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Fruticultura

Cultura da Videira

Nome Cultura da Videira


Produto Informação Tecnológica
Data Março - 2002
Preço -
Linha Fruticultura
Informações resumidas
Resenha
sobre a Cultura da Videira
Sérgio Pereira da Carvalho -
Eng.º Agrº MS
Autor(es)
Ruben Ramalho Sobrinho -
Eng.º Agrº MS

Fruticultura
A Cultura da Videira

Menu
Clima e Solo
Cultivares
Propagação
Época de Plantio
Escolha do Local
Preparo e Conservação do Solo
Espaçamento e Marcação das Covas
Adubação e Correção do PH do Solo
Plantio
Condução da Palnta
Irrigação
Tratos Culturais
Cuidados no Processo de Desenvolvimento da
Planta
Combate a Pragas e Doenças
Colheita
Pós-Colheira
Produtividade Média
Classificação e Embalagens
Comercialização

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1 - Clima e Solo

O clima interfere no crescimento, na produtividade e na qualidade da


produção. A temperatura, a umidade relativa e a luminosidade são os fatores
climáticos mais importantes para a produção de uva. O calor é importante
para o crescimento vegetativo das plantas, enquanto o frio é imprescindível
para o repouso hibernal e para a frutificação. Nas regiões quentes, o repouso
é obtido através do déficit hídrico.
Pode ser cultivada em quase todas as regiões do Brasil, sendo que as
condições climáticas mais favoráveis se encontram em altitudes de 600 a
1000 metros e com temperaturas enter 15 e 30 °C. Chuvas bem distribuídas
na fase de vegetação e produção são favoráveis, porém, quando ocorrem na
fase de maturação e colheita, podem favorecer o aparecimento de doenças
causadas por fungos.
O solo, de preferencia deve ser areno-argilosos, com profundidade mínima de
1,5 metro, bem drenados e ricos em matéria orgânica

2 - Cultivares

No Estado de Minas Gerais, as cultivares mais plantadas são:

Itália, Rubi, Red Globe, Benitaka,


Para Mesa
Ribier, Patrícia, Brasil, Piratininga e
(com sementes)
Niágara Rosada.

Para Mesa
Perlette e Centennial
(sem sementes)

Cabernet Sauvignos, Syrah, Chenin


Blanc, Moscato Canelli, além das
Para Indústria
tradicionais Isabel, Moscatel, Merlot,
Cabernet, Seibel, Riesling, etc..

3 - Propagação

a. Porta-enxertos

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IAC 313- Tropical , 420 A ,IAC 572 ,Kober 5BB, Ripária do Traviú,IAC 766
-Campinas

b. Mudas

As mudas podem ser produzidas na propriedade, através do plantio de


porta-enxerto e posterior enxertia. Contudo, os produtores principiantes
devem dar preferência para a aquisição de mudas produzidas por viveiristas
idôneos.
No caso de se optar pela produção de mudas, ao invés de adquiri-las de
viveiristas, o produtor deve adquirir os porta-enxertos de origem idônea e com
registro no órgão competente ou de Estações Experimentais (EPAMIG, IAC,
EMBRAPA).
Planta-se o porta-enxerto diretamente no campo, para enxertia no ano
seguinte, formando-se assim a muda no local definitivo.
As estacas dos porta-enxertos devem ser cortadas a um comprimento de 60
cm e plantados nos meses junho - julho, deixando para fora da terra apenas
duas gemas. Irrigar uma vez por semana. Após a brotação, tutorar com uma
estaca de bambu ( 1,5 metro de altura).
Outro método de produção de mudas é o de viveiro, onde as estacas são
plantadas em sulcos e a uma distância de 20 cm.
Procure orientação técnica.

4 - Época de Plantio

O plantio pode ser realizado em qualquer época do ano. No entanto, para


diminuir as despesas com irrigação, recomenda-se o plantio no início da
estação chuvosa.

5 - Escolha do Local

O parreiral deve ser instalado em locais de fácil acesso e com bom


suprimento de água para irrigação, caso haja necessidade. Evitar locais
sujeitos a ventos fortes e frios.
Em relação à exposição, evitar os terrenos mal insolados, expostos as ventos
frios e fortes da face sul. Dar preferência aos terrenos com exposição norte e
oeste, pois são mais ensolarados.

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6 - Preparo e Conservação do Solo

O solo deve ser arado a uma profundidade de 20 a 25 cm e depois gradeado,


de forma que a terra fique em condições para a abertura de valetas de 60 cm
de profundidade e 80 cm de largura e, dentro delas as minicovas. Nos
terrenos de meia-encosta, adotar práticas de conservação do solo.

7 - Espaçamento e Marcação das Covas

O espaçamento varia de acordo com o sistema de condução adotado e com a


cultivar. Geralmente, são de 3,0 x 3,0 m, 3,0 x 2,5 m, 2,5 x 2,0 m quando for
espaldeira e de 4,0 x 3,0 m, 4,0 x 2,0 m quando for latada. As minicovas são
preparadas com antecedência mínima de 30 dias antes do plantio, dentro das
valetas de plantio. No caso específico da cultivar Niágara, o espaçamento
pode ser de 2,0 x 1,0 m e 0,8 x 2,5 m.

8 - Adubação e Correção do PH do Solo

A coleta de amostra para análise de solo deve ser realizada 120 dias antes do
plantio, seguindo as instruções da EMATER-MG sobre "Amostras de Solo
para Análise Química". Deve-se fazer dois tipos de amostragens: a 20 cm de
profundidade e a 40 cm de profundidade. O pH ideal para a videira está na
faixa de 6,0 a 6,5.
Recomenda-se fazer a adubação e a calagem de acordo com os resultados
da análise de solo. Na ausência destes resultados, poderão ser feitas as
seguintes adubações e aplicação de calcário:
a – Adubação de plantio: usar 15 a 20 litros de curral ou 5 a 10 litros de
esterco de galinha por metro linear de sulco. Junto com o esterco, aplicam-se,
ainda, 1000 a 1500 g de adubo superfosfato simples ou 500 g de 4-14-8 por
metro linear de valeta. Na minicova aberta nas valetas de plantio, colocar 5 g
de zinco e 1 g de boro. Os adubos devem ficar bem misturados com a terra
dos sulcos e devem ser aplicados de 15 a 30 dias antes do plantio.
b – Adubação de cobertura : recomenda-se para adubação de cobertura a
aplicação de 100 g adubo nitrogenado (sulfato de amônio, nitrocálcio) por
cova, aos 60 e 120 dias após o plantio. Após seis meses do plantio, adubar
com 100 g de nitrogenado, 20 litros de esterco de gado, 120 g de cloreto de
potássio e 500 g de superfosfato simples por cova.
c- Adubação de produção: nos meses de julho a agosto, adubar com 40
litros de esterco de gado, 500 g de superfosfato simples, 120 g de cloreto de
potássio, 8 g de boro ou 200 a 300 g de 10-10-10, distribuídos em sulco
aberto lateralmente à linha de plantas. Esta adubação deve ser feita
anualmente e logo após a poda de produção.
d – Adubação foliar :recomenda-se a aplicação de solução de
micronutrientes contendo Boro, Zinco, Cálcio e Magnésio, visando corrigir as
deficiências.
e– Calagem: aplicar 4 a 6 toneladas de calcário dolomítico por hectare. A

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cada dois anos, distribuir cerca de 500 g de calcário por cova ou planta.

9 - Plantio

A operação de plantio é feita manualmente, colocando-se a muda em uma


pequena cova. Após colocar a muda na cova, chegar terra e fazer uma leve
compressão com as mãos ou com os pés. Terminado o plantio, irrigar
levemente e fazer o tutoramento com uma estaca de bambu, até uma altura
de 1,0 metro, para a condução no sistema espaldeira e de 3,0 metros para o
sistema latada.

10 - Condução da Planta

a. Tutoramento: a brotação é conduzida em haste única, através da


amarração no tutor. Os ramos ladrões que saem do porta-enxerto, as
brotações laterais e gavinhas devem ser eliminados. No caso de uva Itália e
Rubi, a haste única deve chegar até a altura da latada (cerca de 3,0 m) e das
outras, até a altura do primeiro arame da espaldeira (cerca de 1,0 m).
b. Podas: existem dois tipos de poda:
Poda de formação (espaldeira) – quando a haste ultrapassar a altura do
primeiro arame (acima de 60 cm) deve ser despontada, de modo a forçar a
emissão de ramos inferiores, para a formação dos futuros cordões. Para isso,
escolhe-se as duas gemas localizadas logo abaixo do desponte. As demais
são eliminadas. A haste com 60 a 100 cm de comprimento, deve ser colocada
sobre o arame e amarrada na horizontal.
No caso da poda de formação da parreira em latada, procede-se da mesma
forma, porém a altura do desponte é de 3,0 metros. Essa poda ocorre nos
primeiros 12 a 16 meses após o plantio.
No segundo ano após o plantio, faz-se a condução dos ramos sobre o
primeiro arame ou sobre a latada.
Das brotações surgidas nos cordões, deve-se deixar aquelas situadas a cada
15 ou 20 cm, aproveitando as gemas alternadamente e, de preferência as que
saem para cima. Esses ramos são amarrados no segundo e terceiro arames.
A poda dessas brotações deve ser curta ou que fiquem apenas duas gemas
bem desenvolvidas. A este ramo podado dá-se o nome de esporão. A poda
das parreiras Itália e Rubi é feita de forma diferente e os esporões são longos.
Poda de produção- nas cultivares comuns, a poda é feita deixando-se
apenas esporões com duas gemas. A cada ano, escolhe o a gema inferior do
esporão velho
Nas cultivares finas (nobres), a poda é feita de forma que no ramo comprido,
com cerca de seis a nove gemas, deixam-se os esporões com duas gemas.
No ano seguinte, a gema superior dará origem ao novo ramo comprido e a
gema inferior dará origem ao novo esporão. O ramo comprido que frutificar é
eliminado.
Uma novidade no cultivo de uva de mesa é a prática de realizar duas podas
anuais, o que permite a obtenção de duas safras: a normal dos meses
dezembro a fevereiro e uma outra nos meses de abril a junho.
Procure um técnico para orientação.

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11 - Irrigação

A irrigação deve ser feita por microaspersão ou por gotejamento. Evite o


excesso de água. Procure orientação técnica.

12 - Tratos Culturais

Capinas: são feitas manualmente ou com implementos de tração mecânica


ou animal. As plantas invasoras prejudicam o desenvolvimento da videira e
dificultam o manejo. O sistema de latada, por provocar maior sombreamento,
diminui o número de capinas. Estão sendo testados, uma série de herbicidas
para eliminar esta prática e, os resultados têm sido altamente positivos.
Cobertura do solo ou "mulch": é prática adotada por muitos viticultores e os
materiais usados são os capins gordura, jaraguá e outros. A cobertura do solo
em terrenos compactos deve ser feita com muita precaução e em ruas
alternadas do vinhedo em cada ano. Nos terrenos leves esta cobertura
poderá ser feita em todas as ruas da cultura. As principais vantagens da
cobertura morta é evitar o crescimento de plantas invasoras, manter a
umidade do solo e evitar a ocorrência de erosão.

13 - Cuidados no Processo de Desenvolvimento da Planta

Amarração dos ramos: conforme a brotação se desenvolve, depois da poda,


o viticultor a conduz próxima dos arames pela amarração. Esta prática deve
ser feita com cuidado, evitando-se a quebra dos ramos novos. O material
usado para a amarração pode ser: fita plástica, palha de milho, vime e outras
fibras vegetais. Atualmente já existem, à venda, grampos de plástico que
facilitam este trabalho, podendo ser usados durante muitos anos.
Despontamento ou capação dos ramos: com o desenvolvimento do ramo,
depois de certo tempo, elimina-se sua parte terminal, para diminuir seu
crescimento. Deve ser feito com cuidado, pois pode ser prejudicial à videira.
Eliminação dos netos: denominam-se de netos as brotações secundárias
que surgem dos ramos de produção do ano. Os netos não são produtivos,
sendo que as gemas na maioria das vezes, são apenas vegetativas.
Esladroamento ou desbrota: consiste na eliminação dos ramos "ladrões" ou
mais especificamente, a brotação que surge no lenho velho.
Desfolha : a desfolha é feita com o objetivo de arejar o parreiral e evitar as
doenças causadas por fungos, principalmente nos cachos. Recomenda-se
fazê-la somente quando houver excesso de folhas.
Raleamento de cachos : consiste na eliminação dos cachos florais antes da
floração, de cachos novos e cachos de ramos fracos, visando dar melhores

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condições de desenvolvimento para os cachos que permanecerem nas


plantas, além de obter uniformidade e uma melhor qualidade.

14 - Combate a Pragas e Doenças

As principais doenças e pragas são: Antracnose, Mildio, Oídio, Podridão


amarga, Mancha das folhas, Filoxera e Ácaros.
Para o controle ou a prevenção de doenças e pragas, usar agrotóxicos
registrados para a cultura e cadastrados para uso no Estado de Minas Gerais,
obedecendo-se o período de carência, as dosagens e os cuidados nas
aplicações. Adotar quando possível, formas alternativas e mais ecológicas
para controlar pragas e doenças.
Procure orientação técnica.

15 - Colheita

O início da colheita ocorre cerca de 24 a 36 meses após o plantio. A colheita


anual, está concentrada no período de dezembro a fevereiro e pode
estender-se por todo o ano, dependendo da cultivar, da região de plantio, do
sistema de condução e do tipo de hibernação que é dado às plantas. O ponto
de colheita ocorre quando o fruto está maduro. A colheita é feita
manualmente, nas horas mais frescas do dia, com auxílio de uma tesoura
especial, diariamente ou a cada 2 dias. Os cachos são cortados com
pedúnculo comprido, para evitar secamento rápido. Segurar os cachos pelo
pedúnculo e evitar o contato das mãos com as bagas. Colocar os cachos
colhidos em caixas plásticas de colheita, forradas com papel ou espuma.

16 - Pós-Colheita

Realizar a toalete dos cachos, retirando as partes defeituosas e as bagas


estragadas.

17 - Produtividade Média

- 4 kg por planta ou cerca de


Uva Niagara Rosada
35.000 kg/ha
Uva Itália - 25.000 a 35.000 kg/ha
Uva Industrial - 15.000 kg/ha

18 - Classificação e Embalagens

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A classificação é feita de acordo com as exigências do mercado. Geralmente


recebem a denominação de Extra e Especial.
As embalagens são caixas de madeira, de papelão, caixa plástica
transparente e com tampa. Os cachos são dispostos em fileiras e com uma
ou duas camadas, dentro de cada caixa. Cada caixa tem 6 kg de uva. A uva
destinada à industrialização é embalada em caixa plástica ou de madeira,
com capacidade para 20 kg.

19 - Comercialização

A uva para mesa deve ser comercializada no mesmo dia da colheita. Se for
armazenada em condições de umidade e temperatura ambiente, deve ser
consumida em dois dias. Entretanto, pode ser estocada ou colocada em
geladeira para ser consumida em um período de até 6 dias. Nesse caso, os
frutos devem ser embalados em caixas plásticas, envolvidos por filmes de
polietileno e mantidos à temperatura de 0 a 4ºC.

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