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3. CUSTO ELEVADO
1. Processo construtivo - unidade habitacional de 46m² = ~R$15.600,00 (fonte: M.Cidades, 2008)
2. Infra-estrutura urbana necessária
Conseqüências
• Separação da local de moradia do local de trabalho
• Meios de sobrevivência: venda da força de trabalho
• Trabalho manual: baixos salários
• Dificuldades/impossibilidade de acessar a moradia: mercadoria.
Porém, todos precisam morar.
Qual a solução, então?
“...quando as senzalas diminuíam, engrossavam as aldeias de mucambos e
palhoças perto dos sobrados e chácaras. Engrossavam, espalhando-se pelas
zonas mais desprezadas da cidade”
(Gilberto Freyre em Sobrados e Mocambos, 1968 p.153)
“ Noutras choças de palha levantadas sobre outros pântanos, (...) que
só depois iria para os morros”
(Gilberto Freyre em Sobrados e Mocambos, 1968 p. 234)
“ cortiços dentro de sobrados já velhos, onde mal se respirava, tantas eram as
camadas de gente que formavam sua população compactada, comprimida e
angustiada. Uma latrina para dezenas de pessoas”
(Gilberto Freyre em Sobrados e Mocambos, 1968 p. 234)
Como o Estado tratou a habitação social
ao longo da história?
República Velha (1889-1930)
Contexto político e socioeconômico:
O Estado e a habitação
• Moradias produzidas pelo setor privado: habitação de aluguel, cortiços,
vilas operárias.
• Produção privada da cidade não era regulada >> ameaça a saúde
pública.
• Surto de epidemias >> Estado passa a intervir em 3 frentes:
– Legislação urbanística, planos e obras de saneamento e controle
sanitário >> cortiços
• Questão da habitação vista pelo estado como questão higienista.
• Intervenções de renovação urbana excludentes e segregadoras.
Período Vargas (1930-1964)
• Política nacional-desenvolvimentista.
• Estado populista: centralizador, intervencionista
• Incentivo a industrialização combinada com regime arcaico de
produção agroexportadora
• Leis trabalhistas: regula preço da força de trabalho
• Cidades = local de produção
• Atração populacional >> agrava crise habitacional
Período Vargas (1930-1964)
O Estado e a habitação
• Até 1930 somente 19% dos domicílios eram ocupados por proprietários
• Discurso da casa própria para legitimar o regime:
• condição básica para reprodução do trabalhador .
• Símbolo do progresso material
• Lei do inquilinato (1942): congelamento dos aluguéis.
• “proteção do locatário termina quando o direito de propriedade do
locador era restaurado … com a retomada do imóvel através do
despejo.” (Bonduki, 1998)
• Produção direta estatal: IAPs e FCP(1945)
Período Vargas (1930-1964)
Influência da arquitetura moderna.
O Estado e a Habitação
• Equívocos da política habitacional:
• Centralizada/sem controle social
• Massificada
• Privilegiou as classes médias em detrimento da classe popular
~ 18% do total de recursos investidos foram destinados a famílias <5sm. (Maricato, 1979)
Na Grande SP: pertenciam a esta faixa de renda cerca de 85% das famílias.
Nº de emprestimos
Programas Em %
concedidos
fonte: Saches, Celine. São Paulo: Políticas Públicas e Habitação Popular. Edusp: SP, 1999. apud Royer, 2002.
*Promorar, João-de-barro, Ficam, Profilurb
**Instituto, Hipoteca, Empreend. P/Pron., Prosin
*** Recon, Prodepo
Período de transição-esfera federal (1985-1995)
Contexto Política, socioeconômico
• Transição negociada e sem rupturas: Figueiredo – Sarney
• Agenda reformista se perpetua: “acomodação” social
• Fragilidade política
• Recessão econômica, superinflação, seqüência de planos econômicos
sem resultados
Período de transição-esfera federal (1985-1995)
O Estado e a Habitação
Conjunto União da Juta, Sapopemba -SP. Conjunto Paulo Freire, Cidade Tiradentes- SP.
Período de transição-esfera local (1985-1992)
Consequências:
• Cria-se novos paradigmas de políticas habitacionais e urbanas
• Fortalecimento dos movimentos sociais (moradia)
• Proposta do Projeto de Lei de iniciativa popular do FNMP (1991)
– Direito à terra: processos de regularização fundiária
– Direito à moradia digna
– Proposta de criação de Fundo Nacional de Moradia Popular
– PROPOSTA DE NOVA POLÍTICA NACIONAL DE HABITAÇÃO
Abertura para o mercado: governo FHC (1995-2002)
nº absoluto
Faixa de renda em %
(em R$ bilhões)
90,3
6,0
2,9 0,8
Entre 1995 e 1999 4,4 milhões de novas moradias foram empreendidas no país. 700mil
foram promovidas pela iniciativa privada e setor público, as demais (3,7 milhões) foram
autoempreendidas pela população. (Brasil, 2004).
Governo Lula (2003-2007)
O Estado e a Habitação
• Estabilidade econômica/ Estatuto das Cidades (Lei 10.257/2001)
• Fortalece papel do Estado na intervenção habitacional: criação do
Ministério das Cidades: articulação entre as políticas fundiária,
habitacional, saneamento e transporte >> Política de Desenvolvimento
Urbano
• Articula ação das três esferas de poder: uso de recurso não oneroso.
• SNHIS/ FNHIS (Lei 11.124/2005): ações provisão, urbanização,
regularização >> contrapartidas/ planos e conselhos de habitação.
• Estimula ação do mercado >> Res.CMN (2005) obriga bancos a investir
$ SBPE em habitação
• Incentivo a industria da construção civil
Governo Lula (2003-2007)
• Amplia fontes de recursos (onerosos e não onerosos)
Evolução dos investimentos em habitação entre 2002 e 2007 (em R$)
1.004.014 1.593.916
1.824.188 1.422.512
682.409
899.500
704.159
386.512 11.339.477
269.940
11.292.414
293.692
198.871 472.276
7.667.260
4.779.812 4.779.812 5.141.626
$ onerosos (FGTS, FAR, FDS, FAT, C EF e OGU) Subsídios FGTS* $ não oneroso (OGU)
fonte: Ministério das Cidades e Relatório CEF. Posição 16/11/2007, disponível em www.cidades.gov.br
* subsídios oriundos da res. 460 de jun/2004 do CCFGTS.
Tabela 9
Quadro resumo dos programas habitacionais (voltados a aquisição e produção de uh) para
população de baixa renda em 2007.
Carta de
<R$3.900,00
Crédito FGTS pessoas físicas R$ 80.000,00 20 anos 5% - 7,5% TR 6% - 8%
*
Individual
pessoas físicas
Carta de
organizadas em <R$3.900,00
Crédito FGTS R$ 80.000,00 20 anos 5% - 7,5% TR 6% - 8%
entidades *
Associativa
associativas
pessoas físicas
organizadas (ou subsídio
Desconto FGTS <R$1.750,00 subsídio ofertado em conjunto com financiamentos dos
FGTS não) em máximo de
(Res.460) * programas Carta de Crédito.
entidades R$ 14.000,00
associativas
pessoas
TR-
Programa de juridicas na
prestação de
Arrendamento construção e
FAR <R$2.400,00 R$ 40.000,00 15 anos não tem 80% e TR- 5 - 7%
Residencial - pessoas fisicas
saldo
PAR no
devedor
arrendamento
Programa de governos locais
Subsídio à OGU e depois <R$1.114,00 R$ 10.000,00 6 anos não tem TR 6%
Habitação pessoas físicas
pessoas físicas
Programa
organizadas em <R$1.750,00
Crédito FDS R$ 30.000,00 20 anos 5% TR zero
entidades **
Solidários
associativas
Apoio à governos locais
por tratar-se de repasse direto ao poder público local, cabe a
Provisão FNHIS e depois <R$1.050,00 R$23.000,00
ele definir as condições de retorno do recurso.
Habitacional pessoas físicas
fonte: Ministério das Cidades (2006) e Caixa Econômica Federal (2006), disponível em www.cidades.gov.br
* os limites de renda depende em função das modalidades, apresentação detalhada no anexo 4.
** é permitido o atendimento de até 35% de famílias com renda entre 3sm e 5sm.
Governo Lula (2003-2007 )
• Inversão de prioridade de investimento
Percentual de atendimentos habitacionais com recursos do FGTS distribuidos por
90,3 faixa de renda
80
65 67
60 60 60
54
47 47
43
37 37
32 34
30 30 31
26 26
23 22 23 23 23 22
15 17 17 16 14
11
6 5
3,7 3
Deficit 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Brasil*
Conjunto Parque do Sul,João Pessoa – PB, 2007. Conjunto Tijucas, Balneário Camboriú- SC, 2007.
Conjunto São Matheus, Cidade Ocidental – GO, 2007. Conjunto Paripe, Salvador – BA, 2007.
Reflexões finais