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Luzilândia
2018
SILVANE DA SILVA OLIVEIRA
Luzilândia
2018
SILVANE DA SILVA OLIVEIRA
COMISSÃO EXAMINADORA
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Luzilândia
2018
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................8
2 INFÂNCIA, BRINCADEIRAS E APRENDIZAGEM...................................................11
2.1 ASPECTOS LÚDICOS DA BRINCADEIRA...........................................................12
2.2 O QUE É BRINCADEIRA?....................................................................................18
2.3 O BRINQUEDO......................................................................................................19
2.4 A BRINCADEIRA NA PRÁTICA DOCENTE...........................................................22
2.5 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.................................................................23
3 METODOLOGIA........................................................................................................26
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................................................29
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................31
REFERÊNCIAS............................................................................................................32
APENDICE – INSTRUMENTO DE PESQUISA...........................................................34
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1 INTRODUÇÃO
“Conquanto seja fácil perceber que as crianças brincam por prazer, é muito
difícil para as pessoas verem que as crianças brincam para dominar a angústia,
controlar ideias ou impulsos que conduzem à angústia se não forem
dominados”. (Winnicott, 1966)
A brincadeira até então era visto como algo sem muito significado, onde servia
apenas para entreter as crianças e fazer com que seu tempo fosse totalmente usado.
Mas a brincadeira vai muito além de divertir uma criança, essa pode ter um aprendizado
mais significativo do que algo imposto.
É importante mencionar que o lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus"
que quer dizer "jogo”. Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se
referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser
reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De
modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. Conforme Antunes
(2005) “as implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar
espontâneo”.
Dessa forma, o lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da
vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente
pedagógica. De acordo com Neves (2009), “a criança e mesmo o jovem opõem uma
resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não costuma
ser prazerosa”
Nesse sentido, Carneiro (1995) destaca que “todas as pessoas têm uma cultura
lúdica, que é um conjunto de significações sobre o lúdico”. Assim, é possível dizer que a
cultura lúdica é produzida pelos indivíduos, a qual se constrói a todo tempo, por meio
de brincadeiras que a criança começa desde cedo.
Todos os significados remetem ao mesmo entendimento: a brincadeira faz parte
da experiência humana. As brincadeiras possibilitam às crianças vivenciar aventuras
potencializadoras da criatividade e imaginação, portanto compreende-se o lúdico como
cultura, onde cada brinquedo ou brincadeira pode se tornar um fundamental mecanismo
de aprendizagem.
As formas que se apresentam a ludicidade são das mais diversas, através das
histórias, dos jogos, das dramatizações, das músicas, das danças, das canções e das
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artes, mas o principal motivo do interesse desse estudo gira em torno da importância
que a ludicidade assume, principalmente no âmbito escolar, durante a prática educativa,
como uma ferramenta que auxilie a prática pedagógica, em atividades que envolvam a
criatividade e o pensamento crítico e sistemático.
O fato de ser algo desprendido do modelo escolar tradicional, a ludicidade como
atividade livre, leva-nos a não notar quão sutil seu ensinamento age em nossas mentes,
não como uma atividade opressora e repressiva que limita e bloqueia a criatividade
tornando- se um obstáculo para a aprendizagem, mas como algo agradável e sutil, “não
sério” e que pode ser facilmente assimilado, por quem tem toda jornada de
conhecimento para trilhar.
Ajuda-nos a entender melhor o aspecto lúdico, algo que seja estudado em
conjunto, não como algo compartimentalizado do conhecimento, mas como a totalidade
que todo ser humano está inserido, ou seja, suas emoções, sua crítica, a autonomia, a
construção de seu próprio pensamento ao proporcionar uma visão que inclua os seus
interesses, suas necessidades e o prazer de cada indivíduo.
A cultura de um povo leva ao questionamento do lúdico no ensino, mas quando
uma criança apresenta um enigma não deixa de ser uma questão filosófica. O
historiador facilmente afirma que ao esboçar as fases da Filosofia, as primeiras ideias
começaram através do jogo de enigmas sagrados segundo o qual era ao mesmo tempo
um ritual e um divertimento festivo.
Em nossa sociedade moderna, as escolas priorizam o conteúdo, onde os
profissionais se veem imersos em objetivos a serem alcançados, deixando um pouco
de lado as brincadeiras por não haver tempo suficiente para fazerem os dois de forma
correta e sistemática. Para esta criança foi reservado o mínimo de tempo para que ela
pudesse brincar ocupando a maior parte de seu tempo em salas de aula onde os
conteúdos são considerados superiores às questões lúdicas e ao próprio
processamento da aprendizagem significativa no educando. As instituições de
Educação Infantil têm restringido as atividades das crianças aos exercícios repetitivos,
motora e, ao mesmo tempo em que bloqueiam a organização independente das
crianças para as brincadeiras, essas práticas não estimulam a criatividade dos alunos,
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como se suas ações simbólicas servissem apenas para explorar e facilitar ao educador
a transmissão de determinada visão do mundo, definida, a princípio, pela instituição
infantil. Nessa perspectiva, Wayskop (1995) aponta que se as instituições fossem
organizadas em torno do brincar infantil, elas poderiam cumprir suas funções
pedagógicas, privilegiando a educação da criança em uma perspectiva criadora,
voluntária e consciente.
Fora da escola o indivíduo está inserido num meio social onde a informação
impera e as distrações às vezes são: mexer em um computador, assistir uma televisão,
uma brincadeira em jogos eletrônicos onde ele está o tempo todo recebendo novas
informações, o que mudar enriquecer e modificar suas ações ou não podem acabar
piorando.
Na visão de Campos (2011) o jogo, nas suas diversas formas, auxilia no
processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no
desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de
habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão,
a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a
aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem
quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa
competição, etc.
É realmente possível a aprendizagem através do lúdico, através de brincadeiras
direcionadas, dentro de uma proposta pedagógica séria; essa aprendizagem ocorre de
maneira mais duradoura através dos brinquedos porque não é nada imposto e sim algo
que toda criança gosta que seja manipular uma brincadeira. É nessa brincadeira que
ela acaba aprendendo que o ensino pode e deve ser algo prazeroso e que aprender
não implica em somente sentar ler e escrever em um ambiente propício a isso, ou seja,
as escolas e centros de ensino.
É imprescindível enxergar com novos olhos o verdadeiro universo mágico e
encantador do lúdico em sala de aula e consequentemente, entendendo-se aí toda a
prática cotidiana do aluno, visto que, é na educação infantil que as crianças são
capazes de construir a aprendizagem através do brincar, criando e imaginando
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O conhecimento não deveria ser passado de forma tão rígida para que as
crianças não se sentissem forçadas a gravar na mente, pelo contrário, ele deveria ser
passado de forma suave, de uma forma que chegue mais próximo ao mundo imaginário
dessa criança, vivido com muito prazer e alegria. Nada é mais próximo que isso do
ensinar brincando, ensinar como um “faz de conta”.
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maneira a instigar a criança, a saber, cada vez mais sobre o que ela podia manipular o
conhecimento que ela poderia obter.
Contudo, sabemos que até mesmo em brincadeiras livres, onde o profissional
não intervém no saber, a criança alcança um conhecimento significativo, pois interage
com o meio em que está, ou seja, tanto com outras crianças na escola como com
adultos em sua casa.
Maria Montessori (1987) pontuou “O adulto e a criança devem se unir; o adulto
deve se fazer humilde e aprender a ser grande com criança”. Portanto, é através das
brincadeiras descontraídas e prazerosas que também o adulto vai construir um novo
tipo de conhecimento com a pouca experiência das crianças que encaram há todos os
dias os mesmos desafios de aprender, onde este aprender pode ser simplesmente mais
prazeroso.
2.3 O BRINQUEDO
O brinquedo faz-se tão importante neste contexto infantil por ter a capacidade
de instigar a imaginação da criança, e é através dele que a pedagogia interage com o
lúdico no sentido de também educar.
“uma criança que domina o mundo que a cerca é a criança que se esforça para
agir neste mundo. Para tanto, utiliza objetos substitutos aos quais confere
significados diferentes daqueles que se normalmente possuem. O brinquedo
simbólico e o pensamento estão separados dos objetos e a ação surge das
ideias então das coisas (VYGOTSKY, 1991)”.
pode se comunicar com o mundo que a cerca, suavizando o impacto provocado pelo
tamanho e pela força dos adultos, diminuindo seu sentimento de impotência.
O brinquedo oferece uma ótima oportunidade de fazer a criança desenvolver
sua linguagem verbal, pois a variedade de situações que ele possibilita pode favorecer
a aquisição de novos conceitos. Portanto, o brinquedo é a forma mais completa que a
criança tem de ser comunicar consigo mesma e com o mundo. É na magia do
brinquedo que a criança desenvolve a autoestima, a imaginação, a confiança, o
controle, a criatividade, a sensopercepção, a cooperação e o relacionamento
interpessoal. Os brinquedos também estimulam a percepção, as capacidades sensório-
motor, condutas e comportamentos socialmente significativos nas ações infantis.
Na concepção Vygotskyana, o brinquedo oferece suporte que não produzirá
somente novos significados, mas transmite um significado social e simbólico.
“se o brinquedo é entendido como simbólico existe o perigo de que ele possa vir
ser considerado como uma atividade semelhante à álgebra, isto é, o brinquedo
como álgebra, poderia ser considerado como um sistema de signos que
generalizam a realidade, sem nenhuma característica que considere
específica.”
“Pode acreditar que o brinquedo não é uma ação simbólica no sentido próprio
do termo, de forma que se torna essencial mostrar o papel da motivação no brinquedo.
E essas abordagens não ajudam a compreender o papel do brinquedo no
desenvolvimento posterior. (Vygotsky, 1994)”.
A criança se socializa através da integração dela com o objeto e o ambiente
cultural que a rodeia, assimilando seus códigos e o brinquedo torna-se o objeto
mediador da comunicação entre a sociedade e a criança.
O apoio do brinquedo também favorece a construção dos valores e a formação
do indivíduo, pois ao manipulá-lo a criança está aprendendo de maneira prazerosa e
significativa e ainda está lhe propiciando meios que venham ajudá-la psicologicamente.
Diante desta concepção Kishimoto apresenta uma visão contemporânea (1999):
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Assim, a criança da Educação Infantil inicia sua vida escolar sem sofrer um
desapego da sua infância, tendo suas brincadeiras agora com uma apropriação de
conhecimentos, estabelecendo associações e significações que ampliam suas
possibilidades de aprendizagem.
A organização dos espaços de forma a disponibilizar brinquedos e materiais
para as crianças, oferecendo diferentes possibilidades de interação, proporciona aos
espaços da Educação Infantil alegria, aconchego e acolhida, de forma a apoiar os
movimentos e as relações sociais das crianças, motivando sua autoria e autonomia na
formação de grupos e construção de suas brincadeiras.
Assim, o educador poderá ampliar e enriquecer as possibilidades de ações
lúdicas ao trabalho com os vários suportes pedagógicos relacionados aa brincadeira, à
brincadeira, ao jogo.
A seleção dos brinquedos nessa fase envolve diversos aspectos: ser durável,
atraente e adequado, apropriado a diversos usos, garantir a segurança, ampliar
oportunidades para brincar, atender à diversidade racial, não conter preconceitos de
gênero, classe social e etnia, não estimular a violência, incluir diversidade de materiais
e tipos: industrializados, artesanais e produzidos pelas crianças, professores e pais.
A análise da brincadeira na Educação Infantil será efetuada de acordo com os
artigos 9º ao 12º das Diretrizes Curriculares de Educação Infantil. De acordo com o
artigo 9º, os eixos norteadores das práticas pedagógicas devem ser as interações e a
brincadeira, indicando que não se pode pensar na brincadeira sem interações:
Interação com a professora: a brincadeira interativa na escola é essencial para
o conhecimento do mundo social e para dar maior riqueza, complexidade e qualidade
às brincadeiras.
Interação com as crianças: a brincadeira com outras crianças garante a
produção, conservação e recriação do repertório lúdico infantil.
Interação com os brinquedos e materiais: é essencial para o conhecimento do
mundo dos objetos.
A interação entre criança e ambiente: a organização do ambiente facilita ou
dificulta a realização das brincadeiras e das interações entre as crianças e adultos.
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3 METODOLOGIA
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CAMPOS, M. M.; BHERING, E. B.; BHERING, Y.; GIMENES, N.; ABUCHAIM, B.; VALL,
R.; UNBEHAUM, S. A contribuição da educação infantil de qualidade e seus
impactos no início do ensino fundamental. Revista Educação e Pesquisa, São
Paulo, v.37, n.1, 220p. 15-33, jan./abr. 2011
GIL, A.C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. Editora Atlas 5ª Ed. São Paulo:
2010.
SUZUKI, Juliana Telles Faria. Ludicidade e educação. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2012.
5. Como é a participação da família na vida escola dos alunos dessa escola? Eles são
presentes na escola?
( ) Sim
( ) Não
( ) Às vezes
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9. Você tem alguma dificuldade de trabalhar com brincadeiras e jogos? Cite algumas?
( ) Sim
( ) Não
( ) Às vezes
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12. Nesta escola tem material de apoio aos docentes? Cite alguns?
( ) Sim
( ) Não
( ) Poucos
13. Na escola tem salas amplas para que os alunos fiquem confortáveis enquanto estão
desenvolvendo atividades lúdicas?
( ) Sim
( ) Não