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15/10/2018 Apolônio de Tiana – Wikipédia, a enciclopédia livre

Apolônio de Tiana
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Apolônio de Tiana (português brasileiro) ou Apolónio de Tiana Apolo de Tiana
(português europeu) (em grego: Τυανεα Απολλωνιον; Tiana, 15 d.C. – Τυhtα Απολλωνιον
Éfeso, c. 100 d.C.)[1] foi um filósofo neo-pitagórico e professor de
origem grega. Seus ensinamentos influenciaram o pensamento
científico por séculos após a sua morte.

Índice
Biografia
Referências
Moeda com a efígie de Apolônio
Bibliografia
Nascimento 2
Ligações externas Tiana
Morte 98 (96 anos)
Éfeso
Biografia Ocupação filósofo, professor
A principal fonte sobre a sua biografia é a "Vida de Apolônio", de Portal Filosofia
Flávio Filóstrato, na qual alguns estudiosos identificam uma tentativa
de construir uma figura rival à de Jesus. Apolônio também é citado nas obras "A Vida de Pitágoras", de Porfírio, e "A
Vida Pitagórica", de Jâmblico.

Apolônio foi vegetariano e discípulo de Pitágoras, com base no seu escrito, abaixo:

Por mim discerni uma certa sublimidade na disciplina de Pitágoras, e como uma certa
sabedoria secreta capacitou-o a saber, não apenas quem ele era a si mesmo, mas também
o que ele tinha sido; e eu vi que ele se aproximou dos altares em estado de pureza, e não
permitia que a sua barriga fosse profanada pelo partilhar da carne de animais; e que ele
manteve o seu corpo puro de todas as peças de roupa tecidas de refugo de animais mortos;
e que ele foi o primeiro da humanidade a conter a sua própria língua, inventando uma
disciplina de silêncio descrito na frase proverbial, 'Um boi senta-se sobre ela.' Eu também vi
que o seu sistema filosófico era em outros aspectos oracular e verdadeiro. Então corri a
abraçar os seus sábios ensinamentos…

Nascido na cidade de Tiana, na província da Capadócia, na Ásia Menor, então integrante do Império Romano, alguns
anos antes da era cristã, foi educado na cidade vizinha de Tarso, na Cilícia, e no templo de Esculápio em Aegae, onde
além da Medicina se dedicou às doutrinas de Pitágoras, vindo a adotar o ascetismo como hábito de vida em seu
sentido pleno.

Após manter um juramento de silêncio por cinco anos, ele partiu da Grécia através da Ásia e visitou Nínive, a
Babilônia e a Índia, absorvendo o misticismo oriental de magos, brâmanes e sacerdotes. Durante esta viagem, e
subsequente retorno, ele atraiu um escriba e discípulo, Damis, que registrou os acontecimentos da vida do filósofo.
Estas notas, além de cobrirem a vida de Apolônio, compreendem acontecimentos relacionando a uma série de
imperadores, já que viveu 100 anos. Posteriormente essas notas chegaram às mãos da imperatriz Julia Domna, esposa
de Septímio Severo, que encarregou Filóstrato de usá-las para elaborar uma biografia do sábio.
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A narrativa dessas viagens por Damis, reproduzida por Filóstrato, é tão repleta de milagres, que muitos a têm
considerado como de caráter imaginário. Em seu retorno à Europa, Apolônio foi saudado como um mágico, e recebeu
as maiores homenagens quer de sacerdotes quer de pessoas em geral. Ele próprio se atribuiu apenas o poder de prever
o futuro; já em Roma afirma-se que trouxe à vida o filho de um senador romano. Na auréola do seu poder misterioso
ele atravessou a Grécia, a Itália e a Espanha. Também se afirmou que foi acusado de traição tanto por Nero quanto por
Domiciano, mas escapou por meios milagrosos. Finalmente Apolônio construiu uma escola em Éfeso, onde veio a
falecer, aparentemente com a idade de cem anos. Filóstrato mantém o mistério da vida do seu biografado ao afirmar:
Com relação à maneira de sua morte, ‘se ele morreu’, as narrativas são diversas.

Helena Blavatsky lembra, acerca de Apolônio, que, se tudo sobre ele não passasse de uma ficção novelesca, Tito, mal
refeito das fadigas do cerco de Jerusalém, não se apressaria a escrever ao Sábio, para marcar um encontro em
Argos, e dizer ainda que, sendo ele, Tito, e seu pai devedores de tudo a Apolônio, o seu primeiro pensamento havia
de ser dedicado ao seu benfeitor.[2]

Esta obra de Filóstrato é geralmente considerada como um trabalho de ficção religiosa. Ela contém um número de
histórias obviamente fictícias, através das quais, no entanto, não é de todo impossível discernir o caráter geral do
homem. No século III, Hierócles esforçou-se para provar que as doutrinas e a vida de Apolônio eram mais valiosas do
que as de Jesus, e, em tempos modernos, Voltaire e Charles Blount (1654-1693), o livre-pensador inglês, adotaram um
ponto de vista semelhante. À parte este elogio extravagante, é absurdo considerar Apolônio meramente como um
charlatão vulgar e um fazedor de milagres. Se descartamos a massa de mera ficção que Filóstrato acumulou, ficaremos
com um reformador sincero, altamente imaginativo, que tentou promover um espírito de moralidade prática.

Escreveu muitos livros e tratados sobre uma ampla variedade de assuntos durante a sua vida, incluindo ciência,
medicina, e filosofia.

As suas teorias científicas foram finalmente aplicadas à ideia geocêntrica de Ptolemeu que o Sol revolvia ao redor da
Terra. Algumas décadas após a sua morte, o imperador romano Adriano colecionou os seus trabalhos e assegurou a
sua publicação por todo o império.

A fama de Apolônio ainda era evidente em 272 d.C., quando o imperador Aureliano sitiou Tiana, que tinha se rebelado
contra as leis romanas. Num sonho ou numa visão, Aureliano afirmava ter visto Apolônio falar com ele, suplicando-lhe
poupar a cidade de seu nascimento. À parte, Aureliano contou que Apolônio lhe disse Aureliano, se você deseja
governar, abstenha-se do sangue dos inocentes! Aureliano, se você conquistar, seja misericordioso! O imperador,
que admirava Apolônio, poupou desse modo a cidade. Também no século III, Flávio Vopisco, em seu escrito sobre
Aureliano, cita Apolônio.

O Livro de Pedras, do alquimista medieval islâmico Jabir ibn Hayyan, é uma análise prolongada de trabalhos de
alquimia atribuídos a Apolônio (aqui chamado "Balinas") (ver, por exemplo, Haq, que fornece uma tradução para o
inglês de muito do conteúdo do "Livro de Pedras").

Devido a algumas semelhanças de sua biografia com a de Jesus, Apolônio foi, nos séculos seguintes, atacado pelos
Padres da Igreja sendo considerado desde um impostor até um personagem satânico. Mas houve também quem o
exaltou comparando-o aos grandes magos do passado, como Moisés e Zoroastro.

Apolônio faleceu em Éfeso, cerca de 100 d.C.

Referências
1. Dzielska, M (1986). Apollonius of Tyana in legend and history. Roma: L'Erma di Bretschneider. pp. 19–50.
ISBN 88-7062-599-0
2. H.P.B., BLAVATSKY, Helena Petrovna. A Doutrina Secreta, v. V. Tradução de Raimundo Mendes Sobral.
MCMLXXX. [S.l.: s.n.]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Apol%C3%B4nio_de_Tiana 2/3
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Bibliografia
Eduardo Amarante, Dulce Leal Abalada & George Robert Stowe Mead, Apolónio de Tiana, O Taumaturgo
Contemporâneo de Jesus, Zéfiro, 2009.

Ligações externas
'Apollonius of Tyana' (http://www.geocities.com/nephilimnot/apollonius_of_tyanna.html)[ligação inativa] (em inglês) ,
explora o sábio de Tiana como o modelo do qual o mítico São Paulo foi derivado.
Apollonius (http://www.acadine.org/w/Apollonius_of_Tyana_-_Occultists_and_Mystics_of_All_Ages)[ligação inativa]
(em inglês) , capítulo da obra Occultists and Mystics of All Ages, publicada no início do século XX.
Apollonius of Tyana (http://www.livius.org/ap-ark/apollonius/apollonius01.html) (em inglês) , em www.livius.org
Life of Apollonius of Tyana de Filóstrato (http://www.livius.org/ap-ark/apollonius/life/va_00.html) (em inglês) , em
www.livius.org

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