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Do Prefácio de DavidJustino
Sociabilidade e Distinção em
Évora no Século XIX
O Círculo Eborense
‘-o
Ç)
(JD
Edição apoiada pela Câmara Municial de Évora. Índice geral
11 Nota prévia
17 Introdução
Parte primeira
As redes de sociabilidade eborenses
© 2001, Edições Cosmos e Maria Ana Bernardo na segunda metade do século XIX
27 1. Problemas e fontes
Composição: Edições Cosmos
Revisão: Levi Condinho 30 2. As sociabilidades eborenses: imagens e representações
Impressão: Garrido artes gráficas
36 3. A diversidade das práticas
Março de 2001 3.1. Assoirées,36
3.2. As associações culturais e recreativas, 39
3.3. O teatro, 52
ISBN 972-762.201-1 3.4. Os cafés, 57
Depósito legal 158219/00 3.5. O Passeio Público, 59
3.6. As touradas, 60
Edições Cosmos 3.7.As feiras, 61
Av. Júlio Dinis, 6C, 4.° dto. P 1050-131 Lisboa
-
3.8. Festividades e celebrações religiosas, 63
Telefone 21 799 99 50 Fax 21 799 99 79 3.9. Festividades e comemorações profanas, 66
www.liv.arcoiris.pt 3.10. Em vilegiatura ou a busca de outros espaços, 68
—
cosnxs@liv-arcoiris.pt
71 4. «Entre práticas e representações»: uma rede significante
Difusão: Livraria Arco-Íris
www.liv-arcoiris.pt 74 Notas
Parte segunda Agradecimeiitos
O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção
87 1. Problemas e fontes
89 2. Fundação e organização interna da sociedade
96 3. O perfil sociológico dos associados
3.1. Sócios fundadores: a dinâmica inicial, 100
3.2. Sécios ordinários: garante de funcionalidade, 110
3.3. Sécios extraordinários: a estratégia de diversificação, 122
129 4. O universo dos sócios numa perspectiva integrada
Este trabalho apenas se tomou possível pela ajuda e incentivo que fui
131 Notas recebendo ao longo da sua feitura, em particular na fase final.
Não posso, por isso, deixar de agradecer às pessoas que me acompanha
ram mais directamente, comentando diversas partes do texto e adiantando
137 Fontes e Bibliografia informações: Ana Cardoso Matos, Helder Fonseca, Maria de Fátima Nunes,
Nuno Teixeira e Tereza Amado.
Anexos Quero também expressar reconhecimento a todos os colegas e amigos
157 -
1. Dados estatisticos
.
.
do Departamento de História da Universidade de Evora que, com o seu
sobre os socios do Circulo Eborense
precioso incentivo nos momentos de desalento, tornaram possível a conclu
167 II A. Identificação biográfica dos sócios ordinários são do trabalho.
193 B. Identificação biográfica dos sócios extraordinários Gratidão, ainda, para a Graça, a D. Una e o Pedro. A sua amizade per
mitiu que respondessem com total disponibilidade no apoio às minhas
solicitações.
Uma palavra de apreço, também, para os responsáveis pelo Círculo
Eborense que facilitaram o acesso à documentação da associação.
Ao Prof. Doutor David Justino, sob cuja orientação científica decorreu
este trabalho, agradeço as sempre valiosas sugestões e a disponibilidade e
simpatia que tem manifestado.
Nota prévia
1 Paris, 1859, p. V
2 Ibid.,p.144.
14 Prefácio David Justino 15
O entusiasmo generalizado pela ideia de quebrar barreiras sociais e sociedade, da almejada civilização a que o progresso material e moral conduzi
superar os factores de distinção e diferenciação saldava-se num voluntarismo ria. O estudo de Maria Ana Bernardo dá-nos as imagens e perspectiva-nos os
igualitário a que o próprio Teixeira de Vasconcelos não consegue fugir: «La grandes eixos problemáticos desse processo de mudança social que acompa
société portugaise na eu qu’a s’applaudir de l’adoption d’un tel usage; et la nha o lento, limitado, mas inegável desenvolvimento registado durante o
réunion des différentes classes, dans des salons oi les rangs se confondent período Regenerador.
sous le principe générale de la bonne conduite, de l’éducation et d’une con
dition sociale convenable, a eu une influence sensible sur les anciens préju Oeiras, 8 de Junho de 2000 DAVID JUSTINO
gés aristocratiques. Combien de pays civilisés s’obstinent encore à faire
semblant de garder la séparation complète des classes, sans vouloir recon
nakre que, dans leurs salons, les exceptions se présentent souvent plus
fortes que la règle générale! Que de fois, par fidélité au principe de ne
recevoir que des gens de sa condition, on attribue la noblesse à des person
nes qui nen ont pas la prétention!». O problema, tal como é colocado pelo
autor, acaba por transformar estas novas plataformas de socialização como
microcosmos de uma sociedade repartida entre a velha ordem aristocrática e
os novos vectores de estruturação social. Aquela assentava sobre os princí
pios da linhagem, esta nova sociedade sobre a ideia de civilidade manifesta
pela boa conduta, a educação e uma condição social convenable.
E neste quadro problemático que se integra o trabalho desenvolvido por
Maria Ana Bernardo. Escolheu, para o estudo de um caso exemplar desta
dinâmica, a cidade de Evora como observatório de uma sociedade em mu
dança, entre os primeiros anos de um liberalismo mitigado e os primeiros da
manifestação dos ideais e dos movimentos republicanos. E neste microcos
mos que conseguimos perceber como as dinâmicas de integração surgem
associados às próprias práticas de distinção. Ou seja, essas novas práticas de
convivialidade, esses novos espaços de socialização, acabam, no seu seio e no
seu conjunto, por serem espaços de diferenciação e de distinção.
A análise, em profundidade, que Maria Ana Bernardo desenvolve sobre
o Círculo Eborense vem confirmar essa dinâmica específica de uma cidade
em que a elite tradicional de proprietários e lavradores assume os mecanis
mos da dominação até bem tarde, apenas esboçando, ao longo da segunda
metade de oitocentos, uma tímida abertura a outros grupos sociais emergen
tes. A convivialidade entre grupos, torna-se limitada, incentivando a criação
de associações alternativas, socialmente diferenciadas, culturalmente dis
tintas, nas suas práticas, nos seus objectivos, na sua capacidade de reprodu
ção dos mecanismos de distinção social.
Na história da Regeneração tem sido dado ênfase ao referencial dos
melhoramentos materiais, contudo eram os próprios regeneradores a desta
car o papel decisivo da associação como base estruturadora de uma nova
Introdução
O estudo das sociabilidades foi, durante muito tempo, um tópico quase
residual face aos grandes temas da história económica, social e das mentali
dades’. Os aspectos da vida em sociedade normalmente referenciados sob tal
designação eram encarados como interesses da petite histoire e domínio de
curiosos e eruditos locais. Foi com a historiografia francesa da década de 60,
nomeadamente a obra de Maurice Agulhon Lasociabi/itérnéridionale. Confreri
, que a situação
es et associations dans la vie coliective cii Provence au XVJIP siècle
2
mudou. Desde então multiplicaram-se os estudos e sucederam-se os encon
tros científicos que permitiram, não só o acréscimo dos resultados empíricos,
como o enriquecimento das perspectivas teóricas.
As historiografias francesa, alemã e suíça, em particular, criaram um
importante espaço de debate com vista à comparação dos respectivos resul
. Em Portugal, este campo de investigação tem igualmente suscitado o
3
tados
interesse dos historiadores, embora seja ainda longo o caminho a percorrer
no que diz respeito ao equacionar de problemas e aos esforços comparativos.
E neste contexto da historiografia portuguesa que o presente trabalho
pretende contribuir para o conhecimento da sociedade eborense da segunda
metade do século XIX, perspectivando-a sob o ângulo das sociabilidades e
práticas de distinção. Porém, o enunciado do tema suscita todo um conjunto
de questões que são fundamentais para a compreensão dos objectivos que se
pretendem alcançar.
Um primeiro aspecto diz respeito à delimitação espacial. Circunscrever
o espaço de análise a uma cidade, implica a ventilação do problema da deno
minada «história local»; por outras palavras, implica reflectir sobre as impli
cações teóricas e metodológicas implícitas a uma tal opção. Frequentemente
releva-se apenas a dimensão geográfica inerente a este conceito; no entanto,
a pertinência deste tipo de estudos só se manifesta plenamente se configu
rada pelas necessidades da história social. Ou seja, pela preocupação de estu
20 Introdução Introdução 21
dar «os vários escalões de toda a sociedade e a procura de uma contextualiza
O estudo reporta-se ao início da segunda metade do século XIX e pro
çáo das acções dos agentes 4 sociais» E este pressuposto que orienta a men
. longa-se até vésperas da implantação da República: um período de relativa
cionada opção espacial e permite avançar com a questão da especificidade do estabilidade que a historiografia portuguesa designou por «Regeneração»
universo sócio-espacial que se pretende analisar.
(fase de afirmação e consolidação do liberalismo), até às perturbações que
A cidade de Evora situa-se numa das províncias que a Geografia consa antecederam a vitória do regime republicano.
grou como fazendo parte do Portugal de influência mediterrânica. Sendo
significativas as diferenças no interior desta região, podem, ainda assim, in
ventariar-se características que lhes são comuns. Entre elas, a existência de
uma estrutura agrária baseada no latifúndio, a que normalmente se associa a 1 Cfe Maurice Agulhon, Le Cerciedaus la Frauce Boutgeoise 1810-1848, Paris, p. 11.
imagem de uma sociedade hierarquizada com base na riqueza e no poder, e 2 Obra objecto de várias reedições sob o título Péuiteufs et Frm:cs-maçons de l’A,zcieuue Provence (a
em cujo topo figura uma elite de grandes proprietários. O quadro apresentado última das quais, da Fayard, de 1986, foi a consultada).
é apenas um esboço simplificado da complexidade dos grupos e das relações 3 Os centros polarizadores desse debate sobre o tema das sociabilidades têm sido, por um lado,
a Missioii Historique França/se eu Allemagne e, por outro, a Universidade de Rouen, que com
sociais existentes nestas sociedades. Ainda assim, foi considerado como pon regularidade editaram os resultados dos colóquios organizados.
to de partida válido para uma análise que tem como preocupação central 4 Maria Manuela Rocha, Propriedade e Níveis de Riqueza. For,nasde estruturação social em Mousaraz iia
testar as potencialidades operativas do conceito de sociabilidade e, através p,imeira metade do século XIX, Lisboa, 1988, p. 11 (TesedeMestrado policopiada).
delas, revisitar esse mesmo esboço, revelando matizes e destrinçando laços 5 Cft Georg Simmel, SociologieetEpisthnologie, Paris, 1981, p. 125.
que outros ângulos de reflexão tenderiam a deixar na obscuridade.
Embora o vocábulo sociabi/idade possa ser entendido sob diversas acep
ções, desde uma característica psicológica própria do Homem e de algumas
outras espécies animais, até à simples noção de conviviabilidade (aspectos
que, de resto, não são contraditórios), este estudo parte da noção de sociabi
lidade apresentada por Georg Simmel «la sociabilité comme la forme ludi
que de la 5 socialisation» Entendida como necessidade relacional em que a
.
dimensão lúdica atenua ou torna mesmo imperceptíveis os constrangimen
tos da vida material, a sociabilidade revela todas as suas possibilidades. Os
indivíduos que mantêm entre si laços desta natureza buscam os aspectos
agradáveis das relações humanas, a fruição da presença do outro, a reciproci
dade e, por isso mesmo, reconhecem-se como iguais. Na medida em que
radicam nas tais necessidades relacionais, as práticas de sociabilidade incor
poram como «naturais» comportamentos e atitudes que funcionam como
signos de reconhecimento entre os indivíduos e os grupos que os adoptam,
ao mesmo tempo que estruturam espaços de estilos de vida, legitimando
posições, afirmando distâncias e sugerindo identificações.
Estes pressupostos funcionam como fio condutor de todo o livro: na
Primeira Parte, para a caracterização das redes de sociabilidade eborenses,
na Segunda Parte, para a análise da associação Círculo Eborense. Centrar a
investigação neste case study justifica-se, exactamente, pela possibilidade de
tornar inteligíveis as características sociológicas dos respectivos protagonis
tas e, por essa via, aferir algumas das hipóteses anteriormente mencionadas.
r
SOCIABILIDADE E DISTINÇÃO EM ÉVORA
O CÍRCULO EBORENSE
Parte primeira
As redes de sociabilidade eborenses
na segunda metade do século XIX
1. Problemas efontes.
e, desse modo, se detectarem regularidades e inovações, justifica o caminho ca a sequência do texto, organizado todo ele em torno dos mencionados eixos
seguido. de explicitação. Será ainda a partir daquela tríade inicial que se estabelece
Com o intuito de se colmatarem as inevitáveis lacunas de uma investi rão todas as subdivisões, gradações e interpenetrações, indispensáveis ao co
gação centrada preferencialmente na imprensa, cruzaram-se as informações nhecimento das redes de sociabilidade eborenses oitocentistas. De facto, se,
desta com os dados conseguidos mediante a consulta de documentação num primeiro nível, tais práticas se deixam apreender pelo já enunciado
produzida pela câmara e pelo governo civil. Duas instituições essencialmen esquema tripartido, uma incursão em profundidade remete, de forma inexo
te reguladoras e fiscalizadoras e, por isso mesmo, susceptíveis de fornecerem rável, para um grau de complexidade só passível de apreensão pelo realçar da
elementos esclarecedores sobre a configuração legal da vida de sociabilidade flexibilidade de fronteiras do quadro analítico traçado.
dos eborenses.
A pesquisa de monografias ou relatos de viagens, embora fosse uma
As sociabilidades eborenses: imagens e representações 31
2. As sociabilidades eborenses: imagens e representações. assinalar de momentos e factos tradicional e/ou institucionalmente reconhe
cidos. Os jornais relevavam a época carnavalesca, a Semana Santa, as festivi
dades em honra de diversos santos, as feiras, as celebrações de momentos
Em 13 de Janeiro de 1867, Eça de Queirós escrevia «Todos os dias se importantes do ciclo de vida da família real e as comemorações do 1.0 de
diz: Evora está morta. Evora é um velho sepulcro. Evora tem uma vida.., da Dezembro. Também havia notas relativas aos espectáculos teatrais e musi
cozinha.., da lareira. O homem [...] não vive fora, não vai aos cafés, aos cais, bem como à realização de touradas de carácter comemorativo ou não.
. Esta imagem da cidade que o escritor deixou impressa
—
época em que as sociabilidades ocorriam predominantemente no espaço década de 80, as representações da vida de relação dos eborenses na sua —
doméstico e privado e cuja vertente pública era dominada pelas manifesta vertente laica já não se limitarem às fronteiras «da cozinha.., da lareira»
— ,
26
ções de carácter religioso. As vozes mais críticas sustentavam que algo pre alargando-se às associações culturais e recreativas, cujos constrangimentos
cisava de ser alterado, em favor dum «movimento de civilização»
22 de que a de acesso eram de natureza diversa.
sociedade eborense necessitava. E verdade que a «falta de espectáculos musicais de qualidade» levou
Será que as representações sobre as práticas de sociabilidade em Evora Gabriel Pereira a considerar, em 1881, a vida eborense «tão pacata que
sofreram significativas alterações à medida que o fim do século se aproxima . Anos mais tarde (1897),
descae na sensaboria, no isolamento prejudicial»
27
va? Em 1881, a propósito de rivalidades político-musicais, aparecia noMunue António Francisco Barata, ao apresentar o primeiro número de uma publica
linho d’Evora um artigo que descrevia a forma como os eborenses passavam os ção mensal de sua autoria justificava: «Longas como as noites de Lamego são
seus domingos: «quasi todos os habitantes se levantaram à hora do costume, as de Evora, para o homem que vive do espírito. Em theatrinhos sem impor
almoçaram, foram à missa, ao Passeio; alguns seguiram viagëm para Arrayolos tância [...] se proporciona a alguns o passatempo honesto, mas não tão ins
a ver a procissão dos Passos». Um quotidiano marcado pelas práticas religiosas e trutivo quanto pudera ser. O Garcia de Resende, collossal, poucas vezes fun
no qual a frequência do Passeio deixou de ser acontecimento excepcional. ciona, pelo dispendioso custeio que exige. Sociedades recreativas há, desde
No ano seguinte, no folhetim do mesmo jornal, a história intitulada «Uma o chamado Club, dos ricos e dos fidalgos, até às artísticas. Nestas casas
celebridade» dava a perceber a importância de manifestações de sociabilida alguns passam parte das compridas noites de inverno, já lendo, já jogando
de até então escassamente referidas. A.narrativa, em tom mordaz, dava conta jogos tolerados e até prohibidos»
.
28
das peripécias e dos truques de que o dr. Agapito Hipócrates se servira para Para Gabriel Pereira e António Francisco Barata, dois intelectuais ebo
fazer carreira e ascender socialmente. A frequência do clube, do teatro, do renses da segunda metade do século XIX, as práticas de sociabilidade conti
baile e do piquenique proporcionava momento fuicrais na sua estratégia de nuavam aquém do que consideravam ser culturalmente adequado para a
estabelecimento de relações, reconhecimento público e consolidação da cidade. De acordo com o seu testemunho, o aspecto negativo não tinha a ver
reputação profissional. Foi no clube, onde «todos failavam no mesmo caso», com a pouca afluência dos cidadãos aos espaços de sociabilidade, ou até com
que, ao socorrer outro frequentador, Hipócrates iniciou a sua cëlebridade; foi a escassez destes, mas sim com a deficiente qualidade das actividades cultu
no teatro, enquanto assistia a uma récita, que os outros espectadores tive rais desenvolvidas. Pode afirmar-se, com alguma propriedade, que é uma
ram, oportunamente, possibilidade de comprovar coMo era requerido pelos 29 para a construção de
tentativa de imposição da lógica do campo cultural
doentes; foi por ter medicado as estranhas irrupções cutâneas que as donze uma determinada imagem das práticas de sociabilidade eborenses da segun
las apresentavam após um baile em que estava presente, que, dias depois, da metade de Oitocentos.
participaria num piquenique com as meninas solteiras suas pacientes.
24 Cerca de trinta anos depois das lamentações de Eça de Queirós, um
Agapito Hipócrates era, ele próprio, solteiro. artigo de reflexão sobre o baile, no Manuelinho d’Evora, reforçava a ideia da
Apesar dos intuitos moralizadores e do distanciamento irónicos, o autor diversificação dos espaços e intensificação das práticas. Dizia o jornalista a
da história (G. P.)
25 acabava por consagrar os espaços e práticas de sociãbili propósito da realização em Evora, no mesmo dia, de sete bailes de Carnaval:
dade a que se referia, como factores fundamentais para o estabelecimento «Na epoca actual baila-se tudo na Europa. Baila-se a guerra e a paz; baila-se a
de relações e processos de mobilidade social. Dada a natureza ficcional do queda e a elevação de impérios; bailam-se os aniversários publicos e as
discurso e a indeterminação espacial da acção, não pode inferir-se, de forma aventuras particulares [...]. O baile introduziu-se na moral social, e baila-se a
imediata, que se esteja perante uma imagem da impõrtância que aqueles erecção de uma egreja, baila-se o estabelecimento de um asylo, as escolas de
espaços e práticas de sociabilidade tinham em Evora, na década de 80 do creanças abandonadas [...J. Não pode pois negar-se que a nossa época é es
século XIX. No entanto, a questão da validade e adequabilidade deste teste sencialmente bailadora»
.
30
munho como imagem do universo eborense deve ser encarada tendo em con ’ a cidade «bailadora»
Teria Evora passado de «velho sepulcro»
3 ? Pelo
32
sideração que ele aparece veiculado num jornal local e tem destinatários crescente número de testemunhos, torna-se possível detectar algumas alte
preferencialmente locais. Deste modo, ganha consistência a hipótese de, na rações nas representações sobre as práticas de sociabilidade eborenses.
As sociabilidades eborenses: imagens e representações 35
34 As redes de sociabilidade eborenses
tinto de sociabilidade, é o homem levado a procurar no convivio com os seus
Da década de 1860 fica a representação de uma sociabilidade fundamen semelhantes as distracções quer espirituaes quer physicas, assim como mes
talmente circunscrita ao espaço doméstico e privado, seja entre os grupos mo o seu auxilio nas epochas psycologias em que tal coefficiente se lhe
populares, seja entre as elites. Esta situação ressalta como algo de negativo, torne necessario a vida. Assim vemos fundadas e mais ou menos florescen
em contraponto com os benefícios civilizacionais de uma sociabilidade reali tes, diversas associações, quer recreativas, quer d’auxilio mutuo, quer mesmo
zada fora do quotidiano doméstico. Sublinhe-se, no entanto, que embora . Mais adiante, lamentava «a enormidade differencial existente,
37
religiosas»
depreciassem a força centrípeta do lar face a outros espaços, os periodistas entre o florido estado da quasi totalidade das sociedades recreativas e as
não faziam o mesmo quanto à sociabilidade religiosa. Esta, configurando . Apertinência do artigo
cahoticas difficuldades [...J nas de soccorro mutuo»
38
alguns dos momentos mais importantes da vida pública na cidade, adquiria decorre de vários aspectos. Por um lado, a reflexão sobre a sociabilidade
legitimidade pelos argumentos da fé e da tradição. Entre os dois pólos situa comporta, explicitamente, além de uma vertente lúdica, uma vertente de
va-se todo um conjunto de manifestações que ilustrava as representações solidariedade. Por outro, fica reforçada a imagem de uma certa pujança das
sobre a sociabilidade eborense divulgadas pela imprensa local da época. Do associações com objectivos culturais e recreativos, num percurso que já era
elenco faziam parte as reuniões particulares que, situando-se no domínio detectado desde a década de Finalmente, há uma relação directa entre
privado, ultrapassam as fronteiras da vida doméstica diária; as feiras, cujos a intensificação das práticas de sociabilidade e o movimento associativo, sen
divertimentos, levaram Eça de Queirós a considerá-las como «animação de do o «florescimento» deste o resultado de uma mais eficaz concretização do
; o Carnaval, e o 1.0 de Dezem
momento [...] uma palavra solta ao sonhar»
33 sociabilidade»
«instincto de 40
.
bro, manifestações de uma certa periodicidade e que estimulavam os laços No conjunto de testemunhos directa ou indirectamente incidentes
de convívio, fosse em espaços privados ou públicos. Devem ainda mencio sobre a sociabilidade em Évora na segunda metade do século XIX, há um
nar-se os espectáculos teatrais, as sessões musicais e as touradas, para ficar aspecto que, por subliminar mas fundamental, merece relevo. A generalida
relativamente completo o quadro das representações da sociabilidade nos de dos escritos, no intuito de tornarem mais eficaz a divulgação das posições
anos de 1860. defendidas, estabeleciam uma dicotomia entre a realidade e o ideal a que
Trinta e cinco anos depois, Evora integrava-se, aparentemente sem gran aspiravam. Nesse mundo em potência, o modelo de sociabilidade positiva
. Que se passou
des discrepâncias, numa época «essencialmente bailadora»
34
mente valorizado permitia aos indivíduos ultrapassarem as fronteiras das
entretanto? António Francisco Barata apresenta uma imagem não muito vivências domésticas quotidianas, integrando-os em grupos mais alargados,
diferente da traçada para os anos 60, mas a menção às sociedades culturais e com maior multiplicidade e variedade de contactos interpessoais, porventu
recreativas poderá ter algum significado. Nestas, além de uma sociabilidade ra ultrapassando os tradicionais quadros de relações.
masculina quotidiana situada fora das fronteiras domésticas, realizavam-se Enquanto produções historicamente situadas, as representações da im
também, com regularidade, bailes familiares e espectáculos teatrais e musi prensa sobre as sociabilidades eborenses podem adquirir maior inteligibili
cais. A reflexão sobre o baile, publicada no Manuelinho d’Evora em 1896, não dade, se perspectivadas no âmbito da defesa e da consolidação de um modelo
será alheio este aspecto, podendo colocar-se a hipótese de as sociedades re liberal de sociedade, inovador no plano das relações entre os indivíduos e
creativas terem levado a um maior dinamismo as práticas de sociabilidade. entre os grupos.
Seriam um factor de concorrência face à sociabilidade de natureza doméstica No seu trabalho «de fazer ver e fazer crer, de confirmar ou de transfor
e privada dominante na década de 60? Contribuíram, pelo menos, para esba mar a visão do mundo e, deste modo, a acção sobre o mundo, portanto o
ter as representações de uma sociabilidade eborense caracterizada funda , no exercício do poder ideológico de que estavam investidos, os
41
mundo»
mentalmente por esse aspecto e encarada, por isso mesmo, como insatisfatória. periodistas eborenses elaboraram estas representações sobre as práticas de
Mas a ideia explícita sobre a natureza das manifestações de sociabilida sociabilidade em Evora, na segunda metade do século XIX.
de e a sua relação com as práticas associativas, apareceu no jornal A Alvora
, em 1903, num artigo significativamente denominado «Associações». O
36
da
autor, que pretendia vincar a importância das associações de socorros mútuos
face às recreativas, iniciava o assunto. do modo seguinte: «Pelo proprio ins
r A diversidade das práticas 37
3. A diveiidade das práticas. relacional comportava. Não é por acaso que o jornalista da Folha do Sul, ao
descrever a «costumada» reunião em casa dos senhores Gançoso a classificou
3.1. Assoirées. de «verdadeiro El Dorado de todas as quintas feiras [que pela sua regularida
de permitia] reunir a sociedade que em Evora tão dificil [era] de agrupar»
.
57
As soirées ou «mais nacionalmente as assembleias», para utilizar a
—
Que o autor do texto não estava a pensar na totalidade da população eboren
expressão de Eça de Queirós
42 decorriam no espaço privado por excelência,
—
se, provam-no as referências às «belas e elegantes senhoras» presentes e às
a casa familiar, embora em dependências que Maria de Lourdes Lima dos «condições e recursos» ímpares que a casa dos anfitriões possuía para rece
Santos denominou como «zona de representação». Salões de maior ou menor ber os convidados.
dimensão e opulência, consoante as possibilidades materiais e o estatuto dos As soirées decorriam no espaço paradigmático das sociabilidades privadas
seus ocupantes, destinados à recepção das visitas
.
43 e selectivas, estruturando-se segundo referentes que derivavam, antes de mais,
Os jornais consultados
44 permitem concluir que tal prática de sociabili da percepção e incorporação dos códigos de comportamento eficazes para a
dade se manteve ao longo de toda a segunda metade do século XIX, embora difusão de sinais de proximidade e distanciamento entre os indivíduos e en
as notícias sejam esparsas. Um dado que se prende, certamente, com a espe . Caracteriza
tre os grupos, estabelecendo marcas distintivas e de distinção
58
cificidade do espaço em que tinha lugar e com os virtuais constrangimentos das, no que diz respeito à multiplicidade dos espaços de sociabilidade, as
de acesso ao mesmo. Nestas reuniões de familiares e amigos, apenas compa ,çoi,. tinham outras especificidades. Eram eventos esporádicos, de calendá
reciam os «convidados»
, aqueles que os promotores incluíam no seu círculo
45 rio fluído e de complicada previsibilidade; a forma como decorriam não se
de relações, a «sociedade»
46 ou, num tom mais enfático, a «melhor socieda encontrava juridicamente prescrita, quer no que dizia respeito às possibilidades
47
de» e, até mesmo, a «élite dEvora»
. O relator das soirées enquadrar-se-ia
48 — de admissão e sanções aos participantes, quer em relação às actividades de
salvaguardando possíveis excepções que a não assinatura da notícia possa senvolvidas. As regras do receber e ser recebido a arte de organizar este tipo
—
implicar, pelo desconhecimento do autor—, num perfil de periodista que se de reuniões sendo exclusivamente do foro privado, não passavam pela alça
—,
caracterizava por «estar no meio sem ser do meio», no jogo de proximidade e da do poder legislativo e jurídico instituído. Significa tudo isto que estamos
distanciamento, típico do cronista social
.
49 perante uma prática de sociabilidade informal? A busca de uma tipologia sis
Referenciadas ao longo de toda a segunda metade de Oitocentos, aque tematizadora para a multiplicidade das manifestações de sociabilidade, par
las reuniões não faziam, no entanto, parte da rotina diária dos eborenses. tindo de uma dualidade explicativa (formais/informais) quanto ao grau de
Eram eventos pontuais, com periodização facilmente identificável. Ocor formalização, pode, algo linearmente, remeter as soirées para o conjunto das
riam em momentos festivos inscritos no calendário oficial, como a quadra denominadas sociabilidades informais, diferenciando-as de outras manifesta
, os dias dos santos mais venerados na cidade
50
carnavalesca , ou ainda as fei
51 ções, precisamente pela ausência de constrangimentos legais e institucionais.
ras importantes
; de igual modo, quando os seus dinamizadores pretendiam
52 Por isso mesmo, aquele aspecto deve ser complementado com outros
assinalar datas significativas do ciclo de vida dos indivíduos ou das famílias, indicadores capazes de matizar a referida tipologia. As informações apre
nomeadamente aniversários natalícios
53 ou de casamentos . Os motivos
54 sentadas pelos periodistas são particularmente esclarecedoras: os anfitriões eram,
discriminados funcionam apenas como exemplos, sendo bastante provável — por norma, pessoas extremamente delicadas; os participantes com especial
—
ra de Georg Simmel, que essas sobredeterminações ganhavam em eficácia da situação dos seus representantes naquilo que agora se designa [por]
—
porque, durante as soirées, por um processo de sublimação e atenuação, aqui . O contributo teórico de Norbert Elias revela
‘comportamento civilizado’»
72
lo que o autor caracterizou como as forças ricas em conteúdo real apenas se toda a sua fecundidade enquanto hipótese explicativa e esclarecedora, face a
manifestavam de forma longínqua, pela volatilização do seu peso num certo eventuais perplexidades sobre o carácter tradicional ou inovador daquele
encanto’. Quer isto dizer: as propriedades actuantes e estruturadoras das rela tipo de práticas de sociabilidade, ou até sobre a sua matriz aristocrática ou
ções estavam lá e ganhavam força porque, sublimadas em comportamentos burguesa. A espessura temporal permite perspectivar as soirées como um
estilizados, se transmutavam em actividades lúdicas, plenas dc significação campo atravessado pelas lutas e estratégias de imposição de sentido por
simbólica. parte dos diversos grupos sociais, que procuravam cunhar aí as suas próprias
Como pode constatar-se, as características formais da soirées estão es marcas distintivas e de distinção.
treitamente articuladas com os seus conteúdos: a especificidade destes de De volta às soirécs eborenses, podemos agora considerar que, à sua ma
corre, em larga medida, dos procedimentos que os mediatizam em relação às neira, eram o aforamento de um processo de mudança de longa duração,
práticas. Cumprindo determinadas regras, música, o canto, a dança, a repre ilustrado pela designação social dos seus promotores e/ou participantes.
sentação e a ingestão de alimentos, destinavam-se a pôr em evidência e a Identificados como a «melhor sociedade» e a «elite», uma tal caracterização
aperfeiçoar as competências e os saberes dos indivíduos envolvidos, nomea consagrava, no plano semântico, a passagem do mundo dos cortesãos para o
damente o «bom gosto»
, a «esmerada educação» e a «distinção»’
63 . Estes
4 mundo dos cidadãos e a correspondente alteração dos princípios de estrutu
aspectos configuravam o perfil dos participantes independentemente da
—
ração das sociedades liberais face às sociedades do Antigo Regime. Mas as
sua origem burguesa ou aristocrática
65 dotavam-no de marcas distintivas e
—,
soirées, sendo fundamentais para a compreensão do quadro das sociabilidades
de distinção e, através da imprensa, eram difundidos como exemplos da tal eborenses da segunda metade do século XIX, constituíam apenas uma ver
dimensão civilizadora de que carecia a sociedade eborense da época. tente do complexo universo relacional que se perfilava para além das frontei
Acantonada do ponto de vista dos espaços, das formas e dos conteúdos, ras das vivências domésticas quotidianas, e se consubstanciava numa multi
importa agora reflectir sobre esta sociabilidade numa perspectiva «genealó plicidade de espaços, formas e conteúdos.
gica». Por outras palavras, seria esta particular manifestação da vida de rela
ção um fenómeno específico do século XIX, tornando-se, nessa medida, um
dado inovador no quadro das sociabilidades oitocentistas, ou inscrevia-se já 3.2. As associações culturais e recreativas.
numa linha de continuidade histórica? A resposta não passa pela análise do
caso eborense, pois as fontes o não permitem. Em Lisboa este tipo de reu Sobre a questão dos espaços, a hipótese avançada por Nuno Luís Madu
niões era conhecido desde meados do século XVIII’ mantendo-se como prá reira, de que «o período compreendido entre 1750 e 1850 representa uma
tica social importante até meados de Oitocentos
. Estudos sobre outros paí
67 profunda transformação nas formas de convivência, com a procura cada vez
ses da Europa apontam igualmente para uma longevidade bastante acentua maior de recintos fechados em detrimento da rua e dos espaços ao ar livre»
,
73
. Esta vida de salão insere-se, assim, num processo mais vasto de «refina-
68
da revela-se como uma premissa importante para a compreensão da rede de so
k
40 As redes de sociabilidade eborenses A diversidade das práticas 41
ciabilidades eborense. Pode acrescentar-se, com Michelie Perrot, inscreven os «passatempos e entretenimentos honestos conjuntamente com a iliustra
do esta tendência portuguesa num quadro mais vasto, que, «por um processo . Na transição da primeira para a segunda metade do século fundou-se
80
ção»
de nidificação, os pequenos grupos e microssociedades recorta[vam] no a Sociedade Harmonia Eborense; embora os estatutos iniciais tivessem sido
espaço público lugares reservados ao seu funcionamento e aos seus conciliá aprovados somente por portaria régia de 10 de Agosto de 1853, os primeiros
. A crescente complexidade funcional do espaço doméstico corres
74
bulos» passos no sentido da sua formação foram dados em 1849. As actividades
pondeu um movimento semelhante nos espaços situados para além dele: a desenvolvidas subordinavam-se a objectivos recreativos e culturais, mere
cidade desdobrava-se numa multiplicidade de nichos que traduziam os dife cendo especial relevo o trabalho do grupo de teatro amador
.
82
rentes objectivos, necessidades e funções dos grupos que a habitavam. A O local onde estava sediada a associação era uma referência para os
paisagem citadina é, mais do que qualquer outra, o resultado da apropriação indivíduos que quotidianamente pretendessem exercer determinadas práti
social do espaço fisico. cas de sociabilidade. A leitura dos jornais, os jogos em princípio apenas os
—
As associações com objectivos culturais, de convivialidade e recreio são 83 a troca de ideias ou, mais pontualmente, as sessões musicais, os
lícitos —,
típicas desse processo de delimitação e individualização do espaço público bailes, as representações e até as palestras sobre diferentes assuntos, tinham
por grupos particulares, que procuravam por esta via satisfaziam os seus inte aí o seu espaço de eleição e encontravam-se devidamente consagrados e
resses e necessidades. Em Evora, o associativismo voluntário de cariz laico regulamentados pelos estatutos. A todas estas práticas só podiam aceder
data do início do século XIX, embora apresente um novo fôlego após a década aqueles que, apresentando o perfil sociológico e moral adequado, quer dizer,
de 80. E claro que o movimento associativo não se esgotava na prossecução sendo «cidadão[s] moral e civilmente bem reputado[sJ»
, se inscrevessem
84
dos objectivos já referidos; o que acontecia é que aquele tipo de associações na lista dos sócios e pagassem regularmente as quotas devidas. Estes espaços
era um terreno especialmente fértil para as manifestações de sociabilidade. tornavam mais densa a rede das sociabilidades existente e concretizavam
As associações com finalidades religiosas, de beneficência, de defesa dos in uma certa tendência para a sua especialização, seja na vertente espacial,
teresses de uma determinada classe e desportivas, também podiam e isso
—
formal, ou de conteúdos.
acontecia frequentemente apresentar uma vertente de sociabilidade, mas,
—
De facto, as sociedades termo que designava correntemente as associa
—
nestes casos, ela funcionava sobretudo como um meio mais eficaz de se ções deste tipo apareciam como espaço intermédio entre a privacidade
—
atingirem os fins específicos para os quais as ditas associações tinham sido doméstica e os locais que, situando-se ou não ao ar livre, possibilitavam uma
fundadas. Era, pode considerar-se, uma sociabilidade de algum modo instru acessibilidade com menores restrições. Os requisitos morais e civis e a obri
mentalizada ou, nas palavras de Simmel, um princípio formalista e exterior gatoriedade de pagamento de uma quota, coadjuvavam-se para impor uma
de mediação
.
75 certa selectividade à admissão de novos elementos. Também só os homens
Em 1837, no quadro liberal posterior à derrota miguelista, surgiu em podiam figurar como sócios. As mulheres, de acordo com o preceituado nos
Evora o Círculo Eborense
, uma associação que visava «a honesta convivên
76 estatutos, apenas tinham acesso a estes espaços de sociabilidade masculina
cia dos sócios e sua famílias’>, sem se constituir «em caso algum orgão de quando se realizavam «reuniões de famílias» (sessões musicais, os bailes e as
projectos políticos ou religiosos»
. Como os Estatutos indicam, o convívio
77 récitas teatrais) contribuindo para «a doçura dos costumes [e] honesta con
era o objectivo fundamental desta associação que, para ter existência legal, vivencia dos dois sexos»
. As demais actividades restringiam-se ao universo
85
sublinhava o seu distanciamento dos aspectos que a legislação encarava com masculino e cimentavam virtualmente relações de convívio quotidiano,
— —
desconfiança. Dois anos mais tarde apareceu a Sociedade Civilizadora União espacial e socialmente delimitadas.
Eborense, aprovada por portaria régia de 3 de Julho de 1839, com o objec Outro aspecto relevante em relação a este tipo de associações prende-se
tivo de contribuir para o recreio e instrução dos associados e fomentar as com a sua faceta de voluntarismo. Na brecha da ambiguidade liberal entre a
representações teatrais
. Esta sociedade passou depois a designar-se Socie
79 desconfiança pelos grupos e o respeito pelas liberdades individuais, emer
dade União Eborense, como consequência das deliberações da Assembleia giam estas associações voluntárias que procuravam afirmar-se sob o olhar
Geral de 15 de Dezembro de 1871, as quais incluíram também a reformula atento dos poderes públicos. restrita margem legal em que se moviam, e as
ção dos Estatutos. A alteração estatutária continuou, porém, a salvaguardar obrigava a demarcar-se da prossecução de objectivos políticos e religiosos,
42 As redes de sociabilidade eborenses A diversidade das práticas 43
acentuaria a vocação de convivialidade que legitimava a sua fundação. Juridica melhoramentos publicos; devendo outrosim V S.’ enviar, o mais breve possí
mente regulamentadas, e orientadas por regras estatutárias definidas, tipifi vel, uma relação de todas as associações existentes n’esse concelho quer
cavam uma sociabilidade institucionalmente formalizada. O cuidado com sejam de recreio, politicas, de socorros mutuos, de piedade ou beneficencia,
que os estatutos identificavam as situações e comportamentos que podiam ou com fins de utilidade geral ou mesmo particular»
. As comemorações
88
conduzir à expulsão dos sócios exemplifica claramente o grau de formaliza camonianas de 1880 permitiram ao Partido Republicano um fôlego redobra
ção deste tipo de práticas: uma formalização que não radicava apenas na do, ao mesmo tempo que suscitaram do poder político uma vigilância cons
observância da contenção necessária às relações interpessoais, mas procurava tante sobre as suas actividades propagandísticas. A circular emanada do
também assegurar o respeito pelo quadro jurídico que as enformava. governo civil não deixa dúvidas sobre o objectivo das autoridades de contro
Atentando agora nas actividades desenvolvidas por estas associações, larem todas as actividades susceptíveis de difundirem ideias perigosas, no
pode afirmar-se que o seu objectivo era fortalecer as relações entre os sócios, meadamente as reuniões ou actividades associativas, ainda que sem objecti
sob o signo do recreio e da instrução. Neste contexto, a leitura dos periódicos vos explicitamente políticos. O Acto Adicional à Carta, de 24 de Julho de
era uma actividade relevante. Normalmente a sede possuía um espaço deno 1885, introduzira alterações que visavam responder a algumas dificuldades
minado «sala de leitura», onde se disponibilizavam, para além dos livros, os do regime, garantindo, em particular, que o direito de reunião fosse regula
jornais e as revistas recebidos. As listas de assinaturas apontavam para a mentado por lei especial. Mas o republicanismo não só dificultava, como
aquisição de publicações de interesse local, nacional e até internacional. Em punha em causa a própria sobrevivência do regime: a atenção tinha de ser
muitos casos, esta seria a mais segura e regular maneira de os sócios se constante e minuciosa
.
89
manterem a par do que se passava no País e no mundo. António Francisco E neste contexto que surge a resposta do administrador do concelho de
Barata, ao descrever sucintamente as actividades que ocorriam nestas asso Evora. De acordo com a tipologia prevista pelo ofício do governo civil, as
ciações, evidenciou precisamente a importância da leitura
. Não será difícil
86 associações com carácter recreativo eram as seguintes: Círculo Eborense,
conceber que uma tal prática suscitava oportunidades de debate a que não Sociedade União Eborense, Sociedade Harmonia Eborense até aqui nada
—
seriam alheias as questões políticas, mau grado as limitações estatutárias. de novo em relação à primeira metade do século e Grupo de Amadores de
—
Maria de Lurdes Lima dos Santos sintetizou a variedade do associativis Música Academia de Minerva
. Segundo o M
90 ’nrnelinho d’Evora, de 24 de
1
mo voluntário português oitocentista, considerando que «a partir de 1834 Junho de 1881, este grupo resultou de uma cisão da Banda Filarmónica
[se multiplicaram] as sociedades fundamentalmente orientadas para a con Alunos de Minerva, motivada por altercações políticas entre Progressistas e
vivialidade sociedades de recreio e instrução muito apreciadas pela sua
— —,
Regeneradores; o mesmo jornal noticia, em 10 de Outubro de 1882, a
missão civilizadora, [vulgarizando-se] em vários pontos do País aqueles actuação, na Praça do Giraldo, de uma denominada Banda Filarmónica 1.0 de
novos espaços de convívio onde a burguesia organizava os seus ócios». O
87 Dezembro. Em 1888 o administrador do concelho já não faz referência a ela
surto de associações com objectivos de cultura e recreio teria então o seu devido à sua extinção, por volta de 1887’. Ao que parece, as inovações da pri
início durante a década de 1830, sendo nomeadamente as fundadas em meira para a segunda metade do século registaram-se no campo das bandas
Coimbra e Lisboa exemplos desse fenómeno. Também Evora participou na filarmónicas, estreitamente ligadas às polémicas da política partidária.
difusão do associativismo voluntário de matriz cultural e recreativa, confor Na década seguinte acentuou-se ainda mais a crise do liberalismo portu
me o comprovam os estatutos das duas associações mais antigas. No entanto, guês. Os tumultos que se seguiram ao Ultimato de 1890 constituem um
ponto de referência para a compreensão das preocupações do poder central
foi só no último quartel do século, e especialmente na década de 90, que o
face ao movimento associativo. Em 1892, o governador civil voltou a mostrar
associativismo voluntário de cariz cultural e recreativo ganhou novo fôlego
interesse em obter um balanço das associações do distrito, nomeadamente
em Evora. Em 1888 o governador civil do distrito enviava aos administrado
os fins a que se destinavam e a respectiva situação estatutária. A resposta do
res de concelho uma circular em que solicitava informações sobre «todo e
administrador do concelho de Evora identifica, além das três associações
qualquer facto extraordinário e digno de menção que succeda no concelho a fundadas na primeira metade do século, no campo do associativismo com ob
seu cargo, seja qual fôr a natureza d’elie: como por exemplo, reuniões que se jectivos de recreio, o Real Grupo de Amadores de Música, o Grupo Dramáti
effectuem, quer com fins politicos ou de interesse particular, ou ainda para co Mendes Leal, a Associação Comercial e a Sociedade Recreio Familiar
.
92
44 As redes de sociabilidade eborenses A diversidade das práticas 45
As associações de cultura e recreio tornavam-se mais numerosas, em lho Ortigão também deixou testemunho dos «espantosos progressos do espí
Évora, à medida que o fim do século se aproximava. Esta situação seria o rito de associação no Porto» durante a década de 1880, enumerando várias
mero prolongamento da dinâmica desencadeada na primeira metade de sociedades recreativas cuja denominação, só por si, remetia para o exercício
Oitocentos ou registaram-se algumas mudanças? As próprias denominações de práticas diversificadas e salientando que, pelo menos uma delas, fora fun
parecem remeter para uma certa especialização das actividades que desen dada por operários
.
97
volviam, embora os seus objectivos continuassem a ser, genericamente, o A teoria da «circulação dos modelos»
98 permitirá, porventura, compre
recreio e a instrução. Enquanto as associações mais antigas eram espaços ender melhor tal aspecto: a emulação dos códigos de comportamento e das
globais de lazer, onde diversas práticas despontavam consoante a iniciativa práticas não se coloca apenas entre a aristocracia e a burguesia, mas também
dos sócios, as mais recentes são fundadas para desenvolverem áreas específi entre os estratos desta última e, mesmo, em relação ao que genericamente
cas como a música, o teatro e o desporto. A Sociedade Camilo Castelo Branco podemos classificar como grupos populares
.
99
(Manuelinho d’Evora, 1895-8-20), a Sociedade Almeida Garrett (ibid., 1899- A difusão de ideais republicanos deve igualmente ser mencionado como
-1-9), a Sociedade Grupo de Recreio 1.0 de Dezembro (ibid., 1900-9-8), o favorável à pujança do movimento associativo em fins de Oitocentos. O re
Grupo Recreativo Dramático Mocidade Eborense (Alvorada’, 1903-7-22) e a publicanismo pugnava pelo desenvolvimento do associativismo’°° e na «vasta
Sociedade Operária Recreativa Joaquim António d’Aguiar (ibid., 1904-1-27), rede de agremiações, desde as que apresentavam um cunho especificamente
dedicavam especial atenção ao teatro, embora também proporcionassem político às que, a par desta característica, se destinavam também a cultura e
recreio, residia um dos mais eficazes meios de penetração e divulgação dos
outro tipo de divertimentos, nomeadamente os bailes; o Club Velocipedista
(Mamielinho d’Evora, 1895-8-25) e o Ciclo Club dEvora (ibid., 1896-6-30) princípios do PRP» [itálico nosso]’°’. As informações recolhidas não permi
congregavam os adeptos das práticas velocipédicas; o Grupo União de Caça e tem confirmar a existência de uma relação directa entre o aumento do núme
Pesca (Alvorada, 1904-3-10) explicitava, pela própria denominação, os inte ro de associações e a difusão das ideias republicanas em Evora, mas a coinci
resses dos seus sócios; a Associação da Tuna Académica dência conjuntural justifica a chamada de atenção para esta questão. Pode
93 interessava o uni
mesmo conceber-se que a evolução do associativismo voluntário eborense
verso estudantil e dava relevo à actividade musical.
correspondeu, por um lado, a um percurso inerente ao processo de moder
A história do movimento associativo do século XIX coloca um conjunto
nização e de crescente diferenciação social, e por outro, à especificidade da
de hipóteses que devem ser sistematizadas. A primeira, já enunciada, refere-
conjuntura político-ideológica portuguesa do final do século. Acresce a isto
-se à crescente especialização funcional. Tanto as associações fundadas na
uma permeabilidade cada vez maior do liberalismo para incorporar a dinâmi
primeira metade de Oitocentos como as que floresceram no seu final, visavam ca associativa. A crispação da fase inicial, traduzida numa desconfiança face
intensificar as relações interpessoais e multiplicar as possibilidades de re às associações, seguiu-se uma solidez capaz de integrar, mediante uma maior
creação e formação cultural, mas nos últimos anos do século regista-se uma flexibilidade jurídica, as manifestações da sociedade civil. O que não signifi
maior especificidade de meios para atingir esses fins. Alguns, como a música cava, evidentemente, um afrouxar da vigilância face aos aspectos potencial-
ou o teatro, já estavam previstos nos estatutos das associações da primeira mente transgressores do associativismo atente-se no sentido da circular
—
metade de Oitocentos. As actividades desportivas, no entanto, constituíram emanada pelo governo civil de Evora em 1888. Já desde a publicação do
uma novidade de final do século, em estreita relação com a evolução da vida Decreto de 22 de Outubro de 1868 que associações de recreio e instrução,
material. piedade e beneficência, não estavam sob jurisdição e alçada directa do poder
A vertente associativa de cariz cultural e recreativo adquiriu uma cres central mas sim do governador civil «que approvando os estatutos, traça a
cente implantação no meio eborense, suscitando o interesse de um maior taes estabelecimentos a esphera da acção social, ficando assim caracterisados
número de indivíduos. Nesse sentido apontam também os estudos realiza os fins d’ellas»’°
. Até então a administração liberal apenas considerava legal
2
dos para Coimbra
, Figueira da Foz e Buarcos
94 , onde, na segunda metade do
95 mente instituídas aquelas cujos estatutos fossem aprovados por portaria régia.
século, o associativismo em geral, e o de natureza cultural e recreativa em Mas importa também estabelecer comparação entre a evolução do movi
particular, se desdobrava em associações que dinamizavam actividades di mento associativo na cidade de Evora com o que se passava nas outras aglo
versas e polarizavam o interesse de diferentes sectores da população. Rama- merações populacionais do distrito:
Tabela 1.
Número de associações recreativas em cada concelho do distrito de Evora.
realizou. Em 1867, portanto, também Beja possuía pelo menos uma associa espaço, também utilizado a propósito do Círculo Eborense, suscita, com
ção com características comuns a algumas das existentes em Evora. Este tes alguma propriedade, a ideia de que se trataria de uma associação com carac
temunho, note-se, não possibilita uma perspectiva global sobre a situação e terísticas semelhantes; quanto ao perfil sociológico dos seus frequentadores
evolução do associativismo voluntário de natureza cultural e recreativa na ci é possível individualizar, nomeadamente, a família de um importante lavra
dade ou no distrito de Beja. Em compensação, permite-nos verificar de que dor e proprietário terratenente e outra eventualmente ligada à actividade
modo estas práticas de sociabilidade faziam parte das vivências de alguns liberal o médico e respectivos parentes; outro aspecto a salientar prende-se
—
sectores da população bejense, nomeadamente os que dispunham de tempo com o facto de o local em causa ser um ponto de encontro e de relações
livre e possibilidades financeiras para participarem condignamente nalguns mundanas, pelo menos nas ocasiões festivas”
.
3
eventos que aí ocorriam, como foi o citado baile. Quando se deslocou de Beja O recurso a documentação de natureza diversa para o estudo da região
—
para Evora, Carlos Basto foi igualmente conhecer o Círculo Eborense e, pela de Evora sobretudo dados estatísticos e jurídicos (estatutos), para Beja e
descrição feita, conclui-se que eram duas associações com objectivos e acti Serpa testemunhos literários permite, ainda assim, algumas conclusões. O
—
vidades muito semelhantes. Assim, ambas as capitais de distrito apareciam, associativismo voluntário de matriz cultural e recreativa marcava presença
na segunda metade de Oitocentos, dotadas de circuitos de sociabilidade no Alentejo na segunda metade de Oitocentos e constituía um dado comum,
similares, seja do ponto de vista funcional ou características sociológicas dos tanto às capitais de distrito, como a algumas sedes de concelho; por outro
seus frequentadores, participando, por esta via, do movimento associativo lado, e na medida em que conduziu a práticas de sociabilidade bastantes
de carácter voluntário com vista à convivialidade, também perceptível em idênticas, isso indicia uma comunhão de espaços de estilos devida estrutura
outras regiões do país. O facto de o viajante em causa ter acedido às duas dos pelos símbolos da diferenciação social inscritos nos núcleos urbanos
associações só confirma tal ideia. mencionados. Mas as diversas informações careadas sobre a questão do asso
Mas esta pesquisa sobre a vida de sociabilidade no Alentejo não podia ciativismo cultural e recreativo, permitem considerar que esta forma de
deixar de passar, também, pelos escritos de João Maria Parreira Cortez, alen sociabilidade se encontrava difundida em diversas regiões do País. Consti
tejano de Serpa’°
. O abastado lavrador e proprietário daquele concelho, do
8 tuía uma prática transversal às diferenças entre província e capital, entre
qual foi também administrador substitut&°
, legou-nos um precioso teste
9 litoral e interior, no que respeita a outros aspectos da sociedade portuguesa
munho sobre os mais diversos aspectos da sua vida material e dos seus da época, fossem eles de ordem demográfica ou económica. Independente
relacionamentos. Entre eles é possível destrinçar a vertente sociabilidade, mente da sua magnitude e tendência evolutiva, o movimento era detectável
nomeadamente a fruição das actividades proporcionadas pelas associações em Lisboa e no Porto, mas também em Coimbra, na Figueira da Foz, em
culturais e recreativas. Nos ditos escritos, Parreira Cortez menciona como Beja, em Serpa e, de acordo com as fontes estudadas, em todas as sedes de
um «célebre baile no club»”°, em inícios de 1869, motivou, da parte de concelho do distrito de Evora. Pode, no entanto, acrescentar-se que as inven
algumas famílias da terra, manifestações de inveja face ao vestuário com que tariações relativas ao Porto, Coimbra, Figueira da Foz e Evora, indiciam uma
sua esposa se tinha apresentado; trajos que, de resto, ele considerava «con acentuada proliferação das associações daquela natureza nas duas últimas
dignos com a Isua] posição»” e tinham sido adquiridos numa viagem a décadas do século XIX, com actividades mais variadas e polarizando os
Lisboa. O proprietário e lavrador, que Jaime Reis considerou um represen interesses de sectores diversificados da população. Reitere-se aqui a hipóte
tante da «burguesia [de] encarnação ‘rural’»”
, participava nas práticas de
2 se de esta trajectória ter raízes, tanto na evolução das condições da vida
sociabilidade da sua terra, nomeadamente nos bailes promovidos pelo clube material, como na especificidade da conjuntura político-ideológica portu
local. Dessa frequência surgiam as pequenas intrigas da vida de relação, guesa de finais do século XIX.
neste caso envolvendo-o a ele, à sua esposa, e à família de um médico da De resto, também em outras regiões da Europa, nomeadamente na
localidade, que também frequentava a associação. O episódio, aparentemen Inglaterra, França, Alemanha, Suíça, Itália e Espanha as investigações feitas
te frivolo, revela-se de significativa importância. Diz-nos que Serpa, sede de apresentam o associativismo voluntário de vertente cultural e recreativa
concelho, possuía, no final da década de 60 do século XIX, um clube que como um pólo de sociabilidade de especial vitalidade no século XIX, ganhan
promovia actividades de natureza recreativa; o termo de designação daquele do crescente importância e novos adeptos ao longo deste período. Dos
A diversidade das práticas 51
50 As redes de sociabilidade eborenses
diversos estudos ressaltam, para além das peculiaridades e ritmos próprios a vos próprios de cada país ou região, caracteriza, globalmente, o associativis
cada país ou região, alguns traços comuns, que são fundamentais para a com mo com objectivos culturais e recreativos. E nesta tendência europeia regis
preensão do fenómeno”
: 1) estas associações emergem num amplo espectro
4 tada ao longo do século XIX que se integra o surto de associações ocorrido em
de manifestações de sociabilidade, em grande parte oriundo de épocas ante Portugal. Claramente indicativo da consciência do entrosamento do caso
riores, acrescentando-lhe um factor de complexidade e contribuindo para português no processo europeu, é o título 1 dos estatutos da Assembleia Co
tomar mais densa a rede existente; 2) fazem parte das chamadas sociabili nimbricense, fundada nos anos de 1830: «Estabelecer e nacionalizar o espiri
dades formais, uma vez que a sua fundação e a sua vigência se estruturaram to d’associação, que tão poderoso e fecundo tem sido em proveitosos resulta
segundo princípios e regras estatutariamente definidos e conformes aos apa dos para as nações da Europa, que o desenvolvêrão, e aplicárão à instrução, e
relhos jurídicos nacionais; 3) inserem-se numa tendência de crescente com . Embora os estatutos das primei
progressivos melhoramentos d’industria»”
5
plexidade funcional do espaço urbano, sobre o qual os diferentes grupos ras associações eborenses não sejam tão explícitos, não é difícil admitir que
recortam, delimitam e inscrevem as marcas operativas da construção da sua também em Evora, onde, de resto, as associações pioneiras datam da mesma
identidade social; 4) enquadram-se na teoria da circulação de modelos, cons década, o exemplo de além-fronteiras tivesse funcionado como estímulo.
tituindo um dado da vida colectiva que, por emulação, se difunde do topo Quanto à importância do movimento associativo para a sociedade portu
para a base da hierarquia social: as primeiras associações deste tipo são guesa de Oitocentos, vale a pena recorrer às palavras acutilantes de Ramalho
dinamizadas, geralmente, por aristocratas ou burgueses, operando-se depois Ortigão, nas Farpas, em 1876: «Torne-se constantemente lembrado, sugeri
uma apropriação das suas características formais por parte de outros grupos; do, citado. Seja de todas as comissões honoríficas, promotoras, iniciadoras;
a par desta difusão que atravessa verticalmente o universo social, ocorre uma das associações filantrópicas, do Grémio, do Club, do Jockey-Club, do Club
outra que conduz à sua expansão geográfica, dos centros urbanos mais impor Naval, da Sociedade Humanitária, da Sociedade Protectora dos Animais, da
tantes até outros núcleos de menores dimensões; 5) proporcionam práticas Sociedade Primeiro de Dezembro, da Associação Promotora das Belas Ar
de sociabilidade selectivas, especialmente na sua configuração aristocrática . O acesso à elite, quando não ocorria por via do nascimento, exigia o
6
tes»”
e burguesa, dado que os critérios de admissão prescritos nos estatutos esta recurso a toda uma estratégia favorável à passagem «Do tamanco aos armi
beleciam filtragens de ordem sociológica e financeira, excluindo os indiví nhos» assim se intitula este trecho das Farpas em que as associações apa
—
—
duos que não correspondiam ao perfil traçado; mas são também selectivas, reciam como mecanismo fundamental no processo de reconhecimento pú
enquanto ilhas de sociabilidade masculina, traduzindo todo um conjunto de blico e aquisição de notoriedade. As associações entraram no quotidiano dos
alterações económicas, políticas e até mentais, que fizeram do espaço do portugueses pelo menos de alguns segmentos da sociedade e tomaram-
—
—,
méstico um santuário da privacidade, de tonalidade fortemente afectiva e -se ponto de referência incontornável nos ritos da mobilidade social e conso
feminina, de modo a que a convivialidade mundana masculina passou a lidação de prestígio. Adquirir e consolidar uma reputação pública que abrisse
desenrolar-se preferencialmente fora desta matriz; 6) consideram diversos caminho à consagração da pertença a um grupo de elite, implicava que os
autores que o impulso do associativismo voluntário do século XIX, no qual se interessados fossem capazes de distinguir os investimentos socialmente váli
englobam as associações culturais e recreativas, apareceu como forma inova dos para a prossecução de tais fins. A ênfase irónica de Ramalho Ortigão
dora de organização da vida colectiva, expressão do esboroar dos critérios de remete, precisamente, para os potenciais ganhos de capital simbólico que a
hierarquização e organização da sociedade de ordens, face aos eixos estrutu frequência das associações, e entre elas as de índole recreativa e cultural, po
radores da sociedade liberal e burguesa. A associação surge, neste contexto, deriam proporcionat
não apenas como resposta ao enfraquecimento das antigas solidariedades or Tendo em conta que as grandes linhas de evolução do associativismo
gânicas, mas também como marca da especificidade burguesa, que tem o seu eborense apresentam similitudes com o que ocorreu noutras partes do País,
espaço de afirmação no percurso que vai do indivíduo ao Estado, do privado não será abusivo considerar que o escrito por Ramalho Ortigão poderia, tam
ao público. bém, ilustrar o que se passava em Evora. Aqui o associativismo voluntário,
Os aspectos mencionados anteriormente funcionam como um mínimo laico, de objectivos culturais e recreativos, tornou-se um traço da vida colec
denominador comum que, para além das particularidades e ritmos evoluti tiva. Primeiro, polarizando o interesse dos grupos dominantes na sociedade
Á
Í
local, depois, à medida que o próprio número de associações aumentou, alar 24 ou do Monte
Asylo d’Infância Desvalida, da Sociedade Artística Eborense’
gando-se a outros sectores da população citadina”
. Traço da vida colectiva
7 ; favoreciam indivíduos merecedores da consideração
pio Geral Eborense’
25
que, acrescente-se, adquiria espessura e significado pelas marcas distintivas geral, como José Matias Carreira, empresário do próprio Teatro Eborense,
e de distinção que nele imprimiam os diferentes grupos, no âmbito do pro cujos revezes financeiros o fizeram passar por dificuldades, e em favor de
cesso de apropriação. ; podiam também reverter em favor de
quem se realizou um espectáculo’
26
cõmpanhias teatrais em dificuldade, como foi o caso da companhia espanhola
que passou pela cidade em 1865 127• A beneficência dos eborenses chegou
3.3. O teatro. mesmo além-fronteiras: por ocasião de um terramoto na Andaluzia, um movi
mento de briosa solidariedade culminou em animado sarau musical, elogiosa
Mais do que avaliar a importância das actividades dramáticas em Évora, mente noticiado pelo Manue/in/jo d’Evora ‘.
que alguns estudiosos da tradição teatral da cidade já historiaram”, importa Outras manifestações de sociabilidade que se realizavam no Teatro
compreender de que modo o teatro, enquanto referência espacial específica Eborense eram os bailes, largamente anunciados e comentados na imprensa
e actividade de cultura e recreio, contribuiu para a configuração da rede local. Pontualmente, podiam ter finalidade beneficente, a exemplo do que
de sociabilidades eborenses na segunda metade de Oitocentos. mas, de maneira geral, ocorriam entre Janeiro e a
teve lugar em 1863I29,
O teatro era merecedor de especial atenção por parte dos jornais locais, Páscoa, temporada dos bailes de máscaras, cujo apogeu era a quadra carnava
resultando daí um conjunto de textos que iam desde o mero anúncio dos lesca. As apreciações sobre a forma como decorriam variavam bastante, no
espectáculos até à sua apreciação crítica, passando pela descrição dos ambi entanto eram frequentes as notas positivas: os seus comentadores destaca
entes mundanos em que decorriam as récitas”
. No espaço do teatro realiza
9 vam-nos como as grandes ocasiões de divertimento público que tinham lugar
vam-se as mais diversas actividades, nomeadamente a dramatização sua —
. Isso não obstava a que, por vezes, os bailes particulares fossem
na cidade’
30
fundamental razão de existência os concertos musicais, e os bailes. Não
—,
que distinguir as que eram realizadas por amadores locais das que resultavam
multifuncionalidade dos espaços teatrais e se revelam como uma constante da visita à cidade de companhias e executantes de outras partes do País,
de toda a segunda metade do século XIX’
.
23 sobretudo Lisboa, ou até do estrangeiro. Os artistas espanhóis eram os que
De facto, a beneficência, fosse ela promovida pelas associações com mais frequentavam Evora, embora também acorressem artistas italianos ou
objectivos expressos, ou dinamizada por particulares que se juntavam para brasileiros que, depois de actuarem na capital, saíam em digressão pela pro
levarem a cabo acções pontuais de solidariedade social, gerou, em todo aque víncia.
le período, práticas de sociabilidade frequentemente realizadas no espaço
A distinção é pertinente porque, se antes da última década do século o
do teatro. As sessões musicais ou dramáticas podiam ser em benefício do
Teatro Eborense era o palco dos espectáculos dos amadores que viviam na
i
54 A diversidade das práticas 55
As redes de sociabilidade eborenses
cidade, foi após aquela data que cresceu o número das menções aos grupos ’, cujos empenhamento e contributo
José Maria Ramalho Dinis Perdigão’
4
locais de teatro amador, que actuavam preferencialmente nas novas socieda financeiro foram fundamentais para a viabilidade da obra. O empreendimen
des culturais e recreativas. Até então, o amadorismo dramático chegava ao to demorou doze anos até ser inaugurado, mas o resultado foi a fundação de
público especialmente através do espaço do Teatro Eborense, ou concretiza um espaço de cultura, convívio e recreio, com uma dimensão e grandiosidade
va-se em casas particulares, dando origem a apreciadas reuniões familiares. inéditas em Evora’
.
42
Também neste aspecto as sociedades culturais e recreativas de final do O perfil sociológico dos dinamizadores do projecto, bem como o resulta
século contribuíram para dinamizar a vida de sociabilidade, proporcionando do obtido acabavam por ser, quase vinte anos depois, a resposta às críticas
um maior número de espectáculos e alargando o universo dos espectadores. sobre o desinteresse dos grupos abastados em relação à dinamização dos
Em Novembro de 1863 um artigo na Voz dainfancia expunha a importân espaços de cultura e recreio na cidade de Evora. Não se estranhe, pois, que,
cia das representações teatrais no meio eborense. Sublinhava as vantagens a propósito de uma récita ocorrida no novo teatro, se evidenciasse o facto «de
que daí advinham para o comércio; o sentido de «civilização» que a cidade se ver ali, n’essa noute, o que ha de mais distinto na sociedade eborense»’
;
43
mostrava ao promover tais actividades; o aspecto pedagógico e didáctico que e que, na sequência de um baile de carnaval, um enlevado jornalista distin
elas comportavam, uma vez que funcionavam como «escola prática das guisse a presença de «formosas damas elegantissimas em sua vistosas toilet
teorias sociais, dos actos morais, de instrução precoce»’
. No entanto, estes
34 tes» num local onde «só reinavam o belio, o surprehendente, o admiravel»’
.
44
benefícios não pareciam convencer os eborenses a irem ao teatro, pois em Mesmo quando retornava a velha crítica sobre a fraca assiduidade do público,
1864’ um outro jornal local lamentava a pouca afluência de público, nomea os termos utilizados eram os seguintes: «a concorrencia dos espectaculoS
damente as pessoas abastadas, que sofriam a acusação de serem «incapaz[es] [quel tem sido diminuta muito depoe contra os costumes patriarchaes de
de sustentar qualquer empreza theatral, que aqui queira representar»’
.
36 certa camada da sociedade eborense que às vezes alardeia foros de elite,
Apesar destas queixas, também se registavam momentos de boa afluência de . Fundado pela elite
n’um meio que tresanda a egoismo e sensaboria»’
45
público, que os jornalistas se apressavam a elogiar’
. De qualquer modo,
37 eborense, era ao Garcia de Resende que essa mesma elite aparecia preferen
havia uma vivência própria dos espaços teatrais que transparece na imprensa cialmente ligada quando as suas práticas de sociabilidade mundanas eram
periódica da época: «senhoras nos camarotes e na plateia os habituais admi noticiadas pelos periódicos da época.
, ou seja, uma vida de relação, convivial, com a participação de
38
radores»’ 46 e o Teatro
No princípio do século XX, o Teatro do Palácio D. Manuel’
ambos os sexos, reunidos em actividades de cultura e recreio. 47 também realizavam récitas teatrais. No entanto, o Teatro
Evora Terrasse’
Em 1893 desaparece o Teatro Eborense, situado na Travessa das Casas Garcia de Resende continuava a ser considerado a primeira sala de espectá
, mas, já no ano de 1892, fora inaugurado o Teatro Garcia de Re
39
Pintadas’ culos de Evora, dizia o Notícias d’Evora em 13 de Novembro de 1909.
sende. Assistiu-se, durante a década de 90, como que a uma passagem do Independentemente da respectiva longevidade, importa relevar o facto de,
testemunho no que diz respeito aos espaços teatrais de Evora. As informa nos primeiros anos de Novecentos, terem coexistido na cidade três locais
ções da imprensa remetem para uma certa continuidade entre um e outro que, embora mais direccionados para as artes dramáticas, possibilitavam ou
local, quer do ponto de vista das actividades desenvolvidas, quer dos objecti tros eventos, fossem eles a música, a dança, ou até as inovadoras «sessões de
vos subjacentes cultura e recreação, com finalidades mundanas e, por
—
animatógrafo»’
.
48
vezes, beneficentes. O novo teatro merece análise diferenciada, pelo con As informações já coligidas sobre o teatro em Evora, destacam, sobretu
texto da sua fundação e as implicações dele no perfil sociológico dos indiví do, duas vertentes: o teatro como espaço que facilitava a ocorrência de
duos que frequentavam e eram protagonistas das práticas de sociabilidade aí manifestações de sociabilidade diversificadas, e a actividade dramática como
realizadas. A ideia da construção do teatro, como forma de se debelar a grave prática primacial e justificativa para a existência do próprio local. Uma refle
crise de trabalho verificada no distrito, mobilizou um grupo de eborenses e xão mais aprofundada sobre cada uma destas vertentes permitirá desenvol
conduziu à criação de uma sociedade anónima onde avultavam os proprietá ver interpretações até ao momento apenas enunciadas, e, com elas, aferir a
rios, médicos, advogados, e indivíduos ligados ao funcionalismo e ao exérci 1 importância do teatro na rede das sociabilidades eborenses de Oitocentos.
. Entre os accionistas, e logo com reconhecimento coevo, destacou-se
140
to Os teatros constituíam-se como espaços diferenciados na morfologia
56 As redes de sociabilidade eborenses
A diversidade das práticas 57
urbana eborense, quer pelo lado funcional (realização dos espectáculos),
quer renses em relação às actividades realizadas naqueles espaços, fossem elas o
pelos requisitos de acesso (pagamento do bilhete de entrada). Eram espaço
s teatro, a música, a dança, ou outras. Não será abusivo relacionar este facto
para o público, normalmente geridos numa perspectiva empresarial dos
laze com a dinâmica de sociabilidade gerada pelo crescente número de associa
res, e que só se tornavam financeiramente sustentáveis se conseguissem
ca ções culturais e recreativas, especialmente aquelas que possuíam grupos de
tivar um número significativo de pessoas. Ancorando-se na confluência
entre teatro de amadores. Afrequência do teatro entra nos hábitos de um número
os interesses dum universo mais ou menos fluído de espectadores e a
capa mais alargado de eborenses, reunindo em torno de si, além das elites, outros
cidade da iniciativa privada, distinguiam-se, por esta via, tanto das
soirées
realizadas em casas particulares, como das práticas de sociabilidade desen grupos que partilhavam uma prática de sociabilidade de recreio e formação,
volvidas no âmbito das associações voluntárias. Em relação a estas já destinada a ocupar alguns momentos de lazer. Existiriam públicos diferen
se es ciados em relação aos diversos recintos? Seria o Teatro Garcia de Resende,
clareceu que, salvo em ocasiões pontuais, apenas abriam as portas aos respec
tivos associados, de cuja quotização a sua sobrevivência financeira depend pela sua história, pelas suas condições materiais (comodidade da assistência,
ia. possibilidade de realização de espectáculos cuja dimensão e aparato dificil
Os teatros eram também espaços polivalentes, com actividades diver
sas, genericamente subordinadas à cultura, à convivência e mesmo à benefi mente se poderiam concretizar noutros locais) o grande polarizador de um
público mais abastado? Os dados coligidos apontam nesse sentido e, em
cência. Em qualquer dos casos, o «consumo mundano do espaço 49 teatral»’
eborense proporcionava toda uma vivência de relação, em que o ver e o ser Junho de 1990, o edifício continuava a ser considerado, pelo Notícias d’Evora,
visto adquiriam importância fundamental. Os jornalistas viam, ou não viam, a primeira sala de espectáculos da cidade.
a «elegância das damas» nos camarotes, viam, ou não viam, os respectivos Quanto à actividade dramática, alguns estudos identificam como uma
«admiradores», viam, ou não viam, a «elite». Comentavam globalmente importante tradição da vida cultural eborense a acção dos 50 amadores’ As
.
a representações podiam decorrer em reuniões familiares realizadas em casas
fraca ou significativa assiduidade do público, mas a sua atenção concentrava-
se, em especial, nos representantes do mundo elegante e da notabilidade particulares, como prática distintiva e 51
exclusivista’ nas sedes das associa
;
eborense. A frequência do teatro era um sinal de «civilização» da cidade ções culturais e recreativas, para divertimento dos 52sócios’ e nos espaços
;
, públicos de espectáculo existentes na cidade. Esta actividade, que no seu
fosse pelo alegado alcance pedagógico das peças, fosse pelos rituais de mun
danidade representados na plateia. conjunto se devia a motivações de diversa ordem, remetia para a existência
Os comentários da imprensa visavam sobretudo a elite da cidade, mas, de grupos que procuravam distinguir-se e individualizar-se no espaço social
de facto, aqueles espaços de sociabilidade eram frequentados por sectore eborense, mediante a operacionalização do seu capital cultural. As várias asso
s ciações voluntárias que dinamizaram o teatro de amadores constituem o
mais alargados da população eborense, indispensáveis para garantir a sua via
bilidade financeira. A própria configuração física dos recintos teatrais torna exemplo mais acabado desse investimento.
va-os especialmente aptos a receber um público heterogéneo, acantonado
em zonas distintas e distintivas (comodidade do lugar, visibilidade do palco
e respectivo montante do ingresso), dos camarotes da elite, aogalin/ieiro 3.4. Os cafés.
dos
menos abonados.
Até final do século, a cidade não consegue suportar, numa perspectiva Ainda no âmbito das práticas de sociabilidade efectivadas em recintos
empresarial, mais do que um desses espaços. Um ano após a inauguração fechados, há que fazer referência aos cafés existentes em Evora durante o
do século XIX. Em 1862, a imprensa local anunciava a abertura do «novo café»
Teatro Garcia de Resende desaparece o Teatro Eborense, ficando o primei
ro na rua da Porta Nova, com concertos todos os dias após o pôr do sol’ . As
53
a constituir a grande referência; só durante a primeira década do século
XX preocupações com a reputação e, por essa via, com a selecção de uma fregue
vão surgir mais duas salas de espectáculos com finalidades similares. Certa
mente que o número dos efectivos populacionais aumentou, e também não sia escolhida, justificam a publicidade sobre «a boa ordem, esmero e deligên
é cia no serviço bem como a decência» do . estabelecimen
5 4 to’
de excluir uma melhoria nas condições de vida das populações. No entanto
, Dois anos mais tarde, a imprensa anunciva o aparecimento de um novo
um outro dado a ter em conta será o de uma maior receptividade dos
ebo café, «superior aos outros que a cidade possui, mormente o bilhar com
58 As redes de sociabilidade eborenses A diversidade das práticas 59
Á
60 As redes de sociabilidade eborenses
r A diversidade das práticas 61
É certo que a imprensa manifestou algumas vezes o seu pesar pela Sem contradição com aquela característica, as touradas tinham, por ve
escassa frequência do Passeio Público, mas, desde a década de 60 até aos zes, objectivos beneficentes. Num período em que a Igreja perdia o monopó
primeiros anos do século XX, ele era regularmente mencionado nas páginas lio da caridade e o Estado ainda mal fazia sentir as suas atribuições no campo
dos jornais, pelas actividades que aí se concretizavam. Tudo parece indicar da assistência, a beneficência eborense dependia fundamentalmente da
que aquele espaço se integrou definitivamente na vida quotidiana dos vontade individual e/ou das associações particulares fundadas com esse ob
eborenses, sendo o grande ponto de actuação das bandas de música, civis ou jectivo. A tourada da sociabilidade podia ser, igualmente, a tourada da
militares. Nos anos 80 e 90, por exemplo, as sessões musicais chegaram a ter beneficência: em favor da Sociedade Artística Eborense, do Azylo d’Infância
uma periodicidade semanal, nas tardes de domingo à «hora do costume» —
Desvalida, da Casa Pia, dos Bombeiros Voluntários, do Montepio Eborense
expressão ilucidativa de uma certa rotina. O Passeio Público cumpria as suas ou, a título de exemplo, dos «famintos de Cabo Verde»’
.
73
funções de espaço de animação recreativa e cultural da cidade e eram fre Manifestações de sociabilidade com raízes fundas no imaginário eboren
quentes as acções de beneficência em favor das associações filantrópicas e se, as touradas suscitavam o interesse e a afluência de vastas camadas da
de utilidade geral. Ao som da música, um bazar angariava fundos de benefi população. Esta atracção sobre públicos diversificados legitimava, pela coe
.
68
cência’ xistência, uma sociedade que se reconehcia nas distâncias e hierarquias: no
O Passeio Público, lugar específico e delimitado na rede urbana, era «enorme recinto [...] completamente cheiro de espectadores [...J a um can
protagonista de uma sociabilidade burguesa, orientada para as actividades to, na sombra, uma grande quantidade de estudantes [...] nos camarotes a
lúdicas. Um traço da morfologia citadina, modulado pelas necessidades e elite eborense ostentava as suas toilletes luxuosas»’
. Sob a aparente inocên
74
pelos interesses daquele grupo: os espaços físicos da cidade eram, também, cia do pitoresco, do colorido local, transparecem os signos da diferença. Da
espaços de estilos de vida. multidão anónima distinguem-se alguns, pela identificação nominativa de
que são objecto quando da redacção da notícia; distinguem-se outros pelos
papéis sociais e estatutos de que estão investidos estudantes, elite; depois
—
3.6. As touradas. vem a distinção pelo olhar o realçar das vestes luxuosas, da ostentação
—
—
As redes de sociabilidade eborenses
recriações disponíveis no local da feira, nem sair dos seus circuitos habituais
de relações, podia participar em actividades mais de acordo com o seu estilo
de vida: os bailes realizados no Círculo Eborense’
, os espectáculos das gran
83
pos, mediante um processo de «capilarização» da vida quotidiana através da marchava a Banda da Real Casa Pia [...]. Incorporavam-se as confrarias do
religião. 5. Sacramento das freguesias de Sé, Santo Antão, São Pedro, bem como os
Acto de fé, a frequência das actividades religiosas cruzava no mesmo seminaristas, exm.° Cabido [...J seguindo-se o Pailio debaixo do qual condu
espaço de sociabilidade indivíduos de diversos estratos sociais, identificados zia o Santissimo Sacramneto, sua Ex.’ Rvdm.’ o Sr. Arcebispo acolytado por
por um elo religioso: «em última análise, a prática [era] o sinal de adesão, dois senhores conegos. Atraz do Pallio seguia a Camara Municipal, o sr. ge
quanto mais não seja formal, à Igreja e aos seus princípios»’
. A proximidade
93 neral Ferreira Sarmento, o tenente Raul Cordeiro, o sr. dr. Mario de Carvalho
dos corpos e a vigilância dos olhares, no espaço circunscrito do templo, mate Aguiar, Secretario do Governo Civil, representando o Chefe do Districto.
rializam diferenças no porte, no vestuário e nos comportamentos, que reme Administrador do Concelho Interino o sr. José Rosado Victoria, Comendador
tiam para as distâncias sociais existentes. Em Novembro de 1886, a um Te Francisco José de Mira, Secretario do Lyceu, sr. Augusto Calça e Pina, se
Deum solene na Sé, para festejar o aniversário natalício do rei D. Luiz, cretario da Camara Municipal sr. Augusto do Nascimento Salgado [...] seis
«Assistiram as autoridades superiores do districto, a municipalidade, empre bombeiros representando a Real Associação dos Bombeiros Voluntarios, o
gados de varias repartições, a officialidade da guarnição e do tribunal militar, agronomo Manuel Vicente Lobo Rodrigues Chicó, juiz de paz de St.° Antão,
e bastante povo»’
. O periodista identificou os representantes do aparelho
94 sr. José Claudino Pereira de Lima e toda a oficialidade do Estado Maior que
político, administrativo e militar, distinguindo-os em relação ao restante durante o percurso pegaram nas varas do Pallio. Fazia guarda de honra uma
«povo». Os templos funcionavam como instâncias de afirmação e integração força do destacamento de Infantaria n.° 11 [...] e respectiva banda, assim
das distâncias, de legitimação dos papéis, e adquiriam a sua plena dimensão como o grupo de Artilharia de Montanha e o Regimento de cavallaria n.° 5,
de espectáculo social, pelo brilho e solenidade do acompanhamento vocal e fechando o prestito uma força de polícia»’
.
97
instrumental, frequentemente utilizado nas missas. A procissão do Corpo de Deus era, indubitavelmente, uma prática de
Mas, as manifestações da religiosidade colectiva ultrapassavam as fron sociabilidade propícia à ostentação e consolidação das relações entre a Igreja
teiras do espaço fechado dos templos e projectavam-se nas ruas da cidade, e a vertente institucional e formal do poder temporal; à mobilização das di
pelas muitas e elogiadas procissões realizadas em Evora ao longo de toda a versas instâncias de poder com representação local; e à encenação dos rituais
segunda metade do século’
. O calendário religioso iniciava-se com a procis
95 de legitimação e de distinção dos indivíduos que participavam na cerimónia
são de Cinzas (Folhado Sul, 1867-3-13), prosseguia com a procissão dos Pas consubstanciando a personalização desse poder a maior ou menor proximi
—
sos (ibid., 1866-3-10), a procissão do Corpo de Deus (ibid., 1867-5-22) e a do dade em relação à relíquia sagrada era um importante factor de hierarquiza
Santíssimo Sacramento (Mamielinho d’Evora, 1896-7-27), para além de ou . A procissão-espectáculo invadia a cidade, dava-se a ver e adquiria si
98
ção’
tros cortejos processionais dedicados a diferentes santos ou ao culto mariano. . Em termos sociológicos
gnificação e inteligibilidade por esse mesmo facto’
99
De entre todas elas sobressaía, pela solenidade e esplendor, a procissão representava, simultaneamente, um processo de consagração das elites —
1
66 As redes de sociabilidade eborenses
culdades diárias inscritos nas suas artérias. O cortejo régio percorria várias
ruas, num desfile investido de todos os símbolos de poder e prestígio da
cas, quase sempre, bailes e bazar, sendo participadas por uma «multidão»
°
20 corte, por extensão reflectidos nos representantes locais que integravam o
em «fraternal convivio»
. Eram particularmente célebres as realizadas em
201 séquito. Seguiam-se as celebrações religiosas, a prestação de homenagem
honra de Nossa Senhora d’Ayres e do Santo António. A primeira era mesmo por parte dos representantes da população e das autoridades locais, e os
considerada «a principal entre as muitas que havia n’esta cidade»
, comen
202 banquetes comemorativos na residência de algumas pessoas ricas da cidade,
tário que parece qualificar estas manifestações como fenómeno de certa im nomeadamente no Palácio do Ramalho. A par destas solenidades decor
204
portância na rede de sociabilidades eborense da segunda metade do século riam, disseminadas pela cidade, toda uma série de actividades que contri
XIX. Tais sociabilidades concregavam o interesse de uma multidão anónima, buíam para criar um ambiente de excepção, de perturbação da rotina, vivido
que, assim, gozava alguns momentos de lazer e recreio, enquadrados e legiti pela cidade durante as visitas régias: o(s) teatro(s) promovia(m) espectácu
mados pelo calendário litúrgico. A solenidade da missa e da procissão contra- los; o Passeio Público iluminava-se a preceito e oferecia concertos; em alguns
punha-se o arraial, espaço informal de actividades várias onde a convivialida largos e praças efectuavám-se bailes, ouviam-se as bandas e gozava-se a ilu
de popular era soberana: um tempo de festa em ruptura com o quotidiano, se minação festiva; a praça de touros organizava touradas; e os mais pobres rece
bem que concretizado nas ruas, largos e praças das vivências diárias
.
203 biam dádivas dinheiro, vestuário e mantimentos para minorar as aspere
— —
Não cabe aqui fazer uma antropologia da dimensão festiva do fenómeno zas da vida
.
205
religioso, nomeadamente da articulação entre o litúrgico e o profano, no en A cidade em festa desdobrava-se em manifestações diversas e diferen
tanto pode afirmar-se que, no universo eborense do século XIX, essas rela ciadas, que proporcionavam aos grupos sociais as formas mais adequadas de
ções eram estreitas, de fronteiras subtis e ambíguas, submetidas ao poder assinalar o momento. O cortejo era o ponto alto da identificação da cidade
regulador das instâncias religiosas e laicas. As festividades desdobravam-se com o símbolo máximo do poder nacional; todas as outras manifestações,
numa fenomenologia complexa, que cumpria funções de distinção e integra embora participando do mesmo processo de identificação, se inscreviam na
ção social, e adquiria inteligibilidade, tanto pelo perfil sociológico dos seus
1 diferenciação social característica da cidade, conduzindo a práticas de socia
participantes, como pelas actividades em que se objectivava; mas eram bilidade distintas e distintivas, efectuadas em espaços diversos, também
também, um símbolo de identificação da cidade como um todo, pela função eles, por um efeito de homologia, tradutores da complexidade sociológica do
integradora da religião. universo eborense. Era essa diferenciação social que, em última análise, a
riqueza fenomenológica em que se consubstanciavam as visitas reais a Evora
acabava por legitimar e daí, precisamente, a sua operacionalidade enquanto
3.9. Festividades e comemorações profanas. processo de identificação da cidade e, também, a sua força integradora.
O programa das celebrações do 1.0 de Dezembro (outro símbolo da
As comemorações dos símbolos do poder temporal, embora comportas- identidade nacional) ilustrava igualmente a lógica subjacente ao desdobra
sem aspectos integrados pelo cerimonial religioso, apresentavam também mento das actividades: para além do TeDeum na catedral, havia música pelas
uma efectivação laica relativamente autónoma, disseminada por diferentes bandas filarmónicas que, concentradas na Praça do Geraldo, percorriam
espaços da cidade. . Acções
depois diversas ruas, bodo aos pobres, e sarau literário no teatro
206
As visitas da família real, com uma dimensão ostentatória muito vincada concretizadas em espaços abertos ruas, largos e praças destinadas a serem
— —
(tratava-se do símbolo máximo do poder temporal), obedeciam a esta matriz participadas pela população comum; beneficência, para a data assinalada
de concretização. Toda a população deveria sentir a força integradora que a chegar aos mais necessitados sob a face da solidariedade; finalmente o sarau
presença real comportava, através de estratégias diversas de suspensão do literário no espaço do teatro para aqueles cujas competências sociais e
— —,
quotidiano. A cidade transfigurava-se, engalanando-se, disfarçando como culturais possibilitavam a sua fruição. Embora com aparato mais modesto, as
podia (verdura, arcos triunfais, colchas nas janelas, iluminações temporárias, celebrações do 1.0 de Dezembro partilhavam dos mesmos símbolos de dife
nomeadamente na casa da câmara e nos largos dos arraiais) os sinais das difi renciação e integração que as das visitas régias.
68 As redes de sociabilidade eborenses 69
A diversidade das práticas
Mas, para além das comemorações e festividades relativas às celebra gados: as listas nominativas, bem como os locais de destino, eram minuciosa
ções dos símbolos de identidade nacional, todo um outro conjunto de
mente apresentados, o que deixa antever não apenas a importância do
manifestações funcionava como mecanismo de legitimação das autoridades evento em si mas também a notoriedade local das pessoas arroladas; por ou
locais, civis e militares: as festas decorrentes do retorno do governador civil à tro lado, um tal relevo não pode deixar de ser entendido como uma mensa
cidade após visita pelo distrito, ou o regresso de manobras do Regimento de gem para o interior da própria cidade, mediante a qual se traçava uma linha
Cavalaria n.° 5. Uma comitiva de recepção constituída pelas pessoas «princi de fronteira entre os que ficavam e os que partiam, e se identificavam estes
paes» e «notaveis» da cidade, percorria as ruas enfeitadas com flores e ban
últimos como um grupo que, pelas circunstâncias, gozava de atributos co
deiras, num desfile de carruagens e cavaleiros que acompanhava o(s) home muns.
na-geado(s), ao mesmo tempo que eram lançados foguetes alusivos. As Em 1864, a Folia do Sul noticiava a abertura de um estabelecimento de
bandas filarmónicas eram também chamadas a intervir e animavam as festi banhos termais no Luso. Era uma informação breve, pouco desenvolvida,
208
vidades populares (bailes e iluminações), como aconteceu na rua de Aviz,
como se fosse dirigida aum público perfeitamente a par do tema. De facto,
quando do regresso do governador civil, e no largo dos Castelos, no caso da
os eborenses participavam destas sociabilidades sazonais. O mês de Setem
Cavalaria n.° 5207 bro era normalmente aquele em que se assistia à debandada das famílias e,
Estas celebrações comportavam uma vertente solene, mediante a qual as 209 as listas discriminativas dos que tinham
nessa altura, surgiam nos jornais
autoridades institucionais e o grupo que lhe estava mais próximo exterioriza saído da cidade e estavam «em praias, thermas e digressões»
.
210
vam os sinais de poder e prestígio de que estavam investidos, dando-se a ver paragens? O recreio sem dúvida, mas
Que buscavam os eborenses nessas
em desfile de consagração, num processo de legitimação das suas posições as motivações relacionadas com a saúde também estavam presentes. O jo
relativamente à cidade que os recebia. Depois seguiam-se as sociabilidades coso comentário do jornalista do Ma,iueliiilio d’Evora, em 1881, é prova disso
populares, prolongamento das encenações do poder, aqui na sua dimensão mesmo: «Nota-se a este respeito um facto conhecido: ha em Evora onze
integradora. facultativos e apenas dois foram a banhos, e d’esses um nem exerce a clinica,
A semelhança das celebrações de origem religiosa, as festividades profa . Claro que o autor da frase omitia um
e o outro pouco ou quasi nada»
211
nas, para além de uma maior ou menor exuberância fenomenológica, caracte aspecto fundamental: ir a banhos ou, de forma mais genérica, em digressão,
rizavam-se pela disseminação espacial através do tecido urbano. Transfigura pressupunha disponibilidades de tempo e de meios materiais para a viagem
vam as ruas das vivências quotidianas em palcos de festa, faziam delas locais
e estadia. Não seria mero acaso, ou simples questão de discernimento inte
privilegiados, mas não exclusivos, da legitimação/encenação das relações de lectual, o facto de somente os dois facultativos mais longinquamente ligados
poder, tanto na sua vertente diferenciadora como de integração do universo à actividade profissional terem adoptado aquela prática. Ir a banhos implica
sociológico eborense. Daí advinha, precisamente, a mobilização de outros va um esforço financeiro inacessível à maior parte dos eborenses. Provavel
espaços de sociabilidade que, envolvidos no processo de identificação da
mente, os facultativos a que o artigo se referia teriam outras fontes de ren
cidade, surgiam, nesses momentos, não com espaços segmentares, mas como dimento que não as resultantes do exercício da actividade decorrente da
um todo, inteligível pela referência ao dito processo. respectiva formação académica. Só em finais do século apareceram nos
jornais locais indicações de que tal prática tendia a generalizar-se: os cami
nhos-de-ferro vendiam «nas linhas de sul e sueste, de 1 de julho a 15 de
3.10. Em vilegiatura ou a busca de outros espaços.
—
i
—
nomes apareciam nos jornais. Em relação a eles sabia-se, até, para onde se
expressão corrente da época. A razão da inclusão destas práticas no âmbito deslocavam, informação que permitiu estabelecer algumas tendências no
da rede de sociabilidades eborense prende-se com dois motivos, aliás interli que diz respeito aos locais preferidos. Em 1881213 e 1882214, Setúbal, Ericeira
r
70 «Entre práticas e representações»: uma rede significante 71
As redes de sociabilidade eborenses
— como fonte de recreação e medida profiláctica ou terapêutica, cujas raízes dino incluindo o doméstico resultante da «contínua
—
—,
72 As redes de sociabilidade eborenses «Entre práticas e representações»: uma rede significante 73
cácia’ baseada em critérios ‘racionais’ [...] não apenas ao campo da indústria descontínuos e delimitados
, que os jornalistas eborenses do tempo iam
231
e da expansão económica, como ainda nas esferas social e cultural»
. A
5 buscar os exemplos mais ilustrativos, explicitados pelos atributos de «ele
dinâmica de especialização dos espaços de sociabilidade pode ser considera gância», «bom gosto», «esmerada educação», e «illustração».
da como a projecção desta matriz «racional» na configuração da rede urbana, Submetidos a uma crescente interdependência funcional no domínio
traduzindo a congruência entre a institucionalização simbólica e organizaci das relações pessoais e a um monopólio da violência pelos centros políticos,
onal e o centro político
.
226 os indivíduos incorporavam nos seus comportamentos uma maior contenção
Em princípios de 1860, um periodista queixava-se da fraca participação e regulação das pulsões, referentes que funcionavam também como sinais de
na vida de sociabilidade, considerando que os eborenses apenas acorriam às distinção dos estratos sociais superiores, numa estratégia de distanciamento
festas religiosas
. A cidade oferecia poucos espaços de sociabilidade: três
227 e diferenciação face a outros grupos. Isto clarifica a preferência dos periodis
associações de natureza cultural e recreativa, um único teatro público, raros tas eborenses em noticiarem os chamados «comportamentos civilizados»;
cafés — ao ponto de o inaugurado em 1862 ter sido objecto de notícia de 1 explica o facto de as manifestações de violência não transparecerem nas
talhada no Schoksiico Eborense
. Quanto ao Passeio Público, era uma criação
228 actividades desenvolvidas naqueles espaços; e configura o perfil sociológico
recente. A situação era já algo diferente no virar do século: não tanto pela dos indivíduos como pertencentes ou aproximando-se dos estratos superiores
emergência de novas práticas de sociabilidade, mas sobretudo pela prolifera da sociedade eborense de Oitocentos-°.
ção dos espaços que favoreciam as tendências inovadoras verificadas no Ainda que alguns dos espaços mencionados praça de touros, teatros,
—
í
1 Cft Roger Chartier, A Histó,ia Cultural. Entre Práticas e Representações, Lisboa, 1988, p. 23.
2 Sobre a questão da vertente burguesa e civilizadora do jornalismo português oitocentista
cfr., nomeadamente: José Tengarrinha, História da Imprensa Periódica Portuguesa, Lisboa,
1 35 Ibid.
Notas
36 Embora o jornal tenha sobrevivido pouco tempo cerca de um ano a importância do artigo
— —
citado justifica a sua inclusão no quadro das representações das sociabilidades eborenses.
75
1965, p. 144; Maria de Fátima Nunes, «O publicismo e a difusão dos conhecimentos úteis», 37 AA/vorada, o.» 21, 1903-12-31, p. 1.
in António Reis (dir.), Portugal Contemporâneo 1820-1851, Lisboa, 1991, p. 238; Maria de 38 Ibid.
Lourdes Lima dos Santos, Intelectuais Portugueses na Primeira Metade de Oitocentos, Lisboa, 1988, 39 V. António Francisco Barata, Noites de Evora, o.» 1, Evora, 1897, pp. 3-4.
p. 147-48; id., «Sociabilidade, comunicação e aprendizagem», inAntónio Reis (dir.), Portu 40 A ideia de que a dinâmica do movimento associativo é um indicador privilegiado para a
gal C’ontemporâneo 1820-1851, Lisboa, 1991, p.377. apreensão das características das relações de sociabilidade, foi a hipótese teórica seguida
3 Gil do Monte, O Jornalismo Eborense, 2. ed., Evora, 1978. por Maurice Agulhon no seu livro Le Cercle duns la France Bougeoise (Paris, Mouton, 1977).
4 Não está feito um estudo sobre a imprensa eborense que permita a obtenção de elementos Posteriormente este mesmo autor (no prefácio à edição de 1984 da obra Phzitents etfranc
mais específicos sobre a identificação dos seus produtores e receptores (posição relativa no maçonsdel’anciennePivvence, Paris, 1984, 1 cd. 1968), reconsiderou tal hipótese integrando o
.
espaço social, volume e composição do seu capital) ou até sobre os meios de difusão da movimento associativo num mais vasto conjuntode indicadores, igualmente operativos no
mesma. Gil do Monte (op. dt,) não trata, nem esse é o seu objectivo, estas questões. estudo daquela temática.
5 Roger Chartier, op. ci!., p. 23. 41 Pierre Bourdieu, op. dt., p. 14.
6 Cfr. Pierre Bourdieu, O Poder Simbólico, 1989, p. 139. 42 Cfr. Eça de Queirós, Uma C’ampanha Alegre, Lisboa, s/d., p. 224.
7 RogerChartier,op.dt.,p. 17. 43 Maria de Lourdes Lima dos Santos, Para uma Sociologia da Cultura Burguesa em Portugal no
8 Cfr. Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. dt., pp. 174-78. Século XIX, Lisboa, 1983, p. 38. Sobre a questão da crescente especialização funcional da
9 Ibid.,p.176.
10 Cfc Vitorino Magalhães Godinho,A Estrutura daAntiga Sociedade Portuguesa, Lisboa, 1975, p. 25.
11 Cft Pierre Bourdieu, La distinction. Critique sociale dujugemeut, Paris, 1985, pp. 112, 139-44,
189-93.
1 casa burguesa e consequente diferenciação entre as zonas franqueadas aos visitantes e as
que eram do domínio exclusivo da família ver também Adeline Daumard, Les bouigeois et hi
bouigeoisieen France, Paris, 1987, pp. 105-16 e Roger-Henri Guerrand, «Espaços privados», in
PhilippeAriès e Georges Duby (dir.), História da VidaPrivada. DaRevoluçãoàPrimeira Guerra,
12 Cfr. Giuliana Gemelli e Maria Malatesta, «Itroduzione. Le avventure della sociabilità», in vol. 4, Porto, 1990. pp. 332-35.
G. Gemeili e M. Malatesta (introd. e dir.), Forme di sociabilità neila storiografia fraucese 44 Para a identificação de todos os jornais consultados ver a bibliografia final, na secção
contemporauea, Milano, 1982, p. 102. dedicada às fontes impressas.
13 Eça de Queirós, Da C’o/aboração no «Distrito de Evora», fl186V, Lisboa, s/d., p. 111. 45 Manuelinhod’Evora, n.» 222, 1885-4-21, p. 2.
46 Folhado Sul, n.» 342, 1867-10-23, p. 3.
1
14 Id., Uma C’ainpan/ia Alegre, Lisboa, s/d,, p. 225.
15 Folhado Sul, n.° 178, 1866-06-07, p. 3. 47 Manue/inhod’Evora, n.» 205, 1884-1-23, p. 3.
16 Ibid. 48 Ibid., n.» 460, 1890-2-23, p. 2.
17 Follhado Sul, n.» 342, 1867-10-23, p. 3. 49 Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. dt., p. 177.
18 Nuno L. Monteiro Madureira, Inventários Aspectos do Consumo e da Vida Material em Lisboa nos 50 Ver, por exemplo o Manuelinho d’Evora, n» 59, 1882-3-7, p. 2, o,» 106, 1883-1-30, p. 3, n.»
Finais do Antigo Regime, Lisboa, Dissertação de Mestrado em Economia e Sociologia Históri 205, 1884-1 -23, p. 2 e o.» 460, 1890-2-23, p. 2.
cas, UNL-FCSH, 1989, p. 161. 51 Ver por exemplo o Notícias d’Evora, n.° 2925, 1910-7-5, p. 2, em que a data de realização da
19 Folhado Su4 n.» 190, 1866-03-23, p. 2. soirée coincide com o dia de São Pedro (mais exactamente na noite de 28 para 29 de Junho).
20 Ibid., n.» 63, 1864-11-27, p. 2. 52 Ibid. A soirée a que se refere a nota anterior decorria no dia de São Pedro e na semana da feira
21 Ibid., n.° 29, 1864-03-27, p. 3. de São João.
53 Ver por exemplo oManueliuhod’Evora, o.»’ 263, 1886-2-2, p. 3 e 285, 1886-7-6, p. 2.
22 Ibid., n.° 178, 1866-02-07, p. 3.
54 Ibid., o.» 424, 1889-6-1 6, p. 3.
23 Manuelinhod’Evora, n.° 10,1881-03-22, p. 2.
55 Cfr. João Lourenço Roque, «Coimbra de meados do século XIX a inícios do século XX.
24 Ibid., n.° 14, 1882-06-14, p. 1.
Imagens de sociabilidade urbana», Revista de História das Ideias, vol. 12, Coimbra, 1990, p.
25 Seria Gabriel Pereira (»G. P») o autor do folhetim?
305, mostra precisamente que as soirées podiam ocorrer por outros motivos que não apenas
26 Cfr. Eça de Queirós, op. dt., p. 111.
os inventariados a partir da imprensa eborense.
27 Manuelinhod’Evora, n.° 27,1881-07-19, p. 2.
56 Sobre da questão das motivações, oportunidade e sabedoria de receber e retribuir visitas ou
28 António Francisco Barata, Noites de Evora, n.° 1, Evora, 1897, pp. 3-4. promover reuniões privadas, entre as quais as soirées ver, para o caso português, Maria de
29 Cft Pierre Bourdieu, op. dt., p. 143. Lourdes Lima dos Santos, op. dt., pp. 43-45. Para uma perspectiva comparada veja-se, por
30 Manuelinhod’Evora, n.° 767, 1896-02-1 6, p. 1. exemplo, Anne Martin-Fugier «Os ritos da vida privada burguesa», in História da Vida
31 CftEçadeQueirós,op.dt.,p. 111. Privada. Da Revolução à Primeira Gueira cit., pp. 205-8 e 211-15; Maurice Agulhon, Le cercie
32 CfL Manuelinho d’Evora, n.» 767, 1896-02-1 6, p, 1. dansla Franceboutgeoise, Paris, 1977, p. 25; Adeline Daumard, «La vie de salon co France dans
33 Eça de Queirós, op. dt., p. 164. la première moitié duXlX’ siècle», in Etienne François (dit), Sociabilitéetsociéte’bougeoiseen
34 Cft oManuelinhod’Evora, n.» 767, 1896-02-16, p. 1. France, enAllenague e! eu Suisse (1 750-1850,), Paris, 1986, pp. 81-92.
76 As redes de sociabilidade eborenses
Notas 77
78 Coileção de leis e outros documentos offidaespublicados no ano de 1839, nona série, Lisboa, 1839.
57 Folhado Sul, n.° 342, 1867-10-23.
79 Manuel Carvalho Moniz, A Praça do Giraldo, Evora, 1984, p. 199.
58 Cfe Pierre Bourdieu, op. dr, pp. 278-80.
80 Estatutos da Sociedade União Eborense, Evora, 1917 (reimpressão dos estatutos aprovados
59 Estes múltiplos aspectos que caracterizavam a forma como decorriam as soirées aparecem
em 1872-4-1 3).
referidos em vários artigos da imprensa eborense, veja-se por exemplo: Folha do 3,11, n.° 282,
81 Cfr. Manuel Carvalho Moniz, op. cit., p. 200.
1867-3-16, p. 3; n.° 308, 1867-5-14, p. 3; n.° 342, 1867-10-23, p. 2; Manuelinho d’Evora, n.°
82 Ibid.,pp.201-4.
59, 1882-3-7, p. 3; o.» 106, 1883-1-30, p. 3; n.° 205, 1884-1-23, p. 2; n.° 222,1885-4-21, p. 2;
83 A polémica sobre os maleficios do jogo, principalmente o de azar e envolvendo importantes
n.° 263, 1886-2-2, p. 3; n.° 285, 1886-7-6, p. 3; n.° 424, 1889-6-16, p. 3; n.° 460, 1890-2-23,
somas de dinheiro, aparecia periodicamente na imprensa eborense. As críticas e as acusações
p. 3; Nor/das d’Evora, n.° 2799, 1910-2-5, p. 3; n.° 2925, 1910-7-5, p. 2. apontavam certos grupos e certas sociedades, mas nunca identificavam explicitamente os vi
60 Cft Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. dt., pp. 15, 20-25, 44-45.
sados. No entanto, a crer nas palavras deAntónio Francisco Barata (Noites de Evora, n.° 1, Evora,
61 Cfr. Pierre Bourdieu, op, dt.,pp. 134-36.
1897, pp. 3-4), as sociedades recreativas eram, por vezes, palco desse tipo de actividade.
62 Georg Simmel, Socio/ogie etEpisthizologie, Paris, 1981, p. 136.
84 O requisito, transcrito dos estatutos da Sociedade União Eborense era comum, ainda que
63 Manue/inhod’Evora, n.° 106, 1883-1-30, p. 3.
por outros termos, a qualquer uma das outras sociedades culturais e recreativas fundadas em
64 Ibid., n.» 222, 1885-4-21, p. 2.
Evora na primeira metade do século XIX.
65 As informações recolhidas não permitem estabelecer fronteiras claras entre burgueses e
85 O exemplo foi retirado dos Estatutos da Sociedade União Eborense, no entanto este
aristocratas quanto à promoção e frequência das soirées. Se distinções havia não eram visíveis
especto aparece como uma característica comum a este tipo de associações, o que permite a
nesta forma de sociabilidade, embora algumas vezes se mencionasse que as reuniões
sua caracterização como espaços de sociabilidade masculina por excelência.
decorriam em casa de famílias ligadas ao sector nobiliárquico: o barão de Torralva (Manueli
86 Cfr. António Francisco Barata, op. dt., p. 3.
nhod’Evora, n.° 106, 1883-1-30), o visconde da Serra da Tourega (ibid., o.» 205, 1884-1-23)
os Coelho Villas Boas (ibid., n.° 222, 1885-4-21) e os Torres Vaz Freire (Notídas d’Evora, n.»
2925, 19 10-7-5). Os demais apelidos familiares não apontam, pelo cotejamento que se fez
1 87 Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. cit., pp. 366-70.
88 Cfr. ADE-NGC, 1888, maço n.° 388.
89 Já em 1882, o Governador Civil de Lisboa, «com o intuito de controlar as actividades dos
com outro tipo de informações, para a existência de ligações precisas à aristocracia. Refiro-
republicanos», obrigava os centevs políticos da capital a submeterem os estatutos à aprovação
me aos Didier (Folhado Sul, n.° 282, 1867-3/-16), aos Gançoso (ibid., n.° 342, 1867-10-23),
do governo, o que obrigou os clubes republicanos a registarem-se como associações de recreio
aos Costa Pereira (Mamielinho d’Evora, n.° 52, 1882-3-7), aos Margiochi (ibid., n.° 285, 1886-
e beneficência (cfr. Pedro Tavares de Almeida, Eleições e Cadquismo no Portugal Oitocentista
7-6), aos Bugalho (ibid., n.° 263, 1886-2-2) aos Meneses Gouveia (ibid., n.° 424, 1889-6-1 6),
1868-1890, Lisboa, Difel, 1991, pp. 128-29).
aos Vitória, Chaby, e Sotto Mayor (ibid., n.° 460, 1890-2-23). De resto, e este ponto é fuicral
90 Cfr. Silva Godinho, «Temas oitocentistas eborenses», Cidade de Evora, n.° 67-68, 1984-85,
para a compreensão do que eram e representavam as sociabilidades das soirées: os participan
tes eram caracterizados, conforme já referi do corpo do trabalho, como a «melhor socieda pp. 39-67.
91 Ibid.
de» (Manue/inho d’Evora, n.° 205, 1884-1-23, p. 3) ou a «elite dEvora» (ibid., n.° 460, 1890-
92 ADE-NGC, 1892, maço 293. Embora a Associação Comercial fosse uma associação de classe,
-2-23, p. 2). Realçava-se o que constituía factor de coesão, em detrimento de virtuais
o facto de a sua sede proporcionar aos respectivos sócios oportunidades de convívio e lazer
clivagens resultantes de origens sociais diferenciadas.
terá levado o administrador do concelho a contabilizá-la nas associações de recreio.
66 Cfe Nuno L. Monteiro Madureira, op. cit., pp. 160-63.
93 Este agrupamento nasce da Associação Filantrópica Academia Eborense e aparece como o
67 Cft Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. dt., pp. 370-72.
grande acontecimento do 1.’ de Dezembro de 1900 (cfr. J. M. Monarca Pinheiro, Me,nódado
68 Cfr. Maurice Agulhon, op. dt., p. 25 e Adeline Daumard, op. dt., pp. 81-92. Ambos fazem recuar
Liceu, Evora, 1991, p. 33).
os testemunhos das sociabilidades de soirées ao Antigo Regime e a última autora considera que
94 Cfr. João Lourenço Roque, «Coimbra de meados do século XIX a inícios do século XX.
elas são prática ainda visível na sociedade francesa até à Segunda Guerra Mundial.
Imagens de sociabilidade urbana», Revista de História das Ideias, vol. 12, 1990, pp. 301-37.
69 Norbert Elias, O P,vcesso Civilizadoital, vol. II, Lisboa, 1990, p. 243.
95 Rui de Ascensão Ferreira Cascão, Permanênda e Mudança em Duas Comunidades do Litora1.
70 Ibid., p. 244.
Figueira da Foz e Bua,ros entre 1861 e 1910, vol. II, Coimbra, 1989, pp. 809-18.
Ibid., p. 245.
96 Cfr. Ramalho Ortigão,AsFa,pasl, Lisboa, 1986, p. 151.
72 Ibid., p. 246.
97 Ibid., p. 152.
73 Nuno L. Monteiro Madureira, op. cii, p. 160.
98 Cfr. Norbert Elias, op. dt., p. 244.
74 Michelle Perrot, «Maneiras de habitar», in História da Vida P,ivada Da Revolução à Primeira
99 Sobre a questão da imitação do modelo do associativismo burguês por parte dos grupos
Guerra cit., vol. 4, p. 307.
populares veja-se o capítulo «La sociabilitã di Maurice Agulhon», in Maria Malatesta e
75 Georg Simmel, op. dt., p. 127.
Giuliana Gemelli (int. e dir.), Fonne disociabilità nellastoriografiafrancese contelnpotrnlea, Mila
76 Aprovado por portaria régia expedida pela 3.’ repartição do Ministério do Reino, em 9 de
no, 1982, pp. 65-68.
Janeiro de 1837 (informação recolhida no maço de correspondência do Círculo Eborense).
100 Cfr. A. H. de Oliveira Marques, A Primeira República Portuguesa. Alguns aspectos estruturais,
77 Estatutos do Círculo Eborense, título 1.»: dos sócios art. 1.0. A transcrição dos estatutos
—
1
quia», inAntónio Reis (dir.), Portugal Contemporâ,ieo 1851-1910, Lisboa, 1991, p. 95.
alterações em relação aos iniciais.
78 As redes de sociabilidade eborenses Notas 79
102 António Joaquim Lopes da Silva, Repertório fatídico Portuguez, voL V, Coimbra, 1886-99, p. 324. 119 As notícias e artigos referentes às actividades ocorridas nos espaços teatrais só tinham
103 Cfe Maurice Agulhon, Le ce,r/e dons la France boiugeoise 1810-1848cit., pp. 32-34. paralelo na imprensa local, no que diz respeito à quantidade de informação, com as que
104 Cfe David Justino, A Formação do Espaço Económico Nacional, 1810-1913, voL 1, Lisboa, 1988, anunciavam ou descreviam as cerimónias religiosas. Este aspecto é, em certa medida, um
pp. 363-73. dado significativo para a delimitação dos grandes focos polarizadores das práticas de sociabi
1
105 Cft MauriceAgulhon, op. dt., pp. 32-34. lidade eborenses na segunda metade de Oitocentos.
106 Carlos Basto, Viagem a Beja e Evora em 20 defmiho de 1867, 3 vois. (manuscrito inédito). 120 Por vezes o referido teatro aparecia também coma designação de Teatro das Casas Pintadas,
107 Ibid., vol. II, p. 20. conforma vem esclarecido no jornal Fo/Jia do Sul, n.° 172, 1866-1-17, p. 4.
108 O estudo dos escritos deste lavrador e proprietário do concelho de Serpa, que viveu entre 121 Scho/astico Eborense, n.° 10,1862-2-15, p. 2; n.° 11, 1862-3-1, p. 2; n.° 12,1862-3-15, p. 3; n.°
1832 e 1889, foi feito por A. C. Matos, M. C. Andrade Martins e M. L. Bettencourt, Senhores
13, 1862-4-1, p. 2.
da Te,ra Diário de irni AgiicultorAlentejano (1832-1889), Lisboa, 1982.
122 O Azylo dInfáncia Desvalida de Evora era uma instituição de assistência que se propunha
109 Ibid.,p.181.
amparar e auxiliar as crianças órfãs, fundada em 2 de junho de 1858 por iniciativa de Maria
110 fbid.,p.146.
Inácia Braancamp de Matos Fernandes e seu marido, o comendador José Maria de Sousa
111 Ibid.
Matos, e inicialmente instalada em parte de uma casa cedida pelo casal (Manuelinhod’Evora,
112 Jbid.,p.12.
n.° 419, 1889-5-19, pp. 2-3).
113 O baile realizado enquadrava-se nas comemorações da festividade dos Prazeres (efe a op. dt.
123 Este aspecto liga-se com uma questão já abordada quando da análise do movimento associa
na nota anterior, p. 46).
tivo eborense de Oitocentos: o Asylo dInfancia Desvalida, não sendo uma associação de
114 As referências que se seguem ilustram alguns dos estudos realizados em diversos países sob a
temática do associativismo voluntário em especial o de vertente cultural e recreativa—, sobre carácter cultural e recreativo mas sim de beneficência, também podia promover práticas de
—
os quais me baseei para elaborar a sistematização apresentada no corpo do trabalho: Inglaterra: sociabilidade. Isso ocorria normalmente quando esta ou outras associações do mesmo tipo,
Crane Brinton »Clubs»,Encyclopedia of tlie Social Sciences, voL III, NewYork, 1931, pp. 573-77; necessitavam suprir dificuldades financeiras a que o Estado, dado o enquadramento jurídico
Peter Bailey, Leisure and C/ass iii Victoriari Eng/and 1830-1885, London, 1978, pp. 57-80 e 106-23. existente, não respondia; no entanto, tais associações não eram fundadas com a finalidade
França, Alemanha e Suíça: além da obra de Maurice Agulhon, Le cen-le dans la France bomgeoise de possibilitar a fruição da vida de relação, de sociabilidade, em contraposição ao que
cit., e G. Gemelli e M. Malatesta (introd. e dit), Forme di sociabilità izeila storiogrfiafrancese sucedia com as que apresentavam objectivos culturais e recreativos.
contemporanea cit., existem publicações que são o resultado de encontros de trabalho entre 124 Manuelinhod’Evora, n.° 243, 1885-9-29, p. 3.
investigadores dos países mencionados, nomeadamente: Et. François (dir.), Sociabilitéetsociétí 125 Ibid., n.° 262, 1886-1-25, p. 2.
boa,geoiseen FranceenAllemagneeten Saisse 1 750-1850, Paris, 1986; SociétésetsociabilitéaaXlX
sièck,
5 126 Folha do Sul, 1865-2-15, p. 3.
Colloque à lUniversité de Lausanne, Lausanne, 1986; Françoise Thelamon (die), Sodabili!é 127 Ibid., n.° 119, 1865-7-1 2, p. 3.
pouvoin et sociáte’, Actes du Colloque de Rouen 24-26 novembre 1983, Rouen, 1987. Itália: 128 Manuelinho d’Evora, 1885-3-31, p. 2.
Maria Malatesta (a cura di), Sociabi/ità nobi/iare, sodabi/ità botghese, Cheiron, n.° 9-10, 1989. 129 Schoua.stico Eborense, n.° 219, 1863-4-10, n.° 50, p. 3 (este baile foi promovido por um grupo de
Espanha: Antonio-Miguel Bernal, e Jacques Lacroix, ‘Aspects de la Sociabilité Andalouze. «cavalheiros da cidade» e reverteu em favor das «madres do convento do Calvário»).
Les associa tions sevillanes (X1X-XX a.)», Mélangesde la Casa de Ve/asquez, t. XI, Paris, 1975, pp. 130 Cfr. por exemplo a Folhado Sul, n.° 172, 1866-1-17, p. 3 ou o Manuelinho d’Evora, n.» 55, 1882-
435-507; Gary Wray Mcdonogh, Las buenasfamilias de Barcelona. Historia socialde/poder eu la era -2-7, p. 3.
industrial, Barcelona, 1989, pp. 242-62. 131 Fol/,adoSu/, n.° 182, 1866-2-24, p. 3.
115 Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. eis., p. 368. 132 Manuelinho d’Evora, n.° 913, 1899-4-12, p. 4.
116 Ramalho Ortigão, op. dt., vol. VI, p. 177. 1 133 Ibid., n.° 951, 1900-1-6, p. 3.
117 As características sociolóicas dos frequentadores do Círculo Eborense, a primeira das 134 Voz da Infaucia, n.° 8, 1863-11-1, p. 2. Esta posição do jornalista eborense sobre os aspectos
associações fundadas em Evora, subordinada a objectivos de cultura e recreio, demonstram pedagógicos e didácticos do teatro não era inédita entre os indivíduos que, no século XIX, se
como no início esta vertente do associativismo eborense se destinava a segmentos restritos preocupavam com as questões de ordem cultural: cfr. Maria de Lourdes Maria dos Santos,
da sociedade e, neste caso específico, sempre assim se manteve ao logo do século XIX (veja- op. d, pp. 198-204.
se a segunda parte deste estudo). Quanto às outras duas associações Sociedade União
— 135 Folhado Sul, 1864-11-27, p. 3.
Eborense e Sociedade Harmonia Eborense aparecidas ainda na primeira metade de
— 136 Ibid., n.° 357, 1867-17-25, p. 2.
Oitocentos, muito embora entre os respectivos membros se encontrassem indivíduos que 137 Ibid., n.» 257, 1866-11-28, p. 2.
também eram sócios do Círculo e, pelo seu perfil social, faziam parte da elite, o seu universo 138 Ibid., n.° 357, 1867-12.25, p. 3. Sobre a importância do teatro como «aparelho de sociabilida
de associados era constituído, sobretudo, por elementos situados entre os grupos intermédi de», cfr. Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. dt., pp. 204-1 2.
os da sociedade. Para finais do século, quando o número de associações cresceu de forma 139 Cfr. Henrique Rodrigues, op. dt., p. 19.
significativa, também o universo de recrutamento tendeu a alargar-se: atente-se, a título de 140 Cfr. Túlio Espanca, Cadernos de História e Arte Eborense. Subsídiospara a história contemporânea
exemplo, na própria designação da Sociedade Operária Recreativa JoaquimAntónio d’Aguiar. da cidade, vol. XXXV Evora, 1893, pp. 3-38.
118 Cfr. Henrique Rodrigues, Menino eMoço na Cidade de Gera/do-sem-Pavor: Subsídio partia História 141 O elogio fúnebre surgido na primeira página do Manuelinho d’Evora (1884-2-29), por ocasião
do Teatrv Amador em Evora, Lisboa, 1981; id., Teatro em Evora, Lisboa, 1984. do trigésimo dia da sua morte, identifica este indivíduo como o maior criador de gado do
80 As redes de sociabilidade eborenses
1
145 Ibid., n.° 765, 1896-1-26, p. 2.
146 Notícias d’Evora, n.° 2692, 1909-10-1, p. 2. tista», Revista de HistóriaEcouómicae Social, n.° 23, 1988, p. 24.
147 Ibid., n.° 2729, 1909-11-13, p. 3. 166 Sobre esta questão cfr. Túlio Espanca, op. di., pp. 38-44.
148 Ibid., n.° 2903, 1910-6-11, p. 2. 167 Folha do Sul, n.° 330, 1867-9-7, p. 2.
149 Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. dt., p. 207. 168 Cfr., por exemplo, o bazar realizado em favor do Azylo dInfancia Desvalida (Mamielinho
150 Cfr. Henrique Rodrigues, op. dL, pp. 9-19. d’Evora, n.° 283, 1886-6-22, p. 2), da Associação Philantropica Eborense, (ibid., n.° 730, 1895-
151 Cfe Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. di., p. 209. -6-16, p. 3), e da Associação dos Bombeiros Voluntários (iUvorada, n.» 17, 1903-11-26, p. 3).
152 A importância das associações culturais e recreativas enquanto pólos de dinamização das 169 Cfr. Fernando Castelo-Branco, Lisboa Seiscentisia, Lisboa, 1956, pp. 249-58. O autor trata a
actividades dramáticas era igualmente visível na cidade de Coimbra: cfr. João Lourenço questão das touradas, enquadrando-as nas referidas estratégias de poder e prestígio da corte
Roque, op. di. p. 331.
, portuguesa de Antigo Regime. Em relação às actividades comemorativas ocorridas em
153 Scholastico Eborense, n.° 29,1862-9-10, p. 3. Evora, a propósito da assinatura do tratado de Utreque, Túlio Espanca (»Miscelânea
154 Sobre esta questão, efe Maria de Lourdes Lima dos Santos, op. di., pp. 35-37, e Adeline histórico-artística: 6.0 Arco Triunfal da Paz em 1715», Cidade de Evora, n.° 19-20, 1948-49,
Daumard, op. di., p. 37. Estas autoras consideram que, para além da diversidade de situações pp. 1 73-205) dá-nos conta que, a par de outras manifestações, ocorreu uma tourada na
e percursos no que diz respeito aos comportamentos e atitudes do grupo que genericamente «Praça Maior» (Praça do Geraldo).
designam por burguesia, é possível detectar o que definem como uma procura de «equilí 170 Todas as informações recolhidas sobre as touradas eborenses dão conta de que elas ocorre
brio», no que diz respeito aos modelos de comportamento e estilos de vida, no qual se ram na «Praça das Mercês» (Foi/ia do Sul, n.» 112, 1865-6-10, p. 3) ou na «Praça de Touros
enquadram a «boa ordem» e a «decência». Também Pierre Bourdieu, op. di., p. 250, chama Eborense» (Manuelinluo d’Evora, 1890-8-10, p. 4). Após 1890 apenas existem referências em
a atenção para os valores de sobriedade e contençáo, caros às éticas dominantes. relação à última denominação, o que parece indicar que este espaço apareceu em substitui
155 Folhado Sul, n.° 28, 1864-3-20, p. 3. ção do primeiro.
156 Cfr., por exemplo Nuno L. Monteiro Madureira, op. di., pp. 175-76; Hans Erich Biideker, 171 Jorge Crespo, op. di., pp. 307-8, considera que o aparecimento das «Praças’>, enquanto locais
«Le café allemand au XVIII» siècle: une forme de sociabilité éclairé», Revue d’Histoire específicos e delimitados, explorados comercialmente por particulares ou colectividades, foi
Modenieei Conie,nporaine, t. XXVII, octobre-novembre, 1990, p. 577; Jorge Crespo,AHisióna um factor de controlo das paixões e domínio da violência suscitadas pelas corridas de touros:
do Coipo, Lisboa, 1990, pp. 378-419. Este último autor dá conta das diversas modalidades de a festa concretizava-se «num espaço e tempo facilmente sujeitos à vigilância e num acto
jogos praticados na transição do Antigo Regime para o período liberal, dos agentes sociais cada vez mais técnico, pela eliminação da anárquica participação de espontâneos e a entrada
envolvidos e da actuação das autoridades, nomeadamente em face dos chamados jogos em cena de ‘capinhas assalariadas”.
ilícitos, especificando que a província do Alentejo era atentamente vigiada. Na hierarquia 172 Cfr., por exemplo, o Mamuelinho d’Evora, n.° 488, 1890-9-7, p. 4.
dos jogos lícitos, coloca o bilhar no topo dos mais onerosos, e refere mesmo que às 173 Cfr. por ordem de citação, o ibid., n.° 82, 1882-8-15, p. 3; n.° 737, 1895-7-14, p. 2; a Alvorada,
localidades mais pequenas (e inclui Evora neste grupo), apenas era concedida uma licença, n.° 5, 1903-8-12, p. 2; n.° 13, 1903-10-14, p. 3.
situação motivadora de protestos por parte dos interessados locais que, revoltados contra tal 174 Cfr. o Manadinha d’Evora, n.° 499, 1890-11-23, p. 2; outra descrição muito semelhante
monopólio, o consideravam indigno de países «civilizados» (p. 396). Estes antecedentes aparece também no mesmo jornal, n.° 740, 1895-8-4, p. 3.
talvez expliquem o relevo que os anúncios da segunda metade do século XIX davam aos 175 David Justino, op. di., vol. 1, p. 145.
cafés que possuíam bilhar. 176 Feira de Ramos (Scholastico Eborense, n.° 49, 1863-4-1), feira d’Ayres (Folha do Sul, n.° 240,
157 Cfr. Nuno L. Monteiro Madureira, op. cit., pp. 171-72. 1866-9-26), feira de São João (ibid., n.° 310, 1867-6-29), feira das Candeias (Manuelinho
158 «Café Esperança», largo da Porta Nova, n.° 4 eS; «Ramos e Carvalho», rua Ancha n.° 89 e largo d’Evora, n.° 53, 1882-1-20), e feira de São Cypriano (ibid., 1884-10-14).
da Porta Nova, n.° 1 e 2; «A. R. Cardoso», antigo «Torres Novas», Praça do Geraldo, n.° 85 e 86; 177 Folha do Sul, n.° 310, 1867-6-29, p. 3.
«José Maria Letra», rua do Poço, n.° 25 (Manuelinho d’Evora, n.» 126, 1883-6-19, p. 2). 178 Cfr. David Justino, op. Ir., vol. 1, pp. 273-78.
159 Cfr. a caracterização feita por Nuno L. Monteiro Madureira, op. di., p. 1 75, em relação às 179 Cfr. Pierre Bourdieu, op. dt., p. 250.
tabernas de Lisboa. 180 Manuelinho d’Evora, n.° 24, 1881-6-28, p. 3.
160 Maunelinho d’Evora, n.° 283, 1886-6-22, p. 4. 181 Ibid., n.° 75, 1882-6-28, p. 3.
161 MauriceAgulhon, «II circolo e il cafè», in Formedisociabiliiàiie/lastodografiafranceseconte,npo 182 Eça de Queirós, Da Colaboração no «Disirito dEvora» 1(1867), Lisboa, p. 164.
—
ranca cit., p. 283; Hans Erich Bõdeker, op. di., p. 586. 183 Folha do Sai (n.° 311, 1867-7-3, p. 2), deu conta do baile ocorrido naquela associação, na
162 Cfe Hans Erich Biideker, op. di., p. 584, considerou o café como um espaço de sociabilidade noite de 29 de Junho, elogiando a forma «brilhante» como tudo se desenrolou.
que congregava fundamentalmente os indivíduos (»burgueses») que «estavam menos in 184 Manuelinhod’Evora (n.° 975, 1900-6-2, p. 4), noticiou, por exemplo, a actuação da Compa
Notas 83
82 As redes de sociabilidade eborenses
207 Para maiores detalhes sobre a forma como decorreram estas festividades cfr. Folhado Sul, n.°
nhia do Teatro de D. Maria II, por altura da feira de São João, elogiando bastante o
252, 1866-11-10, p. 3, e também o n.° 253, 1866-1 1-14, p. 3, do mesmo jornal.
espectáculo ocorrido no Garcia de Resende.
185 208 Folha do Sul, n.° 43, 1864-7-3, p. 3.
Noríciasd’Evora (n.° 2925, 1910-7-5, p. 2), descreveu uma «elegantissima» reunião que teve
209 Veja-se Folha do Sul, n.° 334, 1867-9-21, p. 3; Manuelinho d’Evora, n.» 36, 1881-9-23, p. 3, n.°
lugar; na noite de 28 para 29 de Junho, em casa de D. Maria Sérgio de Torres Vaz Freire.
39, 1881-10-1 4, p. 3; n.» 83, 1882-8-22, p. 2; n.» 85, 1882-9-5, p. 3; n.° 86, 1882-9-1 2, p. 3;
186 Ma,,ue/jn/jo d’Evora, n.° 735, 1895-6-29, p. 3: bazar em favor da Associação Philantropica
n.» 87, 1882-9-19, p. 3; n.» 488, 1890-9-7, p. 3; n.° 489, 1890-9-14, p. 3; n.° 746, 1895-9-15;
Eborense.
n.° 934, 1899-8-27, p. 3.
187 Cfr. Folhado Sul, n.° 29, 1864-3-27, p. 2, e n.° 50, 1864-8-21, p. 2.
210 Ibid., n.° 488, 1890-9-7, p. 3.
188 Cfr. ADE-NGC, maço n.° 388.
189 211 Ibid., n.° 36, 1881-9-23, p. 3.
Sobre o caso específico das confrarias, Maurice Agulhon na sua obra Pénitents etfrauc-maçons
212 Ibid., n.» 924, 1899-6-8, p. 3. A título de comparação registe-se que Paris já desde 1850
de lancienne Proveuce, Paris, 1984, p. 335, considerou que a geografia das confrarias religiosas
possuía este tipo de serviço (cfr. Anne Martin-Fugier, op. dt., p. 231).
era também a geografia da Contra Reforma.
213 Manuelinhod’Evora, n.»36, 1881-9-23, p. 3.
190 A generalidade das solenidades eborenses enquadrava-se, globalmente, na tipologia das
celebrações religiosas estabelecida por Pierre Sanchis na obra A,raial Festa de um Povo. 214 Ibid., n.° 83, 1882-8-22, p. 3; n.° 85, 1881-9-5, p. 3; n.° 86, 1882-9-1 2, p. 3; n.° 87, 1882-9-
?Vlnaliasponfllgliesas, Lisboa, 1983, pp. 45-47. 19, p. 2.
215 Manuelinhod’Evora, n.° 36, 1881-9-23, p. 3.
191 De que são exemplo as comemorações da «Semana Santa» (Scholastico Eborense, n.° 44, 1863-
216 Vejam-se as preciosas descrições que Ramalho Ortigão nos legou no capítulo «As praias», in
2-10, p. 3), do «Mês de Maria» (Manuelinho d’Evora, n.° 124, 1883-5-5, p. 2) ou a «Missa do
As Faipas, 1: A vida provincial, Lisboa, 1986, pp. 223-76, e no capítulo «O Grand Prix,
Gallo» (Alvorada, n.° 20, 1903-12-24, p. 3).
vilegiatura de Sintra e de Cascais, perfis de senhoras», in As Faipas, VI: A sociedade, Lisboa,
192 Cfr., pela ordem de citação, os seguintes periódicos: Scholastico Eborense, n.» 26, 1862-8-10, p.
1991, pp. 235-45. Nestes escritos deixou o autor imprimidas as particularidades das diferen
2; Mauuelinho d’Evonz, n.° 42, 1881-11 -4, p. 2; n.° 257, 1885-12-22, p. 2; n.° 309, 1886-12-21,
tes estâncias de vilegiatura, os traços sociológicos dos seus frequentadores, as actividades a
p. 3;Notíciasd’Evora, n.° 2749, 1909-12-7, p. 3;Man,ielinhod’Evora, n.° 758, 1895-12-8, p. 2.
193 que se dedicavam, e as peculiaridades das relações que se estabeleciam. Por eles podemos
Rui Cascão, op. dt., vol. II, p. 703. O autor fundamenta a sua interpretação na posição
também compreender melhor, ainda que por via indirecta, as características fundamentais
expressa por Gérard Cholvy na obra Religion ei’ sociutéan XIX? siècle. L.e diocèse de Montpeflier,
dos ambientes em que os eborenses se movimentavam quando se instalavam nessas mesmas
Lille, 1973, r. II, p. 1541.
estâncias.
194 Manuelinhod’Evora, n.» 302, 1886-11-2, p. 2.
195 217 Folhado Sul, n.» 331, 1867-9-11, p. 2.
Deforma algo diferenciada em relação ao que acontecia na Figueira da Foz (cfr. Rui Cascão,
op. di’., pp. 704-11), mas bastante semelhante ao que ocorria em Coimbra (cfr. João Louren 218 Ibid.
219 O espaço que o autor dos artigos denomina de Casa da Associação era, muito provavelmente,
ço Roque, op. dt., p. 308), em Evora as procissões manifestaram sempre uma importante
a Assembleia Figueirense, uma associação com objectivos culturais e recreativos, que teve a
vitalidade, ao longo de toda a segunda metade do século XIX
196 Cft Túlio Espanca, «Curiosidades de Evora a procissão do Corpo de Deus», Cidade de
sua época áurea entre 1857 e 1879, e funcionava como importante espaço de sociabilidade,
—
quer para os figueirenses, quer para os veraneantes. A este propósito cfr. Rui de Ascenção
Evora, 1964, n.° 47, pp. 65-72, e Pierre Sanchis, op. dt., p. 121.
Ferreira Cascão, op. dt., vol. II, pp. 811-12.
197 Notícias d’Evora, n.° 2892, 1910-5-27, p. 2.
220 Ibid., n.° 334, 1867-9-2 1, p. 2.
198 Cfr. Pierre Sanchis, op. dt., p. 120.
221 Cfr. Paul Gerbod, «Une forme de sociabilité bourgeoise: le thermalisme en France, en
199 Uma outra descrição sobre o mesmo evento (Folhado Sul, n.° 309, 1867-5-22, p. 2), dá conta
Belgique et enAllemagne, 1880-1850», in Sodabilité ei’sodété bouigeoise eu France, enAl/en;agneet
das «varias pessoas de distinção» que acompanhavam o cortejo, e que frequentemente
euSuuissel75O-l85Ocit., pp. 105-18; eAnneMartin-Fugier, op. ci’,, pp. 228-35.
também personificavam o poder institucional, da numerosa população ao longo das ruas e da
222 Anne Martin-Fugier, op. di., p. 232.
quantidade de povo que vinha dos campos para assistit
200 Folhado Sul, n.° 208, 1866-5-30, p. 3. 223 Citação feita por Anne Martin-Fugier, op. dt., p. 231.
224 A esfera doméstica foi, também ela, objecto de uma significativa recontextualização, não só
201 Manuelinho d’Evora, n.» 21, 1881-6-7, p. 3.
pela crescente submissão a uma matriz funcional, cindindo a zona das rotinas diárias e os
202 Ibid., n.° 84, 1882-8-29, p. 3.
compartimentos onde se recebiam as visitas e ocorriam as soirées como pela sua remissão
— —,
À
84 As redes de sociabilidade eborenses
1
civilidade (pp. 14 e 20-25), a propósito da importância dos manuais sobre este tema,
durante o período de Oitocentos, e estabelece uma linha de continuidade que coloca os niass Parte se g unda —
crescente força das imagens creio que podemos falar de uma acção simultânea, e até
—
conjugada, entre os manuais de civilidade e alguns dos temas tratados pelos jornais do
século XIX. Grande parte das práticas de sociabilidade registadas pela imprensa eborense
da época fundamenta esta hipótese.
231 Relembre-se a hipótese de Nuno Luís Monteiro Madureira (op. dt., p. 160), de que «o
período compreendido entre 1750 e 1800 [corresponde] a uma procura cada vez maior de
recintos fechados em detrimento da rua e dos espaços ao ar livre [nos quais] o campo de
observação visual [era] mais individualizado. Gestos e palavras conformam-se a regras
estabelecidas, as possibilidades de controlo sobre o comportamento do outro aumentam». A
investigação feita para Evora, na segunda metade do século XIX, confirma exactamente esta
tendência, dada a proliferação de espaços com tais características, especialmente na transi
ção do século XIX para o XX. Creio, no entanto, pelo menos no que diz respeito ao universo
eborense, que a maior possibilidade de controlo dos comportamentos e confronto dos
olhares não passava apenas pelos recintos fechados, mas também pelos que, situados ao ar
livre nomeadamente o Passeio Público e a praça de touros eram, pela sua configuração
—
—,
1. Prob/emiis efontes.
vam de reuniões privadas, restritas e informais, que depois se organizavam de: cargos directivos, cuja finalidade eram a economia e ordem da sociedade;
visando ganhar estatuto jurídico
. De qualquer modo, o grupo fundador de
25 mesa da assembleia geral, onde se tomavam as grandes decisões sobre
monstrava uma coesão interna e uma capacidade de iniciativa, lhe permitiu assuntos que iam além da gestão de rotina e a quem a direcção tinha de
accionar a passagem de uma situação estritamente privada a outra, que con prestar contas da actividade desenvolvida; até ao tesoureiro, responsável
duziu ao reconhecimento de individualidade jurídica. A isto não seriam pela contabilidade.
alheios os constrangimentos de ordem legal, mas há também a relevar que Mas toda esta orgânica radicava na existência de uma sede, espaço físico
estes indivíduos sentiam necessidade de um novo espaço para desenvolve de encontro e confluência dos sócios. Esta era uma vertente da própria espe
rem laços de convivência, e se integravam, sem resistências de monta, no cificidade das práticas de sociabilidade das associações semelhantes ao Cír
âmbito do quadro jurídico liberal. culo: algumas actividades desenvolvidas não diferiam muito das que ocor
A vertente voluntária deste associativismo permite colocar a hipótese riam em soirées e nos cafés, mas efectuavam-se num local deliberadamente
da existência de alguma consonância entre o estilo de vida e referentes ideo orientado para tal, autónomo em relação ao espaço doméstico, e por isso
lógicos dos sujeitos implicados no movimento (com especial incidência para alheio a constrangimentos e hierarquias estabelecidas entre anfitriães e con
os líderes do processo de fundação e/ou legalização) e a esfera institucional vidados, e também mais resguardado e exclusivista que o ambiente de café.
do liberalismo. Registe-se a centralidade das votações na vida da sociedade: Os sócios estavam ali em igualdade de circunstâncias perante as regalias e as
as direcções eram eleitas em assembleia geral; as mudanças no funcionamen obrigações consignadas nos estatutos
. Esta poderia ser uma via de poupar
27
to interno também eram objecto de escrutínio naquele órgão; e a admissão embaraços a indivíduos que, embora movendo-se num determinado círculo
de novos sócios, votada pelos restantes associados. A capacidade electiva de relações, não podiam receber condignamente em suas casas . Era tam
2
funcionava como indicador da paridade entre todos os sócios ordinários e bém a alternativa para aqueles que residiam temporariamente na cidade e
traduzia uma certa pedagogia do voto, fazendo do Círculo um microcosmos tinham de aproveitar os meios disponíveis para se integrarem na vida social e
da legitimidade própria do regime liberal, numa analogia entre os mecanis ocuparem os seus momentos de lazer. A frequência da sede da associação
mos de expressão dos direitos dos sócios do Círculo e dos cidadãos do País. resolvia-lhes este problema, proporcionando-lhes, eventualmente, o acesso a
Os estatutos, que prescreviam os objectivos e a organização interna, eram a outros círculos de relações. A sede continuava, no entanto, a ser um espaço
fonte de legitimação de sociedades deste tipo, nomeadamente porque só restrito, a que acediam aqueles que preenchiam os requisitos adequados
ficavam ao abrigo da legalidade mediante a sua aprovação
. Foi por via esta
26 para se poderem associar, bem como os respectivos familiares ou convidados
tutária que o Círculo Eborense se definiu como uma associação que visava especiais, como era o caso dos denominados «visitantes»
29 pessoas de —
proporcionar aos seus sócios os meios de recreação e cultura consignados na passagem pela cidade e que por serem das relações de algum sócio, tinham o
lei: leitura de periódicos e livros, jogos sendo proibidos os de azar—, bailes,
—
privilégio de frequentar a casa da associação, sem inscrição no livro de
reuniões familiares e concertos musicais, aos quais podiam assistir os familia matrículas.
res dos sócios e as pessoas que direcção em exercício entendesse convidar. A importância da sede transparece, igualmente, nas frequentes men
Em termos de organização interna, duas qualidades de sócios distin ções ao assunto, que surgiam em actas da assembleia geral. Em 4 de Abril de
guiam uma possibilidade diferenciada de intervir na orientação da socieda 1841, o dt António Feliciano Varela Ramalho (Sénior), na qualidade de
de. Os sócios ordinários (indivíduos residentes em Evora e arredores), obri presidente da direcção, convocou os restantes sócios para lhes dar conheci
gados ao pagamento de uma jóia de entrada e uma prestação mensal, eram os mento da necessidade de a sociedade possuir uma «casa sua», nomeadamen
únicos que podiam votar e ser eleitos para a direcção, participar nas votações te porque isso seria um meio de economizar despesas ordinárias, pois a renda
das assembleias gerais e votar as propostas de novos sócios. Os extraordiná de 100 mil réis era «grande». Foi então criada uma comissão para estudar a
rios (residentes temporariamente em Evora ou então habitantes de outros compra da casa do marquês do Faial, situada no largo da Sé. Reunindo
concelhos) não estavam sujeitos ao pagamento de jóia e, embora gozando de extraordinariamente em 26 de Abril de 1841, a comissão apresentou o pro
todas as regalias, não eram parte activa em deliberações relativas à vida da jecto de aquisição da referida casa. Porém, por razões não esclarecidas, tal não
associação. Aos sócios ordinários cabiam as tarefas de maior responsabilida chegou a acontecer, uma vez que em 19 de Janeiro de 1843 o assunto era de
94 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção Fundação e organização interna da sociedade 95
novo debatido, agora por sugestão do sócio João Teodoro Pinto da Maia. Duas O verdadeiro motivo da saída prendia-se, segundo explicava na mesma carta,
semanas mais tarde, em 6 de Fevereiro de 1843, na sessão extraordinária, o com o facto de a sociedade já não realizar semanalmente os concertos
presidente da direcção anunciou que o senhorio da casa onde a sociedade musicais que tanto ela apreciava. Apesar deste singelo argumento, e mesmo
estava instalada desde a sua fundação prometera baixar a renda de 100 mil tratando-se de uma carta não datada, é tentador relacionarmos este auto-
para 60 mil réis. E ao mesmo tempo que permitia à sociedade fazer, por despedimento com o melindre da situação criada pela intimação de despejo
conta própria, outras benfeitorias que considerasse necessárias, mandaria
construir abobadilhas na sala de bilhar e na casa de chá. Perante esta
1 accionada por José Jacinto do Amaral Banha. A referida senhora associou-se
em 1845 e a intimação ocorreu em 1846, não sendo de excluir que a missiva
benesse, a assembleia geral cancelou as diligências em curso para a compra tenha surgido num momento particularmente delicado das relações entre os
de outro edifício. Todavia, a situação não estava resolvida. Três anos mais senhorios e a sociedade.
, os sócios eram confrontados com uma intimação de José Jacinto do
30
tarde Porém, a importância da sede e a persistência dos sócios em adquiri
—
Amaral Banha (sócio desde 1841 até 1862, ano da sua morte) para despejo
3t rem um edifício de que fossem proprietários plenos deve, também, ser
da sede. O dito sócio entrara em posse do edificio e queria-o para habitação entendida nesta perspectiva não advinha somente do seu entendimento
—
sua. A situação era delicada. A continuidade da associação estaria em perigo, como espaço vital para o encontro e convivência. Materializava, na morfologia
caso não se encontrasse uma alternativa. Além disso, colocava-se a questão da cidade, uma apropriação social do espaço físico, exemplarmente traduzida
da indemnização pelas benfeitorias entretanto realizadas, assunto que teria
de ser tratado com a antiga senhoria, D. Mariana Joaquina de Azevedo e
Moura. O problema arrastou-se ao longo de 1846. Não tendo encontrado
1 na expressão «casa da sociedade». A sua existência implicava um duplo mas
indissociável significado, como pólo de integração e identificação entre os
sócios, e diferenciação face ao resto da população eborense que a ela não
outro espaço, os sócios deliberaram, sob aconselhamento judicial, não aban tinha acesso.
donar a casa até obterem a referida indemnização. O assunto não volta a
aparecer na documentação da sociedade. Em 1863, há, de novo, o registo de
Í Mas, para um entendimento mais lato do que significou a fundação de
uma associação como o Círculo Eborense, na década de 1830, torna-se
movimentações para aquisição de casa própria, com o argumento de que era relevante ter em conta a denominação pela qual era conhecida. Essa denomi
sentimento geral a «exiguidade das presentes instalações»
. Tudo indica,
32 nação permite tecer um quadro das influências que vai para além do horizon
porém, que a sede da associação nunca deixou de funcionar no edifício te local e nacional. Na França existiam os cercies, na Itália este tipo de asso
original: uma «casa nobre situada no largo das Casas Pintadas [...] a parte ciação era conhecido por casin, e na Espanha (Andaluzia), sob o termo
superior do prédio com sua loja, escada, varanda e quintal e todas as servi genérico de casino
. Autores há que consideram que esta terminologia reco
36
dões que lhe 33correspondem» no início pertencente à família de José Joa
, bre um fenómeno antropológico conhecido no mundo mediterrâneo por
quim de Moura (elemento do grupo fundador, e responsável pela redacção maison de,s /jornmes
. Contudo, alguns dos primeiros cercies fundados em Paris
37
final dos primeiros estatutos) e depois aos herdeiros de José Jacinto do foram de ingleses e alemães, ou de franceses voltados do exílio na Grã
Amaral Banha, que casou com D. Ana Fausta de Moura, filha do primeiro
.
34 . E assaz significativo que os eborenses do século XIX (leia-se a
8
-Bretanh&
São as ligações especiais entre os proprietários do edificio e a sociedade correspondência existente no arquivo da sociedade) e os actuais, denomi
que explicam que, num espaço de sociabilidade claramente masculino, uma nem, simplesmente, o Círculo Eborense por clube. Se a designação oficial
mulher, D. Mariana Joaquina de Azevedo e Moura, se tivesse tomado sócia remete para o cercie francês, o outro termo comum apela para os clubs ingle
em Dezembro de 1845 embora posteriormente declinasse essa condição. A
—
. A existir alguma especificidade mediterrânica a segregação sexual não
39
ses —
razão que conduziu à circunstância mencionada foi esclarecida pela própria, é determinante, uma vez que o facto de serem espaços de sociabilidade
em carta aos directores da associação: «sendo senhoria do predio de que masculina era ponto comum entre estas associações nas várias regiões identi
recebia renda, e não tendo soçio contribuinte em minha caza preferi contri ficadas ela integrava-se, sem discrepância, num modelo de sociabilidade
—,
buir pessoalmente quanto podia para a sostentação de hum devertimento europeia, também com muita expressão na América do Norte . Nos Estados
40
tão deçente e onesto [...J do que expor a soçiedade ao falço pensamento de Unidos da América porém, as associações masculinas de objectivos culturais
alguem, que a supuzeçe tributária de convites para com a minha pessoa».
35 e recreativos diluíam-se num associativismo voluntário de grande pujança e
Á
96 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção O perfil sociológico dos associados 97
Á
98 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção
L
100 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção
ros associados e, embora sobre quatro deles não tenha sido possível reunir Não identificados Funcionários 6%
dados susceptíveis de lhes dar enquadramento sociológico, as informações 11%
sobre os restantes conduzem a resultados interessantes.
No que respeita à actividade profissional (fig. 1), o dado mais relevante Fonte: Anexo Ali.
102 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção O peI sociológico dos associados 103
a especificida
de do cargo exigisse ou não a sua presença nos diferentes
órgãos que lhe
—
1
104 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção O perfil sociológico dos associados 105
Elegíveis para Senadores do Distrito
, o que desde logo os colocava no «res
60 pode avançar-se com a hipótese de que os fundadores do Círculo faziam par
tritíssimo número de «notabilidades» (grandes proprietários, comerciantes te da elite político-administrativa local, como se registava uma coincidência
e industriais, bispos, juízes do supremo, oficiais, generais, embaixadores e entre esta e a elite económica, constatando-se o que Bourdieu designou
lentes-de-prima)» que, pela Constituição de 1838, podiam fazer parte do . A dita coincidência era
como um efeito de homologia entre os dois campos
67
. Considerando a média dos rendimentos daquele universo, resulta
6t
Senado também a expressão em termos locais do «carácter exclusivista e oligárquico
que os sócios do Círculo se posicionavam maioritariamente na classe de ren do recrutamento das elites políticas», que caracterizava a sociedade portu
dimentos onde se situava essa mesma média e nas que lhe eram superiores. guesa de Oitocentos
.
60
Dois anos depois a situação não é muito diversa. Desta vez o universo
era constituído pelos «habitantes que estão em condições de servir o cargo Uma perspectiva integrada dos indicadores usados para a identificação
de Administradores do Concelho»
, cargo de nomeação régia com base na
62 do perfil sociológico dos fundadores do Círculo Eborense permite enunciar
lista dos elegíveis para vereadores
. O rendimento era um dos critérios que
63 os seus traços dominantes: a ocupação mais frequente era a de proprietário,
determinavam a elegibilidade para os cargos municipais, verificando-se que especialmente de bens e/ou rendas fundiárias; a maior percentagem das
os fundadores inventariados na lista de 1843 se situam preponderantemente habilitações literárias incidia sobre a instrução secundária; os rendimentos
na classe de rendimentos onde está compreendida a média e nas que lhe são eram elevados, em comparação com o universo dos restantes «cidadãos acti
superiores. vos» eborenses; era frequente encontrar sócios fundadores entre os magis
A documentação de 1850, o Gadeiizo de recenseamento dos eleitores e elegíveis trados e/ou os corpos administrativos dc âmbito concelhio e distrital, enquan
do conce/ho d’Evora
, proporciona informações que apontam no mesmo sen
64 to um menor número deles exerceu cargos políticos a nível nacional. Este
tido. Mais uma vez, os sócios fundadores do Círculo Eborense aí detectados perfil sustenta a conclusão de que os primeiros sócios do Círculo eram um
estão quase todos na classe onde se situa a média dos rendimentos ou nas . Apresentavam atitudes, posições
grupo, no sentido gurvitchiano do termo
69
que lhe são superiores. e percursos comuns, que funcionavam como factores de coesão e identifica
Quanto ao ano de 1870, 30 anos pós o aparecimento do Círculo, são ção entre os indivíduos e proporcionavam a efectivação de relações e práticas
escassos os sócios fundadores mencionados no Caderno de recenseamento eleito de sociabilidade, ilustradas pelo próprio acto de fundação do clube. Conside
ra/do concelho d’Evora
. Ainda assim, não só os seus rendimentos prolongam
65 rando que essas mesmas práticas ganham inteligibilidade se inseridas no
a tendência anterior, situando-se maioritariamente nas classes correspon estilo de vida dos grupos que as actualizam, maior solidez adquire a interpre
dentes e superiores à média, como todos eles estão no grupo dos maiores tação de que os indivíduos identificados pertenciam à elite eborense da
contribuintes desse recenseamento. primeira metade do século XIX. Uma elite cujos referentes comportamentais
O facto de os rendimentos apurados para os sócios fundadores serem conduziram à criação de uma associação voluntária de convívio e lazer.
retirados de documentação eleitoral, e de esses mesmos sócios estarem
sempre entre os elegíveis, implica que faziam parte do número de «cidadãos
activos», situando-se de um dos lados da fronteira que separava os eleitores
dos elegíveis. Esta fronteira traçava-se pela posse de uma renda anual líqui
da de 400 mil réis ou mais, contornada, nas eleições para deputados, pela
exibição de um título ou grau académico. As figuras 3.1-3.4 (pp. 108-9)
evidenciam como os rendimentos dos sócios incluídos tendiam a posicionar-
-se acima daquele valor, o que não só os colocava como elegíveis, como os
atirava para os patamares superiores dos rendimentos apresentados pelos
eborenses em condições de serem eleitos para cargos locais ou nacionais.
Embora os montantes considerados digam apenas respeito aos rendi
mentos (tornando arriscadas as extrapolações quanto a níveis de riqueza)
1
Tabela 1.
Posição relativa do rendimento (em réis) dos sócios fundadores do Círculo Eborense em relação à hierarquia da totalidade dos rendimentos
inventariados para diversos anos.
Rendimento / poçJo O
C•D
1850 1870
1841 1843 (dé•) (maior contributo)
o
Joaquim José Ázevedo
o
o
João Rebelo C. Cabral
8
José António C. Gamões b 4.000.000 II 6.169.100 II 11.612 V o
António Feliz M. Cardoso 853.800 V
José Meio e Carvalho o
Luís Sá Sousa Carvalho o
Francisco José F. Carvalho 1.600.000 III o
Francisco B. Casco Solis a 1.200.000 III 13.047 V 3.000.000 IV o
o
Francisco P. Cordovil 3.000.000 II 4.823.372 II o
o
António Maria da Costa 13.241 V o
Joaquim José Fernandes 10.319.160 1 161.237 1 o
Matias José Fernandes 2.000.000 III 6.881.320 II 81.521 II o
Francisco Joaquim Fonseca 4.000.000 II 12.808.520 1 29.284 IV o
José Maria Franco
João Barreiros G. Gama 4.000.000 II
João Teodoro P. Maia a 4.000.000 II 5.581.270 II 187.207 1
José Paulo Mira 5.000.000 III
António Rafael Moreira
A hierarquia das posições obteve-se organizando por ordem decrescente os rendimentos apurados para cada um dos anos, agrupando-os
depois em classes (método de Dupquier), e atribuindo à classe a que correspondiam os rendimentos mais elevados o 1.
Mais colectados em 1855 (informação colhida na lista de sócios da Sociedade Agrícola do Distrito de Evroa).
Figura 3.1. Distribuição dos sócios fundadores do Círculo Eborense por cada uma das Figura 3.3. Distribuição dos sócios fundadores do Círculo Eborense por cada uma das
classes de rendimentos construídas para o conjunto dos cidadãos em condições de classes de rendimentos construídas para o conjunto dos cidadãos constantes do caderno
elegíveis para senadores do distrito de Evora (1841). de recenseamento eleitoral do Concelho de Evora (1850).
30 50
25
40
20
30
15
10
o
100- 125 125-250 250-500 500-1000 1000-2000 2000-4000 4000-8000 <2,5 2,5-5 5-10 10-20 20-40 40-80 80-160 >160
(mil réis) média rendimentos média rendimentos
(mil réis)
1093 21
Elegíveis D Sécios fundadores D Elegíveis Sécios
Figura 3.2. Distribuição dos sócios fundadores do Círculo Eborense por cada uma das Figura 3.4. Distribuição dos sócios fundadores do Círculo Eborense por cada uma das
classes de rendimentos construídas para os cidadãos em condições de servirem para classes de rendimentos construídas para o conjunto dos elegíveis constantes do caderno
administradores do concelho de Evora (1843). de recenseamento eleitoral do concelho de Evora (1870).
8 120
7
100
6
80
5
4 60
2 === EEEE
40
20
o o
500-1000 1000-2000 2000-4000 4000-8000 8000-16000 >16000
250-500 500-1000 1000-2000 2000-4000 4000-8000 8000-16000
(mil réis) média rendimentos
(mil réis) média rendimentos
4327
1070
N.° cidadãos aptos Sécios fundadores
D Elegíveis D Sécios
Fonres:Anexo Estatístico, quadros n.” 4.1. e 4.2. Fontes: Anexo Estatístico, quadros n. 4.3. e 4.4.
À
3.2. Sócios ordinários: garante de funcionalidade.
1 O perfil sociológico dos associados 111
Figura 4.
Entradas de sócios ordinários para o Círculo Eborense (Abril de 1836, c. 1910). Cálculos
Saber se a configuração sociológica do grupo dos fundadores se manteve quinquenais.
ou sofreu alterações à medida que o século foi avançando, apenas pode ser
50
esclarecido por uma análise diacrónica. E essa preocupação que subjaz ao
facto de se considerarem nas páginas seguintes todos os sócios ordinários que
entraram para o Círculo Eborense posteriormente a Março de 1836 (fig. 4). 40
EI H
período de maior afluxo de associados. Pode mesmo considerar-se que o dito
Hr
ano é o grande responsável pela alteração da média, dado que se distribuísse 10
mos equitativamente os sócios que entraram entre 1870 e 1884 pelos três
quinquénios, daí resultaria uma forte estabilidade dos contingentes de en
tradas em relação à totalidade do período em análise. Ainda que um tal o
(4’. ( c_” O’
raciocínio possa abrir espaço para a hipótese de uma deficiência nos registos (4,’ 41 « d’
$1 S’ o’ O’
do Livro de Matrículas dos Sócios durante a década de 1870, o aumento
verificado entre 1880 e 1884 deve ser articulado com dois factos. Embora Fonte:Anexol, tabela 1.
Á
112 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção O pel sociológico dos associados 113
tário (95, dos quais 5 são proprietários e lavradores, 4 proprietários e médi Figura 5.
cos, 2 proprietários e militares e 2 proprietários e negociantes) e de funcio Actividades profissionais dos sócios ordinários do Círculo Eborense (excluindo os sócios
nário (22), seguidas pela carreira eclesiástica. Não pode, de facto, falar-se de fundadores).
uma progressiva e significativa diferenciação profissional no universo dos
sócios ordinários. As categorias mais representadas relacionam-se com a pos 5.1. De Abri/de 1836a 1910.
se de bens e rendimentos de origem fundiária e/ou de outra, com o desem
penho de funções ligadas às instituições políticas e administrativas, e com a
presença da Igreja. No conjunto representam grupos de grande perenidade,
ligados à respiração mais profunda das sociedades, que atravessam os regi
mes e adquirem solidez pelas funções sociais, económicas, políticas e espiri
tuais que exercem.
Em 1880-84 as actividades profissionais inovadoras face ao universo dos
fundadores sobem para 25 por cento. Regista-se uma quebra no contingente
—Comerciantes 1%
dos proprietários, que ficam, pela única vez, aquém da barreira dos 40 por .Lavradores 1%
cento, e os funcionários e eclesiásticos representam respectivamente 11 e 18 Sua agência 2%
por cento. Estes dados não alteram as tendências estruturais já sublinhadas, ( Militares 2%
No identificados 32%
mas apontam para um empolamento conjuntural de eclesiásticos e funcioná Advogados 3%
rios, que, juntos, quase igualaram os proprietários entrados no mesmo quin Médicos 4%
quénio. Este efeito de conjuntura é claramente demonstrado observando-se Eclesiásticos 5%
as ocupações dos sócios registados nos anos seguintes. Apesar de ligeiras
diferenças, os anos de 1885-1909 repõem a proporção das actividades profis
sionais inventariadas para a totalidade do período em análise (1836-1910).
As informações disponíveis sobre as habilitações literárias não se mos
traram tão férteis para os restantes sócios ordinários como tinham sido para 5.2. De 1880 a 1884.
os fundadores. Um número significativo de indivíduos incluídos neste tMti
mo universo de análise pertencia à Sociedade Agrícola do Distrito d’Evora e Proprietários 32%
esta documentação era bastante minuciosa quanto ao grau de instrução dos
respectivos associados.
Como a documentação existente no arquivo de Círculo Eborense não Nào identificados
adianta nada sobre o indicador em causa, as informações acareadas são
oriundas, na sua maioria, dos processos eleitorais, onde a expressão «sabe
ler» era a mais comum. Correspondesse ela a uma situação em que os indi
JAdvoados 2%
víduos assim referenciados apresentavam os requisitos mínimos para serem Lavradores 2%
considerados eleitores ou elegíveis (mau grado um percurso escolar indefini
do), ou fosse utilizada por uma questão de comodidade, o certo é que 42 por Médicos 5%
cento (48) dos indivíduos que se associaram após Março de 1836 assim eram
identificados. Este número, porém, deve relacionar-se com a fraca percenta Sua agência 7%
gem dos que apresentavam a instrução primária: 2 por cento (5). Dada a Funcionários 18%
fraca representação dos indivíduos habilitados com este grau de instrução, é Eclesiásticos 11%
T
5.3.De1885a1910. provável que a expressão «sabe ler» designasse, em muitos casos, recensea
dos com a instrução primária.
Os bacharéis correspondiam a 15 por cento (35), para 7 por cento (17)
de sócios referenciados com a instrução secundária. De qualquer modo,
cerca de 22 por cento dos sócios ordinários apresentavam uma relação
prolongada com a cultura escrita e tinham adquirido competências culturais
que os distinguiam do resto dos associados. Ainda assim, a proporção deste
grupo não é tão significativa como no universo dos fundadores (fig. 2, p. 103)
e regista-se mesmo uma curiosa inversão de pcsições entre o peso dos
bacharéis e dos indivíduos que tinham adquirido apenas a instrução secun
LLavradores 1%
dária, quando Evora possuía liceu desde 1841. Um bacharel, ou um «dou
Comerciante: 3%
tor», não deixavam indiferentes os indivíduos sobre quem recaía a responsa
bilidade de organizar os cadernos de recenseamento eleitoral de tal modo
Não identificados 25% Eclesiásticos 3% que alguns eleitores eram identificados, quanto à ocupação, como «bacha
Médicos 4%
réis». No entanto, este tipo de formação correspondia, sobretudo, a indiví
duos classificados como proprietários, funcionários, advogados e médicos
.
75
Advogados 6% Sobre o exercício dos cargos político-administrativos, há que lembrar
que, à semelhança do ocorrido com os fundadores, as informações recolhidas
Fonte: Anexo 1, tabela 2. para os outros sócios ordinários não cobrem todos os momentos em que eles
os exerceram ou até a multiplicidade de cargos que ocuparam: os dados
apresentados funcionam essencialmente como amostra de aspectos tenden
Figura 6.
ciais (tab. 2, p. 117).
Habilitações literárias dos sócios ordinários do Círculo Eborense (Abril de 1836 a c. Dos 231 indivíduos que compunham o universo dos sócios ordinários,
de 1910). não se obtiveram informações em relação a 153. Dos restantes, 31 exerceram
cargos no concelho, 19 no distrito, 15 passaram tanto por um como por outro
nível e, no âmbito nacional, os números diminuem acentuadamente, sendo 4
76 dos 34 por cento de indivíduos
os sócios aí representados. Mais de metade
referenciados como tendo exercido cargos, o fizeram em mais de um mo
mento. Isso coloca os membros do Círculo em estreito contacto com as
instâncias político-administrativas, factor que lhes proporcionava uma mais-
-valia de influência e capacidade de decisão na vida local e um acréscimo de
2%
prestígio social.
O confronto com o grupo dos fundadores permite ainda algumas outras
7% reflexões. Apesar de este universo ser mais restrito, e isso poder acarretar al
gumas distorções em relação aos restantes sócios (pelo maior peso das omis
Nao identificados sões), o certo é que apenas 25 por cento dos fundadores não exerceram
cargos de natureza político-administrativa, contra 66 por cento no caso dos
Bacharéis 15% outros sócios. Do grupo fundador, 8 indivíduos guindaram-se ao plano nacio
nal e do segundo apenas 5. Outra diferença: há uma distribuição relativa-
Fonte: Anexo lIA.
1
116 O Cfrculo Eborense: a sociabilidade como distinção O perl sociológico dos associados 117
vigoraram quase trinta anos, explicam, em parte, que o maior número dos
o
sócios ordinários do Círculo se concentre no exercício de cargos concelhios. -o —— • o’
o
a situação. Os procuradores de cada concelho à junta geral de distrito eram
:
5-)
‘ori,
em menor número que os vereadores. O conselho de distrito, por sua vez, o
reunia os maiores contribuintes do distrito com residência política no conce -o -
•:
lho cabeça de distrito, mas os seus membros também eram em menor núme ‘o5)
‘é,
o li
grupo ocupacional de onde saía o maior número de magistrados ou indiví o’ O’
55
duos eleitos para os corpos administrativos. Apenas 8 por cento dos fundado ré,
res proprietários não exerceram cargos, contra 47 por cento dos restantes i 5:c
Si
E o5)
sócios ordinários, ou seja, em 95 proprietários, 50 estiveram ligados ao exer -o
‘é, i 5. —— —
local. Esta tendência entronca, sem dificuldade, na «ideia de que nas socie o
o
dades agrárias oitocentistas o poder sobre a terra estava associado a outras obIJ
rf, “5
o55
cas, geralmente identificadas com interesses fundiários e/ou agrícolas eram o -o
5)
5)
o
‘é,
.9
ro bem mais lato dos restantes sócios ordinários com a mesma identificação 5-) -o ‘oO
.ae o o O ré,
o e
‘é’ o
‘a 0 ‘é’
E 5)
ocupacional, deixa antever uma crescente dificuldade deste grupo, à medida ‘é, . -
- ‘‘
.
°
é ao 5) ‘é,
5.)
uma «acentuada quebra de representação parlamentar dos notáveis terra- 55
O perfil sociológico dos associados 119
118 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção
tenentes no último terço do século XIX», proposta por Pedro Tavares de Figura 7.1.
.
80
Almeida Distribuição dos sócios do Círculo Eborense por cada uma das classes de rendimentos
construídas para o conjunto dos cidadãos em condições de elegíveis para senadores do
A análise dos rendimentos dos sócios ordinários que entraram após a
distrito de Evora 1841 (registos posteriores a Março de 1836).
fundação realizou-se, à excepção dos anos 1843 e 189181, com base nas fontes
30
já mencionadas quando do tratamento deste indicador para o grupo inicial. -
Isto significa que as informações consideradas dizem respeito aos anos 1841,
25
1850, 1870 e 1891 e ajudam a fixar os rendimentos de 92 indivíduos, embora,
em relação a 12 deles, seja possível determinar a sua posição na hierarquia 20
dos rendimentos em mais que um ano.
Os resultados obtidos (figs. 7.1 a 7.4, pp. 119-20), revelam uma maior 15
dispersão dos rendimentos e, em alguns casos, abaixo do valor médio encon
trado nos diferentes momentos. No entanto, o facto de o universo em análise 10
ser mais lato, tanto no que respeita ao número de sócios como à amplitude
temporal, pode ter conduzido a essa situação. Depois, a abertura ocorrida, 5
em especial no primeiro quinquénio da 1880, trouxe uma maior diversifica
ção das actividades profissionais inventariadas e terá permitido a entrada de o 4000-8000
100-125 125-250 250-500 500-1000 1000-2000 2000-4000
indivíduos com menores rendimentos. Outro aspecto que clarifica a situação (mil réis)
média rendimentos
1093
decorre das alterações registadas no montante da jóia e das quotas ao longo
do período considerado. Os primeiros estatutos obrigavam os indivíduos que O Elegíveis O Sócios
pretendiam associar-se no Círculo ao pagamento de uma jóia de 14 400 réis e Figura 7.2.
uma quota mensal de 1920 réis
. Com a reforma estatutária de 1865, aqueles
82 Distribuição dos sócios do Círculo Eborense por cada uma das classes de rendimentos
valores passaram respectivamente para 6000 réis e 1500 réis . Mais tarde,
83 construídas para o conjunto dos elegíveis constantes do caderno de recenseamento
uma reunião extraordinária da assembleia geraL reduziria a jóia para 2500 réis eleitoral do concelho de Evora 1850 (registos posteriores a Março de 1836).
e a quota para 800 réis
. Esta tendência evolutiva dos pagamentos traduzirá,
84 50 -
Á
122 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção
1 O perfil sociológico dos associados 123
Em suma, a análise das relações de parentesco entre os associados do Tabela 3.
Círculo consagra cada uma das famílias inventariadas como «lugar/instru Relações de parentesco entre os sócios ordinários do Círculo Eborense (1836-1910).
mento/aparato principal da distribuição antroponímica»
. E, sobretudo, iden
88
tifica-as como espaços de reprodução social em que a transmissão de uma Cruzamento de apelidos Cordovil e Barahona
herança material implicava a transmissão de valores e competências, estrutu
radores da identidade social dos indivíduos
. A inscrição no Círculo, além
89 Data de reirto
Idade Apelido Nome compkto
no Circulo Eborense
das motivações imediatas da fruição das potencialidades de lazer e
Março de 1836 29 Cordovil Francisco de Paula Cordo&
convivialidade, adquire uma mais profunda inteligibilidade se perspectivada
Março de 1836 65 Gama João Barreiros Galvão da Canii
tendo em vista o perfil social dos aspirantes a sócios. E este factor que igual Março de 1836 27 Mira José Paulo deMira
mente ajuda a perceber por que razão cerca de 29 por cento dos inscritos no Julho de 1836 Dastel Branco
— Manuel Joaquim Cardoso Cartel-Branco
Círculo antes de atingirem 25 anos de idade se encontram entre os 61 Junho de 1845 Lobo Francisco Cosme Varela da Gama Lobo
incluídos na análise sobre o parentesco: a idade de associação é, também ela, Setembro de 1847 Freixo José Francisco da Gama Freixo
um dado socialmente inteligível. Assim como é significativo que um repre Fevereiro de 1852 37 Gama João Fragoso da Gama
Junho de 1867 20 Cordovil Francisco José Cordovil
sentante de uma das famílias consideradas (os Mattos e Fernandes) tenha Setembro de 1868 20 Mira José Paulo Barabona Fragoso Mira
reconstituído a árvore genealógica dos seus familiares. Janeiro de 1870 20 Cordovil António Miguel Cordovil
A comparação entre os 36 fundadores e os restantes sócios ordinários do Maio de 1880 32 Cordovil Francisco José Cordovil
Círculo Eborense (231) permite afirmar que, nos seus aspectos estruturais, o Março de 1887 Barahona José Bernardo Vieira Barabona
perfil sociológico dos primeiros identifica os segundos e continua perceptí Novembro de 1894 Mira Francisco José de Mira
Abril de 1895 Castel-Branco Luis Barahona Caldeira Castel-Branco
vel até ao fim do século XIX. Isto, ainda que os aspectos desse perfil surjam,
Janeiro de 1896 51 Mira Francisco Eduardo Banihona Fragoso Mira
em termos comparativos, mais marcados no grupo dos fundadores (a própria Abril de 1900 Mira Manuel Augusto Rosado de Mira
dimensão deste universo facilita um tal relevo). A despeito desta continui
dade, regista-se uma certa abertura no acesso ao Círculo (como vimos, a
evolução dos montantes da jóia e das quotas ilustra isso), facilitando o in
gresso de indivíduos com uma posição sócio-económica aparentemente infe
rior à dos fundadores. Mas este dado não significou nem um afastamento dos Cruzamento de apelidos Vaz Freire
representantes das elites locais, nem a alteração do significado simbólico do
Círculo no contexto do universo social eborense. A dita abertura foi também Data de rsto
garantia de sobrevivência e funcionalidade da associação numa cidade em Idade Apelido Nome completo
no Circulo Eborense
que outras novas sociedades com objectivos de cultura e recreio
° diversifica
9 Março de 1836 Torres Joaquim Maria Torres
vam a oferta de práticas de sociabilidade. Março de 1836 29 Torres Jacinto Carlos Torres
Março de 1836 70 Vaz Freire António Torres Vaz Freire (Sénior)
Março de 1836 34 Vaz Freire Matvos Torres Vaz Freire
3.3. Sócios extraordinários: a estratégia de diversificação. Dezembro de 1836 42 Vaz Freire António Torres Vaz Fteire (Júnior)
Maio de 1845 24 Vaz Freire José Sebastiáo Torres Vaz Freire
Novembro de 1868 20 Vaz Freire António Barreiros Torres Vaz Freire
Os sócios ordinários foram responsáveis pela dinâmica inicial que levou Março de 1889 36 Vaz Freire João Barreiros Torres Vaz Freire
à fundação do Círculo, os garantes da sua funcionalidade e os portadores de
atributos que, caracterizando o grupo, acabavam por conferir significado à
própria associação. Ora, é precisamente este contexto que suscita a questão
do papel dos designados sócios extraordinários. Incluíam-se nesta categoria
124 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção
1 O perfil sociológico dos associados 125
Cruzamento de apelidos Mattos e Fernandes estatutária os indivíduos que, não tendo residência fixa na cidade, ainda
assim pretendiam ser considerados membros do Círculo. Embora participas
Data de registo , a [imitação de não poderem votar ou
sem de todos «os gozos da associação»
91
. Idade Apehdo Nome completo
ao Girado Eborense
ser eleitos para a direcção e mesa da assembleia geral colocava-os numa
Março de 1836 54 Fernandes Joaquim José Fernandes
Março de 1836 40 Fernandes Matias José Fernandes
posição de relativa passividade perante os sócios ordinários.
Maio de 1852 67 Fernandes José Joaquim Fernandes A especificidade da condição residencial dos sócios extraordinários re
Março de 1855 33 Fernandes Matias Piteira Fernandes velou-se um obstáculo para a recolha de informações sobre eles: raramente
Junho de 1867 20 Fernandes José Joaquim de MattosFernandes eram mencionados nos cadernos de recenseamento eleitoral, documentação
Março de 1875 20 Fernandes José Joaquim de Mattos Fernandes de onde se retirou o grosso dos dados biográficos sobre os outros sócios. Em
Março de 1875 23 Fernandes Miguel José de Mattos Fernandes
Abril de 1880 Fernandes Joaquim Manuel Braancamp de Mattos Femandes
contrapartida, a respectiva actividade profissional era quase sempre aponta
Julho dc 1880 Fernandes José Joaquim Piteira Fernandes da nos livros de matrículas, acabando por ser esse o principal indicador
Novembro de 1880 25 Fernandes José Joaquim de Mattos Fernandes utilizado para esboço do seu perfil sociológico. Esta preocupação dos dirigen
Fevereiro de 1893
Fevereiro de 1893 44
Fernandes
Fernandes
Joaquim Oliveira Fernandes
Manuel de Sousa Mattos Fernandes
1 tes do Círculo em especificarem a ocupação dos sócios extraordinários, em
comparação com o laconismo empregue na inscrição dos ordinários, é, ela
Dezembro de 1893 Fernandes António Macedo Papança Fernandes
Novembro de 1899 Fernandes Estêvão de Oliveira Fernandes
própria, um dado significativo. Como os últimos eram indivíduos que residi
Abril de 1900 Fernandes José Joaquim Braancamp de Mattos Fernandes am habitualmente em Evora e os outros apenas residentes temporários, po
Dezembro de 1902 Fernandes Miguel Joaquim de Mattos Fernandes de inferir-se daí que estas diferenças espaciais eram, em simultâneo, objecto
Março de 1906 Fernandes Joaquim Braancamp de Mattos Fernandes de um reconhecimento social diferenciado. Aos sócios ordinários bastava a
Dezembro de 1909 Fernandes Matias do Rosário Fernandes referência nominal (nela se consubstanciavam todos os atributos da sua
Março de 1855 Gião José Joaquim Fiuza Gião
Junho de 1859 Gião
identidade social), mas a legitimação dos aspirantes a sócios extraordinários
Francisco Caeiro Gião
Janeiro de 1900 Gião Armando Augusto Fernandes Giáo passava pelo registo da ocupação.
Janeiro de 1848 Mattos José Maria de Sousa Mattos Os aspectos mencionados contribuem já, de alguma forma, para a iden
Setembro de 1865 21 Peres Joaquim Manuel de Mattos Peres tificação sociológica do grupo dos extraordinários, porém o seu fluxo de en
Janeiro de 1895 Peres Baltazar de Mattos Peres tradas também deve ser objecto de análise. A fundação do Círculo foi assunto
Março de 1897 Peres Manuel de Mattos Peres
dos sócios ordinários, só ulteriormente dando lugar aos extraordinários. No
Fevereiro de 1869 20 Potes António Jósé de Só Potes
Abril de 1900 Potes José Braancamp de Mattos Potes
entanto, enquanto os registos correspondentes aos primeiros não foram além
Janeiro de 1902 Potes Miguel José Fernandes Potes de 267, os segundos chegaram aos 511. Um universo bem mais numeroso (v.
Outubro de 1906 Potes António Joaquim Fernandes Potes fig. 8, p. 127).
Junho de 1838 55 Soares Romão José Soares A média anual de entradas foi de cerca 7 indivíduos, mas este dado
Junho de 1855 21 Soares Manuel Eduardo Oliveira Soares
pouco significado tem, uma vez que o quinquénio de 1880-84, funcionando
Maio de 1880 20 Soares José António Oliveira Soares
Maio de 1897 44 Soares Eduardo Oliveira Soares como um ponto de viragem, determinou uma importante alteração no afluxo
Fevereiro de 1903 Soares José Fernandes Soares de sócios: se entre 1836 e 1879 se registou uma média de cerca de 3 asso
ciações por ano, entre 1880 e 1910 esse número elevou-se para 9. Já entre os
sócios ordinários o mencionado quinquénio correspondeu a um pico que
influenciou e diferenciou os valores médios registados, mas, no grupo dos
Fontes: Anexo lIA, .ddentificaçio biográfica dos sócios ordinários do Círculo Eborense’.; António Pedro de 8. extraordinários, a alteração verificada naqueles cinco anos foi ainda mais
A. Sameiro, ‘.Subsídios para uma bibliografia genealógica dc algumas famílias do Alentejo’., ia A Cidade de ampla. Por um lado, as diferenças dos valores médios de um e outro períodos
Er’ore, vola. XXVIIXxS.7III, 1970-71, pp. 93-149; Ma#os e Fer,,andcs. Quem somos? Quantos somos? (a brochura
é o resultado das pesquisas de um dos actuais membros da família, com o objectivo de a distribuir durante um foram mais acentuadas entre os extraordinários que entre os ordinários; por
encontro de confratemizaço entre os numerosos familiares). outro, enquanto para uns o pico foi seguido de um retomo à média do
À
126 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção O perfil sociológico dos associados 127
40
mente ao registado para os sócios ordinários são as de agrónomo, estudante
—
n
30
e negociante. Considerando a questão deste modo, quase não se justificaria
r r ir
falar de diversificação. 20
Á
128 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção O universo dos s6cios numa perspectiva integrada 129
Sociedade União Eborense que, segundo os estatutos de 1872, cobrava intermédios e superiores de instituições fulcrais para o funcionamento da
quotas de 500 réis
.
92 sociedade portuguesa oitocentista.
Mas, considerando toda a hierarquia militar, o Círculo era, ainda assim,
uma associação selectiva. Foram os oficiais alferes, tenentes, capitães,
—
A análise dos rendimentos dos sócios ordinários (só para eles foi possível
reunir informações) permite inferir a seguinte correlação: à medida que os
rendimentos declarados aumentavam, mais numerosos eram os sócios entre
os indivíduos situados nesses escalões. Daqui resulta que, embora muitos
dos sócios do Círculo não se incluíssem nas classes de rendimentos mais
131
modo de funcionamento e do perfil dos associados confirmou e ilustrou as elevadas, entre estas o recrutamento era mais acentuado.
nossas hipóteses sobre o papel do associativismo com objectivos de convívio, A articulação dos vários indicadores permite que se caracterizem os
e cultura e permitiu relevar alguns dos elementos caracterizadores da elite sócios do Círculo como um grupo dc indivíduos que se definia pelo patrimó
eborense do século XIX. nio, pelo desempenho de funções superiores no campo militar e no funciona
Do ponto de vista ocupacional predominavam os proprietários, militares lismo, pelos elevados rendimentos, pelo exercício de cargos político-admi
e funcionários, ou seja, indivíduos ligados ao sector fundiário (por vezes com nistrativos e pelo desempenho em iniciativas ligadas à beneficência e às
rendimentos dc outras origens) ao aparelho militar e aos serviços públicos. questões de ordem cultural e 97 intelectual auferindo daí um acrescido
,
A convergência de interesses, apetências relacionais e concepções do mundo prestígio social.
social levou-os a reunirem-se naquela associação. O sentido dc reconhecimento «Cidadãos activos» do regime censitário, protagonistas da vida local (e
e identificação permitiu que, apesar das flutuações no ritmo de entradas e até para além dela), os sócios do Círculo Eborense constituíam um grupo de
das alterações das proporções entre os três principais grupos ocupacionais, as poder na sociedade eborense da época, e corporizavam algumas das diferen
suas características estruturais continuassem perceptíveis ao longo dos se ças entre o Antigo Regime e o liberalismo quanto a factores de identificação
tenta e quatro anos compreendidos entre 1836 e 1910. e distinção social.
A favor da perspectiva de uma relativa estabilidade dos atributos sociais Neste contexto, o Círculo Eborense era, a um tempo, espelho onde se
dos indivíduos que passaram pelo Círculo, sublinhe-se o facto de certas reflectiam todas estas dinâmicas e espaço de legitimação das mesmas.
famílias eborenses, pela renovação geracional, serem uma presença constan
te. Acrescente-se que os indivíduos ligados pelo parentesco tendiam a
situar-se, quer do ponto dc vista ocupacional, quer pelo exercício de cargos 1 Georges Gurvitch, La vocatio” actue/lede lasociologie, 4. ed., t. 1, Paris, 1968, p. 305.
político-administrativos, numa linha de coerência e continuidade em relação 2 A referência detalhada a estas fontes encontra-se no capítulo que trata do tema da fundação
aos seus 94antecessores A família, para além da sua dimensão afectiva, era um
. e organização interna da sociedade Círculo Eborense.
3 Tratou-se de uma investigação pontual destinada, concretamente, a possibilitar a identifica
espaço de reprodução social das posições. ção dos indivíduos que juraram a Constituição de 1822 durante o desenrolar do processo
O exercício de cargos político-administrativos era frequente entre os setembrista (ADE, Núcleo das Actas da Câmara: livro 63, sessão de 1836-9-14) e dos
sócios do Círculo, sobretudo os ordinários. No entanto, à medida que o proprietários da casa onde estava sediada a associação (ADE, Núcleo Judicial-IOCE: maço
século avançava, a sua capacidade dc acesso a cargos de âmbito nacional 89, n.° série 1625; maço 113, n.° série 2051; maço 114, n.° série 2061).
4 Depositados no ADE (Arquivo Distrital d’Evora).
parece ter-se reduzido. A tendência era o reflexo, no microcosmos da associa 5 Como a necessidade de obter as informações mencionadas exigiu a consulta de documenta
ção, de uma situação que afectava alguma notabilidade portuguesa, especial ção dispersa pelo grande número de maços que constituem o fundo do governo civil e junta
mente aquela cujos prestígio e poder radicavam na posse de tcrra distrital de Evora não se enumera aqui cada um deles adiantando, apenas, que as informa
S.
9
ções relacionadas com os processos eleitorais aparecem inventariadas sob a entrada «Esta
Relevante, também, é o facto de bastantes sócios, sobretudo ordinários, tística: eleições». Uma identificação mais pormenorizada aparece na bibliografia deste
terem uma intervenção regular em associações agrícolas, comerciais, de trabalho, secção dedicada à apresentação das fontes.
beneficência, e na empresa responsável pela construção do Teatro Garcia de 6 ADE, Núcleo Municipal: «Primeiro Livro Mestre do Batalhão da Guarda Nacional de
Rcsendc. Estes exemplos iluminam um importante referente ideológico do Evora», 1834-37.
7 ADE-NGC, Agricultura, maços 136, 279, 296.
comportamento das elites de Oitocentos: o interesse pela causa pública e a 8 Manue/i,,hod’EVo?’a, n.° 283, 1886-6-22, e n.° 290, 1886-8-10,
promoção de acções em benefício da sociedade 9 Jbid., n.° 281, 1886-7-20.
1
132 O Círculo Eborense: a sociabilidade como distinção 133
Notas
10 Ibid., n.°’ 102, 1883-1-2; 103, 1883-1-9; 104, 1883-1-16; 105, 1883-1-23; 106, 1883-1-30;
107, 1883-2-6; 108, 1883-2-13; 109, 1883-2-20; 110, 1883-2-27. ideia de «duas classes differentes de sócios”, fundamentando esta proposta no «principio de
egualdade que deve presidir a todas as associações» e também por se entender serem
1
11 Para tal consultou-se a obra de Cristovam Ayres de Magalhães Sepúlveda,
História da «quase eguais os direitos de ambas as classes» (cfr. ACE, Livro de Actas da Assembleia
Cavalaria Portuguesa, vol. III, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893.
12 PierreBourdieu,op.cit.,p. 118. Geral II: sessão de 1880-6-20). A proposta não foi aceite, continuando vigente a distinção
13 Georges Gurvitch, op. cit., p. 305. entre sócios ordinários e extraordinários, mas o argumento de que situação de igualdade
14 ACE (Arquivo do Círculo Eborense), Livro de Actas da Assembleia Geral 1: sessão entre todos os elementos era um critério estruturante deste tipo de associações revela, da
de 1836-3-3. parte de alguns sócios, a consciência de que que participavam numa prática de sociabilidade
15 ACE, Maço de correspondência: Oficio da Administração Geral do Distrito dirigido
directores do Círculo Eborense (documento que dá conta do envio de cópia da portaria
aos com características peculiares do ponto de vista dos valores que lhe eram subjacentes; a não
expedida pela 3.’ repartição do Ministério do Reino, em 9-1-1837, mediante a qual aprovação da referida proposta, por sua vez, se bem que possa revelar uma certa falta de
se concordância com aquele princípio, deve também ser interpretada como uma preocupação
procedeu à aprovação dos estatutos da sociedade).
1 6 C’odigo C’ir’il Portuguez. Nova edição acrescentada com a legislação posterior ao mesmo C’odigo em possibilitar a sobrevivência da sociedade. E que à categoria de extraordinários perten
e um ciam todos os indivíduos que não tinham residência fixa na cidade e, em vista disto, a
repertorio alphafetico, Porto, Typografia do Jornal do Porto, 1868, p. 52.
17 Cfr. Fernando Piteira Santos, «Direito de associação», in Dicionário de Históna de Portugal,vol. possibilidade de serem eleitos para cargos de direcção ou influenciarem o sentido das
1, Porto, Livraria Figueirinhas, 1984, pp. 236-38. votações em favor de outros elementos que se encontrassem nas mesmas circunstâncias
18 António Joaquim Lopes da Silva (coord.), Repertorio .Juridico Porniguez, poderia, eventualmente, constituir um factor de instabilidade que fizesse perigar a já
t. X, Coimbra,
Imprensa da Universidade, 1886-99, p. 332. referida sobrevivência da associação.
19 Francisco Lencas tre, índice remissivo da Legislação Novíssima de Portugal C’onprehend 28 A hipótese avançada por Maurice Agulhon (op. dt., p. 33) para o caso da França não parece,
endo os de modo algum, inviável para esclarecer a situação portuguesa.
Anuosde 1838 até 1868, Lisboa, Typografia Universal, 1869, Lisboa, 1869, 165.
p. 29 Existe na documentação do Círculo Eborense um Livro dos Visitantes, no entanto a falta de
20 Cfr., como exemplos, Alipio Freire de Figueiredo A. Castello Branco, Repertorio
oiilndice Geral legibilidade e escassez das assinaturas aí registadas, bem como a ausência de referências
Alpitabetico e Remissivo de Toda a Legislação Portuguez.a Constitucional Desde o Estabelecime
nto do sobre o assunto em outros documentos, não possibilitaram uma análise relevante da impor
Governo na Ilha Terceira em 1829 AtéAbrildo Anno de 1838 Inclusive, Lisboa, Typografia
de J. R. tância dos «visitantes” na vida da sociedade.
Figueiredo, 1838, pp. 40-41 e 436-37, e Francisco de Lencastre, op. cit.,
pp. 38 e 405-6. 30 Cfr. ACE, Livro de Actas da Assembleia Geral 1: sessão de 1846-3-3.
Sobre a evolução do associativismo português consulte-se, ainda, Costa Goodolfim,
A 31 Cfr.Anexo lIA.
Associação, História e Desenvolri,,ieuto das Associações Portuguesas, Lisboa, 1876.
21 Maria Carlos Radich, «Formas de organização política: sociedades parrióticas 32 ACE, Livro de Actas da Assembleia Geral 1: sessão de 1863-4-12.
e clubes 33 ADE, Núcleo Judicial-IOCE: maço 89, n.° série 1625 (inventário na sequência da morte de
políticos. 1820-1 836, in O Liberalismo na Península Ibérica na Primeira Metade do Sécio
XIX, vol. José Jacinto do Amaral Banha).
1, Lisboa, Sá da Costa, 1982, p. 137.
22 ADE, Núcleo Municipal: Actas da Câmara, 63 (LIX), sessão de 1836-9-14. Das 34 Cfr. ADE, Núcleo Judicial-IOCE: maço 114, n.° série 2061.
diversas 35 ACE, Maço de correspondência (infelizmente a carta dirigida pela sócia aos directores da
«authoridades locaes» que prestaram juramento, oito faziam parte do grupo de indivíduos
cujos nomes se encontram nos registos do Círculo como tendo entrado ao longo sociedade não está datada).
do ano de 36 Cfr. Antonio-Miguel Bernal e Jacques Lacroix, »Aspects de la sociabilité andalouse. Les
1836, data em que há conhecimento das primeiras movimentações para a fundação
da associations sevillanes (XlX-XX s.)», inMélanges de la azade Ve/asquez cit., t. XI, pp. 436 e 487.
sociedade.
23 ADE, Núcleo Municipal: «Primeiro Livro Mestre do Batalhão da Guarda 37 Cfr. a nota anterior.
Nacional de 38 Cfr. MauriceAgulhon, op. cit., pp. 24-25.
Evora’, 1834-37.
24 Cfr. o ACE, Livro de Conta Corrente do Círculo, 1836-6-18, foI. 3. Quanto 39 Cfr. R. J. Morris, «Clubs, societies and associations”, in E M. L. Thompson (ed.), The
à conotação Cambridge Social Histoty ofBritaiu 1750-1950, vol. 3: Socialagencies and Institutions, Cambridge,
política do jornal, cfr. Maria de Fátima Bonifácio, «A Revolução de Setembro de 1836, 1
Análise Social, vol. XVIII (71), 1982, pp. 335 segs. Canibridge University Press, 1990, pp. 395-444, e também Crane Brinton, »Clubs», in
Eiicyclopedia ofthe Social Sdences, vol. III, 1931, pp. 573-77.
25 Em relação à realidade portuguesa cír. Maria de Lourdes Lima dos Santos,
368; para o caso da França, cfr. MauriceAgulhon, op. cir., pp. 18-22.
26 Desde o momento da sua fundação oficial a que correspondem os estatutos
—
op. dt., 1990, p.
iniciais até
—
1 40 Cfr. James Q. Wilson, «Clubs Políticos”, in Enciclopedia Inteniacionalde hzs ‘iencias Soda/es, vol.
II, Madrid, 1974, pp. 415-19; e «Asociaciones Voluntarias”, ibid., pp. 611-27.
41 Cfr. Manuel Bonachela Mesas, Caracteres yfunciones de las asociaciones vohi,itarias eu las democra
finais do século XIX, existiram duas alterações aos estatutos da sociedade: a primeira
datou cias ocidentales. Notas especificas entre las élites andaluzas, Madrid, 1987, p. 14.
de 1865 (cfr. ACE, Livro de Actas da Assembleia Geral 1: sessão de 1865-2-5) e a segunda
de 42 Sobre a questão das tipologias cfr. Antonio Miguel Bernal e Jacques Lacroix, op. dt,, pp. 471-
1880 (cfr. ACE, Livro de Actas da Assembleia Geral II: sessão de 1880-6-20), embora
a data -75; Georges Gurvitch, op. cit., pp. 308-57; James Q. Wtlson, op. cit., pp. 415-19; Michael
da sua aprovação pelo Governo Civil seja de 1881 (cfr. ADE, Núcleo do. GC: Estatística,
Associações, maço 293). Estas alterações, no entanto, não modificam os aspectos fundam Banton e David L. Sills, op. cit., pp. 611-27, e A. Meister, Participa€ióii socialy cambio social,
tais dos objectivos e orgânica interna.
en Caracas, Monte Avila editores, 1971, pp. 215-26. Embora as sistematizações dos diversos
27 Em 1880, em reunião da assembleia geral, houve mesmo quem propusesse abandono autores apresentem algumas diferenças, os critérios utilizados para a caracterização do
o da Círculo Eborense enquadram-se, sem dificuldades, em qualquer uma delas.
134 O Cfrculo Eborense: a sociabilidade como distinção Notas 135
43 Georges Gurvitch, op. dt., p. 305. logia utilizada por Dupâquier (cfr. J. Dupâquier, A História Social. Problemas Fontes e Métodos,
44 Cfr. Adeline Daumard, «LHistoire sociale comparative et quantitative de l’époque Lisboa, Cosmos, 1973, p. 201). A hierarquia entre as diversas classes obteve-se organizando
contem
poraine», Cahiers Jnrernacionauxd’Histoire Econoinique e. Sacia/e, Genève, 1986, 302. estas por ordem decrescente de rendimentos e atribuindo à mais elevada o número 1; os
p.
45 Cfr., entre outros, Adeline Daumard, op. dt., 1986, p. 302; Albert Silbert, Le indivíduos cujos rendimentos se situavam nessa classe consideraram-se então na primeira
Portugal
Méditerra,iéen à lafin de l’Ancien Regime, vol. II, 2.’ ed., Lisboa, INIC, 1978, posição (1).
pp. 770-79; Rui
Cascão, op. cit., p. 517. 60 ADE-NGC: Estatística Eleições, 1841, maço 670.
—
46 Pedro Tavares de Almeida, op. cit, p. 18. 61 Cfr. Marcelo Caetano, Lições de Direito Constitucionale de Giência Política (1951-1952.), Coimbra,
47 Informações cedidas por Helder Adegar T D. Fonseca, cuja tese de Doutorament Coimbra Editora, 1952, p. 248.
o «Econo
mia e atitudes económicas no Alentejo oitocentista». Cfr., do mesmo autor, «Sociedade 62 ADE-NGC: Estatística Eleições, 1843, maço n.° 280.
—
e
elites alentejanas no século XIX», Economia e Sociologia, n.° 45-46, 1988, 63 Cfr. Cdigo Administrativo, Lisboa, Imprensa Nacional, 1842, p. 58 (art. 241.°).
pp. 63-106.
48 Cfr. Guy Chaussinant-Nogaret, Une Ijistoire des é/ires 1700-1848, Paris, Mouton,
1975, p. 10. 64 ADE-NGC: Estatística Eleições, 1850, maço n.» 674.
—
49 Pierre Bourdieu, op. cit., p. 115. 65 Ibid., 1870, maço n.° 662.
50 ACE, Livro de Actas da Assembleia Geral 1: sessão de 1 836-3-3. 66 Cfr. Pedro Tavares de Almeida, op. dt., pp. 40-41. O documento de 1850 utilizado neste
51 Ibid., sessão de 1865-2-5 (aprovação da reforma dos estatutos). estudo é uma lista de eleitores e elegíveis para os corpos administrativos locais. Como,
52 Georges Gurvitch, op. cit., p. 305. segundo o Código Administrativo de 1842, Evora fazia parte dos concelhos de segunda
53 Ibid., p. 306. ordem, isso implicava montantes de elegibilidade para os cargos municipais ligeiramente
54 Cfr. o Anexo lIA, Identificação biográfica dos súcios ordinários do Cículo Eborense. inferiores aos 400 mil réis de renda líquida anual (cfr. Código Administrativo, Lisboa, Impren
55 Os elementos informativos obtidos, quer digam respeito a este ou aos outros sa Nacional, 1842, pp. 9 e 10, art. 15.» e p. 104). Já o Código Administrativo de 1878 não
indicadores,
raramente coincidem com o momento de registo dos indivíduos como sócios do explicita qualquer diferença no que diz respeito ao montante do rendimento entre eleitores
Círculo. De
resto, foi a insuficiente informação biográfica constante da documentação da sociedade e elegíveis para os corpos administrativos e para deputados (cfr. código Administrativo,
que
conduziu às pesquisas posteriormente efectuadas, sendo precisamente daí Lisboa, Imprensa Nacional, 1878, pp. 57 e 58, arts. 267.» a 270.»).
que advém a
dessincronia. O importante, porém, é que os resultados obtidos possibilitam a identificação 67 Cfr. Pierre Bourdieu, op. dt., p. 154.
dos sócios em determinado momento das suas vidas o qual, podendo não coincidir 68 Pedro Tavares de Almeida, op. dt,, p. 41.
exacta
mente com o momento de associação, é ainda assim válido para, mediante
a leitura de 69 Cfr. a citação apresentada na nota 1 da segunda parte deste livro.
conjunto dos elementos referentes aos diversos sécios, contribuir para a identificação 70 ACE, Livro de Actas da Assembleia Geral II, sessão de 1 880-3-20.
do
perfil sociológico do grupo. 71 ADE, Núcleo Municipal: «Livro da Companhia Eborense Fundadora do Teatro Garcia de
56 Pedro Tavares de Almeida, op. rir., p. 189. Rezende”, 1892, foi. 1-3.
57 Cfr., Alain Guillemin, «Aristocrates, propriétaires et diplômés. La iutte pour le pouvior 72 Ibid.
local
dans le département dela Manche, 1830-1 875»,Actes de la Rechercheen Sciences 73 Cfr. a entrada «Outras actividades» no Anexo II A: Identificação biográfica dos sócios
Sacia/es, n.° 42,
Abril 1982, p. 36. Utilizando como ponto de partida o termo instruído, Rui Ramos ordinários do Círculo Eborense (a listagem foi ordenada por ordem crescente das datas de
em
«Culturas da alfabetização e culturas do analfabetismo em Portugal: uma introdução registo dos associados).
à
História da Alfabetização no Portugal contemporâneo», Análise Social, vol. XXIV 74 Cfr. J. M. Monarca Pinhei ro,Memória do I.iceu, Evora, 1991, p. 15.
(103-104),
1988, pp. 1067-145, considera que em «Portugal, no princípio do século XIX,
os grupos 75 Cfr. Anexo TIA, Identificação biográfica dos súcios ordinários do Círculo Eborense.
dominantes dos meios rurais grandes lavradores e arrematantes de rendas 76 Ibid.
—
instruídos ou, pelo menos, estavam muito relacionados cornos notáveis letrados»
[...] — eram
77 O maior número de informações diz respeito a cargos municipais presidentes de câmara,
—
(p. 1076).
Ao considerar o acesso à instrução como um atributo dos grupos dominantes da sociedade veradores e, com menos frequência, conselheiros municipais embora também se registem
—,
rural o autor acaba por, indirectamente, corroborar a hipótese dos fundadores alguns administradores de concelho (cfr. Anexo II A, Identificação biográfica dos súcios
do Círculo
como um grupo de elite. ordinários do Círculo Eborense). De resto, era a especificidade de cada uma das funções que
58 Cfr. Helder Fonseca, «Sociedade e elites alentejanas no século XIX», Economia conduzia a esta situação: os corpos administrativos eram cargos electivos e colectivos; os
e Sociologia,
n.» 45-46, 1988, p. 73. magistrados eram de nomeação régia e eram cargos individuais.
59 Esta opção relaciona-se com dois factores: 1) conforme foi referido por Pedro
Tavares de 78 Os cargos mencionados são os que aparecem mais frequentemente inventariados para o
Almeida (op. cii, pp. 42-45), o recenseamente eleitoral resultante do sufrágio plano distrital (cfr. Anexo II A, identificação biográfica dos súcios ordinários do Círculo
censitário e
das hipotéticas parcialidades políticas das comissões de recenseamento, nem sempre Eborense). Sobre os aspectos jurídicos de cada um deles cfr., nomeadamente, o Código
reflec
tia fielmente o montante dos rendimentos dos indivíduos recenseados; 2) a obtenção Administrativo de 1842 (Lisboa, Imprensa Nacional, 1842) e o código Administrativo de 1878
de
posições relativas mediante o acantonamento dos rendimentos em classes organizadas (Lisboa, Imprensa Nacional, 1878) que, no seu conjunto, abrangem a maior parte do
por
ordem decrescente dos montantes, permite contornar o problema das virtuais flutuações período em análise.
da
moeda, possibilitando a comparação da hierarquia das posições em momentos
mente diferenciados. As classes de rendimento estabeleceram-se de acordo
temporal-
com a metodo
i 79 Helder Fonseca, op. dt., p. 93. Sobre est assunto cfr., também, Yves Lequin, Histoire des
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Anexos
Anexo 1
Dados estatísticos sobre os sócios do Círculo Eborense
a)
‘a Número de Número de Número de
a)
1 entradas de e7ltrat2l7s de entradas de Cólados sódos
-oo Datas Datas sócios Datas sódos
sócios
o ord exi. ord ext. ord exL ord ext.
z 1886 1 4
c) 1836 50 2 1861 1 O
o 1837 5 6 1862 5 1887 4 9
o 3 1888 O 6
e 1838 1 4 1863 6 E E
a) 1839 1 2 1864 6 3 1889 6 6 267 511
e 1865 2 6 1890 o 9
a) 1840 1 2
E 1 4 1891 O 2
1841 3 4 1866 E
e 1842 O O 1867 8 5, 1892 O 5 (excluindo os 36
1843 5 1868 3 3 1893 16 39 fundadores): 231
E o
1 1844 4 1 1869 1 1894 3 20
1845 5 3 1870 6 1895 7 35 o
C) •0
o
‘a 1846 2 2 1871 2 2 1896 3 15 x x o
a) e
a) 1847 2 O 1872 O 4 1897 5 9 1836-1910 1836-1910: 7 o
‘o
‘a
a) 1848 5 3 1873 2 1898 O 17 (excluindo os 36
o- 1849 O 1 1874 O 3 1899 3 14 fundadores): 3 -oo
o
‘a
o 1850 1 1 1875 2 1 1900 6 8 ‘a
-o 1851 4 O 1876 O o 1901 2 11 o
.0
-o 1852 5 10 1877 O O 1902 4 18 o
e 1853 O 5 1878 O o 1903 2 6 x x o,
a
o
a) 1836-79: 3
-o 1854 1 2 1879 O 1 1904 3 10 1836-79
o o
1 1855 8 7 1880 23 14 1905 O 5 (excluindo os 36 -oo
a)
E 1856 1 8 1881 8 15 1906 2 7 fundadores): 2
1857 2 4 1882 8 12 1907 1 21
1858 2 4 1883 2 2 1908 O 14
1859 3 O 1884 3 14 1909 3 18 x x
1860 2 2 1885 o 3 1910 O 24 1880-1910: 4 1880-1910:9 o
o
-
, , • • (5 5 o’
Activiazde , ,
c Ca
. N
(5
E. E:
o
(O ‘a
o
1865-69 O;
13 2 ‘a
1870-74 2 1 1 o
o
1875-79 2
os
1880-84 1 5 8 1 2 14 3 10 o o
‘a
o
1885-89 1 2 4 3. o1
1890-94 1 1 3 1 5 1 7 o
1895-99 1 1 8 1 7 zO;’
1
1900-04 2 1 1 11 1 1 o
1905-09 1 1 1 1 2 o
o
1910a o
1
Totais: act. o
prof. 621224592 9 52579 o
o
o
Não houve nenhum registo para associado no ano de 1910. o
z
(O
00
Pontes:Anexo lIA, Identificaçio biogrífica dos sócios ordinrios do Círculo Eborense 1836-1910.
11ç=:
o
o .
o‘a O;
O
D o o‘a
E. CO
‘a
-
o;
00
CO .;
O; ‘a
o
‘a o o
‘- z
O; ‘a
‘a o
o
o (O
o o
OS ‘a
o OS
O
o‘a O
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O
O; O
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O
O;’ o
o 0
o
0 CO
O O
O CO
o
O
O
tj
o
o
(O e
o’
e
CO
Dados estatísticos sobre os sócios do Círculo Eborense 163
162 Anexo 1
Fones: ADE-NGC: Estatística Eleições: «Caderno dos Cidadãos Elegíveis para Senadores do Diatritoo,
— Fontes: ADE-NGC: Estatística Eleições: «Caderno de recenseamento dos eleitores e elegíveis do concelho
—
1841, maço n.° 670; ACE, «Livro de Matrículas doa Sócioso. d’Êvora•, 1850, maço n.° 674; AGE, «Livro de Matrículas dos Sócioso.
(%) (%)
classes a (e,n mi/réis) , ii. /cid aptos
n. % iz.° (%) X dos 1 >16000 1 • 1 O O X dos
1 16000-8000 4 21 3j75 88 rendimentos II 16000-8000 O O O O rendimentos
II 80004000b 4 21 4 100 (classes 1-11) (em mil réis): III 8000-4000 4 2 1 25 12 (em mil réis):
III 4000-2000 3 16 1 33 36 4327 1V 4000-2000 20 10 3 15 (classes 1070
IV 2000-1000 1 5 i5 (classes V 20001000b 17 8 1 6 III-V)
V 1000-500 7 37 3 43 III-V) VI 1000-500 58 29 O O
Total - 19 100 11- - VII 500-250 99 50 O O
Total - 199 100 5 - -
Fontea: ADE-NGC: Estatística Eleições: «Pauta dos habitantes que estio em condições de servir o emprego
—
de Administradores do Concelhoo, 1843, maço n.° 280; AGE, «Livro de Matrículas dos Sócioso. Fontes:ADE-NGC: Estatística— Eleições: «Caderno de recenseamento eleitoral do concelho d’Évorao, 1870,
maço n.° 662; ACE, «Livro de Matrículas dos Sócioao.
Á
164 Anexo 1 Dados estatísticos sobre os sócios do Círculo Eborense 165
Hierar- Classes de Elegíveis Sóciosfimdadores Hierar- Classes de Elegíveis Sócios do Círculo Eborense
quia dar rendimentos 1 quia alzr rendimentos
n.°/83 n.”/e/egíveis o/J99
classes a (em mi/reis) ,
o
(%) ,
(%) classes a (em mi/réis) ,o (%) a.° (%)
1 8000-4000 3 4 O O 1 >160 3 2 1 33
X dos X dos
II 4000-2000 5 6 O O 5 rendimentos II 160-80 4 3 1 25 19
III 20001000b 11 13 1 9 (classes 1-111) III 80-40 11 8 3 27 (classes 1-1V) rendimentos
(em mil réis):
IV 1000-500 25 30 3 12 1V 13 9 1 8 (em mil réis):
1093 4O-2O’.
V 500-250 28 21
33 1 4 6 V 20-10 26 19 4 15 8
VI 250-125 8 10 O O (classes VI 10-5 43 31 O O (classes
VII 125-100 3 4 O O 1V-Vil) VII 5-2,5 37 27 5 14 V-VIII)
Total - 83 100 5 - - VIII <2,5 1 1 1 O O
Fontes: ADE-NGC: Estatística Eleições: oCaderno dos Cidadãos Elegíveis para Senadores do Distritoo,
—
Total - 138 1 100 15 - -
d’Évorao, 1850, maço n.° 674; AGE, oLivro de Matrículas dos Sócioso.
Tabela 5.4.
Tabela 5.2. Distribuição dos sécios do Círculo Eborense por cada uma as classes de rendimentos
Distribuição dos sócios do Círculo Eborense por cada uma das classes de rendimentos construídas para o conjunto dos elegíveis constantes do caderno de recenseamento
construídas para o conjunto dos cidadãos em condições de servirem para Administrado eleitoral do concelho de Evora 1870 (registos posteriores a 1836/03).
res do Concelho de Evora 1843 (registos posteriores a 1836/03).
Hierar- Classes de Elegíveis Sócios do Círculo Eborense
Cidadãos aptos para quia das rendimentos a.°1199 n.°/e/egíveis
Hierar- Classes de Sócios do Círculo Eborense
Atimia, do Conce/ho classes a (em mil réis) (%) 0
(%)
quia das rendimentos
classes a (em milréis) ,i./cid aptos >16000 1 1 1 100
a. ,O 1 X dos
% (%) X dos II 16000-8000 O O O O rendimentos
1 16000-8000 4 21 1 13 rendimentos III 8000-4000 4 2 2 50 43 (classes (em mil réis):
II 80004000b 4 21 O O (classes 1-11) (em mil réis): 1V 4000-2000 20 10 7 35 111-1V) 1070
III 4000-2000 3 16 1 33 9 4327 V b
20001000 17 8 8 47 11
1V 2000-1000 1 5 O 0j (classes VI 1000-500 58 29 14 24 (classes
V 1000-500 7 37 00j III-V) VII 500-250 99 50 4 4 V-VII)
Total - 19 100 2- -
Total - 199 1 100 36 - -
Fontes: ADE-NGC: Estatística Eleições: oPauta dos habitantes que estão em condições de servir o emprego
—
Fontes: ADE-NGC: Estatística Eleições: o Caderno de recenseamento eleitoral do concellio d’Évorao,
—
de Administradores do Concelho», 1843, maço n.° 280; AGE, oLivro de Matrículas dos Sócioao. 1870, maço n.° 662; AGE, oLivro de Matrículas dos Sócioso.
Á
166
Tabela 5.5.
Anexo 1
Distribuição dos sócios do Círculo Eborense por cada uma das classes de rendimentos
construídas para o conjunto dos elegíveis constantes do caderno de recenseamento
1 Anexo II A
Sócios ordinários do Círculo Eborense
(1836-1910)
eleitoral do concelho de Evora 1891 (registos posteriores a 1836/03).
1
,o
(%) ,o
[ (%)
12800-6400 2 0,4 1 50 X dos
II 6400-3200 7 1 2 3 27 rendimentos
III 3200-1600 12 2 8[67 (classes (em mil réis):
W 1600-800 27 5 9 33 1-1V) 461
r
V 8OO4OOb 75 14 13 17 3
VI 400-200 212 38 9 4 (classes
VII 200-100 220 40 4 2 V-VII)
Total - 555 100 46 - -
Governador Civil Interino, 1835 Rendimentos: 1.600.000 réis (1841) Evora, 1855
Entrada no CE: Março de 1836 Entrada no CE: Março de 1836 Habilitações: Instrução Secundária, 1855
Saída do CE: 1858 Matias José FERNANDES (40) Rendimentos: 4.000.000 réis (1841), 5.581.270
Proprietário/Lavrador, 1855 (1843),187207-D (1850)
João Rebelo da Costa CABRAL Vereador, 1846. Conselheiro Municipal, 1865. Entrada no CE: Março de 1836
Juiz Supremo Tribunal de Justiça, 1836 Francisco de Brito CASCO SOLIS (25) Conselheiro Distrital, 1837 e 1854. Procura Saída do CE: 1864
Habilitações: Bacharel de Direito, 1836 Proprietário (+ colect.), 1855; Morgado dor Distrital, 1837 e 1840
Entrada no CE: Março de 1836 Vereador Municipal, 1851. Vogal do Conselho Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Municipal, 1865 e 1875. Conselheiro Dis Evora, 1855 José Paulo MIRA (27)
trital, 1864 Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Proprietário, 1855
José António da Cruz CAMÕES (46) Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Rendimentos: 2.000.000 réis (1841), 6.881.320 Vereador Municipal, 1864. Conselheiro Distri
Proprietário (+ colect.), 1855 Evora, 1855 (1843), 81521-D, 1850 tal, 1864 e 1806
Vereador Municipal, 1837. Conselheiro Muni Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Entrada no CE: Março de 1836 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
cipal, 1865. Procurador Distrital, 1838,1840 Rendimentos: 1.200.000 réis (1841), 13047-D Evora, 1855
Conselheiro Distrital, 1864, 1866 (1850), 3.000.000 MC (1870) Habilitações: Instrução Secundária, 1855
Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Entrada no CE: Março de 1836 Francisco Joaquim da FONSECA
Rendimentos: 5.000.000 MC (1870)
Evora, 1855 Saída do CE: 1879 Proprietário (+ colect.), 1855
Entrada no CE: Março de 1836
Habilitações: Instrução Primária, 1855 Vereador Municipal, 1837 e 1846. Conselheiro
Saída do CE: 1883
Rendimentos: 4.000.000 réis (1841), 6.169.100 Distrital, 1837. Senador, 1838
(1843), 11.612.000 (1850) Francisco de Paula CORDOVIL (29) Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Entrada no CE: Março de 1836 Proprietário, 1837; Morgado Evora, 1855
António Rafael MOREIRA (42)
Saída do CE: 1868 Vereador Municipal, 1837, 1840, 1842, 1846. Habilitações: Instrução Secundária, 1855
Proprietário, 1837
Conselheiro Distrital, 1837. Procurador Dis Rendimentos: 4.000.000 réis (1841), 122.808.520
Habilitações: Instrução Secundária, 1837
trital, 1840, 1850. Senador, 1838 (1843), 29.284 (1850)
Entrada no CE: Março de 1836
António Feliz Moniz CARDOSO (48) Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Entrada no CE:Março de 1836
Saída do CE: 1866
Proprietário, 1843 Rendimentos: 3.000.000 réis (1841), 1.823.372 Saída do CE: 1855
Vereador Municipal, 1837. Procurador Distri (1843).
tal, 1840. Conselheiro Distrital, 1838 Entrada no CE: Março de 1836 José Joaquim MOURA (62)
José Maria FRANCO
Habilitações: sabe ler, 1843 Saída do CE: 1856 Proprietário, 1841
Funcionário: Contador da Fàzenda (1855)
Rendimentos: 853.800 réis (1843) Procurador Distrital, 1837 Vereador Municipal, 1837. Conselheiro Distri
Entrada no CE: Março de 1836 Habilitações: Instrução Secundária, 1842 tal, 1837
António Maria da COSTA (40) Habilitações: sabe ler, 1841
Entrada no CE: Março de 1836
Proprietário, 1855 Rendimentos: 2.000.000 réis (1841)
Saída do CE: 1858
Luís Sá Sousa CARVALHO Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Entrada no CE: Março de 1836
Entrada no CE: Março de 1836 Evora, 1855
Habilitações: Instrução Primária, 1855 João Barreiros Galvão da GAMA
Rendimentos: 13241-D (1850) Proprietário, 1841; Morgado José Maria da Costa NORONHA
José Meio e CARVALHO Entrada no CE: Março de 1836 Senador, 1838 Entrada no CE: Março de 1836
Conselheiro Distrital, 1837. Administrador Ge Saída do CE: 1858 Habilitações: sabe ler, 1841 Saída do CE: 1858
ral Interino, 1837 Rendimentos: 4.000.000 réis (1841)
Entrada no CE: Março de 1836 Entrada no CE: Março de 1836
Saída do CE: 1858 Joaquim José FERNANDES (54) Jacinto da Rosa Abrantes e OLIVEIRA (46)
Lavradoi; 1850 Proprietário (+ colec.), 1855
Conselheiro e Procurador Distrital, 1838 João Teodoro Pinto da MAIA (26) Presidente Câmara, 1837, 1838, 1840 e 1842
Francisco José Ferreira CARVALHO Habilitações: sabe lei; 1850 Proprietário (+ colect.), 1855 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Proprietário, 1838; Morgado Rendimentos: 10.319.160 réis (1843), 161237- Vereador Municipal, 1842. Procurador Distri Evora, 1855
Senador, 1838 -D (1850) tal, 1840 Habilitações: Instrução Secundária, 1855
Á
172 Anexo TIA
1 Sócios ordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 173
Rendimentos: 1.000.000 réis (1841), 3.286.440 Municipal, Vogal, 1875. Conselheiro Distri Entrada no CE:Março de 1836 Administrador Cone. Subst., 1842. Vereador
(1843), 126674-D (1850); 3.000.000 MC tal, 1854 Saída do CE: 1855 Municipal, 1855. Conselheiro Distrital, 1837,
(1870) Habilitações: Bacharel de Medicina, 1850 1838 e 1854. Procurador Distrital, 1845
Entrada no CE: Março de 1836 Rendimentos: 8.000.000 réis (1841), 68602-D Vice-Presidente do Asilo da Infância Desvalida,
(1850), 3.000.000 MC (1870) Marcos Torres VAZ FREIRE (34) 1858. Sócio da SociedadeAgrícola do Distri
Entrada no CE: Março de 1836 Proprietário, 1855, Morgado to de Evora, 1855
João Mesquita Pimentel PAVIA (24) Vereador Municipal, 1837. Procurador, 1840. Habilitações: Instrução Secundária, 1855
Proprietário (+ colec.), 1855. Morgado Conselheiro Distrital, 1838, 1854, 1864, Rendimentos: 600.000 réis (1841), 844.000 réis
Senador, 1838 João Morais RESENDE 1866. Deputado, 1861 (1843), 9420-D (1850)
Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Coronel de Cavalaria n.° 5, 1834. Barão de Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Entrada no CE: Mairo de 1836
Evora, 1855 Resende Rendimentos: 16000-D (1850) Saída do CE: 1859
Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Entrada no CE: Março de 1836 Entrada no CE: Março de 1836
Rendimentos: 8.000.000 réis (1841), 145415- Saída do CE: 1857 Saída do CE: 1868
-D (1850) António José d’ÁVILA
Entrada no CE: Março de 1836 Duque d’Avila
António Joaquim Silva e SOUSA Manuel José Afonso VIANA (42) Governador Civil, 1835. Deputado, 1840
Entrada no CE: Março dc 1836 Proprietário, 1855 Fundador da Casa Pia
Francisco José Soure RAMALHO (34) Conselheiro Distrital, 1854. Administrador Ge Entrada no CE: Julho de 1836
Saída do CE: 1865
Lavrador, 1855 ral Interino, 1841
Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Evora, 1855. Accionista da Companhia Fun Evora, 1855 Zacarias Vilhena BARBOSA
Jacinto Carlos TORRES (29)
dadora do Teatro Garcia de Resende, 1881 Habilitações: Instrução Secundária, 1855
Proprietário, 1870 Entrada no CE: Julho de 1836
Habilitações: Instrução Primária, 1855 Rendimentos: 600.000 réis (1841), 797.800
Vereador Municipal, 1864
Rendimentos: 800.000 réis (1891) (1843), 53216-D (1850)
Accionista Companhia Fundadora do Teatro
Entrada no CE: Março de 1836. Tonioiiasei’sódo
Garcia deResende (1881) Entrada no CE: Março de 1836 Manuel Joaquim Cardoso CASTELO
Habilitações: sabe ler, 1870 Saída do CE: 1858 BRANCO
António Feliciano Varela RAMALHO (Sénior) Rendimentos: 1.600.000 MC (1870) Entrada no CE: Julho de 1836
(Dr.) (58) Entrada no CE: Março de 1836
Proprietário/Lavrador, 1841 Saída do CE: 1861 Estêvão José VIEIRA (Júnior) (26)
Vereador Municipal, 1837. Conselheiro Distri Proprietário, 1837 D. João d’ANUNCIADA (43)
tal, 1837 e 1838. Administrador Concelho, Vereador Municipal, 1846 Eclesiástico, 1870
1838. Procurador Distrital, 1838. Senador, Joaquim Maria TORRES Habilitações: sabe ler, 1850 Habilitações: sabe ler, 1870
1838 Proprietário/Lavrador, 1855 Rendimentos: 1.200.000 réis (1841), 50213-D Entrada no CE: Dezembro de 1836
Habilitações: Bacharel de Direito, 1841 Vereador Municipal, 1855 (1850)
Rendimentos: 2.000.000 réis (1841), 8.487.880 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Entrada no CE: Março de 1836
(1843) Evora, 1855 Saída do CE: 1864 José Cardoso BRAGA
Entrada no CE: Março de 1836 Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Administrador Geral Interino, 1836
Saída do CE: 1858 Entrada no CE: Março de 1836 Habilitações: sabe ler
Saída do CE: 1859 António Jacinto da Cunha VIEIRA (30) Entrada no CE: Deze,nbrode 1836
Proprietário, 1841
Luís Macedo Guerra REIMÃO Vereador Municipal, 1837
Entrada no CE: Março de 1836 António Torres VAZ FREIRE (Sénior) (70) Habilitações: sabe ler, 1841 Joaquim Máximo CALÇA E PINA (25)
Saída do CE: 1858 Proprietário, 1841. Morgado Rendimentos: 1.600.000 réis (1841) Proprietário, 1855
Procurador Junta Geral do Distrito, 1837, 1838 Entrada no CE: Março de 1836 Vereador Municipal, 1837 e 1851. Conselheiro
e 1840. Governador Civil Interino, 1836. Se Distrital, 1838, 1854, 1864 e 1866. Procura
António Miguel da Silva REIS nador, 1838 dor Distrital, 1838, 1860, 1864-66, 1870,
Proprietário/Médico, 1850 Habilitações: Bacharel de Filosofia, 1841 Carlos Miguel da Cunha VIEIRA (28) 1876, 1879, 1881 e 1883
Vereador Municipal, 1840 e 1855. Conselheiro Rendimentos: 6.000.000 réis (1841) Proprietário/Lavrador, 1855 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Á
174
Rendimentos: 12348-D (1850), 2.400.000 MC Baltazar Cavaleiro Lobo Limpo Abreu e VAS Rendimentos: 700.000 réis (1841) Entrada no CE: Janeiro de 1843
(1870) CONCELOS (31) Entrada no CE: Junho de 1838
Entrada no CE: Dezembro de 1836 Proprietário, 1855
Saída do CE: 1865 Procurador Distrital, 1840, 1845, 1854, 1865, José Onório TOGEIRO
1866 e 1870. Conselheiro Distrital, 1854, Fernando Mesquita PIMENTEL Entrada no CE: Fevereiro de 1843
1864 e 1866 Entrada no CE: Janei,vde 1839
João Amaro Mendes CARVALHO Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Entrada no CE: Dezembro de 1836 Evora, 1855 António Manuel da Cunha e SÁ
Habilitações: Instrução Secundária, 1855 José Bento GodinhoVALDEZ Entrada no CE: Jii,iho de 1843
Rendimentos: 22067-D (1850) Entrada no CE: Novembro de 1840
Joaquim Heliodoro da CUNHARIVARA (27) Entrada no CE: Dezembro de 1836
Médico, 1850 Saída do CE: 1875 António Manuel Pinto VIANA (Dr.) (23)
Vereador Municipal, 1851. Secretário Geral do Joaquim Filipe SOURE Proprietário, 1850
Distrito, 1836 Ministro de Estado Honorário Conselheiro,
Secretário Geral do Distrito, 1852
Habilitações: Bacharel de Medicina, 1850 António Torres VAZ FREIRE (Júnior) (42) 1881
Accionista Companhia, Fundadora do Teatro
Rendimentos: 400.000 réis (1841), 400.000-G Proprietário, 1850 Conselheiro Municipal, Vogal, 1875. Deputa
Garcia de Resende, 1881
(1850) Habilitações: sabe ler, 1850 do, 1840. Presidente da Câmara dos Depu
Habilitações: Bacharel de Direito, 1850
Entrada no CE: Dezembro de 1836 Rendimentos: 12,743.800 réis (1843), 163224- tados; Juiz do Supremo Tribunal de Justiça;
Rendimentos:14600-D (1850), 1.600.000 MC
-D (1850) Par do Reino (elogio fúnebre: 1882)
(1870)
Entrada no CE: Dezembmvde 1836 Accionista daCompanhia Fundadora do Teatro
Entrada no CE: Julho de 1843
Jerónimo Alcântara Limpo ESQUÍVEL Saída do CE: 1856 Garcia de Resende, 1881
Proprietário, 1855 Habilitações: sabe ler
Vereador Municipal, 1840 Entrada no CE: Maio de 1841
António Maria COUCEIRO
Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de António Feliciano Varela RAMALHO (Júnior) Saída do CE: Julho de 1852
Administrador Geral do Distrito, 1842
Evora, 1855 Entrada no CE: Janeiro de 1837 Habilitações: sabe ler
Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Entrada no CE: O,imb,v de 1843
José Jacinto do Amara 1 BANHA (30)
Entrada no CE: Dezemnbrode 1836
Proprietário, 1850
Saída do CE: 1859 José Elias Varela RAMALHO
Vereador Municipal, 1846
Entrada no CE: Janei,vde 1837 Manuel António Moura CABRAL
Habilitações: Bacharel de Medicina, 1850
Rendimentos: 41900-D (1850) Entrada no CE: Janeiro de 184’!
Joaquim Barros Teixeira LOBO
Entrada no CE: Junho de 1841
Entrada no CE: Dezembro de 1836 Francisco Manuel CAMPOS Saída do CE: Maio de 1862
Entrada no CE: fito/ia de 1837 José Matias CARREIRA
Proprietário, 1855
Paulo MELO e Carvalho Severiano António Quirino CHAVES Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Vereador Municipal, 1842. Conselheiro Distri José da Fonseca VEIGA Funcionário: Juiz de Direito, 1842 Evora, 1855. Accionista Companhia Funda
tal, 1837 Entrada no CE: Julho de 1837 Habilitações: Bacharel de Direito, 1842 dora do Teatro Garcia de Resende, 1881
Habilitações: sabe ler Entrada no CE: Agosto de 1841 Habilitações: Instrução Primária, 1855
Entrada no CE: Dezembro de 1836 Entrada no CE: Janeiro de 1841
Desidério Júlio Gastão FARTO
Eclesiástico, 1842 Baltazar Peres RÁMIRES (DL) (29)
José Maria ROJÃO Habilitaçóes: sabe ler, 1842 Proprietário/Médico, 1855 José Francisco AGNELLO
Admin. Geral Int., 1836. Govern. Civil, 1858. Entrada no CE: Setembro de 1837 Conselheiro Municipal, 1865 Entrada no CE: Março de 184’!
Proc. Distrital, 1840. Deputado, 1860-61 SaídadoCE: 1860 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Saída do CE: Março de 1845
Habilitaçóes: sabe ler Evora, 1855
Á
1
176 Anexo II A Sócios ordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 177
João Procópio Tavares CLERE (52) Habilitações: sabe ler, 1870 Garcia de Resende, 1881. Sócio da Socieda Joaquim António CALÇA E PINA
Proprietário/Lavrador, 1855 Rendimentos: 800.000 réis (1870) de Agrícola do Distrito de Evora Advogado
Secretário Geral Distrital, 1835 Entrada no CE: Deze,nbrnde 1845 Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Secretário Geral Distrital, 1851. Deputado,
Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Saída do CE: Julho de 1872 Entrada no CE:Janeiro de 1848 1889. Par do Reino (elogio fúnebre de 1899)
Evora, 1855 Habilitações: Bacharel de Direito
Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Entrada no CE: Janeiro de 1851
Entrada no CE: Maio de 1844 João Carlos NOGUEIRA Augusto César FRANCO (24)
Saída do CE: Julho de 1846 Funcionário: Juiz de Direito, 1855 Sua agência, 1870
Accionista Companhia Fundadora do Teatro José Maria Ramalho Dinis PERDIGÃO (21)
Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Garcia de Resende, 1881 Proprietário (+ colect.), 1855
Evora, 1855
José Sebastião Torres VAZ FREIRE (24) Habilitações: sabe ler, 1870 Vogal do Conselho Municipal, 1865 e 1875.
Habilitações: Bacharel de Direito, 1855
Proprietário (+ colect.), 1855; Morgado Rendimentos: 400.000 réis (1870) Procurador da Junta Geral do Distrito, 1866
Entrada no CE: Setembro de 1846
VereadorMunicipal, 1851,1855,1865-66,1869- Entrada no CE: Março de 1848 e 1870. Conselheiro Distrital, 1864 e 1883
-70, 1874-75. Conselheiro Municipal, 1875. Saída do CE Setembro 1865. Tornou a ser sócio Tesoureiro do Asilo da Intancia Desvalida, 1866.
Procurador Junta Geral do Distrito, 1883 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Joaquim José Pereira RALHA Evora, 1855. Maior accionista da Companhia
Provedor da Misericórdia, 1864 e 1882. Sócio
Entrada no CE: Setembro de 1846 Fundadora do Teatro Garcia de Resende,
da Sociedade Agrícola do Distrito de Evora, Manuel Maria Coutinho Albergaria FREIRE
1855. Accionista Companhia Fundadora do Governador Civil, 1848 1881
Teatro Garcia de Resende, 1881 Habilitações: sabe ler Habilitações: Instrução Primária, 1855
Habilitações: Instrução Secundária, 1855 João Pinto da ROSA (55) Rendimentos: 20.000.000 MC (1870)
Entrada no CE: Maiço de 1818
Rendimentos: 139670-D (1850), 4.000.000 Proprietário/Negociante, 1855 Entrada no CE: Janeiro de 1851
MC, 1870 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Saída do CE: Janeiro de 1884
Entrada no CE: Maio de 1845 Evora, 1855
Francisco Boto PIMENTEL
Saída do CE: Julho de 1881 Habilitações: Instrução Primária, 1855
Entrada no CE: Junho de 1848 José Sousa Paria e MELO
Rendimentos: 761 73-D (1850), 5.000.000 MC
(1870) Conselheiro Fiscal Substituto da Federação
Francisco Cosme Varela da Gama LOBO Entrada no CE:Jullio de 1817 Agrícola Distrito Evora, 1889
Fortunato Firmo MAIA (31)
Proprietário, 1855 Saída do CE: Setembro de 1865 Habilitações: sabe ler
1 Proprietário, 1855
Entrada no CE: Maia de 1851
Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Vereador Municipal, 1855. Procurador da Junta
Evora, 1855 Geral do Distrito, 1870 e 1879
Habilitações: Instrução Secundária, 1855 José Francisco da Gama FREIXO (Dr.) (33) Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Manuel Joaquim da Costa e SÁ (Dc)
Entrada no CE: Junho de 1845 Médico, 1855 Evora, 1855. Accionista Companhia Funda Proprietário/Médico, 1855
Saída do CE: Setembro de 1865 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de dora do Teatro Garcia de Resende, 1881 Conselheiro Distrital, 1854. Vogal efectivo da
Evora, 1855. Accionista Companhia Funda Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Junta Geral do Distrito, 1881
dora do Teatro Garcia de Resende, 1881 Rendimentos: 4880-D (1850), 1.200.000(1870) Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Mariana Joaquina Azevedo e MOURA Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Entrada no CE: Novembro de 1848 Garcia de Resende, 1881
Entrada no CE: Dezembro de 1845 Rendimentos: 5000-D (1850), 1.000.000(1870) Saída do CE: Julho de 1859 Habilitações: Bacharel de Medicina, 1854
Entrada no CE: Setembro de 1847 Entrada no CE: Dezembro de 1851
Saída do CE: Fèvereiro de 1888
Francisco Meio e SOUSA
Joaquim Miguel ESPADA (25)
Entrada no CE: Dezembro de 1845
1 Proprietário/Lavrador, 1855 António Joaquim Potes CAMPOS (Dc) (35)
José Maria Sousa MATTOS Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Proprietário/Médico, 1855
António Coelho VILAS BOAS (Pai) (29) Proprietário, 1855. Comendador Evora, 1855 Presidente Câmara Municipal, 1864. Procura
Proprietário, 1870 Vereador Municipal, 1855, 1881. Presidente Habilitações: Instrução Secundária, 1855 dor Junta Geral do Distrito, 1854. Conse
Vereador Municipal, 1855, 1865, 1868. Conse Câmara Municipal, 1883. Procurador da Jun Rendimentos: 3800-D (1850), 1.000.000 (1870) lheiro Distrital, 1854
lheiro Distrital, 1864 ta Geral do Distrito, 1370 Entrada no CE: Junho de 1850 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Presidente do Asilo da Inifincia Desvalida, 1864 Fundador do Asilo da Infância Desvalida, 1858. Saída do CE: Outubro de 1865 Evora, 1855. Accionista da Companhia Fun
e 1866. Mesário da Misericórdia, 1864 Accionista Companhia Fundadora do Teatro dadora do Teatro Garcia de Resende, 1881
Á
178
(1870) Procurador Junta Geral do Distrito, 1840 (1870), 500.000 MC (1891) Funcionário: Escrivão da Câmara, 1855
Entrada no CE: Março de 1855 1.0 Secretário do Asilo da Infância Desvalida,
Entrada no CE: Feverei,v de 1852 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Saída do CE: Abril de 1882 Evora, 1855 1858. Sócio da Sociedade Agrícola do Distri
Habilitações: Instrução Secundária, 1855 to de Evora, 1855
José Joaquim Fiuza GrÃO Habilitações: Bacharel de Direito, 1855
Rendimentos: 2.000.000 réis (1841)
João Fragoso da GAMA (37) Procurador Junta Geral do Distrito, 1876 Entrada no CE: Julho de 1856
Entrada no CE: Maio de 1852
Proprietário, 1819 Saída do CE: Dezembro de 1874 Habilitações: sabe ler
Vereador Municipal, 1865, 1869-70 Entrada no CE: Março de 1855
Francisco José Oliveira Sá CHAVES (51)
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Militar: Coronel, 1870
Gare ia de Resende, 1881 Domingos António FIUZA (27)
Habilitações: sabe ler, 1870
Habilitações: sabe ler, 1891 Proprietário/Lavrador, 1855 Francisco Moura PORTUGAL Rendimentos: 1.140.000 réis (1870)
Rendimentos: 800.000 réis (1870), 3.000.000 Vereador Municipal, 1855, 1878, 1881 e 1883. Entrada no CE: Março de 1855 Entrada no CE: Março de 1857
(1891) Conselheiro Municipal, 1865. Administra
Entrada no CE: Feverebv de 1852 dor do Concelho Substituto, 1864
Saída do CE: Agosto de 1892 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Joaquim Epifânio da SILVEIRA (35) Bento Maria SEGURADO (Júnior)
Evora, 1855. Accionista da Companhia Fun Proprietário/Militar, 1870 Entrada no CE: Novemb,vde 1857
dadora do Teatro Garcia de Resende, 1881 Vereador Municipal, 1874. Presidente Câmara
António Manuel do Couto GANÇOSO (43) Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Municipal, 1875-76. Procurador Junta Geral
Proprietário, 1855 Rendimentos: 1.800.000 MC (1870) do Distrito, 1864-65 ei 876. Conselheiro Dis António Correia Pimentel CARVALHO
Vereador Municipal, 1865, 1870, 1881 e 1883. Entrada no CE: Junho de 1851 trital, 1864 Entrada no CE: Junho de 1858
Presidente Câmara Municipal, 1885. Junta Habilitações: sabe ler, 1870 Saída. do CE: Setembro de 1865
Geral do Distrito, 1870 e 1879. Conselheiro Rendimentos: 3.300.000 réis (1870)
Distrital, 1864 e 1866 António José da Cunha e SÁ (Dt) (64)
Entrada no CE: Março de 1855
Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Proprietário/Médico, 1855 José Joaquim RAMOS (54)
Evora, 1855. Vice-Presidente do Asilo da In Vereador Municipal, 1855. Procurador Junta Proprietário, 1855
fância Desvalida, 1866. Tesoureiro da Casa Geral do Distrito, 1837-38, 1840 e 1854. Conselheiro Municipal, 1865 e 1875
Manuel Eduardo de Oliveira SOARES (21)
Pia, 1881 Conselheiro Distrital, 1837-38 e 1854 Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de
Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Proprietário, 1870
Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Evora, 1855
Vereador Municipal, 1874-75. Vogal do Conse
Rendimentos: 800.000 réis (1841), 800.000 Evora, 1855 Habilitações: Instrução Primária, 1855
lho Municipal, 1875. Vogal substituto do Con
(1870)
Habilitações: Bacharel de Medicina, 1855 Rendimentos: 3.500.000 MC (1870)
selho Municipal, 1883
Entrada no CE: FeveiJro de 1852. Tonioii a ser
Rendimentos: 600.000 réis (1841), 2.194.400 Entrada no CE: Julho de 1858
(1843), 42170-D (1850) Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Saída do CE: Setembro de 1877
sócio Garcia de Resende, 1881. Tesoureiro da Mi
Entrada no CE: Feverzi,vde 1855
Saída do CE: Janeiro de 1864 sericórdia, 1883-84. Director do Banco
Eborense, 1884 André dos Santos RAMOS
José Heliodoro VARGAS (23) Habilitações: sabe ler, 1870 Entrada no CE: Março de 1859
Funcionário: Professor de Liceu, 1891. Comen Rendimentos: 3.500.000 réis (1870)
António Cardoso Salema
dador da Ordem Militar de Nossa Senhora Entrada no CE: Junho de 1855
Entrada no CE: Ferereiro de 1855
da Conceição Saída do CE: Novembro de 1884 Francisco Caeiro GIÃO
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Garcia de Resende, 1881 Matias Piteira FERNANDES (33) Garcia de Resende, 1881
Habilitações: Bacharel, 1891 Proprietário/Lavrador, 1855 Joaquim Inácio da Silva LOBO Entrada no CE: Junho de 1859
Rendimentos: 600.000 réis (1870), 200.000 Vogal do Conselho Municipal, 1875 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Saída do CE: Setembro de 1865
(1891) Sócio da Sociedade Agrícola do Distrito de Gare ia de Resende, 1881
Entrada no CE: Feverei,vde 1852 Evora, 1855. Associação Agrícola Eborense: Entrada no CE: Outubro de 1855 Francisco Xavier ROSADO (39)
Saída do CE: Outubro de 1885 Com. de Viticultura, 1886. Federação Agrí
Funcionário: Pagador de Distrito, 1870
cola Distrito Evora, 1889
Á
180
Á
Sócios ordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 183
182 Anexo fiA
Provedor da Misericórdia (elogio fúnebre de Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Entrada no CE: Junho de 1866 Francisco Lemos da Cunha VIEIRA (24)
1896). Accionista da Companhia Fundadora Garcia de Resende, 1881
Saída do CE: Julho de 1872. Torno,gase,’sócjo Proprietário, 1891
do Teatro Garcia de Resende, 1881. Vice- Habilitações: sabe ler, 1891
Vereador Municipal, 1876 e 1878. Vogal da Co
-Presidente da Comissão Cerealífera da As Entrada no CE: Fevereiro de 1871
missão Distrital, 1902
Francisco da Silva MAGALHÃES sociação Agrícola Eborense, 1886 Saída do CE: Novembro de 1891
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Entrada no CE: Maio de 1867 Garcia de Resende, l.Asso 8- Habilitações: sabe ler, 1891
18 ciaçãoAgríco
la Eborense, 1886 Rendimentos: 9.000.000 réis (1891)
Entrada no CE: Sete,nbrode 1868 Manuel Augusto Pires LIMA (37)
Habilitações: sabe ler, 1891
Francisco José CORDOVIL (20) Saída do CE: Setembro de 1894 Eclesiástico: Cónego, 1870
Rendimentos: 500.000 réis (1870), 2.000.000
Proprietário, 1891 Habilitações: sabe ler, 1891
réis (1891)
Vogal substituto da Junta Geral do Distrito, Rendimentos: 1.500.000 réis (1870)
Entrada no CE: Junho de 1867
1881 António Barreiros Torres VAZ FREIRE (20) Entrada no CE: Março de 1871
Saída do CE: Setembro de 1904
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Proprietário, 1891 Saída do CE: Fevereiro de 1884
Garcia de Resende, 1881. Sócio da Socieda Director Suplente da Federação Agrícola do
de Exploradora do Teatro Garcia de Resende, António Coelho VILAS BOAS (Filho) (20) Distrito de Evora, 1889
1899 Proprietário, 1891 Habilitações: sabe ler, 1891 António Jacinto ALBERTO
Habilitações: sabe ler, 1891 Sócio da Sociedade Exploradora do Teatro Rendimentos: 800.000 réis (1891) Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Rendimentos: 3.000.000 réis (1891) Garcia de Resende, 1899 Entrada no CE: Novembtv de 1868 Garcia de Resende, 1881
Entrada no CE:J,rn/jo 1867. Toniogasersócio Habilitações: sabe ler, 1891 Saída do CE: Julho de 1881. Tornou a ser sócio Entrada no CE: Janeiro de 1873
Rendimentos: 200.000 réis (1891) Saída do CE: 1893
Entrada no CE: Junho de 1867
Joaquim José Mattos FERNANDES (20) António José de Sá POTES (20)
Proprietário, 1891. Comenda de Mérito Agrí Proprietário, 1891 Miguel José Mattos FERNANDES (23)
cola, 1899 Simão da Fonseca Lemos MONTEIRO (43) Vereador Municipal, 1885-86 Proprietário, 1891
Vereador Municipal, 1878 e 1900. Junta Geral Proprietário, 1891 Director suplente da Comissão de Viticultura Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
do Distrito, 188!, Vogal da Com. Distrital, Vereador Municipal, 1885. Junta Geral do Dis da Associação Agrícola Eborense, 1886. Di Garcia de Resende, 1881. Associação Agríco
1902 trito, 1885. Vogal substituto Comissão Dis rector Suplente da Federação Agrícola do la Eborense, 1886
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro trital, 1895 Distrito de Evora, 1889. Director do Sindi Habilitações: sabe ler, 1891
Garcia de Resende, 1881. Director da Asso Accionista da Companhia Fundadora do Teatro cato Agrícola, 1899. Accionista da Compa Rendimentos: 1.000.000 réis (1891)
ciação Agrícola Eborense, 1886. Director da Garcia de Resende, 1881. Vice-Provedor da nhia Fundadora do Teatro Garcia de Resende, Entrada no CE: Março de 1875
Federação Agrícola do Distrito de Evora, 1889 Misericórdia, 1883 1881
Habilitações: sabe ler, 1891 Habilitações: Bacharel, 1891 Habilitações: sabe ler, 1891
Rendimentos: 2.000.000 réis (1891) Rendimentos: 800.000 réis (1891) Rendimentos: 2.000.000 réis (1891) José Joaquim Mattos FERNANDES (20)
Entrada no CE: Junho de 1867 Entrada no CE: Outub,v de 1867 Entrada no CE: Fevereiro de 1869. Tornou a ser Proprietário, 1891
Saída do CE: Dezembro de 1897 sócio Junta Geral do Distrito, 1881
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
José da Silva Soares Parreira MELO Garcia de Resende, 1881. Sócio da Socieda
Entrada no CE: Junho de 1867 António Miguel CORDOVIL (20)
D. José Gil Borja de Macedo e MENESES de Exploradora do Teatro Garcia de Resende,
Proprietário, 1891
Proprietário, 1894 1899. Director suplente da Associação Agrí
Deputado, 1895 Vereador Municipal, 1885
cola Eborense, 1886
José Inácio Bugalho PERDIGÃO (34)
Habilitações: sabe ler Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Habilitaçóes: sabe ler, 1891
Proprietário, 1870
Entrada no CE: Feve,Jrode1868 Garcia de Resende, 1881
Rendimentos: 1.000.000 réis (1891)
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Habilitações: sabe ler, 1891
Entrada no CE: Março de 1875
Garcia de Resende, 1881. Director Suplente Rendimentos: 500.000 réis (1891)
Saída do CE: Março de 1875. Tornou a ser sócio
da Associação Agrícola Eborense, 1886 José Paulo Barahona Fragoso Carvalho e MIRA Entrada no CE: Janei,v de 1870
Habilitações: sabe ler, 1870 (20)
Rendimentos: 1.000.000 réis (1870) Proprietário, 1891 (39)
D. Abel Martins FERREIRA (32) Tomaz Fiel Gomes RAMALHO (DL)
Entrada no CE:Juuho de 1867 Governador Civil Substituto (elogio fúnebre
Eclesiástico: Cónego, 1891 Advogado, 1891
Saída do CE: Setembro de 1870 de 1896)
184 AnexoilA Sócios ordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 185
Presidente da Câmara Municipal, 1878. Procu Rendimentos: 400.000 réis (1870) José António de Oliveira SOARES (20) António José de Sá POTES (31)
rador Junta Geral do Distrito, 1881 Entrada no CE:Abiilde 1880 Proprietário, 1891. Comenda de Mérito Agrí Proprietário, 1891
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
cola, 1899 Habilitações: sabe ler, 1891
Gare ia de Resende, 1881. Associação Agríco
Vereador Municipal, 1886. Governador Civil Rendimentos: 2.000.000 réis (1891)
la Eborense, 1886. Federação Agrícola do Joaquim Namorado Cordeiro de CARVALHO substituto, 1896. Comandante Distrital Entrada no CE: Junho de 1880
Distrito de Evora, 1889 (Dr.) Substituto, 1895 Saída do CE: 1908
Habilitações: Bacharel de Direito, 1891 Entrada no CE: Maio de 1880 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Rendimentos: MC (1891) Saída do CE: Fevereiro de 1884
Entrada no CE: Janeiro de 1880 Garcia de Resende, 1881. Sócio da Socieda
de Exploradora do Teatro Garcia de Resende, António Pereira da SILVA (45)
1899. Associação Agrícola Eborense Funcionário: Professor de Liceu, 1891
Francisco José CORDOVIL (32) Habilitações: sabe ler, 1891 Procurador Junta Geral do Distrito, 1881
Francisco José Soure RAMALHO (78) Proprietário, 1891 Rendimentos: 4.000.000 réis (1891) Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Proprietário, 1891
Habilitações: sabe lei; 1891 Entrada no CE: Maio de 1880 Garcia de Resende, 1881
Habilitações: sabe ler, 1891
Rendimentos: 3.000.000 réis (1891) Habilitações: sabe ler, 1891
Rendimentos: 800.000 réis (1891)
Entrada no CE:MaiodeI88O Rendimentos: 500.000 réis (1891)
Entrada no CE: Feverei,vde 1880
Saída do CE: 1909 Augusto Cândido de Campos ENNES (35) Entrada no CE: Junho de 1880
Funcionário: Guarda-Livros, 1891
José Joaquim Lemos SALEMA Vereador Municipal, 1895
Entrada no CE:Março de 1880 José Maria do Couto GANÇOSO (69) Accionista da Companhia Fundadora do Teatro João António CARVALHO (De) (42)
Lavradoi; 1855 Garcia de Resende, 1881 Funcionário: Bacharel, 1870
Vereador Municipal, 1876. Substituto junta Habilitações: sabe ler (1891) Administ. Concelho, 1873, 1881, 1883, 1890-
Francisco António TORMENTA (51) Geral do Distrito, 1881 e 1885 Rendimentos: 1.000.000 réis (1891) -91, 1895
Proprietário, 1870 Mesário da Misericórdia, 1864 e 1883. Sócio da Entrada no CE: Junho de 1880 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Sociedade Agrícola do Distrito de Evora, Garcia de Resende, 1881
Gare ia de Resende, 1881 1855. Director da Associação Eborense, 1886 Habilitações: Bacharel, 1891
Habilitações: sabe ler, 1870 Habilitações: Instrução Secundária, 1855 Jacinto Rosado LOPES Entrada no CE: Julho de 1880
Rendimentos: 2.000.000 réis (1870) Rendimentos: 600.000 réis (1870) Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Saída do CE: Outubro de 1887
Entrada no CE: Março de 1880 Entrada no CE: Maio de 1880 Garcia de Resende, 1881
Saída do CE: Julho de 1887 Entrada no CE: Junho de 1880
José Joaquim Piteira FERNANDES
Joaquim Manuel Braancamp de Manos
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
FERNANDES (De) António Jacinto MARQUES (De) (43) Francisco Maria Teles da Silveira MENESES Garcia de Resende, 1881
Procurador junta Geral do Distrito, 1890. Vogal Funcionário: Bacharel, 1870 (25) Entrada no CE: Julho de 1880
do Conselho Distrital, 1883 e 1889 Secretário da Assembleia Geral do Asilo da Iii Sua agência, 1891 Saída do CE: 1883
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro rancia Desvalida, 1883. Accionista da Com Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Garcia de Resende, 1881. AssociaçãoAgríco panhia Fundadora do Teatro Garcia de Garcia de Resende, 1881
la Eborense, 1886. Director da Federação Resende, 1881 Habilitações: sabe ler, 1891 Augusto Carlos LEMOS
Agrícola do Distrito de Evora, 1889 Habilitações: Bacharel, 1870 Rendimentos: MC (1891) Entrada no CE: Julho de 1880
Habilitações: Bacharel Entrada no CE:Maiode 1880 Entrada no CE:Junhode 1880
Entrada no CE: Ab,Ide 1880
Saída do CE: Dezembro de 1889 João Crisóstomo da Silva MONTEIRO (31)
Alexandre José Freire Faria e SILVA (50) José Maria Ramalho Dinis PERDIGÃO Proprietário, 1891
Eclesiástico: Cónego, 1891 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Augusto César FRANCO (56) Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Garcia de Resende, 1881 Garcia de Resende, 1881
Sua agência, 1870 Garcia de Resende, 1881 Entrada no CE:J,aihode 1880 Habilitações: sabe ler, 1891
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Habilitações: sabe lei; 1891 Saída do CE: Agosto de 1883 Rendimentos: 400.000 réis (1891)
Garcia de Resende, 1881 Entrada no CE: Maio de 1880 Entrada no CE: Julho de 1880
Habilitações: sabe ler, 1870
Saída do CE: Janeiro de 1921
1
186
Presidente da Câmara Municipal, 1886. Verea Médico, 1891 Vereador Municipal, 1895 Júlio Vítor MACHADO (24)
dor Municipal, 1885 Vereador Municipal, 1900 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Proprietário, 1891
Director suplente da Associação Agrícola Ebo Director do Banco Eborense, 1895. Associação Garcia de Resende, 1881. Sócio da Socieda Habilitações: sabe ler, 1891
rense, 1886 Agrícola Eborense, 1886. Federação Agrícola de Exploradora do Teatro Garcia de Resende, Rendimentos: 800.000 MC (1891)
Habilitações: sabe ler, 1891 do Distrito de Evora, 1889 1899 Entrada no CE: Dezembro de 1884
Rendimentos: 1.000.000 MC (1891) Habilitações: Bacharel de Medicina, 1891 Habilitações: sabe ler, 1891 Saída do CE: Dezembro de 1886
Entrada no CE: Maio de 1881 Entrada no CE: AbH/de 1882 Rendimentos: 100.000 réis (1891)
Saída do CE: 1904 Entrada no CE: Dezembro de 1882
Á
1
188 Anexo TIA Sócios ordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 189
José Albino da Silveira MORENO (Dr.) (24) Habilitações: sabe ler, 1891 Rendimentos: 400.000 MC (1891) Francisco Augusto CABRERA
Médico, 1891 Rendimentos: 400.000 réis (1891) Entrada no CE: Fevereiro de 1893 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Director do Sindicato Agrícola, 1899. Director Entrada no CE: Fevereiro de 1889 Garcia de Resende, 1881
do Banco Eborense, 1895 e 1899. 1.0 Secre Saída do CE: Agosto de 1890 Entrada no CE: Maiço de 1893
táno da Assembleia Geral da Federação Agrí Joaquim Oliveira FERNANDES Saída do CE: Dezembro de 1904
cola do Distrito de Evora, 1889 Entrada no CE: Feveiei,v de 1893
Habilitações: Bacharel de Medicina, 1891 Júlio Vítor MACI-IADO (29)
António CABRERA
Entrada no CE: Março de 1886 Proprietário, 1891
Manuel Sousa Mattos FERNANDES (44) Entrada no CE: Março de 1893
Habilitações: sabe ler, 1891
Lavrador, 1891 Saída do CE: Julho de 1903
Rendimentos: 800.000 MC (1891)
José Bernardo BARAHONA Fragoso Cordovil Entrada no CE: Fevereiro de 1889 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
da Gama Lobo Saída do CE: Fevereiro de 1892 Garcia de Resende, 1881. Director Suplente
da Federação Agrícola do Distrito de Evora, Francisco Liberaro PERDIGÃO
2.° Visconde da Esperança
1889 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Comissão Distrital, 1899 Garcia de Resende, 1881
Habilitações: sabe ler José Perdigão de CARVALHO Habilitações: sabe ler, 1891
Rendimentos: 400.000 réis (1891) Entrada no CE: Maiço de 1893
Entrada no CE: Março de 1887 Entrada no CE: Março de 1889
Saída do CE: Setembro de 1896 Entrada no CE: Fevereiro de 1893
José Luís Sousa e SÁ (57)
João Lopes Rosado MARÇAL (20) Eclesiástico: Cónego, 1891
Proprietário, 1891 Augusto Carlos Almeida DIDIER (36) Vítor Júlio MACHADO (34)
Habilitações: sabe ler, 1891
Vereador Municipal, 1883. Junta Geral do Dis Funcionário: Escrivão de Direito, 1891 Sua agência, 1891. Comendador, 1899
Entrada no CE: Março de 1893
trito, 1889 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Administrador Concelhio, 1899
Saída do CE: Janeiro de 1894
Habilitações: sabe ler, 1891 Garcia de Resende, 1881 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Rendimentos: 800.000 MC (1891) Habilitações: sabe ler, 1891 Garcia de Resende, 1881. Sócio da Socieda
Entrada no CE: Março de 1887 Rendimentos: 900.000 réis (1891) de Exploradora do Teatm Garcia de Resende, Joaquim José Freire Faria e SILVA (Dr.) (50)
Saída do CE: Dezembro de 1892 Entrada no CE: Março de 1889 1899 Advogado, 1870
Habilitações: sábe ler, 1891 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Rendimentos: 1.000.000 réis (1891) Garcia de Resende, 1881
António Barreiros Torres VAZ FREIRE (38) João Barreiros Torres VAZ FREIRE (36) Entrada no CE:Feve,?iro de 1893 Habilitações: Bacharel, 1870
Proprietário, 1891 Proprietário, 1891 Saída do CE: Outubro de 1901 Entrada no CE: Março de 1893
Habilitações: sabe ler, 1891 Vereador Municipal, 1895. Junta Geral do Dis Saída do CE: Novembro de 1894
Rendimentos: 800.000 réis (1891) trito, 1886, 1889 e 1890
Entrada no CE: Maiço de 1887 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro José Barahona Fragoso MIRA
Garcia de Resende, 1881. Sócio da Socieda Entrada no CE: Fevereiro de 1893 Francisco Homem de Campos RODRIGUES
de Exploradora do Teatro Garcia de Resende, Proprietário, 1902
António Coelho VILAS BOAS (Neto) (21) 1899. Director da Associação Agrícola Ebo Administrador do Concelho, 1915
Funcionário: Contador do Juim, 1891 rense, 1886 Tiago Augusto de Mira PICOTO (25) Habilitações: Bacharel, 1893
Habilitações: sabe ler, 1891 Habilitações: sabe ler, 1891 Proprietário, 1891 Entrada no CE: Abu/de 1893. Tonsouasersódo
Rendimentos: 600.000 réis (1891) Rendimentos: 400.000 réis (1891) 1 Habilitações: sabe ler, 1891
Entrada no CE: Março de 1887 Entrada no CE: Março de 1889 Rendimentos: 400.000 réis (1891)
Saída do CE: Fevereiro de 1901 Entrada no CE: Feve,airo de 1893 Alfredo Augusto dos SANTOS
Funcionário: Agente do Banco de Portugal, 1893
José Joaquim de Moura Potes AMARAL Habilitações: sabe ler
Entrada no CE: Janeiro de 1889 Francisco Manuel ANDRADE (42) Francisco Joaquim BUGALHO (64) Entrada no CE: Oittnb,v de 1893
Funcionário: Oficial da Câmara, 1891 Proprietário, 1891
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Vereador Municipal, 1874-75
Manuel Lopes da COSTA (21) Garcia de Resende, 1881 1 Habilitações: sabe ler, 1891 José Jacinto Varela de SOURE (53)
Comerciante, 1891 Habilitações: sabe ler, 1891 Entrada no CE: Março de 1893 Funcionário: Escrivão da Câmara, 1893
Á
190 Anexo lIA Sócios ordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 191
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Entrada no CE: Fevereiro de 1895 José Rosado PERDIGÃO (43) Entrada no CE: Março de 1899
Garcia de Resende, 1881 Proprietário, 1891 Saída do CE: Novembro de 1904
Habilitações: sabe ler, 1891 Habilitações: sabe ler, 1891
Rendimentos: 500.000 réis (1891) Luís Barahona Caldeira CASTELO BRANCO Rendimentos: 600.000 réis (1891)
Entrada no CE: Novembro de 1893 Entrada no CE: Abril de 1895 Entrada no CE: Julho de 1896 Estêvão de Oliveira FERNANDES
Proprietário, 1899
Entrada no CE: Novembro de 1899
António Macedo Papança FERNANDES António Vicente da ROCHA Álvaro Sá GOMES
Sócio da Companhia Exploradora do Teatro Proprietário, 1891 Funcionário: Recebedor, 1897
Gare ia de Resende, 1899 Vereador Municipal, 1865, 1868-69 Habilitações: sabe ler Armando Augusto Fernandes GIÃO (De)
Entrada no CE: Dezembro de 1893 Director do Banco Eborense, 1889. Accionista Entrada no CE: Fevereiro de 1897 Médico, 1900
da Companhia Fundadora do Teatro Garcia Habilitações: Bacharel de Medicina
deResende, 1881 Entrada no CE: Janeiro de 1900
Rui Canes da Costa e SILVA (De) Habilitações: sabe ler, 1891 Manuel de Matos PERES
Entrada no CE: Janeiro de 1894 Rendimentos: 600.000 réis (1870), 600.000 réis Proprietário, 1891
(1891) Entrada no CE: Março de 1897 Estêvão da Cunha PIMENTEL
Entrada no CE:Abnlde 1895 Proprietário, 1900
Francisco José MIRA Saída do CE: Agosto de 1905 Entrada no CE: Ja,ieiro de 1900
Proprietário, 1895 Eduardo de Oliveira SOARES (44) Saída do CE: Março de 1905
Entrada no CE: Novembro de /894 Proprietário/Negociante, 1891
Sócio da Sociedade Exploradora do Teatro
Evaristo José CUTILEIRO
Garcia de Resende, 1899 José Joaquim Braancamp de Mattos
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
Pedro Jerónimo SALES Habilitações: sabe ler, 1891 FERNANDES
Garcia de Resende, 1881
Proprietário, 1894 Rendimentos: 400.000 réis (1891) Proprietário, 1900
Entrada no CE: Maio de 1895
Entrada no CE: Dezembro de 1894 Entrada no CE: Maio de 1897 Entrada no CE: Abri/de 1900
Saída do CE: Janeiro de 1900 Saída do CE: Julho de 1901
Francisco Eduardo Barahona Fragoso MIRA
Manuel Augusto Rosado de MIRA
(Dr.) (51) JoaquimJosé Perdigão QUEIROGA
Henry BUNEAU Proprietário, 1900
Proprietário, 1891 Vereador Municipal, 1900
Entrada no CE: Janeiro de 1895 Entrada no CE: Abri/de 1900
Vereador Municipal, 1895 Habilitações: sabe ler
Saída do CE: Novembro de 1899
Sócio da Sociedade Exploradora do Teatro Entrada no CE: Outub,v de 1897
Garcia de Resende, 1899. Director da Fëde José Braancamp de Mattos POTES
Baltazar de Matos PERES ração Agrícola do Distrito de Evora, 1889 Proprietário, 1900
Entrada no CE: Janeiro de 1895 Habilitações: Bacharel, 1891 José Maria CARDOSO (De) Entrada no CE: Abri/de 1900
Rendimentos: MC (1891) Sócio da Companhia Fundadora do Teatro
Entrada no CE: Janeiro de 1896 Garcia de Resende, 1899
Joaquim Manuel de Matos PERES (50) Entrada no CE: Novembro de 1897 Júlio Henriques Lima da FONSECA (De)
Proprietário, 1891 Habilitações: Bacharel, 1900
Municipal, 1874 António Simões PAQUETE (66) Entrada no CE: Dezembro de 1900
Habilitações: sabe ler, 1891 Comerciante, 1891 Jerónimo José Saies LOBO
Rendimentos: 600.000 MC (1891) Sócio da Sociedade Exploradora do Teatro Entrada no CE: Fevereiro de 1899
Entrada no CE: Janeiro de 1895 Garcia de Resende, 1899 Saída do CE: Outubro de 1903 José Maria Piteira QUEIROGA
Saída do CE: 1904 Habilitações: sabe ler, 1891 Proprietário, 1901
Rendimentos: 1.000.000 MC (1891) Entrada no CE: Fevereiro de 190/
Entrada no CE: Fevereiro de 1896 António Joaquim RAMOS
José Eduardo de Calça e Pina de CÂMARA Saída do CE: Novembro de 1897 Proprietário, 1891
MANUEL Sócio da Sociedade Exploradora do Teatro Gabriel Vítor Bugalho PINTO (De)
Proprietário, 1895 Garcia de Resende, 1899 Advogado, 1901
1
192 AnexolIA
1
Augusto José Queiroga VALENTIM (Dr.)
Advogado, 1904
As informações sobre cada um dos sócios estão organizadas do seguinte modo: Fon tes
Nome/Apelido (idade de entrada na Sociedade)
ACE, Livro de Matrículas dos Sócios 1-11 (1836-1946).
Actividades profissionais (datas de recolha da informação)
ADE, Núcleo do Governo Civil, Agricultura, maços n.° 136, 279, 296.
Cargo político-administrativo (id.)
ADE, Núcleo do Governo Civil, Estatística— Eleições, 1837, maço 795, 1838; maços 11,
Outras actividades (id.)
97 e 795, 1840; maço 13, 1841; maço 670, 1842; maço 678, 1843; maço 280, 1846;
Nome/Apelido do proponente (id.)
maço 536, 1850; maço 674, 1851; maço 875, 1855; maço 879, 1864; maços 231 e 857,
Actividades profissionais do proponente (id.)
1865; maço 520, 1868; maço 662, 1869; maço 768, 1870; maço 662, 1873; maço 53,
Data de entrada no Círculo Eborense
1874; maço 67, 1875; maço 731, 1876; maços 645 e 886, 1878; maço 496, 1881; maços
Data de saída do Círculo Eborense
245 e 886, 1885; maço 16, 1890; maços 309 e 790, 1891; maço 264, 1895; maços 675
e 678.
ADE, Núcleo Municipal, ((Primeiro Livro Mestre do Batalhão da Guarda Nacional de
Evora», 1834-37.
ADE, Núcleo Municipal, «Livro da Companhia Eborense Fundadora do Teatro Garcia de
Rezende», 1892.
Mu,,ue1iti/,od’Évor.i, Évora, 1880-1906.
Notícias d’Evora, Evora, 1900-10.
Sepulveda, Christovam Ayres de Magalhães, História da cava/faria Portugueza, vol. IV,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1893.
196 Anexo IIB Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 197
Alexandre Gomes FERREIRA José Severino Silva SOUSA José das Neves BARBOSA D, Basílio FLORIA
Militar: Cirurgião-Mor de Cavalaria n.° 5 Entrada no CE: Dezeinbivde 1837 Administrador Geral do Distrito, 1841 Entrada no CE: Janeiro de 1848
Proponente: Augusto César Franco (Sua Entrada no CE: Outiibiv de 1841
agência)
José Cesário Basto CASTELO BRANCO José Paulo CARVALHO
Entrada no CE: Maiode 1838 Domingos António Varela RAMOS Proponente: José Paulo Mira (Proprietário)
Guilherme HENDERSON Entrada no CE: Novembro de 1841 Entrada no CE: Março de 1848
Proponente: Visconde da Esperança Saída do CE: Maio de 1859
José Inácio Pereira DERRAMADO
Administrador Geral do Distrito, 1838. Depu
D. Francisco Brito MENESES
José Maria Faria Sousa de Vasconcelos e SA tado, 1840 António Lopes GUSMÃO
Entrada no CE: Maio de 1843
Barão de Albufeira Entrada no CE: Maio de 1838 Proponente: J. J. E Palha
Proponente: Francisco Oliveira Sá Chaves (Mi Entrada no CE: Outubro de 1848
litar: Coronel) António Joaquim Aleixo PAES
Luís Filipe Pereira CARVALHO
Proponente: Dt Joaquim Heliodoro da Cunha
Entrada no CE: Ju,iho de 1838
Rivara (Médico) António Leocádio Ferreira CR6
Bartolomeu Pessanha MENDONÇA Entrada no CE: Outub,v de 1841 Proponente: Augusto César Franco (Sua
Entrada no CE: Deze,,ibro de 1836 agência)
Joaquim Plácido Galvão PALMA
Entrada no CE: Jmtho de 1838 Entrada no CE: Outubro de 1819
D. Marcos ARGUELES
José Maria Barreto RAIvIIRES Proponente: José Elias Varela Ramalho (Proprie
Militar: Major de Cavalaria n.° 5 tário) D. Rorberto BARROSO
Diogo Sousa FOLQUE
Entrada no CE: Dezembro de 1836 Entrada no CE: Fevereiro de 1845 Proponente: J. J. E Palha
Entrada no CE: Janei,v de 1839
Entrada no CE: Fevereiro de 1850
Á
198 Anexo IIB Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 199
Joaquim Lemos Telo MENESES Entrada no CE: Dezemb,v de 1852 Entrada no CE: 1855 Entrada no CE: Feverei,vde 1856
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
prietário)
Entrada no CE: Feverei,vde 1852 João Meio MEXIA José Rosado CARVALHO Francisco António Roiz MOURÃO
Morgado de Arraiolos Lavradon Vogal do Conselho Municipal, 1875 Militar: Capitão de Cavalaria n.° 5
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Proponente: Augusto César Franco (Sua
Pedro Maria Brito TABORDA Garcia de Resende, 1881 Garcia de Resende, 1881 agência)
Militar: Major de Cavalaria n.° 5 Entrada no CE: Janei,vde 1853 Proponente: José Joaquim Fiuza (Proprietário) Entrada no CE: Fevereiro de 1856
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Entrada no CE: Março de 1855
prietário)
Entrada no CE: Feve,.i,vde 1852 José Manuel Rosado PERDIGÃO José Inácio Roiz Teixeira MOURÃO
Proprietário Guilherme Augusto FRANCO Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5
Entrada no CE: Janei,vde 1853 Militar: Alferes Picador de Cavalaria n.° 5 Proponente: Francisco Cosme Varela da Gama
Joaquim Botelho VASCONCELOS Entrada no CE: Março de 1855 Lobo (Proprietário)
Militar: Capitão de Cavalaria n.° 5 Entrada no CE: Março de 1856
Proponente: Fortunato Firmo Maia (Proprie Franc isco José Oliveira Sá CHAVES
tário) Militar: Major de Cavalaria n.° 5 Bento Maria SEGURADO (JÚNIOR)
Entrada no CE: Fere, e/ia de 1852 Proponente: Fortunato Firmo Maia (Proprie Proponente: Francisco Cosme Varela da Gama Carlos Barcelos MACI-JADO
tário) 1 Lobo (Proprietário) Militar: Major de Engenharia
Entrada no CE: Maio de 1853 Entrada no CE: Abri/de 1855 Proponente: Francisco Paula Cotdovil (Proprie
Vicente Luís da Cunha FREITAS tário)
Proponente: Dr. António Manuel Pinto Viana Entrada no CE: Junho de 1856
(Proprietário) Fernando Pereira Mouzinho Cota FALCÃO Bento Maria SEGURADO (SÉNIOR)
Entrada no CE: Março de 1852 Proponente: Fortunato Firmo Maia (Proprie Proponente: Marcos Torres Vaz Freire (Pro
tário) prietário) José Groot POMBO
Entrada no CE: Maio de 1853 Entrada no CE: Abri/de 1855 Proponente: Fortunato Firmo Maia (Proprie
Francisco Guedes Carvalho MENESES Saída do CE: Julho de 1856 tário)
Visconde de Guedes Entrada no CE: J,mho de 1856
Governador Civil. Deputado, 1869 Leocádio Maria ANDERSON
Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Entrada no CE: Dezemb,v de 1853 Ladislau António SÁ
Garcia de Resende, 1881. Membro da Co Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Manuel Paulo Rocha VIANA (Dr.)
missão de Pecuária da Associação Agrícola Proponente: Francisco Moura Portugal Funcionário: Bacharel. Formado
Eborense, 1886. Presidente da Assembleia- José António da VEIGA Entrada no CE: Maio de 1855 Proponente: Manuel José Afonso Viana (Pro
Geral da Federação Agrícola do Distrito de Militar: Cirurgião Ajudante de Cavalaria n.° 5 prietário)
Evora, 1889 Proponente: José Matias Carreira (Proprietário) Entrada no CE: Ju/lio de 1856
Proponente: Joaquim António de Calça e Pina Entrada no CE: Maio de 1854 Manuel Mssconcelos Cunha Sousa Maldonado
Entrada no CE: Março de 1852 BANDEIRA
1
agência) tário) tário) Entrada no CE: Janeiro de 1857
200
1
Entrada no CE: Dezembro de 1867
202
Á
204
H. Prostes da FONSECA
Entrada no CE: 1881 Garcia de Resende, 1881
205
Ai
206
cionário: Bacharel) Accionista da Companhia Fundadora do Teatro Entrada no CE: Outubro de 1884 Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro
Entrada no CE: Maio de 1882 Garcia de Resende, 1881 (Proprietário)
Proponente: Dr. António Jacinto Marques (Fun Entrada no CE: Novembro de 1884
cionário: Bacharel) Agostinho Carlos Neves Castro SILVA
Carlos Damasceno ROSADO Entrada no CE: Dezembro de 1882 Funcionário: Delegado do Procurador Régio da
Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Saída do CE: Junho de 1886 Comarca Luís Rodrigues CARREIROS
Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro Militar: Capitão de Cavalaria n. 5
cionário. Bacharel) (Proprietário) Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun
Entrada no CE: Otitubrode 1882 José Eduardo Cordeiro VINAGRE Entrada no CE: Outubro de 1884 cionário: Bacharel)
Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun Saída do CE: Junho de 1886 Entrada no CE: Dezembro de 1884
cionário: Bacharel)
Fernando Mouzinho ALBUQUERQUE Entrada no CE: Janeiro de 1883
Eduardo Borges CASTRO
Militar: Capitão de Cavalaria n. 5 Jaime Castro Lobinho ZUZARTE Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5
Proponente: Dr. António Jacinto Marques (Fun Militar: Capitão de Cavalaria n.° 5
José Maria BELÉM Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro
cionário: Bacharel) Proponente: António José Sá Potes (Proprie
Funcionário: Empregado da Fazenda (Proprietário)
Entrada no CE: Novembro de 1882 tário)
Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun Entrada no CE: Dezembro de 1884
Entrada no CE: Outubro de 1884 Saída do CE: Maio de 1885
cionário: Bacharel)
José CHELMICHI Entrada no CE: Dez,jnb,vde 1883
Militar: General Comandante da 4’ Divisão Saída do CE: Janeiro de 1891
Rodrigo António AhoimASCENÇÁO António, Abranches Queiroz
Militar Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Militar: Tenente dc Cavalaria n.° 5
Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun
José Ribeiro NEVES
cionário: Bacharel) cionário: Bacharel) cionário: Bacharel)
Entrada no CE: Novembro de 1882 Militar: Auditor da 4.’ Divisão Militar
Entrada no CE: Novembro de 1884 Entrada no CE: Janeiro de 1885
Proponente: Dr. António Jacinto Marques (Fun
cionário: Bacharel)
Entrada no CE: Janeiro de 1884 José Ferreira da SILVA (JÚNIOR)
João Carlos Meio Pereira VASCONCELOS Manuel Alves BRANCO (DL)
Militar: Tenente de Caçadores n.° 4 Médico Militar: Tenente de Infantaria
Proponente: Dr. António Jacinto Marques (Fun Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun
Augusto ALVES Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro
cionário: Bacharel) (Proprietário) cionário: Bacharel)
Militar: Capitão de Cavalaria n.° 5
Entrada no CE: Novembro de 1882 Entrada no CE: Novembro de 1885
Proponente: António José Sá Potes (Proprie Entrada no CE Novembro de 1884
tário)
Entrada no CE: Outubro de 1884 João Baptista Barata TABORDA
Américo Manuel Luís Paulo BOTELHO Nuno da CÂMARA (D.) Proprietário
Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Militar: Tenente de Lanceiros Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun
Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun Francisco DINIS Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro cionário: Bacharel)
cionário: Bacharel) Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 (Proprietário) Entrada no CE: Novembro de 1885
Entrada no CE: Dezembro de 1882 Proponente: António José Sá Potes (Proprietário) Entrada no CE: Novembro de 1884 Saída do CE: Junho de 1887
Saída do CE: Fevereiro de 1883 Entrada no CE: Outubro de 1884
Augusto Pinto Morais SARMENTO Alfredo Augusto Bandarra SEIXAS Manuel MOUSACO (Dr.) Proponente: Dc Augusto José Ramos (Médico)
Militar: Coronel de Cavalaria n.° 5 Militar: Alferes da Guarda Fiscal Funcionário: Delegado do Tribunal Adminis Entrada no CE: Oittubrv de 1889
Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro Proponente: Simão da Fbnseca Lemos Monteiro trativo
(Proprietário) (Proprietário) Proponente: Dr. Augusto José Ramos (Médico)
Entrada no CE: Feverein,de 1886 Entrada no CE: Abri/de 1887 Entrada no CE: Abri/de 1888 José Eduardo Simões BAlÃO
Proponente: Dc Augusto José Ramos (Médico)
Entrada no CE: Dezembro de 1889
João Pimenta de CASTRO Basílio Peres Azevedo COSTA José da Cunha OLIVEIRA (JÚNIOR)
Militar: Major de Engenharia Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro Funcionário: Inspector da Fiszenda
Proponente: António José Sá Potes (Proprie (Proprietário) Proponente: Dr. Augusto José Ramos (Médico) José Estêvão Vieira Barahona Fragoso
tário) Entrada no CE: Maio de 1887 Entrada no CE: Abri/de 1888 CORDOVIL da Gama Lobo
Entrada no CE: Agosto de 1886 Conde da Esperança
Militar: Alferes Picador de Cavalaria n.° 5
António Vaz MASCARENHAS
Eduardo Moura Coutinho Almeida d’EÇA Director da Sociedade Exploradora do Teatro
Militar: Comissário da Polícia Fiscal
Francisco Zuzarte GIL (Dr.) Proponente: Simão da Fbnseca Lemos Monteiro Garcia de Resende
Funcionário: Juiz do Tribunal Administrativo Proponente: Dr. Augusto José Ramos (Médico)
(Proprietário) Proponente: Dr. Augusto José Ramos (Médico)
Entrada no CE: Novembro de 1888
Proponente: Dr. António Jacinto Marques (Fun Entrada no CE: Maio de 1887 Entrada no CE: Janeiro de 1890
cionário: Bacharel)
Entrada no CE: Dezembro de 1886 Pedro Álvares CABRAL (Dc)
António Zeferino Alves GALVÃO Funcionário: Delegado da Comarca João Posser d’ANDRADE
Militar: Tenente Coronel de Infantaria n.° 22 Proponente: Dc Augusto José Ramos (Médico) Proponente: Joaquim José de Matos Fernandes
João da Gama Lobo PIMENTEL (Dr.) Proponente: António José Sá Potes (Proprie Entrada no CE: Dezemb,vde 1888 (Proprietário)
Funcionário: Delegado do Tribunal Adminis tário) Entrada no CE: Março de 1890
trativo Entrada no CE: Maio de 1887 Saída do CE: Junho de 1891
Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro José Maria Lopes Silveira CASTRO (Dc)
(Proprietário) Funcionário: Juiz do Tribunal Administrativo
Entrada no CE: Março de 1887 João Carlos da Costa MEALHO Proponente: José António Oliveira Soares Fernando CAETANO
Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro (Proprietário) Proponente: Joaquim José de Matos Fernandes
(Proprietário) Entrada no CE:Jauei,vde 1889 (Proprietário)
António Ferreira SARMENTO Entrada no CE: Maio de 1887 Entrada no CE: Março de 1890
Militar: Major de Cavalaria n.° 5
Proponente: Dc António Jacinto Marques (Fun João Vaz MASCARENHAS
cionário: Bacharel) Gaspar da Cunha PRELADA Proponente: Dc Augusto José Ramos (Médico) João CARREIRA
Entrada no CE: Março de 1887 Militar: Alferes de Infantaria n.° 4 Entrada no CE: Jauei,vde 1889 Proponente: Joaquim José de Matos Fernandes
Sócio da Companhia Fundadora do Teatro (Proprietário)
Garcia de Resende, 1881 Entrada no CE: Março de 1890
Fedor BICHMAN
António Gerardo OLIVEIRA (JÚNIOR) Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro Saída do CE: Dezembro de 1891
Proponente: Dc Augusto José Ramos (Médico)
Militar: Tenente de Infantaria da Guarda Fiscal (Proprietário) Entrada no CE: Maiço de 1889
Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro Entrada no CE: Março de 1888
(Proprietário) Artur MENIER
Entrada no CE: Abri/de 1887 Arsénio Álvares da SILVA Funcionário: Director do Gás
António Francisco d’AGUIAR Funcionário: Escrivão da Fàzenda Proponente: Joaquim José de Matos Fernandes
Militar: Tenente Coronel de Cavalaria n.° 5 Proponente: Dr. António José Ramos (Médico) (Proprietário)
Frederico Augusto Almeida PINHEIRO Proponente: Dr. Augusto José Ramos (Médico) Entrada no CE: Setembro de 1889 Entrada no CE: Março de 1890
Militar: Tenente Coronel de Cavalaria n.° 5 Entrada no CE: Abri/de 1888
Proponente: Simão da Fonseca Lemos Monteiro Saída do CE: Junho de 1893
(Proprietário) José Barreto Caldeira CASTELO BRANCO Manuel Godinho CAEIRO
Entrada no CE: Abri/de 1887 Agrónomo Militar: Tenente de Cavalaria n.° 5
1
210 Anexo IIB Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 211
Proponente: Joaquim José de Matos Fernandes Luís MARGEPJvIAM Entrada no CE: Fevereiro de 1893 Accionista da Companhia Fundadora do Teatro
(Proprietário) Proponente: António Miguel Cordovil (Proprie Garcia de Resende, 1881
Entrada no CE: Abri/de 1890 tário) Proponente: José António de Oliveira Soares
Entrada no CE: Janein, de 1892 Joaquim Martins NOBRE (Dr.) (Proprietário)
Saída do CE: Junho de 1892 Funcionário: Juiz de Direito Entrada no CE: Março de 1893
Francisco Xavier Porto Carreiro Vasconcelos Proponente: José António de Oliveira Soares
SOUTO MAIOR (Proprietário)
Militar: Tenente de Cavalaria n.° 5 Manuel Joaquim Silva MATA Entrada no CE: Fevereiro de 1893 Miguel Baptista MACIEL
Proponente: José Maria de Sousa Matos (Pro Proponente: António Miguel Cordovil (Proprie Saída do CE: Julho de 1893 Militar: General da Divisão Militar
prietário) tário) Proponente: José António de Oliveira Soares
Entrada no CE:Agosto de 1890 Entrada no CE: .Janein, de 1892 (Proprietário)
Saída do CE: Outubro de 1890 Saída do CE: Junho de 1902 Joaquim Maria PINTO Entrada no CE: Março de 1893
Proponente: José António de Oliveira Soares Saída do CE: Outubro de 1893
(Proprietário)
Francisco ZORRO António Maria SALES (Dr.) Entrada no CE:Fevereiro de 1893
Funcionário: Delegado da Administração do Governador Civil, 1892,1896. Par do Reino, 1895 Saída do CE: Agosto de 1901 João Gonçalves MENDONÇA (JÚNIOR)
Tabaco Proponente: José António de Oliveira Soares Militar: Capitão do Estado Maior
Proponente: Júlio Vítor Machado (Proprietário) (Proprietário) Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
Entrada no CE: Novembro de 1890 Entrada no CE: Janei,vde 1892 prietário)
Manuel Vitorino Sousa PRATES
Saída do CE: Junho de 1892 Saída do CE: Novembro de 1897 Entrada no CE: Março de 1893
Militar: Capitão de Cavalaria n.° 5
Proponente: José António de Oliveira Soares
(Proprietário) Francisco Ludovico NORONHA
David Xavier CHOEN Caetano Inácio Xavier Almeida CÂMARA
Entrada no CE: Fevereiro de 1893 Militar: Tenente de Infantaria
Funcionário: Director das Obras Públicas MANUEL (Dr.)
Funcionário: Director das Obras Públicas do Sócio da Companhia Fundadora do Teatro Gar
Proponente: José Maria de Sousa Matos (Pro
Distrito. Deputado, 1889 eia de Resende, 1881
prietário) José Sacramento Azevedo SILVA
Proponente: João Filipe Pereira Pinho (Enge Proponente: José António de Oliveira Soares
Entrada no CE:Deze,nbro de 1890 Militar: Coronel de Artilharia
nheiro) (Proprietário)
Proponente: José António de Oliveira Soares Entrada no CE:Ma,çode 1893
Entrada no CE:Dezembn, de 1892
(Proprietário) Saída do CE: Novembro de 1893
Severiano Augusto BIZARRO Saída do CE: Outubro de 1909
Entrada no CE: Feve?Jrode 1893
Funcionário: Inspector da Fazenda
Proponente: António Coelho Vilas Boas Arnaldo G. Guedes OLIVEIRA
António Manuel Oliveira PARREIRA
Entrada no CE: Ferie,6,vde 1891 António Sousa Cabra 1 VELHO Proponente: José António de Oliveira Soares
Proponente: José António de Oliveira Soares
(Proprietário) Proponente: José António de Oliveira Soares (Proprietário)
Entrada no CE: Janeiiv de 1893 (Proprietário) Entrada no CE: Março de 1893
Francisco M. Castelo Branco Mesquita QRY Entrada no CE: Feverei,vde 1893
Proponente: António Coelho Vilas Boas
Entrada no CE: Feve,J,vde 1891 Adriano Augusto Ferreira Peres ABREU Sebastião Mendes ROCHA
Funcionário: 2.° Oficial da Junta Geral do Dis João Pereira d’Eça CHABY Militar: Capitão
trito Militar: Tenente Coronel Proponente: José António de Oliveira Soares
José Madureira BEÇA Proponente: José António de Oliveira Soares (Proprietário)
Proponente: José António de Oliveira Soares
Funcionário: Engenheiro Civil (Proprietário) (Proprietário) Entrada no CE: Março de 1893
Proponente: António Miguel Cordovil (Proprie Entrada no CE: Feve,Jrode1893 Entrada no CE: Março de 1893
tário)
Entrada no CE: Janeiro de 1892 José Levy da Silva SATURNINO
José Sousa CABRA.L José Fernandes Pereira DEVILLE Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5
Proponente: José António de Oliveira Soares Comendador Proponente: José António de Oliveira Soares
(Proprietário) Funcionário: Professor do Liceu (Proprietário)
L
212 AnexoIIB Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 213
Entrada no CE: Março de 1893 Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Augusto BARBOSA (Dr.) João Neponuceno Macedo LACERDA
Saída do CE: Outubro de 1903 prietário) Militar: Cirurgião Ajudante de Cavalaria n.° 5 Funcionário: Engenheiro Chefe das Obras Pú
Entrada no CE: Maio de 1893 Proponente: José António de Oliveira Soares blicas
Saída do CE: Novembro de 1895 (Proprietário) Proponente: Dr. Joaquim Sousa Leal
Jacinto Maria Rocha Ribeiro BASTOS Entrada no CE: Novemb,v de 1893 Entrada no CE: Dezembro de 1893
Militar: Tenente Coronel de Cavalaria n.
05
Proponente: José António de Oliveira Soares Pedro Manuel TAVARES
(Proprietário) Militar: Major de Artilharia António Júlio da COSTA (Dr.) Francisco Xavier Correia MENDES
Entrada no CE: Ab,i/de 1893 Proponente: José António de Oliveira Soares Administrador do Concelho Militar. Sub-Chefe do Estado Maior
(Proprietário) Proponente: Dr. Joaquim Sousa Leal Proponente: José António de Oliveira Soares
Entrada no CE:Maiode 1893 Entrada no CE: Nor’embiv de 1893 (Proprietário)
Paulino António CORREIA Entrada no CE: Dezembro de 1893
Militar: Coronel de Artilharia
Proponente: José António de Oliveira Soares Alberto Carlos Morais CARVALHO Clemente Cassapo das NEVES
(Proprietário) Militar: Major de Cavalaria o.° 5 Funcionário: Professor do Liceu João Matos RIVARA (Dc)
Entrada no CE: Abri/de 1893 Proponente: Ambrósio B. Vaz Coelho Proponente: José António de Oliveira Soares Médico (Airaiolos)
Entrada no CE:Ju/J,ode 1893 (Proprietário) Proponente: José António de Oliveira Soares
Entrada no CE: Novembro de 1893 (Proprietário)
Jerónimo Maldonado d’EÇA Entrada no CE: Dezembro de 1893
Militar: Capitão de Cavalaria n.
05 António Leite Cardoso Pereira MELO Saída do CE: Março de 1897
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Militar: Tenente de Artilharia António Joel Batalha CAMPOS (Dr.)
prietário) Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Funcionário Professor do Liceu
Entrada no CE: Abri/de 1893 prietário) Manuel Maria Sardinha CALDEIRA
Governador Civil substituto, 1886
Entrada no CE: Agosto de 1893 Funcionário: Inspector da Fiscalização dos Ta
Proponente. António Coelho Vilas Boas (Pro
bacos
prietário)
Manuel Sérgio JUNQUEIRA Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
Entrada no CE: Dezembmnde 1893
Funcionário: Director dos Correios Miguel. Augusto Sousa FIGUEIREDO prietário)
Saída do CE: Novembro del9Ol
Proponente: Caetano da Câmara Manuel Militar: Coronel Chefe do Estado Maior Entrada no CE: Janeiro de 1894
Entrada no CE: Abri/de 1893 Proponente: José António de Oliveira Soares Saída do CE: Agosto de 1896
(Proprietário) João Eloy Nunes CARDOSO
Entrada no CE: Outubro de 1893 Militar. Tenente de Engenharia
Eduardo BARROS (Dc) Luís Bernardo Silveira LORENA
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Militar: Capitão de Infantaria n.° 22
Médico (Alcáçovas) prietário)
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
Raimundo QUINTANILHA Entrada no CE: Dezembro de 1893
prietário) prietário)
Militar: Major do Estado Maior Entrada no CE: Janeiro de 1894
Entrada no CE: Maio de 1893 Proponente: José António de Oliveira Soares
Saída do CE: Fevereiro de 1894 (Proprietário) Jacinto José Maria do COUTO
Entrada no CE: Outub,vde 1893 Militar: Coronel de Engenharia José Mateus Lopo VALENTE
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Militar: Capitão de Cavalaria n.° 5
António Leite Pereira JARDIM (De.) prietário) Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
Funcionário: Juiz de Direito Diogo Francisco Fragoso AMADO Entrada no CE: Dezembro de 1893 prietário)
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Militar: Comissário da Polícia Civil Entrada no CE: Janeiro de 1894
prietário) Proponente: José António de Oliveira Soares
Entrada no CE: Maio de 1893 (Proprietário) Afonso Almeida FERNANDES (Dr.)
Entrada no CE: Nove,nb,’v de 1893 Funcionário: Juiz de Direito da Comarca José Vicente CONSOLADO (JÚNIOR)
Saída do CE: Fèvereiro de 1898 Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Militar: Major de Infantaria n.° 17
Joaquim Maria PEDREIRA prietário) Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
Militar: General de Brigada Entrada no CE: Dezemb,vde 1893 prietário)
1
1
214 AnexoIIB Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 215
Entrada no CE: Feverei,vde 1894 Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi João dos Santos Pires VIEGAS Francisco Carvalho PINHEIRO
cador de Cavalaria n.° 5) Militar: Alferes de Caçadores n. 4 Militar: Alferes de Infantaria n.° 22
Entrada no CE: Julho de 1894 Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
José Maria OLIVEIRA Picador de Cavalaria n.° 5) prietário)
Funcionário: Chefe da Estação Telegráfica Entrada no CE: Novembínde 1894 Entrada no CE: Janeiro de 1895
Proponente: Adriano Peres Artur Calça e Pina da CÂMARA MANUEL
Entrada no CE: Fevel?ilvde 1894 Militar: Aspirante a Oficial
Proponente: Dr. Francisco Inácio Calça e Pina Cristóvão Cardoso Cabral Coutinho Albuquer Francisco Carvalho PINHEIRO
que BARATA Militar: Alferes de Infantaria n.° 22
(Funcionário: Conservador)
José Gomes RIBEIRO Funcionário: Delegado de Comarca (Arraiolos) Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
Entrada no CE: Setembv de 1894
Funcionário: Engenheiro Civil Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi prietário)
Proponente: José António de Oliveira Soares cador de Cavalaria n.
0 5) Entrada no CE: Janeiro de 1895
(Proprietário) Alberto José Diogo Barros ABREU Entrada no CE: Dezemb,vde 1894
Entrada no CE: Março de 1894 Militar: Capitão de Cavalaria n.° 5 José Braancamp de Matos POTES
Proponente: Alberto Carlos Morais Carvalho Proprietário
(Major de Cavalaria) Pedro NAVARRO
Funcionário: empregado Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
Emílio A. RODRIGUES (Dr) Entrada no CE: Oiirnbiv de 1894
Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi prietário)
Militar: Cirurgião de Brigada
cador de Cavalaria n.° 5) Entrada no CE: Janeiro de 1895
Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
cador de Cavalaria n.° 5) Entrada no CE: Deze,nb,v de 1894
Caetano Alberto da Costa PESSOA
Entrada no CE: Ab,1de 1894 Militac Capitão de Cavalaria n. 5 José Diogo Lopes THIAGO
Proponente: Alberto José Diogo Barros Abreu Militar: Tenente de Engenharia
José C. Sousa Caldas Viana ANDRADE
(Capitão de Cavalaria n.° 5) Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
Luciano Azevedo Monteiro BARROS Militar: Aspirante a Oficial de Infantaria n.° 22
Entrada no CE: Outubinde 1894 Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro cador de Cavalaria n.° 5)
Militar: Chefe do Estado Maior da 4. Divisão
prietário) Entrada no CE: Janeiro de 1895
Militar
Proponente: José Estêvão CORDOVIL (Alfe Entrada no CE: Janei,v de 1895
Gregório Correia JARDIM
res Picador de Cavalaria n.° 5) Militar: Tenente Coronel de Infantaria n.° 22 Caetano José BRITO
Entrada no CE: Julho de 1894 Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi José Carregado Sousa CALDAS Militar: Coronel de Engenharia
cador de Cavalaria n.° 5) Militar: Aspirante a Oficial de Infantaria n.° 22 Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
Entrada no CE: No vembiv de 1894 Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro prietário)
Vasco Paulo Guedes MENESES
prietário) Entrada no CE: Rvereirode 1895
Militar: Capitão de Infantaria n.° 22
Entrada no CE: Janei,v de 1895
Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Carlos Armando MAGALHÃES
cador de Cavalaria n.° 5) Militar: Capitão de Infantaria n.° 22 Alfredo Carlos Pimentel MAIA
Entrada no CE: Julho de 1894 Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes P1- José Maria Pertugal Costa MATOS Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes
cador de Cavalaria ri.
0 5) Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes pi Picador de Cavalaria ri.° 5)
Entrada no CE: Novembv de 1894 cador de Cavalaria n.° 5) Entrada no CE: Janeiro de 1895
Vasco Guedes Carvalho MENESES Saída do CE: Agosto de 1897 Entrada no CE: Janei,v de 1895
Militar: General Comandante da 4. Divisão
Militar
António Manuel PEREIRA
Proponente: José Maria Sousa Matos (Proprie Luís Benavides SOUSA Francisco António Palermo OLIVEIRA Funcionário: Condutor de Obras Públicas
tário) Militar: Major de Cavalaria ri.° Militar: Capitão de Caçadores n.° 4 Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
Entrada no CE: Julho de 1894 Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
prietário)
cador de Cavalaria n.° 5) cador de Cavalaria n.° 5)
Entrada no CE: Feveiarode 1895
Entrada no CE: Novembin de 1894 Entrada no CE: Janei,v de 1895
José da Costa PESSOA
Militar: Tenente de Artilharia
Á
216 AnexoIIB
1
Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 217
Fernando Pereira MouzinhoALBUQUERQUE Visconde de VILA BOIM José Luís da Costa CARNEIRO José Henrique MORLEY
Militar: Tenente Coronel de Engenharia Militar: General Comandante da 4. Divisão Militar: Cirurgião-Morde Cavalaria n.° 5 Militar: Capitão
Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Militar Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
cador de Cavalaria n.° 5) Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro cador de Cavalaria n.
0 5) cador de Cavalaria n.° 5)
Entrada no CE: Março de 1895 prietário) Entrada no CE: Novembtv de 1895 Entrada no CE: Dezembro de 1895
Entrada no CE: fim/ia de 1895
1
220 Anexo II B Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 221
Bento José Leote Tavares Alfredo Ernesto Maltez PICO Proponente: Francisco Maria Teles da Silveira José Farinha MARTINS
Militar: Tenente Coronel Militar: Tesoureiro de Cavalaria n.° 5 Meneses (Sua agência) Eclesiástico: Capelão militar
Proponente: Alberto Morais Carvalho (Major Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Entrada no CE: Maio de 1899 Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro
de Cavalaria) cador de Cavalaria n. 5) prietário)
Entrada no CE: Maio de 1898 Entrada no CE: Dezmb,v de 1898 Entrada no CE: Janeiro de 1900
Henrique Sá NOGUEIRA
Governador Civil
Joaquim Cândido CORREIA José Cândido ANDRADE Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes João Maria Lopes MACEDO
Militar: Capitão de Infantaria Militar Capitão Picador de Cavalaria n.° 5) Militar: Tenente Coronel da Administração
Proponente: João dos Santos Pires Viegas (Al Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Entrada no CE: Maio de 1899 Militar
feres de Caçadores n.° 5) cador de Cavalaria n.° 5) Proponente: Alberto Morais Carvalho (Major
Entrada no CE: J,mho de 1898 Entrada no CE: Janeiro de 1899 de Cavalaria)
João Baptista Cruzeiro SEIXAS Entrada no CE: Fevereiro de 1900
Militar: Tenente Coronel de Caçadores n.° 4
Cipriano Leite Pereira JARDIM José Maria, dos REIS Proponente: Dr. Marcelino Egipto Peres (Ca
Militar: Coronel de Artilharia. Deputado, 1884 Militar: Tenente Coronel pitão de Brigada) Carlos Sousa AZEVEDO
Proponente: Dr. Francisco Eduardo Barahona Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Entrada no CE: Maio de 1899 Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5
Fragoso e Mira (Proprietário) cador de Cavalaria n.° 5) Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
Entrada no CE: Setembro de 1898 Entrada no CE: Janeiro de 1899 cador de Cavalaria n.° 5)
Eduardo MARTINS Entrada no CE: Março de 1900
Funcionário Agente do Banco de Portugal
Braz Mouzinho deALBUQUERQUE Artur Filipe da COSTA Proponente: Augusto Cândido de Campos
Militar: Capitão Militar: Tenente de Engenharia Ennes (Guarda-Livros) Manuel Augusto Rosado MIRA
Proponente: Dt José Albino da Silveira More Proponente: Constantino José Brito Entrada no CE: Junho de 1899 Proprietário
no (Médico) Entrada no CE: Fevereiro de 1899 Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
Entrada no CE: Outubro de 1898 cador de Cavalaria n.° 5)
Manuel Joaquim Froes Entrada no CE: Abri/de 1900
José da Costa HENRIQUES Militar: Capitão de Infantaria
Marcos Augusto MORTE Funcionário: Professor Proponente: D. Ricardo Vilhardebó
Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Proponente: Gaspar da Cunha Prelado Entrada no CE: Setembro de 1899 João José Vaz Gama BARATA
Proponente: De José Albino da Silveira More Entrada no CE: Fevereiro de 1899 Militar: Capitão de Infantaria
no (Médico) Proponente: Alberto Morais Carvalho (Major
Entrada no CE: Outubro de 1898 Aníbal A. Ramos MIRANDA de Cavalaria)
Saída do CE: Janeiro de 1902 Artur Gomes CARVALHO (Dr.) Militar: Tenente do Estado Maior Entrada no CE: Maio de 1900
Militar: Capitão Ajudante de Cavalaria n.° 5 Proponente: Alberto Morais Carvalho (Major
Proponente: Artur Filipe da Costa de Cavalaria)
José Garcia FIALHO (Dr.) Entrada no CE: Março de 1899 Entrada no CE: Outub,v de 1899 José Souto Maior Lencastre MENESES
Advogado Militar: General de Brigada
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Proponente: Francisco Maria Teles da Silveira
prietário) Pedro E Ornelas Perry CÂMARA Viriato Lusitano CABRAL Meneses (Sua agência)
Entrada no CE: Novembro de 1898 Militar: Coronel de Infantaria Militar: Coronel de Infantaria Entrada no CE: Maio de 1900
Proponente: Dr. Marcelino Egipto Peres (Ca Proponente: Dr. Joaquim Sousa Leal
pitão de Brigada) Entrada no CE: Deze,nbn, de 1899
Marcelino Egipto PERES (Dr.) Entrada no CE: Maio de 1899 Jus tino José Sousa PINTO
Militar: Capitão de Brigada Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5
Proponente: José Sousa Leal João Baptista Valente da COSTA Proponente: José Braancamp Matos Femandes
Entrada no CE: Novembro de 1898 Francisco Maria Holbach FINO Militar: Alferes da Administração Militar (Proprietário)
Funcionário: Delegado do Tesouro Entrada no CE: Dezemb,vde 1899 Entrada no CE: Novembro de 1900
Á
222 Anexo II B Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 223
Francisco Coelho do Amaral REIS Eduardo MIRANDA Proponente: Joaquim Oliveira Fernandes Augusto José Queiroga VALENTIM
Agrónomo Funcionário: Empregado dos próprios nacionais Entrada no CE: Fevereiro de 1902 Estudante
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Proponente: José Farinha Martins (Padre) Proponente: Dc Gabriel Vítor Bugalho Pinto
prietário) Entrada no CE: No vembmv de 1901 (Advogado)
Entrada no CE: Dezembro de 1900 António do Amaral CORTE REAL (Dr.) Entrada no CE: Abri/de 1902
Funcionário Professor de Liceu
José Nunes do NASCIMENTO (Dr.) Proponente: Dr. Gabriel Vítor Bugalho Pinto
João Ázevedo CASTELO BRANCO Advogado (Advogado) Eduardo Augusto da Silva MARQUES
Funcionário: Inspector do Selo Proponente: Alvaro Sá Gomes (Funcionário: Re Entrada no CE: Março de 1902 Funcionário: Escrivão da Fazenda
Proponente: José Carlos Gouveia (Proprietário) cebedor) Proponente: Alvaro Sá Gomes (Funcionário: Re
Entrada no CE: Fevereiro de 1901 Entrada no CE: Novembro de 1901 cebedor)
Saída do CE: Março de 1905 Luís Cândido da Silva PATACHO Entrada no CE: Maio de /902
Militar: Tenente de Infantaria
António César das NEVES Proponente: José Estêvão Côrdovil (Alferes Pi
Adriano Correia MONTENEGRO Funcionário: Inspector do Selo cador de Cavalaria n. 5) Manuel Augusto do MONTE
Militar: Médico Militar Proponente: José Farinha Martins (Padre) Entrada no CE: Março de 1902 Administrador do Concelho (Portei)
Proponente: Dr. Joaquim Sousa Leal Entrada no CE: Novemb,vde 1901
Proponente: Dc Gabriel Vítor Bugalho Pinto
Entrada no CE: Fevereiro de 1901 (Advogado)
João Carlos Rodrigues dos REIS Entrada no CE: Maio de 1902
Joaquim Pedro MARTINS (Dr.)
Militar: Capitão de Cavalaria n.° 5
Proponente: Dr. Gabriel Vítor Bugalho Pinto
Ludgero QUINA Proponente: M. V Sousa
(Advogado)
Funcionário: Oficial da Fazenda Entrada no CE: Março de 1902 Luís Maria Salema M. ALBUQUERQUE
Entrada no CE: Dezembro de 1901
Proponente: Manuel Dores Nunes (Proprie Militar: Aspirante de Cavalaria
tário) Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes P1-
Entrada no CE: Feve,rii’v de 1901 João Vasconcelos ROSADO Joaquim da Silva CARVALHO (Dr.) cador de Cavalaria n.° 5)
Proprietário Funcionário: Director das Obras Públicas Entrada no CE: Outubro de /902
Proponente: Dr. Armando Augusto Fernandes Proponente: José Soares
Gabriel Vítor Bugalho PINTO (Dr.) Gião (Médico) Entrada no CE: Abu/de 1902
Advogado Entrada no CE: Dezembro de 1901 José da Silva FIADEIRO (Dc)
Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Funcionário: Reitor do Liceu
cador de Cavalaria n.° 5) João Sousa Faria MELO Proponente: Dr. João Luís Carvalho Cordeiro
Entrada no CE: Julho de 1901 Luís António César OLIVEIRA Estudante Entrada no CE:Dezembro de 1902
Militar: Capitão do Estado Maior Proponente: Dr. Gabriel Vítor Bugalho Pinto
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro (Advogado)
Júlio Betencourt RODRIGUES prietário) Entrada no CE: AbHlde 1902 José Castro GAVINHO (Dc)
Militar: Coronel de Engenharia Entrada no CE:Janeimvde 1902 Funcionário: Professor do Liceu
Proponente: Francisco Eduardo Barahona Fra Saída do CE: Março de 1902 Proponente: José Farinha Martins (Padre)
goso (Proprietário) João Francisco Almeida MIRANDA Entrada no CE: Dezembro de 1902
Entrada no CE: Agosto de 1901 Proprietário
Emilio César Andrade SOUSA Proponente: António Cabrera
Militar Capitão de Cavalaria Entrada no CE; Abri/de 1902 Alfredo Henriques Cabral PALMEIRO
João Luís Carvalho CORDEIRO (Dr.) Proponente: Luís C. Gordilho Miranda Funcionário: Oficial do Governo Civil
Funcionário: Auditor Adrninisttativo Entrada no CE: Jirnehvde 1902 Proponente: João Brito Vaz Coelho
Proponente: Albino Botelho Souto Maior (Fun Saída do CE: Agosto de 1902 Carlos Morais PALMEIRO Entrada no CE: Dezembro de 1902
cionário: Pagador) Agrónomo
Entrada no CE: Novembro de 1901 Proponente: Dc Francisco Eduardo Barahona
José Sousa MELO Fragoso e Mira (Proprietário) José Martiniano Dias da SILVEIRA (Dc)
Militar: Alferes Picador de Cavalaria n.° 5 Entrada no CE: Abu/de 1902 Funcionário: Juiz de Direito
Á
224 Anexo IIB Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 225
Proponente: Albino Botelho Souto Maior (Fun Entrada no CE: Janeiro de 1904 Entrada no CE: Novembro de 1904 Entrada no CE: De.wnbrode 1905
cionário: Pagador) Saída do CE: Abril de 1905 Saída do CE: Abril de 1905
Entrada no CE: Dezemb,vde 1902
Carlos ALEIXO
José Bernardo Álvares CHOUZAL Alberto Frederico Gorjão MOURA Funcionário: Professor do Liceu
Augusto Sousa MALDONADO (Dr.) Eclesiástico: Professor do Seminário Militar Alferes de Cavalaria n.° 5 Proponente: Francisco E Farinha
Funcionário: Delegado do Procurador Régio Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Proponente: João Maria Martins Fonte (Em Entrada no CE: Janeiro de 1906
Proponente: Da José da Silva Fiadeiro (Reitor prietário) pregado do Banco de Portugal)
do Liceu) Entrada no CE: Fevereiro de 1901 Entrada no CE: Novembro de 1904
Entrada no CE: Janeiro de 1903 Francisco Veiga MALTA
Funcionário: Delegado de Comarca
João Maria Martins da FONTE António Cardoso PESSOA Proponente: Da Júlio Henriques Lima da Fon
Carlos da Silveira Brandão Freire THEMUDO Funcionário: Empregado do Banco de Portugal. Proprietário seca (Advogado)
Funcionário: Engenheiro Civil Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Proponente: João Maria Martins Fonte (Em Entrada no CE:Janeiro de 1906
Proponente: Da Gabriel Vítor Bugalho Pinto prietário) pregado do Banco de Portugal)
(Advogado) Entrada no CE: Fevereiro de 1904 Entrada no CE: Novemb,vde 1904
Entrada no CE: Janeiro de 1903 Saída do CE: Abril de 1905 João Alberto da Cunha PEIXOTO (Padre)
Proponente: José Carlos Gouveia (Proprietário)
António Sousa Paria MELO Entrada no CE: Janeiro de 1906
António Joaquim Almeida REBELO Lavrador João Carlos Sousa MORAIS
Militar: Capitão de Cavalaria n.° 5 Proponente: João Sousa Faria e MeIo (Estu Funcionário: Professor
Proponente: Dr. Joaquim Sousa Leal dante) Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro José Gomes Matos Sousa CARDOSO
Entrada no CE: Setembro de 1903 Entrada no CE: Fevereiro de 1904 prietário) Funcionário: Agente do Banco de Portugal
Entrada no CE: Janeiro de 1905 Proponente: A. da Silveira
Saída do CE: Maio de 1905 Entrada no CE:Mairode 1906
Manuel Veríssimo MARTINS António Augusto Abreu PESSOA
Funcionário: Professor do Liceu Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5
Proponente: Eduardo Martins Proponente: José Farinha Martins (Padre) António José TAVARES Francisco MIRA
Entrada no CE: Outubro de 1903 Entrada no CE: Feve,iro de 1904 Militar: Tenente de Cavalaria n.° 5 Funcionário: Agente do Banco de Portugal
Proponente: António Joaquim Almeida Rebelo Proponente: A. da Silveira
Entrada no CE: Janeiro de 1905 Entrada no CE: Março de 1906
Francisco Parte Paria TORRINHA (Da) António Berardo Pereira CABRAL
Funcionário: Professor de Liceu Militar: Comissário da Polícia Civil
Proponente: Dr. José da Silva Fadeiro (Reitor Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi António Joaquim DURÃES (Dr.) Armando Cordeiro RAMOS
do Liceu) cador de Cavalaria n.° 5) Governador Civil Estudante
Entrada no CE: Outub,vde 1903 Entrada no CE: Abri/de 1904 Proponente: José Farinha Martins (Padre) Proponente: Da Júlio Henriques Lima da Fon
Entrada no CE: Novembro de 1905 seca
Entrada no CE: Abri/de 1906
João ALMEIDA (Da) Carlos Lima da FONSECA
Militar: Tenente do Estado Maior Estudante Artur Marques FIGUEIRA
Proponente: Alvaro Sá Gomes (Funcionário: Re Proponente: Manuel de Matos Peres (Proprie Funcionário: Professor do Liceu Abílio Lopes MACHADO (Da)
cebedor) tário) Proponente: José Fuinha Martins (Padre) Funcionário: Delegado
Entrada no CE: L)eze,nbro de 1903 Entrada no CE: Abri/de 1904 Entrada no CE: Novembro de 1905 Proponente: Da Gabriel Vítor Bugalho Pinto
(Advogado)
Entrada no CE: Outubro de 1906
JoaquimApolinário Palermo LEAL (Da) Júlio Ernesto Lima DUQUE Cipriano CAMPOS
Funcionário: Juiz de Direito Governador Civil Proprietário
Proponente: Da Augusto Sousa Maldonado (De Proponente: Luís Barahona Caldeira GasteI- Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Raul CARVALHO
legado do Procurador Régio) -Branco prietário) Militar Tenente Veterinário
226 AnexoIIB Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 227
Proponente: José B. Matos FBrnandes Entrada no CE: Fevereiro de 1907 Entrada no CE: Novembro de 1907 Rui Cordovil Caldeira CASTEL-BRANCO
Entrada no CE: Janei,v de 1907 Proponente: Francisco José Cordovil (Pro
prietário)
Fernando Jardim FERRO Augusto César Correia AGUIAR Entrada no CE: Fevereiro de 1908
Luís Augusto FERREIRA Funcionário: Agente do Banco de Portugal Proponente: José Fernandes Soares (Proprie
Militar: Capitão de Artilharia Proponente: Alvaro Sá Gomes (Funcionário: Re tário)
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro cebedor) Entrada no CE: Dezembro de 1907 Eugénio Augusto CARVALHO
prietário) Entrada no CE: Fevereiro de 1907 Funcionário: Delegado do Tesouro
Entrada no CE: Janeiro de 1907 Proponçnte: José Bernardo Rosa (Agente do
António Correia Caldeira COELHO Banco de Portugal)
Paulo JÚDICE Estudante de Liceu Entrada no CE: Fevereiro de 1908
António Augusto MARQUES Militar: Capitão de Artilharia Proponente: Dr. Gabriel Vítor Bugalho Pinto
Funcionário: Engenheiro Civil Proponente: Luís Augusto Ferreira (Capitão de (Advogado)
Proponente: José Sousa Meio (Alferes Picador Artilharia) Entrada no CE: Dezembro de 1907 Alberto Peixoto CUNHA
de Cavalaria n.° 5) Entrada no CE: Fevereiro de 1907 Militar: Tenente do Estado Maior
Entrada no CE: Janeiro de 1907 Proponente: Carlos SchiappaAzevedo (Tenen
António Fernandes da Costa LOBO te de Cavalaria n.° 5)
Duarte Júlio da Silveira Brandão Freire
Funcionário: Secretário da Real Casa Pia Entrada no CE:Fevereirode 1908
THEMUDO
Joaquim Nunes da MATA Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
Militar: Tenente Médico
Militar: Tenente Coronel de Artilharia cador de Cavalaria n.° 5)
Proponente: E Sousa
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Entrada no CE: Dezembro de 1907 Arnaldo MELO
Entrada no CE: Fevereiro de 1907
prietário) Militar Tenente do Estado Maior
Entrada no CE: Janeiro de 1907 Proponente: Carlos SchiappaAzevedo (Tenen..
Raúl Cordeiro RAMOS Júlio do Patrocínio MARTINS (Dr.) te-de Cavalaria n.° 5)
Militar: Alferes de Infantaria Médico Entrada no CE: Fevereiro de 1908
Raul PIÇARRA Proponente: Dr. Júlio Henriques Lima da Fon Proponente: Alvaro Sá Gomes (Funcionário: Re
Militar: Tenente de Artilharia seca cebedor)
Proponente: José B. Matos Fernandes Entrada no CE: Março de 1907 Entrada no CE: Deze,nb,v de 1907 João Baptista Rebelo de SOUSA (Dr.)
Entrada no CE: Janeiro de 1907 Funcionário: Juiz de Direito
Proponente: José Bernardo Rosa (Agente do
José Bernardo ROSA InácioTeixeira BrandãoMASCARENHAS (Dr.) Banco de Portugal)
Filipe SOUSA Funcionário: Agente do Banco de Portugal Funcionário: Auditor Administrativo Entrada no CE: Fevereiro de 1908
Militar: Tenente da Administração Militar Proponente: João Alberto da Cunha Peixoto Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
Proponente: José B. Matos Fèrnandes (Padre) cador de Cavalaria n.° 5)
Entrada no CE: Janeiro de 1907 Entrada no CE: Março de 1907 Entrada no CE: Dewnb,vde 1907 Luís do Canto e Castro M. TÁVORA
Funcionário: Engenheiro Director de Obras
Públicas
José Teixeira AGUIAR Delfim Miranda MONTEIRO DiogoAImeidaVASCONCELOS Proponente: Augusto Aguiar
Militar: Alferes de Infantaria Funcionário: Director de Obras Públicas Militar: Major do Estado Maior Entrada no CE: Fevereiro de 1908.
Proponente: João Maria Martins da Fonte (Em Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
pregado do Banco de Portugal) cador de Cavalaria n.° 5) cador de Cavalaria n.° 5)
Entrada no CE: Fevereiro de 1907 Entrada no CE: Out,,b,vde 1907 Entrada no CE: Dezembro de 1907 Áivaro Pereira GOUVEIA
Militar: Major do Estado Maior
Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
Fidélio Freitas BRANCO (Dr.) Carlos SchiappaAZEVEDO Manuel Lopes MARÇAL cador de Cavalaria n.° 5)
Governador Civil Militar: Tenente de Cavalaria n.° 5 Estudante de Medicina Entrada no CE: Março de 1908
Proponente: António Coelho Vilas Boas (Pro Proponente: José Sousa MeIo (Alferes Picador Proponente: Francisco Joaquim Bugalho
prietário) de Cavalaria n.° 5) Entrada no CE: Janeiro de 1908
228 AnexollB Sócios extraordinários do Círculo Eborense (1836-1910) 229
Manuel Dorningues LEITÃO José Feliciano da COSTA Delfim MAIA Proponente: José Sousa Meio (Alferes Picador
Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 de Cavalaria n.° 5)
cador de Cavalaria n.° 5) Proponente: José Sousa Meio (Alferes Picador Proponente: José Sousa Meio (Alferes Picador Entrada no CE: Dezembro de 1909
Entrada no CE: Maiço de 1908 de Cavalaria n.° 5) de Cavalaria n.° 5)
Entrada no CE:Janeirode 1909 Entrada no CE: Ma,ço de 1909
Saída do CE: Março de 1911 Maurice NAHON
Joaquim A. dos REIS T S. (Di:) Funcionário: Gerente da Vaccump Oil Company
Governador Civil Manuel Joaquim dos Santos GARCIA Proponente: João dos Santos Pires Viegas (Al
Proponente: Di: Manuel Alves Branco (Mé Agrónomo José Ricardo Pereira CABRAL feres de Caçadores n.° 5)
dico) Proponente: Áivaro Sá Gomes (Funcionário: Re Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Entrada no CE: Dewnbrode 1909
Entrada no CE: Maiço de 1908 cebedor) Proponente: Carlos Schiappa Azevedo (Tenen
Entrada no CE: Janeiro de 1909 te de Cavalaria n.° 5)
Entrada no CE:Abdlde 1909 Francisco Chagas PARREIRA
José Peixoto da SILVA Militar: Major de Artilharia
Militar: Capitão Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
José Nunes Almeida LOPES (Di:)
Proponente: Luís Augusto Ferreira (Capitão de Arnaldo MASCAREM-IAS (Di:) cador de Cavalaria n.° 5)
Funcionário: Sub-Delegado de Comarca
Funcionário: Juiz de Direito Entrada no CE; Dezembro de 1909
Artilharia) Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi
Entrada no CE: Março de 1908 cador de Cavalaria n.° 5) Proponente: Di: Manuel Alves Branco (Médico)
Enrada no CE: Janei,vde 1909 Entrada no CE: Maio de 1909
António Lobo ABREU
Militar: Tenente de Cavalaria n. 5
Manuel Rafael GORJÃO
Manuel Goulard MEDEIROS Proponente: Fernando Tamagnini Abreu e Sil
Militar: General Comandante da 4. Divisão José Serpa PIMENTEL (Di:)
va (Coronel de Cavalaria n.° 5)
Militar Militar: Tenente do Estado Maior Militar: Major de Artilharia
Entrada no CE: Janeiro de 1910
Proponente: José Sousa Meio (Alferes Picadc Proponente: José Sousa Meio (Alferes Picador Proponente: Paulo Júdice (Capitão Artilharia)
de Cavalaria n.° 5) de Cavalaria n.° 5) Entrada no CE:Ju/hode 1909
Entrada no CE: Abnlde 1908 Entrada no CE: Janeiro de 1909 Jacinto Fialho OLIVEIRA
Militar: Capitão de Artilharia
António Duarte SILVA (Dr.) Proponente: José Sousa e Meio
António Sousa Pinto Machado COUTINHO Gastão Cordeiro RAMOS Advogado Entrada no CE: Janeiro de 1910
Militar: Tenente de Artilharia Funcionário: Professor de Liceu Proponente: Alvaro Sá Gomes (Funcionário: Re
Proponente: Paulo Júdice (Capitão de Arti Proponente: Alvaro Sá Gomes (Funcionário: Re cebedor)
lharia) cebedor) Entrada no CE: Outubro de 1909 José Manuel Annes BAPTISTA
Entrada no CE: Junho de 1909 Entrada no CE: Janeiro de 1909 Militar: Tenente de Cavalaria n.° 5
Proponente: Armando Carvalhal (Alferes de
Armando Pereira CARVALHAL Cavalaria n° 5)
Paulo NOGUEIRA (Di:) Fernando Tamagnini Abreu e SILVA Militar: Alferes de Cavalaria n. 5 Entrada no CE: Feverei,vde 1910
Funcionário: Delegado de Comarca Militar: Coronel de Cavalaria n.° 5 Proponente: Manuel Rosado Mira
Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi Proponente: Carlos Schiappa Azevedo (Tenen Entrada no CE: Novembro de 1909
cador de Cavalaria n.° 5) te de Cavalaria n.° 5) José Alberto da Silva BASTO
Entrada no CE:Novemb,vde 1908 Entrada no CE: Janeiro de 1909 Militar: Tenente do Estado Maior
Aníbal Almeida FRANCO Proponente: Raul Ramos
Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Entrada no CE: Feverei,vde 1910
Vitorino Gama Oliveira BARATA João José SANCHES (Di:) Proponente: Manuel Rosado Mira
Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Militar: Capitão Médico Entrada no CE Novembro de 1909
Proponente: José Sousa Meio (Alferes Picador Proponente: Luís Augusto Ferreira (Capitão de Carlos Elias da COSTA (JÚNIOR)
de Cavalaria n.° 5) Artilharia) Militar: Alferes de Artilharia
Entrada no CE: Janeiro de 1909 Entrada no CE: Feve,?irode 1909 Amávol Jardim GRANGER Proponente: Armando Carvalhal (Alferes de
Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Cavalaria n. 5)
230 Anexo IIB Sócios extraordinários do Cfrculo Eborense (1836-1910) 231
Entrada no CE: Feverd,vde 1910 João Carlos Sousa MAIA António da França Pinto OLIVEIRA
Militar: Alferes de Cavalaria n.° 5 Militar: Tenente de Cavalaria
Entrada no CE:Ab,ilde 1910 Entrada no CE: Dezemb,vde 1910
Henrique Jesus Silva ESCUDEIRO Saída do CE: Fevereiro de 1912
Militar: Alferes de Infantaria
Proponente: Carlos Elias da Costa (Júnior) António Maria XAVIER
Entrada no CE: Feveiri,v de 1910 Militar: Coronel de Engenharia Alves ROÇADAS
Entrada no CE: Setembro de 1910 Chefe do Estado Maior da 4. Divisão Militar
Saída do CE: Abril de 1913 Entrada no CE: Dezemb,v de 1910
Joaquim Nunes MEXIA (Dr.)
Governador Civil
Proponente: José Estêvão Cordovil (Alferes Pi José Sampaio Torres FEVEREIRO
cador de Cavalaria n.° 5) Estudante
Entrada no CE: Feve,i,vde 1910 Entrada no CE: O,,tub,v de 1910
Saída do CE:Abril de 1913