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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO


SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO

Resenha crítica do documentário Print the Legend

Dora Assumpção Schmidt

É possível encontrar, ao assistir o documentário de 2014 Print the Legend, um rico


registro sobre o desenvolvimento das máquinas de impressão 3D e das empresas que
possibilitaram sua ascensão. Durante os 99 minutos de filme, entendemos as particularidades
das empresas Makerbot, FormLabs e 3D System e em que área cada uma delas atuou na
difusão da nova tecnologia. No entanto, mais do que apenas documentar como foi esse
processo, o documentário se propõe a fazer uma reflexão bastante necessária: os dilemas
éticos que estão envolvidos ao produzir esse tipo de dispositivo.

No caso das impressoras 3D, o caso trazido é de um rapaz norteamericano, Cody


Wilson, que decide fazer armas com a sua impressora 3D. Assim que a notícia se espalha, é
criada uma legislação que determina o que pode ou não ser produzido com as impressoras, no
entanto, as opiniões ficam divididas em relação a nova lei. Esse é um dos tópicos mais
sensíveis do filme e que reflete a contemporaneidade em que vivemos. Estamos preparados
para a introdução de tecnologias como essa?

Não é de hoje que a questão ética permeia as ações humanas, no entanto, novas
condições requerem novas responsabilidades. O desenvolvimento de tecnologias nos indica
caminhos que nunca contemplaram tantas possibilidades quanto antes, que vêm
acompanhadas também de maior autonomia. Na medida em que o conhecimento se difunde e
se constitui um cenário em que, por exemplo, é cada vez mais fácil construir um aplicativo
para smartphone, passa a se ver uma democratização do ambiente digital que não se resume
só a acesso, mas a participação, a construção. Embora num ambiente democrático se costume
ter como ponto de partida o respeito aos direitos humanos, se faz necessário, em alguma
medida, contar com o bom senso de cada indivíduo.

Pensemos, por exemplo, no caso de machine learning. Esse termo se refere a


capacidade das máquinas aprenderem a tomar decisões baseado em análise de dados. Na
prática, não há nada que impeça que um indivíduo se utilize dessa ferramenta para fins ilegais
ou imorais, assim como é a situação retratada no filme. Por qual questão estamos “passando
por cima” quando introduzimos novas ferramentas no dia a dia das pessoas?

Em alguma medida, o discurso da liberdade e da autonomia necessita de apoio por parte da


ética. Relembrar constantemente que tecnologias como estas podem contribuir com o
desenvolvimento da saúde,

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