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Circular GO - 02/2018-2020 25 de setembro de 2018

PADRONIZAÇÃO RITUALÍSTICA X SÍNDROME DE FRANK A. MARSHALL

Certa vez Dad Land, fundador da nossa Ordem, foi questionado em uma
entrevista sobre que diferenciaria a Ordem DeMolay das outras organizações
juvenis. Sua resposta foi: “ela tem um ritual”.

Esta curta resposta traz consigo um peso emblemático. É nosso dever,


enquanto DeMolays, zelar pelo cumprimento do nosso ritual, afinal é ele que nos
diferencia das demais organizações juvenis.

Como sabemos, o ritual foi escrito por Frank Arthur Marshall, a pedido de
nosso fundador. Em dada circunstância “Tio Land” disse para Marshall: “você
tem escrito o ritual perfeito para a perfeita fraternidade”. Marshall respondeu:
“seu sonho é agora realidade. Ele servirá como inspiração para jovens através de
todas as épocas”. Tio Marshall elaborou nossa liturgia com vasto simbolismo,
no entanto, obviamente nem todas as situações foram contempladas nesta
primeira edição do ritual, pois seria humanamente impossível ao tio Marshall
prever todas as peculiaridades que acontecem em nossas reuniões, desde a
chegada de atrasados até a primeira visita de um Maçom no Capítulo.

Em razão dessas lacunas, o DeMolay Internacional e o SCODRFB (no


Brasil), ficaram responsáveis por gerir essas questões e, no caso do nosso
Supremo Conselho, tal trabalho tem sido realizado através das Supremas
Instruções, disponíveis a todos os membros na área restrita do Supremo
Conselho.

Além disso, os Grandes Conselhos atuam na instrução (através dos


congressos regionais e estaduais, por exemplo) e da fiscalização (através da
Grande Oradoria, Oficiais Executivos e Mestre Conselheiros Regionais), para que
o que os Capítulos sigam um mesmo PADRÃO RITUALÍSTICO.

O objetivo da padronização é fazer com que a Ordem DeMolay seja uma


mesma unidade. Para que o DeMolay do Acre, ao visitar um Capítulo do Rio
Grande do Sul, se sinta em casa. Se isso acontecer; se o DeMolay não perceber
diferença entre a ritualística do seu Capítulo de origem e a do Capítulo que
visitou, aí o ritual estará sendo respeitado, pois ambos estarão dentro do padrão.
Obedecer ao ritual e as Supremas Instruções é, portanto, respeitar a memória do
tio Frank Arthur Marshall, bem como uma demonstração de lealdade aos nossos
irmãos de outros Capítulos, pois ao agir dentro do padrão, estamos dizendo à
nação DeMolay: “Meu irmão, aqui também é a sua casa”.

Dessa forma, esta circular tem por objetivo conscientizar todos os


DeMolays de nosso estado, de que a “tradição”, não pode se sobrepor ao ritual e
às Supremas Instruções, pois a Ordem DeMolay não se limita ao nosso Capítulo.
Ela se estende por todos os cantos do país e a vários países do mundo! É,
portanto, uma atitude no mínimo egoísta querer manter as tradições do Capítulo
em detrimento de um todo. É preciso ter consciência que o ritual já foi escrito
por um homem chamado Frank Arthur Marshall e que acrescentar ou retirar algo
dele, seria usurpar o trabalho deste valoroso tio.

Assim, passaremos a mencionar algumas práticas comuns, que devem ser


corrigidas de imediato, como forma de respeito às normas em vigor, que
consideram uma infração disciplinar o fato de agir em desacordo com o ritual e
com as Supremas Instruções.

➔ EXEMPLOS DE PRÁTICAS IRREGULARES PARA FINS DE PADRONIZAÇÃO


RITUALÍSTICA

1. O “Amém”, na entrada e saída dos oficiais, bem como ao final das


orações, deve ser pronunciado da maneira como é lido, ou seja “amém” e não
“aaaaamémm”.
2. A fita vermelha das joias dos oficiais é aquela descrita na Suprema
Instrução nº 25. Fitas largas, estolas ou outras, diferentes da que prevê a
Suprema Instrução, estão irregulares.
3. O hino nacional deve ser cantado na forma prevista no ritual, e que
segue a legislação vigente. Inclusão de letra na introdução, encerramento ou em
qualquer outra parte, está fora do padrão adotado no Brasil e, portanto, passíveis
de sanção disciplinar.
4. O sênior não deve ocupar outro cargo, senão o de escrivão em casos
excepcionais e na forma prevista no Regulamento Geral do Supremo Conselho.
Iniciáticos não devem ocupar cargo de oficiais.
5. Em havendo menos de 12 (doze) Demolays ativos, não deverá haver
reunião ritualística, cabendo ao Capítulo realizar apenas a reunião
administrativa, onde inexiste a abertura e o encerramento previsto no ritual.
6. A palavra ao bem da ordem não deve ser passada de forma
“fracionada” (Ex. A palavra está no sul. A palavra está no norte). Passar a palavra
desta forma está em desacordo com o ritual. A palavra deve ser aberta a todo
aquele que queria fazer uso. Devemos lembrar que o ritual original da Ordem
DeMolay chama o local onde nos reunimos de “Sala Capitular”. A Sala Capitular
não possui essas divisões que a maioria dos Templos Maçônicos brasileiros
possuem.
7. Uma novidade nas Supremas Instruções diz respeito ao uso dos
pins. Atualmente, está definido que é permitido apenas um pin na gravata.
8. Na iniciação, alguns Capítulos costumam realizar reflexões com os
candidatos, ou até mesmo um momento de relaxamento ou meditação. Não
vemos problemas nisso, no entanto, quando a reflexão toma a roupagem de um
novo ritual, com roteiros, falas, etc. Estamos diante novamente da “Síndrome de
Frank Arthur Marshall”. Devemos lembrar que não temos permissão para criar um
novo ritual. Vale ainda mencionar o caso dos trotes, que em hipótese alguma
devem acontecer. Trabalhamos com menores de idade e muitos deles ainda
próximos da infância. O Presidente do Conselho Consultivo deve estar atento
para evitar situações constrangedoras, pois ao contrário das outras situações
apontadas anteriormente, neste caso pode haver ainda complicações na esfera
da justiça comum, à luz do que prevê o Código Penal e o Estatuto da Criança e
Adolescente.

Assim, certos de que podemos contar com a compreensão e


colaboração de todos os DeMolays do Estado de São Paulo, que em sua imensa
maioria são referência nacional no cumprimento e observância da padronização
ritualística, tendo inclusive dois membros de nosso estado na Comissão Nacional
de Ritual e Liturgia, nos despedimos, rogando ao Pai Celestial que vos ilumine e
guarde.

Fellipe Arias Estrada


Grande Orador Estadual
Grande Conselho da Ordem DeMolay do Estado de São Paulo

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