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A Dança do Tempo (poemas reunidos de Fernanda Leite Bião) 1

A DANÇA DO TEMPO
POEMAS REUNIDOS

Fernanda Leite Bião


http://construcoesdaalma.wordpress.com

Belo Horizonte
Novembro de 2010
(última atualização)
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Em mim

Estarei sempre por aí


Onde estiver
Carrego
Em mim
Eu mesma

Guardo lembranças
Coloridas e apagadas
Alegres e tristonhas
Em mim
Eu mesma

Aprendiz e professora
Sol e chuva
Respiração e pulsação
Em mim
Eu mesma

Para sempre
No eterno
Eternizar
Em mim
Eu mesma
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Ah! Juventude!

Ah! Juventude!
Sonhada pelas crianças
Invejada pelos adultos

Ah! Juventude!
Período de grandes conflitos
Um mexe, remexe, sem cessar

Ah! Juventude!
Começo de luta
Tempo de rebeldia

Ah! Juventude!
Não se sabe
Sim ou não

Ah! Juventude!
Criança ou adulto
O que ser então?
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É tempo de renovação!

Florzinha pequenina nasce na janela.


Rasteira parece uma menininha.

Aponta cores cheia de sutilezas.


Na verdade, a sua cor é mistério.

Ontem pequena semente


Sonha em ser gente grande
Como seriam suas pétalas, suas folhas.

Mistério!
Até chegar o grande dia!

Coberta pelo sol da manhã


Perdia delicadamente o orvalho da noite.

Eis que bela preciosa,


Estende seus bracinhos aos céus
E com um espreguiçar lindo diz:

Bom dia vida!

Poema dedicado a Jair Prosdocimi Quites. Presença paterna em dias


iluminados e opacos.
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Educar

Educar
Verbo transcendente
Ação de mudança
Caminho da esperança

Educar
Palavra pequenina
Força poderosa
Que faz crescer e sonhar

Educar
Caminho sem volta
Ouvir e falar
Pleno caminhar
Educar
Ninho de possibilidades,
Esteira para a igualdade
No alfabeto ou na arte

Educar
Menino e menina
Dever e lazer
Basta compreender

Ei, você!
Permita sentir a mudança
Aguce bem seus sentidos
E deixe a mágica acontecer.
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Singularidade

O que são palavras,


Senão a reunião de letras que
Precisam de um autor para dar sentido.
E o sentido é o movimento de um corpo-alma,
Em direção de um alvo.
E o alvo é o desejo corporificado.
Uma entidade que precisa ser alcançada.
Do movimento a uma direção nasce o propósito.
E esse propósito precisa de gestos.
Gestos simples ou complexos,
Não importa.
Na reunião da palavra (sinais) com o verbo (gestos),
A relação, enfim, acontece.
Relacionar-se é ser-com.
Não duas metades, partidas, quebradas.
Mas dois inteiros, íntegros seres em sua singularidade.
Singularidade, movimento das diferenças nos diferentes.
Diferentes que somam e intercruzam.
Nos movimentos quânticos da vida.
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Lembranças

A erva daninha se arrasta pelas recordações e invade o meu coração.


Vive disfarçada pelas convenções do senhorio, misterioso.
A uma brecha de expressão, um descuido, ela adentra e faz misérias.
Planta que cresce sem tamanho, uma vil proporção de emoções.
Sentimentos são facetas aprendidas e jamais esquecidas.
Do reflexo do ontem, o espelho do hoje e o mistério de amanhã.
Agarra-te ao meu corpo, me sufoca.
Sinto a sensação gélida das minhas mãos.
Oh, minhas mãos, produtoras!
Sinto o estremecer do meu corpo.
Oh, o meu corpo, história!
A cada verso, vida.
A cada palavra, lembrança.
A cada suspiro, uma lágrima que ensaia, mas não cai.
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O Encontro

Por um instante
Sou invadida
Por uma energia sublime.
Sinto-me perplexa.
Nesse momento, desejo não desejar.
O tempo para em um segundo.
Não existe respiração.
Meu ser se encontra com o Criador.
Então, volto a respirar,
Sinto uma brisa gostosa
Percorrendo todo o meu corpo.
Lágrimas bailam na mesma sintonia.
Ninguém e nada pode se interpor entre nós!
Sinto o sopro da vida!
Quando por um momento
Morta de mim
Renasço para além de mim.
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O Futuro

O futuro é um espaço no tempo


Desejado e desconhecido
Mas que mobiliza vidas
Projetos e possibilidades
Possíveis e impossíveis
O futuro é movimento do presente
Fruto da semente do agora
Cuidada com todo o esmero
Árvore misteriosa
Movimento da vida
Laço do cotidiano
Mágica temporal
Vir-a-ser
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Palavras Várias

Palavras várias
Trazem o som do aprendido
Com o que, de fato,
Faz sentido.
Aprender junto,
Ser-com muitos.
Aprender sozinho,
Ser-consigo.
Fenômenos presentes,
Nem sempre deles estamos cientes.
Um ser-no-mundo
Traz à tona
A historicidade de um momento histórico
Unido à historicidade singular.
Monta,
Desmonta,
Planeja,
Sofre
Em buscar de se realizar,
Em buscar de ser.
Oportunidades que brilham
Como pontos
A iluminar
Possibilidades de construir
O próprio projeto de existir.
Assim a vida acontece.
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Desassossego

Tem algo que me incomoda!


Eu mexo pra lá e pra cá, me agasalho,
Estico o corpo, fecho os olhos.
E, depois da realização de todos estes rituais,
Descubro que precisava fazer a conexão
Entre os meus olhos e o meu coração.
Lágrimas descem e percorrem meu rosto.
Sinto o movimento quente e frio.
Meus olhos não têm a mesma claridade
E meu coração descompassa
E a cada suspiro procura voltar ao seu equilíbrio normal.
Uma alma nunca é uma alma só,
Mas precisa seguir seu trajeto solitário.
Os caminhos são diversos,
As estações do ano mudam,
As estações da vida se transformam.
Tenho medo de acordar
E descobrir que ainda não tenho identidade.
E que a ânsia de descobrir o que sou
Me desviou do caminho que me levaria
À minha própria descoberta.
Palavras são sinais de vida,
Palavras são sinais.
Deixo aqui minhas palavras,
Deixo aqui os meus sinais.
As lágrimas ainda teimam em cair,
O coração mais aliviado
Agradece a oportunidade de ser escutado.
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Gotas de Luz

A felicidade é feita de pequenos gestos


Que respigam em nossa alma!
Como gotas de luz,
Resplandecem em nosso ser.
Adentram nossas estruturas sutis
E nos fazem bailar,
Leves como criança
Bailando ao som de cantiga.
Como é gostoso parar e sentir
Os movimentos das singelezas!
Fazendo parte das nossas experiências,
Adentrando os nossos sentidos.
Visito as estrelas,
Os mares e os montes.
Vejo o luar de dentro da lua
Escuto a melodia cantarolada pelos pássaros
E corro como menina pelos campos.
Respiro, suspiro e até soluço!
Todos esses fragmentos são pedacinhos de vida
Que tomam forma
E pedem para entrar.
Deixe-os entrar!
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Morte e Vida

Quando os sentidos
Já não mais têm sentido,
É preciso buscar
Novos sentidos para existir.
Renovar projetos.
Acolher novas ideias.
Permitir-se sentir a morte.
Morte inerente à vida.
Morte que (re)constrói a vida.
Ser no tempo.
Movimento de construção e desconstrução.
Novos caminhos para ser.
Entre o eu de ontem e o eu de hoje,
Um possível eu do amanhã.
Processo permeado de ilusão
Ou ilusão permeada de processo.
Uma vida sem vida,
Ou uma morte para o renascer.
A Dança do Tempo (poemas reunidos de Fernanda Leite Bião) 14

Beija

Beija...
o vento que encosta em seus lábios
o fruto vermelho e suculento
os lábios adocicados do ser humano.

Beija...
os cabelos da menina.
o sabor enraizado do amargo.
o frescor gelado da água.

Beija...
o rosto do amigo.
a sabedoria da idade avançada.
a alegria da infância-semente.

Seja beija-flor,
Bata asas,
sinta a vida.

Perceba caminhos,
Não fujas.
Se temer,
Que seja o não viver.
E, aproveite e contemple sempre
O novo amanhecer.
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A dança do tempo

Vai longe entre as nuvens,


Perto das estrelas.
Vários pontos luminosos
Enfeitam os jardins do cosmo
E brilham sobre a dança do tempo.
A cada momento,
Em cada época,
Pequena ou grandiosa história.
Não importa,
Somente o crescimento.
Bailam conforme o próprio movimento.
Aprendizes das próprias experiências,
Centelhas do criador,
Criatura cocriadora,
A caminho da evolução.
A Dança do Tempo (poemas reunidos de Fernanda Leite Bião) 16

Voo e descoberta

Pássaro voa
Sem destino certo
Enfrenta o calor do sol
A chuva fina
O vento leve e forte
Encontra amigos e amigas
Diferentes e iguais
Encontra inimigos e inimigas
Fruto e colheita
Tem medo,
Sente frio e sede
Tem alegrias, flores e jardins
Preso, pode estar
Solto quer estar
Busca o caminho
Não sabe onde encontrar
Percebe uma luz
Imagina que vem de fora
Persegue-a
Distante cada vez mais se encontra
Para e observa
Descobre que...
... a luz vem de si!
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Meu Mistério

Neste momento,
Eu sou alguém que
Percorre o caminho.
Sozinha ou acompanhada.
Solidão companheira, rasteira,
Menina que me estende a mão.
Entre o passado, o presente e o futuro,
Sigo rumo a um só tempo – a existência.
Queria descobrir
Todos os mistérios que carrego,
Mas foi-me concedido
Abrir uma porta de cada vez.
Os tesouros íntimos são meus,
Entretanto, não me pertencem,
Até que eu os descubra.
Vida que continua
Como as águas de um rio em movimento.
Vida que desperta e transcende.
Sou vida!
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Pedido a Deus

Deus!
Queria estar em algum lugar chamado Eu.
Entrar em minha própria casa
E visitar todas as minhas instalações.
Olhar, atentamente,
Cada objeto,
Cada detalhe da minha história.
E aprender a nomeá-los,
Para organizar tudinho.
Mas...
Ainda me encontro parada na porta.
E a chave,
Esqueci onde está.
Peço Sua ajuda para tal importante tarefa,
A de me encontrar.
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Pulsação

A vida pulsa em nós,


Querendo uma brecha para se realizar.
Tampamos o sol com a peneira.
A luz do luar com a cortina da janela.
Brigamos com a abelhinha que
Desce para saborear o nosso cafezinho.
Não entendemos os pulos eufóricos dos nossos cães.
E a festa matreira que o bebê da família faz ao nos ver.
Tantas alegrias jogadas fora,
No vento dos tempos
E vivemos sempre infelizes.
Permita que a alegria te visite,
Mas abra a porta.
Mágicas acontecem,
Mas no mundo da fantasia.
Neste mundo, o mágico é você!
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Súplicas de uma Alma

Sabe qual é o meu desejo hoje?


É que você me leve embora daqui, me socorra.
Quero um dia para não pensar em nada,
Absolutamente nada.
Pois pensar é um trabalho muito cansativo.
Quero ver o verde passear pelos meus olhos,
O céu ser azul, pois, por vezes,
Não percebo a beleza das cores.
Me resgate desse umbral.
Me limpa,
Alimente-me e a me ajude a curar minhas feridas.
Inspire-me com o seu sorriso a esperança e o ato da fé.
Deixe-me ser somente uma menina.
A Dança do Tempo (poemas reunidos de Fernanda Leite Bião) 21

Morrer para Renascer

Quando os sentidos já não mais têm sentido,


É preciso buscar novos sentidos para existir.
Renovar projetos.
Acolher novas ideias.
Permitir-se sentir a morte.
Morte inerente à vida.
Morte que constrói a vida.
Ser no tempo.
Movimento de construção e desconstrução.
Novos caminhos para ser.
Entre o eu de ontem e o eu de hoje, um possível eu do amanhã.
O processo permeado de ilusão ou a ilusão permeada de processo.
Uma vida sem vida ou uma morte para o renascer.
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O Olhar

O olhar é o que me assusta e me encanta.


É o que me acolhe e me afasta de mim e do outro.
Tão simples e tão marcante!
Perco-me no brilho e no símbolo que se expressa.
O que dizer de mim, se o que sou ultrapassa o meu próprio espaço?
O que dizer de mim se o olhar do outro me diz quem sou?
Dentro dessa enorme dimensão, pretendo descobrir.
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Eu Sinto

Às vezes, sinto vontade sair, me expandir e transcender...


Busco horizontes inúmeros,
Olho minha face diante do espelho e, por vezes, não me reconheço.
Quem será eu, quem sou?
Busco-me nesta imensidão chamada existência.
Quantos nomes, quantas faces, quantos amores e desamores.
Não há uma precisão exata.
Mas, algo em mim reclama, reclama vida, certeza e amor.
Não este amor nos quais tentamos nos reconhecer,
Mas algo maior, forte e real, algo que ultrapassa barreiras, que é
Destemido e corajoso, mas é humano e é humilde.
Este amor não está construído nem limitado pelas barreiras da matéria:
Está em tudo, em mim e em você.
Não consigo precisar, sinto, me emociono.
Algo acontece, acontece em mim.
Não tenho medo: somente sinto, me permito e tenho a certeza que
transforma.
E a esta transformação, chamo vida...
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O Corpo

O manifesto da materialidade humana – o corpo – é a morada do Ser.


Movimentos regulares e irregulares, ritmos variados,
Um coração que bate no compasso dos sentimentos e emoções
Acompanhado de sorrisos ou de uma lágrima que teima em cair.
Percepções aguçadas pelos sentidos,
Expressões da própria sexualidade,
Vivenciada pelos cheiros gostosos dos alimentos,
O beijo dos apaixonados,
O perfume das flores e da grama verdinha,
O olhar que se desvia ao luar.
O espaço e o tempo são movimentos do hoje, do ontem e do amanhã.
Ontem, criança, hoje, jovem, e amanhã, não se sabe.
A vida é movimento e o corpo baila sem cessar.
O caminhar, ir e vir, no cotidiano.
A respiração, contato,
Relações entre o mundo interno e externo.
O afeto que conduz ao encontro comigo mesmo e com o outro por meio
do sorriso, do toque e do querer.
Busca do equilíbrio para viver, o corpo é isso,
A manifestação do pensamento e dos sentimentos no comportamento.
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O Colo de Deus

Hoje, acordei, precisando do colo de Deus.


Tenho a plena certeza que tem coisas em minha vida que somente Ele
consegue compreender.
Tive vontade de me entregar em seus braços
E sentir suas mãos acariciando meus cabelos como a brisa suave dos
ventos.
No momento pleno de encontro.
Encontro incondicional, no qual eu posso ser eu mesma
E ser aceita como sou.
E posso recebê-Lo e aceitá-Lo tal como é.
Nestes momentos do encontro,
Percebo a simplicidade da vida e a complexidade do viver.
Simplicidade diante da aceitação do que somos
E o respeito de como o outro se apresenta diante da vida.
Complexidade presente na compreensão do movimento universal,
Regido pelo maestro de todos os tempos (Deus),
No qual seus instrumentos (nós),
Exercemos tamanha importância, para que a sinfonia
Aconteça de forma serena e harmônica.
O colo de Deus me faz sentir perto da natureza,
Perto do sol, perto da lua e da chuva caindo.
O colo de Deus me faz sentir filha, mãe, amiga e namorada.
O colo de Deus me permite sentir amor e raiva, alegria e tristeza.
O colo de Deus me faz recordar do que já Sou e do que pretendo Ser.
A Dança do Tempo (poemas reunidos de Fernanda Leite Bião) 26

Caminhando

Quando caminhei,
Senti necessidade de algo.
No caminho,
Deparei-me com o inesperado.
O inesperado era por mim esperado,
Já que a incerteza é algo que nos
Circunda por toda existência.
Olhei para mim,
Talvez pela primeira vez.
Senti vontade de me amar, de me abraçar e me ouvir.
Descobri que passamos a vida numa eterna correria
E que o que menos fazia era pensar em mim.
E pensando,
Descobri o reflexo da natureza, do universo e o infinito de possibilidades.
Veio-me a coragem,
O impulso de buscar sempre a minha verdade.
Descobri que o medo passa e que a insegurança não sobrevive,
Quando busco a mim como a referência para a minha existência.
Estou ainda aqui, aprendendo,
Mas com a certeza de que caminho.
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Aprender

E é por isso que estou aprendendo


A conviver comigo mesma.
A gostar das coisas que gosto.
A suportar os dias de solidão.
As lágrimas que teimam em cair.
As tristezas pelas desordens.
E a alegria por ser o que sou.
A Dança do Tempo (poemas reunidos de Fernanda Leite Bião) 28

Eu?

Quem é esse Outro que nos visita diariamente?


Será que sou Eu ou parte de Mim?
Ajuda-me a formar, a transformar, a construir?
Ou me faz perseverar no investimento de mim?
Não sei ao certo, pretendo descobrir.
A Dança do Tempo (poemas reunidos de Fernanda Leite Bião) 29

Coisinhas Minhas

Eu tenho uma caixinha de coisas.


Coisinhas bem travessas.
Meio menina, meio mulher.
Tesouros da alma.
Mistérios a serem descobertos.
Tem horas em que a minha caixinha está colorida.
Tem horas em que tem um laço de fita.
Tem horas em que é transparente e até sem corzinha alguma.
Às vezes, guardo presentes.
Às vezes, faço faxina.
Entre o velho e o novo,
Revisito minha própria história.
Entre o ontem e o hoje,
Passeio por lembranças de conquistas e derrotas.
São coisinhas que guardo
Bem guardadinhas, em segredo.
O segredo das minhas coisinhas também é mistério e revelação.
Na vontade de guardar...
...os revelo!

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