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PENSAMENTO OCIDENTAL 3) A A AVENTURA DOS PRE-SOCRATICOS A WITTGENSTEIN Traducao: Laura Alves e Aurélio Rebello 6" Edigao & Do original: Wisdom of he West Copyright da tradigio © by Ediouso Publicac6es S.A. 2001 “Tradusdo autorizada, da edigio om inglés. pola Routledge, umn meembro do grupo Taylot &: Francis “Fados os direios reservados e proteyidos pela Lei 9.610 de £9 de fevercina de 1998, E proibida a reprodugao toraf ou parcial. por quabxquer meios, sem avtorizagio previa, por escrito, da editord, Coardenag editorial SHEILA KaPLan Prepairagin de origina: Maxia José pe SanvANNa Produgio editorial Jaquenine Lavon Assistentes de produgao Cristiane Maninno € JULIANA BREIRE Revisae SANDRA PASSARO ¥ MaRCos ROQUE Projete grifco, editoragao ¢ capa Miata Lenn Produgie gréficr: ARMANDO GOMES ENP. BRASH, CATALOGACAO.NA.FONTE SENDICATO NACIONAL DOS EDITORES BE LIVROS, Ky R925h Russel, Bertrand, 1872-1970 Histétia do pensamento ocidental: a aventora dos pré socréticos a Witrgenstein / Beatrand Rasset vl, Laura Alves © Antdlio Rebello, - Rio de Janets. : Ediouto, 2002 Tradugio de: Wisden of the West ISBN 85-00-00793-1 1. Filosofia ~ Histéria. 1 Tieulo, 90.1699, DD 109 CDE 1098} 08 10 69 08 07 06 EDIOURO PUBLICACONS S/A Rio de Janeiro Sede, Dep de verano expec ‘Run Nova Jesus, 345 = CEE D1G42 230 — fio de Janeixo — Bf “Fads QNpABEL.ADAD / 32S / ADB Wa (21) 3882-4282 / BMS Enna inern@ledietracornbe So Paulo ‘Rua Catuln de Priséo Ceaser, 631- Via Saisle — GHP 14145.911 Sho Pau "Tels 19) 8549.3590 ~ Pas seni (11) SSA9.3300 — rated 295 {omit ed oura@edhovee com be / E-mail Vendas vendaypG@ecinurn com br Taare wureadiouta.com de Sumario PREFACIO 8 PROLOGO 10 ANTES DE SOCRATES 13 ATENAS 66 O HELENISMO 144 O CRISTIANISMO PRIMITIVO 170 A ESCOLASTICA 195 O SURGIMENTO DA FILOSOFIA MODERNA 239 O EMPIRISMO BRITANICO 303 O ILUMINISMO E O ROMANTISMO 331 Do UTILITARISMO EM DIANTE 375 . O PERIODO CONTEMPORANEO 411 EPiLoGo 450 INDICE 457 “Um grande livro & um grande mall”, disse 0 poera alexandrino Calimaco. De um modo geral, sinto-me indlinado a comparrilhar dessa opinigo, No enranro, se ouse oferecer ao leitor o presente volume € porque, dianse dos males existentes, este livro é um mal menot, Contu- do, requer uma explicacio especial pois ha algum tempo escrevi um livro sobre 6 mesmo assunto, Histéria do pensantento acidental é wma obra inteiramente nova embora, é claro, jamais teria surgide se a minha Histévia da filosofia acidental nio a precedesse. A presente obra pretende oferecer uma visio geral da filosofia oci- dental, de Tales a Wittgenstein, afém de alguns lembretes das circunstin- cias histéricas em que a narrativa se desenrola. Pata reforgar o relato, hd uma cofecdo de ilustragées de homens, lugares e documentos, escolhidas, na medida do possivel, de fontes perrencentes a0 periado ao qual ‘se teferem. Sabremdo, sempre que pareceu exeyiifvel, tentou-se traduzir idéias filosdficas, normalmente expressas apenas por palavras, através de diagramas que transmizam a mesma informagée por meio de merifora geomidrrica, Neste campo hd poucas fontes as quais recorrer © assim os resultados nem sempre foram inteiramente satisfatdrios. No entanto, par rece que tais métodos de apresentagao merecem set explorados. A expor sigo diagramdtica, quando conseguida, tem a vanragem adicional de-ndo estar vinculada a nenhum idioma em particular. Quanto a0 surgimento de mais uma hist6ria da filasofia, pode-se apre- sentar duas arenuantes. Em primeiro lugar, hé poucos relavos a0 mesmo tempo compactos ¢ razoavelmente compreensiveis. Na verdade, existem muitas historias mais abrangentes, que tratam cada item com extensio muito maior. Obviamente, 0 presente volume, nie pretende competir com tais obras, Aqueles que desenvolverem um inreresse mais profando pelo assunto, sem drivida as consultario opartunamente e talver até mesmo recorrerio aos textos originais, Em segundo lugar, a rendéncia atual por uma especializagio cada vex mais extensa ¢ exagerada esrd fazendo os homens esquecerem as suas dividas intelectuais para com. os seus antepassados, Este estudo pretende se opor a tal esquecimento, Num HISTORIA 90 PENSaMENTO DeIDENTAL sentido formal, toda a Blosofia ocidenral ¢ filosofia grega ¢ ¢ imi nos enrregarmos ao pensamento filoséfico se comarmos os vincutos que nos ligam aos grandes pensadores do passado, Costumava-se afirmas, tlvex de mancira crs6nea, que o fildsofo deveria saber algo sobre todas as coisas. A Filosofia reivindicaya para a sua esfera todo o conhecimento. Seja como fr, a opinido predominante, seguado a qual os filésofos nao precisam saber nada sobre coisa alguma, com certcza também esté muito enrada Quem pensa que a filosofia “realmente” comegou em 1921, ott em data fo muito anterior, no percebe que os problemas filosdficas aruais néo surgiram de repente nem do nada, Portanto, no pedimos desculpas pelo nosso rracamento relativamente genroso para com a flosofia grega. A hisrétia da filosofia pode ser examinada de uma das seguintes ma- neite ou a narsativa é puramente expositiva, mostrando 0 que um de- rerminado homem afirmou como iim outro foi influenciado, ou enrio a exposicio pode ser combinada com uma cerra dose de discurso crfrico, para demonsrrar come funciona a discussio filoséfica, Aqui foi adorado © segundo camino, £ preciso acrescentar que isso nfo deve induzir © Jeivor ao erro de acreditar que um pensidor pode ser descartado sem mais nen menos, s6 porque os seus ponros de vista deixaram a desejar, Kunt afirmou certa vez que temia mais ser mal-interpretade do que scr refue rado, Antes de desprezar os filésofos, devemos tentar compreender 0 que esto rentando dizer. Mesmo assim, ¢ precise confessar que as veres 0 esforgo parece desproporcional ao resulrado obtido. Afinal, mrara-se de uma questo de critério, que cada qual precisa resolver por si © excopo ¢ traramento do assunto neste volume diferem dos do meu livso anterior, © nove maretial deve muito ao ment editor, Bir Paul Foulkes, que me ajudow a escrever o texto, além de ter escothide muiras das ilussragdes © idealizado a maioria dos diagramas, O objetive foi pro- piciar im panorama de algumas das questées fundamentals que os fl6- sofos tém discurido. Se ao examinar estas paginas o leitor for terzado a se aprofundar no assunto, mais do que reria feiro sem Kelas, o principal propésito deste livre 1erd sido alcangado. BERTRAND Russe Hisvouls DO PeNsameera OrinentaL 0 sistema do mundo na Renascenca (séc. XV). Que fazem 05 filésofos quando estéo trabalhando? De fato, trata-se de uma pergunta singular, que poderiamos tentar responder de- terminando, antes de tudo, 0 que cles nao estéo fazendo. No mundo que nos rodeia existem muitas coisas bastante compreensiveis, Como exemplo, comemos 0 funcionamento da maquina a vapor. Isso per- tence aos campos da mecanica e da termodinamica. Por outro lado, sa- bemos muito sobre a constituicdo ¢ o funcionamento do corpo hu- mano. Sao assuntos estudados em anatomia ¢ fisiologia. Ou, final- mente, consideremos 0 movimento das estrelas, que conhecemos bem. Disso se ocupa a astronomia. Todas essas partes do conhecimento perfeitamente definido pertencem a uma ou outra ciéncia, Porém, todos esses campos do conhecimento confinam com uma rea circundante do desconhecido. Quando se chega as regides limi- trofes ¢ se vai além, passa-se da ciéncia para o campo da especulagio. Essa atividade especulativa é uma espécie de exploragio nisso, entre outras coisas, consiste a filosofia. Como veremos adiante, neste sentido, os varios campos da ciéncia comecaram como exploragio filoséfica. Assim que uma ciéncia se consolida, prossegue mais ou menos inde- pendente, exceto no que diz respeito a problemas de limites e questoes de método. Mas, num certo aspect, 0 processo exploratério no avanga assim: simplesmente continua ¢ encontra nove emprego. ‘Ao mesmo tempo, devemos distinguir a filosofia de outros tipos de especulagao. Em si, a filosofia nio pretende resolver as nossas dificuldades nem salvar as nossas almas. Como dizem os gregos, € uma espécie de aventura turistica que se empreende por gosto. Portanto, em principio, néo hd nenhuma questio de dogma, nem de ritos, nem de entidades sagradas de qualquer tipo, ainda que os fildsofos, individualmente, possam ser obstinadamente dogméticos. Na verdade, h4 duas atitudes que podem ser adotadas ante 0 des- jo. Uma ¢ aceitar as afirmagées de pessoas que dizem co- conh nhecer, baseadas em livros, mistérios ou outras fontes de inspiracao. HisTORiA DO PeNsamento OcioeNrat 10 A outra consiste em sair em busca por si mesmo, ¢ este € 0 caminho da ciéncia ¢ da filosofia. Por dltimo, podemos observar um trago peculiar da filosofia. Se alguém pergunta o que é a matemética, podemos dar-lhe uma defi- nigao do dicionério, dizendo, como ponto de partida, que é a ciéncia dos ntimeros. Trata-se de afirmagio inquestiondvel ¢ além do mais facilmente compreensivel por quem fez a pergunta, mesmo que ignore matemitica. Desse modo, é possivel dar definigdes a respeito de qual- quer campo onde exista um corpo de conhecimentos definido. Mas a filosofia néo pode ser definida assim. Qualquer definigo € ques- tiondvel e ja implica uma atitude filoséfica. O tinico modo de se des- cobrir o que € filosofia ¢ fazer filosofia. O principal objetivo deste liveo € mostrar como os homens fizeram isso no passado. ‘Vex por outra as pessoas que pensam fazem muitas perguntas para as quais a ciéncia nao consegue dar resposta. E quem tenta pensar por si mesmo nao se dispée a accitar em confianga as respostas prontas dos adivinhos. Cabe a filosofia explorar tais questoes as veres descarté-las. Assim, podemos ser tentados a nos fazer perguntas tais como, qual «0 significado da vida, se é que de fato existe algum. Seré que o mundo tem um propésito, o desenrolar da histéria nos leva a algum lugar, ou estas perguntas nao tém sentido? Depois, vém os problemas sobre se a natureza é, de fato, governada por leis, ou se simplesmente cremos que é assim porque gostamos de ver as coisas em certa ordem. E por outro lado, é uma questo geral saber se 0 mundo ¢ dividido em duas partes dispares, mente € matéria €, se assim for, como se mantém unidas. E que dizer do homem? Seré um grio de pé a vagar desamparado num planeta pequeno ¢ insignificante, segundo os astronomos? Seri um monte de substincias quimicas reunidas de forma engenhosa, como poderiam afirmar os quimicos? Ou, finalmente, 0 homem ser © que parece ser para Hamlet, nobre pela razio, infinito pelas fa- culdades? Por acaso © homem nao seria tudo isso a0 mesmo tempo? HISTORIA DO PENSAMENTO OCIDENTAL 7 A ciéncla lida com fatos conhecidos, a filosofia com a especulacao. Ofélia e€ Hamlet Seré que © homem é um ando dos Ou seré que é um monte de argila? nparado? Ou seré que 6 como Hamlet o v8? Além disso, ha as questées éticas acerca do bem e o mal. Haveré um modo de viver que seja bom ¢ outro mau, ou tanto faz. como vivemos? Se existe um bom modo de viver, qual é, € como podemos aprender a viver assim? Existe algo que possamos chamar de sabedoria, ou 0 que parece ser sabedoria é mera ¢ va loucura? Todas essas questdes sio embaragosas. Nao € possivel respondé-las mediante experiéncias de laboratério € os que possuem uma atitude mental independente se recusam a recorrer aos pronunciamentos dos dispensadores de panacéias universais. Para aqueles, a histéria da fi- losofia fornece as tinicas respostas que podem ser dadas. Ao estudar es- te assunto aprendemos 0 que outros homens, em outras épocas, refletiram a respcito. E assim chegamos a compreendé-los melhor, pois © seu modo de abordar a filosofia constitui uma importante faceta do seu modo de viver, Em tltima instincia, isso pode nos ensinar a viver, ainda que saibamos pouco. HisTORiA DO Pewsamento OciDENTAL A filosofia comega quando alguém faz uma pergunta de carter gerab, € 0 mesmo aconrece com a ciéncia. Os primeiros a evidenciarem esse tipo de curiosidade foram os gregos. A filosofia ¢ a ciéncia, como as conhecemos, séo invenges gregas. O advento da civilizagio grega que produzin ral explosto de atividade intelectual é um dos acon- tecimentos mais espetaculares da hisrétia, Jamais ocotren algo seme- Ihante, nem antes nem depois. No curto espago de dais séculos os gregos produziram na arte, na literatura, na ciéncia ¢ na filosofia uma assomibrosa torrente de obrasprimas que estabeleceram os padrées gerais da civilizagio ocidenral, A filosofia e a cincia comegam com Tales de Mileto, no inicio do século VI aC, Que teria acontecido antes, para desencadear esse re- pentino desabrochar do genio grego? Precisamos venrar descabrir a melhor resposta posstvel, Com a ajuda da arqueologia, que deu gran- des passos desde o final do século XEX, podemas fazer uma avaliagio bastante exata do desenvolvimento do mundo grego. Em comparacio com outras civilizagbes do mundo, a grega € te- cente. As do Egico ¢ da Mesopotamia séo varios milénios mais anrigas. Essas sociedades agricolas cresceram nas margens dos grandes tios ¢ seus governantes cram reis divinizados, ama aristocracia milivar e uma poderosa classe de sacerdotes que presidiam os complexos sistemas teligiosos polireistas. A maiotia da populagao era constitufda de servos que trabalhavam a terra ‘Tanto 0 Egivo quanto a Babilonia legaram cerros conhecimentos, mais rarde aproveitados pelos gregos. Mas nenhum desenvolveu cién- cla nem filosofia, Nao cabe aqui questionarmos se isso se deveu a falta de génio nativo ou s condigées sociais, ainda que esses farores tenham contribuide, O significativo é que a fungio da religiéo nfo conduzin a0 exercicio da aventura intelectual. No Egiro, a teligiio preocupava-se muito com a vida apés a morte. As pirdmides sio monumentos funerérios. Foi preciso algum conhe- Wistonis 00 PeNsawenTo OciDENTAL conbecida, numa peda de ere, do seeuio Vil, cimento de astronomia para garamtit a efetiva previsio das enchentes do Nilo ¢, como administradores, os sacetdotes desenvolveram uma forma de escrita pictogréfica, Nao restaram, porém, grandes recursos que pudessem ser desenvolvidos em outras ditegbes. Na Mesopotémia, os grandes impérios semiticos suplantaram os ptimitivos sumérios, de quem adotaram a escrita cuneiforme, No que tange & religido, 0 interesse central consiste mais no bem-estar neste mundo. O estudo do movimento das estrelas ¢ as priticas associadas da magia e da adivinhagio eram direcionadas para tal finalidade Pouco mais tarde encontramos o florescimento das comunidades cometciais. Entre estas sobressai a dos habitantes de Creta, cuja dv lizagao 96 recentemente voltou 3 luz. Os cretenses provavelmente vie nham das cerras litoraneas da Asia Menor ¢ rapidamente ganharam importancia nas ithas do mar Egeu, Em meados do tetceito milénio aC. uma nova onda de imigrantes conduzin a am extraordindtio desenvolvimento da cultura ctetense. Foram construidos grandes pali- cies em Chossos ¢ Festos € navios cretenses sulcaram o Mediterraneo de uma extremidade & outta. A partir de 1700 a.C., terremotos e erupgSes vulcanicas recorrentes desencadearam uma migragio crevense para as vizinhas Grécia e Asia Menor, © arvesanato cretense rtansformou a cultura dos povos conti- nentais. Na Grécia, 0 sitio que melhor comprova isto é Micenas, na Argélida, tradicional bergo de Agamenon, E 0 perfodo micénico, cuja meméria é relatada por Homero. Por volta de 1400 a.C., Creta softets um violento terremoto que pés fim & supremacia cretense, Enquanto isso, a Grécia continental absorveta duas ondas suces- sivas de invasores. Os primeiros foram os jénios, vindos do norte por volta de 2000 a.C., € que aos poncos se furtditam com a populace na- tiva, ‘Tiezentos anos depois, seguiu-se a invasio dos aqueus, que desta ver constituitam uma classe dominante, Os senhotes de Micenas ¢ os gregos de Homero ei getal pertenciam a essa casta dominante, Os aqueus de Creca mattinham extensas relagdes cometciais por todo o Mediterraneo. A catistrofe cretense de 1400 nao as interrom- HisrOara DO Paysananre Ociogst as 14 peu. Entre os “povos do mar” que ameagaram © Egito por volta de 1200 a.C., encontramos os cretenses, que os egipcios chamavam de ppeliset. Foram os primitivos filisteus, que deram o nome a Palestina, terra onde se estabeleceram. Por volta de 1100 a.C., outra invasio realizou o que os golpes da natureza nao conseguiram: sob 0 impacto das invasdes déricas, toda a Grécia ¢ o Egeu sucumbiram as vigorosas hordas de conquistadores barbaros. Os aqueus, esgotados pela Guerra de Trdia no inicio do século XII a.C., ndo puderam resistir ao ataque violento. O poder maritimo cai nas maos dos fenicios e a Grécia entra num periodo de obscuridade. Foi mais ou menos nessa época que os gregos adotaram © alfabeto semitico dos comerciantes fenicios ¢ 0 completaram acres- centando as vogai A Grécia propriamente dita é rude, tanto de aspecto como de clima O pais é dividido por éridas cadeias de montanhas. E dificil passar por terra, de um vale para outro. Nas planicies férteis cresceram comu- nidades isoladas ¢ quando a terra nao podia mais sustenté-las devido 20 aumento da populacio, algumas cruzaram 0 mar para fundar colénias. A partir da metade do século VIII até meados do século VI a.C., os litorais da Sicilia, do sul da Icdlia e do mar Negro ficaram pontilhados de cidades gregas. Com o nascimento das colénias, 0 comércio se de- senvolveu ¢ os gregos renovaram 0 contato com 0 Oriente. Politicamente, a Grécia pés-dérica sofreu uma seqiiéncia regular de mudangas, comecando pela realeza. Aos poucos, 0 poder caiu nas mios da aristocracia, a qual, por sua vez, foi seguida por um periodo de monarcas nao hereditérios ou tiranos. No final, 0 poder politico passou as maos dos cidadaos, que € o sentido literal de “democracia”. Dai em diante, a tirania ¢ a democracia se alternam. A democracia pura pode funcionar enquanto todos os cidadaos puderem ser reu- nidos na praga do mercado. Na nossa época, s6 sobrevive em alguns dos menores cantdes da Suica. O mais antigo e maior monumento literério do mundo grego é a obra de Homero. A respeito do homem, nada sabemos de definitivo. HistoRiA 00 PENsaMENTO OciDENTAL 5 Homero

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