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POPULARES”
ESTUDO DIRIGIDO
PROPOSTA:
Avaliação na Alfabetização
Este seguinte trabalho, pretende apresentar e debater algumas atividades que
envolvem práticas de avaliação em uma turma do 3º ano (Turma 1301) do ensino
fundamental I de 2018, do CIEP Leonel de Moura Brizola, situado no Piscinão de
Ramos na cidade do Rio de Janeiro. A avaliação é um campo muito importante a ser
estudado, é um campo de estudos abrangente, com diferentes sentidos, diferentes
concepções, diferentes funções e consequências.
Vale destacar, que há muitas décadas, a avaliação escolar escolhida pela SME é
homogeneizada pela concepção de avaliações bimestrais. Este processo está organizado
em 4 bimestres, sendo necessário a aplicação de provas padronizadas para todas os
estudantes da rede de ensino e que a cada bimestre cria-se uma média que é aplicada a
um quadro de conceitos que define se o estudante será aprovado ou não. “As avaliações
ganham função reguladora do ensino.” (ESTEBAN, 2012, p. 574). Este quadro de
conceitos esta organizado da seguinte maneira:
1
RESOLUÇÃO SME N.º 1123, DE 24 DE JANEIRO DE 2011
As questões de número 1 e 2 pedem para os estudantes escreverem o nome de
dois objetos. Nesta avaliação é atribuído 2 pontos para cada questão, sendo indicado no
Manual de correção, que caso o aluno omitisse uma letra, trocasse um fonema, esta
questão valeria a metade dos pontos. “Avaliar apresenta-se como ato em que se
reconhece o que esta dentro da norma.” (ESTEBAN 2012, p. 574)
Nesta breve análise, esta prova causou estranhamento nos deixando estarrecidos
e indignados. Percebe-se que esta concepção de avaliação oferecida pela SME, esta
completamente desconectada com a vida escolar, com um currículo escolar
comprometido com a alfabetização de qualidade, está longe da vida cultural dos alunos
e desligada da riqueza de possiblidades que o ensino e a aprendizagem podem
promover.
Com esse debate, combinamos de que nossa unidade escolar precisava se debruçar
com mais cuidado para produzir um calendário de avaliações mais amplo e produtivo.
Foi consenso perante o conselho. “Precisamos refletir sobre os sentidos que avaliação
vem adquirindo no contexto das políticas públicas.” (ESTEBAN, 2012, p.576)
2- Experiências de Avaliar
Esse breve resumo do que ocorreu em sala de aula, nos serviu de parâmetro para
mostrar o abismo pedagógico entre a proposta de avaliação feita pela SME de apenas
escrever o nome de dois objetos (CANETA E CADERNO). A prova bimestral está
completamente descontextualizada das experiências que vivenciamos na escola no 1º
bimestre de 2018.
2
Militante pelos Direitos Humanos da cidade do Rio de janeiro estava vereadora pelo Psol e foi
brutalmente executada.
Abaixo fotos dos cartazes com as nossas resoluções e avaliações do 1º Bimestre de
2018:
A partir desta experiência, as outras turmas de 3º ano resolveram seguir o
exemplo e também realizaram suas assembléias de avaliação do bimestre, que agora
entrou em vigor para todo fim de cada bimestre. Esses pequenos cartazes ficam
expostos do lado de fora da sala de aula e uma turma pode ler as resoluções da outra
turma. Também ocorreram visitas de outras professoras nas salas de terceiro ano para
conversar sobre a realização da Assembléia.
Ampliando esta ideia, conversei com a turma que no dia seguinte da Assembléia
haveria o conselho de classes e que neste momento iriamos avaliar todas as turmas, as
notas, o comportamento, entre outros assuntos. Perguntei a turma que nós professores
iriamos avaliar tudo isso, mas quem iria avaliar os professores? Pensaram, pensaram
até que a solução foi dada pela Milena Fernandez de 9 anos: “ Nos vamos avaliar os
professores e a escola também...” Milena pode ser um retrato da potência sobre o que
pode ser feito com o instrumento da avaliação. “A avaliação tem como foco o
diagnóstico sobre o processo de aprendizagem do aluno, indicando possiblidades de
promover o avanço necessário.” (FETZNER, 2008, p. 144). Solicitei que os
interessados escrevessem em papeis coloridos suas avaliações sobre os professores e
sobre a escola que eu iria apresentar no conselho de classes, e assim o fiz. Ao entregar
os “recados avaliativos” muitos professores e membros da equipe de direção, não
conseguiram esconder certo constrangimento e alguns até pareciam ameaçados. Porém,
outros profissionais se lamentaram que muito do que as crianças escreveram não estava
ao seu alcance, mas que concordavam com as avaliações.
Para finalizar o breve estudo, busquei profissionais de diferentes áreas para saber
seus entendimentos sobre avaliação ajudando na reflexão sobre a temática. Enviei a
essas pessoas a seguinte pergunta: Para você, o que é avaliação? Segue as respostas:
“Olha! Eu acho que avaliação a meu ver, é quando você analisa o trabalho, ou analisa
a performance de alguém e que se leva em conta alguns pontos a respeito daquilo que
você esta avaliando. Vamos supor: uma avaliação artística, vou avaliar a
interpretação, vou olhar e avaliar a expressão corporal, vou ver a dicção, vou ver o
comportamento e como a pessoa se posiciona no palco...”
Sites da Internet
http://www.rio.rj.gov.br/web/sme/educacao-em-numeros
https://www.webartigos.com/artigos/a-avaliacao-segundo-
luckesi/31980/#ixzz5N1ULBfJl
ANEXO 1