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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL

ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ


CURSO SUPERIOR DE SEGURANÇA PÚBLICA

MARCUS ALLEN FREIRE MONTEIRO


HÉLIO DE ASSIS ALENCAR FILHO

A REMUNERAÇÃO DOS OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ NO


ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

FORTALEZA – CE
2017
1

MARCUS ALLEN FREIRE MONTEIRO


HÉLIO DE ASSIS ALENCAR FILHO

A REMUNERAÇÃO DOS OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ NO


ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Artigo Científico submetido à Academia


Estadual de Segurança Pública do Ceará –
AESP/CE, como parte dos requisitos para a
aprovação e obtenção do Certificado do
Curso Superior de Segurança Pública –
2016 – II.

Orientador: Prof. Esp. José Herlínio Dutra


– Cel. QOPM.

FORTALEZA - CEARÁ
2017
2

A REMUNERAÇÃO DOS OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ NO


ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Artigo Científico submetido à Academia


Estadual de Segurança Pública do Ceará –
AESP/CE, como parte dos requisitos para a
aprovação e obtenção do Certificado do
Curso Superior de Segurança Pública –
2016 – II, sob a orientação do Prof. Esp.
José Herlínio Dutra – Cel. QOPM.

APROVADO EM: _____/_____/______

COMISSÃO EXAMINADORA

_______________________________________
Prof. Titulação Nome
Academia Estadual de Segurança Pública – AESP/CE

________________________________________
Prof. Titulação Nome
Academia Estadual de Segurança Pública – AESP/CE

____________________________________________
Prof. Titulação Nome
Academia Estadual de Segurança Pública – AESP/CE
3

Dedicamos este trabalho aos nossos


familiares, e em especial, a nossas esposas
e filhos, que nos apoiaram durante o
período de realização do curso.
4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que, de maneira direta ou indireta, colaboraram na


realização deste Artigo Científico.
5

RESUMO

A remuneração dos Oficiais da Polícia Militar do Estado do Ceará deveria dar-se


através de subsídio, fixado em parcela única, na forma do art. 39, § 4º da Constituição
Federal de 1988. Contudo, o Estatuto dos Militares do Ceará prevê, além do subsídio,
forma outra de remuneração, que se dá através de vencimentos, a qual prevalece até
os dias de hoje, afrontando a dignidade pessoal do Oficial da PM. Este artigo objetiva
demonstrar essa realidade existente, bem como conscientizar os Oficiais da Polícia
Militar do Ceará sobre esse gravíssimo problema, que tem repercutido negativamente
na vida profissional e familiar do Oficial, além de, conseguintemente, comprometer a
qualidade do serviço por ele prestado.

Palavras-chave: Estado Democrático de Direito; Remuneração; Oficiais; Plenitude de


Direitos; Dignidade da Pessoa do Oficial.
6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7

1 PERCEPÇÃO DE REMUNERAÇÃO: DIREITO DOS OFICIAIS DA POLÍCIA


MILITAR DO CEARÁ .......................................................................................... 8

1.1 Oficiais da Polícia Militar do Ceará ..................................................... 10

1.2 Postos, Patentes e Plenitude de Direitos dos Oficiais da Polícia


Militar do Ceará .......................................................................................... 10

1.3 Requisitos e Descrição Sumária das Atividade para o Primeiro


Posto do Oficialato da Polícia Militar do Ceará ....................................... 13

1.5 Estado Democrático de Direito ........................................................... 16

2 BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIGEM DA ATUAL REMUNERAÇÃO DOS


OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ ..................................................... 19

2.1 A Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998 .................... 20

CONCLUSÃO ...................................................................................................... 25

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 27
7

INTRODUÇÃO

O presente Artigo Científico tem o escopo de demonstrar aos Oficiais da Polícia


Militar do Ceará qual a remuneração que lhes é devida, no Estado Democrático de
Direito. Entretanto, para que este objetivo seja alcançado, houve a necessidade de
dividir este trabalho cientifico em três partes: a primeira trata de conceituação sobre
as espécies remuneratórias dos Oficiais da Polícia Militar do Ceará; a segunda trata
historicamente da origem da atual remuneração dos oficiais da Polícia Militar do
Ceará; e, a terceira apresenta as conclusões a que se chegou ao final deste estudo.

O primeiro capítulo está subdivido em quatro tópicos. Em sua parte inicial, o


capítulo aborda as espécies de remuneração o direito de percepção pelos Oficiais da
PM. O primeiro subtítulo diz respeito à definição do cargo de Oficial da Polícia Militar.
O segundo aborda as definições de Postos, Patentes e do Princípio Constitucional da
Plenitude de Direitos dos Oficiais da PM. O terceiro diz respeito à descrição de
atividades para o cargo de Tenente PM, e nele se verifica a relevância, a importância,
e a essencialidade deste cargo para a sociedade. O quarto aborda a significação do
Estado Democrático de Direito.

O capítulo 2 trata, em histórico breve, da origem da atual remuneração dos


oficiais da Polícia Militar do Ceará. Em seu subtópico, aborda a Emenda
Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, que inseriu no Art. 144 da Constituição
Federal de 1988 o parágrafo 9º, que prevê o subsídio.

No último apartado, apresentam-se as Considerações Finais deste estudo, que


esclarecem que, no Estado Democrático de Direito, a espécie de remuneração devida
aos Oficiais da PM é o subsídio. Contudo, essa espécie de remuneração não está
prevista de forma absoluta no estatuto dos Militares do Estado do Ceará. Com isto, o
Governo do Estado do Ceará, mesmo após 18 anos da aprovação da Emenda
Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, que estabeleceu o subsídio para os
Oficiais da PM, ainda não efetivou a remuneração devida aos Oficiais da PMCE,
continuando esses oficiais a serem ainda remunerados através de vencimentos, uma
afronta total à dignidade pessoal do Oficial da Polícia Militar.
8

1 PERCEPÇÃO DE REMUNERAÇÃO: DIREITO DOS OFICIAIS DA POLÍCIA


MILITAR DO CEARÁ

A Lei nº 13.729/2006, que dispôs sobre o Estatuto dos Militares do Estado do


Ceará, expõe, em seu Art. 52, inciso V, que a percepção de remuneração é um direito
do Oficial.

O Art. 54 da mesma Lei diz que a remuneração dos Oficiais da Polícia Militar
do Ceará, compreende os vencimentos ou subsídio fixado em parcela única, na forma
do art. 39, § 4º, da Constituição Federal, os proventos, as indenizações e outros
direitos, sendo devida em bases estabelecidas em lei específica e, em nenhuma
hipótese, poderá exceder o teto remuneratório constitucionalmente previsto.

Desse modo, conforme prevê o Estatuto dos Militares do Estado do Ceará, são
espécies remuneratórias dos Oficiais da Polícia Militar do Ceará: os vencimentos; o
subsídio fixado em parcela única, na forma do Art. 39, 4º, da Constituição Federal de
1988; os proventos; e, as indenizações. Neste estudo, abordam-se os vencimentos
dos Oficiais da Polícia Militar da ativa, já que eles vão servir de referencial para os
proventos na inatividade.

A Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de 1986, que dispôs sobre a remuneração do


Pessoal da Polícia Militar do Ceará, traz os conceitos de: vencimentos; soldos,
gratificações; e, indenizações. O Art. 3º diz que “vencimentos são o quantitativo, em
dinheiro, devido ao Policial Militar, em serviço ativo, compreendendo soldo,
gratificações e indenizações. O Art. 4º diz que “soldo é a parte básica dos vencimentos
inerente ao posto ou graduação do policial militar da ativa”.

Segundo o Art. 11, “gratificações” são as partes dos vencimentos atribuídos ao


policial militar como estímulo por atividades profissionais e condições de desempenho
peculiares, bem como pelo tempo de permanência em serviço”.

De acordo com o Art. 21, “as indenizações são os quantitativos em dinheiro,


devidos ao policial militar para ressarcimento de despesas decorrentes de obrigações
impostas pelo exercício de cargo, função, encargo ou em missão”. São exemplos de
indenizações: diárias, ajuda de custo, transporte e moradia.

As indenizações, previstas no Art. 21, da Lei nº 11.167/1986, compõem a


formação dos vencimentos. Ocorre que o Estatuto dos Militares do Estado do Ceará,
9

que é uma lei publicada no ano de 2006, deslocou as indenizações, previstas na Lei
nº 11.167/1986, da condição de integrante dos vencimentos, para a condição de
espécie remuneratória autônoma, devido exatamente à previsão da implantação do
subsídio, já que esse tipo de remuneração é composto de parcela única com vedação
do acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória. Contudo,, admite as indenizações.

Quanto ao subsídio previsto no parágrafo 4º, Art. 39, da Constituição Federal


de 1988, a Lei Maior diz que é uma parcela única, a que é vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra
espécie remuneratória, devendo ser obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
37, X e XI, da própria Constituição Federal de 1988.

Sobre as diferenças entre subsídios e vencimentos, Martins Junior (2009, p.


80) explica:

A análise do regime de subsídios, em linhas gerais, principia por seu cotejo


com o regime de vencimentos. E as diferenças são sensíveis. O regime de
subsídios é composto de parcela única com vedação do acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
outra espécie remuneratória, enquanto os vencimentos são resultantes da
adição do vencimento (referência) e vantagens pecuniárias. Com esse novo
modelo – restrito a certos agentes públicos, organizados em carreira
profissional ou não (Arts. 39, § 4º, 135 e 144, § 9º, da Constituição), e
residualmente facultada a extensão (Art. 39, § 8º, da Constituição) –, todas
as parcelas (vantagens e vencimento) são extintas para a composição de um
bloco unitário de remuneração – embora haja exceções (parcelas
indenizatórias, indenização por férias não gozadas, conversão em pecúnia
de licença-prêmio, adicional de férias, décimo terceiro salário, por exemplo).
A extensão facultativa desse regime remuneratório a outros agentes públicos
não pode ser indiscriminada e requer como “pressupostos necessários à
substituição de vencimentos por subsídio a organização dos servidores em
carreira configurada, bem assim a irredutibilidade da remuneração.

Sobre os proventos − previstos no Art. 69 da Lei nº 11.167, de 7 de janeiro de


1986, a qual dispôs sobre a remuneração do Pessoal da Polícia Militar do Ceará −,
são eles o quantitativo em dinheiro que o policial militar percebe na inatividade
remunerada, constituído pelas seguintes parcelas: soldo ou cotas de soldo;
gratificações e indenizações incorporáveis.

Observa-se que esta lei de 1986 não está em sintonia com a Constituição
Federal de 1988, em virtude de não fazer referência ao subsídio previsto no parágrafo
4º do Art. 39 da Constituição Federal de 1988.
10

1.1 Oficiais da Polícia Militar do Ceará

O Art. 43 da Lei nº 13.729, de 13 de janeiro de 2006, que instituiu o Estatuto


dos Militares Estaduais do Ceará, diz que o Oficial é preparado, ao longo da carreira,
para o exercício do comando, da chefia e da direção das organizações Militares
Estaduais. Significa dizer que os Oficiais da Polícia Militar do Ceará são os gestores
de sua própria Organização Militar.

Portanto, fazendo uma leitura do que está previsto no Art. 42, da Constituição
Federal de 1988, combinado com o Art. 43, da Lei nº 13.729, de 13 de janeiro de 2006,
que instituiu o Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará, pode-se dizer que os Oficiais
da Polícia Militar do Ceará são Militares do Estado do Ceará, detentores de Postos, e
que são preparados, ao longo da carreira, para o exercício de funções de comando
chefia e direção, estando agrupados em três círculos: Oficiais Subalternos, Oficiais
Intermediários, e Oficiais Superiores, não sendo, contudo, o cargo de Oficial da Polícia
Militar do Estado Ceará privativo de brasileiros natos, diferentemente do que ocorre
com os Oficiais das Forças Armadas.

Vale ressaltar que o Art. 30 do referido Estatuto diz ainda que existem três
círculos hierárquicos e na escala hierárquica existem seis Postos de Oficiais.
Hierarquicamente, e de cima para baixo, o círculo de Oficiais se divide em: círculo de
Oficiais Superiores; círculo de Oficiais Intermediários; e, círculo de Oficiais
Subalternos. Seguindo essa escala hierárquica, os Postos de Oficiais, colocados
também em ordem decrescente de hierarquia, são: Coronel PM, Tenente-Coronel PM,
Major PM, Capitão PM, 1º Tenente PM e 2º Tenente PM.

1.2 Postos, Patentes e Plenitude de Direitos dos Oficiais da Polícia Militar do


Ceará

A Constituição do Estado do Ceará, de 1989, nos parágrafos 1º e 2º do Art.


176, reproduziu o que está previsto no parágrafo 1º do Art. 42, combinado com o inciso
I, do parágrafo 3º, do Art. 143, ambos da Constituição Federal de 1988, estabelecendo
que as Patentes dos Oficiais da Polícia Militar do Ceará, seja da ativa, da reserva ou
reformados, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são asseguradas
em plenitude, sendo-lhes privativos os títulos, postos e uniformes militares, e
conferidas pelo Governador do Estado.
11

Abaixo, a definição de Postos e Cartas Patentes, atribuídas por Rosseto (2015,


p. 405):

Posto é o grau hierárquico do Oficial das FFAA, conferido pelo Presidente da


República, e das PM e dos CBM, conferido pelo Governador do Estado. A
Carta Patente é o diploma confirmatório dos postos dos Oficiais, conferida
por ato do Presidente da República aos oficiais das FFAA (Art. 142, § 3º, I,
da CF) e pelos respectivos Governadores dos Estados, dos Territórios e do
Distrito Federal aos Oficiais das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros
Militares (Art. 42, § 1º, da CF) (BRASIL, 1988).

O parágrafo 2º do art. 3º da Lei nº 13.407/2003, que instituiu o Código


Disciplinar dos Militares do Estado do Ceará, esclarece o que são Postos e Patentes,
in verbis:

Art. 3º: Hierarquia militar estadual é a ordenação progressiva da autoridade,


em graus diferentes, da qual decorre a obediência, dentro da estrutura da
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, culminando no Governador
do Estado, Chefe Supremo das Corporações Militares do Estado. (...)
§ 2º. Posto é o grau hierárquico dos oficiais, conferido por ato do Governador
do Estado e confirmado em Carta Patente ou Folha de Apostila
(BRASILCEARÁ, 2003).

Os parágrafos do Art. 101, da Lei nº 13.729/2006, que instituiu o Estatuto dos


Militares do Estado do Ceará, dizem que, no ato de nomeação ao posto inicial da
carreira de Oficial e ao primeiro de Oficial Superior, acarretam a expedição de Carta
Patente pelo Governador do Estado, e as demais promoções aos demais Postos,
serão apostiladas à última Carta Patente expedida. Por fim, enuncia que a Carta
Patente é o documento oficial e individual em que são definidas, para cada Oficial,
sua situação hierárquica (Posto) e o Quadro a que pertence, a fim de fazer prova dos
direitos e deveres assegurados por Lei ao seu possuidor, in verbis:

Art. 101. A nomeação ao primeiro posto do oficialato e as promoções


subsequentes serão consubstanciadas por ato do Governador do Estado. §
1º O ato de nomeação para posto inicial da carreira de oficial e ao primeiro
de oficial superior, acarretam expedição de Carta Patente pelo Governador
do Estado. § 2º A promoção aos demais postos é apostilada à última Carta
Patente expedida. § 3º A Carta Patente é o documento oficial e individual em
que são definidas, para cada oficial, sua situação hierárquica (Posto) e o
Quadro a que pertence, a fim de fazer prova dos direitos e deveres
assegurados por Lei ao seu possuidor; (...) (BRASILCEARÁ, 2006).

Portanto, quando a Constituição Federal de 1988 e, de forma similar, a


Constituição Estadual de 1989, em seus textos, se referem às Patentes, na realidade
estão se referindo ao Diploma que concede ao seu detentor o direito de ter um
determinado Posto do Oficialato, indicando qual o Quadro de Oficiais a que pertence,
12

além de fazer prova dos direitos e deveres, assegurados em plenitude, pela Lei
Máxima e pela Constituição do Estado do Ceará.

A plenitude de direitos é um Princípio Constitucional, e ao mesmo tempo, uma


garantia Constitucional, assegurada na Lei Máxima e, de igual forma, na Carta Política
do Estado do Ceará, aos Oficiais da Polícia Militar do Ceará, de forma plena e
absoluta.

Sobre a plenitude de direitos, é relevante expor aqui o comentário feito por


Abreu, (2010, p. 300):

Oportuno se torna dizer que a Lei Ápice, ao garantir a patente em sua


plenitude, assegurou aos Oficiais da ativa o direito a efetividade, protegendo-
os contra atos que, à margem da lei, imponham-lhes, abusiva e
arbitrariamente, a inativação prematura e forçada, seja pela reforma, seja
pela transferência para a reserva, remunerada ou não. Por isso, a perda
compulsória da efetividade da patente somente ocorrerá nos casos descritos
na própria Constituição (Arts. 14, § 8º, I e II, art. 142, § 3º, II, III, e IV) ou em
lei que, nos termos do art. 142, § 3º, X, da CF/1988, disponha sobre outras
condições de transferência para a reserva remunerada ex officio (Art. 98),
inclusão em quota compulsória.

Ressalte-se a explicação sobre a expressão “plenitude” feita por Nucci (2011,


p. 25), que afirma: “pleno equivale a completo, perfeito, absoluto”. Abreu (2010),
transcreveu episódio histórico, que se adéqua ao tema em análise, ocorrido mais de
um século atrás:

O caso foi assim relatado por Carlos Maximiliano: ‘Apesar da antiguidade da


garantia das patentes e vantagens respectivas, o Marechal Floriano Peixoto,
Vice-Presidente em exercício, reformou, por Decreto de 7 de abril de 1892,
onze generaes de terra e mar, que lhe dirigiram uma representação política
em termos incompatíveis com a disciplina. Houve a tentativa de revolta de 10
de abril. O Executivo decretou o estado de sítio e, logo em seguida, no dia
12, a reforma de seis officiaes da Armada e 13 do Exército (Ruy Barbosa –
Os actos Inconstitucionais do Congresso e do Executivo ante a Justiça
Federal, 1893, p. 151-153). A princípio, o Poder Judiciário recusou atender
às reclamações dos prejudicados; porém, afinal, reverteu todos à actividade
(ABREU, 2010, p. 300).

Isto significa dizer que todos os direitos dos Oficiais da Polícia Militar do Estado
do Ceará, previstos no Estatuto da Polícia Militar, no Código Disciplinar dos Militares
do Estado do Ceará e em outras leis nacionais ou estaduais, devem ser observados
e cumpridos pelo Estado de forma plena e absoluta.

Vale ressaltar que, apesar de não constar no texto do Estatuto dos Militares do
Estado do Ceará, essas garantias constitucionais asseguradas aos Oficiais da Polícia
Militar do Ceará, contidas na Constituição Federal de 1988 e reproduzidas de forma
13

semelhante na Constituição Estadual de 1989, possuem eficácia plena. Masson


(2014), utilizando a classificação do Professor José Afonso da Silva quanto à eficácia
das normas constitucionais, disse que:

As normas de eficácia plena são aquelas capazes de produzir todos os seus


efeitos essenciais simplesmente com a entrada em vigor da Constituição,
independentemente de qualquer regulamentação por lei. São, por isso,
dotadas de aplicabilidade: imediata, eis que estão aptas a produzir efeitos
imediatamente, com a simples promulgação da Constituição; direta, pois não
dependem de nenhuma norma regulamentadora para a produção de efeitos;
e integral, porque já produzem seus integrais efeitos, sem sofrer quaisquer
limitações ou restrições (MASSON, 2014, p. 53).

Depreende-se, dessa informação, que a norma que prevê a plenitude de direito


aos Oficiais da Polícia Militar do Ceará, contida na Lei Máxima e de igual forma, na
Constituição Estadual de 1989, não precisa de regulamentação nem precisa estar
escrita no Estatuto dos Militares do Estado do Ceará, para produzir os seus efeitos.

1.3 Requisitos e Descrição Sumária das Atividade para o Primeiro Posto do


Oficialato da Polícia Militar do Ceará

O Art. 39 da Constituição Federal diz que “a União, os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e
remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos
Poderes”.

No parágrafo 1º do Art. 39 da CF/88, determina-se que “a fixação dos padrões


de vencimento e dos demais do sistema remuneratório observará:

I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos


componentes de cada carreira;

II – os requisitos para a investidura;

III – as peculiaridades dos cargos”.

O Edital nº 1 – SSPDS/AESP – 1º Tenente PMCE, datado de 18 de novembro


de 2013, que regulamentou o Concurso Público para Ingresso no Cargo de Primeiro-
Tenente do Quadro de Oficiais Policiais Militares da Polícia Militar do Estado do Ceará
(PMCE), descreveu, sumariamente, as atividades que serão exercidas pelo futuro
Oficial da Polícia Militar do Ceará, podendo-se citar: exercer policiamento ostensivo,
preservar a ordem pública; proteger a incolumidade da pessoa e do patrimônio; e
14

garantir os poderes constituídos no regular desempenho de suas competências,


cumprindo as requisições emanadas de qualquer destes, bem como exercer a
atividade de polícia judiciária militar estadual, relativa aos crimes militares definidos
em lei, atuando conforme as missões institucionais previstas nas Constituições
Federal e Estadual, no Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará e nas demais
normas legais e regulamentares aplicáveis aos Policiais Militares do Ceará.

O Oficial PM através da polícia ostensiva demonstra “uma das faces mais


visíveis do estado e sua atuação é fundamental na determinação do grau de
segurança subjetiva da população, além de empregar uma imagem de ordem nas
relações cotidianas das pessoas” (Botelho apud Júnior, 2011, p. 191).

O Oficial PM ao preservar a ordem pública, ele está preservando um “estado


antidelitual, resultante da observância das normas penais, com ações policiais
repressivas ou preventivas típicas, na limitação das liberdades individuais”
(BOTELHO, apud MIRABETE, 2011, p. 191).

O Oficial PM, ao proteger a incolumidade da pessoa e do patrimônio, defenderá


tal pessoa de algum perigo, deixando-a ilesa, incólume. Quanto ao patrimônio, ele
trabalhará para evitar algum dano, ou seja, uma dilapidação ou diminuição do
patrimônio de uma pessoa.

O Oficial PM garante o regular desempenho das competências dos poderes


constituídos (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário) através do
planejamento do emprego da tropa, na Guarda e Proteção do Chefe do Poder
Executivo e das dependências do Palácio do Governo, dos Parlamentares e das
dependências do Parlamento, dos Juízes, Promotores de Justiça, Advogados,
Serventuários da Justiça, e de todos que se socorrem do Poder Judiciário, nos Fóruns
da Capital e do Interior do Estado do Ceará, além de cumprir as requisições emanadas
de qualquer destes.

Deve-se ainda ressaltar que existem outros Órgãos do Estado do Ceará nos
quais é imprescindível a presença da Polícia Militar, através, também, de
planejamento e emprego do efetivo pelos Oficiais, podendo-se citar, a título de
exemplo, os Postos da Secretaria da Fazenda, existentes em todo o território do
Estado do Ceará, responsáveis pela arrecadação de tributos e taxas.
15

Quanto ao exercício das atividades de Polícia Judiciária Militar Estadual, os


Oficiais são designados, por portaria de seus Comandantes, para exercerem papel de
Autoridades de Polícia Judiciária Militar, investigando crimes militares definidos em lei
(Código Penal Militar), através de Inquéritos Policiais Militares, tudo de acordo com o
Código de Processo Penal Militar.

Vale lembrar também que os Oficiais PM são designados pela Justiça Militar
Estadual, para exercerem as funções de Juízes Militares (inciso VI, do Art. 92, da
Constituição Federal de 1988, passando a ser órgãos do Poder Judiciário) nos
Conselhos de Justiça, Órgãos Colegiados com previsão Constitucional (parágrafo 5º,
do Art. 125, da CF de 1988).

Ressalte-se aqui que o voto do Juiz Militar tem o mesmo peso do voto do Juiz
Auditor nos Conselhos de Justiça, esclarece Figueiredo (2010, p. 867) que, “Seja qual
for o Conselho de Justiça, Permanente ou Especial, os votos dos juízes que o integram
terão exatamente o mesmo peso. Isto é, a decisão será proclamada no sentido do que
decidiu a maioria do Conselho de Justiça”.

Um dos requisitos para tornar-se candidato ao cargo de Primeiro-Tenente do


Quadro de Oficiais Policiais Militares, da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE),
é o de ter diploma de conclusão de nível superior1, devidamente registrado, fornecido
por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC),
segundo o Edital nº 1 – SSPDS/AESP – 1º Tenente PMCE, datado de 18 de novembro
de 2013, que regulamentou o concurso público para ingresso a tal posto.

Pode-se, então, depreender, com relação ao Grau de Instrução, que o


Oficialato faz parte de uma elite, em virtude de possuir em seus quadros Policiais
Militares detentores de Diplomas de Conclusão de Cursos de Nível Superior, requisito
para o ingresso no Curso de Formação de Oficiais.

1 Vale aqui descrever o significado do termo “Ensino Superior” atribuído por Souza (1991): O real
significado do termo ‘Ensino Superior’ vai muito além do de ensino de terceiro grau, como ficou
popularizado principalmente após as reformas das décadas de 60 e 70. O saber superior deve ser
adquirido mediante o uso de codificações, sistemas, modelos e símbolos da semântica científica e, por
isso, foge à praticidade do dia a dia e se reserva aos que disponham de condições especiais para
abordá-lo. Por isso, como muitos querem, não pode ser democraticamente acessível a todos. É um
ensino, por natureza, elitista, para uma minoria capacitada intelectual e culturalmente e não no sentido
trivial de pessoas socioeconomicamente bem-postas na comunidade.
16

Quanto às peculiaridades do cargo, é plausível afirmar que são a insalubridade


e a periculosidade. No primeiro caso, cita-se a exposição às intempéries naturais e ao
alto estresse a que são submetidos no decorrer da carreira Policial Militar. No segundo
caso, citam-se os riscos de vida que a profissão traz consigo, como o perigo de
manusear armas de fogos e artefatos explosivos, além de serem caçados por
bandidos perigosos.

Deve-se ainda ressaltar que o Art. 5º da Lei nº 13.729, de 11 de janeiro de


2006, que dispôs sobre o Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará e deu outras
providências, determina que “a carreira militar estadual é caracterizada por atividade
continuada e inteiramente devotada às finalidades e missões fundamentais das
Corporações Militares estaduais, denominadas atividades militares estaduais”.
Portanto, a condição de Militar Estadual somada a uma carreira de dedicação
exclusiva, reforça a ideia de que seus servidores devem ser tratados com condições
especiais, bem como ter remuneração especial, compatível com as funções que
exercem.

1.4 Estado Democrático de Direito

O caput do Art. 1º da Constituição Federal de 1988 diz que, “a República


Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”. A Constituição
Federal de 1988 é classificada, quanto a sua origem, em Democrática. Sobre esse
tema, Masson, citando José Afonso da Silva, relata que:

Nos dizeres de José Afonso da Silva, são promulgadas “as Constituições que
se originaram de um órgão constituinte composto de representantes do povo,
eleitos para o fim de as elaborar e estabelecer”. Como exemplo dessa
tipologia, podem-se citar as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e
1988 (MASSON, 2014, p. 30).

O Estado Democrático de Direito caracteriza aquele Estado Nacional cujas leis


são criadas e aprovadas mediante a participação popular, seja diretamente − o povo
participando do evento político, com a proposição de sugestões ou de ações
populares, para serem apreciadas e votadas pelos seus representantes
constitucionais eleitos para esse mister −, seja indiretamente (representatividade
indireta) − através das normas criadas e aprovadas pelos seus próprios
representantes, eleitos para este fim.
17

Rocha aborda o tema da democracia representativa, ao apresentar sugestões


para compatibilizar a súmula vinculante com o princípio democrático, ao afirmar que:

a) em uma democracia representativa, são os representantes do povo que


elaboram os textos legislativos. Como autores dos enunciados normativos,
os congressistas, mandatários do povo, têm o indiscutível direito de participar
do procedimento em que se discute o sentido desses enunciados, porque, ao
formularem os textos, imprimem-lhes uma determinada ideologia, isto é, um
sentido. Ademais, um dos elementos essenciais da democracia é a
deliberação pública, já que as decisões coletivas só têm legitimidade depois
de submetidas a um debate em que se possa ponderar a força dos
argumentos favoráveis e dos contrários. Daí a necessidade da oitiva dos
congressistas, o que atenuaria a ilegitimidade da decisão do Supremo
Tribunal Federal (...) (ROCHA, 2009, p. 129-130).

Através da democracia representativa, em que os representantes do povo


criam as normas nacionais, em prol do próprio povo e de obrigatoriedade para todos,
incluindo o próprio Estado (Princípio da Igualdade ou Isonomia), é efetivada a
legitimidade dessas normas, pois esse poder é do povo, que o conferiu aos seus
representantes apenas para representá-lo, conforme está expresso no início do
preâmbulo da Constituição Federal de 1988: “Nós, representantes do povo brasileiro,
reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um Estado Democrático
de Direito” (...).

Para Rocha (2009, p. 68), “este poder de se auto-organizar é justamente o que


se denomina de autonomia coletiva ou soberania popular, que é, como vimos, um dos
dois elementos fundamentais da democracia. Autonomia coletiva, até
etimologicamente, significa justamente o poder do coletivo, isto é, da coletividade de
dar normas a si própria. Ou, mais explicitamente, é o poder de participar da
autorregulação coletiva de uma sociedade”.

O Princípio da Legalidade é uma consequência natural do Estado Democrático


de Direito, em que todos são submetidos ao “império da lei”2.

2 De acordo com Rocha, a expressão “império da lei” significa: Antes de iniciar as considerações sobre
ao Art. 5º, II, da Constituição Federal, é preciso dar uma explicação sobre a expressão império da lei.
Não está sendo usada no sentido hierárquico, como se a lei estivesse no topo do legislador, dogma do
Estado legislativo, desaparecido com o Estado Democrático de Direito ou Estado constitucional. Em
resumo, queremos salientar que não desconhecemos as transformações por que vêm passando a lei
e os efeitos sobre seu conceito. De modo que a expressão império da lei está usada para significar que
só a lei, evidentemente constitucional, como expressão da vontade do povo, pode exigir do mesmo
povo a obediência às suas determinações. Por outras palavras, império da lei, em nosso contexto, quer
dizer governo das leis, de origem democrática, é claro, e não do arbítrio ou capricho de quem quer que
seja (ROCHA, 2009, p. 75).
18

O Estado Democrático de Direito, conforme já dito, é aquele Estado cujas


normas são aprovadas pelos representantes eleitos pelo povo, sendo, portanto, legais
e legítimas, ou seja, em conformidade com a vontade popular.
19

2 BREVE HISTÓRICO SOBRE A ORIGEM DA ATUAL REMUNERAÇÃO DOS


OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ

No primeiro semestre de 1997, as Polícias Militares brasileiras iniciaram


protestos3 em vários Estados da Federação, reivindicando melhores salários e
condições de trabalho, em virtude do descaso dos governantes em relação aos
agentes da Segurança Pública, e ainda e ao mesmo tempo, do descaso com os
destinatários desses serviços de Segurança Pública, ou seja, a população. Suas
reivindicações foram apoiadas pela população brasileira, conforme expõem Assis,
Neves e Cunha (2005, p. 151):

A população brasileira, entretanto, na sua imensa maioria, mostrou-se


favorável às reivindicações dos policiais militares. Conforme pesquisa
Datafolha, 89% da população de dez capitais brasileiras achava justa a
reivindicação por melhores salários feita por policiais civis e militares.
Entretanto, apenas 36% dos entrevistados deram apoio às paralisações
(noticiado no Jornal Folha de são Paulo, de 27 de julho de 1997).

3 Sobre esses protestos, é oportuno transcrever os relatos de Assis, Neves e Cunha (2005, p. 150-151):
No ano de 1988, a PM paulista foi atingida por uma paralisação de vários policiais militares que, em ato
concatenado, se dirigiram para o “Marco Zero” da Capital Paulista, a Praça da Sé. Esse movimento de
Praças não alcançou as consequências e a repercussão dos movimentos aqui referidos, senão para
os próprios “grevistas” que, em sua esmagadora maioria, foram excluídos das fileiras. Por não ter
havido a repercussão dos movimentos de 1997, pedimos vênia para excluir do histórico dos
“movimentos coletivos de indisciplina” a “greve” de 1988 da Milícia Bandeirante. Houve movimentos
reivindicatórios em dezessete Estados, principalmente no Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas
Gerais, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Pará, Alagoas e Paraíba. Posteriormente, os
movimentos eclodiram por todo o país, com maior ou menor intensidade. Em uma rápida cronologia,
iremos relembrar que em junho de 1997, um Cabo PM morreu com um tiro na cabeça durante a
manifestação de policiais militares em Minas Gerais; em junho do mesmo ano, no Ceará, cinco policiais
militares são feridos em manifestação, já que o Governador do Estado foi o único a agir com firmeza,
enfrentando os amotinados e revoltosos, num confronto em que a principal baixa foi o próprio
Comandante-Geral, atingido por um disparo de arma de fogo; em novembro de 1998, greve conjunta
dos policiais civis e militares deixa todo o Espírito Santo sem policiamento; e, em setembro de 1999, a
PM da Paraíba fica 18 dias em greve; em julho de 2000, 3.500 PM do Mato Grosso ficam aquartelados
por 8 dias em greve; em outubro de 2000, novo espetáculo proporcionado por policiais militares de
Pernambuco, chegando mesmo ao confronto a tiros entre Praças revoltosos e Oficiais da corporação,
em praça pública, ante os olhares assustados da população, e impotentes do Governador do Estado e
mesmo da Presidência da República, que sempre poderia intervir e não o fez; em maio de 2001,
policiais militares do Tocantins rebelaram-se contra baixos salários, perseguiram seus Oficiais pelas
ruas da Capital e tomaram o Quartel do 1º Batalhão de Polícia Militar em Palmas, onde permaneceram
aquartelados por vários dias, resistindo às ordens da Justiça e ante a possibilidade de retomada da
Unidade por tropas federais, que cercaram o 1º BPM, gerando um clima de muita tensão. Anote-se
que, na ‘quartelada de Tocantins’, os rebelados usaram a estratégia de trazerem para o quartel do 1º
BPM suas esposas e filhos menores, ignorando a Justiça da Infância e Juventude, que determinou a
retirada de crianças e adolescentes do local da rebelião, ante um possível confronto com o Exército.
Em julho de 2001, incentivados por certos resultados obtidos em Tocantins e pela patética atuação das
autoridades estaduais e federais, policiais militares da Bahia se rebelaram, aquartelando-se e
prometendo resistir a uma possível ação do Exército.
20

Assis, Neves e Cunha, explicam que as razões de terem ocorrido tais


manifestações estão fundamentadas na falta de uma política de segurança pública
séria e num processo de “favelização” em alguns Estados, de um número de policiais
e de bombeiros militares:

Primeiramente, é bom que se diga que tais movimentos ocorreram em vários


Estados, com maior ou menor intensidade, graças principalmente à ausência
de uma política séria de Segurança Pública e à ‘favelização’ em alguns
Estados de grande número de policiais e bombeiros militares (ASSIS;
NEVES; CUNHA, 2005, p. 152).

Segundo Assis et al., os Policiais e Bombeiros Militares apenas buscavam


sensibilizar os Governantes, para que tivessem um tratamento justo e profissional,
devido a possuírem os piores salários do mundo:

Conforme mostrou a Revista Veja, enquanto o salário médio de um PM


brasileiro era de 390 dólares, na Inglaterra, esse valor subia para 3.000
dólares, nos Estados Unidos 2.083 dólares, na França 1.480 dólares, na Itália
1.400 dólares e no Japão 3.500 dólares (Veja, 23 de julho de 1997, p. 30)
(ASSIS; NEVES; CUNHA, 2005, p. 155).

Para finaliza, os referidos autores afirmam que Polícia não é, de maneira


nenhuma, uma atividade de baixo custo para os cofres do Estado:

Para o benefício da sociedade, há que se reconhecer a premissa básica para


uma doutrina de Segurança Pública, apresentada no 3º Congresso Brasileiro
das Polícias Militares, em 1987, que Polícia não é uma atividade barata aos
cofres públicos. Mas será, pelo menos a médio prazo, um investimento até
lucrativo para toda a população, na medida em que devolva os recursos
investidos com os juros da segurança (ASSIS; NEVES; CUNHA, 2005, p.
156).

2.1 A Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998

Essa Emenda Constitucional modificou o regime e dispôs sobre princípios e


normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de
despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal e deu
outras providências. Em seu Art.19, diz que:

O § 1º e seu inciso III e os §§ 2º e 3º do Art. 144 da Constituição Federal


passam a vigorar com a seguinte redação, inserindo-se o § 9º:
Art. 144. Omissis § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos
órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39.
(BRASIL, 1988).

Ocorre que, aqui no Estado do Ceará, a chamada “Terra da Luz”, após mais de
18 anos da aprovação da Emenda à Constituição nº 19/98, esse Direito Constitucional
ainda não foi efetivado, podendo resultar em uma Intervenção da União na forma das
21

alíneas “a” e “b”, do inciso VII, do Art. 34, da Constituição Federal de 1988, devido à
não observância dos princípios constitucionais da forma republicana, do sistema
representativo e do regime democrático, em virtude de uma determinação
constitucional não haver sido ainda efetivada por pura negligência de quem de direito,
além do fato de esta não efetivação violar os direitos pessoais dos Oficiais da Polícia
Militar, devido a própria Lei Máxima atribuir a essa classe Direitos em Plenitude.
Senão, vejamos:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para: (...) VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana; (...).
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,
instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, §
8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica
dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos
oficiais conferidas pelos respectivos governadores.
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares,
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da
lei e da ordem. (...) § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as
seguintes disposições: I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres
a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas
em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes
privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros,
o uso dos uniformes das Forças Armadas; (...) (BRASIL, 1988).

Vale lembrar que, na passagem do ano de 2011 para o ano de 2012, iniciou-se
uma greve de Policiais Militares e Bombeiros Militares por melhores condições de
salários e de trabalho, sendo noticiado por Carvalho (UOL, 2011) da seguinte forma:

Os policiais militares e os bombeiros do Ceará anunciaram estado de greve,


na madrugada deste sábado (31), após o fracasso nas negociações com a
cúpula da Secretaria da Segurança e Defesa Social do Estado. Eles
reivindicam uma escala de 40 horas semanais, 80% de reajuste salarial pelo
menos até 2015 e a realização de promoções na categoria (UOL Noticiais).

Tal situação não deveria ter ocorrido, já que o subsídio era um Direito
Constitucional existente em favor dos Oficias da PM, desde 4 de junho de 1998, o que
não justifica tamanho descaso e negligência de quem de direito, já que o Estado do
Ceará é pessoa de direito público interno, devendo observar os princípios
22

constitucionais elencados no Art. 14, da Constituição Estadual de 1989. Senão,


vejamos:

Art. 14. O Estado do Ceará, pessoa jurídica de direito público interno, exerce
em seu território as competências que, explícita ou implicitamente, não lhe
sejam vedadas pela Constituição Federal, observados os seguintes
princípios: I – respeito à Constituição Federal e à unidade da Federação; II –
promoção da justiça social e extinção de todas as formas de exploração e
opressão, procurando assegurar a todos uma vida digna, livre e saudável; III
– defesa da igualdade e combate a qualquer forma de discriminação em
razão de nacionalidade, condição e local de nascimento, raça, cor, religião,
origem étnica, convicção política ou filosófica, deficiência física ou mental,
doença, idade, atividade profissional, estado civil, classe social, sexo e
orientação sexual; IV – respeito à legalidade, à impessoalidade, à moralidade,
à publicidade, à eficiência e à probidade administrativa.

O desrespeito a esses Princípios Constitucionais desembocaram no


aviltamento da dignidade humana do Oficial PM. Para Greco (apud SARLET, 2013, p.
11), dignidade humana é a “qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano, que
o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da
comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres
fundamentais que assegurem à pessoa a defesa contra todo e qualquer ato de cunho
degradante e desumano, assim como venham garantir-lhe as condições existenciais
mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa
e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os
demais seres humanos.

Os movimentos grevistas foram compreendidos como legítimos, pois os


Policiais e Bombeiros Militares reivindicavam melhores salários e condições de
trabalho, e, em virtude desse fator social, que teve uma ampla repercussão, o
Congresso Nacional aprovou, e o Presidente da República sancionou várias leis
anistiando os Policiais Militares e Bombeiros Militares, desde o ano de 1997 até o ano
de 2016.

A título de ilustração, a Lei nº 13.293, de 1º de junho de 2016, que alterou a Lei


nº 12.505, de 11 de outubro de 2011, que concedeu anistia aos policiais e bombeiros
militares dos Estados de Alagoas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio
de Janeiro, Rondônia, Sergipe, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande
do Norte, Roraima, Santa Catarina, Tocantins e do Distrito Federal, punidos por
participarem de movimentos reivindicatórios, e acrescentou os Estados do
Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso do Sul e Paraná, enunciando em seu Art. 1º que
23

a “ementa e os Arts. 1º e 2º da Lei nº 12.505, de 11 de outubro de 2011, passaram a


vigorar com a seguinte redação”:

Concede anistia aos policiais e bombeiros militares dos Estados de Alagoas,


de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, da Paraíba, do Piauí, do Rio de
Janeiro, de Rondônia, de Sergipe, do Tocantins, da Bahia, do Ceará, de Mato
Grosso, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de Santa
Catarina, do Amazonas, do Pará, do Acre, de Mato Grosso do Sul, do Paraná
e do Distrito Federal.
Art. 1º É concedida anistia aos policiais e bombeiros militares que
participaram de movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e
condições de trabalho ocorridos:
I - entre o dia 1º de janeiro de 1997 e a data de publicação desta Lei, inclusive,
nos Estados de Alagoas, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, da
Paraíba, do Piauí, do Rio de Janeiro, de Rondônia, de Sergipe e do Tocantins;
II - entre a data de publicação da Lei nº 12.191, de 13 de janeiro de 2010, e
a data de publicação desta Lei, inclusive, nos Estados da Bahia, do Ceará,
de Mato Grosso, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de
Santa Catarina, do Amazonas, do Pará, do Acre, de Mato Grosso do Sul, do
Maranhão, de Alagoas, do Rio de Janeiro, da Paraíba, do Paraná e do Distrito
Federal.
Art. 2º A anistia de que trata esta Lei abrange os crimes definidos no Decreto-
Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 – Código Penal Militar, e na Lei nº
7.170, de 14 de dezembro de 1983 – Lei de Segurança Nacional, e as
infrações disciplinares conexas, não incluindo os crimes definidos no Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, e nas demais leis
penais especiais (BRASIL, 2011).

A desobediência civil ocorrida pelas greves das Polícias e Bombeiros Militares


demonstraram a efetivação da garantia à democracia, em virtude da conscientização
política de seus participantes, que ficaram insatisfeitos com a grande insegurança
jurídica causada pelo descumprimento de um mandamento constitucional, que
repercute na quebra do pacto político existente entre governantes e governados, em
que ambos estão subordinados e obrigados a cumprir o que a Lei Máxima determina.

De acordo com Rocha (2009, p. 82), a desobediência civil e o direito de


resistência4 são garantias da democracia de preponderante natureza política. Fala-se

4 Quanto às diferenças entre a desobediência civil e o direito de resistência, explana Rocha (2009, p.
82-83): A desobediência civil é uma oposição dirigida contra certas normas ou atos específicos dos
poderes públicos, considerados prejudiciais aos interesses de grupos geralmente minoritários.
Ressalte-se, porém, que às vezes os interesses afetados podem ser comuns a toda a sociedade, o que
não desnatura a desobediência civil. O que se quer enfatizar é que a desobediência civil é sempre uma
iniciativa de grupos minoritários, talvez por serem mais politizados do que o restante da sociedade.
Registre-se, a título de exemplo do que afirmamos, a luta do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
(MST) em favor da reforma agrária, que é do interesse da sociedade em geral por afetar aos mais
diferentes aspectos da vida social, embora seja uma luta sustentada por um grupo minoritário. Já o
direito de resistência é uma ação política orientada contra o poder político como um todo por mudar ou
pretender mudar a ordem constitucional. Um exemplo seriam as lutas contra as ditaduras, de triste
memória entre nós. Outra diferença entre desobediência civil e direito de resistência é o marco dentro
do qual se coloca a desobediência civil. Por essa razão, a desobediência civil implica o reconhecimento
da legalidade como um todo. Já o direito de resistência, como dito, é uma oposição ao sistema político
24

em natureza política preponderante porque ambos têm finalidades políticas, ou seja,


ambos são atos de oposição ao poder público por motivos de justiça, isto é, pelo fato
de as leis ou o ordenamento jurídico, ou as políticas do governo, ou as decisões do
Judiciário não guardarem compatibilidade com os valores constitucionais,
especialmente com os direitos humanos. Trata-se, pois, de atos políticos, de exercício
direto do poder político pelos grupos sociais − em síntese, de formas de participação
política, visando à produção imediata de efeitos políticos (mudança de legislação, de
orientação das políticas públicas etc.) e só mediatamente de efeitos jurídicos.

como um todo por mudar ou tentar mudar os princípios fundamentais da ordem jurídica. Mais uma
diferença entre a desobediência civil e o direito de resistência é que a primeira deve ser pacífica,
segundo alguns doutrinadores. Já o direito de resistência envolve quase sempre a violência porque
coloca em jogo a manutenção ou não do sistema político como um todo. Recorde-se, a título de
ilustração, a resistência de alguns grupos políticos contra as ditaduras militares na América do Sul, dos
anos 60 do século passado, que resultou em muita violência com a morte de milhares de vítimas civis
25

CONCLUSÃO

O Estatuto dos Militares do Estado do Ceará é uma Lei de 2006, no qual, sem
explicações plausíveis, o Art. 54 definiu que existem dois tipos de remunerações para
os Oficiais da PM, os vencimentos ou o subsídio, quando, na verdade, deveria apenas
se reportar ao segundo tipo de remuneração.

Deve-se lembrar que, desde a Emenda Constitucional de nº 19, de 4 de junho


de 1998, a remuneração dos Oficiais da PM deveria ser através de subsídio fixado em
parcela única, na forma do art. 39, § 4º da Constituição Federal, não sendo razoável
nem proporcional um Estatuto do ano de 2006 não conter unicamente, o subsídio
como forma de remuneração dos Oficiais da PM.

Vale ainda ressaltar que, o princípio Constitucional da Plenitude dos Direitos


dos Oficiais da PM, que estão expressos na Constituição Federal de 1988 e na
Constituição Estadual de 1989, tampouco estão transcritos no Estatuto dos Militares
do Estado do Ceará, não sendo, repete-se, razoável nem proporcional tal omissão.

Essa insegurança jurídica afronta a dignidade humana do Oficial, em virtude de


a Constituição Federal, e de igual forma, a Constituição Estadual, determinarem que
os Oficiais possuem os seus direitos em plenitude, fato que não acontece no Estado
do Ceará, ficando, assim, clara a omissão do Chefe do Poder Executivo.

A atual situação de penúria em que vivem os Oficiais da Polícia Militar no


Estado do Ceará pode resultar em movimentos reivindicatórios por melhores salários,
já ocorridos no passado, devido, como dito antes, à grande insegurança jurídica criada
pela falta de efetivação de um Direito Constitucional, previsto há 18 anos e, sem
motivo algum, não efetivado, diferentemente do que ocorreu com a sua coirmã, a
Polícia Civil, que teve seu subsídio aprovado, no ano de 2008, pela Lei nº 14.218, de
14 de outubro de 2008 (D.O. de 21/10/2008), que dispôs sobre a fixação do subsídio
do Cargo de Delegado de Polícia Civil e deu outras providências. Esta lei foi retroativa
a 1º de julho de 2008, conforme consta em seu Art. 35.

A título de exemplo, existe, hoje, um abismo entre a remuneração de Delegados


e Oficiais, com um Delegado de Polícia Civil (1ª Classe), em início de carreira, recebe
um subsídio de R$ 15.333,60 e um Oficial em início de Carreira − 2º Tenente PM −
recebe uma remuneração de R$ 4.488,98. Já um Delegado de Classe Especial recebe
26

um Subsídio de R$ 20.675,22, enquanto que um Coronel PM recebe uma


remuneração de R$ 10.873,72 (páginas 17 e 18, do Diário Oficial do Estado de nº 245,
de 30 de dezembro de 2014).

Ante o exposto, pode-se concluir que, no Estado Democrático de Direito, a


percepção de remuneração dos Oficiais da PM deveria ser através de subsídio fixado
em parcela única, na forma do art. 39, § 4º da Constituição Federal, criado pela
Emenda Constitucional nº 19/98, que adicionou o parágrafo 9º ao Art. 144, da
Constituição Federal, e que, em homenagem ao Princípio Constitucional da Plenitude
de Direitos dos Oficiais da PM, já deveria estar efetivado desde o ano de 1998, fato
que até a presente data não ocorreu, e, pela ausência de interesse político, poderá
não ocorrer tão cedo.

Resta apenas ao Oficialato buscar socorro ao Poder Judiciário, através de uma


ação individual ou coletiva (já que o Direito Constitucional ao Subsídio é um Direito
Individual Homogêneo, espécie de Direito Difuso, previsto no inciso III, parágrafo único
do Art. 81 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, que dispôs, sobre o Código
de Defesa do Consumidor), através do Mandato de Injunção com Pedido de
Indenização, para que seja expedido o devido Decreto Judicial, que forçará o Chefe
do Poder Executivo a encaminhar ao Parlamento o Projeto de Lei de criação do
subsídio dos Oficiais da PM, sanando uma omissão que já dura quase duas décadas,
e que traz prejuízos irreparáveis, que serão minimizados com o adimplemento da
indenização pedida.
27

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de 2011, que “concede anistia aos policiais e bombeiros militares dos Estados de
Alagoas, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, da Paraíba, do Piauí, do Rio de
Janeiro, de Rondônia, de Sergipe, da Bahia, do Ceará, de Mato Grosso, de
Pernambuco, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de Santa Catarina, do Tocantins
e do Distrito Federal, punidos por participarem de movimentos reivindicatórios”, para
acrescentar os Estados do Amazonas, do Pará, do Acre, do Mato Grosso do Sul e do
Paraná. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
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