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Escalas (Maior Natural, Menor Natural, Menor Harmônica, Menor

Melódica)

O que é?

Partindo de uma definição simples e objetiva podemos dizer que uma escala é um
conjunto de notas que produzem uma determinada sonoridade. Essa sonoridade pode ser
tanto melódica como harmônica, pois das notas de uma escala podemos formar
melodias e acordes.

Para que serve?

Serve para que possamos compreender a origem das notas que compõem os solos e
acordes que tocamos.

Onde/como vou usar?

As escalas são usadas para que saibamos quais notas usaremos na formação de um
Campo Harmônico (assunto do próximo módulo) e também basicamente* quais notas
podemos usar na construção das melodias a serem executadas sobre o campo harmônico
formado. (* Não é obrigatório que uma música em Dó Maior tenha em sua melodia apenas notas da escala de Dó Maior. Pode
haver aproximações cromáticas, acordes de empréstimo modal que modifiquem a escala da melodia, mas tudo isso é assunto para os
módulos posteriores.)

Qual a relação entre Escalas e Intervalos (módulo anterior)?

Assim como foi dito no módulo anterior, Intervalos são o b+a=ba da teoria musical na
parte de harmonia. Escalas são formadas a partir de uma determinada sucessão de notas
e essas sucessões nada mais são que os intervalos postos em prática.

Muita gente aprende a escala maior pela velha fórmula: T T ST T T T ST. Aprendem
também a escala menor no mesmo estilo de raciocínio: T ST T T ST T T. Agora, se eu
perguntar qual a diferença entre elas, alguém sabe me dar uma resposta objetiva? Esse é
o grande problema de se aprender escalas por essas fórmulas. Em tese é uma forma fácil
e prática se de aprender escalas, mas a meu ver é muito superficial para quem quer ir
além e compreender a harmonia como um todo. Por isso estudaremos escalas a partir
dos intervalos e não das formulinhas tipo t t st t...

Só pra lembrar, as escalas são construídas dentro de um intervalo de uma oitava (6


tons).

As escalas que vamos estudar são heptatônicas, ou seja, possuem 7 notas (graus).

A terça (III) é quem determina o modo de uma escala ou de um acorde. Neste contexto,
modo diz respeitos à classificação, se é maior ou menor. Não tem nada haver com
Modos Gregos.
Escala Maior Natural (T T ST T T T ST x Intervalos)

Para quem já aprendeu as escalas pela sucessão das siglas “T” e “ST” vamos apenas transportar esse
raciocínio para os intervalos. Quem ainda não estudou também poderá compreender tranqüilamente o que
é e com é formada uma escala. Qualquer dúvida estamos aqui para isso.

Pela sigla T T ST T T T ST entendemos que:


 da primeira nota da escala para a segunda devemos ter 1 tom;
 da segunda nota da escala para a terceira temos que ter mais 1 tom;
 da terceira nota para a quarta temos que ter ½ tom, e assim por diante.

Ao invés de pensarmos na sucessão de nota por nota vamos pensar no intervalo


(distância) de todas as notas a partir da fundamental (I).
 Da primeira nota (I) para a segunda nota (II) da escala temos 1 tom – então
teremos uma Segunda Maior (IIM);
 E da primeira nota até a terceira? Se da primeira até a segunda tem que ter 1 tom
e da segunda até a terceira tem que ter mais um, no total, da primeira até a
terceira teremos 2 tons. Então teremos uma Terça Maior (IIIM);
 (agilizando o raciocínio) se do I até o III grau tivemos 2 tons e do III até o IV
tem que ter ½ tom, no total teremos 2,5 tons. Logo, teremos uma Quarta Justa
(IVJ);
 (agilizando mais ainda!!!) seguindo o mesmo raciocínio anterior, do I até o V
teremos 3,5 tons, que equivale à uma Quinta Justa (VJ);
 Do I até o VI teremos 4,5 tons, portanto, uma Sexta Maior (VIM);
 Do I até o VII teremos 5,5 tons, portanto, uma Sétima Maior (VIIM).

Logo, entendemos que a Escala Maior Natural é formada por:


I IIM IIIM IVJ VJ VIM VIIM

(Todas as escalas vão ter o I, II, III, IV, V, VI e VII. Resta-nos saber se a II vai ser uma IIm ou uma IIM,
se a III vai ser uma IIIm ou uma IIIM, se a IV vai ser IVJ ou IVaum, etc. É exatamente por aí que
saberemos distinguir uma escala da outra!)

Escala Menor Natural ( T ST T T ST T T x Intervalos)


 Do I até o II temos 1,0 tom – Segunda Maior (IIM);

 Do I até o III temos 1,5 tom – Terça Menor (IIIm);

 Do I até VI temos 2,5 tons – Quarta Justa (IVJ);

 Do I até o V temos 3,5 tns – Quinta Justa (VJ);

 Do I até o VI temos 4,0 tons – Sexta Menor (VIm);

 Do I até o VII temos 5,0tons – Sétima Menor (VIIm).

Portanto, a Escala Menor Natural é composta pelos seguintes graus:


I IIM IIIm IVJ VJ VIm VIIm
→ E agora, se eu perguntasse qual a diferença entre a Escala Maior Natural e a Menor
Natural você saberia me responder de forma objetiva? “Claro Seijinho, a diferença
entre as escalas Maior Natural e a Menor Natural está no III, VI e VII graus. Enquanto
na Maior temos IIIM, VIM e VIIM na Menor teremos IIIm, VIm e VIIm. Os demais
graus permanecem os mesmo (IIM, IVJ e VJ).”

Escala Menor Harmônica (T ST T T ST STT T x Intervalos)


 Do I ao II, 1,0 tom – IIM;

 Do I ao III, 1,5 tom – IIIm;

 Do I ao IV, 2,5 tons – IVJ;

 Do I ao V, 3,5 tons – VJ;

 Do I ao VI, 4,0 tons – VIm;

 Do I ao VII, 5,5 tons – VIIM.

Portanto, a Escala Menor Harmônica é formada por:


I IIM IIIm IVJ VJ VIm VIIM

Escala Menor Melódica (T ST T T T T ST x Intervalos)


 Do I ao II, 1,0 tom – IIM;

 Do I ao III, 1,5 tom – IIIm;

 Do I ao IV, 2,5 tons – IVJ;

 Do I ao V, 3,5 tons – VJ;

 Do I ao VI, 4,5 tons – VIM;

 Do I ao VII, 5,5 tons – VIIM.

Portanto, a Escala Menor Melódica é formada por:


I IIM IIIm IVJ VJ VIM VIIM

→ Observação: existe uma regra que diz que esta é a forma que devemos tocar a
Escala Menor Melódica quando de forma ascendente (das notas mais graves para as
mais agudas) e que se tocarmos ela de forma descendente devemos “descê-la” idêntica à
Menor Natural, ou seja, com o VI e o VII bemolizados (VIm e VIIm).
Já que definimos quais Intervalos compõe as Escalas propostas neste Módulo, vejamos
um quadro sinóptico sobre elas:

Escala Maior Natural Escala Menor Natural

Escala Menor Harmônica Escala Menor Melódica

Vocês já devem ter percebido que sou muito adepto dessa forma de visualização dos
intervalos, hehe. Mas acredito que dessa forma fica mais fácil e claro de notar a
localização dos graus, bem como suas respectivas inversões.
Pensando as escalas pelos intervalos que as compõem fica muito mais claro e fácil de
perceber as diferenças “métricas” entre uma escala e outra.

Diferenças:

 Da Maior Natural pra Menor Natural – III, VI e VII;

 Da Menor Natural Pra Menor Harmônica – VII;

 Da Menor Harmônica pra Menor Melódica – VI;

 Da Menor Melódica pra Maior Natural – III.

Existem “n” possibilidades de se comprar as escalas, mas estas são as que eu julgo mais
relevantes.

Pelo quadro a seguir também dá pra visualizar bem a diferença entre as escalas.

I IIm IIM IIIm IIIM IVJ IVaum VJ VIm VIM VIIm VIIMª 8ª
ou
V dim
Esc. Maior N. ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄
Esc. Menor N. ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄
Esc. Menor H. ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄
Esc. Menor M. ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄ ▄

Observações interessantes sobre as escalas estudadas:

 Estudamos 4 escalas – 1 maior e 3 menores;

 Todas possuem IIM, IVJ e VJ;

 A Esc. Menor N. é a única que tem VIIm;

 Das escalas menores, a Melódica é a única que tem VIM;

 As escalas menores possuem IIIm e a maior possue IIIM, justamente por ser a
terça quem define o modo da escala (e dos acordes);

Etc.

→ Alerta: Acredito que todos estejam habituados a utilizar o # (sustenido) e o b


(bemol), mas dependendo da situação, quando se for formar uma escala pode ser que
esses sinais de alteração não sejam suficientes. É aí que entram o dobrado sustenido
(x)* e o dobrado bemol (bb). *O sinal que representa o dobrado sustenido não é bem o “x”, mas
parece. Vejamos na prática quando os sinais de alteração não serão suficientes.

G# Menor Harmônico
Neste caso o Fá teve que ser Fx (Fá dobrado sustenido) porque a tônica era o G#. Na
Escala Menor Harmônica sabemos que a sétima é maior (VIIM). Portanto ela estará a
apenas ½ tom atrás da tônica. ½ tom atrás de G# é G, mas a nota G é a própria tônica,
ela não pode ser tônica e sétima ao mesmo tempo (lembrando que independente de
sinais de alteração, a nota sempre exercerá o papel de apenas um grau, não tem como ter
notas repetidas numa escala, tipo G e G#). Naturalmente a sétima de G é F. Então temos
que dar um jeito de o F ficar a apenas ½ tom do G#. Com o # ainda fica faltando ½ tom.
Por isso usamos o dobrado sustenido que eleva a nota em 1 tom.
(Sim, o Fx é enarmônico de G.)

Vejamos outro caso.

Db Menor Natural

Neste caso temos um dobrado bemol na nota Si, pois a tônica é o Db e na Escala Menor
Natural a sexta é menor (VIm). Então da tônica até a sexta temos que ter 4,0 tons. A
partir do Db, se contarmos 4,0 tons teremos a nota A, mas o A não é a sexta do D, e sim
a quinta. A sexta do D é o B. Então temos que fazer com que a nota B fique a 4,0 tons
do Db. A solução é usar o dobrado bemol (bb) no B.
(Sim, o Bbb é enarmônico do A.)

Relatividade entre as Escalas Maior Natural e Menor Natural

Muitos já devem saber que da Escala Maior obtemos uma relativa menor e vice-versa.
Aprendemos que para encontrarmos a relativa menor da escala maior contamos 1,5 tom
abaixo da tônica e para encontrarmos a relativa maior da escala menor contamos 1,5
tom acima da tônica (sentiram um ar de inversão de intervalo?). Mas por quê?
Basicamente as duas escalas derivam da mesma estrutura, entretanto partem de tônicas
diferentes. Ou seja, elas são idênticas – fato –, mas partem de pontos diferentes.
Exemplo:

Escala Maior Natural Escala Menor Natural


Pergunto: Elas são iguais?

_”Nããããão. Elas se diferem no III, VI e VII graus”

Observem agora:

Escala Maior Natural Escala Menor Natural

Ou...

Escala Maior Natural Escala Menor Natural


E agora, elas são iguais? (Percebam que os pontos onde estão os graus das escalas se
equivalem.)

_”Siiiiiim.”

Então percebam que de um certo ponto os graus de ambas as escalas são separados
pelos mesmos intervalos. Logo percebemos que elas são idênticas, mudando apenas a
tônica. Por isso que elas são relativas.

Dó Maior e Lá Menor possuem exatamente as mesmas notas (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e
Si). Entretanto, se damos ênfase ao Dó e o consideramos como I teremos Dó Maior
Natural. Mas se pegarmos as mesmas notas, mas dermos ênfase ao Lá considerando-a
como I então teremos Lá Menor Natural.

*Avançando o raciocínio (curiosidade) – Dó Maior e Lá Menor são relativas – fato. Ambas possuem as
mesmas notas (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si) mudando apenas a tônica. Se eu pegar essas notas e tomar o
Dó como I terei Dó Maior. Se eu pegar essas notas e tomar o Lá como tônica terei Lá Menor. Então
posso pegar qualquer outra nota desse grupo como tônica? A resposta é simples: pode! Temos 7 notas
e formamos 2 escalas (a Maior Natural e a Menor Natural) a partir de duas notas desse grupo de 7 notas.
Sobraram 5 notas. Então quer dizer que posso formar mais 5 escalas? Sim! Ou seja, desse grupo de 7
notas podemos formar 7 escalas diferentes. É daí que surgem os Modos Gregos, que são 7 modos (Jônio,
Dórico, Frígio, Lídio, Mixolídio, Eólio e Lócrio, sendo que o modo Jônio corresponde à Escala Maior
Natural e o modo Eólio corresponde à Escala Menor Natural), mas esse assunto não tem relevância para
este momento. Poderemos falar dos Modos Gregos em outra ocasião mais oportuna.
Exercícios

Os exercícios deste módulo consistem em basicamente montar as escalas de acordo com


os intervalos que as compõem. Uma dica interessante para se exercitar a formação das
escalas é sempre fazê-las em grupo. Por exemplo, comece com a de Dó Maior Natural.
Depois faça a sua relativa menor que é o Lá Menor Natural. Depois aproveite o embalo
e faça as escalas de Lá Menor Harmônico e Lá Menor Melódico.

Ex:
Outra dica: comece a próxima escala sempre pelo V da Maior Natura anterior. Neste
caso a Maior Natural que acabamos de fazer foi Dó e seu V é o Sol. Então façamos a de
Sol Maior Natural e sua relativa menor. Siga este raciocínio até chegar na escala de C#
Maior Natural. Até lá você terá feito este ciclo 8 vezes (contando com o Dó Maior
acima). Por este raciocínio estaremos seguindo o ciclo de quintas (C, G, D...). Seguindo
desta forma você notará que: na escala de Dó Maior Natural não existe nenhum
sustenido; na de Sol vai surgir 1, na de Ré haverá 2 e assim por diante, até chegar na de
C# que terá 7 sustenidos.
Gabarito
Agora comece pela escala de Fá Maior Natural e faça sua relativa e as demais,
Harmônica e Melódica. Mas desta vez parta do IV de Fá Maior Natural para saber qual
será a próxima escala. A próxima escala será a de Bb Maior. Neste caso estaremos
seguindo o ciclo de quartas. Neste ciclo, assim como no de quintas, os acidentes
surgirão de 1 em 1, porém neste caso de quartas serão os bemóis. Siga este raciocínio
até chegar na escala de Cb que terá 7 bemóis.
Gabarito
Localização dos Intervalos no braço da guitarra/violão

Formação de shapes (desenhos) de escalas e acordes


Essa parte eu considero como a segunda mais importante no estudo da harmonia. Se no
1º Módulo vimos o que é e como classificar os Intervalos, agora devemos conseguir
encontrá-los na prática. E para isso existe um material excelente que extraí do livro
“Harmonia e Improvisação – Volume 1” do renomado Almir Chediak. Segue o material
nas duas próximas páginas.
Observem que pelas figuras acima não interessa em qual traste estamos. O que
realmente importa é a localização da tônica (bolinha preta) para que saibamos onde
estão os intervalos em relação à ela. Por exemplo, uma casa à frente da tônica sempre
teremos uma segunda menor (2m ou IIm), independente de onde esteja a tônica. Duas
casas à frente da tônica, 2M. Duas casas atrás da tônica, 7m. Na mesma casa da tônica,
mas na corda de baixo, 4J (exceto se a tônica estiver na 3ª corda). Na corda debaixo da
tônica, duas casas para frente, 5J (vide Power chords – exceto se a tônica estiver na 3ª
corda).

Outro exemplo, pensemos no shape da escala de Dó Maior, o mais comum de todos:

E--------------------------------
B--------------------------------
G----------------------2---4---5
D----------2---3---5------------
A---3---5-----------------------
E---------------------------------

Sabemos que a tônica está na 3ª casa da corda A e na 5ª casa da corda G. Agora


observem a figura a.2. Considerando a tônica (bolinha preta) como 3ª casa notem que
onde seria a 5ª casa da mesma corda está a 2M. Na corda de baixo, onde seria a 2ª casa
está a 3M. Na 3ª casa também da corda de baixo está a 4J. Ainda na mesma corda, na 5ª
casa está a 5J. Já na corda G, na 2ª casa está a 6M, na 4ª casa está a 7M, e pra fechar, na
5ª casa está a tônica novamente.

E como ficaria o shape de Dó Menor Melódico?

E--------------------------------
B--------------------------------
G----------------------2---4---5
D----------1---3---5------------
A---3---5-----------------------
E---------------------------------

Lembrando que a única diferença entre a Escala Maior e a Menor Melódica é a terça,
notem que a diferença entre os shapes também se limitará somente à terça, já que as
demais notas permanecem as mesmas. A terça maior era a nota Mi que estava uma casa
para trás e uma corda abaixo da tônica. Agora a terça menor estará a duas casas para trás
e na corda abaixo da tônica.

Pensando em acordes, vamos comparar o A com o Am. Qualquer dúvida, falaremos mais
detalhadamente sobre acordes no próximo módulo.

___A_____Am___
E---0----------0-----
B---2----------1-----
G---2----------2-----
D---2----------2-----
A---0----------0-----
E----------------------

Tomando como base a mesma figura (a.2) e pensando no acorde de A e Am sabemos


que a tônica está na própria corda A solta.
A (Lá Maior) – estando a tônica na corda A temos:
 Na corda de baixo, duas casas pra frente temos a 5J (Mi);
 Duas cordas pra baixo, duas casas pra frente temos a 8ª (= tônica - Lá);
 Três cordas pra baixo, duas casas pra frente temos a 3M (Dó#);
 4 cordas pra baixo, “na mesma casa” (solta também) temos a 5J (Mi).

Notem que temos as notas que compõem o acorde de Lá Maior – I (Lá), IIIM (Dó#), VJ
(Mi).

Agora pensemos no Am. Estando a tônica na corda A temos:


 Na corda de baixo, duas casas pra frente temos a 5J (Mi);
 Duas cordas pra baixo, duas casas pra frente temos a 8ª (= tônica - Lá);
 Três cordas pra baixo, uma casa pra frente temos a 3m (Dó);
 4 cordas pra baixo, “na mesma casa” (solta também) temos a 5J (Mi).

Notem que temos as notas que compõem o acorde de Lá Menor – I (Lá), IIIm (Dó), VJ
(Mi). Notem também que a diferença entre um acorde maior e um acorde menor está
apenas na terça. O acorde maior tem a terça maior e o acorde menor tem a terça menor.
Se você souber o shape de um acorde maior e souber onde está a terça deste acorde
dentro do shape, para fazer o mesmo acorde, porém no modo menor, basta que você
altere a terça. E assim por diante.

Se você quiser fazer A5+ (Lá maior com a quinta aumentada) mas não souber como se
monta esse acorde, basta saber o shape de Lá Maior, saber onde está(ao) a(s) quinta(s)
dentro do shape e aumentá-los em ½ tom (uma casa).

___A_____A5+__
E---0----------1-----
B---2----------2-----
G---2----------2-----
D---2----------3-----
A---0----------0-----
E---------------------

Suponhamos que numa cifra você precise tocar A6 (Lá Maior com sexta maior) e você
não saiba o shape do acorde. Basta que você saiba fazer o Lá Maior e adicione a 6M.

___A______A6__
E---0----------2-----
B---2----------2-----
G---2----------2-----
D---2----------2-----
A---0----------0-----
E----------------------

Notem que a diferença entre o A e o A6 é a nota da Mizinha. No A a mizinha tava solta


(mesma “casa” da tônica) (Mi) pois era a 5J do acorde. Já no A6 tocamos a 2ª casa da
mizinha (Fá#), pois se a tônica ta na 5ª corda, se tocarmos duas casas para frente na
primeira corda teremos a 6M. Qualquer coisa podem conferir: de Lá até Fá# temos 4,5
tons, portanto, sexta maior (6M ou VIM). Este foi só um exemplo. Podemos fazer este
acorde (A6) em várias outras regiões do braço usando diferentes shapes.

Se você conseguir visualizar todos os intervalos no braço do instrumento a partir da


tônica em qualquer corda você estará praticamente livre de shapes decorados de escalas
e acordes, pois se você souber os graus que compõem a escala você mesmo pode montar
os shapes que quiser. O mesmo acontece com os acordes: se você precisar montar um
acorde carregado de dissonâncias, sabendo quais dissonâncias que são e onde elas estão
em relação à tônica você mesmo monta o acorde sem precisar recorrer à dicionários de
acordes. É claro que já existem padrões mais que batidos de escalas e acordes, maiores,
menores, e se você já souber esses shapes, melhor ainda! Basta que você passe a
identificar a tônica dentro desses shapes e posteriormente os demais graus.

Como praticar?

É muito simples. Pegue os acordes e desenhos de escala que você já conhece e comece a
analisá-los a partir das figuras que ilustram os intervalos no braço da guitarra/violão.
Veja cada nota que você está digitando e veja qual intervalo ele corresponde em relação
à tônica. Melhor ainda se você já souber quais graus que compõem as escalas/acordes
que você estiver tocando. Fazendo dessa forma você só estará confirmando o que você
sabe na teoria e reforçando na prática.

Onde/como vou usar?

Tudo isso agilizará seu raciocínio quando você tiver que tirar algo de ouvido,
improvisar, formar escalas e acordes, fazer modulações, análises e transposições.

Dica

Basicamente você precisa saber os seguintes shapes (de preferência em todo o braço):
 Escala Maior Natural;
 Escala Menor Natural;
 Acorde Maior em diferentes desenhos;
 Acorde Menor em diferentes desenhos.

A partir desses modelos e sabendo reconhecer os intervalos em suas digitações, caso


apareça qualquer variação de grau ou acréscimo de dissonância, você deverá ser capaz
de fazer as alterações necessárias dentro dos padrões já conhecidos. Por exemplo, você
faz um C (Dó Maior) e depois tem que fazer um C7M (Dó com sétima maior). Você
sabe fazer o C mas não sabe fazer o C7M. Simples: Você sabe que a 7M fica ½ tom
atrás da 8ª. Pensando no C mais conhecido, onde fica a sua 8ª?
___C___
E---0-----
B---1-----
G---0-----
D---2-----
A---3-----
E----------

Se você analisar esse acorde de acordo com a figura do Almir Chediak, sabendo que a
tônica está na 3ª casa da corda A, você notará que temos outra tônica (no caso, a 8ª) na
1ª casa da corda B. Portanto, é só baixar ½ tom da 8ª que teremos a 7M.

___C_____C7M__
E---0----------0-----
B---1----------0-----
G---0----------0-----
D---2----------2-----
A---3----------3-----
E----------------------

Pensando em acordes – os acordes são compostos por I, III e V. Se você precisar


alterar a III ou a V (não se altera o I, pois se alterarmos o I estaremos falando de outro
acorde, pois ele é a fundamental) basta reconhecê-los dentro do shape do acorde e fazer
a alteração necessária. Se você precisar adicionar alguma dissonância basta procurar
nos graus vizinhos. Por exemplo, se precisar adicionar uma sexta, procure perto da
quinta; se precisar adicionar uma quarta, procure perto da terça ou da quinta; se precisar
adicionar uma sétima procure perto da 8ª e assim por diante.

Escala Pentatônica

A Escala Pentatônica é uma escala muito simples. Seu modo maior deriva da Escala
Maior Natural e seu modo menor, da Menor Natural. Assim como as escalas Maior
Natural e Menor Natural são relativas, as pentatônicas maior e menor também são.

Para se formar a escala pentatônica basta subtrair da Escala Maior Natural (ou da Menor
Natural) as duas notas que entre si formam o trítono (intervalo de 3 tons). Independente
da tonalidade, o trítono estará entre o 4º e o 7º grau da escala maior e entre o 2º e o 6º da
menor.

Portanto, a escala pentatônica maior é formada por:


I IIM IIIM VJ VIM
Já a escala pentatônica menor é formada por:
I IIIm IVJ VJ VIIm

Para finalizar, os desenhos (shapes) das escalas Maior Natural, Menor Natural, Menor
Harmônica, Menor Melódica, Pentatônca Maior, Pentatônica Menor, Acordes, etc são
fáceis de se encontrar na internet. O difícil é enxergar os intervalos dentro deles.
Enxergar os intervalos dentro do que se digita em termos de escalas e acordes é o
fundamental para se ter plena consciência do que se está tocando.

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