“Artistas não criam zeitgeists, eles respondem a tais” (Hannah Gadsby)

Produtos culturais não existem em um vácuo; eles são embebidos pelo contexto histórico-
social de sua feitura. Assim acontece com as artes em todos os seus ramos (plásticas, literárias,
audiovisuais).

Pensando especificamente a ficção, o dado social é elemento fundamental para seu estudo
analítico, ocupando a mesma importância de elementos teórico-críticos (nominalmente
categorias como personagem, narrador, tempo, espaço e afins). Cabe ao estudioso encontrar e
desnudar este vínculo, de maneira não hierárquica, mas sim pensando como tais elementos
compõem a estética da obra.

Diferente do que se costuma pensar, a ficção “de gênero” (terminologia aqui utilizada em
contraposição à ficção “de arte”) traz em si diversos dados sociais, interagindo com o espírito
de seu tempo, respondendo a ele, criticando-o, analisando-o. Outros fatores certamente
entram na conta (mercadológicos, por exemplo) mas não exatamente em demérito de seus
elementos estéticos. Afinal, estamos todos – artistas, trabalhadores, editoras, produtoras e
estudiosos – convivendo em sociedade, e por vezes sujeitos a ela.

Assim, pretende-se abordar no decorrer da disciplina os diversos produtos artísticos pelo viés
estético, com destaque para o elemento social, relacionando-o aos aspectos teóricos
abordados.

Textos:

Aula X – Ficção científica enquanto gênero - novas formas de pensar o humano

- Texto: Como a ficção científica conquistou a atualidade – Fátima Regis

- Leitura do filme Colossal (Nacho Vigalondo, 2016). É um filme com ares de dramédia,
partindo de uma premissa de ficção científica absurda e se centrando em relacionamento
abusivo.

Aula X – Adaptação e ficção científica; subtópico: alteridade e ficção científica

- Texto: O conto A história da sua vida, Ted Chiang

- Algum texto sobre adaptação.

- Texto de apoio: Nascimento e morte do sujeito moderno – Stuart Hall (A identidade cultural
da pós-modernidade)

- Texto de apoio: a distorção objetiva das culturas

- Leitura do filme A Chegada (Denis Villeneuve, 2016)

Aula X – Cronotopo no cinema de ficção científica

- Texto: A teoria bakhtiniana do cronotopo literário: reflexões, aplicações, perspectivas - Nele

Bemong e Pieter Borghart

- Leitura do filme Her (Spike Jonze, 2013)