d e C ónsul, p e r o n o r e s is te p o r m u c h o s m e s e s e l
lla m a d o d e la tie r r a . T ra e f r e s c a la im a g en y e l s a b o r d e
E u ro p a , y e n b r e v e p la z o a c e p t a u n seg u n d o en c a rg o , e s ta
v ez p a r a r e p r e s e n t a r la m e d ic in a v e n e z o la n a e n e l S é p ­
t im o C o n g reso d e H ig ien e y D e m o g r a fía . C u an d o r eg r e sa
h a c o n s o lid a d o e l p ro p ó sito d e in te r n a r s e , d e fin itiv a m e n te ,
e n e l c o r a z ó n d e su p a tr ia .
C o m ien za, en to n c e s, u n a e t a p a s ig n a d a p o r e l fe r v o r
c ie n t ífic o y e l in c a n s a b le la b o r a r . H u m ild e m en te t r a je a d o ,
c o n e s c a s o s y ru d im e n ta r io s in stru m e n to s, sin a p o y o o f i ­
c ia l d e n in g u n a e s p e c ie , A lv a ra d o s e c o n s a g r a a la ta r e a
d e o b s e r v a r la n a tu r a le z a y e l h o m b r e v en ez o la n o s . Con
m e n u d a y c la r a le t r a v a llen a n d o ! c u a d e r n o s d e a n o t a c io ­
n e s q u e c o m p r e n d e n h is to r ia , flo r a , fa u n a , m in e r a lo g ía ,
fo lk lo r e , léx ico, e t n o g r a fía , m e d ic in a . L e e in c a n s a b le m e n te
e n v a rio s id io m a s y so n lib r o s e l m e j o r p r e s e n t e qu e
p u e d e r e c ib ir d e sus a m ig o s en e l e x tr a n je r o . E s c r ib e c a r ta s
a T ulio F e b r e s C o rd ero , en M é r id a ; a P ed ro M a n u el A rca-
y a, en F a lc ó n ; a L u is R. O ra m a s y S a m u el D arío M a ld o-
n a d o , en C a r a c a s ; a B a r t o lo m é T a v e r a ,A c o s ta , e n C iu d ad
B o lív a r : y d e é sto s s o lic ita d a t o s q u e c a d a u n o p u e d e
a p o r t a r d e sus r e s p e c tiv a s r e g io n e s y e s p e c ia liz a c io n e s .
C on lo q u e o b s e r v a d ir e c ta m e n te , lo q u e e x t r a e d e los
lib r o s y lo q u e a c o p ia c o m o p a r t e d e la g e n e r o s a c o o p e ­
PRÓLOGO 11

ra ció n d e su s a m ig o s y c o m p a ñ e r o s , A lv a ra d o v a c o n fig u ­
ra n d o su s o b ra s.
L a n e c e s id a d d e in v e s tig a r d ir e c ta m e n te , y e l d e s e o d e
n o m e z c la r su n o m b r e a la s e s fe r a s p o lític a s , lo lle v a n a
c o n v e r tir s e en u n a i e s p e c ie d e e r m ita ñ o v ia je r o . P o s e e
a m ig o s e n to d o s lo s c a m in o s, p u e b lo s y c a s e r ío s d e V e n e ­
zu ela. E n , m u c h a s c a s a s tie n e c u a r to r e s e r v a d o . L le g a
c u a n d o le p a r e c e , y se m a r c h a sin a v is a r le a n a d ie , c o m o
s i n o q u is ie r a m o le s t a r e n lo m á s m ín im o . L a s g e n te s q u e
lo c o n o c e n s e d isp u ta n la s a t is fa c c ió n d e a lo ja r lo y son
g u a r d ia n e s d e l s ile n c io y d e la p a z q u e d e b e n r o d e a r a
u n s a b io m e t id o e n t r e su s p a p e le s y o b je t o s d e estu d io.
E n u n p e s a d o b a ú l c o n d u c e su a r c h iv o y la b o r a t o r io a m ­
b u la n tes. P a g a c o m o p u e d e lo s fa v o r e s q u e rec ib e . E je r c e
g r a tu ita m e n te la m e d ic in a e in te r p o n e sus c o n o c im ie n to s
leg a le s en d e fe n s a d e lo s m á s d é b ile s . V ig ila e in te r v ie n e
e n la e d u c a c ió n d e su p u e b lo y s e in te r e s a v iv a m e n te p o r
p ro p u g n a r u n a r e fo r m a d e l s is te m a c a r c e la r io . N o ig n o ra
q u e la h o s p ita lid a d d e lo s c a m p e s in o s e s u n p r e c io s o a u x i­
lia r p a r a su s la b o res, y c u a n d o en 1921 p u b lic a e l G losario
de Voces Indígenas de Venezuela, n o lo s o lv id a : “E sc ri­
b im os, em p e r o , n o p a r a lo s sa b io s , sin o p a r d los h o m b r e s
co n sa g r a d o s a la s fa e n a s a g r íc o la s o p e c u a r ia s , a le ja d a s
p o r lo co m ú n d e t o d a fu e n t e d e in fo r m a c ió n " . Su o b r a
está m u y le jo s d e l s e c t o r s o c ia l p a r a e l c u a l fu e id e a l­
m e n te escrita . P e r o ello n o fu e c u lp a d e A lv a ra d o n i d el
p u eblo.
Su g a b in e te d e t r a b a jo es t a l v ez e l m á s a m p lio y
d isp erso d e c u a n to s c o m o é l h a n in v e s tig a d o en V en ezu ela.
T en ía lib ro s y p a p e le s e n C a ra c a s, O spino, G u a n a re, B a ri-
n as, E l T in aco, Z a raz a, B a r q u is im e to , C iu d a d B o lív a r ...
C u an d o co n clu y e alg ú n e n s a y o lo en v ía a c u a lq u ie r a d e
sus a m ig o s p a r a q u e lo c o n s e r v e o p u b liq u e. No lo t e n ­
ta r o n ja m á s v a n id a d e s n i a m b ic io n e s m a te r ia le s . V ive m u y
p o b r e m e n t e y r e h u y e h o n o r e s y d is tin c io n es. E n m e d io d e
su a p a r e n te d e s o r d e n d e v ia je r o im p e n it e n te , es u n o d e
los m á s o r g a n iz a d o s t r a b a j a d o r e s : s a b e d ó n d e e s t á n tod o s
sus co sa s, g u a r d a c u id a d o s a m e n t e la s c a r ta s q u e r e c ib e ;
c o rrig e c o n e s m e r o su s lib r o s ; e s tu d ia m e t ó d ic a m e n t e y
e s tá a l d ía e n m a t e r ia d e lo q u e se p u b lic a e n E u rop a
e n r e la c ió n c o n su s e s p e c ia liz a c io n e s .
A lv arad o t r a b a jó sin d e s c a n s o , y c rey ó c o n fir m e z a qu e
un p a ís n o p u e d e m a r c h a r a la c o n q u is ta d e su fu tu ro
12 PRÓLOGO

e n t a n to su s h ijo s ig n o re n c ó m o s o n su s h o m b r e s y el
m e d io n a tu r a l e n q u e a c t ú a n : "Si a lg ú n m é r ito b ie n g a ­
n a d o h u b ie r e e n lo s q u e p u e d e n m o v e r su len g u a co n p r o ­
p ie d a d o, su p lu m a c o n a c ie r to , s e r ía c o n ra z ó n é s t e d e e s ­
tu d ia r y e s c u d r iñ a r la s c o s a s d e la p a t r ia m is m a , p o r m á s
d e s d é n c o n q u e la s v e a n los s n o b is ta s d e to d o s lo s tie m p o s .
P ero e s t e s n o b is m o c a e en e l o lv id o ta n lu eg o c o m o p a s a
la m o d a lite r a r ia , y n o d e ja p a r a la p a t r ia sin o e s c a s a
u tilid ad , o n in g u n a e n r e s u m id a s cu en ta s . ¿C óm o s e p u e d e
p r o p e n d e r a l a d e la n to d e un p a ís s i n o se le c o n o c e m in u ­
c io s a m e n t e ? ”

III

A n a d ie e x t r a ñ a r ía si la c o n s id e r a b le a c tiv id a d in t e le c ­
tu a l d e L isa n d ro A lv a r a d o h u b ie s e sid o d e s p le g a d a b a jo
e l a m p a r o d e u n a g ra n u n iv e r s id a d y ¡ten ien d o p o r c o la ­
b o r a d o r e s a d ilig en tes e s p e c ia lis t a s ; p o r a u x ilia res , n u tr i­
d a s b ib lio te c a s y b ie n p ro v isto s la b o r a t o r io s c ie n t ífic o s ;
y c o m o in d is p e n s a b le r e s p a ld o m o r a l, e l r e s p e to q u e h a d e
t e n e r s e p o r e l in v e s tig a d o r e n t r a n c e d e c o n s a g r a r su v id a
a la e s fo r z a d a t a r e a d e a b r ir ca m in o s. M as, s i u b ic a m o s
la o b r a c u m p lid a p o r A lv a r a d o e n su m e d io y e n su t ie m ­
p o ; s i p e n s a m o s q u e h u b o d e t r a b a j a r e n u n p a ís d e s o la d o
p o r g u er ra s civ iles, fa lt o d e recu rso s, g o b e r n a d o p o r c r u e ­
les y a r r o g a n t e s c a u d illo s y c o n u n a p o b la c ió n d e b a jís im o
n iv el cu ltu ra l, e n to n c e s h a b r e m o s d e c a lib r a r a d o n L i­
s a n d r o c o m o u n a fig u r a s e ñ e r a d e n t r o d e la m á s típ ic a
r e a lid a d d e n u e s tr o p aís.
L a A n to lo g ía q u e s e e n tr e g a a los le c to r e s p r e t e n d e s e r
u n a m u e s tr a d e a lg u n a s d e la s a c tiv id a d e s a q u e d e d ic ó
su v id a d o n L isan d ro . E s p o s ib le q u e e n e s t e lib r o n o se
en c u e n tr e n la s m e jo r e s p á g in a s d e su au tor. Q u erem o s, en
c a m b io , p r e s e n t a r en fo r m a p a n o r á m ic a la a s o m b r o s a d i­
v e r s id a d d e tem a s y p r o b le m a s q u e o c u p a ro n la a t e n c ió n
d e e s t e n o t a b le p o líg r a fo , su sta n tiv o y p e r m a n e n t e v a lo r
d e la m e jo r tr a d ic ió n cu ltu ra l v en ez o la n a .

O scar S ambrano U rdaneta .


CAPÍTULO PRIMERO

ESTUDIOS LINGÜÍSTICOS
IDEAS SOBRE LA EVOLUCIÓN D EL ESPAÑOL
EN V EN EZ U ELA '

Suponiendo u na relació n co n stan te entre el poderío de


un. país y la divulgación de su idiom a, podría asegurarse
que las naciones que hoy h ablan español se h an alejad o
tanto del castellano del siglo xvi, que\ya éste no es sino
una lengua lite ra ria , que aun en m anos de las academ ias
concluirá por m odificarse de m an era que al fin será arduo,
andando los tiem pos, conservar la unidad d el len g u aje en
los pueblos de origen hispano. E sto creo es,lo que llam an
ahora la evolución del le n g u a je; y partiendo de esa tan
generalizada teo ría es como vam os a asen ta r las ideas que
nos sugiere la actu al h ab la de n u estra patria.
E sta h ab la h a perm anecido m ucho tiem po sin sensible
mudanza en su fo rm a vulgar y en su com posición, com o
es siempre lo reg u lar; pero en la construcción, y en lo
que es m ás, en su form a lite ra ria , es m aravilloso como se
ha introducido el afran cesam ien to de que ta n acerbam en ­
te se qu ejaba el P. Isla en su conocida H istoria de F ray
Gerundio. He leído un co rto y sagaz estudio del conocido
escritor Pedro-Em ilio Coll y sus conclusiones m e p arecen
estar en lo cierto p ara explicarn os aquel afrancesam ien to.
Es desde luego en la m orfología de los vocablos donde
más podría esperarse u na actitu d sistem ática de los pu­
ristas, y ello es lo que en efecto sucede. La fuerza de la
etimología en cu en tra un dique n a tu ra l en los sen cillos re ­
cursos que la analogía de la com posición ofrece, y de
aquí un progreso y un retroceso ortológicos, no tan sólo
en el len gu aje común, pero tam bién en lo que enseñan las
academias y los gram áticos, ta l que hoy por hoy se co n -
— 15 —
16 LISANDRO ALVARADO

sideran como co rrectas m u chas voces cuya form ación está


en co n trad icción con las o tras igu alm ente aceptadas. T e n ­
dríam os, pues, que com enzar, a l ensayar una rápida con ­
sideración sobre el español de Venezuela, por las voces
vulgares, que son en realidad u n térm ino sucesivo de la
evolución y sirven b astan te bien p ara los procedim ientos
del filólogo. Entiendo por voces vulgares las que con razón
o sin ella se tien en como in co rrectas, g ram aticalm en te
hablando, o cuya im itació n no se recom ienda a los buenos
escritores. Pues bien, sobre u nas tres m il voces anotadas
en el glosario p articu lar de que nos hemos valido para
h acer este papel, las llam adas corrupciones, sin co n ta r
las inflexiones verbales n i las voces desusadas o alterad as
aquí lo mism o que en España, vienen en cuarto térm ino,
siéndolo en los prim eros las voces indígenas, es decir,
procedentes de idiom as am ericanos pero de uso corrien te,
y las acepciones especiales que el señor Cuervo llam a im ­
propias. Los neologism os tienen el p o strer puesto y unos
doscientos vocablos son inciertos en su origen o proceden­
tes del hem isferio orien tal, bien que no m enos usados en
nuestro país.
Sobre esas acepciones especiales nos servirá de n orte lo
que escribe Bello en el prólogo de su G ra m á tica : “Juzgo
im portante la conservación de la lengua de nuestros p a ­
dres en su posible pureza, como un medio providencial de
com unicación y un vínculo de fratern id ad en tre las va­
rias naciones de origen español derram adas sobre los dos
continentes. Pero no es un purismo supersticioso lo que
m e atrevo a recom endarles. E l ad elantam iento prodigioso,
de todas las ciencias y las artes, la difusión de la cu ltura
in telectu al y las revoluciones políticas, piden cada día
nuevos signos para expresar ideas nuevas, y la introd u c­
ció n de vocablos flam antes, tom ados de las lenguas a n ti­
guas y ex tran jeras, h a dejado ya de ofendernos, cuando
no es m anifiestam ente inn ecesaria, o cuando no descubre
a fecta ció n y m al gusto de los que piensan en galan ar así
lo que escriben. Hay otro vicio peor que es el p re star acep­
ciones nuevas a las palabras y frases conocidas, m u lti­
plicando las anfibologías de que por la variedad de sig ­
nificados de cada p alabra adolecen m ás o m enos las
lenguas todas, y acaso en m ayor proporción las que m ás
se cultivan, por el casi infinito núm ero de ideas a que
es preciso acom odar u n núm ero necesariam en te lim itado
ANTOLOGÍA 17

de signos”. S i grande es, según lo que antecede, y enojoso


el núm ero de acepciones especiales, no quiere d ecir que
sean siem pre, como se ha querido, im propias. En su m ayor
parte son muy apropiadas o sirven p ara d esignar cosas
propias del país o anim ales o p lan tas que los prim itivos
conquistadores en co n traro n sem ejan te s a lo que ellos co ­
nocían en el V iejo M undo; y aunque en m uchos casos ha
prevalecido el nom bre indígena, pero siem pre resu lta con ­
siderable el núm ero de estas voces que sería p erju d icial
su stitu ir por o tras en nuestro len g u aje vernacu lar. A ñá­
dase a esto que tom ando en cu en ta las anfibologías a que
ello da lugar, son en cam bio posibles ciertos p rocedim ien­
tos para el equívoco, introducidos con frecu en cia en el
lenguaje. En cuanto a los neologism os, p arecerá extrañ o
que en medio de tan ta asim ilación como tenem os de ideas
y costum bres fran cesas prin cip alm en te y de tan to espíritu
de im itación y aun snobism o, sean pocos en proporción
los ahora contados. Largas son las lista s hechas por los
señores R afae l M aría B a ra lt, Baldom ero Rivodó y Ju lio
Calcaño. No consideram os em pero sino las voces prove­
n ien tes de raíces castellan as, o com puestas de vocablos
tam bién castellanos, que no constan en los léxicos gene­
rales. Tales voces están de ordinario form adas con toda
regularidad, y o no son superfluas o se h allan se r de todo
punto n ecesarias p ara expresar nuevas ideas u objetos.
Pueden, por consiguiente, g ran jearse un puesto definitivo
en el D iccionario de la lengua. Excusado es decir que ta m ­
poco se incluyen aquí las locuciones bárbaras o so lecísti-
cas determ inadas por extenso en la s g ram áticas o en
obras especiales como las de los señores Rivodó y Calcaño,
ni en general las voces cap rich osas o adm itidas m om en­
táneam ente por la moda o la reson an cia de ciertos acon ­
tecim ientos sociales.
Después de todo hay que ten er muy en cu enta la su­
pervivencia de algunas frases o voces an ticu ad as que p ri­
van en el len gu aje vulgar, cual hemos tenido ocasión de
verlo en diversos p a ra je s de Venezuela. El frecu ente em ­
pleo de locuciones tales como a r fil, co lu n a , c o stitu c ió n ,
d otor, n a c e n c ia , o tu b r e , p a r a s is m o , s o b e r a d o , tiric ia , e n ­
so ta rse, g u ay ar, a g o ra , a in a s, a p o s ta , a r r e o (adv.), a sin a ,
cu an tim ás, cu asi, e n d e n a n t e s , al que no esté prevenido le
persuadirá de que quien las profiere debe de ser gente
zafia y m al educada. Sin em bargo, eso es castellano, y del
2 - ANTOLOGÍA
18 LISANDRO ALVARADO

m e jo r que se h aya hablado. T ratand o de lo que registra


Ochoa en el índice de voces anticu ad as com puestas p ara
la colección de poesías castellan as an teriores al sigLo xv,
de Sánchez, dice aquél: “O tras m uchas (voces) que aquí
se ponen por anticuadas, tien en uso actu al (1842) en m u­
chos rincones de España, cuyas gentes conservan gran
parte de nuestro idiom a antiguo y su pronunciación por
el poco trato que han tenido con ios pueblos m ás p rin ­
cipales de la nación. Véase en este índice la voz b r e n que
tiene uso en m i p atria R uiseñada, pueblo del obispado de
San tan d er, y lo ten ía en los tiem pos de Berceo acaso co­
mún, como el de s a lv a d o que es lo que sig n ifica ”. Al
recordar que en este sentido es aquí usual la voz a f r e c h o ,
provincial de Andalucía y E xtrem ad ura según el d iccio­
nario, se caerá en o tra p articularid ad referen te al uso
de estas palabras y otras p rovinciales en la m adre p atria
y corrien tes en Venezuela, en lugar de las castellanas,
aunque creo que esta p ráctica es sólo extensiva a corto
número de voces, entre las que in trod u jeron los conquis­
tadores y los m isioneros, cada cu al según su nacionalidad .
E xam inadas con cuidado las corrupciones de len gu aje
que lo son tanto en España como aquí y que han sido
siem pre desechadas por los buenos escritores, resu lta no
obstante que en sus form as se descubre algunas de las
figuras llam adas de m etaplasm o y que de un modo m ás
gen eral pueden ser explicadas m ediante las leyes fon éticas
de tran sfo rm ació n de los sonidos. Es de suponer que to ­
das, o casi todas, las m encionadas corrupciones son o fu e­
ron v u lg a res en España, procediendo algunas del b a jo
la tín y ' una que o tra de cap richosas correspondencias,
tales como las que apunta Diez en la introducción de su
D ic cio n a rio e tim o ló g ic o p ara los térm inos m a le n c ó n ic o y
S ie r r a M o ren a. B asta por lo m enos ech ar una ojead a sobre
el len g u aje popular que aquí y en u ltram ar nos conservan
cierta s publicaciones españolas, contem poráneas o no,
para que descubram os una exten sa colección de vocablos
estropeados en la Península de id éntica m an era que en
ignorados rincones de Venezuela.
Las observaciones relativas a los cam bios ortológicos se
extiend en n atu ralm en te a la s expresiones au tócton as o
de fuen te am ericana. Al lado de form as prim itivas, que
pueden verse en los antiguos cron istas de Indias, por
ejem plo T ucuyo, H u m u caro, tu tu m a , m á y s, cu cu y o, etcé­
ANTOLOGÍA 19

tera, todavía usados popularm ente, se tien en form as lite ­


rarias o m odernas como T ocu y o, H u m o c a ro , to tu m a , m a íz,
cocuyo. M ayz ha sido latinizado en bo tán ica con el ge­
nitivo m a id is. Bello escribe cu cu y , ta l vez por apócope, y
Núñez Cáceres co n d o ro , lice n cia p o ética sin duda; y en
nuestros poetas o prosistas solemos en co n trar g on za l,
cah ú a, h u a d a o ju a ju a , etc. Picón F ebres usa co rrecta m en ­
te la voz b u ta q u e en una de sus novelas. A la verdad, un
moderno sectario del n atu ralism o se vería algo perplejo
entre escoger c h ilc a o c h ir c a , g u a d a o g u asd u a, p e ju a
o p esg u a, b a ja r e q u e o p a ja r e q u e , n io p o o y o p o , y así en
otros casos.
Unos m il vocablos provienen de lenguas o dialectos
americanos, p rin cip alm ente del carib e: el quichua, el gua­
raní, el azteca, el m uisca, el cum anagoto y el chaim a. Los
conquistadores, con su idea d o m in ante de recoger oro,
hicieron de m an era que este cam po de estudio fuese un
campo de Agram ante. P or o tra parte, los vocabularios y
gram áticas de los m isioneros fu eron compuestos m ás bien
para enseñar el catecism o cristian o que p ara fines filoló­
gicos; de donde vino que por el em brutecim iento de los
pueblos entregados a su cuidado y de antem ano diezmados
por la conquista, no o frecieron luego in terés las lenguas
indígenas, y que destruidas al cabo m u ch as tribus o por
entero asim iladas, pasó tam bién al olvido el estudio de
sus idiomas respectivos, perdiéndose para el etnólogo este
método de investigación. En la época del v ia je de Hum-
boldt a Venezuela era ya d ifícil obten er algunos de los
artes y diccionarios com puestos por los clérigos, y de
otros ha habido que h a ce r reim presiones en Europa. La
etimología, pues, de las voces que quedaron en uso lleva
consigo dificultades ta n grandes como las que aparecen
en la clasificación etnográfica de las tribu s indígenas de
Venezuela. A sí,'d on Ju lio Calcaño, siguiendo quizá la h i­
pótesis de los que rastrean la s civilizaciones in cásica y
cen tro-am ericana m ed ian te u na m igración rem ota de pue­
blos hiperbóreos, se in clin a a ace p ta r p ara nu estras voces
indígenas derivaciones asiáticas, al paso que el doctor
Adolfo E rnst, m i recordado m aestro, reclam a para un
gran número de etim ologías la influencia del antiguo
guaraní, fundado sin duda en la distribución geográfica
de la flora y la fauna venezolanas. Observaremos aquí el
hecho de que m inuciosas investigaciones geológicas hacen
20 LISANDRO ALVARADO

retroced er la aparición d el hom bre en A m érica h a cia el


fln de la época glacial y que de consiguiente el len gu aje
de los pueblos cuya invasión se presupone, si es que son
los m ism os de hoy, ha debido su frir durante ese an tiqu í­
sim o período de tran sfo rm acio n es radicales, de suerte que
la sem ejanza de vocablos polinésicos o asiático s con los
nuestros puede se r fo rtu ita y no en copia ta l que llegue
a form ar grupos m ás o m enos característico s g ra m a ti­
calm ente.
Sobre éstas o sem ejan tes bases podría com ponerse un
diccionario de venezolanism os, ú til sobre todo como obra
com parativa, en la cual serían provechosísim os los tra b a ­
jos acopiados por m i inolvidable amigo el doctor Aristides
R ojas. Acaso ex ista ya el libro u otro plan m e jo r a rre ­
glado por algún escrito r de nuestro país.
ANTOLOGÍA 21

PRÓLOGO DEL «GLOSARIO DE VOCES INDÍGENAS


DE V EN EZU ELA »

Las voces indígenas incorporad as al español de V ene­


zuela tienen uso frecu en te en el len g u aje fa m ilia r y aun
invaden el estadio de las letras. Algunas de ellas traspasan
los lím ites del país y pueden considerarse como am erica­
nism os; y sea por ta l razón o por obra de la fo rtu n a ha
llegado el caso de que unas cu an tas h ayan sido adoptadas
por la Academia Española dándoles puesto en la s edicio­
nes sucesivas del diccionario.
Hémosnos dado a la ta re a de catalo g ar y definir las
recogidas en n u estra p a tria con el doble o bjeto, y ello
cuando fuere posible, de estab lecer su antigüedad y abo­
lengo y de señ alar su uso apropiado en el país, bien entre
el vulgo, bien e n tre literato s. E n periódicos y revistas
contem poráneos deslízanse alguna que o tra vez térm inos
que en otras repúblicas vecinas, y con m ayor razón en
España, n ecesitan explicación, y que en vano se buscarían
en los léxicos m ás copiosos del idiom a español, sino es
que, hallándolos en alguno, apenas se reconocen por su
definición. Si, pues, u na de esas voces vernacu lares y mo­
destas está autorizada por tr a e r su origen de u n a lengua
viva o m u erta del país o por el uso co n stan te de nuestros
m ejores escritores, hay derecho de que e n tre ella en el
caudal, ya de suyo rico, del español.
Debemos en consecu encia exponer n u estras m iras res­
pecto de las lenguas en que fin can las voces aquí enum e­
radas. M uchas de éstas, sin duda,, carecen de una ex a cta
determ inación en cuanto a su etim ología, h a sta e l punto
de h aber sido catalogad as por exclu sió n ; pero hay buen
número que no está n en ese caso y que tien en su cuna,
con alteraciones m ás o m enos explicables, o sin ellas, en
lenguas de Am érica española, m ien tras que algunas pocas
han venido de Asia o A frica. E n esta lab or crítica tr a ta -
22 LISANDRO ALVARADO

rem os de seguir un método que ninguno que a tra b a jo


sem ejan te se dedique h abrá de dispensarse, y que teniendo
de ser estrictam en te regional, d ebería ser apoyado en la
etnología, en la lin gü ística y en la historia, alejan do en
lo posible la arbitraried ad y esas etim ologías pueriles lla ­
m adas “de sonsonete”, por un escritor español. R ecorde­
mos, como ejem plo, las derivaciones que nos dan G a rci-
laso y fray Sim ón, de p u lp ería , Oviedo y Covarrubias, de
co co , el mism o Oviedo y Armas, de m a n a tí. El sonido y
la o rto g rafía pueden extraviarnos si los aceptam os en
clase de presunción filológica, pues así ta l vez co n clu iría­
mos por tom ar voces am ericanas como au ra , b a b a , b o ro ,
c a p a , ca ro , c o to , etc., como voces españolas. Es por otra
p arte sabido que los conquistadores adoptaban a ocasio­
nes nom bres españoles sem ejan tes en su pronunciación a
otros indígenas, contrahacién d olos así, y efectuando una
suerte de contam inación, en especial si coincidían ambos
en lo de expresar alguna señ al notable del o b jeto o cosa,
que es lo que ingeniosam ente llam aba Caulín “nom bres
trovados”, y los cronistas luego confirm aban el hecho sin
m ás n i más, ignorando por lo pronto la lengua de los
conquistados. De este género escribían M oscas por M u is-
ca s, E n caram ad a por C a ra m a n a , Süiva por S á lib a , C ha­
m u ch in a por S a m u sid a , B arrag u án por P a ra u á n i, etcétera.
Haremos u na sing u lar excepción d el R. P. G ilii, cuya p ers­
picaz ilu stració n le perm itió clasificar m uchas lenguas
am erican as e in ic ia r el an álisis etim ológico de los nom bres
geográficos venezolanos, de que en o tro estudio separado
nos ocupamos.
De los grupos lingü ísticos caribe, m aipure, tucano y
tupi, a que h an sido h a sta ah o ra reducidas gran núm ero
de lenguas de Venezuela y las naciones lim ítrofes, el p ri­
m ero es el que ha sum inistrado m ayor copia de voces al
español n uestro, predom inando m uchas de éstas de uno
a otro extrem o de la república. Es evidente que los voca­
blos h aitian o s tuvieron bu ena suerte en m anos de los
guerreros españoles, y los d el carib e isleño en la de los
guerreros caríbales de T ierra F irm e ; cosa tan to m ás de
n o ta r cuando se c a e en la cu e n ta de que sólo pocas voces
tom adas de pueblos civilizados pen etraron en el país y
que en igual caso están la s de o tras lenguas como el qu i­
ch u a y el tupi, idiom as que, por su im portan cia y e stru c­
tura, in ten ta ro n generalizar los m isioneros. Así, n o p a l, de
ANTOLOGÍA 23

origen azteca; có n d o r, p a lta , p a m p a , p u m a , de origen qui­


chua; ja g u a r , ta p ir, de orig en guaraní, tien e n u n uso m ás
bien literario que vulgar en Venezuela, de m an era que sus
sinónim os tu n a, a g u ilu ch o , a g u a c a te , s a b a n a , leó n , tig re,
d a n ta son los de empleo corriente. Algo parecido h a su­
cedido en México, donde creo que los nom bres h aitian o s "
m a g u ei, tu n a y el arau cano p u lq u e son preferidos a los
aztecas m etí, x o c o n o c h tli, o c tli. E n cam bio, el a fá n de los
m isioneros y conquistadores en dar nom bres de santos
patronos o de hom ónim os de los reyes de España o de
ciudades de la Península a los pueblos que fundaban fue
a menudo infructuoso, prevaleciendo h a sta hoy día nom ­
bres indígenas e n gran núm ero de lugares. Pero algún
éxito les cupo e n nom bres de anim ales y de p lan tas que
les eran desconocidos, cuando h allab an c ie rta sem ejanza
con los que en el V iejo M undo con ocían; y así, como dice
Humboldt, “a algunas p lan tas de le ja n a s tierra s aplica el
colono nom bres tom ados del suelo n atal, cu al un recuerdo
cuya pérdida fu era en extrem o sensible; y com o existen
m isteriosas relaciones en tre los d iferen tes tipos de la o r­
ganización, las form as vegetales se p resen tan a su m ente
em bellecidas con la im agen de las que rodearon su cu n a”.
Citando Cuervo estas p alab ras del C o sm os, co n tin ú a:
“No pocas veces hem os contem plado con tern u ra a aque­
llos conquistadores de hierro que, ablandándose al tend er
por prim era vez la vista sobre p aisajes parecidos a los de
su patria, fingían en sus m ezquinas chozas u na C artagena
y una San ta Fe, y, com o para co m p letar la ilusión, re ­
vestían en su fa n ta sía los cam pos con la s flores y hierbas
testigos de sus juegos in fa n tile s”.
Al señ alar en este bosquejo la etim ología de los voca­
blos indios adoptados por el uso nos atendrem os a lo que
nos ofrece el estudio p a rticu la r de cada lengu a am ericana.
M iras m ás le ja n a s no e n tra n en nuestro p lan ; y siendo
así, d ejarem os los tra b a jo s de Armas, Calcaño, Tavera
y E rn st en el puesto en que sistem áticam en te se h an co­
locado. Ernst, nuestro m aestro, p articipó en sus últim os
años de la s ideas de M artius acerca de la suprem acía de
la raza guaraní en S u ram érica y del supuesto papel se­
cundario de los Caribes en la colonización precolom bina.
Las investigaciones de Adam, Stein en y otros am erica ­
nistas h an venido a confirm ar las observaciones de los
antiguos cronistas y a devolver su im p ortancia al ele-
24 LISANDRO ALVARADO

m entó caribe, reconstituyendo co n ello toda u na fam ilia


lin gü ística no bien lim itad a en el atlas etnográfico de
B albi, que sirvió de guía al geógrafo Codazzi en su c la ­
sificación. Nuestro erudito académ ico D. Ju lio Calcaño p a­
rece en sus escritos preocupado con el pensam iento de
a p a rta r de toda influencia sobre el español venezolano
a los idiomas indígenas como si fuesen de suyo im propios
para ju g a r ese papel en la evolución de n u estra habla.
Las lenguas o rien tales le son m ás m eritorias a este fin, y
hale sido en consecu encia preciso en trarse en el com pli­
cado y arduo problem a relativo a la procedencia del hom ­
bre am ericano. Pero volvamos a nuestro propósito.
Algunas le tra s del alfabeto itálico fa lta n o son ra ra s
en las lenguas am ericanas, por ejem plo la d, f, l, rr. Al
caribe, tam anaco, chaim a, cum anagoto, ch ibcha, eran ex ­
tra ñ a s u na u otra. Expresábanlo irónicam ente los espa­
ñoles diciendo que los indios no ten ían dios, ni fe, n i ley,
n i rey. Las voces indígenas hoy usadas que em piezan por
esas letras son así muy pocas, y en algunas de ellas se
h a efectuado, para que ta l haya, un cam bio de con son an ­
tes, o proceden acaso de lenguas que poseen las le tra s
susodichas. En este sentid o a rra u , c a p a r r o , c u b a n o , c u -
rru cai, s a r r a p ia , se pron u ncian a la española.
Estos cam bios de le tras o perm utaciones se observan en
las voces de que tratam o s no m enos que en las c a s te lla ­
nas puras. Las tribu s indígenas suelen confundir la e y
la i, la o y la u, en su pronunciación, diciendo c a c a r e
o ca cu ri, c a tu m a r e o c a tu m a r i, c u c a r e o cu cari, g u a y o c o
o g u ay u co, m o r o jo i o m u ru ju i. P or efecto de la d isim ila­
ción hoy se escribe gen eralm ente la sílaba v a o h u a por
gua. Varias circu n stan cias hay en esto que han producido
alguna co n stan te y universal confusión y la aparien cia
de una im p ortan te rad ical en la partícula gua, ta n fr e ­
cuente por lo demás en otros idiom as. T ien e razón Tavera
Acosta en sostener la le ctu ra u a, donde quiera que los
frailes escribían gua; y Ruiz B lanco se arrim aba m ás a
la verdad escribiendo hu a. Oviedo creyó necesario en c ie r ­
ta ocasión expresar el deletreo de las voces y u a n a (iguana),
m a ñ a , cu ria , p ara m arcar la diéresis, lo cual extravió a
Armas, quien creyó ver en la p rim era la voz española
J u a n a y en las otras una dificultad de los n atu rales para
pronu nciar como los españoles el nom bre de la Virgen
M aría. Observa adem ás Tavera Acosta (carta de 25 de
ANTOLOGÍA 25

enero de 1906) que los indios de las selvas de G uayana,


y muy p articu larm en te los del Alto O rinoco y Rionegro,
no hacen sen tir la g en las articu lacio n es u a, u e, etcétera,
iniciales de sílaba. Aun re sta o tra g rafía en los antiguos
artes y tesoros, y es la v que reem plaza a la u sem ivocal;
y queda entonces la incertid u m bre, en algunas pocas vo-
ves, de si esa v equivalía a la b o a la u. C iertas tribus,
en efecto, como la arecuna, pronu ncian en cierto modo
la v española en tales circu n stan cias, según lo observó
nuestro finado am igo el d octor Bousignac. G ilii mismo,
cuya ortografía es ita lia n a , usa de ord inario l a v y a ve­
ces la u, en ese caso. S ea como fuere, los españoles en ­
contraban indispensable añ ad ir la g eu fón ica no sólo en
las voces tom adas del arábigo sino tam bién en la s am eri­
canas. Hoy sería dem asiado tard e para arreg lar la o rto ­
grafía de los nom bres propios y los com unes m ás vulgares,
y tan im practicable será escrib ir U ayana, U arenas, U atire,
como Uadalquivir, U adiana, Uadalete.
Las perm utaciones d ichas pueden ser al contrario m o­
tivadas por fonem as que ex isten en d ialectos am ericanos
y faltan en el español. De este género es el sonido de la c h
francesa que el castellano perdió h a cia la XV I cen tu ria.
Los Arecunas, según nos h a inform ado el Dr. Bousignac,
tienen, al modo de los Aruacos y de algu na o tra lengua
indoeuropea, u na consonante in term ed ia en tre la Z y la r,
cosa que ha notado el Dr. K o ch -G rü n b erg en dialectos de
Rionegro. En el caribe existe un sonido análogo. El ca m ­
bio frecuente de estas dos líquidas es m ás bien un fe ­
nómeno lingüístico general, ya que en la evolución de
los lenguajes indogerm ánicos se p resen ta m ás de u na vez.
Pronúnciase así en Venezuela c o n g o r r o c h o o c o n g o lo c h o
(Spirotreptus sp. p l.), c r e m o n o c le m o n (Thespecia po-
pulnea). E l lam bdacism o ocu rre, por su p arte, a cada paso
en los pueblos hispanilocuentes.
Muy dudoso es que con el cam bio de pronunciación que
experim entaron c ie rta s le tra s del alfabeto español h a cia
el siglo xvi, haya tam bién cam biado la articu lació n de
determ inados vocablos indígenas. F u era*d e que el uso de
éstos no era, n i es hoy en algunos casos, de un empleo
muy lato en lo literario , que exigiera ese cam bio fonético
gradual, la población p rim itiva se m antuvo largo tiem po
alejada del m ovim iento bien hech or de la instru cción, y,
por lo tanto, es presum ible que haya existido u na p ro -

BIBLIOTECA NACIONAL
26 LISANDRO ALVARADO

n u n ciación m ás o m enos uniform e en todo tiempo y en


todas partes, salvo en lo concerniente a las perm utaciones
regulares ya m encionadas. En el B rasil, en la A rgentina
y en el Paraguay es cosa o rdinaria pronu nciar ciertos
nom bres indígenas nuestros acentuándolos en la últim a
sílaba, como si se tr a ta ra de u n fran cés que pronunciara
a su estilo el español o e l inglés. Dicen, por ejem plo,
G uayaná, Caliná, G alibí, Tam anacá, Arecuná, etc., y llevan
la m ism a p rá ctica a m uchos nom bres comunes. Es p a l­
m ario que en esa prosodia ex tra ñ a influye el cultivo del
guaraní, de que suponen oriundas las principales lenguas
de la p arte sep tentrion al de Suram érica. El Dr. K o ch -
G rünberg introduce en sus escrito s esta pronunciación,
que es vulgar en el B rasil. Me parece preferible, en lo que
a lo nuestro atañe, adoptar el uso y la tradición co n ser­
vados en n u estra p atria, que están conform es con la o r­
tología de los cron istas y m isioneros españoles y con la
de las lenguas actu alm en te habladas en Venezuela.
En voces de etim ología in cie rta valga a lo m enos la
d istribu ción geográfica. E n e l o rien te del país, por e je m ­
plo, y aun en C aracas, predom inan voces ch aim as y cu -
m anagotas. En las regiones de la Cordillera, en otras
contiguas, como los Estados Lara, Portuguesa y Zam ora,
so n fam iliares ciertos vocablos y modismos venidos de
Colombia, o del Perú. En el Zulía existe una especie de
confusión en el len gu aje, m ás o m enos notable y circu n s­
crita . Los térm inos caribes, por su parte, se encuen tran
disem inados en toda la superficie de la república, así como
los tain o s; y éstos, adem ás, h an logrado invadir, en p arte
se entiende, no sólo el co n tin ente nuevo, sino tam bién el
antiguo.
Perm ítasem e ahora exponer el “peso” que he dado a
las autoridades que establecen la legitim idad de las vooes
aquí registradas. Desde luego, las m ás antiguas son pre­
ferib le s; luego vienen los térm inos hoy conocidos de d i­
v ersas lenguas am ericanas, que son suficiente garan tía
como autoridad; y por últim o, como especie de prueba
supletoria, alegafem os el uso de los escritores modernos
o la tradición conservada en cad a lu gar m ediante el habla.
E n tre los autores m ás antiguos, llam ados im propia­
m ente cron istas, vienen en p rim er lu g ar fray Bartolom é
de las Casas, el cap itán Gonzalo Hernández de Oviedo y
Valdez y el clérigo F ran cisco López de G óm ara. E stá de­
ANTOLOGÍA 27

más en carecer estas fu en tes de inform ación, aun teniendo


en cu en ta la s polém icas ocurridas en tre los dos prim eros
y las crítica s hechas a l tercero por sus contem poráneos.
Si todos son instruidos y buenos m aestros del habla, el
prim ero parece recom endarse an te todo por su seriedad
y por el conocim iento que tuvo de la lengua h ablad a por
los indígenas de la Española. L ástim a es que, exceptuando
quizá ta n sólo el libro de C arvajal, fuese costum bre in ­
veterada de los editores españoles resp etar poco la es­
crupulosidad deseada en la expurgación de los códices y
m eter m ano en el arreglo, an acrónico y arb itrario , de la
ortografía y puntuación del español venerable del siglo xvi.
L ástim a tam bién que h ayan im itado este inexcu sable sis­
tema los editores de B ogotá y C aracas, aun después que
em pezaran su obra reform ad ora las ediciones facsim ilares
de Ju lio Platzm ann. De otro género son las obras de Cas­
tellanos y de Acosta, en cuanto que el uno es m ás cono­
cedor de las cosas de Colombia y el otro de las del Perú.
Inspiran m ás confianza, sin em bargo, los datos del can ó ­
nigo, aun bien certificand o el eleg an te decir del jesu íta
y su desdeñosa nim iedad y parsim onia, ju n to con su gusto
decidido por estud iar problem as de física y m in ería (y no
se olvide que sólo consideram os desde un punto de vista
filológico las obras de los autores ahora m encionados).
Notemos, para te rm in a r este rápido exam en, lo que sobre
el plagio de A costa inform ó Pinelo, ya puesto fuera
de duda.
Los textos posteriores son casi todos escritos por m i­
sioneros de diversas congregaciones, en tre los cuales co n ­
viene record ar los que aprendieron una o m ás lenguas
am ericanas. De todos ellos, aun del crédulo Sim ón y del
locuaz G um illa, nos aprovecharem os, ciñéndonos por su ­
puesto a los bien conocidos preceptos de la lin gü ística
moderna. No es sino a lo últim o, en los postreros años
del siglo x v iii , cuando hallam os, en los escritos que es­
pecialm ente nos in teresan , las aficiones del lingü ista y el
natu ralista. Azara, Ulloa, Ju a n , Velasco y otros pocos son
una buena m u estra en la Am érica m erid io n al; m as, como
se ve, y a excepción de Caulín, aprovecharían m ás bien
al que estud iara la influencia d el guaraní o el quichua
sobre el español am ericano.
Una ad vertencia m ás, p ara term in ar. Siendo así que la
mayoría de n u estras voces indígenas se refieren a la fauna
28 LISANDRO ALVARADO

o a la flora de Venezuela, era preciso adoptar un p ian


cu alquiera p ara su conveniente exposición. El que m e jo r
cu ad ra a un léxico sería el observado por los n atu ralistas,
breve, conciso, claro y propio para id en tificar cada ser,
cosa o voz. Seguim os por n u estra p arte el plan, pero n o
el sistem a, técnicam ente hablando, puesto que no somos
profesionales, n i sabem os gran cosa de cien cias n atu rales
y lingü ísticas. C aracteres insuficientes y superfluos, sin o ­
nim ias desusadas, ocu rrencias por el estilo, serán cosa d e
verse. Escribim os, empero, no p ara los sabios, sino p a ra
los hom bres consagrados a las faen as agrícolas o pecua­
rias, alejad as por lo com ún de toda fuente de in fo rm a­
ción ; y esto sin olvidar los conceptos del profesor Cook,
de W àshington. “F igúranse con h a r ta ligereza los cien tífi­
cos que los n atu rales de una región están, con respecto a
la naturaleza, ta n atrasados com o en m ateria de le tra s
o de in d u stria lo están : es un error profundo, pues lo que
el indígena sabe de sus p lan tas silvestres, casi siem pre es
b a sta n te m ás in teresan te y significativo que lo que el bo­
ta n ista v iajero pudiera aprender en el curso de ocasio­
nales observaciones. E l conocim iento de los n atu rales re ­
presenta la exp erien cia acum ulada y los descubrim ientos
accid en tales de m uchos siglos; y a veces se an ticip an de
e x tra ñ a m an era a los resultados de las indagaciones cien ­
tíficas m odernas”. A preciaciones ju sta s que, tratán d o se de
cierto s problem as de patología tropical, aplica muy al caso
S ir P atricio Manson.
En una obrita como ésta, por reducidas que sean sus
dim ensiones, in tere sa muy m ucho o rie n ta r con eficacia y
prontitu d al lecto r y ah o rrarle el tra b a jo y confusión en
sus pesquisas gram aticales. Indicam os, pues, las abrevia­
tu ras que nos h an parecido m ás oportunas según se estila
en obras de este género, explicándolas en u na ta b la a l­
fa b é tica preparada al efecto.
ANTOLOGÍA 29

PRÓLOGO A LOS «GLOSARIOS


D EL BAJO ESPAÑOL EN V EN EZU ELA »

Un castellano*“ viejo que con cierto detenim iento p ere­


g rinara en alguna república hispanoam ericana, pronto
convendría en la necesidad de estu d iar el d ialecto local
para bien entenderse con los h ab itan tes. En la pronun­
ciación, en el énfasis, en la acepción y co n stru cció n p a r­
ticu lar de las voces, h a lla ría algo irreg u lar o chocan te,
o aun absurdo. Y si de la u na república pasa a o tra u
otras, n o taría nuevas variaciones en el len g u aje que le
obligarían a b u scar un léxico especial donde pudiera sin
gran trab ajo ap reciar la d istan cia que hay del español
am ericano al español europeo. Y si adem ás se supone que
nuestro v iajero conoce los propios d ialectos de la P en ín ­
sula y la d istan cia que los separa del castellan o puro y
aun del español del siglo x v i o del siglo x m , h ab ría m o­
tivo de creer que ha gastado m uchos años y grandes fa ­
tigas en sem ejan te obra, aun cuando se haya aprovechado
de libros preparados a l efecto.
Casi todas las repúblicas h isp anoam ericanas tien en
diccionarios de sus voces co rrien tes y modismos. La r i­
queza de vocablos y e l sistem a de catalo g ación es n a tu ­
ralm ente diverso en ellos; pero el lecto r no exige en este
respecto sino uno cu alquiera de estos sistem as que le
proporcione claridad y comodidad. R ara vez se detiene uno
por pura curiosidad en la le ctu ra y consideración de a l­
guno de estos libros. En la m ayoría de los casos se va a
ellos con pocos m om entos de que disponer p ara librarse
de una duda o p ara alegar la razón que se tien e de usar
ta l o cual voz, este o aquel giro. Conviene, pues, ah o rrar
tiempo y espacio para sa tisfa ce r al lecto r, cuando el n ú ­
mero de voces recogidas es considerable y de ta l género
que el definirlas se p reste a confusiones o a repeticiones
fastidiosas.
Para el estudio de la lexicog rafía venezolana adopta-
32 LISANDRO ALVARADO

sofo con ex trañ eza: “¿E s posible ser negligente en la


in d igen cia?”.
L a m ayor p arte de las voces co n ten id as en esta sección
de neologismos y arcaísm os ofrece p ara su exam en la
elección, uso y enlace de partícu las p refijas y su fijas que
d eterm in an la variada significación de aquéllas. Ambos
elem entos son im portan tes p ara discutir la regularidad
del vocablo propuesto; pero las desinencias son caso muy
frecu en te y significativo, y su variedad es tal, que h a p a ­
recido conveniente h a ce r al fin del glosario u na rápida
exposición de las m ás usuales, según el mism o sistem a,
como ha de ser, en que están basados los sufijos ca s te ­
llanos.
Unos, cuantos térm inos no son m ás que onom atopéyicos
o h an desafiado victoriosam ente la erudición y sagacidad
de los filólogos. Cuanto a los prim eros, no siem pre es sa ­
tisfa cto ria la explicación etim ológica fundada en u na sim ­
ple onom atopeya. O tros vocablos, en fin, bien que m enos
usuales, son caprichosos o anóm alos, o im itativos, h a ­
llándose en este orden varios del len g u aje regional del
Zulia, como los siguientes anotados por el señor M edra-
no: a r r e a r (arred rar), b ra m a z ó n (agitación, conmoción,
en tusiasm o), c a la b r o t e (calaverón), c e r e m o n iá tic o (cere­
m onioso), c o y u n ta (cam arad a), c u a lq u ie r ito (nadie), c h a r -
c a r s e (arred rarse, desentenderse), e n c a r a m it a r (en ca ra ­
m a r), g u a c h a r a c a (ca rra ca ), in tr ip u la r (entrem eterse,
em brollar, in trin c a r), ja r ija r i (enclenque), m a c a la n g o s o
(ach acoso), m a rtillo (m areta), o s o so (colador de to tu m a),
te m b lo r u d o (tem bloroso), t e r n a n c a d a (dentellada), t o n a d a
(tongad a), trip u lin a (trem olina, confu sión ).
R ecordarem os de nuevo que m uchos de los neologism os
señalados están co rrectam en te form ados o son de todo
punto indispensables en casos en que no hay o tra voz
ca stella n a equivalente. E n 1854 n o taba Salvá que convenía
g eneralizar en español vocablos como d ictam inar, ed ito­
rial, em pastar. Hay adem ás m uchísim os térm inos y frases,
circu n sta n ciales en cierto modo, que pueden form arse por
analogía. E ch ev arría y Reyes cita , en tre neologism os co ­
rrien tes en Chile, 76 adverbios en — m e n te , 60 nom bres
en — ción , 57 en — b le, 54 en — ista , 40 en —ie n to , y 40 en
— ism o, ú tiles casi todos p ara dar fuerza y claridad á l le n ­
guaje.
ANTOLOGÍA 33

In cid en talm en te hem os apuntado algunos galicism os o


anglicismos de nuestro len gu aje. Pero no es ese nuestro
propósito, conform e hem os arrib a m anifestad o, mucho
más cuando hay en este p articu lar tan buenos libros como
los de R afael M aría B a ra lt, Ju lio Calcaño, Erm elindo R i-
vodó y M anuel M aría Villalobos. En cuanto a voces té c ­
nicas o científicas tom adas del griego o el latín , o de
otras lenguas civilizadas, crecid a es la cantid ad de las
que no contiene el D iccionario español y que, bien m irado,
sería difícil, aunque no imposible, in clu irlas en ese lib ro;
porque solam ente la s de origen litú rg ico del culto ca tó ­
lico recom endadas por el Pbro. Rom án, im plicaría las de
otros cultos, asociaciones, congregaciones o cofradías, cuyo
uso es m ás o m enos frecu en te en español. N uestra ta rea
es muy m odesta: exp licar las voces regionales ordinarias
en Venezuela y no adm itidas por la Academ ia Española.
Así, pues, distribuido como es dicho el m aterial coleccio­
nado, réstanos in d icar el método seguido en la definición,
verificación y d istribu ción geográfica de las voces c a ta ­
logadas.
La dificultad de bien definir es h arto conocida de los
lexicógrafos, aun tratánd ose de nom bres abstractos. V i­
niendo a objetos o seres desconocidos, para un ex tran jero ,
es aún m ás ardua la ta r e a si hem os de atend er a la con ­
cisión y exactitu d indispensables p ara un vocabulario y
al riesgo de o m itir caractere s esen ciales y caer en am ­
bigüedad, o de e n tra r en vagos porm enores y fa stid ia r al
lector con datos im portunos. En sem ejan te altern ativ a
hemos procurado in dicar, al ser posible, la nom enclatura
latin a de los n atu ralistas y una co rta descripción del ob­
jeto propuesto, adoptando acá y allá voces té cn ica s que
ahorren explicaciones y oscuridad. D efinir es identificar.
El simple nom bre científico de un an im al o una p lan ta
puede proporcionar u na descripción m ás o m enos com ­
pleta de él o de ella y una segura com paración de la
voz a este respecto equipolente en diversos países hisp an i-
locuentes. E ste método nos facu lta, además, para descu­
brir una rad ical común a dos o m ás palabras sinónim as,
que de otro modo pudiera escap ar a n u estra aten ción
cuando esas palabras se h a n desfigurado o corrompido con
el uso. En ta l sentido anotarem os d iferen cias de acepción
para nom bres vulgares de plantas o anim ales análogos en
España y aquí, o v icarian tes aquí, cad a vez que varíe la
3 - ANTOLOGÍA
34 LISANDRO ALVARADO

especial del homónimo, y con m ayor razón cuando varíen


el género y la fam ilia, que es cuando ocu rre el caso de
d ecir que h ay de veras u na acepción im propia. Me será
perm itido, por lo demás, en atención al objeto mismo de
este libre jo, apartarm e a veces de los preceptos de la
cien cia sistem ática en cu anto a los caracteres esenciales,
clasificación y n o m en clatu ra adoptados por los n a tu ra ­
listas.
Esto en lo tocante a definición de vocablos. En punto
al uso que de los tales se hace en el país, no basta que
lo diga el colector y que por venezolanism os los presen te;
que es preciso verificarlo del modo que m e jo r se puede
filológica y geográficam ente. Aduciránse, desde luego, si­
nonim ia, derivación, c ita s de autoridades. La sinonim ia
señ alará los varios aspectos de la voz y el proceso m en tal
que h a guiado al hom bre p ara conocer y estud iar los o b ­
jeto s que le rodean, m ien tras que la etim ología contiene
los vestigios y elem entos de la ciencia del lengu aje. Ahora,
sobre si es o no un vocablo para tom arse en cuenta, y ser
analizado, b astará p ensar que siendo todos o ca si todos
idiotism os provinciales, n ecesitan apoyarse en la recono­
cida aceptación del vulgo o de los literato s. Algunos son
a las claras circu n stan ciales naciendo anónim os y m u rien ­
do presto en la oscuridad. De estos no hay que ocuparse
por lo pronto. A otros dan im portancia cierto s acontecir-
m ientos sociales o p olíticos; y otros, en fin, tien en el p a­
drinazgo decidido y reiterad o de los escritores. Cito, pues,
las autoridades que conozco, prefiriendo las m ás antigu as
o las m ás respetables. F á cil es com probar con au tores es­
pañoles el uso correcto de u na voz. Probar el uso co rrien te
de esa voz en Venezuela es m enos fácil, no estando siem ­
pre a la disposición de todos una biblioteca exten sa de
autores venezolanos que trad u zcan e in terp reten el alm a
nacional.
¿Cuándo debe de calificarse u na voz de am ericanism o?
No siem pre están inform ados los lexicógrafos españoles,
n i pueden por cierto estarlo, en lo de saber a punto fijo
cu ál goza de general privilegio en toda la Am érica de h a b la
española, y cuál es sólo conocida en alguna o algunas de
las naciones de habla española. La distribución geográfica
de las palabras d ialécticas in teresa bastan te al porvenir de
la lengua española, tan to que u na perseverancia en a te n ­
ción de la Academia de la Lengua, nunca esta rá en de­
ANTOLOGÍA 35

masía. Por n u e stra parte, no nos contentam os con in d icar


el país o países de la A m érica la tin a donde coexiste un
vocablo venezolano: aplicam os este sistem a a n u estra
república m ism a, dividiendo su territo rio en c ie rta s zonas
de dispersión lingü ística, donde algunas voces viven m ás
o menos confinadas a d iferen cia de o tras que circulan
dondequiera; y así, cuando digam os que ta l p alab ra es
usada en el O rien te, entiénd ase que lo es en la región
oriental del país, es decir, en la s antigu as provincias de
M aturín, Cumaná, B arcelo n a y M arg arita; O c c id en te in ­
dica la p arte o ccid en tal, o sea, M aracaibo, Coro, B arqu isi-
meto y Y aracu y; la C o rd illera es la región de los Andes
venezolanos, a saber, T ru jillo , M érida y T á c h ira ; el L lan o
o los L la n o s, es la zona de los pastos en general, sub-
dividida en A lto L la n o , que es la p arte del lev an te (M a­
turín, B arcelo n a, G u árico), y B a jo L la n o , que es la p arte
del poniente (Cojedes, Portuguesa, B arin as, Apure). R a ­
zones fundadas en la h isto ria de la colonización española
nos sugiere este procedim iento, que pud iera ser tildado de
extrem ada nim iedad.
Estas precauciones en la ejecu ción de n uestro in ten to
suben de punto al tropezar, y esto no será raro, con alguna
voz de origen in cierto, aunque n o advenediza en n u estra
habla. Su reseñ a h istó rica, su discusión gram atical, son
indispensables, y conviene lleg ar h a sta los lím ites e x tre ­
mos de u n glosario. Nuevas y m ás eruditas te n tativ a s po­
drían dar al fin con el cam ino que siguió la voz o la
expresión in d eterm in ad a en el curso de su evolución m o r­
fológica o id iom àtica.
No tenem os gran responsabilidad los am ericanos en las
llamadas corrupciones del español, es decir, en aquellas
voces de igual significación que la s castellan as, pero m ás
o menos estropeadas en su form a usual, y tam poco h an
manchado la pureza del idiom a las voces de orig en am e­
ricano, que cuando m ás podrían ta ch a rse de barbarism os.
Por esta razón harem os de todo ello asunto p a rticu la r de
dos tratad o s que pueden serv ir de com plem ento al p re­
sente y llev ar por títu lo “A lteracion es fo n éticas del b ajo
español en Venezuela” el uno y “G losario de voces in d í­
genas de V enezuela” el otro.
Los académ icos, los filólogos, los lite rato s, no sacarán
por de contado gran provecho de este estudio, que ha
35 LISANDRO ALVARADO

sido arreglado ta n sólo para aquellos que no tien en es­


pacio u holgura que les perm ita observar con esm ero la s
causas y elem entos que h an modificado el castellano en
Venezuela. Es el caso en que están muchos de nuestros
agricultores y criadores, cuyas atenciones y energías se
absorben en la vida cam pestre, y los ex tra n je ro s y v ia je ­
ros que exploran y estudian nuestra p atria y so tre todo
nuestro len g u aje con lim itados recursos bibliográficos.
ANTOLOGÍA 37

NOMBRES GEOGRÁFICOS DE V EN EZ U ELA

En el cam ino poco trillad o de averiguar el significado


de los nom bres geográficos de Venezuela, cuando son m ar
nifiestam ente indígenas, vam os a h acer algunas pocas ob­
servaciones, siguiendo la an ch a senda ab ierta por D. Aris­
tides R ojas. El cultivo de la s lenguas am erican as, activado
en los últim os años, nos autoriza por de pronto lo basta n te
para m ostrarnos indulgentes con cierta s etim o’ogías pue­
riles, o a lo m enos para guardar reserva en acep tar o tras
que parecen m ás ciertas.
M uchos de aquellos nom bres constitu yen form as sim ­
ples, provenientes de varias lenguas am ericanas, y esos
nos han sido ya declarados por autores antiguos como
Gilí y Caulín, o m odernos como Humboldt, M artius, Spru ­
ce y K o ch -G ru n b erg ; pero una buena p arte ron vocablos
compuestos en que h an de ex am 'n arse de un modo siste ­
m ático las p artícu las o voces com ponentes, y entonces
crecen las dificultades. En todo caso, es indispensable ob­
servar la sinonim ia de cad a hom bre, si la hubiere, y los
cambios de form a que exp erim enten la s denom inaciones
geográficas en el curso de los años, pues de lo co n trario
podríamos fácilm en te engañ arnos al bu scar el origen de
aquellas que se han desfigurado y aun adaptado a o tra voz
española to talm en te diversa. Pueden por o tra p arte ocu­
rrir todas las alteracio n es fon éticas señ alad as en la s voces
indígenas comunes, que cam bian de u n modo regu lar de
dialecto a dialecto, causando en veces m u cha confusión.
Las dificultades para el exam en de estas voces geográ­
ficas son casi insuperables en lo to ca n te a la región o cci­
dental del país y de los Andes venezolanos, ya que son
poco m enos que insu ficientes los datos relativos a los idio­
mas que se hablaron allí.
Considerando ahora la s p artícu las antep u estas a los
nombres, caem os en la cu en ta de que son no solam ente
raras, sino tam bién de u n a significación poco precisa. O tra
38 LISANDRO ALVARADO

no vemos por de pronto sino el prefijo m u cu o m u co , ta n


frecu en te en nom bres m erideños, y es sensible en extrem o
que no se haya determ inado, cuando fu e posible, la p ri­
m itiva significación de esa partícu la, sobre la cu al observa
el Sr. Tulio F ebres Cordero lo sigu iente: “Hemos podido
observar en m an u scrito s de fines del sig;lo xvi y p rin ci­
pios del xvn , p ertenecientes a los archivos públicos de
M érida, que la palabra m u cu , que figura a l comienzo de
gran núm ero de nom bres territo riales de e sta com arca,
aparece escrita ind istin tam en te m u cu o m o c o , aun tr a ­
tándose de las m ism as voces, v. g. M u cu ch ix o M o co ch ix
(hoy M ucuchíes), M u cu tís y M ocotís (hoy M ocotíes), M u-
cu n ó y M o co n ó (pueblo que ya no e x is te ); lo que hace
suponer que aquellos españoles, a pesar de esta r al habla
con los n atu rales recién conquistados, no acertab an en
la verdadera expresión de u na vocal indígena que flu c­
tuaba en tre la a y la o castellan as” (Estudios sobre etn o ­
grafía am ericana, p. 11).
El Dr. Ju lio C. Salas c ita otros nom bres alterados de
esa m anera, a sab e r: C ucúi (M ucuicúi), M o c o m b o c o o B o -
c o m b o c o (M ucumboco), M o c o c h ó (M ucuchó), M o co ión
(M ucuión), M ocás (M ucás), M ocosos (M ucusós), M o su an d á
(M Ucusuandá); el nom bre de M u ru ch í, de un arroyo al
n acien te de Lagunillas, fue en el siglo x v ii I b a r u c h í, y
en el siglo x v i B u ru ch í. (Costaflrme, p. 197.)
Posible es la suposición del Sr. F ebres Cordero; m as
no hay que olvid ar la frecu en te disim ilación que sufre
la u en la generalidad de los nom bres indígenas del país,
y la fá cil perm utación de la m con las labiales, según
principios ya establecidos en la lingü ística.
En cuanto a la significación m ism a del prefijo, no se
ha logrado exp licación satisfacto ria. Sugiere Sievers que
pudiera significar m u cu lu gar m ontañoso (R eiserberichte
aus Venezuela, IV ). Salas opina que es u n distintivo de
las d iferen tes tribu s o parcialidades de u na num erosa
nación cuyo núcleo p rincipal hubiera ocupado e l valle del
C ham a; y en este sentido expresa el Dr. Lafone Quevedo
esta o tra sugestiva opinión: “E sa gran nación M ucu (pá­
gina 257, “T ierra F irm e”) tan nueva p ara m í debe ser de
estirpe A ru a c a ; la M es siem pre u na V o W posible, am ­
bas letras, ya como conson antes ya como vocales, propias
de esa estirpe, y m u jeriles por excelencia. P or muy co ­
rrompidos que se h allen los restos de su idiom a no es im ­
ANTOLOGÍA 39

posible que se conserven los pronom bres y los nom bres


de parentesco, la voz que diga “agua” y u na que o tra de
orden antropológico”. (C arta al Dr. Salas, 10 dic. 1917; en
“El U niversal”, de C aracas, 1.° de ju n io de 1918.)
Dada la estru ctu ra de las lenguas indígenas de V e­
nezuela, los sufijos en com posición adquieren grandísim a
im portancia y rep resen tan la idea p rin cip al de la e x ­
presión. Y a el m isionero Caulín notó que el sufijo c u a r
indicaba en cum anagoto sitio o v ertien te, de suerte que
A rag u atacu ar, C h a cu cu a r, P ir ic h u c u a r , por ejem plo, equi­
valen a lu g ar de araguatos, de b atatas, de palm eras de pí-
ritu. Aunque Caulín sab ía bien el idiom a cum anagoto, no
explicó el origen de aquella d esin e n c ia ; pero dada la estre­
cha afinidad del cum anagoto y el chaim a, es indudable que
se tr a ta del su stantivo ch aim a iq u a r, que significa r ia ­
chuelo, quebrada. E n esto puede h ab er ocurrido el mismo
procedimiento que an o ta G ilii en el m aipure respecto del
sufijo u e n i (agu a). Hoi, dice el docto jesu íta , en vez de
ueni se añade la term in ació n m a n á . (Saggio, I I I , 198); es
decir, que un sufijo prim itivo que denotaba “lu g ar pró­
ximo al agua» co rrien te”, fue aplicado a otros in d istin ta ­
mente, o se adoptó en cam bio la d esinencia m a n á (lu g a r),
que corresponde al tam anaco im e.
Una coincidencia cu riosa es que sirviendo en español
el sufijo a l o a r p ara in d icar colectividad de árboles u
objetos, o de p lan tas gregarias o sociales, los nom bres p ro ­
pios cum anagotos ahora poco citados pod rían tradu cirse
con los de A raguatal, B a ta ta l, P irital, que son otros tan tos
nombres propios usados en el p aís; sino que el sentido es,
como se ve, algo diverso.
O tra d esin encia com unísim a es gu a (h u a , b a , v a ) . Apa­
rentem ente es u n a su erte de signo determ inativo que in ­
dica sitio o lugar, concepto en el cu al es análogo al cu ­
m anagoto cu ar, con la sola d iferen cia de que en vez de
hacer agudos en la pronu nciación española los nom bres
a que se ju n ta , hácelos graves. Es casi seguro en co n trar
en los tem as no m in ales así modificados raíces caribes de
nombres co n cretos conocidos en el país. Veo, además, m o­
dificaciones o form as de esa frecu en te d esinen cia en veces
occidentales, v. g. D ich iv a, S ig u ra u b a (ríos de C oro ); y
combinadas con las p artícu las c o a y n a , en B u c h iv a c o a ,
C h iv acoa, C u su c a b a c o a , C a ib a c o a , C o q u ib a c o a , C u y a m a -
coa, D a to b a c o a , G u a ib a c o a , T a r á b a c o a (río de C um aná),
40 LISANDRO ALVARADO

T u tu b a co a , G u a n tiv a n a , N on a v an a, S a m u ru b a n a , T a r a b a -
n a. La voz B a c o a reconoce quizá otro origen; y B a r b a c o a s
(siempre en p lural) procede, por supuesto, del taino. En la
voz C u m a n a c o a alegaban los vascos que el sufijo era propio
de su len gu a; m as sabemos, como lo observa Humboldt,
que el valle que dio nom bre a aquella población tra ía desde
muy antigno ta l denom inación, según lo escribe Caulín.
Hay adem ás o tras voces de igual desinencia que sin dispu­
ta son indígenas, como R ic o a , U racoa, M a ra co a , etcétera.
Abundan aún diversos sufijos en absoluto in d e scifra ­
bles, por ejem plo, bo, en la región de Coro (C u m a reb o ,
G e r ic u r e b o , G u a y u r e b o ) ; c h e en la de Barquisim eto y T ru -
jillo (C a r a ch e, D o b e c h e, N ita g a c h e, P o b o c h e , R u id a c h e ,
S a c o c o c h e , S ib itu q u e b c h e ) y otros que es in ú til conside­
ra r por ahora.
V arias desinencias guayanesas explicadas por G ili,
Schom burgk, Spruce y K och-G rü nberg, corresponde a la s
lenguas tam anaca, m aipure, m aquiritare, m acusi y o tras,
ya vivas, ya m uertas. O tras podemos deducir del carib e
co n tin en tal, valiéndonos de un estudio com parativo, en
el cu al es, sin embargo, d ifícil averiguar cuál lengua, de
las de un mismo grupo, dio origen a los nom bres que h a sta
ahora se conservan.
En síntesis, podemos ad m itir la clave siguiente p a ra
in terp reta r varios nom bres geográficos venezolanos según
sus desinencias, según el dominio corogràfico que h a te ­
nido cada tribu y, finalm ente, según su estirpe, sea caribe,
sea m aipure.
-a b o . Guaraúno.
-b a c a . G uaraúno. Sentido colectivo.
- c u a r , cu ao. Q uebrada, riachuelo. Chaima. I k a r , y u k u a r ;
cum anagoto. k u a r .
-icu a r. Caño Caribe, ik u r ; galibi. e ik u r u ; m aqu iritare.
ku d u .
-im a . Lugar (an tig u am en te). Tam anaco im e.
- im e , im a . Grande.
-in a . T ierra, en guaraúno.
- ja n a . Caño, en guaraúno.
- k e n e . Quebrada, en m aqu iritare.
-m a n a . Lugar. Maipure m a n á .
-m a tu b a . A rrastradero. Aruaco. o m a tú b b a h , lo mismb.
-m o ru , -m o lu . Salto. C aribe m er o u , m e r ú ; m acusi im eru .
ANTOLOGÍA 41

-n tar. Quebrada, riachu elo. C aribe ín t a r e ; cum anatogo


im ta re.
-on i, uni. Agua, río. M aipure y baniva u eni.
-p añ o. Sem ejan te. Posposición c a r ite análoga a la desi­
n en cia griega ó id e , y a la la tin a forrn is.
-p aro. Agua, río. Caribe y m acusi p aru .
-p a ta , -p a ti. Sitio, habitación . C aribe co n tin ental, p a t a ;
caribe insular, b a t a ; tam an aco p a t a l i ; chaim a y cu -
m anagoto p a ta -r .'X
-p u p e. Cabeza. C aribe p u s p u o ; ch aim a p u tp u -r ; p u t-
p o ; cum anagoto p u k u tp u e ; m aq u iritare p u p e ; galibi
u -p u p u ; m acusi u pu.
-san u ca , chico, form a dim inutiva en guaraúno.
-sod e, c h o d o . Salto, en m aqu iritare.
-top o. Peñón. Pico. Caribe co n tin e n tal y galibi t o p u ; c a ­
ribe in su lar t e b u ; tam an aco t e p u ; ch aim a t o p o t e p ;
cum anagoto t o p o ; m acusi tip u , tib u , t ib u h ; arec. t o k ;
m aquiritare teju , h e d e ; m aipure. c h ip a ; baniva ip p a .
N. B. M onte, cerro, se expresan con form as particu lares,
a que no corresponde, sin em bargo, tran scrip ció n vul­
gar sufija. Son ésta s: ca r be co n tin ental, w ipo, w ip u e ;
caribe insular, w ipu , w e b o ; galibi w ib u i; tam an aco
t -ip u ir i; cum anagoto w ip e, ip u e ; m acusi e p p i- n g ; arec.
y - a p a - p e ; m aqu iritare. u ju ; m aipure y baniva y - a p a .
-u en e, -u en i. Lugar (an tig u am en te). M aipure we.ni.
-yeni. Sitio. Del tam anaco arcaico y en i, casa.
-yeuti. Sitio. Del tam an aco y eu ti, casa.
CAPÍTULO SEGUNDO

ESTUDIOS ETNOGRÁFICOS
NOTICIAS SOBRE LOS CA RIBES DE LOS LLANOS
DE BARCELONA

Los Caribes supervivientes al este de Venezuela h a ­


bitan aún en la porción m erid ional de la antigu a pro­
vincia de B arcelona (hoy Estado Anzoátegui) y en p arte
de la de M aturín (hoy Estado M onagas), teniendo el te ­
rritorio Caribe por lim ites, del lado del poniente, los ríos
Uñare y Su ata, y del lado sur, el O rinoco, cuyo delta se
halla todavía ocupado por los G uaraúnos. Los Caribes se
encuentran, pues, disem inados en Aragua, el P alm ar, S a n ­
ta Ana, San Joaq u ín, C ham ariapa, E l Pao, Pariaguán,
San taclara, E l Tigre, C acham a, El Caris, Uverito, T apirire,
Cachipo, M ería, Puepa, M ano, T abara, Areo, etc.; y dedi­
cándose de p re fe ren cia estos indios a la ag ricu ltu ra, es
oportuno con sid erar la geografía física del territo rio que
habitan.
M ientras que h acia el n o rte es ondulante el suelo y
cubierto de bosques, fórm anlo al sur praderas que ex p iran
a la m argen izquierda del Orinoco, y al este se m ira la
dilatada “m esa” de G uanipa. De su reste a no reste corre
la Sierra, que así llam an una serie de pequeñas elevaciones
y de hondas cárcavas, o valles, de bordes escarpados que
designan con el nom bre de fa r a llo n e s . E stas fu ertes de­
presiones del terreno com ienzan casi en la orilla del O ri­
noco y term in an en el cerrito de B uenavista, en cuyo pie
se unen las dos cabeceras del Uñare, a inm ediaciones del
pueblo de Cachipo, que está situado, bien así como P a ­
riaguán y San Diego, no le jo s y al orien te de la Sierra .
— 45 —
46 LISANDRO ALVARADO

Esta, form ación la describe brevem ente el geógrafo Codazzi


como sigue: “In m ed iata a la p arte occid ental de la m esa
de Guanipa, u na elevación de u n terreno combado, ca si
im perceptible a la vista, form a una cresta que se une a
una fa ja b astan te estrech a de rocas, llam ada la S ie rra
o S ierrita, la cual, principiando en el cerrito de B u e n a -
vista, sigue la m ism a dirección del S. S. O. h a sta co n clu ir
en las aguas del Orinoco en la roca de M onsieur Ig n acio,
casi fren te a las ven tan as del Caura”.
La p arte o rie n tal y m eridional del territo rio es la zona
del benéfico m oriche (m auritia flexuosa), que asim ism o
prolonga su dominio geográfico h acia el sur de los llan o s
del G uárico. L a ex isten cia de esta palm era com unica al
terreno un aspecto peculiar, en virtud de que los p a l­
m ares (m orichales) ind ican el curso de los m an an tiales
y coexisten, por decirlo así, con ellos, h a sta el punto de
que la voz de m o r ic h a l da a entender, no ya al p alm ar
mismo, sino a l m a n an tial que lo acom paña. Los n a tu ra ­
les, por o tra parte, abrigan la creencia de que el m orich e
atra e el agua que alim en ta las fuentes. En la p arte res­
ta n te del territo rio la distribución de las aguas es tal,
que la m ayor p arte de las vertien tes se agotan en los
últim os m eses de la estación seca, siendo ésta u na de las
principales causas que han influido en ciertas épocas p ara
las m igraciones de los indígenas h a cia el Orinoco. Los
m orichales conservan de ordinario el agua todo el añ o ;
m as en la p arte sep ten trion al de la región susodicha, cu­
b ierta y todo de espesos bosques, el agua se m an tien e
su btérrán ea, y ya desde los prim eros tiempos de la colo­
nización tropezaron los pobladores con este im p o rtan te
problema, según nos refiere el m onje Caulín. En los m eses
de m arzo o abril el río Uñare, por ejem plo, se tro z a , como
dice el llanero, y sólo a trech os reaparece en su arenoso
cauce. Los bosques de la banda derecha del Uñare parecen
ser continuación de la selva Tam anaco. Hay con todo
grandes áreas de arbustos o de arbolado relativam en te
b a jo que m u estran ser de época reciente. P or los años en
que tuvieron lu g ar las guerras de la em ancipación del país,
varios p a ra je s hoy cubiertos por la selva eran prad eras
o sabanas, si hem os de creer a ciertos relatos y tra d icio ­
n es; y esto se refiere en p articu lar a p a ra je s contiguos
a la selva T am anaco, h a cia el sur o h acia el oriente* P a ra
los que estudian la geografía de las plantas conviene re ­
ANTOLOGÍA 47

cordar que la hip ótesis a n te rio r se h a propuesto a la in ­


versa, es decir, que se h a presumido que las quem as an u a­
les de las sabanas podrían h a b er ido lim itand o de una
m anera gradual los sotos y los bosques de los Llanos.
En los escritos d e Ruiz Blanco, Caulín y Humboldt h a ­
llamos los m ás seguros inform es ace rca de los Caribes
barceloneses. No lo repetirem os aquí por extenso, obser­
vando tan sólo que son análogos a los num erosos datos
que nos su m in istran los dem ás au tores ace rca de los que
habitan le ja n a s tierras. A los de B arcelo n a encontró Mi-
chelena, en 1855, ta le s como los había d escrito Codazzi
quince o veinte años antes. “E n la p arte de la s m esas
(dice este geógrafo) viven aún los restos de la poderosa
nación Caribe, que cu ltiva la yuca y vive de la pesca. Es
curioso ver un pueblo, en otro tiem po erra n te y form idable,
ahora afecto al suelo y sum iso; un pueblo d ife re n te de
los otros indios, por su fuerza física e in telectu al, que ha
hecho tan pocos ad elantos h a cia la civilización. Sorprende
ciertam ente ver a las p u ertas de B arcelo n a hom bres con
el pelo cortado com o los frailes, pintados de onoto, con
un pedazo de te la azul turquí, que les cubre de la cad era
a la rodilla; m ien tras que las m u jeres se p resen tan en te­
ramente desnudas, con el cuerpo untado de rojo, llevando
un simple guayuco o fald eta de cu atro pulgadas de ancho.
Es ciertam en te u n co n tra ste p a rticu la r .ver a los Cum a-
nagotos que viven a l su r de las m esas, vestidos, hablando
el español y que apenas se d istinguen de los criollos,
cuando al n orte los Caribes, desnudos y hablando su le n ­
gua, no h an perdido el tipo de fam ilia. F a rece que los
primeros, m ás sumisos, se n an mezclado m ás fácilm en te
con sus conquistadores, m ien tras que los segundos, m ás
altaneros, han evitado la m ezcla”.

II

Distinguidos en otro tiem po a cau sa de su m uchedum ­


bre, sus em presas guerreras y su espíritu com ercial, lla ­
maron tam bién la aten ción los caractere s físicos de su
casta, d istin tos en extrem o de los que poseía el tronco
maipure. En u na relació n de la s m isiones de cap uchinos
48 LISANDRO ALVARADO

de Aragón publicada por F r. F ro ilán de Rionegro, y fe ­


ch ad a en 1678, se lee esto: “Son los Caribes de lindo arte,
y disposición, ta n conocidos por eso, que un Caribe, en tre
m uchos otros indios, con an d ar todos desnudos, sólo en
la disposición es conocido entre los dem ás”. Y Fr. M atías
Ruiz Blanco, por esos mismos años: “Los caribes son m ás
dispuestos y herm osos (entre las demás nacion es vecin as),
m ás alentados, muy limpios y nada perezosos para e l tr a ­
b a jo ”. F r. R am ón Bueno solía verlos en la U rbana, a fines
del siglo x v iii , y notó acerca de ellos: “Es una nación
blanca, de buenos cuerpos, las hem bras bien parecid as”.
Añadamos las observaciones de Humboldt, con ocasión
de h aber encontrado por prim era vez estos indios antes
de su estad a en las m isiones del Caris. “En el puerto de
la E n caram ada hallam os Caribes de P an ap an a: era un
cacique que subía por el Orinoco en su piragua para to ­
m a r p arte en la fam osa pesca de huevos de to rtu g a... Su
gravedad fría y silenciosa, el respeto con que los suyos le
tratab an , anu nciaban en él un p erso n aje im p o rtan te...
E stos Caribes son de una estatu ra atlética. Nos parecieron
mucho m ás altos que los indios que h a sta entonces h a b ía ­
mos visto: sus cabellos, lisos y espesos, estaban cortados
sobre la fren te como los de los m onaguillos, sus ce ja s
pintad as de negro, y su m irar vivo y al mismo tiempo
som brío, daban a su fisonomía u na expresión de dureza
extrao rd in aria. No habiendo visto h asta entonces s :no los
cráneos de algunos Caribes de las A ntillas conservados en
los gabinetes de Europa, nos sorprendim os al en co n tra r
en estos indios, que eran de raza pura, la fren te m ucho
m ás convexa de lo que se nos había pintado”.
Cuantos hom bres hemos visto (dice en otra p arte) de
esta m ism a raza, sea navegando en el B a jo Orinoco, sea
en las m isiones de P íritu , se d iferen cian de los demás por
la regularidad de sus facciones. T ienen la nariz m enos
a n ch a y aplastada, los ju an etes m enos salientes, y la fiso­
nom ía m enos m ongola. Sus ojos, que son m ás negros
que los de las o tras hordas de la Guayana, an u n cian
in telig en cia, y aun podría decirse, la costum bre de la
reflexión”.
Encontró el sabio prusiano que la ta lla de los Caribes
variaba en tre 1,79 y 1,89 m etro s; pero el' p orte de estos
indios, a lo m enos de aquellos que he visto en B arcelona,
d ista hoy b a sta n te de lo que en lo antiguo fue. No es
ANTOLOGÍA 49

colosal ni fornido. R ara vez se ve u na estatu ra hercúlea,


y sí cuerpos m edianos y esbeltos. Su tez, de ordinario a te ­
zada, pasa a veces a un castañ o claro. Las m u jeres suelen
adquirir un tipo sem ejan te al de m u chas tribus m aipures,
elegante, gracioso, de faccio n es finas y agradables. Son,
a no dudar, m estizas, palabra que por lo demás se traduce
en caribe con el adjetivo a m ú d a m e (lindo). En alguna
m ujer existe esa sep aración exagerada en tre el dedo gor­
do del pie y el segundo dedo, que en otras razas suele
ocurrir.
Como la m ayor p arte de los indios am ericanos, estos
Caribes son lam piños. Sólo en algunos individuos proce­
dentes de un cruzam iento con extraños, aparece el bigote,
y eso con pelos lacios y escaso s; pero, así como los C hai­
mas, los de raza pura se arra n ca n los pelos que suelen
salirles, y así decía F r. Ram ón Bueno de los Caribes que
visitaban su reducción de la U rbana: “E l cuerpo todo te ­
ñido de onoto muy encarnado am asado con m an te ca de
tortuga: la cabeza traen tan cu bierta de esta p intu ra, que
parece b irrete de cardenal. C am inan por el pueblo, y los
extraños con un canastillo pendiente en el hom bro, el que
contiene espejo, peine, tije ra s, onoto y u na co n ch a con
que se a rran can la s b arb as”.

III

En las parroquias donde los indios están en posesión


de sus resguardos, construyen de ordinario sus viviendas
en las o rillas de la población. Humboldt atestigu a el es­
mero con que fab ricab an sus cabañas y el aseo que en
ellas m an ten ían. En tiem po de Ruiz B lanco estas casas
techadas con h o ja s de pa.m a eran b astan te grandes, re­
dondas y subdivididas en tres naves, usando en el in terio r
de p articion es en que se albergaba cada fam ilia, y siendo
por lo com ún todos los p arien tes lo que h ab itab an en u na
casa. Hoy, en vez de dar a éstas la form a redonda y cór
nica que o sten tan en el corazón de las selvas, h an adop­
tado el sistem a cu ad rangu lar de los criollos, usando de
los mism os m ateriales, y disponiendo a veces uno de los
lados m enores del rectán gulo en form a circu lar, con el
objeto de h acer u na tech u m bre de palm a en la co n stru c-
4 - ANTOLOGÍA
50 LISANDRO ALVARADO

ción que llam an “cola de p ato ” los alarifes y evitar el


empleo de las lim as tesas. Cubre, en efecto, los techos con
h o ja s de palm a lla n era (Corypha tectorum ) o m oriche, o
con gam elote (Panicu, sp.), y p ara tra b a r la s vigas, c a ­
brios y sopandas u tilizan beju cos diversos, porque es ex ­
cusado bu scar u n solo clavo en sus edificios, como bien
lo reparó Caulín.
El cultivo de la tierra, la in d u stria y las m an u factu ras
apenas h an variado en el curso de los siglos. Pronto a n ­
duvieron, com o es sabido, en adoptar v en tajas de c ie r ta s
h erram ien tas y arm as de fuego de los españoles en be­
neficio de sus labores o sus guerras; pero to can te a la
in d u stria de la cría no h an dado un paso, cotíio era de
esperarse, en u na regióit propicia y adecuada, si bien son
aptos para cualquiera especie de trab ajo , sirviendo in d i­
feren tem en te de vaqueros, labradores, alfareros, pastores,
etc. Sospecho que la principal dificultad con que h an tro ­
pezado ha sido la de conservar su territo rio, en com pe­
ten cia con los propietarios, de quienes están rodeados,
pudiendo en este sentido m ás fácilm en te m udar de sitio
para u na sem en tera que para un hato.
Cultivan, pues, unas tre in ta variedades de yuca, pro­
pias unas de la región m ontuosa del n o rte y otras de los
prados y m orichales del sur, y elaboran grandes ca n ti­
dades de casabe, o pan de esa raíz, que por punto general
es preferido al p an de maíz en aquellos lugares. Con esto
y algunas verduras, y legum bres que les producen la tierra
com pletan el m enú alim enticio en sus hogares, porque
fu era de ellos, se co n ten tan con casabe, queso, azúcar
m oreno (papelón) o lo que hallaren. Cuando pagan, por
ejem plo, el servicio personal de policía, que consiste en
la lim pia o desyerbo de las calles o cam inos vecinales, se
entiende que no h an de recib ir ración aunque vengan de
m uchos kilóm etros de d istan cia, y en ton ces no h acen sino
m a ta r el ham bre. Hoy parece que se h a alzado la p roh ibi­
ción antigu a de com er carne de anim ales exóticos, como
es cerdo y la gallina, que observan todavía otras tribus
salvajes.
Los Caribes han adoptado de buena gana el uso del
café, y aun lo prefieren al aguardiente alguno de ellos,
an tes de en treg arse al trab ajo .
Los enseres y utensilios de su m e n a je los fabrican -ellos
m ism os: espuertas (caram aches) h ech as de m im bre y co r­
ANTOLOGÍA 51

teza de cabim o; encellas (cinch as) de tira s de píritu y


albarico; ch in ch orros de m oriche, o de curagua, para dor­
mir y d escansar; rallos, m orteros de m adera, etc. Las pie­
dras de m oler el m aíz son como en toda Venezuela. E ste
sencillo artificio está hoy dia en uso en la m ayor p arte
de los países o rien tales o sem íticos para m oler el trigo,
como lo estuvo en tre los antiguos egipcios. Al su r de la
India las m u jeres m a ja n el arroz con dos piedras id én­
ticas a las que usam os p ara m oler e l m aíz cocido d esti­
nado a h acer pan o bebida.
Los actu ales Caribes barceloneses apenas h acen uso de
la flecha y el arco, y nunca son vistos, cuando visitan las
poblaciones, portando aquellas arm as. A m uchos con quie­
nes hablam os, aun siendo ancianos, fueles im posible re­
cordar cómo se expresaba la voz a ljh a b a en su propia
lengua. Prefieren, p a ra m on tear, la esco p eta y el cuchillo
de caza.

IV

En un despacho de 31 de enero de 1844 proveyó el


obispo F ernánd ez Fortique el cu rato de C ham ariapa, en ­
viando allí a F r. Nicolás de Odena y encareciéndole se
consagrase asiduam ente a la en señ an za de la d o ctrin a
cristiana p ara los indígenas; “procurando (decía) que al
menos la g eneración que ahora se lev an ta se form e en las
costumbres cristia n a s y que todas la s m u jeres, abando­
nando la vergonzosa desnudez en que viven, com iencen a
usar el vestido com ún”. No fu e b astan te, según parece, la
mansedumbre y el ascend iente de F ray Nicolás p ara lle­
var a cabo el designio de aquel ilu stre prelado y para
resistir u na costum bre secular. Los prim eros descubrido­
res del Nuevo Mundo n o taro n en sum a que lo que hemos
convenido en llam ar pudor era m ás efectivo en los hom ­
bres que en la s m u jeres, consideránd ose éstas afren tad as
cuando se vestían con el tr a je europeo correspondiente.
En rigor, la m oda an tigu a sa cam biado muy poco en
esta raza. Su actu al vestido co n siste en el prim itivo t a ­
parrabo, que p asan por la h o rca ja d u ra y su je ta n a la
cintura con u n cordón o cíngulo (ad ekú nte), no d iferen ­
ciándose el de la s m u jeres sino en que cubre casi todas
52 LISANDRO ALVARADO

las caderas. Un d elan tal de “holandilla” (tela basta, azul


turquí), largo de 6 a 12 palmos, es en el hom bre el o r­
dinario vestido, y a la cin tu ra un pañuelo de Madrás.
Cuando quieren m o strar decencia o lujo, dan al d elan tal
un largo de 24 a 30 pies, y aún m ás, estando entonces
provisto de u na borla o un fleco en el extrem o suelto. E sta
longitud perm ite dar con él varias vueltas en derredor
del busto, pasándolo sobre el hombro y cruzándolo a guisa
de banda, y dejando el extrem o libre a rastras. Es una
m oda clásica. H acia 1800 decia a este respecto F r. Ram ón
Bueno: “D ejan suelto el sobrante (del ceñid or), que lo
cruzan por los hom bros como beca de colegial, siendo en ­
tre ellos de m u cha gala en sus bebezones, b a ila r y c a ­
m in ar arrastran d o aquella cola, y si el género fuese una
en tera pieza de 15 a 20 varas, es m ás rego cijo ”. E sta pieza
de la in d u m entaria suelen llam ar ellos “rabo” (yantekóre).
A estas prendas añaden los hom bres, como im posición
de la moda europea, el som brero, la alm illa y las alp ar­
gatas, o unas sand alias de cuero; y las m u jeres una b ata
de indiana, de colores vivos, sobre la cam panilla. E l som ­
brero puede ser, según los alcan ces del portador, de co­
gollo, de cañ a dulce o de fieltro o de terciopelo, llamado
en el país “pelo de guam a”. En días feriados, o cuando por
cualquier causa se endom ingan, tan to el d elan tal de los
hom bres como la tú n ica de las m u jeres van adornados con
lista s ro jas, am arillas o azules, que en aquél aplican a la
esquina d elan tera y flo tan te y en la b ata sobre el faralá.
Las m u chachas adolescentes por lo común se co n ten tan
con suplir la tú nica o b ata con un pañuelo grande que
tercia n y anudan sobre el hom bro.
Como adorno usan las m u jeres la antiquísim a costum ­
bre de p in tarse el rostro con onoto (Bixa O rellana), lim i­
tando en ocasiones el colorete o m aqu illaje a las m ejillas,
como si im itasen la m oda de las m u jeres criollas. Con el
zumo que ex traen del fruto del caruto (G enipa am erica­
n a ), trazan lín eas sim étricas en lá nariz, los carrillo s o la
fren te, que aparecen de un negro azulado. U san collares
y pulseras, sobre todo las jóvenes. Sus collares consisten
todavía en gruesas m ad ejas de abalorio menudo, casi
siem pre azul.
Los alfileres con que antes, por adorno, se trasp asab an
el lab io in ferio r, ah o ra apenas los usa alguna an cia n a m -
ANTOLOGÍA 53

dia; y en cuanto a la p rá c tica de d efo rm ar el crán eo y


las pan torrillas de los niños, parece h aberse abolido por
completo.
Los caribes actu ales han olvidado el estilo antiguo de
saludarse. El que llega dice y óso, y el que recibe el saludo
co n testa: sén p ri. Estos vocablos no son sino restos de las
frases que en tiem pos de la conquista y colonización u sa ­
ban los devotos españoles cuando se saludaban o, m e jo r
m ejor dicho, cuando se reco n o cían : “ ¡Alabado sea Dios!
¡Alabado sea por siem p re !” (o sim plem ente: “ ¡P o r siem ­
p re!”). De un modo m ás fa m ilia r el que llega dice: y ú s-
p rn c á lá a e (¿estam os bu enos?), y el otro responde: y ú s-
pua. En las fam ilias m ás en co n tacto con los criollos se
han im itado las fórm ulas usuales de éstos. El que se des­
pide, por ejem plo, dice: a c o r o s p o t e r ó p a (¡h a s ta m a ñ a n a !),
y el que queda: in y ó (bien).

Los Caribes celebran varias festividades con bailes,


músicas y cantos, sin que n u n ca fa lten los clásicos exce­
sos de bebidas ferm entad as, aunque éstas han sido con
ventaja sobrepujadas por el letal, agu ard iente que les
ofrecen los m ercad eres criollos.
Las festividades dichas h an las arreglado según el o r­
den del calendario católico. La E p ifanía, por ejem plo, es
o era celebrada con bailes de m áscara, en los que co n tra ­
hacen ciertos anim ales sa lv a je s; la P ascu a de Navidad
es señalada para la s elecciones cadañales. En d iferen tes
pueblos solem nizan el santo patrono respectivo, verbi­
gracia: en S a n ta Ana el 26 de julio, en S a n ta C lara el
12 de agosto. “Anualm ente, el día del p atró n o p atron a
de los pueblos era por todos los indios m uy celebrado,
cantando y bailando en com parsa por las plazas, las c a ­
lles y en las casas de los h ab itan tes del lugar. Como se
excedían en sus libaciones, los m aridos atab an los rabos
(nombre de su v estim en ta) con los de sus m ujeres, para
asegurarse así de que no se las qu itaran o de cualquier
extravío de ellas. En la víspera del san to d el pueblo con ­
currían de todas p artes y se form aban en la plaza, y en
54 LISANDRO ALVARADO

h ileras de dos en fondo, al toque del tam borín o c a ja ,


p ara oir la arenga del G obernador que, recorriendo la
lín ea o form ación, los exh o rtab a a la obediencia de los
com isarios o nuevos em pleados que se nom braban en
ese d ía”.
En sus bailes u saban la zam poña o “carrizo”, el a ñ a -
fll (sanpurá) y la g u itarra de cu atro cuerdas, de origen
español p o r supuesto, vulgarm ente llam ad a “cu atro ”. E l
rabel de dos cuerdas creo está en desuso, y ta l vez la
antigu a flau ta, ya de sonido aguda, ya grave como el
bajón, (botuto), que tan fa m ilia r les fue antaño. El m a -
ta tá n , m encionado por el señor Arreaza M onagas, no m e
es conocido.
La zampoña, siringa, o flau ta de Pan, h ech a de ord i­
nario con seis cañas, es el instru m ento m ás im portan te
entre los que acaban de m encionarse. T ó can la siem pre
en concierto, con m ucha habilidad, pues, como ya r e ­
pararon los m isioneros del siglo antepasado, los varios
ejecu ta n tes lograron m an ten er la arm onía con el c a n ­
to em pleando al mismo tiempo zam poñas de d iferente
hechura en el acom pañam iento. En este asunto escribe
lo siguiente el señor R am ón de la P laza:
“E n tre otros instru m entos indígenas enviados a l M u­
seo de Bellas Artes de C aracas por el señ or Jo sé B. Gómez,
se en cuentra el M are. E l señor Gómez, con m otivo de los
inform es que hubimos de pedirle sobre esta m ateria,
d ice... E l m ás im p o rtan te de éstos (instrum entos) por
antigüedad es el C arrizo, o M are en el idiom a caribe, in s­
trum ento de una dulzura m elancólica, de que hacen uso
en sus veladas y fiestas, y que en un tiem po celebró los
fun erales de sus m ayores, o resonó con la voz de sus
guerreros llevando las falanges al com bate. E ste in stru ­
m ento se compone de dos juegos de tubos de la cañ a que
crece con abundancia en la s orillas de los ríos y lu gares
húmedos, conocida con el nom bre de M are, de donde lleva
el nom bre el instru m ento. Estos canutos, cortad os y co ­
locados a m anera de órgano, se suceden de m ayor a m e­
nor, unidos por atad u ras de algodón, p ita u o tra fibra
cualquiera. En la p arte superior están las em bocaduras
de cad a uno de ellos, estando tapada la in ferio r por el
nudo de la ca ñ a .”
“El M are o gaita (continúa el señor De la PlazaX, es el
in stru m ento d e viento m ás g eneralm en te usado e n tre los
ANTOLOGÍA 55

indios que h a b ita n la p a rte del territo rio com prendida


en lo que de antiguo se denom inó Colombia. La estru ctu ra
tonal de este in stru m ento v aría en tre los pequeños y g ran ­
des intervalos, según la m ayor o m enor regularidad de
los cantos, que explican indudablem ente en aquellos in d í­
genas una civilización d istin ta ; notándose en los dichos
cantos de los unos m ayor desenvolvim iento que en los de
los otros, según el empleo de los m edios tonos y del modo
enarm ònico que observan respectivam ente. Nótase en es­
tos cantos, la m onotonía de los ritm os, p ecu liar al ca rá cte r
indolente de los pueblos in cu lto s: si alguna vez la m elodía
es extraña, y sin in ten ció n , por lo com ún a fe cta u na fo r ­
ma sencilla y u na expresión m elan có lica.”
El señor De la Plaza, al ex am in ar las flau tas provenien­
tes de B arcelo n a llega a varias .conclusiones bastan te in ­
teresantes. Basado en la su cesión de intervalos que o fre ­
cen una y o tras flau tas, ya según el orden crom ático, ya
en espacios de h asta tono y medio, deduce que las com ­
binaciones de la escala cro m ática no h an podido verificarse
sino al con tacto de la raza española que, con sus usos,
idioma y religión, ha llevado tam bién a los indígenas el
conocimiento de sus can to s y sus tonalidades. “De o tra
suerte, añade, no se exp lica cómo hayan llegado a co n ­
cebir la división regu lar de la escala por medios tonos,
por cuanto en ningún otro instru m en to de este género
se encuentra o tra com binación que no sea en el orden
enarmònico. No o b stan te la aseveración del señor Gómez,
no hemos podido desvirtu ar n u estra creen cia por el ex a­
men hecho de los M a res que poseemos de los C aribes;
toda vez que co n cu rren en la estru ctu ra de sus to n a li­
dades las m ism as id én ticas sep araciones dé los sonidos
por grandes intervalos que son com unes a todos estos
instrum entos, siem pre cc n el propósito de servir exclu ­
sivam ente a tra n sm itir cie rta s entonaciones, y no a cons­
titu ir un orden to n al en la división sistem ática de la
escala.” La flau ta de seis tubos sirve siem pre, según el
señor De la Plaza, para aco m p añar el can to principal,
produciéndose en él ora u na m ism a nota, ora n o tas d is­
tintas y com unes a l can to de este modo.
Sin em bargo de esto, en cinco flau tas que por m edio
del señor Pedro Loreto A rreaza nos fueron m ostradas en
San ta Ana (una de seis tubos, tres de cin co y u n a de
tres), el exam en de ellas que hizo el señor Camilo A. E s-
50 LISANDRO ALVARADO

tevez y Gálvez dio por resultado que todas constaban de


diversos diapasones, aunque construidas siem pre según
determ inados acordes, ya fundam entales, ya invertidos.
Esto redundaría en apoyo de la hipótesis del señor De la
Plaza, sea en el arreglo de cada instrum ento para tr a ­
dicionales m elodías, sea en la in flu e n z a progresiva de la
m úsica introducida por los conquistadores españoles.
Por lo demás, lo que es presum ible respecto de la es­
tru ctu ra to n al del "carrizo ” conform e a la idea que en
este punto abriga el señor De la Plaza, puede no serlo
con respecto a la existen cia m ism a del instru m ento en tre
los aborígenes de Venezuela. E l uso de él perdura asim is­
mo en tre la s tribus m aipures concentradas en tre el Alto
Orinoco, el Casiquiare y Río Negro. En la colección etn o ­
gráfica del señor Abelardo G orrochotegui pueden verse
algunas de estas sirin gas o b o tu to s.
Cuando los Caribes sólo disponen de una guitarrilla,
ca n ta n la m elodía adaptándole un género de recitad o en
su lengua nativa, a m anera de rom ance, aunque sin r i­
m arlo, que a ju sta n a la m elodía como pueden.
No tien en los actu ales Caribes danzas tan variadas
como las de las tribus m aipures del Alto Orinoco, des­
crita s por el señor M. M atos Arvelo. Puede decirse que
sólo una bailan en todas sus fiestas, y ésta se conoce vul­
garm ente con el nom bre de m a r e m a r e , aunque ellos m is­
mos no le tienen en su lengua ta l designación. E l señor
Gómez, según acabam os de ver, asegura que tanto el nom ­
bre del “carrizo”, como el de la p lan ta que produce las
cañas con que hacen esa flauta, se llam a en caribe m a r e ,
y que de ah í viene el nom bre del son y de la danza. B ien
puede ser; aunque por n u estra p arte no hayam os oído
la voz con tales acepciones en tre Caribes. Tam poco nos
pareció term in an te lo que nos aseguraba el doctor Bousig-
nac, del Callao (G u ayana), que la palabra ten ía analogía
con la m an era graciosa de an d ar la tig a n a (Eurypyga
H elias), ave que denom inaban m a r e m a r e los indios Are­
cunas. Lo cierto es que m a r e m a r e quiere decir en caribe
“cañ afísto lo ” (C athartocarpus F istu la) y que esta voz tie ­
ne form as análogas en tam anaco, galibi y calina, con la
propia significación. E l “carrizo” llam an los C aribes b e-
rékosi.
S ea como quiera, existen aires variados para la danza
dicha, rítm icam en te arreglad os a u n com pás binario, y
ANTOLOGÍA 57

los integran, como en toda música bailable introducida


por los españoles, dos partes, de ocho compases cada una.
Con alguno de los aires del m arem are han reemplazado
las ayas regionales el antiguo y olvidado “m albruc” (o
“mambrún”, como solemos pronunciar) traído por los es­
pañoles a América y usado aquí para arrullar a los ch i­
quillos.
Cuanto a la danza misma, ejecútase en conjunto, en­
lazados por parejas, o en alas, colocado el danzante entre
dos parejas, pasa su derecha por la espalda de la pareja
de ese lado, en cuyo hombro apoya la mano respectiva,
mientras que con el brazo izquierdo rodea la cintura de
la pareja que tiene de ese otro lado y apoya la mano
sobre el cuadril izquierdo de ella. Dan entonces uno o más
pasos adelante y atrás y giran luego para colocarse frente
a otro grupo igual. Dispuestos por pares, van éstos unos
tras otros, describiendo círculos y moviendo alternativa­
mente los pies adelante y atrás. Puestos en alas, hacen
igual movimiento de pie. El paso es por consiguiente grave
y monótono, y la misma melodía seríalo también, a no
estar a veces instrum entada mediante varias zampoñas
construidas según ciertos acordes. Los bailarines, además,
hacen copiosas y frecuentes libaciones, y en esa forma
pueden pasar toda una santa noche.
Con música de la misma danza, pero variando el paso,
tejían en los días festivos el sebucán en las casas de fa ­
milia de las poblaciones correspondientes. Es el que lla­
man “baile de cintas” en otros lugares de Venezuela. La
percha que m antienen vertical queda revestida, después
de tejer las cintas distribuidas entre las parejas, de una
cubierta sem ejante al sebucán empleado en la elabora­
ción del casabe. Este baile debe ser de origen español,
si ya no fuere im itación del “trenzado” aragonés.
En el bautizo hanse conformado por supuesto con las
prácticas del catolicism o; pero se adopta para la cria­
tura un nombre cualquiera del calendario romano, y aqué­
lla llevará, después del bautismo, el apellido del padrino,
si es varón, o el de la m adrina, si es hembra. Esto ahora,
porque antes tenían sus apellidos propios de familia, cual
luego se dirá.
58 LISANDRO ALVARADO

VI

De las tradiciones fam iliares por o nada se cuidan; y


esto había observado Gilii en el Orinoco. Por los libros
de bautismo existente en San ta Ana sábese que el cura
y vicario interino de Aragua, Pbro. Ju an José García y
Oliva, Examinador Sinodal, tuvo la idea de expresar en
las partidas correspondientes los abuelos paternos o m a­
ternos de cada párvulo. Rarísimo fue el caso de que su­
piesen dar razón de ellos los que presentaban la criatura,
según va declarado en cada partida del registro durante
el período de 1830 a 1860. Los demás curas descuidaron
en lo sucesivo esa buena práctica. Insertam os al fin de
este estudio una corta lista de apellidos caribes. La m ar­
cada con una A pertenece a Santa Ana y al período de
1832 a 1861; la marcada con una B pertenece a San Jo a ­
quín y al período de 1830 a 1849. Los apellidos precedidos
de un asterisco son comunes a ambas parroquias. Senti­
mos de veras no haber podido consultar el archivo parro­
quial de Chamariapa (Cantaura).
Tampoco hemos podido verificar si existe o ha existido
entre estos indios el rito extraño de la couvade, bien co­
nocido tanto en el Viejo como en el Nuevo Mundo.

VII

No hemos descubierto en tre estos caribes vestigio del


matriarcado. El marido es, por lo tanto, el jefe de la fa ­
milia, y la condición de la esposa en el hogar es más o
menos la que en lo antiguo se mantenía. Del mismo modo
que entre los armenios y otros varios pueblos de la tierra
no es permitido a las esposas sentarse a la m esa con sus
maridos. Cuando m archan los hombres, van erguidos, en
apostura casi m ilitar, y las m ujeres los siguen detrás.
Estas son las que cargan con todo objeto pesado y desem­
peñan en general el oficio de mandaderas, teniendo a su
cargo los menesteres domésticos. Habiendo de ir las m a­
dres de un punto a otro, conducen sus pequeñuelos consigo
ANTOLOGÍA 59

en una especie de cabestrillo (guanepe) hecho con un pe­


dazo de lienzo, que pende del hombro derecho. Los niños
no escapan, como en otro tiempo, al castigo correccional
de sus padres.
Abrese la sucesión por la línea del padre, bien que ella
no es tan importante, por lo común, como parece que
debía serlo en una región donde abunda el ganado va­
cuno y el caballar.
Cásanse los jóvenes apenas púberes y lo mismo las jó ­
venes. Para celebrar los esponsales recúrrese, entiendo
que excepcionalmente, a una formalidad harto común en
otro tiempo. Son encerrados los novios en un chinchorro,
cuyos bordes se adaptan de seguida con una costura; y
en tal situación han de sufrir impasiblemente las pica­
duras de ciertas hormigas bravias (taritares) que reco­
gidas de antemano en una calabaza, son vertidas sobre
los contrayentes. Si la prueba resulta buena, es decir, si
los novios no se incomodan ni profieren queja alguna,
quedan de hecho desposados y pasan a celebrar las bodas
del modo usual.
Siempre que viaja el marido, lleva tras sí a su m ujer,
a quien cela mucho. Cuando un extraño habla a ésta, ella
no contesta, ni recibe nada que se le ofrezca, sino con
permiso del marido. Por lo demás existe de hecho la po­
ligamia, como en los pasados tiempos, a pesar de los
esfuerzos de los párrocos para inducirlos a vivir según la
iglesia cristiana. Aunque el levirato existía entre los an­
tiguos Caribes y los Cumanagotos, no sabemos que lo
hayan conservado los Caribes contemporáneos.

VIII

Tienen para curar sus dolencias al piache, que usa


remedios vernaculares, transmitiéndose los secretos de la
medicina de unos a otros en la fam ilia de aquél. Mueren
estoicamente. Las viruelas, el paludismo y la influenza
hanles causado gran mortandad, siendo esta particular
virulencia bien conocida en muchos puntos de la tierra
poblados por diferentes razas no civilizadas. En febrero
de 1875, por ejemplo, fue llevado el saram pión a las islas
L I S ANDRO ALVARADO
60

Fid ji por el vapor de guerra inglés Dido, causando la


muerte de 40.000 indígenas. Casos como ese son numero­
sos en los archivos de la etnografía.
De tales influencias mortíferas, el paludismo obra por
igual sobre los indígenas, despoblando también lugares
y villas en otro tiempo florecientes; pero los últimos pue­
den emigrar o por lo menos trasladarse a cualquier otro
punto del país, m ientras que el Caribe no tiene otra salida
que guiar al sur hacia la insalubre ribera del Orinoco,
tan conocida de sus antepasados.
Los colonizadores, por otra parte, han sabido fom entar
el alcoholismo entre los indios, hasta el punto de haber
abandonado, los que de éstos habitan lugares próximos
a las ciudades y villas, la fabricación de bebidas ferm en­
tadas que ellos mismos preparaban, cuando lo habían
m enester; porque para ellos no está suntuosa una fiesta
que no vaya dispuesta con prevención de bastantes licores
espirituosos. Beben en demasía y embeódanse con ron,
que es aguardiente de 18° a 21° (escala de Cartier), fa ­
bricado con malezas en aquellos lugares. De la copa que
apuran dan lo que dejan a sus m ujeres y pequeñuelos.
En los libros parroquiales para entierros no se hallan
partidas referentes a los indios. No tenía lugar, en efecto,
el oficio religioso; y la inhumación se practicaba según
la usanza de aquestos. Por lo demás, tampoco se extendía
partida alguna de defunción en los registros civiles.
Observa con este motivo el señor Arreza Monagas: “En
años atrás de que hacemos recuerdos, usaban de algunas
de nuestras prácticas religiosas, pues se casaban ante el
Cura, bautizaban sus hijos e inhumaban en los cem en­
terios. Con su retiro o alejam iento de las poblaciones han
abandonado estas costumbres. Y es triste reconocer, por
causa principal de ello, la obligación en que se vieron por
una ley de tierras baldías y resguardos, a dividir sus
resguardos en pequeños lotes, que luego no pudieron con­
servar; también por los requisitos que tenían que llenar
para efectuar el matrimonio civil y el abuso del cobro
por las autoridades y empleados llamados a intervenir a
tal fin. No se previo por parte del Gobierno la convenien­
cia de facilitarles el matrimonio con alguna excepción en
las formalidades y la exoneración de todo pago, a las
tribus aún no civilizadas.” Es preciso reconocer, ppr otra
parte, que el sistem a de reducción empleado hasta hoy,
ANTOLOGÍA 61

tanto en lo civil como en lo religioso (y en lo último me


refiero al alto clero, no a los operarios), es un modelo de
atraso y de terquedad.
De haber sido sugestión de los misioneros el que hayan
reservado los Caribes para el 2 de noviembre la celebra­
ción de las exequias de sus antepasados, o sea, la llora.
La víspera de ese día, que como todos saben corresponde
en el ritual romano a la vigilia de los fieles difuntos,
iban los indios al cementerio de la aldea o pueblo, a de­
positar ofrendas en la sección que se destina a las se­
pulturas indígenas. Consistían esas ofrendas en verduras,
caña de azúcar, sandías, raíces de yuca, etc,, pudiendo
ellas ser recogidas por aquellos no indígenas que se pres­
taban a rezar oraciones por los difuntos. Ni aun en este
acto solemne hubo suerte para los indígenas; porque a l­
gunos de los criollos que así vendían sus oraciones se
burlaban de aquéllos y decían entre dientes lo primero
que se le ocurría por apañar la ofrenda, de m anera que
los burlados, entendiendo esto, determinaron en adelante
depositarlas dentro de sus casas y h acer allí la ceremonia.

IX

Los Caribes pueden considerarse como una raza im­


buida aún en las prácticas de la gentilidad. No es m ara­
villa que entre sus doctrinas haya predominado la con­
cepción de la superioridad del genio malo (yoróska),
cuando en otros pueblos más cultos ocurría la misma
noción religiosa. En la vetusta India el culto de Siva, el
dios malo, y el de Kali, su esposa, motivaron el del lin-
gam (phallus) y el yoni (kteis), símbolos ambos de la
generación y la vida. Vishnu era el dios bueno; pero el
hecho es que entre las dos divinidades, ya conocidas de
Magastenes, Vishnu no fue adorado desde tiempo tan re­
moto ni obtuvo cruentos holocaustos como Siva.
En cambio, los Caribes parecen haber estado siempre
alejados del culto de los difuntos. En ciertos pueblos pri­
mitivos de la India las almas de los muertos, máxime
las de aquellos que fallecen de un modo trágico o violento,
son temidas y adoradas, suponiéndose que, provista de
62 LISANDRO ALVARADO

un poder extraño, vuelven a los lugares en que vivió el


difunto, y en ellos vagan de continuo, siendo preciso apla­
carlas con sacrificios y exorcismos. Esta creencia no existe
entre los Caribes, a lo menos los que he visto, y es cu­
rioso el contraste de sus prácticas funerarias comparadas
con las de los hispanoamericanos. En toda Venezuela ha
perdurado la costumbre de establecer adoratorios en cier­
tos parajes en que fue muerto algún soldado o enterrado
algún cadáver en circunstancias excepcionales, y por con­
siderarse milagrosa el ánima del finado, se encienden allí
velas, se depositatn limosnas, o arrojan piedras, al uso
musulmán. El culto de las benditas ánimas no va muy
lejos de esta creencia singular; y son de notar humilla­
deros parecidos a la vera de los caminos, tanto en el
territorio ocupado por los Caribes como en el resto del
país.
Tampoco llevan la creencia en los espíritus hasta el
extremo de algunas tribus de Río Negro, que renuncian
a defenderse cuando el acaso los pone delante de un
jaguar, imitando en esto a los Gondas de la India. Estos
tales consideran al tigre o a la cobra cebados, como po­
seedores de un espíritu que los vuelve ávidos de m uerte
y despiadados con los hombres, y contra sem ejante es­
píritu solicitan los exorcismos de los sacerdotes; pero una
vez que son sorprendidos en despoblado por aquellas ali­
mañas, déjanse sacrificar sin resistencia, persuadidos de
que nada pueden contra el irritado espíritu maligno.
A semejanza de los Cumanagotos, ponen los Caribes
collares a los niños con varios amuletos, por ejemplo, se­
millas negras de una planta llamada pascualita.
Cuando salen a cazar y canta una piscua (especie de
ave pequeña) a mano izquierda, tiene esto por de mal
augurio y se vuelven a su casa. (Esta superstición y la
anterior existen, bajo una u otra forma, en el resto del
país.)
Finalm ente, los eclipses de sol y de luna, producen en
ellos el mismo efecto que en la generalidad de los indí­
genas de Venezuela. Tocan entonces tambores y pitos,
gritan, disparan armas de fuego, hacen ruido con lo que
puedan despertar la luna o el sol que quieren morirse.
Llévanse a efectos las exequias de la gente principal
de un modo sem ejante al descrito por los cronista's h is­
panos. Cuando el enfermo está próximo a rendir el es-
ANTOLOGÍA 63

píritu, los que le asisten o acompañan se salen de la


habitación y permanecen en espera a inmediaciones de
ella, hasta que presumen haber muerto el enfermo, aso­
mándose al efecto alguno de aquéllos con precaución a
fln de cerciorarse de ello. Dicen que los últimos instantes
de su vida ha de aprovecharlos el moribundo para dar
cuenta de sus hechos al genio malo (yoróska).
Después, velan el cadáver. Tendido éste en medio de
la cám ara mortuoria, lloran todos y plañen. Una como
maestra de ceremonias canta ciertas endechas en loa del
difunto, relatando sus hechos y virtudes; asidos de las
manos, dan vuelta en torno del cuerpo, y de vez en cuan­
do interrumpen el canto y la danza fúnebres con el objeto
de hacer las acostumbradas libaciones. Con el cadáver
entierran sus prendas de uso, reservando empero el arco,
las flechas y el sombrero del finado. El viudo o la viuda
déjanse crecer la cabellera. Hoy suelen suprimirse estas
ceremonias.
Cumplido el año de luto, proceden a quitárselo, pre­
viniendo músicos, frutas, bebidas. Pénense en filas todos
los convidados y empieza la ceremonia cortando el cabello
del viudo o viuda uno de su propia parentela. Si se trata
de un viudo, se recorta la cabellera hasta dejarla del
modo ordinario; si de una viuda, es la parte del cabello
que cae sobre la frente. Aquél regala entonces las pro­
visiones de comestibles a los convidados y es llevado a
una alcoba, donde le visten y le pintan, entregándose
después todos a la 'fiesta y a la danza. Si es una viuda
la que rompe el luto, amontona el arco, flechas y sombrero
de su extinto marido y les pone fuego. Castíganla, tras­
quilándola, si antes del cabo de un año se casare; porque
cuanto al viudo, él puede tom ar m ujer llegado que sea
el 2 de noviembre, aun antes de cumplir el año de duelo
reglamentario.
“Entre los indios Caribes (dice Fray Jo sé de Caraban-
tes), si muere algún Príncipe de su Nación, m atan a la
mujer más querida del difunto, y la entierran con él”.
Hoy, por supuesto, no existe ese rito, que en varios pueblos
antiguos fue espantoso precepto. Dudamos, por lo demás,
que haya existido entre Caribes en los tiempos de Fray
José, quien nunca llegó a catequizarlos según parece.
LISANDRO ALVARADO
64

Mantienen estos indios una organización social y Je­


rárquica, sin duda proveniente del pasado régimen de las
misiones, a lo menos en aquellos lugares donde poseen
terrenos propios. A propuesta de la comunidad el jefe
civil del municipio nombra, por diciembre de cada año,
las autoridades legales que acostumbran para su régimen
interior.
Estas son las siguientes: el gobernador (enaróro, n a-
róro), que hace las veces de cacique, usando de un bastón
como insignia de mando, y sólo recibe órdenes de la auto­
ridad civil del municipio; el alguacil (alguasiña) que re­
cibe órdenes del gobernador y las trasm ite a los comisarios
(comishário), los cuales a su vez las trasm iten a las co­
rrientes parcialidades o fam ilias; el alcalde (álcare), que
reglamenta el trabajo de las m ujeres y el orden de las
festividades; y por último el corregidor (corregiór) y el
capitán fundador (capistána), con otras funciones menos
importantes. El postrero hace las veces de archivero, pues
guarda y conserva los títulos y escrituras otorgadas a la
comunidad por el gobierno nacional. Obsérvense las vie­
ja s voces usadas en esta terminología.
Los mencionados títulos se refieren a los resguardos
o tierras que el Gobierno ha concedido a las comunidades
de indígenas que sobreviven en el país, unidos por ciertos
nexos y tradiciones. Los Caribes defienden como pueden
sus resguardos, en los que fundan el apego que han te­
nido a su antigua mansión y la larga supervivencia de
esa fuerte raza en el oriente de Venezuela: difléndenlos
de los terratenientes y propietarios que aspiran a exten­
der inmoderadamente sus dominios.
Los Caribes barceloneses van a menos así y todo. Las
sequías, las epidemias, las guerras civiles del país, la opre­
sión de las autoridades políticas, hanles ocasionado gran­
des estragos y favorecido su emigración hacia el sur. To­
davía en 1883 frecuentaban a Curataquiche y El Chaparro,
y no mucho antes a Zaraza y Santa María de Ipire.-Había
en San ta Ana y San Joaquín numerosas fam ilias indígenas.
ANTOLOGÍA 65

En Santa Ana, cosa de 700 alm as; y de los alrededores


de San Joaquín solían acudir al poblado, en campañas
eleccionarias, hasta 1.200. “Nos tocó presenciar (dice el
señor Arreaza Monagas), los actos y fiestas de los Caribes
más de una vez en Cantaura, San Joaquín y San ta Ana
y recordamos que por los años de 1880, más o menos,
llegamos a calcular en una de esas paradas, como mil
indios, en la prim era de las poblaciones m encionadas”.
De entonces acá, con motivo de los trastornos que
a la agricultura produjo la aparición de la langosta, em i­
graron muchos al sur, y han pasado aun el Orinoco, re­
fugiándose en Guacimal, Panapana y otros puntos.
Los generales Monagas (José Tadeo y José Gregorio)
y Juan A. So tillo eran los jefes y protectores de estos
indios, quienes consideraban, a aquéllos y sus descen­
dientes, como a una suerte de encomenderos. Ellos, en
efecto, les arreglaban gratis todos sus asuntos, y los Mo­
nagas les cedían anualmente las salinas de Caicara, al
oeste de Barcelona, para que cogiesen cuanta sal hubiesen
menester. Los curas, además, les dispensaban de pagar
derechos eclesiásticos. Mediante esta organización, no es
extraño que se les viera tomando parte activa, armados
de arcos y flechas, en las contiendas políticas, com batien­
do al lado de los federalistas. Muerto que fue el señor
Pedro Sotillo, sobrino del general Sotillo, los indígenas
perdieron sus protectores de un todo, y hubieron de sen­
tir los efectos de su desamparo, pues hasta en algunas
ocasiones fueles impuesto un derecho por inhum ación con
que nunca se les había gravado.
Para conservarse en el seno de sus costumbres y con
su idioma en un medio social adverso y absorbente, han
debido desarrollar gran energía. Cuando se visten a la
manera de los criollos, debajo de los pantalones suelen
conservar no obstante el taparrabo. H asta hace poco,
cuando había m ás población indígena que ahora, los an ­
cianos no perm itían a los niños hablar ni aprender el
español, cuya enseñanza reservaban para la edad adulta;
y ello ha contribuido a m antener vivo el idioma nativo y
a impedir su completa corrupción y aun su pronto desuso
en todo el siglo xxx.

5 - A NTOLOGÍA
66 LISANDRO ALVARADO

XI

Despropósito sería equiparar el grado de cultura e in ­


teligencia del Caribe con el del Australiano, el Bosquimano
o el Patagón; pero en m ateria de evolución lingüística
acércanse en ciertos puntos. Las lenguas de Australia,
por ejemplo, son riquísimas en vocablos que designan co­
sas m ateriales; carecen empero de expresiones para las
ideas. La mayor parte de las tribus australianas no cuen­
tan más que hasta 3, y algunos hasta 5, expresión que,
por otra parte, es indeterminada. Tampoco tienen fábulas,
cuentos y epigramas que en gran número y con bella for­
ma poseen los Hotentotes y los Negros.
En este respecto la lengua actual de los Caribes bar­
celoneses ofrece una dificultad poco menos que completa
para expresar sustantivos abstractos. Cuando se pregunta
a un indio la manera de traducir tales nombres, usa en­
tonces perífrasis o circunloquios diversos, o, en vez de
esos sustantivos, adjetivos afines o formas verbales. En
la actualidad hay nombres distintos para los 5 primeros
numerales cardinales: del 6 en adelante se valen de los
nombres españoles más o menos adaptados a su hablar.
Hacen, pues, lo mismo que sus vecinos los Chaimas hacían,
es decir, calcular desde 6 en adelante en español, bien que
antes tuvieron nombres para los números cardinales hasta
20 por lo menos, cosa que se puede bien colegir en una
raza tan avezada al tráfico.
Como en otras razas primitivas, tienen los Caribes po­
cos vocablos para distinguir los colores del espectro: el
rojo y el amarillo tienen una sola denominación (tapire):
lo mismo el azul y el negro (tupuru). El verde y el blanco
tienen designaciones particulares.
Carecen casi en absoluto de términos correspondientes
a la náutica, y a la fauna m arina o a peces de los grandes
ríos, lo cual se explica por el alejam iento en que se hallan
tanto del m ar Caribe como del río Orinoco. De animales
no conocidos en esta parte de Barcelona, como la pereza
(Bradypus), no saben el nom bre: tampoco de voces co­
rrespondientes a deformaciones corporales congénitas.
En cambio, han admitido numerosos barbarismos,-entre
ANTOLOGÍA 67

los que citamos estos: aracabúsa (arcabuz) fusil; sincho


(cinco) guitarrilla de 4 cuerdas; chichote (chicote) cuerda,
cordel; meráo (melado) m elaza; mesi (miso) gato; ape-
rona (papelón) azúcar moreno; paresáo (frazada) m anta
gruesa de lan a; pianoro (español) hispanoamericano, fo­
rastero; paire, pàtere (padre) sacerdote católico; pópol,
pópuro población, ciudad; póruco cerdo; paca res; p o n ­
cho (borrico) asno; sanpúra (tambora) tam bor; saparote
(chafarote) m achete, sable; síscharo (azúcar) caña dulce.
Alguno de estos vocablos, de cierto muy antiguos, o adop­
tados también en otras lenguas indígenas, se aplican n a ­
turalmente a objetos o expresiones que fueron descono­
cidos de los Caribes hasta la llegada de los españoles;
otros, no sabemos cómo pudieron ellos caribizarlos por
medio del latin (acus, charta, pater, pons, porta, populus,
porcus) si no ha sido por obra de los misioneros: otros,
en fin, indican bien el olvido en que para aquéllos han
caído nombres castizos de su propia lengua (v. g. oráyo,
rallo; oracuna, laguna; mese, m es; lesi, leche). Por lo
demás, ciertos idiomas americanos, en especial el taino,
contribuyen también, además del español, a form ar el
caudal idiomàtico del caribe contemporáneo, en el que
son comunes voces como pateda (batea); bararu (guara!)
bramante; sishura (chícura) sembradera; shibiaco (chu­
basco) temporal, vendaval; naba (nagua) bata de m ujer;
etcétera.
Y no es esto sólo, en m ateria de corrupción lingüística,
sino que el organismo propio del idioma ha sufrido la
influencia del español. En caribes poco sabidos o no bas­
tante inteligentes, aparece la tendencia de dar a ciertos
nombres desinencias genéricas hispanas, desconocidas por
completo en el caribe puro. Dicen dupúspua cabeza, boya
sal, uíua hacha, cushípia pulga, m uña luna, beduo sol,
carupo conejo, mariyo cuchillo, etc., en vez de dupúspuo,
boyo, uíue, cushípio, muño, bedu, carúpa, maríya.
Más grave aún es el influjo solecístico en la conjuga­
ción o construcción, porque en tal caso no podría ad­
mitirse un error probable de observación, debido a la
transcripción de los que han recogido vocabularios. Cuan­
do ciertos indios traducen, v. g. “vosotros tres lo lleváis”,
dicen : órwa canarodáto (tercera persona del plural, en vez
de la segunda, m arodáto), como si realm ente dijeran “Us­
tedes tres lo llevan” en la anómala construcción española:
68 LISANDRO ALVARADO

“No vayáis con arm as” irapama kónosato (tercera persona


del presente, en vez de la segunda del prohibitivo kó toto).
Es difícil encontrar un trujam en versado a cabalidad en
la conjugación española.
Casi todos analfabetos. Es raro aquel que m ediana­
mente sabe leer y escribir. Por lo demás hay muchos
bilingües, hablan en español y en caribe, mereciendo uno
que otro la calificación que antaño se reservaba, y aun
hoy se conserva, de ladinos a los que eran diestros len­
guaraces.
“La lengua de los Caribes del continente, escribe Hum-
boldt, es la misma desde las cabeceras del río Branco
hasta las llanuras de Cumaná. Nos sorprendió ciertam en­
te, durante nuestra permanencia en las misiones de Ca­
ribes, la facilidad con que los indiecillos de 18 a 20 años,
cuando son elevados a la categoría de alguacil o fiscal,
arengan a la comunidad durante horas enteras. La en­
tonación, la gravedad y compostura, la acción y el gesto
que acompaña la palabra, todo anunciaba un pueblo es­
piritual y capaz de alto grado de civilización. Un fraile
franciscano que poseía bastante bien el caribe para poder
predicar algunas veces en esta lengua, nos hizo observar
cuán largos y numerosos eran los períodos en los discur­
sos de los indios, sin ser jam ás embarazosos, n i oscuros.
Las particulares inflexiones de sus verbos indican de an ­
temano la naturaleza del régimen, según que éste es ani­
mado o inanimado, o qué comprenda uno o una pluralidad
de objetos. Las pequeñas formas enexas (suffixa) tienen el
poder de m atizar el sentimiento, y aquí, como en todas
las lenguas formadas por un desenvolvimiento no trabado,
nace la claridad de un instinto regulador que caracteriza
la inteligencia hum ana en los diferentes estados de b ar­
barie y de cultura.”
En un estudio particular tratarem os de compaginar al­
gunas notas gram aticales relativas al idioma caribe y de
coordinar un vocabulario algo más prolijo y correcto que
el que años ha publicamos en los Anales de la Universidad
Central de Venezuela.
a n t o l o g ía
69

PETROGLIFOS VENEZOLANOS

Sabido es el interés que han despertado entre los sa­


bios esas piedras cubiertas de extraños signos que tanto
abundan en varias regiones del Continente americano.
Tales signos tienen, desde luego, por su mayor parte el
aspecto de inscripciones monumentales, a sem ejanza de
las que grabaron los antiguos pueblos de Asia y Europa,
y de ahí que sea muy natural presuponer que aquéllas
desempeñan el mismo oficio que las rocas esculpidas y
las estelas arqueológicas del viejo mundo. En todos los
períodos de su evolución el hombre ha pretendido eter­
nizar la memoria de sus hazañas o de los sucesos que
le han impresionado más o menos, echando mano de los
procedimientos que a su alcance ha tenido. Las diferen­
cias consisten sólo en el mayor o menor grado de civi­
lización. Tan anónimo es el escriba que redactó los fastos
de Behistun como el artífice qüe esculpió el peñasco de
Tepumereme; pero hay entre uno y otro la misma di­
ferencia que entre una arenga deslumbradora de Bolívar
y otra a su m anera de Arismendi.
Considerando tan sólo el signo o la imagen usados
para expresar el pensamiento, los sistemas han, n atu ral­
mente, variado entre los habitantes del Nuevo Mundo.
Mencionemos desde luego los documentos m exicanos y
peruanos, en forma de jeroglíficos o quipos. El vanda­
lismo de los frailes destruyó para siempre casi todo el
archivo histórico que guardaban los aztecas y los qui­
chuas, razonando aquéllos sin duda como el califa que
destruyó la biblioteca de Alejandría. Quedan las enig­
máticas inscripciones de la América Central, y los pe-
troglifos de otras razas mucho menos civilizadas, sujetas
a la investigación de los etnógrafos y en espera de un
desciframiento satisfactorio.
Petroglifos abundan en Venezuela toda, menos en la
región de Los Llanos, donde su ausencia es muy natural.
70 LISANDRO ALVARADO

Desde el siglo xvui comenzaron los viajeros a tener en


cuenta estas que parecían curiosidades o entretenim ien­
tos de gentes de otra edad. Reflexionando sin embargo
en el hecho de que en todas las que se han observado
predomina el mismo sistema de círculos y curvas abiertas
o cerradas, y a veces la representación m anifiesta de un
ser animado, debemos apartar la idea de que todo eso es
hijo del capricho. La ejecución misma de la obra aleja de
nosotros sem ejante idea; porque dados los útiles espe­
ciales de que disponía el salvaje, debió de ser obra fa ­
tigosa y prolongada esculpir en granito figuras tan nu­
merosas, aprovechando en ocasiones peñas escarpadas que
presentaban un plano vertical a grande altura. Sea como
quiera, es notable el convencionalismo según el cual se
han trazado los signos representados en los petroglifos
venezolanos y la antigüedad remota de ellos, que es tal,
que los indígenas del tiempo de l¡a conquista no acertaron
a dar de los mismos una idea cierta, sino enlazándola con
algún viejo mito relativo al diluvio americano.
En varios puntos de Venezuela dan el nombre de pie­
dras pintadas a estas antiguallas, denominación algo im ­
propia, que es, no obstante, simple traducción de la que
tenía la cosa en algún dialecto caribe. Llámánlas también
letreros, en la suposición de que han de ser inscripciones
propiamente dichas.
No seria superfluo, pero sí engorroso, mencionar aquí
cuantas inscripciones de este género han sido señaladas
en el territorio de Venezuela. Los am ericanistas saben cuá­
les son y el grado de importancia que tienen. Baste decir
que desde el Táchira hasta la Guayana inglesa se hallan
diseminadas; sobre todo en las vastas soledades de nuestra
Guayana; y como los estudios de esta clase no son muchos
que digamos, vamos a referim os ahora, sin saber si ya
han sido examinados, a los petroglifos que existen al sur
de Villa de Cura, a la margen izquierda del río Panito,
que es un pequeño afluente oriental del Guárico. El lugar
llaman precisamente “Piedras pintadas”, y las piedras
mismas se encuentran junto a un camino vecinal que
costea la margen izquierda de dicho río. Están a corta dis­
tancia de otras, y semejan, así colocadas, vetustas losas
sepulcrales m altratadas por los siglos y ennegrecidas por
los liqúenes marchitos y la mano del tiempo. Haylas de
diversos tamaños, y es probable que algunas hayan sido
ANTOLOGÍA 71

sepultadas por la greda que las lluvias arrastran poco a


poco de las próximas alturas. Las que aún se ven a des­
cubierto están por su mayor parte incompletas, es decir,
presentan claros o lagunas entre las figuras restantes, o
si se distinguen algunas en esos claros, son poco netas o
imperceptibles; porque es presumible que cada una de es­
tas lajas haya estado del todo cubierta con caracteres y
que su superficie haya sido más igual de lo que ahora es.
La posición horizontal de ellas ha favorecido sin duda la
acción destructora del tiempo sobre el duro pedernal.
En todos los petroglifos predomina el círculo sencillo
(flg. 1), o bien dos, tres o cuatro círculos concéntricos;
otras veces aparece el círculo con muchos radios (flg. 2),
o con diámetros cruzados, o imitando los radios la dis­
posición que tienen en las muelas o ruedas de molino
(flg. 3 ); otras una espiral, que recuerda la posición de
reposo que adopta una serpiente enrrollada (flg. 5). Las
demás combinaciones son más o menos extrañas para
que se intente dar una explicación general (flg. 4). Po­
dría suponerse que los círculos tienen alguna relación
con la duración del día, que entre indios se calculaba por
el movimiento diurno del sol, y la del mes. que se medía
por lunaciones. En cuanto a la serpiente, bien se sabe el
papel im portante que desempeñaba en las razas am erica­
nas este odiado reptil, cuya figura aparece en varios pe­
troglifos guayaneses. Puede decirse con propiedad que los
mitos relacionados con la serpiente existen en toda la
superficie de la tierra, caracterizando la infancia o la ju ­
ventud de los pueblos.
La mayor de las piedras examinadas tiene 2’57 metros
de longitud. Aunque las líneas grabadas en ella son bas­
tante anchas y profundas, se halla que algunos signos se
han casi desvanecido, m ientras que otros espacios libres
deben haber estado, como es dicho, cubiertos con figuras
análogas. Estos fragm entos rodados de granito pertenecen
a las masas que alternan en esta región con una form a­
ción de gneis, que en capas bastante regulares y extensas
corre generalmente hacia el noroeste. Como curiosidad
presentamos un especimen de los grabados, según los di­
seños que hemos, podido tom ar in situ.
«PIEDRAS PINTADAS»

( E st a d o A r a c u a , d is t r it o Z am ora)

Margen izquierda del río Paniío, 2 leguas al N. de S. Juan

(D ibujos de Alvarado)
¥\o.
«
ab = Om 75
be = Om 63
ac = Om 48
F ig . 4

cd = Om 66
ab = 0.28 cd = 0.35
LISANDRO ALVARADO
72

ANTROPOFAGIA

La observación atenta de los diferentes pueblos de la


tierra permite hoy asegurar que ninguna raza humana
está o ha estado exenta de la antropofagia en el pasado,
aun cuando la anatomía comparada indique por su parte
que el hombre primitivo, lo mismo que los monos antro­
pomorfos, era un animal frugívoros Con todo, recorriendo
la escala animal, encuéntrase ya el canibalismo ocasional
lo mismo entre los roedores que entre los carniceros, para
no citar otros ejemplos. Las ratas son caníbales, como es
bien sabido, y el gato doméstico suele comerse su prole,
en lo cual no le va en zaga el australiano, a quien, en
tiempo de hambre, se le ha visto comer a su propio hijo,
según Oldsfield, o bien, en caso de enfermedad del hijo,
comérselo asimismo, según presenció Sturt.
La antropofagia es un residuo étnico que conservó el
hombre pastor, al modo de la caza y la pesca, conservadas
como deporte por el hombre civilizado. No recuerdan, los
que defienden a los indios americanos de tal cargo, que
el devorar el hombre ,a su sem ejante es característico en
la época prehistórica, y que, a más de eso, ocurre acá
y allá en la época actual. Hechos no raros prueban bien
la existencia de la antropofagia en tiempos de hambre,
en sitios o en naufragios, en el seno de naciones cultas.
El caso del coronel OlmedilLa y el de los compañeros de
Rodil son muy conocidos en la historia moderna de Ve­
nezuela. “Es que nuestra civilización, según se expresa
Letourneau, está aún muy distante de haberse encarnado
en nosotros; y cuando rugen muy mucho las necesidades
animales, les cede aquélla su puesto sin grande esfuerzo”.
En la moral “bárbara” pierde este carácter salvaje la
antropofagia, y es entonces practicada de un modo sis­
tem ático: puede ser guerrera, o litúrgica, o jurídica. Así,

1 V e r : Girard de Rialle. D e l’anthropophagie. París, 1875.


ANTOLOGÍA 73

el canibalismo ejercido por el australiano en la guerra


está fundado en creencias que asimismo abrigan las tri­
bus venezolanas tildadas de antropófagas: presumen que,
comiendo la carne o la grasa del enemigo muerto adquie­
ren también su valor; mas cuando comen la carne de los
parientes difuntos y llevan consigo su piel, es por motivo
de veneración fam iliar. La forma jurídica es quizá tan
común como las otras, pero menos fácil de precisar, por
su propia índole, en cada pueblo salvaje.
Cualquiera que sea la explicación que se aduzca de esta
faz de la vida humana, siempre se ha visto con horror:
y no porque sea un modo de alim entarse incompatible con
la fisiología, ni como acto mismo injustificable según la
moral “civilizada'”, sino porque simple y sencillam ente es
contrario a la ley universal de la conservación del indi­
viduo, puesto que implica el homicidio, y porque suponien­
do absurdamente que persistiera el hombre en cazar su
propia especie para nutrirse, y adoptara como hábito n a­
tural lo que no es más que una excepción, oonculcaría en
suma aquella ley y la ley correlativa de la propagación
de la especie.
De las tres especies de antropofagia mencionadas pa­
rece haber predominado en Venezuela aquellas provenien­
tes de ritos guerreros o sagrados. Notemos ante todo el
vago decir de algunos cronistas cuando ejecutoriam ente
condenan a ciertos pueblos bárbaros: -Comen carne hu­
mana”. Quieren medir su grado de barbarie aproximán­
dolos a las fieras. Los misioneros observaron, no obstante,
que la antropofagia de las razas am ericanas no siempre
era privilegio de las menos civilizadas. Los Guajaribo, T a-
parito y Otomaco no eran antropófagos. Otros observa­
dores, como Aguado y Ruiz Blanco, son más indulgentes,
y el primero va más lejos que sus contemporáneos, pues
distingue claram ente las tres clases de canibalismo men­
cionadas ahora poco.
De canibalismo fueron acusados los Caribes insulares,
los Guaipunabi y los Cabré, naciones predominantes. Acer­
ca de los habitantes de las islas Caribes ecribe Martyr:
‘ Las entrañas y extremidades de los miembros despáchan­
o s frescas; los miembros saldos guárdanlos en conserva,
como nosotros los pem iles de cerdo. Castran los m ucha­
chos que capturan, como nosotros los pollos o puercos que
queremos criar más tiernos y gordos para guisos: ya más
74 LISANDRO ALVARADO

crecidos y gordos, se los comen. Cosa ilícita y vergonzosa


es entre ellos comerse a las m ujeres; mas al obtenerlas
jóvenes, oonsérvanlas y cuídanlas por que hayan prole, no
de otra suerte que nosotros las gallinas, ovejas, novillas
y demás animales^”. El canibalismo de los Guaipunabi y
Cabré lo testifica Gilii.
Los Caribe continentales, sin embargo, llevaron todo
el peso de ese cargo, consignado por desgracia en libros
conocidos en toda la Europa. Así, para los efectos de la
real cédula por la que fue permitido esclavizar a todo
indio americano de origen caribe, eran declarados como
tales, cualesquiera indios que descubrían los tratantes de
esclavos. Caribe y caníbal eran cosas sinónimas y un cruel
juego de palabras. Hechos antropoíágicos habíanlos sin
duda; pero convenía achacarlos a las tribus más temibles,
y los Caribe lo eran entre todas. '
Los indios costaneros de Tierrafirme fueron desde lue­
go inscritos en lista negra. Benzoni señala a los Pariagotos
oomo incursos: “También se alim entaban de vez en cuan­
do con carne hum ana”^. Gomara menciona a los Cuma-
neses, “que eran fam ilia de los Pariagoto, o quizás estos
mismos. Puestos en guerra, son crueles: comen los ene­
migos que m atan y prenden, o esclavos que compran: si
están flacos, engórdanlos en caponera, que así hacen en
muchos cabos”.
Aguado, por su parte, habla en el mismo sentido de los
Pariagoto y Cumanagoto, y de otras naciones vecinas. “De
estas gentes (dice) algunas había, que ya no podemos de­
cir que haya, quienes comiesen carne humana por ven­
ganza, o rito, o grandeza de alguna victoria que habían
habido, y no la comían de todo género de indios, sino de
algún señor y principal que en la guerra acertaban a pren­
der, como por experiencia lo vio la gente de Gerónimo
Hortal, cuando habiendo ido con ciertos indios del señor
Guaramental a saquear un pueblo de unos contrarios y
vecinos suyos, en el saqueo hubieron los indios un prin­
cipal, el cual trajeron ante su cacique o señor, y después
de haber dicho ciertos razonamientos en su lengua al pre­
so y ciertas ceremonias que acostumbraban hacer, los in ­

2 D e rebus oceanicis, etc., p. .6.


3 H istoria del N uevo Mundo, I, 3.
ANTOLOGÍA 75

dios más principales se llegaban a él y vivó como estaba


le iban cortando los miembros y otros pedazos de su
cuerpo, hasta que con aquel tormento lo m ataron y sacán­
dole la asadura, em bijadas las bocas por mayor grandeza,
la repartieron entre ellos y se la comieron; en sólo este
acto y ceremonia, suelen comer estos indios y otros de esta
provincia, esta parte del cuerpo humano, y no otra n in ­
guna”4. Oviedo, que escribía oosa de medio siglo antes de
Aguado, asienta de los Cumana'gotos: “Por la mayor par­
te no comen carne hum ana”».
Oviedo habla asimismo de las represalias que tomaban
los Caribe contra sus rivales los Aruaco. “Cuando los Ca­
ribe prenden a alguno de, estos Aruaco, los que están
gordos m atan y comen, y tienen por muy estimado m an­
jar la carne de la nalga; y con la gordura y gr,assa de los
tales, para defensa de la calor dellos, se untan los cuer­
pos y los cabellos, y los traen tan pendientes como si
con miel u otro licor los untasen para estar retirados sin
se torcer a parte alguna. Y al indio que toman flaco, en-
górdanlo con brebajes que le dan, y de las calaveras y
armaduras de huesos de medio cuerpo arriba entoldan
sus casas, y pénenlos por tan ta orden, que hacen labor en
las paredes, que son de palma. Esto que es dicho, es en
las casas de hombres principales, como por blasón o a r­
mas o trofeos para se honrar”0. Otros curiosos pormenores
ha consignado el P. Bretón en su diccionario?.
Al canibalismo en estado de guerra se refiere la mayo­
ría de los casos citados en las historias. Como la idea era
tragarse, por decirlo así, la fortaleza del enemigo y su
coraje, excluían como impropios de esa isquirofagia al ex­
tranjero no puesto en armas, al misionero que padecía el
martirio, a las m ujeres todas. Ejemplos, el colono Cris­
tóbal de Guzmán y el obispo Labrid y sus compañeros,
cuyos cuerpos no se repartieron los Caribe que los sacri­
ficaron». Acaso había una distinción jurídica entre la car-

4 H istoria de V enezuela, I, 457. Caracas, 1915.


5 H istoria de la conquista y población de la Provincia de V ene­
zuela, II, 253.
6 H istoria d e la conquista y población de h P rovincia de V ene­
zuela, II, 266.
7 D ictionaire caraibe français, pp. 216, 270. A uxerre, 1665.
8 Op. cit., I, 365.
6 • A N T O L O G ÍA
76 LISANDRO ALVARADO

ne del blanco y la del indio. Lo cierto es que con indios


prisioneros procedían los Caribe de otro modo. “Alguna
vez (dice de éstos Ruiz Blanco) comían carne humana de
aquellos indios con quienes tenían guerra, y lo hacían por
trofeo, no por sustentarse”».
Acerca de la antropofagia litúrgica, nos da Martyr los
datos siguientes, relativos a los Caribe de las costas de
Venezuela. “Antes de partir a la guerra echan de ante­
mano suertes entre aquellos que han de ofrendar al ídolo,
o toman una de las m ujeres (niños) prisioneras, o bien
ün prisionero, y lo ofrendan al ídolo para honrarle y como
expiación, a efecto de que les conceda dicha, y la victoria
sobre sus enemigos. Embadurnan por completo la imagen
del ídolo con sangre del hombre sacrificado, y comen la
oarne con gran júbilo y alegría”10.
Los Caribe observan también este precepto en la in ­
vestidura del cacicazgo. Comían por fórmula una porción
corporal del enemigo que habían matado, y con ella su
esfuerzo y valentía31.
Una creencia extraordinaria, consagrada en una cere­
monia terriblemente conmovedora, es la que abrigaban los
Guaipunabi, según nos la ha conservado Fr. Ramón Bue­
no. Tenían para sí que los ancianos nunca morían, y en
esta persuasión procedían como sigue: “Viviendo ellos en
varios congresos y en distintas estancias, el más viejo de
cualquiera de ellos va a convidar a todas, que para tal
día es su muerte, previniéndoles con política concurran
a festejarla, no quebrantando la costumbre introduciendo
contrarios abusos: agradecidos ellos a tan buena emba­
jada, esperan cuidadosos llegue el tiempo señalado; y
partiéndose todos al cumplimiento, son recibidos en la es­
tancia del que va a m orir con grandes aparatos de júbilo,
en donde, encontrando gran cantidad de bebida, en la no­
che siguiente ponen a cocinar un ollón de agua en medio
del rancho, y en la misma hora principia el baile en rueda
alrededor de dicha olla, uno pegado con otro, y el viejo
que va a morir va delante con la m acana al hombro, prin­
cipiando la canción, que es esta: cayapá, cayapá, respues­

9 Conversión de Píritu, cap. IV , 37.


10 M artyr, Nobus orbis.
51 Descubrimiento del río Apure, p. 334.
ANTOLOGÍA 77

ta gen, gen, g en ; y todos van respondiendo; este baile


y soneto continúa por toda la noche, llenándose de bebida
fuerte; y a la m añana siguiente como al salir el sol, re­
pentinamente se postra dicho viejo en tierra, dándole la
macana al que le sigue, y le dice, mátame. Este recipiente
le da dos golpes en la cabeza, y saltándole los sesos, to­
dos caen en tierra, y postrados con un llanto de mala
gana, se m antienen así, entretanto que los caseros cortan
la cabeza al cadáver y le sacan el mondongo, botando
uno y otro, y estando ya el cuerpo limpio, se levantan
éstos, y am arándole como una bola, descoyuntándolo pri­
mero, lo meten en el ollón hirviendo, y estando ya bien
cocido, se lo comen todos los forasteros, repartiendo en
menudos pedazos para que alcance a probarlo todos. Igual
ceremonia y obligación tienen todos los concurrentes
cuando algún viejo de sus ranchos viene á convidar a
éstos.”!2
Estos Guaipunabi creían en la atanasia, hipótesis tan
atrevida como la de la resurrección de los Fariseos o la
metempsicosis de los Hindúes; y bajo este credo, hallaban
lógico el sacrificio dicho. El endocanibalismo así deter­
minado es casi una metempsicosis. Otros pueblos apar­
tados procedían lo mismo, basados simplemente en la
eutanasia de la víctima. Marsden ha contado cómo se con­
ducen a este respecto los Batak, de Sum atra, con sus
padres ancianos. Cuando un B atak envejece en extremo
y está cansado de llevar el peso de su vida, ruega a sus
hijos que le coman, y éstos no desobedecen a su padre.
Escógese para celebrar la ceremonia la estación en que
abundan las n aran jas y en que la sal está barata. El día
fijado sube el anciano a un árbol en cuyo pie se agrupan
en círculo sus parientes y amigos, que son los invitados.
Golpean entonces a compás el tronco del árbol cantando
un himno fúnebre cuyo sentido es: “Llegó ya la estación;
el fruto está maduro: que c a ig a !” B a ja entonces el viejo,
y sus parientes más cercanos, los que aprecia más, le m a­
tan piadosamente, y los circunstantes le comen. Casi lo
mismo cuenta' Herodoto de los Masagetas e Isedones, que
por compasión m ataban <a sus ancianos padres y los
comían.

12 Tratado, 1° ji.
78 LISANDRO ALVARADO

Forma particular de la antropofagia es aquella que


evoluciona hacia el simbolismo y está representada en ce­
remonias prescritas para la celebración de funerales y
obsequias a cabos de año. Ya no es la entereza del ene­
migo ni la longevidad del progenitor lo que se ingiere,
sino virtudes y excelencias ancestrales. Los habitantes de
las Marianas obedecían al mismo pensamiento. Este en-
docanibalismo ha sido observado por Koch-Grünberg en­
tre los Tusháua de Namocoliba en el Brasil13. Ejemplos
característicos ofrecen en Venezuela varias tribus (an ti­
guos Caribe, Cumanagoto, Caquetío, Sáliba). El endoca-
nibalismo en esta forma es un progreso. Desaparece casi
de todo el propósito alimenticio, porque son los huesos
calcinados de un procer, mezclados con grasa u otra be­
bida, lo que ingieren durante el convite funerario.
A la antropofagia jurídica podemos referir lo que se
nos recuerda acerca de algunas parcialidades de las costas
de Cuagua y Maracapana (Cherigoto, Pariagoto, Pitago-
taro). Asegura Aguado que comían carne humana por
vicio, pudiéndolo pasar sin ella por ser gente muy proveída
de todo género de comidas, así de carnes montases como
de pesquerías y mantenimientos de la tierra y todo género
de aves14.

1:1 Zwei Ja h re usw., II, 152.


14 H istoria de Venezuela, I, 458 -
ANTOLOGÍA
79

ETNOGRAFÍA VENEZOLANA

Si nos propusiéramos trazar un cuadro etnológico del


territorio venezolano, tendríamos que prescindir en gene­
ral de sus lím ites políticos y atenernos a una simple des­
cripción física, más o menos como en el caso de que hu­
biéramos de estudiar la flora o la fauna de la República.
Las fronteras establecidas para el país serían cosa de
ninguna importancia, y penetraríamos, como en asuntos
de nuestra casa, en el Brasil, Colombia, Honduras, las
Antillas. Hallaríamos en esas comarcas voces que nos son
familiares, porque son aquí vernaculares. Hallaríamos,
además, tradiciones más o menos arraigadas en diferentes
países de los citados en lo tocante a los antiguos habita­
dores de cada uno de ellos. Notaríamos, en una palabra,
un remoto movimiento migratorio en uno u otro sentido,
acompañado naturalmente de la fuerza, oomo es regla en
estos casos.
En el continente suramericano los documentos y no­
ticias examinados hasta ahora denotan una migración
antiquísima de pueblos hacia el Mar Caribe. En la parte
norte de Venezuela y en las Antillas han quedado señales
indelebles de ese movimiento sojuzgador, que fue empren­
dido por los Caribes desde el centro del Brasil. Cuando los
españoles efectuaron sus primeras exploraciones en el
interior de Tierrafirme, tras el fantasm a del Dorado, h a­
llaron ya constituidas ciertas nacionalidades que sin dutía
provenían de primitivas colonias fundadas por los Caribes.
Esto lo demuestran las afinidades lingüísticas y las cos­
tumbres comunes de la raza Caribe. Subsisten así los Mo­
tilones, al oeste del lago de Maracaibo, y a lo largo del
Orinoco los Guacabayos, los Arecunas, los Caribes propia­
mente dichos, los Panares, los Maquiritares, los Yabara-
nas. Muchas otras tribus están reducidas a pequeños nú
80 LISANDRO ALVARADO

cíeos o han perecido por completo, sabiéndose tan sólo


de ellas por los relatos de los primeros colonizadores. La
energía de aquellos indios conquistadores puede colegirse
por la vitalidad con que han atravesado todas las tran s­
formaciones políticas del país conservando hasta ahora los
restos que existen enclavados entre los ‘-blancos”, sus cos­
tumbres y su lengua.
Los descendientes de la raza aruaca han llamado la
atención de los viajeros y etnógrafos por la regularidad
de sus formas, que se acercan a las que exhibe la raza
caucásica. Los vestigios de estos Indios han podido se­
guirse hasta los Andes de Bolivia, y su resistencia a las
causas combinadas de destrucción desde fines del siglo xv
acá, ha sido de manera que aún quedan tribus en Vene­
zuela de innegable utilidad para la población civilizada.
Los Aruacos propiamente dichos de las bocas del Orinoco
han quedado, por decirlo así, oopados. La mayor parte
de la gran fam ilia se ha agrupado en Rionegro, hacia el
punto donde convergen las fronteras de Colombia, Vene­
zuela y el Brasil. De este número son los Banivas, Barés,
Piapocos, Carúsanas, Mandavacas, Guarequenas, Marepi-
sanos, Catarubenes, y otros. Los Guagiros han quedado
también interceptados en la península de su nombre, y
por fuerza han ido adoptando en parte el vivir de los co­
lombianos y venezolanos que los rodean.
Reflexionando sobre las causas y los efectos de las ci­
tadas migraciones, hallaríam os difícil explicación para la
existencia, hasta los tiempos que alcanzamos, de ciertas
tribus enclavadas, o casi así, en el territorio hostil de los
“blancos”, pero que son de origen desccnocido y carecen
además de afinidad unas con otras. De esta clase son,
entre otras, los Chiricoax, Guagibos, Guajaribos, Guamos,
Guaraúnos, Otomacos, Piaróas, Puinabos, Sálivas, Yaruros.
Son Indios de tan diferente índole entre sí, como los idio­
mas que hablan. Los Vascos en España y Francia son un
ejemplo vivo de este fenómeno.
Mucho se ha escrito sobre los caracteres de la raza
americana para que vayamos a repetirlo aquí. Es cosa
aventurada definir en ocasiones lo que en este caso puede
llamarse raza, variedad, especie. Pero de todos modos es
más aventurado aquel antiguo aforismo español, de que
quien vea un indio americano haga cuenta que los ha
visto a todos. Tocaremos en ello un punto no más, y es
ANTOLOGÍA 81

el que se refiere a esa hipostesia particular del salvaje


americano, partiendo del supuesto de que, en el europeo
al menos, un dolor físico excesivo puede conducir al sín ­
cope y la muerte, cuestión que pudo haber sido resuelta
por Torquemada m ejor que por los modernos cirujanos.
Pensaba don Antonio Ulloa que los indios americanos,
gracias a la estructura particular de su piel, eran menos
sensibles al dolor que las otras especies humanas. Podría­
mos con ello pensar que ante el acto heroico de Escévola
o el m artirio de San Lorenzo, no son sino m eras vulga­
ridades el estoicismo de Param aconi y el suplicio de Gua-
timozin. Esta resistencia al dolor se ha observado también
en los indios norteamericanos, lo mismo que la capacidad
de resistir el frío en los naturales de la Siberia, aunque
en este último caso parece m ejor explicable el fenómeno
del hábito; pero Broca no se contenta con tal explicación,
que justifica hasta cierto punto la crueldad de los es­
pañoles contra los herejes y los indios del Nuevo Mundo.
Otra peculiaridad notable en los indígenas de Vene­
zuela son las deformaciones y mutilaciones étnicas re­
paradas por los primeros conquistadores en diferentes
lugares. Entre las primeras es la más extraordinaria la
que altera profundamente la conformación natural de la
cabeza, operación aún más atrevida que las practicadas
en otros órganos del cuerpo. Este procedimiento singular,
común en América a razas muy diferentes, y en Venezuela
atributo, al parecer, del pueblo Caribe, fue en remotísimos
tiempos usado por varias naciones del Viejo Mundo, h a­
biéndolo mencionado muchos autores desde Hipócrates
h asta Jornandes y otros más en tiempos relativam ente
modernos. Los Caribes insulares, los de la Guayana fran ­
cesa y los de la Sierra Parim a tenían esta moda ex tra­
vagante, cuyo objeto no hay cómo explicar.
Otra deformación practicada en las partes blandas del
cuerpo era menos im portante, bien que no menos extra­
vagante. Consistía en provocar la hipertrofia del tejido
conjuntivo de las pantorrillas m ediante ligaduras circula­
res más o menos estrechas colocadas por encim a y por
debajo de las rodillas. “En general, escribe Humboldt, se
observa que los Caribes son tan cuidadosos en lo exterior
de su adorno, como pueden serlo unos hombres desnudos
y pintados de bermejo. Ponen m ucha im portancia en cier­
tas formas del cuerpo; y se acusaría a una madre de cul-
82 LISANDRO ALVARADO

pable indiferencia hacia sus hijos, si por medios artificia­


les no procurara amoldarles las pantorrillas a la moda
del país". Esta deformación, por lo demás, no fue peculiar
a todas las tribus u hordas de la raza caribe. Probable­
mente pasaron de moda estas prácticas, tanto más cuanto
que eran incómodas para las madres, y otro tanto puede
decirse de los usos análogos del viejo mundo, y aun de
la moda de los Guaharibos, que tuvieron otra vez como
cosa de buen gusto ach atar las narices de los niños, apli­
cándoles al efecto, desde muy tiernos unas piedrecillas,
por ser afrenta entre ellos traer las narices largas”, como
asegura un misionero.
Las mutilaciones étnicas persisten, puede decirse, en
el seno de la más refinada civilización en toda la super­
ficie del orbe, especialmente cuando tienen por objeto
adaptar objetos de adorno. Lo que sorprende es la exa­
geración a que llevan la perforación del labio inferior y
de los lóbulos de las orejas con tal objeto, comunicando
al rostro una fisonomía bestial, cuando se adapta el disco
exornativo, en festividades y recepciones. Verdad es que
nosotros, con los uniformes y trajes de gala civiles, m ili­
tares y religiosos, sabe Dios cómo pareceremos al hombre
de la selva.
Mucho llamó la atención de los antiguos misioneros la
circuncisión entre los salvajes (Sálivas, Otomacos, Gua­
mos, etc.), y esto por razones que extrañam ente imagi­
naron los hebreos y católicos de Europa, para atribuir
el origen de los americanos a una migración, como medio
terapéutico .o ritual empleado por aquellos indios, hubiera
hecho honor en otro tiempo a las mejores escuelas de
Europa.
Otra semejanza israelítica creyó verse en la compra
que en cierto modo se hacía de la novia para celebrar el
matrimonio. Tal compra podía ser por servicio personal
(Cumanagotos), a ejemplo de Laban, o por bienes muebles
(Banivas, Guajiros, etcétera).
Los indios de Venezuela eran por punto general polí­
gamos. En las tribus orinocenses, por lo menos, la primera
m ujer se adquiría por el trabajo o arrendamiento personal
en la casa del suegro, y ella conservaba una incontestable
superioridad sobre las demás esposas. Verdad es que la
condición de la m ujer era bien precaria en todo el con­
ANTOLOGÍA 83

tinente -americano, y que el repudio era permitido casi


siempre.
En el derecho civil y canónico de los Indios no existía
la palabra incesto, que im plícitam ente tampoco existe en
la creación mosaica. Otro precepto que solemos nosotros
consagrar oon la palabra pureza y honradez, estaba des­
truido en más de una tribu indígena en la forma com­
pendiada que le dio Benzoni "Coniugun suarun virgini-
tatem delibandam tradunt sacerdotibus quos Piacchos
appellant”. Este rito, sem ejante a lo que en la jurispru­
dencia feudal llam aban “jus primae n octis” no se p racti­
caba con las m ujeres ilegítimas o concubinas.
Me parece que necesita mayor aclaración y verificación
lo que afirma C haffanjon acerca de la poliandria de los
Maquiritare. No es de ninguna m anera imposible; mas
ignoro si antes o en otras tribus se ha señalado este
contrato singular, no raro en el continente asiático.
El alumbramiento estaba y está en la generalidad de
las tribus indígenas de Venezuela sometido a varias pres­
cripciones litúrgicas impuestas por los sacerdotes a adi­
vinos. El exorcionismo era constante, con la mira de pre­
venir accidentes a la criatura. En cuanto a las abluciones
higiénicas, pueden ser recomendadas a los comadrones
de la actualidad.
Una especie de pseudopuerperio m arital, que ha exis­
tido y existe en varios pueblos de la tierra, consiste en
que al dar a luz una m ujer, el marido finge para sí ser
el parturiente, y se pone en resguardo por algún tiempo.
La palabra francesa couvade, con que esta vieja costum­
bre se designa, proviene al parecer del dialecto bearnés,
pueblo en quienes señaló tal procedimiento el geógrafo
Estr,abón. Los Galibis, Macusis, Cumanagotos, Tam anacos,
Cháimas, Piapocos, Betoyes, Guaraúnos, y otros pueblos
de diversas razas practicaron y practican todavía ese res­
guardo postpuerperal, que por una parte m iraba a la pro­
filaxia del recién nacido y por otra a la trasm isión en
éste de ciertas cualidades físicas sobresalientes. Era, pues,
preciso que el padre guardase cama durante un tiempo
variable, que se mantuviese en reposo, que tomase sahu­
merios, se pusiese a dieta y aun que ayunase, y se abstu­
viese, en fin, de ir a cacerías, m ientras que en todo ese
período la madre continuaba en sus ocupaciones y cuidaba
84. LISANDRO ALVARADO

de su hijo. Pruebas benéficas para el niño son las de en­


tereza mostradas por el padre y la sangría.
Lubbock explica esta ceremonia como una sanción del
patriarcado, después de haber sido sustituido por el m a­
triarcado. Lippert supone que es una suerte de rescate
del primogénito, que solía sacrificarse durante el m atriar­
cado. Dejando aparte la cuestión de la prioridad del
matriarcado en la constitución de la familia, los vestigios
de ese sistema en Venezuela son bastante raros, que se­
pamos, bien al contrario de la couvade.
Como polo opuesto de estas singulares precauciones por
parte de los padres, debemos considerar el infanticidio
‘•legal”, que reconocía por causa la deformidad natural
de la criatura o el parto gemelar. En la Polinesia, Austra­
lia, Asia, Africa, los bárbaros proceden por cierto instinto
de selección natural como los cultos Esparciatas. Los S á -
livas y Betoyes de Colombia, los Cobéuas del Brasil, los
Mojos de Bolivia, pensaban más o menos lo mismo. En los
Tamanacos de Venezuela observó el jesuíta Gilii que al
nacer una criatura con algún defecto, dábanle m uerte;
y de dos mellizos m ataban uno, por ser preocupación ge­
neral que uno de ellos había de ser fruto de una infide­
lidad de la esposa.
Esta misma ley de selección natural se cumple entre
los salvajes de una m anera algo m ejor que en el ario de
hoy, por más cruel e inhumana que nos parezca, a causa
del miedo que abriga el cristiano por la muerte. El pre­
cepto inexorable es que el hombre inutilizado por la vejez
o desahuciado en caso de grave enfermedad, debe perecer,
y él mismo escoge, como hacían en otro tiempo los estoi­
cos, la muerte que le conviene, que ordena ejecutar pre­
cisamente a sus parientes más cercanos. Si en virtud de
esa misma selección, hoy aceptada por las naciones más
civilizadas, hace m ejor el europeo mandando a los cam ­
pos de batalla y cuidando de los inútiles e incurables, no
sabríamos qué pensar. La asistencia pública moderna es
costosa y favorable a la degeneración racial. En el salvaje
es un pensamiento absurdo en todo sentido.
El abandono del enfermo moribundo era lo más co­
mún (Tainos, Banivas, Achaguas, Chaimas, Mapoyes, P ia-
róas, etc.); pero en otras circunstancias o tribus el pro­
cedimiento era radical y sumario. Los Maquiritares, por
ejemplo, si el paciente rehusaba los auxilios del médico
ANTOLOGÍA 85

y continuaba doliente e inútil, sin esperanza de curación,


los parientes más cercanos, de acuerdo con el cacique,
lo rem ataban a golpe de maza, y luego lo endechaban
y solicitaban la venganza contra el hechicero que le había
enviado la muerte. Los Tainos estrangulaban en trance
de muerte a los caciques y gente principal, para abreviar
su agonía. Los pacíficos Panares procedían al igual de
los Maquiritares. Los Guaipunabes, en fin, hacían como los
Batack, de Sum atra: el hijo, a excitación de su padre ya
envejecido e inválido, disponían y ejecutaban solemne­
mente el sacrificio de su progenitor.
Estos mismos Guaipunabes creían en la atanasia, h i­
pótesis tan atrevida oomo la resurrección de los Fariseos
o la metempsicosis de los indios; y debajo de ese credo
hallaban lógico el sacrificio dicho. Los antiguos Cháimas,
los actuales Banivas y Piaroas, y en otros pueblos indí­
genas de Venezuela, bien así como los Africanos y Aus­
tralianos, no creen que haya muerte natural, y cuando
ésta sobreviene h a de ser por obra de un oculto maleficio.
Lo que resta por hacer, después de un suceso de esta clase,
es ejercer el encantam iento del hechicero supuesto, y esto
es función del sacerdote. Había innegable unidad y lógica
en estas creencias.
Es natural suponer que conforme *a estas ideas se pro­
cediese en el destino de los cadáveres. Pocas eran las
hordas que los abandonaban o los quemaban. La mayor
parte de los indígenas de Venezuela procedían a la inhu­
m ación con o sin contacto con la tierra, y al cabo de
algún tiempo ,a la exhumación de los huesos para con­
servarlos o para incinerarlos y arrojar las cenizas o in ­
gerirlas en un banquete. Por supuesto, al cuerpo le
ofrendaban armas, alimento y aun m ujeres o esclavos
sacrificados, para que en su largo viaje nada le faltase;
y esto se entendía de los capitanes y gente de pro. Los
esclavos y pusilánimes no pertenecían, en el concepto del
indio, al número de los buenos. Fácilm ente se ve la se­
m ejanza de estos ritos con los de muchos pueblos del
viejo mundo, en grados muy diferentes de lo que nom­
bramos progreso.
88 LISANDRO ALVARADO

II

Acaso pudiera decirse, gramaticalmente hablando, que


mientras más se acercan en su forma las ralees de las vo­
ces que inventa la civilización a las de las cosas mismas
de la naturaleza que im ita, más cercano está el hombre
del estado primitivo. Si un indígena, pongo por caso, usa
todavía los vocablos atóre, tatore, atokaspo y ató para
designar hueco, cueva, agujero, casa, las modificaciones
que ha introducido en el arte de construir su ordinaria
habitación no han de ser muy complicadas ni apropiadas
a lo que denominamos arte y sutuosidad.
Y no lo son de hecho en el caso de los indios surame-
ricanos. Hay, en efecto, una profunda diferencia entre los
indígenas del suroeste de los Estados Unidos y los que
habitaron las antiplanices andinas de Centroamérica y
Suramérica, comparados con los de las grandes cuencas
fluviales que miran al Océano Atlántico. Los comprendidos
bajo la común denominación de Pueblos son de lo menos
notables en este sentido, y sin embargo muestran en sus
construcciones un gran adelanto que los aleja de las en­
debles y ligeras viviendas pajizas o de las tiendas o co­
bertizos de otras razas americanas. Se proponían conser­
var sus cultivos y sus tierras y estar al mismo tiempo
aprestados a la defensa.
Tribus hay, como los Guagibos, que no construyen vi­
viendas. y yerran en selvas o sabanas inmensas entre el
Meta, el Guaviare y el Orinoco, mereciendo por este res­
pecto la denominación de Indios andantes que les fue
dada por los españoles. Tampoco las construyen los Gua­
jaribos y los Taparitos, que son Indios monteses, es decir,
habitantes de las selvas.
De los productos industriales de mayor importancia,
no sólo para el indígena de Venezuela, sino tam bién de
toda la América, los de cestería y alfarería entraban en
primer término. Las tribus más bárbaras, como los Oto-
macos y los Guamos del Orinoco, eran gente diestra para
la fabricación de la loza pintada. De esta m anera puede
darse por cierto que la cerám ica había alcanzado en los
precolombinos de Venezuela y el Brasil un desarrollo no
ANTOLOGÍA
87

despreciable, y así los objetos de tierra cocida fósiles


abundan en todo el país, y, sin temor de equivocarse, en
toda Suramérica. Los olleros criollos de hoy han aprendido
poco o nada de los conquistadores, y prescinden del torno
y del vidriado, a la m anera de los aborígenes, a pesar de
lo' que afirm a un antiguo misionero, es a saber, que los
Caribes del Orinoco labraban loza y la vidriaban tan bien
como en España. En cuanto a sistem a exornativo, ha no­
tado el doctor Ernst el procedimiento de encapsulación
de figuras, con motivo de una especie de escudilla que
existía en el Museo Nacional de Caracas, hallada en una
cueva cerca de Timotes. En el borde exterior de ese objeto
reparó aquel sabio vestigios de una fa ja de cuadrados
quíntuplos, de tamaño igual, colocados en distancias b as­
tante regulares. El tipo de la cerám ica de la región dicha
difiere de la del resto del país.
Los pueblos descubiertos en Venezuela por los españo­
les, con pocas excepciones, eran agrícolas hasta cierto
grado de su evolución; pero la carencia de utensilios m e­
tálicos y de animales domésticos apropiados para labrar
la tierra habían detenido sus progresos en este sentido.
Ignorahan además la preparación conveniente de las tie ­
rras, y en la zona de los pastos, que eran terrenos de se­
cano, no se aplicaba sistem a alguno de riego. En cambio,
la extensión feracidad del suelo en esta zona y en la de
los bosques, y las inundaciones cadañales de los ríos dis­
pensaban a sus habitantes del uso del arado que no co­
nocieron, y del obligado abono periódico de los lugares
cultivables. Los aborígenes habían, pues, limitado sus cul­
tivos a dos plantas alim enticias principales, el maíz y la
yuca, y lo hacían bastante bien como para satisfacer sus
propias necesidades. De l<a primera de estas plantas co­
gían los Indios de dos a seis cosechas al año. De la se­
gunda cultivan hoy los Caribes de Barcelona unas trein ta
variedades adaptables ia las diferentes condiciones del te ­
rritorio en que moran. Gran número de voces relativas a
la agricultura, la industria y la elaboración del pan usado
por los natu rales*han pasado con escasa modificación o
con ninguna al lenguaje vernacular, y proceden del caribe,
el cumanagoto, o el chaim a, tres lenguas afines que se
hablaban en territorios contiguos del oriente de la R e­
pública.
En la época del descubrimiento de Venezuela el tráfico
88 LISANDRO ALVARADO

existía preferentemente en poder de los Caribes, circuns­


tancia que les valió el nombre de Bukhares del Nuevo
Mundo que Humboldt les aplicó. No era su solo oficio gue­
rrear y hacer esclavos. Traficaban con todo aquello que
podía exigir la vida del salvaje, ya para el sustento, ya
para la recreación. La repugnancia que experimentaban
para fijarse en el suelo y aficionarse a él era tal, que du­
rante varios siglos se dedicaron ,al comercio fluvial y m a­
rítimo. De este modo recorrían en sus canoas las peligro­
sas cataratas del Orinoco y las que forman el Caroní al
norte de la antigua misión de Guri, así como cruzaron
un tiempo el m ar Caribe hasta las islas Vírgenes. El Ori­
noco y la red de sus afluentes ofrecía numerosas vías
para el comercio con el Brasil y la Guayana holandesa,
de suerte que los españoles nunca pudieron aniquilar la
concurrencia de los productos extranjeros o el contraban­
do que, apoyados por los Caribes, ejercieron los portugue­
ses y holandeses. '
Próximos en im portancia a los Caribes, por lo que hace
a su genio comercial, estaban y están los Maquiritares,
que son de los mejores traficantes y los más emprende­
dores. Comercian con los vecinos de San Fernando de
Atabapo y con los colonos de Demerara, y todavía hacen
el dilatado viaje de las orillas del Cunucunuma a Geor-
getown para efectuar sus cambios. Los Guayuncomo, que
son una subtribu de los Maquiritares, prueban ser también
activos mercaderes, manteniendo intercambio con los Are­
cunas y Camaracotos del Caroní y la Paragua, por una
parte, y por la otra con los Macusis, Vapisianas y Tauli-
pangs del bajo Uraricuera y del Roraima. En 1913 observó
aún el doctor Koch-Grünberg estos antiguos tratos entre
los Maquiritares y los Macos.
Las razas maipures del alto Orinoco, menos enérgicas
y audaces que las caríbicas, participan sin embargo del
tráfico que m antienen éstas con Ciudad-Bolívar, Demerara
y el alto Amazonas. Cuando ocurre visita de una tribu con
mira de intercambio hay feria (dabúkurj), para efectuar
la cual se señala con precisión el día que ha de celebrarse.
Llegado éste, reúnense en una plaza o sitio descubierto
las dos tribus y festejan con una danza la kermesse. El
cacique de los forasteros entrega en seguida al cacique
de la aldea sus mercaderías, y éste a aquél las destinadas
a la permuta, después de lo cual los capitanes reparten
ANTOLOGÍA 89

equitativamente lo recibido entre los suyos. Concluidos los


negocios, beben en abundancia y bailan toda la noche.
En la exploración que en junio de 1764 efectuó en el P a-
damo el capitán Fernández Bovadilla encontró una banda
de indios Macos que al son de trompas y oboes llegaban
a hacer feria con los Maquiritares.
Examinando con alguna detención el método de vida
y las costumbres de los indígenas de Venezuela, su indu­
mentaria, atavíos, afeites, armas, industrias, su sistem a
de explotación de los productos naturales, sus viajes, ex­
ploraciones y guerras, notamos en las tribus más impe­
rialistas, por decirlo así, un nivel de la cultura más o me­
nos idéntioo al de las tribus del Brasil. Las analogías son
por esto frecuentes en el estudio de ambas circunscrip­
ciones etnográficas; pero lingüísticam ente es grande su
alejamiento, y esto es lo que vamos a considerar a la ligera.
Creyeron en otro tiempo algunos de los antiguos m i­
sioneros encontrar en la estructura de las lenguas ame­
ricanas cierto número de caracteres que confirmaban su
idea favorita del origen hebreo de los indios americanos.
En efecto, el empleo de las preposiciones y de los sufijos
pronominales, la flexión del infinitivo con estos mismos
sufijos, la forma hifil con la significación causativa, el
modo cohortativo, la elipsis frecuente del verbo sustan­
tivo, y alguna otra analogía gram atical, fueron segura­
mente parte para concebir tal argum entación; pero estas
semejanzas de estructura no son tan sólo propias del
hebreo, pues las ofrecen tam bién otras lenguas del grupo
semítico. Además, un análisis general de la m anera de
agruparse las raíces en las lenguas am ericanas ha echa­
do una barrera infranqueable y definitiva entre las aglu­
tinantes y las de la flexión, y es en vano que se hayan
buscado acá y allá semejanzas lexicológicas, casuales en
todos los idiomas, para comprobar la hipótesis que asigna
un origen asiático a los habitantes del Nuevo Continente.
Podemos hoy estudiar con m ejor método el “Catálogo
de las lenguas”, del .abate Hervás, y el “M ithridates”, de
Adelung y Vater, en lo tocante a Venezuela, según los prin­
cipios expuestos en los diversos trabajos lingüísticos de
Luciano Adam, especialmente en sus “Materiales para ser­
vir a la fundación de una gram ática comparada de los
dialectos de la fam ilia caríbica”.
Los principales lenguajes que dominaron o aún domi-
90 LISANDRO ALVARADO

nan en el territorio venezolano pertenecen a las familias


Caribe y Maipure. Los primeros presentan ciertos carac­
teres comunes que establecen su afinidad precisa. Desde
luego carecen de género para el nombre, con excepción
del caribe insular o calínago, que, sin poseer a este acci­
dente gram atical como las lenguas arias, divide los nom­
bres en dos clases, que comprenden, la una, el varón, las
dignidades y oficios viriles, y algunos seres reputados como
tales; y la otra, los dioses, las mujeres, los animales, el
mar, los ríos, y en general los objetos inanimados. Pro­
venía esto de la distinta habla que usaban los hombres
y las mujeres, que ocasionaba el uso de afijos personales
deferentes, siendo tam bién distintas las raíces nominales,
como lo reparó Adelung.
El caribe continental posee, sin embargo, a lo menos
en la concordancia, pronombres demostrativos distintos
para los seres animados e inanimados v. g. (éste, aquél:
mose, mosko, para personas; ero, moro, para cosas). En
cambio, no existen en el calínago los plurales exclusivo y
dual del cháima, el tamanaco y el bacaíri. En cháima,
por ejemplo kechareatez significa nosotros todos llevamos
(om nial); amnanareaz nosotros los aludidos llevamos (ex ­
clusivo); kechareaz nosotros dos llevamos (dual). En ta ­
manaco se hubieran traducido estas tres formas por:
yumna - ure - tareche, kikemo - ure - tareche, kiwe - uya -
tareche.
En la última de las lenguas nombradas había una
gradación particular en el aoristo y en el futuro, que in ­
troducía útiles submodificaciones en los respectivos tiem ­
pos. Verbigracia: taréi, llevé algo efectuado en el mismo
día; tareyakne, llevé dos o tres semanas ha; taréine, llevé
hace unos meses; tarérimyakne, llevé antaño. En el m is­
mo sentido había dos futuros y un co-futuro.
Otra particularidad de las lenguas caribes es la de
poder formar pretéritos nominales o pronominales, es de­
cir, nombres o pronombres que indican un nuevo estado
en su existencia, v. g. im uetpue en cumanagoto, matatpe
en tamanaco, tuhítebe en jináooto-umáwa, mainatónbui
en calínago, maiñapo en caliña, significan sementera
abandonada, lugar donde estuvo la siembra. Las aplica­
ciones son numerosas oon este sistema, no sólo en dialec­
tos caribes, sino también en algonquín, esquimal, musco-
geo, tupí.
ANTOLOGÍA 91

Las lenguas de la fam ilia maipure o aruaca son de una


estructura muy sencilla, por lo menos en las que aún se
hablan en el alto Orinoco. Quizá por sem ejante condición
fue en otro tiempo el maipure propiamente dicho lengua
franca en el Orinoco. El guagiro, que pertenece a esta fa ­
milia, se ha apartado bastante del tipo primitivo, en ar­
monía con las modificaciones profundas que ha experi­
mentado en sus prácticas y costumbres esta enérgica
tribu.
Tribus de la fam ilia botoye o tucana ya no existen en
Venezuela. Pero hay cierto número de lenguas m atrices,
que hasta ahora han permanecido irreducibles, sin m ostrar
afinidades entre sí o con los demás grupos lingüísticos
clasificados. Tales son el guaraúno, piaróa, maco, caliana,
auaké, kirisicana, shiriana, guajaribo, guaica, yaruro,
guamo, otomaco, cuiba, chiricoa, guagibo, sáliva, puinabo.
Recientemente han demostrado los señores Oramas y R i-
vet la afinidad del piaróa con el sáliva, confirmando las
conjeturas del jesuíta Gilii .a este respecto; pero quedan
siempre ambas lenguas aisladas de los principales grupos
conocidos.
Las lenguas polisintéticas am ericanas son naturales
pobres para expresar las ideas abstractas que han ido
acopiando las indogermánicas en el curso de los siglos;
pero muestran bastante riqueza en la designación de nom­
bres concretos y en combinaciones gram aticales que les
comunican extraordinaria condición y exactitud. El régi­
men pronominal en los nombres y verbos, la composición
e incorporación verbales, la conjugación negativa, son
procedimientos rápidos y precisos para la expresión de las
ideas y extraños ,a nuestra gram ática ordinaria. Las rela­
ciones casuales son no menos im portantes en este sentido,
porque las llamadas de locativo, inesivo, superesivo, ins­
trumental, tienen frecuente uso en estas lenguas.
Es sensible que no se haya generalizado un alfabeto
universal para lograr la transcripción conveniente en las
lenguas americanas, pues nuestro alfabeto latino es, como
se sabe, pobrísimo, y el español ha perdido sonidos im ­
portantes en los últimos cinco siglos. Sería con v en en tí­
simo que para este objeto se adoptase en m uchas im pren­
tas, por ejemplo, la ó alem ana (eu fra n cés); la c la s
con penacho, del checo (ch española, y ch y j fra n cesa);
la l “testada” del polaoo, o bien el lambda griego (j h is-
7 • ANTOLOGÍA
92 LISANDRO ALVARADO

paño-am ericana); y conservar, en fin, la ñ española, que


reemplaza muy bien el gn de los franceses e italianos, y
la w y la y, para indicar la u y la i semivocales. Esto por
lo pronto, pues bien cierto es que son m enester muchos
otros signos de fonemas en el español. La voz caribe
p (e) rowa (flecha), tran scrita por otros pirua, pirigua y
pulexDa, será todo uno, cuando se oye esa articulación Ir
en boca de un indígena. Habiendo exigido una vez a un
amigo nuestro escribiese aquella voz, repitiéndosela varias
veces un indio caribe, no acertó a escribirla en definitiva.
En todo el ámbito del pais gran cantidad de nombres
topográficos pueden ser declarados mediante el caribe,
el cumanagoto y el chaima, y en el Alto Orinoco en es­
pecial, mediante el arnaco y el maipure. En la explicación
etimológica de nombres comunes sucede lo mismo.
CAPITULO TERCERO

ESTUDIOS HISTÓRICOS
NEUROSIS DE HOMBRES CÉLEBRES
DE VENEZUELA

Al Dr. José Gil Fortoul

Las observaciones siguientes han sido hechas bajo un


aspecto puramente médico. Creo útil adelantar esta ad­
vertencia, porque fácilm ente podría tomarse como mal in ­
tencionado lo que en realidad no es más que una circuns­
tancia notable que contribuye, aunque no sea más que
en pequeñísima escala, a comprobar las hipótesis de Mo-
reau y de Lombroso. Sería esta una redundancia, para el
hombre de ciencia por lo menos, si no fuera nueva Ja
teoría en nuestro país y si no fueran la enagenación
mental y el alcoholismo los estados que más sobrellevan
una censura social invariable; y como esta última cir­
cunstancia pone trabas al esclarecim iento de copia de
hechos referentes a los hombres de genio de Venezuela,
porque no es fácil obtener ciertos datos, por decirlo así,
críticos que revelarían a las claras casos patológicos o
servirían de fuertes indicios para establecerlos, este en­
sayo tiene tal vez su razón de ser.
Hoy el concepto que se tiene del alcoholista disminuye
su responsabilidad m oral en gran número de ocasiones;
es un enfermo que obedece de un modo irresistible a una
conformación peculiar del individuo, resultado de los fa c­
tores diversos que se han combinado para su creación y
procreación; el alcoholismo es quizá una tendencia fatal
de la época, un pensamiento colectivo de la humanidad;
y en todo caso es de nuestro deber el examen del fenó-
— 95 —
96 LISANDRO ALVARADO

meno por el lado científico y en atención a que de una


o de otra manera existe en todos los pueblos de la tierra.
En cuanto a la locura, no debemos olvidar las observa­
ciones de Maudsley respecto de las causas que mantienen
vivo el horror a la enfermedad y el interés en disimularla
de parte de las fam ilias que tienen la mala suerte de abri­
gar enfermos en su seno. Nadie piensa ahora' con seriedad
en que un loco o un epiléptico estén poseídos de espíri­
tus malos a la luz de la moderna ciencia; mas lo que
no se aparta nunca de la memoria es el hecho de que
tal fue la teoría del cristianismo, y que las penas eran
severísimas para el malaventurado enfermo, y que la res­
ponsabilidad se trasm itía a lejanas generaciones. Esto
sentado, vamos a nuestro objeto.
Este estudio lo comenzaremos con el distinguido inge­
niero don Ju an Manuel Cagigal, en quien hubo un des­
arrollo tan característico de la m eningo-periencefalitis
difusa, que basta un poco de atención para reconocerla.
Es muy cierto que en la biografía publicada por uno de
sus discípulos, el señor O. Meneses, hay un manto de
discreción que sienta bien al género literario en boga en
Venezuela^; pero una reciente publicación del señor A. Ro­
ja s 2 pone fuera de toda duda el carácter de la lesión,
que es, por lo demás, una de las más comunes de nuestro
siglo. Cagigal nació en Barcelona en 1802. Es muy pro­
bable que hayan existido antecedentes hereditarios en los
varios miembros de su familia, establecida en el Oriente
de la República; lo que sí se sabe es que habiendo com­
pletado en París su educación, volvió al país por los años
de 1830 para fundar la Academia M ilitar de Matemáticas.
Según Meneses, la movilidad de sus ideas era notable, p a­
sando como pasaba de un tópico a otro en pocos m o­
mentos: “Hacía venir a la escena en sus ricos trajes y
propios coloridos, lo mismo a Euclides que a Descartes;
lo mismo a Homero que a Camoens; lo mismo a Fidias
que Miguel Angel y Cánova; a Rafael y a Murillo; a
Herrera, Calderón y a Cervantes, como al chistoso Bretón
y al satírico Larra de nuestros días'’. A los ocho años,

1 B iog rafía de I . M. Cagigal, fu n dador de los estudios m atem á­


ticos en Venezuela.
2 R ecuerdos d e Cagigal. Caracas, 1892, 16.”
A J-V iU L U liln 97

es decir, a los 37 de su edad, se efectuó en él un gran


cambio.
Tom a a París como secretario del señor Fortique, Mi­
nistro de Venezuela en Londres, y allí, para dar un al­
muerzo a sus antiguos condiscípulos, manda fabricar y
marcar con su nombre vajilla de plata y oro: discurre
alegremente por los museos y bibliotecas, asiste a los
cursos públicos de la gran ciudad, frecuenta sus am is­
tades, y por último se prenda perdidamente de una ar­
tista del teatro francés, la señorita Duplessis (locura afec­
tiva). De esta pasión repentina quedan pocos recuerdos,
sin duda por la rapidez con que pasó este estadio de la
enfermedad; pero se sabe que terminó con poca suerte
para él y que de seguidas apareció una m anifestación que
pasaba por natural consecuencia de sem ejante contrarie­
dad: el delirio de las persecuciones. “En Cagigal, dice Ro­
jas, la desgracia comenzaba por la monomanía tranquila,
tímida. Creía que iban a perseguirle, que querían asesi­
narle, y estas ideas tomando creces en su cerebro que
tanto había trabajado en el estudio y en la enseñanza,
fueron lentam ente aislando del mundo científico y social
inteligencia tan lum inosa.”
Vuelto a Caracas en 1844, continuó no obstante traba­
jando con actividad, pero sin determinación m arcada de
su espíritu y “salvando los casos en los cuales la mono­
manía se exacerbaba”: escribía tratados científicos, her­
borizaba, pintaba acuarelas. He visto un autógrafo suyo
de esa época' en el cual no me ha parecido notar signo
alguno particular. Acompañado de su hermano J. M. Ruiz
Cagigal abandonó a Caracas en 1845, y buscó una morada
a orillas del Yaguaraparo, en el Golfo Triste: allí fue la
enfermedad progresando paulatinam ente, y sumida la
víctima en un triste estado de mutismo, sucumbió por fin
en febrero de 1856.
En el próximo orden tenemos que considerar al dis­
tinguido orador Ildefonso Riera Aguinagalde, natural de
la antigua provincia de Barquisimeto. Pertenecía a una
larga fam ilia que tiene la mayor parte de sus represen­
tantes en la ciudad de Carora, donde nació el 1.° de fe ­
brero de 1834. Era médico, pero se distinguió más como
político y escritor. De estatura mediana y cabeza volu­
minosa, fue atacado de una afección cerebral (reblande­
cimiento, según parece). La enfermedad tuvo un curso
98 LISANDRO ALVARADO

bastante largo, manifestándose desde temprano la locura


de las ideas. Su fallecimiento tuvo lugar en París el 24
de marzo de 1882.
Poco antes de esto decía de él el señor T ejera: “En
varios artículos de Riera advertimos que el escritor fla­
quea cuando le abandona su ardiente inspiración; en ­
tonces es frío, desaliñado y desigual, como que escribe
forzado y de m ala gana; entonces para hacerse sublime,
se hincha y produce conceptos campanudos, im itaciones
pálidas y reminiscencias oscuras. Mas si de improviso le
asiste el numen, avanza como la nube de torm enta con
relámpagos y truenos y vuelve a ser el poeta orador lleno
de pensamiento sublime y exuberante fantasía.”3
El 7 de agosto de 1878 escribía en una de sus cartas,
comienzo de la enfermedad: “Toda impresión moral ex­
traordinaria produce en mí el mismo efecto de la ráfaga
tempestuosa sobre la antorcha encendida: o la luz vacila
en agitación constante, o cediendo al impetuoso soplo,
acaba por extinguirse. Si lo primero, perdida la claridad
serena en que se mueve el pensamiento, atropéllanse las
ideas en creciente confusión; y si lo segundo, a semejanza
del nauta cuya brújula fue rota, esta nave del alma, des­
mantelada, arroja su ancla, para quedarse inmóvil sobre
el m ar muerto del dolor en que desfallece. Símilis Cactus
sum cum pellicano solitudinis; factus sum sient nycticora
in dom’cílio: Me he vuelto sem ejante al pelícano que
habita en la soledad; parézcome al triste buho en su a l­
bergue (pág. 101). Pero el sufrimiento se m itiga, la re ­
flexión los conforta y en toda su altivez la dignidad hu­
mana, tornamos a la calm a de la conciencia satisfecha.
Fue todo ello una nube interpuesta ante el sol de nuestro
camino; y es de ley que las sombras huyan y la luz per­
manezca.” El estudio de la Biblia parecía influir podero­
samente en sus ideas y en su estilo oriental.
El general León de Febres Cordero sentó plaza en 1812
a la edad de 15 años y dejó el servicio en 1863. A los 69
años fue atacado de una congestión cerebral, que dos
meses más tarde trajo una recidiva, estableciéndose en­
tonces el reblandecimiento del cerebro, que le causó la
m uerte a los 75 años de su edad. Descendía de una an ­

8 P erfiles venezolanos, p. 257.


ANTOLOGÍA 99

tigua fam ilia de Coro y se distinguió por su actividad y


su talento de organización y de orden. El señor C. Acosta
lo definía así: “Es lo que se llam a un hombre de profesión:
conoce su arte, conoce el derecho público, la ciencia de
administración, y los libros han sido su vagar como se
refiere de otros generales de nombre. Es por lo dicho
hombre de pensamiento, y el orden, que es cualidad de or­
ganización y que él posee, hace que su pensar se vuelva
en obra: por eso es tan movible y al mismo tiempo tan
minucioso. Sus m aneras son insinuantes; sus conocimien­
tos varios, su patriotismo probado; y tiene una cosa que
vale m ucho: gran conocimiento del mundo y de los hom­
bres, amor al orden y entusiasmo por las instituciones
civiles.”
Corriendo la tercera década del siglo, nació en Caracas
el Licenciado Cecilio Acosta. Hiciéronse los siguientes
diagnósticos de su últim a enfermedad que le arrebató el 8
de julio de 1881; ataxia locomotrix, atrofia m uscular pro­
gresiva, esclerosis de los cordones laterales, reblandeci­
miento cerebral. Síntom as de enajenación no los tuvo,
pero sí le era habitual por momentos una ligera ta rta ­
mudez y en los días de su enfermedad un movimiento
giratorio a la derecha: “era de estatura regular, delgado
y derecho, de rostro ancho y facciones abultadas, color
trigueño encendido, ojos pequeños y vivaces, labios grue­
sos, pelo liso y negro, nunca usó barba. Vestía siempre de
negro, como si tuviese que en trar en cualquier momento
a la Academia, y andaba por la calle como abismado en
profunda meditación, de m anera que solía pasar distraído
sin saludar a sus más íntim os amigos. No m anifestaba
en su conversación, algo monótona, las dotes que lo ador­
naban en la tribuna; repetía una frase hasta la saciedad
y giraba alrededor de un pensamiento con aquellas idas
y venidas, vueltas y revueltas de la fam osa ardilla de
Iriarte; en ocasiones, sin embargo, brillaba con una idea
radiosa que ilum inaba su conversación como un relám ­
pago. Su carácter era casi incalificable; constante en al­
gunas cosas, inconstante en otras; de un corazón sensible
e incapaz de odio, su único y grande am or fue el de su
buena y virtuosa madre.
Por otra parte el doctor Acosta parecía débil de ca ­
rácter, o ya por bondad o por timidez; por ello es que
esta circunstancia le dañó sobradamente y le hizo poco
100 LISANDRO ALVARADO

a propósito para figurar, como sus dotes lo presumían,


en cualquier ramo de la vida pública, y no porque se que­
brasen sus convicciones, sino porque cejaba ante la di­
ficultad o rehusaba la contienda. Espíritu dúctil y en ex­
tremo cándido, pasaba en un instante de la certeza a la
duda, de la afirmación a la negación, según las impresio­
nes extrañas que recibía.”4 Acosta fue célibe siempre:
aunque miope como Bello, no usó nunca anteojos, y de
aquí el que se notara en ambos el hecho de pasar de largo
por las calles sin saludar a las personas que le eran co­
nocidas; y aunque se ha indicado en él la influencia del
alcoholismo, pero las manifestaciones de éste no fueron
bastante palpables, que yo sepa.
Un escritor inglés que m ilitó con Páez en los llanos
de Venezuela escribe: “El general Páez padece de ataques
epilépticos cuando se excita su sistema nervioso, y en­
tonces sus soldados le sujetan durante el combate o in ­
mediatamente después de él”5. La causa de estos accesos
de gota coral deben ser atribuidos a circunstancias he­
reditarias, porque el género de vida que llevó Páez desde
niño fue de lo más a propósito para aguerrir y fortalecer
su constitución. Se corrobora esto con la obsesión que le
acompañaba de creer que al tragar la carne de pescado
se convertía, una vez en el estómago, en carne de ser­
piente, y por la expresión de terror y espanto que la vista
de un ofidio le causaba, hasta producirle, aun a la edad
de 80 años, un acceso de epilepsia inmediatamente. No
es de extrañar que en estas condiciones tanto las causas
determinantes del m al como las obsesiones variasen hasta
im itar bastante bien un estado histero-epiléptico. En el
combate de Chire (1815) provoca las convulsiones una
serpiente, y después de ellas y del hecho de armas, vaga
todo el día en el campo con síntomas manifiestos de lo­
cura epiléptica. En una de las exhibiciones de Barnum en
Nueva York excita las convulsiones una boa, y “sin perder
el uso de la razón” manifiesta en medio de ellas que mu­
chas serpientes lo estrangulaban y bajaban enroscándose
en los pulmones, corazón, vientre y piernas, pidiendo a
gritos que le libraran de los horribles animales. En el

4 T e j e r a . Perfiles, p. 162.
5 R o ja s . Leyendas H istóricas de Venezuela, 1.* serie, p. 92.
ANTOLOGÍA

curso del acceso reconoce al doctor Beales que le asistía.


Otra vez, en 1858, fue la fractura de una pierna el motivo
del ataque. Por lo demás parece que en ocasiones se lim i­
taba éste a la aura, m ientras que en otras era completo
hasta aparecer la espuma en la boca; pero antes o des­
pués del mismo acaecía de ordinario que despertase dan­
do voces de mando, o con el grito de guerra: “mi lanza!,
mi caballo!”
Escribe él en sus M em orias: “Al principio de todo com ­
bate, cuando sonaban los primeros tiros, apoderábase de
mí una intensa excitación nerviosa, que me impelía a
lanzarme contra el enemigo para recibir los primeros gol­
pes; lo que habría hecho siempre si mis compañeros con
grandes esfuerzos no me hubieran retenido”6.
No terminaremos sin m anifestar la opinión del doctor
Rojas en este punto. “Refieren las crónicas de fam ilia
(dice él) que Páez, en sus tiernos años, fue mordido pri­
mero por un perro hidrófobo y meses más tarde por una
serpiente venenosa, sin que nadie hubiera podido sos­
pechar que en un mozo acostumbrado al ejercicio cor­
poral hubieran quedado m anifestaciones ocultas, a con­
secuencia de las heridas que recibiera, y que los años
corrieran sin que ningún síntom a se presentara en la
constitución sana y robusta del joven llanero, hasta que
fue presa de cruel idiosincracia (se refiere a la ofidiofobia
ya mencionada) que le acompañó hasta el fin de la vida”.
Crónica y opinión las creo muy dudosas.
Pocos detalles característicos he podido obtener del
célebre Ministro de Estado don Simón Planas. Nació en
Barquisimeto en 1818 y murió en Caracas el 16 de junio
de 1864, en momentos en que estaba empeñado en una
lucha m inisterial. Su educación no pasó de las m aterias
«¿e enseñanza prim aria que se procuró en su ciudad natal,
y casi toda su juventud la gastó ocupado en empresas
comerciales; sin embargo de esto, llego a crearse un po­
der casi absoluto durante la adm inistración del Presi­
dente J . G. Monagas, el que abolió la esclavitud en Ve­
nezuela. Según las referencias hechas por los doctores
Medina y Frías, que le asistieron en su últim a enferm e-

0 Páez. Autobiografía.
102 LISANDRO ALVARADO

dad, fue ésta una apoplegía meníngea, con abundante


extravasado, que se desarrolló en pocas horas después
de una acalorada discusión del Ministro con sus colegas.
Un parecido conjunto de fenómenos cerebrales encon­
tramos en el difunto arzobispo de Venezuela doctor José
A. Ponte, que murió en Caracas a los 51 años de edad.
Diagnósticos: trombo cerebral (Ríos, F ría s): hemorragia
cerebral. Los médicos citados atribuyeron la afección a
causas cardíacas; pero la verdad es que el cerebro no
fue examinado y que se averiguaron antecedentes here­
ditarios (su madre murió de un ataque análogo a la m is­
m a edad que él).
Es sensible que no se hayan hecho practicar las m en­
suras convenientes en el esqueleto del general Bolívar, y
por estas razones no hacemos sino indicarlo como un
cerebro al parecer desequilibrado. Los historiadores nos
lo representan en su niñez de un carácter inquieto, vo­
luntarioso, inconstante, audaz. La respetabilidad de un
tutor como el que tuvo, el Licenciado Sanz, no pudo nada
con él, ni parece que aprendió mucho con su preceptor,
el P. Andújar. Puede decirse que Bolívar se amañaba m e­
jo r con la locomotividad, la actividad de espíritu, hasta
rayar en la locura de su último maestro don Simón Ro­
dríguez; y en efecto fue éste quien más tiempo le acom­
pañó y le dirigió. Hasta la época de la revolución de la
independencia la opinión de Sanz fue que Bolívar era
incapaz de grandes ideas; y Gual, otro testimonio de va­
lia, juzgó que hasta 1812 aquél no había revelado las
grandes m anifestaciones con que apareció más tarde. Los
epítetos con que le calificó en todo tiempo don J . D. Díaz
darán una idea de esta general creencia. Llamábale “el
inhumano, el sedicioso, el tirano, el bárbaro, el insolente,
el cobarde, el sacrilego, el insensato, el miserable, el dés­
pota, el pérfido, el inepto, el presumido, el incapaz, el
feroz, el ambicioso, el perjuro, el imprudente, el traidor,
el aturdido, el malvado, el monstruo, el ignorante, el usur­
pador, el impío, y cuando no encontraba epíteto, porque
ha agotado el diccionario, le dice últim am ente: “Ese hom­
bre de quien hemos referido en ocasiones que era un co­
razón sin virtudes y el alm a más feroz que se hubiera
conocido”. De igual modo le trató el general Morillo an­
tes del armisticio.
ANTOLOGÍA 103

Por o tra parte, las anécdotas referentes a Casacoima7


y al banquete dado a Irwing en Angostura, en que m a­
nifestó impulsos dignos de notarse, se dan la mano con
las cartas publicadas en “El Diario de los Debates” de
18268; es además un hecho notable que el Libertador no
tuvo sucesión, siendo él mismo descendiente de una an ­
tigua y numerosa fam ilia y muriendo tuberculoso a los 47
años de su edad.
Cerraremos este ligero esbozo con p arte del retrato
físico del Libertador hecho por el doctor Rulín. “Era Bo­
lívar hombre de talla poco menos que mediana, pero no
exento de gallardía en sus mocedades: delgado y sin
musculación vigorosa; de temperamento esencialmente
nervioso y bastante bilioso, inquieto en todos sus movi­
mientos indicativos, de un carácter sobrado impresiona­
ble, impaciente e imperioso. En su juventud había sido
muy blanco (aquel blanco m ate del venezolano de raza
española), pero al cabo le había quedado la tez bastante
morena, quemada por el sol y las intemperies de quince
años de campañas y viajes; y tenía el andar más bien
rápido que mesurado, pero con frecuencia cruzaba los
brazos y tomaba actitudes esculturales, sobre todo en los
momentos solemnes. Tenía la cabeza de regalar volumen,
pero admirablemente conform ada, deprimida en las sie­
nes, prominente en las partes anterior y superior, y más
abultada aún en la posterior. El desarrollo de la frente
era enorme, pues ella sola comprendía bastante más de
un tercio del rostro, cuyo óvalo era largo, anguloso, agu­
do en la barba y los pómulos pronunciados. Casi siempre
estuvo el Libertador totalm ente afeitado, fuese por siste­
ma o por no tener barba graciosa ni abundante. Tenía
los cabellos crespos y los llevaba siempre divididos entre
una m echa enroscada sobre la parte superior de la frente
y guedejas sobre las sienes peinadas hacia adelante. Al­
gunos escritores han dicho que Bolívar tenía la nariz
aguileña, seguram ente para no dar a este objetivo su
acepción verdadera, que es la de lo corvo como el pico
del águila.
Lejos de esto, el Libertador tenía el perfil enteram ente

7 G o n z á l e z . B olívar en Casacoima.
8 R o ja s . Leyendas, 2.* serie, pp. 201, 249, 263.
104 LISANDRO ALVARADO

vascongado y griego, principalmente por el corte del ros­


tro, la pequeñez de la boca, la amplitud de la frente y
la rectitud de la nariz muy finamente delineada, al pro­
pio tiempo que tenía la frente muy levantada en la región
de los órganos de la, imaginación, era prominente en
las cejas, bien arqueadas y extensas, donde se ponían de
manifiesto los signos de la perspicacia y de la prontitud
y grandeza de percepción. Como tenía profundas las cuen­
cas de los ojos, éstos, que eran negros, grandes y muy
vivos, brillaban con un fulgor eléctrico, concentrando su
fuego cual si sus miradas surgiesen de profundos focos.”
Con la misma vacilación apuntaré por último el nom­
bre del afamado médico doctor Guillermo Michelena, en
quien, sin embargo, es posible seguir el curso de los c a ­
racteres y condiciones ideológicas por medio de una fa ­
milia un tanto numerosa. El doctor Michelena tuvo a ta­
ques, a no dudar, de alucinaciones, abrazando con calor
las doctrinas espiritistas en un tiempo en que tuvieron
en boga en nuestro país. Viósele en otra ocasión confun­
dirse con los cargadores de una imagen en las procesio­
nes que se estilan en el rito hispánico, andando descalzo
por la calle en sem ejante faena.
ANTOLOGÍA 105

LA LUCHA POR LA DEMOCRACIA


(De Historia de la Revolución Federal en Venezuela)

Ahora, vamos a cuentas. Inicióse la revolución armada


por la clase popular o analfabeta, siendo evidente el con­
traste a los principios entre los m ilitares revolucionarios
y los del Gobierno. Gradualmente llevaron la organiza­
ción al ejército de aquéllos algunos elementos exóticos,
como Valero, Luzón, Morton, Linares, o nacionales, como
Arismendi, Guzmán Blanco, Julio Monagas, Miguel So tillo.
El terror que los federalistas inspiraban puede medirse
con el que experimentó dos veces la Cordillera a causa de
invasiones procedentes de los Llanos de Barinas. Oficiales
vencidos -más o menos distinguidos fueron vistos traba­
jando como presidiarios en las calles de Mérida.
Poca disciplina observan las revoluciones. Su genero­
sidad, y aun su equidad, están en razón inversa del grado
de persecución que sufren. Obsérvase en los Estados del
Centro de la República, y hasta en Los del Oriente, un
caudillaje exactam ente igual al de los pueblos salvajes, al
S aso que la federación en Barinas tuvo una evolución
astante regular. Constante, paciente, sufrido, tolerante,
asemejábase el general R ojas al je fe de la revolución, en
su modo de ser y en su táctica. Los señores Pulido, Na-
varrete, Iturbe, Aguilera y algún otro, que aún viven, son
ejemplos de la influencia que ejerció la federación en
Barinas. El caso de Morton incendiando a San Fem ando
no es el único. Puede decirse que cada vez que un jefe
revolucionario intentaba apoderarse de una plaza, hacía
lo mismo que Morton. Aun entre las mismas tropas re ­
gulares del Gobierno, el uso de la artillería era limitado.
En la defensa de posiciones tampoco se recurría de ordi­
nario a obras conocidas, como trincheras, fogatas, tram ­
pas de lobo. De éstas solían usar, con pequeñas dimensio­
nes, los guerrilleros de Guanarito. Este género de guerra
106 LISANDRO ALVARADO

y el caudillaje favorecieron sin duda intensa barbarie que


muchos cabecillas pusieron en juego, hasta dar lugar a
la calificación de social que se dio a la guerra por los
conservadores, y al retardo consiguiente del triunfo de
la revolución. Sin las extensas facultades que se dieron
a Guzmán Blanco para organizar la guerra en los Estados
del Centro, quizá hubiera fracasado, como Urdaneta, en
su comisión.
Descartemos aquí la ley del talión, que ha solido in­
vocarse, para excusar la saña de un Regino del Nogal o
un Ascisclo Vásquez, o la barbarie de un M artín Espinosa
o un José Leiciaga. No, no, no. Con alguna mayor serie­
dad ha de considerarse la m oral política; porque si a
algún influjo humano se debió el triunfo de la causa
federal, ese fue sin duda la moderación de un Rojas, la
magnanimidad de un Falcón, la cultura de un Arismendi,
la hidalguía de un Bruzual. Al citar a menudo las fuentes
que han servido para redactar este escrito, hemos tenido
en mientes señalar la hoja de servicios de los héroes
modestos u oscuros, que pasan casi siempre desapercibi­
dos en la procesión de la gloria o de la muerte. No im ­
porta que al fin de la lucha cambiase obstinadamente
Rafael Márquez la antefirma oficial imaginada por Iria r-
te y Morton, y escribiese, “Federación o Muerte”. Una ge­
nerosidad no común protege al Dictador vencido; y esa
generosidad se extiende luego a todos, todos los enemigos,
convertida en ley de los derechos del hombre. Los códigos
no había muchos sancionados, el terrible concordato que
acababa de canjearse, no fueron ya más que una suerte
de viejo testamento. Incorrecto es quizá en alcance y re­
dacción el decreto de garantías. No importa. Su oportu­
nidad fue incontestable.'Reconcilió a Patiño con Gil, a
Acosta con Vallenilla, a Mendoza con Romero, a Lugo con
Olivo, al cabecilla desalmado con su implacable enemigo,
hasta entonces reconciliados por la muerte. No es poco
esto en los instantes del triunfo.
Un nuevo orden político se preparaba con el estable­
cimiento del sistema federativo. Pero la idea misma, como
se habrá notado ya, fue m al comprendida, aun por los
que, como Ariza, habían observado su establecimiento en
Colombia. Hoy, que ha transcurrido cerca de medio siglo
en el ensayo del sistema, tenemos derecho de preguntar
cómo ha sido aceptado por el país, y si aún persistimos
ANTOLOGÍA 107

en posponer la cuestión de la raza y su composición é t­


nica a los delirios de los legisladores. Lo que fue hecho
fácil en Suiza y en los Estados Unidos nosotros lo hemos
querido realizar de una m anera extraña. Recordemos aquí
la primera Asamblea constituyente que convocó el general
Rojas el 1.° de octubre de 1862, como prim er jefe del se­
gundo distrito m ilitar de Occidente. He añadido el ca ­
rácter público de R ojas a propósito. La Asamblea se reunió
en efecto en el punto indicado, que fue Nutrias, 63 dipu­
tados, y expidió el 4 de noviembre una constitución federal
para el Estado Zamora, que así se llamó entonces al que
se formó de las antiguas provincias de Barinas y Apure,
eligiendo de presidente de él al señor Napoleón S. Ar-
teaga. Quizá la federación colombiana era el resorte prin­
cipal de Asamblea; pero sin escudriñar mucho sus pre­
cisos móviles, caemos en la cuenta de que sus resultados
fueron frustráneos, y que la idea indicada por Falcón en
su manifiesto, que fue la que se pretendió adoptar, era
tan teórica e inadaptable como la que al principio había
puesto en práctica Zamora. Verdad es que el Estado Za­
mora supo defenderse después contra el Gobierno de la
Unión; pero éste supo tam bién imponerse y vencer.
La lucha fue en realidad por la democracia, y la fe ­
deración asunto de form a; a lo que contribuyó sin duda,
la confusión por largo tiempo m antenida de considerar
la federación como atributo del movimiento liberal, y el
centralismo como atributo del movimientol liberal, y el
centralismo como igual cosa del conservador; pero muy
desde el principio chocó a los espíritus observadores lo
utópico del pensamiento que a costa de ta n ta sangre fue
por ellos defendido. Una correspondencia del general Mos­
quera dirigida al general Pedro Manuel Rojas e in ter­
ceptada por el comandante Aniceto Parra m anifestaba ya
estas dudas, según parece. No ahondaremos mucho en
esta m ateria, contentándonos con haber expuesto los he­
chos lo m ejor que ha estado en nuestra mano; pero sí
expondremos algunas opiniones que los corifeos de la fe ­
deración han emitido, tomadas al acaso y propuestas
como ilustración.
En noviembre de 1864 el general José L. Arismendi
escribía esto: “La independencia de que gozan los Estados
dista muy poco o nada de la que les concedía la cons­
titución de 1858. Y no es de creerse que los sacrificios
8 - A N TO LOG ÍA
108 LISANDRO ALVARADO

consiguientes a una guerra de cinco años, se soportasen


para realizar un mero cambio de hombres, dejando sin
aumento alguno el Poder de los Estados... El Poder E je ­
cutivo nacional conserva el grande instrumento de la
corrupción. Las consecuencias no se han hecho esperar;
antes bien han sorprendido por el cinismo de su repro­
ducción. La Federación se ha iniciado en el Gobierno ge­
neral con aquella misma inmoralidad que las anteriores
administraciones desplegaban a la mitad o al fin de la
carrera. La República tiene la profunda convicción de los
torpes m anejos que la precipitaban a su total ruina con
el descrédito más afrentoso.”1
Manuel E. Bruzual, el mismo año: “Si el ejército fe ­
deral había ocupado las ciudades y fortalezas, el principio
político no había alcanzado el triunfo. ¿Qué significaban
en efecto esas dictaduras hilvanadas al jefe de una re­
volución que había luchado largo tiempo y acababa de
triunfar para establecer la forma más perfecta de la de­
mocracia? No era posible comprender entonces que aque­
llos jefes m ilitares fuesen, sin saberlo ellos mismos, los
verdugos de la federación.”
Antonio Guzmán Blanco sostenía, en 1865, en plena
Cámara, “que la federación no había sido, ni él la había
tenido nunca como otra cosa, sino como un pretexto para
hacer la oposición al partido constitucional”.
Y terminemos con estas despreocupadas frases de An­
tonio Leocadio Guzmán ante el Congreso, al discutirse
el 1867 la reforma constitucional. “No sé de dónde han
sacado que el pueblo de Venezuela le tenga amor a la
federación, cuando no sabe ni lo que esta palabra signi­
fica. Esta idea salió de m í y de otros que nos dijim os:
supuesto que toda revolución necesita bandera, ya que la
Convención de Valencia no quiso bautizar la constitución
con el nombre de federal, invoquemos nosotros esa idea;
¡porque si los contrarios, señores, hubieran dicho f e d e ­
r a c i ó n , nosotros hubiéramos dicho c e n t r a l i s m o ! ” 2

1 A la Nación, p. 5 .
2 O l a v a h h í a . Estudio X , p p . 1 4 1 y s ig .
ANTOLOGÍA 1C9

J. GIL FORTOUL: HISTORIA CONSTITUCIONAL


DE VENEZUELA

No es cosa de que yo pueda hablar cual conviene, y aún


menos en los más interesantes detalles de su composición,
esta “Historia Constitucional de Venezuela”, o más pro­
piamente los tres primeros libros de la obra, que por su
plan y su ejecución es una novedad literaria y asunto de
grandísima atención para la crítica. Siendo un estudio
laborioso de los hechos y problemas que han acompañado
el establecimiento del derecho constitucional de Vene­
zuela, su alcance y considerable im portancia pueden bien
calcularse en el prospecto de los libros restantes y aun
inéditos de la m isma obra. Y aunque apenas han sido
tratados en el volumen publicado los hechos relativos a
la Colonia, o a la lucha de la independencia y a la R e­
pública de Colombia; pero las consideraciones a que dan
lugar ciertos sucesos hoy m ejor esclarecidos, ora con
documentos compulsados en archivos como los de W às­
hington, Londres y Sevilla, ora con otros no bien cono­
cidos por los historiadores, son de tal magnitud, que por
fuerza habrán de chocar o ponerse en contradicción con
varias preocupaciones referentes a los hombres públicos
de Venezuela.
Tres órdenes de investigaciones podrían descubrirse en
las páginas del libro, de un modo que revela el prefe­
rente esfuerzo del autor: las labores diplomáticas, la evo­
lución constitucional y los fenómenos psicológico-sociales;
y ya puede entenderse que la especial y vasta ilustración
del escritor le hace andar sin extravío en un camino que
de ningún modo es llano y accesible para todos.
Uno de los puntos de este género es la opinión del
autor sobre el régimen colonizador de las misiones evan-
gelizadoras. Si la sórdida sed de oro que m ostraron tanto
el católico rey Fernando como el desinteresado Colón y
cuantos continuaron la obra de la conquista, no pudiera
110 LISANDRO ALVARADO

alegarse como vicio esencial de ésta, también veríamos


sin sobresalto el desprecio con que los nobles godos vieron
el comercio y las indiistrias y el sistema de aislamiento
empleado en sus colonias. A la indolencia del conquistador
que no movía su brazo más que para hacer la guerra y
ta ja r cabezas de infieles y herejes, o para esclavizarlos
cuando intentaban ser libres, olvidando cuánto en contra
del muslim hicieran ellos mismos, sucedió la indolencia
del misionero, que creyó haber cumplido su tarea aislando
al salvaje y enseñándolo a rezar; que pretender que éste
entendiera del complicado rodaje del dogmatismo roma­
no, era cosa poco menos que imposible. El clim a y la no
interrumpida decadencia de la monarquía española com­
pletaron esa obra lamentaDie. Huno, sin emDargo, ae ser
m ás práctico el procedimiento empleado por los .portu­
gueses y holandeses, quienes quizá inspiraron a Solano
y Centurión en sus proyectos, caídos, en m ala hora para
Venezuela, sobre el mar de la corrupción y la ignorancia
que a España sepultó.
Queda la obra de algunos religiosos jesuítas y obser­
vantes que escaparon milagrosamente a esa dichosa ig­
norancia del ibero. Unas cuantas gramáticas, diccionarios
y catecismos son la base de la lingüística comparada de
las tribus que habitaron el territorio que hoy queda a
nuestra patria. Las excavaciones hechas por algunos sa­
bios han agregado dos series más de elementos para re­
construir la vida precolombina, que son la osteología
comparada y el mobiliario y armas arqueológicos, y hoy
se ve con placer cómo se emprende esa tarea de recons­
trucción, anterior a la barbarie española, y con fuerza en
ocasiones para invalidar los relatos que escribieron los
cronistas o los aventureros.
Podríamos llam ar profesionales los informes en que
con gran m aestría se extiende Gil Fortoul al exam inar la
trabazón y el m aterial de las constituciones y leyes or­
gánicas de Venezuela, y al urdir la narración de las ex­
pediciones m ilitares de Miranda y las misiones diplomá­
ticas de éste y de Bolívar, aquí y allá m al comprendidas,
aun en las monografías de A. Rojas. Por estar más al
alcance de la crítica general voy a detenerme tan sólo
en algunos de los hechos que arriba hemos notado y que
se conexionan con la psicología social.
Se ha indicado y explicado el cambio que sufrieron las
ANTOLOGÍA 111

ideas de los constituyentes federalistas de 1811, volvién­


dose en un todo centralistas luego que palparon por sí
mismos las verdaderas condiciones de un pueblo cuyas
aptitudes no habían tomado en cuenta o no conocían al
sancionar la carta fundamental. Tenía que ser así. Pero
lo más notable es que tal cambio de ideas coincide con
otro análogo o paralelo, que es la agitación m artirológica
de 1813, o la guerra a muerte, como se ha convenido en
llam ar esa obsesión social. Ya en un papel publicado en
esta misma Revista hemos tratado de demostrar que esas
sangrientas represalias fueron, si se quiere, anónimas, o
debidas a una impulsión en absoluto colectiva. Bolívar
¿fue obrero no más o factor de ese movimiento? ¿Cómo
podía ser único instigador y responsable de una serie de
hechos que ya habían sido puestos en práctica por los
realistas, o cómo podía él ordenar una medida a indi­
viduos a quienes no alcanzaba su autoridad? Es cosa dig­
na de atención, por o tra parte, que cuando Bolívar se
dispuso a lanzar tan formidable reto como fue la pro­
clama de Trujillo, podía muy bien decir que estaba ro ­
deado de enemigos y aislado en el corazón de un país
cuya ignorancia, cuyo fanatism o por el rey, le eran fuente
de adversidades y casi el camino de la muerte. Yo no
responderé a la pregunta de si fue o no fue útil o ju s­
tificable la guerra sin cuartel, como lo han hecho el rea­
lista José Domingo Díaz y el patriota Ju a n Vicente Gon­
zález; lo que sí apuntaré es que un tan tremendo pro­
cedimiento no es raro en la historia de las naciones, y
que en la revolución francesa se le vió tom ar un aspecto
paroxístico, sin que se pueda nunca designar con absoluta
certeza quién o quiénes fueron los responsables de esas
ideas o esos actos. Aplicar la noción de la moral cristiana
aquí valdría lo mismo que im itar la conducta de aquellos
religiosos de que nos habla Maudsley, que hicieron que­
mar vivo a un pobre fraile, atribuyendo a obra del diablo
los síntomas de una enfermedad m ental con que aquél
adoleció.
Razones adversas a la guerra a m uerte aduce muchas
y con su acostum brada exactitud el doctor Gil Fortoul.
Blanco-Fom bona es de un parecer muy diferente, y en
el estudio que acaba de publicar en El Constitucional, dice
por qué. Tal vez queda más qué decir... Pues del propio
Gil Fortoul son las frases que a copiar voy, en las que
112 LISANDRO ALVARADO

censura los recuerdos que escribió uno de los conspira­


dores del 25 de septiembre, con el fln de justificar su cri­
men y su manifiesta inconsecuencia. “Mentira y flaqueza
de ánimo; tanto más bajas, cuanto que por los mismos
días sus compañeros confesaban bravamente hasta en el
patíbulo, la causa que movió sus brazos tiranicidas... y
que si les hubiera acompañado el éxito, los habría con­
vertido, ante la conciencia popular, en redentores y pro­
ceres de las libertades públicas”.
Bolívar mismo acepta este papel pasivo y fa ta l: “Yo
no he podido hacer ni bien ni m al (decía más tardé).
Fuerzas irresistibles han dirigido la m archa de nuestros
sucesos. Atribuírmelos no sería justo, y sería darme una
importancia que no merezco. ¿Queréis conocer los autores
de los acontecimientos pasados y del orden actual? Con­
sultad los anales de España, de América, de Venezuela;
examinad las leyes de Indias, el régimen de los antiguos
mandatarios, la influencia de la religión y del dominio
extran jero; observad los primeros actos del Gobierno re­
publicano, la ferocidad de nuestros enemigos y el carácter
nacional. No me preguntéis sobre los efectos de esos
trastornos, para siempre lam entables; apenas se me pue­
de suponer simple instrumento de los grandes móviles que
han obrado sobre Venezuela.”
Otro cargo hecho a Bolívar es el del fusilamiento de
Piar, siendo de lo más implacable en tal respecto lo que
ha escrito en un libro la parcialísim a y no siempre feliz
pluma de A. Galindo. Si no queremos cohonestar con las
máximas de la m oral política y la razón de estado el
procedimiento sumario que nos trae a la memoria la cam ­
pana de Huesca, al menos convendremos en que ningún
caudillo se dejará arrebatar impunemente la espada de
la mano, pudiendo con ello herir a su rival. Yo aquí dejo
la palabra al autor. “¿A qué invocan aquí todos los h is­
toriadores la noción abstracta de la justicia, para since­
rar los unos al Libertador, para inculparle los otrós? Si
la ju sticia m oral es diosa en la paz, en los campamentos
no pueden reinar más que la fuerza y el éxito; ni para
un emancipador de pueblos, capitán de rebeldes contra
el yugo extranjero, podrá haber nunca un interés su­
perior al triunfo de la propia emancipación, por todos los
medios a su alcance. Y si excepcionales circunstancias
exigen medidas violentas, ¿a qué otras pudiera hum ana-
ANTOLOGÍA 113

mente apelar? Es un desatino (escribió cinco años antes


a Miranda el sabio Sanz), es un desatino querer cosas
extraordinarias por medios ordinarios. En otras ocasiones,
Bolívar cometió errores imperdonables, tal su proclama­
ción de guerra a muerte, que debía producir resultados
contrarios a los que se proponía; pero en la presente
ocasión, con su serenidad de alma, con su audacia sin
escrúpulos, y si se quieren términos más duros, con su
falta de piedad para el rival vencido, salvó de un nuevo
desastre a la naciente república.”
Acerquémonos a la sima parovorosa de 1826, donde se
arrojan varios ambiciosos so pretexto de defender siste­
mas políticos. El maquiavelismo de 1826 no fue extravío
del momento: fue regla de conducta en lo sucesivo; y
porque no se olvide nunca, ahí está la fórmula num érica
que lo demuestra: 26 + 35 = 61. En todos los tiempos in­
tentan los usurpadores sincerarse diciendo que quieren
salvar a su país de la anarquía; y aquellos a quienes
gustan ideas ultram ontanas suelen observar que tales
hombres son hombres providenciales, que es como indicar
el origen divino de cada usurpación. No es despreciable
en estos casos la obra de los favoritos. Páez, a quien
en 1826 “era indiferente la federación, el centralism o o la
dictadura, con tal de continuar gobernando”, ha dejado
para cada época en que fue después árbitro de los des­
tinos de Venezuela, profundas huellas en sus actos, pro­
ducidas por sus consejeros o privados: aquí Peña, después
Quintero, más tarde Nadal y R ojas; y en la imposibilidad
de distinguir sobre la tram a política los hilos espurios
o puestos sin reparo entre los dedos del tejedor, la histo­
ria con frecuencia se inclina a culpar menos al Esclarecido
Ciudadano que a sus habilísimos privados. A esta hora
se dan todavía toques vigorosos a la tragicomedia de la
Cosiata. Un diseño cuidadoso traza en El Constitucional
Eloy González para honra de nuestras letras y provecho
de la verdad. Quizá serán llamados con sus nombres los
que llevaron a cuestas los cadáveres de unos inofensivos
forasteros y los depositaron a las puertas de la m unici­
palidad de Valencia para así ofrecer holocausto a los
llaneros e intim idar a los “jurisconsultos y letrados”.
Con la muerte del Libertador y la disolución de la R e­
pública de Colombia term ina el volumen que tenemos a
la vista. Después de tan cruel histología como la que puede
114 LISANDRO ALVARADO

hacer un sabio con el auxilio de su crítica fina y pene­


trante, uno esperaría ver un resultado desfavorable pro­
yectado sobre la figura del Padre de la Patria. No. En
quince líneas se hace el resumen breve y conciso del gran­
de hombre, tal que im posibilita comprender la mezquin­
dad y la cobardía de Angel Quintero, Ramón Ayala, Alejo
Fortique, Ju a n José Osío, Antonio Febres Cordero y José
Luis Cabrera, quienes en el Congreso de Valencia pros­
criben a Bolívar o exaltan el puñal del asesino, sin sos­
pechar que el partido liberal se encargaría de reparar
tam aña ingratitud de un modo que no imaginaron aque­
llos oligarcas.
L . Alvarado .

El Tinaco, febrero 1907.


a n t o l o g ía 115

L. VALLENILLA LANZ: CESARISMO


DEMOCRÁTICO

Veníamos equivocados. Esto por lo menos, porque más


fuertes calificativos son los que ahora se aplican a los
historiadores (y son la mayoría) que han escrito sobre
Bolívar, sobre nuestros libertadores, sobre las bases so­
ciológicas de la constitución efectiva de Venezuela. En el
libro arriba mencionado aparecen nuevas teorías a este
respecto, tomando por modelo las ideas de los sociólogos
franceses y aplicándolas a nuestro corto período histórico.
Estábamos acostumbrados a considerar esta parte de
nuestros anales comparando los sucesos de Venezuela y
los contemporáneos de España y de las naciones in tere­
sadas en sus colonias, y así no era difícil enredarse y
desdeñar los petits faits que parecen tener gran impor­
tancia para form ular una sentencia. Es oportuno dar una
idea cabal del libro en lo que atañe al panteón de nuestros
proceres, extractando simplemente los ocho estudios de
que aquél se compone y empleando las mismas frases del
autor en lo esencial de la exposición: Habent sua tata
libelli.

1. L a r e v o l u c i ó n e m a n c i p a d o r a . — Fue un “error de
psicología” de los que la proclamaron cuando en nombre
de la “Enciclopedia”, en nombre de la filosofía raciona­
lista, en nombre del optimismo hum anitario de Condorcet
y de Rousseau, decretaron la igualdad política y civil de
todos los hombres libres (pág. 120). Por lo demás, ni el
movimiento igualitario, ni el autonomista son la obra ex­
clusiva de nuestros libertadores, ya que el segundo partió
en realidad de los antiguos cabildos de España y es por
consiguiente una idea española. Boves fue el prim er jefe
de la democracia venezolana (pág. 132): no puede ser con­
siderado como español, porque los verdaderos represen­
tantes de España fueron en general humanos, generosos,
116 LISANDRO ALVARADO

justicieros (págs. 126, 135). Elogio de Boves. La impunidad


de todos los delitos fue la norma de la revolución (pági­
nas 148, 272). Ab uno disce omnes.
2. Los c o r i f e o s . — Las clases elevadas de la colonia no
sólo fueron las que iniciaron la revolución, sino que al
mismo tiempo proclamaron los derechos del hombre y
pretendieron fundar la república de 1811 sobre las bases
de la democracia y del federalismo (pág. 51). Los verda­
deros opresores de las clases populares fueron los hom­
bres de aquellas clases, que apegados al terruño, celosos
de su alta posición, dominando todas las corporaciones
y ejerciendo todos los empleos por sí o por medio de sus
allegados, gobernaban los pueblos y los tiranizaban, siendo
ellos exclusivamente los llamados a ejercer las funciones
de alcaldes, corregidores, síndicos, justicias mayores, te ­
nientes de justicia, oficiales de milicias, recaudadores de
los impuestos, celadores del estanco y del fisco, etc. (pá­
gina 76). Toda la generación que proclamó la indepen­
dencia había sido educada en prácticas propias sólo para
form ar hombres falsos e hipócritas (pág, 83). Por su parte,
los empleados españoles trabajaban indirectam ente por
la evolución democrática, por la igualación de las castas
(pág. 89), teniendo que apoyarse en las clases bajas y
favorecerlas con sus influencias (pág. 87), a tiempo que
los nobles, los que van a proclamar en 1819 los derechos
del hombre, clam arán contra el despotismo de España y
lucharán hasta las mismas vísperas de la revolución por
conservar las hondas desigualdades sociales (pág. 89).
Causa victrix diis placuit, sed v id a ... gothis nuncupatis.

3. C a l i d a d d e l o s c o r i f e o s . — La preponderancia que
en Venezuela tuvo la nobleza criolla se apoyaba sobre
fundamentos más sólidos que su problemática limpieza
sobre sangre. Esta no era más que un perjuicio (pági­
nas 92, 117). En todo el proceso justificativo de la revo­
lución no debe verse sino la pugna de los nobles contra
las autoridades españolas, la lucha de los propietarios
territoriales contra el monopolio comercial, la brega por
la dominación absoluta entablada de mucho tiempo atrás
por aquella clase social poderosa y absorbente, que con
razón se creía dueña exclusiva de esta tierra descubierta,
conquistada, colonizada, cultivada por sus antepasados
(pág. 91). El carácter feroz que asumió la revolución en
ANTOLOGÍA 117

Venezuela, así como nuestra rápida evolución igualitaria,


hechos de que no hay ejemplo en ninguno de los otros
pueblos de Hispano-américa, se halla explicado en parte,
por la heterogeneidad misma de la sociedad colonial (pá­
gina 119). (Cp. A. Rojas, passim.)

4. Los p r o s é l i t o s . — En el propósito de justificar de


algún modo la pertinaz oposición que la mayoría de los
americanos hizo a la causa de la independencia, los pa­
triotas pensadores, y en prim er término el Libertador
Simón Bolívar, lo atribuyeron casi siempre a ignorancia
y fanatism o de las masas populares. No sabían lo que se
decían (pág. 151). Páez y sus llaneros -no sabían lo que
era patria, ni adquirieron idea de la justicia, ni respetaron
otra autoridad que la de la fuerza bruta (pág. 157). Los
llaneros fueron unos bandoleros en todos los tiempos y
bajo todas las banderas: al pasarse de una a otra fila no
hicieron m ás que cam biar de je fe ; en el fondo oscuro de
su mentalidad y de sus afecciones, el Mayordomo Páez
era el heredero legítimo del Taita Boves (pág. 173). Elogio
de Páez. La creencia demasiado generalizada de que los
sostenedores del antiguo régimen surgieron únicamente
de las clases b ajas de la colonia, por ignorantes y fa n á ti­
cos, es absolutamente errónea (pág. 33). Pars pro toto.
5. La c u e s t i ó n m i l i t a r . — La guerra de independencia
fue una guerra civil. La que precedió a la expedición de
Morillo fue una lucha entre hermanos, una guerra in tes­
tina, una contienda civil y por más que se busca no se
encuentra el carácter internacional que ha querido darle
la leyenda (pág. 7). La actuación de las tropas peninsu­
lares en Venezuela no tuvo la enorme influencia que se
ha creído y puede decirse que nada favoreció más la causa
de la patria como la llegada del ejército expedicionario
de Morillo (pág. 6). (Bolívar y sus compañeros fueron fa c­
ciosos al principio y después rebeldes o insurgentes). Ru­
bín, Capó, Ramos, Cárdenas, Casas, Camero, Baca, Illas
y otros más constituyeron el formidable apoyo con que
contó España durante todo el curso de la guerra (pág. 34).
De una m ultitud de hombres civiles im portantes del país
salieron los más íntim os consejeros de Monteverde, Boves,
Morales, Morillo, Rosales, y los que form ulaban las listas
de proscripción, y compusieron las ju n tas de secuestros y
318 LISANDRO ALVARADO

aclamaron en todos los tonos por el total exterm inio de


los patriotas, m ientras que los españoles pretendieron mu­
chas veces restablecer el orden por el imperio de la ju s­
ticia y la equidad (pág. 35). Nece fratrun solum famosi-

6. C u e s t i ó n p o l í t i c a . — La ley boliviana (?). En His­


pano-américa el caudillismo surgió de las patas de los
caballos (pág. 233). Los que criticaron al Libertador, los
que en su ceguera llegaron a calificarle de déspota, de
autócrata, de tirano, y atentaron contra su vida creyendo
realizar un acto de ju sticia y de amor a la libertad, no
sólo están condenados por la historia sino que la ciencia
misma los califica como seres perniciosos para la sociedad
(pág. 253). Por un gravísimo defecto de educación y hasta
por la pereza m ental característica de nuestra raza, el
criterio fatalista confundiéndose con el providencialismo
que atribuye a los conductores de pueblos condiciones ex-
trahumanas, es el que ha prevalecido entre nosotros en
la apreciación de los acontecimientos históricos y en ju i­
cio que generalmente nos formamos respecto de lo que
sucede a nuestro alrededor (pág. 263). El pueblo nuestro
puede considerarse como un grupo social inestable, por­
que antes y ahora se halla colocado en el período de
transición de la solidaridad m ecánica a la solidaridad
orgánica, que es el grado en que se encuentran hoy las
sociedades legitimas y estables (pág. 276). El autor se ha
inspirado en una conferencia en la Escuela de Ciencias
Políticas de Caracas por el catedrático de Derecho Cons­
titucional, doctor J . Gil Fortoul, en la que se exam inaron
los principios constitucionales del Libertador.
7. Los g o b e r n a n t e s . — Aplicación de una idea de T ai-
ne. En muchas de estas naciones de Hispano-américa,
condenadas por causas complejas a una vida turbulenta,
el caudillo ha representado una necesidad social, realizán­
dose aún el fenómeno que los hombres de ciencia señalan
en las etapas de integración de las sociedades: los jefes
no se eligen sino se imponen (pág. 188). La autoridad de
Páez como la de todos los caudillos de Hispano-américa,
se fundaba sobre la sugestión inconsciente de la mayoría
(pág. 276). Páez á tout faire. Llegó a ser un verdadero
hombre de Estado (pág. 213). Peña, Quintero, Nadal, Ro­
ja s: sic vos non vobis.
ANTOLOGÍA 119

8. Los p a r t i d o s p o l í t i c o s . — Nuestros partidos histó­


ricos, que nacieron con la guerra civil de la independencia
porque desde entonces se dividió la población urbana de
Venezuela en dos bandos llamados primero godos y pa­
triotas y que después de constituida la república se titu ­
laron godos y liberales, no profesaron doctrinas políticas
definidas sino cuando los unos sostenían las banderas del
rey de España y los otros luchaban por obtener la inde­
pendencia (pág. 264). ¿Quis est inte invol vens senten­
tial. ..?
120 LISANDRO ALVARADO

LOS LIBROS DEL CENTENARIO

Según reza el programa del Centenario de nuestra in ­


dependencia elaborado por el Ejecutivo Nacional, se pu­
blicará próximamente el Diario de Bucaramanga. La idea
es excelente y la nueva la saben todos. Muchos de los
lectores nos alegraremos sin duda con sem ejante libro;
pero es probable que no a todos siente bien esa lectura,
un si es o no escandalosa para aquellos que a su m anera
conciben la historia y a los historiadores. Nuestro afán,
nuestro pueril afán, ha sido en esta m ateria el de todos
los pueblos que empiezan a fundar sus tradiciones y que
acaban de salir de un período mítico. Hemos querido fun­
dar para nuestro uso, héroes y semidioses, que cuidado^
sám ente rodeamos de gloria e infalibilidad, de arte y
poesía, de amor y de retórica, de m entiras y falso brillo.
Una circunstancia humana, un pecadillo o varios, una
torpeza de las que sabemos, un error de que nos sentimos
capaces, algo que nos acerque a esas creaciones del pa­
triotismo, es a nuestros ojos casi una calumnia y a veces
más que eso.
Hoy ya es otra cosa. Unos cuantos filósofos desalma­
dos e implacables nos recuerdan sin cesar el famoso verso
de Terencio, Homo sum, o como sea; la crítica histórica
despoja de su manto de apoteosis a los grandes hombres
y los pesa en la m ism a ordinaria balanza en que se va­
lora el resto de los hombres; y como consecuencia de ello
hay que revisar toda nuestra historia, hermosa y legen­
daria historia que otra vez constituyó el encanto y el
orgullo de nuestros primeros años.
Observamos ante todo la negra suerte que tuvieron
el autor del Diario y quien lo motivó. Lacroix se suicidó
en 1837 y Bolívar murió, como es sabido, dos años después
de la Convención de Ocaña, ya definitivamente envene­
nado con la hipócrita y ruin ambición de Páez. No es
extraño que ambos usasen de una brutal franqueza para
ANTOLOGÍA 121

expresar sus impresiones y calificar a los actores de la


tragedia política que se dio en llam ar federación. El tiem ­
po dirá, cuando se descubran archivos y documentos pri­
vados, que hoy con tem or se guardan bajo llave, cuál
grado de exactitud cabe al Diario de Bucaramanga, donde
hay revelaciones como las siguientes:
Páez “es el hombre más ambicioso y el m ás vano del
mundo; no quiere obedecer, sino m andar; no conoce su
nulidad; el orgullo de la ignorancia lo ciega; siempre
será una máquina de sus consejeros y las voces de mando
sólo pasarán por su boca”.
S. “es orgulloso, soberbio, despreciador del m érito a je ­
no, colérico, violento, y, con todo, sin fibra, sin valor mo­
ral y físico... Las críticas fundadas que hicieron entonces
(en 1827) sobre su orgullo, su genio duro, seco y altivo,
y todo lo que se imprimió (en Venezuela) sobre su arbi­
trariedad y despotismo han cambiado su exterior y le han
hecho tom ar aquel tono bondadoso y miedoso, aquel aire
de calma, aquella imperturbable serenidad jesuítica que
se le ve ahora..., volcán ardiendo cuyo cráter está ce­
rrado.”
S. “es un verdadero jesu íta; se dobla a todo con fa ci­
lidad y sabe ocultar sus miras, sus movimientos y sus
medidas con m ucha hipocresía”.
J. B., “de espíritu inquieto, genio caviloso y díscolo,
no susceptible de gratitud ni am istad”.
Páez en otra parte aparece como un llanero muy tosco,
muy artero, muy falso y muy desconfiado.
Z., “es un prevaricador y verdadero ladrón; y San tan ­
der, Montoya y Arrubla cómplices de sus robos”.
París, Vélez, Herrán son los únicos m ilitares granadi­
nos capaces de un mando activo.
Esto que acabo de extractar debe ser de lo menos
crudo y directo que en la obra se halla, por razones que
luego diré; pero todo ello corresponde bien a ese período
de la vida del Libertador que precedió a su m uerte, y al
estado de su ánimo en Bucaram anga, que Gil Fortoul ca­
lifica de acceso de misantropía. A seis u ocho jom adas
de Ocaña contemplaba la tempestad que rugía en Ocaña
y la brega ya empeñada entre santanderistas y bolivianos;
sus juicios más acerbos no por esto se referían a sus
enemigos, sino con frecuencia a viejos conm ilitones su­
yos, algunos de los cuales le acom pañaban por entonces.
122 LISANDRO ALVARADO

Todo esto hace decir al general Lacroix: “Si el general


Bolívar viera mi Diario, así como Napoleón veía el que
redactaba el conde de Las Casas, cuántas cosas borraría,
cuántas correccionaría y cuántas añadiría; cuán sorpren­
dido y arrepentido sería de haber dicho tales o cuales
verdades que, sin su voluntad, han sido recogidas y sin
ella también van a ocupar el público y hacerse propiedad
de la historia y herencia de la posteridad. Si lo viera im ­
preso cuál sería su sorpresa y su pesar de haber sido
cogido en fragante; de verse presentado al público, al
mundo entero sin velo ninguno y enteram ente desnudo;
de ver sus opiniones públicas y privadas, su conducta
exterior e interior, sus proyectos, sus ideas, sus palabras
y hasta sus extravíos y locuras en posesión del pueblo y
correr los dos hemisferios. Todo esto, pues, hace el mérito
y recomienda el Diario de Bucaramanga."
Y en la últim a fecha del m anuscrito; “Este día es el
último del Diario de Bucaramanga y con él se concluye
porque han cesado ya los motivos que había tenido para
su redacción, los cuales eran: la residencia del Libertador
en esta villa; mi permanencia cerca de su persona, y la
reunión en la ciudad de Ocaña de la Gran Convención
Nacional... Deseo haber llenado m i objeto, que ha sido el
de hacer conocer al Libertador, presentándolo a la faz del
mundo tal como es, tal como piensa, ta l como obra y se
m aneja, tanto en los negocios públicos como en su vida
privada. Además, el cuadro que presento del general S i­
món Bolívar no es limitado a mostrarlo tal como piensa
en el día, sino ta l como ha pensado desde que comenzó
su carrera de glorias; yo no soy quien lo ha retratado,
sino él es que se ha pintado a sí mismo sin saberlo y es
él también que ha pintado los muchos personajes que
figuran en este Diario, sin creer hacerlo; y esta circuns­
tancia da un tal carácter de interés y de verdad a todos
aquellos retratos bien preciosos para la historia.”
Una copia incompleta y retocada del Diario fue edi­
tada en 1870 por don Fernando Bolívar, y luego repro­
ducida en El Diario de Caracas. Esta falsificación histó­
rica dio origen a una invectiva que don Ramón Azpurúa
añadió a la biografía de Lacroix. Debemos, pues, describir
el códice que hemos tenido a la mano para escribir estas
líneas, que cortésmente nos ha facilitado su dueño, el ve­
nerable y muy docto académico general Pedro Arismendi
/LriTU LiU U iA

Brito. Consta ese manuscrito de dos cuadernos solamente,


marcados con las denominaciones de tomo 2.° y tomo 3 °,
los cuales comprenden las páginas 167 - 323 y 323 bis - 467,
respectivamente. Las fechas son. en el tomo 2 °, del 2 de
mayo hasta el 26 de Junio. En la portada del primero de
estos cuadernos se lee esta nota: “Literalm ente copiado
del original que escribió el general, coronel entonces,
Luis Perú de Lacroix. Debe tenerse en cuenta que el es­
critor era francés.” Al fin del 2.° cuaderno hay esta otra
nota: “La que precede es copia del original, flel y lite ­
ralm ente sacada y term inada en Caracas hoy viernes, 22
de mayo de 1863”. Esta data de antigüedad de la copia
puede comprobarse con el papel empleado para ella, que
es el español llamado de orilla, plegado en cuartillas, cu­
yas dobles fechas varían de 1856 a 1863. En el tomo 2.°
faltan cuatro hojas, desde la página 295 hasta la 302, y
en su lugar hay una hoja en blanco. ¿Habría allí algún
dato horripilante? Es posible.
El texto abunda en galicismos, cuidadosamente con­
servados por el copista y subrayados con lápiz por algún
lector. Otros pasajes subrayados con lápiz rojo deben ser
también obra de otro lector.
En el núm. 440 de El Cojo Ilustrado se publicó hace
un año el índice del Diario correspondiente a todo el mes
de abril. Corren las páginas desde la 1.a h asta la 152, y
por consiguiente no se corresponden con las del códice
del general Arismendi B rito ; pero esto bien se explica
suponiendo que ese índice, que posee nuestro buen amigo
el señor Manuel Segundo Sánchez, pertenecía al original
mismo, ya que, según expresa el académico señor Eloy
G. González, es aquél un autógrafo de Lacroix.
Escrito esto, he podido exam inar la parte del índice
que posee el señor Sánchez y otros fragm entos autó­
grafos de Lacroix. Es cosa en extremo interesante. El for­
mato del índice, es más o menos el mismo de la copia;
pero ¿cómo andan separadas esas páginas autógrafas del
original guardado por el Marqués del Toro, que según
parece está en poder de la sucesión Azpurúa?
Dijimos de las páginas que faltan al tomo 2.° de la
copia, que corresponden al fln del 21 de mayo. También
faltan las páginas 355 - 359 al tomo 3.° correspondientes
al 29 de m ayo; mas aquí no se interrum pe el desarrollo
del sumario, lo cual hace pensar que el copista paginó
9 - ANTOLOGÍA
124 LISANDRO ALVARADO

de antemano los cuadernos, y que las erratas le obligaron


a alterarla, añadiendo cifras bis, ter, etc., a una misma
cifra o suprimiendo otras. Obsérvese, por último, que al
decir el copista “coronel entonces” acerca de Lacroix, deja
entender que el diario fue escrito positivamente en 1828,
y no siete años más tarde, como supone Azpurúa.
¿Qué valor tienen los fragmentos del Diario conocidos
hasta ahora? Tienen alguna mayor im portancia que la
que Azpurúa daba a las tiras de papel que Lacroix mos­
traba a sus amigos en 1835. El compilador daba a en­
tender que no sólo el autor modificó sus juicios, sino que
también fueron las copias alteradas ex-profeso. Pero el
códice actual tiene todas las apariencias de una copia
auténtica y los juicios en ella contenidos del autor cum­
plen con las condiciones de una relación histórica y tes­
timonial. El cotejo definitivo es aún posible, porque junto
con las obras inéditas de Lacroix que deben existir en
Montelimart o en París, parece que se encuentra alguna
copia exacta del Diario; mas ya que no aparece el m a­
nuscrito original que dejó Lacroix en poder del Marqués
del Toro, antes que por uno u otro motivo se pierda el
códice que ahora existe, laudable es el propósito de pu­
blicarlo, incompleto y todo como está.
ANTOLOGÍA 125

PROCERES TRUJILLANOS
Dr. Vicente D ávila: Proceres Trujillanos. Im ­
prenta B olívar. Caracas. 1921.

He aquí un libro destinado a ser fuente de consulta


para el historiógrafo del porvenir, aunque el autor afirme
que “es sólo de algún interés para los trujillanos y en
especial para la fam ilia Briceño”. Ya el público era co­
nocedor de otra obra análoga, los “Proceres Merideños”.
En ambas ha sabido desafiar el doctor Dávila la afanosa
labor de rastrear los orígenes genealógicos de muchos de
los hombres que pusieron sus más nobles y patrióticos
empeños en realizar los vastos planes del general Miranda
en lo tocante a la política colonial española.
Tres años ha gastado el doctor Dávila en la elabora­
ción de este libro; tiempo no siempre bastante para una
recia tarea como esta de seguir el hilo de los aconteci­
mientos en cada biografía con el embrollado auxilio de
textos y expedientes de diversa índole, o de documentos
sepultados en el Archivo Nacional u olvidados en algún
viejo arcaz milagrosamente conservados entre las vici­
situdes de ilustres descendencias.
Recuerdos de nuestra vida estudiantil son los de Tru­
jillo, con motivo de haber solicitado allí el certificado
de enseñanza secundaria. Aún conservaban las leyes de
instrucción pública el inútil y engorroso grado del bachi­
llerato. La ciudad, trashum ante en sus principios, azo­
tada por insectos sociales y jaguares bandoleros, hosti­
gada por la tribu salvaje y el pirata salteador, m ostraba
ahora, en las paredes de sus casas, nuevas señales de
violencia y enconoso batallar, en las m arcas dejadas por
las balas, o en los techos sañudamente destruidos, de al­
guna casa principal. Emigrado habíamos conocido en El
Tocuyo, junto con otros partidarios, al anciano doctor
Labastidas, cenceño y agresivo, con una barba cana que le
126 l ISANHRO ALVARADO

daba aspecto de jeque árabe, ocupando sus ocios en es­


cribir las biografías de los obispos de Mérida. Sabíamos
vagamente que perteneció al congreso constituyente de
1830; pero ignorábamos sus litigios jurídicos y políticos,
y las sorpresas que pueden contener los debates de aquel
congreso conservados todavía en caracteres estenográficos.
Nos recordaba en todo caso la actuación enérgica, erudita
y varonil que en los mismos lugares había dejado otro
batallador contemporáneo: el doctor Antonio M. Soteldo
Mas, por fortuna para Trujillo, el impulso que años
atrás había dado el general Carrillo, restableciendo la
instrucción pública, más o menos aniquilada al term inar
la guerra de emancipación de Venezuela, no se había per­
dido del todo. El Colegio Nacional era visitado en días
de paz y actividad por estudiantes forasteros. Una calle
larga, con un nombre largo también (la calle de la Re-
gularización de la Guerra) nos recordaba las brumas de
San tana y el m ajano del arm isticio que allí habíamos visto
en medio del camino. Había cierta grandeza (mejor dicho,
una grandeza positiva) a los ojos del viajero que llegaba
a la vetusta patria de los Cuicas, trasponiendo las ele­
vadas cuestas que m iran al lago de Maracaibo, para con­
templar los variados paisajes que ofrece aquella reg'ón
montañosa y fría, donde la evolución política ha marcado
sus etapas en cientos de lugares más o menos señalados
por ferocísimos combates, donde a las veces no se sabe
a cuál de los contendores perteneció el heroísmo.
Pues bien, el doctor Dávila sabrá detallar en su libro
tanto la evolución m ilitar de aquella región como su evo­
lución civil. Contará los caudillos, contará los magistrados,
recontará los que de un modo o de otro han ilustrado
los anales del Estado. Aprovechará lo impreso y lo m a­
nuscrito, la crónica, la tradición, el panfleto, la sátira,
la conseja, la anécdota picante y maligna. El libro está
bien escrito y documentado. Pero conviene no olvidar que
este culto e infatigable doctor Dávila es un conservador
hecho y derecho, que piensa en este respecto como los de
esa filiación que participaron de las luchas trabadas con
los liberales. Las viejas querellas anteriores y posteriores
a 1830 renacen al pasar revista a los prohombres tru -
jillanos.
Colmar de elogios la rectitud de la Audiencia o la in ­
fluencia de la Universidad es muy oportuno por cierto,
ANTOLOGÍA 127

aunque hubiera sido Utilísimo señalar las causas que abo­


caron a tal resultado, bien sabido como es el plan de la
la política española, implacable con el rebelde, descon­
fiada con la ilustración que subrepticiam ente exparcían
los republicanos franceses. Sospechamos que Heredia y
6us colegas abrigaban otras ideas que las oficiales para
apagar la conflagración revolucionaria; pero el hecho es
que todos los sobreseimientos dictados en las causas de
infidencia procedieron de cerca a la invasión de Bolívar
en 1813, De otra m anera llegaríamos a sospechar que la
Audiencia izquierdeaba en sus dictámenes y sentencias,
convictos como estaban algunos acusados que aquellos
jueces salvaron de la prisión o el cadalso y aun del em­
bargo de sus bienes o el destierro.
Cuando el autor observa que los directores de la in ­
dependencia de Venezuela fueron los patricios y los tipos
representativos de las profesiones que honraban, y que la
mayoría salió de las universidades de Santo Domingo,
Caracas, Mérida y Bogotá “fundadas todas ellas por el
Gobierno español”, parece olvidar que las ideas de Car­
los I I I fueron un paréntesis glorioso, pero instantáneo
en la monarquía española, cuyo procedimiento n atural de
conservación para sus dominios fue el que puso en prác­
tica el general Morillo, sin tener en cuenta las juiciosas
observaciones de altos magistrados españoles que advir­
tieron a la corte los errores de la adm inistración colonial.
Ilustrar a los am ericanos no fue ciertam ente una pre­
ocupación sincera de la monarquía española. Si el clero
secular fue acá más liberal que en la Península, es un
fenómeno que requiere atención especial del historiador.
Esta política de concordia que en las causas de infi­
dencia indicaron los oidores era tan motivada, que la
guerra a muerte fue el resultado de los que prefirieron
la política de represión y terror. En los años rojos de 1812
a 1816, ¿cómo podremos discrim inar con perfecta certi­
dumbre la equidad y la ju sticia? ¿Podríase juzgar defi­
nitivamente de la exclusiva responsabilidad, por ejemplo,
de don Antonio Guzmán por la ejecución de algunos pa­
triotas? ¿Debía Bolívar cruzar los brazos ante los pro­
yectos de Piar, ante las traiciones de Páez, Mariño, Aris-
mendi y Bermúdez, ante las torpes maquinaciones de
algunos frailes ignorantes y fanáticos de Guayana? A ver
quién desenm araña lo que antecedió y siguió al 25 de
128 LISANDRO ALVARADO

septiembre de 1828, sin caer en frecuentes e inexplicables


inconsecuencias.
Nuestro autor es consecuente con su fiiliación política
y su m ejor elogio sería la sinceridad. Piensa, en los pun­
tos que hemos señalado poco ha, como pensaron en
parte Ju an Vicente González, Eusebio Baptista, Manuel
y Ramón Briceño, Emigdlo Briceño, Angel Quintero. Pero
durante un estado de guerra no hay ni habrá códigos,
y durante una convulsión social el hombre vuelve a su
estado primitivo. Sólo el filósofo iluso o el político em­
bustero no m ás piensan de otro modo; y en la alterna­
tiva del grande hombre, por una parte, a quien nom bra­
mos nuestro Libertador, y por la otra fanático, del sep-
tem brista, y del caudillo sin preparación civil ni política,
llámese Páez, o Piar, o Mariño, o Arismendi, o Bermúdez,
yo me quedaré resueltamente con Bolívar, sin por ello
desestimar en los otros otras cualidades o virtudes ex­
trañas al plan formidable de libertar medio continente,
idea que en principio y para su larga ¡preparación só’.o
pertenece a Miranda, aunque la ejecución fue reservada
a Bolívar y a San Martín por el destino.
Por supuesto que las opiniones particulares del doctor
Dávila no amenguan en nada la im portancia del libro,
que es en suma una obra en extremo importante entre
las m ejores que han enriquecido en estos tiempos la bi­
bliografía venezolana. Mayor reparo exigen que su exé-
gesis privada (por más extraño que parezca) ciertos de­
talles cronológicos o sincrónicos bien conocidos de los
historiadores, en los que la exactitud depende necesa­
riamente de las fuentes de que se ha servido él. Mediante
la tesonera consulta que hoy hace el autor en el Archivo
Nacional mucho habrá de cosechar que complete o que
refunda lo ya hecho en los “Proceres Trujillanos”.
Mientras tanto vamos a proponerle una pequeña rec­
tificación en el texto, aunque no sea más que para in­
formación. Hace entender el autor que Antonio Leocadio
Guzmán, desfiguró el nombre de la que fue primera es­
posa de don Antonio Guzmán. El intento es al parecer
m anifestar cuán poca fe merecen las noticias históricas
trasm itidas por el asendereado corifeo del partido liberal.
Bien extraño sería que en m ateria que no le importaba
falsear, máxime al designar a su propia madre, el hijo
no supiese cómo se llamaba ésta o fuese tan indolente
ANTOLOGÍA 129

que aprobase la redacción de un documento público en


que aquel nombre estaba equivocado. ¿No habrá ocurrido
un trastrueque en los datos que aparecen en la pági­
na 133 del libro que examinamos? De todos modos no
será inoportuno copiar aquí un papel viejo y sin ninguna
duda auténtico, del archivo de A. L. Guzmán. “Caracas
1.° de Abril de 1816-N.°... Tengo de mi propiedad en la
plaza de la Guayra una casa Almacén en el callejón de
Muchinga, que lo hube en el tiempo de mi l . er M atrimo­
nio con D.a Josefa Agueda García, en quien tube dos hijos
nombrados D. A.nt.° Leocadio, y D.a Ju a n a M arcelina de
los Dolores: y lo advierto por que me boy a contraer
2 ° Matrim.0 con D.a Ju a n a Josefa Mirabal.
Guzmán”.
Ahora bien, si el m atrimonio de don Antonio se llevó
a cabo el 4 de diciembre de 1810, ¿cómo pudo nacer An­
tonio Leocadio el 5 de noviembre de 1801? ¿Quién es en­
tonces Josefa Angela García que el doctor Dávila identifica
con la que el autor de “Los ilustres” apoda en su despecho
“La tiñosa”, malignamente informado por Level de Goda
o por los oligarcas de Caracas? Son estas meras suges­
tiones que pueden contribuir a aclarar las confusiones
que en este particular existen, ocasionadas a lo que pienso
por la indiferencia con que el redactor de “El Venezo­
lano” recibía los más furibundos ataques contra su per­
sona; circunstancia que, preciso es confesarlo, le daba
una superioridad natural sobre sus adversarios más te ­
mibles. ’
Debemos dar la enhorabuena al doctor Dávila por el
libro que ha publicado. Repitamos que su im portancia no
se disimula con el valor local que él ha querido darle.
Con varios literatos m ás como él, cualesquiera que sean
sus opiniones, avezados a laborar en composiciones de
esta clase, demostrativas y bien documentadas, no será
poco el legado que tocará a la posteridad, a una pos­
teridad que se considerará feliz con aprovechar el es­
fuerzo y la inteligencia de sus antecesores.

L is a n d r o Alva ra do .
CAPITU LO CUARTO

PÁGINAS LITERARIAS
LA POESÍA LÍRICA EN VENEZUELA
A FINES DEL SIGLO X IX

(Trabajo de incorporación a la Academ ia Venezolana,


correspondiente a la R eal Academia Española)

Bien será que antes de considerar el tema que me he


propuesto, y aun la flaqueza de mis razonamientos, entre
a recordaros, primero que todo, la suma desproporción
que salta a la vista entre el que ocupó el lugar que habéis
dispuesto proveer, señores académicos, y quien ahora va
a ocuparlo; mas ya puesto sin remedio en este trance,
permítaseme reflexionar en mi abono, que siendo ta l se­
ñalamiento cosa vuestra y com placencia que habéis te ­
nido a bien otorgar, podré aguardar de antemano que
sea el contraste menos recio a vuestros ojos, y que para
atenuarlo usaréis ecuanimidad y justeza, teniendo ya sa­
bido qué puede o qué atreverá el a quien toca en suerte
hacer este elogio académico.
Sube de punto mi apocamiento y confusión al caer en
la cuenta de que es un discípulo, y de los más oscuros
por cierto, del doctor R afael Villavicencio quien osa lle­
nar la vacante de la silla que largo tiempo honró el
ilustre extinto con su moderación y sabiduría. Ni pro­
baré a juzgarle aquí como historiador, ni discurriré cómo
presentarlo en sus aspectos de escritor y de filósofo, sino
de una manera que tan sólo satisfaga mi deseo de recor­
dar al hombre eminente cuyo influjo no fue escaso en
el m antener la m ajestad y pureza de las letras en Ve­
nezuela.
Cuando venciendo todo lin aje de escrúpulos determiné
— 133 —
134 LISANDRO ALVARADO

de escoger como tema de estudio la evolución en nuestra


patria de la poesía lírica a fines del siglo x ix , la o^ra
didáctica del doctor Villavicencio tomó puesto obligado
en el examen del asunto y despertó el anhelo del discí­
pulo en dirigir a ese campo florido sus miradas, apresú-
rome a decirlo, más bien curiosas que inquisidoras. ¿No
es acaso la filosofía la que en definitiva falla acerca de
las disputas que con frecuencia entablan escuelas y sec­
tas cuando prueban a explicar los fenómenos que nos
rodean, o a sondear las pulsaciones abismales de les se­
res, o a penetrar más allá del alcance de nuestros scn -
tidos? Toda m anifestación de la vida orgánica descubre
al observador cierto orden invariable, cierta sucesión de
los detalles, y el conjunto viene enlazado y coordinado
según el axioma de que la naturaleza avanza por grados
nunca interrumpidos. Esa insensible grada c'ón, ese no
interrumpido pero tampoco distinto eslabonamiento mues­
tran, a quien de lejos lo examinare, una perspectiva armó­
nica y perfecta que vista de cerca exhibe no obstante a
trechos partes secundarias, suerte de cemento que aju sta
y acabala el todo, a la m anera de las conjunciones gra­
maticales, en la expresión de nuestros pensamientos.
Tratándose, por ejemplo, de un período literar'o, sería
tan indefinible y vaga su pintura que no la distinguiría­
mos de otra si pretendiéramos un bosquejo de aquello
que lo precedió y siguió, si omitiéramos averiguar con
qué pueblos coexistía comercio intelectual, o qué cosas
eran de preferencia leídas, o a quiénes se veneraba como
a maestros del buen decir, o quiénes pasaban como in ­
térpretes de nuestros ideales. Los rumbos políticos y las
creencias religiosas de los pueblos marcan de ordinario
las diferentes etapas que hacen la literatura y las artes;
mas en la preparación inm ediata de las escuelas im porta
no poco el proselitismo escolar de una cultura superior,
la afinidad de la raza, la mancomunidad de tendencias,
y media en todo eso una correlación tan manifiesta y
firme, que ha servido de punto de vista al singular genio
de Nietzsche para fincar en ella uno de los fundamentos
de la filosofía y la clave de nuestro amor a la vida y de
los valores humanos en general.
Lógico es preguntar a este respecto cuáles eran las
creencias filosóficas del doctor Villavicencio y cómo des­
envolvía en ellas la teoría del arte. Confieso que al tomar.
ANTOLOGÍA 135

en su sentido más amplio tal pregunta, no hubiera vaci­


lado en afirmar que si el positivismo de Comte no le
tenia convencido, había por lo menos dejado en sus
convicciones hondísimas raíces. Sectas filosóficas no nos
apartan a gran distancia de la doctrina fundam ental o
bien dan nacim iento a otra secta de contemporización
ecléctica. El concepto principal queda ileso. Las varia­
ciones habrán siempre de converger, como en biología,
a los caracteres orgánicos de la especie típica. Positivis­
mo a la m anera de Littré o a la del doctor Villavicencio,
es en resumidas cuentas el mismo ideado por Comte, y
en esto me refiero a las lecciones que de aquél oí en la
Universidad Central. Ni sé que alguien haya continuado
esa enseñanza después que el m aestro abandonó la cá­
tedra. Que h uto hasta su muerte una serie de bamboleos
doctrinarios de inexplicables inconsistencias es lo que han
puesto fuera de duda sus biógrafos, y entre ellos cito de
preferencia, porque le trataron de cerca, a los doctores
Felipe T ejera y Diego Carbonell1. Va Carbonell hasta el
punto de sugerir como explicación de este fenómeno la
donosa paradoja de que los múltiples conocimientos que
simultaneaban con los credos de Villavicencio conducen
a la verdad lastim osísim a de que la sabiduría sue.le ten ­
der su mano a la ignorancia.
Sea como quiera, placídome ha con esto y sin esto la
recordación del maestro, quien, como Spinoza, amaba el
sosiego y la armonía en sus lucubraciones y una especie
de panteísmo conciliador, y como Hégel perseveró en la
meditación de por qué vivía así, ocasionando entre sus
partidarios lo mismo una derecha conservadora que una
izquierda radical. A diferencia de entrambos abandonó
sus creencias a la vera del camino una por una, de tal
suerte que si al fin de sus días hubiera versificado en
sus ocios como don Pedro Arismendi Brito, habría sido
con seguridad el último de los románticos. Nos familiarizó
110 obstante, después de todo, con la dialéctica baconiana
llevándonos por fáciles transiciones de sistem a en siste­
ma y adiestrando el raciocinio con una suave gim nástica,
saludable en la derecha aplicación del criterio.

1 F . T e j e r a . Perfiles venezolanos, p. 3 3 9 , 2 . * e d . De C a r b o n e i . l .
Don Rafael Villavicencio, en “ El Universal” , núm. 4.117, i.° noviem­
bre de 1920.
136 LISANDRO ALVARADO

Era menester, señores, pagar tributo a la memoria de


mi distinguido maestro, y he pensado asimismo que en
otra ocasión solemne habré de hacerlo bajo un nuevo as­
pecto. Permitidme ahora volver al tem a que me había
propuesto referente a la poesía lírica en nuestra patria.
Los últimos decenios del siglo pasado fueron notables,
en efecto, por la actuación que entonces cupo a la bohe­
mia literaria, que así fue denominado el cenáculo de los
que fom entaban ese movimiento sedicioso; y bien m i­
rado, paréceme que no fue tan insignificante su empeño
que no merezca atención y comentarios de parte de los
contemporáneos. Desenvuelta a la verdad en el seno de
un activo florecimiento intelectual, ese mismo ha sido
por algunos calificado de malsano y decadente, y ella
algo así como un producto anómalo, morboso, pura im i­
tación de una secta extravagante aparecida en Francia
con el propio gitanesco nombre. Acaso convendría tocar,
aunque sea de paso, determinados antecedentes. Super-
fluo no es.
Por su carácter eminentemente personal, por su fa ­
cultad de hacerse intérprete de los sentimientos de una
colectividad o de una creación antropomórfica, la poesía
lírica revela en general las emociones más íntim as del
pensador, las ideas más nobles que engrandecen a un
pueblo, en una form a clara, armoniosa, ordenada, fácil de
guardar en la memoria. La divinidad, la naturaleza, la
patria, el amor, la alegría, el dolor, la muerte, asumen
por este arte, y a merced de ese lenguaje, modalidades
tan sin número que apenas en nuestro propio idioma po­
demos sentirlas o presentirlas sin la magia de la poesía.
De aquí el puesto eminente que en todos los pueblos del
universo y en todas las edades de la humanidad ha tenido
y tendrá tal forma literaria, no sólo en poderosas re­
públicas que se han atenido más bien al progreso de las
ciencias experimentales y exactas o a la economía política,
sino también en tribus primitivas o de una civilización
escasa y limitada.
Claro es que la belleza o la perfección que en este caso
percibimos ofrece tantas variaciones cuantas sean las
m anifestaciones de cada pueblo, civilizado; y que en uno
mismo de ellos su gradual ilustración va imprimiendo
tonalidades en consonancia con los principios que tiene
aprendidos para entender el arte, para adaptarlo a las
ANTOLOGÍA 137

diversas épocas de su vida. Los retóricos saben decir esto


con más orden y exactitud; pero a todos nos es dada la
facultad de experim entar la impresión de una imagen, de
fotografiarla, de fijarla y revelarla en lo más hondo de
nuestro pecho. Citamos cuando escribimos, o recitamos
cuando en voz alta discurrimos, tal o cual estrofa cono­
cida que interiorm ente responde a nuestros afectos o pa­
siones, y van todavía más allá las almas espirituales y
exquisitas cuando después del estremecimiento que m o­
tiva la imagen evocada sienten el vago anhelo de conocer
al poeta, al que experimentó por sí y para sí y antes que
ellas esa misma emoción, y aun de oír el timbre de su
voz, buscando cómo aplicar de ese modo en lo posible los
dos medios principales de percepción estética.
Vengamos, pues, a lo nuestro, que será m ejor. T rate­
mos de exam inar los factores que han concurrido a fo­
m entar la poesía lírica en Venezuela, bien entendido que
en lo de señalarlos haremos a nuestra m anera y sin la
idea de ilustrar o retocar el asunto. Si apartamos por un
momento los factores internos, tomando como ejemplos el
cultivo de las letras, la difusión de la imprenta, el per­
feccionamiento de las instituciones, notaremos desde lue­
go que el período clásico de la literatura española, dueño
y todo de tan buenos modelos que ofrecer a nuestra pa­
tria, no llegó a germ inar sino en aquellas colonias que,
como la Nueva España, gozaban de envidiable bienestar
y de una expansión no despreciable del arte tipográfico.
Tardía fue la floración. Del sueño secular que las invadió
y aletargó despertaron en pleno romanticismo, cuando la
escuela de los clásicos había sufrido en Europa tremendas
acometidas. Acá, entre nosotros, oyóse del lado de la F ran ­
cia el rumor de la tormenta.
Teniendo en cuenta, como cosa que importa, las di­
ficultades de lenguaje para el estudio particular de las
buenas letras, es manifiesto que entre los m aestros más
afamados de Europa y América los franceses fueron pre­
feridos, así y todo, a los españoles e italianos. Sea que la
revolución francesa hubiese penetrado más en los espí­
ritus que la norteam ericana, sea que el genio de Víctor
Hugo ejerciese una hegemonía incontrastable en la li­
teratura contemporánea, es lo cierto que la preponde­
rancia del arte francés impuso una servidumbre, que muy
poco ha menguado hasta ahora a pesar de los adelantos
138 LISANDRO ALVARADO

conquistados. En el norte de Europa acaeció lo mismo,


aunque temporalmente. No es ocioso, por consiguiente,
que insistamos con cierto énfasis en esta circunstancia,
y que recordemos para descargo nuestro la manera como
aludían los prosistas romanos una y otra vez a los auto­
res griegos, complaciéndose en los versos que oportuna­
mente insertaban como sentencias. Tampoco es de ex­
trañ ar que las mudanzas experimentadas por la poesía en
Venezuela obedezcan sencillamente a las vicisitudes del
arte francés y que hasta en la nomenclatura las hayan
seguido paso a paso.
i Qué entusiasmo, qué persuasión, qué ingenuo regiona­
lismo el de Ju an Vicente González cuando, deteniéndose
en cierta ocasión ante las magnificas proezas de Mirabeau
y sus imperecederos hechos en la revolución del 92, pro­
rrumpe en calurosos panegíricos! “El hombre que piensa
(exclama) tiene dos patrias, aquella en que el cielo le hizo
nacer y la Francia, el país del pensamiento. Se fam i­
liariza un hombre con los grandes escritores de Ita lia ;
profundiza los tesoros literarios de Inglaterra y Alemania;
pero él sabe que es una obra extranjera lo que admira:
las ideas, los caprichos, los idiotismos, permítaseme la
expresión, del pensamiento, las bellezas mismas, no son
cosmopolitas; se im itan oficialmente, y todos observan
la imitación. Pero cuando se leen los autores franceses,
algo hay en ellos que nos arrebata y atrae poderosamente:
los sistemas se convierten en form as graciosas que nos
seducen, o en victoriosos raciocinios que nos someten; las
abstracciones alemanas se hacen risueñas, y se humani­
zan los arranques egoístas de Inglaterra. Cada pensamien­
to de un escritor francés da la vuelta al mundo." Y este
galófilo, de tanta pericia en el decir, de tan refinado gusto
literario, de tan privilegiada memoria, clásico en lite ra­
tura, conservador en política, no oculta su admiración
por Leopardi, alienta con sus elogios a Abigaíl Lozano
y a José Antonio Calcaño, e indiferente en la campaña
vigorosa abierta en ultram ar y hacia los cuatro vientos
por el romanticismo germánico, es él mismo clásico en
la forma y romántico en el pensamiento. Sin poderlo evi­
tar, piensa y escribe a la francesa.
Notemos además este detalle. Cuando en Ita lia y F ran ­
cia nacía el romanticismo, cuando en la tercera década del
Biglo x ix libraban furiosos combates los poetas líricos y
ANTOLOGÍA 139

sobre todo los escénicos, cuando Bolívar defendía a la


Gran Colombia de diversas agrupaciones políticas coli­
gadas, en Venezuela, empobrecida y atrasada, nacían mu­
chos de los que fueron más tarde príncipes de la poesía
nacional. ¿Quiénes supieron entonces de los himnos de
Wallin, los inspirados acentos de Tegner, los estudios pre­
determinantes de los hermanos Schlegel, los fantásticos
cuadros de Chamisso y Hoffman, las primorosas cancio­
nes de Goethe, Schiller, Koerner y Uhland? Sin duda po­
cos, y éstos quizá adeptos del trovar hispano y burladores
implacables del culteranismo expirante.
No había que avergonzarse de ello, sin embargo. De
vieja data era ese trovar hispano, apenas posterior a Pe­
trarca, m ientras que Francia no vino a ser derechamente
lírica, sino ya entrado el siglo xxx, y esto merced de los
metafísicos y literatos del norte, según se ha observado,
fuera de otras causas que m ecieron la cuna del roman­
ticismo. La reacción, proclamada a expensas del arte
cristiano, consiguió en su programa el desarrollo del in ­
dividualismo, y el predominio del “yo" como centro de
gravedad de la poesía. Los armoniosos versos de Hugo,
Lamartine, Musset, Vigny, Byron, Leopardi, fueron como
el eco de un inmenso acorde, de una canción secular,
que maravilló a todo el mundo cristiano.
Mal aprestada Venezuela aún para el clasicismo, llegó
a sus playas la honda resonancia como un sordo y en­
trecortado clamor, al través de los disturbios de 1826, de
la conjuración de 1828, de la m uerte del Libertador, del
reparto de Colombia, de los cadalsos de 1836. Pero en
cambio, si el clasicismo no pudo aprovechar sino las trá ­
gicas y sangrientas escenas de las guerras por la inde­
pendencia, el romanticismo tuvo al contrario la buena
suerte de ser anunciado y proclamado en Venezuela des­
pués que fueron exterminados los últimos bolivarianos,
cuando empezaba la oposición sistem ática de “El Vene­
zolano"; causas, en suma, análogas a las que en Francia
determinaron la caída del prim er imperio y la reacción
antiborbónica. Estaban llamados a triu nfar los reform a­
dores, a realizar una especie de resurgimiento que arre­
batara los espíritus levantados, las almas generosas, la
flor de la juventud.
¿Triunfaron acaso? ¿Quiénes fueron los maestros, cuál
su obra? Observemos que los grandes escritores españoles
10 - ANTOLOGÍA
140 LISANDRO ALVARADO

o venezolanos continuaron fieles a la escuela clásica; ob­


servemos que en la consolidación de la nacionalidad ve­
nezolana, en la organización de la hacienda pública, en
las convulsiones políticas consiguientes, absorbíase la
principal atención del país, ofreciendo ello escaso pábulo
al cultivo de las musas, al libre vuelo de la imaginación,
a la poderosa voz de la imprenta. Verdad es que Maitín
y Lozano debieron haber producido en los centros lite ­
rarios una sensación igual, o casi así, a la que Espronceda
y Zorrilla despertaron en España; pero el hecho es que
clásicos y románticos existieron y compitieron en una
suerte de armisticio hasta el resurgimiento de 1870 en
que de nuevo rompieron las hostilidades. Entre los ada­
lides del romanticismo, Calcaño vivió lo bastante y apro­
vechó ocasiones para sustraerse del estilo quejumbroso
y lúgubre, de los pensamientos tétricos, que estuvieron de
moda largo tiempo, y que probablemente obedecían a in ­
fluencias naturales o psicológicas, más bien que a pueriles
vicios literarios. Asiduo lector de los poetas italianos,
franceses e ingleses fue Calcaño, según indica uno de
nuestros críticos, uno de los m ejores representantes del
romanticismo en su más cabal desarrollo. Es en el fondo
tan religioso (tan mitológico iba a decir) como Zorrilla,
aunque en orden diferente; porque “la fe de José Antonio
Calcaño perfuma el arte con un ligero perfume místico,
lleno de e n c a n t o ” 2 . No menos popular que Lozano fue Do­
mingo Ramón Hernández, tan apacible de carácter, tan
sosegado de modales, tan delicado en sus poesías; de quien
dice un su amigo, tan buen poeta como prosista: “Los
versos de este bardo parece que tienen alas, porque apenas
ven la luz pública cuando se los oye decorar por todas
partes y arrancar más de un suspiro de corazones insen­
sibles largo tiempo sumidos en la indiferencia”3. Pardo,
Escobar, Yepes... Sería prolijo nombrarlos a todos y seguir
de cerca sus pasos y describir sus blasones en el torneo.
Quizá el último representante del clasicismo, a lo menos
en lo que mira a la refinada arquitectura de sus versos,
fue Gutiérrez Coll, quien a pesar de su delicada inspi­

2 R. Blanco-Fombona. José A. Calcaño, en “ El Cojo Ilustrado” ,


níim. 148 (15 febrero 1898). '
8 F . T e j e r a . O . c., p . 247
ANTOLOGÍA 141

ración, “parecía tener miedo a sus a la s”, cual se expresa


el escritor ahora poco citado«.
Las postrimerías del siglo x ix presenciaron la agonía
de estos sistemas literarios. La estética oficial dio de tra ­
vés, arrollada por el desenfrenado torrente del moder­
nismo. Clásicos y románticos participaron en Venezuela
de una crisis hasta entonces desconocida. Fue en esa épo­
ca de agitación y controversia cuando nuestra poesía se
vió estrecham ente afiliada a los movimientos subversivos
proclamados en Francia. Cuanto más intensa la cultura,
tanto más intensa la reacción. La filología y la lingüística
parecían aumentar prodigiosamente los recursos del lé­
xico. El “yo”, con tan ta sagacidad analizado por Fichte,
el idealismo trascendental de Schelling, el hegelianismo
tan bien visto en España, las rudas teorías de Nordau
y Nietzsche, el animismo de Taylor, los extraordinarios
poemas sinfónicos de Wagner, todo agravó día por día la
crisis del mundo estético europeo. El año de 1848 fue
un Cabo de las Tormentas. En el prefacio de los “Cantos
antiguos”, de Leconte de Lisie, publicóse una declaración
de guerra, cuyos propósitos consistían en rendir culto a
la forma, en crear una poesía objetiva, naturalista, re­
presentativa, erudita, exacta. Gautier, Banville, Sully
Prudhomm§, Coppée, dan celebridad al movimiento. Como
obra m aestra, los “Trofeos” de Heredia. Todo esto llevó
el nombre de parnasismo.
No sabría descubrir hasta qué punto se divulgaron esas
ideas en Venezuela, qué predominio ejercieron en los es­
píritus ilustrados, qué huellas dejaron en las producciones
literarias antes de 1870. Todas las apariencias son de que
reinó una profunda paz a la sombra de las enseñanzas
españolas, obedeciendo de buena gana a preceptos y fór­
mulas que parecían inm utables desde Quintiliano hasta
Hermosilla. Por lo demás, la enseñanza metódica, aca­
démica, oficial, tuvo largas interm itencias, y así pudo
aguardarse con paciencia durante ese estado anfibólico,
casi postumo, del parnasismo, caracterizado por las “Flo­
res del m al”, y los nuevos horizontes artísticos precisados
por Mallarmé. Si me aventuro a recodar, oh señores, que
a esta lira de siniestros acordes de Baudelaire responde

4 F . T e j e r a . O,, c ., p. 322.
142 LISANDRO ALVARADO

el eco grave y temeroso de Carducci, es reclamando con


anticipación toda vuestra indulgencia, porque aquí co­
mienza con el simbolismo la evolución más azarosa y anó­
mala que en los modernos tiempos han experimentado
la poesía y el lenguaje.
El simbolismo indicó por de pronto la conveniencia de
excitar la sugestión anímica a beneficio de medios musi­
cales, de la evocación, del símbolo. El don de correspon­
dencia, es decir, esa facultad de descubrir en objetos
aparentemente alejados entre sí inesperadas analogías,
era condición preciosa en esta escuela y señal inequívoca
del numen y clarividencia, indispensables para hacer
amable y sugestiva una innovación colmada hasta no más
de enigmas y herejías. Protestas contra la inflexibilidad
académica, contra los preceptos, campo libre para la li­
cencia poética tocante al vocabulario, a la sintaxis, a la
métrica, a la rima. Casi junto con el pamasismo penetró
esta reforma en nuestra patria, justam ente cuando re­
clamaba nuevo impulso la lucha de cultura iniciada por
el presidente Guzmán Blanco, miembro de esta Academia.
Si se comprendieron bien o no por entonces las ten ­
dencias de Mallarmé, de los hermanos Goncourt, de B a-
rrés, de Verlaine, puédelo certificar el efecto producido en
la juventud venezolana contemporánea. Es verosímil que
desde este punto de vista haya motivos de 'afirm ar (la
afirmación no es mía, por supuesto) que la poesía ro­
m ántica española vivió intelectualmente, durante más de
medio siglo, inconsciente en extremo de la realidad, en
el reino de clisé. Quien lo afirma es un compatriota nues­
tro, el señor Alberto Zérega Fombona; y dice más a ren­
glón seguido, y es que antes de la aparición de “Azul”
ese libro de Rubén Darío que despertó, sem ejante a un
bélico toque de clarín, la lírica española, así en España
como en las repúbücas hispanoamericanas, habíanse ya
notado reacciones aisladas contra la falsa poesía del ro­
manticismo español. He aquí sus palabras: “En los co­
loristas andaluces Manuel Reina y Salvador Rueda des­
cúbrese la influencia de G autier; en los americanos Gu­
tiérrez Nájera, José Martí y José Asunción Silva, la de
Musset, Banville y Coppée; en el venezolano Pérez Bo-
nalde, la de Edgardo Poe. Pero quizá por falta de homo­
geneidad intelectual, y tam bién por razones de estética
aplicada, ese grupo de poetas no logró producir una fuerte
ANTOLOGÍA 143

corriente lírica en el alma española, pudiendo decirse que


hasta Rubén Darío esa alm a dormitaba5.
Bien lo entienden así otros críticos: entre ellos, por lo
que escribe de cosas nuestras, Aibar, el editor de Pérez
Bonalde. Inútil, inútil hablar del autor de “Prosas pro­
fanas”, cantor de Simón Bolívar, sin declarar que ya lo
han juzgado, como Dios manda, Rodó, González, Blanco,
Olivero, Carbonell y quién sabe cuántos más. “Azul” apa­
reció en 1903. Perdóneme mi amigo Carlos B andt si pre­
sumo que su opinión sobre Darío, formada a la luz del
libro de Nordau sobre la “Degeneración”, es en extremo
severa. Grandioso y apolíneo es por lo menos el buen Da­
río. No urge demostrarlo. Im pórtanos ahora el hecho, que
ya viene asomado no ha mucho, de que en Venezuela
hicieron irrupción al mismo tiempo, o casi así, el par-
nasismo y el simbolismo, m ientras que el impetuoso vuelo
de Darío pasó por sobre ambas nubes sin tom ar aliento,
como águila fabulosa. Modernismo se ha llamado de un
modo vago la combinada invasión de uno y otro cisma.
Vinieron los insurgentes provistos de iconos y fetiches
exóticos: despedazaron los antiguos troqueles del verso:
introdujeron, con obligatoria exención de derechos, lico­
res embriagantes, drogas narcóticas, comparsas de pan­
tomima italiana y francesa, vocablos extranjeros o reivin­
dicados a expensas de un rico museo de arcaísmos.
Armas y armaduras hubo para pleitar y guerrear. De
unas y de otras recogió una fracción político-literaria,
que por obra de una divisa de fabricación francesa fue
llamada entre nosotros la Bohemia, teniendo sin duda
presente, e imitándolo a su modo, lo que Gerardo de Ner­
val y Murger se propusieron en ello. Había a la verdad
cierta sem ejanza sugestiva. Tipógrafos, telegrafistas, jó ­
venes todos, todos devotos del hermano Francisco en lo
de ser bienquistos de la pobreza, soñaron, por lo menos
al principio, en una patria ideal y quimérica, y aplicaron,
sin seso evidentemente, o de no, con poco tino, los va­
lores que iba presentando la evolución social. No fue al
parecer una secta, en el simbolismo francés, la bohemia.
Bino uno de sus aspectos, que a la m anera de los poetas

6 A . Z é R e c a F o m b o n a . Le symbolisme français et la poésie espag­


nole. París, M CM X X , p. 72.
144 LISANDRO ALVARADO

lacustres de Inglaterra aceptó de buena gana ese nombre


más que fam iliar. Tuvo razón de ser y aplicación especial
allende los Pirineos. Nuestra bohemia, o lo que así de­
nominamos, tomó para sí el papel que su actuación po­
lítica le señalaba, pudiendo reclamar como precursores
pacíficos a José María Reina y Manuel Bermúdez Avila,
si así conviene. Una estrecha simpatía de caracteres pro­
duce un acercam iento análogo de ideas y costumbres. Por
algo se dieron a traducir Baudelaire y Mallarmé a Poe,
Leconte de Lisie a Homero, Gerardo de Nerval a Goethe.
Es, por otra parte, presumible que en el orden de los
actos im itativos o impulsivos de una colectividad, fór-
manse de un modo inconsciente los grupos pensantes,
correspondiendo las ideas directrices a los caracteres de
cada cual como el estilo de un hombre a su m anera de
ser y genialidades.
Fue así como en el penúltimo decenio del siglo m ani­
festóse en Venezuela este espejismo. Pensábase y escri­
bíase febrilmente acerca de cuestiones políticas y sociales,
y aun sospecho que existió una bohemia científica. En
ciencias jurídicas, se entiende. Michelena, Zuméta, Ro­
mero García, los colombianos Uribe y Vargas Vila, con­
movían las columnas de la prensa. Ahunábanse gallar­
damente en la afanosa labor los poetas Arrieta, Pérez
Bonalde, Gorrochotegui, Carlos Borges, Ju a n D’Sola, R a­
fael de los Ríos, Carlos Fernández, trabajando de con­
suno en un ideal político bello, pero que derechamente po­
dremos suponer mero resultado de la personalidad misma
en que finca el más sólido fundamento de la concepción
romántica. Los hechos lo probaron, con gran satisfacción
de los políticos prácticos y positivos, a la cabeza de los
cuales hallábase el mismísimo jefe del Estado. Decían
nuestros jóvenes lo que convenía demoler, mas no acer­
taban en la maña de reconstruir sin tardanza, ni siquiera
en la de apartar o aprovechar los escombros. ¡Y qué!
¿Podían ellos, que eran precisamente hijos del resurgi­
miento de 1870, destruirlo de raíz, no poseyendo nada
m ejor que ofrecer, ni más sólido que imaginar? Romero
García era la imagen viva de aquella oposición. Fue un
bohemio inteligente, agresivo, instruido, contumelioso,
desinteresado, inquieto, desligado de todo nexo humano.
Indolente y desalmado para consigo mismo, por más que
estuviesen sus arcas provistas de paños que olvidaba re­
ANTOLOGÍA 145

querir y usar: tolerante en ocasiones, quizá por cansancio


de su agresividad y violencia, pero m ás que todo impul­
sivo y audacísimo. De acritud y osadía dio pruebas nu­
merosas, excelentes. Era el nervio de la oposición política,
oposición fundada en el odio al filoneísmo impuesto a
viva fuerza, según parece.
Los poetas por su parte creyeron arreglárselas muy
bien con la rebelión y la bohemia. Para avivar y ali­
mentar la inspiración no era, en efecto, una condición
expresa la actitud parnasiana. Un falso concepto del por­
venir, la indolencia como sistema, una aberración social,
el salmo De profundis entonado por Wilde, el beso terro­
rífico de Salomé, la muerte misma de los ideales más
queridos, pueden, si se quiere, suscitar la elevación del
alma a no sé qué cielo grisáceo, temeroso, bello, como
transporta un sueño de opio, una alucinación de absintio,
una intoxicación enética. Error de apreciación, engaño de
esas apariencias o ídolos de la lógica baconiana; pero
error y engaño que pronto suele rectificar y moderar el
corazón, apartando la perfidia en la dialéctica, el interés
fementido, la humillación de la conciencia.
Acercándonos por ahí a l admirable Góngora, compasi­
vamente hospitalizado por la escuela del buen gusto, que
es en todo caso la reinante, córrese el riesgo de descubrir
un caminillo que nos lleva derecho a las fronteras de la
locura. Es justam ente la teoría de la degeneración como
origen posible de la genialidad, como fuente ocasional
de belleza. ¿No es Remy de Gourmont quien, refiriéndose
al lenguaje, tiene para sí que “la deformación es una de
las formas de la creación”?6. Enunciando apenas la cono­
cida tesis, creo and ar ya extraviado en el tenebroso y
lastimero dédalo trazado por Lombroso y Nordau, en un
terrible desierto donde un viento helado arrastra en des­
orden páginas de “Genio y Locura” y de “P arad ojas”.
No. No querréis visitar tan siniestro asilo donde habéis
de palpar, desconsolados, enfermedades de la inteligencia
y de la voluntad, desdoblamientos de la conciencia, ani­
quilamientos del “yo”, decrepitudes del idioma.
Es que las corrientes estétioas, si así pudiéramos decir,

0 Esthétique de la langue française, p á g in a 130 ( c it . p o r Z é r e g a


F o m b o n a ).
146 LISANDRO ALVARADO

nacen, viajan, se extinguen, o se transform an a par de


las tendencias y destinos de la humanidad o de las ten ­
dencias y destinos de cada pueblo, aislado o no, en el
concierto de la civilización. Lo que entendemos por moda
no es otra cosa. Hay, sin embargo, quienes prueben a
demostrar que esos aspectos literarios o artísticos son
inherentes al hombre y dependen de una evolución psi­
cológica estrecham ente unida a la estructura del lengua­
je. Tendríamos que recurrir a la crítica de la razón pura,
si quisiéramos asentar una base firme e inconmovible a
esa doctrina. ¿No será fácil demostrar también que cier­
tas formas literarias son, como las modas, perversiones
con vida transitoria de que tan sólo queda al oabo lo
menos infantil, lo más conforme con la verdad? Doy a
perversión el sentido más abstracto y no el que en su
acepción ordinaria tiene. Sentido biológico, no moral. Una
anomalía, digamos.
En la sorda lucha que m antiene el equilibrio interna­
cional europeo se ha dado a la literatura una dirección
casi del todo sometida a la religión o a la política de
conservación. El amor no más queda libre en medio de
esa obsesión nacional. De ahí formas y corrientes de la
poesía lírica, en Francia por lo menos. Im aginan que es
filosofía lo que no es sino instinto de conservación. Lo
que allá se supone ser la clave de la evolución literaria
en los últimos treinta años del siglo x ix, acá entre nos­
otros es cosa diferente. Allá, el desquite y la mirada fija
en el Rihn y en los Dardanelos; acá, un simple caso de
cultura y de formación lenta, imperturbable, de la n ac'o-
nalidad. Fangermanismo, panslavismo allá; panam erica­
nismo, panhispanismo acá. La canción patriótica, el him ­
no religioso, suponen ser no sólo móvil, sino carácter
esencial del romanticismo y el simbolismo. En todo caso,
no es manifestación única de la poesía, ni la mejor, bien
entendido, sino una de las tantas m anifestaciones de los
pueblos del universo, quizá la menos natural e ingenua,
puesto que es la más civilizada.
Ello es que la musa, inm ediatamente posterior a nues­
tra bohemia, floreció con inusitado vigor. Pérez Bonalde
recogió las continuas amarguras de Heine y la irrem e­
diable desdicha de Poe, seducido tal vez por la tormentosa
vida de entrambos, y popularizó en los países hisppnilo-
cuentes uno de los variadísimos aspectos de la poesía
ANTOLOGÍA 147

alemana, ya presentida en las rimas de Becquer. “Logró


(dice un escritor) darnos en su Cancionero esos versos que
retratan La pureza y la transparencia de les que el bardo
germano soñó “a la hora del crepúsculo, bajo los sauces
llorones de su paraíso de Beul” o en el “Jard ín de la cor­
te”, que las encinas sombreaban y que perfum aban los
tilos...; y al leerlos nos parece que en aquel jard ín con­
versan sus visiones, las flores garlan y las aves trinan, y
que en aquel paraíso a veces suenan los silbos de las
sierpes”?. El secuestro judicial de Pérez Bonalde en la
clase de enajenado, gracias a una artim aña de rábula, es
uno de los aspectos de su vida errante, no siempre afor­
tunada.
¿No será posible recordar otros apóstoles de esta vida
de Bohemia? ¿Rom anace... Potentini... Racamonde? P er­
donad, señores, si prolongo unos momentos más vuestro
cuarto de hora. Bien sé tam bién que, en ciertos respectos,
podrían contarse estos autores entre los poetae minores
y que su obra no puede compararse con la de Pérez Bo­
nalde, ni la azarosa existencia que alcanzaron sobre la
tierra fue tan edificante que realzase la ju sta fam a de sus
talentos. Ejem plarm ente humorísticos, sin embargo, con
ribetes de filósofos, ejercieron, aunque m al preparados
para la carrera literaria, cierta fascinación en las masas,
ora con agudezas y facecias, ora en bien sentidas rimas.
Finalizando el siglo pasado, aún estaban recelosas las
revistas más serias de dar hospitalidad a aquella rego­
cijada cofradía de cantores. En general, fuera de Ñervo,
Manuel Reina, Valencia, Arciniegas, Lugones, no se ofre­
cía como adorno y joyería de la poesía ortodoxa sino al­
guna gema de Guardia, Mata, Lazo Martí y algunos otros,
ya nacionales, ya extranjeros. Había pasado la corta gue­
rra civil de 1892, donde el pintor Almeida Crespo sirvió
como soldado raso. En medio de la cruenta disputa y del
estrépito de las armas había expirado Pérez Bonalde en
La Guaira, casi ignorado de todos. Romanace, tolerado
casi siempre en sus rebeldías contra el presidente R ojas
Paúl, ahora entre el número de los vencidos, huyó como
pudo, y al llegar a tierra extran jera escribió el soneto que

7 A d r e ju lio A ir a r , en el prólogo de la 2.* edición del Cancionero


de Heine, traducido por Pérez Bonalde..
148 LISANDRO ALVARADO

comienza: “Has descendido...” ¿Descendido? ¿Quién? ¿Ve­


nezuela?, y allí ové piú bello tacer che dire! Engañábanse
él y sus compañeros, o m ejor dicho, los engañaba la vi­
sión del porvenir. Pero es verdad que sin aquellas pasiones
no habría habido poeta alguno que .abrazara la reforma.
Es temeridad exigir en ellos adoración al símbolo inexo­
rable de la realidad y la precisión. Pocos años después
Venezuela no debía ser la misma progenitora del poeta,
cuando éste volvía triunfante después de otra guerra civil.
Triunfante, pero fiel a la bohemia. Dos veces sucesivas
quiso protegerle un alto magistrado nombrándole fiel de
peso en sendas aduanas, y dedujo entonces efectivamente
que querían hacerle morir de pesar; mas aunque no fue
aquesto la causa de su muerte, no fue larga su vida, ni
dejó de ser hasta lo último fiel a la bohemia, sin que de
ello le pesara. Perseguido sin descanso por la indigencia
y rehusando así y todo las dádivas y comodidades que de
los suyos pudo fácilm ente obtener, probó tal vez con ello
haberse reconciliado con la madre que antes denostara
para recostarse en paz y para siempre en su seno.
No menos asendereado que Romanace fue Potentini, no
menos angustiado en el hogar. Errante anduvo en su tie­
rra natal, nostálgico en la entraña, al lado del célebre
Mermo. Fue soldado y fue poeta. Y del simbolismo hubiera
sido m ejor soldado, en cuanto que su oído estaba adies­
trado a perfección para la música del verso, incompara­
blemente m ejor que lo estuvo Verlaine cuando halló ex­
celente la cadencia musical de los violines del verano.
Potentini bajó a la playa del mar, como Pérez Bonalde
y Lazo Marti, para lanzar ante la inmensidad el último
suspiro.
De Lazo Martí hallé una vez, en una vieja revista, la
poesía titulada “Melancolía”. Arriba, en la primera pá­
gina, la reproducción del cuadro de Rembrandt, “Lección
de Anatomía”. Diríase que el alma del poeta soñaba en
su vida de estudiante, en la inolvidable universidad de
nuestros tiempos, y contemplaba en el espíritu el propio
anfiteatro donde el profesor Nicolás Tulp explicaba a sus
discípulos en un cadáver la anatomía del brazo. Al volver
la hoja, un ligero estudio editorial acerca de Racamonde.
Asegúrase allí que entró en Caracas como en París Daudet,
llevando en la diestra mano algunos versos, y en el ce­
rebro, “Acurrucados y desnudos”, otros versos más. Ju z­
ANTOLOGÍA 149

gábase, por otra parte, que su gran potencia era la im a­


ginativa, que unido a un enfermizo estado de sensibilidad,
producía la obra característica del poeta; y añadíase que
en ocasiones era ilógico, pero que tenia en cambio la
credencial de que para serlo menos, había sabido sus­
traerse de la influencia del decadentismo. “La onda exó­
tica, observaba el crítico, se retiró de nuestras playas sin
haber salpicado la pálida frente del poeta”». I Perdón! No
solamente no se retiró esa onda de nuestras playas, sino
que cubrió de sombras el semblante del poeta. Bastaría
verle en una situación extraña, m itad de Wilde, m itad de
Verlaine, tendido en el cam astro de un hospital, barbizae-
ño, demacrado, envejecido, lientérico, decentemente apar­
tado de su vida bohemia y tam bién de la terrenal por
un interno, una religiosa, y un confesor que refería haber
encontrado limpia el alma del moribundo.
Habla de nuevo el crítico citado. “Racamonde no ha
robado ni un solo día a los atolondramientos de su ju ­
ventud para verse en el cristal de las propias facultades,
abrir su alma a las aspiraciones que señalan rumbos lu ­
minosos y consagrarse a las divinas especulaciones del
arte. Su fuerza creadora permanece en crisálida, debido a
que no herm ana la perseverancia del trabajo con los do­
nes que le concedió la naturaleza... En su poesía no se
reflejan sus luchas ni sus aspiraciones, a menos que se
tome por resultante de éstas el tinte melancólico que en
aquéllas resalta. En él aparece contradicho el viejo apo­
tegma de que el estilo es el hombre. Podría argüirse que
a su tem prana edad no dejan huella imborrable los fe­
nómenos psicológicos ni influyen los sucesos del mundo
externo; pero no se compadece que un alma que hace vi­
brar la gama de la delicadeza pueda sustraerse a las cau­
sas que mayormente le interesen”9. En cortas frases, el
sino del poeta.
Notemos, para term inar, que al lado de este lirismo
militante, exasperado, por decirlo así, con la m ala suerte,
con defectuosos métodos administrativos, con errores de
los estadistas, con lo que no era conforme con sus opinio­
nes, había otro menos radical representado por Sebastián

* “ E l C ojo Ilustrado” , núm. 138, 15 septiembre 1S97.


9 “ El C o jo Ilustrado” , /. c.
150 LISANDRO ALVARADO

Alfredo Robles, Torres Abandero, Arvelo Larriva, Paolo,


Mata. Ya tímido y altruista en Carlos Fernández, ya m ís­
tico y erótico en Oscar Sutil, ya tierno y contemplativo en
Lazo Martí, ya exquisito y artístico en Gutiérrez Coll, ya
noble y triunfante en Gabriel Muñoz, ya hermético y re­
flexivo en Ju an Duzán. Es, con algunas salvedades, el que
ha prevalecido como escuela ortodoxa, aunque el motivo
de esto me parece consistir en el discreto eclecticismo
a que recurren para no sustraerse del todo a la revolución.
Paz a sus restos, porque tres de los nombrados no más
sobreviven y aún combaten. Un so1o punto no más indi­
caré entre los más notables que pueden ofrecer sus ideas
predominantes, y es lo que se ha dado en llam ar eroto-
manía, confundiendo con un estigma patológico lo que no
es sino artificio de la escuela y refinamiento de la civi­
lización moderna, bien señalado en las pastorales de nues­
tros prelados, lo mismo que en otros países cultos y en
otras épocas de la historia, según puede verse en las m is­
mas citas de autoridades y de padres de la Iglesia en
que se apoyan las advertencias dirigidas a los fieles. No
obstante, los líricos griegos y romanos, en sus más pre­
ciosas composiciones, no hacían otra cosa que nuestros
bravos decadentes en este delicadísimo punto. Erotismo
puro, bautizado con las aguas del simbolismo. Es más to­
davía. Enógrafos de talla enseñan que el erotismo ideal,
platónico, no existió jam ás en la poesía lírica de la an­
tigüedad, en los más afamados clásicos que de ella en
el día poseemos. Quienes hayan entendido, por boca del
señor Don Quijote, en eso de la cortesanía, de la discre­
ción y continencia de los enamorados caballeros andantes,
quienes hayan apreciado la habitual compostura de los
autores ingleses, comparados con los franceses, quienés
hayan escuchado la paz y el sosiego, la suave quejumbre
de un cantar germánico en la m ística modulación de
Schubert, sabrán cuán dura y contundente es aquella
enseñanza. Sabrán asimismo cuánto costó al dulce fray
Luis de León el “C antar de Cantares” por él mismo tras­
ladado en español y cuánto simbolismo existe en algunas
canciones de San Ju an de la Cruz que creyéramos ser
h ijas del concepto teogónico de los griegos. Todo cambia,
todo torna en la vasta palingenesia de los siglos.
¡Señores académicos! Debían apurar vuestra benevo­
lencia para que oyéseis ahora, completamente justificada,
ANTOLOGÍA 151

la voz de mi gratitud. Ha puesto de relieve la elección


que os habéis designado hacer en mi el valor que adquiere
una cosa insignificante cuando gana un puesto inmere­
cido por obra de quien todo lo merece. Pero el verdadero
mérito es para el magnánimo que tal sabe hacer, y sólo
corresponde el elogio, bueno o malo, pero ingenuo, del
galardón, a los que llegamos a aquel puesto bajo el am­
paro de esa propia magnanimidad.
152 LISANDRO ALVARADO

LA LÁMPARA ENIGMÁTICA

Aplicando cierta vez Gómez Carrillo una conocida


anécdota referente a Baudelaire, en lo que respecta a la
civilización occidental, sugiere estas reflexiones: “Un día,
en una ciudad africana, como alguien se echara a reir
contemplando un ídolo negro, Baudelaire, muy serio, le
dijo: —Tenga usted respeto... ¡Quién sabe si este es el
verdadero D ios!...— Esta frase, que ayer era una paradoja,
es hoy una línea filosófica de conducta. Quién sabe si lo
remoto, lo fantástico, lo inaudito, no contiene la esencia
de lo bello y de lo cierto, i Quién sabe si las civilizaciones
opuestas a la nuestra no son superiores a la que vamos a
imponer en Asia y en A frica!”
Lo que en la cita anterior reza con la civilización puede
con m ejores razones aplicarse a uno de sus aspectos, como
lo es la literatura. Si desde mediados del siglo pasado
invadió a la poesía una fiebre perniciosa, una alucinación
diabólica, podemos al menos tener en cuenta que el con­
tagio se verificó de un modo regular y al mismo tiempo
inexplicable, ni más ni menos que a la manera de esas
oleadas epidémicas, de esas extravagancias que han a
ocasiones introducido la superstición o la moda en épocas
en que una cultura satisfactoria lo hacía improbable. Lo
inmoral en este sentido tiene una extensión indeterm i­
nada en cada época, y nos choca o no por consiguiente
la lectura de obras clásicas que obtuvieron la aprobación
de sus contemporáneos y hoy las juzgamos mediante un
criterio más o menos diverso. Algún concepto del “Ham-
le t” de Shakespeare, por ejemplo aquel del acto III, esce­
na X I (That’s fair thought to lie between maids’legs), han
parecido inadaptables al decoro de un drama, aun puestas
en boca de un personaje que se finge loco y por este ca­
mino hallamos numerosos ejemplos en la historia de la
literatura. Podríase reparar que estos son lugares aislados
en cada'composición, que poco o nada influyen en el fondo
ANTOLOGÍA 153

general de la obra, y que al fin y al cabo todo dependerá


del carácter personal de cada autor, bastando en tal caso
presentar, juntos uno al otro, a Virgilio y a Horacio, o
a Marcial. Pero en las circunstancias de la propaganda
simbólica y del marcado sensualismo que la ha acompa­
ñado no se podría eficazmente invocar tal argumento, y
hemos de suponer una modificación particular en el gusto
de la época y de creer que esa modificación está subor­
dinada a las ideas que privan con razón o sin ella en
esa época.
Una colección de poesías escogidas del señor Roberto
Montesinos, que ahora tenemos a la , vista, nos ha traído
a estas consideraciones, que en especial convienen al mo­
dernismo, movimiento que parece haber adoptado Mon­
tesinos al escribir las diversas poesías que integran la
expresada colección, a la que él ha dado el título de “La
lámpara enigm ática”; porque (dice él mismo), “¿Qué otra
cosa es la poesía que una lám para ardiente ante el enig­
m a?” No pretendemos demostrar que Montesinos ha re­
trocedido unos cincuenta o sesenta años para establecer
su punto de partida como poeta; pero el caso es que se
descubren ciertas sem ejanzas entre él y el modernismo,
en los términos en que los literatos franceses lo idearon.
Cuando hace treinta años afirm aba Mallarmé que los p ar­
nasianos, tomando del todo un objeto y mostrándonoslo,
se despojan del misterio, sentaba en el extremo opuesto
el axioma de una escuela, y acercándose cuanto es posible
a lo enigmático se internaba por lo mismo en una zona
de penumbra o de obnubilación. “Nombrar un objeto (de­
cía), es suprimir las tres cuartas partes del goce del poe­
ma resultante de la dicha de adivinar poco a poco. Su­
gerirlo, he aquí el ensueño. El uso perfecto de ese m isterio
constituye el símbolo, sea mostrando un estado del alma
al evocar por grados un objeto, sea al contrario escogiendo
un objeto para desprender por una serie de descifram ien­
tos un estado del a lm t” (Mallarmé, “Encuesta sobre la
evolución literaria”, 1891).
Los maestros del arte han cavilado alrededor del sím ­
bolo a más y mejor. Sería temerario precisar las conclu­
siones a que han llegado y compendiar los principios pe­
culiares de la poesía en esta fase de su evolución; pero
nos aventuramos a repetir que a la hora actual, y aquí
en América, es probable que los efectos del símbolo se
154 LISANDRO ALVARADO

hayan aclimatado a su manera. Conforme él mismo se


expresa, Montesinos enciende suavemente su lámpara.

Como los sacerdotes de los cultos antiguos,


adoradores de las penumbras sagradas
en donde se confunden los contornos ambiguos
y quedan en suspenso rumores y pisadas.. .
Y e n el recinto sacro de mi hermético templo
yo^seré, en la observancia de mi ritual, ejemplo
vivo y fiel de egoísmos y de renunciamiento.
Son versos fuertemente matizados con el embriagante
ensalmo de aquende el Atlántico que se derramó por todas
partes después del parnasismo. Una elegía y un nocturno
encabezan una sección designada con el sugestivo nombre
de “Mi hora rom ántica”, precisamente bajo la advocación
epigráfica de un concepto del gran sacerdote romántico
Alfredo de Musset, del que añadió a la liturgia m artiro-
Lógica de su secta el nombre inolvidable de Lucía; y van
y vienen sonetos, foim a favorita del “orfebre” contempo­
ráneo y pasan las estrofas de amorío en amorío, de vo­
luptuosidad en voluptuosidad, agotando los perfumes del
ensueño, en apasionadas ofrendas consagradas por la m e­
lancolía y los recuerdos de una felicidad que palideció,
no muy lejos quizá del primaveral entusiasmo de la vida.
Rara vez deja de caldear en inteso calor el m etal pre­
cioso que extrae y elabora este artífice larense. Hijo de
una tierra poco adaptada al intangible mundo de los
sueños, nieto de un hombre eminente y benemérito que
fue el padre intelectual de varias generaciones escolares
del occidente de Venezuela y biznieto de uno de los afor­
tunados guerreros que alcanzaron a ver el día en que el
triunfo de la libertad fue anunciado por Bolívar desde el
campo de Carabobo, de los que allí midieron sus fuerzas
con las aguerridas huestes realistas. Montesinos ha sabido
honrar con su talento y con el esmerado cultivo de su
inteligencia ese abolengo de que bien puede envanecerse
y ese enérgico atavismo del suelo nativo, ahora trans­
formado en fuerza equivalente, reaccionara por más señas,
contra la enseñanza clásica antes admitida para el arte
poética de las aulas.
Algunas “evocaciones antiguas”, sem ejantes a las que
un tiempo cultivó Gabriel Muñoz, representarían, entre
ANTOLOGÍA 155

los versos de Montesinos, la época histórica en que floreció


el helenista francés autor de los “Poemas antiguos".
Otros más puede que guarde aquél entre lo inédito; pero
las evocaciones aquí presentadas son pocas, y es verosímil
suponer que no sea este género el que prive en sus in ­
clinaciones. Tengamos así en cuenta que ocupando “Los
poemas m alditos” poco más o menos la m itad de las com­
posiciones originales contenidas en el volumen, parece
acertado tomarlos cómo tipo de su producción literaria,
basando en ellos la crítica del caso.
Cuando en 1884 publicó Verlaine sus estudios acerca
de Tristán Corbiére, Arturo Rimbaud y Estéfano M allar-
mé, fue algo más personal en el calificativo. “Los poemas
malditos" fue el título del libro; y alguna similitud pro­
vocan, por otra parte, “Las fiestas galantes”, del Pauvre
Lélian (1869), cuando leemos las primorosas “Rimas ga­
lantes”, de Oscar Sutil. Es por lo demás legítim a causa
de extravío juzgar a un autor por lo que nos instruyen
fragmentos de sus trabajos, y aun por trabajos realiza­
dos durante una parte de su vida en que su raciocinio no
ha alcanzado un cabal desenvolvimiento en punto a con­
vicciones.
Detengámonos, pues, en estos “Poemas m alditos", y
supongamos además que en la introducción de ellos h e­
mos de hallar una traza para descubrir el punto capital
de vista bajo el cual fueron escritos.

Y o amo la profunda hora de medianoche,


cuando el Bajísimo hace su saturnal derroche
de parovosas cosas. . .
Es un cuadro siniestro de m agia negra, que excede en
sus detalles ,a lo que algunas obras bastante conocidas
han tomado de esta rica m ateria. Pintura animada de
aquelarre, desenfrenada revista del prostíbulo, de la ta ­
hurería, del manicomio, aparente refundición del Diablo
Cojuelo y del Diablo Mundo. No se tra ta sin duda de sa-
tánioas decoraciones o de alguna misa negra descrita en
“L a-B as” por Huysmans, cosa apenas tolerada en prosa
y de pésimo gusto en poesía; pero la fabricación del pan
infernal es inquietante, y en vano buscaríamos en la Ce­
lestina (la censura entonces daba miedo) más extrava­
gantes maleficios y brujerías. Con todo, pasando, repa-
11 - A NTOLOGÍA
156 LISANDRO ALVARADO

sando y traspasando sitios que con gran sosiego examino


el Manco de Lepanto, pudiera por obra de la imaginación
convertirse esta invitación en símbolos, convenientemente
iluminados por la fúnebre luz de alcohol desnaturalizado
con que al efecto equipara el poeta el fulgor del ple­
nilunio.
En nuestro concepto, esta invitación dirigida a la
amante que finge el poeta, no corresponde en su signifi­
cación alegórioa, ni en el orden de las ideas, al propósito
y plan de las composiciones de que están formados los
“Poemas malditos”. A menos que a primera vista no lo
pueda entender así el lector, a causa del intenso escep­
ticismo o el extraordinario capricho del verso. En la culta
sociedad parisiense parecieron cosa extravagante hasta
no más “Los amores amarillos ’, de Corbiere, y de común
acuerdo resolvióse boicotear el libro y perseguir al autor,
hasta después de muerto, con el castigo de la indiferencia.
Tratósele de loco, y a su libro como un atentado contra
la moral. Eran los días de exasperación que sucedieron al
desastre de Sedán. Casi igual fracaso se ganó Rimbaud.
Y a despecho de las frases casi despectivas de Julio L a-
forgue y de Remigio de Gourmont, fueron dos hombres
despreocupados, tildados tam bién de extravagantes, Ver-
lam e y Huysmans, quienes rehabilitaron esos poetas m al­
ditos.
Es que en Francia evolucionaron las ideas con su acos­
tumbrada versatilidad, tan admirablemente explotada por
los periodistas, y no para mayor gloria de la república.
Ya hoy podemos saborear en colecciones o antologías “El
barco ebrio”, de Rimbaud; ya también "La muerte del
ensueño”, de Reinard, y la “Romería a Santa Ana”, de
La Palud, y el “Día del perdón”, de Corbiére. Se ha apar­
tado un poco o mucho la cuestión de ética, y persiste la
de estética como punto principal. La moda preocupa m u­
cho más que el decoro personal o la moralidad. Fenómenos,
Montesinos parece tra b a ja r en dos épocas de la poesía,
pugnando por combinarlas. Baudelaire y Mallarmé son
como puntos de referencia en su labor. “La lámpara enig­
m ática” contiene algunas traducciones de poesías de
Heredia, Mallarmé, Verlaine y Houssaye. Estas traduccio­
nes, aunque Ubres, tienen el grado de exactitud requerida
en el traslado del original, hasta donde nosotros podemos
ANTOLOC-ÍA 157

entender. Ya se sabe cuán difícil e improbo es el papel


del traductor, y cuán prevenidos hemos de estar con el
estilo de Mallarmé. Nadie, en efecto, intentaría vencer
las dificultades que entonces ocurren, si no fuera muy
noble y legítimo el deseo del traductor para que en su
propia lengua pueda ser comprendido hasta donde fuere
posible una obra que merezca ser conocida de todo el
mundo civilizado. Los decadentes franceses, fuera de la
instrucción clásica que recibían, eran por lo común ver­
sados en el inglés; pero el verso libre y los principios del
modernismo no deben sentirse muy a sus anchas entre
los tiránicos preceptos señalados al traductor.
158 LISANDRO ALVARADO

IFIGENIA

Entonces la abuelita, con una exaltación indescriptible,


comenzó: “No te conozco, María Eugenia. No eres la m is­
m a que llegó a esta casa hace cuatro meses. Los libros
y las malas compañías están acabando contigo... Ya has
perdido la inocencia...”
Son, pues, dos mujeres las que aquí representarán un
conflicto doméstico, que sencillamente expresado se re­
duce al proselitismo de las creencias filosóficas contem­
poráneas, limitado en este caso a un osado feminismo
y a las reacciones violentas de la moda. Lucha antagónica
de todos los tiempos, o haciendo uso de una terminología
semibárbara, de filoneístas contra misoneístas.
Eugenia Alonso, la protagonista de la novela, es una
bella joven, inteligentísima, marisabidilla, desdeñosa, pre­
sumida, abúlica en ciertos respectos, desorientada en to­
dos, que ama el elogio, que ama su propia belleza, que
fácilm ente incurre en extrañas paradojas, que escribe dia­
rio de una época de su vida porque se fastidia lejos de
París, y que, instigada por su propia egolatría, emprende
la tarea de bosquejar el minucioso análisis psicológico de
su personalidad, de su m anera de adaptarse al noviazgo
y al matrimonio.
Me parece que este es el punto capital considerado
por la autora del libro, ya conocida en el mundo de las
letras con el pseudónimo de Teresa de la Parra. Como las
tendencias de la novela han parecido extrañas a ciertas
personas que para el arreglo de sus ideas usan un sila­
bario especial, paréceme avisado tam bién invocar las m a­
ñas de un relator de tribunal para bien apreciar, no ya
las ideas, sin los actos de María Eugenia.
Esta red arguye a la abuela asombrada que el ordina­
rio concepto de la inocencia es hasta no más precario.
La inocencia, presupone la insurgente, “es la más nega­
tiva, la más peligrosa y la más necia de todas las condi-
ANTOLOGÍA 159

dones y uno de los mayores abusos que han cometido


jamás los fuertes contra los débiles. La inocencia es una
ciega, sorda y paralítica, a quien la imbecilidad humana
ha coronado de rosas.” ¿Se albergará la verdad, ¡oh! en­
cantadora Eugenia, dentro de esos tus concepctos super­
lativos o privativos? No sabría qué responderte. Los ca­
suistas y los confesores pudieran prestar auxilio a mi
ignorancia con sus luces y silogismos; porque los maridos
prudentes y correctos perpetuamente se m antienen pri­
sioneros y sujetos a un encantam iento en la torre de
marfil de la entente doméstica.
Pero al menos el pudor... “No se hable de pudor (se
me responde) cuando se ha perdido la virginidad. El pu­
dor de las esposas y de las madres es una farsa, es un
mito. El pudor no se ha refugiado jam ás sino bajo la
sombra de los conventos.” (¡O jo a las comillas, buen lec­
tor! Ellas encierran lo que es de M aría Eugenia. Será
esto una perogrullada; pero tal vez la, autora, y aún más,
yo. grandísimo pecador, necesitemos sem ejante aclara­
ción). Es indispensable, pienso ahora, retrogradar a las
más remotas edades de la humanidad para compensar esa
temerarisima tesis de la descendiente de los Aguirres. En
todo esto, sin embargo, reina un caos, en que por acá y
por allá tropiezan descaradamente las ideas más absur­
das o relativas: la civilización ha querido que vivan en
uno m ujeres religiosas, mahometanas, artistas del des­
nudo en la pintura, enferm eras y pacientes de la m ater­
nidad, acróbatas y bailarinas, cortesanas... ¿Tendrán una
idea invariable del pudor? Las extrem as angustias lo apa­
gan casi del todo. La tem prana edad lo exalta, pero no
sabe por qué. Viene a ser la deliciosa anécdota de aquel
filósofo griego que al ver a un joven sonrojarse ante algo
incorrecto que viera u oyera, dirigiéndose a él exclamó:
¡Valor!
En un terreno filosófico mucho más lato preséntase
la noción de la moral universal a la herética y adorable
criatura. Ante las severas personalidades de la abuela y
la tía, íntimo auditorio de la conferencista, su doctrina
oae como en un cartucho de dinamita. “La moral es una
farsa. Está llena de incongruencias y de contradicciones."
¿Ligereza? ¿Desvarío? Quizá es necesario todo eso para
que derechamente lleguemos al término de las desenfa­
dadas confesiones de María Eugenia. Después de todo, la
160 LISAKDRO ALVARADO

explicación histórica de la indumentaria humana en el


curso de los siglos, y de la influencia del hábito en el
sentimiento del pudor, son objetos de un sereno estudio
que no debe de ninguna manera sobresaltar a los m ora­
listas. ¿Habrá ademán alguno más natural, más expresivo,
que el m il veces loado beso, signo de ternura, de recono­
cimiento, de veneración, de respeto, de sumisión, de ca­
riño, de compasión, de amor intenso? Pues bien, hay pue­
blos y más pueblos que ignoran en absoluto lo que es un
beso. Se dirá que sin duda se trata de pueblos incultos
y salvajes; pero aun con eso, queda siempre sentado que
ese bendito ademán no es instintivo del todo en el hombre.
Tal es la profesión de fe de María Eugenia. Y todo
este aparato de convicciones, este idearium muy suyo, esa
vida artificiosa que descubrimos en el auge de la civili­
zación misma, como en París y en Londres, esa obediencia
excesiva a los preceptos de la moda, todo va a conden­
sarse en la teoría del amor libre, que, bien mirado, no es
un sistema absurdo, si no colidiera inmediatamente con
ese otro sistema artificial metódicamente armado, como
una trampa, en el código civil.
Aquí, en mi concepto, del procedimiento lógico de la
escritora, en lo de trazar los caracteres de la protagonista
y explicar el desenlace de sus planes. Mientras de un
modo en apariencia normal se desarrollan los aconteci­
mientos, vaga, equívocamente se dibuja una inexplicable
infidelidad en las ideas y sentimientos de María Eugenia,
ya en vísperas de su matrimonio. Sus primeros amores
fueron apadrinados por un tío, el experimentado y tole­
rante Francisco, y por Mercedes Galindo, hermosa y ele­
gante mujer, tan perita del buen tono cuanto desavenida
con su marido. Nada olvidó. Al filosófico tío llegó la hora
del morir, la malcasada amiga partió lejos, y ella, María
Eugenia, reconoció, espantada, el imperdonable error de
haber creído que no existía eso que llam an amor. “Ves­
tigios son estos de la .antigua llam a”, pudo exclam ar como
Dido. En su corazón extraviado llegan a tener igual c a ­
bida el novio y el amante, y, sem ejante a una desgaritada
nao, ve alejarse o perderse de vista el puerto anhelado
de la bienaventuranza.
Con tan pérfida y eficaz presteza aparece ante ella esa
temerosa dualidad, que la inmaculada novia exhala un
himno de triunfo haldas en cinta para su resuelta fuga
ANTOLOGÍA 161

con el primitivo amante. La heroína rueda de improviso,


en fuerza de su fiaca energía, hacia la encrucijada de una
vulgar paradoja. Una circunstancia, tam bién vulgar y
fortuita, basta para romper su equilibrio moral e impedir
la realización de su innoble plan.
Pero el desconcierto y la afrenta pasan como una rá ­
faga, sin dejar huellas sobre el horizonte agitado de un
alma engañadora y otras engañadas. Corrió el agua por
do solía. A excepción de los falaces cómplices, nadie vio
acercarse ni alejarse el inesperado peligro. A todos, menos
a la novia y al amante, satisfará el concertado m atri­
monio de conveniencia. La leyenda de Ifigenia, inm orta­
lizada por Eurípides, preocupa finalm ente a la atribulada
joven; pero su sacrificio forzoso de la h ija de Agamenón,
víctima de un voto imprudente y supersticioso, del cual
por dicha la libra una divinidad compadecida?
El que no espera vencer, ya está vencido; y pues que
todo indica en las últimas líneas del libro la’ positiva ce­
lebración del malaventurado matrimonio, la ausencia de
verdadero afecto de la desposada hará presumir a alguno
que... es decir... Encontramos en el colofón del libro un
breve y pardo velo de misterio que impide m irar adelante
el resto del camino. Guíenos la indulgencia en este caso.
¿Cómo habremos de querer que, cualesquiera que sean las
convicciones de una joven, haya de resolver siempre lo
m ejor? Todo va en nuestro propio egoísmo, y en el egoís­
mo, aún más inmotivado todavía de la sociedad en que
vivimos. La ecuanimidad seria el soberano remedio de
este estado de cosas; pero no todos tenemos ese ex­
celso don.
Dejemos el problema peliagudo a la didáctica m aterna;
y reguemos a los dioses inm ortales por el alma lacerada
de M aría Eugenia en espera de leyes más perfectas que
las que pautan estos efímeros y pésimos procedimientos.
Los epígrafes de cada capítulo en esta novela que h e­
mos leido parecen arreglados en cierto modo para una
representación cinem atográfica; de tal modo resumen
cada faz de la tragicomedia. Predominan en las páginas
del libro la tendencia a la observación interior, a la vi­
visección, por decirlo así, de los más tenues filetes ner­
viosos emotivos. La contemplación de la naturaleza, la
escenografía del relato, vienen como subordinados a la
preocupación y designios de la protagonista, a su conti-
162 LISANDRO ALVARADO

nuo examen de conciencia, a su irremediable y letal fa s­


tidio. Y cuando en alguno de esos lances autobiográficos
se puebla su sensorio de impresiones m ateriales objetivas,
a todo correr la pluma, y $¡ caza de temas para su diario,
bien puede ello sugerirme la imagen de una casa bien
conocida de la autora, cercana al templo Las Mercedes, de
Caracas, en una tranquila calle por donde el lujoso pon-
leví m arca el paso de velas devotas y la tosca sandalia
el de severos m onjes, unas y otros lacerados y llagados tal
vez en el alm a o ansiosos de una claridad extraterrenal,
que no llegó, redentora, hasta el corazón de la cuitada
María Eugenia, sin duda por haberla buscado con insis­
tencia dentro de sí misma y no en el eterno dolor de la
m iseria humana. Es en cierto modo personal este recuerdo.
Tráelo una ocasión en que un admirador de Teresa de la
Parra y de una ingeniosísima y también hermosa amiga
suya se congratulaba con ambas, ante la estatua del ex­
realista Vargas, por la sesuda elocuencia de uno de nues­
tros más conspicuos escritores y oradores. Y entiéndame
Jahvé, que es el entendedor de todas las cosas.
“Infigenia” (Diario de una señorita que escribió por­
que se fastidiaba) ha merecido el primer premio del con­
curso de novelistas americanos, en 1924.
a n t o l o g ía
163

SERMONES LÍRICOS

Biblioteca Venezolana de «El Universal». — M a­


nuel Díaz R odríguez: I. Sermones Líricos. —•
II. Prosas de A rte, Justicia y D evoción. —
III. Nuevas prosas. — Caracas, 1918. — 1 vo ­
lumen 8.“

Ignoro si este libro de “sermones” que acabo de leer


fue por el autor así intitulado conforme al antiguo uso de
la voz o según el otro vulgar y corriente entre nosotros,
que presupondría un sí es, no es, de socrática ironía. El
escoliasta, que es el mismo autor, no lo deja entender;
pero sea como fuere, debemos im aginar un propósito sim ­
ple y unívoco, serio y candoroso que, como el Camino de
Perfección, sugiere la influencia más o menos avasalla­
dora, más o menos recia, de aquella atm ósfera saturada
de m irra y olíbano donde, alejados del fanatism o brutal
e imperante, moraron y evangelizaron los ascetas espa­
ñoles del siglo xvi. Cuando afirma Díaz Rodríguez que
el elemento m ístico es inseparable de toda vida, aquel
propósito y aquella influencia tom an apariencias de reali­
dad; y esta m anera de curiosidad suspicaz y trivial, que
se apersona de un detalle, o de nonada, puede tal vez
valer algo más al considerar, no ya el mero título, sino
el volumen todo. Decir que la mayor parte de éste son
discursos y que éstos son de un claro fervor idealista, es
lo bastante para que cada quien se tranquilice y los lea
con placer.
Cada quien. El político oportunista, el nacionalista, un
ministro diplomático, un antropólogo, un socialista, se­
ñalarán de cierto esta o aquella alusión, algún punto que
estimarán de gravedad, hojeando un libro en que cada
opúsculo —y en ocasiones haylos de carácter circunstan­
cial— lleva las más veces engastada una tesis, o por lo
menos un tema desnudamente idealista, ya sea un elogio
164 LISANDRO ALVARADO

de la tolerancia, del candor, ya un concepto ideal de la


raza, de la patria, ya la afirm ación categórica de nuestra
nacionalidad, ya una apología de la democracia triun­
fante, ya un himno a la belleza, la poesía, la m ujer y
la patria.
Conviene, pues, m irar en esta selección de trabajos
literarios la individualidad del artífice, que no el objeto
preciso de su labor. En más de veinte años que determi­
nan la edad de esta labor, la corriente de las ideas que
le dan fuerza y prestigio jam ás pierde su cauce, o por
lo m ejor decir, el agua misma de esa corriente, clara y
tranquila, ha encontrado guisa de serpear en blandas cur­
vas por entre las cespederas de una dilatada ruzafa, al
lado de setos vivos en los que nutre y vivifica, ahora la
flor silvestre, ahora la planta cultivada, o, en fin, el gua­
mo y el buoare, planta ésta amada cual ninguna en nues­
tra flora literaria.
Ya en otra parte hemos notado la inclinación benévola
del autor a guardar y fom entar un culto noble, invariable,
fervoroso, a la vieja Hispania. Si no valieran nada las
sugestiones tímidas de Carlos Villanueva, de Vallenilla
Lanz, de Tavera-Acosta, para quitar acá gloria y poner­
la allá, para desestimar o invalidar casos de fuerza m a­
yor, para formular cargos legales, para invertir casi los
valores, como ahora se dice,, de nuestra historia, Díaz
Rodríguez tendría cómo alegar su invencible atracción
hacia las m anifestaciones 'artísticas, hacia la periferia
luminosa de la España imperialista. La fiesta de la raza
encuentra al orador en su puesto natural. Mayor fe puede
que nadie la haya tenido en el resurgimiento de todas
las Españas o en la roboración de nuestras fuerzas ra­
ciales; porque un ingenio que mantiene orientado su en­
tendimiento hacia el concepto estético de las cosas y los
sucesos, m al puede avenirse con el pesimismo de otros,
aun bautizándolo con el nombre más cristiano de pseu-
dopesismo. En el elogio del candor hace ademán de san ­
tiguarse al tomar entre sus manos los versos de Leopardi;
y sobre la tumba de San Carlos Borromeo parece alzar
una oración; o una protesta, que pudo motivar aquel pre­
lado que con singular tenacidad persiguió el libro Serna-
dones de viaje, premiado por la Academia Venezolana
de la Lengua. Bonísima es esa virtud del candor, loada
y encomiada por Díaz Rodríguez, tal como la comprende
ANTOLOGÍA 165

en “aquel incomparable Cecilio Acosta que entre nosotros


y como nadie lo cultivó en su corazón”. Buena es tam bién
esotra de la sinceridad que señala Carlyle como especie
de fortísimo cemento a favor del cual aglomeran y con­
forman sus hechos y propósitos los hombres extraordi­
narios.
Tal ha sido, tal es el eco más resonante en la prosa
y en el verso del autor. Arte, belleza, poesía. Estos colores
fundamentales dan expresión y movimiento a los perso­
najes de sus cuentos y novelas, y aun determ inan el gé­
nero literario. Maneras elegantes, refinamiento en lo bueno
y en lo malo, buen tono, distinguida sociedad, cuadros
a la m anera de Daudet y D’Anunzio. El sello regional
suelen imprimirlo, así como en Francia, nuestras convul­
siones políticas.
En Idolos rotos, de Díaz Rodríguez, la catástrofe final
parece perturbar el centro de la delineación natu ral que
exhiben las partes principales de la novela. Veo que me
he entrado en un asunto algo balad!, y para que de ve­
ras lo sea, completarélo con algo personal: Para mi gusto,
y ya es mucho pretender, sería m ás adaptable a un lector
reflexivo una evolución fam iliar y no social en el des­
enlace, que insistiera más en el alma del sujeto que en
la de la multitud, que lo definiera y lo hiciera casi real
y palpable sin prestarle el colorido fuerte y confuso de
un gran acontecimiento, la gran m asa coral de un des­
moronamiento político. La teoría de los cataclismos en
geología tal vez agrada más que la doctrina de las tran s­
formaciones seculares. Tal vez no, si se la exam ina con
atención. Persiste largo tiempo un detalle aislado, una
sensación nada intrincada. A quienquiera que los lea de­
ben producir los Cuentos de color, como a mí me han
producido bastantes años ha, una impresión grata o pe­
nosa, satisfactoria o compasiva, alegre o triste, impresio­
nes combinadas, si se quiere, pero tersas, hondas y fáciles
de comentar. Claro es que, como antes dije, es cosa de
gusto y nada más.
Lo que he tenido por evidente es que en los Sermones
líricos el arte es como un ensueño de amor que a cada
paso y de vario modo los colora. ¿Fue en Italia donde
tomó esa final dirección la m ente del autor? Si fue allá,
no ovidó por cierto a la España de los suntuosos mo­
nasterios, de las pinacotecas agiográficas, de la grandiosa
166 LISANDRO ALVARADO

civilización árabe, país que denuestan tantos tanto como


él supo denostar al agareno y al que pudo un tiempo
cuadrar, cuando ello era un crimen, la loa de la toleran­
cia encerrada en el primero de los discursos a que ahora
nos referimos. ¡Cuántos no encontraron en Italia, si no
la fórmula definitiva de su gusto en buenas letras, al
menos el don preciso de comprender la belleza en sus
innúmeros aspectos! El antiguo romano iba a Grecia en
pos de la cultura: el inglés y el alemán, asi como los
literatos de la España m ilitarista, tuvieron por bien per­
feccionar su educación artística viajando por Italia y
estudiando las letras latinas con cuidado. El venezolano
considera a Francia como su patria espiritual a grado
tanto, que no se cuida ni de Inglaterra, ni de Alemania,
ni de Italia, y menos aún de España, en esta suerte de
peregrinaciones.
Ahora, si pudiéramos condensar en una frase lo que
hemos pensado de los Sermones líricos, de acuerdo con la
alta personalidad del autor, y con las glosas que él mismo
les ha agregado, diríamos que en conjunto hacen el efecto
de un poema ideal que el poeta mismo hubiera traducido
en buena prosa española, hincando aquí y allí, a m anera
de clavillos de oro, tal cual voe vernacular.
ANTOLOCÍA
167

TRISTEZA DEL NENÚFAR

Lentam ente agitó sus pétalos, dormidos en el agua de


la pampa, la espléndida ningea, bien pagada y gustosa
de la quietud en que vive: aspiró la brisa tibia de la tarde,
columbró el rayo postrero del ocaso, y aliento suavísimo
exhalando dijo esto que oí, morando a par del abandono.
Las sombras de la noche, de la callada noche, son
manto de las horas más bellas de mi vida. Rojizo, corus­
cante, el rayo bochornoso de Febo, que es la vida, vulgar
o misteriosa, efím era o longeva, nunca el fuego ha de­
rramado sobre el niveo terciopelo de m i virgen vestidura
(blanca, muy más blanca que el lirio que am ostraba a sus
discípulos Jesús de Nazaret). Veme el hombre rara vez,
y cautiva me fastidio y languidezco. Torpe, abrumadora,
es la vida que yo siento... Se arrastra soñolienta el agua
amarillosa del engrosado rio, se arrastra en contraccio­
nes silentes, vermiformes, cual si anhelando abrazarse y
confundirse con los blandos y cerúleos senos del mar,
mordiera sus entrañas el Leviatán de las Llanuras, el de­
forme cocodrilo, que se agita con el paso de un sonámbulo.
Suben la corriente los ágiles delfines, asidos a las barras
de movibles trampolines y dan saltos como buzos y vol­
teretas cual sirenas. Los ibis, las cornejas, se retiran a
los sotos y boscajes entre cañas y bambúes, cuyas hojas
casi a tientas se restregan produciéndose el gemido de
resecos pergaminos de las tumbas egipcíacas... ¿Dónde
es ida la migrante, la risueña golondrina? Parece tierra
esta del Nilo fecundante, sin el cielo esplendoroso de las
tardes de Mizraim.
Empezará la autora cuando empiece mi letargo. Yo
una' canción medito a la indolencia, al abandono. Veré
al cerrar los ojos el despertar de la vida. Parece entonces
que más presto b aja el río, poblado por polícromas ban­
dadas de las aves ,de ribera, como abatido reptil que hos­
tigaran de continuo innúmeros enjam bres de áureos,
168 LISANDRO ALVARADO

esmaltados moscardones. Tiéndese en la arena de la playa


multitud de cocodrilos y reposan apacibles con su ancha
boca abierta, como hileras de cadáveres arreglados para
cuenta ya acabada la batalla. Los ibis cenicientos, o ne­
gros, o rojizos, con sus corvos picos dan caza a la ali­
m aña entre el loto y bajo el fango, y hacen ademanes
de físicos curiosos. Enhiestas las cornejas como extraños
sacerdotes de sagradas insignias revestidos, inauguran
gravemente la pesca cotidiana. Se escuchan risas estri­
dentes, gritos, algazaras. Como turba de niños entregados
a estrepitoso juego las veloces golondrinas reanudan su
charla y sus vertiginosas vueltas, gozosas de su festín
aéreo y sus variadas aventuras... Es torpe, abrumadora,
la vida que yo siento...
Y cuando la alma naturaleza parece rejuvenecerse con
la luz radiante del sol y en todas partes se revela el or­
gasmo de la vida, entonces el hombre de la Llanura, en
el acmé de su fiebre de luz, en el punto del día, azotado
por vivificadora brisa, invadido por los alados genios que
se escapan de la gruta de los sueños, tantos cuantos las
arenas del m ar y las aristas de las mieses pueden contar,
languidecerá muellemente, saciado de calor y de sustento,
incapaz de apartarse de la pampa ni del regazo de la in ­
culta madre y mecido por la pereza y la desidia... Torpe,
abrumadora es la vida que yo siento.
a n t o l o g ía
169

UNA LEYENDA

El curioso viajero que se resuelva a inspeccionar la


vieja iglesia de Barinas, se encontrará en presencia de
una fachada ennegrecida, muy mediana, ¡a la que no realza
torre alguna. El edificio es bajo y tosco; y si así fue
siempre, no guardó proporción seguramente con las es­
paciosas casas que se fabricaron los colonos españoles, de
las cuales hoy sólo quedan escombros o nada. Un car­
comido chaguaramo que se yergue en el centro de la plaza
o la graciosa m arará que crece a poca distancia, parecen
oponer un vivo contraste con sus formas y esbelteza, o
sugerir alguna idea al arquitecto que aquellas obras exa­
mine, a la vez que la desmantelada cárcel, cuya torrecilla
y cuerpo se elevan mucho más briosos que la casa del
Señor, respirando aún guerra y clamores al lado de la
que fue hecha para la tranquilidad y la paz.
Si entramos en la iglesia, una tristeza profunda nos
oprime. El incienso, las campanas, la recia voz del sacer­
dote hablando con Jehová, el bullicio de los fieles, la luz
de las lám paras y arañas, la luz misma del sol, ya no
asustan sino poco a los chillones murciélagos, que de con­
tinuo recorren las cumbreras y nudillos del techo, espe­
rando la hora del crepúsculo para salir en numerosas
bandadas a adueñarse de los bosques y los frutos de la
tierra. ¿Latirá misteriosamente el corazón del que fue
venerado obispo, preciada entraña que ahora yace aterida
y amojada en un rincón del presbiterio, encerrada en un
bote de vidrio; latirá, digo, al acercarse el viviente fer­
voroso a interrogar en balde la tapa del nicho que ha
perdido su inscripción y con ella la evocación de los re­
cuerdos en el corazón de los que quedan? Bajando del
presbiterio, antes de llegar a la primera columna a nues­
tra derecha, se advierte dos marcos de madera embutidos
en el pavimento y entre sí adyacentes, en uno de los
cuales se lee: “Asyento de Dona Manvela Mendez y svs
170 LISANDRO ALVARADO

herederos o svs descendyentes”. Las dos primeras ees de


la octava palabra afectan, por un capricho del grabador,
la forma de la articulación de enlazada de las inscrip­
ciones antiguas. En la nave central, cerca de la primera
columna de la izquierda, también bajando, otro marco
semejante, cuadrilátero, de cosa de seis pies por lado,
lleva esculpido esto: “Pertenece a Da. Micaela del Callejo
marquesa de Boconó y su fam ilia”. Dicen era el lugar que
ocupaba, la noble dama cuando iba al templo; aunque yo
al principio discurría torpemente suponiendo que allí es­
tuviesen guardados los huesos de aquella gente impor­
tante, al estilo de lo que los cristianos viejos acostum­
braban.
Recorriendo después las solitarias calles de la pobla­
ción se descubren, no lejos, hacia el norte, las ruinas de
lo que fue la casa del marqués. Estaba hecha de ladrillo
y piedra granítica redondeada y Usa, de la misma que
hace rodar el impetuoso río entre sus ondas. Contra lo
ordinario de las m ejores casas d e,la ciudad, era de un
solo piso, y media en su cuerpo principal unos ciento
cincuenta pies de frente por ciento treinta y cinco de
fondo. Una serie de dieciséis pilares cuadrangulares, uni­
dos por arcos rebajados, form an alrededor del patio una
extensa galería en cuyas paredes se ven abiertas muchas
luces, de arcos adintelados, dispuestas con poca simetría,
y correspondientes a las diecisiete piezas que contenía el
edificio. De éstas, las del costado oriental están dispuestas
en doble hilera. El entablam iento interior y exterior está
coronado con balaustradas de ladrillo. Nada de particular
en los frisos. Pedazos de arcos o capiteles yacen por tierra
y la yerba ha tomado posesión de las cornisas, m ientras
que acá y allá hoyos cavados en el zarroso pavimento se­
ñalan el paso de los que allí esperaban sacar tesoros en ­
terrados. ¿Incendió, como se dice, el edificio el fuego de
los realistas? ¿Convirtieron los republicanos las rejas de
las ventanas en lanzas para su caballería ligera? ¿Cuándo
comenzó, pues, la caída de aquella m ansión, de que to ­
davía se descubre vida a los comienzos de este siglo? Hay
sobre esto una crónica y una leyenda extrañas.
La crónica, que no parece sino invención o arreglo de
algún fraile español, hela aquí. Averiguóse un día que
desde las fronteras de la capitanía movían guerra un
puñado de valientes. Movían guerra y bajaban de las
ANTOLOGÍA 171

montañas como avenidas de las quebradas y torrentes


Horribles historias se contaban. Para esto, los insurgentes
estaban ya encima, y traían consigo una novedad: no
daban a nadie cuartel. Esta consigna era desgraciadamen­
te la pura verdad. La solariega casa ahora se m antenía
atristada y lóbrega: el marqués estaba preso a dos jo r­
nadas de los suyos. Con los insurgentes venía sin duda
uno de sus hijos, porque de pronto se vió al mancebo
subir al m irador de la casa y encararse un catalejo y pa­
sear su vista sobre las afueras de la ciudad. Si algo es­
peraba descubrir, sus pesquisas no fueron del todo inútil.
Entre los fugitivos divisó cuatro, seguramente peninsula­
res, que huían al sur. B a ja r el torvo joven, y darse *a
perseguirlos, fue todo uno. Alcanzólos a orillas de un caño
que a obra de seis m illas atraviesa el camino, y allí co­
metió una acción fea: sin otorgarle perdón mató al monje,
a quien encontró de rodillas. Los demás escaparon.
La guerra siguió y el hecho casi se olvidó; pero desde
entonces (y aquí comienza la leyenda) un aliento mor­
tífero se cierne sobre aquellas hermosas regiones. Barinas
se muere. El caño que presenció el superfluo sacrificio se
llenó al punto de sangre, y desde entonces m ana agua
sin cesar. Había .además un antecedente espeluznante.
Partiendo por el camino del noreste, y andando veinti­
cuatro millas, al pie de los cerros que quedan a la iz­
quierda, se llega a una dilatada sabana que se b a ja en un
suave declive hacia el sureste. Allí suelen verse rebaños
de ganado pastando librem ente o el pastor receloso que
ojea a caballo entre las tupidas gramíneas. Después de
la sabana sigue un bosque espeso, habitación del solitario
jaguar, y detrás del bosque el río. Aquestas eran las tie­
rras del marqués. Abriéndose paso entre collados y montes
sale bramando el Chorroco y se -arrastra enfurecido y frío
durante la estación de las lluvias, agitando su lomo ru­
goso y negruzco en el que se vislumbra algo así como
escamas de acero. El dragón se traga de vez en cuando
un cam inante que confiado in ten ta atravesarlo. Allí hay
pozos encantados. Los pescadores han arrojado un pedazo
de dinamita con esperanza- de m atar peces, y después de
la explosión h an visto oon espanto el agua tin ta en san­
gre. Dentro del bosque se ha ido formando una laguna
que apenas d eja por sobre el nivel del agua las hojas
12 - ANTOLOGÍA
172 LISANDRO ALVARADO

de una mapora altísima, sobre la cual aparece en ocasio­


nes una guaca, encantada sin duda.
Pues bien, el señor de aquellos lugares debía de tener
pactos con el diablo. Su muía de silla mostraba un cuerno
en la frente, y del cuerno la sujetaba con el ronzal en
la cuadra, que era una de las habitaciones de la casa
solariega. El marqués mismo la pensaba; y solía ensi­
llarla, y salía de la ciudad, y caminar cincuenta millas en
el unicornio antes que acabara de fumarse un cigarro del
afamado canasta. Ahora, penetrando en el bosque men­
cionado. se descubren con trabajo las ruinas de la hacien­
da, cuya casa, grande y lujosa, era también de manipos­
tería. El campesino sabe cómo fue levantado ese edificio,
en la construcción del cual nadie logró darse traza de
ver obreros, ni alarife, ni albañil. Estos, en efecto, em­
prendían su labor en las sombras de la noche; y todo,
todo lo hicieron así, hasta los pretiles de piedra que cer­
caban la hacienda. Mas la puerta de varas no la conclu­
yeron ellos ni el marqués mismo atravesó las vigas en
los agujeros de las jam bas. Aquella gente no osaba hacer
así la señal de la cruz. Del edificio, que aún era habitado
a mediados del siglo, quedan pocos vestigios. Calderos de
bronce hay arrojados acá y allá, ensotados entre la m a­
leza; uno de ellos de porte descomunal quedó vuelto so­
bre sí; y ni el cura, ni las tropas que por allí han pasado,
lograron voltearlo, ni moverlo. Está encantado.
Así explica, ¡oh buen lector!, la sociología del campe­
sino barinés la decadencia y ruina de aquellas renombra­
das comarcas.
ANTOLOGÍA
173

EL FIDEICOMISO

Muchas veces oí hablar a mi amigo acerca del suicidio


y siempre se mostró muy opuesto a sem ejante acto que
la religión cristiana ha condenado, por creerlo una ac­
ción opuesta a la voluntad divina, hasta el punto de no
concederse al que así ¡atenta contra ella sepultura en cam ­
po santo. Habíamos llegado a tan tristes especulaciones
con motivo de que yendo una vez a visitar a ese mi amigo,
noté que fojeaba distraídam ente un libro encuadernado
en pergamino y titulado Excercitatio philosophica de
morte voluntaria, que un jesuíta sueco escribió. Ju an Ro-
beck, que este era el nombre del jesuíta, se quitó la vida
en 1739. El libro era la apología del suicidio.
Bien considerado, nos hallábamos lejos, muy lejos de
aquellas tremendas legislaciones que castigaban con pe­
nas corporales el cadáver de los infelices que se daban
la muerte, y confiscaban sus bienes, y deshonraban su
memoria; mas aunque de propósito dejamos a un lado las
discusiones teológicas, fuímonos engolfando en antece­
dentes históricos no exentos de interés. Recordamos aquel
capítulo del Fedón en que con débiles argumentos des­
aprueba Sócrates, o Platón que habla por él, la muerte
voluntaria; con la circunstancia particular de que ese li­
bro leyó momentos antes de quitarse la vida el ilustre
Catón. Pasamos de allí a Séneca y la mayor parte de
los estoicos, que exaltan el suicidio, m ientras que Epicuro
lo rechaza, quizá por prevenciones de escuela contra los
estoicos. Sin embargo, ese que en un famoso poema se
hizo intérprete de Epicuro acabó también él mismo con
su existencia.
En el sexto libro de la Eneida encontramos motivos
para olvidar las disputas de los m oralistas; y por último
las obras de Tissot, Brierre de Boismont, Tardieu, B er­
trand, Falret y otros alienistas nos arrojaron a un campo
excesivamente árido para nuestro objeto, de arte que
174 LISANDRO ALVARADO

nuestraá conversaciones sobre la m ateria en cuestión hu­


bieron de term inar por entonces.
Feliciano, mi amigo, era un sujeto bastante singular. De
origen hebreo, en su semblante pálido, demacrado, austero,
en sus ojos aceitunados, en su m irar profundo, llevaba
consigo esa m arca tan notable en los de su raza. Miradas
de amarguras parecían anidarse en su corazón. Parecían,
y diré por qué. Sabíase que al nacer él, había sido depo­
sitado en cierto nicho o alféizar reservado en la catedral
para los expósitos. Allí se le encontró una m añana aban­
donado. La caridad hizo lo demás, y el niño creció, en
medio de su orfandad, para la iglesia. Un piadoso obispo
fue para él padre, madre, maestro, hogar. El espíritu de
Jehová animó su lengua, que se tom ó grave, elocuente,
apacible: el espíritu de Elohím penetró en su pecho, des­
provisto de los dulces recuerdos de la fam ilia natural,
de las imperecederas huellas de la primera edad arrullada
por nuestros padres, y se hizo fuerte en su fatalidad,
fuerte en su indigencia, fuerte en el destierro, porque de
todo esto había en su camino. Era excelente orador. En
ocasiones se hacia imposible escucharle bien, visto que las
multitudes se apresuraban a ocupar el templo en cuanto
sabían que Feliciano había de predicar; y a pesar de que
muchos iban por la novedad misma del caso, y por la
fam a del predicador, no por eso dejaban de reconocer
las singulares dotes que éste poseía. Mas el buen padre
baj.aba del pulpito sin fingida humildad, casi indiferente,
agrandaba su b aja y endeble estatura, produciendo al
atravesar por en medio de sus oyentes un contraste cu­
rioso, iba a decir punzante, entre su desgastada y verdosa
sotana y los correctos y elegantísimos tra jes que aquéllos
por su parte ostentaban.
En lo demás era la bondad misma. Desprendido de los
bienes terrenales, altruista al modo de Francisco de Asís,
tampoco se quejaba de las numerosas contrariedades que
sobrellevaba. En suma, yo estaba en la perfecta convic­
ción de que un hombre así dotado y en tan cabal equi­
librio de sus facultades, no podría menos que andar con
paso firme el trecho de su vida y efectuar el tránsito a
la otra en medio del afecto que todos le profesaban. T e­
nía que ser así.
La vivienda de mi amigo, que él solía llamar, yo no
sé por qué, Sans Souci, estaba muy pobremente amue­
ANTOLOGÍA 175

blada en un arrabal apartado y silencioso. Desde que al


corredor, húmedo y estrecho, se penetraba, percibíase un
patio rodeado de altas paredes y cubierto de lajas. Una
de las piezas que daban al patio era la que le servia de
gabinetes de estudio, m ientras que la antesala servía de
dormitorio. El color de las paredes, am arillento; su ex­
terior, ruinoso. Al pasear la mirada en aquella mansión,
venía de improviso al espíritu esa impresión particular
que deja un objeto vetusto. Creeríase respirar la antigüe­
dad y sobreponer en el pecho una vida entera, extraña
e incomprensible, sobre la vida bien conocida y por lo
tanto algo insípida que por el momento llevamos. Paré-
cenos entonces estar refugiados en un sitio en torno al
cual ruge una torm enta, pero que a veces oprime el co­
razón tanto como la torm enta misma, sino que esa opre­
sión b aja lenta e imperceptiblemente como la sombra de
la noche. Sin embargo, quiero declarar que por una suerte
de sugestión, o llámese como se llamare, yo im aginaba a
mi amigo, habitando aquel lugar, libre del surm enage que
a veces le estrechaba, dueño de la imperturbabilidad, de
la ataraxia que soñaban los antiguos filósofos griegos, y
a su vez venia sobre m í el aliento de esa suma paz y me
consideraba partícipe del sosiego de aquella noble alma.
Entonces tomaban formas exageradas los objetos en los
que se fijaba de ordinario mi atención: formas exageradas
y fantásticas que contribuían a m antener el espíritu ra ­
yano a un nebuloso y vaheante abismo de alucinaciones:
entonces comenzaba a suspirar locamente la brisa de la
tarde en un ciprés que se alzaba en el patio y m ás allá,
por sobre el tejadillo del corral que daba a un riachuelo
cercano, asomaba sus abanicadas h ojas una solitaria y
extranjera ravenala con la que jugaban los reflejos de la
luna cuando al cerrar la noche aturdía acompasado canto
del grillo y la pálida luz arrojaba sombras extravagantes
de los objetos dondequiera que interponía una pantalla
la caprichosa naturaleza.
Algunas semanas habían pasado en que varios urgen­
tes negocios me mantuvieron alejado de Feliciano. Para
tratar esos negocios habíame sido m enester hablar con
alguaciles, porteros, secretarios, jueces, y asesores de va­
rios tribunales. Ya me encontraba a término de esas fa s­
tidiosas formalidades que tan odiosa vuelven la justicia,
cuando me acordé de mi amigo. Era el día de Todos San -
176 LISANDRO ALVARADO

tos. El tiempo, hermoso en la mañana, se había echado


a perder y a eso de la oración cayó durante media hora
una lluvia fina que cesó por completo; pero la noche se
entró oscura y fría. Queríame sustraer al importuno y
molesto doblar de las campanas, y sin pensarlo me dirigí
a un templo cerca, no solamente en solicitud de un cam ­
bio de impresiones. Sentía la fatiga de esa aridez e ins­
tabilidad que llevan consigo las máximas del derecho;
aridez e instabilidad de las arenas del desierto.
Una gran concurrencia inundaba el templo, donde se
echaba de menos la compostura y recogimiento que'por
lo común se observaba en el servicio protestante. El fu l­
gor de las lám paras y arañas hacía resaltar más el tú­
mulo y las lágrimas plateadas, las calaveras, los huesos
en aspa, los trajes negros de los concurrentes, algunos de
los cuales se veían en las tribunas corridas que partían
del coro alto, buscando tal vez cómo librarse del apiña­
miento que abajo se sufría. En la nave de la izquierda
algunos cirios esparcían rojiza claridad sobre un gran
lienzo que decoraba el altar de las Animas y representaba
el purgatorio, cuadro pintado por un joven artista muy
temprano perdido para el arte; y pegadas sobre las bal­
dosas ardían delante del altar, estremeciendo de vez en
cuando al aire sus am arillentas llamas, muchas veces
esteáricas ofrecidas por los fieles a los manes de sus deu­
dos... ¿Qué pasa en el fondo de esas inteligencias per­
vertidas por falsas creencias y supersticiones que preten­
den aplacar, como los gentiles de todas las épocas, a un
Dios ininteligente y vengativo con el brillo de una luz?
Comenzaba la ceremonia de la vigilia. Del presbiterio
bajaron los oficiantes y con regularidad se distribuyeron
en los asientos del coro bajo. Confundido con los primeros
se hallaba Feliciano. De seguidas entonó el órgano gra­
vemente, en modo hipofrigió, el invitatorio; y concluido
que fue éste, oontinuaron abajo los celebrantes salmo­
diando los versículos y antífonas del nocturno a favor de
los salterios o breviarios que llevaba cada cual: cubríanse
y descubríanse alternativam ente tras cada doxología im ­
primiendo mesurados movimientos a sus bonetes y sobre­
pellices y aparentando una fisonomía impasible y fría que
contrastaba de un modo singular con lo expresivo y apa­
sionado de los salmos que leían, Dominado por esta idea
veía yo, o al menos creía ver en Feliciano todo lo con­
ANTOLOGÍA 177

trario, y si va a decir, una trágica palidez en su semblante,


una expresión hosca y sombría en los músculos de su faz;
y como él salmodiaba de memoria, parecíame que asumían
sus ojos una fijeza obstinada y profunda, que no se dijera
sino que no m iraba y,que más bien leía en páginas sus­
pendidas como sombras en un abismo de meditaciones.
Tocóle recitar la primera lección y con paso algo va­
cilante se adelantó a hacerlo hacia el facistol param en­
tado, cubierto con una banda negra, sobre el cual descan­
saba abierto un viejo ritual toledano. Permaneció un
instante indeciso ante las rayas rojas del tetragram a, en
el que estaban esparcidas y como en completo desorden
erres asaetadas y negras señales de claves, notas, espías,
• pestillos y semisuspiros, y llevó ambas manos a las m ár­
genes del libro. Su voz rompió luego en medio del silencio
que se había sucedido, algo apagada y temblorosa, en
nada sem ejante ,a cuando maravillosamente la modulaba
en el púlpito. Una pausa algo sostenida seguía a cada
neuma, y cuando llegó al peccavi del versículo 20, lo cantó
en cuarta baja, con un clivis de un semitono de in ter­
valo, pero con voz tan inm utada y lúgubre, que no podía
ser más perfecta la interpretación del texto. A lo último,
alzando la voz y marcando el canto, dijo la frase final:
ecce nunc in púlocre dorm iam ; et si m ane me quaesieris,
non subsistam. Volvió >a su sillón y tomó de nuevo la m is­
ma actitud cavilosa que antes, tal que sólo se le vio alzar
la frente y m irar por un momento hacia el coro alto al
percibirse un acorde de séptim a de dominante que en el
acompañamiento del responsorio Credo quod Redem ptor
introdujo el corista por descuido o distracción.
A todo esto yo me im aginaba a Feliciano sufriendo de
ese padecimiento que dicen neurastenia, que parece es
enfermedad de los esforzados; y vagando en este género
de ideas me resolví a volver a casa antes de concluir el
primer nocturno. Una espesa neblina bajaba lentam ente
de la cumbre que a la ciudad domina, y con paso muy
quedo y muy imperceptible se escurría a lo largo de las
calles, dibujándose en el seno de ella, blanco y vaporoso,
formas grises, nebulosas, variables en intensidad, en las
que se m etam orfoseaban los árboles y edificios. Contra la
oscuridad luchaban difícilm ente los faroles públicos, y por
una u otra calle veíanse avanzar con precaución las luces
178 LISANDRO ALVARADO

de los carruajes, como inflamados ojos de algún mons­


truo fantástico que se moviese en las tinieblas.
A la m añana siguiente alguien llamó a mi buffet. Abrí
al punto y me encontré en presencia de un sujeto pálido,
de aspecto reposado y afable. Vestía hábito sacerdotal, y
pronto supe que era cura de un lugar del litoral. Deseaba
redactar un ¿estamento cerrado y oon este motivo expuso
un hecho muy singular. Sucedió, pues, que entre las m an ­
das y legados del testador figuraba una gruesa suma que
existía o debía existir en calidad de depósito, porque él
aún no lo había percibido. Reivindicar esa suma era uno
de los objetos de la consulta.
— ¿De modo, dije yo a mi cliente, que ese depósito no
ha sido hecho con las formalidades usuales?
—No lo ha sido, respondió. Entregóse en artículo de
muerte y en beneficio de los pobres, a condición de ser
restituido al donador en el caso de recobrar éste la salud.
—Usted, repliqué, debe haber recurrido ya al fideiyu-
sario, que será persona de reconocida integridad...
—Sin duda. Pero hay algo -más aquí. Todo se enco­
mendó bajo palabra de confesión al sacerdote mismo que
me prestó los auxilios espirituales.
—Empecé a comprender; y obligado a m ultiplicar mi
interrogatorio, porque mi cliente no exponía el asunto sino
con ciertas vacilaciones, continué.
—Y el resultado ha sido...
—Y el resultado ha sido que el fideiyusario alega que
no puede restituir el dinero.
—Y dice usted que ese buen sacerdote es... de reco­
nocida integridad, ¿no es eso?
—S í es... Sí es... ¿Qué haría usted en mi lugar dado
caso que éste, por ciertos escrúpulos hubiera depositado
la sxnna en manos de un tercero, y ese tercero tuviera a
su vez Ciertos escrúpulos para restituirlo?
— ¡Por Jesucristo vivo que no parece muy sencillo este
asunto!
—Y entonces recordé lo prevenido en el Libro X III,
parágrafo 1.° de las Constituciones sinodales, sobre los le ­
gados en confianza, que dispone que “los fideicomisarios
han de comparecer dentro de tercero día al Obispo y de­
clarar con juram ento, sin expresar la obra pía a que se
aplicare el fideicomiso, si tienen cumplido aquello que se
ANTOLOGÍA 179

les ha encargado”. ¿Se trataba, pues, del Obispo? Esto


era grave. Por otra parte, era term inante lo que la ley
mandaba sobre las disposiciones universales o parciales
de los bienes que el testador hace en favor de su alma,
sin determ inar la aplicación, y simplemente para misas,
sufragios, usos u obras pías, donde quedaban incluidas las
disposiciones en favor de los pobres, u obras sem ejantes
expresadas en general, sin que se determine la aplicación
y el establecimiento público en cuyo favor se han hecho.
—Después de todo (proseguí al cabo de esta reflexión)
creo que no habrá inconveniente en saber ahora el nom­
bre del fideiyusario... y del depositario.
—Mi Chente vaciló algunos instantes y dijo:
—No lo hay, en verdad. Para resolverme a una acción
debía contar con hacer uso de un nombre acreedor a muy
grandes consideraciones como el del Padre Feliciano...
—¿Feliciano?... ¿El Padre Feliciano?, repetí yo, incré­
dulo y sorprendido y sin acertar qué pensar.
Mas de mi sorpresa no pude volver. Aplacé como m ejor
me pareció mi opinión y me encaminé sin tardanza a
Sans Souci. Llegado que hube allí, se redobló mi ansiedad,
porque en el zaguán y el corredor había gente que daba
señales de consternación. En el pequeño gabinete de es­
tudio tam bién había penetrado la concurrencia, y la puer­
ta que comunicaba con el dormitorio estaba guardada por
dos agentes de policía que me reconocieron al instante.
Mirábanme todos como interrogándome, y yo a mi vez
tuve miedo de hacer a nadie cualquier pregunta. Pasé y
me aventuré a m irar al interior de la antesala.
En el suelo, hacia uno de los rincones, tendido en una
charca de sangre y horriblem ente salpicado con la h e­
morragia, yacía Feliciano. Un aguam anil había sido vol­
cado probablemente al desplomarse la víctim a y sobre los
ladrillos se encontraba la alfo jain a hecha pedazos. Per­
cibíanse entre los coágulos que se adherían al cuello del
cadáver dos heridas trasversales. La más alta apenas h a­
bía seccionado la piel más o menos profundamente, aun­
que se veían más hondas del lado izquierdo: la más baja,
al contrario, fue tan penetrante que llegó hasta la espina
dorsal. Las vestiduras del lecho, blancas, muy blancas, y
cuidadosamente arregladas, hacian un fuerte juego de
colores con la postura desordenada y violenta de la sotana
y la sangre. De todo tomaba nota un juez de instrucción
180 LISANDRO ALVARADO

que hacía levantar el acto de reconocimiento o levée de


corps y que había recogido ya del pavimento y puesto so­
bre la mesa donde se escribía una navaja de afeitar en ­
sangrentada. En medio del silencio que se había ordenado
no se oían sino las pisadas cautelosas de los circunstantes
y sordos cuchicheos. Recordé entonces las últimas pala­
bras que oí a mi desgraciado amigo: “Porque ahora dor­
miré en el polvo; y buscarme has de mañana, y no seré
hallado”.
ANTOLOGÍA 181

MEDITACIÓN
(Sobre el «Scliir Haschirim»)

Leo el “C antar de los C antares” y me parece estar


incurriendo en la h erejía de los anabaptistas. Me parece
tam bién que violento y arrebatado como es el lenguaje,
a la vez que palaciegas las pasiones allí en juego, hay
lo suficiente para inquietar a más de un curioso y des­
prevenido lector. Bautizado con el nombre de epitalamio
místico por los doctores judíos y los teólogos cristianos,
logróse tranquilizar con esa ficción a las conciencias, de­
ja r en su rango de canónico al extraño libro, convertir
su exaltación en estro sobrenatural, y establecer como
complemento, un anacronismo al señalar su objeto. ¿Con
cuántas precauciones ha permitido la Iglesia que se lea
esta composición? ¡Qué de espirituales interpretaciones,
no del todo indignas, de las que empleaban los predi­
cadores españoles de hace un siglo!
Figurémonos que en los desiertos de la Tebaida hubiese
leído el poema (como creo que sí lo debe haber hecho)
Antonio el anacoreta. ¿Qué observaciones haría el Ten­
tador, bajo la figura de Hilarión o de la h ija del rey de
Egipto, el solitario tejedor de esteras? Quiero convenir que
aquellas delirantes páginas son dolorosas pruebas o lazos
del demonio para los entendimientos que pueden no más
que hasta cierta medida escogitar; mas para el pensador
mismo que interroga, versículo por versículo, las Escri­
turas, y dejando frívolas exégesis socorriera su análisis
imparcial con las enseñanzas de Bruggsch y Maspéro, de
Oppert y Rawlinson, de Bum ouf y Max Müller, y que al
propio tiempo creyese en la teoría de la revelación ¿no
sería el libro un semillero de contradicciones y temores?
Puede ser. En ocasiones suelo h ojear con bastante pla­
cer dos autores que están en este caso, sino que en el
tiempo en que vivieron, porque son del siglo xvx, no era
162 LISANDRO ALVARADO

aún nacida la arqueología, ni como ciencia se tenia la del


lenguaje. Ellos proceden de la escuela ilustre de los es­
critores ascéticos, tan ilustres como Granada', Malón de
Chaide, Avila, Rivadeneyra, Carvajal. ¿Necesitaráse más
para comprender que hablo de Fray Luis de León y de la
madre Teresa de Jesús? Del primero no hay quien no
sepa y admire alguna de sus m ejores poesías; de la se­
gunda no cansa a uno la lectura de sus inimitables cartas
y la consideración de su valor en las persecuciones de
que fue objeto por parte de los jesuítas. En verdad que
las ideas primordiales, dogmáticas de estos religiosos han
irrentisiblemente envejecido o por lo menos modificádose
en el seno mismo de la Iglesia, aunque sus palabras de-
rramean, escuchadas con atención y recogimiento, una
suerte de extraordinaria armonía hasta en los entendi­
mientos más rudos. Lo juzgo por mí. Mas ¡qué diferencia
entre el docto agustino, que en sus lucubraciones define
como hebraísta, y la piadosa carm elita que “sin entender
la claridad del latín en romance” hace uso de una abo­
minable traducción, tan abominable como alguna otra que
hoy anda autorizada en manos de los católicos!
Quiero decir algo que no será del sentir de nuestro
insigne Saluzzo (y no sé cómo explicarme) en sus estu­
dios sobre la poesía hebraica. Lo que quiero significar es
que el padre del “Gran C antar” anduvo menos inspirado
que sus glosadores y que esa muestra de sus poesías está
algo empequeñecida y sensual. El empeño de ver en ella
sublimidad y nobleza' nos la pone tal, que no es para
decirlo. En sus figuras, rusticidad y medianía; en sus mo­
vimientos, poca originalidad y delicadeza. Teodoro de
Mopsuesta, hace dieciséis siglos, y Renán, en nuestros
días, han examinado el documento con los medios que
hay menester, que son los que presta una crítica ilustrada;
y yo creo que no fueron sino muy fundados los temores
de aquel confesor que mandó a la santa quemase su li­
bro sobre los “Cantares” y los de aquellos inquisidores que
durante algunos años encerraron la traducción española
en el tribunal del Santo Oficio y al autor de aquélla en
estrecho calabozo.
Pues bien, sucede en esto como en las ilusiones de la
vida. Hay ordinariamente muchas y muy variadas, que
no dependen de una perturbación central y que más bien
provienen de una idea preconcebida, largam ente disci­
ANTOLOGÍA 183

plinada y cultivada en el cerebro. Si no, ya congènita en


el individuo; del cual género son las que se refieren a
actos de devoción, de superstición, de fanatism o. Serán
ejemplo muy im portante las sem ejanzas groseras que se
descubren en ciertas figuras esculpidas eventualmente en
la corteza de los árboles o tallados en piedra por el agua
o el rozamiento o las descomposiciones químicas, para
constituir en un momento dado reliquias, milagros, santos
aparecidos. Vagas son, en efecto, las concordancias que
en los “C antares” se procura establecer con obras pos­
teriores, vagas como todo el edificio que no descansa
inmediatam ente en la doctrina de Jesús conservada por
los sinópticos. El maestro León recurre en el prólogo de
su obra a una muy ingeniosa idea para entender la in ­
coherencia de un poema “a donde se explican algunas
grandes pasiones o afectos, mayormente de amor, que al
parecer van las razones cortadas y desconcertadas”; y
observa “que en el ánimo enseñoreado de alguna vehemen­
te pasión, no alcanza la lengua al corazón, ni se puede
decir tanto, como se siente; y aun eso que se puede, no
se dice todo, sino por partes y cortadam ente una vez el
principio de la razón, otra el fin sin el principio: que así
como el que ama, siente mucho lo que dice, así le parece,
que apuntándolo él, está por lo demás entendido: y la
pasión con su fuerza y con increíble presteza le arrebata
la lengua y corazón de un afecto en otro”.
En el caso de nuestra santa hay además la circuns­
tancia especialísima de la enfermedad que padecía. Dice
ella humildemente en sus “Conceptos” o en los fragmentos
que de ellos conservó el Padre Gracián, que aunque le
declaraban el latín en romance, el romance tampoco le
entendía m ás; y, sin embargo, su im aginación amorosa y
acendrada se siente particularm ente atraída por el poema
hebraico, que la seduce de m anera con sus expresiones
enloquecidas, que salvo algún capítulo algo árido y ca­
suístico, es todo dar riendas a su incomparable abnega­
ción y arrobamiento. Dionisio de A lejandría asegura no
comprender el libro de la Revelación; y con todo, lo ve­
nera oomo guardador de grandes enseñanzas, al par que
de invencible oscuridad.
Las ilusiones de la mente, aplicadas a estas m an ifesta­
ciones escritas de la inteligencia, pueden tom ar cualquier
forma, la que prevalezca en la intención de cada cual.
184 LISANDRO ALVARADO

Este desvío sistemático fuera de la realidad, lleva ordi­


nariam ente el nombre de fe. El amor de Dios que se
apropia formas terribles bajo la pluma de Montalvo, las
adquiere sosegadas en Luis de León y apasionadas en
Teresa de Jesús.
¡Oh amigos! Cuando tenéis en vuestras manos la biblia
los dcuningos y os propongáis leer el poema del Rey sabio,
buscad al menos la traducción, del m onje perseguido por
el Santo Oficio, ya ésta es una recomendación. Si no tu -
viéreis la fortuna de saborear esas páginas, buscad la
versión de Cipriano de Valera, y veréis de una m anera
muy aproximada cómo escribían sus obras m aestras para
los siglos de los siglos los inspirados de Jehová.
CAPÍTULO QUINTO

FIGURAS
JUAN VICENTE GONZÁLEZ Y «EL HERALDO»

Tan pronto como los conservadores echaron de ver el


giro que tomaba la política, determ inaron de com batirla
en sus labores de propaganda, y el 1.° de abril comenzó
a salir ‘ El Heraldo”, redactado por J . V. González, pe­
riódico del cual tendremos no pocas ocasiones de hacer
referencias. Llevó por lema la expresión que pone Salustio
en boca de Catilina: “Nos pro patria, pro libertate, pro
vita certam us”; y se mostró con efecto, sugestionado por
estas palabras de un faccioso, sin tregua infatigable y
rebozante de energía y de fe.
En la historia del periodismo en Venezuela no ha habi­
do oosa que se le asem eje; porque la Gaceta de Caracas
y El Venezolano, que vivieron tam bién días tempestuosos,
no alcanzaron con todo a igualar el estilo impetuoso, la
irresistible diatriha, el análisis penetrante y la fecunda
imaginación de González. En el interés de que esta reve­
lación sea un cuadro más o menos acertado en que se
pinten las aspiraciones de la época que él representa, no
dejaré de hacer descanso aquí, para considerar política­
mente la obra emprendida por ese extraordinario neuró­
pata de quien algunos de sus contemporáneos han solido
hablarme casi con desprecio y con terror.
González fue la encarnación viva de su partido. Su
educación fue poderosamente nutrida por los clásicos la ­
tinos más que todo, de los cuales recitaba de coro largos
pasajes; y como era vasta su memoria, sus amedrentados
detractores le echaban en cara ciertos plagios de que por
cierto no necesitaba. Ultramontano además en sus creen­
cias religiosas e inclinado en sus mocedades a l sacerdocio,
conservador había de ser en sus creencias políticas y so-
— 187 —
13 - ANTOLOGÍA
188 LISANDRO ALVARADO

cíales. Llamábanle monigote por escarnio, tragalibros por


chanza, monstruo literario por deferencia. “Hay en Ca­
racas (escribía don Carlos Bello a su padre, el 15 de agosto
de 1846, con motivo de im a corta visita que hizo al pais)
hay en Caracas un hombre muy original, de trein ta y
tantos años de edad, a quien llam an el literato monstruo.
Nómbrase González, y en medio de un interior brusco y
poco pulido, tiene talento y un entusiasmo inaudito por
usted y sus obras políticas. A pesar de hallarse hoy en­
golfado en la política no pierde oportunidad de recoger
de usted hasta aquellos versos que hacía usted para los
nacimientos. Tiene una colección muy prolija y ha seguido
los pasos de usted, y visita todas las personas con quienes
usted tuvo alguna relación. Fáltale no obstante el soneto
el Samán de H uere; y verdaderamente se enfadó conmigo,
porque no lo sabía yo de m em oria”. No salió jam ás de
su patria, y el cultivo escaso que en sus obras se nota
del griego debiólo sin duda a don José Ramos; y aunque
dotado con los talentos y las vehementes disposiciones de
un propagandista, era por carácter m al organizador, no
haciendo por lo mismo gran figura como director del co­
legio Salvador del Mundo, ni como autor de la gramática
destinada a vulgarizar la de Bello, ni como traductor de
la de Burnouf.
Por lo demás fue un coloso. En los retratos que de él
se conservan aparece feo, afeitada su barba, su cráneo al
parecer dolicocèfalo. Glotón, desaliñado én sus modales,
voz delgada y desapacible. Con una estatura procerosa,
bien que de torso algo encorvado y abultado de vientre,
veíasele atravesar las calles apoyado en un grueso bastón
y sin revelar m ucha pulcritud en su vestido. Olvidadas
hoy las ridiculas escenas a que le condujeron sus ene­
mistades políticas y personales, bastan a adivinarle y a
comprenderle sus escritos: zafiro para zaherir, exquisito
para elogiar, fatigando a sus enemigos con una ironía
destemplada, alentando a los suyos con entusiastas diti­
rambos. En caso de necesidad llenaba todas las columnas
de su periódico sin colaboración y con producciones apa­
sionadas, y a veces salvajes por el nervio y la vigorosa
entonación, por el descuido y la cólera que las animaban.
Contrariadas por otra parte sus ideas, ni reparaba en
si era amigo o enemigo el objeto de su censura, ni en si
era poderoso el enemigo. Tocóle como jefe político arres-
ANTOLOGÍA 189

tar a Antonio Leocadio Guzmán. y catorce o quince años


j después hablaba de él con la misma prevención que an ­
tes; llamó a Sotillo “viejo crim in ar’, a Angel Quintero
“histrión sonoro”, a Antonio Guzmán “bicho pedantesco,
que recibió de su padre la empalagosa charla y las m a­
ñas del gitano”; y luego nunca le faltaban las saetas
enherboladas y crueles invectivas contra los que por esto
o por aquello fom entaban su cólera o no andaban tan
presto como lo deseara su venganza. Preocupado por sus
evoluciones m ilitares y con la política enérgica e in tran ­
sigente que pedía para la administración en 1860, él fue
una trompa guerrera que nunca dejó de resonar para
alabanza de los que m archaban a los campos de batalla
o para vituperio de los que esquivaban los combates. Las
operaciones m ilitares emprendidas en ese año en Barlo­
vento atrajeron su cólera sobre el coronel Zuloaga, contra
quien escribió cosas que recuerdan las imprecaciones de
Macbeth; al regresar del Tuy el comandante Madriz le
hace blanco de sus tiros y se burla de sus amenazas. El
conspirador estaba para él fuera de ley.
“Ese viejo de quien la Gaceta Española dice, durante
la época de Morillo: “El dqmingo habrá concierto en la
casa de Don... presidido por Don José Austria, que lleva
un título m ilitar, ganado sin duda en los consejos de gue­
rra que le mandó a hacer Miranda, que ha pasado la vida
en preparar disensiones y revueltas, y a quien en justo
castigo, ha condenado el cielo a presidir ésta de infam ia
y sangre, Tayllerand decrépito, máquina floja que mueve
y hace rechinar el espantoso Aranda, es el jefe del pro­
yectado movimiento, o más bien aquella anciana de es­
candalosa juventud, que da casa, consejos y una tercería
de respeto a mozas más impúdicas y desvergonzadas.
"Ese pódraga que lleva un espíritu ambicioso y un
corazón de libre, que obedeció trémulo a Monagas y des­
deña a Tovar, ídolo viejo roído en su propio templo, va
a aparecer para risa de los espectadores, calumniador en
el extranjero del país que le colmó de favores y que adora
, al diablo, como los hotentotes, por el horror que le inspira.”
Llegado aquí ve cómo pasan frente a la ventana de
la redacción dos de los señalados por conspiradores, y
sigue dictando en voz».alta a los cajistas: —“ ¡Porra! ¡Pi-
mentel! Van juntos. ¿Quién les persigue que tiemblan?
¿Por qué tan demudados? No les inspira seguridad ni la
190 LISANDRO ALVARADO

paciencia del Gobierno. ¿Los siguen las Euménides y al­


zan sus gritos vengadores y tienen sus altares sobre el
corazón de esos hom bres?”
Y proseguía: “B ri... no continuemos; esta no es tarea
digna de nosotros, que no somos de la raza de los Timó-
genes y Palantes. Es lo que quiere el Gobierno, que nos
convirtamos en delatores y nos deshonremos en tan in ­
digno oficio. Por nuestra parte, cualquiera, hasta el más
vil, adoptaríamos como contribuyésemos a salvar la so­
ciedad.”
El 9 de abril de 1861 un diputado, el licenciado Eladio
Lara, le amenaza con un silletazo, en la posada de B as-
seti: “¡Se conoce, le grita, que eres fam ilia de asesinos!”
Un hombre de esta clase ha encontrado pocos bió­
grafos. Fuéronlo escritores competentes como los señores
Felipe Tejera y Luis López Méndez, aunque ellos se con­
cretaban de preferencia ,a estudiar al literato y al hablista.
El Heraldo, entre tanto, es consultado por los curiosos y
se le mira como un panfleto fabuloso, sembrado de alu­
siones sangrientas de que se va teniendo una idea vaga,
al ir atravesando lentam ente las personas de la tragedia
por el polvo del sepulcro o del olvido; se citan escenas
incompletas como polémicas ardientes del que existen per­
sonajes todavía, salvados de la vorágine terrible que con­
movió al país; y al redactor se tiende a considerársele
con una mezcla de aborrecimiento, y hubiera destruido en
efecto a la sociedad en uno de sus impulsos. Pero —cosa
extraña— ese alucinado teólogo y político, sugestionado
quizás por el medio en que vivía y dejando a un lado sus
propias convicciones, volvía frecuentemente en la prácti­
ca a un terreno menos intransigente e incurría en las
contradicciones que abundan en el seno de las doctrinas
religiosas y los sistemas, presentando entonces una de
las fases más interesantes de su existencia y un motivo
para olvidar el papel forzado que se creyó siempre lla­
mado a representar. Ello es que sus diatribas sorprenden
y sobresalen más por la indignación y el sarcasmo que
por la rabia y el escarnio.
ANTOLOGÍA
191

I
ARÍSTJDES ROJAS Y J. M. NÚÑEZ DE CÁCERES
(H is to r ia P a tr ia ;

La historia literaria venezolana viene sufriendo desde


hace algún tiempo los efectos de una reforma lenta,
aunque audaz y progresiva. Si esto se debe al desarrollo
sociológico, peculiar a cada nación viable, o bien al im ­
pulso de los programas puestos en práctica por cada
idea política, es cosa que la mencionamos tan sólo para
aceptar las dos partes del dilema como puestas cada cual
en razón. Haciendo caso omiso de las reputaciones cien­
tíficas o literarias que se han establecido con más o m e­
nos motivos y que son tan útiles como la sabiduría de
los faquires o de los astrólogos, y de algunas otras que,
fértiles de suyo, crecen sobre suelo adverso o en extraña
atmósfera o sufren por último un desarrollo anómalo, la
tendencia de los que hoy escriben se m anifiesta de los
modos más originales. Aun escogiendo entre el fárrago
de las producciones político literarias, hay ideas que
anuncian más bien la revolución que la extravagancia.
Yo sé muy bien que un buen número de personas sensa­
tas desdeñan el m aterial que ofrecen sem ejantes publica­
ciones, que para ellas todo es malo y a todo le falta in ­
terés o compostura o seso, y a fe que tienen razón para
muchos casos; pero, faltando en absoluto, no imaginan
que todo contribuye a fotografiar la época, y que el h is­
toriador y el crítico llevan sin reparo esos informes som­
bras y valores al lienzo más o menos complicado de la
edad que tienen que examinar. Las luchas políticas han
contribuido accidentalm ente a esa ataxia de los cerebros,
y acá y allá aparecen vestigios de este factor como n e­
cesario efecto del curso general de las ideas, aunque es
menester convenir que la evolución es casi siempre inde­
pendiente de aquella acción.
Lo que más que todo satisface es. no la actividad en
192 LISANDRO ALVARADO

la faena literaria, sino su limitación a hechos nacionales


y su indispensable división: Unos, como R ojas (J.M .) y
Level de Goda, se ocupan de la historia contemporánea
bajo consideraciones opuestas; otros, como Núñez de Cá-
ceres y T ejera (M.), abandonan las fáciles excursiones de
la imaginación, en que pueden pasearse como poetas,
para entrar en el campo de la observación; otro (que yo
sepa, el único), emprendiendo con calor el estudio de la
literatura sánscrita, para por los senderos abiertos por
Bopp y Diez, a las ricas florestas griegas y latinas, que
le son fam iliares, trayendo como adquisición importante
las relaciones filosófico-religiosas que nos ligan a la ci­
vilización; mientras que Rojas (A.) y Villavicencio con­
sagran sus esfuerzos al esclarecimiento o a la filosofía
de nuestra historia.
Como tenemos alguna predilección por esta últim a
clase de labores, vamos a dedicar unas cuantas líneas a
dos de los literatos citados, aunque es ello asunto que
atañe más bien a otro escritor como ellos, y como ellos
apto para la crítica. Son A. Rojas y Núñez de Cáceres, cu­
yas obras han tenido la amabilidad de mostrarnos en
parte. Coinciden ambos en su propensión a coleccionar
documentos, esculcar rincones ignorados, escudriñar le ­
janos acontecimientos, realizar la histología de la socie­
dad venezolana, pero contrastan singularmente en sus
caracteres, en sus sistemas y en su método. Ya T ejera (F.)
los ha perfilado con mano m aestra; el vulgo supersticio­
so cree que al través de sus vidrios bicóncavos todo lo
alcanzan a ver aquellos dos miopes; lo que es verdad es
que al través de nuestra actual sociedad perciben m ul­
titud de dramas y entremeses, que hubieran sido una
considerable amenaza en los archivos de Ju an Vicente
González, pero que ahora los más nunca sospechan.
R ojas tiene como pasión la pasión del anticuario Su
estudio, que él dice “mi desván”, amueblado oon elegan­
cia, está sobrecargado de grabados, bosquejos, estudios
m arinas, claros de luna, bustos, camafeos, porcelanas,
gobelinos. muestras de rocas, vasos antiguos, restos de
fósiles, plataos históricos, amarillos pergaminos y una
completa literatura de todo lo relacionado con las an ti­
güedades venezolanas. Los expedientes que componen el
sumario de sus obras están llenos de notas, de autos,
diligencias, declaraciones, careos, actas, copias autoriza­
ANTOLOGÍA 193

das y de cuanto puede esclarecer el proceso de que se


ocupa ese disquisidor escrupuloso y sagaz: a todo el m un­
do cita o pregunta, y de una m anera tan cumplida que
no hay evasión ni excusa legal posibles.
Fruto de su trabajo, en que desempeña las funciones
de fiscal, defensor y juez, es la serie de publicaciones
que ha comenzado a dar a luz con las Leyendas Históricas
de Venezuela; de las que han aparecido los dos primeros
volúmenes y de que ya se conocían artículos publicados
o reproducidos acá, allá, en diferentes periódicos o folle­
tos. Por doble respecto, puede juzgarse este m aterial y
los demás que anuncia en el tomo II, es decir, como am ­
pliación a la historia patria y como crítica de las an te­
riores crónicas o narraciones. Es un reparo general que
ellos se desarrollan holgadamente h asta tropezar con cier­
ta barrera de la cual es principal punto de referencia el
año de 1830, esta es, la fecha de la m uerte de Bolívar y
la caída de Colombia; pues aunque el autor suele pasar
esta linea fronteriza por este o por aquel punto, sus ex­
cursiones fuera de sus dominios son tímidas, embarazosas
y motivadas casi por la necesidad de seguir de cerca a
algunos de los personajes que espía, o de palpar la m eta­
morfosis de un terreno, digamos así, terciario, que con
minuciosidad vienen explorando. Esto es una v en taja para
el escritor, que se halla así en capacidad de concentrar
toda su atención en un asunto limitado y dominarlo. Asi­
mismo se puede observar que en cuanto a sistema, él
adopta de buena voluntad los neologismos que le hacen
falta, vitupera sin miedo las “infam es jerarqu ías” del an­
tiguo culto católico, adopta en geología las innegables
conclusiones sobre la creación y nunca desdeña acercar
su oído a las voces que levanta la juventud, cuando otros
más confiados o más tenaces, no creen deber escucharlos.
De aquí el género de su crítica. Lo que es historia, tiene
sus comprobantes y sus fuentes; lo que es leyenda, oomo
leyenda queda.
Confieso que el título del libro me engañó: Leyendas.
Acaso el autor pensaba en las Tradiciones, de Ricardo P al­
ma, al escribir aquel título; pero es lo cierto que bajo el
tal nombre van comprendidas verdaderas m onografías y
disquisiciones de gran valor para la historia.
La novela histórica es una cosa que no he podido com­
prender: a lo menos no sé cuál pueda ser su utilidad, si
104 LISANDRO ALVARADO

lo que pretende es ponerse al lado de la epopeya y su­


plantarla sin el resorte de la poesía. ¿Quién puede con­
versar de continuo, sin fastidiarse, con un embustero?
La innovación introducida en la novela por el baroneto
Gualterio Scott, tuvo al punto imitadores, entre los que
descuella el genio portentoso de Víctor Hugo: se puede
decir que no hay uno de entre los más célebres novelis­
tas que no haya cultivado este género literario. Resul­
tado es que si apartamos el atractivo que le da la historia
a la novela, ésta en cambio le quita a aquélla 1a, con­
fianza que podría m erecer y sacrifica gran número de
acontecimientos a la pasión y al romanticismo.
La introducción, pues, del volumen I de las Leyendas
nos vuelven la tranquilidad. “Rem ontam os a los orígenes
de nuestra historia, en cada una de sus grandes etapas;
aplicar al estudio de los hechos la crítica filosófica; rec­
tificar sucesos muy m al apreciados por ausencia de do­
cumentos y de estudio; sacar del olvido figuras históricas
que traen a la memoria hechos gloriosos; estudiar las
costumbres y tendencias de cada época; presentar, en
suma, a la historia lo que sea digno de la historia, según
la célebre frase de Voltaire; tales son —dice el autor—
los propósitos que nos guían en esta labor continuada
hace ya algunos años.”
Dos órdenes principales de estudios figuran en lo hasta
ahora publicado: los unos, de carácter descriptivo, ya de
costumbres en una época, ya de cuadros naturales o de
monumentos históricos, hacen gala del estilo poético y
elevado del escritor, y en varios de ellos, como en el de
“El loro de los Atures”, se trasparenta la influencia que
acaso han tenido en su elaboración los “Aspectos de la
naturaleza” y las m agistrales descripciones del “V iaje a
las regiones equinocciales”, de Humboldt. Por lo demás,
este sabio, jacile princeps entre los que han tratado de
nuestra historia física y natural, ha merecido del doctor
R ojas las “Humboldtianas”, que son como una edición de
cantos épicos, los cuales ha citado Sach en su libro
“Desde los llanos”.
La otra, serie de estudios, más arduos y, en ocasiones,
difíciles de tratar, él ha sabido darle interés y revestir­
los con agradables exornaciones y presentarlos con la ven­
ta ja de un estilo flúido y pintoresco. Yo me he prendado
en particular de las “Siluetas de la guerra a m uerte”.
ANTOLOGÍA 195

Sorprendido una vez del modo oomo juzga González a


Boves en su “Biografía de José Félix Ribas”, me ocurrió
preguntar, siendo todavía estudiante en la Universidad,
por el famoso caudillo a un m onje franciscano, fray Car­
los de Arrambide, que le había conocido, y su informe
fue tan favorable como severo es el de casi todos los que
tienen que hablar del terrible jefe. ¡Cuánta diversidad
en la exposición de los testigos! ¡El uno porque fue ad­
versario, el otro porque era realista o religioso, el otro
porque fue espantado por la m ala fama, aquél porque
jgnoró ciertos móviles, éste porque observó mal, todos
tienen que ser examinados h asta el fondo de sus corazo­
nes, en el mudo papel y hasta en la forma particular de
la letra, para que la ju sticia y la verdad no sean en­
gañadas !
Hay algo menos sombrío, aunque no menos laborioso.
En “Caracas fue un convento” el análisis ha llegado a
un nivel que sólo permite el conocimiento perfecto de
una época, reconstruida con gran discernimiento. Con su
lectura van pasando las m uertas generaciones con sus
trajes, sus costumbres y su tiempo, y cree uno que está
de veras en los días en que Hurtado de Mendoza ideó el
episodio de la Publicación de la bula, o Espinel las aven­
turas de Marcos, o Cervantes las bodas de Camacho, o
Beaumarchais las Travesuras de Fígaro; esto bastaría a
dar, como lo dará sin duda el Folk-Lore, una idea de la
paciencia y erudición del autor. ¿Qué más podría yo de­
cir, cuando todo el mundo ha aplaudido?
Las investigaciones de Núñez de Cáceres han versado
también sobre historia; pero en sus m aneras se echa de
ver ya lo que Jias distingue de las emprendidas por R ojas:
es de esos personajes típicos sobre los cuales se puede
repetir el pensamiento de Buffon en su discurso sobre el
estilo. Libros antiguos y ediciones raras de los clásicos
en su estudio, papeles acá y allá, el desorden peculiar a
ciertos hombres de letras, la levita invariable y lo agi­
tado de su vida contribuyen a que se fijen sobre él las
miradas con alguna extrañeza. Pocos de nuestros hombres
de letras, como he tenido ocasión de observar, han sido
juzgados con mayor diversidad, y todavía diré, con m a­
yor animosidad: a qué contribuye por otra parte la ocu­
pación que ha tenido por largo tiempo del profesorado
y el poco misterio que gasta y del cual se proveen con
196 LISANDRO ALVARADO

mano liberal muchos que no tienen más que ese secreto


para aparecer sabios. Al ignorante se puede fácilmente
engañar, y corno al sabio, a quien no se puede, rara vez
se le tropieza, no hay más que desear.
Tengo de Núñez de Cáceres en este momento algunas
lineas escritas en un pedazo de papel. La forma de letra
es detestable, y por eso hube una vez de tener mis buenas
dudas de que el que así escribe pudiera con cuidado h acer­
lo algo m ejor; pero no sólo es así, sino que tra b a ja oomo
un m onje benedictino y con un muy especial prim or sus
producciones. En ocasiones parece que ha escrito con una
pluma para dibujo y una lente de relojero. Habiendo re­
cibido una parte de su educación del lado allá del Rhin,
él ha tomado los gustos de aquel país, y es un verdadero
erudito alemán, o m ejor, para usar de la donosa expre­
sión de don Ju an I de Armas, es un “calderón del diablo”.
En ese papel que llaman los procuradores “de orilla”, ha
escogido él su imposición, y cuartillas sobre cuartillas se
han acumulado para form ar un volumen y luego otro y
otro hasta no sé cuántos.
“¿Y de qué tratan esos volúmenes?”, dirá alguno.
Averigüelo, Vargas. Una parte de los que versan sobre
nuestra historia he fojeado y lo he visto o creído ver,
diré.
Desde luego, sus pesquisas en asuntos históricos difie­
ren de las de Rojas en que avanzan hasta épocas recien­
tes, en las que se pasea con su libro de notas con poca •
tranquilizadora curiosidad para algunos personajes pú­
blicos, o bien abandona este examen objetivo y apode­
rándose de la rima, que m aneja tal vez m ejor que la
prosa, se va a las m anifestaciones subjetivas del cuerpo
social en sus diferentes eras y aprovecha la ocasión para
atacar ciertos enredos con una zumba que no le falta
o saetas enherboladas. De esta última clase son las pre­
cauciones que conoce el público venezolano con motivo
de haberse dado a luz algunos fragmentos de ellas.
En otro tiempo creo haberme ocupado de la biología
nacional de la “Venezoliada” y la “Cachurriada”. Un ob­
jeto análogo tienen los “Sonetos a Petrona”, y están en
especial relacionados, en mi concepto, con el poema épico
de Cachurria. Si el “Siglo de oro” de Valbuena y las “E le­
gías” de Castellanos y la “Araucana” de Ercilia han per­
dido hoy el mérito de la concisión y rapidez, hoy cuando
ANTOLOGÍA 197

se procura andar a toda máquina, y vivir de prisa, han


ganado por el contrario el de que son para el crítico
documentos inestimables, de que representan el bosquejo
de una edad y de que son, como dijo una vez Nuñez de
Cáceres de Lope de Vega, extensas selvas adonde se va a
cortar la madera preciosa que se necesita para determi­
nados objetos.
Petrona es, pues, una heroína que en los días en que
escribió Armas había merecido los mil sonetos en cues­
tión. Hoy es su número auténtico el de 2.000. Dos mil y
más, graduados desde el estilo pastoral hasta el humo­
rístico y libre; términos naturales del desarrollo de una
sociedad.
“¿Quién es el hombre que ha escrito más sonetos?”
—me pregunta de improviso el autor no ha mucho—
“Entiendo que el P etrarca”, le respondo algo desconcer­
tado, porque no soy muy fuerte en sem ejantes m aterias.
La pregunta era un pretexto para juzgar su propia obra,
y de la posibilidad de escribir mil sonetos. A poco tiene el
libro en sus manos y lo m antiene, m ientras habla, aga­
rrado por una esquina, al nivel de su cabeza. Cinco so­
netos más o menos son adm irables; otros cinco excelentes;
otros cinco, buenos; igual núm ero... pasables... Los demás,
de no poderse aguantar.
Si esto no llega a lo cierto, se acerca mucho. Todos
saben la dificultad de encontrar buenos sonetos y las di­
ligencias que hay que hacer para obtenerlos en Gil Pols,
Argensola, Lope, Bello, Acosta, Bermúdez Avila, Pérez Bo-
nalde, Quevedo, Cervantes y otros maestros.
Resta decir que Petrona no tiene sino una analogía, y
esto cómica, con Laura. El verdadero objeto de ésta, al pa­
recer estram bótica acurrencia de escribirle dos m illares de
sonetos, va envuelto en los acontecim ientos de nuestra h is­
toria. Es en realidad un diálogo entre Bolívar y Venezuela
el “Día de amor", de Moore, ampliado de una m anera
particular. Cuando se hayan publicado, podrá tom arse el
crítico el trabajo que se tom aron Fray Luis de León y
Renán en el cántico de Salomón. Por lo demás, entre
Tolstoi, que establece una suerte de pecado original, y
Strauss, que destruye con la crítica el misterio elevado a
dogma por Pío IX, y acaso el más poético del cristianismo,
cabe muy bien las tendencias de Ibsen y Zola y, sobre
todo, la pluma honrada del observador de la naturaleza.
198 LISANDRO ALVARADO

Por esta razón concurren las tendencias actuales en Ve­


nezuela a la reforma, a la destrucción de viejos e inútiles
edificios y a la modificación de lo que estorba al desarrollo
de la idea dominante, sentido en el cual, como era de
esperarse, la juventud, lejos de presenciar el fenómeno
con pasmo o pronunciando el antiguo autós épha, ha
puesto manos a la obra con arrojo, y con esta diferencia,
que su iniciativa la toma sin temor, ni tropiezo, ni respeto
humano, y que su hacha ataca más cerca de la base que
ningún otro el añoso árbol del fanatism o y las preocupa­
ciones. Así es como Picón Febres, Romero García, Gil
Fortoul, López Méndez y algunos más llevan sus ideas a
la critica literaria, a las arenas políticas, a la responsa­
bilidad criminal, al movimiento contemporáneo y a una
multitud de problemas interesantes.
Southampton. 22 de julio de 1891.
ANTOLOGÍA
199

CECILIO ACOSTA

De Cecilio Aoosta se habla como de la últim a expresión


para caracterizar el estilo castizo y el buen decir; y, sin
embargo, son pocos los escritores serios que de él se han
ocupado, por lo menos en nuestra patria. M artí le conoció
poco antes de que la muerte de aquél lo separase para
siempre, y publicó pocos días después de esto una bio­
grafía algo exagerada y pomposa, aunque exacta en su
mayor parte, porque se refería a cosas que él mismo h a ­
bía visto. Tejera, a pesar de sus arranques de poeta, fue
más reservado en sus Perfiles. Los colombianos, por otra
parte, le admiraban, justo es decirlo, mucho más que
nosotros. Veamos en qué consistía esto.
Dos cosas había que considerar en Acosta: sus prendas
personales y sus trabajos literarios. Cuanto a lo primero,
puede decirse que era un personaje singular, bien que
su vida, como la ‘de Littré, está sembrada de pocos acon­
tecimientos. Hablo de los últimos años de su vida, que
fueron los en que pude estudiarle. Tímido por su orga­
nización, no era de los que pueden atraerse las simpatías
del vulgo con rasgos de audacia o desprecio por la vida,
a más de que, meditabundo de suyo, daba con ello un
tinte de originalidad a su conversación, a sus m aneras, a
sus distracciones. En ocasiones oiasele repetir una' frase
determinada, maquinalmente, y una y otra vez, como si
aquello no fuese otra cosa que el eco de sus últim as pa­
labras o el signo de un trabajo intelectual nuevo en que
se absorbían su percepción y sus actos. Curábase poco de
la elegancia del vestido, y hasta tomaba el frac por la
levita, para una visita cualquiera Habitualmente grave
y reflexivo, jovial con sus amigos, candoroso en todo, él
hubiera dicho en 1793 con Camilo Desmoulins a todos los
que encontrara: “¡Leed a Philipeaux! ¿No habéis leído a
Philipeaux?” Cecilio Aoosta, dígase Nicolás Palández.
Al lado de ese corazón sencillo había otro profun­
200 LISANDRO ALVARADO

damente religioso. Como norte a sus afecciones y como


gloria de su alma tenia a la madre; cuando ella estaba
entregando su espíritu, cayó de rodillas junto al lecho
recitando en voz alta el credo católico. “Todo se ha aca­
bado para mí, escribía en su dolor a uno de sus amigos,
a Aguinalde; todo si no es estas tristes lágrimas que caen,
y con que borro estas líneas más tristes todavía”. Y en
efecto, ya no vivió sino días de congoja, y eso pocos. La
tribulación fue su compañera, las sombras de la desdicha
se apoderaron de su mansión y no volvió a probar hora
alguna de sosiego. “El corazón del hombre no tiene sino
poquedad e impotencia, decía más abajo, en la propia
carta: o goces de un día o afectos que se le van; y cuando
después los busca clamando, como sólo siente y habla con
la carne, no hay nadie que le responda: detrás el vacío,
delante el muro eterno divisorio entre las dos vidas. La
filosofía es tam bién estéril para el consuelo: capaz de
conocer las leyes cósmicas, se contenta con señalar apa­
riencias o hechos caducos con el nombre de fenómenos o
con hacer tablas de muertes incesantes con el nombre de
transform ación de los seres; va desde el abismo de la m a­
teria, que está en los átomos, en que se detiene para
encontrar las afinidades químicas, hasta el disco del sol
a asentar en él su trono para explicar su sistema plane­
tario, o penetrar más aún para descubrir otros sistemas
celestes; atraviesa el espacio para medirlo, o persigue las
combinaciones de los números hasta dar con el infinito
de las fórm ulas; pero al pasar con todo ese aparato de
gloria, con toda esa luz de las ciencias, con toda esa
pompa de triunfo, ni para su carro delante de lágrim as
ni las comprende siquiera. La historia, reducida en gran
parte hasta ahora a las guerras, por no decir a los crí­
menes de la humanidad, salvo muchas conquistas llam a­
das derecho y algunas m ejoras prácticas llamadas civili­
zación, que presenta como trofeos, no hace por lo común
otra cosa que m anchar sus páginas con sangre y cruzar
los siglos por entre los escombros y el polvo de los im ­
perios caídos, sin que dé nunca como cosecha, ella de
suyo, ni una palabra de alivio, ni una gota de refrigerio
para las desgracias humanas, sepulturera que sólo habla
de tumbas y sibila escapada de las ruinas.”
De aquí el que se sintiese oprimido por el medio en
que se hallaba; de aquí su suerte adversa. Con un valor
ANTOLOGÍA 201

digno de su alma soportó cruelísimas amarguras, que yo


vi, pasando su vida por todos los períodos de una muerte
lenta y deplorable, porque lo era, en la cual, como en
solitario templo, ardió constantem ente limpia la lumbre
de su espíritu; lo cierto es que en medio de su indigencia
el pensamiento de la buena madre no le abandonaba. En
cierta ocasión, como leyese delante de él un joven la carta
arriba citada, se poseyó de tal suerte de aquellas apasio­
nadas frases, que repetía abismado los pensamientos m ás
patéticos, a medida que eran leídos. La oda al Véspero
fue lo último que produjo su pluma: debe de conservarse
entre sus papeles, escrito en la segunda h oja de una carta,
el borrador de esos versos melancólicos. Ello es que a l
salir uno de aquella casa tan pobre y a donde concurrían
con reverencia hombres tan eminentes, se hacía forzoso
(¿desear?) siquiera otra suerte a su ilustre habitador. Sus
congojas term inaron al fin un día.
Fue en vano que buscara en el aire libre del campo la
salud y la alegría, porque se le volvió a su casa postrado
y sin alivio. Hasta la misma enfermedad que le llevó pudo
ocultarse a los facultativos. Ni Frías ni Rodríguez, pu­
dieron precisar de qué especie nosológica se trataba; pero
la historia de la literatura venezolana ha precisado al
menos la funesta fecha del fallecim iento. Cerca de las
ocho de la noche la casa estaba casi desierta. Vivía ( todo
se debe precisar tratándose de tales hombres) entre las
esquinas de Velázquez y San ta Rosalía, número 103. En el
pequeño corredor había apenas algunos viejos amigos y
unos cuantos jóvenes. A poco empezó a llover y casi to ­
dos se retiraron. En la pieza en que él ordinariam ente es­
tudiaba y escribía, allí conversaban en voz b aja algunas
personas. En la antesala, casi en el mismo sitio en que
dormía, estaba tam bién el lecho de muerte. Le vi en ese
momento. Tendido frente a la ventanilla de la pieza, en ­
volvíale ya el sudario; y como deseaban verle ciertas per­
sonas levantaron el lienzo que cubría su rostro, honda­
mente demacrado: la frente era la misma, espaciosa,
pensadora, salientes los pómulos, afilada la nariz,'hu n di­
dos los ojos. Aquellas manos que tan afectuosam ente es­
trecharon sus admiradores, habían perdido sus músculos.
Inclinábanse así sobre el cadáver "los antiguos amigos,
pareciendo dudar que sem ejante espíritu se hubiera des­
vanecido y exhalado.
202 LISANDRO ALVARADO

—¿No vas al entierro? me dijo Tulio al día siguiente,


cuando nos levantábamos. Tulio era uno de esos jóvenes,
formados en la escuela de los Aguerrevere y los Mendoza,
que hablaban como mozos y pensaban como viejos, ro­
mánticos en el fondo, nutridos en el amor de las ciencias
y en el amor de la libertad.
Como ambos éramos enemigos del gobierno de entoces,
porque éramos enemigos de su doctrina, nos acordamos
al punto de las exequias del general Lamarque.
—¿Cómo no?, le respondí. Con todo no estábamos ni
en París, ni en 1832, y hubimos de seguir el cortejo por
las mojadas calles hasta San Felipe, esperando oír des­
pués la voz de nuestros literatos en la últim a morada.
Todos saben cuál fue el resultado de las palabras que pro­
nunció el P. Aguilar en el acto de la inhumación del
cadáver en el Cementerio del Sud; estaba en el carácter
de aquel sacerdote la alusión que hizo, pero por lo demás
era tan directa. Fuera de ello ninguna otra boca se abrió
en elogio del eminente difunto, si no contamos el patético
adiós que su hermano Pablo entre lágrim as le dirigió.
Tejera, Morales, Marcano, Saluzzo, Martí, Fernández y
otros cuya voz esperábamos, acaso recordaron con terror
el seno de las cárceles, y quién sabe si un justo presen­
timiento de lo inútil del sacrificio. Pero, en suma, ¿por
qué habían de hablar m al del Gobierno para hablar bien
de Acosta?
Conocido ya el hombre, es bien que consideremos al
escritor. Dejo a un lado la calificación de sus produccio­
nes, porque son de diversos géneros, porque aún no están
todas publicadas y porque al cabo es a otras personas a
quienes toca hacerlo. Se dice que era optimista, y el Có­
digo Penal vigente, que es obra suya, ha sido diversa­
mente juzgado por nuestros juriconsultos. Ahora mismo
leía sus ideas, publicadas en El Federalista, sobre leyes
secundarias de la constitución federal de Falcón. Es ver­
dad que complace a los hombres y complace a la historia;
pero de esto a las doctrinas del execelente doctor Pangloss
va notable diferencia. Sus rasgos característicos y sus
creencias religiosas dejan entrever lo que fue para la po­
lítica, en la cual, afiliado al partido conservador y ven­
cido oon él, dejó páginas que quedarán, rehuyó las épocas
tempestuosas y fue leal enemigo hasta su muerte. Si va
a sus publicaciones puramente literarias, ya es otra cosa.
ANTOLOGÍA 203

Lo más sencillo es asentar que escribió obras m aestras.


Cerebro de a rtista y de pensador, sólo don Ferm ín Toro
se le puede comparar en la literatura patria. ¿Qué más?
Nosotros somos, sin que Dios lo remedie, poco amigos de
meditar. La política, por ejemplo, no la comprendemos de
ordinario sino en la invectiva parlam entaria, en el arre­
bato tribunicio, en el golpe de Estado, en una ley marcial.
Más nos cautiva un Francisco I y un Bayaceto que un
Richelieu y un Kimperli, y más popular es el combate de
las Queseras que la cam paña de Boyacá. He aquí por qué
con no haber salido de Caracas, como K ant de Koenigs-
ber, fuese Acosta más conocido de los bogotanos que de
los caraqueños.
Presentado como hablista, no hay que andarse con
reservas. Apartando el que le hayan tachado de amane­
rado y de im itador de Granada, es casi seguro que no
ha tenido rival. Era vaso delicadísimo y sonoro que no
cesaba de em itir notas vibrantes, aunque estuviese lleno,
y que por especial privilegio se acomodaba a todas las
modalidades del diapasón. Las ideas influyen evidente­
mente en el estilo, y el de Acosta podría compararse en
lo filosófico y pensador a Granada, en lo gracioso y apa­
sionado a Teresa de Jesús, en lo vigoroso y desenvuelto
a Hurtado de Mendoza; y aun así acaso seria lo m ejor
ponerle simple y llanam ente en el siglo de oro de la len ­
gua castellana; porque d el mismo modo podíamos encon­
trar en él cláusulas parecidas a las de León y Malón de
Chaide, a las de Mieremberg y Estella. Ya empleara la
rima, ya la prosa, el m anto de la oración se descogía con
un lujo que no cansaba, con una variedad de form as que
lo llenaba de atractivos.
Tal fue este hombre célebre. “En medio de sus méritos
indisputables, me decia una vez M artí, allá frente a Al-
tagracia, ha tenido el inconveniente de adoptar un bello
egoísmo de reconcentrar sus fuerzas dentro de sí mismo
y descorrer sus pasiones en su propio ser, sin comunicar
a los demás las expansiones de su alma. Si hubiera exis­
tido en los primeros siglos del cristianism o, habría sido
un Anacoreta; si hubiera sido contemporáneo de la es­
cuela de Alejandría, hubiera sido alumno de ella y filósofo
del éxtasis. Así muere sin odiar, pero muere en pesadum­
bre”. Y se indignaba al recordar lo que le habían asegu­
rado a él, que acababa de llegar: que Acosta no hacía
14 - ANTOLOGÍA
f
204 LISANDRO ALVARADO

sino im itar a Granada, y, como si ello fuera un grandí­


simo reparo, que era miope y no muy atildado en el vestir.
¿Cómo había de imaginarse que, de las personas que una
vez vió agrupadas en la galería modesta de la casita de
Santa Rosalía, acabando de serle presentado el ilustrísimo
señor Guevara, el publicista, que aún no había existido
bastante para las letras, y el prelado, que le pareció tan.
robusto y lleno de vida, estaban siéndole apenas creíble,
señalados por la muerte al empuje de largas adversidades?
Frescas aquellas escenas y saltando acá y allá penosas
e irónicas reflexiones, debíamos percibir desde allí la ale­
gre música de la banda m arcial, los estrepitosos cohetes
y las aclamaciones del pueblo, que al compás de sus ca­
denas, según la expresión del eminente Toro, celebraba
entusiasta la inauguración de una estatua que se levan­
taba entre el Palacio Federal y el Legislativo. Eran los
adioses de la esperanza para aquella alma a la triste lu ­
cha del genio con la indigencia.
Es indudable que con él expiró la escuela de la inves­
tigación filosófica y del decir puro y castigado en lite ra­
tura. Después de él, y sobre todo al pensarse en el esta­
blecimiento de la Academia Venezolana, se ha querido
seguir el ejemplo, buscar el filón y explotar esa rica m ina;
pero los ensayos no han sido siempre felices. Hay vacío;
y a mucho apurar las excusas en esta m ateria, preciso
es convenir en que la historia y la política son (y a ve­
ces exclusivamente) como las fuerzas cósmicas en la for­
mación y configuración de los espectáculos variados de
la naturaleza; forman atmósfera, disgregan, modifican,
destruyen y dan origen ¡a nuevas creaciones. A los pen­
sadores queda ese tema de estudio.
Algunos años han pasado. La morada que apenas, in ­
cidentalmente mostraba, por la noche, una luz débil y
vacilante, para leer a un amigo la oda al Véspero, está
desconocida. Desaparecieron las antiguas ventanas de
madera, y con ellas el color amarillento de las paredes
y el gastado pavimento de ladrillos; y al través de las
nuevas rejas de hierro, de aquella sala, tan sombría como
las horas de martirio que debieron acosar a su apacible
habitador, salieron después rayos de luz que animaron el
vecindario y alborozadas notas que bien fueron amadas
por aquél que sabía describir con pluma inim itable sus
bellezas. Los usados libros han huido tam bién de sus m e­
ANTOLOGÍA
205
sas, donde vivían abiertos y pasando de un sitio a otro
reposan, pareciendo más bien preciados recuerdos; a m a­
nera de viejos maestros jubilados, exhiben sus rótulos en
varios idiomas y echan de menos el cariñoso amigo con
quien tanto ellos departían. Sólo quedó cual era! tan yerta
como las mansiones del olvido, tan fiel compañera como
la yerba de los sepulcros y perdida entre suntuosos m au­
soleos, una humilde losa de mármol en el Cementerio del
Sur. Se lee sobre ella únicam ente: Cecilio Acosta
Guanare, 15 de abril de 1890.
206 LISANDRO /ILVARADO

FRANCISCO LAZO MARTÍ

Un día, de esos llenos de soledad y de miedo que por


obra de nuestras guerras civiles transcurren penosamente
en las poblaciones de nuestros Llanos, supe cómo había
llegado a Ospino un delegado m ilitar enviado a la antigua
provincia de Barinas con. determinadas instrucciones,
después de un reñidísimo combate librado en La Victoria;.
Saber yo eso y buscar al viajero fue todo uno, que de
boca en boca había ya pasado su nombre, un nombre azás
conocido y loado entre poetas. Era apuesto y joven. Amaba,
por lo visto, no a m ujeres hermosas, músicas y festines,
sino la rebelión y el peligro; no románticos viajes de un
bardo, sino la afanosa peregrinación del insurrecto; no
el apolíneo vuelo del poeta, sino los desoladores ímpetus
del soldado.
¿Era ello idea del momento, simple espejismo de la
juventud, o una simple m anifestación definitiva de su
carácter? Quizá lo primero. Pero es inútil que nos an­
demos ahora por el campo de las suposiciones. Tornemos
a considerar bajo otro aspecto al andante caballero que
de improviso excitaba la curiosidad del pueblo. Francisco
Lazo Marti se llamaba. Pero es m enester que diga ante
todo que en el momento de que hablo nadie se cuidaba
de poesía, sino de m irar de hito en hito el horizonte,
prestar oído atento a las voces de la noche, y vivir en
sobresalto, oomo gente de m ar que navegara en una zona
peligrosa. Diez años hacía que en análogas calam itosas
circunstancias había exhalado el último suspiro el ilustre
Pérez Bonalde, confiando a las rumorosas y agitadas olas
del Mar Caribe las ansias de su espíritu y muriendo muer­
te casi ignorada por su propio país, que se retorcía para
entonces en una recia convulsión de frenesí político. No
se notó casi la ocultación de aquel astro, y aquellos que
habían leído en nuestra lengua los preciosos versos de
ANTOLOGÍA 207

Heine, supieron después de algunos años cuánta gratitud


debían al asendereado h ijo de Apolo.
De esa singular m anera conocí al autor de las Cre­
pusculares, Patria la mestiza, Celajes, Sábanerito, Con­
suelo y de la afamada Silva criolla. Ya en días de paz,
y viviendo en el sosiego del hogar doméstico, vile en Nu­
trias de nuevo. Vencido en la lucha armada, abrigando
acaso algunas o muchas decepciones y tal vez conociendo
algo m ejor nuestros hombres públicos, descolgaba todavía
de cuando en cuando su olvidada lira, cual si in ten ta­
ra desagraviarla, y junto >al manso y legendario Apure
derramaba los encantos de su im aginación y sus privi­
legiados dones. ¿Cuántas voces tradujo aquellas variadí­
simas aves que alegran las riberas y las playas, los p ra­
dos y los bosques? ¿Cuántos suspiros le revelaron los
vientos alisios, que cada m añana rizan el plano am ari­
llento de las aguas, sembrado de plantas acuáticas flo­
tantes? ¿Cuánta melancolía aprendió del canto soñoliento
y a ocasiones lastim ero de los pájaros que por las noches
vuelan en el fondo de la selva o a la vera del pantano?
Mucho de eso cautivó sin duda el alma exquisita de aquel
observador atento y discreto de la naturaleza. Estábale
empero reservado un nuevo vencimiento a ese que podría
y debía, como noble caballero, tom ar parte en el torneo,
y .asistir al certam en de los bardos, como en la antigua
Germania. Por tercera vez le encuentro en Caracas, a
donde la solicitud de sus amigos le llevó, porque ya era
presa de funesta, implacable dolencia. Dentro de su crá­
neo germinaba una extraña desintegración y a paso lento
conquistaba el laberíntico laboratorio del pensamiento.
Era una sombra del poeta lo que restaba a sus amigos.
Cuando Henriqueta Arvelo Larriva recordaba, en mayo
de 1909, la honda impresión que en ella había causado
una pasajera visita de Lazo M artí al risueño Barinitas.
él se acercaba a las playas del Mar Caribe haciendo un
postrer esfuerzo por reconquistar la salud.
Coincidencia o casualidad, venía la desdicha a in ter­
venir como círculo fuerte y duradero. Encuéntranos el
dolor prestos a la indulgencia, al desinterés, a la grati­
tud, como si aquél fuera hermano de la muerte. Ahora
se me acuerda que a l paso que Lazo M arti yacía avasa­
llado por sus males y buscaba ansioso desde su lecho la
208 LISANDRO ALVARADO

escasa luz que dejaba una claraboya abierta en el techo


de su celda, en otra apartada celda, privada de sana
alegría y.privadora de libertad, se estaba Alfredo Arvelo
Larriva, y desde allí solicitaba los versos que hacia- es­
cribir el doliente poeta, sirviendo entonces de mediadores
los amigos de entrambos, que encontrábamos placentera
aquella correspondencia parnasiana. Allegábanse en el co­
mún lenguaje de sus tristezas en la común penumbra de
su duelo.
Pesar y duelo no dieron para esto de mano. Ya Lazo
moraba en el ardiente clima de Maiquetía, nostálgico y
aburrido, echando de menos la pampa, objeto predilecto
de sus más nobles pensamientos; y arrastrado por un hado
inexorable como ese que tocó a Pérez Bonalde, acalló sus
cuitas al rumor eterno de las olas del mar, que reco­
gieron su postrer suspiro. Si es verdad lo que algunos
dicen, que cercana ya la muerte, vuelven y desfilan por
la imaginación casi exánime, con maravillosa presteza,
como enloquecida cinta cinematográfica, los recuerdos de
la juventud, la vida entera del moribundo, será casi po­
sitivo que Lazo vió unos tras otros los motives que crea­
ron sus más emocionantes versos, revelados en la inmensa
llanura donde su alma de niño recibió las más fuertes
impresiones, cambiando ahora por las agitadas ondas del
océano; y al extinguirse aquella apacible llama, un ex­
quisito orador y poeta escribió, a m anera de epitafio, en
un diario de aquel tiempo, estas expresivas líneas:
“Volarán de las playas del Caribe viajeras golondrinas
a las pampas, y desde el ram aje de un árbol solitario, bajo
el cielo muy azul, en la sabana muy verde, dirán la nueva,
y el viento la repetirá; y en los peñales del cauce el agua
cantará su tristeza. Esto si la golondrina no llega tarde,
porque el alma del poeta, al abandonar la miseria del
cuerpo, no iría a despedirse de los gamelotales, de las
cañas, de las m anadas... de todo cuanto amó tanto y con
lo que vivió en íntim a sensación...”
Ya Lazo M artí dejó de ser. Su espléndida Silva criolla
todos la conocen, pero ninguno, a lo que presumo, dejará
de admirarla cada vez que, libre de constantes preocupa­
ciones y azares, relea esos inspirados versos. Flor de ho­
m enaje tiene de ser ese que nos obliga a pensar en quien
nos ha galardonado con algo que no pierde su belleza.
A P O L O G ÍA 209

Tom a a soplar del Este


el viento alegre y soñador. Ondea
cual agitada veste
el sedoso follaje. El sol orea
la charca pantanosa;
y por el reino de la luz pasea
• legión de garzas de plumaje rosa...
Así pues, acaba en la pradera inm ensa la sequía y se
anuncian las lluvias inclementes. Por abril, por mayo,
debe de ser esa profunda impresión que en el espíritu
ejerce la naturaleza fuerte y benéfica: fuerte y benéfica,
porque oprime desde luego el pensamiento para exaltarlo
después. Quien a ella se acerque, y escuche el rumor in a ­
cabable de su vida, y percibe la masa de luz y sombra
de sus días, o la honda conmoción de sus desapoderadas
cóleras, aquél aprenderá a contem plar impávido esas in ­
visibles fuerzas y a encadenarlas con el hechizo de una
superior inteligencia.
¿Qué sem ejanza existe desde luego entre esta Silva de
Lazo Martí y la de Bello? Ninguna, a lo que presumo, si
no tenemos en cuenta la común habilidad de los artistas.
Es fácil ver cuánta influencia ejerció el poeta de M antua
en el autor de la Silva a la agricultura de la zona tórrida.
Hay entre los dos poetas una analogía singular de tem ­
peramento, de genios psicológicos: hayla asimismo en sus
modales circunspectos, sosegados, tranquilos, en el gusto
por la asimilación, por el pulimento esmerado, por la co­
rrección académica, casi oficial, por la tendencia didáctica
en sus concepciones: trabajo de artífice que graba, cincela,
esmalta, niela, bruñe; que transform a el m etal basto h a ­
llado y trabajado por el labrador y el rústioo, en preciosa
ofrenda colgada como ex voto en el templo resonante de
la fam a; trabajo que ha inspirado a Gutiérrez González
para recoger en sus estrofas el alma nacional sorprendida
en sus más humildes faenas.
De aquí a la Vida del campo, de Luis de León, a la
Espístola moral, de Andara, a la Canción d e la campana.
de Schiller, se describe un extenso círculo, y se cae en
la cuenta de que son pocos los modelos, o ninguno, si
modelos hay que exigir en ta l caso. No nos daremos se­
guramente la mezquina tarea de buscar voces colocadas
en el índice expurgatorio de los puristas o frases parecidas,
210 LISANDRO ALVARADC

ya expresadas en tal o cual clásico. No. Esa es tarea de


tinterillo interpretando una ley, o informando en uns
sentencia a la luz de sus menguadas miras. ¿Qué tiene
que ver, por ejemplo, esa “canción funeral de las chicha­
rras” con el verso del buen Virgilio?
El cantu querelae rum pent arbusta cicadea, o el tore
S ue, “plantado en la m itad del paradero, escarba y muge
iero”, con el virgiliano:
El sparsa ad pugnam proludit arena.
Tan peculiares son en Italia como en Venezuela estas
notas características de la vida animal; pero la forma de
la expresión revela un modo esencialmente distinto de
considerar en cada caso un mismo fenómeno, tal que no
podría nunca afirmarse que un observador ha imitado er.
ello a otro.
La Silva criolla tiene el mismo corte de la renombrada
Canción de la campana. Magistrales descripciones segui­
das de una especie de comentario más o menos apartado
de la realidad, que de otro modo no serían poéticas. En
este terreno fecundo. Lazo Martí ha concebido una de'
las poesías más geniales de nuestra literatura nacional
Su alma en ella está, y el alma criolla; y por sólo esto es
cosa que al punto se hermana con nuestra más sencilla
ooncepción de la belleza. Con el cielo turbio y atristado,
con la calm a creciente de las brisas, con la afanosa agi­
tación de los habitantes de la selva, y la sabia previsión
del experimentado vaquero, la pluma del poeta detuvo su
tranquilo vuelo. Habrá días de lluvia y más lluvia, habríi
dias de tempestad y luz desmazalada.

¡Se fue la primavera!


¡Ruge amenazador trueno lejano;
y de soles nublados, agorero,
la cenicienta garza del verano
tañe, al pasar, su canto plañidero!
Esa invitación postrera, esa ausencia de la risueña es­
tación, propicia al amor, sugiere aquí el desenlace de Poe
en El Cuervo. Es la señal de la partida. Ya empezó a tem ­
pestear el hado, <a enflaquecer el ánimo, a entenebrecerse
el pecho... Pocos años quedaban a Lazo Martí para que
en él mismo se cumpliera el vaticinio de su hermosa
poesía.
ANTOLOGÍA
211

FRANCISCO ANTONIO RISQUEZ

Cuando ya había terminado sus estudios el autor de


este libro en la Universidad Central de Venezuela, empe­
zaba yo los míos en el mismo viejo instituto. Fue en un
tiempo de vicisitudes políticas de muy m al asDecto, en
que empezaba, amenazadora y torva, una temida crisis
reaccionaria contra el ex-presidente Guzmán Blanco. Al
doctor Rísquez lo conocí en casa de don Manuel Revenga,
quien, muy joven entonces, como puede colegirse, se sen­
tía con excelentes bríos, tanto para batallar, como para
consagrar ensueños y energías a las bellas artes y a las
letras.
Pues bien, el primero de los discursos recogidos en
este libro está dirigido a Guzmán Blanco, otra vez Pre­
sidente de la República; y ocasión de ello fue presentar
la ofrenda de la Sección Bolívar al “sacar de la oscuridad
y el silencio la casa en que el Mesías de la* Redención
política de América vió por primera vez la luz del sol”.
Esta casa estaba ya adquirida por Guzmán Blanco, y las
festividades centenarias del nacim iento de Bolívar habían
dado buena oportunidad al doctor Rísquez para hacer una
ruidosa m anifestación de su genio literario.
Es presumible que en otro volumen de sus obras po­
damos precisar los primeros ensayos del doctor Rísquez
en su carrera científica, fuera de los libros que a tal res­
pecto ha publicado, y de las conferencias que aún da en
distintas ocasiones. Cuando hablo de esos primeros en­
sayos me refiero a las ciencias de observación, a esa ela­
boración lenta y penosa en que una deducción, por mo­
desta que sea, representa la experiencia de prolongadísimos
años; porque el doctor Rísquez se dio a estudiar temprano
en esa escuela más rica, más fecunda, pero más celosa
para revelar sus secretos al investigador frivoloso indis­
creto. Vuelto a su tierra natal, tierra henchida de recuer­
dos y tradiciones, éstas vinculadas en la raza guaiquerí.
212 LISANDRO ALVARADO

aquéllos en los poemas de Castellanos, la espada de Agui­


rre, las huestes de Morillo y los desiguales combates de
los patriotas margariteños, Rísquez regresa al cabo de
pocos años y entra sin más ni más en la vida literaria,
ansioso de un teatro más amplio y halagador para su
inteligencia.
La circunstancia de que este volumen contenga sola­
mente los discursos y conferencias escogidos entre el n u ­
meroso bagaje literario del doctor Rísquez, nos inclina a
presumir que él se presenta aquí como a una recepción
ceremoniosa, en la que se aportan todos los recursos y
condecoraciones de las conveniencias sociales. Tratándose,
en efecto, de discursos congratulatorios, patrióticos o apo­
logéticos, lleva de antemano el auditorio un prejuicio más
o menos determinado y el orador su “parti pris” prem e­
ditado y su plan retórico más oportuno. En todo caso, el
optimismo no perjudica a nadie, aunque tampoco brinda
el perverso placer de observar el efecto de las pasiones
que agitan profundamente el alma del orador, aprove­
chando después en lo que convenga sus enseñanzas y su­
gestiones.
Pero la profesión del doctor Rísquez no es muy a pro­
pósito para el optimismo, y sin duda no campeará éste
en sus lucubraciones dedicadas a las ciencias médicas,
tan llenas de reticencias. Bien sabe esto quien ha con­
sagrado gran atención a la medicina legal, a la farm a­
copea venezolana, así como también a la teoría de la es­
pecificidad y del bicquismo microbiano. Es en vano, pues,
que se busquen señales de escepticismo en piezas -orato­
rias no destinadas a las Academias; y a lo más se vis­
lumbrarán aquéllas en ciertas conferencias donde se plan­
tean cuestiones im portantes para nuestra vida nacional.
Así, la conferencia sobre la fiesta de la raza (3 de oc­
tubre de 1916), la de “patria y raza” (20 de noviembre
de 1902) y la concerniente a prejuicios sobre la inferio­
ridad de la fam ilia hispanoam ericana y la insalubridad
de la zona tropical (17 de enero de 1907) están estrecha­
m ente relacionadas entre sí. Obedecen a una tendencia
patriótica, si es que en el concepto de los primitivos
cristianos tiene algún sentido el chauvinismo, y aun el
patriotismo, en sus ordinarias m anifestaciones regionales.
Es posible, por lo tanto, hallar en otros escritos del doctor
Rísquez conceptos que corrigen o modifican los principios
ANTOLOGÍA 213

en que funda las condiciones altam ente evolutivas y pro­


gresistas del elemento hispano, y la misión futura del
elemento hispano-am ericano.
El método claro y sencillo de recibir todos estos bienes
a beneficio de inventario, y el de comparar los balances
culturales de los países que encabezan el movimiento ci­
vilizador universal, sin duda atenúa la exactitud del mé­
todo empleado, ya que no el probado patriotism o del doc­
tor Rísquez. Si, por ejemplo, juntam os al concepto que él
se , forma de la raza (no sabemos qué nombre especifica
aplicarle a ésta), lo que él mismo había expresado antes,
en el acto de la apertura de los cursos académicos de 1910
a 1911 en la Universidad Central, tendremos entonces una
exposición menos ideológica, pero más exacta, del pos­
tulado en que fundan su excelencia y su porvenir las
naciones modernas. Es un capítulo im portantísim o de la
sociología contemporánea.
Eso que el doctor Rísquez, refiriéndose a las tan usua­
les comparaciones entre pueblos latinos y sajones, atribuye
a sistemas de educación exclusivamente, puede que haya
de referirse en su mayor parte a costumbres inveteradas,
efecto de la educación, o, m ejor dicho, a condiciones é t­
nicas. Ese “hombre útil y de iniciativa personal”, el “self
made m an ” de los ingleses, que pasa de la escuela a las
batallas de la vida, armado de elementos apropiados y
esperándolo todo de sí mismo, y el hombre que sale del
colegio o la universidad confiando en ajenos auxilios, car­
gado con unos conocimientos inaplicables a su medio, o
abrumado per unos títulos que gravitan sobre sus ener­
gías, sin saber cómo equilibrarlos, y mucho menos cómo
aprovecharlos, todo eso es un efecto natural de la infle-
xibilidad española, de la intolerancia teocrática; y al h a­
cer esta aseveración recordamos igualmente que muy le ­
jíos estamos de culpar en esto al pueblo español, cuyo
diagrama de analfabetism o es bastante elevado, antes que
a los “leaders” políticos posteriores a Carlos I I I y al 93.
Es una ilusión, por otra parte, creer en la estabilidad
de las razas en naciones que experim entan una activa
osmosis de elementos étnicos. Se m antienen durante si­
glos ciertos caracteres peculiares, pero la mezcla es in e­
vitable, aunque lenta en extremo. Buen índice de ella es
la evolución de los idiomas, vehículos principalísimos de
las ideas y del genio de los pueblos.
214 LISANDRO ALVARADC

Esta circunstancia nos lleva a los conceptos que en


varios lugares expresa el autor respecto de los sistemas
de enseñanza aplicables a nuestro país, o más convenien­
tes para su aplicación. El lema de “patria y raza”, que
tanto nos incumbe, debería modificarse en su expresión,
llegados a este punto y puestos en el caso de pensar de
serio en nuestra propia suerte. “P atria e instrucción pri­
m aria” debería ser la divisa de los zapadores que avancen
al ignoto campo del porvenir. Así tendrá su valor real la
hipérbole del autor, cuando dice en sus Conferencias Pe­
dagógicas, que debemos ocuparnos menos en abrir uni­
versidades que en crear escuelas; aunque estas dos fun­
ciones culturales sean correlativas en sus efectos.
Estas conferencias pedagógicas son el resultado de las
observaciones personales del autor en un viaje de estudio
por Europa, los Estados Unidos y las Antillas. Es claro
que no podrían proponerse entonces, para uso de nuestra
patria, las m ejoras más notables y sorprendentes de n a­
ciones como Francia, Alemania y les Estados Unidos. Ha­
cemos lo que pedemos. Aun los métodos mismos han de
modificarse discretamente de acuerdo con las inclinacio­
nes raciales y con nuestras propias necesidades. El doctor
Rísquez se previene, por lo demás, contra el cargo de
idealista que confiesa habérsele a veces dirigido.
Es, por otra parte, muy digna de observación la porfía
que ha puesto el gobierno venezolano desde principies de
este siglo para fom entar la instrucción. El presupuesto de
este ramo lo demuestra bien: los diversos y numerosos in ­
formes pedagógicos traducen aquel afán y nos hacen ver
que el público tam bién se preocupa con el problema.
A las reflexiones del doctor Rísquez y a las de otros
escritores podemos hoy agregar un capítulo interesante,
concerniente a la metodología de la historia, de la geo­
grafía y de la educación física en las escuelas normales.
Constituyen ese capítulo las “Anotaciones pedagógicas”,
publicadas por el capitán Ju an Jones Parra, antiguo
alumno de la escuela normal “José Abelardo Núñez”, de
Santiago de Chile. Es difícil exponer tan importante m a­
teria con mayor claridad y concisión en lo que respecta
a nuestro medio y a nuestras actuales condiciones. En
principio, las repúblicas del A B C , por lo mismo que son
suramericanas, podrían sugerirnos con cierta ventaja m é­
todos bonísimos y oportunos.
ANTOLOGÍA 215

Siguiendo un orden m ental de las m aterias contenidas


en el libro del doctor Risquez, viene a propósito el dis­
curso pronunciado con motivo de la celebración de la Pro­
paganda Fide en el Palacio Arzobispal. “La razón y la fe,
decía el orador que constituían a su modo de ver los dos
polos de un eje sobre el cual ha de girar por siempre, sin
vacilaciones ni tropiezos, la esfera que involucra la ci­
vilización y el progreso de las sociedades”.
Es muy posible. No haríam os por nuestra parte sino
desviar nuestras reflexiones hacia la obra de las misiones
cristianas, que efectivam ente merecen todos los elogios
que les prodiga con toda liberalidad el autor; sólo que
en lo tocante a nuestra patria es preciso restringuir un
poco el mérito de la obra y reducirla a sus verdaderas
proporciones. Sin el auxilio del brazo secular ningún pro-
selitismo (exceptuando quizá el budismo) ha avanzado
nunca un paso; y pensar que un pueblo cualquiera aban­
done sus creencias y sus oostumbres por milagro, es una
candidez inexplicable. La historia de las misiones en Ve­
nezuela contiene evidentemente m uchas inexactitudes
todavía. Es probable que teniendo en cuenta la obra y el
plan de cada congregación en particular, y aun la nacio­
nalidad de cada uno de los misioneros, resulte un espíritu
de tolerancia y de razón muy diverso en favor de los ca­
tólicos o los protestantes; pero el hecho es que no conozco
ningún libro crítico que en esta m ateria prescinda de
credos religiosos y de nacionalidades para averiguar lo
cierto. M ientras tanto, el discurso del doctor Rísquez que­
dará en su honorable puesto.
Al tener en consideración las oraciones pronunciadas
en la Academia de Medicina y en la Sociedad de Médicos
de Caracas, lo mismo que con ocasión del centenario del
nacimiento de Vargas y con la de su testam ento, y en
otras oportunidades, habríam os de ser m ás exigentes en
materias doctrinales, si no persistiera la persuasión de
que el calor de la retórica no tolera bien la frialdad de
la razón. Otro es, por supuesto, el lenguaje del orador en
las sesiones ordinarias de cuerpos docentes y en confe­
rencias como la pronunciada ante la Unión Iberoam eri­
cana de Madrid el 23 de abril de 1908.
Por de oontado, que si vamos a los merecim ientos de
un José Vargas, de un Elias Rodríguez, nunca serían ex­
cesivas las ponderaciones que usa y les tributa el orador.
216 LISANDRO ALVARADO

Las virtudes y la ciencia de estos ínclitos varones fueron


excepcionales; y quizá no ha vuelto a germinar más en
nuestra patria esa escuela “sajo n a” y esa moral médica
severa que supieron cultivar con éxito Ríos, Guardia, Ca­
lixto González, Frías y otros postreros discípulos de Var­
gas, a pesar de los mayores y más cómodos recursos que
en semiologío y en terapéutica poseyeron los sucesores de
aquellos varones. El doctor Rísquez ha podido presenciar
esa transform ación singular.
Son múltiples las m aterias tratadas por el doctor R ís­
quez en sus conferencias; y estas conferencias han con­
tinuado hasta el momento en que esto se escribe. ¡ Dichosa
inteligencia, dichosa vida, que por más de medio siglo
puede disponer de un vigor inalterable y de una erudición
tan variada!
Ya se ve que el contenido de este libro es general­
mente doctrinario, y que, en consecuencia, está más que
todo destinado a la enseñanza y ia la discusión impersonal
de las ideas y sistemas contemporáneos. Es natural, sin
embargo, que el lector de m añana busque en el libro, si
no en otra parte, algunos rasgos que mancomunen al
hombre oon su obra, al productor con su producción. Esos
rasgos, aunque no muy extensos, se hallarán al fin del
libro, en una suerte de apéndice titulado por el doctor
Rísquez “Cabes sueltos”.
Lo derechamente procedente en este apéndice se lee
bajo los epígrafes de “M argarita” y “Autobiografía”, es
decir, consideraciones sobre cosas tocantes al autor y al
país donde corrió su mocedad. Son dos elementos con que
la historia puede adquirir un concepto cabal y justiciero
del puesto que cupo a un hombre en una época deter­
minada de la pasada civilización Y a más de ello, tan
estrecham ente relacionado anda a veces un hombre con
la tierra donde nacieron y se desenvolvieron sus tem pra­
nas ideas, que se ha creído ver un paralelismo curioso
entre uno y otra, en lo que respecta a los caracteres más
notables y resaltantes de aquél, y a sus modalidades a n ­
tropológicas.
Nueva Esparta, con su clima insular apacible, con el
carácter peculiar de sus habitantes, preservados por el
m ar de las anomalías de una refinada cultura, se ha ga­
nado desde antiguo los encomios de los viajeros que la
han visitado y que han gozado de sus beneficios. Sus pro-
ANTOLOGÍA 217

ductcs naturales, por otra parte, han movido la curiosidad


y el estudio de los naturalistas y el espíritu de empresas
industriales. Me 'asalta en este punto un recuerdo, im ­
portante para mí. Entre aquellos viajeros que dije co­
noció el doctor Rísquez, uno, me parece fue el doctor Free-
land, de quien aprendió y puso en práctica el eficaz tr a ­
tamiento inglés de la disentería tropical. El que esto escri­
be lo aprendió a su vez del doctor Miguel Oraa, de G uana-
re, quien habiendo leído la descripción en la “G aceta Mé­
dica” de Caracas, lo aplicó sin tardanza con gran éxito. Y
sin embargo, Docker había publicado buenas observaciones
sobre ese método, en la isla de Mauricio, desde 1859, que
yo sepa. La afición de nuestros médicos y profesores a la
escuela francesa alejó de la enseñanza y de la práctica
ese elegantísimo tratam iento, que en muchas ocasiones
pudo ser providencial. ,
Si algún mérito bien ganado hubiere en los que pueden
mover su lengua con propiedad o su pluma con acierto,
sería con razón ese de estudiar y escudriñar las oosas
de la patria misma, por más desdén con que las vean los
snobistas de todos los tiempos. Pero este snobismo cae en
el olvido tan luego como pasa la moda literaria, y no
deja para la patria sino escasa utilidad, o ninguna en
resumidas cuentas. ¿Cómo se puede propender al adelanto
de un país, si no se le conoce m inuciosam ente? Esa en ­
señanza de la geografía y de la historia de que ahora
poco hablábamos parece cosa de poca m onta para un
francés y aun para un español. Para un inglés o un ale­
mán es de lo más im portante; y tan obvio es el motivo
que no hay para qué decirlo. De esa curiosidad insaciable,
de esa preocupación por lo que toca al adelanto científico
de nuestro país, está penetrado el doctor Rísquez. El
problema de saber expresarse, de “savoir fa ire ”, se lo
aprendió al dedillo junto con sus m ejores soluciones. Todo
vendrá como de molde para que nos siga ofreciendo poco
a poco el fruto de sus estudios y meditaciones.
Marzo de 1926.
218 LISANDRO ALVARADO

UN RECUERDO DE MARTI

Sabe Dios cuán a costa de mi más legítima confusión


voy a recoger briznas y h ojarasca de entre los eriales de
mi memoria, que así me valdrá, como acorrerme pueda
un horizonte inmóvil y desoaecido abierto a mi curiosi­
dad y deseo, cual pedazo de estepa o de solitario páramo;
y esto en recuerdo de ese hombre extraordinario que para
todo buen cubano ha de ser la imagen más amada de
su nacionalidad y su independencia. ¿Cómo? En el sa­
grado templo que la posteridad ha levantado al gran pa­
triota, al impetuoso orador, ¿quién osaría hoy abrir la
boca, que no fuera para justo encomio, para eterna los
del que un tiempo fue nuestro huésped? ¿Qué razones,
qué entonación, qué continente, será dado usar para no
izquierdear o desacertar, a este admirador de José Martí,
admirador tan iletrado como el que más en sem ejante
propósito?
Tranquilízame, no obstante, una idea Lejos de ten tar­
me la vana ilusión de entender y explicar en pocas lineas,
como éstas, la gloria de Martí, me han halagado, al con­
trario, la de entender y explicar la tortísim a impresión
que su genialidad hizo en mi apenas desgastada m enta­
lidad, en mi imaginación de estudiante. Tendría que des­
doblar sutilmente, mediante una disección muy paciente,
mi propio yo, y una vez disgregado éste, exam inar las
unas partes con las otras. Obra de psicólogo. Y no lo
siendo, ni pretendiendo serlo, haré a mi manera, y aun
como pueda, llevando mis recuerdos al tiempo en que arri­
bó a las playas venezolanas el insigne apóstol de la in ­
dependencia de Cuba.
Ferm entaba en aquellos días la idea, ya hecha obsesión
política, de alcanzar la libertad, tantas veces pedida y
tantas veces frustrada, de la Perla de las Antillas. Hablar
entonces de esa idea en Venezuela era hablar de antiguos
planes de Bolívar, era recordar la suerte adversa de López,
ANTOLOGÍA 219

de Zenea, del plácido, las m aniobras del “Virginius”. Ver­


sos de Zenea en apartadas poblaciones del país cantaban
las mujeres, aun no bien apagados los últimos resplan­
dores de la escuela romántica. Y a proporción que pasaban
los años, como si fuera oosa que huyera sin poder ya asir
de ella, o algún cometa de prodigiosa excentricidad, to ­
maban los sueños de los patriotas cubanos proporciones
de angustiosa exaltación, comparable a las aspiraciones
ardientes de los hebreos de la últim a cautividad. España,
inexorable. Poco o nada había cambiado su natural or­
gullo y altivez; ningún imitador tuvo, en la política ul­
tramarina, de las m iras liberales propuestas una vez por
el ministro Floridablanca. Ya sabíamos, por otra parte,
cómo pensaban los republicanos españoles y cómo habla
pensado el elocuentísimo Castelar.
Pero Martí, aunque empapado en los intereses de la
causa, no representó por entonces en Caracas el proselí-
tismo del caso. Es una figuración, habré de añadir con
presteza, por si este papel cayere en manos de algún as­
tuto diplomátioo. Su influjo fue, sobre todo, literario; y
como eximio representante de las buenas letras conmovió
las filas de la juventud estudiosa y fue presentado a los
hombres* pensadores, a la sociedad caraqueña, mediante
una velada que para honrarle se aprestó y llevó a cabo
el 21 de marzo de 1881 en el local que por entonces ocu­
paba el “Club del Comercio”. Yo no asistí a aquella fiesta;
pero vi con envidia los preparativos y el afán de mis com­
pañeros y amigos, casi todos alumnos de la Universidad
Central. Asistieron muchas fam ilias, hubo música a in ter­
valos o números de canto. Don Evaristo Fombona, español
rancio y correcto caballero, envió a su hijo Manuel, en­
comendado especialmente al cuidado de don Felipe Tejera,
con advertencia de que había de conducir de nuevo al
mozo a casa, concluida que fuese la fiesta. Esmerándose
por lo demás en la suntuosidad de la fiesta los señores
Antonio J . Ponte y Eloy Escobar que a la sazón eran ad­
ministradores del casino. La verdadera suntuosidad, em­
pero, lo verdaderamente insólito y deslumbrante fue la
salutación de Martí, pues que lo hizo en una oración cuyo
estilo y seductora gracia nunca habían oído los caraque­
ños contemporáneos. Ignoro por cuál motivo no se tuvo
el acuerdo de llevar estenógrafo expresam ente encargado
de recoger el discurso. No lo era entonces todavía mi
1 5 - AN TO LOGÍA
220 LISANDRO ALVARADO

amigo J . F. Pérez Bermúdez. quien, sin embargo, recuerda


aún los principales argumentos de la improvisación, cuyo
exordio, y alguna parte principal, quizá, fueron fina ga­
lantería motivada por el bello sexo presente en el casino.
Pronto después tuve ocasión de conocer personalmente
al orador, con ocasión de hallarme en casa del Licencia­
do Cecilio Acosta. De visita llegaron al mismo tiempo el
Arzobispo, Martí y el señor Rincón, colombiano. Fui pre­
sentado al segundo, que los otros dos me eran conocidos.
Lo que era posible para mí delante de aquellos hombres
era callar. ¡Cuán interesante me fue la personalidad de
aquel hijo de Cuba! Sus modales, cortesanos y distingui­
dos; su conversación, vivaz y afable; su imaginación,
presta e inquieta. M antenía una sonrisa benévola, un
aire de ingenuidad, que un hipócrita hubiera1intentado en
vano de aprenderse, al paso que en él era velo de dis­
creción, puesto que a m aravilla servia para disimular su
vasta erudición. Aparecía, en suma, achicado en su talla
intelectual, casi como un señorito cualquiera de chispa
y de talento. Y en Acosta el mismo engaño, avivado más
y más con el modestísimo aspecto del aposento donde
aquél recibía de ordinario a sus amigos. ,
Harto holgaba yo de aquella noble compañía y apenas
o no nada se me alcanzaba que estuviesen contados los
días del ilustrísimo señor Guevara, tanto como los de Acos­
ta. Quejábase el primero de que el andar a pie le hacía
gran pena, pues pronto se fatigaba; y esto cuando M artí
le cumplimentaba por su buena complexión. El Prelado,
en efecto, mostraba esa íacies pérfida y falaz de los car­
díacos. La visita, en resolución, fue de etiqueta en cierto
modo, como había sido la recepción en el casino; y pre­
guntado por Acosta acerca del discurso en aquel acto,
aseguró Martí que había andado cuerdo en no adbptar
otra tesis más grave y com pleja con ta l objeto. Es opor­
tuno mencionar aquí el misoneísmo que en aquellos m o­
mentos provocaron Acosta y Martí, en horas bien adver­
sas por cierto, pues el uno gemía en la indigencia y
el otro viajaba como expatriado. Las críticas no podían
nacer sino entre académicos, ni versar sino en puntos
académicos, dando a esta palabra el sentido que le co­
rresponde como escuela literaria, y no otro. La con­
ducta severa de aquellos dos insignes escritores era de
ANTOLOGÍA 221

manera que sólo un Aristófanes podía tom ar pie para la


censura y que nunca un Zoilo pudiera atreverla. Acosta
era' un pensador hecho y derecho. Sus distracciones eran
frecuentes y aún se recuerdan. Zerpa y el suscrito, que le
trataron bien de cerca, certificaron este modo de ser, y
también su espontáneo decir, su habla ya moderada, su
pensar ya encauzado, en lo referente al estilo y al substra-
tum religioso de sus ideas. Como maestro, procuró una
y otra vez apartar a los jóvenes escritores del alam bi­
camiento y la expresión rebuscada, amanerada, repitien­
do algunas veces: “sobriedad, sobriedad, sobriedad”; y a
esto no más me alargo, porque servía de fundamento
a los críticos para presumir que el estilo tan ponderado
de Acosta era, en resumidas cuentas, pura im itación de
Luis de Granada y su proyecto de Código Penal, doctrina
añeja y nada nueva. En cuanto a M arti, chocaba a algu­
nos lo que llam aban am aneram iento y por ello le tilda­
ban. Cargo inmerecido.
Otra vez hallé a M artí en la modesta vivienda sita
entre Velázquez y San ta Rosalía. Acosta, postrado ya por
una grave neuropatía, íbase extinguiendo sin remedio. Su
hermano Pablo, su sobrino, el que fue después gran ciru­
jano, el doctor Elias Rodríguez, y varios de sus amigos,
solíamos rodear el lecho del enfermo, y aquel triste falle­
cimiento dio motivo más tarde a M artí para escribir la
bellísima necrología que todo el mundo conoce.
Decía que era inmerecido el cargo hecho al escritor
cubano, a causa de su estilo. Los directores de los cole­
gios “San ta M aría” y “Villegas” se encargaron de anular
semejante reparo, invitando a M artí a ejercer el profeso­
rado de sus respectivos establecim ientos. La juventud es­
tudiosa, con menores escrúpulos que algunos literatos
intransigentes, apresuróse a inscribirse en las cátedras
de literatura y de francés y a pagar tributo de adm ira­
ción al eminente y joven m aestro. Gil Fortoul, Brito
González, Pérez Bermúdez..., fueron de este número. Ves­
tido siempre de negro, leyendo siempre en un libro, aquel
hombre no perdía minutos, pareciendo cortos los dias a
su afán de saber y de laborar p ara su patria.
Por lo demás, creo se había convenido en celebrar pe­
riódicamente reuniones de aficionados y literatos para el
cultivo de las letras. Según entiendo, eran tales conci­
liábulos en la vetusta casa de los Tovares, que da al
222 LISANDRO ALVARADO

Boulevard Oeste del Capitolio, hoy martirizada a golpe


de pico, taladradas sus paredes y modificada su estructu­
ra, en servicio de la edad moderna, como si continuasen
las malandanzas del Conde de Tovar y de Don M artin
hasta en las reliquias conservadas en el seno de su patria.
El presbítero Mendoza, presentado por el licenciado Ave-
ledo, daba por entonces los primeros pasos en la oratoria,
discurriendo oon otros sobre diversos asuntos. El abajo
firmado tuvo ¡aún la osadía de colaborar en una revista
fundada entonces por Martí. No resistiré el deseo de po­
ner las cosas en su puesto, porque se vea la indulgencia
infinita de aquél y su exquisita moderación y tolerancia.
El papel estaba como quieran dueñas. Esto y más era de
esperarse para quien carecía de preparación suficiente y
de práctica en el oficio: “¿No estará m ejor así?”, decía
a cada paso Martí, m ientras leía el articule jo, pluma en
mano, con aquella vivacidad que le era peculiar. Yo asen­
tía, sin replicar, medio corrido, medio tranquilo. Las
correcciones fueron numerosas y sólo quedó ileso el a r­
gumento, que yo mismo convenía en que era tal cual
fantástico, pues tenía por base histórica un cuadro de
Lovera relativo al 5 de julio de 1811; pero a la postre
pudo m ás m i vanidad de mozalbete que el bien obrar, y
para mi más legitima confusión, como arriba marqué,
pasaron las cuartillas a las cajas, dándose aquella mísera
producción a estampa en uno de los números de la revís­
ta. Treinta y ocho años hace ya de eso y nunca más he
tornado a ver este h ijo desgraciado.
Se «cercaba, con todo, la hora de una nueva ten ta ti­
va para ganar la independencia de Cuba. El gobierno de
Venezuela observaba una neutralidad benévola y de hecho
era popular la causa cubana en el país. Desde tiempos
antiguos nuestra adm inistración pública dependía en cier­
to modo de Haití o la Española, tanto a causa de haber
sido esa isla el primer centro colonial de España, como
por haber residido allí la Audiencia, cuya acción fue tan
profunda y poderosa para las posesiones de Tierra Firme.
Pero entre todas las islas de Barlovento, era Cuba la que
más se acercaba a Venezuela en comunes intereses o en
el fondo étnico, pues hasta en el lenguaje hemos con­
servado numerosos idiotismos peculiares del habla cuba­
na. No era así sorprendente que pululasen sin dificultad,
cultivadas por Martí, las simpatías preferentes de los ve­
ANTOLOGÍA 223

nezolanos por la indepeifdencia de Cuba. No fue sorpren­


dente asimismo, pero bien sentida sí, la partida de Martí
para Nueva York, que tuvo lugar el 28 de julio de 1881.
Después, la fatalidad del “M aine” y la lucha desigual
entablada; el fácil triunfo sobre la escuadra española de
barcos viejos, desguarnecidos; el ínclito valor, la caste­
llana firmeza de Vara del Rey; la muerte, en fin, del
adalid, inesperada y trágica, el 20 de mayo de 1895.
224 LISANDRO ALVARADO

DON EGIDIO MONTESINOS

No llega hasta nosotros la historia de los pueblos sin


que pongamos en juego todas nuestras pasiones y emo­
ciones. El cronista más ingenuo, tanto como el historia­
dor más elocuente, saben despertar ese fuego a l rescoldo,
ese condensador vivo que en nosotros reposa, pero que
suele transform arse en fuerza o movimiento interior cada
y cuando que, enseñados por el pasado, caemos en la cuen­
ta de lo que otros han sido y lo que podemos o debemos
ser nosotros. Pero el señuelo de la gloria, de la celebridad,
de la fortuna, pasa y repasa las más de las veces ante los
pósteros como campo fecundado por lluvia de lágrim as o
por arroyos de sangre, que como implacable rescate exige
la paz de los pueblos. Bien cara es la ofrenda, ninguna
la satisfacción moral colectiva.
Con terrible minuciosidad nos cuenta eso la historia.
Casi sin excepción guerras y luchas por incontables m o­
tivos; guerras y luchas que sofísticam ente son atribuidas
a un profundo amor por la justicia, las divinidades, el
patriotismo, como si el amor pudiera ser satisfecho con
injusticias, profanaciones y egoísmos, inevitables asocia­
dos de un estado de guerra. Hay en ello para colmar de
desaliento y pesadumbre el casi muerto corazón de un
misántropo.
Preciso es que haya, después de todo, en esa hetero­
génea masa social alguna parte considerable henchida de
salud, que fuertemente reacciona contra los demás miem­
bros enfermizos y doüentes; que de otro modo el actual
organismo volvería tarde o temprano a las bárbaras cos­
tumbres primitivas; aunque es lo más probable que en
siglos futuros habrá de ser una vasta colección paleo-
gráfica para otros que vengan. Y no soñemos. Los que
en silencio practican el bien por el bien, los que ilustran
y enseñan a la juventud, los que la preparan para los
caminos de la justicia, no están de cierto dentro de I 03
ANTOLOGÍA 225

límites del cuadro doloroso que al principio habíamos


tratado de bosquejar.
Para dicha de nuestra patria, para gratitud de sus con­
ciudadanos, un hombre de éstos existió una vez. En una
antigua' ciudad vivió. Yo le conocí, puesto que fui de él
discípulo en m i adolescencia. Puede ser menos ajustada a
lo normal la imagen que uno se forma de las cosas en
los primeros años de la vida, pero es en cambio menos
mudable, más perseverante y definitiva. Aquel hombre re­
flexivo y tímido, que detestaba el estruendo del combate
y las inquietudes del peligro, pertenecía a una fam ilia
honorable, a una fam ilia imbuida en las ideas liberales
proclamadas en Venezuela en la segunda década de su
vida autónoma. Para un hombre distinguido no es con­
dición indispensable su genealogía, ni aun su esmerada
instrucción; pero ya sabemos cuánto lo preparan y lo
adiestran las circunstancias favorables de la herencia y
del ambiente social.
Teda una misión fue su vida. Un solo momento no se
apartó su pensamiento de la ejecución de ese objetivo;
y no fue porque influencias extrañas le obligasen a ello,
sino porque su misma timidez hallaba una fuerza consi­
derable para comunicarla a su oarácter y a sus propó­
sitos. Halagar a los árbitros de la política, a los que podían
hacerle mercedes, no lo pensó; buscar honores y recom­
pensas, ni lo intentó, ni lo preocupó. Vivió a su manera,
cultivando su propio hogar, aislado en lo posible de las
influencias exteriores, casi en voluntaria reclusión; m an ­
túvose así en paz con sus ideas, en armonía con sus
designios. Un barrio apartado de la ciudad, una plaza
solitaria de ese barrio, un abandonado convento de Pre­
dicadores en la plaza, esto fue para él ciudad y ciudadela.
Era el ideal antiguo de aquellos filósofos que m ientras
más ju nto querían estar de lo inm utable eterno, más le ­
jos se estaban de lo mudable y efímero.
Pero esto no equivalía, bien se ve, al aislamiento as­
cético del erem ita, del fakir, del anacoreta, aprisiona­
miento sistem ático, estéril para la humanidad, infructuoso
para el progreso, adverso a la cultura universal. Tratábase
de un aislam iento relativo, de la preservación conveniente
del sembrador y el semillero, celoso aquél de su tarea de
producción útil y provechosa, seguro éste de la selección
y bondad de la semilla. El sembrador se llamó Egidio
226 LISANDRO ALVARADO

Montesinos, y el semillero fue el colegio de “La Concor­


dia” fundado por él en la ciudad del Tocuyo. A varias
generaciones dio pan espiritual este alfolí beneficentísimo
desde 1863.
Más de medio siglo ha transcurrido desde que por pri­
mera vez asistió al mencionado instituto el que estas lí­
neas escribe. Muchos de los alumnos allí formados y edu­
cados tomaron después los rumbos que les marcó y ordenó
el destino. Esa legión numerosa marchó en diferentes lu ­
gares del país llevando su contingente intelectual a las
masas pobladoras. Unos han sustentado diferentes credos
y principios, conforme a la evolución de la filosofía con­
tem poránea; otros han tomado parte más o menos activa
en los negocios y vicisitudes del Estado, de acuerdo con
la evolución del derecho y de la ciencia administrativa.
Han atesorado conocimientos, discutido ideas trascenden­
tales, escrito libros, divulgado modernos conceptos, se­
ñalado nuevos horizontes, aplicado nuevos métodos. Han,
en fin, combatido con varia suerte, o muerto a hierro en
luchas civiles, o sucumbido en paz oon los partidos po­
líticos o consigo mismo. Pero vencidos o vencedores, pue­
de que hayan rememorado las primeras impresiones que
en el colegio de “La Conoordia” se grabaron en la cera
m isteriosa de su m ente para que permaneciesen osten­
sibles, como en olvidada estela, durante la vida entera,
y aun después de ella si así los hados lo dispusiesen. A lo
menos los que todavía viven como observadores habrán
podido comparar las mudanzas de los tiempos y de los
métodos didácticos, y lo que se ha ganado o se ha per­
dido a la hora actual, a consecuencia de tales cambios,
en favor de la felicidad y el bienestar de nuestros hogares.
Así el hombre y su obra, el institutor y el colegio, el plan­
tador y el plantel, serán para la juventud ilustrada de
Occidente que .anhela el renombre de la patria, como rara
escuela de energía, como un modelo de lo que fue la
enseñanza en Venezuela durante la segunda mitad del
siglo X I X .
Es del caso reflexionar sobre la influencia que en nues­
tro país ejerció el movimiento intelectual europeo de la
mencionada centuria. Apenas fue trastornada por las
guerras internacionales de entonces la orientación general
de las ciencias, las letras y las artes, y esa orientación
penetró en nuestra república tan despacio como lo per­
ANTOLOGÍA 227

mitieron las comunicaciones con el extran jero y el per­


feccionamiento de la situación fiscal; pero los sistemas
didácticos anduvieron con m ucha menor presteza que las
escuelas científicas y literarias que se disputaban la su­
premacía. Si es verdad que los sacerdotes Escalona, Eche-
zuría y Montenegro contribuyeron a desterrar de las aulas
el peripato y que la filosofía tom ista apenas pudo defen­
derse año tras año de la esplendorosa luz derramada por
la ciencia francesa en la prim era m itad del siglo del vapor
y la electricidad, tam bién lo es que el catequismo y la
enseñanza mutua y la memorativa gozaron de santa paz
hasta muy entrada la segunda mitad del siglo. B ajo el
régimen español, los maestros de escuela eran “personas
de la más b aja esfera, de ninguna instrucción, que las más
veces abrazaban esta profesión, la más im portante de to ­
das, para procurarse una subsistencia escasa”. Ya en toda
la Europa, sin embargo, había resonado la voz de Erasmo,
de Comenius, de Pestalozzi, de Loyola. Las controversias
religiosas excitaron la emulación de los investigadores, y
hasta ocurrió que el método indostánico o lancasteriano
fuese introducido con éxito en Europa y llegase a Vene­
zuela cuando acababa de em anciparse de España. Consi­
dérense ahora los esfuerzos que tocaron al señor Monte­
sinos cuando se introdujeron las reform as en la instruc­
ción pública, y considérese que unes cuarenta años antes
una parte esencial de esas reformas había sido en vano
propuesta por los editores del Orbis pictus de Comenius
y de la gram ática latin a de Bum ouf.
Uno de los discípulos del señor Montesinos, como es el
señor R afael Rodríguez López, ha escrito la biografía de
aquél. Era una obra indispensable, después que otro dis­
cípulo de “La Concordia”, el doctor Carlos Jim énez G ar-
mendia, había promovido ya y llevado a feliz término el
levantar un monumento de bronce que hoy se eleva frente
a la casa en donde vivió el eminente institutor. Ambos
desempeñaron su cometido a cabalidad y con la decisión
y el afecto que eran de esperarse. La vida escrita y des­
crita es sencillam ente la- que se verá a continuación. El
biógrafo es eruditísimo, diligente, escrupuloso, metódico,
exacto en todas sus cosas. Tiene otra cualidad inaprecia­
ble, que casi siempre olvidan los que tra ta n de asuntos
agradables y encomiásticos o de sujetos que les caen en
gracia o son de su devoción, y es que en todo hace por
228 LISA O TR O ALVARADO

ser y aparecer sobrio. Nada omitió, por consiguiente, para


exponer con precisión los rasgos característicos que h a­
brán de señalar a la posteridad un personaje respetable,
un varón que colmó de bienes espirituales a la ciudad que
le vió nacer, un hombre, en resolución, que procuró siem­
pre huir de la exaltación, de la celebridad, de la osten­
tación, de la publicidad, del elogio. Aun con ser discípulo
tenía hasta cierto punto que adivinarlo por esas mismas
circunstancias.
Con recordar la constante veneración que han mos­
trado los discípulos del doctor Agustín Aveledo en Caracas,
el solícito cuidado en hacerle grato el camino de su larga
y fecunda vida, las atenciones filiales que no cesan de
prodigarle, bien se comprenderá la actitud que han guar­
dado hasta ahora los agradecidos discípulos de don Egidio
M'ontesinos. No se reconoce por completo el papel del pre­
ceptor y del maestro hasta que nos acercamos a más y
m ejor a las miserias de la vida, a la penumbra de la ig­
norancia, a la impotencia de la pobreza, a los laberintos
del vicio, al analfabetismo del niño, a la sorprendente
antítesis de las naciones que reciben enseñanza y educa­
ción, y las que no reciben la una ni la otra. Entonces
admiraremos el apostolado de Pestalozzi y las previsiones
de Rousseau, de Spencer y de Bain, éstos como filósofos
de la didáctica, aquél como hombre de acción, que ni los
reveses ni los fracasos pudieron hacerlo sesgar de su in ­
génita bondad y su constancia.
ANTOLOCÍA
229

Caracas, 29 de febrero de 1920.


Señor Bartolom é Losada.
El Tocuyo.
Mi distinguido amigo:
A los señores Manuel Segundo Sánchez y Dr. Agustín
Aveledo, que con su am istad me honran, debo una in si­
nuación cuya oportunidad y justeza colman m is aspira­
ciones y lisonjean m i orgullo. Cada uno por su parte
deseaba revelar una placa sensible que había de exhibir
lo relativo al influjo de dos hombres, Jo sé M artí y Egidio
Montesinos, en los destinos de nuestra Patria. Tratábase
así de dos m aestros no propiamente olvidados, sino más
bien perdidos de vista en la circulación afanosa de la
vida contemporánea. La investigación de la obra de M ar­
tí en Venezuela, emprendida por el señor Sánchez, ten ­
taba el esfuerzo de reconstrucción y reconocimiento de
una época leja n a de mi vida, en lo que no faltaron
por fortuna buenos exploradores, geniales discípulos del
héroe, que habrían de ahorrarm e toda estrechura y res­
ponsabilidad. Demás de esto, la gloriosa misión de Marti
fue tan deslumbrante que no hay m ás que pensar. Cuan­
to a don Egidio, baste reflexionar acerca de su pacífica
tarea, tan diferente de aquella que se impuso el caudillo
cubano, cuánta perseverancia y fatiga debió de poner en
ello, porque fue la de él una de aquellas que vencieron
en el campo de Sedán, aunque dan sólo derecho al in s­
titutor de que sea considerado como una simple función
de la m ecánica social.
Yo no intentaré examinar, y menos aún calcular, esa
función, que es negocio de la filosofía de la historia. Haré
en ese caso como pretendí hacer tem erosam ente puesto
ante la excelsa figura del insigne M artí, mayormente
cuando me obliga un deber interior e Ineludible. Por
230 LISANDRO ALVARADO

maestros de mi juventud los tengo a entram bos; y el


recuerdo personal que de ellos haga puede que sea el
m ejor y más valioso hom enaje que ofrende un discípulo
insignificante o anónimo. Una co'rona de flores silvestres,
en la que al punto se advierte la incoherencia o la aspe­
reza de las ideas, no podrá confundirse ni trocarse con
esotra que aderezan los primores de la inteligencia y del
arte, símbolo de la sabiduría y del talento.
Cuando en 1863 fue fundado en El Tocuyo el colegio
“La Concordia” estaba terminando para la instrucción
pública de Venezuela el período que podríamos denomi­
nar vargasiano. La influencia de un hombre como el doc­
tor Vargas, por todos respectos eminente, se hizo tanto
sentir, que aún después de la reform a introducida por
Guzmán Blanco, nuestros profesores mantuvieron en la
Universidad Central, oportuna o inoportunamente, las
enseñanzas y procedimientos de Vargas, y no es por
cierto que éstos y aquéllos hubiesen ya envejecido o que
fuesen del todo inaplicables, sino que por no sé cuál m o­
tivo las tendencias prácticas de la enseñanza europea no
lograron penetrar eficazmente al través de los disturbios
políticos, en ocasiones implacables y truculentas, que agi­
taron al país. Esa época de transición tocó a don Egidio
cuando frisaba en los cuarenta años de su edad.
Era. un hombre singular. Si lo que por punto general
llamamos carácter, cabe aplicarse aquí, habremos de con­
venir en que don Egidio era uno de esos tales. Una es­
pecie de demofobia fue en definitiva el rasgo que m ás le
atraía la atención del público. No osaba salir de su casa
y atravesar las calles de la ciudad, que no fuese por a l­
guna imperiosa necesidad, y esa misma necesidad ocurrió
muy contadas ocasiones durante su vida. Liberal por tr a ­
dición, apenas veíamos en él sus discípulos alguna señal
que reveíase la influencia más o menos deletérea de las
pasiones políticas reinantes. La concentración de sus ideas
fundamentales debía en cambio experim entar los efectos
de ese aislamiento sistem ático. Su vida era esencialm en­
te de recogimiento interior. Para los que para entonces
asistíamos al colegio, sem ejantes m anifestaciones no pa­
saban de ser triviales, incapacitados como estábamos de
practicar el indispensable análisis de su personalidad y
de observar los puntos precisos de la órbita en que ella
misma se movia. Para uno, las arm as y las letras parecían
ANTOLOGIA 231

ser en aquella época los polos conjugados de la vida pú­


blica. Regulares representantes de esa concepción rudi­
m entaria eran el do'ctor José Gil y nuestro m aestro. Como
tipo ruombro al primero porque efectivam ente fue uno de
esos caracteres que arriba dije, y de los más genuinos
y con más intensidad desarrollados. En política era con­
servador, y cuando no anduvo combatiendo con la espada
en defensa de su partido, cultivaba su heredad allá en
las m ontañas, o litigaba sañudamente en los tribunales,
o m anifestaba su contentam iento incorporado por antrue­
jo a una pintoresca m ascarada y bailando al son de una
guitarrilla un aire popular, como en casa le vi una vez.
Es además personaje histórico, y bajo este aspecto par­
ticular, cualquiera puede estudiarlo a su sabor. Las ú l­
timas sacudidas de’ los partidos conservador y liberal
mecieron así la cuna de nuestros estudios.
¿Por qué, empero, prestar atención y valor a estas
cosas de la política m ilitante en el afán de apañar el
hilo de la vida de un hombre cauteloso y tímido, nunca
nacido para el com bate y que tan de lueñe m iraba la
cosa pública? Sencillam ente, porque en nuestras contien­
das políticas iba m al que bien envuelto el problema es­
colar, o p ara expresarlo de otro modo, la cultura. Si una
sorda ferm entación bullía en torno del colegio de “La
Concordia”, su director continuó siendo lo que debía ser,
un profesor de energía, de orientación futura, para la
juventud que acudía a oír sus lecciones. Nótese el hecho
de que todas las asignaturas del colegio fueron de con­
tinuo desempeñadas por él, pues casi nunca tuvo colabo­
ración. Trabajo prolongado y arduo supo él sobrellevar.
Angustioso trance era para mí, que bien mirado fui alum ­
no menos que mediano, estar ya a las puertas del colegio
sin tiempo de repasar la lección del día a la escasa luz
del alba, porque al mismo am anecer estaba el maestro
atisbando la calle soñolienta .y zumbando el colm enar con
las voces de los discípulos, abejas pequeñuelas de nuestra
civilización. P asab an 'así y repasaban los años, m ientras
los que habían concluido su jo m ad a eran dispersados por
el destino o raídos de sobre la haz de la tierra. De tiem ­
po en tiempo, cuando la oportunidad quería, visitaba yo
a mi antiguo m aestro. Escogía la hora de su recreo y re­
cepciones al caer la noche. En su escritorio, una vela de
estearina con su guarda-brisa. El sentado fren te al es­
232 LISANDRO ALVARADO

critorio. Pero la luz no se encendía sino cuando al re­


cién llegado convenían especiales cumplimientos. A uno
y otro lado de la pieza, clérigos,- abogados, agricultores,
hombres de seso, sentados en la oscuridad, recostadas o
no las sillas contra la pared. A la entrada misma de la
habitación saludábanme por mi nombre y yo a ellos, uno
por uno, cual si todos fuésemos nictálopes, teniendo sólo
en cuenta el timbre de la voz. Sobre qué versaba aquella
extraña tertulia, que sem ejaba por de pronto conciliá­
bulo de carbonario's, fácil es adivinarlo; cosas de antaño
y hogaño, tópicos literarios, opiniones, facecias, anécdo­
tas. Esto pasaba así en un barrio solitario, frente a una
plaza escueta y yerma, que a su lado oriental m ostraba
las am arillentas paredes de un viejo y ruinoso convento
de Dominicos.
Este modo de ser sencillo y raro, m antenía una espe­
cie de unanimidad y respeto en la opinión acerca del
colegio de “La Concordia”. Era justo. Podía haber m ás
numeroso personal, m ejor m aterial de enseñanza, m éto­
dos más perfeccionados, programas más variados, en
otros establecim ientos m ás’ o menos accesibles a los pa­
dres de fam ilia; pero faltaba acá y allá el eje de la m a­
quinaria, y ese férreo accesorio lo tenía un hombre frágil
y apacible que en nada recordaba al inquieto y experi­
mentado preceptor del ínclito Bolívar. Por lo demás, la
reform a escolar no mostraba ser muy intensa en nues­
tro Estado t Lara, bien hallado éste en ciertos respectos
con el natural misoneísmo de los pueblos no enloquecidos
todavía con la fiebre del moderno industrialismo. Asistía
algún tiempo en mi infancia, estudiando latinidad, al
que había ¿ido Colegio nacional, ya trasladado a la ca­
pital del Estado. Aún estaba en boga la enseñanza lan -
casteriana, trasplantada de la India, y traída a Venezuela
por Bolívar. Lecciones en forma catequística, gram ática
en versos latinos, selectas sagradas, decuriones, Roma y
Cartago. Método m em orista exclusivo, método objetivo
algo menos que desconocido, siendo cosa particular que
el mismo Vargas había ya traducido para las escuelas
el Orbis pictus de Comenius. El período que he llamado
vargasiano se hallaba entonces representado por dos m o­
destas escuelas públicas, algo así como dos m edarsas
arábigas. Los desolados claustros del extinguido convento
de Franciscanos, manos m uertas adquiridas por el fisco,
ANTOLOGÍA
233

cuartel en ocasiones de alguna tropa expedicionaria,


habían sin embargo tenido m ejor suerte. Sus celdas, para
siempre abandonadas por los monjes, habían alojado y
alimentado la paciente y laboriosa abeja, que de allí no
voló sino para fabricar un panel más delicado. El cole­
gio “La Concordia” había dé perdurar luengos años du­
rante la vida toda de su fundador.
¡Cuánto hubiera deseado, mi querido amigo, estar ahí
por noviembre del año pasado, en momentos en que los
discípulos honraban solemnemente la memoria del inol­
vidable m aestro! Hubiera yo evocado rem iniscencias acer­
ca de él, asociadas a los sitios de que fue inseparable,
sitios otro tiempo para m í tan fam iliares. Hubiera ju n ta ­
do al elogio postumo que hacían los discípulos supervi­
vientes el de Francisco "Montesinos, de José Jim énez y de
otros compañeros que tem pranam ente rindieron su exis­
tencia ya en camino de la gloria. Hubiera refrescado,
platicando con los que ahora quedan, los dichos y hechos
de nuestro maestro, la tarea que él y sus amigos señala­
ron, las esperanzas que en nosotros todos iban fundando
a proporción que tomábamos rumbos diferentes en pos
de nuestra suerte. Tras fatigosa peregrinación, acendra­
dos por las tristezas, como soldados que tornan de la
guerra, quizá nos hubiéramos entonces preguntado con
timidez s'i los ideales, las aspiraciones, el concepto social
de nuestros padres y m aestros están en armonía con los
que ahora abrigamos. Acaso más bien qu&, timidez hubie­
ra sido espanto los que causara la p reg m ta de cuál h a
sido nuestra obra y cómo hemos dispuesto las enseñan­
zas del porvenir los que ahora tenemos de rendir estre­
cha cuenta. Habríamos por cierto redimido en parte, a
los que apareciéram os penetrados de confusión, las hon­
ras que se tributaban al m aestro y el deseo que a todos
animaba de perpetuar su memoria. En todo "caso, tam ­
poco tuve suerte en ello; pero sí me cupo la de estar
muy bien representado por los señores doctor Carlos J i ­
ménez Garm endia y Jo sé Félix Veracoechea y por usted
en aquel acto memorable. Es un tim bre de honor que no
sabré cómo agradecer.
Ahora envío a todos en general m is parabienes y a to ­
dos saludo cordialmente.
Su afectísim o amigo,
L. Alvarado.
234 LISANDRO ALVARADO

CARLOS BORGES

De París escribe Pedro-Emilio Coll a Carlos Borges,


según aparece en El Universal, y endereza su breve car­
ta, suave y piadosa, a la celda del egregio escritor... ¿Qué
celda es ésa? El público lector se dará sus trazas para
im aginar “la dulce paz” que en ella se goza y presupon­
drá al hermano Carlos, sosegado y ecuánime, disfrutando
una aurea mediocriticas inalterable, dentro de algún vie­
jo caserón desgarbado y añoso, circunvalado de soledad
y silencio, así como en una suerte de monasterio budista
en donde se aprende a luchar con el dolor, apoderándose
uno de su armadura y aun de su propio alcázar, para
obtener allí la suprema sabiduría, la posesión del nirvana.
Mas, a no haber modificado m i excelente amigo, del
año pasado acá, esa vida semimonástica, entiendo que
la dirección postal, para nosotros los profanos, es Barqui-
simeto. La celda será lo que antes fue curia de la obis­
palía, a la derecha mano del vestíbulo, como vivienda
de un apolíneo conserje. Diríase que es un hermano
portero quien ^g em p eñ a humildemente la secretaría del
obispado, y a u e ^ l ordinario es prelado tan humilde como
su secretario. La celda (sigamos nombrándola así) es casi
cuadrada. Una m esa con un pequeño crucifijo, libros y
papeles. Arrinconado vegeta un antiguo escaparate con el
aletargado archivo y algún ejem plar de las Constitucio­
nes sinodales por salvaguardia. Una ventana hacia el atrio
de un templo inunda de luz la supelectílica sobriedad de
aquel despacho. El resto del edificio lo ocupa el sem inario;
y asimismo puede ser local para certám enes literarios en
que, ataviadas de latín escolástico, lucen rejuvenecidas la
lógica de Aristóteles y la teología de Santo Tomás, fruto
bendito del averroísmo; y puédelo también ser para los
tremendos ejercicios de San Ignacio, cómodamente p rac­
ticados a domicilio por algún flamante clérigo. Ad majo-
rem Dei gloriam.
De afuera confluyen vahos mundanos, prosas profanas.
ANTOLOGÍA 235

A la izquierda, una pintoresca alam eda; a la derecha, el


presidio m ilitar y un hospital, y lejos, hacia el este, una
ía ja ribereña de cultivo despliega, en un valle profundo,
sus recodos y verdores como larguísim a alfom bra tendida
a los pies de la prim itiva Nueva Segovia; y de estas vías
sensoriales de acceso que se allegan al refugio celular y
al artista que en él mora, esas de la naturaleza viva se­
rán, a mi entender, las más plácidas para su mente, las
más fraternales para su idealidad, eñ cuanto que, pe­
rennes y discretas, llevarán, a la m anera de escondidos
arcaduces, agua milagrosa de esa fuente que m ana eter­
namente para sustentar y regalar los jard ines del arte,
la flor de la sabiduría.
¡Qué tediosa visión, en cambio, no será ese conjunto
arquitectónico que se otea por los postigos de la ventana!
Un templo que"alza gravemente su fachada tiesa y m a­
zorral, a par de una torre tosca y rechoncha, cuyo ja l­
begue m uestra con orgullo señales duraderas y salvajes
de balas echadas a volar por los genios de la guerra
evocados en nuestras contiendas civiles; el cuartel veci­
no, sin cesar agitado por el alerta clamoroso, por la con­
signa imperiosa del tambor y la trom peta o adiestrando
sus peones para la m atanza en aviesas m aniobras de ba­
tallón y cazadores; el hospital, disfrazado con un fron­
tispicio helénico, para elegancia y consuelo del plañir y
del morir.
Muy otro es el lenguaje de las frondas, las flores y
las mieses. En la alameda rum oran con los vientos del
norte y del sur las enhiestas h ojas de numerosas ore-
doxas agrupadas en derredor de una fuente, central, cuya,
redonda alberca recoge en el fondo un limoso sedimento.
Las palmeras cuentan en su idioma graves pesadumbres,
horas de tedio, aventuras galantes; el agua ríe locam ente
de donceles y doncellas, disimulados y cautelosos, o de
amantes que hombrean y pleitean en lances de amoríos.
Todo esto deben de publicarlo en sus boscajes los pájaros
que por allí rondan y lo cantan y escuchan. Los domin­
gos hay concierto. Entonces voltejean im ágenes invisi­
bles y confusas que en sus selecciones saben los artistas
evocar. Desde sú celda soñará entonces el poeta de
El balcón de Margarita con peregrinos medioevales, con
el Santo Grial, con Tristán malherido y agonizante por
Iseo, con el inquieto bullicio de los yentes y vinientes
16 - A N TO LOG ÍA ‘
236 LISANDRO ALVARADO

en una kermesse, con Margot convulsa y delirante, con


una pasión desatentada y un corazón redimido. Porque,
en efecto, W agner y Gounod suelen contribuir, con sus
inmortales acentos, a amenizar allí la afición de los m e­
lómanos y los ocios domingueros. Los ámbitos de la plaza
fueron por último conmovidos un día por la palabra de
aquel poeta, ahora transformado en orador sagrado y en
ídolo del auditorio.
Será tal vez una m ala tentación añadir ahora ciertas
notas episódicas acerca del orador, del poeta; mas ese
feroz historiador romano de la decadencia, con sus fra ­
ses enigmáticas y lapidarias, me alienta: Rara temporum
felicítate, ubi sentire quae velis et auae sentías dicere
licet.
Incidente genial y casi novelesco es uno que ahora
cuatro años apareció en la revista caraqueña Atenas.
Cuéntanos el doctor Borges sus primeros ensayos poéticos
y el origen de aquella fam osa Boda macabra, que com­
puso a los dieciocho años, bajo la influencia del sarcás­
tico y delicioso verso de Heine. Sendas copias m anuscri­
tas dadas a Agustín Silva y a Jerónim o Maestre espar­
cieron muy lejos la fam a de esa extraña poesía, cuasi
anónima entonces, atribuida a Julio Flórez y convertida
desde luego en canción favorita; porque en el fondo de
su carácter guarda la m ujer una inclinación más o m e­
nos indeleble por el romanticismo. Aquellas “fúnebres te-
nebrionas” han sido al cabo repudiadas por su autor;
pero la impresión que causaron fue intensa y eficaz. No
siempre lo m ás perfecto aventaja en éxito a lo más sen­
cillo.
Cuando por primera vez tuve oportunidad de oír la
voz del poeta, aunáronse al incidente vestigios rom ánti­
cos de lá Boda macabra. Ha muchos años que ello acae­
ció. En un apartado pueblo de los Llanos invitóme cierta
noche un m i amigo para asistir a una pequeña audición
gramofónica, y uno de los discos reprodujo una herm osa
recitación. El poeta era Ism ael Enrique Arciniegas; la
poesía, En Colonia; el recitador, Borges. En la quietud
tem pranera del poblado, a la débil luz de una lámpara,
oíase la tétrica producción con cierto aparato escénico,
casi como deberá oírse el Claro de luna de Beethoven,
pero con efecto contrario o por lo menos harto divergen­
te, en el seno de la tiniebla y el silencio. De Lucano cuen­
ANTOLOGÍA 237

tan que el cuidadoso estudio que de la elocuencia había


hecho con actores y retóricos daba o había de dar un
nuevo avasallador atractivo al que ya tenían sus versos
y su juventud; pero en verdad son varias y variables las
funciones que pone en juego cada pueblo y cada época
para llegar a la fórm ula final de la belleza!
Cedamos aún a la tentación y echemos una ojeada
sobre la vía dolorosa y triu nfal de este nuestro artista.
Camino de perfección doloroso y triunfal, como el que
anduvieron los m ísticos españoles, único y fragosísimo
filadero, para ganar la libertad espiritual. Cualquiera que
sea la doctrina y la enseñanza de estos religiosos (porque
su estilo es soberano), su elocuencia es sem ejante a la
que usaron los santos padres de la iglesia griega y pro­
duce resultados sem ejantes en el lector. Con la m anse­
dumbre arrastraban discípulos y prosélitos. La benevo­
lencia es prenda de aquellos que tienen entendido cuánto
merecían al Ungido uñ suzuelo rapaz o una garrida cor­
tesana. Del doctor Borges y del B ach iller Munguía bien
recuerdo cuán plácidam ente recibieron la cariñosa bien­
venida de sus amigos, vencidos ciertos días de sufrim iento
y lacería. Ni una queja, ni una rencorosa alusión. Parecía
que habían aprendido con Luis de León en las cárceles
del Santo Oficio o presenciado las persecuciones de los
jesuítas contra San ta Teresa, paciente y denodada.
Pues bien, mis favoritas conversaciones con este helé­
nico Borges eran acerca de los m ísticos citados, a des­
pecho de la enormidad que mediaba entre un maestro
como él y un simple lector como yo; y así como yo ponía,
mi afición en el epistolario teresiano, en el Tratado de
la tribulación, en la Guía d e pecadores, en La perfecta
casada y otras joyas del tesoro literario español, así se
deleitaba y rem iraba él en Las Moradas, como si atraído
él por la santa quisiese encerrar su alm a en una cárcel
de diamante o eñ una ciudad de Dios; aunque para mí
tengo que la problem ática libertad espiritual que defien­
de el insigne Díaz Rodríguez aparece esta vez evidentí­
sima, toda vez que no asió de la santa doctora y no la
quemó viva el espantable inquisidor después de haber ella
descrito ciertas histéricas visiones, de las muchas que en
su vida la obsesionaron. ¿Pero qué más sino que en estos
días del Señor ha sido preciso tom ar venganza en Catule
Mendes, o eh su fam a literaria, para solemne desagravio
238 LISANDRO ALVARAOÓ

de la Virgen de Avila? Esta vez, sin duda, tiene la culpa


el semitismo.
A esta escuela ascética pertenece en espíritu Borges.
Pero un adorable feminismo florece, como rosa m ística,
en los altares de su genio y en el ritual de su lógica.
Ya le veamos en noche obscura y lluviosa atravesar al­
guna calle de Barquisimeto, cual cruzado peregrino en­
vuelto en negra hopalanda, ya errante en los campos
cercanos a Caracas hablando con fuentes y collados, ya
moviendo el pincel de Zerpa, a fin de evocar una belleza
guardada en el sepulcro, ya expresando bajo el lápiz
caricaturista de Castrellón la torm enta y los tormentos
del dolor, siempre traduce maravillosamente ese m isti­
cismo que duerme en su alma inofensiva y profunda.
CAPITULO SEXTO

TRADUCCIONES
EL HOMBRE PRIMITIVO

(D e Tito Lucrecio Caro)

El hombre de las selvas era muy más fuerte, como


convenía a la tierra fuerte que lo creó, apoyado en m a­
yores y más sólidos huesos y dotado de poderosos liga­
mentos entre sus visceras para resistir a la acción del
calor y del frío, a la silvestre alim entación y a cualquier
achaque del cuerpo. Por m uchos lustros giró el sol por
el cielo sin que él abandonase, su vida de correrías al
uso de las Aeras. No se conocía ningún robusto conductor
del corvo arado, ni se sabía lab rar los campos con el
hierro, ni trasp lantar los retoños, ni podar con hoces las
ramas cascadas de los altos árboles. Lo que el sol y las
lluvias aparejaban, lo que daba de sí e l ’ suelo, les pro­
curaba cuanto regalo apetecían. Las más de las veces
saciaban su apetito entre las glandíferas encinas; y los
madroños que hoy m iras en la época del invierno m a­
durar su rojo fruto, en aquel entonces daba la tierra más
gruesos y abundantes.1Por lo demás, innúmeros y rústicos
alimentos produjo entonces liberal la graciosa juventud
del mundo para provecho del mísero m ortal. A apagar
la sed convidaban los ríos y las fuentes, como llam a aho­
ra a la redonda la corriente de agua que b a ja resonante
de elevados montes a las sedientas fieras. Y así, erra­
bundos se acogían a determinadas y agrestes mansiones
de las ninfas, de que sabían brotaban m anantiales cuya
escurridiza y copiosa corriente bañaba los húmedos pe­
ñascos —los húmedos peñascos que dejan caer gota a
gota sobre el verde musgo el agua— y en parte manaba
y bullía a campo abierto. Tampoco sabían aderezar los
— 241 —
242 LISANDRO ALVARADO

objetos con el fuego, ni hacer uso de las pieles, ni ves­


tirse con los despojos de las fieras, sino que vivían en
los bosques, en las grutas y en las selvas, y al abrigo
de los árboles ponían sus desaliñados cuerpos, forzados
a evitar el azote de los vientos y los turbiones. Ni tenían
idea del bien común, ni acertaban a valerse de costum­
bres entre sí ni de las leyes. La presa a que a cada quien
deparaba la fortuna era por él retenida, enseñado a in ­
geniarse y sustentarse a 's u manera. El amor acercaba
a los am antes en las selvas, estrechándolos un mutuo
deseo, o la arrebatada fuerza del varón y su vehemente
lascivia, o la recompensa, que consistía en bellotas, m a­
droños o alguna pera selecta. Y confiados en la extraor­
dinaria energía de sus brazos y piernas, perseguían los
animales m ontaraces con proyectiles de piedra y clavas
de enorme peso; los más avasallaban y de poco se guar­
daban en escondites; y sem ejantes a los cerdosos jabalíes,
extendían así sobre la tierra, al sorprenderlos la noche,
sus incultos y desnudos miembros cubriéndose con hojas
y follaje. Ni clam aban por el sol y el alba profiriendo
hondos lamentos en los campos y discurriendo espanta­
dos entre las sombras de la noche, sino que aguardaban
en silencio, sumidos en el sueño, a que el sol, con roja
faz, llevase al cielo su fulgor. Porque avezados desde n i­
ños a ver de continuo producirse las tinieblas y la luz
alternativam ente, no tenían nunca motivo de admirarse,
ni tem er que una eterna noche reinase sobre la tierra,
huyendo para siempre el resplandor del sol. Era m ás
bien cosa de inquietar el que a menudo volviesen las
fieras amenazando su descanso. Y expulsados de su a l­
bergue, abandonaban su roqueño lecho al aproximarse
un espum ajeante jab alí o un poderoso león; entonces,
en noche intempesta, cedían los lechos aderezados con
follaje a sus formidables huéspedes.
Mas no tenía entonces mucho más que ahora ocasión
el género humano de despedirse del amable destello de
la vida. Atrapado en efecto cualquiera de ellos, sumi­
nistraba entonces a las fieras un pasto viviente y una
presa a sus mandíbulas, poblando los bosques, los montes
y las selvas con sus alaridos y viendo sepultarse sus car­
nes palpitantes en una palpitante fosa. Y los a quienes
la fuga salvaba, con el cuerpo dilacerado y cubriendo con
sus manos temblorosas las fieras heridas, llam aban des-
ANTOLOGÍA 243

pués la m uerte con temerosos gritos, hasta aue indecibles


torturas los despojaban de la vida, destituidos de socorro
y no sabedores de la cura de las heridas. En cambio, no
perecían en un día millares de personas marchando bajo
una enseña. Enfurecían entonces el m ar inconsiderado y
vanamente y a menudo con saña inútil, y deponía apaci­
guado sus amenazas sin resultado; mas no podía la calma
de una m ar serena atraer pérfida a nadie a una celada
con sus apacibles ondas, a causa de ignorarse en abso­
luto la arte ímproba de la navegación. Entonces la ca ­
restía enviaba m acilentos cuerpos al sepulcro; ahora, al
contrario, nos ahoga la abundancia. Inexpertos los de
entonces, prepáranse con frecuencia a sí mismos un ve­
neno; ahora, con más destreza, lo dan a los demás.
Llegó con todo el tiempo en que se usó de las caba­
ñas, de las pieles y del fuego: la m ujer, unida al varón,
le siguió a un domicilio; las obligaciones sociales del
matrimonio por ambos fueron conocidas y vieron for­
marse de allí una prole, con lo cual empezó a afem inarse
el géneró humano. El fuego motivó que los friolentos
cuerpos no pudiesen conllevar el hielo bajo la bóveda
celeste: la lu ju ria descabaló la energía y los h ijo s do­
blegaron sin dificultad la recia condición de sus padres
con sus caricias. Comenzaron a cultivarse las amistades
con el propósito de no dañarse ni invadirse los vecinos,
y con voces y gestos se recomendaron sus m ujeres y sus
hijos, expresando en un lenguaje rudimentario que todos
debían igualarse en lo de haber compasión de los débi­
les. No siempre se ajustó a tal pacto la concordia, mas la
mayor y m ejor parte guardó de buena fe el contrato, que
de no, ya el género humano habría perecido, sin lograr
las razas reproducir las especies h asta nuestros días.
244 LISANDRO ALVARADO

EL TERROR DE LA MUERTE

(D e T ito Lucrecio Caro)

Si de repente hiciera lenguas la naturaleza y a alguno


de nosotros increpara elia así: “¿Qué tienes, oh mortal,
para que te demores demasiado en penoso duelo? ¿Para
qué gimes y lloras por la muerte? Pues que grata ha sido
para ti esta vida anterior y pasada, y no todos los bienes
se escaparon y estérilm ente desaparecieron como a rro ja ­
dos en un vaso taladrado, ¿por qué no te retiras como
un convidado satisfecho de la vida y no tomas, oh necio,
con ecuanimidad un sosegado reposo? Si en disipaciones
pereció cuanto disfrutaste y la vida te es odiosa, ¿a qué
buscas añadir más de ella, que de nuevo term ina m al y
acaba todo estérilm ente, y por qué no pones más bien
fin a tu vida y tus trabajos? Porque vano es que imagine
e invente ya lo que te plazca: todo será siempre lo m is­
mo. Aun cuando tu cuerpo no se m architara con los años,
ni tus usados órganos languidecieran, todo resta sin em ­
bargo lo mismo, si bien trataras de superar con vida to ­
das las generaciones, y mayormente si nunca hubieras
de m orir”; ¿qué responderíamos sino que la naturaleza
lleva lo m ejor de la contención y que en sus palabras
representa sobre la verdad de su causa? Si ahora es ya
entrado en años y anciano ese que se queja, y más de lo
razonable se lam enta el mísero por su fallecim iento, ¿no
exclam ará aún con razón y le increpará con agria voz
diciendo: “De hoy más, llévate tus lágrimas, ruin, y aca­
lla tus plañidos. Decaes saciado de todos los bienes de
la vida. Mas, como siempre, te desvives por los que no
hay, y lo presente desdeñas, la vida se te ha escurrido
menoscabada e ingrata, y cuando menos te lo catabas
llegó la muerte a tu cabecera antes que pudieses, harto
y colmado de bienes, despedirte. Ahora, sin embargo, des­
hazte de las cosas impropias de tu edad. Vamos, cede el
ANTOLOGÍA 245

puesto con ecuanimidad y entereza: necesario es”? De­


recham ente procede, a lo que opino, derecham ente in ­
crepa y vitupera: cede siempre, en efecto, a la novedad
de las cosas la desechada decrepitud, y necesario es re­
parar lo uno con lo otro: nadie es entregado al bárbaro
o al tártaro: hay m enester m ateria para que se acrezcan
las generaciones de la posteridad, que te seguirán sin
embargo todas, pasado que hayan su vida; de ese modo,
no menos que tú, han ellas caído antes y habrán de caer.
Nunca cesa* de proceder así lo uno de lo otro; que la vida
no enagena a nadie, pero el usufructo es a todos conce­
dido. Considera tam bién cuán en nada nos atañe la an ­
tigüedad de tiempo eterno transcurrido antes de nuestro
nacimiento. Este es, bien mirado, un espejo que la n a ­
turaleza nos presenta del tiempo que todavía vendrá des­
pués de nuestra m uerte. ¿Aparece allí por ventura nada
horrible, o se ve algo lúgubre, o no es más sosegado que
cualquier sueño?
A no dudar, cuantos se refiere que hay en el profundo
Aqueronte, está todo en nuestra vida. No teme, cual es
fama, el mísero T ántalo una gran roca suspendida en el
aire, aturdido por vano pavor: es el miedo inmotivado
de los dioses lo que más bien apremia en la vida a los
mortales, que tem en el destino que la suerte reserva a
cada quien. Ni las aves de rapiña se abaten sobre Ticio
tendido en el Aqueronte, ni pueden por cierto hallar en
una perpetuidad algo que esculcar dentro de su vasto
pecho. Estupenda y todo como se suponga la extensión
de su cuerpo, que, aspados los miembros, alcance, no sólo
nueve yugadas, sino toda la redondez de la tierra no
podría, sin embargo, conllevar un dolor eterno, ni pro­
veer siembre alim ento de su propio cuerpo. Ticio es para
nosotros ese a quien, postrado por el amor, laceran aves
rapaces y devora ansiosa congoja, o a quien, por cu al­
quiera otra pasión, desgarran los cuidados. Sísifo está
asimismo delante de nuestros ojos en la vida: es el que
porfía en pedir al pueblo las faces y las tem ibles segu­
res, y siempre vencido, retírase humillado. Porque soli­
citar un mando que es vanidad y nunca es concedido,
y sobrellevar en ello siempre dura labor, es em pujar con­
tra la cuesta de un m onte un fatigan te peñasco que, sin
embargo, ya cerca de la cima, rueda de nuevo e impe­
tuosamente busca el nivel de la llanura. Y después, dar
246 LISANDRO ALVARADO

siempre pábulo a la ingrata naturaleza del espíritu, col­


mado de beneficios, y nunca saciarlo, que es lo que para
nosotros hacen las estaciones, volviendo periódicamente
y trayéndonos sus frutos y sus variados encantos, sin que
al cabo quedemos satisfechos con estas ofrendas a la
vida, todo eso es en m i opinión lo que cuentan de las
jóvenes en la flor de la edad que vierten agua en una
vasija perforada que, no obstante, de ninguna m anera
podría ser llenada. Qué digo, el Cerbero y las Furias,
y la privación de luz..., el Tártaro vomitando de sus
fauces horrorosas llamas, cosas que ni existen ni pueden
por cierto existir. Pero en la vida está el miedo de las
penas por los malhechos, señalado aquél según éstos son
señalados, el castigo del delito, las cárceles, el horrible
precipitam iento desde la roca, los azotes, los verdugos,
él potro, la pez, las planchas candentes, las teas: que
si no obstante faltan, la mente, consciente de sus hechos,
se llena aprehensiva de remordimientos y se aterra con
torturas, y no ve entre tanto cómo puedan tener término
sus males, n i cuál, en fin, sea el vencimiento de sus pe­
nas, temiendo no se agraven más esas mismas cosas con
la muerte. Acá es donde la vida de los nacidos se vuelve
finalmente en Aqueronte.
ANTOLOGÍA
247

PERMANENCIA EN CARACAS
(De A lejandro de Humboldt)

Dos meses pasé en Caracas. Habitábamos el señor Bon-


pland y yo en una casa grande casi aislada, en la parte
más elevada de la ciudad. Desde lo alto de una galería
podíamos divisar a un tiempo la cúspide de la Silla, la
cresta dentada de Galipán y el risueño valle del Guaire,
cuyo rico cultivo contrasta con la sombría cortina de
montañas en derredor. Era la estación de la sequía. Para
m ejorar los pastos se pone fuego a las sabanas y al cés­
ped que cubre las rocas m ás escarpadas. Vistos desde
lejos estos vastos abrasam ientos, producen sorprendentes
efectos de luz. Dondequiera que las sabanas, al seguir las
ondulaciones de los declives rocallosos, han colmado los
surcos excavados por las aguas, los terrenos inflamados
se presentan, en alguna noche oscura, como corrientes
de lavas suspendidas sobre el valle. Su luz viva, bien que
tranquila, tom a una coloración rojiza cuando el viento
que desciende de la Silla acumula regueros de vapores
en las regiones bajas. Otras veces, y tal espectáculo es
de lo m ás imponente, estas bandas luminosas, envueltas
en espesas nubes, no aparecen más que a intervalos al
través de las aclaradas. A medida qué van subiendo las
nubes, se derram a una viva claridad sobre sus bordes.
Estos diversos fenómenos, tan comunes bájo los trópicos,
cobran interés por la form a de la m ontaña, la disposición
de las faldas y la altura de las sabanas cubiertas de
gramíneas alpinas. Durante el día el viento de Petare, que
sopla del Esté, em puja hacia la ciudad el humQ, y mengua
la transparencia del aire.
Si teníam os por qué estar satisfechos de la disposición
de nuestra casa, lo estábamos aún más por la acogida que
nos hacían las clases todas de los habitantes. Es un deber
para mí cita r la noble hospitalidad que para nosotros
usó el jefe del gobierno, señor de Guevara Vasconcelos,
248 LISANDRO ALVARADO

capitán general por entonces de las provincias de Vene­


zuela. Bien que haya tenido yo la ventaja, que conmigo
han compartido pocos españoles, de visitar sucesivamen­
te a Caracas, La Habana, Santa Fe de Bogotá, Quito, Lima
y México, y de que en estas seis capitales de la América
española m i situación me relacionara con personas de
todas las jerarquías, no por eso me perm itiré juzgar so­
bre los diferentes grados de civilización a que la sociedad
se ha elevado ya en cada colonia. Más fácil es indicar
los diversos m atices de la cultura nacional y el intento
hacia el cual se dirige de preferencia el desarrollo in te­
lectual, que comparar y clasificar lo que no puede ser
comprendido desde un solo punto de vista. Me ha pa­
recido que hay una m arcada tendencia al estudio pro­
fundo de las ciencias en Santa Fe de Bogotá y en Méxi­
co; mayor gusto por las letras y cuanto pueda lison jear
una imaginación ardiente y móvil en Quito y en Lim a:
más luces sobre las relaciones políticas de las naciones,
m iras más extensas sobre el estado de las colonias y de
las metrópolis, en La Habana y en Caracas. Las m últi­
ples comunicaciones con la Europa com ercial y el m ar
de las Antillas que arriba hemos descrito como un Me­
diterráneo de muchas bocas, han influido poderosamente
en el progreso de la sociedad en la isla de Cuba y en
las hermosas provincias de Venezuela. Además, en n in ­
guna parte de la América española ha tomado la civili­
zación una fisonomía más europea. E l gran número de
indios labradores que habitan en México y en el interior
de la Nueva Granada dan a estos vastos países un ca­
rácter particular, casi diría más exótico. A pesar del
acrecentam iento de la población negra, cree uno estar
en La Habana y en Caracas más cerca de Cádiz y de
los Estados Unidos que en otra parte alguna del Nue­
vo Mundo.
Estando situada Caracas en el continente y siendo su
población menos flotante que la de las Islas, se han con­
servado m ejor allí que en La Habana las costumbres n a­
cionales. No ofrece* la sociedad placeres muy vivos y
variados, pero se experim enta en el seno de las fam ilias
ese sentim iento de bienestar que inspiran una jovialidad
franca y la cordialidad unida a la cortesía de los moda­
les. En Caracas existen, como dondequiera que se pre­
para un gran cambio en las ideas, dos categorías de
ANTOLOGÍA 249

hombres, pudiéramos decir, dos generaciones muy diver­


sas. La una, que es al fin poco numerosa, conserva una
viva adhesión a los antiguos usos, a la simplicidad de
las costumbres, a la moderación en los deseos. Sólo vive
ella en las imágenes del pasado: le parece que la Amé­
rica es propiedad de sus antepasados que lá conquista­
ron; y porque detesta eso que" llaman la ilustración del
siglo, conserva con cuidado como una parte de su patri­
monio sus prejuicios hereditarios. La otra, ocupándose
menos aún del presente que del porvenir, posee una in ­
clinación, irreflexiva a menudo, por hábitos' e ideas nue­
vas. Y cuando esta inclinación se halla acompañada del
amor por una instrucción sólida, cuando se refrena y
dirige a merced de una razón fuerte e instruida, sus
afectos resultan útiles para la sociedad. Entre los de esta
segunda generación conocí en Caracas varios hombres
distinguidos al igual por su afición al estudio, la capaci­
dad de sus costum bres y la elevación de sus sentim ien­
tos; y tam bién los he conocido que, desdeñando todas
aquellas cosas estimables y bellas que exhiben el carác­
ter, la literatu ra y las artes españolas, h an perdido su
individualidad nacional, sin haber recogido, eñ sus rela­
ciones con los extranjeros, nociones precisas sobre las
verdaderas bases de la felicidad y del orden social.
Como desde el reinado de Carlos V han pasado de la
metrópoli a las colonias el espíritu de corporación y los
rencores municipales, gustan en Cumaná y en otras ciu­
dades com erciales de Tierra Firm e de exagerar las pre­
tensiones nobiliarias de las m ás ilustres fam ilias de Ca­
racas, designadas con el nombre de Mantuanas. Ignoro
cómo se han m anifestado ante tales pretensiones; pero
me h a parecido que el progreso de la ilustración y la
revolución que se* ha operado en las costumbres han
hecho desaparecer poco a poco, y con bastante generali­
dad, lo ofensivo de las distinciones entre los blancos.
Existen dos géneros de nobleza en todas las colonias.
Una se compone de criollos cuyos antepasados han ocu­
pado muy recientem ente puestos elevados en América:
funda en parte sus prerrogativas en el lustre de que goza
en la metrópoli, y cree poder conservarlas allende los m a­
res, cualquiera que haya sido la época de su estable­
cimiento en las colonias. La otra nobleza se atiene más
al suelo am ericano: se compone de descendientes de los
250 LISANDRO ALVARADO

Conquistadores, es decir, de los españoles que sirvieron


en el ejército desde las primeras conquistas. Entre estos
guerreros, compañeros dé armas de Cortés, de Losada y
de Pizarro, perteneeian varios a las fam ilias más distin­
guidas de la Península; provenientes de las clases in fe­
riores del pueblo, ilustraron sus nombres con el valor
caballeresco que caracteriza los comienzos del siglo xvi.
En otra parte he recordado que estudiando esos tiempos
de entusiasmo religioso y m ilitar, tras los grandes capi­
tanes vienen hombres probos, sencillos y generosos. Vitu­
peraban las crueldades que m anchaban la gloria del
nombre español; pero confundidos en el montón, no pu­
dieron salvarse de la proscripción general. Continuó sien­
do tanto más odioso el nombre de los conquistadores
cuanto la mayor parte de ellos, después de haber u ltra­
jado pueblos pacíficos y vivido en el seno de la opulencia,
no probaron ál fin de su carrera esas largas adversidades
que calm an el odio del hombre y m itigan a veces el juicio
severo de la historia.
Pero no tan sólo el progreso de la ilustración y el
conflicto entre dos noblezas de diferente origen inducen
a las castas privilegiadas a renunciar a sus pretensiones
o, por lo menos, a disfrazarlas hábilm ente. En las colo­
nias españolas la aristocracia tiene un contrapeso de otra
suerte, cuya acción se hace de día en día más poderosa:
entre los blancos ha penetrado en todas las almas un
sentim iento de igualdad; y por donde quiera que se m ira
a los pardos, bien como esclavos, bien como m anum iti­
dos, lo que constituye la nobleza es la libertad heredita­
ria, la persuasión íntim a de no contar entre los antepa­
sados sino hombres libres. En las colonias, la verdadera
señal exterior de esa nobleza es el color de la piel. En
México como en el Perú, en Caracas como en la islá de
Cuba, se oye decir diariam ente a alguno que anda des­
calzo: “Ese blanco tan rico, ¿creerá que es más blanco
que yo?” Muy considerable como es la población que la
Europa puede derramar en la América, se comprende que
el axioma: todo blanco es caballero, contraría singular­
mente las pretensiones de las fam ilias europeas cuyo
lustre data de bien atrás. Hay más todavía: la verdad
de ese axioma ha sido desde ha largo tiempo reconocida
en España, en un pueblo justam ente célebre por su le a l­
tad, su industria y su espíritu nacional. Todo vizcaíno
ANTOLOGÍA 251

dice que es noble; y como existen más vizcaínos en Amé­


rica y en las Filipinas que en la Península, los blancos
de esta raza han contribuido no poco a propagar en las
colonias el sistem a de igualdad de todos los hombres cuya
sangre no se ha mezclado con la sangre africana.
Por lo demás, los países cuyos habitantes, aun sin un
gobierno representativo ni institución de paria, dan tan
grande im portancia a las genealogías y á las ventajas
del nacimiento, no siempre son aquellos en que la aristo­
cracia de las fam ilias es la más chocante. Buscaríam os
en vano entre los pueblos de origen español esas m ane­
ras frías y pretensiones que parecen hacer más comunes
en el resto de Europa el carácter de la civilización mo­
derna. En las colonias, lo mismo que en la metrópoli, la
cordialidad, la confianza y una gran sencillez en los mo­
dales, aproxima las diferentes clases de la sociedad; y
aún pue'de decirse que la expresión de la vanidad y el
amor propio lastim a tanto menos cuanto tiene algo de
franco e ingenuo.
Noté en varias fam ilias de Caracas gusto por la in s­
trucción, conocimiento de las obras m aestras de la lite ­
ratura francesa e italiana, una decidida predilección por
la música, que se cultiva con éxito y sirve —como siem ­
pre hace el cultivo de las bellas artes— para aproximar
las diferentes clases de la sociedad. Las ciencias exactas,
el dibujo y la pintura, no poseen aquí esos grandes esta­
blecimientos que México y San ta Fe deben a la m unifi­
cencia del gobierno español y al patriótico celo de los
nacionales. En medio de una naturaleza tan m aravillosa
y tan rica en producciones, nadie en estas playas se ocu­
paba del estúdio de las plantas y los m inerales. Fue so la­
mente en un convento de franciscanos donde encontré
un anciano respetable, el P. Puerto, que calculaba el a l­
manaque para todas las provincias de Venezuela, y que
tenía algunas nociones precisas sobre el estado de la a s ­
tronomía moderna. Interesábanle vivamente nuestros in s­
trumentos, y un día se vio llena nuestra casa de todos
los frailes de San Francisco, quienes, con gran sorpresa
nuestra, solicitaban ver úna brújula de inclinación. La
curiosidad enderezada a los fenómenos físicos aumenta
en los países minados por fuego volcánico, bajo un clim a
en que la naturaleza es a una vez tan imponente y está
tan m isteriosam ente agitada.
1 7 - ANTO LOGÍA
252 LISANDRO ALVARADO

EL LORO DE LOS ATURES

(Traducción de un poema de Curtius)

En el Orinoco agreste
hay un viejo papagayo,
triste y yerto, cual si fuera
en dura piedra tallado.
Entre diques rocallosos,
espumante y destrozado,
corre el río entre palmeras
que al sol le roban sus rayos;
y nunca logran sus olas
traspasar el ñero blanco,
m ientras velos esplendentes
son del iris matizados.

Allá do luchan las ondas


una tribu a esos peñascos
llegó proscrita y vencida,
y hoy goza eterno descanso...
Sucumbieron los Atures,
siempre libres, siempre osados,
y so cañas ribereñas
yacen sus últimos rastros.

De esa raza el postrimero,


cuenta el ave un hecho aciago,
y en la peña el pico afila,
al aire gritos lanzando.

¡Ah, los niños que el nativo


dulce idioma le enseñaron
y la m ujer que sustento
dióle y nido, busca en vano!
ANTOLOGÍA

En la playa, a duros golpes,


todos cayeron, y en tanto
del ave la ansiosa queja
a ninguno ha despertado.
Solitario, incomprensible,
vocifera en suelo extraño;
oye el rugir de las aguas
y a nadie más el cuitado;
y el salvaje al contemplarle
huye veloz del peñasco...
¡Nadie vio sin que tem blara
ese antiguo papagayo!
254 LISANDRO ALVARADO

ACALAPIYEIMA Y EL SOL
(Mito de los Taulipang, recogido por Koch-Griinberg y traducido
por Lisandro Alvarado)

Había una vez un árbol altísimo y Walomá (el sapo)


se encaramó en él. Un hombre llamado Acalapiyeima
acechaba al pie del árbol, siempre después de mediodía,
para atrapar a Walomá. Dice W alomá: “Si me atrapa
Acalapiyeima lo arrojo al m ar”. El hombre lo cogió. En­
tonces Walomá lo agarró de las manos y lo tiró con los
pies al mar. Lo cargó sobre su espalda, se zambulló y
nadó con él hacia una isla. Allí lo dejó y regresó a nado.
Debajo de un árbol lo dejó, donde estaba el zamuro, que
m ientras aquél dormía, lo cubrió de estiércol. (El sapo
se lo había dicho, que no lo cogiera porque lo arrojaría
al mar.)
En la isla hacía mucho frío, y el hombre tiritaba. En­
tonces lo encontró Cainanog (el lucero de la m añana),
cuando estaba cubierto de estiércol del zamuro, y muy
fétido. Rogó al lucero que lo llevase al cielo y éste con­
testó: “No te puedo subir. No me has dado nada todavía.
Al sol has dado siempre tortas de casabe” (porque el sol
brilla en el día y las estrellas en la noche). El hombre
pidió fuego al lucero porque se atería. Dijo Cainanog: “No
quiero ayudarte. El sol puede ayudarte. El percibe más
tortas de casabe.” Y se fue Cainanog.
Entonces viene Capei (la luna). Acalapiyeima rogó a
Capei lo llevara a su morada. No quiso llevárselo la luna,
porque él había dado al sol muchas tortas de casabe y
a ella nada en absoluto. Pidió tam bién fuego a la luna,
pero tampoco eso le concedió la luna. El hombre se a te ­
ría y cada vez más lo estercolaba el zamuro, en cuanto
a que la isla era muy chica.
ANTOLOGÍA 255

Vino entonces Uei (el sol). Fue una dicha para aquél,
pues a éste había dado m uchas tortas de casabe. El sol
lo m etió en su canoa. Hízolo bañar por sus h ija s y re­
cortarle los cabellos. Lo hizo remozar. Uei quería tenerlo
por yerno. No sabía Acalapiyeima que Uei era el sol, y así
le rogó que llam ara a éste, para calentarse, ya que había
cogido frío con el baño y sentado a la proa de la canoa
(era muy temprano y no tenía el sol fuerza todavía, por
lo que aquél tirita b a ). Uei .se puso entonces un tocado
de pluma de loro. Acalapiyeima fue de espaldas a sen­
tarse a la canoa. Dícele ahora Uei: “ ¡V oltéate!” Cuando
él se volvió puso Uei sobre el tocado de plumas un som­
brero de plata y le colocó unas orejas de élitros de es­
carabajos. Con esto se recalentó. (Habíase ya hecho ta r­
de.) Uei dio calor al hombre. Hacía mucho calor y sufrió
de bochorno. Uei le condujo aún más lejos consigo hacia
arriba. Cuando Acalapiyeima sufrió mucho de bochorno,
le dio Uei vestidos. Entonces no sufrió ya calor.
Uei quiso hacerlo su yerno. D íjole: “Te casarás con
una de mis h ijas, mas no te dejes seducir de ninguna
de las demás m ujeres”. Detúvose Uei en una m aloca y
saltó con sus h ija s a la tierra y entró en la casa. Orde­
nó a Acalapiyeima no abandonara la canoa y no enam o­
rarse de otra m ujer. Uei entró en la casa. Acalapiyeima,
no obstante, saltó a tierra. Se encontraban allí unas m o­
zas, h ijas del zamuro. Hallólas el hombre muy lindas y
enamórose de ellas. Uei y sus h ija s no supieron eso,
pues se habían ido a la casa. Cuando regresaron a la
canoa, encontrárole retozando en medio de las h ija s del
zamuro.
Las h ijas del sol le regañaron diciéndole: “¿No te
había dicho nuestro padre que habías de quedarte en la
canoa y no sa lta r a tierra? ¿No te ha ayudado nuestro
padre a venirte de la isla? Si no te hubiera ayudado no
estarías tú en tan buen estado: ¡ahora te enam oras de
las h ijas del zam uro!” Luego se enojó Uei con él, y d í­
jole: “Si hubieras seguido m i consejo y te hubieras c a ­
sado con una de mis h ija s, hubieras quedado como yo,
siempre joven y bello. Ahora quedarás joven y bello sólo
por corto tiempo, y de resto viejo y feo.” Fuéronse en se­
guida a dormir cada una en su particular. Uei y sus
hijas por separado y Acalapiyeima por separado.
256 L ISA K D R 0 ALVARADO

Otro día temprano en la m añana partió Uei con sus


h ijas y desentendiéndose de Acalapiyeima m ientras dor­
mía. Cuando éste despertó, hallóse en medio de los za­
muros, viejo y feo, cual lo había dicho Uei. Las h ijas
del sol se dispersaron y ahora alumbran el camino de
los muertos. Acalapiyeima se casó con una h ija del za­
muro y se hizo a su vida. Fue nuestro antepasado, el
padre de todos los indios.
Por eso vivimos ahora en estas condiciones. Somos
jóvenes y bien parecidos por poco tiempo y luego viejos
y feos.
ANTOLOGÍA 257

DE CÓMO LA. LUNA SE FUE AL CIELO

(Mito de los Taulipang, recogido por Koch-G rünberg y traducido


al castellano por Lisandro Alvarado)

En otros tiempos no estaba Capei (la luna)* en el


cielo, sino en la tierra. Aquí tenía una casa. Se apoderó
del alma de un niño. La m etió en una olla y volteó la
olla en el suelo. Enfermóse luego el niño. Llam aron un
brujo y le ordenaron que por la noche soplara al niño.
Capei estaba vorfindet con la gente. El brujo sopló al
niño por la noche.
Capei tenía dos h ija s grandes. Tenía otra olla grande
Capei se escondió en esta olla y ordenó a sus h ijas que
voltearan la olla. Dijo a sus h ija s: “No descubráis dónde
estoy cuando venga el brujo. No descubráis tampoco dón­
de está el niño.” El niño era hermoso y quería rete­
nerlo.
Vino entonces el brujo a la casa y preguntó dónde
estaba el alma del niño. Las h ija s no lo declararon. El
brujo tenía, una m acana. Penetró en la casa y quiso ver
lo que había en la olla. Sabía que el alm a del niño es­
taba en la casa. Quebró la olla con la m acana. Después
quebró tam bién la, otra olla. Así halló el alma del niño.
También halló a Capei, que se había encerrado en la olla.
Cogió a Capei y ordenó a su Ayug2, que había venido con
él, que se llevara el alma del niño. Quedaron allí muchos
Ayug que él había traído consigo. Cogió a Capei y le
molió a palos. Lo sacó de la casa y le d ijo: “ ¡No te de­
tengas más aquí! ¡Aléjate de aquí! ¡A léjate de aquí!”
Luego regresó el brujo.
Capei discurrió dónde podría quedarse. Se d ijo: “Chi-

1 L a luna representa un ser masculino entre los Taulipang.


2 Ayug es la sombra, el alma de un árbol, uno de los más fuertes
partidarios de los brujos en sus curas.
258 LISANDRO ALVARADO

güire será comido. Danta será comida. Váquira será co­


mida. Todos los animales salvajes serán comidos. ¿Me
convertiré en un pájaro, ¿Un paují? ¿Una úquira? ¿Una
cometa? También ellos serán comidos. Me voy al cielo.
En el cielo se está m ejor que aquí. Voy a alum brar desde
allí a mis hermanos3; vámonos, hijas, al cielo.”
Dispusieron como escala un bejuco, el bejuco de c a ­
dena, para subirse. Ordenó a un paj arillo del cielo que
cargara con el bejuco al cielo y de allí lo afianzara. El
pájaro llevó consigo un cabo del bejuco al cielo y lo
amarró en la punta del cielo. Capei y sus h ija s treparon
por la escala a lo alto y llegaron al cielo.
Capei d ijo: “ ¡Me quedo aquí en el cielo! ¡Id arriba,
para alum brar el camino! Aquí me quedo para alumbrar
a mis hermanos allá abajo. A la gente que muere habéis
de alumbrar vosotras el camino4 para que no se queden
en lo oscuro de sus sombras.”'1 A una de sus h ija s envió a
otro cielo más arriba. A la otra la envió todavía más
arriba, a otro cielo. El en persona permaneció en el cielo
que está sobre nosotros.

8 Los hombres.
4 El camino de Santiago, la v ía láctea.
6 Las ánimas. Los Tauiipar.gs creen que sobre nuestro cielo hay
diez más. Los unos sobre' los otros.
INDICE
I N D I C E

Páffs.

Introducción: Lisandro Alvarado, por Oscar Sambrano


Urdaneta ................................................................................ 7

C a p ítu lo p r im e r o : ESTU D IO S L IN G Ü ÍST IC O S

Ideas sobre la evolución del español en Venezuela ....... 15


Prólogo al Glosario de Voces In d ígen a s de V en ezu ela ... 21
Prólogo a los Glosarios del Bajo Español en V enezuela. 29
Nombres Geográficos de Venezuela ...................................... 37

C a p ítu lo secu n d o: EST U D IO S E T N O G R Á F IC O S

Noticias sobre los Caribes de los llanos de Barcelona ... 45


Petroglifos venezolanos ............................................................... 69
Antropofagia ................................. ................................................ 72
Etnografía venezolana ................................................................. 79

C a p ítu lo t e r c e r o : ESTU D IO S H IST Ó R ICO S

Neurosis de hombres célebres de Venezuela .............,.... 95


La lucha por la democracia ..................................................... 105
J. Gil Fortoul: Historia ConstitueLaaal de Venezuela. 109
L. Vallenilla Lanz: Cesansmo democrático .................... 115
Los libros del Centenario ......................................................... 120
Próceres trujillanos ...................................................................... 125
— 261 —
262 LISANDRO ALVARADO

Mes.

Capítulo cuauto: PÁGINAS LITERARIAS


La poesía lírica en Venezuela a fines del siglo x ix ...... 133
La lámpara enigmática ............... ........................................ 152
Ifigenia ................... ................................................................... 158
Sermones líricos .................. .................................................. 163
La tristeza del nenúfar ........................................................ 167
Una leyenda ............................................................................. 100
El fideicomiso .......................................................................... 173
Meditación .................................................................................. 181

Capítulo quinto: FIGURAS


Juan Vicente González y El Heraldo ...............................—187
Arístides Rojas y J. M. Núñez de Cáceres ...................... 191
Cecilio Acosta ......................................................................... 199
Francisco Lazo Marti ............................................................ 206
Francisco Antonio Rísquez ................................................ 211
Un recuerdo de Martí ............................................................ 218
Don Egidio Montesinos ....................................................... 224
Carlos Borges ........................................................................... 234

Capítulo sexto: TRADUCCIONES


'El hombre primitivo (de Lucrecio) ................................. 241
El terror de la muerte (de Lucrecio) ................................. 244
Permanencia en Caracas (de Humboldt) .......................... 247
El loro de los Atures (de Curtius) ...... ............................ 252
Acalapiyeima y el Sol (Leyenda Taurepang) ............... 254
De cómo la Lima se fue al Cielo (Leyenda Taurepang). 257
— ídiciOAjU. dii—
M I N ISTERIO
DE ED U C A C IO N

DIRECCION DE CULTURA
T B ELLAS ARTES
B IB L IO T E C A n a c i c j tva x .—
C ana <rr • »
FONDO BIBLICPRAFiCO ESPECIAL
DE AUTORES VENEZOLANOS

B IB LIO T EC A hAClOHAL CARACAS

E?9 fr- StA, - J - J O S ä t


Cla^ ¡ / ¿ - r a t :

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