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(turma 5, 1º ano)
ÍNDICE
Introdução...................................................................................................................................3
O Nascimento da RTP..................................................................................................................4
O direto ...................................................................................................................... 7
As alterações do 25 de abril....................................................................................... 7
Conclusão ..................................................................................................................................12
Bibliografia ................................................................................................................................13
Webgrafia..................................................................................................................................13
INTRODUÇÃO
Mas a televisão desde cedo se destacou da rádio e atingiu uma maior popularidade
porque a perceção dos conteúdos é mais fácil, a imagem possibilita o entendimento do
conteúdo que a articulação do discurso verbal pode dificultar. No inicio, o principal
obstáculo que a massificação mediática consistiu nas diferenças sociais que definiam quem
tinha ou não dinheiro para comprar o aparelho recetor. Actualmente a televisão é um meio
de comunicação a que praticamente toda a população tem acesso, sendo este facto um dos
aspectos base para a popularidade alcançada pelo meio.
Uma vez que estamos no curso de Ciências da Comunicação que tem como uma
vertente em opção o jornalismo, é importante a realização deste trabalho porque nos
permite conhecer melhor a história de um canal informativo. A nossa escolha recaiu na RTP,
pois é o canal televisivo mais antigo de Portugal e porque é um canal de carácter público.
AS PRIMEIRAS IMAGENS
Raúl Feio retomou a emissão para encerrar este primeiro programa da RTP, após três
horas de emissão. O ambiente no estúdio foi de euforia e de dever cumprido. Por toda a
cidade, a multidão aglomerava-se junto das montras para assistir ao programa, a cidade
parou para seguir atentamente este grande feito para Portugal. As idas da população ao
pavilhão da RTP e as emissões de ensaio da RTP começaram a tornar-se um hábito e o sinal
começou a chegar a vários locais nos arredores de Lisboa. Assim se iniciaram as emissões
regulares.
AS EMISSÕES REGULARES
Em 57, a RTP enviou o seu primeiro repórter ao estrangeiro, Carlos Tudela, operador
de imagem, que foi para Barcelona com o objetivo de captar imagens dos jogos da seleção
nacional de Hóquei em Patins que aí se encontrava a participar no XXIII campeonato da
Europa. De seguida, em Junho de 57, Baptista Rosa e Hélder Mendes, foram enviados para o
Brasil com o intuito de fazerem a cobertura da visita do presidente da República a terras de
Vera Cruz. Todos estes feitos foram vistos como autênticos marcos para a história e
autênticos recordes, uma vez que a RTP conseguia apresentar peças gravadas 3 horas antes,
e é necessário ter em conta que todo o processo de tratamento de imagens era demoroso.
Um dos episódios mais marcantes na história da RTP foi quando Carlos Tudela e
Vasco Hogan Teves se dirigiram aos Açores para acompanhar a erupção do vulcão dos
Capelinhos, que deu origem a um ilhéu. Carlos Tudela captou, com a sua câmara, imagens
aéreas do vulcão, uma vez que o piloto do avião da Força Aérea onde seguiam Tudela e
Teves sobrevoou o vulcão e perfurou a nuvem negra que deste saía. Durante dias os
enviados especiais filmaram e acompanharam a atividade do vulcão, tendo Tudela arriscado
a sua vida, pois pisou o ilhéu ainda com a montanha magmática em atividade.
Outro dos episódios marcantes destas primeiras emissões regulares foi a utilização
de um membro do governo, professor Marcello Caetano, para se dirigir à parte do país que
recebia as emissões da RTP, foi a primeira vez que um membro do governo utilizou a
televisão para o fazer.
O DIRETO
O direto era o género mais utlizado nos primeiros dez anos da RTP, embora
fosse quase sempre carente de soluções de continuidade e desse aso a algumas
situações complicadas de gerir. Num esforço para levar as emissões para o exterior, a
RTP comprou uma carrinha devidamente equipada que serviria para que se fizessem
reportagens fora de estúdio. Em Novembro, o carro foi
instalado junto ao estádio José de Alvalade, para um
primeiro ensaio de exterior, um direto. A reportagem-piloto
que transmitiu um treino nocturno do Sporting, correu
conforme o esperado.
Para o serviço foram destacados seis operadores e um
assistente radiotécnico, que colocaram as câmaras e as
orientaram segundo as indicações do realizador Artur Ramos.
Com este realizador, do mesmo local e com a mesma
modalidade desportiva, realizou-se, a 9 de Fevereiro de 1958, a
primeira reportagem directa do exterior transmitida pela RTP.
AS ALTERAÇÕES DO 25 DE ABRIL
No primeiro ponto do Comunicado nº1, assinado por Teófilo da Silva Bento, delegado
do Movimento das Forças Armadas, pode ler-se: “A RTP é tida como um dos mais
importantes meios postos ao serviço do povo português e deve-o servir com exemplar
cuidado e escrúpulo, contribuindo para a sua livre informação, recreio e progresso cultural.
Sendo assim, não se admitirá que, por qualquer forma, directa ou indirectamente, haja
desvios na orientação da produção e das emissões, dos propósitos enunciados no programa
político da Junta de Salvação Nacional trazidos a público pelo seu Presidente, Sua Excelência
o General António de Spínola.”
A 25 de Dezembro de 1968, nasceu o segundo canal da RTP, a RTP2, que tinha como
objectivo oferecer aos telespectadores uma alternativa, com programas complementares
aos do 1º canal, ou com programas de géneros diferentes, o que daria ao espectador a
oportunidade de optar conforme as suas preferências. Contudo, o 2º canal começou a ser
utilizado para a repetição de programas do 1º canal, pelo que o espectador começou a
procurar o 2º canal para ver o que lhe havia escapado do 1º. Contudo, isto não gerou uma
boa opinião na crítica, pois o público desesperava por uma alternativa viável de
programação. Assim, o 2º canal, tornado em 1978, RTP2, passou a transmitir programas
alternativos, pelo que hoje transmite programas culturais, conteúdos europeus,
programação infantil e programas de defesa da língua portuguesa. É, da televisão de sinal
aberto, o canal com menor número de audiências. Em 2004, deixou de ser RTP2, passando a
denominar-se de 2. Contudo, em 2007 retornou à sua designação antiga e que desde sempre
constara no 2º lugar da grelha televisiva: RTP2.
A televisão chegou mais cedo aos Açores do que se previra, devido aos esforços de
um homem, de seu nome Ramalho Eanes. Logo após se tornar Presidente da RTP, estudou o
assunto e, logo em 75, a 10 de Agosto, transmitiu-se pela primeira vez nos Açores. A RTP
instalou-se em Ponta Delgada, num pequeno edifício. A primeira emissão desta estação
durou 7 horas, abrindo às 15 com uma intervenção do general Altino de Magalhães,
seguindo-se de “Tarde de Cinema”, até à abertura do Telejornal, que havia de terminar pelas
22h.
A primeira delegação da RTP na Madeira é inaugurada a 6 de Agosto de 1972. Durante o ano
transacto vários foram os ajustes técnicos na rede de distribuição, de modo a que a emissão
fosse possível. A primeira emissão era para ter sido neste mesmo ano, mas o atraso na
montagem das antes de emissão adiou este acontecimento para o dia 6 de Agosto de 72.
Nesta data inaugurou-se a RTP Madeira, assegurando-se a transmissão de emissões
regulares na Madeira.
A IDADE DA COR
Outra das evoluções levadas a cabo pela RTP foi, quando a 10 de Junho de 1981, uma
emissão originada no Centro Regional (Madeira) foi transmitida para todo o espaço
português. Contudo, estes tempos não foram só de glórias para a RTP. A tragédia abateu-se
sobre algumas ilhas açorianas, logo no primeiro dia de 1980. Um terramoto abalou toda a
região açoriana, deixando em ruínas as instalações da RTP na Terceira, pelo que se perdeu
muito equipamento. Mas este contratempo também teve os seus prós, uma vez que
conseguiu enviar-se uma equipa de reportagem para as ruas, a qual gravou imagens que
pouco tardaram a correr o mundo. Este foi, sem margem para dúvidas, uma ano complicado
para a delegação da RTP na ilha Terceira. Alguns projectos tiveram, também, de ser
cancelados no Faial e em S. Miguel, mas aqui começou a funcionar um edifício destinado aos
Serviços Administrativos e à redacção do Telejornal. A 24 de Setembro de 1982 inauguram-
se os melhoramentos instalados no edifício da RTP na Madeira, que passou a contar com
material moderno que possibilitava o início das transmissões de todos os programas a cores.
O mesmo sucedeu nos Açores a 16 de Novembro do mesmo ano, que passou a poder emitir
os seus programas em direto. Assim, no dia 16 de Novembro todo o país pôde ver o mesmo
programa, dividido em três partes: a primeira produzida em Lisboa, a segunda pela RTP –
Açores e a terceira pela RTP – Madeira. Esta data marcou, também, a chegada definitiva da
transmissão a cores.
A RTP INTERNACIONAL
“PELA PRIMEIRA VEZ, UM CANAL DE TELEVISÃO QUE FALA PORTUGUÊS CHEGARÁ ÀS DISTANTES
COMUNIDADES ONDE SE FIXARAM, TRABALHAM E DIGNIFICAM MILHÕES DE NOSSOS COMPATRIOTAS” – LIA-
SE NUMA FOLHA INFORMATIVA DISTRIBUÍDA PELO GABINETE DE IMPRENSA DA RTP. QUE ACRESCENTAVA:
“TRATA-SE DE UM CANAL DE TV QUE ACENTUARÁ A PENETRAÇÃO DA LÍNGUA E DA CULTURA PORTUGUESA E
QUE, APROVEITANDO POTENCIALIDADES TECNOLÓGICAS IMPENSÁVEIS ANOS ATRÁS, NOS APROXIMARÁ A
TODOS, TORNANDO MAIS PEQUENO O NOSSO MUNDO. É O QUE, AFINAL, SE ESPERA DA RTPI, SENDO ISTO,
TAMBÉM, E CERTAMENTE, O QUE AS COMUNIDADES PORTUGUESAS DESEJAM.”
A criação deste novo canal só foi possível graças às inovações tecnológicas dos
serviços via satélite que pretendia levar às comunidades portuguesas que se encontram
espalhadas pelo Mundo os melhores programas dos 4 canais que faziam, na altura, parte do
grupo RTP. Inicialmente, a RTP Internacional transmitia durante 5 horas nos dias úteis, 7
horas ao sábado e 9 ao domingo.
50 ANOS DE HISTÓRIA
LONGOS E DIFÍCEIS FORAM OS CAMINHOS ATÉ AQUI – MAS CÁ ESTAMOS, TODOS, EUFÓRICOS, REUNIDOS SOB
O MESMO CÉU AZUL DAS CORES QUE OSTENTAMOS. VAMOS OUVIR DIZER, DAQUI A POUCO, QUE “A RTP ESTÁ
E ESTARÁ COM OS PORTUGUESES, NOS BONS E NOS MAUS MOMENTOS”. É VERDADE. ASSIM TEM SIDO E
ASSIM SERÁ.
Os 50 anos da RTP podem ser resumidos em algumas frases que fizeram parte do
discurso de Almerindo Marques, presidente do Conselho de Administração da RTP na data:
“A RTP faz parte da história dos últimos 50 anos de Portugal, numa memória viva que ajuda
a compreender melhor o País que somos e de que os seus recuperados arquivos são
testemunho actual e futuro. Por ela passaram os grandes artistas e comunicadores, homens
e mulheres da cultura e do saber, do cinema e do teatro, juntos neste propósito de levar aos
portugueses as melhores formas de expressão artística e o melhor da nossa cultura.“
A RTP NA ACTUALIDADE
A RTP, Rádio e Televisão de Portugal, é uma empresa estatal que inclui a rádio e a
televisão públicas. A Radiodifusão Portuguesa e a Rádiotelevisão Portuguesa, eram, em
2004, empresas distintas, mas neste mesmo ano foram reestruturadas e fundiram-se numa
só, dando origem à Rádio e Televisão de Portugal. Este ano a RTP comemora 55 anos de
emissões em Portugal. Atualmente, como canais de televisão, conta com a RTP1, a RTP2
(canal dedicado à cultura, aos conteúdos europeus e à programação infantil), a RTP Memória
(canal dedicado a programas antigos), a RTP Madeira, a RTP Açores, a RTP Internacional
(canal que emite para os portugueses no estrangeiro), a RTP África, a RTP Mobile (canal para
telemóveis), a RTP Macau (canal dedicado à comunidade portuguesa em Macau), a RTP
Informação (canal de informação), a RTP HD e a RTP Música. Como canais de Rádio, a RDP
conta com canais como a Antena 1 (rádio generalista), a Antena 2 (rádio cultural), a Antena 3
(dedica a um público-alvo mais jovem), a RDP Internacional (canal que emite para os
portugueses no estrangeiro), a RDP África, a Antena 1 – Madeira, a Antena 3 – Madeira, a
Antena 1 – Açores, a Rádio Lusitana, a Rádio Vivace, a Rádio Antena 1 Vida, a Antena 3
Dance, a Antena 3 Rock, a Antena 1 Fado, e a Rádio Vila Verda (rádio que emite para
Macau).
“A RTP ESTÁ E ESTARÁ COM OS PORTUGUESES NOS BONS E NOS MAUS MOMENTOS. MOSTRA-LHES O
MUNDO E MOSTRA-LHES PORTUGAL. COM ELA, TUDO FICA MAIS PRÓXIMO DE TODOS. A TELEVISÃO
APROXIMOU-NOS UNS DOS OUTROS, NA PARTILHA COMUM DA INFORMAÇÃO, DO ENTRETENIMENTO E DO
LAZER. COM A RTP, REVIMOS VEZES SEM CONTA AS COMÉDIAS PORTUGUESAS DE OUTROS TEMPOS,
ACOMPANHÁMOS SÉRIES TELEVISIVAS, SEM PERDER UM EPISÓDIO, ASSISTIMOS A DEBATES QUE NOS
AJUDARAM A FORMAR A NOSSA OPINIÃO, VIBRÁMOS FRENTE AO ECRÃ COM A PARTICIPAÇÃO DE
PORTUGUESES EM COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS, DOS CAMPEONATOS DE FUTEBOL AOS FESTIVAIS DA
CANÇÃO, PASSANDO PELAS OLIMPÍADAS.(…) O PODER QUE ESTE MEIO DE COMUNICAÇÃO POSSUI JUNTO DOS
CIDADÃOS É ALGO QUE DEVE MOTIVAR E RESPONSABILIZAR OS PROFISSIONAIS DE TELEVISÃO. POR OUTRO
LADO, A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE TELEVISÃO É UMA TAREFA QUE TRÁS, PARA OS QUE
TRABALHAM NA RTP, ESPECIAIS EXIGÊNCIAS DE RIGOR, DE IMPARCIALIDADE E DE QUALIDADE DE
PROGRAMAÇÃO. E A CONCORRÊNCIA COM OS OPERADORES PRIVADOS, NUM QUADRO DE SAUDÁVEL
PLURALISMO, DEVE IGUALMENTE CONSTITUIR UM ELEMENTO DE ESTÍMULO PARA QUE A RTP CONTINUE A
MODERNIZAR-SE. “
A RTP deu origem à televisão em Portugal. Com 55 anos de história, a RTP foi a
grande impulsionadora de grande parte das evoluções no meio televisivo no nosso país. A
emissão em direto, a emissão a cores, as reportagens, as peças gravadas e editadas
praticamente na hora, tudo isto foi introduzido pela RTP e foi deveras importante para a
evolução dos media em Portugal. Hoje em dia, os portugueses dispõem de vários serviços a
nível televisivos, como outras televisões em sinal aberto (SIC e TVI) e a televisão por cabo. A
RTP não é a televisão com mais audiências, é actualmente a 3ª televisão em sinal aberto no
que toca a audiências. Contudo, é a cadeia televisiva com mais história, é a mais antiga e a
grande responsável pela televisão em Portugal. O 1º lugar dos seus programas de
informação (Telejornal e Jornal da Tarde), patenteiam o seu rigor e responsabilidade no que
toca a fazer chegar a notícia às pessoas.
Por estas razões achámos importante conhecer mais sobre a sua história, porque
mais do que a história de um canal, a RTP faz parte da história de Portugal e nem sempre lhe
é atribuído o devido valor.
Como Vera Íris Paternostro escreveu em O texto na TV: Manual de Telejornalismo, “A TV é
um veículo abrangente de grande alcance. Ela não distingue classe social ou económica, atinge a
todos. O jornalismo na TV tem, portanto, que considerar como vai tratar uma noticia, já que ela
pode ser “vista” e “ouvida” de várias maneiras diferentes.” Por esta razão é que a televisão assume
um papel fundamental no que toca a meios de comunicação. Mais do que qualquer outro tipo de
jornalismo, a televisão chega a todo o lado e é para todos. Tendo em conta os fracos hábitos de
leitura da população portuguesa, factor que põe a imprensa um pouco ao lado dos restantes meios
de comunicação, a televisão tem um papel educativo na sociedade, sendo também uma mais valia
para a população menos instruída.
BIBLIOGRAFIA
PATERNOSTRO, Vera Íris (1999) “O texto na TV: Manual de Telejornalismo”, Editora Campus,
Rio de Janeiro.
WEBGRAFIA
RTP: www.rtp.pt