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Disposição Final de

Resíduos Sólidos

Métodos e Tipos de Disposição


Prof. Oscar de Moraes Cordeiro Netto
1. Introdução
HISTÓRICO

Grécia (Séc. V a.C.): pessoas responsáveis pela disposição


do próprio lixo em locais determinados das cidades

Império Romano: buraco nas ruas para lixo particular →


recolhido e encaminhado para cova no centro da cidade

Renascimento: descarte efetuado sem preocupações com


efeitos sobre pessoas e ambiente

EUA – 1880: 43% das cidades já possuíam alguma


preocupação com coleta de lixo
1. Introdução
HISTÓRICO

Anos 1950: resíduos enterrados em grandes covas

Metade dos anos 1950: necessidade avaliação da


qualidade das águas subterrâneas

Antes 1959: aterro sanitário passou a ser considerado


como sistema primário de disposição

Atualmente: resíduos tratados ou dispostos em aterros


sanitários
1. Introdução
BRASIL

1%
10%

Lixão
13%
Aterro Controlado

Aterro Sanitário

Compostagem,
reciclagem e incineração
76%
1. Introdução
BRASIL

Grande parte dos nossos municípios destinam os resíduos


de forma inadequada

Pequena parcela é devidamente disposta e tratada

Avaliação da qualidade e das condições de operação dos


aterros sanitários
2. Principais formas de
disposição
I. LIXÃO
Resíduos são descartados sobre o solo sem medidas de
proteção ao ambiente e à saúde pública

FACILITA:
Proliferação de vetores;

Geração de maus odores;

Poluição águas superficiais e subterrâneas.


2. Principais formas de
disposição
I. LIXÃO
2. Principais formas de
disposição
I. LIXÃO
2. Principais formas de
disposição
II. ATERRO CONTROLADO

Originados, em geral, da desativação de lixões

Precauções tecnológicas: recobrimento dos resíduos de


forma aleatório com material inerte (argila-evitar água de
chuva)

Não considera: Não são empregadas


técnicas de
i. Formação dos gases;
impermeabilização de
ii. Líquidos percolados. base.
2. Principais formas de
disposição
II. ATERRO CONTROLADO

Não substitui o ATERRO SANITÁRIO

É utilizado em cidades de pequeno porte com produção de


até 50t resíduos/dia

NO BRASIL: 13%
2. Principais formas de
disposição
II. ATERRO CONTROLADO
2. Principais formas de
disposição
III. ATERRO SANITÁRIO

Forma de disposição final no solo seguindo-se critérios de


engenharia e normas operacionais específicas (NBR 8419)

Confinamento seguro dos resíduos, em geral, cobertos com


argila e compactados em níveis satisfatórios

Brasil – 10% dos municípios

EVITAR DANOS AO AMBIENTE E À SAÚDE PÚBLICA


2. Principais formas de
disposição
III. ATERRO SANITÁRIO
Critérios de engenharia:

I. Sistemas de drenagem periférica e superficial -


afastamento da água de chuva

II. Drenagem de fundo para coleta do lixiviado

III. Sistema de tratamento do lixiviado coletado

IV. Drenagem e queima dos gases gerados

V. Impermeabilização da base, dos lados e da cobertura


2. Principais formas de disposição
III. ATERRO SANITÁRIO
Esquema de um aterro sanitário
2. Principais formas de
disposição
III. ATERRO SANITÁRIO-ECOSSISTEMA
Características físicas, químicas biológicas do RS =
f(condições sócio-econômicas e culturas)

Disposição → MULTIPLICAÇÃO microrganismos

Transformação do material biodegradável em


bioestabilizado → interações complexas
Ecossistema de aterro sanitário
2. Principais formas de
disposição
III. ATERRO SANITÁRIO-ECOSSISTEMA
Aspectos externos que interferem no desempenho

Nível de compactação

Precipitação pluviométrica
Controle difícil
Variação sazonal da
temperatura
Variação da composição do gás

. Fase I: degradação aeróbia, o oxigênio é consumido imediatamente após a


deposição do lixo
. Fase II: fase anaeróbia de transição curta, com o aumento da concentração de
CO2 e consumo de nitrogênio.
. Fase III: inicio da etapa anaeróbia metanogênica com produção de metano (CH 4),
. Fase IV: fase metanogênica estável, que permanece ao longo do tempo, com
produção de 50% a 70% de CH4.
2. Principais formas de
disposição
III. ATERRO SANITÁRIO-VANTAGENS
i. Recuperação de áreas
ii. Solução para qualquer volume
iii. Simplicidade de execução
iv. Decomposição biológica
v. Controle de vetores
vi. Pode receber lodo de ETE
vii. Não exige equipamentos especiais
viii. Possibilidade de recuperação de energia e de M.O.
2. Principais formas de
disposição
III. ATERRO SANITÁRIO-DESVANTAGENS
i. Necessidade de transporte e transbordo

ii. Produção de águas residuárias

iii. Falta de material de cobertura

iv. Período longo de estabilização

v. Poluição do ar e sonora durante a execução

vi. Falta de áreas próximas à cidade


2. Principais formas de
disposição
III. ATERRO SANITÁRIO-EVITA
i. Proliferação de vetores

ii. Estabelecimento de catadores

iii. Espalhamento de papéis, plásticos, etc

iv. Engorda de animais (porcos)

v. Poluição das águas


2. Principais formas de disposição
III. ATERRO SANITÁRIO
3. Métodos construtivos

MÉTODO DA RAMPA

MÉTODO DA TRINCHEIRA OU VALAS

MÉTODO DA ÁREA
3. Métodos construtivos

MÉTODO DA RAMPA OU MEIA ENCOSTA

Áreas secas ou de encostas

Aproveitamento do material escavado na cobertura do lixo


- VANTAGEM

Depósito de volume de lixo no solo;

Compactação com trator de esteira até 3 – 4m de altura.


3. Métodos construtivos
MÉTODO DA RAMPA OU MEIA ENCOSTA

Fonte: Lima, 2003 Fonte: Bidone e Povinelli, 1999


3. Métodos construtivos

MÉTODO DA TRINCHEIRA OU VALA

Áreas planas ou com pouco inclinação

Produção máxima diária de lixo = 10t  pequenas


comunidades

Valas de 2-3m de profundidade e tamanho de 6-40m

Profundidade do lençol freático > 3m

Material escavado  material de cobertura


3. Métodos construtivos
MÉTODO DA TRINCHEIRA OU VALA

Fonte: Lima, 2003 Fonte: Bidone e Povinelli, 1999


3. Métodos construtivos

MÉTODO DA TRINCHEIRA OU VALA

Espalhamento dos resíduos  manualmente sem


compactação

Não compactação  impede aproveitamento total da área

Após preenchimento da trincheira  nivelamento da parte


superior
3. Métodos construtivos

MÉTODO DA TRINCHEIRA OU VALA

TRINCHEIRAS DE GRANDE PORTE, apesar de apresentarem


restrições, podem ser empregadas desde que haja atenção
especial para a coleta e o afastamento do lixiviado

Resíduos descarregados  trator esteira empurra o lixo de


baixo para cima
3. Métodos construtivos
MÉTODO DA TRINCHEIRA OU VALA

Preparação da trincheira
Fotos: Paulo Alberto Cecchini (Engenheiro Civil), junho de 2003
3. Métodos construtivos
MÉTODO DA TRINCHEIRA OU VALA

Aproveitamento do material escavado para cobertura da trincheira


Fotos: Paulo Alberto Cecchini (Engenheiro Civil), junho de 2003
3. Métodos construtivos
MÉTODO DA TRINCHEIRA OU VALA

Vista da dimensão da trincheira


Fotos: Paulo Alberto Cecchini (Engenheiro Civil), junho de 2003
3. Métodos construtivos

VALA SÉPTICA

VALAS SÉPTICAS  municípios que não possuem


equipamentos para tratamento de RSS

São empregados materiais especiais na execução para


evitar contaminação do solo e lençol freático

Seladas  com lona plástica apoiada em vigas de ferro e


cobertas com areia POR QUÊ?

Não pode ocorrer a compactação desse resíduos


3. Métodos construtivos

VALA SÉPTICA

CONAMA 283 de 07/12/01  RSS não podem ser dispostos


em vala sépticas

Casos especiais e com impermeabilização do solo com


asfalto, cal agrícola e cobertas com terra argilosa
3. Métodos construtivos
VALA SÉPTICA

- Vala séptica no aterro de Araraquara


Foto: Adriana Antunes Lopes, visita ao aterro de Araraquara, outubro de 2003
3. Métodos construtivos
VALA SÉPTICA

- Vala séptica no aterro de Bauru


Foto: Adriana Antunes Lopes, visita ao aterro de Bauru, setembro de 2003
3. Métodos construtivos
VALA SÉPTICA

Fotos: Adriana Antunes Lopes, visita ao aterro de Bauru, setembro de 2003


3. Métodos construtivos

MÉTODO DA ÁREA

Recebimento/confinamento dos RS sem alterações da


configuração natural

Formação de elevação tronco-piramidada  recobrimento


com solo

Falta de locais disponíveis  áreas baixas e úmidas:


pântanos, mangues, alagados
3. Métodos construtivos
MÉTODO DA ÁREA

Fonte: Bidone e Povinelli, 1999


3. Métodos construtivos

MÉTODO DA ÁREA

Método caro pois requer cuidados especiais

•Rebaixamento lençol freático

•Construção de diques

•Bombeamento de toda a água do local antes da


construção
Exemplo de dimensionamento de aterro
sanitário

Dimensionar um aterro sanitário para tratamento/disposição final dos RSU de


uma cidade com 40.000 habitantes.

Considerar:

- vida útil do aterro de 10 anos;

- densidade média do lixo compactado = 0,70ton/m3;

- contribuição per capita de lixo = 0,50kg/hab.dia;

- aterro em trincheira com Hútil=5m e taludes laterais1:1, fixando a largura da


base do aterro (Lbase) em 140m
Exemplo de dimensionamento de aterro
sanitário
Solução:

a) massa de lixo gerada por dia:

M = 40.000habx0,5kg/hab.dia = 20.000kg/dia = 20t/dia

b) volume de lixo gerado por dia (compactado):

20t / dia
V 3
 28,6m 3 / dia adotar V = 30m3/dia
0,70t / m

c) volume gerado em 10 anos:

V10 = 30m3/dia x 365 dias x 10 anos = 109.500m3

Deve-se assumir mais 20%, que corresponde à argila de cobertura das


camadas de lixo = 131.400m3
Exemplo de dimensionamento de aterro
sanitário
Solução:

d) dimensões necessárias para o aterro: Talude 1:1 5m

Área transversal Atr 


150  140 x5  725m 2
140m
2

Comprimento V10 131.400m3 adotar L = 200m


L   181m
Atr 725m 2

Área superficial Asu  150mx200m  30.000m2  3ha

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