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Erosão do Solo PUBLICIDADE A erosão é um processo natural de desagregação, decomposição,

transporte e deposição de materiais de rochas e solos que vem agindo sobre a superfície terrestre desde
os seus princípios. Contudo, a ação humana sobre o meio ambiente contribui exageradamente para a
aceleração do processo, trazendo como conseqüências, a perda de solos férteis, a poluição da água, o
assoreamento dos cursos d’água e reservatórios e a degradação e redução da produtividade global dos
ecossistemas terrestres e aquáticos. Entende-se por erosão o processo de desagregação e remoção de
partículas do solo ou fragmentos de rocha, pela ação combinada da gravidade com a água, vento, gelo
ou organismos (IPT, 1986). Os processos erosivos são condicionados basicamente por alterações do
meio ambiente, provocadas pelo uso do solo nas suas várias formas, desde o desmatamento e a
agricultura, até obras urbanas e viárias, que, de alguma forma, propiciam a concentração das águas de
escoamento superficial. Segundo OLIVEIRA et al (1987), este fenômeno de erosão vem acarretando,
através da degradação dos solos e, por conseqüência, das águas, um pesado ônus à sociedade, pois
além de danos ambientais irreversíveis, produz também prejuízos econômicos e sociais, diminuindo a
produtividade agrícola, provocando a redução da produção de energia elétrica e do volume de água
para abastecimento urbano devido ao assoreamento de reservatórios, além de uma série de transtornos
aos demais setores produtivos da economia. A quebra do equilíbrio natural entre o solo e o ambiente
(remoção da vegetação), muitas vezes promovida e acelerada pelo homem conforme já exposto, expõe
o solo a formas menos perceptíveis de erosão, que promovem a remoção da camada superficial
deixando o subsolo (geralmente de menor resistência) sujeito à intensa remoção de partículas, o que
culmina com o surgimento de voçorocas (SILVA, 1990). Quando as voçorocas não são controladas ou
estabilizadas, além de inutilizar áreas aptas à agricultura, podem ameaçar obras viárias, áreas urbanas,
assorear rios, lagos e reservatórios, comprometendo por exemplo o abastecimento das cidades,
projetos de irrigação e até a geração de energia elétrica. Torna-se, portanto, importante a identificação
das áreas cujos solos sejam suscetíveis a esse tipo de erosão, sobretudo, em regiões onde não existem
planos de conservação (PARZANESE, G.A.C., 1991), bem como o estudo dos fatores e processos que
possam agravar este fenômeno, visando a obtenção de uma metodologia de controle do mesmo.
VASCONCELOS SOBRINHO (1978), considera que existe uma corrida entre a explosão demográfica e o
desgaste das terras, operando em sentido oposto, porém somando-se os efeitos, pois, como
conseqüência da própria explosão demográfica, a pressão populacional sobre as áreas já ocupadas,
conduzem-nas à deterioração cada vez mais rápida. Os processos erosivos se iniciam pela retirada da
cobertura vegetal, seguido pela adução e concentração das águas pluviais na implantação de obras civis
(saída de coletores de drenagem em estradas, arruamento urbano, barramento de águas pluviais pela
construção de estradas forçando sua concentração nas linhas de drenagem), estradas vicinais, ferrovias,
trilhas de gado, uso e manejo inadequado das áreas agrícolas. A urbanização, forma mais drástica do uso
do solo, impõe a adoção de estruturas pouco permeáveis, fazendo com que ocorra diminuição da
infiltração e aumento da quantidade e da velocidade de escoamento das águas superficiais. A erosão
acelerada (ação antrópica) pode ser laminar ou em lençol, quando causada por escoamento difuso das
águas das chuvas resultante na remoção progressiva dos horizontes superficiais do solo; e erosão linear,
quando causada por concentração das linhas de fluxo das águas de escoamento superficial, resultando
em incisões na superfície do terreno na forma de sulcos, ravinas e voçorocas (OLIVEIRA, 1994). A
voçoroca é a feição mais flagrante da erosão antrópica, podendo ser formada através de uma passagem
gradual da erosão laminar para erosão em sulcos e ravinas cada vez mais profundas, ou então,
diretamente a partir de um ponto de elevada concentração de águas pluviais (IPT, 1986). No
desenvolvimento da voçoroca atuam, além da erosão superficial como nas demais formas dos processos
erosivos (laminar, sulco e ravina), outros processos, condicionados pelo fato desta forma erosiva atingir
em profundidade o lençol freático ou nível d’ água de subsuperfície. A presença do lençol freático,
interceptado pela voçoroca, induz ao aparecimento de surgências d’ água, acarretando o fenômeno
conhecido como “piping” (erosão interna que provoca a remoção de partículas do interior do solo,
formando “tubos” vazios que provocam colapsos e escorregamentos laterais do terreno, alargando a
voçoroca, ou criando novos ramos). Além deste mecanismo, as surgências d’ água nos pés dos taludes
da voçoroca provocam sua instabilização e descalçamento. As voçorocas formam-se geralmente em
locais de concentração natural de escoamento pluvial, tais como cabeceiras de drenagem e embaciados
de encostas. A importância do estudo dos fenômenos associados à formação de voçorocas é estabelecer
medidas de prevenção e controle, como também o estabelecimento de técnicas compatíveis ao
combate do problema. Segundo LIMA (1987), o estabelecimento de qualquer processo erosivo requer,
antes de tudo, um agente (água ou vento) e o material (solo), sobre o qual agirá, desprendendo e
desagregando as partículas e transportando-as. A interação entre material e agente consiste na busca
de um estado de maior equilíbrio, antes desfeito de forma natural ou devido a efeitos antrópicos. Os
processos erosivos iniciam-se pelo impacto da massa aquosa com o terreno, desagregando suas
partículas. Esta primeira ação do impacto é complementada pela ação do escoamento superficial, a
partir do acúmulo de água em volume suficiente para propiciar o arraste das partículas liberadas (IPT,
1991). A erosão é o processo de desprendimento e arraste acelerado das partículas do solo causado pela
água e pelo vento. A erosão do solo constitui, sem dúvida, a principal causa da degradação acelerada
das terras. As enxurradas, provenientes das águas de chuva que não ficaram retidas sobre a superfície,
ou não se infiltraram, transportam partículas de solo e nutrientes em suspensão. Outras vezes, esse
transporte de partículas de solo se verifica, também por ação do vento. O efeito do vento na erosão é
ocasionado pela abrasão proporcionada pela areia e partículas mais finas em movimento. A água é o
mais importante agente de erosão; chuva, córregos, rios, todos carregam solo, as ondas erodem as
costas dos continentes e lagos, de fato, onde há água em movimento, ela está erodindo os seus limites.
Fonte: www.drenagem.ufjf.br Erosão do Solo O solo é um dos mais preciosos recursos. A perda desse
recurso, através de processos de degradação da terra como a erosão por causada pelos ventos e pelas
águas, é um dos mais problemas ambientais mais sérios que nos enfrentamos, uma vez se tratar da
destruição dos meios de produção de nossos alimentos. A erosão do solo ocorre naturalmente, mas
atividades humanas, principalmente a agricultura e o desmatamento tem aumentado as taxas de erosão
uma vez que ambos tendem a remover a vegetação protetora e reduzir a estabilidade do solo. Esse
processo é conhecido como “erosão acelerada”. Desde 1950, a erosão acelerada resultou na perda de
1/5 da superfície do solo das terras cultiváveis mundiais e 1/5 da superfície do solo das florestas
tropicais. 10.5 por cento dos solos mais produtivos do planeta – uma área do tamanho da China e da
Índia juntas – tem sido destruída por atividades humanas desde a II Guerra Mundial. As conseqüências
disso consistem na perda da produção de alimentos, a diminuição da qualidade da água e a destruição
de ecossistemas. Terra sem arvores também significa mais dióxido de carbono na atmosfera.
Fazendeiros podem prevenir a erosão do solo praticando uma agricultura de conservação, plantando
arvores nativas dentre outras técnicas. Os consumidores podem apoiar a agricultura orgânica
comprando alimentos orgânicos. A erosão de encostas também tem aumentado em virtude da
construção de casas e Estrada muito próximas de praias, da remoção de vegetação de dunas e da
destruição e recifes de corais, que agem como barreiras protetoras. Isso pode ser retificado com um
melhor planejamento dos projetos costeiros e melhor proteção aos recifes de corais. A erosão é o
transporte de partículas de solo pelo vento, chuvas, água dos rios ou geleiras. Quando a erosão ocorre
naturalmente, em áreas intocadas pelo homem, a chamamos de Erosão Geológica. Foi essa erosão
geológica que “esculpiu”, ao longo de bilhões de anos, montanhas, planícies e vales, ou seja, a paisagem
que conhecemos hoje, num processo lento. Em condições naturais, a quantidade de solo erodido é
muito pequena, sendo naturalmente recomposta pela natureza. Isso caracteriza uma condição de
equilíbrio. Entretanto, quando o homem cultiva a terra, esse equilíbrio é rompido. Florestas são
derrubadas e queimadas, a camada superficial de solo é revolvida por arados e grades, o que constitui o
preparo do solo para o plantio. Em um solo descoberto e preparado, os agentes erosivos (chuva e vento,
por exemplo) não encontram barreiras, arrastando uma quantidade de solo maior do que em condição
natural. Essa é a chamada Erosão Acelerada. Quando esse preparo de solo é feito sem os devidos
cuidados e sem orientação técnica, seja utilizando implementos inadequados, seja em áreas muito
acidentadas, a erosão pode degradar o solo em poucos anos. A erosão é a principal causa da degradação
de solos em todo o mundo. As principais formas são a erosão eólica, causada pelo vento e a erosão
hídrica, causada pela chuva. A erosão eólica acontece em áreas planas, descampadas, com o solo seco e
quando o vento atinge maiores velocidades, sendo as partículas de solo arrastadas, na forma de
verdadeiras “nuvens de poeira”. Ela pode ser importante nas épocas secas do ano, em solos arenosos
(principalmente se a areia for muito fina) e se o solo estiver descoberto (áreas que permanecem
gradeadas durante a estação seca, por exemplo). Entretanto, no Brasil, a erosão hídrica, ou erosão
causada pela chuva, tem causado mais estragos, não só em áreas agrícolas mas também nas cidades. É o
caso de capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, onde a ocupação desordenada de
encostas tem resultado em deslizamentos durante a época das chuvas. Isso acontece porque essas
encostas possuem solos frágeis, que quando encharcados não resistem ao peso das construções, o que
resulta em deslizamentos e perda de vidas. Em áreas rurais, o problema também é grave, porém, não
tem recebido tanta importância da mídia, uma vez que não tem envolvido a perda de vidas. Neste caso,
as principais causas da erosão são o desmatamento de encostas e margens de rios, as queimadas e o
uso inadequado de maquinários e implementos agrícolas, que aceleram o processo erosivo. A erosão
hídrica ocorre em três etapas: a primeira é a desagregação, que ocorre quando as partículas de solo são
desagregadas pelo impacto das gotas de chuva na superfície do solo descoberto. A segunda é o
transporte das partículas desagregadas, principalmente pela água que não se infiltra no solo e escorre
superficialmente (enxurrada) e a terceira é a deposição das partículas desagregadas nas partes mais
baixas da paisagem (vales e leitos dos rios), sendo que essas partículas passam a ser chamadas de
sedimentos. Os sedimentos erodidos contêm matéria orgânica, fertilizantes, corretivos, sementes e até
pesticidas aplicados pelos produtores. Quando se depositam no leito dos rios, diminuem sua vazão,
aumentando o risco de enchentes – processo chamado assoreamento. Isso contribui para a poluição,
pois resíduos de fertilizantes e pesticidas contaminam a água, diminuindo a população de peixes,
podendo também afetar a saúde da população urbana que depende dessa água. A erosão hídrica ocorre
basicamente de três formas: Laminar, que é a remoção de uma fina camada superficial, ano após ano,
sendo percebida apenas quando as raízes das plantas (principalmente árvores), ficam expostas; sulcos,
que ocorrem quando a enxurrada se concentra em alguns pontos, abrindo pequenas “valetas” de alguns
centímetros de profundidade na superfície do terreno, e voçorocas (também chamadas boçorocas ou
desbarrancados), que é quando estes sulcos tornam-se muito profundos, (até muitos metros), podendo
afetar muitos hectares, deixando a área economicamente inaproveitável. A capacidade da chuva em
causar erosão é chamada erosividade. Se a chuva cai mansa, em gotas pequenas, durante várias horas, a
maior parte da água se infiltra, havendo pouca enxurrada. Também ocorre pouca desagregação do solo,
pelo fato de as gotas pequenas terem menor energia cinética. Diz-se então que é uma chuva de baixa
erosividade. Porém, se a mesma quantidade de chuva cair em poucos minutos, em gotas maiores (uma
tempestade por exemplo), a desagregação do solo será maior, e a maior parte da água tende a escorrer
na forma de enxurrada. Dizemos então que é uma chuva erosiva, ou de alta erosividade. Alguns solos
são mais susceptíveis à erosão do que outros, o que é chamado erodibilidade. De maneira geral, solos
arenosos, embora apresentem alta permeabilidade, são mais susceptíveis à erosão, sendo considerados
solos de alta erodibilidade, pois as partículas de areia são facilmente desagregadas pela chuva. Já solos
argilosos, quando apresentam boa permeabilidade, resistem mais à erosão, sendo considerados de
baixa erodibilidade. A fertilidade de um solo também influi na sua resistência à erosão: solos
naturalmente férteis ou adequadamente adubados propiciam um melhor desenvolvimento de plantas,
que irão cobrir melhor o solo, protegendo-o da erosão. Também a topografia influi, sendo que em áreas
acidentadas, a enxurrada atinge maior velocidade causando maior erosão do que em áreas de
topografia mais suave. Quando se fala em controle de erosão, a maioria das pessoas, principalmente
agricultores, logo pensam em terraceamento (popularmente conhecido como “curva de nível”). Esta
prática de caráter mecânico – que envolve uso de máquinas e movimentação de terra -, embora
eficiente, auxilia apenas no controle do segundo estágio da erosão (transporte), pois reduz a velocidade
da enxurrada, favorecendo sua infiltração no solo. Entretanto, os terraços não impedem o primeiro
estágio da erosão, que é a desagregação provocada pelo impacto das gotas de chuva na superfície do
solo. É uma prática cara, pois exige movimentação de terra com maquinários e dimensionamento
adequado por profissional habilitado. Um terraço mal dimensionado pode se romper durante uma
chuva forte, causando mais problema do que solução. Diversas pesquisas mostram que a cobertura
vegetal é uma das maneiras mais eficientes de proteger o solo contra a erosão. Sendo assim, é
necessário manter o solo coberto, com plantas ou restos vegetais (palhada), que impedirão o impacto
das gotas de chuva e a desagregação inicial, o que é considerado prática de caráter vegetativo. Isso
explica porque em lavouras anuais, sistemas de manejo conservacionistas como o plantio direto são
extremamente eficientes no controle da erosão, pois, nesse sistema, a cultura (milho, soja, feijão etc.) é
implantada sobre a palhada da cultura anterior, sem que haja revolvimento do solo (aração, gradagem).
Quanto às pastagens, estas podem ser consideradas sistemas conservacionistas, desde que bem
manejadas. Elas são menos eficientes que as florestas no controle de erosão, porém mais eficientes que
as culturas anuais, por não haver revolvimento de solo. Para tanto, é necessário avaliar o número de
animais que a área suporta, pois, se este for maior do que a capacidade de suporte, acontecerá o
superpastoreio, cujas conseqüências são: diminuição da cobertura vegetal; exposição do solo ao
impacto das gotas de chuva; compactação do solo causada pelo pisoteio excessivo de animais na área;
diminuição da infiltração de água no solo e aumento do volume de enxurrada. Tudo isso contribui para
aumento da erosão. Pastagens mal manejadas podem perder mais solo por erosão do que uma lavoura
bem manejada, mesmo que seja em sistema convencional, com utilização de aração e gradagem. Outra
maneira eficiente de se controlar a erosão é o uso de práticas de caráter edáfico, que visam a melhorar
e manter a fertilidade do solo, tais como calagens e adubações equilibradas, incorporação e manejo de
matéria orgânica, rotação de culturas e eliminação ou controle de queimadas. Essas práticas contribuem
para tornar o solo mais fértil, o que aumenta a cobertura vegetal e a proteção contra o impacto das
gotas de chuva, melhorando também a infiltração de água no solo, o que diminui o volume de
enxurrada. Para que haja sucesso na conservação do solo, é importante não utilizar apenas uma prática
conservacionista, mas combinar práticas de caráter mecânico, vegetativo e edáfico, pois todas se
complementam. É muito importante que o produtor procure acompanhamento técnico, pois não há
uma “receita infalível”. Cada propriedade rural tem suas particularidades, exigindo uma combinação de
medidas mais adequadas, que devem levar em conta também o nível sócio-econômico do produtor. A
conservação do solo deve ser encarada por agricultores, extensionistas, pesquisadores, autoridades e
sociedade como parte de um desafio maior, que nos é apresentado neste novo século que se inicia: A
busca de uma agricultura sustentável, ou seja, a produção de alimentos em quantidade e qualidade para
atender às necessidades da humanidade, sem degradar os recursos naturais como solo, água, florestas e
fauna. Fonte: www.fazendasmt.com.br Erosão do Solo A erosão é um processo que faz com que as
partículas do solo sejam desprendidas e transportadas pela água, vento ou pelas atividades do homem.
A erosão faz com que apareçam no terreno atingido, sulcos, que são pequenos canais com profundidade
de até 10 cm, ravinas, que têm profundidade de até 50 cm ou voçorocas, que possuem mais de 50 cm
de profundidade. O controle da erosão é fundamental para a preservação do meio ambiente, pois o
processo erosivo faz com que o solo perca suas propriedades nutritivas, impossibilitando o crescimento
de vegetação no terreno atingido e causando sério desequilíbrio ecológico e grandes perdas econômicas
e sociais. Pode-se dizer que de todos os recursos naturais existentes no planeta, o solo é um dos mais
instáveis quando modificado, ou seja, quando sua camada protetora é retirada. Processos erosivos
ocorrem de forma moderada em um solo coberto, sendo esta erosão chamada de geológica ou normal.
De acordo com especialistas, a erosão é um fenômeno geológico natural e planetário, sem a qual
dificilmente a vida teria se instalado na Terra. Esse fenômeno rebaixa superfícies, libera elementos e
possibilita o surgimentos de organismos. O problema da erosão conduzido para a desertificação se torna
sério e preocupante quando temos a erosão acelerada provocada por ações antrópicas, ou seja, de fora
do ambiente, as feitas pelo homem, como o uso incorreto do solo, sem precaução, que resulta em áreas
degradadas por excessivo cultivo, contrariando assim as recomendações das boas técnicas agronômicas.
Uma vez modificado, para cultivo ou desprovido de sua vegetação originária, têm início a erosão, capaz
de remover mil vezes mais material do que se este mesmo solo estivesse coberto. Por ano, o Brasil
perde aproximadamente 1 bilhão de toneladas de solos através da erosão. O arraste de partículas
constituintes do solo se dá pela ação de fatores naturais como água, vento, ondas que são tipos de
erosão, além da própria erosão geológica ou normal que tem por conseqüência o nivelamento da
superfície terrestre. Os ecologistas protestam contra a poluição do ar, dos rios e dos mares, defendem a
flora e a fauna, mas raramente se preocupam com um tema da maior importância, a defesa do solo. É
nele que as raízes se fixam para que os vegetais possam crescer, à custa da água e dos nutrientes
disponíveis. Existe uma dependência recíproca. Sem vegetação para protegê-lo, o solo sofre o impacto
direto das chuvas, cujas águas correm superficialmente causando a erosão. Arrastam a matéria orgânica
essencial para o desenvolvimento das plantas e provocam sulcos que se aprofundam e algumas vezes
acabam se transformando nas grandes voçorocas. Os solos perdidos com a erosão desembocam nas
nascentes de água, como rios, lagos e estuários, causando efeitos internos e externos à agricultura. Os
internos são a baixa fertilidade do solo e uso cada vez maior de corretivos. Os danos externos são o
assoreamento das nascentes, alagamentos, dificuldade do tratamento de água, redução na capacidade
de armazenamento de água nos reservatórios e contaminação dos rios, prejudicando a produção de
peixes. As conseqüências diretas e indiretas da erosão acarretam prejuízos muitas vezes irreversíveis
que expressam as perdas de solo e água, quando o homem passou a explorar intensivamente os solos.
Por exemplo, quando eliminou a mata começou a produzir de maneira intensiva culturas comerciais que
oferecem pouca proteção aos solos, sem a preocupação do manejo racional e de medidas adicionais de
preservação da integridade química, física e biológica do solo. As características do solo para se adotar
um tipo de cultura normalmente não são consideradas. A maioria dos agricultores adota apenas as
curvas de nível para evitar a erosão do solo. Porém, o manejo de sistemas de preparo da terra – o tipo
de máquina agrícola – e de cultivo, também são fundamentais para sua conservação. Além disso,
técnicas como a rotação de culturas, o plantio direto na palha e o plantio em faixas são outras opções
menos prejudiciais ao solo. O homem precisa plantar e colher em escala crescente, para produzir
alimentos que atendam às necessidades de uma população que cresce desordenadamente. Seremos 6
bilhões de seres humanos no mundo já no final deste século. As demandas de cereais e carne
aumentam constantemente, exigindo o cultivo de extensas lavouras e a manutenção de grandes
pastagens, com índices elevados de produtividade. No entanto, para que isso seja possível, é preciso
que os agricultores e pecuaristas adotem práticas adequadas de manejo e uso dos solos, de modo a
evitar a erosão e a perda da fertilidade. O uso correto dos solos é um dos principais itens dos currículos
adotados nas escolas de agronomia. É importante, portanto, que todos que se dedicam e prescindem do
uso da terra para sobreviver, que ao plantar lavouras ou formar pastagens peçam orientação a
engenheiros agrônomos, que podem ser contratados, quando os custos de produção permitirem, ou ser
consultados nos Departamentos de Extensão Rural mantidos pelo poder público. Fatores determinantes
da erosão: Quando se fala em solos e erosão, surgem alguns fatores determinantes da erosão
classificados como extrínsecos e intrínsecos: 1 – Extrínsecos: 1.1 – Naturais Erosão pela Água Também
chamada de erosão hídrica, é o tipo de erosão mais importante e preocupante, pois desagrega e
transporta o material erodido com grande facilidade, principalmente em regiões de clima úmido onde
seus resultados são mais drásticos. Gotas de chuva, ao impactarem um solo desprovido de vegetação,
desagregam partículas que, conforme seu tamanho, são facilmente carregadas pela enxurrada. Usando
o exemplo da agricultura, quando o agricultor se dá conta de que este processo está acontecendo, o
solo já está improdutivo. A erosão pela água apresenta-se em seis diferentes formas, a seguir: Lençol –
superficial ou laminar, desgasta de forma uniforme o solo. Em seu estágio inicial é quase
imperceptível. Quando avançado, o solo torna-se mais claro (coloração), a água de enxurrada é lodosa,
raízes de plantas perenes afloram e há decréscimo na colheita. Sulcos – canais ou ravinas, apresenta
sulcos sinuosos ao longo dos declives, formados pelo escorrimento das águas das chuvas no terreno.
Uma erosão em lençol pode evoluir para uma erosão em sulcos, o que não indica que uma iniciou em
virtude da outra. Vários fatores influem para o seu surgimento, um deles é a aração que acompanha o
declive, resultando em desgaste, empobrecimento do solo e posterior dificuldade para manejo com
sulcos já formados. Embate – ocorre pelo impacto das gotas de chuva no solo, estando este desprovido
de vegetação.Partículas são desagregadas sendo facilmente arrastadas pelas enxurradas. Já as partículas
mais finas que permanecem em suspensão, atingem camadas mais profundas do solo por eluviação.
Pode acontecer destas partículas encontrarem um horizonte que as impeça de passar provocando
danos ainda maiores. Desabamento – têm sua principal ocorrência em terrenos arenosos, regossóis em
particular. Sulcos deixados pelas chuvas sofrem novos atritos de correntes d’água vindo a desmoronar,
aumentando suas dimensões com o passar do tempo, formando voçorocas. Queda – se dá com a
precipitação da água por um barranco, formando uma queda d’água e provocando o solapamento de
sua base com desmoronamentos periódicos originando sulcos. É de pequena importância agrícola.
Vertical – é a eluviação, o transporte de partículas e materiais solubilizados através do solo. A
porosidade e agregação do solo influenciam na natureza e intensidade do processo podendo formar
horizontes de impedimento ou deslocar nutrientes para e pelas raízes das plantas. Erosão pelo Vento
Consiste no transporte aéreo ou por rolamento das partículas erodidas do solo. Sua importância é
grande onde são comuns os ventos fortes. Esta ação é melhor notada em regiões planas principalmente
do planalto central e em alguns pontos do litoral brasileiro. Em regiões onde o teor de umidade do solo
é mais elevado, o evento ocorre em menor intensidade. Um dos principais danos causados pela erosão
eólica é o enterramento de solos férteis. Os materiais transportados, mesmo de longas distâncias,
sedimentam-se recobrindo camadas férteis. Erosão pelas Ondas Ondas são formadas pela ação
conjunta de vento e água, seus efeitos são notados em ambientes lacustres, litorâneos e margens de
rios. O embate das águas (fluxo e refluxo) nas margens provoca o desagregamento de material,
permanecendo este suspenso, sendo depositado posteriormente no fundo dos rios, lagos, mares etc.
Erosão Química Envolve todos os processos químicos que ocorrem nas rochas. Há intervenção de
fatores como calor, frio, água, compostos biológicos e reações químicas da água nas rochas. Este tipo
de erosão depende do clima, em climas polares e secos, as rochas se destroem pela troca de
temperatura e, em climas tropicais quentes e temperados, a umidade, a água e os dejetos orgânicos
reagem com as rochas e as destroem. Erosão Glacial As geleiras (glaciares) deslocam-se lentamente, no
sentido descendente, provocando erosão e sedimentação glacial. Ao longo dos anos, o gelo pode
desaparecer das geleiras, deixando um vale em forma de U ou um fiorde, se junto ao mar. Pode
também ocorrer devido à susceptibilidade das glaciações em locais com predominância de rochas
porosas. No verão, a água acumula-se nas cavidades dessas rochas. No inverno, essa água congela e
sofre dilatação, pressionando as paredes dos poros. Terminado o inverno, o gelo funde, e congela
novamente no inverno seguinte. Esse processo ocorrendo sucessivamente, desagregará, aos poucos, a
rocha, após um certo tempo, causando o desmoronamento de parte da rocha, e conseqüentemente,
levando à formação dos grandes paredões ou fiordes. 1.2 – Ocasionais Cobertura do Solo Baseando-se
em experiências e observações, denota-se a grande eficiência contra a erosão em solos cobertos por
vegetação, a qual permite melhor absorção de águas pelo solo, reduzindo tanto as enxurradas como a
possibilidade de erosão. Em áreas adaptadas à agricultura, onde o equilíbrio natural – solo x vegetação –
foi rompido sem uma preocupação de contenção erosiva, seus efeitos são mais ¨sentidos¨. Em uma área
com cultura cujo solo é mantido descoberto, perde-se por ano cerca de 3 a 6 vezes mais solo do que
em área idêntica com vegetação densa, ocorrendo também perdas consideráveis de água no solo.
Manejo do Solo Dependendo da cultura a ser praticada, fazem-se necessárias algumas medidas de
precaução para que se controle o efeito erosivo do solo. Por exemplo, em uma cultura de cana-de-
açúcar os danos podem ser minimizados preparando-se o solo e realizando-se o plantio em linhas de
nível. Porém, como cada cultura requer um tratamento específico, utiliza-se também o plantio de faixas
de cultura com alguns níveis de vegetação densa ou nativa intercaladas, sendo de grande eficiência
contra enxurradas e erosão. Outra opção, já bastante difundida principalmente para que os nutrientes
do solo se recomponham, é a rotação de culturas. Propicia uma maior cobertura, melhora as condições
físicas do solo, reduz a erosão e enxurrada desde que esta área em descanso esteja recoberta por uma
vegetação rasteira para que a água da chuva não impacte o solo desnudo. O plantio direto na palha
também é outra técnica importante de controle da erosão. 2 – Intrínsecos: 2.1 – Topografia –
declividade e comprimento da rampa Declividade e perda de solo estão interligados entre si. Quanto
maior for a declividade, maior será a velocidade com que a água irá escorrer, conseqüentemente, maior
será o volume carreado devido à força erosiva. O comprimento da rampa tem forte ligação com o
aumento ou não da erosão. A medida que aumenta o comprimento da rampa, maior será o volume de
água, aumentando também a velocidade de escoamento. Em alguns casos o comprimento da rampa
diminui o efeito erosivo, considerando-se que a capacidade de infiltração e a permealibidade do solo
reduz o efeito. 2.2 – Propriedades do solo Grande parte do comportamento dos solos é determinada por
sua textura. Solos argilosos são mais agregados, enquanto que os de textura grossa apresentam
macroporos. Solos arenosos são mais permeáveis e com melhor infiltração, sendo este tipo de solo o
que está menos sujeito a erosão. A estrutura do solo é instável e, através de manifestações pode
modificar a textura do solo. Associadas textura x estrutura resultam porosidade e permealibidade. Solos
com boa porosidade são bastante permeáveis, infiltrando a água de forma abundante e de maneira
distribuída. No que diz respeito à matéria orgânica, sua incorporação com o solo é bastante eficaz na
redução da erosão. Há o favorecimento no desenvolvimento de microorganismos do solo e uma melhor
penetração das raízes, o que integra as partículas do solo não permitindo o desagregamento das
mesmas. Vale lembrar que todo solo sofre erosão natural, mesmo que suas propriedades estejam em
equilíbrio com o meio. Fatores que contribuem para a formação de erosão Muitas ações devidas ao
homem apressam o processo de erosão, tais como: O desmatamento desprotege o solo da chuva;
Queimadas; Uso inadequado de maquinas e implementos agrícolas; Ocupações desordenadas de
margens de rios e a construção de favelas em encostas que, além de desmatamento, provocam a erosão
acelerada devido ao declive do terreno; A ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de
cumprirem o seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com isso, a potencialidade do transporte
de materiais, devido ao escoamento superficial. Conseqüências da erosão Efeitos poluidores da ação de
arraste Os arrastamentos podem encobrir porções de terrenos férteis e sepultá-los com materiais
áridos; Morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramento; Turbidez nas águas,
dificultando a ação da luz solar na realização da fotossíntese, importante para a purificação e
oxigenação das águas; Arraste de biocidas e adubos até os corpos d’água causando com isso,
desequilíbrio na fauna e flora nesses corpos d’água (processo de eutrofização por exemplo). Outros
danos Assoreamento que preenche o volume original dos rios e lagos e como conseqüência, vindas as
grandes chuvas, esses corpos d’água extravasam, causando as enchentes; Instabilidade causada nas
partes mais elevadas podem levar a deslocamentos repentinos de grandes massas de terra e rochas que
desabam talude abaixo, causando, no geral, grandes tragédias. Formas de evitar Não retirar coberturas
vegetais de solos, principalmente de regiões montanhosas; Planejar qualquer tipo de construção
(rodovias, prédios, hidrelétricas, túneis, etc.) para que não ocorra o deslocamento de terra; Monitorar
as mudanças que ocorrem no solo; Realizar o reflorestamento de áreas devastadas, principalmente em
regiões de encosta. A erosão em números Numa bacia hidrográfica, com 23% da área ocupados por
florestas e o restante por pastagens, o escoamento superficial atinge 90% e as perdas do solo são 61
toneladas/hectare/ano. Após 20 anos, estando toda a bacia reflorestada, o escoamento superficial será
reduzido para 18% e as perdas do solo por erosão serão reduzidas para 1,2 tonelada/hectare/ano. Após
uma chuva de intensidade média, foi coletada uma amostra de água, encontrando-se, por m3 de água:
1,6 kg de terra em suspensão, 1,5 ppm de potássio (K), 4,6 ppm de cálcio e 2,1 ppm de magnésio (Mg).
Cálculos sobre o assoreamento da bacia hidráulica, com capacidade de 3,7 bilhões de m3 de água,
indicam haver, num determinado momento, aproximadamente 5.920.000 de toneladas de solo em
suspensão. Na hipótese desse solo em suspensão se precipitar no fundo do rio, haveria um
assoreamento de 2 centímetros de espessura em toda a superfície submersa da bacia. Através da
simulação de cálculo, pode-se concluir que num período de 30 anos todo o lago estará assoreado, e
ficará inutilizado para a produção de energia elétrica e outros fins. A erosão no Brasil e no mundo
Praticamente metade do litoral brasileiro está ganhando novos contornos. Do s 8,5 mil quilômetros da
costa, desde a foz do Rio Oiapoque (Amapá) até o Arroio Chuí (Rio Grande do Sul), cerca de 40% da linha
atlântica brasileira sofre os efeitos negativos da ação da erosão (recuo do solo) ou de progradação
(avanço). Em geral, a erosão e a progradação são interligadas. Numa praia, onde o solo é arenoso e,
portanto, mais “frágil”, a perda de areia numa ponta (erosão) tende a ser compensada pelo acúmulo
(progradação) em outra, e vice-versa, para que se mantenha o equilíbrio. Casas podem ser destruídas
nos locais atingidos pela erosão. Segundo o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), cada hectare
cultivado no país perde, em média, 25 toneladas de solo por hectare. Isso significa perda anual de cerca
de um bilhão de toneladas ou cerca de um centímetro da camada superficial do solo de todo o país. Esse
material arrastado pela erosão irá se depositar nas baixadas e nos rios, riachos e lagoas, causando uma
elevação de seus leitos e possibilitando grandes enchentes. O prejuízo com a erosão e a sedimentação
no Brasil, segundo estudos da UnB, chega a cerca de R$ 12 bilhões anuais: para cada quilo de grão
produzido, o país perde de 6 a 10 quilos de solo. A crescente degradação da terra reduz a produção das
lavouras e pode ameaçar a segurança alimentar de cerca de um quarto da população do planeta
segundo estudos da FAO, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para alimentação e
agricultura. Uma população de aproximadamente 1,5 bilhão de pessoas depende diretamente de terra
que está sofrendo degradação. A segurança alimentar ganhou destaque nos últimos meses porque o
aumento do preço dos produtos, como resultado de colheitas fracas, baixos estoques, preço elevado
dos combustíveis e crescente demanda podem levar milhões de pessoas a passar fome nos países em
desenvolvimento. A degradação da terra por um longo período vem crescendo e afeta mais de 20 por
cento de todas as áreas cultivadas, 30 por cento das florestas e 10 por cento das pastagens. Ainda
segundo a ONU, 35% da erosão é causado pelo excesso de pastoreio, problema típico da África e
Oceania, 30% advém do desmatamento, com destaque para a Ásia e a América do Sul, e 28% do uso de
práticas agrícolas danosas. Com os números, vem o espectro da fome. A cada ano, os fazendeiros do
mundo têm que alimentar mais 92 milhões de pessoas com 24 bilhões de toneladas de solo a menos. No
momento, 89.000 Km2 degradados dificilmente serão salvos, 2,9 milhões exigem investimentos acima
das possibilidades dos países em desenvolvimento e outros 9,3 milhões – área equivalente ao território
americano – precisam de medidas imediatas como drenagem e novas técnicas de plantio. A erosão da
terra leva à redução da produtividade, migração, insegurança alimentar, danos a recursos básicos e ao
ecossistema e perda de biodiversidade, além de contribuir para a crescente emissão de gases que
aquecem o planeta. A perda de biomassa e de material orgânico no solo libera carbono para a
atmosfera e afeta a qualidade do solo e sua habilidade de reter água e nutrientes. Fonte:
www.vivaterra.org.br Erosão do Solo Impacto ambiental A erosão do solo é um dos graves problemas
causados pelo desmatamento intensivo para a abertura de novas áreas de plantio, principalmente para
a soja. Neste caso, as principais causas da erosão são o desmatamento de encostas e margens de rios, as
queimadas e o uso inadequado de maquinários e implementos agrícolas, que aceleram o processo
erosivo. Segundo o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), cada hectare cultivado no país perde, em
média, 25 toneladas de solo por hectare. Isso significa perda anual de cerca de um bilhão de toneladas
ou cerca de um centímetro da camada superficial do solo de todo o País. Erosão do solo próximo a
Manaus, Amazonas Fonte: www.wwf.org.br Erosão do Solo O que é erosão? A erosão é um processo
que faz com que as partículas do solo sejam desprendidas e transportadas pela água, vento ou pelas
atividades do homem. A erosão faz com que apareçam no terreno atingido; sulcos, que são pequenos
canais com profundidade de até 10 cm, ravinas, que tem profundidade de até 50 cm ou voçorocas que
possuem mais de 50 cm de profundidade. O controle da erosão é fundamental para a preservação do
meio ambiente, pois o processo erosivo faz com que o solo perca suas propriedades nutritivas,
impossibilitando o crescimento de vegetação no terreno atingido e causando sério desequilíbrio
ecológico. Voçoroca Processo erosivo controlado As áreas hoje ocupadas pelo plantio da Faber-Castell,
herdaram processos erosivos que surgiram quando o terreno ainda era ocupado por pastagens. Com o
objetivo de manter compromisso de manejar corretamente seus parques florestais, a Faber-Castell
procura controlar e prevenir a erosão, através da avaliação e do planejamento da utilização do solo. Nos
parques da Faber-Castell foram cadastrados 66 processos erosivos, dos quais 53 já estão controlados e
11 estão em processo de contenção. Fonte: www.faber-castell.com.br Erosão do Solo Erosão e
escoamento superficial No Brasil, a erosão carrega anualmente 500 milhões de toneladas de solo, o que
corresponde a uma camada de solo de 15 centímetros numa área de 280.000 ha. Esse material
arrastado pela erosão irá se depositar nas baixadas e nos rios, riachos e lagoas, causando uma elevação
de seus leitos e possibilitando grandes enchentes. A presença de uma boa cobertura florestal é de
grande importância para o controle do processo de erosão, que pode resultar em grandes acúmulos de
sedimentos nos cursos d’água, assoreando os mesmos e até mesmo causando a eutrofização de
reservatórios. Numa bacia hidrográfica, com 23% da área ocupadas por florestas e o restante por
pastagens, o escoamento superficial atinge 90% e as perdas do solo são 61 toneladas/hectare/ano. Após
20 anos, estando toda a bacia reflorestada, o escoamento superficial será reduzido para 18% e as perdas
do solo por erosão serão reduzidas para 1,2 tonelada/hectare/ano. No caso específico do Rio Grande do
Sul, um exemplo clássico dos problemas causados pela erosão do solo é o da barragem de Passo Real
localizada no rio Jacuí. Após uma chuva de intensidade média, foi coletada uma amostra de água,
encontrando-se, por m3 de água: 1,6 kg de terra em suspensão, 1,5 ppm de potássio (K), 4,6 ppm de
cálcio e 2,1 ppm de magnésio (Mg). Cálculos sobre o assoreamento da bacia hidráulica, com capacidade
de 3,7 bilhões de m3 de água, indicam haver, num determinado momento, aproximadamente 5.920.000
de toneladas de solo em suspensão. Na hipótese desse solo em suspensão se precipitar no fundo do rio,
haveria um assoreamento de 2 centímetros de espessura em toda a superfície submersa da bacia.
Através da simulação de cálculo, pode-se concluir que num período de 30 anos todo o lago estará
assoreado, e ficará inutilizado para a produção de energia elétrica e outros fins. Aspecto da erosão.
Nesta foto, pode-se observar que onde há raízes de plantas e árvores o solo conseguiu fixar-se melhor,
evitando um maior desmoronamento do leito. Em trabalho realizado no município de Santa Maria-RS,
em terreno levemente ondulado, sobre a avaliação das perdas de água e de solo em decorrência de
diferentes sistemas de manejo dos resíduos da floresta de Acácia Negra, verificou-se que a cobertura
vegetal realmente desempenha papel fundamental no que se refere à amenização dos problemas
decorrentes da erosão. Conhecendo a gravidade dos problemas causados pelo escoamento superficial,
deve-se considerar a importância da floresta na retenção dessas águas. Geralmente esse tipo de
escoamento em áreas florestais é muito pequeno devido à grande infiltração e retenção da água pela
serrapilheira e pelas camadas superficiais do solo. Portanto, o escoamento superficial da água é
inversamente proporcional à cobertura da floresta. Relação entre a área com cobertura florestal e o
escoamento superficial. A intensidade do escoamento superficial de uma floresta depende de alguns
fatores, tais como: Declive Quanto maior o declive, maior será o escoamento superficial; Densidade da
floresta Existe uma estreita correlação entre a densidade e o escoamento, porém em floresta densa com
a mesma declividade o escoamento superficial é menor. Exposição Nas encostas, com exposição Norte,
ocorre um maior escoamento superficial. Isso se deve à alta insolação que acelera a decomposição e
impede a formação de uma espessa camada de serrapilheira. Espécie Nas florestas de folhosas, o
escoamento superficial é ligeiramente menor que nas florestas de coníferas, embora nas coníferas
ocorra formação de uma manta hidrofóbica. Esse menor escoamento ocorre em florestas que produzem
manta densa e com boa estrutura. Idade Em povoamentos jovens e com pouca manta na superfície do
solo o escoamento é sensivelmente maior. Manta ou serapilheira A presença da manta na superfície e a
sua espessura têm influência direta no escoamento superficial. Pesquisas realizadas na Bulgária
mostraram que numa floresta de Picea abies com diferentes espessuras de manta o escoamento
superficial é diferenciado. Vegetação de sub-bosque e rasteira Exerce a mesma função que a manta,
podendo absorver a água, causando o efeito esponja e facilitando a infiltração de água no solo;
depende, porém, do tipo de vegetação. Textura e estrutura do solo Os solos arenosos permitem uma
maior infiltração da água quando comparada aos solos argilosos. Uso da floresta De acordo com o uso
da floresta, pode ocorrer uma maior ou menor compactação; por exemplo, floresta utilizada para
pastoreio apresenta uma maior compactação, conseqüentemente, um maior escoamento superficial das
águas das chuvas. Tipo de colheita Geralmente o escoamento superficial aumenta após uma exploração
através do corte raso. Os cortes seletivos interferem em menor intensidade no escoamento superficial.
No entanto, ambos os casos dependem muito do tipo de vegetação do sub-bosque e sucessiva. A
metodologia de extração de madeira também tem influência na perda superficial da água. Aceiros e
carreadores – A marcação dos aceiros e carreadores é uma tarefa de grande importância, pois uma
locação errada poderá transformá-los em grandes canalizadores de água e provocar grande erosão
dentro das florestas; por isso é importante observar sempre a declividade do terreno e marcá-la no
sentido das curvas de nível. Nas áreas muito inclinadas é muito importante manter vegetação rasteira
nos aceiros para proteger a superfície do solo e evitar o escoamento superficial. Queimadas – Esta tem
influência direta no escoamento superficial, pois, além de eliminar os resíduos e a matéria orgânica,
parece produzir substâncias hidrofóbicas que formam uma camada de impedimento para a água a uma
pequena profundidade do solo. Em regiões montanhosas, cobertas de florestas, o escoamento
superficial tem grande influência no aumento do deflúvio da bacia. Nos períodos sem chuva a água do
solo percola de forma lenta e gradativa para o aqüífero, responsável pelo abastecimento do deflúvio da
bacia. Já nos períodos chuvosos, a infiltração da água é alta e as camadas superficiais do solo tendem a
sofrer uma elevada saturação. Enquanto a frente de molhamento estende-se em direção às camadas
mais profundas ou de menos permeabilidade do solo, a direção do fluxo da água na camada saturada do
solo superficial é desviada ao longo da declividade do terreno, resultando no escoamento subsuperficial,
que é o responsável pelo aumento do deflúvio da bacia. Fonte: www.ecolnews.com.br Erosão do Solo
Importância do Solo e suas Funções O solo é um recurso finito, limitado e não renovável, face às suas
taxas de degradação potencialmente rápidas, que têm vindo a aumentar nas últimas décadas (pela
pressão crescente das atividades humanas) em relação às suas taxas de formação e regeneração
extremamente lentas. A formação de uma camada de solo de 30 cm leva 1000 a 10000 anos a estar
completa (Haberli et al, 1991). Os processos de degradação do solo constituem um grave problema a
nível mundial, com consequências ambientais, sociais e económicas significativas. À medida que a
população mundial aumenta, a necessidade de proteger o solo como recurso vital, sobretudo para
produção alimentar, também aumenta. Nos últimos 40 anos, cerca de um terço dos solos agrícolas
mundiais deixaram de ser produtivos do ponto de vista agrícola, devido à erosão. Atualmente, cerca de
77% das terras da União Europeia (UE) correspondem a áreas agrícolas e silvícolas, evidenciando a
importância da política agrícola no território. Na UE, calcula-se que 52 milhões de hectares de solo,
equivalendo a mais de 16% da superfície terrestre total, estão afetados por processos de degradação;
nos países candidatos à adesão esta percentagem ronda os 35%, de acordo com o mapa mundial do
estado de degradação do solo induzida pelo Homem (Projeto GLASOD, 1992). Por outro lado, os solos
com melhor qualidade encontram-se dispersos e confinados muitas vezes a áreas com grande pressão
para o uso da terra, nomeadamente para construção imobiliária. As zonas costeiras mediterrâneas
completamente livres de construção continuam a diminuir, representando, em 1996, apenas 29% das
zonas costeiras italianas. Evidencia-se assim a necessidade de planificar devidamente a afetação dos
solos e o ordenamento do território. O solo desempenha uma grande variedade de funções vitais, de
carácter ambiental, ecológico, social e económico, constituindo um importante elemento paisagístico,
patrimonial e físico para o desenvolvimento de infra-estruturas e atividades humanas. A agricultura e a
silvicultura dependem do solo para a fixação de raízes, fornecimento de água e nutrientes, sendo este
também fonte de outras matérias-primas como a argila, areias, minerais e turfa. Além disso, o solo
armazena e transforma parcialmente minerais, água, matéria orgânica e diversas substâncias químicas,
possuindo uma capacidade elevada de filtragem e efeito tampão, intimamente relacionada com a sua
carga de matéria orgânica, limitando a erosão e difusão da poluição do solo para a água. O solo é um
meio vivo e dinâmico, constituindo o habitat de biodiversidade abundante, com padrões genéticos
únicos, onde se encontra a maior quantidade e variedade de organismos vivos, que servem de
reservatório de nutrientes. Uma grama de solo em boas condições pode conter 600 milhões de bactérias
pertencentes a 15000 ou 20000 espécies diferentes. Nos solos desérticos, estes valores diminuem para
1 milhão e 5000 a 8000 espécies, respectivamente. A atividade biológica, dependente da quantidade de
matéria orgânica presente no solo, elimina agentes patogénicos, decompõe a matéria orgânica e outros
poluentes em componentes mais simples (frequentemente menos nocivos) e contribui para a
manutenção das propriedades físicas e bioquímicas necessárias para a fertilidade e estrutura dos solos.
Efeitos A intensidade com que os solos realizam cada uma das suas funções é extremamente importante
para a sua sustentabilidade. A degradação do solo reduz a sua disponibilidade e viabilidade a longo
prazo, reduzindo ou alterando a sua capacidade para desempenhar funções a ele associadas. A perda de
capacidade do solo para realizar as suas funções, deixando de ser capaz de manter ou sustentar a
vegetação, é designada por desertificação. A fertilidade dos solos depende de um conjunto de fatores,
uns de natureza física, outros de natureza química. Da conjugação destes fatores, resulta a capacidade
de produção do solo, que, dependendo do seu perfil (sucessão de horizontes) apenas atinge o seu
máximo quando o nível de todos os fatores nutritivos e os itinerários técnicos de mobilização, foram
corretamente ajustados em função das necessidades dos sistemas culturais. As principais ameaças sobre
o solo são a erosão, a mineralização da matéria orgânica, redução da biodiversidade, a contaminação, a
impermeabilização, a compactação, a salinização, o efeito degradante das cheias e dos desabamento de
terras. A ocorrência simultânea de algumas destas ameaças aumenta os seus efeitos, apesar de haver
diferentes intensidades regionais e locais (os solos não respondem todos da mesma maneira aos
processos de degradação, dependendo das suas próprias características). A nível mundial, a erosão é a
principal ameaça ambiental para a sustentabilidade e capacidade produtiva do solo e da agricultura
convencional. A erosão do solo pode apresentar diferentes níveis de gravidade. Em mais de um terço do
território da região mediterrânea, historicamente a região europeia mais gravemente afetada pela
erosão (os relatos de erosão do solo nesta região datam desde 3000 anos atrás), as perdas médias
anuais de solo são superiores a 15 ton/ha. A erosão resulta da remoção das partículas mais finas do solo
por agentes como a água e o vento, que as transportam para outros locais, resultando na redução da
espessura deste, perda de funções e, em caso extremo, do próprio solo, podendo ainda implicar a
contaminação de ecossistemas fluviais e marinhos, assim como danos em reservatórios de água, portos
e zonas costeiras. Este fenómeno poderá ser desencadeado por uma combinação de fatores como fortes
declives, clima (por exemplo longos períodos de seca seguidos de chuvas torrenciais) e catástrofes
ecológicas (nomeadamente incêndios florestais). A erosão tem sido intensificada por algumas atividades
humanas, principalmente pela gestão inadequada do solo, podendo também o solo ter algumas
características intrínsecas que o tornem propenso à erosão (é o caso de este possuir camada arável fina,
pouca vegetação ou reduzidos teores de matéria orgânica). A manutenção da matéria orgânica do solo é
bastante importante, do ponto de vista físico-químico, dado que contribui para a manutenção da sua
estrutura, melhora a infiltração e a retenção da água, aumenta a capacidade de troca, contribuindo para
o acréscimo da produtividade. O controlo da matéria orgânica do solo é um processo complexo,
devendo ser conduzido com vista a reduzir as perdas, embora seja mais fácil alcançar essas perdas do
que o seu aumento. Estes objetivos podem ser facilitados pela racionalização dos itinerários técnicos,
com a oportunidade das épocas de intervenção, mobilização reduzida, a sementeira direta, a agricultura
biológica, a introdução de prado, a incorporação de resíduos (estrume ou composto). A mineralização da
matéria orgânica do solo é particularmente preocupante nas zonas de ecologia mediterrânea. Segundo
o Gabinete Europeu do Solo, cerca de 75% da superfície analisada no sul da Europa tem solos com
teores de matéria orgânica baixa (3.4%) ou muito baixa (1.7%)[1]. A matéria orgânica do solo
desempenha uma função essencial no ciclo global do carbono. De acordo com Lal, R., 2000, são
anualmente capturadas (sequestradas) aproximadamente 2 gigatoneladas (Gt [2]) de carbono na
matéria orgânica do solo, evidenciando o seu papel importante em termos de alterações climáticas
(anualmente são emitidos 8 Gt de carbono para a atmosfera). Atualmente, há uma tendência a favor da
adopção de técnicas agrícolas de conservação, a fim de aumentar o teor de carbono no solo e
simultaneamente evitar as perdas deste e as suas emissões adicionais para a atmosfera, sob a forma de
CO2. Há, todavia, um limite para a quantidade de matéria orgânica e, por isso, de carbono que poderá
ser armazenada nos solos. As práticas agrícolas e silvícolas têm assim um impacte importante sobre o
solo agrícola, podendo também ter impacte em solos adjacentes não agrícolas e águas subterrâneas,
nomeadamente em termos de emissão de substâncias contaminantes. Os contaminantes podem ser
armazenados no solo, mas a sua libertação subsequente pode seguir padrões muito diferenciados.
Alguns, como os pesticidas, poderão vir a ultrapassar os limites da capacidade de armazenamento e de
efeito tampão do solo, causando a danificação/perda de algumas das funções deste, a contaminação da
cadeia alimentar, dos vários ecossistemas e recursos naturais, pondo em risco a biodiversidade e a
saúde humana. Para avaliar o potencial impacte dos contaminantes do solo, há que ter em conta não só
a sua concentração mas também o seu comportamento no ambiente e o mecanismo de exposição ao
Homem. A contaminação do solo pode ser diferenciada, de acordo com a sua fonte de origem, em local
e difusa. A contaminação local (ou pontual) está geralmente associada a fontes confinadas, tanto em
funcionamento como depois de encerradas: exploração mineira, instalações industriais, aterros
sanitários, entre outras, representando riscos para o solo e água, caso os solos não estejam
devidamente impermeabilizados e a descarga de contaminantes não seja controlada. A poluição difusa
(causada por fontes difusas) está geralmente associada à deposição atmosférica, a certas práticas
agrícolas, reciclagem e tratamento inadequados de águas residuais e resíduos, sendo o seu principal
efeito o colapso do efeito tampão do solo. A deposição atmosférica deve-se principalmente a emissões
provenientes da indústria, do tráfego automóvel e da agricultura, libertando nos solos contaminantes
acidificantes (como o SO2 e o NOx [3]), metais pesados (cobre, chumbo e mercúrio, entre outros) e
compostos orgânicos (como as dioxinas). Os contaminantes acidificantes diminuem gradualmente o
efeito tampão dos solos, favorecendo a lixiviação de nutrientes, com subsequente perda de fertilidade
do solo, eutrofização de águas, abrandamento da atividade biológica e redução da biodiversidade do
solo. Os metais pesados, incorporados nos adubos e na alimentação animal, constituem um problema
suplementar, nomeadamente em termos das suas potenciais penetrações na cadeia alimentar. Os
sistemas de produção agrícola que não asseguram o equilíbrio entre fatores de produção e produtos,
relativamente ao solo e aos terrenos confinantes, geram desequilíbrios de nutrientes no solo,
conduzindo frequentemente à contaminação das águas subterrâneas e superficiais, como é o caso da
contaminação por nitratos: a deposição de azoto (em resultado de emissões provenientes da
agricultura, do tráfego automóvel e da indústria) causa um enriquecimento indesejado deste nutriente
no solo e diminuição subsequente da biodiversidade, podendo provocar a eutrofização das águas. De
acordo com o relatório do Estado das Florestas na Europa (2002), só se encontram deposições de azoto
superiores a 22.4 kg/ha/ano em parcelas estudadas da Europa Central e Oriental. Relativamente aos
herbicidas, há indícios de que alguns destes suprimem consideravelmente a atividade das bactérias e
dos fungos do solo. Em 1992, eram produzidas 6.6 milhões de toneladas de lamas (matéria seca), por
ano, na UE. As lamas de depuração, produto final do tratamento de águas residuais, contêm matéria
orgânica e nutrientes valiosos para o solo, como o azoto, o fósforo e o potássio. No entanto, também
estão potencialmente contaminadas por organismos patogénicos (vírus e bactérias) e poluentes, como
metais pesados e compostos orgânicos pouco biodegradáveis, podendo a sua aplicação no solo levar ao
aumento das concentrações destes compostos no solo, com riscos subsequentes para a fauna e flora.
Desde que a contaminação seja prevenida e controlada na fonte, a aplicação cuidadosa e controlada de
lamas de depuração no solo não deve causar problemas podendo até ser benéfica, pelo aumento da
carga de matéria orgânica do solo. Dados os custos de extração dos contaminantes presentes no solo
serem muito elevados, é imperativa a prevenção de novas contaminações, nomeadamente através da
gestão de resíduos e implementação de sistemas de monitorização e alerta rápido. A impermeabilização
consiste na cobertura do solo pela construção de habitações, estradas e outras ocupações, reduzindo a
superfície do solo disponível para realizar as suas funções, nomeadamente a absorção de águas pluviais.
As áreas impermeabilizadas podem ter grande impacte nos solos circundantes por alteração dos
padrões de circulação da água e aumento de fragmentação da biodiversidade e seus ecossistemas. O
aumento da impermeabilização do solo é inevitável, em grande parte determinado pela ausência de
estratégias de ordenamento do território, que não tomam em consideração os efeitos da perda de solos
insubstituíveis, quer ao nível da produção alimentar, quer ao nível da conservação da natureza e
controlo de cheias. As consequências da impermeabilização são extremamente prejudiciais para o
desenvolvimento sustentável, não apenas para a agricultura. Tenha-se presente os efeitos catastróficos
da impermeabilização dos solos na periferia dos grandes centros urbanos de construção efetuada em
leitos de cheia de cursos de água, que para além da perda de solos de qualidade (veja-se o que se passa
com os solos de mancha de basalto da região de Lisboa), provocam periodicamente acentuados danos
para as populações. A compactação do solo ocorre quando este é sujeito a uma pressão mecânica
devido ao uso de máquinas ou ao sobrepastoreio, em especial se o solo não apresentar boas condições
de operabilidade e de transitabilidade, sendo a compactação das camadas mais profundas do solo muito
difícil de inverter. A compactação reduz o espaço poroso entre as partículas do solo, deteriorando a
estrutura do solo e, consequentemente, dificultando a penetração e o desenvolvimento de raízes, a
capacidade de armazenamento de água, o arejamento, a fertilidade, a atividade biológica e a
estabilidade. Além disso, quando há chuvas torrenciais, as águas já não conseguem infiltrar-se
facilmente no solo compactado, aumentando os riscos de erosão e de cheias. Estima-se que quase 4%
do solo europeu se encontra afetado pela compactação. A redução da biodiversidade nos solos por
deficientes prácticas agrícolas ou por outras razões já apontadas, torna-os mais vulneráveis à
degradação. Por isso, a biodiversidade do solo é frequentemente utilizada como indicador geral do
estado de saúde deste, tendo-se evidenciado a eficácia dos sistemas de agricultura racionais na
preservação e aumento da biodiversidade. No entanto, a quantificação da biodiversidade do solo é
extremamente limitada, estando confinada a projetos ao nível da parcela. A salinização consiste na
acumulação de sais solúveis de sódio, magnésio e cálcio nos solos, reduzindo a fertilidade dos mesmos.
Este processo resulta de fatores como a irrigação (a água das regas apresenta maiores quantidades de
sais, sobretudo em regiões de fraca pluviosidade, com elevadas taxas de evapotranspiração ou cujas
características constitutivas do solo impedem a lavagem de sais), manutenção das estradas com sais
durante o Inverno e exploração excessiva de águas subterrâneas em zonas costeiras (causada pelas
exigências da crescente urbanização, indústria e agricultura nestas zonas), conduzindo a uma diminuição
do nível dos lençóis freáticos e à intrusão da água do mar. A salinização do solo afeta cerca de 1 milhão
de hectares na UE, principalmente nos países mediterrâneos, constituindo uma das principais causas de
desertificação. As cheias e os desabamentos de terras são, na sua maioria, acidentes naturais
intimamente relacionados com a gestão do solo, causando erosão, poluição com sedimentos,
danificação de edifícios e infra-estruturas e perda de recursos do solo, com subsequente impacte sobre
as atividades e vidas humanas. As cheias podem, em alguns casos, resultar do fato de o solo não
desempenhar o seu papel de controlo dos ciclos da água devido à compactação ou à impermeabilização,
podendo também ser favorecidas pela erosão causada pela desflorestação, abandono de terras ou até
pelas próprias características do solo. Como os processos de degradação estão estreitamente
interligados, o efeito combinado de ações contra ameaças específicas será benéfico para a proteção do
solo em geral. Todos os interesses existentes de conservação e exploração do solo deverão assim ser
harmonizados de forma a permitir o desempenho total das suas funções. Podemos assim constatar que,
se por um lado, a variabilidade do solo exige a incorporação de um forte elemento local nas políticas
respectivas, por outro, também é necessária a incorporação de um componente global, pelas
consequências mais amplas do solo, nomeadamente em termos de segurança alimentar, proteção das
águas e biodiversidade, devendo ainda ter-se em atenção o fato do solo, ao contrário do ar e da água,
estar geralmente sujeito a direitos de propriedade, dificultando a aplicação de políticas de proteção e
conservação, pois requer a aceitação de proprietários e gestores de terras. Recolha de dados O
conhecimento dos problemas associados aos solos, apesar de escasso, tem vindo a aumentar a nível
mundial, graças a instrumentos como inquéritos sobre o solo e sistemas de monitorização. Os
levantamentos dos solos recolhem dados sobre as propriedades físicas e químicas destes, os processos
pedogenéticos, a apreciação do perfil cultural, a fim de definir os tipos de solos existentes e elaborar a
respectiva cartografia. Estas informações são estáticas, considerando que o solo e as suas propriedades
apenas se alteram ao longo de períodos extremamente longos. Além disso, os conjuntos de dados sobre
o solo de diversos países são constituídos com base em diferentes nomenclaturas e técnicas de
apreciação, criando problemas de comparabilidade entre eles. Os sistemas de monitorização de solos
fornecem informações sobre a mudança de parâmetros do solo importantes para as suas funções, como
o estado dos nutrientes, a biodiversidade, a matéria orgânica e a contaminação com metais pesados. A
monitorização do solo contribuirá também para limitar o impacte ambiental na saúde humana,
privilegiando a eliminação da contaminação na fonte e podendo ser utilizada não só para assegurar a
proteção do solo em si mesma, mas também como medida de eficácia de outras políticas de proteção,
para sua adaptação e aperfeiçoamento. [1] Os agrônomos consideram que os solos com menos de 1.7%
de matéria orgânica encontram-se numa fase de pré-desertificação. [2] 1 Gton = 109 ton [3] Dióxido de
enxofre e óxidos de azoto, respectivamente. Fonte: www.confagri.pt Erosão do Solo Erosão é a remoção
de partículas do solo das partes mais altas e o seu transporte para as partes mais baixas do terreno ou
para o fundo de lagos, lagoas, rios e oceanos. A erosão é provocada pela ação das águas e dos ventos.
No Brasil, a erosão mais importante é provocada pela ação da água, também chamada de erosão
hídrica. A erosão realiza-se em duas fases: desagregação e transporte. A desagregação é provocada pelo
impacto das gotas de chuva e pela água que escorre na superfície. O impacto direto das gotas de chuva
no solo desprotegido, cuja vegetação foi destruída, provoca a desagregação da partícula. As partículas
desagregadas são, então, transportadas pelas enxurradas. O transporte depende do tamanho das
partículas. Assim, as partículas diminutas de argila e limo são facilmente carregadas pelas águas das
enxurradas. A erosão provocada pelas águas pode ser superficial quando o solo vai sendo carregado
lentamente, sem que o problema seja notado. Quando os agricultores percebem a erosão, muitas vezes
o solo já está improdutivo. A erosão pode ocorrer também em forma de sulcos ou voçorocas, quando
sulcos e valetas são abertos com o transporte do solo no terreno em declive. Esse tipo de erosão é o que
chama mais a atenção dos agricultores, porque torna o solo improdutivo em tempo muito curto.

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