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Princípios do Comportamento

Na Vida Diária
Baldwin, J.D. e Baldwin, J l .
T radução do livro:

“Behavior Principles In Everyday Life”


Baldwin, J.D. e Baldwin, J.L.
Universidade da California, Santa Bárbara - 1986
Prentice Hall, Inc - Englewood Cliffs, N. Jersey.

Equipe de Professores Tradutores

• Laura Furtado Ciaiffo (Psicóloga Clínica)


• Maria José E. Vasconcellos (Mestre Psicologia - UFMG - Psicóloga clínica)
• Sílvia Rejane Castanheira Pereira (Mestre Psicologia - UFMG)
• Sônia dos Santos Castanheira (Mestre Psicologia - UFMG - Psicóloga clínica)

Coordenação - Organização (1987-1998):

• Professora Sôr.ia dos Santos Castanheira

"Este trabalho está sendo utilizado em caráter experimental, exclusivamente com


alunos das disciplinas Psicologia Experimental I e II, do Departamento de Psicologia
UFMG. até que se efetive a publicação desta tradução, com autorização do diretor
FAFICH-UFMG ” Dez. de 1987

Serviço Editoração / Digitação Atualizada - 1998

♦ Elisa Nunes - Aluna Psicologia - FAF1CH - UFMG


* Felipe Alexandre N. Santos - Aluno Mecatrônica - PUC/MG
• Jaime Camargos - Aluno Psicologia - Fac. Newton Paiva
• Walter Lana - Aluno Psicologia - FAFICH - UFMG
ÍNDICE

1. Ciência e Comportamento Humano - Trad.:Sônia S. Castanheira................................................. 1


Uma ciência que cresce.........................................................................................................................2
Conclusão.............................................................................................................................................. 5

2. Condicionamento O perante-T rad.: Sônia S. Castanheira.............................................................6


; O operante: comportamento instrumental.......................................................................................... 8
Reforçamento....................................................................................................................................... 9
. Extinção............................................................................................................................................. 20
L Punição................................................................................................................................................24
Dcscontinuidadc da punição............................................................................................................. 29
Imediaticidade e contingência...........................................................................................................31
Conclusão........................................................................................................................................... 33

3. Condicionamento Pavloviano - Trad.: Maria José E.Vasconcellos............................................ 34


^Condicionamento rápido..................................................................................................................34
\Dois tipos de reflexos......................................................................................................................36
^Condicionamento normal...................................................................................................................38
Sete determinantes da força do condicionamento............................................................................41
Respostas condicionadas comuns..................................................................................................... 43
Extinção.............................................................................................................................................47
Condicionamento de ordem superior................................................................................................ 51
Contracondicionamento.................................................................................................................... 54
Conclusão.................................................................... ............................................................ 57

4. Condicionamento Operante e Pavloviano Juntos - Trad.: Maria José E. Vasconcellos........... 58


Diferenças entre condicionamento operante e pavloviano............................................................. 58
Condicionamento operante e pavloviano......................................................................................... 60
Conclusão.......................................................................................................................................... 66

5. Colagem de Estímulos - Trad.: Silvia R. C. Pereira......................................................................67


Múltiplos estímulos antecedentes..................................................................................................... 67
Estímulos externos e internos............................................................................................................70
Generalização (operante).................................................................................................................. 73
Discriminação (operante).................................................................................................................. 77
Generalização (pavloviana)............................................................................................................. 79
Discriminação (pavloviana) .................................................................................................... 81
O papel das palavras na colagem de estímulos............................................................................... 82
Identificando o contrcle de estímulos.............................................................................................. 85
Conclusão.......................................................................................................................................... 88
6. Reforçadores e Punidores Incondicionados - Trad.: Laura F. Ciruffo......................................... 89
A relatividade dos reforçadores e punidores..................................................................................... 89
Estímulos incondicionados...................................................................................................................91
Modificação dos reforçadores e punidores incondicionados.............................................................95
O princípio de premack........................................................................................................................99
Estimulação sensorial..................................................................................................................... 100
Conclusão........................................................................................................................................118

7* Reforçadores e Punidores Condicionados - Trad.: Laura F. Ciruffo....................................... 119


O processo de condicionamento............ .......................................................................................... 119
Estímulos preditivos..........................................................................................................................120
Reforçadores e punidores sociais..................................................................................................... 127
Símbolos (tokens) como reforçadores e punidores.......................................................... ............... 130
Reforçadores e punidores generalizados...........................................................................................131
Cadeias de operantes..........................................................................................................................132
Conclusão........................................................................................................................................... 141

8. Reforçamento Diferencial e Modelagem - Trad.: Silvia R. C. Pereira........................................142


Reforçamento diferencial..................................................................................................................142
Indução..............................................................................................................................................149
Modelagem..................................................................................................................................... 151
Conclusão........................................................................................................................................163

9. Modelação e Aprendizagem Vicariante - Trad.: Sônia S. Castanheira....................................164


Três tipos de efeitos modeladores.................................................................................................165
Aprendizagem vicariante...............................................................................................................167
Condicionamento pavloviano........................................................................................................ 167
Comportamento operante...............................................................................................................171
Modelação pelos meios de comunicação de massa...................................................................... 181
Conclusão....................................................................................................................................... 184

10. Estímulos Facilitadores (prom pts)-T rad.: Sônia S. Castanheira................................ ......185


Orientação física............................................................................................................................. 186
Facilitadores (prompts) mecânicos................................................................................................187
Figuras............................................................................................................................................ 188
Gestos............................................................................................................................................. 188
Palavras...........................................................................................................................................189
Conclusão.......................................................................................... .............................................189
11. R egras-T rad.: Silvia R. C. Pereira............................................................................................I90_
O uso dc regras c aprendido.........................................................................................................191
Os S ^s para seguir regras............................................................................................................ 193
Regras explicitas versus regras implícitas.................................................................................. 195
Imposição de regras......................................................................................................................196
Uso de regras aliado à experiência direta...................................................................................198
Conhecimento tácito e conhecimento explícito......................................................................... 199
As pessoas sabem mais do que conseguem descrever.............................................................. 201
A pressão para inventar regras.................................................................................................... 202
Conclusão..................................................................................................................................... 204

12. Esquemas - Trad.: Maria José E.Vasconcellos..........................................................................205


Os efeitos sempre presentes de esquemas...................................................................................205
Aquisição e manutenção...................... .......................................................................................206
Esquemas de razão fixa...............................................................................................................208
Esquemas de razão variável........................................................................................................ 210
Esquemas de intervalo fixo......................................................................................................... 212
Esquemas de intervalo variável...................................................................................................213
Efeitos dos esquema.................................................................................................................... 215
Reforçamento diferencial de altas taxas de respostas - DRH.................................................... 219
Reforçamento diferencial de baixas taxas de respostas - DRL.................................................. 219
Esquemas compassados.............................................................................................................. 220
Reforçamento diferencial de outro comportamento - D RO ..................................................... 221
Esquemas compostos...................................................................................................................222
Esquemas não-contingentes (independentes da resposta)......................................................... 228
Contingências de reforçamento vagamente definidas................................................................231
Conclusão......................................................................................................................................234

13. Controle Positivo e Negativo-T rad.: Sônia S. Castanheira ..................................................235


Aplicações humanísticas.............................................................................................................. 236
Comportamento desejável............................................................................................................237
Comportamento indesejável........................................................................................................ 241
Alternativas à punição................................................................................................................. 244
Conclusão..................................................................................................................................... 249

14. Pensamento Self e Autocontrole - Trail.: Maria José E. Vasconcellos................................. 250


Pensamento é comportamento....................................................................................................250
Condicionamento operante de pensamento............................................................................... 252
Condicionamento pavloviano de pensamentos..........................................................................254
SD,s e pensamentos..................................................................................................................... 258
O curso da consciência................................................................................................................259
Atribuição He significado ......................................................................................... 265
O se lf........................................................................................................................................... 267
Autocontrole................................................................................................................................ 270
Conclusão.....................................................................................................................................276
Prefácio

primeira edição de Princípios do obscurecer os pontos principais. A troca para

A Comportamento na Vida Diária foi


uma tentativa preliminar de apresen­
exemplos mais curtos permitiu-nos cobrir um
número maior de tópicos, que ajuda os alunos a
aprender mais dos princípios do comporta­
tação dos princípios básicos do condiciona­
mento operante e Pavloviano junto com a mento e aplicá-los a uma variedade maior de
teoria de aprendizagem social e o behaviorismo eventos interessantes.
cognitivo na maneira como se aplicam à vida
quotidiana. Quatro anos mais tarde, tivemos a * * * *
oportunidade feliz de estender e refinar o tipo
de análise do comportamento iniciado na A extensão da ciência do comportamento
primeira edição. A nova edição contém um à vida diária tem o potencial de introduzí-la nas
número maior de princípios e ela os desenvolve áreas de treinamento, pesquisa, terapia e teoria.
mais claramente e de forma mais detalhada. Há Em primeiro lugar, estudar os princípios do
uma atenção significativamente maior a tópicos comportamento em ambientes naturais ajuda
importantes como a interação dos condicio­ os alunos a aprender como aplicar estes
namentos operante e Pavloviano, os antece­ princípios a uma margem maior de comporta-
dentes como estímulos preditivos, esquemas mentos diferentes e contextos diferentes.
compostos, contraste comportamental, esque­ Quando os alunos estudam os princípios do
mas concorrentes e escolha, raciocínio, comportamento com exemplos do laboratório
emoções, reforçamento intermitente, registros ou da pesquisa clínica, algumas vezes não
acumulados, a lei do efeito, modificação do conseguem aprender como os princípios se
comportamento, autocontrole, habituação, aplicam a todo o comportamento. Embora
efeitos da recuperação, emoções vicariantes
tenham adquirido um repertório verbal para
condicionamento vicariante, ensaio e condicio­
descrever e analisar exemplos de laboratório e
namento encoberto, motivação interna, desam­
clínica, suas habilidades podem não ser
paro aprendido e muitos outros tópicos. Todos aplicáveis ao comportamento fora do labora­
os princípios são apresentados em itálico para tório ou do ambiente clínico e podem não
auxiliar o leitor a identificar o material-chave.
entender a aplicabilidade da ciência do compor­
Além disso, mudamos o estilo dos tamento a todas as formas de comportamento.
exemplos para lidar com uma margem maior de Estudar os princípios do comportamento na
eventos da vida diária. A segunda edição vida diária facilita a generalização de habilida­
contém um número maior de exemplos curtos e des analíticas para um grande número de dife-
sucintos que ilustram os princípios do renes comportamentos e diferentes ambientes.
comportamento rápida e claramente. Também ajuda os alunos a entender melhor os
Reduzimos o número de exemplos longos, princípios e apreciar seu poder, utilidade e
especialmente quando sua extensão podia relevância.
Em segundo lugar, tanto a pesquisa de gradualmente deslocado para formas naturais*
laboratório quanto a clinica jxxiem ser de reforçamento, modelos e regras. Este livro
alargadas e enriquecidas focalizando-se uma tomará mais facil a conselheiros e terapeutas
maior atenção nos comportamentos complexos identificar as variáveis do comportamento em
e nas variáveis controladoras encontradas nos contextos naturais e programar os passos
ambientes naturais. Estudar os padrões com- necessários para assegurar a generalização.
portamentais encontrados na vida diária levanta
Em quarto lugar, esforços confirmados
inúmeras questões sobre o comportamento e
em fazer observações cuidadosas\ objetivas e
suas múltiplas variáveis controladoras que, cientificas do comportamento diário
muitas vezes, sugerem tópicos de pesquisa que
fornecerão dadas naturalisticos que podem
são úteis em pesquisas clínicas e de laboratório.
expandir, tanto o ramo teórico quanto o
Uma vez que os estudantes do comportamento
aplicado da ciência comportamentai Os dados
aprendem a aplicar princípios comportamentais
dos eventos complicados vistos no ambiente
tanto ao ambiente natural quanto ao ambiente
natural são úteis para se entender os padrões do
de pesquisa, as observações em cada um desses
comportamento complexo e resolver os tipos
tipos de ambiente podem aumentar sua
de problemas encontrados fora do laboratório e
compreensão do comportamento em outros clinica _ por exemplo, nas relações familiares,
ambientes e estimular mais questões, mais educação, negócios, indústria, organizaçoes
hipóteses e mais teorias sobre o compor­
complexas, comunidade e governo local,
tamento em geral. política, bem-estar social, delinqüência juvenil,
Em terceiro lugar, o estudo dos crime e etc. Expandindo-se a ciência do
princípios comportamentais na vida diária comportamento para lidar com as complexi­
pode aumentar a eficácia da terapia compor- dades dos ambientes naturais seria possível
tamental Um objeúvo primário da terapia é desenvolver meios cada vez mais eficazes de
produzir ganhos comportamentais que persis­ aplicar os princípios do comportamento a
tam no ambiente natural do cliente. Entretanto, problemas importantes nos níveis individual e
muitas vezes a generalização é inadequada _ social2.
especialmente quando os terapeutas enfatizam Em quinto lugar, a extensão cuidadosa
primariamente a mudança comport amental no dos princípios do comportamento ao ambiente
ambiente terapêutico e negligenciam diferenças natural pode beneficiar iodas as disciplinas
entre esse ambiente e o meio natural do cliente. acadêmicas que estudam o comportamento
A generalização e manutenção da mudança do humano _ psicologia, sociologia, antropologia,
comportamento devem ser programadas _ não ciência política, negóctosy educação, história,
deixadas ao acaso *. Com o objetivo de aumen­
etc. Para pessoas que se ocupam de disciplinas
tar a generalização, os terapeutas comporta­ que lidam com o comportamento que ocorre
mentais devem ser conhecedores das variáveis
naturalmente, a ciência do comportamento é
comportamentais nos ambientes naturais e mais relevante, mais facilmente aprendida e
projetar programas que construam a ponte mais prontamente aplicada quando apresentada
entre ambientes terapêuticos e naturais. Por com exemplos da vida diária do que com
exemplo, os ganhos de tratamento que são exempios de laboratório e da pesquisa clínica3.
produzidos com reforçamento artificial,
modelos planejados, ou regras não naturais
provavelmente não se generalizam ao ambiente J Mcad (1934), Skinner (1953), Staats (1975), e
natural a menos que o comportamento seja outros behavioristas mostraram um interesse
considerável na aplicação da ciência do comportamento
tanto a problemas individuais quanto da sociedade.
1 Dimbaum (1976); Goldstein e Kanfer (1979);
3 A teoria psicodinámica tem sido aplicada a várias
Goetz et al. (1979,1981); Costello (1983).
áreas, cm parte porque lida com comportamento
Além disso, o tipo de análise apresentada neste nossa gratidão a Ed Stanford e John Isley pelo-
livro pode ajudar a desenvolver uma teoria desejo de publicar um livro que tenta levar a
empiricamente construída que pode identificar ciência do comportamento numa nova direção.
o trabalho feito nas diferentes disciplinas
acadêmicas que lidam com o comportamento
humano em ambientes naturais. Cada disciplina X D.B.
desenvolveu teorias especializadas para lidar
J. I. B.
com a essência de seu próprio objeto de
estudo; mas poucas produziram teorias com
potencial para unificar todas as disciplinas
como o faz a ciência do comportamento. A
análise comportamental da vida diária pode
facilitar o uso mais amplo da ciência do
comportamento porque ela une a pesquisa
experimental e as observações nos ambientes
naturais. Ela lida, Igualmente bem, tanto com o
comportamento individual quanto o social.
Inclui tanto ações manifestas quanto eventos
encobertos - pensamentos, sentimentos e
emoções. E isto é bem apropriado para explicar
a interação do comportamento e dos fatores
socio-ecológicos, identificando mudanças tanto
no comportamento quanto no ambiente, já que
cada componente deste sistema interativo
evolui e muda através do tempo 4

* * * *

Muito da inspiração para escrever e


aperfeiçoar o livro surgiu das aulas dadas a
estudantes brilhantes e indagadores, cuja
curiosidade intelectual estimulou nosso próprio
pensamento e estudo. Agradecemos a todos
aqueles alunos por suas perguntas, sugestões e
entusiasmo. Somos gratos também ao prof. Jay
Alperson, da Palomar University, prof. Thomas
E. Billimek, do San Antonio College, prof.
David Meissner, da Alfred University e prof.
Kenneth N. Wildman, da Ohio Northern
University pela leitura cuidadosa do texto em
manuscrito e por seus valiosos comentários e
criticas. Finalmente, gostaríamos de expressar

humano e tem sido muito acessível a estudantes cm


muitas disciplinas.
4 Staats (1975); Baldwin (no prelo).
Ciência e
Comportamento
Humano
Neste capítulo você vai aprender sobre a ciência do comportamento: seus
objetivos principais, suas origens na pesquisa de laboratório, e as vanta­
gens de se estender a ciência do comportamento para lidar com a vida
diária.

s pessoas estão sempre curiosas a enquanto que outras não o são? Por que

A respeito de seus próprios comporta­


mentos, suas relações com os outros, e
as inúmeras dificuldades da vida diária. Dada
a enorme complexidade do comportamento
alguns pais educam seus filhos melhor que
outros?" Há inúmeras outras questões
importantes que surgem diariamente através
da vida. Questões a respeito do comporta­
humano e das interações sociais, pode ser mento humano provavelmente ocuparam mais
muito difícil identificar os princípios básicos a atenção das pessoas do que questões a
que explicam o comportamento do dia a dia, respeito do sol, das estrelas, do tempo, das
se se trabalha apenas com os dados da plantas ou animais, mas as respostas têm
experiência diária. A principal premissa deste surgido mais lentamente. Porque as ciências
livro é que os princípios básicos do comporta­ da física, química e biologia se desenvol­
mento, desenvolvidos através da análise expe­ veram antes das ciências do comportamento,
rimental do comportamento, possam ser de muitas pessoas têm mais informações científi­
grande valia para se entender e explicar o cas a respeito do mundo físico e biológico do
comportamento humano nos ambientes natu­ que a respeito do comportamento. As ciências
rais. Nosso objetivo aqui é explicar estes do comportamento só começaram a florescer
princípios objetivando a fãcil apreensão de no presente século. Muitas pessoas ainda não
conceitos e sua utilização na compreensão do conhecem os princípios básicos do comporta­
comportamento na vida cotidiana. mento que foram bem documentados nas
As duas razões principais para a várias décadas passadas. Entretanto, ultima­
aplicação dos princípios comportamentais à mente, as coisas estão mudando. Agora que as
vida diária são uma melhor compreensão do ciências do comportamento desenvolveram
comportamento e sua aplicação prática. Em um corpo de princípios bem estabelecidos,
primeiro lugar, o indivíduo curioso acha a também estão estendendo sua influência para
vida cheia de questões intrigantes. “Por que além do laboratório. Os princípios do
me sinto alegre num dia e triste em outro? Por comportamento estão sendo usados cada vez
que algumas pessoas são criativas ou alegres, mais na terapia, educação, criação de filhos,
Poncipiot ao Camecrlamanto r»> vida D ijoa -

aconselhamento de casai, autocontrole, aprendido e modificado. O conhecimento dos


negócios e governo. A ciência do comporta­ princípios do comportamento pode ajudar as
mento está atingindo a maioridade. Este iivro pessoas a apreender um novo comportamento
estende o raio de ação das aplicações mais depressa, mais facilmente, e de um modo
awnportamemais para incluir a vida cotidiana. mais gratificante do que seria possível de
Ele permitirá ao indivíduo curioso usar outra forma. Só por esta razão, a ciência
orientações cientificas para ajuda a responder componamenta! é uma das mais importantes
as perguntas que têm sido as mais ciências: ela fornece as pessoas as ferramentas
interessantes: "Por que nos comportamos das intelectuais de que precisam para tomar a
munciras que o fazemos'7*’ aprendizagem e o desenvolvimento do seu
Em segundo lugar, há vantagens potencial humano uma experiência gratifi-
práticas em se aplicar os princípios do cante e satisfatória.
comportamento no dia a dia. À medida que as
pessoas ganham informação a respeito de seu
próprio comportamento, estâo numa posição
melhor para dirigir as próprias vidas, mudar as
coisas que não gostam c realizar coisas que dc
ouíro modo estariam alem de seu alcance
AJem disso, um conhecimento maior dos
princípios do comportamento c de como eles
operam nas interações sociais, pode permitir
as pessoas desenvolver uma maior sensibili­
dade aos outros, aprender a melhorar a
qualidade de seu comportamento nas
interações, criar relações mais gratificamos
Os princípios do comportamento discutidos
neste livro podem também ajudar as pessoas a FIGliRA 1.1 Grande parte dos primeiros
se tornarem mais brincalhonas e criativas, a trabalhos comportarocnuús foi conduzida
convener as interações sociais aversivas em no laboratório onde era possível realizar
positivas, obter maior controle sobre seus pesquisas experimentais precisas c coro-
próprios pensamentos e ações, c muito mais. fiàveis, sob condições controladas.
A ciência do comportamento está afastando o
véu de mistério que por muito tempo
envolveu o comportamento humano, permi­ U M A C IÊ N C IA O U E C R E S C E
tindo cada vez mais as pessoas se beneficia­
rem da melhora da qualidade de seu próprio A ciência do comportamento relacio-na-
comportamento e suas relações sociais. sc com o total do comportamento humano,
O comportamento humano é, na sua falar, amar, comer sanduíches, pintar quadros,
maior parte, comportamento aprendido. vender imóveis, aprender coisas novas,
Muitas pessoas aprendem somente uma esquecer coisas antigas. Tudo que a gente fez,
pequena porç&o das habilidades, dos talentos e até mesmo pensar e fantasiar, é comporta-
sensibilidades que poderiam aprender. Elas mento1 A ciência comportament&l fornece
desenvolvem somente uma fração de seu
potencial humano Se soubessem mais a res­
1 Nead (1934). Skinocr (1969:1974). Mabonc>
peito dos princípios básicos da aprendizagem (1974X Macbenbauni (1977) c iniulos outros b eb sw -
poderiam desenvolver muito mais suas capa­ rístas incluem o pcntaiuciiio oocoo uiu compoiumatfú
cidades. Os princípios apresentados neste que deve $ci analittòo cm qualquer teoria compro*
livro explicam como o comportamento e CftSiva do comportamcoto humano. "Uma a é n a a do
com portamento adequada d evt considerar os esm toj
Princípios do Comportamento na Vida Diária 3

ferramentas poderosas para explicar porque observações objetivas tanto do comporta­


nós nos comportamos da maneira como o mento quanto de suas variáveis controladoras.
fazemos. Somos cercados e envolvidos por Grande parte cos primeiros trabalfrõi cõmpor-
comportamento o tempo todo. Ainda assim, tamentais foi conduzida no laboratório onde
poucas pessoas conseguem uma boa era possível realizar pesquisas experimentais
compreensão dos princípios fundamentais que precisas e confiáveis, sob condições controla­
explicam o comportamento. Estamos sempre das. A fím de localizar os princípios básicos,
tão próximos do comportamento que “as padrões simples de comportamento foram
árvores nos impedem de ver a floresta selecionados e estudados sob condições am­
Conhecemos indivíduos e suas idiossincrasias bientais simplificadas. Através das décadas,
tão bem que freqüentemente deixamos de ver experimentos de laboratório cada vez mais
os amplos padrões subjacentes a todo complexos se tomaram possíveis e os princí­
comportamento. Para entender os princípios pios de comportamento originais foram
universais do comportamento humano, tem elaborados e ampliados para cobrir padrões de
sido útil utilizar a pesquisa de laboratório comportamento cada vez mais complexos.
baseada na análise experimental do Tão logo os princípios de comportamento se
comportamento. tomaram melhor compreendidos, foi possível
estender a teoria da aprendizagem do labora­
tório às aplicações clínicas e ao ambiente
natural. O Journal o f Applied Bahavior
Analysis foi criado cm 1968 para publicar os
resultados da pesquisa aplicada em ambientes
naturais e seu sucesso evidencia a utilidade de
se estender a análise do comportamento à vida
cotidiana. A Etologia - a escola européia de
pesquisa de comportamento animal - também
estimulou o interesse pelo estudo do compor­
tamento em contextos naturais.
Estas múltiplas influências expandiram
a ciência comportamental moderna além de
sua ênfase original na pesquisa de laboratório.
O estudo da vida cotidiana é um dos mais
novos ramos da matéria. Todos os cientistas
FIGURA 1.2 Burrhus Frederic Skinner do comportamento compartilham u m profun
(1 9 0 4 -9 0 ) do compromisso de conduzir uma análise do
comportamento precisa e objetiva. A principal
mudança, resultante da nova ênfase na obser­
A ciência comportaraental surgiu no vação do comportamento em ambientes
intcio do século XX. como uma _ceação. as naturais, foi um aumento da atenção dedicada
teorias psicológicas introspectivas e não aos padrões do comportamento complexo,
científicas, daquela época. Desdé ó inicio, o assim como o processo do desenvolvimento e
principal objetivo da ciência do comportar socialização comportamental, através dos
mento tem sido desenvolver_ j a _ e s t u d o quais estes padrões são aprendidos.
empírico cio comportamento baseado em
O ambiente natural é consideravel­
mente mais complexo que os ambientes de
que acontecem debaixo da pele de um organismo, não
como mediadores fisiológicos de comportamento, mas
como parte do próprio comportamento” (Skinncr,
1969:228).
PhPCiDtw <10 C«MK>B8rr<r.«> r a Vxia c a n a 4

laboratories. Múltiplos fatores operam simul­ a astronomia quanto a física de laboratory


taneamente t ptoduzem inúmeros efeitos estudam o mundo físico e suas teorias se
interacionais que não são normalmente ajustam muito bem. Mas a astronomia se
criados ou estudados no laboratório. È apóia mais na observação cuidadosa de céus
verdade que estudar o comportamento em remotos c experimentos naturais do que na
contextos naturais força o observador a manipulação experimental de variáveis cuida­
abandonar o controle experimental e condi* dosamente controladas no laboratório. Apesar
çòes simplificadas que tornam os estudos de da ausência do controle de laboratório, a
laboratório tio poderosos Entretanto. a astronomia desenvolveu-se Foi a primeira das
ertensào da ciência componamental ao ciências modernas a fiorcsccr durante a
ambiente natural è essencial para se entender Renascença e observações cuidadosas das
como os pnncipios do comportamento se estrelas continuam a fornecer dados que
aplicam aos eventos cotidianos e como eles formam o desenvolvimento da teoria na física
podem ser usados mais efetivamente pora contemporânea. 0 estudo componamental da
resolver problemas, tanto no nivei individual vida cotidiana - baseado cm observação
quanto social. Skinner, Homans. Bandura. cuidadosa e em experimentos naturais - tem o
Scott. Wolf, Burgess. Kunkle, Baer, potencial de fornecer informação valiosa
Mahoney, Meichcnbaum, Akers c muitos sobre padrões de comportamento natural
outros fomcccm modelos para se estender as complexo e de acelerar o desenvolvimento das
análises do comportamento a problemas do ciências comportamentais.
mundo red no govemo, «ducaçâo, terapia, Louis Pasteur - o dentista francês que
agressão, crime, autocontrole, comportamento aplicou seu conhecimento de química e
moral, etc. Se há uma perda do controle, biologia a rrtuitos problemas diários - disse:
comum no laboratório, há um ganho "nos campos da observação, a sorte favorece
compensador em relevância. apenas a mente que está preparada". 0
Em certo sentido, a análise comporta- mundo ao nosso redor nos fornece uma fonte
mental da vida diária c comparável com a constante de exemplos interessantes do
astronomia, assim como as formas de estudo comportamento natural Ainda assim, muitas
de laboratório da ciência componamental se pessoas não estão preparadas para “»w" os
comparam com a física de laboratório’ Tanto princípios intrigantes que estão operando
constantemente, bem debaixo de seus olhos.
Os princípios do comportamento, derivados
: Alguns consideram o estudo do cocnponamcuo no das pesquisas de laboratório, nos preparam
ambiente natural tâo complexo que etes nâo o tentam. para fazermos observações sensíveis da vida
Entretanto, tanto os estudos de laboratório qiunio os de
cotidiana.
«m ipo i4m seus pontos fortes, t cada um pode cxxnpJc-
nienur o outro, perfeitamente. paia fornecer uno Este livro foi feito para tomar os
nidltor compreensSo do coroponamenfo (Bandura e princípios básicos da ciência do compor­
Walters, 1963:39t Mason. 1963).
tamento mais fáceis de entender e de aplicar a
5 Comparar o estudo compcrtinicnial da vxla todos os tipos de eventos diários Foram
cotidiana coot a astronomia (portpit nenhuma delas tem
selecionados centenas de exemplos da vida
acesto aos controla de lahoraiònoi não t uma
desculpa para não se fa/cr obseraçGcs cuidadosas c diária para ilustrar os diversos princípios 0
c ia u í ficas. A astronomia florcsccu por causa de sis*& livro começa com os princípios mais básicos
observações detalhadas. sua precisão e disposição de do comportamento nos capítulos iniciais para
uUbzar dados de laboratório a o muluptas áreas. incluir considerações cada vez mais sutis.
Qu&tdo os controles e os experimentos naturais estão
dupontveis. os asuòooroos ficam ansiosos paia osá-ks:
cmreumo. os astrônomos nào desistem de sen trabalho cxini ncccs$árk> pcua sc là^cí Observações naitira-
meramente porque ido podem ofctcr o contrate possível
mesmo quando os controla de txpcttmcmos
ao bboratóno Os dados especiais e os 'insigftis".
de hbonuáno nâo sào posyvás
dispoimcis do ambinue natural justificam o esforço
Prmcioios do Comportamento na Vida Diária S

Uma vez que os princípios básicos nos


primeiros capítulos fornecem os fundamentos
sobre os quais se constroem todos os
princípios posteriores, o leitor verá imedia­
tamente nos capítulos iniciais, algumas das
mais poderosas generalizações acerca do
comportamento assim como aplicá-los aos
eventos diários significativos. Os capítulos
posteriores tratam de generalizações empiricas
adicionais, necessárias para compreender toda
a extensão da experiência humana. Os
capítulos finais fornecem informações espe­
cialmente importantes para tomar a vida mais
positiva e dar melhor controle sobre os
próprios pensamentos e ações. Para ajudar o
leitor a identificar e dominar as idéias
principais, todos os princípios importantes
foram acentuados pelo uso de itálico.
Tentamos tomar o livro sensato e científico,
baseados na crença de que a ciência pode ser
um dos meios mais úteis e humanísticos de
compreender e enfrentar as complexidades do
mundo em que vivemos4.

CONCLUSÃO

Este livro se propõe a apresentar os princípios do comportamento de modo a facilitar sua


aplicação na vida diária. O conhecimento dos princípios de comportamento que operam na vida
diária podem ajudar pessoas a compreender melhor suas vidas e ajudá-las a melhorar a qualidade
de seu comportamento e relações sociais. A análise comportamental da vida diária é uma
continuação da ciência que começou com pesquisa em laboratório sendo depois estendida a
aplicações clínicas e mais recentemente expandiu para pesquisa comportamental aplicada em
ambientes naturais. A continuação dessa linha de desenvolvimento, para incluir a análise do
comportamento da vida diária pode, potencialmente, fazer avançar a ciência do comportamento e
outras disciplinas acadêmicas que tratam do comportamento humano.

4 Branowski(1965, 1977).
Condicionamento 2
Operante
N este capitulo você va i ilescobrir com o o com portam ento voluntário
é aprendido e alterado ao longo do tem po, dependendo dos tipos de
efeitos que ele produz, e dos tip o s <ie sin a is que o precedem.

condicionamento operante é uma das diversas pinturas consecutivas, ó pouco

O formas mais básicas dc aprendizagem


que afeta virtualmente todas as formas
do comportamento humano. Thorndike e
Skinner estavam entre os primeiros lideres no
provável que o artista conánuasse a usá-los. De
acordo com a lei do efeito, o compor-tameitto
qu<t produz bons efeitos tmds a jçjo rn a r mais
freqüente enquanto que o comportamento que
desenvolvimento dos princípios do condicio­ produz maus efeitos i e r i d f ^ s è ji f r ^ menos
namento opaante. Este capitulo cxplica as freqüente.
características básicas do condicionamento Formulações mais recentes dos princí­
operante - como o comportamento c modifi­ pios do operante ampliarem a lei do efeito. Q.
cado por suas conseqüências. Aspectos adicio­ comportamento é influenciada.jiãa^somente
nais do condicionamento operante são pelos efeitos q u eo seguen^mas também .pelas
discutidos ao longo do livro.1 pistas situaciüíuiis que o precedem. Um
A primeira formulação dos princípios do comportamento pode ter oons efeitos em uma
operante é conhecida como a lei do efeito. Esta situação mas maus efeitos em outras. Pisar no
lei e baseada na observação de quê o compor- acelerador leva a bons efeitos quando o sinal de
lamento voluntário c influenciado por seus trânsito está verde e tem péssimas conse­
efeitos. Se um arusia está experimentando qüências quando ete eaá vermelho Como
tintas pasteis e cria alguns efeitos bonitos, os resultado disso, as pessoas se tomam sensiveis
efeitos adequados aumentam suas chances de aos lembretes das situa$ô» - às pistas antece-
usa-las novamente. Se ú uso exploratório dos déníes_' que precedem seus comportamentos e
pastéis tivesse levado a efeitos ruins, em os ajudam a discriminar se um comportamento
toma prováveis bons ou naus efeitos em uma
determinada situação- As lu2es verde e
1 Para ntaores detalhes sobro condidotumcnto vermelha de um sinal de trânsito ajudam as
opcnuue veja Ncvio c Reynolds (1971). Honing e
Stotfckm (1977). Favd (1977), Zeiler e Harzetn (1979). pessoas a discriminar sc pisar no acelerador
Kalish (1981). o Joum ai o f the Experimental Analysts produzirá bons ou m m erertos.
o f fkhavtor. « o Journal o f Apptttd 8fAavvor<rf
Analysts F.ra divcrsos exeruptos neste capitulo, muiios
J-ogo, o comportamento é_ioOuenciado
fctorcs akm do uinplcs rdbrçaiDCDto ou punição estão tanto por pistas antecedendentes^ que _q prece­
operando ta xtber. inodelox reg n n . p isa s ou dem quanto pèlõs efeitos - oü conseqüências -
*Mi*rr/iM>. Csuroos dcttaado de {alar d c x u fatoro. que u m^uciu.. Os princípios do condiciona­
ncsie capítulo, para simpiltcar Fiscs fotorcs adlcm iai v mento operante podem ser expressos numa
são discuoios em capítuJos subsequentes
Princípios do Comportamento na Vida Diária 7

formula simples A-R-C, onde A, R, C ,‘ ficar mais ou menos freqüente, e elas fazem .os_
significam dicas uniecvdentes, respostas (com­ estímulos antecedentes (A).relev_antes,para cada_
portamento) e conseqüências. A relação entre comportamento se tornarem pistas que
estes elementos é simbolizada assim: estabelecem a ocasião para se repetir ou não o
comportamento no fijturo. A probabilidade
futura de qualquer comportamento operante
dado é aumentada ou diminuída pelo tipo de
conseqüências que seguem o comportamento.
Dicas antecedentes_vêm antes do As conseqüências que fazem um comporta­
comportamento; as conseqüências do compor- mento se tornar menos freqüente são chamados
tamênto ocoirem depois dq comportamentp^ A punidores. Colocado em termos da lei do efeito„
flecha entre R e C indica que o comportamento" os reforçadores são bons efeitos que aumentam
causa as conseqüências. A habilidade no uso a probabilidade de um comportamento, e os
de tintas pasteis produz conseqüências agradá­ punidores são os maus efeitos que diminuem a
veis. Pisar no acelerador num sinal vermelho probabilidade do comportamento. Quando um
causa acidentes • e multas de trânsito. Os dois treinador tenta diversas estratégias diferentes
pontos entre A e R na equação indicam que as para melhorar o desempenho do time, aquelas
dicas antecedentes não J^ a m _ o _ c o m p o rt^ estratégias que produzem bons efeitos -
mento; elas r^amente^estabelecem a ocasião reforçadores - provavelmente serão mantidas e
pàrá õ~x>mportamento._ Ter uma tela num desenvolvidas posteriormente; e aquelas estra­
cavalete não faz com que um artista crie um tégias que produzem maus efeitos - punidores -
quadro; isto meramente estabelece a ocasião são provavelmente abandonadas.
para o artista fazer uma variedade de coisas - Os estímulos antecedentes, _que_estabe-
sentar e pensar, fazer um desenho a carvão lecem 1T ocasião para o comportamento__ope-
num bloco, misturar uma entre diversas cores rante, podem vir de dentro ou de fora do corpo -
na palheta. Os estímulos antecedentes não de nossos próprios pensamentos, emoções ou
eliciam automaticamente resposta; eles apenas movimentos coipo£ais; de palavras ou ações de
estabelecem a ocasião para o comportamento outras pessoas; de qualquer_objeto ou coisa
ocorrer. O comportamento operante é freqüen­ viva. Sentir-se feliz pode estabelecer a ocasião
temente produzido através dos sistemas para se telefonar para um amigo ou escrever um
nervoso è~múscular voluntários; è~os estímulos poema. Um vento súbito pode estabelecer a
ántecedentes indicam á adequação de possíveis ocasião para se fechar a janela ou colocar um
comportamentos voluntários (ao invés., de suéter.
respostas disparadas como tmm reflexo
estimulo-resposta). As conseqüências que reforçam ou punem
o comportamento sào também estímulos, e elas
Um aspecto básico do condicionamento também podem vir de dentro ou de fora do
operante é que as conseqüências de_ um corpo. Pensamentos, emoções, comportamento
comportamento influenciam (JJas freqüências de outra pessoa, objetos e coisas vivas podem
futuras do comportamento^e (2) o_poder_das todos funcionar como reforçadores e punidores.
dicas antecedentes de servirem de ocasião Os atletas freqüentemente se esforçam ao
para o comportamento oconw npfuturo.\s$o máximo porque a melhora diária é recompen­
significa que o terceiro elemento da equação sada pela idéia de que poderão quebrar um
A*.R-»C influencia o status futuro de ambos os recorde ou se qualificar para compctiçõcs
elementos precedences,TZRõrtaritò, o ponto olímpicas ou profissionais. Considerando que
inicial para se analisar a relação A:R-»C está os reforçadores e cs punidores são estimulos^Q
nas conseqüèncias. Asj:,Qasequências_CC)._sãp processo pelo quãT ésfès ‘ esttrnuíõs~afetam o
as molas_jnestrqs^_ do... condicionamento comportamento^ é chamado reforçamento _e
operante: elas fazem o comportamento (R) punição. Reforçadores, tais como comida, for­
Princípios do Comportamento na Vida Diária S

necem reforçamento para o comer. Ptmidores, você vê um carro de polícia, diminuir a


ta is c o m o c o rte s, fo rn e c e m p u n iç ã o p a ra o velocidade até o limite permitido é instrumental
manejo descuidado de facas afiadas. para se evitar uma multa de trânsito (um
punidor).
Este capítulo descreve as interrelações
básicas entre as três partes da equação Um operante é geralmente definido por
A:R-»C. Mostra como o reforçamento e a ,.sua capacidade em produzir certas conse-
punição afetam tanto as pistas antecedentes \j4üencias (e não pela aparência fisica das
quanto o comportamento. As pistas antece^ ^respostas envo/vidasjVor^xQmplõ^iim^passe
dentes, a s s o c ia te , com o _(^m^oríamento^ que^ em profundidade ” é um operante. Há muitos
é reforçado ou punido, ^jomamj>reditores de padrões possíveis de comportamento que
quando e onde o comportamento será refor­ podem resultar num "passe em profundidade "
çado- ou- pünidõ'nõ"futuro. 0 Capítulo 5 apre­ bem sucedido. Não há dois jogadores que
senta mformação"âdicional sobre os estímulos façam o “passe” da mesma maneira, e há até
antecedentes que precedem o comportamento mesmo variação nos passes de um único joga­
operante. As conseqüências que seguem o dor. Entretanto, qualquer uma dessas variações
comportamento operante não são imutáveis, e que resulta na conseqüência de um “passe”
algumas^ conseqüências podem servir como_ completo pertence à mesma categoria de
reforçadores uma hora e como punidores em comportamento. Logo, um operante é uma
outras. Os fatorèsf”que~déiermiriam se~ uma classe de resposícr~(veTZQreasombreada na
conseqüência é um reforçador ou punidor (ou Figura 2.1) que pode conter muitos desem­
nenhum desses) serão discutidos nos Capítulos penhos variados (A, B,C,D), embora nem todos
6 e 7. os desempenhos (E,F,G,H) estejam incluídos.
Alguns exemplos de classes de respostas
operantes são: uma piada engraçada, um sorriso
O OPERANTE:
amigo, um comentário crítico, um olhar para
COMPORTAMENTO INSTRUMENTAL
trás, cantar lindamente, pensar com lógica. Se
um cantor vem ao palco e canta desafinado, seu
Uma forma de se entenderão, compor- fraco desempenho provavelmente resultará em
tamcnto operante é perceber que cie opera no queixas, crítica e pouca audiência em perfor­
ambiente de modo a produzir conseqüências. mances futuras. Há milhões de maneiras de se
Se uma pessoa está tocando "piano, a pessoa cantar mal, e qualquer uma delas trará conse­
está operando no ambiente - operando o qüências punitivas. Há também muitas formas
teclado do piano - de forma a produzir música. de se cantar bem e elas resultam em conse­
A qualidade da música e os comentários de qüências reforçadoras. Todos os padrões de
ouvintes são as conseqüências que condicio­ comportamento que produzem as mesmas
nam o desempenho operante da pessoa ao conseqüências pertencem à mesma classe_de
piano. 0 tocar coordenado e sensível produz resposta^
boa música e aprovação social que reforçam as
habilidades necessárias para se tocar bem. C la s s e d e R e f p o s ia
Tocar mal soa ruim, é provável que seja
criticado, e então é punido.
0 condicionamento ooerante é algumas
vezes 'cfiãmadcf de condicionamento instru­
mental porque ele é imtrumental_na_mudançá
do ambiente e na produção de conseqüências.
Trabalhar até tarde no escritório de advocacia FIGURA 2.1 Uma classe de respostas
pode ser instrumental para se ganhar um caso contendo quatro padrões de compor­
complexo na justiça (um reforçador). Quando tamento (.V B, C e D).
Princípios do Comportamento na Vida Diária 9

sem ana 1 Seniaud 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Semana 6

FIGURA 2.2 Um registro acumulado que mostra o número total de vezes que um
estudante desempenhou dois operantes diferentes num período de 6 semanas. Os
sábados e domingos - dias nos quais uma das respostas não podia ser emitida - são
indicados por S&D.

Uma vez que os reforçadores e os a freqüência do comportamento é aumentada é


punidores são as molas mestras do condicio­ cfiãmada reforçamento.7
namento operante, o resto do capítulo gira em A velocidade com a qual nma pessoa
tomo das quatro formas fundamentais pelas aprende um comportamento operante depende
quais as conseqüências afetam o comporta­ da complexidade do comportamento, do nível
mento; (1) reforçamento, (2) extinção (isto ê, a atual de capacidades da pessoa, dos reforça­
interrttpção do reforçamento), (3) punição, e
dores envolvidos e de numerosas outras
(4) interrupção da punição. variáveis. As atividades de um calouro durante
as primeiras semanas no campus ilustram
alguns dos efeitos de reforçamento no compor­
REFORÇAMENTO
tamento. O calouro planeja se graduar em
Jornalismo ou Comunicação e espera obter um
Reforçadores quejiesmem um operante lugar no jomal do campus. Então, muitas
aumentam a probabilidade dele ocorrer no facetas do jomal do campus funcionarão como
futuro. UnTfefõrçãàor é também chamado de reforçadores para o estudante. Vamos consi-
estimulo reforçador (S*). O prõceísõpefó qitãl
2 Isto é basicamente uma afirmação descritiva, logo.
não envolve lógica em circular. Ver nota 1 no Capitulo
6.
Ptlftcípyot Co Corr>co>tamef>to na Vid» Oiirg» 10

derar como dois comportamentos • um fácil c habilidade c esforço do que simplesmente pegar
um mais difícil • sào aprendidos devido aos o jomal no dormitório, e o registro acumulado
reforçadores associados com o Jornalismo e mostra que o estudante aprendeu esta atividade
jornais mais vagarosamente. No quarto dia de aula, o
calouro visitou o escritório do jomal pela
0 comportamento fòcil é pegar e lec o
primeira vez para ver se havia uma chance de
jornal do campus No primeiro dia no campus
trabalho, c o editor sugeriu que o calouro
o calouro observa que o jomal e distribuído
tentasse escrever um artigo como experiência
gratuitamente nos dormitórios, pega um e o !ê.
Foi recompensador conversar com o editor e
Estes oper antes são recompensados porque se
obter uma chance de escrever um artigo. O
vê as últimas noticias, fotografias e cartoons
estudante foi para casa e trabalhou po>r vários
O reforçamemo imediato aumenta as chances
dias nesta amostra, tentando escrever algo que
do estudante pegar e ler o jomal no faturo.
pudesse ser aceito para publicação. Apenas no
A Fígura 2.2 apresenta um regtsiro 1° dia de aula ele voltou ao escritório do jomal
cumulativo das respostas do estudante nos com o artigo. O editor leu o trabalho, deu ao
primeiros 42 dias (6 semanas) na escola. estudante um '‘feedback’' encorajador, fez
Registros acumulados fornecem uma maneira algumas modifica-çõcs úteis c sugeriu uma
conveniente de $e visualizar padrões de nova entrevista para o proximo finvdc-scmana
comportamento mostrando o número total de 0 encorajamento forneceu reforçamemo para
respostas que uma pessoa deu durante um escrever artigos Quatro dias mais tarde. o
período de tempo. As linhas no registro estudante voltou ao escritório do jom al com o
acumulado fazem um degrau para cima cada novo artigo, que foi aceito para publicação
vez que um comportamento é emitido; eles quase sem nenhuma alteração. Mais
permanecem tia horizontal durante o tempo recompensas. Como o estudante aprendeu como
que a pessoa não emite o comportamento. O escrevei melhor, o tempo médio necessário
número total de respostas dada é mostrado à para preparar cada artigo se tomou menor
esquerda no registro acumulado- A linha Durante as próximas semanas o estudante
pontilhada na Figura 2.2 mostra o registro vohou ao escritório do jomal cada vez com
acumulado do calouro ao pegar o jomal diário. maior freqüência, e cada visita ao escritório era
No primeiro dia no campus, o estudante recompensado por “feedback” positivo sobre os
apanhou o jomal e foi recompensado por ver artigos e interações mais e mais amigáveis com
as noticias, cartoons e fotografias. O registro os editores, repórteres c o corpo editorial.
acumulado mostra que o estudante repetiu o Durante as primeiras cinco semanas de aula,
comportamento iodo dia, pdos 5 primeiros houve mais ou menos 5 ou 8 dias de pausas
dias da semana N lo há respostas nos 2 dias entre as visitas ao escritório: mas como o
seguintes, jã que o jomal não é publicado no estudante melhorou sua capacidade de escrever
sábado e domingo. Cada semana seguinte bons artigos, ele veio a trabalhar no escritório
apresenta cinco respostas seguidas pela pausa mais freqüentemente, mesmo nos fins de
de sábado e domingo. Desde que pegar o semana.
jomal é uma resposta de fácil desempenho e
O registro acumulado mostra que
produz reforçamemo imediato, o estudante
comportamentos fáceis (tais como pegar o
aprendeu-a no primeiro dia e não perdeu uma
Jomal) podem ser aprendidos quase imediata*
única oportunidade de obter este reforço
mente e executados no nivel máximo por
durante as 6 semanas inteiras mostradas no
longos periodos de tempo. Comportamentos
registro acumulado.
mais difíceis (tais como escrever para um
O segundo comportamento, mostrado na jornal) são geralmente aprendidos mais
linha continua na Figura 2.2, é o de trabalhar lentamente. Entretanto, na última semana mos­
no escritório do jomal do campus Este trada no registro acumulado, o estudante traba­
comportamento exige consideravelmente mais lhou no escritório do jomal por S dias rum total
Princípios do Comportamento na Vida Diária II

de 7, tomando seu comportamento tão falando inglês com tais indivíduos. Os


freqüente quanto o comportamento simples de estudantes em universidades estrangeiras
pegar o jomal cinco dias na semana. Uma vez freqüentemente falam inglês, logo os indica­
dominados, os comportamentos que exigem dores de que uma pessoa é um estudante
mais habilidade podem ser realizados tão universitário podem se tomar SD’s para se
freqüentemente quanto as atividades mais conversar em inglês - para aqueles que tiveram
simples, se produzem amplo reforçamento. resultados reforçadores ao falar com estudantes.
Guando um comportamento__não é
ESTÍMULOS D1SCRIMINATIVOS seguido por reforçamento, os estímulos que
melhorjpredizem ò não reforçamento sejom am
SA’s, estímulos discriminatíyos_para não
Quando uma resposta (R) é seguida _por responder. Estes SATs (prommeia-se^ esses
estímulos reforçadores ( ^ 's) em um contexto deltas)^£tò pístas que avisam que não é
mas não em~outrosf as ~pistas do_contexto provável que o comportamento seja reforçado
antecedentes associadas com o reforçamento nesta situação particular (considerando que os
sc tomam estímulos discriminativos (S° 'ó). ’s avisam que o reforçamento_è provavej)^
Num país estrangeiro, lojas com avisos
“FALA-SE INGLÊS AQUT’ se tomam S°'s
para se falar em inglês; e lojas sem tais avisos
se tomam SA,s para não se usar inglês, se o
inglês for raramente falado lá. Desde que
nativos pobres e incultos raramente falam
jsstes ^ ’s estabelecem a ocasião para inglês, as pistas de que uma pessoa é pobre ou
respostas futuras. Por exemplo, .se um ameri­ inculta também servem como SA’s para não se
cano está em um país estrangeiro onde poucas falar inglês.
pessoas falam inglês, sinais escritos "FALA-
SE INGLÊS AQUI” se tomam sP*s que Nos dois últimos parágrafos, está claro
estabelecem a ocasião para se conversar em que diversas pistas podem se tomar 5 ° *s e SÍTs
inglês com os nativos. Quando os sinais estão para o mesmo comportamento. Não há apenas
presentes, há uma boa chance de que falar em um único 5o e SA para cada comportamento.
inglês levará à comunicação e será reforçado para se falar em inglês podem incluir
por respostas significativas. Quando os sinais avisos em inglês, estilos de roupa, e locais (tais
estão ausentes, as chances são de que ninguém como restaurantes ou hotéis internacionais).
entenderá, e que falar em inglês não será Alem disso, cada indivíduo pode aprender a
reforçado. responder a diferentes pistas, dependendo de
sua história passada particular de reforçamento.
Os_ estímulos que _ melhor_ predizem Um estudante pode ser sensível a certas pistas
quando e onde o comportamento. provavel­ como fP*s e SA’s, enquanto um banqueiro é
mente será reforçado são mais prováveis de se sensível a outras.
tomarem 5 ° 's. Um aviso escrito “FALA-SE
INGLÊS AQÜI” é obviamente um bom Os estímulos que__sâo ,S° *s par.CL_um,
indicador de que falar em inglês produzirá comportamento podem ser SA,s para outras,
resultados recompensadores. Numerosas respostas. Quando um -estrangeiro que não sabe
outras pistas podem se tomar 5o ’s para se usar inglês visita pela primeira vez os Estados
inglês. Uma vez que os funcionários bem Unidos e se depara com portas marcadas com
vestidos em hotéis e restaurantes interna­ “PUSH-’ (empurre) e “PULL” (puxe), ele pode
cionais geralmente falam inglês eles podem não discriminar entre estas 2 pistas e aleatoria­
servir como SD*s para se usar o inglês - se uma mente empurrar ou puxar as portas até que um
pessoa tiver tido experiências reforçadoras dos dois atos seja reforçado. Gradualmente os
P n n o n o i do C o n p o rtam w o r a vma O i i a 12

avisos ‘'PUSH” sc tomam SP's para empurrar aprender muitas discriminações novas, tais
c SJ'$ para puxar, já que empurrar é reforçador como os melhores lugares para se comer,
e puxar não. Do mesmo modo, os avisos comprar e obter cuidados médicos. Se a nova
“PULL” "se tornarão iP ’s para puxar e S^s cidade tem três cadeias de mercearias • X Y e
para empurrar, já que puxar é reforçador e Z - o novo morador pode aprender a discri­
empurrar não. Qualquer wtimu{o_-_ uma minar entre os três tipos de lojas em diferentes
pessoa, lugar ou coisa - pode se tomar um velocidades A primeira vez que o novo
para todos os comportamentos que tenham' morador vai ate o mercado Z será óbvio que a
sido reforçados e u m S^ para todos os compor­ baixa qualidade e pouca variedade de produtos
tamentos que nio tenham sido reforçados cm Cará a compra aí pouco compensadora Então, o
sua presença. Um banco internacional se toma mercado Z sc torna rapidamente um S* para
ura S° para se trocar moeda estrangeira por não se comprar lá; e o morador pode sair da loja
dólares e um SA para todos os tipos de sem levar coisa alguma.
atividades que não são recompensadas se Entretanto, a discriminaçio entre os
forem feitas ali. Um cart&o postal fomece S ^ ’s mercados X c Y pode nSo ser tio fecil. Muitos
para sc escrever nele e S4’s para não mastigá- vizinhos recomendaram a mercearia X. mas
lo e comê-lo. Como as pessoas aprendem a outras pessoas recomendaram a Y. Por diversas
discriminar entre S°'s e SA’s para um dado semanas o novo morador aleatória e indiscrimi­
operante, é mais provável que realizem este nadamente vai e vem entre X e Y, não notando
comportamento na presença de S ° ‘s do que na muita diferença entre os alimentos comprados
presença de Si's. Entretanto, o sS °^ s nfo nos dois mercados Ambos fornecem bons
causam o comportamento. Cm viajante estran­ produtos e, portanto, iào ^ ' s para comprar O
geiro pode passar por diversos bancos antes de registro acumulado apresentado na Figura 2.3
entrar cm um para trocar dinheiro, ou comprai mostra que para as primeiras 10 semanas, o
dez cartões postais e só escrever em seis. oovo morador comprou cinco vezes no mercado
Algumas vezes as pessoas aprendem a X e cinco vezes no Y. Entretanto, durante as
discriminar entre duas experiências reforça- várias semanas seguintes alguns pequenos
doras só porque uma fomece mais nfurça- incidentes revelaram que os produtos nos dois
dores que a outra. Pistas antecedentes que mercados não eram iguais Na semana 13, a
predizem mais reforçamento se tomam 5°V, e carne no mercado Y não estava muito fresca.
pistas que predizem menos reforçamento sc Embora só isso não fosse o bastante para fazer
tomam SA,s. Podem existir dois restaurantes uma pessoa parar de comprar no mercado Y,
que fomcccm boa comida; mas uma pessoa isto sugere uma possível diferença na qualidade
de alimento nos dois mercados. Na semana tS,
a tta um deles um pouco melhor que o outro
O restaurante melhor se toma um Sfí para a alface no mercado Y estava murcha c
jantar e o pior. um S* para não jantar. Logo. as amassada. O morador nunca tinha observado
tais problemas no mercado X. Na semaoa 19, o
pistas antecedentes podem se tornar S**s (JJ
pacote de leite no mercado Y estava azedo.
porque sâo associadas com nenhum reforça-
Pouco a pouco, o novo morador discriminou
memo ou (2) meramente ^porque das são
que comprar no mercado Y era ligeiramente
associadas com menos reforçamento do_ que
menos recom pensador do que comprar no
está dtsponhvl em outra parte.
mercado X. Entre as semanas 10 c 20, o
As discriminações podem ser aprendidas armazém Y deixou de ser um SD para a compra
rápida ou vagarosamente. Muitas vezes discri­ e sc tomou um S4 para não comprar. Este S*
minações sutis entre mais ou menos reforça­ não sc baseou na ausência total de recom­
mento demoram mais para serem aprendidas pensas, porque o armazém Y linha muitos
do que discriminações fáceis entre reforça- produtos bons. Entretanto, diferenças pequenas,
memo e nSo reforçamento. Quando as pessoas mas constaiues, na qualidade dos reforçadores
se mudam para uma cidade nova, elas têm que s&o suficientes para fazer uma pessoa aprender
Princípios do Comportamento na Vida Diária 13

FIGURA 2.3 Um registro acumulado que mostra o número total de vezes que uma
pessoa fez compras em dois diferentes mercados, X e Y. Observe a semelhança das
freqüências de respostas nas primeiras 10 semanas antes da discriminação e então
os padrões bem diferentes de responder nas últimas 10 semanas, depois que a
discriminação ficou clara.

i discriminar diferenças sutis. Após a semana REFORÇAMENTO


19, o armazém X era um SD para comprar e o POSITIVO E NEGATIVO
V era um SApara nào comprar.
A Figura 2.3 mostra que, como a pessoa Há dois tipos de reforçamento: positivo e
;omeçou a discriminar as diferenças na \ negativo. Reforçar significa fortalecer, e tanto o
qualidade dos alimentos entre as semanas 10 e J^-reforçamento positivo quanto o negativo_forta1
20, ela parou gradualmente de fazer compras ! lecem comportamento. Ãmbos aumentam a
no armazém Y. Após a 19® semana, o registro probabilidade da pessoa repetir, o compor;
acumulado não mostra nenhuma escolha tamento no futurcT A diferença critica è que o
adicional do aimazém Y. Simultaneamente, o reforçamento positivo ocorre com o surgimento
registro mostra um aumento das compras no de um estimulo reforçador_eojteggtivp_pcorre
armazém X, já que a pessoa fazia compras lá com término de um estimulo aversivo. Em
toda semana ao invés de somente metade das termos da lei do~efeito~ ò reforçamento positivo
vezes. As pessoas desenvolvem numerosas consiste__9JO_surgimento de bonsejfeitos,_e o
discriminações sutis entre situações que reíorçaraento^ negadvolcõnsiste jiojérm ino de
fornecem reforçamento semelhante - mas um maus efeitos O começo de uma música
pouquinho diferentes: entre restaurantes bons e agradável fornece reforçamento positivo para
excelentes, entre bons discos e discos ligar o stereo. O término de um som aversivo
razoáveis, um bom serviço médico e um produz reforçamento negativo para desligar o
excepcional serviçc médico. despertador pela manhã. Receber um prêmio
por quebrar um recorde na pista fornece
Princípios do Comportamento na Vida Diária 14

reforçamento positivo para o exercício e treino outro lado, quando uma criança surge com uma
regularcs. Livrar-se de uma dor de garganta ferpa no dedo, ela pode procurar o pai para
produz reforçamento negativo para chupar ajudá-la a remover a ferpa. Quando o pai o faz,
pastilhas de garganta. Aumentar o número de o término da estimulação aversiva da lasca de
sorrisos e risadas numa festa produz madeira reforça a resposta da criança de
reforçamento positivo para contar piadas e procurar o pai. Então, remover a ferpa fornece
estórias engraçadas. Diminuir o número de forçanento negativo para se aproximar do
brigas em um casamento produz reforçamento adultc em busca de ajuda. Os pais se tomam
negativo para se ir a um conselheiro SD’s para a resposta de aproximação devido
matrimonial e seguir seus conselhos. tanto ao reforçamento positivo quanto ao
As pistas antecedentes que precedem negativo.
qualquer tipo de reforçamento - positivo ou
negativo - se tomam SD’s. Assim, os SD,s do
Reforçamento P ositivo
aumento da escuridão dos fins de tarde
estabelecem a ocasião para se ascender as
luzes, porque este operante produz o As pessoas geralmente preferem
reforçamento positivo de se enxergar as coisas aprender via reforçamento positivo~porque ele
à noite. Os SD’s de bocejo e sonolência aumenta os bons efeitos, p. as experiências'
estabelecem a ocasião para se desligar as luzes agradáveis em suasvldásT
tarde da noite porque este operante produz o Assim, o reforçamento positivo é ura
reforçamento negativo pelo término da método ideal para ajudar as pessoas a aprender
claridade das lâmpadas que tomam difícil em coisas de formas mais agradáveis. A criança
dormir. As pistas antecedentes que precedem o que aprende a ajudar nos serviços de casa via
comportamento que não produz nem reforço reforçamento positivo - comentários aprecia­
positivo nem negativo - ou menos tivos e carinhosos dos pai - achará bom ajudar
reforçamento do que o disponível em outro os pais (em vez de fazê-lo como dever ou medo
lugar - se tomam SA,s. de reprimenda). Os pais que mostram uma
A maioria dos comportamentos pode ser atenção sincera e afetiva para seu filho como
fortalecida tanto por reforçamento positivo reforçamento positivo para a cortesia, amizade,
quanto por reforçamento negativo. cooperação e consideração terão um filho que
sente prazer em tratar os outros bem.
Considere-se a polidez. Se, à sua polidez
se seguem sorrisos e palavras agradáveis de O reforçamento positivo é um método
outras pessoas, o aparecimento dc bons efeitos ideal para aumentar a criatividade As pessoas
fornece reforçamento positivo para a sua têm o potencial para serem criativas ou não. 0
polidez. Se você e polido com alguém mal- subconjunto particular deste potencial humana
humorado a pessoa para de resmungar, o que qualquer indivíduo desenvolve depende,
término dos maus eventos fornece um em parte, dos padrões de reforçamento, como
reforçamento negativo para a sua cortesia. demonstra um estudo sobre criatividade na
Criancinhas sempre recebem reforçamento infância.3 Enquanto as crianças brincavam com
positivo e negativo por se aproximar em blocos de construção, recebiam reforçadores
correndo dos pais. Se a mãe está sentada na sociais seja por construir formas inovadoras e
sala de visitas e seu filho pula no seu joelho e criativas seja por repetição de formas velhas.
lhe pede para brincar “de cavalinho”t a mãe As crianças que receberam recompensas
balança a criança no seu joelho. A ocorrência somente quando construíram estruturas novas e
do jogo reforça a resposta da criança de se interessantes se tomaram mais criativas e
aproximar e pedir para brincar. Logo, balançar
a criança produz reforçamento positivo para o
comportamento de se aproximar da mãe. Por 3 Goetz c Baer (1973).
Principios do Comportamento na Vida Diária {!>

inovadoras no seu jogo de blocos. As outras as formas mais comuns de reforçamento-


crianças, que receberam recompensas por positivo natural visto na vida diária - mesmo
repetirem velhos padrões, se tomaram menos que muitas pessoas não estejam conscientes de
criativas porque seus padrões repetitivos eram que estão dando ou recebendo reforçamento
incompatíveis com os novos e criativos. Estu­ positivo, quando estas formas naturais de
dos similares têm mostrado que o reforça­ feedback positivo sâc trocadas.
mento aumentará a criatividade na escrita,
Algumas pessoas tendem a dar muito
pintura e outros esforços artísticos.4 Ao longo
mais reforçamento positivo que outras. Em vez
da vida, todos nós recebemos reforçadores
de comentar mais as faltas e inadequações dos
para as respostas criativas e não criativas.
outros, a pessoa positiva tende a focar os
Quanto mais reforçamento acompanha o com­
acertos e mostrar um prazer genuíno sobre eles.
portamento criativo em vez do não criativo
"Nossa, que fotografias lindas você tirou!"
maior a probabilidade de que desenvolvamos o
Este estilo de interação social dá aos outros o
aspecto criativo de nosso potencial humano.
reforçamento positivo pelas coisas boas que
Infelizmente, o dia a dia de muitas pessoas
tenham feito em vez de criticas pelos seus
está cheio de tarefas e deveres que reforçam o
fracassos. Como você pode imaginar, é um
comportamento repetitivo ao invés do compor­
prazer conhecer pessoas positivas uma vez que
tamento inovador. Um dos objetivos das
são generosas em seus ‘feedbacks" positivos.
ciências comport amentais é ajudar as pessoas o
Como conseqüência, as pessoas positivas
aumentar o reforçamento positivo para o
tendem a ser queridas.7
comportamento criativo e inovador.5
O reforçamento positivo tem sido .sempre
O reforçamento positivo pode ser
mais comum nos negócios e indústria para
liberado de forma natural ou artificiai Nós
recompensar os trabalhadores produtivos e criar
todos já ouvimos adultos fazerem elogios
um bom relacionamento de confiança entre
claramente artificiais e não sinceros às
empregados e a administração. Por exemplo,
crianças: "Maria, que linda casa de madeira usam-se “algemas douradas” para reter na
você construiu *\ O elogio forçado e
companhia empregados valiosos tais como
recompensas artificiais são algumas vezes não
engenheiros que projetam chips de computador.
muito efetivos para se reforçar um
Já que outras companhias tentam aliciar
comportamento. Recompensas pouco naturais,
empregados capacitados com altos salários, um
muito pensadas, podem mesmo diminuir a
empregador tem que tomar o emprego
freqüência de um operante se forem usadas de
reforçador para que os empregados não saiam.
forma manipulative6 Entretanto, o feedback
O empregador pode oferecer “algemas doura­
positivo, natural e sincero, é geralmente tanto das” a um empregado excelente, tais como um
agradável de se receber quanto efetivo para
novo automóvel Porsche, financiado em 10
reforçar comportamento. O reforçamento
anos, a juros baixos, com a promessa de a
positivo natural ocorre muito espontâneamente
companhia assumir os pagamentos depois da
quando as pessoas mostram respostas
permanência do empregado na firma por 5
entusiásticas e de apoio a coisas que outras
anos. Para obter as recompensas de ter o carro
fizeram: ”Puxa! Você tem um saque poderoso,
completamente pago, o empregado deverá ficar
Sônia!” “Que bom você aparecer, Tomf”
na companhia pelos 5 anos completos. 0
Sorrisos sinceros e comentários apreciativos
reforçamento positivo ajuda o trabalhador a
sobre o comportamento de outras pessoas são
decidir ficar e cria sentimentos positivos para
com a companhia.
4 Goetz c Salmonson (1972); Maloney e Hopkins
(1975).
5 Mahoncv (1975).
6 Lepper e Greene (1975); Condry (1977). * Thibaut e Kelly (1959); Homans (1974).
Princípios do Cyrtpcrtam ento n a Vida Diária 16

FIGURA 2.4 A percentagem de pessoas que são pontuais sob seis condições de
reforçamento.
Reproduzido de Hermann et al. Copyright da Sociedade para a análise do
comportamento, Inc. 1973.

Uma vez que a produtividade industrial somente 80% dos trabalhadores chegavam na
pode ser diminuída significativamente pelo hora. Durante 8 semanas que os reforçadores
absenteísmo têm-se feito esforços para se positfvos eram dados por chegar na hora (B), a
reduzir o atraso fornecendo reforçamento pontualidade aumentou significativamente, com
positivo pela pontualidade. Uma companhia no 97% a 99% das pessoas chegando dentro do
México adotou um método de reforçamento horário. Houve então um período de 4 semanas
positivo para resolver seus problemas com os no qual não foi dada nenhuma recompensa pela
empregados retardatários.8 Todo dia que os pontualidade (C), e os scores de pontualidade
empregados se apresentavam ao serviço no diminuíram para 92%. Quando as recompensas
horário, eles recebiam tiras de papel confir­ foram reinstaladas para as próximas 9 semanas
mando que sua pontualidade lhes garantia 2 (D), os scores da pontualidade aumentaram de
pesos extras por dia (um aumento de 4% novo, alcançando 95% a 100%. Durante as 12
acima dos salários normais). Os trabalhadores semanas seguintes, o reforçamento pela pontua­
podiam colecionar estas tiras e trocá-las por lidade foi removido novamente (E), e as taxas
dinheiro no fim da semana. A Figura 2.4 de pontualidade diminuíram. Para as 32
mostra como as recompensas foram efetivas semanas finais de estudo (F), o reforçamento
no reforço da pontualidade. Antes do início do positivo para a pontualidade foi reinstalado,
programa, quando não havia nenhuma recom­ aumentando a freqüência da classe de resposta
pensa especial peia pontualidade (em A) significativamente.
O reforçamento positivo pode vir de
fontes não sociais como se vê no seguinte
Hermann ct al. (19^3).
Princípios do Comportamento na Vida Diária 17

exemplo de reforçamento de percepção excesso de velocidade é recompensador, mas


seletiva. As pessoas só prestam atenção a uma suas mãos ficaram provavelmente suadas antes
fração da totalidade dos estímulos em seu do policial lhe dizer que você não será preso.
ambiente - não notando muitas coisas que Remover ferpas e evitar multas de trânsito são
acontecem ao seu redor. Um dos recompensadores; mas as recompensas do
determinantes dessa percepção seletiva é o reforçamento negativo são baseadas no término
reforçamento positivo. Você talvez já tenha de situações aversivas em vez do surgimento de
experimentado uma “descoberta fortuita” e bons efeitos e experiências agradáveis.
notado a rápida mudança na atenção visual
As duas principais classes de compor­
produzida por este tipo de reforçamento
tamento produzidas por reforçamento nega­
positivo.
tivo são fuga e esquiva.9
Por exemplo, enquanto anda pela rua,
As respostas de fuga são aqueles operan-
Mike descobriu, por acaso, um papel verde
tes que permitem uma pessoa fugir dos
perto do meio-fio. Para sua surpresa é uma
estímulos aversivos depois que os estímulos
nota de 5 reais. Quando ele a apanha vê u m a
aversivos estào presentes. Respostas de esquiva
segunda nota alguns metros a frente. Todas as
são aqueles operantes que permitem uma
duas estavam empoeiradas. Não se sabe quem
pessoa prevenir a ocorrência de estímulos
as perdeu ou quando. Então Mike as coloca no
aversivos antes que os estímulos aversivos
bolso e continua seu trajeto. Alguns momentos
apareçam. Moscas são irritantes. O compor­
mais tarde, ele nota uma mudança em seu
tamento que acaba com elas e seu zumbido
próprio comportamento. Ele não olha mais
incômodo é fortalecido pelo reforçamento
para as árvores ou casas. Em vez disso, seus
negativo. Nós fugimos das moscas incômodas
olhos se mantêm explorando o chão como se
espantando-as com um golpe quando aparecem.
estivesse procurando outro "achado fortuito ”
Nós as evitamos quando instalamos portas
O comportamento de olhar para o chão foi
teladas e papel pega-mosca para prevenir sua
acompanhado pelo reforçamento positivo de
presença. Pessoas criticas são algumas vezes
achar o dinheiro. Este reforçamento positivo
como moscas aborrecidas: "Por que você não
fortaleceu os operantes de olhar para baixo e
fez isto deste jeito? Por que você não pode
explorar o chSo. Após um feliz achadu como
fazer aquilo de outro modo? ” Há muitas
este as pessoas, algumas vezes, observam que
respostas de fuga que deveriam ser reforçadas:
olham para o chão mais do que o usual por
por exemplo, seria suficiente dizer polidamente:
diversos dias. Uma vez que focalizar a atenção
“Eu poderia passar sem seus comentários Se
numa coisa ou noutra exige menos esforço e é
isso não funcionar, algumas pessoas poderiam
fácil de se aprender, um reforçamento positivo
dizer: "Desinfeta ”, “Cale-se ”, ou alguma coisa
pode ter efeitos duradouros nos padrões da
até mais forte. Há numerosas respostas que as
atenção seletiva.
pessoas usam para evitar a crítica - tais como
evitar interação com pessoas que criticam, ou
Reforçam ento Negativo evitar emitir aqueles comportamentos que têm
probabilidade de serem criticados. Algumas

Enquanto qae o reforçamento positivo


traz bons efeitos e experiências agradáveis
* As primeiras teorias de esquiva e reforçamento
em nossas vidas, o reforçamento negativo
negativo enfatizaram o papel dos estímulos aversivos
ocorre quando escapamos ou evitamos condicionados (e algumas vezes as respostas emocionais
experiências aversivas. aversivas condicionadas concomitantemcnte) na media­
ção do comportamento de esquiva; entretanto há uma
Ter uma ferpa retirada é um prazer; mas razão para não se incluir estes supostos eventos
isto envolve alguma dor no inicio. Ser cortês mediadores numa teoria geral de reforçamento negativo.
com um guarda para evitar uma multa por (Hineline. 1977).
Pfirtclpi» do Co«T»Donamwio V«j» Qijna 18

peísoat tentam melhorar seus comportamentos tanto, ante» que caiu pisui» j.e tornem Su‘$. as
para evitar críticas únicas pistas disponíveis para a pessoa são S°’s
Fuga envolve reação depois que um para fuga * ou seja, os SD’s de ficar preso num
evento aversivo aparece Esquiva envolve congestionamento
prevenção - adoção dc medidas preventivas - Alguns casais permitem que seus
antes que surja um everco aversivo. As casamentos se deteriorem com brigas e
pessoas reagem ãs ferpas ti:ando-as; elas as discussões. Ai eles reagem tentando escapar da
previnem usando luvas ames de lidar com situação aversiva através do aconselhamento de
madeira cortada As pessoas reagem à ressaca casais, divórcio ou arranjando ligações eitra-
tomando aspirina; elas previnem a ressaca conjugais. Outros casais, que vêem seus amigos
bebendo menos que a quantidade que a tendo prcblemas conjugais, podem prevenir
provoca. tentando melhorar sua comunicação e
Comportamentos de fu sa são geralmente resolvendo as diferenças antes que surjam os
aprendidos grifes do comportamento de problemas, evitando, desta forma, pelo menos
esquiva. Isto acontece principal m ente"'ní algumas la s brigas e discussões que poderiam
infância. Primeiro, as crianças aprendem a prejudicar seus casamentos. Infelizmente,
fugir do incômodo causado pelas calcinhas muitas pessoas nào aprendem a prevenir a
molhadas removendo-as Mais tarde, apren­ tempo de talvar seus casamentos.
dem a evitar ficar de calças rvolhadas evitando Os governos nacionais, estaduaU e
acidentes urinários. Primeiro, aprendem a fugir municipal usam, freqüentemente o reforça­
do valentão da sala correndo quando o vêem mento negativo na forma de redução de
Mais tarde, aprendem a evitir lugares onde o impostos Em alguns estados, se os proprie­
colega brigão possa estar. A medida que as tários coocam isolantes térmicos em suas
pessoas crescem e ganhan experiência, é casas, acrescentam aquecimento solar c insta­
comum aprenderem novas habilidades para lam outros equipamentos conservadores dc
prevenir e evitar problemas, e a esquiva se energia, eles se qualificam para redução de
toma mais freqüente que a fuga. Entretanto, impostos e evitam pagar uma parte de seus
quando surgem problemas totalmente novos e tributos. O morador do subúrbio pode aprender
inesperados, mesmo os aduiios podem voltar a implaniar um transporte solidário se isso
aos padrões dc primeiro aprender como resulta cm evitar os pagamentos de pedágios
escapar c então como esitar. Durante as Na área de São Francisco, permite-se que os
primeiras semanas após se mudar para uma carros com três ou mais pessoas atravessem a
nova cidade, uma pessoa pode se ver presa Golden Gate Bridge e Oakland Bay Bridge sem
num trânsito dificil do quaJ levará horas para pagar polágio durante aa horaa dc movirrcnto
fugir. Depois de morar alguns meses na nova do dia, enquanto os carros com somente urra ou
cidade a pessoa aprenderá a evitar dirigir nas duas pess>as têm que pagá-lo. O uso da carona
áreas congestionadas nas Irarás de tráfego é negativamente reforçado pela esquiva de dois
difícil. Normalmente, c necessário mais tempo eventos aversivos: (1) pagar o pedágio rcçular,
e experiência para aprender i prevenir e evitar e (2) ser atrasado pelas filas dc pedágio. Devido
do que aprender a reagir e fúgir. Depois dc se ao reforçamento negativo, mais pessoas fizem
mudar para uma nova cidade a pessoa pode se uso do transporte solidário hoje do que ame*
ver presa no tráfego várias vezes antes de que programas como este fossem iniciados
aprender como o tráfego pote ser difícil Pode
Canpistas frequentemente aprctdcm
ser necessário ainda mais testpo para aprender
habilidades de camping por reforçamento
quando e onde o tráfego é pior. Eventual­ n e g a tiv o . O c a m p ista q u e a rm a u m a b a rrac a na
mente. todas as pistas do "onde " e “quando"
base de uma trilha pode ser acordado no meio
se tomam Sn*s que lhe permitem prevenir e
da noite com água escorrendo dentro da
evitar o congestionamento de trânsito. Entre*
barraca Este estado de coisas desagradáveis
Princípios do Comportamento na Vida Diária 19

pode reforçar negativamente uma variedade de interromper a conversação. Na eminência de^


respostas para se escapar da condição aversiva. um choque indesejável acerca de religião, uma
O campista pode tentar mudar a barraca, tentar terceira pessoa pode colmamcnte deixar passai
ser convidado para a barraca de alguém, ou o assunto, dar uma boa risada e voltar a um
passar a noite num poncho debaixo de uma tópico anterior mais seguro. "Mas como
árvore. Alem disso, o reforçamento negativo estávamos dizendo, o importante é..." Se os
pode condicionar o campista a procurar outros o seguem os três terão evitado com
lugares altos quando for selecionar futuros sucesso uma situação possivelmente embara­
locais para acampar. A estimulação aversiva çosa ou difícil. As habilidades de rir e mudar
motiva as pessoas a explorar uma variedade de sutilmente de assunto são freqüentemente
respostas que poderiam acabar com os reforçadas negativamente pela esquiva de uma
estímulos aversivos. Somente as formas bem situação aversiva.
sucedidas de evitar situações aversivas são
Pode-se aprender várias habilidades
realmente reforçadas negativamente.
diferentes de prevenção na presença de assuntos
Pessoas que nunca acampam - que sensíveis. Alguns aprendem a perguntar aos
vivem protegidas das intempéries em casas companheiros de conversa quais as suas crenças
bem construídas - podem não perceber que a antes de mencionar uma opinião pessoal forte.
tecnologia para se construir casas que ficam Outros aprendem a deixar escapar um comen­
secas nas chuvas, quentes no inverno, e livres tário e observar como os ouvintes respondem -
de insetos no verão é, em grande parte, um conservadora ou liberalmente - antes de dividir
resultado de reforçamento negativo. Através as próprias opiniões. Ao se ver alguém passan­
dos séculos, um sem número de invenções do perigosamente perto de um tópico
foram feitas - e aí, negativamente reforçadas - potencialmente embaraçoso pode-se evitar as
porque elas isolavam a chuva, o frio, insetos, conseqüências aversivas desviando a conversa.
ursos e etc. Muito da tecnologia consiste de “Mary você nos falava antes sobre... (assunto
aparelhos e práticas que reduzem experiências seguro) ” A medida que se desarma estes tópi­
desagradáveis e diminuem os eventos aversi­ cos perigosos, a esquiva de situações embara­
vos. Na medida que uma dada tecnologia çosas reforça negativamente as habilidades de
reduz ou cessa as experiências aversivas com diplomacia, cortesia, fineza e sensibilidade.
sucesso, haverá reforçamento negativo para
Naturalmente, algumas pessoas nunca
reter - e aperfeiçoar - aquela tecnologia.
aprendem a ter tato. Mas algumas nunca apren­
Na conversação diária, o reforçamento dem como evitar moscas chatas ou resolver
negativo condiciona várias habilidade para conflitos conjugais Capítulos posteriores
orientar com maior sensibilidade o curso da demonstram como modelagem, modelos,
discussão. Conversação é uma atividade lembretes, regras, esquemas se combinam em
potencialmente arriscada pois certos tópicos padrões complexos para ajudar ou atrapalhar
podem conduzir a embaraços e outros desen­ cada indivíduo na aprendizagem das habili­
cadear raiva ou hostilidade. Quando pessoas dades para enfrentar as facetas múltiplas da
tropeçam em tópicos sensíveis que insultam, vida diária. Por exemplo, se uma pessoa é
ferem, embaraçam ou irritam outras, interação exposta a modelos sociais que são graciosos e
social amigável pode se tomar uma experiên­ respeitadores no desvio de conversas do
cia aversiva. Quaisquer respostas que permi­ assuntos sensíveis, o comportamento e o
tam escapar ou evitar a situação aversiva serão conselho (isto é, regras) do modelo ajudarão o
reforçadas negativamente. observador a aprender habilidades sutis mais
rapidamente que se não houvesse modelos de
Por exemplo, religião pode ser um
regras disponíveis.
assunto sensível numa conversa entre
estranhos. Um comentário casual ofensivo a
certa religião pode eliciar raiva no ouvinte e
Princípios do Comportamento na Vida Diária 20

EXTINÇÃO dos dois; mas um se toma um SA depois que*


aprendemos que é menos recompensador
Uma vez que um operante foi reforçado comprar alí que no outro. (Comprar no
e se toma comum numa dada situação SD, não armazém Y fo i colocado em extinção quando
há garantia que a freqüência da resposta nós discriminamos que seus produtos não são
permanecerá a mesma no futuro. Extinção ou tão bons quanto os do armazém X). Quando
punição farão a resposta se tomar menos Karen começou a freqüentar a Faculdade,
freqüente. Extinção consiste da interrupção de conversava com seus novos colegas sobre os
qualquer reforçamento (seja positivo ou mesmos assuntos de que costumava falar com
negativo) que vinha mantendo um dado os amigos da escola de sua cidade. Alguns
comportamento. Quando o reforçamento ê desses assuntos interessavam a seus novos
retirado a freqüência do comportamento colegas, mas outros não. Falar sobre estes
diminui. Quando qualquer coisa começa a tópicos que não interessavam a seus novos
piscar ou pára de funcionar, aprendemos a não amigos foi extinto (já que ninguém mostrava
usá-la mais. Aprendemos a não usar o respostas positivas), e Karen gradualmente
aspiiadui velho quando ele não aspira a poeira parou de mencioná-los na Faculdade. Seus
do chão. Deixou de ser instrumental no fazer colegas se tomaram S a’s para não se falar sobre
aquele serviço e portanto já não produz certos assuntos na escola. (Os colegas de Karen
resultados compensadores. Deixamos de continuarão sendo 5 ° ’s para se tocar em certos
introduzir moedas numa máquina de doces tópicos se continuarem a mostrar interesse
depois de perde: várias moedas e não receber quando ela conversar com eles).
nenhum doce. A velocidade na qual a freqüência da
A extinção acontece porque (l) não há resposta declina durante a extinção depende da
reforçamento associado a um dado comporta­ história passada de reforçamento do indivíduo.
mento ou (2) há menos reforçamento Quando a extinção começa, as pessoas abando­
associado com aquele comportamento que nam um padrão de comportamento muito mais
associado a um comportamento alternativo rapidamente se o comportamento foi recompen­
superior. Deixamos de comprar no armazém Y sado todas as vezes no passado, do que se foi
quando descobrimos que é menos recompen- recompensado só algumas vezes no passado. Se
sador comprar lá do que no armazém X. seu carro sempre pegou na primeira tentativa é
Deixamos de usar a velha estrada para casa possível que você desista rapidamente e procure
quando se termina a construção da nova via uma oficina se ele não pegar numa certa manhã.
expressa que reduz a viagem em 15 minutos. Entretanto, se você está acostumado a tentar 10
Deixamos de votar em um político quando se ou 20 vezes antes do motor pegar é menos
toma claro que outro político apoia melhor as provável que desista rapidamente num dia em
reivindicações que valorizamos mais. Compor­ que é impossível fazer o motor funcionar. Foi-
tamento menos compensador é extinto quando se recompensado intermitentemente - uma vez
uma alternativa superior fica disponível. que o carro só começava a funcionar uma vez
em cada 10 ou 20 tentativas, e é difícil
Os estimuios antecedentes que são regu­ discriminar o início da extinção quando o carro
larmente associados com não reforçamento - pára definitivamente de pegar. Depois de uma
ou com menos reforçamento do que uma história de reforçamento intermitente a
alternativa superior - se tornam S*’s para não freqüência do comportamento normalmente
responder durante a extinção. Antes que uma decai mais lentamente durante a extinção do
máquina de doce se quebre, ela é um SD para que c freqüência do comportamento reforçado
inserir moedas, mas depois de quebrada se contimtamente. (Isto será explicado mais
toma um SD para não inseri-las. Dois armazéns completamente no capítulo 12).
são SD’s para compras se gostamos igualmente
Pfincioios do Comportamento na Vida Diária 21

E x tin ç ã o

Dias

FIGURA 2.5 A freqüência de gemidos e gritos.


Reprodução de Hall et al. Copyright 1972 pela Sociedade de Análise Experimental
do Comportamento, Inc.

Os exemplos que se seguem mostram Terry gemia com freqüência.10 Seus pais
formas comuns de extinção depois da inter­ reforçavam freqüentemente seu comporta­
rupção de reforçamento positivo e negativo. mento dando-lhe atenção. Se o gemido não
atraísse atenção, Terry normalmente começava
a gritar. A freqüência de gemidos e gritos está
Extinção Após Reforçamento P ositivo mostrada na Figura 2.5 em (A). Os gemidos e
gritos eram tão aversivos que os pais
Quando se interrompe o reforçamento normalmente davam atenção ao Terry
positivo para um dado operante a freqüência simplesmente para fazê-lo calar-se. (O dar
da resposta reforçada declina. Se, a uma pes­ atenção dos pais era reforçado negativamente
soa que recebesse 20.000 reais por ano num porque sua atenção interrompia os gemidos e
banco, fosse dito que seu salário não mais gritos aversivos). Um dia, os pais de Terry
poderia ser pago (embora pudesse continuar mudaram a estratégia e deixaram de dar-lhe
trabalhando) o que aconteceria? A maior parte atenção quando gemia ou gritava. Ignoravam-
das pessoas abandonaria o trabalho (a menos no. Uma vez que o reforçamento foi
que outro reforçador eficiente estivesse interrompido, a resposta entrou em extinção. A
operando). O comportamento mantido por freqüência de gemidos e gritos caiu abrupta­
reforçamento positivo normalmente fica mente a menos da metade da taxa anterior, e
menos freqüente quando se remove o continuou a declinar nos dias seguintes (B na
reforçamento. Algumas crianças aprendem a Figura). Então, por 3 dias os pais voltaram a dar
gemer, fazer manha, dar birra porque estes atenção aos gritos e gemidos (período C) e a
comportamentos atraem a atenção de outros.

10 Hall et al. (1972).


Principios do Comportamento na Vida Oiána 22

uma dieta nova, que promete reduzir o peso, a-


novidade do método recom-pensa as pessoas
que falam e experimentam a nova dieta.
Passada a novi-dade - com pouco peso perdido
- as pessoas perdem o interesse e a dieta da
moda cai no esquecimento.
Vários anos atrás, a moda do comer
lâmpada se espalhou por diversos campus
universitários. Os estudantes ficavam surpresos,
um pouco céticos, mas claramente interessados
quando encontravam alguém que dizia que ele
ou ela iria comer uma lâmpada às 7 horas
naquela noite. “É melhor que a comida do
restaurante O humor, o interesse da audiência
Crianças aprendem a gemer, fazer manha, e a expectativa crescente pelo show das 7 horas
dar birra porque estes comportamentos serviam todos como reforçadores para o
atraem a atenção de outros. comedor de lâmpadas iniciante. E às 7 horas
várias pessoas lá estavam para ver. A fre­
freqüência dessas atividades aumentou. qüência de espectadores era reforçada pela
Convencidos de que era melhor colocar novidade do show. Enquanto o comedor de
gemidos e gritos em extinção que reforçá-los, lâmpadas ingeria uma de 75 wats, a atenção
os pais novamente ignoraram estas respostas social da platéia espantada provia os reforça­
(período D). Mais uma vez as respostas dores positivos que produziam a fase 1, o
indesejáveis ficaram menos freqüentes. Assim, aparecimento de uma moda. Instado a revelar o
o re/orçamento aumenta a freqüência do segredo, o mastigador de lâmpadas poderia
comportamento e a extinção reduz. Durante os dizer: “se mastigar muito bem não machuca
períodos do reforçamento os pais eram S°’s muito*'. Os corajosos que imitavam o feito
para os gemidos e gritos de Teny. Durante a também receberam reforçadores positivos da
extinção os pais se tomam SA>s para gemidos e atenção e da experiência nova. A moda se
gritos já que não reforçavam o comportamento espalhou.
inadequado. A medida que passava a novidade de se
O início e o término das modas comer lâmpada, houve uma mudança natural
geralmente refletem um ciclo de 2 fases: (1) de reforçamento para extinção (fase 2 ). Depois
um período de reforçamento positivo seguido de ver 10 ou 20 lâmpadas serem engolidas os
por (2) um período de extinção. Quando um observadores já não se surpreendiam com o
novo estilo de roupa, uma gíria ou um truque. O interesse decaia e as pessoas já não
brinquedo incomum aparecem, trazem wov- acorriam para ver os mastigadores de lâmpadas.
dade (que é normalmente um reforçador Assim, não havia a novidade nem atenção
positivo), e pessoas que experimentam a moda social para se comer lâmpadas - e como as
recebem muita atenção social (que é também lâmpadas não eram gostosas não havia nenhum
reforçador positivo para a maioria das reforço para comê-las. Com o surgimento da
pessoas). Quando se inventaram os bambolês extinção, a resposta de comer iâmpadas caiu de
foram um sucesso instantâneo (fase 1). Eram freqüência. (A importância das trocas sociais
no reforçamento de comportamentos pode ser
vistos por todo lado. Mas, à medida que a
novidade acabou e o reforçamento diminuiu, a vista claramente aqui. O comedor de lâmpadas
moda passou, devido à extinção (fase 2).
já não oferecia suficiente novidade como
reforçador para reunir uma audiência; assim, a
Dietas da moda também vêm e vão pelas
freqüência da platéia entrou em extinção.
mesmas razões. Quando alguém aparece com
Princípios do Comportamento na Vida Diária 23

Conto a platéia já não provia a atenção social razões para se ser frugal. Já não haviã
para recompensar o comedor de lâmpadas, reforçamento negativo forte para conservação,
essa atividade também entrou em extinção). economia e avareza. Essas mudanças marca­
ram o início da extinção (fase 2). Em 10 anos
muitos europeus abandonaram muito da
Extinção Apôs Reforçamento Negativo frugalidade do após-guerra.
Outras dificuldades temporárias produ­
Quando um operante se estabelece via zem o mesmo tipo de ciclo de 2 fases. Sempre
reforçamento negativo, a remoção do reforça- que parte de um país enfrenta uma seca severa,
dor negativo (isto é, extinção), normalmente a água se toma escassa e cara. Devido ao
causa declínio da freqüência do comporta­ reforçamento negativo aprende-^e a reciclar e
mento. Extinção de um comportamento negati­ economizar a água: práticas frugais ajudam a
vamente reforçado ocorre como a segunda de evitar contas proibitivas e multas por desper­
uma seqüência de duas fases: (1) a pessoa dício. Quando voltam as chuvas e passam as
aprende uma resposta que ajuda a fugir òu se dificuldades o que acontece às práticas frugais
esquivar de um estímulo aversivo, então (2) o de economia e reciclagem de água? Esses
estímulo deixa de ser aversivo ou já não está operantes estão agora em extir.ção devido à
presente. Durante a 2a parte da scqüência - fase falta de reforçamento negativo e as atividades
de extinção - o comportamento fica menos de conservação rapidamente ficam menos
freqüente. Esse ciclo de 2 fases freqüente­ comuns.
mente corresponde ao aparecimento e desapa­
Problemas diários produzem ciclos de
recimento de problemas na vida. Depois de
reforçamento negativo e extinção. Se você se
apresentar vários exemplos disso, veremos
envolve numa discussão azeda com um amigo,
uma importante exceção a este padrão.
a experiência aversiva cria reforçamento
A 2a Guerra Mundial trouxe destruição negativo para evitar o seu amigo ou evitar
generalizada à Europa. A perda de edifícios, tópicos sensíveis em conversas subseqüentes. A
linhas de transporte, acesso fácil aos estoques extinção começa logo que você e seu amigo
de alimentos, e muitas das amenidades básicas conseguem silenciar outros conflitos. Conti­
da vida criaram enorme sofrimento. Face aos nuando a extinção, você fica menos apreensivo
problemas desagradáveis de sobrevivência e e nervoso nas conversas com seu amigo e as
reconstrução sob condições adversas, as suas respostas de conversa cuidadosa caem de
pessoas aprenderam a ser frugais, conservar freqüência. Eventualmente, você reassume o
recursos escassos e guardar coisas que seriam seu jeito natural com seu amigo - não tendo
jogadas fora em épocas mais afluentes. Essa mais que evitar cuidadosamente os tópicos
foi a fase de aprendizagem (fase 1) em que se potencialmente sensíveis.
adquiriam, por reforçamento negativo, as
práticas para evitar ou minimizar circuns­
tâncias aversivas. Pessoas que esbanjassem A EXCECÃO:
alimentos ou lenha provavelmente teriam fome ESQUIVA RETARDA A EX71NCÃO
ou frio. Por outro lado, evitando desperdício
desnecessário e guardando qualquer coisa útil,
Há uma exceção importante à afirmação
seu comportamento era reforçado negativa­
geral de que o comportamento aprendido, via
mente por fugir da fome, frio e outras
reforçamento negativo, diminui em freqüência
inconveniências.
após o inicio da extinção: As pessoas, algumas
Em uma década, após o fim da 2* Guerra vezes, continuam dando respostas de esquiva
Mundial, uma nova prosperidade coir.eçou a bem aprendidas até muito tempo depois que o
emergir na Europa. Os problemas de escassez reforçamento negativo acabou. Algumas pes­
ficaram menos severos e assim havia menos soas aprendem fortes respostas ce esquiva que
Princípios do Comportamento na Vida Diária 24

nunca diminuem de freqüência, mesmo de resposta é suprimida é chamado purução.11'


durante a extinção. Considere as respostas das Se uma pessoa recebe uma multa pesadi apôs
pessoas a um homem que é insuportavelmente avançar um sinal vermelho, a punição prova­
chato e egoísta. As pessoas o evitam porque velmente eliminará o comportamento de
qualquer resposta que as afasta de uma avançar sinais vermelhos no futuro. Quando as
interação com ele é negativamente reforçada pessoas discordam de você cada vez que você
pela esquiva de uma conversa desagradável. menciona um certo assunto, este feedback
Depois que o homem enfrenta seu problema e crítico provavelmente suprimirá seu compor­
tenta durante meses resolvê-lo, as pessoas tamento de levantar este assunto no futuro. Esta
ainda continuam a evitá-lo. Por quê? Elas supressão de resposta acontece mesmo que
aprenderam respostas de esquiva tão fortes que você não perceba que foram os comentários dos
nunca iniciam uma conversa com ele, e então outros que o levaram a deixar de mencionar o
nunca descobrem que agora ele é uma pessoa assunto criticado.12
muito mais agradável. A esquiva de uma
Qualquer estimulot regularmente relacio­
situação que já fo i aversiva pode impedir que nado com a punição de um operante, pode se
as pessoas aprendam que a situação deixou de
tomar um SA- estimulo delta - que estabelece a
sê-la, assim , as respostas de esquiva podem
ocasião para não responder. Depois que as
continuar mesmo quando não há mais nenhum
pessoas recebem reprimendas ou muitas de
reforçamento negativo.
trânsito pelo avanço de sinais vermelhos, os
Se uma criança de escola primária tem sinais se tomam SA,s para não avançá-los
experiências muito ruins na aula de educação (consi-derando que os sinais verdes são SD's
física - porque o professor é rígido e insensível para seguir em frente). Pessoas param de tentar
- a criança pode aprender a arranjar desculpas brincar com cães ameaçadores depois de serem
para evitar a aula. Arranjar desculpas é mordidos por eles, e cães rosnando se tomam
negativamente reforçado, já que ajuda a S*’s para não se brincar com cães. Empregados
criança a evitar futuras experiências aversivas com bons salários deixam de contradizer o
na ginástica. Quando a criança vai para o patrão depois que ele ameaça despedi-los se
ginásio, o novo professor de ginástica pode ser não conseguirem controlar a lingua; e o patrão
gentil e cooperador, mas a criança aprendeu a se toma um S* para não se fazer comentários
dar tantas desculpas para evitar a aula de que o contradizem.
educação física que a esquiva total a impedirá
de aprender que a ginástica agora pode ser Tanto a punição quanto a extinção
divertida. Respostas fortes de esquiva reduzem a freqüência do comportamento;
impedem uma pessoa de ter a oportunidade de entretanto, a punição normalmente o faz mais
aprender que coisas que foram aversivas um rápida e completamente do que a extinção.'*
dia podem não o ser mais. Então, a esquiva Por exemplo, depois que uma criança aprendeu
pode produzir efeitos duradouros no a resmungar, fazer beiços e choramingar,
comportamento. porque estas respostas são reforçadas por
atenção, a freqüência de resmungar pode ser
reduzida por extinção ou punição. Se cs pais
PUNIÇÃO deixam de dar atenção sempre que a criança
comece a chorar optaram pelo método da
extinção. Se deduzem 10% da mesada cada vez
Quando um operante é seguido de um que ela chora, optam pelo uso da punição. Os
estimulo que suprime a sua freqüência no
futuro , o estímulo é chamado um punidor. O
processo pelo qual a freqüência de uma classe 11 Walters e Grusec (1977); Axelrod e Apsche (1983).
12 Centers (1963).
13 Lovaase Simmons (1969).
Princípios do Comportamento na Vida Diária 25

tempo

tempo

FIGURA 2.6 Registro acumulado de respostas que foram reforçadas antes do


momento X, e em seguida mudadas ou para a extinção (acima) ou punição (abaixo)
no momento X. Observe que a punição produz uma cessação muito mais rápida do
responder do que a extinção. (Uma linha horizontal indica nenhuma resposta
adicional).

dois métodos funcionam; entretanto, a punição de extinção ou punição (no momento X). É
geralmente causa um declínio muito mais claro que punição (gráfico inferior) causa uma
rápido da resposta que a extinção. Punição é cessação, muito mais rápida das respostas do
um processo pelo qual um comportamento è que a extinção (gráfico superior). (Uma linha
suprimido ativamente enquanto extinção é um horizontal continua, num gráfico acumulado,
processo pelo qual um comportamento fica mostra que não está havendo resposta). Numa
menosfreqüente devido ao não reforçamento. casa, com um corredor longo e escuro, as
A Figura 2.6 mostra os registros pessoas normalmente acendem a luz do
acumulados de comportamentos que foram corredor quando o atravessam à noite. O
sempre reforçados antes do momento X; a registro acumulado na Figura 2.6 mostra o
partir daí foram introduzidos os procedimentos padrão típico de uso do interruptor em horas
PfHttt«o> ao C o reo cn an w .o jia y-aa O i t n t ___2 6

noturnas Antes do X há uma taxs constante de baseados, em parte, na intensidade de cada um


respostas • as pessoas usam o interruptor 6 ou Se um interruptor de luz no corredor tunciona
8 vezes por noite. No momento X o interruptor (um reforçador) mas dã choque fraco (um
se estraga e ninguém o conserta. Se acionar o punidor leve) quando usado, as pessoas podem
interruptor já não acende a luz, o compor­ comiinuar a usar o interruptor à noite porque o
tamento está em extinção (desde que já não há reforçamento da luz acesa sobrepuja o descon­
resultados compensadores) Por vários dias, as forto de um choque fraco. Entretanto, se o
pessoas continuam acionando o interruptor choque for muito imenso e doloroso, a punição
"por hábito" - a cada vez que passam pek> do choque pode ser mais fone que o
corredor á noite Entretanto, a freqüência de reforçamento da luz e suprimir o responder. A
respostas declina gradativamente devido à razão custo'beneftcio entre punição e reforça­
extinção, como se mostra na pane superior da mento ajuda a prever quanta supressão de
Figura 2.6. Por outro lado, se o interruptor resposta ocorrerá. Quando os custos são altos e
entragado desse choque, quando tocado, a os benefícios baixos, há mais supressão de
resposta de adoná-lo seria suprimida muito resposta do que quando os custos são baixos e
mais rapidamente, como se mostra na pane os benefícios altos.
inferior da Figura 2.6. A punição reduz as
A frequência da punição e reforçamento
taxas de resposta mais rapidamente do que a
também afeta a razão custo/beneficio. Se um
extinção.
comportamento é sempre recompensado, mas
A punição produz a sttpressão mais punido apenas uma vez em dez, a punição
rápida de comportamento quando forte, intermitente provavelmente suprimirá menos a
imediata e quando não (tá um reforçamento resposta do que a punição mais freqüente.
que a supere. Punição extremamente intensa e Pessoas que são criticadas toda vez que men­
imediata pode suprimir um comportamento cionam a estranhos suas crenças em PES
permanentemente.14 Depois de levar um (percepção extra-sensorial) têm maior proba­
choque forte de um fío desencapado ao tentar bilidade de deixar de falar sobre PES com
consertar um interruptor, a maioria das pessoas estranhos do que pessoas que só são criticadas
aprende a não trabalhar com fios dcscncapados uma vez em dez. Se um rapaz critica sua
sem antes verificar se a chave geral está namorada toda vez que ela joga tênis com ele.
desligada A punição fraca c com atrasos é suas criticas são punidores que podem suprimir
normalmente menos eficiente que a forte e seu comportamento de jogar. Ela pode con­
imediata Quando os pais vêem seu filho tinuar a jogar ténis com ele se a frequência de
tomando o brinquedo de outra criança, eles recompensas for maior que a de punição; mas é
podem dizer.1 "Não, não. .Vãofaça isto"; mas provável que ela pare de jogar se as criticas
uma reprimenda verbal, apenas, é uma punição forem mais freqüentes que os reforçadores.
fraca e pode não ser muito cficaz na supressão Punição leve e pouco freqüente pode
do comportamento. Quanto maior o atraso suprimir totalmente o comportamento se um
entre o comportamento c a reprimenda mais comportamento alternativo está disponível •
fraco o efeito supressor. Muhos pais aprendem com uma razão custo/beneficio melhor - para
a agir forte e rapidamente para impedir seu subsMui-lo. As pessoas podem parar comple­
filho de pegar coisas de outras crianças. tamente de emitir um comportamento leve­
Quando a punição è contrabalançada mente punido se das têm acesso a um compor­
pelo reforçamento. o comportamento i tamento alternativo que oferece mais reforça­
influenciado pela intensidade e frequência mento e/ou menos punição. Quando os pais
mlauvas da punição e do reforçamento. Os usam reprimendas verbais - um puntcíorfraco -
efeitos opostos de reforçamento e punição são para lidar com uma criança que está tomando os
brinquedos de outras, as reprimendas podem ter
" Appd (1961); Scorns « a l. (1962).
um efeito pequeno no compor-tantento da
Princípios do Componamento r>a Vida Diária 27

criança porque as recompensas de brincar com


brinquedos sobrepujam o fraco punidor verbal. REFORÇAMENTO POSITIVO
Entretanto, se os pais dão a seu filho vários OCORRE COM O SURGIMENTO
DE BONS EFETTOS.
brinquedos interessantes ou passam mais
tempo brincando com ele, as reprimendas pelo PUNIÇÀO POSITIVA OCORRE
roubo dos brinquedos de outras crianças - rS= s COM O SURGIMENTO DE MAUS
EFEITOS.
junto com recompensas por um
comportamento alternativo - podem REFORÇAMENTO NEGATIVO
interromper o comportamento indesejável. rS=1 OCORRE COM O TÉRMINO DE
MAUS EFEITOS.
PUNIÇÃO NEGATIVA OCORRE
PUNIÇÃO POSITIVA E NEGATIVA ^3= . COM O TÉRMINO DE BONS
EFEITOS.

Há 2 tipos de punição: positiva e


negativa. Os termos “positivo” e "negativo" Punição P o sitiva
indicam se a punição ocorre com o surgimento
ou término do estímulo que segue o operante.
Positiva indica surgimento, e negativa indica A punição positiva ocorre sempre que
término. Punição positiva ocorre com o inicio uma ação conduz a experiências aversivas. O
de um estimulo aversivo que suprime o ambiente físico é sempre uma fonte de punição
comportamento. Se você derrama café quente positiva. Descuido com fogo, facas, abelhas,
em sua mão enquanto senta-se à uma mesa máquinas e outros objetos conduz a conse­
numa cafeteria, o surgimento de um estimulo qüências aversivas; portanto, respostas desa­
aversivo pune o ato desajeitado. Isto é uma tentas são suprimidas pela ocorrência natural da
punição positiva. Punição negativa ocorre punição positiva. Já que estes punidores
quando o término de um estimulo reforçador naturais continuam a nos afetar durante toda a
suprime o comportamento. Se uma ação vida, respostas desatentas permanecem suprimi­
desajeitada resulta em você deixar cair e das para sempre.
perder uma nota de dez reais num dia de Crianças pequenas algumas vezes fanta­
ventania, a perda serve como punição para a siam que podem voar. Contos de fada seduzem
falta de cuidado. Assim, perda de um com sonhos de voar sobre a casa, na direção de
reforçador positivo é uma punição negativa um mundo especial só para crianças. Com
Quando se refere ao reforçamento níveis altos de reforçamento positivo esperando
positivo ou punição positiva, o termo o primeiro vôo bem sucedido, a criança prepara
“positivo” indica que o condicionamento uma fantasia de Super-Homem ou Mulher-
operante resulta do aparecimento de um Maraviíha com lençóis velhos e pula do teto da
estímulo. Quando se refere ao reforçamento garagem. Pronto para a decolagem! A criança
negativo ou punição negativa, o termo arruma a capa mágica e chega na beirada. Olhar
“negativo ” indica que o condicionamento para o chão, 3 metros abaixo, já lhe dá a ilusão
operante resulta do término (através da fuga, de voar. Só mais um passo. Decolai Vôo livre...
da esquiva, ou perda) de um estímulo. Isto é THUMP! Devido às leis da gravidade as
facilmente, compreendido em termos da lei do crianças voadoras recebem punição positiva -
efeito: uma experiência aversiva - após cada salto. A
força da punição depende se o vôo termina num
palheiro, num gramado macio do jardim, ou no
cimento. A criança que cai no paiheiro pode
atribuir o fracasso do primeiro vôo a erro
técnico e pular muitas outras vezes antes que a
punição leve, mas constante, finalmente supri­
Princípios do Comportamento na Vida Diária 28

ma o comportamento. A criança que cai no ■ adquiridas e fortalecidas, via refbrçamemo_


cimento pode não voar de novo. Uma punição negativo,
positiva forte pode ser suficiente para eliminar
a resposta de uma vez por todas. Após a
infância, o ato de pular de edifícios permanece Pmtiçúo Negativa
bem suprimido pelo resto da vida da maioria
das pessoas. Enquanto a punição positiva ocorre
Há numerosas formas sociais de punição quando um operante é seguido por um estímulo
positiva. Algumas são intencionais - tais como aversivo, a punição negativa ocorre quando um
espancamentos, reprimendas, e criticas hostis. operante leva a perda de um reforçador
Outras nao são intencionais - tais como um positivo. Quando as pessoas perdem coisas de
comentário insensível que foi feito sem que se valor, a perda produz punição negativa que
percebesse o quanto ele feria um dos ouvintes. sempre suprime efetivamente füturos compor­
Como cada pessoa tem uma história única de tamentos desajeitados. Você já perdeu, alguma
condicionamento no passado, os punidores vez, sua bolsa cheia de dinheiro e documentos?
sociais sempre afetam as pessoas diferen­ A perda pune negativamente o comportamento
temente; um olhar frio ou uma resposta descuidado que o levou a deixá-la íbra do lugar.
insolente pode ser muito aversiva para uma Este comportamento negligente ocorrerá menos
pessoa e mal notada por outra, provavelmente no futuro, O comportamento
desajeitado, sem consideração ou grosseiro na
A maioria das pessoas, entretanto, é interação social, pode resuítar na perda de
sensível a muitos dos punidores sociais amigos ou de possíveis contatos sociais.
naturais que fazem parte das interações Quando uma pessoa comete um erro estúpido
sociais. Imagine que v o c ê está conversando em um coquetel e vários ouvintes se viram para
com pessoas que conheceu semana passada conversar com outras pessoas, a perda dos
cujos nomes já deveria ter aprendido. Se você, reforçadores sociais pune negativamente o
acidentalmente, chama alguém pelo nome comportamento de dizer coisas estúpidas em
errado, o erro pode levá-lo a uma situação público. A perda de amor - quando uma boa
embaraçosa, A punição positiva, resultante de relação vai por água abaixo - pune e pode
um erro cometido, pode suprimir sua resposta suprimir alguns dos comportamentos de falta de
de usar o nome de outras pessoas até que você consideração que prejudicavam a relação, A
se certifique que não errará mais Após perda de uma carteira de motorista pune o
diversas punições pelo uso errado do nome de dirigir além da velocidade permitida e é
uma pessoa você pode parar de pronunciá-lo a suficiente para suprimir a alta velocidade no
menos que tenha acabado de ouvir alguém futuro.
mais mencionà-loT e de estar certo de que o
nome podia ser usado. Além de suprimir Os pais podem usar punição negativa
respostas erradas, a aversão a erros sociais como um meio eficaz para ajudar os filhos a
pode levar uma pessoa a aprender - via vencerem um comportamento inadequado. Por
reforçamento negativo - novas habilidades exemplo, chupar o dedo como resposta fre­
para evitar gafes Por exemplo, pode-se qüente e persistente pode causar problemas para
aprender a ouvir com atenção quando as um a criança. O individuo q u e chupa o dedo é
pessoas são apresentadas, e ensaiar o nome freqüentemente criticado e tratado como se
diversas vezes consigo mesmo de modo a se fosse um pouco imatuTO. Diversos problemas
assegurar que será lembrado. Então, situações de dentição podem também advir de chupar o
aversivas podem tanto (1) levar respostas dedo. Um estudo na Universidade de Vermont,
erradas a serem suprimidas na punição usando crianças de 6 a 8 anosr mostrou que
positiva, quanto (2) tomar outras habilidades chupar dedos podia ser totalmente eliminado
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FIGURA 2.7 A frequência de chupar o dcdo


Reprodução de Knighl e McKenzie. Copyright à 1974 pela Sociedade para a
Análise Experimented do Componamento, Inc.

por punição negativa.15 Todas as 3 crianças do DESCONTINUIDADE


estudo tinham um comportamento de chupar DA PUNIÇÃO
dedos persistente desde a 1* infância. Os pais
usanun a hora de dormir por 10 a 20 minutos
de condicionamento operante por dia. No A punição não faz o comportamento ser
início, os pais liam histórias favoritas para seus "desaprendido" ou “esquecido” Ela mera­
filhos, não se preocupando se chupavam ou mente suprime a freqüência do responder. Os
não o dedo (ver Figura 2.7, período A). Isto efeitos da punição são muitas \e 2es apenas
nSo eliminou o comportamento indesejável. temporários: e quando a punição não ocorre
Então se iniciou um período de punição mais, a taxa dc respostas geralmente aumenta.
negativa. Os pais paravam de ler quando o Este fenômeno é chamado recuperação. Em
dedo tocava ou entrava na boca e só muitos casos, 0 comportamento previamente
retomavam a leitura quando cessava o chupar suprimido retorna completamente a freqüência
dedo. Houve uma rápida supressão do chupar que (inha antes que a punição começasse.
dedo em todas as três meninas, como pode ser Depois que os guardas param de usar o radar de
velocidade em um certo trecho da estrada, as
visto nos dados de Rosáe, de 6 anos (período
pessoas que costumavam exceder a velocidade
B). Quando a punição negativa foi tempo*
rariamente interrompida e os pais liam histó­ voltam ás velhas práticas de correr pelas
rias se a criança chupasse ou não o dedo, a rodovias.
resposta reapareceu (periodo C). O restabele­ A recuperação é mais rápida e mais
cimento da punição negativa suprimiu nova­ completa quando a punição original /o i fraca
mente a resposta (periodo D). Chupar o dedo ou infreqúente e há reforçamento para se emitir
foi eliminado em todas as 3 crianças o comportamento. Quanto mais leve a punição
original, mais rápido um componamento se
toma provável de recuperação após o ftm da
11Knighl e M cK auie <t974) punição. Por exemplo, se você sofre um
Princípios do Comportamento na Vida Diária 30

acidente de esqui que te quebra ambas as ocasionalmente á noite, quem sairá as ruas mais
pernas, essa punição intensa pode suprimir o depressa depois que se retira o toque de
esquiar permanentemente, mesmo depois de recolher?
tirar o gesso. Por outro lado, se você.
Pular do telhado da varanda ou da
simplesmente cai esquiando numa encosta, garagem para voar como um pássaro é uma
essa punição pcuco intensa pode tirá-lo da
resposta que é geralmente bem suprimida na
colina pelo resto da tarde; mas amanhã você
infância pela punição de grandes quedas.
pode estar pronto para tentar novamente. Além
Muitas pessoas não tentam posteriormente os
disso, o reforçamento fortalece a recuperação. vôos livres pelo resto de suas vidas. Entretanto,
Quanto mais reforçamento houver para um há circunstâncias especiais, nas quais voar
operante, mais rapidamente a recuperação virá como um pássaro não é seguido por punição -
após o fim da punição. Pessoas que quebram ou seja, quando se usa um pára-quedas ou asa
ambas as pernas em acidentes de esqui delta Quando os pára-quedistas chegam à porta
provavelmente só voltarão a esquiar se houver do avião para o primeiro salto há alguma
recompensas para fazê-lo. Elas realmente
hesitação - vista como respostas de aproxi­
gostam do esporte, todos os seus amigos mação - afastamento quando o novato altema
esquiam, estão perto de ganhar as competições entre se aproximar do ponto de pular e então
mais importantes, ou ganham a vida esquian­ volta para trás. Entretanto, após vários saltos
do. Se uma pessoa adora dar umas andadas à bem sucedidos (sem punição)t o pára-quedista
tardinha e uma segunda pessoa só sai salta do avião sem qualquer sinal de hesitação
ou esquiva. Pular das alturas não é mais
suprimido quando a punição é removida; assim
há uma recuperação da resposta, mesmo se ela
foi suprimida desde a infância.
A menção de qualquer tópico que leva ao
embaraço social, ao desconforto, ou outras
conseqüências aversivas será suprimida pela
punição. Entretanto, quando o assunto não
conduz mais à punição, os efeitos da recu­
peração são prováveis. Por exemplo, pessoas
que moram ou trabalham juntas, sempre contam
piadas para ajudar no convívio diário. Normal­
mente, piadas de pessoas morrendo, “abotoou o
paletó” ou "empacotou” podem fazer parte dos
padrões aceitáveis de brincadeiras. Entretanto,
quando alguém intimo morre, piadas sobre
morte podem subitamente encontrar respostas
frias. "Isto não é enlaçado agorat Joe”.
Durante o período de tempo em que a morte
ainda está muito presente, brincar sobre a morte
é punido e permanece suprimido. Eventual­
mente, a morte fica tão longe no passado que a
punição cessa e há uma recuperação da
freqüência de brincar a respeito de "abotoar o
Pular do telhado para voar como um paletó
pássaro é uma resposta que é Fumantes de cigarro sempre experi­
geralmente bem suprimida na infância mentam efeitos colaterais fortemente aversivos
pela punição de grandes quedas. de iiimar, quando tem um resfriado sério ou um
Princípios do Com poiam ento na Vida Diária 31

prolongado ataque de enfisema. Fumar torna coisas acontecem - seu amigo rí da piada e um.
os resfriados e enfisemas ainda mais aversivos trovão repentino assusta você - um evento é
e, portanto, pune as respostas de fumar uma conseqüência de sua piada, e o outro não é.
enquanto os fumantes estiverem doentes. Como a risada de seu amigo é uma conse­
Entretanto, após a doença, há menos efeitos qüência de sua brincadeira, ela reforçará o
colaterais aversivos para se fumar; e quase comportamento. Entretanto, a imediaticidade do
sempre a freqüência do comportamento de trovão é puramente acidental (não uma conse­
fumar retoma aos altos níveis anteriores. Esta qüência de sua brincadeira)\ e ele não
recuperação de fumar, após supressão suprimirá sua piada, mesmo que barulhos igual­
temporária, é mais provável para os indivíduos mente altos sirvam como punidores quando eles
cujo comportamento de fumar foi seguido por são conseqüência do comportamento. O barulho
altos níveis de reforçamento positivo. pode assustá-lo, mas não produz o condiciona­
mento operante. De fato, você pode continuar
brincando com seu amigo: “Por Deus, acho
MEDIATICIDAÜE que alguém ai nos ouviu queixar do tempo ”. O
E CONTINGÊNCIA comportamento operante é modificado por sums
conseqüências: reforçadores e punidores, que
Geralmente, o condicionamento operan­ não são conseqüências do comportamento,
geralmente produzem pouco condicionamento
te é mais provável de ocorrer quando os
reforçadores e punidores vêm imediatamente operante, mesmo se eles ocorrem imediata­
mente após um comportamento.
após um operante.16 Quanto mais longo o
período de tempo entre o comportamento X e Quando reforçadores e punidores são
suas conseqüências, menor o efeito que as conseqüências de um comportamento são
conseqüências têm sobre o comportamento X. chamados reforçadores e punidores contin­
Além disso, quaisquer outras respostas, Y e Z, gentes. Reforçamento contingente fortalece
que possam ter ocorrido entre o comporta­ comportamento. Punição contingente suprime
mento X e as conseqüências, podem ser comportamento. Reforçadores e punidores que
modificadas (ou aprendidas) no lugar do não são conseqüências de comportamento são
comportamento X. chamados reforçadores e punidores não
contingentes. São pouco eficazes para produzir
Há duas qualificações para a generaliza­
ção acima. Primeiro, um espaço curto de o condicionamento cperante.
tempo entre o comportamento e reforçadores Se um vendedor cumprimenta um freguês
ou punidores nem sempre produz o condicio­ de uma forma gentil e o freguês responde com
namento operante. O homem e outras “espé­ um sorriso, o sorriso do freguês produz reforça­
cies superiores” percebem a diferença entre o mento contingente para a resposta de cumpri­
reforçamento e a punipòo, que são conseqüên­ mentar amigavelmente do vendedor - porque é
cias de seus comportamentos, e reforçamento uma conseqüência do comportamento do
e punição que não são conseqüências de suas vendedor. Se o vendedor é gentil com um
respostas. Reforçadores e punidores que não segundo freguês, então escorrega e torce o
são uma conseqüência de um comportamento tornozelo, a dor provavelmente não suprimirá a
são pouco efetivos para produzir o condicio­ resposta de fazer saudações amigáveis (embora
namento operante, mesmo se eles seguem tenha ocorrido imediatamente em seguida),
imediatamente o comportamento.’7 Se você faz porque um tornozelo torcido não é
uma piada sobre o tempo chuvoso e duas conseqüência de uma saudação amigável.
Embora um deslocamento doloroso não
afete os comportamentos que não o provocam,
i€ Grice (1948 a,b); While c Schíosberg (1952). pode punir e suprimir aqueles comportamentos
17 Killeen (1978); Hammond (1980). que de fato o procuzem, tais como pisar em
Princípros do Comportamento na Vida Diána 32

objetos redondos ou esconegadios no chão. proble-mas que surgiram depois de convidar-


Cada comportamento c modificado por sueis alguém para ferias de verão pode suprimir a
próprias conseqüências - mas nâo por resposta de convidar pessoas para estadias
conseqüências de outros comportamentos (ou longas no futuro. Embora possa haver um
por outros re/orçadores e punidores não atraso longo entre o comportamento original e
contingentes). Então, a imediaticidade de um suas conseqüências contingentes, pensar sobre
comportamento e um reforçador ou um o comportamento e suas conseqüências juntos
punidor não asseguram o condicionamento permite-nos ensaiar a cadeia de eventos com
operante se o reforçador ou punidor não são pouco atraso entre lembranças do
uma conseqüência do comportamento em comportamento e lembranças de suas
questão. conseqüências. Assim, o ensaio cognitivo
permite a associação de comportamento com
Há uma segunda qualificação para a
reforçamento e punições imediatas e contin­
generalização de que o condicionamento
gentes. A medida que se descobre as relações
operante ocorre mais provavelmente quando
causais entre o comportamento e suas conse­
reforçadores e punidores vêm imediatamente
qüências ali asadas pode-se Uunbéin fazei regias
após um operante. Reforçamento e punição
verbais - '‘Eu devia fazer umas viagenzinhas de
contingente não necessitam ser imediatos para
3 dias, várias vezes por ano ” - e essas regras
modificar o comportamento operante. Conse­
aumentam o efeito das conseqüências atrasadas
qüências atrasadas podem causar o condicio­
(ver capitulo 11).
namento operante se se detecta uma relação
contingente e causai entre um comportamento Embora as primeiras formulações de
e suas conseqüências. Se um vendedor saúda princípios operantes afirmassem que o condi­
um cliente de maneira efusiva, antes de iniciar cionamento operante se baseava em punição e
a rotina de vendas, o cliente pode decidir por reforçamento imediato, o fenômeno não é tão
uma compra 15 minutos depois. Embora o simples. Primeiro, reforçadores e punidores
atraso entre a saudação e o aumento de vendas devem ser contingentes ao comportamento, ou
seja relativamente longo, a relação causai entre seja, ser conseqüências do comportamento -
o comportamento e suas conseqüências para produzir muito efeito. Segundo, se se
aumenta a probabilidade do que as conse­ detecta uma relação contingente entre compor­
qüências com atraso reforçarão saudações tamento e punidores e reforçadores com atraso,
efusivas. mesmo as conseqüências atrasadas podem
modificar o comportamento operante.
Mais do que qualquer outra espécie, o
homem é capaz de detectar relações causais
entre o comportamento e as conseqüências
com atraso. Muito de sua habilidade de
responder à conseqüência com atraso envolve
uma mediação cognitiva complexa. Quando
refletimos à respeito dos eventos das últimas
horas, dias ou semanas, notamos com freqüên­
cia as ligações entre nosso comportamento e as
conseqüências atrasadas. Quanto mais fre­
qüente e vivamente nos lembramos de um
comportamento c suas comcqüôncias atrasa-
das, tanto mais provável ê a modificação do
comportamento. Refletir sobre as muitas Embora as primeiras formulações de
coisas boas que aconteceram depois de uma princípios operantes afirmassem que o
viagem imprevista de 3 dias pode reforçar condicionamento operante se baseava
outras viagens curtas no futuro. Pensar sobre em punição e reforçamento imediato, o
fenômeno não é tão simples.
PnflçJcas do Cflmeoflarncnlo n» Wda Diânt 33

CONCLUSÃO

Conponamento operante é comportamento que opera no ambiente e é instrumental na


produção de conseqüências. A freqüência do comportamento operante pode ser modificada por <I)
reforçamento, (2) interrupção de reforçamento (extinção), (3) punição, e (4) interrupção de punição.
Reforçadores e punidores são as motas mestras do condicionamento operante. Reforçamento
aumenta a probabilidade de um comportamento, e pumçio diminui a probabilidade de um
comportamento. Quando um dado padrão de reforçamento ou punição é interrompido, a freqüência
do operante normalmente volta ao nivel anterior ao inicio do reforçamento ou punição.
As pistas antecedentes que melhor predizem que um comportamento poderá produzir
reforçamento positivo ou negativo tomam-se SA,s • estímulos discriminativos para responder. As
pistas antecedent63 que melhor predizem que um comportamento poderá produzir não reforçamento
ou punição tomam-se SD's - estímulos discriminativos para rão responder. Embora reforçadores e
punidores stjam mais eficazes quando ocorrem imediatamenic após o comportamento ao invés de
com atraso, sua eficácia é máxima se são conseqüências do comportamento, ou seja, se são
contingentes ao comportamento. Mesmo conseqüências atrasadas podem produzir condicionamento
operante se tio contingentes e essa ligação causai é detectada.
Condicionamento 3
Pavloviano
Neste capitulo você vai aprttider como reflexos biologicantettte
estabelecidos - ta is cotno respostas sexuais, respostas cm ociom is e
sintom as psicossom áticos • fmmpmrnt m vida diária, e cmno são
condicionados durante as experiências da história de vida particular
de cada indivíduo.

van Petrovich Pavlov (1849*1936) estudou

I reflexos biologicamente estabelecidos e os


processos pelos quais novos estímulos se
tom am associados com esses reflexos. 0 tipo
do aprendizagem que Pavlov descobriu i
geralmente chamado de condicionamento
Pavloviano: mas também conhecido como
condicionamento clássico e condicionamento
respondent*} 0 condicionamento Pavloviano
afeta quase todos* os reflexos - incluindo
salivaçào, piscar, resposta sexual, respostas
emocionais e sintomas psicossomáticos.
Simpltfica/tdo. o condicionamento Pavloviano
ocorre qitwnJo um estimulo neutro è empare­
lhado com um reflexo e eventualmente se
torna capaz de eliciar respostas reflexas.1

1 A escolha da icmúDotogia varia entre «i$ dtveaa* Ivan Petrovich Pavlov ( J$49 -1936 )
escolas d i ciência oomportamcsiu) Uaamc* o icctdo
cvndxionomcmo P avU m im o porque esse rótulo causa
menor oonfusto pcua esiudamc& CONDICIONAMENTO RÁPIDO
: Diversos reflexos - tais coioo o reflexo pateta*. o
rd k x o do biceps, 0 reflexo dc Aquiles - oâo se
cootbcionam (Bijou e Baer. 1965:36).
Para simplificar, consideraremos primei­
ro um tipo de condicionamento Pavloviano que
1 A pesquisa sobre o condicionamento Pavtovuno é
ocorre depois de um emparelha memo dc um
apresouada cm detalhes por Rescorla (196?. 1969.
1980). Rescorta c Wagner <1972} Terrac* (1971), estimulo neutro e um reflexo (apesar de a
Fttttuio e Logan <1979) maior parte do condicionamento Pavloviano
P nnppo» do Comconamyiio n» Vid» D * *

requerer emparefhamemas múltiplos) Diver­


sos tipos de alimentos gordurosos, contamina­
dos ou envenenados podem provocar um enjôo
de estômago na pessoa e desencadear rcsposias
reflexas de náusea e vômito. Pode bastar
apenas um emparelhamento dc um certo tipo
de alimento com o reflexo de vômito para
condicionar uma forte resposta negativa àquele
alimento especifico. Esse condicionamento
rápido reflete considerável preparaçuo biolõ~
gica para o condicionamento do reflexo dc Mecanismo usado por Pavlov para estudar
vômito/ Uma vez que evitar alimentos ruins é a resposta salivar condicionada em cáes.
importante pare a sobrevivência, essa prepara­
ção biológica i facilmente relacionada è
causas evolucionárias Aqueles que estão o cheiro e até mesmo o pensar nos mariscos
preparados para aprender rapidamente a evitar fritos no bacon deixam de ser estímulos
alimentos ruins tem as melhores chances de apetitosos. De fato. a próxima vez que você vir
sobreviver mariscos num cardápio, ou sentar-se perto de
O condicionamento rápido de respostas alguém que pede mariscos, vocé pode sentir
negativas a certos alimentos é comum na vida enjôo no estômago, talvez até um pouco de
diária. Por exemplo, se um amigo o convida náusea. Devido ao condicionamento Pavlovi»
para ir a um bom restaurante e o convence a ano, um novo estimulo - mariscos * tomou-se
experimentar um alimento do mar, vocé pode associado com o reflexo de vômito biologica­
inocentemente escolher algo gorduroso demais mente estabelecido A experiência dc aprendi­
para seu estômago. Quando chegam os maris­ zagem estabeleceu uma aversão condicionada
cos enrolados em bacon gordo e recobertos por alimento - ziesse caso, uma repugnância por
com creme de leite, eles são doces e mariscos.
suculentos. Para sua grande surpresa, uma ou O condicionamento Pavioviano permite
duas horas depois, seu estômago começa a que cada indivíduo aprenda que alimentos
reclamar O alimento gorduroso, pesado, foi específicos em seu ambiente desencadeiam o
demnis para vocé. e vocc sente que estão reflexo de vômito. Uma pessoa na California
surgindo enjôo e náuseas. Após meia hora. pode comer um jantar gorduroso ã base de
você está arrotando forte e, imediatamente molusco que desencadeia uma intensa indispo­
depois, tudo volta. Gosto horrível! E seu sição estomacal Para essa pessoa, molusco se
estômago nlo se acalma por mais de uma hora. toma o estimulo condicionado que, mais tarde,
O alimento gorduroso desencadeou um provoca sensações de náusea, enquanto maris­
reflexo básico que é pane de um sistema cos não provocam nenhum sentimento aversivo.
biológico de segurança que repele do corpo o Um nativo da chuvosa floresta amazônica pode
alimento ruim. O condicionamento Pavioviano tomar-se indisposto depois de experimentar
se constrói a partir desse reflexo básico. Cada uma fruta vermelha recentemente descoUcna. e
vez que o reflexo de vômito é eliciado pelo assim aprender uma aversão gustativa associada
alimento ruim, o tipo de alimento que vocé com esse alimento. Todos começamos a vida
comeu ames de ficar enjoado se toma com os mesmos reflexos biologicamente
estabelecidos Mas o condicionamento Pavio­
viano nos dá a flexibilidade para ir além das
respostas biologicamente determinadas As
4 Breland c Hieiand (1966): Skimwr (1969).
experiências de vi<ja particulares de cada
Sciigmanc Hígcr (19^2); Loçw« ai, (>9Si).
indivíduo criam paJrÔci dê condicionamento
P w io p as ao Conoonafflgiw r» Vid» D1V1 » 36

que refletem a história passada de aprendiza­ indtcar que nào envolve nenhum condicio­
gem da pessoa namento Em todos os leflexos incondicio-
nados. apenas um estimulo biologicamente
A aprendizagem nos permite beneficiar-
determinado pode eliciar a resposta reflexa
nos da experiência. Se você fica doente, uma
Esse estimulo é chamado estimulo incondteio-
vez. por causa de ccrto alimento, a náusea
nado (US), para indicar que nio è necessário
condicionada, que você sente quanto exposto
nenhum condicionamento para esse estimulo
àquele alimento, no faturo o ajudará a evitar
eliciar a resposta reflexa. A resposta que é
cair de novo no mesmo erro.* Em alguns casos
eltciada pelo US é chamada resposta tncondt-
* «orno no dc alimentos envenenados - isso
cionctda (UR), para indicar que nào é necessário
pode fa2cr uma diferença dc vida ou morte
nenhum condicionamento para a produção
Num estudo de 517 alunos. 65 por cento dos
dessa resposta. 0 reflexo incondicionado e a
csludamç? tinham pelo menos uma aversão por
seqüência US -> UR» na tinha superior da
alimento.6 A maior pane delas se estabeleceu
várias horas depois de comer um alimento que figura seguinte. Uma picada ou oorte na m&o e
causou enjôo É mais provável o gosto do um US que elicia a UR de puxar rapidamente a
alimento tomar-sc o estimulo condicionado m&o para trás.
(CS) para a aversào condicionada do que a O segundo tipo de reflexo, o reflexo
aparência ou cheiro do alimento. É mais condicionado, è estabelecido através do condi­
provável alimentos não familiares se tomarem cionamento Pavloviano. Todo condicionamen­
os OS’s para aversões por alimento. to Pavloviano sc constrói a partir de reflexos
inatos, incondicionados. Antes do condiciona­
mento. apenas um US e capaz de eliciar uma
DOIS TIPOS DE REFLEXOS resposta reflexa (o quadro da extremidade
esquerda na figura acima). No inicio do
Um reflexo consiste de uma seqüência condicionamento, um estimulo neutro (NS) é
estimulo-resposia na qual o estimulo ( S ) emparelhado com o US uma ou mais vezes (a
elicia uma resposta (R ). linha vertical pontilhada na figura). Durante o
condicionamento, o estimulo neutro se toma
um estimulo condicionado (CS) que eJicia uma
resposta condicionada (CR). O reflexo

Uma pancada no joelho inicia uma


flexào da perna. Um alimento ruim no estôma*
go elicia contrações estomacais c vômitos.
Tocar os genitais elicia a resposta sexual.
O tipo mais básico dc reflexo c o reflexo
biologicamente estabelecido ou inato, que é
chamado de reflexo mcondicionado. para

* Nesse exemplo e em outros ncsic capitulo, h i unu


uMeraçào entre condicionamento operanie c Pavtovtaao.
A esquiva futura dc maus alimentos resulta dc condicio- Náusea condicionada e vômitos são
iwncoto opetame. A interação é comum porque- oa vida
alguns dos sintomas apresentados por
diária, o condicioaaincnlo operame e o Pavloviano s3o
frequeniemente entrelaçados (ver capitula 4).
alguns pacientes antes de serem
submetidos novamente a quimioterapia.
* to u g c c ta ](1 9 8 1 )
PrwafHfrt do CamaorTarr.«n>B r\a Vtia Q iira 37

Antes do Inicio do Durante o Após o


Condicionamento Condicionamento Condicionamento Condicionamento

1. In a to U S -* UR US -> UR US UR

i


2. A prendido CS -> CR C S -+ C R

condicionado é a seqüência CS —» CR na linha aprende uma aversão alimentar condicionada, o


inferior da figura, Depois que se estabeleceu gosto do alimento é um CS que elicia a CR dc
um reflexo condicionado, a seqüência apren­ náusea e sentimentos aversivos E&& CR é
dida CS —*■CR pode operar, mesmo na ausên­ notavelmente diferente da UR de fortes
cia do reflexo incondicionado (o quadro da contrações estomacais e vômitos. Quando um
extremidade direita na figura). pai bate numa criança por ter corrido para a rua,
a batida dolorosa é um US que elicia lágrimas c
O condicionamento Pavioviano ocorre
choro Estímulos associados com o bater • estar
quando um estimulo neutro é emparelhado na rua e ver o pai se aproximando com raiva -
com um reflexo e se toma um CS capaz de lomam-se CS’s que cüciam a CR de lágrimas e
eliciar uma CR. Antes de uma pessoa choro Entretanto, as lágrimas e o choro
desenvolver uma avm âo alimentar condicio­
eliciados pelos CS’s não sSo tão intensos
nada, somente o US dc um alimento ruim pode quanto os eliciados pela palmada forte (o US).
eliciar um reflexo de vômito. Dc pois que uma
pessoa come um alimento gorduroso e fica
enjoada, o gosto daquele alimento se toma um ESTÍMULOS PRED m VO S
CS com o poder de eliciar respostas reflexas
de sensações de mal esuu no estômago e
náusea. Depois do condicionamento, o CS Que estímulos têm mais probabilidade de
pode eliciar náusea e sensações desagradáveis tomar-se estímulos condicionados7 Quando
antes que a pessoa cometa o erro de colocar uma pessoa está num restaurante comendo
alimento gorduroso no estômago (o US) pela alimento gorduroso, que logo desencadeará o
segunda vez. Assim, os CS'* contcm reflexo de enjôo, incontáveis cstimulos presen­
informação importante. No caso de aversões tes podem tomar-se associados com o reflexo.
alimentares, servem como estímulos dc aviso Entre esses. estSo os sons da música ambiente,
que indicam o perigo, diciando náusea antes a visão do garçom e de outras pessoas, tópicos
de a pessoa comer um alimento que, no de conversação c gosto do alimento gorduroso.
passado, lhe causou náuseas Qual desses estímulos tem mais probabil idade
de tomar-sc associado com o reflexo dc enjôo?
Apesar dc um CS ser capaz de eliciar Os estímulos que xâo mais fortemente
uma resposta reflexa, a resposta condicionada correlacionados com um US tèm mais
(CR) não é idêntica à resposta incondicionada probabilidade de tomarem-se CS's.
(UR). Apesar de a CR ser muitas vezes similar
à UR, é algumas vezes bastante diferente/ Todas as espécies superiores são sensíveis
Usualmente a CR é menos intensa e demora a correlações emre reflexos e os estímulos que
mais a aparecer do que a UR. além de outras os precedem. Os estímulos antecedentes que
diferenças possivels. Depois que uma pessoa são melhor correlacionados com um reflexo
tem mais probabilidade dc se tomarem CS's.
Na vida da maioria das pessoas, ter
’ Bittcrnwi « Woodari <19761; Holland (1977). indisposição estomacal é relativamente pouco
frnitgpKr? do CAmpoftamcnfo na V«d* ffraro l i

comum Comer algo novo, um alimemo Apesar das pessoas serem sensíveis a
gorduroso - tal como mariscos fritos no bacon correlações entre pistas preditivas e reflexos.*
• salienta-se como pouco comum, também. È elas não fazem sempre as associações corretas
mais facilmenie associado com enjôo do que Por exemplo, pacientes cancerosos que recebem
todos os outros estímulos do restaurante que quimioterapia algumas vezes desenvolvem
não são pouco usuais - tais como música aversões condicionadas por alimentos que
ambiente, pessoas e tópicos dc conversação. comeram antes de ir para a terapia. Pacientes
Os estímulos que estavam geralmente que comem sorvete antes dc sua quimioterapia
presentes quando o alimento nào causou enjôo podem desenvolver uma aversão a sorvete, e
não têm probabilidade de sc tornaram aprendem a evitar comer sorvete, depois dc um
associados com o evento pouco comum de único cmpareihamcnto com o enjôo.9 Apesar do
náusea e enjôo. alimento set correlacionado algumas vezes com
Quanto mais altamente um CS está o enjôo, nesse caso a associação c incorreta. O
calendário e o relógio proporcionam melhores
correlacionado com um US, mais informação
ele comém sobre o US. Essa informação toma- estímulos preditivos. Mesmo que estímulos
errados se tomem algumas vezes C S's para
o um estimulo prtditivo que sinaliza que um
respostas reflexas, associações totalmente
certo US c o reflexo incondicionado estão
errôneas não são muito comuns.
prestes a aparecer. O gosto de alimento
gorduroso è um bom preditor de que podemos
enjoar, se o comermos A música ambiente, CONDICIONAMENTO NORMAL
pessoas no restaurante e assuntos da conversa
não são preditores de possivel enjôo Uma
pessoa poderia ir ao mesmo restaurante onde A maior pane do condicionamento
se desenvolveu uma aversão alimentar, ouvir a Pavloviano não acontece tão rapidamente como
mesma música e falar sobre os mesmos a aprendizagem de aversões alimentares. Na
assuntos sem enjoar, se ela simplesmente pedir maior parle dos casos, um estimulo neutro deve
um tipo de alimento diferente. Somente o ser emparelhado com um US, em diversas
alimento gorduroso, pouco comum, fica tão ocasiões, antes de se tornar um C S cupaz de
ahamente correlacionado e preditivo dc enjôo; eliciar uma resposta observável.
tem mais probabilidade de tomar-se o CS para
A resposta sexual é um reflexo que
enjôo. usualmente se condiciona numa velocidade que
Pacientes cancerosos que receberam é tipica da maior parte dos outros reflexos.'4 As
quimioterapia muitas vezes experimentam respostas sexuais de machos e fêmeas são
náuseas e vômitos como efeito colateral dos reflexos biologicamente estabelecidos, media­
fortes elementos químicos usados em tal dos pela medula inferior11, e o condicionamento
terapia. A quimioterapia é o US que elicia o
enjôo incondicionado. Depois de submeter-se
à quimioterapia, alguns pacientes começam a coadKtoaaiocmo Pavloviano se mostroo eletivo para
experimentar náusea condicionada e vômitos romimizar a náusea condiaonada ( \to r c w e Moncll.
19K2).
antes de irem para a terapia Perceber que está
na hora de ir para a terapia é uma pista 9 Bcntstct» etaL (1982).
preditiva que é correlacionada com a 10 De sodas as resposias reflexas considerai» neste
quimioterapia (o US); por isso. o calendário e capitulo. 35 repostas sexuais c as respostas emocionais
o relógio fornecem OS’s que eiiciam o enjôo sdo os dois tipos de rdíexos que tem o papd mats
importante na vida d tiru c na interação social. Por
condicionado antes da terapia começar.* serem tío uupomiucs aa vida dtána. os reflexos sexual e
emocional aparecerto em numerosos exemplos durante
este cupilulo.
* A nausea e o vòmiio condicionados que prccakm
H K atcted o u n an e Lunáe (1980:87-90).
a icrapu náo sào alivudos por drogas. Emraanio. o
Pt>nciBic« oo ComDQRftmwito na Vidi Pára 39

Pavloviano desses reflexos usualmente exige prazer - mesmo na ausência do US, a estimu-.
diversas experiências dc condicionamento. A lação sexual direta.'*
estimulação tãtil dos genitais é o estimulo
Cada indivíduo pode aprender um
incondicionado que elicia as respostas incondi-
conjunto único de CS's sexuais, dependendo de
cionadas de ereção do pênis, lubrificação
sua história particular de condicionamento
vaginal, e. com suficiente estimulação, o
Pavloviano Uma mulher pode ter tido
orgasmo. Pensamentos, palavras, imagens
interações sexuais muito positivas com um
visuais, odores e uma multidão de outros
amante; e para ela, várias imagens, sons, c
estímulos podem tomar-se CS's sexuais que
outros estimulos. presentes enquanto fazia amor
elidam respostas sexuais (CR’s), se aqueles
com esse homem, podem tomar-se CS’s
CS's tiverem sido emparelhados com o reflexo
sexuais. Até o pensar sobre esses estimulos
sexual incondicionado (US->UR). Entretanto, pode eliciar excitação sexual. Uma segunda
o condicionamento sexual - como a maior mulher, vinda de um ambiente que punia o
parte do condicionamento Pavloviano •
interesse ou a expressão sexual pode constatar
usualmente requer múltiplos emparelhamentos que ela tem muito poucos CS’s sexuais porque
para estabelecer o reflexo condicionado leve poucas oportunidades para que o processo
A maior parte dos garotos aprende a sc de condicionamento criasse esses CS’s. Varia­
masturbar no inicio da adolescência.12 Durante ções no condicionamento são perfeitamente
a masturbaçào, a estimulação tátil dos genitais "naturais" no sentido de que cada pessoa terà
serve como o US que elicia respostas sexuais um conjunto único de CS’s devido ás expe­
incondicionadas de ereção do pênis e sensa­ riências particulares de condicionamento de
ções de prazer. O condicionamento Pavloviano cada indivíduo
entra em cena se outros estímulos vêm a ser Algumas mulheres usam vibradores por­
emparelhados com o reflexo sexual. Por que a estimulação vibrante suave é bastante
exemplo, uma tarde, um garoto pode ver uma efetiva para eliciar respostas sexuais, desde a
gravura de revista de uma mulher atraente. excitação inicial até o orgasmo. Estimulação
Naquela noite, se o garoto se masturbar, seus suave dos genitais é o US que elida a resposta
pensamentos podem girar em tomo da imagem sexual mcondicionada (UR) Uma vez que o
visual da mulher. Uma vez que a imagem zumbido mecânico do vibrador está sempre
visual está sendo emparelhada com o reflexo emparelhado com seu uso, é um estímulo
sexuat, ela começa a tomar-se um estimulo preditivo para as sensações de prazer c pode
condicionado. Depois de apenas um empare- tomar-se um CS, depois dc repetidos empare-
lhamemo. o garoto não notará nenhuma lhamemos com o US. Depois de numerosos
mudança marcante, quando olhar figuras de emparelhamentos, algumas mulheres têm
mulheres em revistas. Entretanto, o relatado que o som do vibrador passa a ter
adolescente provavelmente usará imagens de
associações excitantes e positivas para elas.
corpos femininos em numerosas ocasiões, como ilustra o seguinte caso. A Sra. X estava
enquanto se masturbar; portanto, haverá usando, um vibrador por vários meses. L’ma
múltiplos emparelhamentos de imagens tarde, aconteceu-lhe estar na casa da Sra. Y
femininas e o reflexo sexual Como resultado para um bate-papo de amigas Durante a visita,
do condicionamento Pavloviano, as imagens se a filha da Sra. Y voltou da escola, ligou o õrgâo
tomam CS's que s3o capazes de eliciar uma elétrico e foi à cozinha tomar um refresco antes
variedade dc respostas sexuais • inclusive a de tocar um pouco de música. Quando o motor
ereção do pênis e respostas emocionais de elétrico do órgão foi ligada, a Sra. X notou logo
o seu zumbido; ele lhe pareceu familiar e
12Kinsey ct ai. <194$); Hunt ( 19741; Aonoo (1975).
Mai t s et ai. (1965): Mess <1966); M.vki t fckk* " M aik sd al. (1965). M a s (I966X Marta cGcIder
Tollisoo e Adams (1979). (1967); Toilison c Adams 11979)
Pnncipicr4 do Coniaonamfrto na V^la Diirta 40

agradável. Enquanto ela continuava a bater


pap© com a vizinha, começou a perceber que
estava ficando sexualmente cxcitada A
medida que o zumbido continuava, sua
excitação sexual alcançou niveis mais ahos. O
zumbido do órgão era semelhante ao zumbido
do vibrador da Sra X; por isso o som era um
CS que eliciava uma resposta sexual
condicionada (CR)
Muitos estímulos podem ser condido*
nados para se tomarem CS’s sexuais sons.
odores, palavras, pensamentos, estimulação Estímulos altamente correlacionados são
dos lobos das orelhas, carícias no pescoço e melhores prediiorcs de prazeres sexuais.
outros podem lomar-sc estímulos eróticos
condicionados Para ocorrer o condicionamen­
to, um indivíduo usualmente deve ter experi­ borracha, enquanto se masturbava Em conse­
ências repetidas, em que um estímulo seja qüência, estar amarrado com borracha preta
emparelhado com o reflexo incondicionado. tomou-se um CS com o poder de eliciar
respostas sexuais
Pessoas com historias pouco comuns dc
condicionamento sexual tém probabilidade dc Durante os anos que se seguiram o Sr. A
ter suas respostas sexuais condicionadas a não fez muitos amigos e não estabeleceu
CS’s pouco comuns. Além de ceno limite, o nenhum relacionamento sexual Ele ficava
condicionamento pouco comum de uma frequentemente sozinho, e suas atividades
pessoa pode parecer aos outros como masturbatórias estavam entre as coisas mais
"estranho” ou “anormal'', mas o processo de prazerosas de sua vida. O emparei hamento
condicionamento que produz os CS’s sexuais freqüente de objetos pretos de borracha com o
pouco comuns é o mesmo condicionamento reflexo sexual produziu cvcntuaJmcntc um
Pavioviano que produz CS's "normais” Uma condicionamento tão forte que o Sr. A se sentiu
história da literatura clinica demonstra como incapaz dc impedir a si próprio de usar objetos
CS’s sexuais pouco comuns podem ser pretos dc borracha.
condicionados no ambiente natural '* O Sr. A O terapeuta tentou reverter o condicio­
procurou O terapeuta porque tinha medo de namento desse homem através do emparelha*
que seu hábito - de vestir-se com uma roupa mento de objetos pretos de borracha com
apertada de borTacha preta brilhante e experiências aversivas e não com o reflexo
masturbar-se - estivesse ficando fora de seu sexual emocionalmente positivo. Esse esforço
controle. Uma vez que ele recentemente tinha para contrariar o condicionamento positivo
tido dificuldade de livrar-se disso, tinha ficado anterior c um processo chamado de contra*
com medo de que pudesse morrer algum dia, condicionamento aversivo (ver pág. S6).
se- não pudesse escapar dessas amarras. Durante a terapia, o Sr. A enrolou-se a si
Quando o Sr A tinha 17 anos. um grupo próprio com uma roupa dc borracha e foi-lhe
de meoinos enrolou uma peça de borracha dada uma droga indutora de náusea. Após
sobre sua cabeça e o masturbou Apesar da poucas sessões, o Sr. A perdeu o interesse por
experiência ter sido algo ameaçadora, foi sua coleção de objetos dc borracha e desfez-se
eroticamente excitante. Depois disso, ele dela. Pela primeira vez, durante anos, de
muitas vezes se amairou oom objetos pretos dc começou a ir á bailes e outros eventos sociais
onde pudesse encontrar mulheres

MOswald (1962).
Princípios do Comportamento na Vida Diária 41

SETE DETERMINANTES DA correlacionado com o US tem maior proba--


FORCA DO CONDICIONAMENTO bilidada de tornar-se tint CS forte. O estimulo
mais altamente correlacionado estabelece-se
como o mais distintamente associado com o
Diversas variáveis determinam a rapidez
reflexo, o que facilita o condicionamento. Se
com que ocorre o condicionamento Pavioviano
palavras suaves de amor sempre precedem o
e a força de um reflexo condicionado após o
fazer amor, mas se os perfumes só são
condicionamento.
associados com a interação sexual algumas das
Primeiro, à medida que aumenta o vezes, as palavras de amor têm maior
número de empare/hamentos de um CS com probabilidade do que o perfume de tomaram-se
um US, o CS adquire crescente poder para CS’s para sensações eróticas. Estímulos alta­
eliciar uma CR Exceto em casos de forte mente correlacionados são melhores preditores
preparação biológica, um único emparelha- de prazeres sexuais; e eles tendem a impedir
que estímulos menos preditivos se tomem os
mento de um estímulo neutro com um reflexo
produz apenas um pequeno efeito. Cada CS’s mais fortes.
emparelhamento adicionai aumenta o poder do
Terceiro, estimulos que são o foco de
CS para eliciar uma CR. Depois de dez atenção têm mais probabilidade de tornar-se
empareihamentos com um US, um CS tem um
C S’s do que estimulos indistintos ou não-
efeito mais forte do que depois de um só
notados. Ações que focalizam a atenção de uma
emparelhamento. Quanto mais vezes uma
pessoa em estimulos preditivos relevantes e
pessoa emparelhar uma certa fantasia sexual
minimizam o número de estímulos irrelevan­
com os US’s do reflexo sexual, maior o poder
tes, ou que distraem a atenção, facilitam o
que a fantasia adquirirá (como um CS) de condicionamento rápido de CS’s afetivos.
eliciar respostas sexuais. O CS adquire maior Quando um pai vê seu filho correr para uma rua
poder de eliciar a CR cada vez que o CS é
movimentada, perseguindo sua bola saltitante,
emparelhado com o US, até que seja atingido o pode correr atrás e bater na criança. O bater é
condicionamento máximo.
um US que elicia UR’s de choro e sensação de
Segundo, <pjando um CS é sempre dor. Correr para a rua é um dos estímulos que
associado com um dado US, o CS adquire podem tomar-se u m CS que elicia re sp o sta s
maior poder de eliciar a CR, do que se o condicionadas de medo (CR). Sem saber os
emparelhamento for apenas intermitente. Se princípios Pavlovianos, o pai pode tentar
um estímulo precede um US, 100 % das vezes, minimizar o condicionamento do medo da
etc tem mais probabilidade de tornar-se um CS criança de correr para a rua, reduzindo os
estímulos irrelevantes que distraem, enquanto
do que se prececeu o US somente 20% ou
bate no filho. Pode tomar a bola das mãos da
50% das vezes. Se uma mulher usa um certo
perfume antes de fazer amor, e nunca o usa em criança, virá-la para o lado do tráfego e bater
nela, dizendo: "Você poderia ser morta por
outras ocasiões, o perfume tem probabilidade
aqueles carros”. Focalizando a atenção da
de tornar-se um CS que aliciará excitação
criança no tráfego da rua (o CS pretendido),
sexual para ela e para seu marido. Se ela
enquanto libera o estimulo doloroso (o US), o
também usasse o perfume enquanto estivesse
pai ajudará ao filho a aprender a ter medo de
fazendo esporte, alimentando o cachorro, ou
chegar perto do tráfego da rua.
fazendo outras atividades não sexuais, a
correlação mais fraca entre o perfume e o sexo Quarto, US's fortes produzem reflexos
limitaria seu poder de tomar-se um CS para condicionados mais fortes do que US's fracas.
sensações sexuais. Se um pai bate fortemente num filho (US),
Quando múltiplos estímulos precedem produzirá mais medos condicionados do que se
um US, o estimulo que está mais altamente bater mais levemente.
P w i D B i c» Com contm tnio na vifla P a ri» 42

Quinto, um estimulo neutro deve ocorrer tem po" \ medida que a pessoa reflete sobre_
antes - nâo depots - de um US, para que uma série de eventos precedentes, estimulos
ocorra o condicionamento. Se o estimulo preditivos e US’s, que eram originalmente
neutro ocorre depois dc tcc aparecido o US, o separados por um longo intervalo de tempo,
condicionamento Pavloviano raramente ocor­ podem ser colocados em intima associação
re.1* Tentativas de estabelecer “condiciona­ temporal e causai através da memória. Recordar
mento retroativo" • em que um estimulo neutro repetidamente estimulos preditivos e US’s
segue um US - quase sempre fracassam Faz relacionados faz com que estimulos preditivos
seníido que não tenhamos desenvolvido uma se tomem CS’s. Esse tipo dc condicionamento
tendência a associar coisas cm seqüência Pavloviano é chamado condicionamento
causai retroativa.1* Se uma pessoa ficasse encoberto, uma vez que o ensaio cognitivo
enjoada por comer alimento inadequado c permite que o condicionamento acontcça sem
depois bebesse um caldo quente para acalmar qualquer estimulos observáveis ou ações
o estômago, ê óbvio que o caldo nâo causou o físicas Imagine as experiências cognitivas de
enjôo; e seria inadaptativo associar o caldo pessoas que foram fortemente queimadas cm
com as causas de enjôo. No condicionamento uma noite quando sua casa 99 incendiou cias
Pavloviano. estimulos que estão presentes acidentalmente linham esquecido o fogão
imediatamente antes dc aparecer um US tém ligado antes dc sc deitarem, e dai começou 0
mais probabilidade de se tomarem CS’s fogo. Como essas pessoas repetidamente se
efetivos lembram do fato de irem para a cama sem
conferir o fogão e o horror de serem seriamente
Sexto, curtos intervalos de atraso entre o queimadas (o US), pensamentos de não conferir
início de um CS e o inicio de um USfacilitam o fogão sc tomam CS's para ansiedade. Embora
o condicionamento Pavloviano. No labora* tenha havido um longo intervalo de atraso entre
tório, intervalos dc 0 a 5 segundos entre o CS e o ato original de não conferir o fogão e o US dc
o US produzem condicionamento mais forte ser fortemente queimado pelo fogo, o ensaio
do que intervalos mais longos. Considera-se cognitivo dos eventos os coloca em intima
que o intervalo ótimo entre o CS e o US é de associação , e é efetivo na produção do
aproximadamente 0,5 segundos" Se uma condicionamcnto Pavloviano.1* Depois de um
pessoa fantasia, enquanto è sexualmente acidente como esse, as pessoas algumas vezes
estimulada, a intima contiguidade temporal desenvolvem um forte medo de ir para cama ou
entre fantasia e estimulação sexual (o US) sair de casa sem conferir 0 fogão diversas
facilita o condicionamento das fantasias como vêzes, uma vez que não conferir o fogSo é o CS
CS’s que ciiciam excitação sexual à medida para medo de fogo.
que aumenta o intervalo de atraso entre um
estimulo preditivo e um US, o condiciona­ Sétimo, há casos especiais em que a
mento Pavloviano se toma mais lento e menos preparação biológica permite que algum
eficaz no estabelecimento de CS’s. condicionamento se processe rapidamente, com
poucos emparelhamentos e com longos atrasos
Os processos cognitivos algumas vezes
entre CS e o US. A habilidade das pessoas para
permitem que as pessoas associem um
aprender aversões alimentares depois de uma
estimulo preditivo e um US que são
má experiência, na qual pode estar envolvido
normalmente separados por longos períodos de

11 Maboney (1974); Metchcnbaum (1977); Bandura


15 Ver KimMe (1961:1560 para uma revisão da (19T7) Rcscnlbate Ziaonciman(l97l).
Uieraium sobre condicionamento retroauvo.
l* tipo de condicionamento encontrado í
* Baldwin e Baldwin (198186). também chamado dc scnsibiluaçSo cacobcsta (Cautela.
‘' KimWc ( 1961:1560; T e n * * (1971). 1967; Bartow e* aL. 1972.BeUackeHenen. 1977).
PnftClDi06 0 ftC cm pcna< n»> ionavttnD 4ta 43

um atraso de uma hora ou mais. indica


US UR
considerável preparação biológica
.SISTEMA DfGiiSTlVQ
. attmeruo -------------------- —> saltvaçio
RESPOSTAS . alunemo impropno ------- —9 enjòo. oàusea. vfrmito
CONDICIONADAS COMUNS . ófafctonoesAfafto -------- —* \ômito
SKTPMA REPRODUTIVO
. esumuiaçáo gc*uul — — * . lubrificação vagma!
Numerosos reflexos podem ser condicio­ . erççàodopénis
nados através de condicionamento Pavioviano . orgasmo
A tabela 3.1 lista alguns dos mais comuns. A . csutfuilaçflo do mamilo —— * überaçáo do k ite <ua
maior parte desses reflexos são mediados pelo mother lan*»**!
sistema nervoso autônomo para manter o s r t p m a CMfZfjf jvròR m
funcionamento biológico interno. Reflexos . alta tem peratura----------- __ > . suor. rubor
condicionados são estabelecidos quando
cardíaca
estimulos neutros são emparelhados com os
US’s desses reflexos incondicionados
. irritação do nariz — — V « fw »
Diversos reflexos têm a ver com . obstrução oa garganta — — v toase
digestão tal como o reflexo salivar estudado . alcrecoos ■ — * .asaouedcasma
por Pavlov no laboratório. O reflexo
incondicionado de salivação é eliciado nos . baixa temperatura ■ — » . tremor
. assopro. choque» queimadura**, afastamento
seres humanos peia presença de alimento na ». flexáo do joelho
. batida no (cmfcto paielar—
boca. Através do condicionamento Pavioviano. . luz DOS oíboi ■— — contração pupilar
aprendemos a salivar quando expostos a wttrnnÉarfftdfn% . orientado retoca
estimulos que são regularmente emparelhados REFIEXCÇIWANTTS
com alimento Ver ura bife suculento sobre a . canetas nas bochechas *—----- ». virodi da cabeça
mesa pode, literalmente, encher de água a boca ofeeio toca os tíbios — — > . socç5o
de uma pessoa faminta. Outros reflexos alimento na boca « — », de&luuçSo
ofcjciooaraáo i preeosâo
digestivos incluem o reflexo de enjôo,
. seguro Ycnicaímaiic, pés — firetczados pés
discutido anteriormente, "frio no estômago" tocando o ctóo
experimentado com tensão ou medo, e a perda
do controle urinário e do esfíncter que ocorrem
sob nvcdo extremo ou ansiedade. TABELA 3.1 Lista Parcial de Reflexos Incondi­
cionados
Há diversos reflexos no sistema repro­
dutivo Os reflexos dc excitação sexual, desde
a excitação inicial ate o orgasmo, podem ser aumenta o ritmo cardiaco c o fluxo sangúineo
condicionados a vários estimulos. MSes que pelo corpo todo, e a estimulação sexual causa
amamentam suas crianças algumas vezes vaso-congestão nas áreas genhais. Reflexos do
verificam que o reflexo de liberação do leite sistema circulatório podem ser condicionados
(que libera o leite dos duetos, para o mamilo) é independentemente de outros sistemas de
disparado antes do bebê começar a mamar resposta Um coração batendo fone c acclcra-
Simplesmente ver o bebê procurando o sek> - do pode ser resultado de US’s, tais como susto
ou pensar sobre o amamentar - pode tomar-se ou dor súbita; e as batidas fortes do coração
um CS para a màe. porque precede regular* podem ser condicionadas a numerosos CS's
mente o US de sucção do mamilo peia criança. durante a vida da pessoa A pessoa que
O sistema circulatório está envolvido cm associou alturas perigosas com quedas
numerosas respostas dos sistemas digestivo, dolorosas pode ter uma aceleração cardíaca,
reprodutivo e outros Por exemplo, o esforço simplesmente pelo lato de olhar dc um lugar
alto para uma rua. O enrobescimcnto é um
Ptirmp.K» oo Co^ncortamemo na V.oa ftâ n a 44

reflexo cardiovascular em que os vasos sobrevivência inicial. Por exemplo, o recém- _


sangüíneos nas camada* mais externas da pele nascido suga de forma reflexa quando objetos
dilatam-se e permitem ao sangue fluir ate a tocam seus lábios, e isso é adaptativo porque
superfície. Em situações de medo. pessoas de produz leite no mamilo. Depois dc algumas
tipo claro tomam-se "brancas como um semanas, essa resposta pode ser eliciada por
fantasma" Este c o empalidecimento. a CS's - tais como ser colocado numa posição de
resposta cardiovascular oposta ao ewubesci- amamentação ou ser segurado dc certas
mento os capilares nas camadas mais externas maneiras * que regularmente precedem a ama­
da pele sc contraem, forçando o sangue mais mentação. Depois dc dois meses, o s sons,
para dentro, retirando da pde o tom corado odores e padrões de toque, que foram associa­
criado pelo sangue próximo da superfície. dos com amamentação, tomam-se capazes de
Tanto o cnrubescimenio quamo o empalid- eliciar as respostas dc sugar.*1
ecimento podem tomar-sc condicionados a
uma variedade de OS's que são emparelhados
com os reflexos incondicionados. RESPOSTAS EMOCIONAIS

Os reflexos do sistema respiratório


incluem tosse, espirro, soluços e ataques de A maior parle dos reflexos incondicio-
Algumas doenças psicossomaticas resul­ nados tem um componente emocional que ou é
tam de condicionamento Pavloviano. Têm-se agradável ou é awrstw. Os US’s que eliciam
encontrado respostas asmáticas condicionadas, os aspectos explícitos da resposta sexual
diciadas por uma ampla variedade dc CS’s, também eliciam sensações agradáveis. Se uma
incluindo perfume, a visão de poeira, o hino criança cai, enquanto corre por uma estrada, a
nacional, discursos de politicos pelo rádio, queda é um US que elicia lágrimas, choro e
elevadores, cavalos, carros de policia, pássaros sensações aversivas.
engaiolados, peixe dourado, cachoeiras e Quando CS's se estabelecem através de
cantorias de criança.9 Se aconteceu de o condicionamento Pavloviano. podem também
Senador X fazer diversos discursos durante à eliciar emoções, se tiverem sido emparelhadas
estação da febre-de-feno. enquanto o Sr. U com um US que as elicia Fantasias que foram
estava sofrendo uma série de ataques dc asma. emparelhadas com masiurtação ou relações
a voz do senador pode acidentalmente tomar* sexuais tomam-sc CS’s que eliciam sensações
se um CS para a resposta asmática do Sr B agradáveis. Se uma criança teve várias quedas
As respostas reflexas do sistema dolorosas por subir em árvores ou em lugares
muscular incluem o afastamento da fonte de ahos. a visão de alturas torna-se um CS que
dor, o aumento da tensão muscular após um elicia uma variedade de respostas condiciona­
susto, e o relaxamento depois dc tomar ccrtas das: tais como uma aceleração dos batimentos
drogas. Pessoas que usam álcool para cardíacos, medo e ansiedade. A medida que a
relaxarem-se após um dia tenso de trabalho, criança se aproxima da margem dc um
algumas vezes verificam que o simples fato de penhasco, aumenta o número de estímulos
servir sua primeira dose da noite elicia preditivos associados com quedas dolorosas, e a
sensações de relaxamento (Servir o drink e criança sente-se ainda mais amedrontada. A
um CS porque tem sido emparelhado com os resposta emocional eliciada por um CS é
US’s de uma substância que elicia chamada resposta emocional condicionada
relaxamento) (CER) c é um subconjunto das respostas
condicionadas (CR) como um todo. Como
Crianças nascem com uma variedade dc todas as respostas condicionadas, as CER’s não
reflexos musculares que ajudam a garantir sua são diretamente paralelas ás emoções

* Ver Bckka c Grocn <19S6). 21 BrackbiU (196»)


Pnnppoa do Cowpwamwio na v-da Diana 4S

incondicionadas. Cair no chão produz c/w associados com um risco real de queda).
respt>sta emocional incottdicionadal, enquanto Quanto mais semelhante seja o condicio­
a visSo de alturas, depois de associada com namento Pavloviano passado de duas pessoas
quedas, -elicia medo e ansiedade (as respostas numa dada situação, mais semelhantes serão
emocionais condicionadas). Um casal pode suas respostas emocionais aos estimulos
sempre accndcr velas em seu quarto antes de naquela situação Duas pessoas que escalaram
fazer amor Depois de vários emparelhamen- muitas vezes os Alpes podem descrever, de
tos. a luz dc vela pode tomar-se um CS que, modo similar, suas experiências de escalar
não só elicia excitação sexual, mas tambem montanhas e ter respostas emocionais similares,
elicia CER’s positivas, mesmo antes de uma vez que tiveram histórias semelhantes dc
ocorrer qualquer estimulação física sexual condicionamento Pavloviano. Por outro lado,
direta. Mas a resposta emocional condicionada duas pessoas que nunca tiveram exatamente as
(CER) k luz da vela é claramente diferente das mesmas eapenènciâs passadas de aprendiza­
sensações incondicionadas de fazer amor gem. nunca terão exatamente as mesmas
Por serem estimulos preditivos, CS's respostas emocionais condicionadas a eventos
quotidianos.
associados com US’s que têm componentes
emocionais, podem eliciar emoções agradáveis Novos CS’s, com impacto emocional,
ou desagradáveis antes de aparecer um US. estão sendo continuamente estabelecidos por
Por exemplo, uma camisola sensual é um CS condicionamento Pavloviano. Por exemplo,
que elicia sensações sexuais, ames que suija quando uma mie começa a amamentar seu
qualquer outra alusão sexual, se tal traje for novo bebê, o sugar do mamilo pelo bebê é um
um bom preditor de que o prazer sexual vem a US que elicia o reflexo de liberação do leite c
seguir. A ameaça de um espancamento é um sensações agradáveis para a mâe. Através do
CS que pode fazer uma criança chorar, antes condicionamento Pavloviano, os estimulos
mesmo que qualquer pessoa toque a criança, se preditivos que precedem a amamentação
tais ameaças forem bons preditores dc que é tornam-se CS's que também eliciam sensações
muito provável que os pais lhe dêem uma surra agradáveis para a mâe. Eventualmente, apenas
dolorosa. ver o bebê puxar sua blusa e tentar alcançar o
mamilo é um CS capaz dc eliciar o reflexo de
Devido ao condicionamento Pavloviano,
muitos dos estimulos que nos cercam tomam- liberação do leite c sensações agradáveis
(mesmo antes de começar a amamentação
se CS’s para CER's agradáveis ou aversivas.
Ver uma face sorridente numa multidão real). As mies amam seus filhos por uma
fornece um CS que elicia sensações variedade de razões: mas aquelas mães que
agradáveis. Ouvir alguém dizer alguma coisa amamentam relatam que os prazeres de ama­
grosseira proporciona um CS que elicia mentar aumentam seus sentimentos positivos
sensaçfies más. As pessoas podem ter em relação a seus bebês
respostas emocionais similares ou diferentes a Experiências aversivas também dão
qualquer estimulo dado. dependendo do seu origem a novos CS's. Quando as pessoas
condicionamento Pavloviano anterior com o cometem c t t o s embaraçosos nas interações
estimulo ter sido similar ou diferente Desde sociais, uma variedade de estimulos situacio-
que muitas pessoas tiveram experiências nais - tais como os indivíduos ou assuntos
similares com quedas dolorosas, respondem a delicados presentes no momento • podem
visões de lugares altos como CS’s para medo e tomar-se CS’s que eliciarão no futuro, respostas
ansiedade. Entretanto, pessoas que aprenderam emocionais desagradáveis. Por exemplo, a
habilidades de escalar montanhas ou trabalhar próxima vez que um aluno vir o professor que
em edifícios altos, usualmente sentem pouco presenciou sua fala inadequada, a qual embara­
medo ao olhar de lugares állos para baixo (a çou várias pessoas na sala. esse professor pode
menos que percebam estimulos preditivos ser um CS que elicia sensações de desconforto,
Priftclott* &e> CompcfiarneMo r a Vifla P á r a 46

suor nas mâos ou ennjbescimento. Mesmo se sexo? À medida que as pessoas localizam quais
estiver conversando com unia pessoa comple­ estimulos cliciaram quais emoções, elas muitas
tamente estranha, o estudante pode experi­ vezes aprendem a produzir emoções desejadas,
mentar desconforto quando surge aquele selecionando US’s e CS's que eliciam essas
assunto que causou o embaraço no passado, emoções Quando Sônia deseja chegar a um
uma vez que o assumo c agora um CS para estado de humor mais positivo, ela pode colocar
sensações aversivas. Uma vez que as pessoas uma gravação de sua música alegre preferida,
usualmente evitam CSks associados com ao invés de ouvir uma estação de rádio cujas
CER’s negativas, râo c raro ver indivíduos músicas a entristecem Para muitas pessoas,
evitarem assuntos ou pessoas que no passado musica alegre é um CS que elicia sensações
foram associados com embaraço. As pessoas boas. Quando as pessoas descobrem que certos
ou assuntos são cslimulos preditivos de que o pensamentos usualmente fazem-nas sentir-se
embaraço pode surgir de novo. infelizes, elas podem dccidtf parar de pensar
sobre aquelas coisas, taivez vo!tando~se para
Mesmo estimulos cognitivos podem
atividades que podem desviar sua ateoção dos
servir como OS's que eliciam CER’s. Quando
uma mie pensa sobre a amamentação, ela pode pensamentos que sio CS*s para emoções
desagradáveis.
experimentar calor e sensações agradáveis Só
o pensar sobre o embaraço de dizer alguma Kntrctamo, nem sempre e facil identificar
coisa, muito inadequada ou estúpida cm frente e rotular respostas emocionais.3 Uma pessoa
da classe inteira pode eliciar sensações pode sentir uma aceleração cardíaca e um nó na
desconfortáveis s
Na medida em que as pessoas examinam
u A disentranaçao e a rotulaçdo dc 9cnsaçòes
as causas de suas emoções, elas muitas vezes emocionais sio aprendidas através de condicionamento
aprendem a relacionar aqueles sentimentos aos operante a putsr de modetos. regras* dicas c reforça-
estímulos • sejam US's ou CS*s - que os dieta- roento diferencial (>er Capítulos 8* 9, 10 e t\% A
ram. É claro que certas pessoas ou assuntos cooumkladc verbal usualmente tem dificuldade em
delicados sào CS’s para embaraço ou descon* ensinar o indivíduo a rotular precisamente esses emadert
toemos. (Bem, 1970; Sldnoer. 1974:Z2T, Balduin,
forto* enquanto sorrisos e faces atraentes são 1985). Os ptus nâo podem vero <toe se passa por baixo
CS's para sensações agradáveis. Os estimulos da pele dc seu ilibo e desentunar se a criança estó correia
elieiadores podem vir de fora ou de dentro do ou incorreta ao discnnuuar e roíutar diversas respostas
corpo. Mesmo pensamento*, fantasias e emocionai* portanto eles nfto pedem íoreeoer focdback
sonhos podem ser CS's que eticiam respostas preciso quando a criança descreve sentimentos internos. c
tsso limita a criança ao apeendee a dcscrcs^los
emocionais. precisamente. Uma vez qoe os agentes soctalizadores sdo
Quanto mais habilidade as pessoas limitados no ensinar disctiminaçta c rótulo* |w a
seittin>cntos usemos, o indivíduo achará mats dtficil
adquirem, para localizar os estimulos causais, compreender cosas de dentro do qoe coisas dc fora de
mdbor elas podem compreender seus senti­ m i corpo (Skinocr. 1969 229f). Notc-sc que a woedade
mentos emocionais. Algumas vezes, as baveu-se amplamente cm putas externos, ao enansr uma
pessoas pesquisam retroativamente em suas pessoa a compreender suas emoções. Se urna criança está
memórias tentando descobrir como chegaram daramente infeliz, os pais podem sckaonar vu a palavra
“m ac” ou a patsvrc "aumento** para ensinar o uso dc
a um certo estado de humor. Foi um tópico da rótulos emocionais pda cnaoça. dependendo de ser o
conversa? A menção de um velho romance caso da enançu ter perdido um brinquedo ou ter xisto um
que terminou dolorosamente? Uma conversa oocnpcinlictru ganhar um brinquedo rtuus bonito Em
agradável com uma pessoa atraente do outro conseqüência cbsso. a enança possa a basear-se cm esti­
mates estenx» pus compnxtxfcr sentimentos irtcmoe.
de ouiro modo difíceis de compreender. Há Inis séculos
s Para obter dados sobre condicionamento Pavio* atrás. Sptnoza percebeu que as emoções eram melhor
vlano de pensamentos e d ca(xiüdadc dos pensamentos compreendidas eui termos de estímulos cacm os (Ehve&
4c p<odu?xrcm çondtaonamcixo futuro, ver Staats 1955:1281). sua análise dc emoçdes é uma das mdborcs
(196*. l9?S>eMabono (1970. 1974) na lacratum filosófica (WicnpahL 1979.121-127).
Porcipio» eo C s/re o ta n ^ n o ns Vtfla Ddna ~7

garganta mas nào scr capaz dc discriminar se o


sentimento c excitação ou medo. Por exemplo,
numa festa das bruxas à fantasia, na sala dc
jogos do hotel, todo mundo esiá fazendo
barganha e contando piadas. De repente, o
alarme de incêndio (oca e as luzes se apagam
Todo mundo está rindo, e você também. Você
nota que seu coração está acelerado; mas não
sabe ao certo se está amedrontado ou
simplesmente excitado pelas últimas surpresas
da festa. Sua decisão de rotular a resposta
emocional como medo ou excitação dependerá
amplamente das condições ambientais,
inclusive das respostas de outras pessoas. Se
todos os demais riem e respondem ao alarme FIGURA 3.1 Desenvolvimento e declínio
como uma brincadeira engraçada, você típicos de um reflexo condicionado,
provavelmente concluirá que sua resposta vistos durante condicionamento e
emocional é de excitação. Se diversas outras extinção
pessoas exibem claros sinais de medo ou
pinico, você pode concluir que sua aceleração
cardiaca é uma resposta de medo. As pessoas Eventualmente, o estimulo deixa de eliciar uma
são muitas vezes influenciadas pelas respostas resposta condicionada.
de outros, ao rotularem suas próprias respostas A extinção ocorre naturalmente em todos
emocionais.*4 Naturalmente. qualquer os períodos da vida. Os exemplos seguintes
evidencia de haver ou não haver fogo no ilustram o ciclo de duas fases de condicio­
prédio influenciará, também, o rótulo que você namento seguido de extinção. A Figura 3.1
usará. mostra o desenvolvimento e declínio típicos de
um reflexo condicionado, vistos durante condi­
cionamento e extinção. O CS adquire capaci­
EXT1VCÃO
dade crescente de eliciar uma CR durante o
condicionamento e, em seguida, perde seu
A extinção ocorre quando um CS está poder durante a extinção.
presente mas não è emparelhado com US
Numerosos medos infantis que, em algum
Depois de uma pessoa aprender a escalar
momento, foram fortes, desaparecem devido á
montanhas sem quaisquer quedas dolorosas,
extinção As crianças frequentemente aprendem
ela terá muitas exposições do CS de olhar de
a ter medo de estranhos, agulhas de injeção,
cima de lugares altos sem o US dc quedas, e
cachorros grandes, brincar na rua e assim por
isso reduzira o poder que tem o CS de olhar de
diante Se correr de velocípede na rua é
alturas como diciador de sentimentos de
emparelhado com diversas surras, ficar na rua
ansiedade. Quando um CS não i mais
provavelmente se tomará um CS que elicia
empareUtado com um US, ele gradualmente
medo ou ansiedade. Entretanto, á medida que
perde sua capacidade de eliciar respostas
os anos passam e a criança adquire habilidade,
condicionadas: e o reflexo condicionado
coordenação e força para andar de bicicleta na
(CS-tCR) torna-se mens fraco. Quanto mais rua. com segurança, as fontes originais de
vezes um CS está presente sem um US, mais condicionamento aversivo são removidas. Os
fraco sc toma o reflexo condicionado pais param de repreender se seus filhos
acompanham outras crianças para a rua e a
u White et «L (1981), Baldwin 09&51
criança agora tem habilidade para evitar
Pnf>cioi<y» oa C in w m am e tto na vma Oiana 48

problemas com o tráfego 0$ medos infantis se de eliciar medo. e o casal se toma menos
extinguem porque o CS dc andar dc bicicleta preocupado com fogo do que estiveram nos-
na rua nio c mais emparelhado com mcscs imediatamente seguintes ao incêndio dc
experiências aversivas. A mesma extinção sua casa. Entretanto, lembranças ocasionais do
usualmente ocorre com os medos de outros fogo produzem suficiente recomitcionamento
estimulos. tais como foguetes, tempestades, mtem»tente que impede que o medo dc fogo
ficar no escuro, ou ficar sozinho Assim, é o desapareça totalmente. 0 recondicionamento
processo de extinção que nos permite liberar- intermitente ajuda a explicar porque alguns
nos de medos infantis. reflexos condicionados nunca desaparecem
completamente depois de introduzida a
A extinção não se limita a medos e
outras respostas emocionais negativas. extinçlo
Reflexos condicionados emocionais positivos Muitos americanos comem, desde a
e reflexos condicionados não emocionais se infância, alimentos que engordam Através de
extinguum também, se não forem mais anos de condicionamento Pavioviano, a visão, o
emparelhados com seus US’s originais cheiro e o pensar em costelas, bacon, lingüiça e
Quando bebês são amamentados, os seios se outros alimentos que engordam tornam-se CS’s
tomam CS's que eiiciam sensações agradáveis capazes de eliciar salivação e antecipar o
para o bebê, devido ao emparelhamento com prazer, quando se seni&m para comer. Depois
os US's de alimento e contato físico. que o médico diz a um paciente obeso para
Simplesmente ver o seio antes de mamar pode mudar paia uma dieta mais leve e a pessoa faz
eliciar um sorriso e CER’s positivas dc uma essa mudança, as respostas condicionadas a
criança que está sendo amamentada Quando a alimentos de alta caloria entram cm extinção.
m ie deixa de amamentar, começa o processo Quando uma pessoa vê amigos comendo
de extinção. No inicio, a criança pode ainda alimentos que engordam, num restaurante, a
olhar para os seios da mâo e puxar sua blusa visão, o cheiro, e o pensar nesses alimentos não
para pegá-los, indicando que os seios ainda são são mais emparelhados com os pruzeres dc
CS's para prazer. Entretanto, depois que sc comê-los. e os CS’s fornecidos por esses
eciceaou a amamentação, os seios não são alimentos gradualmente perdem seu poder de
mais associados com os US's dc alimento e eliciar respostas condicionadas. Diversos anos
gradualmente deixem de eliciar CER’s de mais tarde. uma pessoa que já foi gorda pode
prazer. achar difícil acreditar que esses alimentos eram
Ciclos similares de condicionamento e tão apetitosos e que o simples pensar neles
extinção ocorrem em outras situações na vida. eliciasse antecipação de prazer
Quando a casa de um casal é destruída pelo
fogo. que começou por eles terem acidental­ KECUPERAGfo ESPONTÂNEA
mente deixado o fogão ligado, eles ficam
condicionados a ter medo dc cometer erros que
possam causar fogo. Sair de casa ou deitar-sc Apesar da extinção enfraquecer reflexos
sem verificar o fogão são CS’s que eiiciam condicionados, esses recuperam parte de sua
medo Depois desse condicionamento, des força durante os períodos entre as experiên­
podem ficar muito cuidadosos com o fogão e cias de extinção, devido a um processo que
outros utensílios durante meses ou anos Pavlov chamou "recuperação espontânea".2*
Entretanto, à medida que passa o tempo e eles Enquanto o condicionamento acontece quando
não tem mais acidentes com fogo, o processo um CS é emparelhado com um US e a extinção
de extinção começa a reduzir a força dos CS’s acontecc quando um CS aparece $cm seu US, a
para medo dc fogo, porque esses CS's não recuperação espontânea ocorre durante períodos
CStlo mais emparelhados com acidentes.
Gradualmente, os CS’s perdem sua capacidade
P o io c o s ao CoTOoryr%«Mo r a Vida Q á m _

que se seguem à extinção - quando o CS nâo


está presente. Se uma pessoa tem medo dc
alturas, umas férias de 2 semanas, passadas
andando pelas montanhas. propiciam
experiências dc extinção que ajudam a
diminuir aqueles modos. Entretanto, durante os
meses que se passam entre as férias desse ano
e as ferias do próximo ano. ocorrerá
recuperação espontânea. Quando a pessoa
volta às montanhas, 12 meses mais tarde,
haverá uma recuperação parcial dos medos •
uma recuperação espontânea que não requer
condicionamento adicionai. A pessoa sentirá
mais medo ao andar pelas montanhas no
primeiro dia do segundo ano do que ao andar
pelas montanha» no final do primeiro ano,
mostrando uma recuperação pardal do medo
Entretanto, a pessoa sentirá menos medo do
que no começo do primeiro ano. porque a
recuperação espontânea nâo faz um reflexo
condicionado voltar, por completo, a seu nivet
prè-extinção. Quando uma mãe pára de amamentar, eia
faz com que se extingam as respostas
A recuperação espontânea ocorre condicionadas positivas da criança ao seio.
também com reflexos emocionais positivos e
reflexos nio-emocionais Quando uma mãe
pira de amamentar, ela faz com que se devido a quedas anteriores, contrata um bom
extingam as respostas condicionadas positivas instrutor de esqui, mas uma outra, com o
da criança ao seio. Cada vez que a criança mesmo medo. evita totalmente esquiar? A
procura o seio e não lhe é permitido mamar, as pessoa que recebe instrução e aprende a esquiar
respostas condicionadas positivas sc tomam sem cair, verifica que os medos de esquiar se
mais fracas. Se houver um intervalo de vários exiinguem. mas a pessoa que se esquiva de
dias em que a criança não pode procurar peios esquiar não Uma boa aula de esqui acelera a
seios - porque a mâe está longe ou muito extinção. pck> emparelhamento dos CS’s que
ocupada para dedicar tempo ã criança - haverá eliciam os medos de esquiar com os estimulos
recuperação espontânea das respostas neutros de "não cair", "não doer" e "não ter
condicionadas positivas, e a criança exibirá problemas". Naturalmente, a pessoa sc sente
uma resposta positiva aos seios, mais forte amedrontada nas primeiras vezes que o
depois do intervalo do que antes. insmitor exige que cia pratique com o esqui,
porque o estar sobre o esqui fornece os CS’s
que eliciam as CER's de medo e tremor das
A ESQUIVA pernas. Mas uma boa aula de esqui ajuda a
RETARDA A EXTINÇÃO pessoa a aprender a esquiar sem cair e isso
garante que os CS’s de esquiar não sejam mais
A extinção ocorre quando um CS está emparelhados com os US’s de quedas doloro­
presente mas não é emparelhado com um US. sas. Isso faz com que os medos condicionados
Se uma pessoa se esqunxt do contato com um se extingam. e eventualmente o estar sobre o
CS, a extinção nâo p<xk acontecer. O que esqui não eliciará medo.
acontece se uma pessoa com medo de esqui,
PQftciOH» ao CwTg«arr>WTW na vtá» C-^fa <0

mas poderosas e ainedroniadoras de punição ou .


ameaça Aquelas crianças que evitam interagir
com figuras dc autoridade enquanto estão
crescendo, muitas vezes ficam com seus medos
de tais pessoas ate a idade adulta. Vinte e cinco
anos mais tarde. quando têm que interagir com
o chefe, por terem tido problemas, aos & anos,
na V série, podem experimentar desconforto
emocional, porque seus velhos medos infantis
nunca tiveram oportunidade de se exringuir.
Somente depois de serem forçadas a interagir
com a figura de autoridade temida é que a
extinção pode começar a neutralizaj seu
condicionamento infantil protelado É surpreen­
dente quantas pessoas carregam medos infantis
até a idade adulta • quando não por toda a vida *
mesmo quando esses medos são irracionais à
luz de suas habilidades e cxpcricncia de
Padrões de evitação podem persistir
adultos
durante anos, uma vez que a pessoa nunca
tem a experiência de extinção necessária Os medos condicionados e ansiedades
para neutralizar os C S’s. tèm menos probabilidade de extinguir-se
naturalmente do que os prazeres condiciona­
dos. A razão é simples' CS’s que elidam medo
Por outro lado, a pessoa que evita as motivam respostas de esquiva que retardam a
aulas de esqui está evitando a oportunidade de extinção; enquanto isso não é verdade para
que os CS's associados com o esquiar possam CS’s que eiiciam prazer A pessoa com medo
ocorrer na ausência de quedas Assim, a condicionado dc falar em público provável*
extinção não pode acontecer. Uma vez que a mente evita o comportamento temido, o que
esquiva impede a extinção, os CS's reteráo seu impede o medo de se extinguir. Uma vez que os
poder dc eliciar medo. A resposta de esquiva CS’s para emoções dc prazer não são evitados,
pode impedir que essa segunda pessoa venha a a extinção pode ocorrei logo que esses deixam
esquiar algum dia novamente, enquanto a de ser emparelhados com experiências agradá­
primeira pode eventualmente aprender a veis. O bebê que foi amamentado durante
esquiar bem c gostar de fazè-lo meses responde aos seios como CS's para
sensações agradáveis. Quando a mãe resolve
Algumas pessoas vão para muito parar de amamentar, a extinção começa logo
longe para evitar os CS’s que eiiciam medo, e que a criança tenta mamar. Desde que mamar é
seus padrões dc evitação podem persistir agradável, a criança não evita mamar. Pelo
durante anos. uma vez que eles nunca tem a contrário, ela tenta mamar, o que garante que a
experiência de extinção necessária para extinção começará, porque os CS’s de ver e
neutralizar os CS’s. Por exemplo, pessoas que tocar os seios não são mais emparelhados com
tèm medo de andar de avião, muitas vèzes os US’s de mamar. Assim, a extinção de
ficam muito prejudicadas, pois têm que associações prazerosas não é retardada por
recorrer a trens, ônibus ou carros para longas respostas de esquiva
viagens que teriam sido muito mais fáceis se
realizadas de avião. As crianças algumas vezes
aprendem medos condicionados das figuras de
autori-dades (o CS) se essas • o chefe, o
policial e o sacerdote - são fontes distantes.
Prwiea&as do ComoortamgfltQ na Vidi Diária 51

E.XT7NC/^0 TE/MPÊUT/C/t arrombar uma porta fechada - no ambiente


terapêutico seguro, o medo condicionado
começou a se extinguir Depois de cada sessio
AJgumas pessoas tem medos persistentes
ele sentiu menos medo e culpa em relação a
que 3s incomodam durante anos, porque fortes
abrir portas, e, ao final de cinco sessões, a
respostas dc esquiva impedem a extinção
extinção estava completa Seus medos
Uma forma de terapia comportamental
irracionais não reapareceram
projetada para reduzir tais medos envolve
extinção A extinção terapêutica (em lugar Muitos medos infantis ou irracionais
quando uma pessoa enfrenta CS’s indutores de podem ser superados pela confrontação repetida
medo. mim ambiente seguro, hvre de outros do CS tenrido, num contexto que sqa
estimutos avtrsivos. À medida que a pessoa basicamente neutro ou não-ameaçador. de
experimenta os CS's amedrontadores na modo que a extinção possa ter lugar.
ausência de outros estimulos aversivos. os
CS's perdem seu poder de clíci&r medo.
Considere-se o caso de um homem que CONDICIONAMENTO DE
desenv-olveu um medo de abrir portas e sair, ORDEM SUPERIOR
depois de uma série de experiências
traumáticas dc condicionamento, durante a 11 Depois que um estimulo fo r emparelhado
Guerra. Mundial.7* Enquanto estava atrás das com um US e condicionado como um CS, o
fronteiras inimigas, ele recebeu um aviso de prtmetro C.S pode transformar outros estimulos
que um grupo de soJdados alemães de uma em estimulos condicionados, na ausência do
casa m in h a queria se render. Ele suspeitou de US original, O processo de usar um CS para
uma armadilha. Quando se aproximou da porta criar um novo CS (sem reintroduzir o US) é
♦ que estava na penumbra, sob uma sacada • chamado condicionamento de ordem superior.
sua apreensão aumentou. Finalmente, ele
arrombou a porta, para ser surpreendido ao ver Nas três primeiras seções da Figura 3.2.
doze soldados inimigos acordando de uma um estimulo (S,) é emparelhado com um US
noite de sono. Ele os capturou e os manteve (linhas verticais pontilhadas) c toma-se ura
sob guarda por 10 horas, cheias de tensão, até estímulo condicionado (CS,) Os dois últimos
que pudesse recolhê-los, ao anoitecer. Ele foi quadros mostram o condicionamento secun­
forçado a matar um dos prisioneiros que estava dário (de ordem superior), em que um segundo
estimulando os outros a atacá-lo, e o homem estimulo (S2) se torna o CS2 por ser
que ele atingiu "morreu horrivelmente numa emparelhado apenas com o CS, 0 US não está
terra estrangara Essa experiência c muitos presente no condicionamento de ordem supe­
ouuos traumas de guerra fizeram o homem rior, nos dois últimos quadros Depois que o
sentir uma grande ansiedade e culpa segundo reflexo condicionado (CSj -* CRj)
associadas com arrombamento em situações
perigosas. O medo e a culpa eram tio intensos estiver estabelecido, ele pode ser usado para
que ele passou a ter muito medo de abrir transformar um terceiro estimulo <S,) em
portas. Logo, ele aprendeu a evitar portas - os estimulo condicionado (CS,). Este é um condi­
CS’s indutores de medo • apesar disso cionamento de terceira ordem Os dados de
restringir fortemente suas atividades. A terapia laboratório indicam que o condicionamento de
consistiu de repetidas experiências de extinção quarta ordem é improvável, ou rara O
em que o homem parou dc evitar os CS's de US->UR é o reflexo biológico básico, a partir
abrir portas, indutores de medo: á medida que do qual se constrói todo o condicionamento
realizou seu mais temido componamento - Pavloviano. O CS, nunca c tão forte quaiuo o
US para eliciar uma resposta O CSj produz
* Little e James (1964).
PfinelBiw ao Gorroortamcn» na Vkta OtAitt 52

U S-»U R US UR US UR

« »
i
s, CSi -»C R , CS, CR, CS. -»• CR, CSi CR.
«
1

t

s, CSj —> CRj


4— Condicionamento dc Ordem —*
Superior

No condicionamento de ordem superior, o C S i se estabelece pelo empare*


F IG U R A 3 .2
Ihamento com um CSi (sem ser apresentado o US)

uma resposta mais fraca do que o CSs,e o CSs o pai está apresentando o CS, de mão Levanta­
é ainda mais fraco para produzir uma resposta. da. o pai pode dizer "Não, Freddy", num tom
dc voz que difere da conversação normal
As razões para o condicionamento dc
Mesmo antes da criança ser capaz de entender a
ordem superior não ser tào tone quanto o
linguagem, "Nâo, Freddy" pode tomar-se um
condicionamento de primeira ordem são
CSj, através de condicionamento de segunda
simples. Primeiro, o US do qual todo o
condicionamento Pavioviano deriva sua força ordem. Quando Freddy tema puxar uma xicara
não está presente rvo condicionamento de de café da beirada da mesa, "Não Freddy”
ordem superior. Segundo, os CS's de ordem elida medo e suprime, em algum .grau, a
superior estão sendo condicionados a partir de resposta. Se Freddy vira-se para seu pai, o pai
outros CS's que estão em extinção porque não pode bem estar sacudindo seu dedo (o CS,X
estão sendo emparelhados com seus estimulos que elida uma forte resposta de medo c
condicionadores originais. fortalece o condicionamento de segunda ordem
do CS2 ( “Nâo. Freddy") Note-se que o US dc
O condicionamento de ordem superior
pode estar envolvido quando uma criança bater não esteve presente
pequena aprende a responder a indícios que O condicionamento de terceira ordem e
são estimulos preditivos - ou sinais de aviso - possive! se um outro estimulo ainda i colocado
associados com palmadas. Se um pai está na situação. Alguns pais usam pistas muito
prestes a bater na criança por oorrer para a rua sutis para avisar às crianças de puniç&es
ou puxar pratos na mesa, ha uma grande iminentes: uma firme pressão no ombro, raspar
probabilidade dc que uma mão levantada ou a garganta, ou um olhar fixo. Se qualquer
um dedo cm riste preceda as palmadas. O bater desses for regularmente emparelhado com o
propicia o US que elida dor, e a mio levanta* CS, (“Nâo. Freddy"), o novo estimulo pode
da ou o dedo em riste se tomam um CS, para o tomar-se um CS,, através de condicionamento
medo e o choro, por causa dc seu emparelha­ de terceira ordem. Se os pais são consistentes
mento direto com o US. Muitas crianças no uso desse estimulo, o olhar fixo ou a raspada
pequenas desistem imediatamente do compor­ de garganta pode suprimir o comportamento
tamento inadequado, logo que elas percebem indesejado c eliciar medo.
os gestos de mão ou de dedo que são
O condicionamento de ordem superior
intimamente associados e preditivos das
não é limitado a reflexos com componentes
palmadas. emocionais aversivos. Tanto reflexos emocio­
Em seguida, um segundo estimulo pode nais positivos quanto os nào-emodonaís podem
ser cmpaidhado com o CS,, através dc tomar-se condicionados a estimulos de ordem
condicionamento de segunda ordem Enquanto superior. A mãe que amamenia e que tem
Vidâ 53

prazer em ver o bebé procurando o bico do Em quase todos os casos, palavras tais como .
seio (CS,), pode desenvolver um CS2 dc falar "saudável" e ‘‘re\igorante" tomai am-se CS*s
com amigos sobre amamentação, se falar for para emoções positivas devido a inúmeras
emparelhado com o CS, da criança tentando diferentes experiências de condicionamento
alcançar o seio. com muitos US's c CS‘s A capacidade das
palavras "saudável" e “revigorante" para
eliciar sentimentos positivos no ouvinte
CONDIClONAM F.mO DE depende menos dc se elas são puros CS,’s ou
ORDEM MÚLTIPLA puros CSj‘s do que do fato de elas terem tido
múltiplos cmpareihamentos com todos os tipos
Na vids quotidiana, o condicionamento de US's c CS’s que eliciam sensações positivas.
raramente ocorre na nirida ordem 1, 2, 3 de Quanto mais bem sucedido o corredor no uso
puro condicionamento de ordem superior de palavras que eliciam sensações positivas no
(apesar dessa nirida ordem poder ser atingida ouvinte, maior a probabilidade de que o ouvinte
seja persuadido dc que correr é bom. Os novos
no laboratório). Ao invés disso, estimulos
neutros podem tomar-se CS’s devido a uns sentimentos positivos do ouvinte cm relação ao
poucos emparelhamentos diretos com um US. coner resultam de condicionamento de ordem
em seguida diversas associações com um CS;, múltipla
e talvez alguns cmpareihamentos coincidentes Panfletos para pessoas que estão tentando
com CS3’s e CSj’s. Essas múltiplas experiên­ parar de fumar descrevem numerosas condições
cias de condicionamento fortalecem o CS, aversivas associadas com o fumar: os pulmões
apesar de não serem casos puros dc condicio­ pretos e danificados, 'mm-m
namento de primeira, segunda ou terceira o desconforto da difi*
ordem Os medos de alturas de uma pessoa culdade respiratória,
podem resultar de algumas quedas na infância o problema dc baixa
(US’s), avisos verbais sobre quedas (CS’$) e resistência, o sofri­
numerosos outros CS’s que eliciam medos mento das vitimas de
associados com fraturas» salas dc emergências, eftzema, a agonia do
grandes seringas hipodérmicas, e assim por câncer de pulmão, a
diante. Chamaremos a isso de condicionamen­ solidão das crianças
to de ardem múltipla para indicar que proces­ que ficam sem o pai.
sos dc primeira, segunda c terceira ordem e assim por diante. A
podem se misturar em qualquer combinação. maior parle dessas
palavTas são CS’s i- ■-
O condicionamento de ordem múltipla é baseados cm condi- *
bastante comum na vida quotidiana. Por cionamento de ordem múltipla de muitos tipos
exemplo, as pessoas muitas vezes dependem diferentes de US’s e CS‘s Os condiciona­
de condicionamento de ordem múltipla quando mentos múltiplos e redundantes dessas palavras
estão tentando persuadir os outros de que uma oomo CS’s para sensações desconfortáveis
dada causa ou atividade é boa ou má Ao tentar aumentam as probabilidades de que elas
convencer alguém de que correr é uma grande possam persuadir o leitor de que os perigos, do
atividade, o corredor pode listar todos os tipos fumar superam os prazcres.
de coisas positivas associadas com correr: é
revigorante, toma-o saudável, ajuda a perder Muitas vezes os CS’s produzidos por
peso, fò-lo sentir-se mais forte e mais indepen­ condicionamento de ordem múltipla sio
dente. e assim por diante. Muitas dessas bastante fortes e generalizados porque d es
palavras são CS’s que eliciam sensações ganharam força a partir de muitas fontes numa
positivas no ouvinte, mas seria pouco provável variedade de diferentes contextos Por exemplo,
que todas fossem puros CS,’s ou puros CSVs as palavras "juventude" e “vigor" quase
Punem*» do Cor<rKyiam«r*o m Vid» Oikla 5*

sempre carregam conotações positivas porque de cães. No começo, a criança pode ficar,
usualmente são CS's para sensação agradáveis apreensiva, quando os cães estSo por peno: mas
Esse efeito positivo pode ser trazido ao lentamente os CS’s eliciadores de medo são
condicionamento dc ordem múltipla de muitos contracondicionados (1) pela ausência de
diferentes tipos de experiências agradáveis estímulos aversivos e (2) pela presença de
associadas com juventude e vigor Esse estimulos pasitiws, provenientes do jogo
importante efeito será posteriormente discutido social. Depois de brincar várias vezes na
no Capitulo 7, sobre reforçadores condiciona­ presença dos cães, os medos iniciais da criança
dos generalizados. desaparecerão Se cia tiver experiências
adicionais positivas com os cies, o
condicionamento pode continuar ainda mais, de
CONTRACONDíCtONAMENTO modo que cães se tomem CS's para emoções
agradáveis Talvez as crianças levem o s cies a
Uma vez que um CS tenha sido um pic-nic, e façam uma brincadeira interes­
condicionado a eliciar uma certa resposta, esse sante de atirar varas para os cães trazerem de
CS pode ser emparelhado com um US ou CS volta. Pelo fato da brincadeira e dos jogos
que elicia uma resposta diferente e incom­ serem emparelhados com a presença dos cies,
patível. Isso é contracondicionamento. O os cies eventualmente se tomam C S's que
segundo condicionamento vai contra os efeitos eliciam aconchego, sentimentos positivos, e a
do primeiro condicionamento combinando (I) criança pode pedir para ter um cio dc
extinção (uma voz que o CS original não é estimação.
mais emparelhado com os estimulos aos quais O contracondicionamento pode também
foi originalmente condicionado) c (2) novo funcionar em outra direção. Alguns homens são
condicionamento (em que o CS é emparelhado socializados para responder a carros potentes e
com os novos US’s ou CS’s que eliciam dirigir cm alta velocidade como CS’s para
respostas incompatíveis com as antigas). 0 vibração e excitação. O simples fato de ver um
contracondicionamento ocorre na experiência anúncio de um lindo carro esporte e pensar em
quotidiana c é também um procedimento dirigi-!o em aha velocidade pode proporcionar
central na terapia comportamental. CS’s suficientes para eliciar uma nova onda de
Na vida cotidiana, as respostas das excitação Essas associações positivas com
pessoas sào muitas vezes condicionadas de velocidade podem ser contracondicionadas, se a
uma maneira, numa cena idade, e depois velocidade for emparelhada com eventos
condicionadas de outro modo, em outra etapa suficientemente aversivos. Depois do primeiro
da vida. A criança pequena pode ser atacada acidente quase fatal de um homem, enquanto
várias vezes por um grande cão e aprender a dirigia em alta velocidade, os CS's de
temer càes Cães sc tomam CS's eliciadores de velocidade podem ser contracondicionados a
medo, devido ã associação com quedas pomo do homem não mais gostar dc dirigir em
dolorosa». O que acontece se a criança arranja alta velocidade; e depois de um segundo
um novo amigo que gosta dc cães e tem dois acidente grave alguns meses depois, a aha
câezinhos de estimação, que muitas vezes velocidade pode ser completamente contra*
ficam por perto enquanto as crianças estão condicionada com um CS que elicia
brincando? A criança que teve medo de cães sentimentos desconfortáveis. O grau de
pede verificar que seus medos estão contracondicionamento é influenciado pelo
desaparecendo.17 Brincar com o amigo elicia número de estimulos positivos e negativos
emoções positivas que vão contra os medos presentes durante o contracondicionamento.
que a criança tinha original-mente na presença Um corredor profissional • com fama. publici­
dade. prêmios em dinheiro, e um estilo de vida
muito compensador, tudo girando em tonto de
** Bandura ct. <1967). corridas • poderia experimentar tanto condicio-
Pnw gpps c a C«mportam«nio n> Vida O i» » ^5

namenio positivo dessas múltiplas fontes, que de segurança tende a produzir contracondicio-»
dois acidentes não conseguiriam inclinar a namento mais efetivo.:(
balança para o lado negativo Um adolescente,
Um medo comum é o de falar num grupo
cujo grupo viveu e respirou canos, velocidade, de pessoas estranhas, tal como numa sala de
corridas e vibração, poderia também ter tantas
aula, uma assembléia dc partido ou um ato
experiências sociais positivas emparelhadas público. As pessoas com esse medo tem suas
com corridas que dois erros, quase fatais, não opiniões ou perguntas; mas toda vez que estSo
inclinariam a balança Entretanto, muitas prestes a levantar sua mio. seu coração começa
pessoas se tomariam bastante apreensivas em a sc acelerar, surge um nó em sua garganta, elas
relaç&o a dirigir cm alta velocidade depois de temem ser criticadas e não conseguem
um acidente serio e, depois de um segundo aventurar uma única palavra. Há muitas
acidente, experimentariam considerável ansie­ possíveis causas para o medo de falar em
dade -quando o velodmetro se movesse na grupos de estranhos: ter sido criticado ao fazer
direç3o dos números mais ahos perguntas nas primeiras series escolares, ter
experimentado fracassos embaraçosos ao falar
CONTRACONDÍCIONAM ENTO para grupos no passado, e assim por diante.
Experiências aversivas podem transformar o
TERAPÊUTICO falar diante de um grupo num CS que elicia
ansiedade.
Na terapia comportamental. o contracon-
Há vários modos pelos quais os
dicionamento é geralmente usado para alterar terapeutas podem ajudar o contracondicío-
o condicionamento da pessoa a OS's que namento do medo de falar em público. Primei*
eiiciam respostas emocionais indesejáveis. ro, ensinando-se ao cliente habilidades de rela*
DessensibUizoção sistem ática é o procedi* xamento. porque o relaxamento é incompatível
memo usado para contracondicionar CS’s que com medo e nervosismo; em seguida, pode-se
diciam medos c ansiedades perturbadoras; e começar o contracondícionamento. empare­
contracondicionamento aversivo é o procedi* lhando estimulos eliciadores de medo modera­
memo para recondicionar CS’s que eiiciam do com as respostas incompatíveis de relaxa*
emoções positivas problemáticas. Em ambos mento. Pode-se dar ao cliente uma série de
os cisos, o CS é emparelhado com estimulos exercícios para fazer, primeiro o cliente pratica
que diciam emoções opostas e incompatíveis.
o relaxamento c fala em pequenos grupos de
amigos, cm seguida para grupos maiores de
D essensibU izoção Sistem ática amigos. Eventualmente o cliente está pronto
para relaxar-se e falar para pequenos grupos de
estranhos c finalmente até mesmo para gnipos
A s pessoas podem superar medos e maiores de estranhos. Os exercícios são feitos
ansiedades emparelhando aqueles C S’s que nu n u série de passos graduais - o clicntc pode
eiiciam leve ansiedade com estimulos que levar semanas ou meses para superar os medos
eiiciam relaxamento e outras sensações de uma experiência, antes de passar para o
agradáveis, em seguida repetindo gradual­ próximo passo. Depois de conseguir falar para
m ente isto com C S's que elidam níveis cada pequenos grupos de estranhos, o cliente pode
ver m ais altos de medo e ansiedade, tjuando ser encorajado a candidatar-se para um trabalho
elas se sentem confortáveis em fazé-lo. Esse que envolva falar para estranhos em publico
prooesso é chamado dessenstbilisaçâo sistemá­ Uma pessoa poderia candidatar-sc a
tica. Apesar desse processo ser usualmente recepcionista numa clínica locai, pesquisador
feito através da imaginação de CS's indutores de opinião pública dc porta cm porta, ou
dc medo. enquanto o indivíduo está retocado, a
exposição real aos CS's temidos em contextos
Pwierai_qQ-Cc«pyi»m*f>M naV«3aOiána 56

qualquer outra coisa que (I) envolva contato sensações desconfortáveis 3 Um outro homem-
com estranhos. e (2) seja razoavelmente facil. que jogava compulsivameme na hípica recebeu
seguro e compensador Os medos do cliente choques enquanto fantasias-a a respeito do jogo,
sáo contracondicionados pelo relaxamento e escolhia seu cavalo no jornal do dia. via
eventualmente palas recompensas positivas de corridas de cavalo na TV, e assim por diante. O
interação bem sucedida. Esse processo dessen- contracondicionamento, terminou com sucesso,
sibiliza sistematicamente a pessoa de seus quando o jogador deixou de achar o jogo
medos anteriores. Falar em frente de estranhos positivo.*0
• um CS que um dia eliciou medo - pode even­ Geralmente, o contracondicionamemo
tualmente tomar-sc um CS que elicia prazer. aversivo c considerado apenas um método
paliativo que deve ser acompanhado com outra
C ontm condicionam ento A versivo terapia para ter sucesso duradouro.” Uma vez
que um alcoólatra inveterado tenha se “curado"
pelo emparelhamcnto do álcooi com experiên­
Quando C S’s que eliciam emoções cias aversivas, o que poderia impedir a pessoa
positivas problem áticas são emparelhados dc tomar-se recondicionada, sendo o álcool de
com estimulos aversivas, eles gradualmente novo um CS para sensações agradáveis - como
perdem sua atração e se tom am neutros ou o foi antes do tratamento? Quando alcoólatras
aversivos. Esse processo é chamado dc deixam a terapia e retomam a suas vidas
contracondicionamento aversivo. Esse tipo de quotidianas, eles podem começar a beber uma
terapia componamental é usado com pessoas segunda vez, devido a experiências de condi­
que tèm fones atrações paia atividades que são cionamento como as que produziram o pro­
autofrustradoras, perigosas ou socialmente blema original de alcoolismo. Um casamento
inaceitáveis, tais como abuso de droga, infeliz, um trabalho deprimente, um grupo de
incesto, pedofilia e comportamento compul- companheiros que gosta de freqüentar os bares
sivo. Por exemplo, jogadores compulsivos tèm locais, ou uma variedade de outros fatores pode
uma história de associações positivas com criar situações que reco adicionam o álcool
jogo, que faz com que muitos aspectos de como um CS com associações agradáveis, tão
experiência de jogo se tomem CS’s que efetivamente quanto o terapeuta o tenha contra-
eliciam sensações de prazer. Em conseqüência, condicionado* Para ajudar o ex-alcoólatra a
alguns jogadores nào conseguem parar de evitar tomar-se recondicionado a gostar de
jogar mesmo que estejam perdendo e com álcool, a terapia tem que ir além do contracon-
enormes débitos. Esse comportamento dicionamento aversivo. Pode ser necessário um
compulsivo pode destmir casamentos, ameaçar aconselhamento matrimonial para resolver
seus empregos e algumas vezes conduzir ao problemas familiares, de modo que o cliente
roubo como um recurso para conseguir possa começar a gostar de vir para casa de noite
dinheiro. O comracondicionamenio aversivo sem ter que primeiro ficar bêbado Ajudar o ex-
pode ser usado para remover as fortes aicoólatra a encontrar uma ocupação mais
associações positivas com jogo e tomá-lo
neutro ou não-atrativo para a pessoa. Por
exemplo, o jogo compulsivo pode ser tratado s Baifccre Miller (1966).
através de emparelhamento dc choque elétrico “ Goomev (1968).
com os objetos e comportamentos que estão
31 Bandura (1969 209).
geralmente envolvidos no jogo Um homem
que perdeu o pagamento de cada semana para Pessoas que cnfttniain situações avenivas - por
as máquinas dc jogo recebeu choques durante exempto. ura casamento infeliz, um trabalho aiüroewe
csuesMntc • podem descobrir que o álcool pode ua/tt
Iodas as fases do jogo • desde o inserir da ficha relaxamento e dmunatr sensações avcravàS A Kdu^LO
até ver o resultado - até que todos os aspectos da csumulaçào avmna reforça se» uso futuro do álcooi
de jogar se tomaram CS's que cliciavam e transforma-o num CS com associates agradáveis.
Princípios do Comportamento na Vida Diária 57

gratificante poderia resolver problemas pode ajudar a preencher as horas que usava para
resultantes de um trabalho mal-remunerado ou escorregar montanha abaixo, do tédio para a
monótono. Introduzir a pessoa num grupo embriaguez.
esportivo, em uma atividade da comunidade,
num clube de serviço ou num hobby atraente,

CO NCLUSÃ O

O condicionamento Pavloviano se constrói a partir de reflexos incondicionados em que


um estímulo incondicionado (US) elicia uma resposta incondicionada (UR). Quando um
estímulo neutro precede o US e é bem correlacionado com o aparecimento do US, esse estímulo
preditivo se toma um estímulo condicionado (CS) que elicia uma resposta condicionada (CR).
São apresentados sete determinantes da força do condicionamento. Na vida quotidiana, alguns
dos mais conspícuos exemplos de reflexos e condicionamento Pavloviano envolvem respostas
sexuais, respostas psicossomáticas, sentimentos e emoções. Respostas condicionadas se
enfraquecem durante z extinção, em que um CS está presente sem os estímulos dos quais ele
adquiriu sua força. Entretanto, a extinção não pode acontecer se uma pessoa evita o CS, que
ocorre geralmente com CS’s temidos. Ocorre condicionamento de ordem superior quando um CS
é criado depois de ser emparelhado com um outro CS (em vez de com um US). O
contracondicionamento reverte o condicionamento de um CS emparelhando o CS com estímulos
que eliciam efeitos diferentes e incompatíveis. Extinção e contracondicionamento aparecem
naturalmente na vida quotidiana e são amplamente usados em terapia comportamental.
O próximo capítulo demonstra como os condicionamentos operante e Pavloviano se
interligam. Os capítulos subseqüentes mostram como a experiência de aprendizagem social - a
partir de modelos, regras e facilitadores - acrescenta uma complexidade ainda maior ao
comportamento humano.
Condicionamento
Operante e
Pavloviano Juntos
Neste capítulo você vat aprender como os condicionamentos
operantes e Pavloviano são interligados iui m aioria das situações
da vida quotidiana.

a vida diária, os condiciona-mentos condicionamento operante não precisa disso.2

N operante e Pavloviano freqüente­


mente ocorrem juntos e interagem,
como ilustraremos neste capítulo. Mas,
primeiro, vamos contrastar as duas formas de
No condicionamento Pavloviano, um reflexo
condicionado só pode ser estabelecido se
houver um reflexo anterior (condicionado ou
incondicionado) a partir do qual ele possa ser
condicionamento. construído. Em última análise, todos os
reflexos condicionados (CS CR) dependem,
para ter força, de reflexas incondicionados
DIFERENÇAS ENTRE
biologicamente estabelecidos (US -> UR); e,
CONDICIONAMENTO OPERANTE E
durante a extinção, todos os reflexos
PAVLOVIANO
condicionados deixem de aparecer, se
isolados, por um tempo suficiente, dos
Os dois tipos de condicionamento tem reflexos incondicionados.
tanto similaridades quanto diferenças. A fim de
minimizar a confusão na distinção entre os Comportamento operante nào depende
dois, examinaremos brevemente diversas de reflexos. O comportamento operante é
diferenças importantes entre o condicio­ muito mais modificável do que o comporta­
namento operante e o Pavloviano.1 mento reflexo. Ele pode ser modelado de
várias formas, enquanto os reflexos, mesmo os
reflexos condicionados, são relativamente
I. O Papel dos Reflexos.
limitados pela composição biológica da
O condicionamento Pavloviano se espécie. Há incontáveis variações nos
constrói a partir de reflexos, enquanto o
2 Apesar do condicionamento nâo precisar sc
1 Para uma discussão das diferenças e similaridades construir a partir de reflexos, ver-se-á que reflexos
entre os dois ver Tcrrace (1971). Millcnson c Leslie podem s c t modificados por condicionamento operante
(1979). Schwartz (1984). (Miller. 1969, 1978; Di Cara. 1970).
P nreioios ao Cor^cpTam onio^a v * » P 4 ü»___S i

operantes de jogos sexuais preliminares; mas nervoso involuntário (autônomo) e músculos


as respostas reflexas do pênis e da vagina sâo lisos. Ê verdade que uma pessoa pode ganhar
relativamente invariáveis, independentemente controle voluntário sobre as funções corporais,
dc serem eliciados por US's ou CS’s.2 As através de treinamento de operantes especiais
atividades operantes dc cozinhar e fazer por biofeedback. mas a maior parte das
refeições podem ser realizadas de inúmeras pessoas não pode induzir voluntariamente o
maneiras, mas a salivação e os reflexos vômito, a excitação sexual, a aceleração
digestivos são relativamente invariáveis. cardíaca, o enmbcscimento, ou outras respos­
tas reflexas (exceto expondo-se ao US ou CS
Uma importante diferença entre o
apropriado).
comportamento reflexo e o operante é que os
reflexos são eliciados c os operantes são Por outro lado, o comportamento
em itidos. Tanto US's quanto CS's têm o poder operante e geralmente orientado para o
de eliciar respostas reflexas: quando um ambiente externo (mais do que para manter a
estimulo cliciador está presente, ele dispara economia corporal interna) O comporta­
uma resposta reflexa. Entretanto, SD*s nào mento operante é usualmente instrumental ao
diciam comportamento operante: eles lidar com eventos externos. Os operantes
meramente estabelecem a ocasião para o estão tipicamente sob controle voluntário,
operante - que pode ou não ser emitido, envolvendo músculos csqudcticos (mais. do
dependendo de padrões anteriores de que músculos lisos). Assim, c facil para uma
reforçamento e outras variáveis. pessoa controlar os gestos fadais operantes de
sorrir ou franzir as sobrancelhas, mas e mais
dificil controlar os músculos involuntários nas
2. O C ontinuum Int& mo-Extem o.4
paredes dos vasos sanguíneos que causam
Respostas reflexas usualmente funcio­ enmbcscimento ou empalidecimemo.
nam para manter a harmonia dos processos
corporais internos, enquanto o comportamento S. O Papel dos Reforçadores.
operante é usualmente instrumental, ao afetar
o ambiente externo. Há realmente ura Apesar do reforçamento ser necessário
continuum do interno ao externo, e as para o condidonamento operante, ele não é
fronteiras entre o condicionamento operante e necessário para o condidonamento
o Pavioviano se superpõem nas áreas Pavioviano. Isso pode ser visto nos seguintes
intermediárias entre os tipos extremos; mas a diagramas de condidonamento Pavioviano e
maioria das respostas reflexas e operantes operante.
difere por suas orientações interna ou externa.
Operante: S° -* R -* SR
Ma sua maioria, as respostas reflexas
facilitara o funcionamento dos processos Pavioviano US -* UR
corporais internos. O alimento impróprio é
vomitado e, através do condicionamento, o C S~»CR
alimento toma-se um CS que elida sensações
de náusea, suficientes para impedir que a Estimulos reforçadores (SR) são
pessoa coma o alimento no futuro. Respostas essendais para a aquisição e manutenção de
reflexas são usualmente mediadas pelo sistema comportamento operante (na linha i do
diagrama). Estímulos reforçadores fortale­
cem o comportamento e fazem com que
1 Master» eJohiuxxi <1966).
estimulos antocedentes sc tomem S s. Em
4 Skinner <1938 112; 1953:115-115); Tenaoo contraste, os reflexas que estão envolvidos no
(1971). condicionamento Pavioviano operam sem
Pnncipo» do CsrTMMiiarxMo fl9 v«ta D-ana 60

reforçamemo (linhas 2 e 3) 0 reflexo de comportamento. Isso é maresdamente


incondicionado (linha 2) c disparado biologica­ diferente do condicionamento Pavloviano, em
mente e nlo necessita de reforçamento para que os padrões de resposta reflexa são
funcionar. O condicionamento Pavloviano relativamente fixos. Tanto a forma quanto a
ocorre quando um estimulo preditivo é frcqticncia de todos os comportamentos
emparelhado com o US e se toma um CS operantes necessários para preparar alimento
(linha 3). 0 reforçamento não é necessário podem mudar dc inúmeros modos através dos
para produzir condicionamento Pavloviano ou anos. mas os reflexos elkaados pelo alimento
para o funcionamento do reflexo condicio­ (por exemplo, salivação e digestão) permane­
nado. Portanto, reforçadores (SR) nào cem relativamente inalterados durante toda a
aparecem era nenhuma das tinhas dos vida.
diagramas de condicionamento Pavloviano
0 refiexo sexual pode ser disparado pela CONDICIONAM ENTO OPERANTE
estimulação dos genitais (o US) - sem a E PAVLO VIAN O ENTRELAÇADOS
necessidade dc reforçamemo. Ao se empare­
lharam fantasias com o reflexo sexual, as
fantasias podem tomar-se CS’s que eliciam Apesar de ser possível distinguir
sensações sexuais, de novo sem necessidade analtticamcnte as duas formas de condiciona­
de qualquer reforçamento. Entretanto, o mento (como acabamos de fazer), na vida
reforçamento é essencial para a aquisição de quotidiana os condicionamentos o perante e
habilidades o pcrantcs relacionadas ao Pavloviano são freqüentemente entrelaçados 5
comportamento sexual: atividades sexuais que Vamos examinar diversos modos pelos quais
produzem experiências agradáveis e feedback as duas formas podem ocorra juntas.
positivo de um parceiro têm mais
probabilidade de serem repetidas do que
/. Condicionamento Pavloviano com o um
comportamentos que produzem efeitos
Sub-Produto do Condicionam ento
nio-reforçadores
Operante.

O condicionamento operante muitas


4. 0 Que é Aprendido vezes produz algum condicionamento
Pavloviano como efeito colateral.4 (Condi*
No condicionamento Pavloviano, uma cionamento Pavloviano pode acontecer, é
pessoa (ifyremle a rcspottdcr a um novo claro, sem condicionamento operame). O
estim ulo como um CS que elickt uma resposta condicionamento Pavloviano de respostas
reflexa. Através dos anos, uma pessoa pode emocionais é geralmente o mais visível desses
tornar-se doente por comer alimentos efeitos colaterais de condicionamento
kncomuns cm diversas ocasiões. Cada vez que operante.7 Durante o condicionamento
isso acontece, um novo alimento iorna-se um
CS para náusea c uma aversão alimentar.
Embora a resposta condicionada de náusea * T e n havido uma crescente co a tc ifa ca da
não seja nova, cada novo alimento que sc im ponàncu de estudar as iniciações coue
toma um CS capaz de eliciar a resposta copdidonamcmo opennie c Pavkwtano (Teiwtbaum,
condicionada é um estimulo novo. 1977; 5cbw aru e Cinnt/u. 1977: Scbwwiz. 19M).
4 Siaau (1975:87).
No condicionamento operante. as
pessoas aprendem novos padrões de ' Os efeitos PavVovianos ooiaierais nâo sào rcanios
comportamento. Reforçamento e punição a CER's. Outras CR*s - tais «mio mudanças penianas e
vaginas, suor, ruo, cbôro - podem estar estvofrida&.
modificam a forma e a freqüência de padrões
PmwioiM ao Componan-tfito na Vrta frá n a 61

operante, os reforçadores c punidores podem motivação interna, porque o simples realizar o


funcionar como estimulos que didam comportamento produz prazer Um aspecto do
respostas emocionais. Depois dessas emoções prazer que provém da motivação interna pode
terem sido eGdadas diversas vezes pelos ser ligado ao condicionamento Pavloviano. O
reforçadores ou punidores, estimulos que são comportamento torna-se um CS que elida
regularmente associados com os reforçadores prazer porque, no passado, foi empardhado
ou punidores, tomar-sc-ào CS's que podem com reforçamento positivo e cxperiêftdas
eiidar respostas emocionais, devido ao agradáveis.11
condicionamento Pavloviano. Assim, tanto o
Apesar do condidonamento Pavloviano
SD quanto os comportamentos que precedem
ocorrer regularmente como um efdto colateral
os reforçadores ou punidores podem tomar-se
do condicionamento operante. o oposto não
CS's para respostas emocionais. No futuro,
precisa ser verdadeiro O condidonamento
simplesmente observar o Su ou realizar o
Pavloviano pode ter lugar sem ocorrer
comportamento fomece os CS’s que elidam
condicionamento operante como efeito
emoções.
colateral. Quando uma pessoa assiste a uma
Quando uma criança está prestes a enfiar peça. filme, ou programa de TV, ocorre o
uma faca numa torradeira elétrica para fisgar condicionamento Pavloviano se os estimulos
ou esmigalhar um pedaço de pio com passas, elidam respostas emodonais. Na segunda cena
o pai pode gritar “NÃO” e ameaçar punir a de uma peça, vários aspectos de cada ator
criança. O pai está realmente tentando usar tomaram-se CS's. dependendo das emoções
punição veftal para suprimir o comportamento provocadas no observador durante a primeira
operante de enfiar objetos de metal na cena Assim, o observador pode 'amar* ou
torradeira, e is » pode ser conseguido se "odiar” certos personagens na peça, ainda que
ameaças verbais tiveram sido seguidas de a experiênda possa não ter qualquer efdto no
formas de punição mais intensas no passado. comportamento operante.
Alem disso, há um efeito Pavloviano colateral'
o estimulo “faça no torradeira" toma-se um 2. C S's que Eliciam Emoções Podem
CS que eticia ansiedade, devido ao Reforçar ou Punir Comportamento Ope­
empardhamemo com a ameaça de punição. rante.
No futuro, o CS de "faca na torradeira" pode
diciar emoções de medo ou apreensão mesmo Qualquer estimulo que se toma um CS
se o pai não estiver presente para ameaçar através de condicionamento Pavloviano pode
punir. funcionar como reforçador ou punidor se
aquele CS d id a respostas emodonais
Se uma pessoa recebe um generoso agradáveis ou aversivas 9 Se sua estação de
reforçamento social positivo por um
rádio favorita estava tocando certas mdodias
comportamento, não somente a freqüência do populares no verão em que você se apaixonou,
comportamento operante aumenta, mas a muitos dessas canções podem tomar-se CS’s
atividade toma-se um CS que elicia sensações que eliciam sentimentos temos e amorosos.
agradáveis, devido ao condidonamento Quando você ouve uma dessas canções uns
Pavloviano. Depois de repetidas experiências dois meses depois, você pode notar que ela
de aprendizagem, o simples engajar-se no
comportamento (mesmo na ausência de
reforçadores sociais) gera os CS's que elidam
’ O Capitulo 6 mostra que a estimulação seasonal <E
respostas emocionais agradáveis. Algumas
uma segunda caasa imponante dc mouvaçâo interna
pessoas escrevem poesia, tocam música, ou
jogam basquete "pdo prazer da atividade em st * Ver Capitulo 7 sebre reforçadores e punidores
condicionados.
mesma" O comportamento parece surgir de
Pfiftclfto* flo Cr,mcor1aT>enlo tia Vida Oiátta 62

tem uma capacidade especial de diciar Antes de um anúndo de uma marca de


sensações agradáveis. Vocé pode comentar, cigarro scr colocado muna revista nacional, cíc
“oh, estão locando nossa música", ao notar é submetido a semanas ou meses de teste. São
que aqude disco dicia sentimentos de cspccial feitas fotografias dc vários ângulos, num
significação emocional. AJém disso, a canção esforço de sdecionar o que tem o efeito mais
pode propiciar CS’s suficientemente agradáveis favorável. Manchas de pele ou sombras
para reforçar operantes, tais como comprar um inconvenientes são diminadas. Dezenas de
exemplar desse disco para vocé colocá-lo para pessoas opinam sobre as gravuras e o texto,
tocar numerosas vezes - pois ouvir a música é decidindo que poses ou frases eles acham mais
reforçado pelos CS's que eKdam sentimentos atraentes. Estejam ou nio aplicando
maravilhosos. Inversamente, CS’s que eiiciam intencionalmente os prinapios Paviovianos, os
sentimentos aversivos podem servir como publicitários estão selecionando (ou dimã-
punidores ou reforçadores negativos. Se vocé nando) os estimulos que tem probabilidade de
foi duramente criticado por expressar seus se tomaram CS’s que elidam sentimentos
pontos de vista sobre um assunto a respeito do desagradáveis na audiénda observadora. Eles
qual vocé sabe muito pouco, expressar pontos estão também tentando maximizar o numero
de vista toma-se um CS que elida sensações de estímulos que didam emoções agradávds.
de embaraço e dificuldade. No futuro, esses Naturalmente, cada observador terá um
CS’s punem e portanto suprimem a tendência condidonamento anterior único cm relação a
de mendonar pontos de vista similares. Esses cada estimulo, portanto têm respostas
CS's podem também servir como reforçadores diferentes a cada um, mas alguns estímulos -
negativos que aumentam a probabilidade de tais como pessoas bonitas, lugares especiais,
você abordar diplomaticamente e apenas paisagens bonitas - tendem a ser CS's que
supcrfidalmente o assunto ou aprender elidam sentimentos positivos para a maior
melhores argumentos. pane das pessoa». Portanto, uma estratégia
comum de propaganda é colocar uma gravura
Os meios de comunicação cm massa
dc um produto sendo vendido, no meio de
demonstram como o condidonamento Pavio-
uma cena que contém numerosas imagens
viano pode causar subseqüentes alterações no
comportamento operante. Eles apresentam agradáveis • todas sendo CS's para sentimen­
estímulos cuidadosamente selecionados - tos agradávds Dc acordo com os prindpios
do condicionamento Pavioviano, o produto
gravuras, palavras, sons - que muitas vezes
anunciado adquire algumas associa*çòcs
ftjndonam como CS's projetados para ter
positivas por ser emparelhado com os
efdtos específicos sobre o observador-ouvinte.
numerosos CS's que eticiam sentimentos agra­
Pessoas expostas a jornais, revistas, televisão
dáveis. Alguns anúndos não têm sequer
ou rádio são inundadas com incontávds CS's,
palavras: eles simplesmente apresentam uma
muitos dos quais elidam respostas emodonais
colagem dc CS's aliciadorcs de prazer, tais
agradáveis ou desagradáveis, dependendo do
como um cowboy elegante montado displicen­
condidonamento passado. Essencialmente, os
temente em seu bonito cavalo numa idílica
meios de comunicação de massa fornecem
montanha da campina, fumando um dgarro de
estimulos que provocam as emoções do
marca X. Ao folhear a revista, muitos observa­
observador e condicionam novas respostas
dores (mesmo não fumantes) podem parar
emocionais, de acordo com os princípios
Paviovianos. Depois que o processo Pavio­ numa cena atrativa dc montanha porque os
CS’s para emoções agradáveis agem como
viano cria novos CS’s. esses podem reforçai
reforçadores que fortalecem o operante de
ou punir o comportamento operante de
observar prolongadamcntc - o que em troca
comprar o produto X, votar no candidato V,
aumenta a probabilidade de exposição mais
ou falar a favor da questão Z.
prolongada ao condidonamento Pavioviano
Princípios do Comportamento na Vida Diária 63

que associa a marca X com CS's para ansiedade e sentimentos desagradáveis, e esses
sentimentos agradáveis. Depois dos ob­ CS's aversivos ajudam a suprimir os operantes
servadores terem visto repetidos anúncios que podem causar fogo ou acidentes.
positivos para a marca X, as experiências
Os meios de comunicação muitas vezes
tenderão a condicionar a marca X como um
apresentam CS's associados com ansiedade
CS com associações positivas, portanto um
para reforçar negativamente respostas de fuga
reforçador (exceto para aquelas pessoas com
ou esquiva. A maior parte das pessoas tem
forte condicionamento negativo em relação a
sido condicionada a ser sensível e estar alerta a
fumar). Se a loja local nào tiver um cigarro da
CS’s que eliciam emoções desagradáveis.
marca favorita do fumante, ele tem mais
Estímulos que sinalizem um aborrecimento
probabilidade de selecionar a marca X do que
iminente muitas vezes chamem nossa atenção e
uma marca menos bem anunciada.
assim nos ajudam a nos preparar ou nos
Esse tipo sutil de condicionamento prevenir de conseqüências aversivas. Somos
funciona? Uma indústria multi-milionária de negativamente reforçados por estar alertas a
propaganda existe, porque funciona. Para cada esses CS’s porque nossa preparação nos ajuda
dezena de pessoas que nunca mudarão de a evitar eventos aversivos associados com os
marca (ou não fumam), há umas poucas CS's. Propagandistas se aproveitam disso.
pessoas que podem mudar de marca se Uma gravura de uma casa em chamas e uma
expostas a repetidas experiências sutis de família desabrigada olhando desampa­
condicionamento.10 radamente, fomece CS’s visuais que criam
Nem toda a influência dos meios de impacto emocional para a legenda do anuncio,
comunicação se baseia na apresentação de “O seguro de sua casa é adequado?". Essa
cena pode tomar o proprietário levemente
CS's que eliciam emoções de prazer. Drama,
ansioso. O leitor pode tentar tranqüilizar a
ficção, anúncios e notícias muitas vezes
utilizam CS's que eliciam medo, ansiedade, ansiedade aliciada pelos CS's verbal e
pictórico, lembrando-se da foto de que já tem
tristeza, compaixão, ódio ou outras respostas
emocionais, e esses CS's podem, em troca, um bom seguro, mas se o seu seguro e
inadequado, a pessoa pode continuar lendo o
suprimir certos operantes ou reforçar negativa­
mente outros. Por exemplo, anúncios e anúncio em busca de informação que possa
diminuir o medo da perda.11 Se o tipo de
cartazes que foram projetados para suprimir
seguro que está sendo anunciado promete uma
comportamento, muitas vezes usam CS’s que
eliciam ansiedade. Zé Colmeia é mostrado ao generosa cobertura, ele se tomara um CS
lado de uma floresta em chamas, rodeada de associado com segurança e fuga da ansiedade,
simplesmente porque ele é emparelhado com
animais aflitos e desabrigados, sendo, todos
uma solução para o problema. Para o leitor
esses, CS's que eliciam sentimentos
preocupado, esse CS positivo reforça a leitura
desagradáveis. Anúncios exortando-nos a não
cuidadosa do anúncio e alimenta a
dirigir bêbados mostram um carro amassado
probabilidade de telefonar para a companhia
com um corpo sendo tirado numa maca, junto
de seguro.
com outros estímulos aliciadores do medo
associados com morte. O condicionamento Assim, CS's que eliciam emoções
Pavloviano produzido pelas mensagens desses agradáveis ou desagradáveis podem ser
meios de comunicação aumenta as chances de empregados para aumentar a freqüência do
que as pessoas respondam a incêndio em comportamento operante porque eles podem
florestas e a acidentes de carro como CS's para
11 Algumas pessoas aprendem a não olhar os meios
dc comunicação que retratam CS‘s aversivos
10 Bem (1970:700; Broad (1980). (Lcventhal, 1970).
Principio» oo C&«n&gna<T»y>to na V 4a tfeána M

servir como reforçadores positivos ou negati­ experiência dc desorganização, mesmo que


vos. Milhões de pessoas gastam várias horas eles sintam tremores ou outras respostas
por dia olhando os estimulos dos meios de emocionais dunmte um concerto).
comunicação, hipnotizadas pela mensagem
As emoções não precisam ser aversivas
emocional que esta condicionando novos CS's
para desorganizar performances operantes
para emoções positivas ou negativas, criando
Vocé e um amigo podem estar absorvidos
assim novos estimulos que servirão como
numa tarefa de precisão - tal como ajustar um
reforçadores ou punidores.
objeto delicado - quando um de vocês conta
uma piada. Se isso conduz a uma história
S. Desorganização da Resposta. engraçada, mais piadas e outras palhaçadas, as
numerosas palavras espirituosas servem como
Comportamento operante pode ser CS's verbais que podem diciar risadas
desorganizado por respostas reflexas « vice- suficientes para desorganizar suas atividades
versa. Pessoas que estão aprendendo novos de precislo. Vocé pode tentar manter-se
comportamentos operantes muitas vezes trabalhando enquanto riem um das graças do
verificam que respostas emocionais e outras outro: mas na medida em que vocé deixa cair
respostas reflexas podem desorganizar suas as peças muito pequenas, vocé é forçado a
performances operantes ainda sub-aprendidas dizer "Oh!, temos que parar de fazer
Por exemplo, enquanto vocé esta praticando palhaçadas, se quisermos conseguir consertar
uma nova peça no piano ou decorando suas pysp coisa".
falas paia uma peça, alguém pode entrar na
Respostas reflexas podem algumas vezes
sala. Se você foi condicionado a temer criticas
ser suprimidas ou interrompidas por
ou cometer erros cm público, a presença de
atividades operantes. Uma pessoa pode ter
outra pessoa serà um CS que elicia respostas
aprendido a achar engraçadas certas histórias
emocionais desconfortáveis. Por sua vez, essas
sobre gafes, as histórias propiciam CS's
respostas emocionais podem distrair você de
verbais que diciam risos. Mas a pessoa pode
sua atividade operante ainda sub-aprendida e
ter aprendido que c impróprio rir de tais
desorganizem sua performance Ser repetida­
histórias, quando na presença de pessoas de
mente criticado por um fraco desempenho de
cerimônia. O que acontece quando a pessoa
uma certa parte da música pode tornar aquela
ouve uma história espirituosa sobre gafes, num
parte um CS que elida ansiedade. Depois que
ambiente soda! em que seria inadequado rir?
isso acontece, você começa a sentir-se ansioso
A maior pane das pessoas aprendem que rir
i medida que toca aquela música e se
pode ser suprimido retesando os músculos do
aproxima a parte problemática. Essa ansiedade
estômago e diafragma. O CS verbal pode
pode fazer com que vocé tenha um número
diciar puxões e espasmos - respostas incipien­
crescente de erros, o que só aumenta sua
tes de rir - no diafragma mas o operante de
ansiedade ate você eventualmente temer a
retesar esses músculos previne a explosão da
perspectiva dc começar a música. Tal condi­
resposta de rir. Assim, a pessoa pode esconder
cionamento emocional faz com que a pessoa
respostas condidonadas a histórias sobre
tenha o que se chama dc "bloqueio psicoió-
gafes
g i c o que as impede de tocar uma música e as
faz (e* medo dc treiná-la no futuro. (Sc a O “Jogo de recuos" mostra como uma
pessoa já super-aprendeu uma peça musical resposta reflexa a um CS aversivo pode ser
especifica, é preciso uma resposta emocional interrompida ou suprimida por atividades
muito mais intensa para desorganizar sua operantes. Nesse jogo, uma pessoa dá uma
performance operante. Pianistas profissionais pancada, mas quase não toca o braço da
super-aprenderam suas performances, de tal segunda pessoa. As regras do jogo são
modo que eies não são predispostos à simples: sc a segunda pessoa recua, a primeira
Pfinciwo» ao Camaonantwto rva Vid» Qtina 6$

pessoa tem direto de dar um tapa real, com esse tipo de conversa se tomara um CS que*
alguma força Durante a infância, a maioria das pode eliciar enrubescimento (devido a
pessoas tem numerosas experiências de apren­ condicionamento Pavloviano). Uma vez que o
dizagem que condicionam o estimulo "objeto enrubescimento foi didado, reforçamento ou
movendo-se rapidamente em direção do punição subsequente podem alterar a tendên­
braço” como um CS associado com dor. O cia futura da pessoa para cnrubescer*sc. Se
estimulo *objeto movendo-se rapidamente em uma pessoa recebe simpatia quanto outros
direção ao braço’ é freqüentemente seguido verificam que da está enrubesdda a simpatia e
pela experiência dolorosa de ser atingido pelo a preocupação carinhosa podem reforçar a
objeto . Ser atingido é um CS que causa dor e resposta de enrubescimento e tomar a pessoa
uma resposta reflexa de recuo Depois de mais predisposta a se enrubescer facilmente no
repetidos emparelhameoios, o estimulo "objeto futuro Por outro lado, se o enrubescimento e
movendo-se rapidamente na direção do usualmente punido - talvez por um curto
braço" toma-se um CS que pode eliciar o comentário, “você age como um bebi, Fred" -
recuo e sentimentos de ansiedade. Assim, a o enrubescimento será suprimido. Como
pessoa ingênua que é abordada por um conseqüência do condicionamento operante.
entusiasta jogador dc recuo usualmente faz algumas pessoas têm mais probabilidade de
papel de um bobo, fortemente condicionado a enrubescer-se do que outras. A propensão de
dar uma resposta de recuo, quando submetido cada indivíduo para enrubescer-se é influen­
pela primeira vez a um golpe falso. Depois de ciada peta sua história individual de reforça­
perder -diversas vezes numa serie e ficar com o mento c punição para sua resposta reflexa.
braço dolorido, um iniciante no jogo pode Há numerosas respostas emocionais
aprender certas habilidades operantes para universais - tais como sorrisos, risos, franzi*
suprimir a resposta de recuo ou pode aprender raento de sobrancelhas, rubor e lagrimas •
a evitar ficar envolvido no jogo. O recuo pode observáveis em pessoas em todo o mundo
ser suprimido em alguma medida, retesando os Essas respostas emocionais reflexas sio mais
próprio* músculos ou focalizando sua atenção invariáveis na primdra inflncia, antes de serem
para longe do golpe falso, e esses operantes modificadas pela experiência de aprendizagem
são negativamente reforçados pela esquiva de
social. No decorrer dos anos, a forma e
conseqüências aversivas.
frequência de todos esses reflexos podem ser
modificadas por condicionamento operante. de
4.R eflexos M odificados por modo que uma pessoa sorria ou ria muito mais
Condicionam ento Operante. que outras, algumas chorem mais facilmente
que outras.13 Por exemplo, sorrisos e risos são
De inicio os psicólogos pensaram que respostas reflexas elidadas por eventos
reflexos não podiam ser modificados por moderadamente surpreendentes ou novos e
condicionamento operante Dados mais certos outros estimulos positivos A novidade
recentes mostram que a freqüência e a form a e as surpresas dos brinquedos no parque de
de m uitos reflexos podem ser modificados por diversões cliciam sorrisos e risos na maior
reforçamento e punição/2 Por exemplo, parte das pessoas jovens. Devido ao condicitv
ennjbeschnento e uma resposta reflexa que namento Pavloviano. vários aspectos dos
aparece durante o embaraço, culpa e uma parques de diversão tomam-se CS's que
variedade dc outras experiências aversivas. Sc eliciam sorrisos e risos. Reforçamemo e
um adolescente se tomou muitas vezes punição podem então modificar a probabi­
embaraçado ao falar sobre sexo com adultos. lidade de que essas respostas ocorram no

12 Mi Her (1969.1978); Di Cara (1970). 11 Ekman ct al. {1980).


PnnclDiQS CO Camponaro^oto na Vida f a in a 66

futuro Sorrisos c ri$os de algumas pessoas Depois de anos de condicionamento operante


podem sei reforçados por fccdback positivo em numerosas circunstancias, algumas pessoas
freqüente de amigos Sorrisos e risos de outras exibirão freqüentemente sinais de alegria,
pessoas podem ser punidos mais que enquanto ouiros raramente exibem um sorriso.
reforçados, como quando companheiros dizem
que é infantil ficar excitado pdos brinquedos.

CO NCLUSÃ O

Na vida quotidiana, os condicionamentos operante e Pavloviano são freqüentemente


entrelaçados em padrões complexos. A primeira parte deste capitulo apresenta quatro
características dos condicionamentos operante e Pavloviano que nos permitem distingui-los e
isolar seus diferentes efeitos sobre o costiportatnenio. Em seguida, o capítulo descreve quatro
modos em que os dois processos interagem. O Capitulo 5 revela ainda outros modos pdos quais
aa respostas operante c reflexa são interligadas Tanto respostas operantes quanto reflexas
tornam-se condicionadas a aparecer quando cenos estimulos antecedentes (ou S°’s ou CS's) estão
presentes. A complexa e sempre mutável colagem de estimulos múltiplos na vida quotidiana
produz uma rica interação de respostas operantes e reflexas.
Colagem de
Estímulos
5
N este ca p ítu lo você iw i aprender cotno um grande núm ero de
estim u lo s antecedentes externos e internos afeta m nosso com por­
tam ento.

o capitulo sobre condicionamento número de estimulos, muitos dos quais

N Pavloviano, vimos que US's e CS’s sio


estimulos que aparecem antes das
respostas reflexas e as elidam:
funcionam como US's. CS’s, S ^ s ou S^s. Este
capitulo dcscrcve os efdtos destes muhiplos
estimulos antecedentes sobre o comporta­
mento1

U S -» U R
M in .T lP in S ESTÍMULOS
C S -> C R
ANTECEDENTES

Como se viu no capítulo sobre


Até aqui nós discutimos os estimulos
comportamento operante, os estimulos que
antecedentes de uma forma simplificada, como
aparecem antes de um operante quando ele ê
se cada resposta estivesse sob controle de um
reforçado são chamados S ^ s (estímulos
estimulo antecedente predominante e poderoso.
discriminativos). Os S ^ s estabelecem a ocasião Entretanto, a situação costuma ser mais
para responder: complexa. Um grande número àe estimulos, que
vêm do meio ambiente e de dentro de nosso
corpo afetam nossas respostas. O mundo que
SD: R —►SR
percebemos é como uma colagem de estimulos:
um mosaico entrelaçado de imagens, cenas,
Quando os operantes são extintos ou figuras e fundos que formam um quadro geral
punidos, os estimulos discriminativos que se A colagem de estimulos da vida difere das
colagens que os artistas fazem pelo fato de
retaaonam com a extinção ou a punição são
rotulados S*s. Estes estímulos estabelecem a envolverem todos os nossos sentidos. Enquanto
rw*<iar> para não responder. Todos estes que as colagens dos artistas são criadas para
serem apenas olhadas, as colagens de estímulos
estimulos _ US’s, CS's, S ^ s e S^s são
estimulos antecedentes; isto é, eles precedem o
comportamento e controlam o seu futuro
1 Para uma discussão mais extensa do tópico, vçja
aparedmento Na vida cotidiana, as pessoas
Nevin (1971a), Rilling. <1977); Mackintosh (1977):
estão constantemente cercadas por um grande Rodcwald (1979)
P twicIpk» do Corpportanxnto na Vito Dtân* 6K

da vida cotidiana são uma rica mistura de respostar facilitadoras ou com petitivas Estes*
visões, sons, odores, gostos. sensações (ateis e pontos são ilustrados a seguir.
sentiment os: . Alguns destes estimulos captam
nossa atenção, enquanto que outros perma­ Em primeiro lugar, o condicionamento
necem no fundo ou nào sâo conscientemente anterior pode levar um estimulo (mesmo um
percebidos, alguns tèm importantes efeitos estimulo relativamente fraco) a « r uma
sobre nosso comportamento enquanto que significativa influência sobre o comportamento.
ouíros têm um efeito muito pequeno. Portanto, Uma mâe que ouve o choro de seu bebe doente
o estudo do comportamento deve levar em no quarto ao lado pode ver que seus pensa­
conta as colagens de estimulos e sua influência mentos e sua atenção são imcdiatamenlc dirigi*
sobre o comportamento. dos para a criança, ainda que ela esteja no meio
de uma conversa interessante. O choro do bebê
Cada estimulo da colagem de estimulos funciona como um CS que elicia respostas
pode funcionar como (!) um US ou um CS emocionais na mãe e como um S ^ para a mãe ir
para reflexos, (2) um ou um S'* para ao quarto atender seu filho. O chôro se lornou
operantes, (3) os dois ao mesmo tempo, ou (4) um CS que d k ia respostas emocionais devido
um estimulo neutro. Os estimulos neutros não ao feto de ter sido anteriormente relacionado a
têm qualquer influência particular sobre o perigos para a criança e problemas para a mãe.
comportamento, mas podem se tomar CS's. O chôro se tomou um para o comporta*
S*>s ou S s condicionados. 0 seguinte memo dc atender o filbo porque esta resposta
exemplo ilustra como os estimulos podem foi negativamente reforçada, no passado, pelo
exercer múltiplas funções Quando uma pessoa término da situação estressante.
olha para uma bela pintura, os estimulos desta
Em segundo lugar, se o bebe estivesse no
obra de arte podem funcionar tanto como CS's
quanto como S ^ s. Os CS's da pintura podem mesmo quarto que a màe. os seus primeiros
eüdar respostas emocionais positivas e refor­ sinais dc desconforto teriam sido mais salientes
çar o comportamento dc parar para admirar a - mais visíveis - para a mãe. Ela teria reparado
obra Os estímulos também funcionam como na inquietação e nos primeiros gemidos (que
não «am salientes quando o bebê se encon­
S ^ s para pensamentos, comentários para
outras pessoas, e talvez um passo á frente, para trava em outro quarto), e poderia ter atendido 0
ver um pequeno detalhe pintado num canto mais bebê antes mesmo que d c começasse a chorar.
escuro da tela. Assim, a proximidade, perceptibüidadc e
saliência dos estimulos aumentam a probabili­
O poder que cada estimulo da colagem dade de que eles afetem o comportamento.'1
tem de influenctur o comportamento depende
(!) da extsiincta (ou não) de condicionameiuo
anterior do indivíduo com respeito a este 5 Além desses faiorci. a cficiànaa dos US’s depende
estim ulo ou semelhantes: (2) a salièncta (isto è, (a) do grau p do qual estamos bwtegicagienie
visibilidade) do estimulo no conjunto de prepared» a responder a des; c rt>) no caso de US's
estím ulos presentes e (3) a existência, no que funcionam como ictbrçxlores incondKtonadas. do
«tudo de p rivado ou saciaçào atual do indivíduo.
momento, de outros estimulos que produzem
* Dmame o cordidoDamcnio operatic e Pavioviano.
um estimulo saliente pode ofuscar cftntmlo6 menos
3 Ainda que a pesquisa expenntcnial *obrc US's, salientes (n u s mais importantes) e passar a exerça
CS’s. S ^ s e S4,s frequentemente ira c dc situaçóes um controle indevido sobre a resposta que está scado
simples, oas quais apenas uni pequeno número de condicwnada (Kauun. 1969; Rescoria e Wagner. 1972;
estimulos < estudado de cada vez. os am biento naturais Mackintosh. 1975; 1977). M esa» quando um SD o«
mais complexos; portanto, tem-se que considerar CS válidas passam a controlar uma resposta operante ou
u n a coiagem uueira de etttmolos quando sc estuda reflexa pode se sobrepof ao controie exercido pelo
o comportamento ein sttuaçto natural. estimulo ntais váhdo.
Princípios do Comportamento na Vida Diária 69

Em terceiro lugar, o poder de controle de mantêm a conversa num só fio lógico. -


um dado estímulo sobre um componamento Entretanto, durante a interação, aparecem
pode ser aumentado ou diminuído pela ação vários estímulos que provocam falas ou pensa­
facilitadora ou competitiva de outras respostas, mentos aparentemente descabidos, e que
provocadas por outros estimulos que fazem algumas vezes levam toda a conversa a se
parte da colagem de estimulos. Se a mãe do desviar de assunto. Imagine que você está
bebê que está chorando está, neste momento, conversando com dois ou três amigos, tentando
conversando com uma amiga sobre seus decidir o que fazer no fim de semana. Judy está
esforços para ser uma boa mãe, os S ^ s entusiasticamente tentando convencer todo
produzidos pela conversa terão um efeito mundo a ir acampar num belo lugar. Suas falas
facilitador sobre sua resposta de ir ^tender o fornecem numerosos S^'s que controlam
bebê. Por outro lado, se ela estiVer, neste pensamentos e "associações livres"5 sobre
momento, envolvida numa discussão com seu caminhadas e acampamentos: o acampamento
marido a respeito da indiferença dele em relação no interior de que você participou no ano
à família, os S^'s produzidos pela discussão passado, aquela vez que você se queimou com
podem estabelecer ocasião para o aparecimento urtiga. A colagem de estimulos também fornece
de respostas competitivas. Ela pode dizer: CS’s que eliciam respostas emocionais: o
"Bem, sua filha está chorando agora. Que tal ir entusiasmo, os sorrisos e as vividas descrições
você atendê-la, pelo menos desta vez? Por que de Judy são poderosos CS’s que eliciam
será que sempre quem faz isto sou eu?" Nesta respostas emocionais positivas que tomam a
ocasião, os eventos tomam menos provável sua idéia de acampar bem atrativa, mas as
resposta de atender rapidamente a criança. lembranças da urtiga são CS's que eliciam
Estímulos que distraem _ tais como a sentimentos negativos, que contrabalançam
campainha do telefone, alguém à porta ou o parcialmente os sentimentos positivos.
cheiro de algo se queimando na cozinha _ A fala de Judy e seus pensamentos servem
podem também diminuir a capacidade que um de SD's para você contar a história da urtiga e
dado estímulo tem de influenciar o perguntar se o lugar ao qual Judy quer ir tem
comportamento. urtiga. Mas, antes que você o faça, Fred se
antecipa, em resposta aos S ^ ’s da colagem de
estímulos dele: "Eu ouvi dizer que esta área de
CONTROLE DE ESTÍMULOS
acampamento está fechada. Por outro lado vai
haver a inauguração de um parque de diversões
Diz-se que os estimulos da colagem que aqui perto. Todo mundo vai lá". Desta forma, a
têm o poder de produzir respostas exercem colagem de estímulos foi radicalmente alterada
controle sobre as respostas. O choro de um pela introdução de um novo tópico; e todo um
bebê geralmente exerce controle sobre as novo conjunto de idéias lhe ocorre. Você está
respostas da mãe. Entretanto, o controle de em dúvida. Será que deve voltar atrás e contar
estímulos é relativo e depende da relação entre sua experiência com a urtiga, ou contar aquele
os vários elementos que formam a colagem. O caso engraçado que lhe aconteceu da última vez
poder de controle do choro da criança sobre o
comportamento da mãe depende dos outros
s Associações livres nâo são livres no sentido de
estímulos presentes na colagem. não terem uma causa. Elsa sâo evocadas por S ^'s tais
As conversas diárias contêm muitos como pensamentos, palavras e outros eventos na
colagem de estímulos presente. Só são descritas
estímulos _ verbais e não verbais _ que podem como associações livres porque sâo surpreendentes
controlar um grande número de respostas e inesperadas _ isto é. nâo sâo as respostas mais
diferentes. Algumas vezes, estes estimulos lógicas c prcvisiveis aos S ^ s (Veja Capitulo 14).
P n n c'p o s do Comportamento im Vida Otária 7 0

que esteve num parque de diversões-7 Fred "Fred, você me põe nervosa. Pira com isso.*-
então olha para você c pergunta: “O que você Olbando distraidamente pela sala. você nota o
acha da idéia de irmos à inauguração do relógio, que até este momento era um estimulo
parque?* Este é apenas mais um para não percebido. "Meu Deus! Já são quatro horas
contar o caso do parque de diversões, de modo e eu tinha que estar cm casa às très e meia!*
que você acaba contando. Todo mundo ri. Este comentário serve para mais uma vez mudar
EntSo. Judy conta outra história sobre o mesmo o assunto da conversa
assunto. Desta forma, se perde a conversa A colagem de estimulos contém muitos
original sobre acampamentos, o assunto agora é estimulos antecedentes que afetam nossos
outro Como desapareceram os S ^ s iniciais, pensamentos, palavras e outros comporta­
também desapareceram seus pensamentos mentos. Algumas vezes, o fluxo de estimulos
sobre acampamentos e urtigas, que estavam controla cadelas suaves de pensamentos e
predominando minutos atrás. ações, mas conjuntos complexos e heterogêneos
As mudanças de assunto nas conversas de estimulos podem facilmente oontrolar
ocorrem quando os comentários de um dos padrões complicados e desconexos dc
participantes servem como S ^ s para pensar e respostas.
falai sobre outro assumo. Esta digressão
fomece outros S ^ s para outras respostas
verbais que fazem com que a conversa ESTÍMOI.OS EXTERNOS £ INTERNOU
permaneça afastada do assunto original.
Estimulos provenientes de fontes alheias ã Os estimulos antecedentes que influen­
conversa podem também afetar o impacto total ciam o comportamento podem provir de dentro
da colagem de estimulos sobre os participantes. ou de fo ra do corpo.* Os estimulos que vêm de
Se alguém liga o som bem alto, a conversa fo ra do corpo são detectados petos cinco
tenderá a se tomar também mais alta, pois os sentidos. Ver c ouvir um amigo entrar em casa
participantes elevam a voz para frigir da altera sua colagem de estimulos, acrescentando
conseqüência aversiva de não conseguir ouvir o estimulos externos que podem ser CS's para
que os outros estão dizendo. Música e respostas reüexas condicionadas tais como
conversas muito barulhentas são S^'s para sentimentos agradáveis e sorrisos, e S ^ s para
comportamentos de rir, agir de forms um pouco comportamentos operantes tais como cumpri­
mais tola que o normal e se balançar ao ritmo da mentar c gracejar. As respostas de seu amigo
música. Os S ^ s de uma música mais suave então servem como estimulos antecedentes
poderiam ter efeitos diferentes, por exemplo, para seu próximo conjunto de pensamentos,
falar mais baixo, e, talvez, sobre assuntos mais sentimentos e respostas.
sérios.
Os estimulos de dentro do corpo também
Relógios, cinzeiros e outros objetos na entram na colagem total dc estímulos. Uma dor
sala também enriquecem a colagem de de dentes e um US interno que elicia uma
estimulos. Às vezes, eles têm um efeito tão resposta emocional de dor. Ela também é um
evidente sobre o comportamento que se
destacam do fundo. Sem prestar atenção ao que
está fazendo, Fred começa a rodopiar o cinzeiro * A iw b que os csümutos que vim de deouo óo
sobre a mesa O cinzeiro é um S ^ para a corpo possam exercer courolc sobre resposta* operantes
e reflexas, da mesma forma que os estimulos que vèra de
resposta de todopiã-k>. ainda que Fred não fora dete, è mais diQcü ptua a sociedade ajudar o
repare no que está fazendo, pois sua atenção indivíduo a aprender a identificar oooctaocatc os
está voltada para a conversa. Para Judy, o estimulos internos bo que os exteraos. (Skianer. 1974,
cinzeiro rodopiando serve de para dizer. 21ff: Baldwin. 19*5).
pnncioifts dõ Ccmcortamento oâ Vida Otifia 71

SO para operantes tais como procurar um emocionais, as quais causam mais um aumento
dentista ou tomar um analgésico. Se seu na preocupação, o que pode levar a níveis
coração começa a bater rapidamente, as elevadíssimos de ansiedade. (Na verdade,
sensações internas podem funcionar como CS’s, estudos têm mostrado que outras pessoas
especialmente se você foi condicionado a se percebem menos nossas respostas emocionais
preocupar com taquicardia ou com a do que imaginamos A maioria das nossas
possibilidade de ter um ataque cardíaco * Da respostas emodonais ocorrem dentro de nossos
mesma forma um excesso de movimentos e corpos e essas respostas internas são menos
sensações desagradáveis no trato digestivo salientes para os outros do que para nós *.
funciona como um CS que d td a ansiedade Saber disto pode ajudar muita gente a evilar
numa pessoa sensibilizada pela possibilidade de esta espiral de ansiedade crescente que resulta
contrair úlceras. Outra vez, estes estimulos da preocupação de que outros estejam
internos podem funcionar como S ^ s que percebendo suas emoções, quando enfrentam
levam a pessoa a fazer dietas, exercidos ou ir situações difíceis.)
ao módico. Estimulos internos podem também As pessoas aprendem a responder a
eliciar sentimentos agradáveis Quando alguém estimulos externos, internos ou a ambos como
está numa boa condição física, as sensações dicas para um dado componamento. 0 compor­
corporais fornecidas pela respiração profunda e tamento de comer, por exemplo, pode ser
pelos movimentos bem coordenados dos controlado por um grande número de estimulos
músculos, quando se faz jogging ou ginástica externos (tais como o relógio marcando meio
sSo provavelmente CS's dc origem interna que dia, estar na cozinha, o cheiro dcJtrioso de
elidam respostas emocionais agradáveis. Estes algum alimento, ver outras pessoas comerem,
mesmos estimulos internos podem servir de ser convidado a comer, etc.), e também por
S ^ s para se pensar sobre como é bom se sentir estimulos internos (as sensações estomacais
saudável e forte. que nos indicam a fome) As pessoas gordas
O comportamento de uma pessoa pode costumam comcr cm resposta a S ^ s diferentes
ser influenciado simultaneamente por estimulos das pessoas magras 9 Os magros tendem a
externos e internos. Os CS's externos responder principalmente aos S ^ s internos
produzidos por ouvir o patrão criticar seu fornecidos pelo estômago vazio, de forma que
trabalha podem produzir um "bolo* era sua eles não comem quando não estão com fome
garganta, um tremor na sua voz. palpitação, e Por outro lado. os gordos parecem comer
outras respostas emocionais. Estas respostas sempre que encontram qualquer dos inúmeros
servem de S ^ s internos para pensamentos do S ^ s que eles relacionaram à comida. Assim, ir
tipo: "Espero que ele não perceba que eu estou á cozinha pode resultar num consumo de mais
tão nervoso. Sc não, pode pensar que eu perdi 200 calorias, no caso dc um gordo, e não ter
o controle da situação". Seu pensamento de que qualquer efeito para um magro Todos os S ^ s
o patrão possa estar percebendo seu nervosismo presentes na cozinha induzem o gordo a pro-var
aumenta os CS's internos, que eliciam outras um pedaço do bolo. ir á geladeira, comer as
respostas emocionais • tais como suar * c estas sobras do jantar, etc. No caso da pessoa magra,
por sua vez aumentam ainda mais sua estes S ^ s externos têm pouca ou nenhuma
preocupação a respeito de seu patrão estar influência sobre o componamento, a menos que
percebendo seu nervosismo. Assim se forma um haja sinais internos de estômago vazio, que
circulo vicioso Cada novo aumento na sinalizam que ele precisa comer.
preocupação só faz aumentar as respostas
'. McEwancDcv«ns(t983).

r. Valins eR ay O * ’ ) * Schachier(1967)
Pnnd&»o> ao Componamento na vida Diana 7 7

O proprio componamento das pessoas Os estimulos internos e externos da .


pode influenciar o tipo dc estimulos - externos colagem de esumulos podem controlar
ou internos - que controlam seu compor­ respostas competitivas, e neste caso uma
tamento. Linda já está há vários dias com a resposta pode interferir com a expressão de
intenção dc procurar seu professor para discutir uma segunda resposta. Já se demonstrou que
uma questão de prova que ela achou injusta muitas pessoas não conseguem ter prazer em
Quando pára em frente à sua porta, pronta para suas relações sexuais porque seus reflexos
bater, sente seu coração bater bem fone. sexuais básicos foram prqudicados por
Acontece que ela já teve algumas experiências respostas competitivas '* As interações sexuais
embaraçosas ao ir fazer reclamações com fornecem inúmeros US's externos que normal­
professores: em duas ocasiões, d es lhe fizeram mente eliciam respostas sexuais agradáveis
perguntas que ela nâo foi capaz de responder, e Entretanto, pensamentos negativos a respeito
effllo a criticaram por nào saber a matéria do sexo podem funcionar como CS’s que
Assim, aproximar-se e bater á porta de um elidam sentimentos de ansiedade e culpa, que
professor serve como um CS externo que elicia são respostas emocionais que interferem com o
respostas de ansiedade e seu coração começa a funcionamento sexual normal. A ansiedade
bater fone. Quanto mais linda se aproxima da sozinha pode sufocar a excitação sexual,
porta, maior o número de CS's externos que levando um homem a não conseguir a ereção,
eliciam respostas emocionais e mais forte o seu uma mulher a cessar a lubrificação vaginal e
coração bate. Ela cntlo se afasta da porta ambos a não chegai ao orgasmo. Durante a
fingindo ler algo que está afixado num quadro inflncia, algumas pessoas ouvem dizer que o
de avisos próximo _ e o coração deixa de bater sexo é sujo, ou que sexo por prazer (em
tão fone. Ela volta à porta, novamente se oposição a sexo com objetivo de procriar) é
expondo aos CS externos que causam uma pecado. Esta sodabzação pode levar os
intensificação nas batidas de seu coração. pensamentos a respeito de sexo a assumir o
Quando Linda começa a pensar sobre o que papd de CS's que diciam culpa e ansiedade
pretende fazer, seus pensamentos servem como Mesmo depois que uma pessoa se casa, os CS's
CS's internos que também elidam respostas d id adores de culpa muitas vezes permanecem
emocionais e intensificam seu batimento fones c interferem com as respostas sexuais. As
cardíaco. Primeiro aparece um CS eliciador de respostas sexuais podem ser elidadas pelos US's
medo: "E se o Professor Adams achar que sou da estimulação genital e muitos CS's assodados;
burra por vir discutir uma questão tão fedi? Seu mas, para estas pessoas, os pensamentos sobre
coração passa a bater ainda mais rápido. Então fazer uma coisa ’suja" e "animalesca" como é o
Linda tem um pensamento que c um CS para sexo são CS's que elidam a ansiedade, que. por
respostas de relaxamento e conforto- "Mas de sua vez. interfere com o reflexo natural do sexo.
disse que podiamos procurá-lo sempre que Ainda que não possamos observar
tivéssemos problemas, c ele parece ser tão facilmente os estimulos internos que as outras
legal!' O coração passa a bater com menos pessoas experimentam, podemos perceber e
intensidade. "Os professores, afinal de contas, estudar nossos próprios US's, CS's, S ^ s e S s
também são seres humanos!” Outra diminuição internos. Da mesma forma, entendendo que as
na imensidade da resposta cardíaca ’Mas, e sc colagens de estimulos de cada pessoa induem
eu não conseguir d im nada? Ele vai achar que estimulos tanto internos quanto externos, nos
eu sou idiota!" A palpitação volta a aumentar. consdentizamos de que as outras pessoas estão
Sempre que Linda focaliza sua atenção cm
pensamentos aversivos. a taquicardia aumenta,
mas quando ela se concentra em peosamentos w. Masters e Johnson (1970); ToUisoo e Adauns
relaxantes, aconteoe o efeito contrário (1979).
Pracloit» <logomo<ytgm»nto.QB Vda Ç>Aria_ÀI

muitas vezes respondendo a estimulos internos


que não podemos detectar

GENERALIZAÇÃO «WEKANTE)

Quando um operante foi reforçado na


presença de certos estímulos e estes se tomam
S ^ s para este operante, há uma tcndcncia a que
os estímulos semelhantes aos iniciais também
passem a controlar esta resposta isto é
generalização." Novos estimulos podem
controlar uma resposta na medida em que se
pareçam com os S ^ s originais associados ao
FIGURA 5-1 A probabilidade de apontar,
reforçamerno. Por exemplo, ao ouvir pela
em vários contextos estimulatórios.
primeira vez uma música de Bach, uma pessoa
aprende a identificar duas ou três peças do
trabalho rfc Bach. Assim, uma música se toma eficiente é dar instruções verbais e apontar a
SD para dizer "Isto é a Toccata e Fuga de direção que a pessoa deve tomar. Quando se
Bach". A generalização entra em cena quando está conversando com alguém que tem uma
esta mesrea pessoa ouve uma música visão pelo menos razoávd. o comportamento de
desconhecida e diz: "Isto é Bach". Alguns apontar é geralmente reforçado pelas seguintes
aspectos desta nova música são suficientemente conseqüências: o apontar facilita a transferência
semefhames aos da música já conhecida para de informações, diminui os problemas provo­
controlar esta resposta verbal. A resposta cados pek> não entendimento, e apressa os
generalizada da pessoa pode esrar cena ou agradecimentos do interlocutor. Asam, o
errada. Esta nova música pode ser da autoria de comportamento de apontar é reforçado num
Bach. ou pode ser de Vivaldi ou Corelli; contexto de envolvendo 'uma pessoa
entretanto, a resposta a estimulos que são estranha pedindo informações na rua". A
semelhantes ao SD original reflete a resposta de apontar enquanto se dá informações
generalização, quer seja correta ou incorreta. usualmente se generaliza a outras situações
A generalização ocorre sempre que uma estimuladoras semelhantes. tais como SJ e S 2
velha resposta aparece em novas situações. na Figura 5-1. Quando uma pessoa cega pára
Quanto maior a semelhança entre a nova um passante na rua e pede uma informação, è
situação e a situação em que o comportamento muito comum que este, ao dar as instruções,
foi aprendido, maior a probabilidade do aponte a direção que o cego deve tomar.
aparecimento deste comportamento. Se alguém Obviamente, o comportamento de apontar é
na rua pede uma orientação, uma resposta desnecessário e provavelmente não será
reforçado; ainda assim, os estimulos dessa nova
situação (S1) são tão semelhantes aos
" . H o n lg e Urouoti ( 1981). A gcn era liK ição ocorre fornecidos pelas pessoas que vêem. ao pedir o
com os S ^s tam bém : quando alguém aprende a rS o mesmo tipo de informação (o S^), que a
responder na preseaça dé um S4. estim ulos sem elhantes generalização é possivd (a menos que o
passarão também a controlar o níJo-rcspooder. Para passante lenha experiência anterior com pessoas
m in im iz a r as confusões no te a o . os e fe ito s dos S ^s só
cegas). Se considerarmos uma outra colagem de
serão abordados quando estiverm os falando de
discrim in açã o.
estímulos (S2). que difereainda mais da
Prmcipiot do C o m o y .am c ita na Viaa fa â n a 74

situação original (S^), a probabilidade de move para situações que são cada vez menos
aparecer a resposta de apontar ê ainda menor semelhantes ao contexto de estimulos no qual a
No interior dc um grande edifício, sem janelas resposta foi reforçada, há um número cada vez
para se ver o exterior (S^). é improvável que menor de estimulos que sc parecem com os
uma pessoa aponte, se lhe pedem esta S ^ s originais, ò medida que a colagem de
informação Quando a pessoa que informa não estimulos se tom a cada vv: mais diferente da
pode ver o interlocutor, como acontece colagem originai, e que dim inui o número de
quando a conversa é feita por telefone S ^ 's conirotadorei da resposta. dim inui
(S^), a probabilidade de apontar è ainda menor também a probabilidade da resposta ocorrer^
Quando a informação é dada por escrito, numa Isto é mostrado na Figura 5-1: A probabilidade
carta. (S'*), é muito pouco provável que o da resposta declina á medida que o comcxto de
comportamento de apontar ocorra. estimulos muda de S ^ para S4. Além disso, a
resposta generalizada _ quando aparece nos
A probabilidade de responder a cada uma
contextos cm que nào foi reforçada (S*, S^,
das configurações de estimulos (S ^, S^, S^,
S3 e S4) _ é emitida, geralmente, de modo
S3, S4) produz uma curva chamada gradiente
menos rápido e menos intenso do que no
de generahzaçüo (veja a Figura 5-1) A forma
contexto discriminative original ” .
da curva __ isto e, a quantidade de generalização
a novos estimulos _ depende da natureza c
saliência dos estimulos dc coda colagem, alem Vantagcfu da Generalização. Dadas as
da história passada de condicionamento da mudanças constantes que ocorrem na nossa
pessoa. vida, nunca somos expostos a colagens de
estimulos exatamente iguais ás que estavam
Sempre que um comportamento é
presentes quando nossas respostas foram
colocado sob controle de S ^ s específicos, há
aprendidas, no passado. Como disse Heráclito,
um certo grau de generalização a outras
o filósofo grego, há mais ou menos 2.500 anos
situações semelhantes. O grau de generalização
atrás, "Nunca sc pisa duas vezes no mesmo rio,
depende da força dc controle discriminative de porque da segunda vez, a água que corre já não'
todos os S ^ s da colagem dc estimulos. Muitos é a mesma da primeira.” O mundo está sempre
dos estímulos salientes e preditivos nos em mudança. Nunca experimentamos por duas
contextos em que um componamcruo é vezes padrões de estimulos exatamente iguais.
reforçado assumem um controle discrirainativo Ainda assim, há um número suficiente de
parcial, sobre este comportamento11. No semelhanças, de dia para dia, para que
contexto original da aprendizagem - o contexto possamos responder ao ambiente cm mudança
do S& . onde estão presentes vários destes com várias das respostas que foram eficientes
estimulos preditivos. a probabilidade de no passado.
responder é alta Ò medida que uma pessoa se
Quando aprendemos novas habilidades,
nossa aptidão para aplicá-las a novas situações
° No laboratório, o euimulo mais predativo. (graças à generalização) c. muitas vezes,
so a abo. sc toras o domiitanw que cootn&i a adaptativa. Se aprendemos a criticar intelec­
resposta. C om o ambkmc natural é muito mats tualmente as promessas dos políticos, esta nossa
coenplcxo c vanftvd que o do taboraioric. alguns nova habilidade pode se generalizar, dc tal
prcdiiorcs podem cuai presente* durante alguns dos
period» dc reforçamento. nrn ausentes em outros.
Assim, mwtos estimulos pred&vos podem se tomar n . Para usar uma linguagem m as lécntca. estas
S**s p an utna resposta Quanto maior o número de respostas têm um tempo de reação maior, uma
S ^ s presentes para um dado componamciuo. maior a frequência e amplitude menor do que a resposta
probabilidade que o oocnportameuo seja emitido emiuda d o contexto discriminative anginal (Nona.
(Miltcre Ackley. 1970: Wass. 1972) 197la:lf?0-
Rf>ncl&cs rto Corri&ftflyncfitQ na Vida Qhána

forma que possamos também criticar promessas a resposta foi supergeneraliuuia Se os país*
de outras figuras de autoridade. Esta tendência ensinam a uma criança a fazer sempre o que o
de nossas respostas _ que foram reforçadas na professor diz. a criança pode supergeneralizar e
presença certos estimulos _ dc aparecer na obedecer, de forma pouco critica, a um
presença de estimulos semelhantes (via professor, mesmo quando de solicita comporta­
generalização) é muitas vezes eficiente. Se não mentos pouco usuais, como acontece nos casos
fosse assim, teríamos que aprender estas de abuso sexual nas escolas. Também ocorre
respostas separadamente para cada situação a supergeneralização quando uma pessoa aprende
que das possam sc aplicar. um fato novo e passa a 'explicar" tudo em
termos deste novo fato. Quando se ouve falar
sobre as manchas solares e sua influência sobre
o clima, uma criança pode tentar ’explicar" o
dima diário, os humores dc seus pais, suas
ptohtbihWi AircspOtfU

péssimas notas nas provas e muitas outras


coisas em termos de manchas solares. Quando
alguém aprende que a dieta alimentar pode
afetar a saúde, a vitalidade e a disposição, pode
generalizar e começar a "explicar” todos os
tipos de indisposições e condições psicológicas
em termos dc dieta. Este tipo dc supergenera-
lização c deliciosamente resumida no velho dito:
"Dê um mando a uma criança e ela descobrirá
FIGURA 5-2 Tràs gradientes de generali­ tudo que precisa ser mandado”. De posse do
zação. novo instrumento, a criança não apenas baterá
cm pregos (o comportamento apropriado), mas
também irá martelar mesas, caddras, pedras,
A Extensão da Generalização. A quanti­ animais de estimação e muitas outras coisas (os
dade dc generalização que ocorre pode variar. comportamentos inapropriados c supergenerali-
Se vocé aprende a criticar, em resposta a certos zados) As ferramentas intelectuais podem ser
S ^ s, a tendência para aplicar esta sua nova usadas dc forma supergeneralizada, também
habilidade pode se generalizar de uma forma Algumas vezes a generalização não é tão
extensiva, moderada ou restrita, dependendo de ampla quanto seria desejávd A isto chamamos
muitas variáveis. A Figura 5*2 mostra três subgeneralizaçõo. Estudantes podem aprender
gradientes de generalização. Quando há uma uma teoria em sala de aula ou num Evto, e
generalização extensa, muitas situações novas podem ser capazes de expressar seu
(S1, S2. S3 e, até certo pomo, também S4) conhecimento numa prova, mas muitas vezes a
poderão se tomar ocasiões para criticar. nova habilidade intelectual não se generaliza
Quando há uma generalização limitada, a para ajudá-los a entender eventos em sua
pessoa pode criticar em situações que sejam própria vida que não foram incluídos nos
bem semelhantes à situação em que ocorreu a exemplos dados no livro. Sua aprendizagem não
aprendizagem (o contexto do S^), mas não se generalizou o bastante. A subgeneralizaçào
apresentar esta resposta cm situações que pode ser um problema nas terapias psicológicas
diferem muito do contexto discriminatório M Pessoas podem superar problemas de
original <iais como as situações S^, S3 e S4).
Se a generalização é mais ampla do que 14 Bimhaucr (1976): Goldstein e Kaitfcr (1979):
seria desejávd e leva uma pessoa a responder Goctz ci al. (1979. 1981). Guest « al (197?). CosioUo
(1983); Schwartl(19W>
cm circunstâncias pouco apropriadas, diz-sc que
PfinclDOi OQÇpmpwtemwito m Vida Oiàri» 76

timidez, alcoolismo, ou excesso de


impulsividade num ambiente terapêutico, mas as Depov <3cr<to(<irTK}tift
aka «kwuI
novas habilidade aprendidas náo se generalizam
para o ambiente do dia a dia. Muitas vezes se
incluem procedimentos especiais, nos processos
terapêuticos, para superar os problemas criados
pela subgeneralização Alguns terapeutas fazem S.
com que o ambiente icrapcutico tenha a maior
semelhança possivd com o ambiente diário do bnt
cliente _ ou fazem a terapia no ambiente natural
para aumentar a generalização. Algumas
vezes se envolvem amigos e parentes na terapia,
de modo a fazer com que eles se tomem pane
da colagem de S ^ s que controla o FIGURA 5-4 A probabilidade da resposta
comportamento recém*adquirido. Outro de criticar, apôs ser reforçada cm vá­
método eficaz de se evitar a subgeneralização c rios contextos estimulatóríos.
se assegurar de que haverá re/orçamento
adicional quando a pessoa utilizar as
habilidades ganhas durante a terapia cm outras Reforçamento Adicional. Se uma res­
atuações (veja o tópico seguinte). Para fazer posta generalizada é refonpda em novos
isto, os terapeutas comportamemais tentam contextos, o re/orçamento pode aumentar a
treinar e reforçar padrões componamentais que probabilidade da resposta nestes novos
funcionarão _ isto c, produzirão resultados contextos. Um estudante que aprendeu a criticar
reforçadores _ quando 8 pessoa os emitir no imdectualmente os politicos (S °) pode
ambiente diário. Além disso, os amigos e apresentar esta resposta generalizada a figuras
parentes podem ser ensinados a prover dc autoridade (S l), adultos cm geral (S^), pais
reforçamento adicionai para o comportamento <S3), e amigos (S^) Esta gradiente original de
recéan-adquirido. quando ele ocorre em sua generalização mostra um decréscimo na
presença. probabilidade da resposta ã medida que a
colagem de estimulos se torrtá cada vez menos
semelhante à colagem discriminativa original
(veja Figura S-l). Se. entretanto, este estudante
recebe reforçamento por criticar
intelectualmente era todas as situações, de S* a
S*. a probabilidade de ocorrência desta resposta
aumentará em todas estas quatro atuações
Ffs*«b}itak

(linha continua da Figura 5-4). (Os estímulos


desta figura foram rotulados de S ^ s porque o
operante foi reforçado na presença de cada um
ddes). Uma pessoa pode facilmente conseguir
respeito e admiração dos outros por não ser um
"galinha mona*, ou por "usar seu cérebro* e.
assim, receber reforçamento por criticar, num
grande número de contextos.
A generalização é um mecanismo pdo
FIGURA 5-3 O gradiente original de gene­ qual vdhos operantes são emitidos era novas
ralização da habilidade de criticar situações. Se a velha resposta funciona bem no
pfincio»os oo C o m w ia m wao n a vm a 0 »an* / *

novo corrtexto, eta será reforçada. Inicialmente, Ela representa um desperdício de esforço,
a resposta generalizada parecerá probatória, portanto, não ê reforçada. Na verdade, ela pode
fraca ou incompleta no novo contexto; mas ser punida. Apontar e dizer: "Vá naquela
depois de ser reforçada, d a se tomará uma direção.", pode ser seguido pela resposta, "Eu
resposta dc alta probabilidade diante dos novos sou cego " Esta resposta pode servir como um
S^s. punidor da resposta de apontar quando sc fala
com um cego Ela pode também eliciar
respostas emocionais negativas c fazer com que
você se sinta estúpido e insensível Graças à
punição, os óculos especiais ou a bengala
branca que os cegos usam se tomam estímulos
Quando as pessoas aprendem a discriminativos (S s) para a resposta dc não
responder de form a diferente a estimulos apontar
diferentes, elas aprenderam discrimina-
çâes. Enquanto que a generalização implica A causa mais Importante da aprendi­
em emitir a mesma resposta em várias situações, zagem da dlscrm tiaçào é o reforçametuo
a discriminação implica em emitir respostas diferencial, isto é. diferentes padrões de
diferentes a estímulos diferentes. A discrimina­ reforçamento ou punição na presença cie
ção ocorre quando pessoas aprendem que uma estim ulos diferentes. Os estimulos antecedentes
resposta que foi reforçada em certos contextos que precedem a resposta reforçada e que são
pode ser ou punida ou nâo reforçada em outros bons preditores de reforçamento se tomam
contextos. SP 's para responder; enquanto que os estimn-
los aiuecedentes que precedem e predizem
punição ou não reforçamento se tornam o s
para não responder. Se há reforçamento
diferencial para a resposta de apontar * isto é,
ela é reforçada quando usada na presença de
pessoas que vêem e punida ou não reforçada
quando usada diante de cegos - estas conse­
qüências diferentes levam os estimulos prediti­
vos associados com o ceforçaroemo a sc
tomarem S ^ s c os estimulos preditivos associa­
dos com o não reforçamento ou a punição a se
tomarem S^s Contato visual com o interlocu­
tor é uma pista preditiva de que esta pessoa
pode ver, enquanto que óculos escuros ou
FIGURA 5-5 A probabilidade de apontar,
bengala hranca são pistas preditivas de que a
depois dc leforçamento diferencial.
pessoa ©cega.
0 reforçamento diferencial afeta o
Quando abordado pela primeira vez na gradiente original de generalização, como
rua por um cego em busca de infonnações vocè mostra a Figura 5-5 Punição ou não
pode usar a resposta generalizada de apontar, reforçamento providos pelas pessoas cegas
uma vez que esta colagem de estimulos c tão diminuem a probabilidade de aparecer a
semelhante aos contextos anteriores em que resposta dc apontar neste contexto de Si . Os
esta resposta foi reforçada. Entretanto, a efeitos da punição ou não reforçamento sc
resposta de apontar nâo é instrumental, quando generalizam até certo ponto, de tal forma que o
utilizada em comunicações com pessoas cegas. novo gradiente de generalização (linha contínua
PUnciwoft Bo Comportamento o a Vmo D âfia 78

da fíuurai apresenta uma depressão, nlo amigáveis (e também outras respostas que da
somMite no conlexto de S \ mas lambem em mesma forma foram reforçadas neste contexto
contextos semdhanies Se uma pessoa recebe deSD)
outras punições ou não retbrçamentos por Note que esta mesma expressão fadai que
aponiar em interações futuras com pessoas
funciona como para a resposta de brincar
cegas, a curva de resposta pode sofrer uma pode funcionar como S'* para outras respostas.
supressão ainda maior.
Se você tenta começar uma discussão filosófica
séria, quando seu amigo está sorrindo, este
pode punir esta sua resposta- "Vamos deixar
Sensibilidade SociaL Algumas pessoas
destes assuntos sérios c nos divertir, pelo menos
aprendem a discriminar diferenças sutis em
vinhos, queijos, culinária francesa, e outros desta vez." Se a conversa seria é frequen­
temente reprimida, interrompida ou ridiculariza­
estimulos gustativos. Outras pessoas não
Algumas pessoas aprendem a discriminar da neste contexto, enquanto que « brincadeira é
diferenças sutis nas expressões fadais, posturas reforçada, os sorrisos dos outros são estímulos
corporais, e inúmeras outras expressões sociais. preditivos que se tomam S‘vs para nio começar
uma conversa séria e S ^ s para brincar. As
Outras permanecem insensíveis a todas, com
exceção das pistas sociais mais óbvias. A pistas da colagem de estimulos são as mesmas
aprerxiizagcm das discriminações sutis em ambos os casos; mas a pessoa que
necessária á sensibilidade social se baseia muito discrimina traz a colagem uma história de expe­
no reforçamento diferencial riência de aprendizagem que faz com que um
sorriso funcione como um S& pars uma
As expressões faciais não seriam tão resposta e funcione como um S4 para outra
importantes para nós se não se concladonas- resposta, dependendo dos padrões de reforça*
sem com diferentes padrões de reforçamento e mento e punição associados com cada uma
punição. Se as pessoas exibissem máscaras destas respostas.
idênticas que escondessem todas as pistas
faciais, estas máscaras seriam inúteis na Nossa sensibilidade aos sentimentos e
discriminação entre uma pessoa c outra, ou emoções dos outros tambem se baseia muito no
entre disposições amigáveis e hostis. Emretanto, reforçamento diferencial por reparar n&s pistas
a facc humana muda de forma que muitas vezes relativas às suas respostas emocionais e
se correladona com a indinação da pessoa para t-inscrever de maneira precisa - para nós
responder de forma positiva ou negativa ao mesmos ou cm voz alta - as emoções relevantes
nosso comportamento 14 Por exemplo, quando Muitas vezes as pessoas comentam a respdto
você começa a brincar com uma pessoa que está das disposições afetivas do interlocutor. "Vocé
sorrindo, há uma chance maior de que a pessoa parece triste hoje, Jutie*. Julic pode responder
reagirá de maneira positiva e reciproca, do que de maneira a fornecer um feed-back positivo ou
se esta pessoa estiver séria. Assim, sorrisos são negativo' "É, eu hoje estou mesmo ateio triste.”
estímulos preditivos que se tomam S ^ s que ou ”N2o, eu apenas estou um pouco cansada.”
estabelecem a ocasião para as brincadeiras Este tipo de feed-back positivo ou negativo ãs
discriminações sociais fornecem vários tipos de
reforçamento diferencial: (l) Simplesmente
^ l}. Modelos e tegras podccn fornecer informação óul estar certo é um reforçador para muitas pessoas
que pode facilitar a atptiuçào de discnminaçfes e da (e estar errado é um punidor), (2) Conseguir
scostUlidadc social; mas o rcforçamctuo diferencial identificar corretamente as respostas emodooais
i i ndapcosâvcl para sc assegurai dc que estas
discriminações serio uulizodas Crefinadas a nivet* mais de outras pessoas muitas vezes ajuda a
soeu. (vercapitulo9 e 11) coordenar as interações sociais; portanto, é
reforçador (enquanto que os erros não ajudam a
w.E km an H972, m O ).
Piinciw p» <lo CofTooftan^çiMo o a V-da O tàna 70

produzir a coordenação c reforçamento social); aos outros que pistas sociais servem como S ^ s .
(?) As pessoas que aprenderam a valorizar a e S^spara as respostas de sensibilidade‘\
sensibilidade automaticamente experimentam
mais reforçamento quando conseguem sei
sensíveis do que quando agem dc forma Generalização versus Discriminação.
insensívd. 0 reforçamento diferencial repetido é Generalização e discriminação são frequence*
essencial para a aprendizagem e refinamento das mente descritas como tipos opostos de efeito _
discriminações sutis. Quando o feed-back social dois extremos de um continuum1*. Genera­
è positivo, ele reforça a observação sensível e a lização se refere ao processo pelo qual
descrição das pistas emocionais das outras respondemos da mesma form a a estím ufos
pessoas: e estas pistas se tornam S ^ s para diferentes. Discriminação se refere ao processo
emitir respostas sensíveis no futuro. Quando o p e b qual respondemos de form a diferente a
feedback é negativo, ele pune a identificação estimulos diferentes. Depois de aprender a
incorreta das pistas sociais c estas pistas se identificar várias pinturas de Picasso, uma pes­
tomam S^s para não emitir respostas incorretas soa pode ser capaz de olhar para novas pinturas,
no futuro. Pode ser que algumas pessoas falhem reconhecer as similaridades e dizer: "Este é um
nesta identificação, na maioria das vezes, e pode Picasso!" A generalização aumenta o número
de estímulos que controlarão uma resposta. O
ser que eventualmente a alta frequência de
reforçamemo diferencial nos condiciona a
fracassos pode suprimir completamente tais
discriminar cenas diferenças nos estímulos.
comentários. Gradualmente, estas pessoas
Quando olha para um Picasso mais antigo, uma
aprendem a permanecer cm tópicos mais
pessoa pode receber um feedback positivo por
seguros « reforçadores, tais como comentários a
dizer. "Este é do periodo azul*, mas um
respeito do tempo ou das últimas novidades
feedback negativo por dizer "Este é da fase
Outras pessoas podem ser bem sucedidas neste
rosa". O reforçamento diferencial toma o
tipo de julgamento de disposições tão mais
quadro um para dizer "fase azul c um S*
freqüentemente que reccbem muito reforçamen­
para não dizer "fase rosa". A discriminação
to para continuar esta prática; e isto, por seu
reduz o número dc estimulos que coatrolarão a
lado. oferece a oportunidade de aprender novas
resposta.
discriminações cada vez mais sutis e profundas.
Isso não significa que a pessoa sensivd
poderá dizer-lhe exatamente quais estimulos Q m M im ç À Q m w m m
estão servindo de S ^ s para as discriminações
corretas que faz a respeito dos sentimentos das
outras pessoas. Como a linguagem não fornece Quando um estimulo preditivo precede
boas palavras para descrever padrões um reflexo e se tom a um CS que elicia uma
complexos de expressões faciais, i difícil m sposta refUxa, os estimulas que são
aprender a falar a respeito (ou aprender a
consciência verbal) das pistas sutis que IT. As pessoas muitas v e n s aprendem a íiuw
controlam estas discriminações mais avançadas. uma discriminação oo emitir um compMUmcolo sera
ter a explicação vcrtiat para o cww» d a s íaxem o que
Além disso, há poucos reforçadores para o
fazer. Assim, "nòs sabemos m au do que podemos
comportamento de explicar como fazemos comar. " {Potenyi. 1966). Sâo necessárias experiên­
discriminações precisas; assim, as pessoas cias especiais de aprendizagem para que as pessoas
provavelmente não aprenderão esta habilidade, adquiram as habilidades de autodescriçáo que precisa­
mesmo que tenham aprendido a ser bem rão pw a çç tomar "cousctemes" da natureza <le suas
pròpnas açOes (Skinner. 1969:244: 1974.U3X Veja os
sensiveis. Desta forma, uma pessoa pode ser
sensível e nSo ser capaz de explicar verbalmente
capítulos II c 14.
RiUing (1977:433).
Pfloct& of oo C a m p o íta ra n io n» V<da P iâ n * SO

scmeihantes ao CS (m sarãu a eliciar a tomam CS's para o medo, uma vez que eles
resposta, também. Isto é gewralizaçào. Novos frequentemente precedem e predizem a punição.
estimulos podem eliciar uma resposta Este medo pode se generalizar para outras
condicionada na medida em que se pareçam "figuras de autoridade” ò idade de 16 anos,
com o CS original ao qual a resposta foi Charlie experimenta respostas emocionais
condicionada. aversivas condicionadas na presença dc vários
Depois que uma criança foi dcmibada homens que exercem papeis de
algumas vezes pelo cão do vizinho, chamado autoridade, especialmente aqueles que se
conduzem de maneira sombria, severa e pouco
Rover, este se toma um CS que elicia a resposta
amistosa _ semelhantemente ás maneiras do pai.
dc chorar e outras respostas emocionais
Por exemplo, a seriedade dos policiais,
negativas quando a criança vè o cào se
sacerdotes c juizes pode d id ar respostas
aproximar. Este medo pode se generalizar para
outros cães. A Figura 5-6 mostra o gradiente de emocionais aversivas moderadamente fortes,
como mostra a Figura 5-7. O patrão de Charlie
generalização do medo da criança a diferentes
tipos de cies. Como outros cies tèm pode ser um pouco menos semelhante aos
estímulos providos pdo pai punitivo e
semelhanças com o Rover _ tamanho grande,
autoritário. A aparência de um amigável homem
latido rouco, e, talvez, a cor eles tambem
de negócios deve ser suficientemente diferente,
podem eliciar o medo desta criança, ainda que
de tal forma que pouco medo é elidado em sua
nâo tanto quanto o Rover, uma vez que estes
presença.
cães nSo são exatamente iguais a ele. Cies de
porte médio se parecem menos com o Rover,
portanto tem uma menor probabilidade de
cticiar respostas de medo. Cães pequenos são os
que elidam a menor quantidade de medo.
puluk J*rv^itA»4f

FIGURA 5-7 A generalização do medo ás


"figuras de autoridade".

FIGURA 5-6 A quantidade dc medo eliciada Condicionamento AdicionaL Quando


por vários estimulos. uma resposta reflexa se generalisa para outros
contextos, ela pode se tom ar ainda m ais fo rte
nestes novos contextos se neles ela sofre
Se uma criança é educada num lar onde o condicionamento Pavloviano adicional. A
pai é muito autoritário e freqüentemente usa de generalização do medo de Charlie se baseia no
puniçào para as iranagreatf». um olhar severo condicionamento anterior com um pai severo e
e um interrogatório sério vindo do pai se punitivo. A medida que Cbariie ganhâ
Pfweip>os do Cimo&rtamenio na Vida Piãfia RI

experiência adicional com outros adultos o


gradiente original pode ser modificado. No
primeiro dia em seu novo emprego, Charlie
pode experimentai pouco medo dc seu patrão.
Entretanto, este pode, por outro lado, sc
m o tir a r rn n v o tim v m tiw W ro v ilâo . Pod«
atormentar os empregados que nlo fa2em um
trabalho perfeito Pode fazer com que estes
fiquem até tarde trabalhando, sem pagamento
extra, para corrigir erros que só mesmo um
perfeccionista encontraria. Depois de alguns 0# pmko taiKin4c•qrucut
dias no emprego, Chariie terá adquirido novos
medos condicionaios de figuras de autoridade.
Este condidonamaito pode modificar a forma
origina] do gradiente de generalização, como FIGURA 5-9 0 gradiente dc generalização
mostra a Figura í-8. Há um aumento bem depois do :ondidonamcnto dc discrimi­
definido nas respostas emodonais negativas
nação.
condicionadas elidadas pelo patrão, à medida
em que seus manetrismos se tomam novos CS’s
didadores de medo, que sc associam a figuras i pareado cam im reflexo diferente (ou com
de autoridade. Além disso, este novo um estim ulo neutro), então uma pessoa
condicionamento também se generaliza, de tal aprenderá a responder de form a diferente aos
forma que os homens de negócio e os dois estimulos. Isto é a aprendixggm
saccrdotcs podem adquirir um poder discrtm inatnxt do condicionamento Pavioviano
generalizado adicional para d id a r respostas Graças a este tipo de condicionamento
Mtinckviak negativas Pavioviano, dois «stimulus que ames ettwavam
respostas semelhantes passam a elidar respostas
diferentes.
Na qualidade de filho de um pai muito
mçtiioJc d* tcsf*** iV

severo e punitivo, Charlie pode ter vários


problemas psicolígicos. para os quais eventual­
mente pode procurar aconsdhamento. A falta
de outra alternativa, Charlie acaba procurando o
auxilio do sacerdote local. Quando o procura
pela primeira vez, se sente bastante ansioso: o
sacerdote é uma ngura de autoridade que elida
medos generalizadas relativamente fortes. Para
sua surpresa, entretanto, o sacerdote se mostra
FIGURA 5-8 O gradiente de generali­ amigávd e caloroso. Gentilmente discute o pas­
zação depois de condicionamento adidonal. sado dc Charlie e mostra compaixão pelos seus
problemas. O conportamcnto gentil e bondoso
do sacerdote não elicia qualquer medo Ao
MSTR1MNACÂO (FAVLOV1ANA) invés disso, elida sentimentos confortáveis de
relaxamento c coitracondictona os medos origi­
nais de Charlie, como mostra a Figura 5-9
Se dois estm vlos onginalm enie eiiciam a Depois de várias visitas ao escritório do
mesma resposta reflexa, e um destes estimulas sacerdote, Charlic nota que nâo mais expen-
Puftcipio» do Comportamento na Via* Diana ft?

mertta medo quando conversa com este homem. colagem de estimulos Em sua forma escrita ou
A nova experiência de condicionamento falada, as palavras externas muitas vezes
produziu uma discriminação: Ainda que certas desempenham um papel importante no conuole
figuras dc autoridade eliciem medo. outras não do componamento. Mesmo quando sós e em
o fazem O ros;o do sacerdote é bastante silêncio, as pessoas tendem a travar diálogos
enrugado e severo, como o rosio do pai dc verbais internos, conversas silenciosas consigo
Chailie. mas sua voz é tranqüila c gentil. Estas mesmas. Estas palavras internas e exiemas
características individuais do sacerdote se podem funcionar como S^'s, S'S ou CS’s.
tomam partes cruciais da colagem totai de Expressões verbais tais como "Que horas são?"
estimulos porque elidam respostas condicio­ são S ^ s que normalmente têm efeitos óbvios;
nadas discriminadas a pessoas que á primeira mas os seus efeitos sutis também podem ser
vista poderiam parecer severas. importantes Por exemplo, as palavras que as
pessoas escolhem, durante uma conversação
Discriminações sâo aprendidas quando há
padrões diferentes de condicionamento associa­ podem dirigi-la numa direçio ou outra, ou
dos com estimulos que já pareceram mesmo mudar todo o assunto da conversa. As
palavras usadas por cada um dos participantes
semelhantes. Ainda que alguns estimulos conti­
nuem a ser emparelhados com a resposta de uma conversa servem como S ^ s para seguir
num dado tópico de conversa, e como S‘vs para
original dc medo, outros nSo mais o são O
não introduzir outros assuntos. O grande
condicionamento diferencial produz discrimina­
número de palavras ás quais você é exposto a
ção.
cada dia tém um efeito cumulativo que acaba
À medida que avançamos em nossa vida, influenciando o seu voto, a carreira que você
cada um de nós tem um grande número de escolhe, ou a pasta dc dentes que você usa. O
experiências de condicionamento com figuras de papel das palavras como CS's muitas vezes é
autoridade _ e com todos os outros tipos dc mais visível no caso das crianças Uma
pessoas. Estas diferentes experiências condicio­ simples história de fantasmas contém tantas
nam um grande número de discriminações finas palavras que funcionam como CS's eliciadores
que nenhum diagrama pode mostrar com de medo que pode amedrontar uma criança. Por
tàdlidadc. Um sacerdote pode ser muito outro lado, como as histórias de fadas contêm
amigável, outro, (tio c distante. Um patrão pode CS’s associados com emoções agradáveis, das
ser um tirano, enquanto que outro pode ser podem eliciar sorrisos e risos nas crianças.
generoso c justo O condicionamento particular
Mesmo os adultos podem se lançar nas
associado a cada um dos indivíduos cría uma
profundezas de uma depressão se as palavras
interação complexa de respostas generalizadas e
que dizem a si mesmos eliciam respostas
discriminadas Como cada um de nós tem uma
emocionais negativas. Por outro lado. se se
história particular e característica de condicio­
concentram cm palavras que funcionam como
namento Pavloviano. cada um de nós tem
CS's para emoções agradáveis, podem provocar
respostas condicionadas particulares c caracte­
rísticas às colagens de estimulos que encon­ em st mesmos o bom humor.
tramos na vida.
Situações Complexas ou Ambíguas.
O PAPEI. DASPALAVRAS.NA Quando uma situação é complexa ou
COLAGEM D EESTtM M jQ S ambigua e as pessoas nâo sabem como

As palavras podem aparecer tanto na


pane interna quanto na pane externa da '* D )ungcrcR uckm ick(l9)3).
Princ c-ot ao ComsonaTtfflto m Vida D iW S3

responder a ela, as palavros jxxicm ter mas, para você, as suas 'jóias" de dez linhas
freqüentem ente uma influência poderosa no parecem ser apenas dez frases escolhidas ao
controle do comporta-mento. Quando acaso. Quando você conversa com ela, muitas
caminhantes sedentos cncon-tram uma poça vezes ela desata a rir nos momentos mais
(Tãgua num leito seco de um rio, eles se inusitados, e cm ocasiões que não parecem a
encontram numa situação ambígua. A água vocé tio engraçados assim. E enquanto vocé
funciona como um pars beber; ma$ sua fica lá, meio confuso, pensando cm que ela pode
condição de ligeiramente estagnada serve como estar achando tão engraçado, cia se lança em
um SA para nâo beber. Quando eles estão uma digressão que o pega num mundo de
vacilando entre beber e nâo beber, uma pessoa palavras. Será que Franctne é louca? Ou será
do local se aproxima e diz: "Esta água está que é um gênio7 Talvez perceba coisas que
contaminada". O rótulo verbal acrescenta vocé não percebe, escreva poesias que estão
estimulos discriminativos cruciais _ S*s verbais acima de sua compreensão, e achc engraçada a
_ á colagem total de estimulos. que cessam com simplicidade do que você diz. Ou quem sabe ela
a vadlaçâo dos caminhantes. Este S* verbal faz é meio boba? Os estimulos sio ambíguos, e
pender a balança cm favor do nSo beber O você não «abc como responder ao
rótulo verbal também serve como um CS. Antes comportamento dela
de ouvi-lo, os caminhantes estavam sendo Um dia um amigo que você aprecia e
influenciados tanto pelo ÜS da água (que è respeita lhe diz que Francine é realmente
atrativa para pessoas que estão com sede) brilhante, uma pessoa de um admirável
quanto pelo CS representado pelo odor discernimento Vocé então expressa suas
ligeiramente estagnado (que é repulsivo para dúvidas; mas os rótulos, tais como "brilhante*,
pessoas que tiveram condicionamentos •criativa", "bem-dotada", 'estimulante", prova*
aversivos com tais odores). Inicialmente, os velmente terâo um efeito bem fone. Se uma
caminhantes sedentos estavam divididos entre segunda pessoa concorda com o julgamento de
os estimulos atrativos e repulsivos. Entretanto, seu amigo, você provavelmente ficará balan­
as palavras "A água está contaminada*, fizeram
çado. Sc vocc expressa alguma dúvida - "Mas. e
com que a balança pendesse em favor do não
aquela poesia louca que ela escreve7 - seus
beber por serem CS's que eliciaram sentimentos
amigos respondem que Franctne já teve
aversivos adicionais.
trabalhos publicados cm importantes revistas
Muitas vezes a vida c ambigua e literárias. Estes novos rótulos verbais sSo S ^ s
complexa, e os rótulos verbais que são usados que controlam pensamentos diferentes a
nestas ocasiões podem influenciar o compor* respeito de Francine c podem alterar suas
tamento significativamente. futuras interações com da. Da próxima vez que
a encontrar, muito da ambigüidade já se desfez
e vocé tenderá a responder a ela como a um
Comportamento Operante. Os rótulos gênio
v o tais podem servir de S^'s que muitas vezes
t«m uma força surpreendente em situações Quando â colagem de estimulos são-
ambíguas. Imagine que você acabou dc acrescentados rótulos verbais claros, emitidos
conhecer a Francine. Ela é alguém elaramente por um amigo respeitado, ou por várias pe$soas:
diferente. Adora fazer piadas cínicas, mas ao mesmo tempo, estes rótulos agem como-
sempre de uma forma amigável e com um S ^ s claros e diretos para respostas apropriadas
grande sorriso. Às vezes sua convçrsa parece 8 estes rótulos. Os rótulos que são atribuídos a
desconexa e difícil dc seguir Mesmo as coisas pessoas podem ter uma influência poderosa e
compreensíveis que diz parecem um pouco duradoura sobre suas vidas e interações sociais.
estranhas. Francine gosta de escrever poesias; Uma pessoa que é rotulada de "bem-dotada" ou
"genial" será tratada dc maneira bem diferente
Pnncipiw do C oreonam cmo i a V <a frána 84

do que seria se fosse rotulada dc 'louca'' ou e CS's que elidam uma cena ansiedade. Por
"esquizofrênica’. Um rotulo lisonjeiro muitas outro lado alguns dos estimulos presentes no
vezes afeta os outros como um S* para nâo avião são CS's que eiiciam respostas de
criticar a pessoa Serve como um para relaxamento c calma: os comissários de bordo
pensar e dizer coisas positivas a respeito de são amigáveis e os outros passageiros parecem
comportamentos que náo pareceriam tào calmos e confortáveis. Desta forma, os US's e
criativos, se tivessem sido emitidos por alguém CS's da colagem de estimulos - quando ainda
rotulado como “mediano* Rótulos que marcam nio foi dita qualquer palavra - eiiciam respostas
os criminosos ou pessoas que tem problemas emocionais mistas que oscilam entre a ansiedade
mentais podem ter o efeito oposto Eles são e o relaxamento. Se o passageiro começa a
SD's -que alertam as pessoas para esperar ouvir o que diz o passageiro no assento ao fado,
problemas, para observar qualquer sinal de as palavras acrescentam novos elementos à
desvio-, e para evitar a pessoa estigmatizada. Os colagem de estimulos. "Da última vez que eu
rótulos pouco lisonjeiros também são S^s para peguei este vôo. a maioria das pessoas erçoou; e
não mostrar aceitação, tolerância, amizade, e hoje ainda parece que vai ser pior. E este
assim por diante. barulho! Ele me foz pensar se os motores vão
aguentar. Vocé deve se lembrar do trágico
Uma vez que a uma pessoa foi atribuído acidente em que morreram quase 300 pessoas
um rótulo _ seja d e lisonjeiro ou estigmatizante por que o motor entrou em pane. O avião ficou
_ passa a ser dificü para os outros responder a fora de controle e acabou caindo. Isto faz uma
seu comportamento sem serem controlados pelo pessoa realmente se preocupar com as viagens
rótulo " Por exemplo, já houve estudos em que de avião!' Os rótulos verbais negativos funcio­
pessoas totalmente normais se intentaram em nam como CS's que elidam ansiedade na pessoa
hospitais psiquiátricos para estudar os efeitos que já oscilava entre a calma ou a ansiedade. Ao
dos rótulos 11. Uma vez rotulados de ouvir os rangidos do aparelho e pensar no que o
esquizofrênicos, eles sc misturaram tio bem aos outro passageiro disse, os pensamentos
outras internos, que nem os médicos nem a negativos são CS's vertais que didam mais
equipe de atendimento notaram que estas ansiedade.
pessoas eram completamente normais. Ainda
Poderia ter acontecido o contrário.
que eles nâo apresentassem qualquer
Quando a turbulénda começasse a diciar uma
comportamento anormal o rótulo
certa ansiedade, o nosso amigo poderia ter
estigmatizador impedia que os médicos e equipe
mencionado isto a outro passageiro que poderia
respondessem a eies como normais.
ter respondido: 'Oh, acho que não precisamos
nos preocupar com isso. Eu li que os aviões são
Respostas Refleias. Os rótulos desem­ 99,999% seguros, que slo mais seguros que os
penham um papel importante na determinação carros. Eles são construídos para resistir a
das respostas emocionais em situações ooodiçôes muito mais sérias do que as piores
ambíguas Quando uma pessoa que não costu­ tempestades. &e voce quiser se preocupar, taça-
ma viajar de aviâo o faz, as vibrações, barulhos, o quando estiver viajando dc cano. Quando
c quedas súbitas devidas à turbulência são US's viajo de avião, eu simplesmente me sento c
relaxo. Eu nunca deixo que os ruidos me
incomodem Rótulos positivos como es*es são
10 Ainda que os rótulos sociais iiinbutdos a uma CS's verbais que podem alterar a colagem dc
pessoa possam ter uma importante influência sobre seu
futura (Becker, 1963. 1964: Sdiar. 1965). cie» sto
estímulos de tal forma que os rangidos e
apenas uma das vánas inituiocUK nas imcraçOcs so a ais banilhos não mais elidem ansiedade.
(Ackers, 1973; Kunkcl. 1975). Em ambos os casos acima, o fluxo
21 Koscnban(1973). interno de pensamentos de uma pessoa tende a
r--ut>t&s ao Camponam^Mt» na vwia D.Via S5

prolongar os efeitos dos rótulos verbais para memo, e depois pergunte que estimulos usual*
muito depois que o interlocutor acabou de falar mente ocorrem logo antes e estão altamente
Os ruidos e a turbulência ser/em de S ^ s para correlacionados com o componamento Estes
lembrar as palavras do companheiro dc viagem são os melhores candidatos a serem os estimu*
a respeito dos perigos ou da segurança dos os controladores daquele componamento.
vôos, e estas palavras funcionam como CS's As pessoas geralmente acham úlü
verbais internos que elidam medo ou relaxa­
identificar os estimulos que controlam o
mento. Muitos passageiros aprenderam a se componamento que das querem emitir mais ou
acalmar em vôos muito agitados usando rótulos menos frequentemente O seguinte exemplo
verbais que sâo CS's para respostas de relaxa­ mostra como a identificação do controle de
mento Eles se empenham em um longo estimulos pode ajudar uma pessoa a ter maior
diálogo interno sobre a segurança dos aviões
controle sobre si mesma Nick tem um problema
modernos, e assim gerara uma longa série de que aborrece tanto a ele mesmo quanto a seus
CS's vçrbais que eliciam o relaxamento e amigos: VoUa t meia e lí perde controls do
contrabalançam os estimulos potencialmente temperamento e diz coisas das quais ele acaba
eliciadores de medo. se arrependendo. Para melhor entender c
Note que é muito mais difícil para os controlar este componamento. ele pode tentar
rótulos verbais alterarem o estado emocional de identificar os estimulos antecedentes que
uma pessoa, quando a colagem de estímulos provocam sua raiva c as palavras desagradáveis
não é ambigua. Se alguém encontra uma que diz. Uma boa estratégia para ele é manter
situação realmente amedromadora - como um um registro de todas as situações nas quais
terrível acidente de carro no qual todos os perde o controle. As perguntas sobre "quem,
outros passageiros morreram • mesmo milhares que, quando, c onde" são úteis na identificação
de palavras positivas e tranquilizadoras não dos estimulos antecedentes que controlam o
terão muito efeito em modificar as «moções comportamento s Quando Nr*ck tem um acesso
eüeiadas por esta experiência claramente dc cólera _ ou mesmo quando ele se sente
aterromante. No outro extremo, quando uma próximo dc ter um _ ele pode se perguntar a
pessoa está provando uma das mais positivas respeito dos estimulos antecedentes “Quem
experiências da vida _ como se apaixonar por estava presente logo antes do momento cm que
alguém _ mesmo o maior cinico não encontrará eu comecei a sentir raiva? O que estava
palavras negativas suficientes para destruir a acontecendo0 O que está vamos fazendo e
beleza de toda a experiência dizendo? Em que eu estava pensando0 Onde e
quando estes eventos ocorreram?” Geralmente é
melhor escrever todas as pistas reveladas por
IDENTIFICANDO O CONTRO LE DE estas perguntas. Como provavelmente há
ESTÍMULOS muitos estimulos possíveis que estarão provo­
cando sua raiva, pode demorar alguns dias para
que ele tenha uma quantidade suficiente de
Uma das melhores form as de se
auto-obscrvaçócs para identificar os CS'* e S ^ s
identificar o controle de estim ulos dos que provocam a raiva e as palavras impensadas.
comportamentos operantes ou reflexos è
procurar os estimulos que precedem e melhor Durante vários dias. Nick anotou breves
predizem aquele comportamento. Inicialmente, descrições das pistas de contexto _ quem, que,
selecione um padrSo comum de comporia* quando e onde _ que estavam presentes logo
ames dc suas cxpiosòes começarem Kick

“ C oeteoam cta). (1983). 11 Watson e TUarp <1981: lOóf).


Pwiowoa dt> Com&ortawnto na Vid» Oiàrn 86

descobriu cntáo que estas ocorriam mais comrolc das interações com os amigos mais
provavdmente com pessoas que d e conhecia íntimos estes e sua noiva comentaram sobre as
bem Quando ele estava em público ou com boas mudanças que eles haviam notado cm seu
pessoas estranhas, conseguia conservar a comportamento. Sua noiva disse que apreciava
polidez e o equilíbrio, mesmo nas situações mais mais estar com d e agora que d e nio mais se
difíceis; mas, com seus amigos mais chegados _ enraivecia tão facilmente. Estava mais satisfeita
especialmente com sua noiva _ d e tendia a com suas relações c gostaria de ficar mais
explodir com bastante facilidade. (Na verdade, tempo em sua companhia. Ambas as formas de
este padrão c bastante comum' as pessoas reforço _ ver o seu próprio progresso e receber
usualmente controlam seu gènio muito melhor o feedback positivo de seus amigos
quando em presença de estranhos do que reforçaram ainda mais o comportamento de
quando estão com seus amigos e parentes **). tratar bem no contexto discriminative de estar
com os amigos. Depois de vários meses. Nick
Depois de fazer estas observações, Nick
não tinha mais que lembrar a si mesmo para ser
se perguntou. "Por que nio posso me controlar
mdhor com meus amigos c minha noiva? Afinal, gentil: O comportamento já estava sob ura
controle tão forte do estar cm companhia
eu gosto mais deles do que dos estranhos que
dos amigos que d e aparecia ’naturalmente",
trato tão beml" Nick tinha todas as habilidades
sem a necessidade dos lembretes
necessárias para controlar sua raiva e tratar
bem as pessoas. Sua auto-observação revelou Saber identificar o controle de estímulos
que os estranhos eram os S ^ s para estes pode levar a uma mdhor compreensão dc
comportamentos, mas que havia poucos S ^ s muitos eventos do dia-a-dia. Por exemplo,
para provocá-los quando ele estava com seus algumas pessoas gostam de ir a filmes dc
amigos. Para aumentar o número dc S ^ s que horror e ficar amedrontadas pdo suspense e
provocassem sua polidez com seus amigos, sangue. Muitos fãs de filmes de horror já se
Nick tomou a decislo de fazer a à mesmo perguntaram: "Se algum amigo meu vê o filme
lembretes vobais para se controlar quando ames de mim, devo pedir a ele que me conte, ou
estivesse com seus amigos. Quando percebesse não? Será que suas descrições das cenas de
que estava ficando com muita raiva, ele horror tomarão estas cenas menos exdtantes
quebraria sua cadeia de respostas dizendo a si para mim quando as vú?" A verdade é que
mesmo. "Meus amigos merecem ser tratados deixar outra pessoa contar as cenas de horror
com mats consideração*. Estes pensamentos aumenta o impacto emocional dos filmes a .
eram S ^ s verbais externos que alteravam sua Uma análise do controle de estímulos ajuda a
colagem de estimulos de forma a aumentar a entender por que. Os produtores e diretores
probabilidade dde ser polido. planejam os filmes de terror de modo a
cootercm muitos CS's diciadores de medo.
Depois de usar estes lembretes em várias
noites chuvosas, vidas escuras, ruídos lúgubres
ocasiões. Nick viu que muitas das explosões
e assassinatos hediondos Se vocé deixar que
potenciais foram impedidas antes de começar.
alguém lhe conte a respeito de um fiimc
Foi reforçador para Nick ver seu próprio
especifico _ o assassinato com machado, a
progresso; e estas recompensas fortaleceram
cabeça do menino voando longe, e o sangue
sua resolução de continuar a usar estes
jorrando do pescoço _ suas palavras são CS's
lembretes para tratar bem seus amigos. Houve
que diciam emoções tanto quando vocé está
uma segunda fonte de reforçamento que ajudou
ouvindo a narrativa dc seu amigo, como quando
a colocar o comportamento de tratar bem sob o
vocé for ver o filme, mais tarde. Quando você o

u . Ryúct (1963). Wiaier ct aL (1973); Birctiler et aL


(1975). 39 Cantor e ial. (1934).
Pfiftc.piog do CorTiBonamgmo na Vxla O átla R7

está assistindo, suas lembranças das palavras de com uma disposição neutra {nem alegre nem
seu amigo acrescentam estímulos preditivos que triste), uma feliz combinação de vários CS's
eiiciam respostas emocionais antes que o com pequeno controle sobre emoções positivas
menino seja decapitado pelo assassino. pode colocá-lo numa boa disposição e tomar o
Enquanto vocc espera por esta cena horrivet, seu dia bem feliz, sem que você consiga apontar
vocc estará pensando nas palavras dc seu amigo qualquer acontecimento em particular que possa
c já estará experimentando os CS's didadores explicá-lo. A soma de vários CS’s com fraco
de medo. mesmo antes que o machado entre em controle sobre emoções aversivas pode ter o
açâo. Como resultado disso, vocc estará tendo efeho inverso; você pode ter um péssimo dia
uma dose extra de CS's eliciadores dc medo sem conseguir localizar uma única causa
porque você terá entrado no cinema com uma Naturalmente, quanto mais uma pessoa estuda
descríçlo vertwú da cena. Assim, na maioria dos as rdações entre estimulos antecedentes e
casos* pedir a alguém que lhe come os horríveis respostas emodonais, mais alerta se tornará
detalhes antes, apenas aumenta o número total para os eventos que afetam seus humores. Por
de CS's na sua colagem de estímulos. É o exemplo, ela pode começar a perceber que uma
mesmo que estar num avião durante uma série de experiêndas matinais agradáveis pode
tempestade e ouvir o passageiro do lado Talar ter um importante efrito no estabelecimento do
sobre os horrores dos acidentes de avião as tom emodonal que vai vigorar o dia inteiro. Se
palavras da outra pessoa aumentam o número você ouve una música alegre no rádio quando
de CS's que elidam o medo. Se vocé desejar acorda, pensa em algum assunto mais otimista
que o seu próximo filme de horror seja ainda durante o cafê da manhã, depois recebe um
mais amedrontador, peça a alguém para contá- telefonema bem humorado de um amigo,
lo a vocé antes de ir vê-lo. certamente começará o dia com uma seqüência
A habilidade de identificar o controle de positiva de pensamentos e sentimentos que o
estímulos pode ser cotnpensadora dc várias ajudarão a prestar mais atenção nos eventos
formas. Por exemplo, o humor de algumas positivos todo o dia.
pessoas costuma variar para melhor ou pior, Todo mundo está consdente de alguns
sem que elas saibam por que. Quando seus dos estimulos que afetam seus humores, e usa
sentimentos estilo obviamente ligados aos este conhecimento para evitar CS’s que
estimulos presentes no momento _ como no produzem emoções indesejávds e procurar os
caso do filme de horror _ as pessoas não tem CS's que produzem respostas emodonais
dificuldade em ligar suas emoções aos estimulos agradávds. Vocé está fazendo este tipo de
antecedentes. Mas a vida diária é muito mais controle dc humor quando toca seu disco
sutil do que um GJme de horror, e as disposições preferido, que lhe faz sentir-se bem c tambem
das pessoas podem melhorar ou piorar quando evita ler artigos dc jomal que falem
gradualmente, sem que elas percebam quais são sobre assuntos deprimentes Quanto mais as
os estimulos antecedentes rdevantes Muitos pessoas aprendem a identiftear os estimulos que
dos CS's de nossas colagens diárias de estimulos afetam seus humores, tanto melhor das saberão
tem apenas um fraco controle sobre nossas sdccionar os CS's para provocar cm si mesmas
emoções, portanto, seu efeito cm nossa os humores que desejarem. Depois de observar
disposição provavelmente passará despercebido, as correlações entre seus humores e os
a menos que tenhamos aprendido a procurar os estímulos antecedentes, algumas pessoas apren­
estimulos antecedentes e suas respectivas dem a minimizar as discussões e as palavras
respostas emodonais. Não obstante, um grande ásperas (que elidam emoções desagradáveis} c
número de CS's fracos na colagem de estimulos a aumentar o uso de comentários agradáveis, do
pode ter um efeito acumulado significativo bom humor e da cordialidadc (que elidam
sobre as emoções. Se vocé acorda de manhá emoções agradáveis). Graças a isso das conse-
Pr»ncion» doComft na Vida Di&na S8

gucm conservar sua colagem de estimules * c habilidades de observar, identificar e controlar


também as das pessoas que as cercam - cheia de os estimulos eliciadores de emoção em suas
estimulos que geram sensações agradáveis. E, c vid&s.
claro, isto leva a recompensas que reforçam as

CO NCLUSÃ O

Neste capitulo descrevemos as formas pelas quais o componamento é influenciado pelos


estimulos antecedentes _ US’s, CS's, S ^ s e S'V Na vida quotidiana, o comportamento é afetado por
um grande número de estimulos que vêm de dentro ou de fora do corpo. Os numerosos estimulos
desta colagem freqüentemente controlam uma grande variedade de respostas operantes e reflexas.
Quando um comportamento está sob controle de estímulos dc um conjunto dc S ^ s ou CS's, pode
aparecer na presença de estímulos similares. Isto é a generalização. Em contraste, a discriminação é
aprendida quando dois coiquntos de estímulos que originalmente controlavam a mesma resposta
passam a controlar duas respostas diferentes, graças a novas experiências de coodicionamento.
Palavras e pensamentos verbais são elementos da colagem de estímulos que freqüentemente tem uma
grande influência sobre o comportamento, especialmente em situações complexas e ambíguas,
quando os outros estímulos da colagem não controlam qualquer padrão predominante de respostas É
possivd identificar os estimulos que controlam um comportamento, procurando pelos estímulos que
precedem e predizem aquele comportamento, e fazer isto é útil para aumentar o conhecimento e
controle sobre o próprio comportamento.
Este capitulo focalúou os estimulos antecedentes; os dois próximos se dedicam às
conseqüências que se seguem ao comportamento operante. Elementos da colagem de estímulos se
tomam S ^ s ou S*s apenas porque eles se associam a conseqüências específicas _ sejam de
reforçamento, nâo-reforçamento, ou punição. Além disso, vários estimulos da colagem se tomam
CS's para sentimentos agradáveis ou dc ansiedade, devido a parcamentos com reforçadores ou
punidores. O Capitulo 6 descreve os reforçadores c punidores biologicamente estabelecidos, que são
os primeiros causadores do condicionamento. O Capitulo 7 explica como estimulos adicionais podem
se tomar reforçadores ou punidores condicionados, ao serem pareados com os reforçadores e
punidores biologicamente estabelecidos.
Reforçadores e
Punidores
Incondicionado s
N este ca p itu lo você v a i aprender sobre os reforçadores e punidores
estabelecidos biologicam ente - com o intriam a tra vés do letnpo e
conto silo alterados pela aprendizagetn.

eforçadores e punidores sâo os aceitá-los como fato consumado, sem perceber

R causadores iniciais do condiciona-


memo operante. É pane de nossa
suas numerosas influências, diretas c indiretas
sobre o comportamento. Eles afetam o
natureza biológica responder a certos esümu-comportamento de forma tão profunda que
los como reforçadores e punidores, sem a deveríamos ter mais conhecimento sobre eles.
necessidade de qualquer aprendizagem previa. Pessoas que nSo os conhecem, (freqüen­
Tais estimulos são chamados reforçadores e temente fazem mau uso deles, tomando suas
punidores incondicionados (sio também próprias vidas e a dc outros menos gratifi­
chamados de reforçadores e punidores camos e mais aversivas do que precisariam ser.
primários). Outras estimulos podem tornar-se O conhecimento dos reforçadores e punidores
reforçadores e punidores condicionados, se incondicionados pode ajudar as pessoas a
são pareados aos reforçadores e punidores evitarem tais conseqüências desastrosas
estabelecidos biologicamente Este capitulo
descreve vários dos principais reforçadores e
punidores incondicionados e as formas nas
quais variam em pode, de momento a
m om ento, dta-a-dia e ano a ano. Esta análise
ajuda a tomar clara a relação entre reforça­ Reforçadores e punidores sio mais
dores e punidores incondicionados. e outros facilmente definidos conforme seus efeitos
tópicos tais com o motivação, diferenças sobre o comportamento operante.1 Como
individuais nas respostas das pessoas a
reforçadores ou punidores, e alterações na
' Esta mais «mplcs definição da reforçadores e
disponibilidade para responder a reforçadores
punidores envolve uma lógica circular. A melhor
c punidores no decurso do ciclo de vida. A defteâ de dcfmiçòe» «reulares c dc aulidade <Kapl<in.
maioria das pessoas nâo está muito consciente 1964). Podc-se fugir ao problema da circularidade
ds importância dos reforçadores e punidores <como fitem os n esit capitulo), voltando paia u n a das
incondicionados, no dia*a-dia. É simples duas dcfliúffics independentes, nâo circulam , dc
reforçadores e punidores * a hipótese Pavlov tana <que
PrmelaiM a o Com oonarrernp n a Vnw Diáoa 00

aprendemos no Capitulo 2. sobre o condi­ reforçador na fase adulta Algumas mulheres,


cionamento operante, se um estimulo que gostam de manter relações sexuais mas. após
segue um operante causa um aumento na um estupro traumático, qualquer comporta­
freqüência fiiiura deste operante. este estimulo mento que possa conduzir a uma interação
é um reforçador Se o estimulo que segue um sexual é suprimido. Para tais mulheres, o sexo
operante provoca uma diminuição na foi um reforçador. até serem estupradas, a
frequência futura do operante. o estimulo é partir de então, se tomou um punidor.
um punidor Crianças de nive) escolar medio frequente­
mente respondem ao abraço dos pais quando
Ter determinado que um estimulo c um
em casa, com a família, são abraçadas e
reforçador ou punidor em um dado contexto,
beijadas; se os pais as abraçam ou beijam
nâo significa que o estimulo terá a mesma
diante de amigos, elas podem se esquivar, isto
função em outros momemos ou cm outros
é, crianças respondem a abraços como
contextos. Reforçadores e punidores sâo
reforçadores, estando cm casa, correspon­
relativos. Nâo sâo coisas imutáveis. Comida e
dendo ao carinho dos pais, mas respondem a
um reforçador quando estamos com fome mas
abraços cm público como punidores, evitando-
deixa de se-k> após uma farta refeição. Um
quarto escuro. silencioso. é um reforçador, os.
quando estamos cansados e sonolentos, mas é Reforçadores e punidores podem ser
aversivo e enfadonho, se estamos acordados e colocados num continuum (ver Figura 6-1)
descansados. como reforçadores poderosos (num extremo),
tendo o poder de aumentar a probabilidade do
HabilidíMk para reforçar ou punir um
componamento. e punidores poderosos (no
comportamento não i uma qualidade
outro extremo), tendo o poder de suprimir o
intrínseca de um estimulo. Estim ulos que
comportamento.2 No meio do continuum, os
p o tkm funciotiar como reforçadores ou
estimulos sSo chamados neutros pois é dificil
punidores nâo sâo transituacionais, isto è,
determinar se têm propriedades reforçadores
nâo precisam ler os mesmos efeitos em iodas
ou punídoras. Nas proximidades dos estímulos
as situações. Um dado estimulo pode
neutros, os reforçadores e punidores são mais
funcionar como um reforçador. estimulo
fracos do que nos extremos do continuum. Um
neutro ou punidor, cm diferentes situações.
estimulo - como sexo ou alimento • pode
Durante a infância uma pessoa pode
assumir várias posições neste continuum, em
ccvnsistcntemente evitar comer couve-de-
momentos ou situações diferentes/ Assim, não
bruxelas. já na fase adulta. a pessoa pode
se pode fazer uma classificação fixa de um
adorar comê-las Assim, a couve-de-bruxelas
estimulo dado. como sendo um reforçador ou
funcionou como punidor na infância, e
um punidor - fo rte ou fraco - baseados nas
propriedades físicas intrínsecas do estimulo.
reforçadores t punidores «do ou CS's) e 0 A relatividade dos reforçadores e
principio <fc Premack. Estas duas ubordageas ü c punidores não significa que estes estimulos
cx p liad o s dculhadam auc por Dunham (1977). (Veja sejam totalmente arbitrários. O poder dos
tamò*m .Kfetht. 1930; e Burgeys « Akers. 1966).
reforçadores e punidores para modificar o
Curiosamente, a rím pks definição da aplidSo e
soòrevivcneia c v d stiv u é também circular componamento está arraigado em nossa
(Lewoniin. 1979:222); ainda asum . a teona da selado caracterização biologies. Nossa capacidade de
oatural tomoiw* o principio central de organização da
biologia (Mayr. 597847) Há vários outros paralelos
im pw um cs cntie a sdcçàa naiunl c reforçamemo que
’ VcjaCaiama (1971) para maiores deulbes
podem ajudar a produzir teonas bt&sociais
equilibradas de comportamento, irrtcraçio. criatividade * Morse a Kettehei (1970. 1977); B am m e Glowa
« mudança soeul (Baldwin e Baldwin. 1981). <1977)
Pnncipios do Comportamento na Vida Diária 91

responder ao alimento e água como cionamento é necessário para tomá-los


reforçadores - e cortes e queimaduras como efetivos. (Eles sâo iambèm chamados de
punidores - é crucia! para a sobrevivência; reforçadores e punidores primários para
conseqüentemente* essas predisposições mostrar que são os reforçadores e punidores
biológicas foram estabelecidas através de básicos).
processos evolutivos. Como B. F. Skinner
observou; ”A capacidade de ser reforçado...
deve ser investigada na seleção natural" 4 ESTÍMULOS INCONDICIONADOS

Estimulos incondicionados (US's) têm


duas funções isoladas: (1) eles eiiciam
respostas incondicionados e (2) a maioria
Aumama • preoHMtdtf*
funciona como reforçadores e punidores
à»COTOOrtvntntD incondiconados.5 Quando sentimos fome, o
alimento é um US efetivo que (1) elicia
salivação e respostas emocionais positivas, e
Otaráa pfOMMMwl* (2) reforça operantes que os precedem. Água
<iecomponamMo fervente é um US que (1) elicia o reflexo de
afastamento e respostas emocionais negativas,
e (2) pune os operantes que o precedem.

REFORÇADORES INCONDICIONADOS
FIGURA 6.1 - 0 continuum de conseqüências

A Tabela 6-1 relaciona alguns dos


Indivíduos que estão biologicamente reforçadores incondicionados que geralmente
predispostos a responder a alimento, água ou influenciam o comportamento no dta-a-dia. Em
sexo como estímulos reforçadores, após qualquer momento, apenas alguns destes
períodos de privação, estão menos sujeitos a estímulos podem ser capazes de funcionar
entrar em inanição, desidratar-se ou a não como reforçadores, dependendo do nível de
deixar descendentes, do que aqueles sem tais saciação ou privação do indivíduo,
predisposições. Pessoas que estão biologica­ relativamente a cada estímulo.6 Geralmente,
mente predispostas a responder ao ''stress ”,
cortes, queimaduras e outros riscos como
punidores, têm mais probabilidade de evitar
5 Nem todos os US's sào reforçadores ou punidores.
danos corporais ou risco de morte, do que
Alguns permanecem na zona neutra do continuum
aquelas sem tais predisposições. mostrado na Figura 6-1. Por exemplo: mudanças na
Assim, a predisposição para ser intensidade dc luz entre níveis baixo e moderado
eiiciam mudanças reflexas no tamanho da pupila, sem
reforçado ou punido por estímulos como serem reforçadores ou punidoras (Stcats. 1963:53;
alimento, água, cortes e queimaduras pode ser 1975:36; Terrace. 1971:77). Somente era altas
investigada no processo de evolução. Estes imensidades, a luz pode eliciar constrição pupilar
estímulos biologicamente importantes são reflexa e servir como um punidor.
chamados reforçadores e punidores incondi­ 6 Várias décadas atrás, foi comum descrever a
cionados, para indicar que nenhum condi- motivação em termos de “impulsos" ou “necessidades'’.
Já que impulsos c necessidades podem somente ser
inferidos do comportamento e não sâo diretamente
mensuráveis, muitos behavioristas deixaram de usar os
4 Skinner (1969:206).
termos e agora descrevem a motivação em termos de
Priftcicw» do Comp&mmaBo na Vma P a r ta 92

quanto mats saciada a pessoa está por prolongado. A 5* barra dc chocolate que vocé
qualquer reforçador ntcondiaonado. menor o come seguidamente não será tio saborosa
poder que o US tem para reforçar o quanto a primeira. Apòs trabalhar muito
comportamento. Quanto mais uma pessoa c durante um dia de calor, um gole de água fria c
prhxuta de um reforçador incondicionado uma experiência refrescante; mas a água deixa
maior poder terá este US para reforçar o de funcionar como reforçador. após vocé ter
comportamento. Quando uma pessoa está tomado vários copos. A esumuiação sexual
saciada de alimento, este não funciona como perde suas qualidades reforçadoras positivas
reforçador. Contudo, quando a pessoa está quando os parceiros se engajam numa
privada dc alimento por muitas horas, este se estimulação sexual prolongada, sem pausas.
toma cada vez mais reforçador. Inserir pausas entre as barras de chocolate ou
outros reforçadores positivos, retarda o
processo de saciação.
Alimento
Água Privação. A privação é o oposto da
Temperatura normal do corpo
saciação. Quanto mais uma pessoa é privada
"Níveis ideais de estimulação sensorial *
de um reforçador, mais poderoso este
Descanso após esforço reforçador se torna. No dia-a-dia a privação
Sono
pode rcsuhar de uma variedade de causas:
Caricias, fricções, coceiras
natural, deliberada e obrigatória.
Estimulação genital
Estimulação do tnamüo e peito (especial*
mente durante a lactaçâo) J. Privação Natural. Enquanto compro­
Nicotina, álcool e outras drogas_________ metidas com longas cadeias de atividades que
são reforçadas por um tipo de reforçador, as
TABELA 6.1 - Lista Parcial de Reforçadores pessoas freqüentemente não percebem que
Incondicionados estão sendo privadas de outros reforçadores.
Mas quando a longa seqüência de
comportamentos termina, das de repente
* Estimulação sensorial ótima é um dos respondem a outros estados de privação.
reforçadores incondicionados menos citados, Enquanto jogam basquete toda a tarde, os
embora seja um dos reforçadores jogadores podem não detectar o ausento da
incondicionados mais importantes no dia-a- privação de alimento. Durante uma tarde
dia, como será explicado adiante. agitada na bolsa de valores, o operador pode
sc esquecer de comer e não notar nenhum sinal
de fome. Mas quaodo os jogadores encerram o
Saciação. A saciação ocorre quando
jogo e o operador deixa o escritório, podem
uma pessoa rccebcu tanto de um determinado
ficar surpresos por quão famintos sc
US que o estimulo perde sua capacidade de encontram, e por como sua atenção á
funciona/ como um reforçador. Ser coçado ou
fortemente dirigida para o alimento. Uma vez
fnedonado por alguns minutos é agradável e
que as pessoas ativas e ocupadas normalmente
compensador. mas o coçar e o friccionar
estão concentradas em suas atividades do
deixam de ser reforçadores. após uma
momento, frequentemente não percebem níveis
determinada parte do corpo ter sido
estimulada por um periodo de tempo

horas dc privaçào de reforçadores ou do exposição a


esümuJos averavos (veja Skinner. 1933:1410.
Prmcmtos co Comocrtixniwia na Vifla Diana

dc privação que outras pessoas poderiam dos americanos come 3,6 refeições de
considerar aversivos.7 qualidade por dia. a media dos indianos come
0.7*
A pnvnção extrema pode levar as
2. Privação Deliberada. As pessoas
pessoas a comportamentos extremos. Durante
deliberadamente se abstem de se alimentar
a grande fome de 1943 na China, as pessoas
antes da grande refeição do "Dia de Ação de
cortaram em tiras a casca das árvores, para
Graças", porque isto parece tomar a comida
terem algo com que encher seus estômagos
mais saborosa e lhes permite comer mais.
(embora a casca de árvore tenha um valor
Muitas vezes, deliberadamente, ficam
nutritivo minimo).9 Houve relatos de que
acordada* até se sentirem cansadas, antes de
crianças as vezes eram mortas e comidas, ã
irem para a cama, pois a privação as faz
despeito das sanções culturais c morais contra
dormir raais profundamente, o que é mais
tal comportamento. No inverno de I&46, um
agradável do que um sono leve e reparador.
grupo de pioneiros americanos - o grupo de
após uma privação minima.
Donner - ficou preso nas montanhas enquanto
seguia para o oeste. Trinta e quatro pesso>as
J. Privação Obrigatória. As vezes, morreram de frio e fome. Muitos dos quarenta
maridos e esposas tèm que viver em cidades e cinco sobreviventes não morreram de fome,
diferentes, por causa da localização de suas comendo os m onos10 Em outubro dc 1972,
escolas ou trabalho. Quando têm a chance de um avião com quarenta e cinco passageiros
se ver, sentem que os dias de privação colidiu com uma montanha coberta de neve
intensificaram o grau no qual o toque, a nos Andes, numa ahura de aproximadamente
carícia e o ato sexual sio experiências 3.600 metros.11 Trinta e dois dos quarenta e
positivas Pessoas pobres era países cinco passageiros sobreviveram ao desastre.
subdesenvolvidos podem conhecer a privação Ao inves de morrerem de fome. os
obrigatória, para a qual há pouco alívio sobreviventes decidiram, depois de passadas
Muitas pessoas, em áreas superpopuiosas da algumas semanas, cortar os corpos dos
África e Ásia estão quase sempre em estado companheiros mortos, cm pequenos pedaços, e
de privação de alimento Enquanto a maioria comê-los. Dezesseis pessoas sobreviveram
durante setenta e três dias dc frio e apuros, até
que chegasse socorro Sob privação extrema
’ Tendo observado que os reforçadores sâo efetivos de alimento, as pessoas são motivadas a agir
somente depois de um período de privação e que a de maneira como nunca agiriam, cm outras
privação intensa i aversivn. alguns estudiosos
circunstâncias
c o n d u tia n que a recompensa só c possível depois de
orna siiunçâo a v e n ta anterior Isso crioa uma visào
desanima dors da vida. na qual todo contponarocnio i
motivado pela fuga oa esquiva de urna condição PUNIDORES INCONDICIONADOS
av ersta. Os cxempfas de privação natural dados no
tesao deixam claro qoe a privação pode n lo ser
percebida por aqu ele que *30 ativos c ocispA dos A Tabela 6-2 relaciona alguns dos
Pessoas com grande repenório de Mivkbdcs punidores incondicionados que são comuns no
interessantes, qoe ptecocbcm seu* dias, nfo sc dão dia-a-dia. Punidores incondicionados nãosti»
coma do csudo dc pmoçfto. tanto quanto aquelas que
tem pouco a fazer. Além do mais. atguns estímulos -
tais como temperatura o estimulação sensorial em *Prncben<l978>.
niveis td sú s • n9o requerem privação para
’ Whhe U9T8).
funcionarem como rdbiçadores positivos (ver item
estimulação sensorial adiante) 10 R b o te 11973).
'R oad (1974)
Pftficioios ao Comeortamtnio na V.a« tMrta . 9A

Frio c calor extremos gato do vizinho o arranha supertlcialmeme.


Cones, golpes fones, arranhaduras acen­ uma vez ou outra, essa punição branda pode
tuadas suprimir ligeiramente a freqüência com que
Choques, picadas, queimaduras vocé afaga o gato. No entanto, se o gato lhe
Estômago ou bexiga cheios arranha regularmente, de forma dolorosa, a
Pele ferida punição intensa pode suprimir completamente
Trabalho exaustivo a resposta de afagar o gato.
Certos odores e gostos I(á duas propriedades nos punidores
Ruído alto incondicionados que tomam mais fòcil ás
Aniquilamento pessoas aprenderem a utilizar a punição fisica
Falia de ar como um meio de educar crianças, de lidarem
Agua nos pulmões com problemas conjugais e assim por diante.
Venenos ou doenças que causam náusea ou Em primeiro lugar, há recompensas imediatas
enjòo_________________________________ para a pessoa que usa punição sobre outras. Sc
uma pessoa deseja evitar que uma outra emita
TABELA 6.2 - Lista Parcial de Punidores um dado comportamento, uma punição forte
Incondicionados geralmente produz efeitos imediatos. Ameaças
de punição podem também criar motivação
imediata para o comportamento necessário
influenciados pela privação e nem a pessoa para se esquivar da puniçio: “se você não
detxa de consUkrá-las aversivos devido á arrumar seu quarto agora, lhe darei uma surra
saciação. Após se cortarem várias vezes que jamais esquecerá". Se tais ameaças foram
durante meia hora. enquanto aprendem a sustentadas no passado por punições fortes,
operar uma nova máquina, as pessoas não se podem produzir efeitos imediatos, devido ao
“saciam" com os cortes nem deixem dc achá- reforçamento negativo. A eficácia instantânea,
los aversivos. O sétimo corte fere tanto tanto da puniçio quanto do reforçamento
quanto o primeiro. Após seis meses sem se negativo proporciona compensações imediatas
queimar, náo há efeito de privação que à pessoa que emprega o controle aversivo. Em
aumente a aversividade da próxima segundo lugar, as punições incondidonadas
queimadura. sio sempre eficazes', não perdem seu poder
para punir ou reforçar negativamente o
O (ato de que os punidores não sào
comportamento após uso repetido. Em
influenciados pela privação e saciação pode
contraste, os reforçadores incondicionados
ser compreendido em termos de adaptação
perdem sua eficácia após a pessoa alcançar a
biológica. É adaptativo para o indivíduo
saciação: o alimento deixa de ser reforçador,
deixar de achar alimento, sexo ou água.
após a pessoa estar saciada. A punição nunca
reforçadores, quando já se teve o suficiente
deixa de ser aversiva; assim, algumas pessoas
deles. Entretanto, é adaptativo achar os
se apoiam no controle aversivo porque a
punidores incondicionados aversivos a toda
punição fone sempre produz efeitos.
hora, porque sempre representam uma ameaça
á saúde ou à sobrevivência. quando surgem As pessoas que não aprenderam os meios
cooperativos de lidar com outras - baseadas no
Há. normalmente, um efeito limiar com
reforçamento positivo - estão mais inclinadas a
os punidores. O esforço deve exceder algum
acreditar fortemente na puniçáo. Quando as
limiar, antes dc o acharmos aversivo.
suas habilidades positivas falham, elas podem
Arranhões devem superar um certo limite,
sempre usar de ameaças ou punições, com seus
âtues que sejam aversivos. Uma vez acima do
efeitos imediatos e poder perascwc.
limiar, aumentando a intensidade de um US,
aumenta-se a força do efeito da punição. Se o
PfmciD'08 so Cc<nportafT>crqo na V-da D-ána OS

A punição fisica c muito mais usada no duas vezes mais este numero, slo severamente
dia-a-dia do que se pode imaginar. Por surradas por seus maridos.17 0 emprego dos
exemplo: há, no mini mo, dois milhões dc punidores incondicionados não fica restrito aos
casos de abuso de crianças, por ano, nos lares. Atravcs da história, usou-se o açoita*
Estados Unidos (e hà provavelmente muitos mento. espancamentos, torturas, linchamentos,
mais).11 Uma vez que as crianças pequenas inquisição, caça às bruxas, campos de concen­
nio podem ftigir ou reagir, os pais encontram tração c guerras, numa tentativa de controlar
pequena resistência, quando usam a punição os outros, infligindo-lhes dor.
corporal na educação dos filhos e alguns A longo prazo, técnicas aversivas produ­
chegam a níveis perigosos, quebrando-lhes os zem numerosos problemas. A punição pode
ossos. Por serem pequenas, as crianças condicionar uma variedade de respostas Que
dependentes não podem esquivar-se do pai vSo do medo. ansiedade e esquiva ao ódio,
que pune com tanta vioiencta que até ossos violência e revolta. Todas essas respostas
sâo quebrados; crianças mais vdhas freqüen­ debilitam relações sociais construtivas, estáveis
temente fogem de caia quando o permanecer e cooperativas. A ciência modema do compor­
lá é extremamente aversivo. Vários milhões de tamento tem demonstrado que a maioria dos
crianças fogem de casa anualmente.1' comportamentos pode ser aprendido - ou
Violência gera violência, crianças que evitado - através do reforçamemo positivo,
vivem em ambientes violentos muito sem os maus efeitos colaterais criados pelo
freqüentemente aprendem a usar a violência aprendizado aversivo (Capitulo 13). Além
sobre o s outros. Em casa não podem lutar disso, o reforçamento positivo toma a
com o s pais, com medo de sofrerem, cm aprendizagem muito mais agradável do que
troca, agressões físicas, mas no parque aquela adquirida através da punição ou
maltratam e lutam com outras crianças reforçamento negativo. Um dos grandes
imitando o uso de punidores incondicionados desafios da sociedade modema é o de
que presenciam em casa.14 Uma vez atingida a abandonar a grande confiança na punição, que
fase adulta, as pessoas que cresceram em lares foi tão comum no passado, e ajudar as pessoas
violentos tém m us probabilidade de abusar dc a aprenderem o poder e o prazer de utilizar o
outras crianças do que aquelas de lares nio reforçamento positivo.1*
violentos.15 Também tém maior probabilidade
dc esperar c a usar a violência fisica na
interação com seu parceiro. '*
O marido agride sua mulher, quando ela
sc recusa a atender qualquer desejo seu. Ela
pode aceitar isto como sendo ''normal'', sc Uma vez que reforçadores e punidores
esta foi a forma que ela viu seu pai tratar sua incondicionados desempenham importantes
mâe A cada ano, nos Estados Unidos, dois ou papeis biológicos na sobrevivência e
três milhões de mulheres, no minima, talvez reprodução, parece ser lógico supor que
seriam biologicamente fixos e resistentes á
mudanças (exceto nas pequenas flutuações,
devido à privação e saciação) Espera-se que o
“ G U O W -ttS ).
alimento seja sempre um reforçador para uma
n C h ip n u a (lf7 6 ). pessoa com fome, enquanto ser espancado seja
M Uandura c Walters (19)9. 1963). Hoffman
(I960)
11 Silver et a). (1969); Sptocifa e Rigkr (I972>. ” Strauss ci al. (19»». O'Reilly (I963>
’* Martin (>976). “ Skinner (1971).
Pnncipot ao ComeonameiMQ na Vkm Odfw Qf»

sempre um punidor. Mas não é este o caso. e colocar o rabo entre as pernas. A comida
Qualquer (JS que serve como um reforçador pode tomar-se um punidor tão poderoso que
ou piutidor incondicionado f?ode ler suprime o comer. A comida foi deslocada da
m odificada a sua iocah& çào no continuum posição A para a posição B na Figura 6-2.
de reforçadores fo rtes a punidores fortes.
Algumas pessoas aprendem a considerar que o
alimento ou o sexo são reforçadores mais
poderosos do que normalmente é o caso.
Outros encontram um prazer tàu pequeno no
alimento que precisam ser lembrados dc
comer, llá pessoas que evitam o sexo M»
assiduamente, indicando que isso funcionaria
como uma punição para elas. Algumas
pessoas aprendem a achar os punidores
incondicionados menos dolorosos do que
outras, e uma minoria responde a eles como
reforçadores positivos. Algumas crianças FIGURA 6*2 A modificação de reforçadores
passam horas batendo suas cabeças e sc c punidores incondidonados.
automutilando a cada dia; alguns adultos sio
levados a práticas sexuais masoquistas que
outros consideram aversivas. A modificação contrária também pode
ocorrer. Um cachorro é deixado com fome por
Qualquer US que i um reforçador ou privação de comida. Se o choque precede a
punidor incondicionado pode ser deslocado apresentação do alimento o choque pode ser
para uma nova localização no continuum de condidonado como um reforçador positivo.
reforçadores a punidores (Figura 6-2). Esta Após repetidos pareamentos, o choque sc
modificação ocorre aom és do condiciona­ toma um CS que elicia o estalar dos lábios e a
mento Pavloviano, quando o US é freqüente- salivação, e também fundona como um
mente seguido por outros reforçadores ou reforçador positivo. A medida que os choques
punidores.1* Os experimentos originais de realmente sinalizam que o alimento está
Pavlov com cachorros ilustram o fenômeno chegando, servirão como reforçadores posi­
claramente.10 Para um cachorro moderada­ tivos. O choque foi deslocado da posiçio B
mente faminto, a comida e normalmente um para a posição A na Figura 6-2.
US que elicia a salivação e reforça operantes
relevantes. Contudo, sc a comida é apresenta­
da regularmente ames do uma punição forte, A MODIFICAÇÃO DOS REFORCADORFS
como um choque, a comida também se toma
um CS que elida respostas emodonais No dia-a-dia há numerosos exemplos
aversivas. Depois de repetidas apresentações mostrando como reforçadores e punidores
da comida antes do choque, o cachorro incondidonados são modificados pela
mostrara sinais de medo, quando a comida for experiência. Devido ao condidonamento,
apresentada. Ele pode ganir, latir, encolher-se algumas pessoas tem pouco interesse por
alimento, enquanto outras são mais suscetíveis
ao alimento como reforçador. O mesmo é
'* Os cfciK» do esquema (Capitulo 12) fomcccra verdadeiro com relação ao sexo e outros
uma segunda cxpltcaçao campaiivçl p a n z
reforçadores incondidonados. Uma variedade
nudUicacão de reforçadores e punidores
incoDdKiooados (Morse a KeUebcr, 1970,1977). dc eventos condidonadores pode ser respon­
sável peta diminuição ou aumento na
"PSYtav<1927).
P n n c & o t c o _C<Tiportamtfflo.qa Vifla Q.-ana 97

responsividade da pessoa a reforçadores Em alguns lares, os pais repetidamente


incondicionados. frisam que sexo é sujo ou pecaminoso. Alguns
Quando um reforçador incottdiciottado pais punem a masturbaçào com ameaças
diciadoras dc medo associadas á doença
precede regularmente estimulos aversnxts, o
mental, acne ou loucura Quando as crianças
reforçador tncoodjcionado torna-se um
reforçador mais fin c o e pode mesmo tornar- fazem perguntas sobre sexo, com inocente
curiosidade, elas podem ser castigadas por tais
se um punuior. Algumas crianças crescem em
"pctm m m uos sujos”. Quando uma alta dose
famílias onde frequentemente ocorrem brigas á
mesa dc jantar; jantar é geralmente pareado de punição e ameaças diciadoras dc medo s&o
paread3S com sexo, as experiências aversivas
com discussões desagradáveis c criticas
podem ser mais fones do que os aspectos
negativas; tudo isso elicia respostas emocio­
biologicamente reforçadores do sexo, podendo
nais negativas. Eventualmente, o alimento sc
transformá-lo num punidor Enquanto as
toma um CS, d iôa respostas aversivas e toma
crianças estão crescendo, podem não saber que
o comer menos reforçador. Algumas pessoas
estão sendo condicionadas para achar sexo
constantemente temem ganhar peso ou
aversivo. Ura menino pode sc dor conta de que
tomar-se gordas. Alimento c associado com o
nio gosta dc falar sobre sexo. embora seus
medo ds gordura, que o leva a sc tomar um
amigos o façam; mas seu condicionamento
CS para sentimentos aversivos e diminui o
anterior pode ter tomado aversivo para ele o
efeito total de reforçamento positivo do
engajar em tais ‘pensamentos sujos e
alimento. A medida que o alimento perde sua
ammalescos". Uma menina sabe que não gosta
força como reforçador. as pessoas comem
de ser beijada c se esquiva disto, mas pode
menos e perdem peso. Algumas vezes as
sentir-se orgulhosa por ter uma boa reputação.
pessoas se tomam perigosamente magras c
No final da adolescência, o menino e a menina
próximas da morte por inanição - como nos
sabem que não estão envolvidos com namoro,
casos extremos dc anorexia21
embora alguns de seus amigos estejam; mas
As pesquisas de Kinsey. Masters e novamente acham que sua abstinência mostra
Johnson e outros indicam que na nossa grandes valores. Talvez nem estando casados e
sociedade é comum encontrar pessoas para &s livres para terem rdaçôes sexuais, descubram
quais o sexo nlo é um reforçador positivoa quão ansiosos na realidade se sentem quando
Histórias de casos coletados por estes confrontados com o sexo. Mesmo após o
pesquisadores mostram que quando o sexo é casamento, algumas destas pessoas nio podem
continuamente pareado com circunstancias permitir-se fazer algo que tenha sido tratado
aversivas, ele deixa de ser reforçador positivo, como “sujo" por tanto tempo. Outros sc
tomando-se aversivo - uma fonte de entregam ã còpula, mesmo considerando-a
ansiedade, preocupação, culpa, dúvida ou aversiva Após anos de casamento, homens c
medo. !lá vários tipos de experiências que mulheres admitem que nunca toleraram sexo e
podem levar o sexo a tomar-sc um punidor. que seus raros encontros sexuais aconteceram
para satisfazer o desejo de seus parceiros ou
para terem filhos
As pessoas podem desenvolver
3 Walcn d al. (1977) Anorexia pode lambem ansiedades condicionadas sobre sexo, mim
te n h a r d o reforçaiocnto positivo por niio comcr. cuno período de tempo Depois que um
n Klnsev et al. <194$. 195}) c Metiers e Johnson homem falha cm obter uma relação sexual
(1966.1970) mostraram <jue há uma enorme van&câo completa com sua mulher, cm várias ocasiões
•w comportamento sexual das pessoas, e gramfc pane consecutivas pode começar a temer que seja
disso pode ser cnoonirado na sua hiçtàna dc impotente. Esse medo pode interferir no
oaodícxwunnemo.
P n n fp o » on Comportamento rta Vxia Ciari»

relacionamento sexual futuro e aumentar as influencias no condicionamento tomam o


chances de fracassos sexuais adicionais. Cada alimento um reforçador mais positivo do que
vez que sexo é pareado com fracasso, o seria biologicamente adaptivo
condicionamento aversivo desloca-o na No decorrer da vida, as pessoas sâo
direção do extremo dc punição do continuum expostas a numerosos tipos de condiciona*
de reforçadores e punidores (Figura 6*2) mento social que aumentam o valor reforçador
Agora, o convite para fazer amor representa do alimento. Quando estudantes secundários se
uma ameaça de fracasso e elicia uma ansie­ alimentam juntos cm confeitarias ou restauran­
dade em relação ã performance. O sexo agora tes, o alimento e sempre pareado coro intera­
se tomou um punidor que funciona como um ções sociais rccompcnsadoras, piadas, risos,
reforçador negativo para sc esquivar de situa* alegria * e a esquiva de estudar. Essas expe­
çòcs que podem levar á interação sexual. riências positivas ajudam a deslocar o alimento
O sexo não precisa permanecer um ainda mais em direção ao extremo esquerdo do
punidor para sempre. Com o comra- continuum dc reforçadores (Figura 6*2).
condidonamento apropriado, pode ser Durante toda a fase aduha, as pessoas têm
modificado para ser novamente um reforçador alimento disponível em situ&ÇÒèi Sòdâiâ, 0 que
positivo. O programa de Masters e Johnson, continuamente parea alimento com reforçado­
de duas semanas de condicionamento positivo res sociais. Alem disso, as pessoas podem se
intensivo, é bastante efetivo em estabelecer tomar extremamente atraídas por alimento
uma resposta sexual agradável e normal, quando d e é regularmente pareado com uma
mesmu em pessoas que tenham üdo anos de fuga da ansiedade, tédio ou outras experiências
sexo relacionados com ansiedade ou que aversivas. Pessoas que estão entediadas procu­
nunca tenham tido qualquer sucesso sexual ram alguma coisa para fazer Alimentar-se é
alguma coisa a fàzer. Escapar do tédio é um
Quando um reforçador incondicionado
reforçador. Comcr. então, toma-se utn reforça­
precede regularmente outros reforçadores, o
dor poderoso devido ao pareamento com fuga
reforçador incondicionado ganha um valor
ao tédio. As barrigas redondas que prevalecem
ainda maior. Por exemplo: quando o alimeoto
nos americanos que chegam aos trinta e
é pareado com outros numerosos reforçado*
quarenta anos refletem, em parte, o aumento
res, ou a esquiva de eventos aversivos *
do poder do alimento como um reforçador
pode-se tomar um reforçador positivo e
incomumcntc poderoso, tomando difícil para positivo.
as pessoas pararem de comer, mesmo quando
deveriam. Algumas facções sociais paream
alimento com outros reforçadores positivos. O
processo pode começar na infância ou mais
tarde. Muitas mies bem intencionadas pensam Punidores incondicionados podem
que uma criança gorda é sadia. Quando o perder m uito de sua aversnidade - e mesmo
jovem pára de comer, a mãe o orienta no tornarem-se reforçadores - se sâo portadas
sentido dc que coma mais. Quando o jantar com numerosos reforçadores.23 Atletas, muitas
termina, a mãe oferece-lhe uma grande vezes, se tomam condicionados a considerar o
quantidade de sua sobremesa favorita Sc o rigor de seus esportes menos aversivo do que
jovem não se deixa seduzir pela doçura e as pessoas comumente acham. Duraittc ioda a
sabor, a mãe pode encorajá*k> para que coma, socialização do jogador de futebol, dar c
manipulando-o "Fiz especialmente para »wé receber pancadas dolorosas é pareado com
e agora v o d não a comerá?". Quando a reforçadores positivos: aplausos, apoio do
criança come o alimento extra, a mie
responde com calor e afeição. Estas múltiplas
Pnnc<D)0* ao Comcortamamo m Vida Ddna 09

time. a excitação da partida, promoções para


o primeiro time. camaradagem com "os bons
jogadores", status sociais, etc. Apôs parear as
Como todos os reforçadores e punidores
violentas pancadas com esses reforçadores podem ser modificados pelo condicionamento,
positivos durante anos. o jogador dc futebol nem sempre os reforçadores e punidores
pode nào só tolerar altos niveis de estimulos incondidonados são lixos e imutáveis. 0
dolorosos, como pode realmente considerar conhecimento do condidonamento passado dc
esses estimulos menos punitivos Quando uma pessoa ajuda a explicar como qualquer
amadores jogam pela primeira vez. sempre reforçador ou punidor incondidonado pode ser
acham o esforço físico uma tortura Acham modificado pela experiência Entretanto, nós
difícil acreditar no corredor eficiente que diz nem sempre temos acesso à informação que
que a aversividade logo desaparece. Muitos poderíamos necessitar para determinar a
corredores desistem antes que descubram história passada de condicionamento de uma
Entretanto, os corredores que recebem pessoa. Há uma outra forma de determinar sc
suficiente reforçamento para manter-se um dado estímulo é um reforçador ou um
correndo, começam a descobrir que esta é punidor? llá alguma maneira de determinar
uma experiência estimulante. Sc são bastante onde ele se localiza no continuum de refòr-
recompensados por correr, as sensações dc çadores fones até punidores fones (Figura
pemas cansadas e coração disparado não são 6- 2 )?
mais viveociadas como punidores
O prindpio de Premack* provê um
Certos aspectos do masoquismo podem método útil para responder a estas questões.29
ser encontrados em experiências nas quais , De uma forma simplificada, o principio de
punidores incondicionados sio pareados com Premack afirma/ o acesso a Qualquer
numerosos reforçadores positivos Por (comportamento de jiltaprobabiU dade (IIPB)
exemplo: uma pessoa que gosta dc práticas servirá como um reforçador para qtuüquer
sexuais masoquistas usualmente tem uma comportamento de baixa probabilidade
história de condicionamento que começou (U>R). Por outro lado. a ocorrência de I.PB
quando punidores leves foram pareados com servirá como punidor para um HPB. É
interações sexuais agradáveis. Inicialmente, o importante notar que o prindpio de Premack
masoquista principiante pode ter tido uma focaliza mais o comportamento do que os
experiência sexual especialmente agradável, estimulos. Por exemplo, ele dirige a atenção
quando ele ou ela foi amarrado na cama e mais para o comportamento de alimentar-se,
golpeado gentilmente nas nádegas A do que para o estimulo alimento. Entretanto, é
novidade da experiência, o riso e a
brincadeira, e a excitação sexual ajudaram a
contracondicionar os medos de ser amarrado e 21 Premack (1965. 19?!). Há uma constdcrávcl
golpeado gentilmente. Na próxima vez. essa cvidcnàa ccopirica para apoiar o pnncipio dc Prcmack.
mesma pessoa sem medo tem cordas Os pontas Cories c fraco» do prindpio de Premack. são
revistos por Eisenbcrger & ai.<1967).Danabcr (1974)
amarradas com mais força c revive a excitação
Dunham (1977). e outn»
do jogo "perigoso". Com o tempo, ser amarra
do fortemente é progressivamente 25 F .«a abordageiu para dcfiniçV) dc reforçadores e
punidores não l circular porqae nâo é nctessáno
condicionado como um reforçador pelos esperar ílé depots que uma conseqft&Rcia modifique
estímulos positivos de sexo, alegria e jogos. uni operante para decxtir se essa conseqüiocLs c um
Eventualmente, o masoquista gosta de reforçador ou punidor. Assim, o pnncqao dc Premack
estimulos que podem ser vividos como ajuda a resolver o probtema de aroitaridade por prover
dolorosos ou assustadores pela maioria das uma fonte independente de uiíormaçk) sobre
capacidades para reforçar ou pumi <ve)a nota I. ncuc
pessoas.
Capitulo).
Pnriclç~a» on Corncort&myito p.a yifla Diana 1(V)

fácil inferir quais estímulos reforçadores ou surpreendente que muitos amantes dc TV


punidores estão associados com qualquer aprendam vários comportamentos - comprar
comportamento dado. um novo aparelho, ir á casa de amigos,
Os pais. frequentemente, aplicam o consertar o velho aparelho - porque estes
comportamentos são reforçados pelo HPB de
principio de Premack sem conhecé-lo. Quando
um dos pais observa a criança gastando horas assistir seus programas favoritos.
brincando em um tanque de areia, ele pode Cortar-se com objetos afiados é um LPB
utilizar o brincar no tanque de areia (HPB) para a maioria das pessoas. Então ele c iden­
para reforçar alguns comportamentos de baixa tificado como um punidor pelo principio de
probabilidade (LPB), como retirar o lixo. Premack Qualquer atividade que leve uma
'V océ pode brincar no tanque de areia se, pessoa a cortar-se poderá ser suprimida pek>
prim eiro, retirar o lixo". O HPB c usado para LPB. Então, o IJ*B suprime comportamentos
reforçar o LPB. Se limpar a sujeira do como lidar displicentemente Cóttt fãc&s C
cachorro é um LPB nas atividades diárias de lâminas e reforça negativamente o cuidado e
uma. criança, os pais podem utilizar o LPB outros comportamentos que evitem o LPB. Se
para punir HPB’s indesejáveis , como chegar percebermos que um dos novos advogados
tarde da escola em casa. “Se vocé chegar em numa empresa nunca procura o diretor para
casa tarde mais uma héz, terá que lim par a conversar, embora a maioria dos advogados o
sujeira do cachorro nas próxim as cinco faça, parece que conversar com o diretor é um
noites". LPB para o novo advogado, consequen­
temente. um punidor. Este LPB deverá
O principio de Premack pode ser usado
funcionar no sentido de suprimir qualquer
para compreender todos os tipos de compor*
tamento cm pessoas de qualquer idade. Se comportamento que leve o novo advogado a
ter uma conversa com o diretor. Por exemplo,
observarmos que uma mulher gasta um grande
cometer graves erros num documento legal
número dc horas falando sobre seus filhos, é
levaria o diretor a chamar o advogado para
claro que falar sobre os filhos e um HPB. A
uma consulta. Seria de se esperar que o novo
chance de falar sobre os filhos poderá
funcionar como um reforçador para qualquer advogado se comportasse cautelosamente em
relação a tais erros: a freqüência de tais erros
comportamento que permita que a conversa
seria suprimida pelas conseqüências de ter que
volte para as crianças. Se a mulher está
emitir o LPB dc conversar com o diretor.
ouvindo uma conversa a respeito de imóveis e
casualmente pergunta, "Você tem filhos?" sua O principio de Premack evita o problema
pergunta (que i um LPB) pode mudar a de determinar se um dado reforçador ou
conversa de imóveis, para crianças (seu HPB). punidor é uma conseqüência incondidonada ou
A oportunidade de se engajar cm seu HPB condicionada. O principio de Premack é
reforçará sua pergunta. No futuro, será mais também eficiente cm lidar com qualquer
provávd que ela insira a pergunta sobre combinação de reforçadores ou punidores
crianças cm suas conversas. Se um homem biologicamente estabelecidos ou
nunca deixa de assistir o "jogo de fu teb o l" na oondicionados.
TV nos fins de semana, assistir ao jogo é,
claramente, um HPB. Se a TV estragar na
quarta-feira á noite, ele pode ou demorar para ESTIMULAÇÃO SENSORIAL
tevà-la ao conserto ou levá-la imediatamente.
Adiar o consêno pode levá-lo a perder um A estimulação sensorial pode bem ser
jogo, e este comportamento será punido pela chamada "o reforçador desconhecido*. Dc
perda de acesso ao HPB. Ter a TV consertada todos os reforçadores incondicionados. a
será reforçado pelo HPB de ver o jogo. N io é estimulação sensorial é aquele da qual as
Pnnctpics do Comportamento na Vida Diária 101

pessoas entendem menos. Contudo, a qualidades e quantidades ideais de inputs


e stim u la ç ã o sensorial é um dos m ais sensoriais
importantes reforçadores do dia-a-dia.26 A
estimulação sensorial influencia nosso
comportamento 24 horas por dia, se estamos Quantidade. A estimulação sensorial
dormindo ou acordados, sós ou acompa­ pode ser um reforçador ou um punidor,
nhados. O restante deste capítulo descreve as dependendo da quantidade de estimulação que
propriedades básicas deste "reforçador penetra nos sistemas sensoriais. A quantidade
desconhecido", a estimulação sensorial. total de inputs sensoriais vinda do conjunto da
colagem de estímulos - de dentro e de fora do
organismo - pode variar em qualquer lugar de
QUANTIDADE E QUALIDADE muito baixa, média, até muito alta. Sob
condições normais de vigilia, tanto níveis
A estimulação sensorial vem de todas baixos como altos de inputs sensoriais
as partes da colagem de estimulos: de fora e funcionam como punidores incondicionados.
de dentro do corpo. Recebemos continua­ Entre os extremos, há um nivel intermediário,
mente estímulos do mundo externo através ótimo, de estimulação sensorial que funciona
dos cinco sentidos - visão, audição, olfato, como um reforçador incondicionado. Quando
paladar e tato. Quanto mais coisas acontecem recebemos pouca estimulação de fontes
em nosso ambiente tanto mais estimulação internas e externas, experimentamos as sensa­
sensorial atinge os cinco sentidos. Há também ções aversivas de tédio. Por outro lado, muita
estimulação sensorial causa as sensações
órgãos dos sentidos internos que detectam
aversivas de nervosismo, ansiedade ou hiper­
sensações de todas as partes do corpo,
incluindo o cérebro. Estes receptores nos tensão. Entre "muito pouco " e ,fem excessoM-
entre tédio e ansiedade27 - há uma zona ótima
levam a sentir várias respostas internas tais
onde o input sensorial é agradável. Níveis
como reações do estômago, palpitações no
coração e as contrações nos nossos músculos ótimos de estimulação sensorial funcionam
quando movemos os braços, pernas ou outras como um reforçador positivo incondicionado.
partes do corpo. Podemos também sentir Se você estivesse em casa sozinho em
quando nosso cérebro está cheio de atividades uma tarde sem nada para fazer, você poderia
ou em estado inativc. Pensamento, fantasia e tomar-se entediado. Não ter o que fazer deixa
sonhos podem prover estimulação sensorial você com baixos níveis de input sensorial, que
tão interessante que as pessoas podem causam tédio. Ligar o som poderia ajudar a
negligenciar a estimulação sensorial externa aliviar o tédio, pois a música provê um
pelo prazer da estimulação mental. Todas aumento na quantidade de estimulação
estas modalidades sensoriais podem dar prazer sensorial. Ligar o som é reforçado pela fuga do
quando as pessoas são estimuladas por tédio e o começo de uma agradável
estimulação sensorial. Se você tem um sistema
de som poderoso, você pode aumentá-lo até
: í Schultz (1965), Ellis (1973), e Zuckerman sentir o poder do amplificador de 200 watts;
(1974, 1984) apresentam algumas das mais integradas mas o volume, provavelmente, será abaixado
análises das propriedades de reforçamento de para um nível mais confortável depois de
estimulação sensorial Antes disto, muiios
poucos minutos. Impulsos sensoriais altos são
pesquisadores demonstraram que o input sensorial era
reforçador (Butler, 1958, 1965; Mason, 1965, Kisli.
claramente aversivos, conseqüentemente,
1966; Campbell, 1972). Baldwin e Baldwin provêm reforçamento negativo para baixar o
(1977,1978b, 1981) apresentam um sumário da
literatura sobre reforçamento por estimulação sensorial
cm pri matas c humanos. 27 Csikszentmihalyi (1975).
P fifw p o » do Cortipw w neoto r a Vifla D>âna 102

volume Entretanto, você nâo baixa o volume dentro da zona ótima, por exemplo, ajustando
ate o ponto cm que dificilmente poderia ouvir o volume de um equipamento de som. Quando
a música Entre os extremos de estimulação a gente anda com os olhos meio fechados em
sensorial "muito pouco" e “em excesso" está a um dia claro, estamos reduzindo a quantidade
zona ótima, onde o volume traz prazer As de luz que penetra nos olhos para um nivd
pessoas usam seus equipamentos de som num mais agradável Quando acendemos as luzes à
uive) intermediário de volume na maioria das noite, estamos aumentando as luzes para o
vcaes. Ajustar o volume para níveis interme­ nível ótimo. Se nossas cabeças estão ocupadas
diários é reforçado por níveis ótimos de com pensamentos que nos impedem dc dormir
estimulação sensorial Deve-se notar, entre­ á noite, uma pílula para dormir ajuda-nos a
tanto, que a zona ótima c consideravelmente eliminar a estimulação mental excessiva. Se
ampla: há uma escala dc volumes que as não temos nada para pensar e nos sentimos
pessoas consideram compensadores, depen­ entediados. podemos pegar o jomal ou ligar a
dendo do tipo de música, hora do dia ou TV para obter inputs que estimulem nossos
atividade do momento. sentidos. Quando algumas pessoas querem
mais estimulação, elas usam drogas
Muitos motociclistas podem sentir-se
rapidamente entediados se tém que dirigir estimulantes - como café, anfetaminas ou
nicotina - que produzem uma rápida "excita­
sempre a 10 ou 20 Km por hora
ção" por aumentar os inputs sensoriais inter­
Simplesmente, nio há muita estimulação
nos. Outras pessoas aprendem que eventos
quando se anda tão devagar. Entretanto, a 60
excitantes c atividades físicas vigorosas
ou 90 Km por hora, tanto o toque do vento
produzem uma “excitação natural". Todos
quanto a rapidez na mudança dos inputs
estes comportamentos são emitidos porque
visuais provêem um nivd ótimo de
des evitam os estados aversivos de sub ou
estimulação sensorial que e hilariante e
supcrestónulaçâo (reforçamemo negativo) e
gratificante de se experimentar. Se autori­
porque eles produzem os reforçadores de
zados a testarem uma motocicleta rápida,
inputs sensoriais ótimos (rtforçam ento
numa pista de corrida, muitos motociclistas
positivo).
poderiam imprimir altas velocidades - talvez
I IO, 140 ou 190 Km por hora - nas quais o Qualidades. No mínimo três qualidades
input de estimulos para todos os sentidos foi de estimulo afetam sua capacidade para prover
muito alto. Depois de experimentar a emoção estimulação sensorial; Variedade. Intensidade
da alta velocidade por uns poucos minutos, e Significação .u Eles são fadlmcntc
eles estariam prontos para voltar para lembrados como VIM* Cada estimulo tem to­
velocidades intermediárias. Dirigir em das as três propriedades VIM. mas o grau de
velocidades intermediárias e reforçado por variedade. intensidade e significação
níveis ótimos de estimulação sensorial; e encontrado cm estimulos diferentes pode variar
dirigjr em velocidades extremamente altas ou
baixas é punido por sub-estimulação ou
a Quebrando o input icosorial not tnès cwnpo-
su per-estímu-laçào Novamente, a zona ótima
ncoies dc variedade, imensidade a Significação. Fiske e
é ampla, e isso varia para diferentes pessoas Maddi ( 1961> fornecera ura coajooto dc disoncunações
cm diferentes ocasiões Algumas pessoas úteis para identificar os feoòracaos de estimulação
podem considerar 60 ou 90 Km por hora a sensorial no dia-a-dia. Dcve-se obtem * que esta
velocidade ótima para motociclismo; enquanto classificação nâo 4 u única posstvd. Por exemplo, a
outras podem preferir 90 a 130 Km por hora - tncotooua menial, fisica c cmocwaaL pode set usada
cm miiHM análises de input seasonal (Blum et al„
se a lei permitisse este prazer.
1967)
As pessoas frequentemente ajustam a • N.T. - V • variety. I ” imensit), M -
quantidade de input sensorial para deixá-lo mcaningfiilocss.
do Con^pprtanc^lg Vtfla 0 .3*19

amplamente Um estimuJo podc corner todas qualquer significado para aquelas pessoas que
as três num nivel alto, enquanto um segundo nâo aprenderam português Estimulos neutros
estimulo podc conter somente uma ou duas tem baixa significação porque eles produzem
destas três qualidades em nivel alto. pouca ou nenhuma resposta. US’s c CS's são
significativos porque diciam respostas reflexas.
S ^ s e S*’s são significativos porque
V ariedade. Variedade é o tempero da estabelecem a ocasião para emitir, ou nâo.
vida! Alguns estímulos provêem experiência certos operantes. Quanto mais significativo e
mais variada que outros. ír a um baile de um estimulo, mais respostas internas e externas
carnaval ou a um baile de fantasia prove mais ele produz, e mais ele acrescenta á estimulação
variedade do que ir trabalhar pela milésima sensorial total que a pessoa experiencia.
vez. Todos os estimulos sc localizam cm
A estimulação sensorial total que urna
algum lugar num continuum de baixa
variedade até alta variedade. Estímulos pessoa recebe de uma dada colagem de
familiares, monótonos ou simples, provêem estimulos depende das três qualidades dos
estímulos. Por exemplo, para um amante da
baixa variedade e mais provavelmente
produzirão tédio. Estímulos novos, variáveis, natureza, um andar silencioso através dos
complexos ou surpreendentes provêem maior campos pode prover baixa variedade, baixa
variedade Quanto mais novo ou variado o imensidade de estimulo e alta-significaçào 0
input de um estimulo, mais ele acrescenta á trabalhador veterano que opera uma britadeira
no conserto de uma rua expcriencia alta
estimulação sensorial total que a pessoa
intensidade dc estimulo, mas pouca novidade
experimenta a partir da colagem de estimulos.
ou significação. Divertimento è geralmente
usado paia proporcionar variação na vida.
Intensidade. Cada estimulo se localiza Alguns divertimentos envolvem baixa in­
em algum lugar de um continuum de baixa tensidade de estímulos (por exemplo, um
intensidade até uma alta intensidade: do silencioso concerto de violão); outros
escuro até o brilhante, do silencioso até o provêem estimulos de alta intensidade (por
barulhento, do simples até o poderoso, do exemplo, uma volta de montanha russa)
macio até o duro. Quanto mais intenso o Alguns divertimentos oferecem baixa
estímulo c, mais ele acrescenta à estimulação significação (uma distração superficial): e
sensorial total que uma pessoa experiência 0 outras, alta significação (um filme que provoca
estimulo muito intenso é geralmente aversivo - dias de reflexão).
por exemplo, quando as luzes são muito
brilhantes ou o bamlho muito alto. Mas as
pessoas tomam-se entediadas quando a
RELATIVIDADE
intensidade de todos os inputs sensoriais c
reduzida a niveis muito baixos - como cm Todos os reforçadores c punidores
experimentos de privação sensorial que isolam incondicionados são rdativos. a estimulação
as pessoas de todos os estimulos imensos. sensorial não é uma exceção A capacidade dos
inputs sensoriais de servirem como reforça­
Significação. Cada estimulo se localiza
dores ou punidores depende de vários fatores.
em algum lugar de um continuum de baixa
significação até alta significação. Um estimulo Primeiro, a capacidade de uma fo n te de
é definido como significativo para uma pessoa, estirmdos para funcionar como um reforçador
se a pessoa responde àquele estimulo. Por ou punidor é influenciada pelos outros
exemplo, a palavra "PERIGO* tem significado estimulos presentes na colagem de estimulo s.
para as pessoas que falam ou ièem português,
e elas respondem a ela Mas ela não tem
Puneíftflt do C ynportam rto n» yrf» D itrn 104

F»7er ginâsiir» HiariarriMif* pftH^ « f ouvir o disco .0 ou 15 vezes, você percebe


cnicdiante por ser repetitivo: mas com música que a novidade já "passem gradualmente" A
• « i com amigos - pode ser agradável, porque medida que a novidade declina, há menos
fazer ginástica agora i pane de uma reforçadores sensoriais para tocar o disco e
experiência sensorial to ta l mais estimulante vocé o toca menos frequentemente a cada
Um show barulhento na TV poie prover semana Evertual-meme, há tão pouca
ótm os niveis de input sensorial c reforçar novidade que o disco deixa de produzir niveis
nessa atenção total se não hà nada mais ótimos de inputs sensoriais, e então você pára
acontecendo em casa Entretanto, se as crian­ de tocá-lo (devido à exintção).
ças estão gritando, a máquina de lavar está
ligada, a torcadeira está soltando fumaça c o
terfone toca a cada minuto, nós ooderemos
m
oüuu o »luw u4 TV barulhento e irritante.
ls.0 lonta a qualidade lotai da estimulação
sensorial tão aha que e aversiva, o que provê
un reforçamento negativo para dedigar a TV
oa solicitar que algucm o faça.

Segundo, a capacidade de estimulos


para prover experiências nova e variada
declina com sua exposição repe'tda.*9 Um
estimulo é mais novo a primeira vez que a
pessoa o experimenta. Experiências repetidas FIGURA 6-3 - Um disco perde sua novidade e
com o estimulo leva-o a perder sui novidade. capacidade de prover estimulação senso­
Este fenômeno é chamado de halttuaçâo. A rial ótima, após ser tocado repetidamente
primeira vez que um adolescente dirige ura Cada porto na figura representa uma
o i t o , a experiência é nova, estimulante e utilização do disco. À medida que a
eccitante Com a repetição da experiência, a novidade diminui, o tempo entre as
novidade "passa gradualmente", devido à utilizaçôet aumenta
habituação. A primeira vez que a gaite faz
aguma coisa, o comport amerto parece
especialmente excitante, porque dc e novo. Uma casa nova sendo construída na
Desde que a novidade é uma fonte importante vizinhança provê mais novidade do que casas
de variedade (o V em VIM), a novdadc é um velhas (pois as wlbas já perderam a sua
componente crucial da estimulação sensorial. novidade). Há mais estimulação sensorial para
reforçar o comportamento de olhar para a casa
A F ig u ra 6 3 m o s tra c o m o o h ab itu ação
nova do que para as casas velhas. Passados
riduz a estimulação sensorial total dc um
meses c anos, a casa mais nova também perde
tstímulo quando a novidade passa gradual­ a sua novidade, e olhá-la não mais proverá
mente. Quando vocé compra um d.sco novo, a recompensas sensoriais do que olhar para as
ruisica é mais nova durante as primeiras horas outras casas. Ela ewntualmente "mistura-se
cue vocé a ouve. A novidade acrtsccnta-se a com as outras", embora se "destacasse"
estimulação sensorial total obtida por tocar o quando nova. Novas mudanças na vizinhança
disco, produzindo niveis ótimos dc input podem udesta:ar-se como um dedo ferido'1 no
censorial que reforça tocar o disco várias
inicio, porque d as são mais novas do que o
vezes durante a primeira semana Depois dc resto dos estimulos Depois de algum tempo, a
habituação reduz a novidade do “dedo ferido*
* W d k c r 0 9 ( l . 1971) c as mudanças param de produzir
Pftnc;s<ott co 10^

reforçamento para olhá-las. mais do que para


outros estimulos.
A velocidade do processo dc habituação
podc vuríar. Alguns estimulos perdem a sua
novidade rapidamente; outros, lentamente. A
habituação è usualmente mais lenta quando c o
um estim ulo é complexo, vanável, e bem
diferente dos estim ulos que já são fam iliares. 1
AJguns õlmes de ritmo rápido, com efeitos
V H, *♦
especiais complexos, provécm tanta estimu­ i i I I I l i-É u i t r
10 19 20 25
lação nova que as pessoas os assistem várias Sentiu
vezes, sem que se sintam entediadas Outros
filmes, com menos novidade e complexidade,
podem se tom ar cansativos mesmo antes que
os vejamos inteiros pela primeira vez, e não
lhes danamos uma segunda chance. Quando FIGURA 6.4 - O primeiro período de habi­
uma criança ganha vários brinquedos pelo seu tuação está entre A e B. A recuperação- da
aniversário, os mais simples • e aqueles mais novidade e vista cm C. após um periodo
semelhantes aos velhos brinquedos familiares - de nenhum contato com o estimulo. Cada
perderão sua novidade mais rapidamente do ponto na figura representa uma utilização
que aqueles totalmente novos e complexos. do disco.
Quanto mais rápido um brinquedo perde a sua
novidade, mais depressa a criança deixa de
brincar com d e (devido a ausência de recupera a novidade è chamado de recupera­
reforçamento). ção. A Figura 6-4 mostra a habituarão
Naturalmente, a novidade é somente original a um estímulo (de A a B). seguido por
uma das fontes de reforçamento; assim, uma um periodo de nenhum contato (de B a C).
pessoa pode continuar emitindo um comporta­ então a recuperação do interesse (em C). Se
mento muito tempo após a novidade ler vocc está revendo sua coleção de discos e
passado, se o comportamento for mantido por encontra um que não tenha locado por um
outros reforçadores. Uma criança pode longo periodo. você pode tirá-lo e ouvi-lo
preferir uma boneca velha a uma nova e Como se passaram vários meses desde que
brincar com ela durante anos, se a boneca vocé o ouviu pda última vez, o estímulo
velha se tomou especialmente atraente por sua rccupcrou parte dc sua novidade (em Q . O
associa^So com vários reforçadores positivos - disco não soará tão novo como quando vocé o
tais como fantasias prazerosas ou segurança á ouviu pela primeira vez (em A), mas ele lhe
noite. parecerá mais novo c mais interessante do que
da última vez cm que o ouviu (em B). Uma vez
que o disco recuperou novidade suficiente para
Terceiro, depois que uma pessoa deixa
prover novamente níveis ótimos de estimu­
de encontrar novidade no estim ulo (devido à
lação sensorial há reforçadores sensoriais para
habituação), o estimulo pode recuperar uma
que vocé o toque várias vezes. Durante cada
fração de sua novidade se há um período de
repetição, a habituação rouba*lhe novamente
tempo no qual a pessoa não encontra o
sua novidade. O declínio do interesse (de C a
extim uio.100 processo pek> qual um estimulo
D) tende a ser mais rápido do que a habituação
original (dc A a B). Depois que a novidade
passa gradualmente essa segunda vez* o disco
W dkcr<196l).
Prif>cig<o» oo Como&'Tft'nttt’to n» V-da Oiiria S06

novamente deixa de prover estimulação os patins acabam no fundo do armário da.


seasonal iulídem e para reforçar o criança. Os pais perguntam: "porque nào o
comportamento de tocá-k). vemos m ats com os setts patins?". "Enjoei dos
p a tin s a criança responde. Uma vez que a
Algumas crianças viram ET diversas
novidade se foi, há poucos reforçadores
vezes quando ele apareceu pela primeira vez.
sensoriais para se andar de patins. Depois que
Depois de ter visto o filme cinco vezes, uma
a criança passa meses sem andar de patins, hã
criança pode . veniualmente perder o
uma recuperação parcial da novidade A
interesse, desde que a habituação removeu a
criança pode redescobri-los um dia, e voltar a
novidade que reforçava vê-lo. Vários anos
patinar por dois ou trés dias, antes que a
mais tarde, a criança pode ver ET na tdevisão
novidade - e os reforçadores sensoriais -
e demonstrar um interesse renovado por ele,
diminuam novamente. Este cácio de andar e
uma vez que o filme pareceu novo outra vez,
não andar de patins pode se repetir várias
devido aos efeitos da recuperação. Bastará vê-
vezes.
lo uma ou duas vezes antes que a novidade
passe gradualmente pela segunda vez
Quarto. M á/crenças individuais tia
O comportamento que é re/orçado pela preferência das pessoas pelos níveis de
novidade, algumas vezes aparece em ciclos variedade, intensidade e significação dos
repetidas de habituação e recuperação. A estimulas (VIM). Todas as combinações de
cada junho, quando uma família vai para um diferentes níveis de VIM são possíveis. Uma
lago nas ferias de verão, a novidade e pessoa pode amar altos niveis de V e I mas
excitação são especialmente fortes durante a níveis moderados de M; enquanto outras
primeira semana, desde que um ano inteiro sc preferem baixos niveis dc V e L, mas altos
passou para remar, esquiar, fazer pte-nies e niveis de M. Essas preferencias pessoais
recuperar tais novidades Entretanto, as podem ser geralmente atribuídas a experiências
atividades no lago perdem sua novidade á passadas de aprendizado do indivíduo.31
medida em que as férias avançam, e a familia
está pronta para deixar o lago após duas Algumas crianças crescem cm lares
semanas. Um ano mais tarde, o cido de ativos, onde os pais falam muito, participam de
recuperação e habituação ocorrerá novamente. vários esportes ou clubes, recebem visitas
A s pessoas podem atravessar periodos frequentemente, se divertem freqüentemente e
freqüentando restaurantes chineses, várias encorajam seus ülhos a ter amigos em casa,
noites ruima semana (até que a novidade sempre. Se há reforçamento positivo generoso
desapareça) e então passam meses sem comer por participar em alto nível de atividade social,
comida chinesa. Durante o intervalo, os as crianças crescerão gostando de atividade
efeitos da recuperação tornam a devolver á social constante A solidão pode ser entediaiue
comida chinesa sua novidade. O ciclo de jantar para elas. desde que está abaixo do seu nivel
em restaurantes chineses pode scr repetido preferido de interação social freqüente Outras
duas ou trés vezes a cada ano pessoas crescem em lares com muito pouca
estimtüação. Uma criança pode achar que as
Quando p u s compram patins para os melhores horas são gastas fantasiando ou
filhos, estes podem iniáar ciclos de habituação brincando sossega damente com seus
e recuperação Primeiro, a criança vai usar os
patins todos os dias, duranse várias semanas
desde que haja novidade suficiente para se “ Zucfacnnan (1974. 1984) postula uma base
andar de patins frequentemente. Gradual­ gcoctici para as diferenças individuais na preferência
mente, a novidade desaparece, os reforçadores dc niveis dc csumulaçlo lúurciauto, a aprcndi/agcta
sensoriais diminuem e a criança deixa de usar pode ser mais unponame do que a teoria biológica dc
os patins tio freqüentemente Eventualmente. Zuckcrman sugere (Baldwin. 1984).
Pwcimo» da Co.npoflemm o ca v.<to frèrla 10?

brinquedos favoritos Talvez os pais leiam à Quinto, há diferenças individuais no


noite, ao invés de receberem amigos, e a "gosto" das pessoas por diferentes tipos de
criança aprende a se divertir lendo, porque os estimulação sensorial. Por exemplo, a maioria
pais demonstram interesse sincero pelas coisas das pessoas gosta de ouvir música pois da
que a criança está lendo ou pensando. Nesse pode prover niveis ótimos de estimulação
tipo de lar, uma pessoa pode crescer gostando sensorial. Entretanto, as pessoas possuem
de arredores sossegados, com o mínimo de "gostos" consideravelmente diferentes por
inputs sensoriais de alta imensidade A música Algumas gostam de rock, outras o
primeira impressão de um observador pode ser detestam Algumas gostam de música barroca,
dc que a pessoa quieta gosta de baixos niveis outras a consideram muito mecânica As
dc estimulação sensorial Uma observação preferencias de gosto são aprendidas. Adoles­
mais cuidadosa poderia revelar que a pessoa centes recebem reforçadores sociais dos
está realmente gostando de altos níveis de amigos por gostarem dc rock. Os freqüen­
novas idéias e significação, e somente a tadores de concertos trocam reforçadores
imensidade do estimulo é preferida em baixas sociais por ouvir e apreciar música clássica. As
niveis. pessoas geralmente desenvolvem um "gosto"
A preferência pessoal das pessoas por por tipos de música que estão intimamente
associados com eventos prazeirosos, signifi­
diferentes combinações de variedade, intensi­
dade e significação do estimulo muitas vezes cativos e reforçadores.
influência suas interações sociais.n Duas As pessoas desenvolvem diferentes
pessoas que aprenderam a ser altamente gostos em arte. literatura, humor, tema de
sociáveis * falando e pithcriando durante todo conversação e muitas outras formas de
o dia com muitas pessoas diferentes - estimulação sensorial. Os livros provêem uma
provavelmente se darSo bem uma com a outra; estimulação sensorial que c alta no tocante ã
mas, nenhuma das duas achará muito excitante significação; mas as pessoas têm diferentes
interagir por longos períodos com uma pessoa gostos quanto a isto. Algumas gostam de
quieta e reflexiva, que prefere conversações biografia, outras gostam de mistério; outras já
sérias e profundas. Por outro lado, duas preferem histórias de amor Há significação em
pessoas quietas e caladas podem se dar todos os livros, mas cada história particular de
perfeitamente bem uma com a outra, embora aprendizagem leva-a a responder a diferentes
nenhuma das duas encontre prazer cm inputs sensoriais como significativos
interagir com pessoas altamente falantes e
Sexto, os ciclos diários de sono e vigilia
sociáveis.
alteram a altura da zona àtinta de
Preferências por estimulação sensorial estimulação.11 Quando estamos com sono* os
podem ser especificas dc uma situação Um baixos niveis <le estimulação sensorial de um
professor pode gostar de ensinar de uma quarto escuro e quieto são estimuladorcs
maneira muito ativa • andando e escrevendo ótimos, agradáveis e recompensadores. mas
no quadro o tempo todo - porque isso ajuda quando estamos acordados, esses baixos niveis
os alunos a se interessarem pelo assunto. Este dc estimulação são desestimuladores, emedian-
mesmo professor pode preferir formas muito tes e aversivos Quando estamos com sono. a
sossegadas e suaves de interação face-a-Jàce, estimulação sensorial das áreas de luz e
pois isso conduz a uma conversa seria e barulho é aversiva. mas esse niveJ de input
significativa sensorial pode ser estimulante no nivel ótimo e
recompensador, quando estamos acordados.

” Maddi<1980) 11 Klritman (>949» Maddi (1980V


Princípios do Com portamento na Vida Diàna

Há sistemas reguladores biológicos que


automaticamente ajustam a zona ótima para
cima e para baixo para produzir o cicio diário 3 Alto
vigília/sono. A Figura 6-5 mostra o cicio
diário típico de preferências de estimulo* do
meio-dia de um dia, até o meio-dia do
próximo. Durante a tarde e a noite, as pessoas
consideram níveis intermediários de estimula­
MM» rm*t MM
ção sensorial como ótimos e reforçadores. Murt» lar**
Assim, ser ativo e ocupado é reforçado por
estimulação ótima, e a passividade é punida
pelo tédio. Entretanto, quando aproxima a
hora de dormir, a zona ótima começa a
descender, tomando compensador procurar o FIGURA 6.5 - Um cicio típico de vigília-sono,
escuro, arredores quietos - que são, natural­ mostrando como a zona ótima descende
mente, mais adequados para dormir. Durante durante o sono.
toda a noite, os baixos níveis de input
sensorial que contribuem mais para dormir sao
compen-sadores. Se somos acordados por 6-5). Neste momento, os baixos níveis de
ruídos estranhos na casa, que desencadeiam estimulação sensorial ótimas para dormir
uma longa cadeia de pensamentos, a atividade :omam-se entediantes e as pessoas precisam de
cognitiva pode prover tanta estimulação altos níveis de input sensorial para uma
sensorial interna que não podemos voltar a experiência compensadora. Abrem cortinas,
dormir. A atividade cognitiva que se encontra deixam a luz entrar no quarto e partem para
acima da zona baixa ótima para dormir nos um dia de atividade estimuladora.
impede de dormir e é aversiva. Podemos Algumas pessoas acordam e atingem o
tentar interromper isto contando carneiros nível total de atividade diária mais rapidamente
(uma atividade monótona de baixa do que outras. Sua zona ótima de atividade
estínmltujãu) ou tomando uma pílula para diária chega ao seu nível total imediatamente
dormir. após acordar. Em contraste, os mais lentos
Quando as crianças são colocadas na podem precisar de várias horas - e talvez várias
cama antes de estarem cansadas, suas zonas xícaras de café - antes que seus olhos estejam
ótimas ainda estão altas (em A, na Figura 6-5) completamente abertos e que estejam prontos
e a cama é enfadonhamente desestimulante para o dia. Essas diferenças podem ser
(em B). Então, a criança que é colocada na atribuídas ao condicionamento passado da
cama cedo, freqüentemente descobre fórmulas pessoa. Se há atividades altamente compensa-
de levar seus inputs sensoriais para acima da doras que ocorram quando a pessoa se levanta
zona do tédio, até que seu sono venha. Elas a cada manhã, isto reforça a resposta de se
fantasiam na cama. Elas levam brinquedos ou levantar rapidamente. Por outro lado, se a
livros para a cama. Conversam com seus manhã é associada com poucos reforçadores
irmãos ou vão algumas vezes ao banheiro. ou com experiências aversivas, a pessoa
Quando sua zona ótima c finalmente abaixada a p re n d e a a c o rd a r le n ta m e n te
pelo cansaço (em C, na Figura 6-5), elas A estimulação sensorial é um dos
acham recompensadora a baixa estimulação reforçadores mais importantes no dia-a-día
sensorial, se acomodam e dormem. porque influencia o comportamento 24 horas
Depois de uma noite de sono, a zona por dia, estando nós dormindo ou acordados.
ótima sobe para os níveis do dia (D na Figura Embora as pessoas prefiram diferentes níveis
Ptmeipio» do Ç y rc o n a n n w o n a vm a O^f»» 109

dc estimulação sensorial em diferentes horas altos niveis de input sensonal levam-nas a se -


do dia, os estímulos estão sempre atuando tomarem nervosas, tensas e ansiosas.
sobre o s órgãos do sentido, e bá sempre um A s crianças tendem a experimentar os
nível ótimo de estimulação sensorial, que é um
extrem os de sub e supetvstrmulação mais
reforçador.
freqüentem ente que os adultos. Essas expe­
riências extremas ocorrem porque as crianças
Sétim o, a zona de estimulação sensonal têm menos poder e habilidade do que os
ótima ê rebaixada pela doença e fadiga. adultos para controlar seu ambiente e as ativi­
Quando as pessoas estão doentes ou dades de outros. Geralmente leva-se anos para
esgotadas, os sistemas reguladores do corpo sc obter a habilidade c o controle necessários
ajustam automaticamente a zona ótima dc tal para evitar situaçóes que induzem à sub ou
maneira que níveis mais baixos de estimulação superestimulação. Os exemplos que sc seguem
sensorial são reforçadores. Isto toma recom- mostram os diferentes tipos de problemas que
pensador buscar a quietude e lugares escuros. crianças e adultos enfrentam para permane­
O sol brilhante de um dia claro de verão é cerem otimamente estimulados.
doloroso para os olhos de uma pessoa doente.
A aversivídade de um dia claro provê reforça*
mento negativo para se colocar óculos escuros Problemas da Infância. Crianças são
ou entrar era casa. Participar de uma festa freqüentemente submetidas á situações que
barulhenta também provê input sensorial causam sub ou superestimulação. Ficar presas
excessivo para a pessoa que está doente ou em casa. num dia chuvoso, pode causar tédio,
exausta. A doença e fadiga levam a pessoa a se nSo aprenderem um bom repenório de
evitar atividades estimulantes que poderiam atividades de auto-entretenimento. Uma
ser ótimas para uma pessoa saudável e a criança pode ligar a TV e ser recompensada
procurar baixos níveis de input sensoriaL por uma barragem de estimulação sensorial.
Deitar numa cama macia em um quarto escuro Após algumas horas, ver televisão se toma
é reforçado pdo prazer de baixo input enfadonho A criança foi acostumada aos tipos
sensorial. A esquiva da atividade é, com de estimulação sensonal que a TV apresenta.
certeza, uma resposta biológica adaptativa A criança se levanta e começa a vagar ao redor
para a doença ou exaustão, unia vez que a da casa. olha pelas janelas, abre todas as portas
quietude e o relaxamento levam ao descanso e dos armários e olha as gavetas Não há nada de
á recuperação. novo em tais lugares. Vagueia pela casa e vai
até o sótão. Olhar velhas roupas e brinquedos
antigos pode prover alguma novidade sc a
PFJjMANÈNClA DO NÍVEL Ò77MO DE criança não esteve no sótão por alguns meses
ESTIMULAÇÃO (devido à recuperação); contudo, a
habituação logo rouba desses estimulos sua
Uma vez que niveis ótimos de novidade e a criança votta a entediar-se.
estimulação sensorial são recompensadores e a A excitação c um comportamento
sub c superestimulação são aversivas. há comum na infincia que é aprendido como uma
reforçadores positivos e negativos na busca de esquiva parda! ao tedio Muitas vezes, uma
niveis ótimos de estimulação sensorial. Entre* criança teve que sentar-se e ouvir enquanto os
tanto, a m aioria das pessoas nâo pode pais. parentes ou outros adultos, à mesa. de
permanecer todo o tempo otimamente estimu­ jantar, falavam sobre temas abstratos • ações
ladas. Poucas pessoas levam vidas livres do no mercado, a úlcera duodenal do chefe,
tédio e muitas atravessam períodos nos quais utilização dos recursos públicos, visando
palavras freqüentemente incompreensíveis para
Pnncioio» tio Cft*nPortamento na Vlfli D'X^a 1 10

crianças. Evidentemente, há uma estimulação itivel muito alto dc estimulos novos


seasonal recompensadora para os adultos que apresentados ao mesmo tempo, numa pequena
entusiasticamente falam, talam e falam, mas a sala, em um curto periodo de tempo. Ela chora
criança não teve a experiência de e grita com medo e ansiedade. Essas respostas
aprendizagem necessária para tomar estes de emergenda se basdam em reflexos
lemas significativos. A criança infeliz, presa congênitos que podem ser eliciados por uma
neste ambiente de exdtação, mexe para frente variedade de situações aversivas, incluindo a
e para trás na cadeira, balança ou chuta, e olha superestimulação. Se Billy chora o sufiaente,
cm tomo da sala. Todos esses operantes sua mãe poderá confortá-lo. Se ela o carrega,
produzem algum impulso sensorial e por isso o abraça carinhosamente e diz-lhe coisas
são reforçados pela fuga parcial do tédio. Por reconfortantes, cia o ajuda a escapar d a super­
exemplo: chutar produz input sensorial estimulação. No entanto, muitas crianças
reforçador pelo movimento dos músculos, pequenas não são fsdlmcnte acalmadas cm tais
pela pcma que bate contra os móveis e pelo situações de pânico
balanço da cadeira, isso pode nâo parecer com À medida que a criança cresce e se
Q3 tipos mais excitantes possíveis de input
familiariza com um grande número de
seasonal, mas d es provêem alguma variedade ambientes diferentes, as situações novas tem
c intensidade de estimulo. A estimulação menos probabilidade de produzir superesti­
sensorial autogerada p d a criança pode estar mulação extrema. Quando Billy tiver quatro
k>nge de ser uma estimulação ótima, mas é anos e for p d a primeira vez à escola, d e será
nvdhor do que nada. outra vez exposto a um novo conjunto de
Crianças, multas vezes, são atiradas em estimulos ambientais, mas d c. provavelmente,
situações completamente novas para elas. Ser será menos severamente afetado do que foi no
bombardeadas com altos niveis de estimulação cabeleireiro há dois anos atrás. Aos quatro
sensorial que podem superestimulà-las ao anos de idade, cie se habituou a um grande
ponto do pânico c histeria. Considere a número dc diferentes tipos de construções,
situação de Billy, de 2 anos de idade, quando lugares, parques, adultos e crianças. A primdra
levado pda primeira vez ao cabeleireiro. Se vez que vaí à escola e é cercado por vinte
Billy nunca esteve lá, ele será bombardeado colegas novos, Billy será exposto a um nivd de
com novos estimulos. Ele estará cercado por estimulo novo e desconheddo que excedc sua
paredes brancas, com grandes espelhos experiência diária normal; mas com quatro
refletindo em todas as direções. Ele ouve sons anos de aprendizagem anterior, a situação não
dos aparelhos e olha estranhamente para será totalmente estranha No primeiro dia dc
homens vestidos dc branco, fazendo coisas aula, d e pode sentir uma pequena ansiedade e
estranhas nas cabeças e faces de desconhe­ algum medo de se aproximar d c crianças
cidos, que estão sentados em cadeiras brancas desconhecidas para brincar. É provávd que sc
d c aparência não comum Billy nunca viu nada esquive dos estimulos mais estranhos (as
mais bizarro do que este lugar. Ele fica de pé fontes de maior superestimulação), ficando
junto ã mãe, abraça suas pcmas c olha ao próximo dos estimulos mais familiases. Se ele
redor. De repente, um estranho o pega e o conhece um vizinho, poderá ficar peno dessa
leva até a cadcira. Ele é posidonado. enrolado criança no primeiro dia. Se sua mãe não foi
era um pano grosso de odor estranho Se Billy embora, haverá uma tendência de ficar peno
não começou a chorar agora, espera apenas dda. Sendo assim, a superestimulação mode­
até que instrumentos de aço, frios, sejam rada não produz chôro ou ruptura severa do
colocados contra sua pele macia, ou que o componamento. mas ela é aversiva e reforça
cortador dc cabelo détrico comece a negativamente aqudas atividades d e fuga ou
frncionar A criança está sendo exposta a um esquiva da superestimulação.
Pftfvcioios do Corroortyntnto na Vrfla P úud 1I \

Problemas dos Adultos. Quando che­ surpreendidas com muito mais estimulação-
gam à fase adulta, muitas pessoas terio sensorial do que estão habituadas: a alta
aprendido a esquivar-se consideravelmente densidade de carros, pessoas, sinais e rápidas
bem da sub e superestimulação. Entretanto, transações dc negócios geram um nivel de
nem todos os adultos tem essa sorte. Alguns supercstimulação que pode ser desgastante.
estào envolvidos em trabalhos enfadonhos e Após sinos dias na cidade grande, alguns
rotinas diárias entediantes que tomam o tédio acham que a superestimulação tomou-os
difícil de ser evitado. As pessoas tem mais nervosos, ansiosos c impacientes com suas
probabilidade de vivendar o tédio se tèm uma famílias e desejosos de irem para um loca! dc
rotina de vida que inclui poucos contatos férias, mais sossegado (depois de viverem na
sociais, poucos amigos, poucos interesses na cidade grande por algum tempo, as pessoas
vida ou poucos hobbies. Os problemas do geralmente iv ftabitnain a alia esíimttoçõo
tédio podem aumentar à medida cm que a sensorial, aprendem estilos de vida que
idade avança, especialmente quando as minimizam a superestimulação e desfrutam
pessoas perdem seus parceiros e amigos das várias oportunidades que uma cidade
íntimos morrem, ou mudam-se da vizinhança. grande oferece)?1
Se as pessoas não ampliam seu ciclo de
Muitas pessoas viciadas no trabalbo e
amizades e atividades, a perda de vdhas que aspiram altas posições, sobrecarregaodo-se
companhias e de antigos interesses pode
com um número cada vez maior de
deixá-las com muito poucas coisas a fazer.
responsabilidades, são afundadas pelo trabalho
A superestimulação geralmente nio é O alto nivel de estimulação constante sempre
um problema para uma pessoa mais velha. À leva á tensão e nervosismo. Pessoas em
medida em que os anos passam e as pessoas se trabalhos stressantes podem também sofrer de
habituam à maioria dos eventos normais do sobrecarga de estimuto. A superestimulação
dia*a-dia, há menos e menos coisas que são pode ser desgastante para o corpo,
novas o bastante para induzir super- especialmente se a superestimulação persiste
estimulação suficiente para causar pânico e por períodos prolongados.* Controladores de
histeria. NSo obstante, situações altamente tráfico nas torres dc controle de grandes
incomurts tais como: ser pego num aviSo que aeroportos são constantemente inundados por
esteja caindo, num barco que aftinda ou numa input sensorial, uma vez que manuseiam os
cidade que está sendo dcstniida pela guerra • padrões complexos, e sempre em mudança,
podem inundar mesmo os sentidos de um dos aviões na terra e no ar: e têm uma alta taxa
adulto com estimulos de (amanha novidade, incomum de doenças cardíacas e úlceras.
intensidade e significação assustadora que a Executivos com grandes responsabilidades e
pessoa é superestimulada ao nivcl do pânico e muitos compromissos tendem também a ter
da histeria.14 altas taxas de colapsos físicos
Formas brandas de supercstimulação
sio, com certeza, mais comuns Muitos
adultos sentem algum grau dc nervosismo e
ansiedade ao mudarem dc ambientes,
adotarem novos empregos e participarem de
novos grupos. Quando pessoas de cidades MFischer(l9*1a.b)
pequenas visitara Nova York ou outras M Cobb e Rose (I97S) tetaum que a hipertcosóo
cidades grandes pda primeira vez são nos coíurobdofcs dc tráfico dc aeroportos í quatro
vezes mais alu òo que cm pilotos. Sdyc (1956) c
Mamndsl* (1977) i£m rrlanoAsdo úlccm iD8&afct
pesadelos, dotes de aibeça. lúpenenste e outras
” Hebb{l972:199). doenças á superestimulação crânio
Pr»nctpioa do Carftponamiyito fia Vida Oi&na I 11

Reação e Prevenção. Crianças peque­ nando exççssivamcnic estimulantes, muda para*


nas tendem a reagir a sub e superestimulação uma atividade mais calma e relaxante. ames de
respondendo após o aparecimento desses sc tomar aversivamente superestimulante (em
eventos aversivos Sensações avorsivas são os Y).
SD’s para reagir À medida que as crianças
adquiietn habilidades, aprendem a prevenir um
número de situações cada vez maior. As dicas
mostrando que sub ou superestimulação estão
para surgir tornam-se S^s. que levam as
pessoas a agir antecipadamente para se
esquivaram de niveis aversivos de estimula­
ção Na fase adulta, muitas pessoas são
capazes de organizar suas vidas de forma a
prevenir a maioria dos casos de sub c
superestimulação
A Figura 6-6 mostra as diferenças entre
reagir e prevenir. Padrões típicos de reação
são mostrados na metade superior da Figura.
Por exemplo, numa manhã cinzenta de sábado,
uma criança pode andar sem rumo ao redor da
casa até que se entedie totalmente (em AX
antes que tenha qualquer componamento que
possa tomar o dia excitante. Sc a criança sai e
se diverte brincando com outras crianças, seus
jogos aüvos podem criar inputs sensoriais
necessários para uma estimulação ótima (em
B) Se várias outras crianças mais velhas
participam dos jogos, suas brincadeiras mais
agressivas podem produzir superestimulação
para a criança mais nova (em C). Depois de
ser superestimutada e correr para ç-asa. uma FIGURA 6.6 - Padrões lipicos de reação
palavra doce dos pais c o contato fisico (acima) e prevenção (abaixo).
ajudariam a reduzir os niveis de input sensorial
da criança até a zona ótima (em D). A criança
É possível prevenir, em numerosas
reagiu aos niveis aversivos de estimulação em
A e C, depois de já ter saklo da zona ótima. situações. Se todos os seus companheiros dc
quarto avisam que vão deixar a cidade no
Uma criança mais velha poderia reagir fim-de-semana, as afirmações deles podem
saindo para brincar, antes de se sentir funcionar como S ^ s para prevenir, se você foi
entediada, e deixando a brincadeira antes que reforçado por fazè-lo cm situações similares no
se tomasse extremamente agressiva. Padrões passado Vocé poderá planejar uma variedade
típicos dc prevenção são mostrados na metade dc atividades estimulantes para o fim-de-
da pane inferior da Figura 6-6. Quando uma semana, para assegurar que não se sentirá
pessoa sente que as atividades do momemo entediado. Evitar o tédio com sucesso e ter um
não são suficientemente estimulantes, muda fim-de-semana estimulante reforçam a habili­
para atividades mais estimulantes, antes que o dade de prevenir. Sc lhe foi dado um trabalho
tédio comece (em X). Se uma pessoa percebe que pode facilmente produzir superestimulação
que as atividades subseqüentes estão se tor­ • como editar o jomal do campus - as
PgfieiBgt.OQ Cornconamemo na VKta Chflf-a 113

descrições das responsabilidades de seu eja oi) ver televisão. Pessoas que exercem
trabalho podem ser SD,s para prevenir, atividades monótonas freqüentemente confe­
minimizando eventos excitantes que poderiam rem graça às suas horas dc trabalho fazendo
produzir superestimulação. No inicio do troças, piadas e tendo outras interações.’7
trabalho você pode delegar responsabilidades,
As pessoas tendem a avaliar as outras 30
tarefes, solicitar as outras pessoas conselhos
longo de um continuum de ser "entechante" a
antes que as dificuldades suijam, e ajudá-los a
ser "e x c ita n te A pessoa enfadonha traz muito
resolver seus problemas ames que sc tomem
pouca estimulação sensonal i interação social
incontrotãveis.
A pessoa excitada pode falar muito depressa e
Naturalmente, nem todas as pessoas se mudar dc um assunto para outro tio freqüen­
tomam igualmente habilitadas para prevenir; temente que a interação c multo excitante.
nem a habilidade para prevenir, em algumas si­ Fjwre os extremos do entediante e do
tuações, garante a habilidade para prevenir em exdtame, há niveis intermediários de interação
outras. Entretanto, na medida em que as estimuladora que são rccompensadorcs. Hà
pessoas obtêm habilidade para prevenir, ocasiões em que é divertido interagir com
podem permanecer otimamente estimuladas alguém “cheio de vida", "excitante“ ou de
mais horas a cada dia. Um bom entendimento outra maneira, muito estimulante para se
dos reforçadores sensoriais é útil em ajudar as conversar. Mas. mesmo um r a v d de
pessoas a aprender a prevenir e regular seus estimulação mais moderado - apenas falar
inputs sensoriais com sucesso. Espera-se que sobre pessoas e coisas que se tem feito -é
este capitulo o ajude a compreender mais recompensador.
amplamente os reforçadores sensoriais e a Interações que reduzem a estimulação
tornar-se mais habilidoso para permanecer fornecem reforçadores sodais quando uma
otimamente estimulado.
pessoa é superestimulada. Quando ansiosas,
nervosas ou em pânico pela superestimulação.
REFORÇADORES SOC/A/S as pessoas precisam de uma fome de estimulos
suaves e brandos para reduzir sua carga
sensorial total a um nivcl suportável. Uma vez
A mera interação com os outros prove que crianças podem ser facilmente super-
numerosos reforçadores sociais para a maioria cstimuladas. freqüentemente precisam de
das pessoas. alguém para reduzir a estimulação. Os pais
A estimulação sensorial produzida pela fornecem redução de estimulo abraçando a
interação social é uma das principais razQes criança, acaridando-a e falando-the mansa­
pelas quais a atividade social ê recompen• mente. Estes estímulos suaves, reconfortantes -
sadora. Há dois tipos principais de reforça­ junto com a proteção contra quaisquer inputs
dores sociais. altamente cstimuladores que tenham causado a
superestimulação • ajudam a baixar os niveis
Interações estimulantes freqüentemente de estimulação a uma zona ótima Pane do
provêem reforçadores sociais causando niveis amor das crianças pelos pais c baseado na
ótimos de input sensonal. Quando uma pessoa habilidade deles para prover contato sodai
precisa de estimulação, é possível obter inputs reconfortante e calmo em momentos de
sensoriais a partir de um jogo de paciência ou superestimulação ** (Ursinhos e coberiures dc
um programa na TV. Mas muitas pessoas
preferem a interação soda! como fome de
input cstimulador. Falar ao tdefone ou v Roy< 1939-60).
conversar com um amigo é mais freqüen­
* Kcraer (1974), Stcrn (>977). Aiaswotih ct al.
temente recompen sador do que jogar padên-
(1978)
PnnciPKK do ComportarrxfflO na Vida DiAna 114

segurança podem'também prover a redução 'O conhecimento dos reforçadores


da estimulação, porem ttõv kvilo quanta o sensoriais ajudam a esclarecer que há fontes
amor dos pais). tanto externas quanto internas dc recompensas
sensoriais para a criatividade. O a ra su que
As pessoas nunca superam sua
está trabalhando uma nova tela vè o efeito
necessidade dc experiência redutora de
visual de cada nova pincelada na pintura
estimulos - espedalmeme quando estão sires*
sempre em mudança. Cada mudança na tela
sadas e superestimuladas. Qualquer experiên­
provê estimulação sensorial visual que reforça
cia excitante ou uma transição dc vida
a atenção para detalhes, pinceladas cuidadosas
imponantc pode produzir superestimulação c
e uma seleção dc bom gosto das cores. Há
motivar a busca dc contato suave e
também estimulação sensoriaJ interna
reconfortante para redução de estimulo e
proveniente da atividade mental á medida que
conforto. Quando um estudante deixa sua
o artista planeja a peça. avalia cada passo de
cidade pela primeira vez e vai para um colégio
progresso e decide o que fazer em seguida.
numa cidade estranha, há tantos estímulos
Algumas vezes o anista pode parar, olhar
novos para lidar duranic as primeiras semanas
cuidadosamente o trabalho e tirar prazer do
que a superestimulação não é incomum. Um
efeito sensorial total. Conludo. há mais
estudante pode procurar velhos conhecidos de
reforçamento sensorial para pinrar do que
sua cidade ou fa2er novos amigos, para. que
parar, trabalhar muna pintura sempre cm
reassegure interações com amigos que o
mudança provi mais estimulação sensorial do
apoiem Telefonemas á família ou amigos
que olhar uma pintura estática. Além do mais,
intimos cm sua cidade podem ajudar a
a estimulação sensorial é o reforçador natural
confortá-lo também. Embora haja fontes nâo
para desenvolver habilidades crescentes para á “"
sociais de redução dc estímulos - meditação,
criatividade. Quanto mais criativo o trabalho
exercidos de relaxamento, tranquilizantes,
do artista, mais reforçadores sensoriais d e
álcool • a maioria das pessoas prcfbrc ter um
produz, em forma de estimulação nova e
contato social r«confortador, quando são
significativa.
superestimuladas.
O comportamento criativo è recompen­
sado pela estimulação sensonal que ele
MOnVACAO INTERNA mesmo produz, ainda tpte nunca leve a
reconhecimento social, fama. lucros, ou
Os reforçadores sensoriais ajudam a outras recompensas externas conspicuaxw
explicar o comportamento que é usualmente Por definição, criatividade é a produção de
desenio como resultado de uma motivação coisas novas. O dentista criativa desenvolve c t“
interna.19 Por exemplo, o trabalho criativo de novas teorias 0 gerente de vendas criativo
artistas que pintam meramente por (notar - desenvolve novas formas de marketing. O
nem mesmo tentando mostrar ou vender uma comportamento criativo sempre produz
única peça de seu trabalho * é normalmente novidade e assim é sempre seguido por
atribuído & motivaç&o interna. Não parece reforçadores sensoriais baseados na novidade.
haver qualquer fonte externa dc reforçamento A estimulação sensorial é o reforçador natural
para seu componamento criativo, e, assim, é para a criatividade, e d e opera mesmo que não
fed) inferir uma mo úv ação interna. existam recompensas sodats - como dogio,
fama ou dinheiro - para o ato criativo. •

n Os reforçadores condioonados provècm a


scguptfa maior fonte de reforçadores para o
'comportamento inccroarocwc motivado* (Capitulo 7). * B aktoinc Baldwin (I981:209t 23W).
PnoacnM do Ccmoortamwtto_<)a y*la P i n t

Exploração e -jo ç o são òutros dois çompbrtamento-c os reforçadores são menos


comportamentos (além da criatividade) evidentes do que na brincadeira ativa da
freqüentemente atribuídos à motivação infância. O jogador de xadrez pode sentar-se
interna, Eles são também reforçados por calmamente, examinando cuidadosamente o
estimulação sensorial ótima. A exploração é às tabuleiro, pensando em estratégias, ensaiando
vezes descrita como sendo motivada pela dúzias de possiveis ataques e defesas. Cada
curiosidade ou questionamento, duas motiva­ nova jogada cria estimulação mental continua
ções interns. A exploração é na realidade de novidade para a pessoa que conhece o jogo
orientada e reforçada pela estimulação senso* e tem adversários que jogam num nivel
rial de novidade. A criança curiosa abre todas semelhante. A estimulação sensorial de ativi­
as gavetas da casa porque este comporta­ dades mentais internas provê reforçadores
mento exploratório è reforçado por ver coisas sensoriais para jogar.
novas nas gavetas. Os aventureiros explora­
Muitas pessoas gostam de “brincar c m
dores viajam para terras distantes, em busca idéias", e essa forma de jogo é também
de novas experiências O comportamento reforçada por estimulação mental. Muit&s
exploratório é reforçado cada vez que produz
pessoas apreciam a brincadeira mental de
níveis ótimos de experiência nova. Um evento
fantasias e devaneios Executivos podem jogar
sensorial súbito, novo e surpreendente - se na com idéias para mudar suas empresas,
zona ótima - produz um súbito avanÇò de desenvolver novos produtos e promover
emoções prazeirosas • como alegria, excitação velhos. Cientistas e matemáticos podem com
ou entusiasmo. Quando um cientista curioso
hipóteses e teorias, derivando muita estimu­
descobre uma nova reação química, a lação seasonal interna e reforçamento sensorial
novidade provê reforçadores sensoriais ime­ desse processo. Einstein comentou uma certa
diatos e o aumento de excitação que produz a vez: "Quando não lenho um problema
experiência do "Eureka'.11
especial para ocupar mmha mente, gnsio de
Uma vez qoe a brincadeira da criança reconstruir provas de teoremas da FLwca e da
parece ser tão espontânea, é frequentemente Matemática que sâo há muito tempo
airibuida a uma motivação interna. Não conhecidos por mim. São há um objetivo
obstante, ela é também reforçada por niveis nisto, apenas uma oportunidade de aban-
ótimos de estimulação sensorial. Isto e mais donar-me na ocupação agradável de pensar".
evidente quando a brincadeira é bastante ativa.
Embora a exploração, o jogo e a
Quando as crianças correm cm volta do
criatividade sejam freqüentemente atribuídos á
jardim, pegando umas às outras -e caindo tta
motivação interna, todos os três são
grama, sua brincadeira está produzindo
aprendidos e mantidos pelos reforçadores de
estimulação sensorial continua proveniente de
estimulação externa e interna *2 A estimulação
fontes externas e internas, e é obviamente
sensorial é o reforçador natural para todo
prazetrosa para as cri«tças. Seus movimentos
comportamento que provê niveis ótimos de
físicos, gritos e risadas produzem sempre novidade, intensidade c significação. Por este
mudanças, anais, sons, sensações táreis e motivo, as pessoas gostam de variedade,
comunicação significativa. Há também estimu­
atividade e experiência significativas e não se
lação .interna da atividade mental e do movi­
fixam cm estilos de vida passivos, na medida
mento muscular. cm que estimulações alternativas ótimas
Jogar xadrez é tambem reforçado por estejam disponíveis
reforçadores sensoriais- mas tanto o

41 Dukas o Hoffmann (1979). ® Baldwin a Baldwin ( 1981).


Princípios do Comportamento na Vida Diária 116

ENVELHECIMENTO' vidas' cheias •dê experiências estimulante e


nova, ao invés de cairem em rotinas nâo
estimulantes?
Infelizmente, ativicades estimuladoras
ótimas nâo estão sempre disponíveis. AJgumas Primeiro, é inteligente evitar rotinas
pessoas pensam que a vida se toma monótona entediantes e comportamentos repetitivos. As
e entediante à medida que os anos passam. atividades monótonas são enfadonhas. Quanto
Cada vez menos coisas eiiciam sentimentos de mais horas do dia são dedicados a comporta­
excitação e entusiasmo pela vida. Alguns mento repetitivo, mais monótona a vida se
podem verificar isso entre 30 e 40 anos; toma. Depois de 08 horas de trabalho
outros, mais tarde. Mas isto pode tomar-se entediante e repetitivo, o trabalhador, cansado,
um problema especialmente sério nos últimos pode não ser capaz de pensar em nada a não
anos de vida. ser ir para casa e afundar-se numa cadeira
diante da TV. Além do mais, tarefes monó­
Há várias razões pelas quais a vida
tonas são respostas competitivas que impedem
perde sua novidade. À medida em que as
as pessoas de praticar alternativas mais novas e
pessoas se tomam mais velhas, freqüen­
estimulantes. Cada hora de rotina e
temente criam rotinas e quanto mais entram na
comportamento repetitivo representa uma hora
rotina mais se privam de variedade - a graça
a menos de disponibilidade para possibilidades
da vida. A maioria das experiências diárias
mais excitantes. Minimizando as rotinas
também perdem sua novidade gradualmente,
repetitivas, as pessoas podem reduzir o tédio e
devido à habituação. Quanto mais tempo uma
criar mais tempo para atividades mais
pessoa viveu, menor o número de estímulos
desafiadoras e estimulantes.
que ainda provêem novidade e inputs
estimulatórios. É muito facil para as crianças Segundo, as pessoas precisam expatidir
encontrarem experiências novas na vida. seu circulo de interesse e atividades para
Afina), para qualquer lugar que olham neutralizar os efeitos da habituação. As
encontram novos estimulos. Brincar com pessoas que não estlo crescendo - pessoas
sabão na banheira é uma novidade para a com atividades e interesses imutáveis -
criança, mas não para os adultos. A medida descobrem que a novidade desaparece
que os anos passam c poucos estímulos e v e n tu a lm e n te de su as v id as, d ev id o à
parecem novos, as pessoas, às vezes, acham habituação. Para vencer a habituação, as
difícil ficar otimamente estimuladas. Pensam pessoas precisam continuar expandindo seus
que muitas coisas nâo parecem tão interesses e atividades - talvez aprendendo um
interessantes e excitantes como foram novo esporte ou hobby, participando de um
. antigamente. novo grupo ou voluntariando-se para uma
grande causa. Novas atividades acrescentam à
Felizmente, não há razão para que a vida
vida a excitação derivada de novas
se tome menos interessante e excitante à
experiências. Às vezes, velhas atividades
medida que os anos passam. Muitas pessoas -
podem continuar a prover novidade, se a
por exemplo, Eleanor Roosevelt, Pablo
pessoa explora novas variações numerosas na
Picasso, Margaret Mead, George Bums -
velha atividade. Por exemplo: a música pode
permaneceram ativos, curiosos e criativos até
prover experiências novas intermináveis para o
uma idade avançada. Muitas outras pessoas
músico que explora continuamente novos tipos
que sâo menos conhecidas tiveram vidas
de música, toca com pessoas diferentes para
dinâmicas e estimulantes na velhice.43 O que
aprender novos estilos e técnicas, ou
as pessoas podem fazer para manterem suas
experimenta música de diferentes culturas ou
períodos históricos A medida que a
43 Comfort (1976). Montagu (1981). habituação tira as antigas variações de sua
Princiwo» oo Comnofiamwiia n» Vida D iin a 117

novidade, as novas variações provêem outras habilidades de-aterem-se a experiências estimu­


fontes de novidade. lantes. Pessoas com grande repertório de
atividades estimulantes sempre provêem opor­
Terceiro, as pessoas precisam desenvol­ tunidades para os outros juntarem-se a elas,
ver habilidades meruais e física s para partilharem de atividades excitantes e aprende­
continuar emontrando m vox experiências, à rem com das.
medida que os anos passam. Crianças - que
possuem apenas habilidades limitadas - podem Quinto, ê sensato interagir com pessoas
encontrar novidade em quase todos os que fornecem reforçamento - e não a punição
lugares Como muitas coisas são novas para - na busca de experiências estimulantes.
das, mesmo o comportamento simples como Amigos e pessoas que levam vidas estimu­
abrir os armários da cozinha pode trazer novas lantes podem ser uma excelente fonte de
visões e sons Entretanto, depois dc várias reforçadores sociais - na forma de entusiasmo
décadas dc experiência, as pessoas deixam de espontâneo, encorajamento sincero e feedback
encontrar novidade nas coisas simples que positivo útil - para a aprendizagem de
interessam as crianças. Como a habituação comportamento estimulante. Em contraste, as
rouba das coisas simples sua novidade, c pessoas que diminuem ou criticam os esforços
necessária uma habilidade crcsccntc _para para aprender atividades estimulantes estão
continuar a descobrir experiências novas e punindo estes comportamentos Quanto maior
estimulantes. É preciso ter habilidade física a razio dc reforçamento cm relação à punição,
para obter a experiência sensorial múhtpla mais fácil é manter uma vida estimulante e
para esquiar, mergulhar ou jogar uma partida expandir sua própria variedade de atividades e
rápida de ténis. E necessário ter habilidades habilidades.
mentais para desvendar o mundo estimulante Sexio, saúde e boa form a físic a são
da literatura, computação, ciência ou xadrez.
Importantes para muitas form as de comporta­
S3o necessárias habilidades artísticas para
mento estimulante. As pessoas que permane­
apreciar o desafio e estimulação da arte
cem saudávds e em boa forma fisica sio
criativa e musicai. Quanto mais habilidades as
capazes de levar vidas ativas até idades avan­
pessoas tem, menos provavelmente se
çadas Embora pessoas possam ser mental­
afastarão das experiências novas e estimulan­
mente ativas, alertas e vivam muito após terem
tes. Na realidade, o mundo contón uma
perdido o vigor e a saúde fisica, elas perdem o
superabundincia de estimulação sensorial para
acesso a muitas formas dc estimulação
aqueles com habilidade para localiza-la.
sensorial que requerem atividade física As
Pessoas com poucas habilidades ficam limita­
pessoas que adotam bons costumes com
das a uma variedade tão pequena de experiên­
relação a saúde aumentam as chances dc
cias. que podem tomar-se entediadas com a
levarem vidas ativas e estimulantes, mesmo em
vida; as pessoas com muitas habilidades
idades avançadas.
podem encontrar um suprimento inesgotável
de estimulação sensonal, mais do que Mais do que quaisquer outras espécies, o
qualquer individuo possa experimentar homem tem um potenaal mental e fisico para
durante toda uma vida. localizar c criar novas experiências mesmo
durante a vdhice. O mundo contém um
Quarto, i sensato escolher amigos e suprimento inesgotávd de estimulação senso­
companheiros que valorizem e tenham com­ rial para aqudes com tempo, habilidade e
portamentos estimulantes. As pessoas que saúde para localizá-la Quanto mais cedo na
levam vidas estimulantes servem como modelo vida uma pessoa aprende habilidades e boas
(Capitulo 9) e fontes dc informação (Capitulo práticas de saúde para levar uma vida física e
11) que ajudam os outros a aprenderem mentalmente estimulante, mais preparada a
Prtnclpio» a o C om portam ento n a V ia» D itrtâ 118

pessoa estará para manter este estilo dc vida


até &velhice.

CO NCLUSÃ O

Este capitulo fomece uma introdução para reforçadores e punidores, com atenção especial
para os reforçadores c punidores incondicionados. Reforçadores e punidores sio relativos - não
fixos Reforçadores incondicionados ganham ou perdem poder de controlar o comportamento devido
ao nivel de privação ou saciação do indivíduo em rdação ao reforçador. Além disso, o
condicionamento Pavloviano pode Icvâi OS íéfôfÇâdorêS 6 punidores incondicionados A tornarem-se
mais reforçadores ou punidores, devido ao pareamento com outros reforçadores ou punidores O
principio de Premack provê uma maneira eficiente para avaliar reforçadores e punidores, sem a
necessidade de conhecimento prévio sobre privação, saciação ou condicionamento.
A estimulação sensorial é um dos mais importantes reforçadores no día-a-dia. Uma vez que
as pessoas estão sempre num dos trés niveis de estimulação sensorial - sub, super o\i estimulação
ótima - os reforçadores e punidores da estimulação sensorial afetam o comportamento o tempo todo.
Cada estimulo tem trés qualidades - variedade, intensidade e significação - e as pessoas aprendem
preferências diferentes por eles. Como todos os reforçadores e punidores, os reforçadores sensoriais
são rdativos: são descritos sete fatores que levam os reforçadores sensoriais a variar. As pessoas que
aprendem habilidades para prevenir podem evitar os extremos da sub c superestimulação e
permanecerem a maioria do tempo otimamente estimuladas. A estimulação sensorial é o componente
chave dos reforçadores sociais É tambem uma importante causa de atividades - cotoo exploração,
jogo e criatividade - que parece refletir motivação interna. Embora alguns adultos deixem de
considerar suas vidas estimulantes à medida que os anos passam, hà seis dicas que podem ajudar as
pessoas a continuarem desfrutando de uma experiência estimuladora ótima através da vida.
Reforçadores e
Punidores
Condicionados
Neste capítulo, você vai aprender que todos os tipos de estím ulos podem
tornar-se reforçadores ou punidores Estes estím ulos condicionados são
especialm ente im portantes quando o comportamento nâo é seguido
im ediatam ente por reforçadores ou punitlores ineontlicionados.

o capitulo anterior, aprendemos que reforçadores condicionados. Quando estimu­

N alguns estimulos funcionam como


reforçadores c punidores sem qual*

remos para aqueles reforçadores e punidores


los tteurras precedem e preditem repetida­
mente punidores, eles se tomam punidores
quer condicionamento. Agora nós nos volta*condicionados.' Os estimulos podem ser
condicionados para permanecer em Qualquer
que adquiriram a capacidade de reforçar ou lugar no continuum de reforçadores condicio­
punir através de condicionamento. Estes nados fortes até punidores condicionados
reforçadores e punidores condicionados estio fortes Uma vez que cada individuo tem uma
envolvidos na produção da maioria dos com­ história particular de condicionamento, indiví­
portamentos do dia-a-dia. Eles são especial­ duos diferentes podem responder ao mesmo
mente importantes no desempenho dc longas estimulo como se fosse reforçador. neutro ou
cadeias de operantes complexos nas quais punidor. Uma pessoa pode considerar o
não h i reforçadores ou punidores incondicio- humor sarcástico muito reforçador e aprender
nado imediatos para manter o comportamento uma variedade de habilidades para cntrcmeà-
Os reforçadores e punidores condicionados !o nas conversações. Outra pessoa pode achar
sâo também chamados reforçadores e puni­ o sarcasmo aversivo e se esquivar das pessoas
dores secundários, para indicar que sâo adqui­ que o empregam. Uma terceira pessoa pode
ridos através da aprendizagem, ao invés de ser inteiramente indiferente a ele.
serem estabelecidos biologicamente, como
Reforçadores e punidores ooodic tonados
são os reforçadores e punidores primárias,
podem ser poderosos em seus efeitos solve o
discutidos no capitulo anterior.
comportamento. Uma nota de 100 reais é
apenas um pedaço dc papel e crianças
O PROCESSO DE CONDICIONAMENTO
' P a n maiores informações sobre perrótores c
Quando estimulos precedem e predizem reforçadores condicionados, veja Kevin (1971b).
Goltub (1977) Fanriiw (1977). Milletaon e Leslie
repetidamente reforçadores, eles se tomam
(1979)eScbwana(19W )
Pnnacio» ao Comportamwoo na Vida OiAna ) 20

pequenas responderão a ela da mesma forma .precedem e 'predizem ouuos reforçadores e


que respondem a qualquer outro papel punidores.' Tipicamente, os estimulos mais
colorido. No entanto, após ser o dinheiro prováveis de sc tomarem reforçadores ou
paieado com uma grande variedade de ouiros punidores condicionados sio os melhores
reforçadores - comida, bebida, diversão, preditores de que o reforçamento ou a punição
roupas, esconderijo, viagens, posses. * a maio* estão para aparecer A visão de uma bola de
ria das pessoas aprende a responder ao dinhei­ boliche correndo na pista, na direção do
ro como um fone reforçador condicionado. "strike” perfeito, é um bom sinaliz^ior de
Atenção social, sorrisos, aprovação, elogios experiência recompensadora e por isso provê
sinceros e sinais de afeição são reforçadores reforçamento condicionado para jogar boliche
sociais condicionados para a maioria das habilmente, antes que a bola realmente atinja
pessoas. Criticas, escárnio, censura, insultos e as garrafas. A visão de um <cão raivoso
sinais de desaprovação são punidores sociais aproximando-se è um punidor condicionado
condicionados para a maioria das pessoas porque e o sinalizador de que há perigo em ser
Reforçadores c punidores condicionados são mordido A visão do cachorro pune e suprime
muito importantes para moldar o comporta­ o aproximar-se dele e reforça negativamente a
mento humano porque (I) a maioria das esquiva ou a autoproteçãu.
pessoas responde a muitos estimulos como
reforçadores os punidores condicionados, e
(2) muitos destes estimulos são, determinante TRÊS FUNCÔES
importantes do comportamento. Há casos cm
que os reforçadores c punidores condicio­ Reforçadores e punidores cotkticJo*
nados podem scr mais fortes (isio ó, mais nados são estimulos preditivos quet normal-
eficientes para alterar o comportamento) dó mente. tèm propriedades de CS's e tP 's, e
que os reforçadores e punidores incondicio­ como tais podem ter três funções disnntas.
nados.2 Para algumas pessoas é mais reforça­ Duas funçfes $c baseiam nas propriedades de
dor ter cintura fina e ser magro do que comer CS’s e a outra nas propriedades do* S1**/ Os
iguarias quando sentem fome. Outras acham CS’s podem funcionar como (1) conseqüên­
que "perder prestigio” é mais aversivo do que cias que modificam o comportamento
tirar suas próprias vidas, c cometerão o operante e (2) eheiadores dc respostas
suicidio preferivelmente a saem alvo do reflexas com componentes emodonais. Os
escárnio público. Ter um corpo esbelto c SD’$ (3) determinam a ocasião para o próximo
perder o prestigio são reforçadores e comportamento operante.5 Tanto reforçadores
punidores culturalmente condicionados. Nos como punidores condicionados possuem estas
exemplos acima, os reforçadores e punidores (rés funções.
culturalmente condicionados podem anular os
efeitos de reforçadores (alimento) e punidores
(dor fatal) no controle do comportamento.
y “outro*** rcforvaduics e puniòorai podem ser
ou reforçadores e punidores tneoaàciOMXbs cu
rtJotçaòorc* e pw údore candtdenodos.
EST/MULOS PREDITIVOS
4 S lam (1975* 3? O* Podem umbero scr S’N qoe
estabelecem a ocanâo para QÜff covttr um operaote.
Os reforçadores c punidores condicto* P a n simplificar, operas S*'* são devemos ao texto,
nados são estimulos que foram uma vez * Rsotora os refcrçadocts e ponídores
estimulos neutros, mas que adquiriram con&ooiudc* ccnharo freqüentemente esta le m ú a
propriedades dc reforçar e punir porque ftwçdú - servindo como S ^ s c S**s - n5o preasam ci­
la (Stcán. 1958). NSo otaam e. no d í a ^ d a < comum
para os rcíorçadorcs e punidores ooodkionados e
: Hursb(l977) mcoodickxnados {uacion&rcnt c o to S**s e SÁyt.
Pftaopio» do Comportamento n» VWa f>âna 121

Reforçadorèj Condicionados À medi­ ' Punidute.t Condicionados À medida


da que uma pessoa ganha expcriencia com os que uma pessoa adquire experiência com os
estímulos preditivos que precedem o reforça­ estimulos preditivos que precedem a punição,
mento, estes estimulos se tomam reforçadores tais estimulos se tomam punidores condicio­
condicionados com as propriedades de CS's e nados com as propriedades dc CS's e SD's.
S°’s. Como tais, cies podem (1) reforçar o Como tais. eles podem (I) punir o comporta­
comportamento4, (2) diciar respostas emocio­ mento, (2) eliciar respostas emocionais desa­
nais prazerosas e (3) estabelecer a ocasião gradáveis e (3) estabelecer a ocasião para
para emissão de operantes Quando uma operantes que ajudam evitar a punição. Se
menina dc 4 anos de idade vè uma caixa de você teve uma expcriencia anterior com
presente com seu nome nda, a caixa é um vespas, a visão de várias delas voando em sua
estimulo predttivo de que alguma cotsa boa cozinha provê estímulos sinalizadores de que
acontecerá se ela a abrir. Até os 4 anos. ela você pode ser picada, se não for cuidadosa. Os
recebeu presentes suficientes para aprender estimulos preditivos são punidores condicio­
que caixas embrulhadas para presente contêm nados. com as propriedades dc CS's e SD*s.
roupas novas, um brinquedo ou uma boncca, Como CS’s, eles podem pim ir e suprimir
os quais são reforçadores. Assim, caixas respostas dc chegar muito perto dos insetos e
embrulhadas para presente se tomam eliciar sentimentos desconfortáveis de medo.
reforçadores condicionados porque são- esti­ Como SD,&. eles estabelecem a ocasião para
mulos preditivos que regularmente precedem operantes tais como deixar o local ou abrir a
o reforçamento. Como reforçador condicio­ janela para que as vespas saiam.'
nado, uma caixa embrulhada para presente
provê CS's que reforçam a criança a olhar a
caixa e elidam respostas emocionais As vespas são:
agradáveis. Uma vez que os reforçadores . CS's que (l) punem chegar muito perto
condicionados também servem como SD's,
eles estabelecem ocasião para operantes. . CS’s que (2) eiiciam respostas emocionais
como abrir a caixa. (Se a caixa contém um desagradáveis
brinquedo novo, o operante será seguido por . S4,s que (3) estabelecem a ocasião para
reforçadores incondicionados da estimulação abrir a janela.
sensorial dc novidade).

INFORMAÇÃO
Caixas de presente são:
CS’s que (1) reforçam olhar a caixa Informaçòo i uma determinante impor­
. CS's que (2) eiiciam respostas emodonais tante do poder dos reforçadores e punidores
agradáveis condicionados.* Uma vez que as pessoas
adquiram experiência suficiente com estimu­
. S ^s que (3) estabelecem a ocasião para
los que precedem e predizem o reforçamento
abrir a caixa
ou a punição, os estimulos preditivos são
informativos. Ver uma caixa de presente com
seu nome neta é informativo: é um reforçador
condicionado porque a informação sinaliza o
* Geralmente, um indivíduo pode acr pmado de nm
reforçador inoondicionado Antes que reforçadores
condictonades baseado» naquele US comecem a
funcionar pora reforçar comportamento. Entretanto, h i ’ São também S4'* para n3o tuer cota» que
provavelmente cooduuríara is vespas, uis como se
casos em que a privaçtlo dc um US kvnrá reforçadores aproximar ou golpeá-las
condicionados baseados etn outros US's a tornarem-se
efetivos (Ncvtn, 197tb). * Eggere Miller (1962.1962) Selignao (1966).
Pw'c-ows ft? C naVHtaOana 122

rdoiçamemo que se aproxima. Ver vespas poderosos do' qoe os estimulos com poucas
dentro de casa é informativo: c um punidor informações sinalizadoras.
condicionado porque a informação sinaliza o Reforçadores condicionados sâo mais
risco de ser picado. poderosos quando sâo altamente informativos
A quantidade de informação que uma do reforçamento subsequente e quando uma
pessoa obtém de um estim ulo depende de duas pessoa aprendeu a responder ás informações
coisas: (!) quão bem o estim ulo prediz o sinaüzadoras. As pessoas nem sempre respon­
reforçamento ou a pum çào e (2) quâo bem a dem à caixas de presente como reforçadores
pessoa aprendeu a responder ao estimulo condicionados. Uma caixa bem embrulhada
como preditor de re/orçamento ou punição. não será um reforçador condidonado para
Primeiro, se um estímulo precede sempre o vocé sc não é seu aniversário e se o nome que
reforçamento ou a punição de uma forma está na caixa não c o seu. Contudo, se é seu
regular c um sinalizador melhor do que aniversário c se o seu nome é o que está na
estimulos que são apenas parcialmente caixa, esta mesma caixa pode ser um reforça­
relacionados com reforçamento ou punição. dor condicionado poderoso para você. Vários
Quanio melhor a correlação entre um estimulo elementos na colagcm de estímulos - a caixa,
e eventos subsequentes, mais informativo ele etiqueta, dia do ano e dicas contextuais
pode ser No entanto, a informação potencial contribuem para as informações sinalizadoras
disponível a partir dc um estimulo altamente que determinam quão poderoso um reforçador
preditivo não é útil para as pessoas que tém condicionado pode ser. Na essência, os refor­
pouca ou nenhuma experiência cora aquele çadores condicionados transmitem informa­
estimulo e o reforçamento ou a punição que ções que são ‘'boas noticias’ (para aqueles
sinaliza. Assim sendo, a aprendizagem é o com experiência relevante). Uma caixa de
segundo determinante da quantidade de presente transmite a boa noticia de que há um
informação que o estimulo tem para uma lindo presente dentro dda. Quanto mais um
pessoa' uma pessoa deve ter experiência presente for uma boa noticia, mais recompen-
adequada com os estímulos sinalizadores e as sadora a caixa é. Para a maioria das pessoas
conseqüências relacionadas para aprenderem a uma grande caixa de presente que é embrulha­
reconhccê-los como reforçadores c punidores da em um bonito papd transmite melhores
condicionados. Uma vez mais vemos que a notidas do que aquela do tamanho e formato
capacidade dos estimulos para servireraxomo dc uma caixa de lenços, embrulhada em papel
reforçadores e punidores condicionados se comum
baseia na aprendizagem. A criança que não Punidores condicionados são mais
tem experiência com vespas nâo responde à poderosos quando são altamente informativos
visão ddas como estimulo sinalizador c da punição subsequente c uma pessoa apren­
informativo da forma como crianças com mais deu a responder às informações preditivas. Se
experiências o fazem. Assim sendo, o sinal você dirige a 20 km adma da veloddade
das vespas não provê informação sobre perigo limite, a visão de um carro de polida na rua á
- nem serve como punidor condicionado - . até frente pode ser um estímulo sinalizador de
que a criança tenha uma experiência prévia que há perigo cm receber uma multa.
adequada com das. Contudo, a força do punidor condicionado
Quanto mais inform ativo é um estimulo depende do total de informação relacionado
preditivo. maior seu poder como um reforça­ com a situação. Quando você vive cm uma
dor ou punidor condicionado. A medida que cidade oode é do oonhedmento geral que a
as pessoas obtêm experiência com eles, os polida prende todos aqudes que violam a lei.
estímulos altamente informativo» sc tomam o sinal do carro de polida e um excelente
reforçadores ou punidores muito mats sinalizador para punir a vdocidade. Assim, é
um punidor condicionado que pune a velod-
Prncgio» do Cimoortame'tta r a V'da Diâna 123

dade. elicia respostas emocionais perceptíveis' sensações corporais internas. As dicas de


e estabdccc a ocasião para reduzir a veloci­ informações que são detectadas servem de
dade. Mo entanto, se a policia de sua cidade CS's e SD's que reforçam e punem o
para apenas os carros de outros estados e comportamento, eiiciam respostas emocionais
raramente incomoda aqueles que lá vivem, o e estabelecem ocasiSo para ações subse­
sinal do carro de polícia sinaliza informações quentes Ouvir o motor pegar é uma boa
bem diferentes e o carro de polícia provável* noticia que reforça o ter virado a chave
mente servirá menos como punidor recentemente, elicia sentimentos dc confiança
condicionado. no nosso carro e estabelece a ocasião para
As informações transmitidas por darmos marcha-rc para fora da garagem.
punidores condicionados servem como "más A s respostas de observação são mats
noticias" (para aqueles com experiência pr&Hhvis de acontecerem em horas de
relevante). Ver que um carro de policia incerteza. Isto porque a informação tem mais
arrancou e começa a seguir o seu é uma “má valor - isio i, é mais re/orçadora - quando as
noticia"; vocépode ter uma resposta pessoas não estão muuo certas de como se
emocional perceptível e diminuir a velocidade comportarem. Considere três situações alter­
mesmo que o carro de policia não pare vocé. nativas. Se o comportamento c sempre refor­
Contudo, sc as luzes do cano dc policia çado quando é emitido, não há incerteza sobre
continuam piscando, a informação extra é má as chances de reforçamento, e não há neces­
notícia. Quaruo mais informação há de que sidade de procurar por dicas que sinalizem
uma punição séria se seguirá, pior a má que o reforçamento virá. Se um compor­
noticia, e maior impacto tem sobre seu tamento nunca é reforçado, novamente não há
comportamento e repostas emocionais incerteza c nem necessidade de respostas de
observação. Entretanto, se um comportamento
é algumas vezes reforçado e algumas vezes
Respostas de Observação Uma vez punido num esquema imprevisível, não há
que o s reforçadores e punidores condicio­ certeza de quando emitir o comportamento e
nados são informativos, não é surpreendente quando nâo. Nos casos de incerteza, quaisquer
que as pessoas aprendam a prestar atenção a dicas que sinalizem o reforçamento ou
estes estimulos. Entretanto, a informação é punição podem ser mais informativas e valo­
inútil se dicas preditivas não são observadas. rizadas. Dicas informativas podem servir
A ciasse de respostas operantes que é como S ^ s para emitir o comportamento
reforçada pela informação é algumas vezes quando ele será reforçado c S*s para não
chamada de resposta.* de observação* emiti-lo quando será punido. Estas
Quando entramos no carro numa fria manhã informações auxiliam uma pessoa a obter
de inverno, procuramos ouvir se o motor reforçamento e evitar a punição em momentos
funcionará. Quando ligamos a chave de de incerteza, que tomam a informação valiosa.
ignição várias vezea, sem qualquer efeito, é Por isto, as respostas de observação são
uma má noticia. Finalmente, quando ouvimos comuns em situações onde as conseqüências
o motor funcionar, é uma boa nova. Ouvimos do comportamento são imprevisíveis: a
todos os tipos dc noticias embora a noticia boa informação preditiva diminui a incerteza e
seja mais agradável de se ouvir. As respostas aumenta as chances de obter reforçamento e
de observação podem se dar através de evitar punição.
qualquer modalidade sensorial: ouvir, olhar,
sentir, cheirar, sentir o paladar, c atender à At hues verde e vermelha do sinal dc
trfinsito sSo reforçadores e punidores condi­
cionados para atravessar o cruzamento O
verde sinaliza que pode-se atravessar com
* Wícfcoff (1969), Hcndiy (1969). Grccn c Rachlia
(1977); F&tmú (1977); Fantínoe Moorc (1980) segurança; o vermelho sinaliza risco ou perigo
Pnnooi&s ao Compgrtafrwwto na Vida Diana 124

para atravessar o cruzamento A informação pessoas para ver se estão sorrindo, franzindo a
dads pelas luzes verde e vermelha reforça testa ou demonstrando qualquer outra dica
respostas dc observação, e as pessoas usual* emocional. Sinais de prazer são geralmente
menie olham para as luzes o bastante para boas noticias, e sinais de infelicidade são
ficar “por dentro' das condições do tráfego. geralmente más notícias. Estas dicas sociais
Quando as luzes do tráfego deixam de são especialmente importantes quando as
funcionar num cruzamento de uma cidade pessoas não estão certas de como uma
movimentada (e não há um inspetor para interação está evoluindo Estudos mostram
controlar o trânsito), aumenta a incerteza que quando as pessoas interagem com um
daqueles que devem seguir e dos que devem estranho, das passam mais tempo olhando
esperar, o que frequentemente leva a acidentes para a outra pessoa do que quando interagem
ou engarrafamentos. Quando os sinais voltam com um amigo.1* Há mais incerteza quando sc
a funcionar provêem as informações que interage com um estranho e assim mais
diminuem a incerteza e reduzem os acidentes reforçamento para observação e dicas
informativas
Nós dirigimos respostas dc observação
para muitos tipos de reforçadores c punidores A s respostas ik observação podem ser
condicionados, observamos os nomes nas reforçadas por reforçamento positivo ou
cartas e presentes porque a informação nos diz negativo, dependendo se elas trarão itifo m a -
se podemos ou não abri-k>s. É recompensador ção que ajude a obter reforçamento ou evitar
abrir coisas com nossos nomes nelas, mas e punição. É íâcil entender porque as pessoas
constrangedor abrir coisas endereçadas a gostam de observar os reforçadores condi­
outras pessoas. Informações em envelopes e cionados' estes estimulos provêem reforça­
etiquetas é um reforçador porque cias mento positivo por estar atento, c elidam
reduzem a inceneza e ajuda-nos a obter respostas emocionais agradáveis. É muito
reforçadores ou eviur a punição Quando as bom receber uma carta que diz: “Abra este
pessoas jogam tênis, basebal ou outros envelope e ganhe um prêmio”. Todas as
esportes. elas frequentemente olhara pessoas ficam felizes ao ouvir o professor
para os jogadores dc seu time c para os anunciar antes dc entregar as provas, que
adversários para obter a informação que todas foram bem feitas e todos tiraram “A". É
sinaliza ações subsequentes Jogos rápidos são uma boa noticia ouvir seu parceiro de ténis
cheios de incerteza acerca das próximas dizer que ele desenvolveu consideravelmente
jogadas possíveis, e bons jogadores aprendem seu saque depois que voccs passaram a jogar
a observar uns aos outros para obterem juntos. Quando vocé está jogando damas, c
informações sinalizadoras relevantes. agradável ver seu adversário mover uma peça
de tal forma que permita a vocé pular três
Enquanto caminhamos pelo campus,
olhamos rapidamente as pessoas que vêm em peças dc uma só vez.
nossa direção para ver se elas nos cumprimen­ Embora as pessoas gostem de observar
tarão, ou passarão sem nos reconhecer. Se nâo estimulos informativos que sinalizam reforça­
temos certcza sobre quando e onde podemos mento, geralmente elas não ficam felizes em
encontrar um amigo, as respostas de observar estimulos que predizem punição.
observação reduzem a incerteza. Dicas Como os punidores condicionados podem
informativas ajudam a minimizar a punição e eliciar emoções desagradáveis e punir respos­
a aumentar as chances de reforçamento: tas de observação, as pessoas muitas vezes
ajudam-nos a evitar o constrangimento de não evitam observar os punidores condicionados
cumprimentar alguém que nos reconhece e Por outro lado. os punidores condicionados
nos saúda; e aumentam as chances dc começar podem também prover reforçamento negativo
uma interação rccompensadora com amigos.
Em diálogos, olhamos para o rosto das ’0 R i K c t c Srcpbcnson (1979)
P*wse<o< d a Cam oar!a r t cata na V>da Olfrla 125

para o aparecimento de respostas de observa­ uma possibilidade de fuga ou esquiva, você.


ção. O que determina se as pessoas observam poderá observá-lo cuidadosamente, procurar
punidores condicionados ou não? É assustador por dicas informativas que possam ajudá-lo a
ouvir barulhos estranhos em casa à noite, fugir. Você pode observar o ladrão para ter
especialmente se vocé vai até o hall e v e u m uma chance de tirar o revolver de sua mão ou
ladrão apontar uma axma para você. Ver o para. em um bom momento, correr para a
ladrão é um punidor condicionado que elicia porta. Dicas que indicam a possibilidade de
modo c pune atos negligentes (como por fuga poderão tomar-se S^s, para observar
exemplo, deixar a porta da frente da casa cuidadosamente sc as suas respostas de
destrancada) O sinal aversivo irá também observação foram reforçadas negativamente
punir c suprimir a resposta de observar o por fugas bem sucedidas dc situações difíceis
intmso armado? Ou ete reforçará negativa- no passado. Uma vez que há incerteza sobre a
mente sua observação para ver o que ele faz? melhor forma de lidar com a situação, a
O que determina se vocé observará ou não? Se informação é bastante valiosa - isto é. ela é
o ladrão levanta a arma. destrava o gatilho e um importante reforçador.
prepara para mirar, você pode olhar para o O bxrm r punidores condicionados
outro lado. Entretanto, se o ladrão é jovem, pode ser aversivo: mas há reforçamento
nervoso e um tanto desatento, você poderá negativo por prestar atenção a e/es se
observá-lo para obter dicas informativas sobre transmitem informação que possa ajudar a
as possíveis oportunidades de fugir. evitar punição adicional. Amy tem medo- de
O fa to dc as pessoas observarem ou uma nota muito baixa cm seu teste, mas ela
nâo os punidores depende amplamente de soma os pontos e lê os comentários escritos
serem <n não possiveis a fu g a oa esquiva.0 Se perto de cada resposta. A informação pode
não há qualquer chance de fugir ou evitar uma ajudá-la a fugir ou a evitar uma situação
situação aversiva, buscar por informação extra aversiva. Se a informação indica que ela
nâo é reforçador. De fato, a informação ê recebeu uma nota injustamente, ela pode pedir
aversiva. A informação é mais útil em uma revisão e talvez ganhar uma nota melhor.
momentos de incerteza: e em casos de Se a informação lhe mostra que o curso não
impossibilidade do fuga, não há incerteza mais lhe interessa, ela pode decidir dctxá-Jo e
sobre & punição. Se um ladrão aponta a arma evitar um -E“ no seu curriculum. Quando
para sua cabeça e destrava o gatilho, não h& namorados brigam, eles podem estar cuida­
nada que você possa fazer para evitar ser dosamente atentos ao que cada um diz. Ouvir
atingido. A situação *cstá preta" e os as queixas do outro pode ser doloroso, mas
estímulos sinalizadores eliciam emoções de pode prover informações úteis para se evitar
medo e ansiedade extremos Os estimulos problemas futuros. Quando uma pessoa é
sinalizadores são punidores condicionados c dispensada por incompetência, dói-lhe ouvir o
punem e suprimem o olhar. Você se vira, empregador ôtar dez razões para justificar a
apavorado. Entretanto, as coisas podem ser demissão, mas ouvir as informações pode ser
diferentes se a fuga for possível. Se o ladrão útil para superar dificuldades ou para
não estiver apontando a arma para você e há demonstrar ao empregador que as dez razões
são na realidade infundadas.

11 Sc una pessoa tema» fugir, depende dc vários


fatores: de quanto é diãctl fugir da situação; quantas EXTINCÂO DE REFORCdPORES E
twhiii/ia<w $ pessoa t<>m para fugir d3 situacdo- c da PliNÍDORES CONPfCÍONAPOS
história passada de reforçamerao da pessoa por tentar
fugir de situaçdcs difíceis. Pessoas que sempre fracas­
saram em fogir no passado podem desenvolver om Quando os reforçadores e punidores
desamparo aprendido c nâo icnur fugir de situações condicionadas deixam de ser inform ativos -
onde a fuga c possivd (Sdigman. 1975).
Principiog fla CwntonatnenM ■'a Vma O á w 126

isto é. não mais precedem e predizem outros condicionado é seguido por reforçamento c
reforçadores e punidores - se dá a extinção, e punição - por exemplo, somente uma vez em
os estim ulos condicionados perdem o seu dez ou vinte. O condicionamento continuo
poder. Se vocc tem um novo companheiro de ocorre quando o estimulo condicionado é
quarto que o convida para velejar no fim-de- sempre seguido por reforçamento ou punição.
semana, o convite é uma boa noticia, um Se ver um presente com seu nome é .sempre
reforçador condicionado - sc convites seme­ seguido por uma experiência recompensadora.
lhantes foram sempre seguidos de experiên­ a visão de presentes está sendo mantida como
cias recompensadoras no passado Entretanto, um reforçador condicionado através de
quando o fim-de-semana chega, seu compa­ condicionamento continuo Se comprar um
nheiro de quarto está muito ocupado para bilhete de loteria é seguido dc reforçamento
velejar. Coisas semelhantes passam a aconte­ de ganhar dinheiro uma vez, em SOO vezes, o
cer nas próximas semanas. Depois de seis reforçador condicionado é mantido por
convites que terminaram em cancelamento, condicionamento intermitente. Os punidores
convites por parte de seu colega deixam de ser condicionados podem também ser mantidos
boa notícia. Uma vez que os convites não por condicionamento continuo ou intermiten­
foram seguidos por experiências recómpéfl&a* te. No dia a dia. muitos dos rcforç&dores e
doras. eles perdem seu poder como reforçado­ punidores condicionados são baseados em
res condicionados. (Entretanto, convites de condicionamento intermitente Pesquisas de­
amigos mais confiáveis mantem seu poder monstram que o condicionamento intermitente
como reforçadores condicionados se os retarda a extinção: os estimulos continuam a
convites foram seguidos por experiências funcionar como reforçadores ou punidores
recompensadoras). condicionados por muito tempo depois do
inicio da extinção se etes foram mantidos por
Os punidores condicionados também
condicionamento intermitente antes da extin­
perdem seu poder durante a extinção. Se vocé
ção (veja Capitulo 12 • Efeitos do Reforça­
muda para um novo apartamento e um vizinbo
mento Parcial). Se durante seus anos de
impiicante chama a policia cada vez que vocc
colégio, amigos o convidam para fazer coisas
liga seu aparelho de som. as ameaças são más
e sempre as fazem, os convites poderio ser
noticias Como são punidores condicionados,
reforçadores condicionados baseados em
elas eiiciam respostas emocionais aversivas c
reforçamento contínuo Se seu primeiro
podem fazer com que pare dc tocar discos por
companheiro de quarto na universidade nunca
uns tempos Entretanto, sc você liga seu som
cumpre seus convites, será facil para vocé
uma semana depois, ouve mais ameaças, e as
discriminar que os convites de seu colega de
aiaeaças não são seguidas por formas fortes de
universidade são bastante diferentes dos que
punição, elas começarão a perder seu poder
você recebia no colégio. O grande contraste
como punidores condicionados. Depois de
entre sempre reforçador e nunca reforçador
ouvir ameaças vagas por 2 meses* as ameaças
toma lãcil discriminar que os convites de seu
deixam de eliciar sentimentos aversivos e
colega de universidade não são sinaiizadores
param de suprimir seu comportamento.
de reforçamento; os convites perdem
A extinção de reforçadores e rapidamente seu poder como reforçadores
punidores condicionados será m ais lenta sv condicionados quando você discrimina que
aqueles estimulos condicionados uvertm stdo eles não são seguidos por reforçamento. A
maniidox previamente por condicionamento extinção é, geralmente, rápida quando uma
intermitente ao invés de condicionamento pessoa experimenta um grande contraste entre
continuo.'* O condicionamento intermitente reforçamento continuo e não reforçamento
ocorre quando um reforçador ou punidor (isto é, extinção) Entretanto, se o seu colega
de colégio sempre o convidasse para fazer
,5 Zimmerman 11957.1959}, Ncviiv (197lb>
coisas, mas somente as cumprisse intenuiten-
Pnr»doc-i o-" Ccmoortamgr'o ra Vtia CiAna 1 27

temente - talvez uma vez em dez ou vinte - as continua. As diferenças sutis entre condicio­
coisas seriam diferentes: você estaria namento intermitente e ausência de condicio­
acostumado a oonvites nâo cumpridos a namento (isto é, extinção) tomam difícil de
maioria das vezes, e os convites seriam perceber o inicio da extinção depois de um
reforçadores condicionados que sinalizariam condicionamento intermitente • isto é. é mais
reforçamemo ocasional. Quando vocé difícil aprender que estimulos que uma vez
encontra um colega que nunca cumpre os foram reforçadores ou punidores condiciona­
convites, pode levar um longo tempo ate que dos não são mais sinalizadorcs de reforça­
você discrimine entre reforçamemo interm i­ mento ou punição.
tente e nenhum reforçamemo. Diferenças
sutis sâo difíceis de discriminar, e isto pode
retardar sua aprendizagem de que o convite de REFORÇADORES E PUNIDORES
seu colega c sinalizador dc nenhuma recom* SOCIAIS
pensa. Você poderá continuar a responder aos
convites de seu amigo como sinalizadorcs dc Muitos de nós achamos que sorrisos.
reforçamento ocasional, mesmo que sejam
atenção, cumprimentos, afeição e simples­
realmente sínalizadores de não reforçamento. mente estar com outras pessoas slo rcfbrça-
Assim, a extinção acontece mais lentamente dores, enquanto desaprovações, criticas e
depois de reforçamento intermitente. insuhos são punidores. Os recém-nascidos,
O efeito do condicionamento intermi­ entretanto, não pensam assim. O fato de que
tente sobre os punidores condicionados é muitas crianças” nascem e crescem numa
semelhante. Se no passado as pessoas sempre complexa rede social garante que elas
chamaram a policia quando ameaçaram fazê- aprenderão a responder a muitos estímulos
lo voei será muito cauteloso com tais sociais como reforçadores ou punidores
ameaças Quando vocc descobre que um condicionados.
vizinho ranzinza sempre ameaça chamar a Durante os primeiros anos de vida, o
policia mas nunca o faz, será fãcil discriminar recém-nascido é altamente dependente de seu
que a ameaça desta pessoa nâo tem sentido. £ ambiente social para ter acesso a reforçadores
fãcil dkscriminar entre ameaças que sempre positivos e fugir dos punidores. A mãe, o pai
sinalizam punição e ameaças que nunca ou babàs fornecem alimento, liquido, calor,
sinalizam punição, e as ameaças sem sentido estimulação sensorial etc.; e eles removem
deixam de funcionar como punidores fraldas sujas, alfinetes abertos e outras fontes
condicionados tio logo você discrimina que de irritação Se a criança sente medo por
elas não sâo sínalizadores de punição. Ém estimulos novos, a familiaridade das babás e
contraste, se no passado vocc ouviu ameaças seu comportamento delicado e calmante
que foram somente ocasionalmente seguidas ajudam a criança a fugir da superestimulação
por punição, vocc poderá achar mais difícil aversiva. Todas estas experiências
discriminar entre ameaças que produzem recompensa-doras na infinda são precedidas
punição intermitente e as ameaças do vizinho e sinalizadas pda aproximação e atenção
ranzinza que sinalizam nenhuma punição. direta das babás para com as crianças. Emão,
Quando reforçadores ou punidores receber atenção social toma-se um reforçador
condicionados deixam de predizer reforça­
mento ou punição, a extinção entra em ação e
os estimulos condicionados perdem seu poder. ° Crianças selvagens « cnairçus cresódas presas
Tipicamente, a extinção é mais lenta se os proveem exemplos comoventes D uxfclivi&dc dc
estimulos preditivos foram mantidos no main» estimulos sociais que Sâo reforçadores ou
passado por reforçamento ou punição intermi­ punidores coMbetonados poderosos para crianças
normais dc sua ttlude (Davts. 1940. 1947; Cuitiss.
tente do que por reforçamento ou punição 1977)
Pnneipm do Comooffgrento na vwa f rto a 128

condicionado poderoso porque d a freqüeme- Naturalmente, comportamentos inde­


mente sinaliza o aparecimento dc reforçadores sejáveis nâo são a única atividade de chamar a
importantes ou o término de punidores atenção que as crianças aprendem. Comporta­
Reforçadores sociais condicionados tendem a mento criativo, consideração e amizades
ser irnis efetivos relativamente a um grande sempre atraem a atenção dos pais. professores
numero de condições motivacionais porque e outras pessoas Crianças que desenham bem
estes reforçadores condicionados foram ou são muito geotis sempre atraem a atenção
estabelecidos em um grande numero dc do professor e provavelmente recebem
estados motivacionais (resultantes da privação reforçadores sociais extras devido a suas
de vários reforçadores e exposição a vários habilidades especiais Estas crianças dc sorte
punidores).14 tèm entílo o comportamento adicional
desejável reforçado. A criança que n io tem
Como a atenção social i um poderoso
qualquer habilidade especialmente atraente
reforçador condicionado, nio é surpreendente
que chame a atenção dos adultos provavel­
que muitas crianças aprendam comportamen­
mente aprenderá um comportamento inade­
tos de uma classe de respostas conhecida
quado como a única atividade que chama a
como aeómpôM&mento de chamar atenção".
atenção mima classe de vinte ou trinta
Se uma criança diz, 'Olha papai, posso
crianças. Assim, enquanto Sally está
montar sem segurar*, a resposta de chamar a
recebendo reforços por seu comportamento
atenção provavelmente atrairá a atenção e
artístico e Dick por sua delicadeza com os
então o comportamento da criança será
outros. Diane está aprendendo a ser
reforçado. Há várias formas óbvias de inadequada porque seu comportamento atrai
comportamento de chamar a atenção. "Olhe
atenção para ela. A pesquisa comportamental
para mim" "Olhe o que cu fiz" Lutar,
está ajudando os professores a aprenderem a
representar, dar birra, criar problemas, pular,
tratar as Dianes em suas classes de forma
excàtar-sc e ser um transtorno, são todas diferente,1* Se o professor (1) ignora o
atividades que tendem a atrair a atençáo.
comportamento indesejável de chamar a
Muitas crianças aprendem uma ou mais destas
atividaoes ac chamar a atençáo aterráão de Diane e <2) dá atcneâo a oualouer
das coisas mais adequadas que ela faz, Diane
Pais e professores frequentemente nio aprenderá melhores formas de obter atenção.
entendem que a atenção social c um É raro uma criança que não tenha algum
reforçador que mantem muitos dos comporta­ aspectos aceitáveis de comportamento para o
mentos problemáticos que eles acham mais professor reforçar com ateoçào; mas muitos
inadequados Depois de Diane ter sc contor­ professores não aprenderam a dar atenção a
cido em sua carteira, falando para si mesma, e eles, só prestando atenção a comportamentos
chutado a mobília à sua volta por dez minutos, inadequados mais salientes.
a professora disse. "Diane. sente-se quieta *
Todos os amigos de Diane viram-se para
olhar. A atenção social pode reforçar de tal CONDICIONAMENTO DIFERENCIAL
maneira o comportamento inadequado, que a
ameaça suave é inefetiva.0 Muitos professores Devido ao condicionamento difere/toai.
relatam que sempre que dizem “assentem-se**, as pessoas aprendem a discrim inar que um
as crianças levantam-se A atençáo social está tipo de estimulo pode ser um reforçador
reforçando o comportamento que está condicionado em uma situação e um punidor
causando problemas condicionado em outra. A despeito do foto do

"Skiimcr(19S3: T7>.
“ O'Leary a aL (1970); Hall et aL (1972). Sulzcr e
” Soboo e O'Leary (1976). Mayer (1972); Axdrod (1977).
Preictoos d s Ccregorta/nento na '/iria O-ina I 29

contato sodaJ e atenção serem geralmente Alguns sinais sociais - como elogios e
associados com condicionamento positivo na atenção podem funcionar como reforçadores
infância a criança também recebe punição dos ou punidores socais. dependendo do grau para
pais e dos outros. Como as pessoas podem ser o qual eles sinalizam reforçamentos ou
fonte tanto de reforçamento como de punição, punição. Por exemplo, elogios podem ser
a criança aprende a discriminar entre os sinceros ou manipuladores, e as pessoas
estimulos que precedem e sinalizam geralmente aprendem a discriminar as
reforçadores e aqueles que precedem e diferenças a medida que crescem. As crianças
sinalizam punidores Sorrisos, aquiescência, sempre respondem a elogios como reforça-
sinais de interesse, tons dc voz suaves, dores condicionados poderosos, uma vez que
cumprimentos e elogios são sempre seguidos o elogio dos adultos é sempre sinalizador de
por abraços, cuidados, brincadeiras e outros várias outras recompensas A medida que os
reforçadores; assim estes estimulos podem anos passam, muitos de nós temos expe­
tomar-se reforçadores condicionados. Repro­ riências onde as pessoas nos manipulam com
vação. lábios apertados, advertência com o cumprimentos e elogios falsos levando-nos a
dedo, to-m dc voz áspero e critica sâo sempre fazer alguma coisa que os toma aversivos.
seguidos por punição; assim, estes estimulos Todos nós já fomos expostos a cumprimentos
podem tomar-sc punidores condicionados. A manipulativos, tais como: *Oh! Jim, vocé tem
criança muito jovem pode parecer não tanto jeito com crianças, porque não toma
“entender" quando a mamãe ou o papai esláo conta delas esta tarde?”. Depois das pessoas
com raiva, porque quase todo contato social é ouvirem tais elogios, elas acabam arranjando
um reforçador condicionado para o recém- um trabalho a mais. Eventualmente, à medida
nascido. A medida que inicia o reforçamento que as pessoas aprendem a discriminar as
diferencial, a criança se toma mais diferenças entre elogios sinceros c
discrimin&tiva. Quando o sorriso do papai manipulativos, os cumprimentos manipula­
muda para um olhar fixo penetrante, a criança tivos e os elogios exagerados toream-se
pára de brincar com o alimento na mesa de punidores condicionados. No futuro, quando
café. Estas indicaçôcs de que a criança alguém tentar manipular Jim com falsos
“compreende” os sinais nSo verbais demons­ elogios, os cumprimentos manipulativos
tram que a criança discrimina entre eles, podem agora suprimir o comportamento no
respondendo a um como reforçador condicio­ lugar de tomá-lo mais provável.
nado e a outro como punidor condicionado.
De forma semelhante, o condiciona­
Naturalmente, à medida que os anos mento diferencial leva a pessoa a aprender que
passam cada um de nós aprende a ser sensível nem todas as formas de atenção soda) são
a incontáveis estimulos sociais como recompensadoras. Embora a atenção social
reforçadores ou punidores condicionados. seja sempre um reforçador. ser vigiado
Como temos histórias de condicionamento cuidadosamente nâo é. A vigilância funciona
únicas, não respondemos aos mesmos sinais sempre como um punidor condicionado.
sociais como estimulos positivos ou negati­ Quando as pessoas estão envolvidas em
vos. Algumas pessoas acham a linguagem atividades divertidas como cm jogos que
obscena muito aversiva. devido à sua produzem niveis reforçadores de estimulação
associação próxima com punição cm sua sensorial ninguém precisa vigiar para garantir
experiência passada. Outras pessoas respon­ que elas continuem jogando. Entretanto,
dem à obscenidade como reforçadores quando as pessoas têm que fazer tarefas
condicionados porque sempre fizeram parte de aversivas. é sempre necessário ter algum tipo
suas conversações relaxadas com as pessoas de vigilância para se ter certeza de que não
enquanto sorriam c se diveniam pararão ou diminuirão seu ritmo dc trabalho.
Assim, os pais checam para ver se a criança
cortou a grama e tirou lixo, o patrão confere
PrmcipiM do Con&snarr^nTn na Vid* Otin a 130

para ver se o trabalhador lerminou o trabalho símbolo (token) pode tomar-se um reforçador.
com boa qualidade, etc. Como estar sob vigi* condicionado quando um grupo de pessoas
tância é sempre um bom sinalizador de que usa o símbolo na troca por outros
uma atividade é aversiva. o$ sinais indicando reforçadores.
que um comportamento está sendo monito­ Diplomas, notas altas, prêmios, placas,
rado tomam-se, sempre, punidores condicio­ medalhas e outras honras sio símbolos
nados. Esta é uma das razões pelas quais as (tokens) dados àcueles que se sobressaem.
pes> >as preferem trabalhos onde não hà Muitas pessoas rprenderam a achar estes
vigiiãncia e elas podem "ser seus próprios símbolos (tokens) tã o reco m p en sa dores que
patrões’ mesmo que tenham que trabalhar o trabalharão muito para ganhá-los. O condicio­
mesmo tanto que em qualquer trabalho. namento começa cedo na vida quando as pais
Experimentos demonstram que quando os demonstram atenção por seus filhos por
adultos começam a observar o brinquedo da ganharem boas notas. Como notas altas e
criança como se estivesse monitorando uma diplomas sempre abrem as portas para as
tarefa aversiva. a vigilância sozinha suprime a melhores universidades, os trabalhos mais
frequência do comportamento de brincar da estimulantes, promoções mais rápidas e outras
criança11 Ser observado tôfftâ as pessoas
recompensas, podem adquirir poder icfor-
nervosas e faz com que se sintam constran­ çador adicional Naturalmente, as pessoas que
gidas, indicando que a vigilância é um CS que ganharam notas baixas (e foram privadas dos
elicia respostas emocionais negativas. Estar reforçadores dados aos melhores alunos)
sob vigilância sempre serve como um S~ para
aprenderam a achar o sistema de classificação
nào brincar ou perder tempo, e um S° para aversivol As notas são parcadas com
operantes como dizer, “Pára de me vigiar, isto vigilância, fracasso, critica e perda dc
me deixa nervoso'’ oportunidade.
O golfista que tem uma parede inteira
SÍMBOLOS /TOKENS) COMO coberta com medalhas e troféus pode achar
REFORÇADORES E PUNIDORES estes prêmios mais valiosos do que os outros
imaginam. Cada prêmio ê associado com uma
vitória. Cada prêmio aumenta o tamanho da
A s pessoas sempre usam objetos como
coleção. Quanto maior a coleção, mais
reforçadores ou punidores condicionados.
surpresas c impressionadas ficam as visitas
Estes objetos sio símbolos que representam
que exclamam. ’Leslie, estou impressionado.
outros tipos de reforçamento ou punição. Não sabia que você era um golfista tão
Dinheiro é um reforçador condicionado para a notável" Quer seja uma medalha militar, um
maioria das pessoas, mas não todas. Algumas
prêmio dc literatura ou um bouquet de rosas,
sociedades utilizam conchas, pontas de
símbolos de estima são associados com outros
flechas, cola;es ou outros objetos. As pessoas reforçadores e portanto tornam-se reforça­
dessas sociedades podem olhar para uma nota dores condicionados para aqueles que tiveram
de ccm reais e ficar surpresas por isto poder
a chance de ganhá-k».
ter valor, da mesma forma que ficamos
surpresos com o grande valor que colocam em Muitos símbolos funcionam como
seus objetos de troca. Entretanto, qualquer punidores condicionados. Muitas de trânsito,
contas, cobranças de ordens de pagamento e
outros símbolos semelhantes são estimulos
17 Embora Lcppcr e Greene (197$) tenham usado a que precedem a perda de reforçadores Um
tso ru aribuiçAo pota interpret» estes resultados, « ticket no pára-brisa e um estimulo informa­
-dados indicam claramente que a vigilánaa funaoia
como u r i p u a i d ú r social Veja Banduni (1977:107 f ) tivo: más noticias! Como um CS associado
pare u n a crtòca ao aso da teoria da atribuição cm casos com experiências aversivas, um ticket de
como csie& multa faz com que muitas pessoas sintam mal
PftftdfrO* do Com ooftaranto n» Vida Otária 131

logo que o vêem, e isto pode suprimir e punir * pessoas aprende a responder ao dinheiro como
o estacionamento ilegal. .-Mem disso, cie um reforçador generalizado Se você está com
funciona como um S para pagar a multa, fome. o dinheiro pode trazer alimento Se vocè
desde que pagar é negativamente reforçado está eniediado o dinheiro pode trazer
por fiigir de punições mais severas dadas divertimento. Se vocé gosta dc andar na
àqueles que não pagam suas muitas de úitima moda, o dinheiro pode comprar roupas
trânsito. novas. Se você tem uma multa de trânsito, o
Imortalizada na novela The Scarlet dinheiro pode ajudar a evitar as penalidades
Letter, a letra "A" foi um simbolo punitivo pesadas que você poderá enfrentar se não
usado pdas mulheres infiéis na puritana Nova pagar. Muitos de nós aprendemos a responder
Inglaterra.'* Outros símbolos de desaprovação ao dinheiro como um reforçador condicionado
incluem algemas, correntes, tatuagens, e em muitos contextos c cm muitos estados de
marcas feitas em escravos, prisioneiros, privação. Assim, o dinheiro toma-se um
exilados e marginais cm muitas sociedades. reforçador condicionado generalizado.
Uma vez que as pessoas não querem ostentar Apesar da ampla generalização dos
símbolos de desaprovação como o q u o o n reforçadores monetários, o condicionamento
para símbolos de sucesso, aqueies símbolos diferencial, geralmente, leva-nos a aprender
têm que ser afixados fisicamente nas pessoas discriminações que impedem o dinheiro de ser
ou em seus pertences para evitar que elas se um reforçador cm todas as circunstâncias. Por
descartem do simbolo aversivo. Por exemplo, exemplo, a posse dc dinheiro roubado ou
os judeus oa Alemanha de Hitler podiam ser falsificado pode colocar uma pessoa em maus
presos caso não usassem a estrela de David lençóis. Assim sendo, qualquer informação de
que os identificava e estigmatizava na que o dinheiro é roubado ou falsificado será
sociedade nazista. Poucos cornam o risco de geralmente suficiente para tomar o dinheiro
nio usá-la,'* No passado, quando uma criança um punidor condicionado, que elida
era punida tendo que usar um chapéu de sentimentos aversivos e motiva a esquiva.
orethas de burro, o professor vigiava a criança Além do mais, a maioria das pessoas aprende
para assegurar-se de que ela não tiraria o a discriminar que certas situações não devem
simbolo (token) negativo. ser associadas com dinheiro. Quando você
ajuda alguém que ama, receber dinheiro em
pagamento pode fazer parecer que seu
R£FORC/\DORES E PUNIDORES comportamento foi mercenário, ao invés de
GENERALIZADOS ser um ato de amor. Outros, então, podem
criticar ’Vocè nio ajudou sua avó porque a
Quando as pessoas aprendem que ama Você o fez peto dinheiro*. Este tipo dc
certos estim ulos são preditivos de muitas condicionamento social faz com que as
espécies de reforçamento numa grande pessoas discriminem que não se deve usar o
variedade de circunstâncias, estes estimulas dinheiro cm situações onde o valor positivo
tom am -se reforçadores generalizados. do amor. da amizade, patriotismo ou outras
Dinheiro é um exemplo claro de reforçador metas nobres possam ser manchados pelo
generalizado. Como o dinheiro pode ser "raaterialismo crasso* do dinheiro. Entío. os
utilizado para obter muitos reforçadores reforçadores nio precisam ser efetivos em
positivos ou evitar muitos punidores em todos os contextos para serem rotulados como
incontáveis situações diferentes, a maioria das reforçadores generalizados.
Atenção social, conversar com outros c
o gregarismo são, até um determinado grau,
'* HrMhorac, 1850
” Hilbcrg. (I96Í.I21-Í22)
P u r g P c t c o C o m p artam eo a na V«ta P â rw 132

reforçadores generalizados.9 Para algumas normalmente aprendem a evitar assuntos que


pessoas, eaar cm companhia dc outras reforça levam outras a responder com estas dicas'
dirigirem-» a estranhos e iniciar uma socais Multas c outros dispositivas legais são
conversa. Embora algumas pessoas assentem* punidores condicionados muito amplamente
sc dcsjumupaiilmddi cai restaurante», barca, genârdtzados.
teatros e parques, a maioria prefere estar A variabilidade da vida diária facilita o
acompanhada Embora possam caminhar sós condicionamento de muitos reforçadores e
na praia, is p.-isoas normalmente se agrupam. punidures generalizados. Se sorrisos fossem
Os reforçadores extras que obtêm por se correlacionados apenas com reforçadores
agrupar faciltam a formação de grupos. alimemares - quando as pessoas sentassem
Naturalmente, a discriminação também para desfrutar de uma refeição - eles não
ocorre As pessoas freqüentemente formam serviriam como reforçadores generalizados
grupos com determinados tipos de pessoas; c Quando as pessoas não mais estivessem com
em algumas situações, mesmo as pessoas que fome os sorrisos c a comida teriam pequeno
normalmente respondem à companhia como valor reforçador. Contudo, no dia-a-dia, as
um reforçador generalizado poderoso podem pesseas vivendam sorriso em associação com
achar mas reforçador ficarem a sós. uma ampla variação de situações de reforça*
As pessoas podem responder a mento. Este condicionamento generalizado
reforçadores generalizados particulares aos aumenta o valor positivo do estimulo, através
quais muitas outras não respondem Algumas do gradiente de generalização.
pessoas aprenderam a achar a música um
icíb içad w c freqüentem ente
cantam ou tocam música porque estas CADMAS DE OPERANTES
atividades são instrumentos na produção do
reforçador generalizado Outras pessoas Reforçadores e punidores condicionados
aprenderam a achar o conhecimento um desempenham um papel especialmente
reforçador generalizada e léem, colecionam importante quando se explica as longas
livros ou visitam museus pelo conhecimento seqüências de comportamentos típicos do dia-
que estas atividades proporcionam. Algumas a-dü- Uma seqüência de operantes ê
considenm a beleza um reforçador chanada de cadeia de comportamento
generalizado e dedicam um tempo incomum à opetarue. Cada comportamento em uma
pintura, escultura, decoração ou paisagismo, cackia è normalmente ligado ao próximo
sob a influência deste reforçador. comportamento por reforçadores condiciona­
Quando as pessoas aprendem que dos embora os reforçadores incondtctonadas
determinados estim ulas sâo preditivos de uma possam também estar envolvidos.
variedade de diferentes tipos de punição,
numa ampla variedade de circunstâncias,
éstes estim ulos se tornam punidores OPERANTE c = > REFORÇADOR
gtneralizcuk»\ Punidores genentUrMic» «3o
aversivos num grande número de contextos. IEFORÇADOR <-----» OPERANTE
Desaprovação, olhares frios, tons dc voz
ríspidos e outras dicas sociais (endem a ser
OPERANTE c=C > REFORÇADOR
punidores generalizados para a maioria das
pessoas Como conseqüência as pessoas
ETC.

w Como observamos no Capitulo 6. a estimulação


seseorij} è também uma parte imponanie dos Cada reforçador liga dois operantes.
reforçadores sociais servindo para reforçar o operante anterior c
Pnncipo* tfa C c rw y ia ty e iw na V-da D ana 133

para cstabeiecer a ocasião para o próximo. Os na cadcia componamental e as iespostas


punidores, sc aparecem na cadeia. diminuem a consumatórias finais.
probabilidade do operante punido e normal*
mente funcionam para reforçar negativamente
outras respostas. CAPE/AS OPERANTES PE DOIS FJjO S
O tipo de cadeia de operantes mais
comu mente pesquisado consiste de uma série Para ver como as cadeias são
de operante» que termina na obtenção de um aprendidas e mantidas, vamos examinar
reforçador incondicionado. primeiramente a cadeia de operantes mais
simples, a de dois elos. composta de dois
operantes que são ligados por um reforçador
REFORÇADOR condicionado. Quando Julie está entediada.
OPERANTE =
CONDICIONADO £5 pega seu violão e começa a tocar. O primeiro
REFORÇADOR Su que controla a cadeia dc resposta é o
= OPERANTE C
CONDICIONADO sentimento de tedio Este S° estabelece a
REFORÇADOR ocasião para o primeiro operante, pegar o
OPERANTE c =
INCONDICIONADO violão. Quando d e está ajustado e pronto para
ser tocado, este novo padrão de estimulo
funciona como reforçador condicionado para
Uma pessoa pode gerar uma cadeia o primeiro operante. Julie pode aré sorrir,
componamental de preparação de alimento quando sente o instrumento chegar à posição
que termina com o consumo do alimento O corTeta, o sorriso sendo eliciado pelos CS's do
úhimo comportamento rta cadeia c seguido reforçador condicionado. A posição
por um reforçador incondicionado. Todas as confortável do violão também funciona como
respostas anteriores na cadeia sio seguidas SD para o segundo operante na cadeia, tocar
por reforçadores condicionados que funcio­ musica. A música que cia cria prove
nam como reforçadores porque precedem e estimulação sensorial que cessa o estado
predizem o reforçador terminai do alimento. O aversivo de tõdio c lhe traz reforçadores de
bife na grelha é um reforçador condicionado niveis ótimos de estimulação sensorial.
porque precede c sinaliza as conseqüências
reforçadores de um alimento saboroso. Os
reforçadores condicionados anteriores na REFORÇADOR
cadcia ajudam a cobrir a lacuna do tempo S u <=> I®OPERANTE
CONDICIONADO
entre as respostas anteriores na cadeia e o (CS ES®)
eventual reforçador incondicionado no fim.
REFORÇADOR OPERANTE
Uma pessoa pode passar horas preparando INCONDICIONADO
uma refeição. Centenas de pequenas etapas
isoladas podem ser executadas em seqüência,
antes qve o jantar finalmente seja servido. O
reforçador incondicionado de alimento é
muito eficaz para reforçar respostas como
colocar comida na boca, que ocorre imedia­
tamente antes do reforçador incondicionado; TOCAR
ESTIMULAÇÃO
mas não pode reforçar diretamente respostas SENSORIAL ÓTIMA VIOLÃO
que ocorreram uma hora antes. São os
reforçadores condicionados que precedem e
sinalizam o bom alimento que cobrem a A estimulação ótima é o reforçador
lacuna do tempo entre os elementos anteriores incondicionado que levou Julie a aprender
esta cadeia de dois elos. A estimulação ótima
Prwcipios OQ CoT>sonarramc na Vida D itna t

reforça diretamente o segundo operante na rápida e indistintamente as pessoas. Após.


cadeia. Como predizem os reforçadores da anos de prática, ele adquiriu longas cadeias de
estimulação sensorial, os estimulos que comportamento hábil, a maioria das quais está
procedem regularmente este segundo operante sob controle de reforçadores condicionados.
se tomam reforçadores condicionados Estes Estimulos que a maioria das pessoas nunca
reforçadores condicionados são responsáveis percebe são reforçadores condicionados para o
por reforçar o primeiro operante e tomar o batedor de carteiras: uma saliência no bolso de
tedio um S° para iniciar a cadeia dc respostas um senhor, uma carteira aparecendo na bolsa
dc uma senhora ou um relógio colocado
O reforçador oondictonado nas cadeias
descuidadamente ao lado dc uma valise.
è normalmente um estimulo produzido pela
Embora possam ser estímulos neutros para a
resposta: é um estimulo que é produzido pela maioria das pessoas, o batedor dc carteira
resposta anterior. O operante pegar o violão
acha estes estimulos informativos bastante
conduz ao próximo padrão de estimulo
recompensadores. Quando seus oihos atentos
"violão sobre a perna", o qual é um estímulo
deparam com a saliência no bolso, o estimulo
produzido pela resposta. que reforça o
funciona como um reforçador condicionado
operante anterior e estabelece a ocasião para o
com propriedades de um CS e um S°. Como
próximo operante. O estimulo produzido pela
um CS, reforça os operantes anteriores de
resposta pode vir de dentro ou de fora do
examinar cuidadosamente o ambiente e as
corpo. Neste caso. os estimulos produzidos
pessoas (operante 1 na Figura 7-!), e elicia
pela resposta surgem dos estímulos externos
respostas emocionais prazerosas. A saliência
do violão chegar a posição correta e os
também funciona como um SD para o operante
estimulos internos de todo o corpo, quando
2: esbarrar na vitima quando ela está rodeada
alguém se coloca numa posição confortável
por outras pessoas Quando a vítima se
para tocar. Estes estimulos autoproduzídos
aproxima de um grupo dc pessoas, o batedor
controlam o tempo e coordenam a ligação de
de carteiras se apressa em espremer-se entre a
respostas na cadeia.
vitima e o grupo, parecendo estar com pressa.
Quando esbarra nela, os estímulos tátds
CAPEM 5 OPERANTES DE UÃR/Q5 servem como reforçadores condicionados para
ELOS tocar a vitima (operante 2) Estes estimulos
táteis são também SD's para a próxima
resposta na cadeia - puxar a carteira (operante
A maioria dos comportamentos 3) Puxar a carteira conduz a estimulos
operantes do adulto consiste de cadeias com produzidos pela resposta. O estimulo da
mais de dois elos. Longas cadeias são ligadas saliência desaparece e o batedor de carteira
da mesma forma que as curtas cadeias dc dois tem cm mãos um novo estimulo • uma carteira
elos. Entre cada operante há um reforçador dc couro. Este reforçador condicionado c um
condicionado que reforça o operante anterior e CS que reforça os operantes de tirar
serve como um S° para o próximo operante. habilidosamente carteiras de bolsos e elicia
Estes reforçadores condicionados normal* um sorriso sutil. É também um S° que
mente envolvem estímulos produzidos pela estabelece a ocasião para respostas como
resposta, embora outros estímulos possam entrar em um toaiete próximo e esvaziar a
também ser envolvidos. carteira (operante 4) O dinheiro é o próximo
Para ilustrar o papel dos reforçadores e reforçador condicionado • dois mil cruzados
punidores condicionados em cadeias operan­ em notas de 100 e 500. Ter dinheiro e um S°
tes de vários elos. vamos analisar as series de para gasiá-k> (operante 5 ). O batedor dc
operantes executados por um hábil batedor de carteiras pode usá-lo para obter reforçadores
carteiras. Quando ele se mistura à multidão terminais tais como comida, drogas ou
em um aeroporto movimentado, d e olha divertimento (estimulação sensonal). Nestes
P rlndõtoi do Cômoõrtamenw *a V * i Oiáni

casos, os reforçadores terminais sio


reforçadores incondicionados (o US na Figura
7-D. • • I • *
Se o batedor dc carteiras tivesse se
atrapalhado na tentativa dc puxar a carteira, o
erro teria levado a estimulos produzidos peta
resposta, que funcionariam como punidores
condicionados, interrompendo assim a cadeia
suave dc comportamentos mostrada na Figura
7*1 Os punidores condicionados serviriam
como CS's que punem o ato desajeitado e
eliciam emoções aversivas. Também servi­ FIGURA 7.1 Cadeia de comportamentos c
riam como S*s para nâo emitir a próxima reforçadores condicionados que produ-
resposta e Sffs para ações que. no passado, zem o reforçador final. As setas cm
permitiram ao batedor dc carteiras sc esquivar negrito mostram como cada comporta­
da punição. Se ele tivesse calculado mal, sua mento leva a um estimulo produzido peLa
mão não estaria corretamente posicionada resposta. As setas sem negrito mostram
para puxar a carteira. O erro teria punido sua que cada reforçador condicionado é um
abordagem desajeitada e servido como um S' CS que reforça o operante anterior c um
para nâo tentar retirar a carteira. Depois de tal S° que indica ocasião para o próximo
erro. correr para se esquivar do risco de ser operante.
preso seria negativamente reforçado.
Embora este exemplo divida a cadcia de componentes emocionais Como S°*s, estabe­
comportamento de bater carteira em cinco lecem a ocasião para operantes subsequentes.
elos a análise poderia ter sido feita com Em cadeias comportamentais de elos múlti­
detalhamentos mais refinados a Observações plos, os punidores e reforçadores condiciona­
mais detalhadas revelariam numerosas unida­ dos têm uma quarta função: eles cobrem a
des comportamentais menores envolvidas na lacuna de tempo entre os prim eiros comporta­
produção dc cada d o da cadeia. Quebrando mentos numa cadeia e as conseqüências
cada classe de resposta em subdivisões mais term inais (que estão localizadas no fin a l da
refutadas, uma cadeia pode ser vista como cadeia).
consistindo de muitas sub-unidades pequenas,
ao invés de uma ampla classe de respostas. No Capitulo 2, vimos que os
reforçadores e punidores são mais efetivos
quando ocorrem imediatamente apôs o
COBRINDO A IAC.UNA DE TEMPO comportamento. Quando as pessoas geram
longas cadeias de comportamento antes de
obterem um reforçador terminal ou evitar um
Já discutimos as très funções básicas punidor, as conseqüências terminais estSo
dos reforçadores e punidores condicionados: sempre muito distantes dos primeiros compor­
como CS’s, reforçam ou punem operantes
tamentos nesta cadcia para terem um efeito
anteriores e eliciam respostas reflexas com muito direto sobre eles. A lacuna dc tempo
entre os primeiros elos numa cadeia e as
s O grau que nós focalizamos em dcuábet • conseqüências terminais pode ser de horas.
analisando o fluxo dc comportamento cm umdadcs ou mais longa. Um estudante pode
muào pcqoenas - depende dos objetivos <fc nosso estudar um material muito entediante por
csrudo c dc quão útil a observação &para propósitos vários dias. porque estudar é essencial para
iliHtrecvos ou de procedimento {Ntillcnson c Leslie. obter o reforçador terminal de uma boa nota
I9T9:16J)
Pr.ncis.0* <30 ComcortamenM na Vala D.ina 136

ou evitar o punidor dc uma nota ruim. 0$ pais pessoa através de uma cadeia na direção de
podem passa; semanas fazendo treino de reforçadores terminais. Quaisquer estimulos
loalete em seu filho antes que alcancem o informativos que ocorram quando uma pessoa
reforçador terminal de ura treino bem está “na trilha” - seguindo uma cadeia • na
sucedido Nestes casos, os reforçadores e direção de um reforçador terminai podem
punidores condicionados cobrem a lacuna de tomar-se reforçadores condicionados uma vez
tempo entre os primeiros operantes e as que a pessoa tenha uma experiência recom-
conseqüências finais: os reforçadores e pensadora com a cadeia comportamental.
punidores condicionados que ocorrem
l*wudorvs condicionados são sinais de
imediatamente após cada operante em uma
"más noticias”, que podem servir para cobrir a
cadeia provém conseqtiincias im ediatas para
lacuna dc tempo entre os primeiros d o s nas
cada e h comportamenuú. Quando um aluno
cadeias operantes e os punidores atrasados.
estada dias antes dc um teste, os estimulos No desempenho de uma cadeia longa - como
presentes em cada elo da cadeia do
ser entrevistado para um trabalho, treinar para
comportamento de estudar são reforçadores
um evento atlético, ou preparar um jantar - um
condicionados para estudar, se no passado
ou dois enganos pòdcm compromctcr o
d e s foram sinalizadores dc obter mdhores sucesso na cadeia completa de compor­
notas do que se não estudassem. Da mesma
tamento. Durante uma entrevista para um
forma, os estimulos presentes quando não se
trabalho, uma pessoa pode pensar em fàzer
estuda sào punidores condicionados para o uma piada étnica, então sentir uma pontada de
comportamento de nâo estudar, se são apreeosão. Apenas pensar em fazer a piada
sinalizadores de notas baixas. gerou uma resposta que produziu estimulos
Os reforçadores condicionados sào que são punidores condicionados, porque des
sinais dc “boa noticia" que ocorrem quando sinalizam que toda a entrevista para o trabalho
uma pessoa completa com sucesso cada elo poderia ser colocada em risco por causa da
componamental de uma cadeia e cada vez piada. Os punidores condicionados suprimem
mais se aproxima do reforçador terminal no o pensamento de fazer a piada e servem como
final daquela cadeia Os primeiros elos na reforçadores negativos para falar sobre outra
cadeia de preparar bolos ou biscoitos ocorrem coisa. Os punidores condicionados funcionam
quando a pessoa compra os ingredientes na como "sinais de adverténcian que cobrem a
mercearia. Estes atos não sâo seguidos lacuna de tempo entre o componamento em
imediatamente por alimentos reforçadores, curso e as eventuais conseqüências aversivas.
mas são seguidos imediatamente por reforça­
Erros, idiotices, asneiras e outros
dores condicionados, jà que comprar alimento
enganos no inicio da cadeia podem
produz estimulos que são sinalizadores que o
comprometer a obtenção de um reforçador
reforçamento por alimento ocorrerá mais tarde
terminal e/ou levar a eventos aversivos - se
na cadeia. Depois que a pessoa chcga em casa
nenhuma ação corretiva é realizada. Os
e comoça a fazer alguns biscoitos, há estim ulos produzidos por enganos tornam-se
reforçadores condicionados adicionais, pois
punidores condicionados que cobrem a
misturar o$ ingredientes é também sinalizador lacuna de tempo por prover punição Imediata
de reforçamento com alimento. Embora os para ações que podem comprometer a
atos de colocar o alimento na boca sejam conclusão da cadeia de comportamento.
imediatamente reforçados pelo alimento,
Quando punidores condicionados aparecem
todos os elos operantes precedentes são
em cadeias operantes. eles tendem a (I)
reforçados pelos reforçadores condicionados suprimir o comportamento problemático que
que são preditivos de alcançar o reforçador os produziu e (2) prover reforçamento
terminal d-uam, os reforçadores condiciona­ negativo para ações corretivas que reiniciam a
dos cobrem a lacuna provendo reforçamento
cadeia de comportamento Pilotos de canos dc
imediato para comportamentos que levam a
PrtUCi&O* ao Ccmoartarrewa r a V ga f>ána 137

corrida sabem que cada corrida pode envolver passar a vtinria. r a«im por diarue Alguns,
acidcntcs dolorosos se não tomarem precau­ operantes sdo seguidos por alimento na boca
ção. Ver um vazamento incomum numa (reforçador inconiicionado) enquanto outros
máquina de alto desempenho d um punidor são seguidos por reforçadores condicionados
condicionado que sinaliza perigo cm patencial associados com limemo. Em muitas cadeias
na próxima corrida - que poderá ser dias ou comuns de comportamento, os reforçadores
semaias mais tarde. 0 punidor condi:ionado incondicionados ce estimulação sensorial são
c um CS que elicia respostas emocionais c superpostos aos reforçadores condicionados
pune quaisquer atos de negligência responsá­ em vários pontos através da cadeia.2 Tocar
veis pelo vazamento da máquina; ele t um S° música, conversar com um amigo, explorar
que estabelece a ocasião para reparar o uma nova cidade c jogar, envolvem cadeias de
defeito. Uma vez que a máquina é consertada, comportamento nas quais novas e estimu­
o puridor condicionado desaparece; o desapa­ lantes experiências sensoriais aparecem em
recimento do punidor provè reforçamento vários pontos da cadeia c tornam o comporta­
negativo para a boa manutenção da rraquina. mento mais recompensador do que ele poderia
Assin, os punidores condicionados cobrem a ser se fosse mantido somente por reforçadores
lacuna de tempo entre uma cuidadosa condicionados.
manutenção da máquina e a próxima sorrida,
Segundo, cs reforçadores terminais de
ajudando as pessoas a evitar serias punições algumas cadeias podem nâo ser reforçadores
por tomar precauções eficazes com antece­
incondicionados. O reforçador term inai pode
dência. Quando um cirurgião vê que o bisturi ser um das ma!s poderosos reforçadores
está nuito próximo de uma artéria qie deve condicionados, como atenção social ou
permanecer intacta, os estimulos produzidos
dinheiro. Pagamcitos sio reforçadores termi­
pela resposta servem como pwnidores nais que manterão longas cadeias de trabalhar
condicionados que suprimem futuras respostas
por vários dias. Crianças que reclamam ou
incorretas, como S^s para nio cortar mais. e emburram podem gerar cadeias de compor­
como S^s paia uma açio corretiva. Fugindo tamento que duram uma hora ou mais ames de
dos punidores condicionados, o cirurgilo evita receberem o reforço terminal de atenção
cometer enganos que poderiam causa* sérios social.
probkmas mais tarde.
Terceiro, o reforçador term inal nâo
precisa ser tão pxieroso se outros reforça­
CADEIAS COMPLEXAS dores anteriores, tu cadeia, sâo relativamente
poderosos. Por exemplo, uma conversa no
telefone termina com “ Até amanhã” e o
A té a g o ra . H iscu tim o i d u a s d a s fo rm a s
telefone desligado Os atos finais da conversa
mais básicas de cadeias de comportamento
ao telefone nio produzem reforçadores termi­
operate: cadeias de dois elos levando a um
nais que são suficientemente recompensadores
reforçador iacondicionado e cadcias dc vários
para manter toda a interação social prévia. Em
elos fevando a um reforçador incondidonado.
muitas conversas, os reforçadores terminais
Outrts tipos de cadeias operantes são também
sio de importância trivial comparados com os
visto? na vida diária.
reforçadores de interação social, a informação
Primeiro, algumas cadeias contém
reforçadores incondicionados misturados com 22 No dia-a-dia. coo é raro ccreus reforçador» dc
os rtforçadores condicionados em m uitos ettutmUçào sensonal opsrcccndo em vários p o n to ao
pontes ao longo da cadeia. Por exemplo, longo da cadeia de reformadores ooodícwnadM que
ja n ta r ê u m a c a d e la d e o p w a n te e qu« inotui pnoeden ura tcfbfçMor Krmml. Houston <1976:173)
servir-se de mais um pouco de arroz, cortar nota que mesmo no tooratono. a cittirmbçÃo seasonal
poá t a p a r a r cm poaos *o longo de uma
um pedaço de came, colocar a carne na boca. cadeia.
PrwiD<K ao OmportamoTTto na Vida OtArta 138

significativa c a estimulação sensorial, cm


tornar recompcnsador cada d o da cadcia dc
conversação

G4DEM S SOCIALMENTE CNMMA »w 9#«ar

ÍNTERÍJGADAS

Durante a interação, duas pessoas


sempre interligam suas cadeias de respostas..
A Figura 7-2 mostra uma cadeia social como
esta A pessoa A pergunta se B vê sempre um
certo programa dc televisão. B responde
FIGURA 7.2 As conversas consistem de
'Sim" Isto leva A a dizer as últimas noticias
cadeias socialmente interligadas. Cada
sobre a estrela do programa. B diz, *Vocé está
resposta e um CS que retorça o com porta­
brincando!”. A diz “Não, não estou!". B faz
mento anterior c u rn S 0 que estabelece a
uma piada sobre a vida social da atriz. Embora ocasião para o comportamento a seguir
« sr&T** rAnti*nhtm l«ntA< 0»
intemipçõea, cadeias suavemente ligadas
wmnrf aruiiw^m nnanrin (V«Aa>; acham rw
assuirtos recompenc — ' * ~^*'s tfHV Im»v HyUw^ tOv v • • «• *••*11 «—• .
oenao as comnõuiçoes um do outro. Quando como no exemplo acima. Os comentários de
B responde *Sim" à pergunta dc A sobre ver A sobre a atriz de cinema podem 'passar em
um programa de televisão, a resposta de B branco" se B não sabe nada sobre o assumo e
funciona como (1) um reforçador condicio­ é claramente indiferente a A. Isto coloca a
nado com as propriedades de um CS e SD discussão sobre a atriz de cinema cm extinção
Como um CS. d e reforça A a fazer a e diminui a probabilidade de A mencionar
pergunta; e como um SD ele dá dica para A este ou assuntos semelhantes para B na hora e
dizer as últimas novidades, (se B tivesse no futuro. Qualquer coisa que A disser poderá
respondido “NSo", A poderia ter tido que servir corao um punidor condicionado para a
explicar mais sobre o programa antes dc dizer última resposta de B, e B pode tomar-se
as novidades ou mudar de assunto. Assim, a quieto ou pular para um assunto totalmente
palavra “NÀO" poderia ter sido Um Svpara diferente Quanto maior a razão de punição
não continuar a cadda no diagrama e SD para para reforçamento que há num dialogo, menor
outras respostas verbais). Quando A conta as a probabilidade da conversação fluir suave*
últimas noúdas, a interação social positiva e a mente e ser agradável para as pessoas
novidade da estória reforça o dizer 'SIM* de envolvidas. Os punidores condicionados
B e Indica a ocasião para B dizer, “Você está eliciam respostas emocionais aversivas e
brincando”. As respostas de cada pessoa podem servir como S** para não mais
servem como reforçadores condicionados para interagir com a outra pessoa.
o cotnpoitamenio da outra pessoa Assim, na
Figura 7*2, hà duas setas vindo dc cada
resposta: uma é o CS que reforça a última APRENDENDO NOVAS CAPEM S
resposta da outra pessoa, e a segunda t o S° OPERANTES
que indica a ocasião para a próxima resposta
da outra pessoa
As pessoas podem aprender novas
cadeias de operantes com ou sem a ajuda de
outros. T a a ajuda de outros e rcceber
Pnnc»cioa-õ<i-Conportam»Ho na vida Otâna 130

reforçadores socais para emitir os primeiros ' S*2 -* b -*■ S*l -+ a -+ REFORÇADOR
elementos das cadeias. usualmente torna o TERMINAL
aprender mais fãcil do que aprender sem ajuda
c -*■ 5*2 -► b -*■ S*1 —* a -> REFORÇADOR
social. TERMINAL
Quando as ftesxtxi.* nâo recebem ajuda
das outras enquanto estão aprendendo uma
nova cadeia de operantes, elas normalmente Depois que o componamento c é
tèm que aprender um elo de cadeia a acrescido para tomar a cadeia mais longa, os
wz, em ordem inversa. O último elo é estímulos que precedem c tomam-se um
aprendido primeiro, então o segundo elo é terceiro reforçador condicionado S^3 que
aprendido, e assim por diante 0 operante mais pode então reforçar a aquisição do compor­
fãcil de ser aprendido é, geralmente, aquele tamento d, e ser dica para o desempenho do
que é seguido diretamente pelo reforçador comportamento c.
terminai. Assim, quando quatro respostas - d, Se um excursionista tem que «prender -
c. b e a - conduzem a um reforçador terminal, sem a ajuda de outros - como manter-se
o comportamento "o* é o mais fôcit dc se quente quando caminhando pelos campos, o
aprender primeiro porque ele c seguido mais primeiro comportamento que ele deve adquirir
deve ser a habilidade de fazer uma boa
fogueira. Fazer fogo (comportamento a) c
< J - > c - > b - > O-vREFORÇAM ENTO reforçado pelo calor (um reforçador
TERMINAL incondicionado terminal) Se há momentos cm
que não há madeira seca disponível, haverá
reforçamemo para qualquer comportamento b
de perto pelo reforçador terminal. Os
que tome possivcl o desempenho do
estimulos que precedem e sinalizam de forma
comportamento a (fazer uma fogueira)
mais confiável o comportamento a e suas
Colher madeira caída pertence A classe de
conseqüências • o reforçador terminal -
respostas b porque leva o indivíduo a aoender
tomam-sc um reforçador condicionado
o fogo, então colher madeira é reforçado
(S*).Este primeiro reforçador condicionado
Muitas excursões mais tarde. depois que o
(SRl) ó um CS que pode reforçar qualquer
comportamento b è bem aprendido, o
comportamento (como b) que e instrumental
excursionista pode acampar em um lugar onde
para tom ar possível o envolver-se em a O
não há madeira caida. Qualquer comporta­
S*1 é também um S1* que indica a ocasião
mento c que produza madeira caida será refor­
para desempenhar o comportamento a.
çado porque permite ao excursionista comple­
tar a cadeia de respostas e obter o eventual
reforçador incondicionado de calor. O excur­
a -> REFORÇADOR TERMINAL
sionista pode aprender o comportamento c dc
SR1 -* a -+ REFORÇADOR TERMINAL puxar galhos mortos c então aumentar a
cadeia com outro elo. Finalmente, o excur­
b -»• S*l -► a -> REFORÇADOR TERMINAL
sionista pode aprender o comportamento d de
carrcgar uma serra de bolso para ajudar a
Depois que o comportamento b é acres­ cortar galhos mottos que dc outra forma nâo
cido á cadeia, o estímulo que precede b toma- poderiam ser facilmente arrancados.
se um segundo reforçador condicionado S*2, Quando as pessoas tèm a ajuda de
que pode reforçar a aquisição do compor­ outras na aprendizagem de cadeias, a ajuda
tamento c, e ser dica para o desempenho do social a Ihra do constrangimento de ter que
com|>ortamcnto b aprender um elo da cadeia dc cada vez em
ordem inversa (como descrito acima).
Prtngts»a* oa Concoffam m to na Vida 0 »àna 140

Modelos, regras e prompts (facihtúdores) reforçadores sociais não possam impedir-


podem ajudar uma pessoa a aprender aprendiaagem posterior).9
respostas em qualquer localização (inicio ou
Um esentor deve produzir longas
final) ao longo de uma cadeia extensa e os
cadeias de componamento de escrever boras
rejorçadores sociais para o desempenho seguidas durante meses para completar uma
destas respostas podem facthtar a aquisição
novela. Começando na infância, leva anos
dessas respostas longas a/ites que a pessoa
para adquirir habilidade para produzir cadeias
possa desempenhar a cadeia completa
tão longas de comportamento. No inicio, a
começando do fin a l e adqutrittdo o reforçador ajuda e o reforçamento social são de crucial
terminal. Anos antes da criança aprender a importância paia ensinar à criança como
fazer uma fogueira no campo sem a ajuda de comcçar a escrever, entretanto, o reforça­
outros, os pais podem ensinar a criança a
mento soda) gradualmente toma-se menos
c d h c r a madeira caida c traze-la para o
importante á medida que o escritor adquire
acampamento, então os pais podem acender o habilidades. A criança, que um dia escreverá
fogo. Em outro contexto, os pais podem
novelas, começa adquirindo as habilidades de
ensinar a criança como usar serras de arrancai formar letras do alfabeto e então ligar estas
galhos vdhos, dando reforçadores sociais
letras paia criar uma palavra de cada vez. Os
quando a criança segue as regias ou imita com professores e pais recompensam estas
sucesso o exemplo que deram a ela. Anos primeiras habilidades com amor, atenção,
podem passar antes que a criança acampe com
mostrando o desenho para todos verem e
alguns amigos, procisc dc acender um fogo, e
comentarem. Depois que a criança sabe
usar todos os cios dc cadcia d-c-b-a descrito escrever palavras simples, lhe é dada a prática
acima.
dc criar sentenças, parágrafos e finalmente
Muitas pessoas tem experiência pequenos ensaios. Os primeiros ensaios não
extensa de aprendizagem social através das são de qualidade literária, mas a criança
quais cias adquirem longas cadeias de recebe reforçadores sociais por ter aprendido
operantes por aprenderem a desempenhar longas cadeias do comportamento de escrever.
respostas simples ou fragmentos de cadeias e Depois que a criança domina cadcias ainda
então ligá-los em cadcias longas e mais mais longas dc comportamento para ensaios
sofisticadas. Geralmente, as pessoas aprendem maiores, o professor do colégio pode ajudar o
o s elementos mais laceis de uma cadeia escritor iniciante a inserir elos na cadeia
observando modelos, ouvindo regras ou escrita, para melhorar o uso criativo da
recebendo facilitadores (prompts) c recebendo palavra, a alusão literária e caracterizar o
reforçadores sociais por progredirem. O desenvolvimento. Atravcs dos anos, o
aprendiz deve praticar e aprender poucas estudante pode continuar a rcccbcr reforça­
respostas cm uma cadeia antes que a cadeia dores sociais por adicionar mais elos na cadeia
seja adequada para produzir os reforçadores de comportamento, que será envolvido na
terminais que matuerão a cadeia sem teforça- eventual produção de novelas.
dores sociais extras. Depois que a pessoa
Enquanto no passado o estudante
aprender um certo número dc elos básicos
recebia reforçadores sociais depois de
numa cadeia, a cadeia produzirá reforçadores
completar cada palavra ou sentença, o escritor
terminais suficientes para manter a cadeia sem
pode ligar milhões dc palavras sem reforça­
mais reforçamento social e a pessoa estará mento social externo para cada elo. isto
menos dependente de reforçadores sociais acontece porque cada elo na cadeia escrita é
para uma futura aprendizagem (embora os
seguido por uma resposta que produz reforça­
dores condicionados que devem sua força á

"B aodura 0977:1040.


p™ ocios ao C oow tam g nto r* Vtda Q*na ' 41

uma história passada de pareamcnio com ao invés de auxiliados pelos outros. Aqueles
outros reforçadores. Alguns podem ficar que aprenderam uma habilidade antes de nós
impressionados pela "motivação interna” do podem ajudar-nos a adquirir os elos
escritor para cscrcver cinco horas por dia. necessários para produzir realizações seme­
Como consegue fazer isto? Mas eles lhantes. Se eles usam reforçamento generoso
aprenderam ou iras longas cadeias de compor­ para ensinar-nos os elos. os elos se tomarão
tamento o n io as cadeias para as quais o reforçadores condicionados que reforçarão
escritor recebeu reforçadores para adquirir. A. nossa prática e o domínio dos elos de cadeias
"motivação interna" do escritor é o resultado progressivamente mais longas. Se os elos
de reforçadores condicionados que d e recebeu conduzem para a novela, produções criativas,
em cada elo para escrever um livro c de a estimulação sensorial de novas experiências
reforçadores de estimulação sensorial originá­ funcionará como um reforçador incondi­
rios do escrever criativo (Capitulo 6). cionado para manter nosso comportamento,
E improvável que qualquer um de nós mesmo na ausência de outro reforçador
possa produzir grandes novelas, composições
musicais, descobertas cientificas ou outras
realizações do aperfeiçoamento humano se
permanecemos num aprendizado não dirigido

CO NCLUSÃ O

O s estímulos neutros podem lomar-se reforçadores ou punidores condicionados se eles


precedem ou sinalizam outros reforçadores ou punidores. Cada pessoa tende a aprender um único
conjunto de reforçadores e punidores condicionados devido á sua história particular de experiência
de aprendizagem. Alguns dos reforçadores e punidores condicionados mais comuns são dicas
sociais, símbolos (tokens), e os estimulos produzidos por nossas próprias ações quando executamos
cadeias.de operantes. Os reforçadores condicionados nos recompensam por permanecermos “em
curso a medida que nos movemos através de uma longa seqüência de operantes em direção ã algum
reforçamento terminal. Hies servem para cobrir a lacuna de tempo enue os primeiros elos da cadeia
e os reforçadores terminais atrasados. Os punidores condicionados provêem punição recente se nós
começamos a vaguear “fora de curso” durante uma cadeia, ent&o eles sempre suprimem o compor­
tamento inapropriado antes que respostas descuidadas possam produzir punição incondicionada.
Nos próximos quatro capítulos, voltaremos nossa atenção para os quatro caminhos principais
pelos quais as pessoas aprendem novos comportamentos operantes: reforçamento diferencial e
modelagem, modelos e aprendizagem observacional, prompts (fecilitadores) e regras.
Reforçamento
Diferencial e
Modelagem
Neste capítulo voei vai conhecer as formas pelas tptais o
comportamento é gradualmente modificado, formado e modelado
em novos padrões através de suas conseqüências.

ua! é a origem de um novo comporta­

Q mento? Como se criam as respostas no


repertório de um indivíduo? Este
capitulo e os próximos ttés descrevem quatro A variabilidade é uma característica
tipos diferentes de processos de aprendizagem natural do componamento humano. Quando
que explicam como o novo comportamento é saudamos um amigo ou dizemos nossos nomes,
adquirido e o velho modificado. Este capitulo geralmente há variações na intensidade, altura,
descreve o papel do reforçamento diferenciai e tom de voz, inflexão, e outras sutilezas.
da modelagem na mudança comportamental. Raramente repetimos qualquer comportamento
Os próximos très capítulos examinarão os exatamente da mesma forma em duas ocasiões
chamados processos de aprendizagem social: a diferentes Sempre que o comportamento de
modelação e aprendizagem observational, o alguém è vanàvel e algumas de suas form as
uso dc estimulos facilttadores e dc regras. Na são reforçadas,~êtiquanto que outras nâo o
vida quotidiana, estes quatro processos são, o comportamento está sob reforçamento
frequentemente se entrelaçam cm várias diferenciai. Como sc pode esperar, as varia­
combinações Discutiremos cada processo ções reforçadas se tomam mais freqüentes,
separadamente para clarificar sua contribuição enquanto que as nSo reforçadas ou punidas se
individual para a mudança de comportamento, tomam menos freqüentes.
mas exemplos puros de cada processo são
Quando uma criança recebe pela primeira
menos comuns do que exemplos mistos. Ainda
vez uma colher para se alimentar. pode
que a ênfase maior destes capítulos seja no
introduzi-la no molho dc várias formas dife­
componamento operante, estes processos
rentes Se a colher estiver virada de cabeça
operantes podem influenciar e ser influenciados
para baixo, não conseguirá pegar muito molho
pelo condicionamento Pavloviano (como vimos
no Capitulo 4.) e cão será muito reforçada. Se a colher estiver
na posição certa, conseguirá enchê-la de molho
e será muito reforçada- Os pais observam, meto
nervosos, peío próximo evento. Será que
Pwncio<a> do Comeortarrmmo n a Víd» CXirta 143

conseguira levar o molho á boca, ou este caira qualquer reforçamento alimentar (Isto é
no chão. ou no babador’’ Algumas vezes, a indicado por um zero) e o comportamento
colher voa pda sala. Algumas, é introduzida na começa a sc extinguir'. Se o comportamento 2
boca, depots de quase bater no queixo. (R j) faz com que 0 alimento espirre por toda a
cadeira, outra vez, não há reforçamento
O bebê estar sentado na cadeira alta.
alimentar (outro zero); e o comportamento 2
com uma colher na mão, é um contexto
também entra em extinção. Se 0 compor­
discriminatrvo que estabelece a ocasião para
vários comportamentos (de R j até R7): tamento 3 (R 3) traz comida até à boca. então
empurrar, bater, comer, atirar, derramar, d e é seguido por reforço alimentar (um efdto
sacudir e amassar. positivo). Conto conseqüência, o comporta­
mento 3 começa a se tom ar mais freqüente
R-i (enquanto que os comportamentos não reforça­
R-» dos se tornam menos freqüente»). Se 0$
«
comportamcntos restantes (de R4 a R 7 )
R3 resultam em comida jogada no babador, no
R4 cachorro, nas roupas dos pais, e em outros
lugares, também eles são seguidos pelo nlo-
Rs reforçamemo (os outros zeros). À medida que
a criança tem repetidas experiências com as
conseqüências de cada um dos compor­
tamcntos. gradualmente, 0 comportamento 3
(R3 ) se tom a a resposta mais freqüente aos
Os S ^ s da colagem dc estimulos podem S ^ s representados por sentar-se na cadeira
levar a qualquer uma de sete diferentes alta com a colher nas mSos, e as outras
respostas. O comportamento do bebê mostra respostas dedinam de freqüência. Eventual­
considerável variabilidade, e este se alterna mente, a criança aprende a colocar quase toda
entre as sete atividades. a comida cm sua boca e não no chão ou outros
lugares.
A medida que a criança emite cada um
dos sctc comportamentos, as conseqüências Sempre que algumas respostas, num
que se seguem a cada um deles começam a dado contexto de k\xunãoreforçam ento,
modificar sua freqüência. enquanto que ÕutrasnãÕ~ofõzem, eà á em
efeito 0 reforçamento diferencial. O s dife­
rentes n ív ttí dc reforçamento levam o
comportamento reforçado a se tornar mais
freqüente, enquanto que as respostas nâo
reforçadas diminuem de freqüência. Eventual­
mente, o contexto de passa a estabelecer
ocasião apenas para aqueles comportamcntos
que são reforçados (R 3 no exemplo acima).
Além disso, os estimulos do contexto se

' Ainda que nào haja rcforçaracuo alunentar.


há estimulação sensorial now ao compMUmcmo óc
brincar com uma cotber e espalhai a conuda era
Se o comportamento I (R [) fàz com que %ãnas direções diferentes portanto, hí algoni reforço
a comida caia no chão, a criança não recebe cm brincar com comida, no começo. até que a
tiovtdaòc acabe. <Capiuito6.)
PniYcipQg eo C om oertarr«niti n a V d a Di&tn 144

tomam S s para nâo emitir todos os outros • respostas menos apropriadas. De todas as_
comportamentos (R i. R j, ^4- R5- R-6- R7> quc coisas que uma* criança pode fazer com uma
nâo são reforçados. colhcr, 0 reforçamento diferencial irá sele­
cionar automaticamente a resposta de levar o
alimento á boca, porque ela produzirá o
S ^ s -------------- > n a o R 1 resultado mais reforçador. Esse processo
S*$---------------> nào R 2 natural de reforçamento tem paralelos
importantes com 0 processo dc seleção natural,
Sl>s — ---------------- r 3 ------- > (+)
no qual os membros mais adaptados de uma
S * s ---------------> nâo R4 espécie sobrevivem, enquanto que os menos
adaptados não o fazem * Em ambos os casos,
S ^ s ---------------> nio R 5
um processo sdettvo molda e modifica coisas -
S ^ s ---------------> n io R$ seja comportamentos, seja espéaes - de forma
S^s —— ..........> n io R 7 a tomá-los mais apropriados às condições
ambientais
Como as crianças tèm muito a aprender.
Q reforçamento diferencial produz dois podemos encontrar um grande número de
efeitos: (I) leva a freqüência dm vários exemplos dc reforçamento diferencial na
comportamentos a aumentar nu diminuir\ e (2) infância Quando uma criança lenta pda
coloca o comportamento reforçado _ sob primeira vez abrir uma garrafa com tampa de
controle de S&, e atoutros comportamentos rosca, muitas vezes empurra, puxa, gira. e
sob~cõnfrõlê~de O reforçamento diferen­ explora a tampa de várias formas Muitos de
cia) sempre entra e*n açào quando há uma seus esforços nâo tém qualquer efeito sobre a
forma 'c e rta ' e uma forma "errada’ de se fazer tampa da garTafa; entretanto, a resposta de
alguma coisa. A forma certa leva a girá-la no sentido anri-horário na maioria das
reforçamento e a forma errada leva ao não vezes c bem sucedida em abri-la. Abrir uma
reforçamento (extinção) ou i puniçio Na garrafa costuma ser mais reforçador do que
linguagem quotidiana, este tipo de aprendi­ manipular uma tampa que não se move - uma
zagem é muitas vezes chamado dc ‘aprendiza­ vez que uma garrafa aberta pode fornecer
gem por tentativa e erro" *. Uma expressão nâo reforços tais como alimentos ou objetos
técnica mais fdiz seria 'aprendizagem por desconhecidos. Assim, as respostas iniciais de
sucesso e fracasso”, uma vez que o comporta­ uma criança a uma garrafa s io influenciadas
mento apropriado leva ao sucesso e o por reforçamento diferencial: as respostas que
inapropriado leva ao fracasso produzem uma garrafa aberta sio reforçadas, e
Em certo semido, 0 reforçamento dife­ aquelas que nâo 0 fa2em são extintas. Depois
rencial seleciona as respôsta£_que s&o úteis, de repetidas experiências com garrafas, a
práticas e recompensadoras. p a i cada criança aprende a abri-las rápida c eficien­
contexto de S ^ . e &z com que desapareçam as temente girando a tampa no sentido anti-
horário e nio perdendo tempo com oturos
*. SJunner ((953); Catania (1971)1 Nevin (1971a);
Rilling (1977).
' As semelhanças corre 0 reforçamento diferencia]
* Os behsvtormag nâo acenam a expressão e a scfcçèo natural estimularam 0 desenvolvimento dc
‘tentativa c erro’ ponjuc (I) uma pessoa nSo prcosa teorias intcnliscipUnaTCS de mudança componanxatal
estar "temando' aprendo algo para ser influenciada e evolução social; n n devem se rcconhcccr. também,
pck> reforçameMo diferenáaL (2) 0 icrmo *crro' as unportanies diferenças entre «ses dois proocut*
enfatiza 05 fracassos, e nio os sucessos, qoe sào mais (Stdmrer. 1966: l.aiyaon. 1979; Bine. 1981;
impcrtamcs. Baldwin c Baldwin. 1981: Carrol. 1984)
Poflcipioi dõ Comportarrmrto na Vk3> DlAfta HS

tipos dc manipulação Tampas de garrafas se * sapatos permaneçam atados. Devido ao


tornam S^*s para a resposta de girar a tampa reforçamento diferencial, a criança eventual­
no sentido anti-horário e Si para não usar mente aprende a forma eficiente de atar os
outras técnicas sapatos: esta habilidade operante fica sob um
controle de tão forte que as crianças mais
velhas e os adultos podem amarrar seus
VARIAÇÕES CONTÍNUAS sapatos dc forma eficiente, sem precisar prestar
atenção

Até aqui descrevemos o reforçamento


diferencial de várias classes de respostas
separadas (de R j a R7 . no primeiro exemplo).
Vimos que as alternativas iniciais dc classes de
respostas produzem uma variabilidade compor-
tamental e que o reforçamento diferencial
sdcciona a classe mais eficiente. Há uma
segunda forma de analisar o reforçamento
diferencial: Aqui nos concentramos na v aria-
bilidade _con»im« do comportamento, e não
cm classes separadas de resposta 5 ~Para fazer
isso, é útil representar graficamente as
variações das respostas, como mostra a
Figura 8-1. Todas as variações num dado
comportamento são representadas pelas
localizações ao longo do eixo horizontal. Por
exemplo, sc um componamento pode ser
emitido com diferentes niveis de força fisica, FIGURA 8-1 A resposta antes do reforça­
podemos representar as performances mais mento diferencial.
fracas do lado esquerdo da figura, as mais
fones do lado direito c os intermediárias entre
Para simplificar, vamos focalizar 0 grau
estes dois extremos. A freqüência de cada
de aperto do laço Os menos apertados estão
variação é indicada pela altura da curva. Por
representados do lado esquerdo da Figura 8-1,
exemplo, as variações compoftameniais mais
e os mais apen ados estào representados do
próximas do lado esquerdo do continuum (na
lado direito. Os laços intermediários são 04
zona rotulada de A. na Figura 8-1) são menos
mais freqüentes (nas zonas B e C ). O que
freqüentes que os comportamentos das zonas
acootece quando a criança aperta 0 laço com
centrais (rotuladas de B e Q .
diferentes graus de força e experimenta as
As variações continuas do comportai conseqüências associadas com cada tipo
mento podem jer moldadas pelo reforçamento diferente de laço? Como os mais fracos • as
diferencial, variações «ao reforça­ variações da resposta na zona A e B - não são
das e.outras nio. Quando as crianças aprendem eficientes em fazer com que o sapato
a amarrar seus sapatos, criam uma variedade de permaneça amanado, eles não são reforçados.
iaços: alguns com m us laçadas do que outros; Por causa disso, eles se tomam gradualmente
alguns amarrados com mais força do que menos freqüentes. Como os laços mais fortes •
outros. Com alguns destes, a criança c bem as variações da resposta nas zonas C e D - são
sucedida cm conservar os sapatos bem comente bem sucedidos em produzir reforça­
amarrados; com outros, não consegue que seu mento, eles gradualmente se tom am mais
P<*Kip»c*qo Coroooflawents m Vida DAr-a -46

frequent cs Depois de prolongado reforça­ diferenciação de respostas, as respostas,


mento diferencial, as frequências das várias reforçadas se tomam operantes. de jüta
respostas se modificam, como mostra a Figura probabilidade, sob controle de S&, enquanto
8-2. As respostas que são reforçadas (indicadas que as respostas nSõ^íHorçadas se tomam
pelo sinal +) sc tomam mais freqüentes {veja as operantes de baixa probabilidade, sob controle
setas para cima); enquanto que as respostas deSV -------------
que são seguidas por nlo-refocçamento
O processo de diferenciação de respostas
(indicadas pelo 0) se tomam menos frçqoentes
pode ser visto em muitas situações quotidianas
graças à extinção (veja as setas para baixo). O
Por exemplo, quando as crianças estão
padrão original da resposta é assim deslocado
aprendendo a jogar basquete*, geralmente tem
para a direita - de forma que a maioria dos
dificuldade para atirar a bola na cesta As
laços s io amarrados com força bastante para
direções dos vários lançamentos que fazem
conservar o sapato amarrado e produzir
revelam uma alta variabilidade, tipica do
resultados reforçadores. Graças ao reforça­
comportamento não-treinado e nlo diferen­
mento diferencial, a criança aprendeu a atingir
ciado. Alguns alcançam a cesta, outros passam
bons resultados quase sempre.
bem perto dela, mas outros passam muito
longe. O s piores lançamentos nlo são
reforçados; na verdade, podem ser punidos
petas criticas do treinador e dos companheiros
Os bons lançamentos na cesta são reforçados
pelos pontos que conferem á equipe e também
fctqi^TI <Jn mpo*J»

pelos elogios dos companheiros e treinador.


Assim, o reforçamento diferencial vai aumen­
tando a precisão dos lançamentos. Gradual­
mente, o comportamento original indtferen-
ciado sc dividiu em duas classes - lançamentos
precisos e lançamentos imprecisos, Com o
Cc»scquA*:us passar do tempo, os lançamentos precisos
continuam a aumentar dc freqúcncia. Natural­
mente, quanto mais uma pessoa treina lança­
mentos sob reforçamento diferencial, mats
rapidamente conseguirá adquirir a habilidade
FIGURA 8-2 As respostas depois dc reforça*
necessária para lançar com precisão. ASém
monto diferencial
disso, quanto mais eficazes os reforçadores e
punidores usados, mais rápida a aprendizagem
(Neste e na maioria dos exemplos, deve-se
D IF E R E N C IA C Ã O D E R E S P O S T A S
notar que modelação. uso de estimulos
fàcilitadores e regras podem também afetar a
As mudanças no comportamento aprendizagem.)
produzsdas pelo reforçamento djT croaãl são Durante os primeiros dias após dar ã luz,
chamadas diferenciação de resposta. Um as mães dc “primeira viagem" seguram s*us
padrão iraaal, indifereoctado c não* bebês em diferentes posições: mais acima ou
especiãlizãdo sc~diferenda em duas classes
separadas de respostas: as respostas reforçadas
(nas zonas C ^ e D j e as respostas n *. Para mdbor comprwisào. o ewropío original,
reforçadas J(nas zonas A c B)^ Durame a sobre a aprendizagem dc boseboL foi madado pan a
aprendizagem de bMqiietc (NT.)
Principio» d o CcmeotUimerrto n» Vifla ftiAna 147

mais abaixo, ã sua direita ou à sua esquerda. A da punição que se seguem ao n âo -


maioria das mães • tosto as destras quanto as conformismo Subjetivamente, a pessoa sente
canhotas • aprendem a segurar seus bebes do como aversivo o fato de outras pessoas a
lado esquerdo* O reforçamento diferencial evitarem, darem risadinhas quando ela passa,
pode explicar esta tendência a segurar os filhos ou cancelarem um contrato de publicidade com
d o lado esquerdo. È que os bebês se acalmam a sua agência. O conformismo, por outro lado.
com o som da batida do coração humano. resulta em aceitação, boa integração ao próprio
Quando uma m ie segura seu filho do lado grupo e acesso a reforçadores sociais compar­
esquerdo, este pode ouvir a batida de seu tilhados pela maioria das outras pessoas. Este
coração e ponanto mais provavelmente ficará reforçamento diferencial para o conformismo e
calmo Como um bebê calmo fomccc mais punição para o não-conformismo tende a fazer
reforçadores e menos punidores para a mãe do com que as pessoas 'andem na linha*, dc
que um bebê agitado, há um reforçamento acordo com as regras de seu grupo social.
diferencial para a mâe segurar o bebê do lado Aprender a so conformar c a evitar o não-
esquerdo. A resposta indiferenciada original, de conformismo representa uma diferenciação dc
segurar o bebe dc qualquer lado, se diferenciou respostas, na medida em que duas respostas
em scgurà-lo do lado esquerdo, graças ao diferenciadas emergem de um conjunto originai
reforçamento diferencial. indiferenciado de respostas. (Naturalmente, há
pessoas que tém menos probabilidade de se
A diferenciação de respostas também
conformar, por não estarem bem integradas a
pode ser vista na aprendizagem do confor­
seu grupo, ou por pcncnccrcm a vários grupos
mismo As crianças não sâo bons conformistas,
que reforçam padrões diferentes de
pois ainda não aprenderam 8 diferenciar entre
comportamento, ou ainda por não dependerem
conformismo e não-conformismo. Entretanto,
de contatos sociais para conseguirem
com o passar dos anos. o componamento
indiferenciado da infância fica pelo menos em
reforçamento.)
pane sob reforçamento diferencial, pois o Em muitas situações sociais, as primeiras
conformismo é mais reforçado do que o não* coisas que uma pessoa diz podem facilitar ou
conformismo. Embora a maioria das pessoas dificultar a interação. Uma boa abordagem é
tolere nos outros um pequeno grau de desvio reforçada; uma não tão boa é punida. Pessoas
ou não-conformismo, a verdade é que, de que frequentemente se vêm nestas situações
maneira geral, o conformismo é reforçado e o terão seu componamento modificado pelo
não-conformismo punido. Se numa turma de reforçamento diferencial. Por exemplo, a
bairro todos os membros usam jaquetas de vendedora á domicilio depende muito das
couro e jeans bem velhos, o não-confbrmista poucas frases introdutórias que diz logo que
que ousa vestir roupas "arrumadinhas" está lhe abrem a poeta. Algo que seja chamativo,
"pedindo" para ser criticado. Por outro lado. o surpreendente, alegre e acolhedor pode ser
executivo de uma grande empresa de melhor sucedido do que algo dito num tom de
publicidade que vai trabalhar com jaquetas de voz monótono e plano. A vendedora
couro e jeans velhos, também é um não inexperiente usará uma grande variedade de
conformista A pessoa que sc comporta dc feias introdutórias, mas o sucesso de algumas e
maneira diferente sofre uma "pressão para sc o fracasso de outras reforçará diferendalmcmc
conformar". Km termos comportamentais, o uso das Calas m us eficazes.
sentir esta pressão é apenas ter a sensação
O reforçamento diferenciai fornecido
subjetiva que resulta do não reforçamento ou pelo ambiente^ sócia t tende a ser menos
conxixterue doj[ue o_reforçamcntfL.<iif«isacial
’ Salk{1973>
<JÕ~~ãml>jcnte isão-sociaL Tampas dc rosca
do CafflDDrturietita pa Vida Difima 143

reforçam o comportamento d* girã-las ntj Georjjp fgtavq demais* raíameaie fcLzia-


wj*tid*> antihorário, ainda que, algumas vezes pcryuriLLiii, nãp ü&bia ouvir Of outros e O SCU
stja também necessário um pouco meis de assunto predileto era problemas mecânicos de
forçg* w a tampa tstá fcchada «jm muita torça. carros e máquinas. NÍü £ dc üc espantar que
Os padifles de refnrçantento diferencial do de nãa Rzesfic muita çuce^ço com 33 muiíteres
ambiente fisico tendem a ser estáveis. A Para ensinar a Georgt íottnas mdhsirfei de
maioria das podç ser abertas com um interaçües com mulheres* 0 terapeuta
gjrb no sentido anlilioràrit}. A maioria dos conseguiu pan de uma série dc "enüuntm*-
sapatos podem ser atadus com um simples lreinoH. Trés vezes púr semana, uma mulher
laço. O ambrentç social tende a ser muito deveria ir almoçar com GenrgS; Otfvjr EU&
tntrtító conmgEjcntfl. A aiegne fala da Vefldednra cqwvct^ e fornecer reforçamento diferencial
ser nmUo eflcai esm unia. pessoa e nem para as boas & más variações de seu
tim púucg cnm outra. A vendedora que esti conipoítamcntí] socid. A pareeira fot instruída
aprendendo a ser altere e espirituosa ' graças n a fornecer feedback diferencio] da seguinte
virias sucessos «msecutrvos com este úpo d t farma: ( l) pliiverRlr norm^lníemc SímpFC qtK
abordagem * pod* [tvar uma pnm na cara, na George íntefagisst dt forma tjijada.vd p-aía
próxima casa a que far bater, ITsles padrücs uma mulíiei' c (2) levaucar a ulão t dizer "Que
bcuníãsiicntís de reiorçamenLo complicam a chato!* (jLuuido Oeor^e cnme^a^ac a divan.ar
aquisição tloíi Comportamentos c sobre assunto» de pouco inceres&e.
disrimiEiajçüea sociais, tonnando o processo de
No primetro dessas encontros, na
diferenciação <1&respostas muito mais lento do
wêüüda fdra, Ljnda teve que fulaí "Qus
que seria com um feedback mais consistente,
chata!" maJs dc iinEc c cinco 4naícsh poií
Aiiirn, a aprendizagem de muitas babãUdades
G eorpc íruyítLa em fòlar íü b rc a última ve? que
sadaLs muitas veaes é mais difícil do que a
teve de consertar um carro, a dibodetade de £3
aprendizagem de habilidades necessárias parfl
tncímlraj- peçaa dc reposição, e tis praWcmai
se lidar num a ambiente niío-SCHãaL
4e ãuperaqttedmcfltü em alias v-eiocL-dailtE.
Çünta o refbryameni& d ^ eii^_çplgça. Eutjctejrtrj, G cor^c tam bém talqu de assiintaç
o comportamento sub controle de ou S*t a melhores, ele convidou Luida para um passeio
Mperiéficia compT^a~3e~^preaitiagern pode cm sou ÍMjggy, Tmifccm perguntou pelos seu
^L dt^e~m^3iKTijnmaçae5 sutis a restK&ojio planos p i r i o fiituro. N tç tç s tasú^i. foi f iíil
contêjtLo apropnado_jisfa cada operanie para Lindu rc^puntler i^urn utt3ü tum^rsa
diferenciado. Uma vftidedora pude aprender a genumamente sincera. Ainda assim, quando
usãr u r tã '^ Í b q n ía g p f n tíem-humorada com G ttirg e come^DU a cusitúr á&bre o n o v o e irn
pesaoas que estSo syrrindp, outro amigável que ele insulou em seu búggyTe os efetlos das
pifa pessoas que nio caL3o sotnndo, r ainda EtPM sobre o nuntero de cavatog-vapor, Linda
uuta outro do tipo simpático para pessoas que rc íp o n d c u levantando a m ao e dizendo 'Q u e
parecem uisies. diaio!"
Quando [jessoss não cnns™Jnrn Dois dias depoish OeoT^e almoçou com
desenvü3ver a ri habilidades bocmIs apropriadas^ M aria, e nu-vítrncDEé Vru c|ué Üetaibes. técflicoe
poàfrsc ijHf o_refbríamenlCh difcfenüBd. jutra sobne carros gnun çhatOS e quií um a tjjamJc
ajuda* na. aquisição destas fiabiliSades. Por vaiicdade de íhü ^iUOí fcvflva 3
exemplo, Geoige tinha dificuldades em conversas mutuamente reforçadoras Na sexta
interagir m rmilheres e íaramense naraurava. feira, Julie m ostrou mais imcresac cm ca rm s e
Depois de anos de frustração, de pnK urçiu um TTifiqumrtfr glo que as úLítraa d u a i parteiras., mm
terapeuta em busca de ajuda. Duraiiie à também mostrau a George os momentos em
eOLTcviiilii inidfli, d terapeuta notou que que seus intero-ies cspcctalizadfó sí Lúmiivirn
P *n c>do * do C o n p o rta m srto na V*da f r i n a 149

chatos. Julte era uma estudante dc Direito, e ' Alguma variação do comportamento j i
c)a e George começaram uma discussão muito existente sc toma mais provável, enquanto que
interessante sobre a profissionalização da outras sc tomam menos prováveis Ao fim dc
mulher. George estava interessado em ouvir as um processo de reforçamento diferencial,
opiniões de Jutie sobre as várias opções nenhuma nova variação foi criada. Como
profissionais abertas às mulheres modernas e mostra a Figura 8-2, toda a variabilidade da
suas perguntas sinceras o ajudaram a aprender resposta se distribui entre as zonas A, B, C e
muito a respeito do que pensa e sente uma D, tanto antes quanto depois do reforçamento
mulher que quer seguir uma carreira diferencial. Apenas a distribuição das respostas
profissional. mudou - movendo-se mais para a direita.
George continuou a ter estes encontros, Etur«anto,_J)á_processos que muitas
na semana seguinte, tendo aborrecido menos vezes acompanham o retorçamênto"íiferoicia]
suas companheiras e recebido muito menos e que resultam nã criação de Ltm_ novo
feedbacks negativos À medida que ele desen­ comportamento F.sscs processos criadores s5o
volveu ura maior interesse a respeito dos a indução e a modelagem, as quais nos
assuntos que interessavam as mulheres, passou permitem desenvolver padrões dc comporta­
a fazer perguntas mais significativas e rele­ mento que estão alem das classes iniciais dê
vantes. Estas perguntas o ajudaram a aprender resposta.
muito a respeito das mulheres dc sua idade c Quando iim operante é reforçado e
também formas de interação que eram mutua­ aumenta <k freqüência, respostas sem elhantes
mente reforçadoras. Várias semanas depois, podem _aparecèr~ ; aumentar de /reqüència,
George contou ao terapeuta que ele c Julie - a mesmo iiuè~nâo tênfiam sido reforçadas. Este
moça de soi teredro cnconiro - eslavam processo c chamado de indução, indicando que
namorando seriamente, c que ele nio mais o reforçamento induiiu mudanças em
precisava dos "treinos" Sete meses depois, comportamentos que são semelhantes aos
George novamente procurou o terapeuta com a comportamentos que foram reforçados.
boa noticia de que ele e JuKe estsvam noivos. Quando as variações comportamentais das
O reforçamento diferencial mudou com zonas C e D sio reforçadas - mas não o sio as
sucesso o estilo de intcraçio de George. Um variações localizadas nas zonas A e B - todas
padrão inicial de resposta sofreu diferenciação, as respostas da zona C c D aumentam dc
na medida em que ele aprendeu a evitar frequência. Alem disso, ocorrem outras
aborrecer suas companhias e a se deter um mudanças, giaças á indução. Em primeiro
tópicos de interesse mútuo. Tanto ele quanto lugar, as variações da zona B que são mais
suas companhias acharam o novo estilo mais semelhantes ao comportamento reforçado da
reforçador. zona C aumentam de frequência, pois tém
alguma semelhança com os comportamentos
reforçados Em segundo lugar, há uma
MDf/C'ÂO* tcndcncia para o aparecimento dc novas
respostas (a área sombreada E da Figura $*
3). Então, o processo de reforçar
Nos casos puros de reforçamento dife­ comportamentos do tipo C e D aumenta a
rencial. não se criam novos comportamentos. freqüência desses comportamentos e de
respostas semelhantes, algumas das quais são
im*t <*omnfNri«fn*n*A«
■ inauçao • lamocra coanaoa oe genentiuüvju da zona £). Os novos comportamcntos do tipo
ou transferência dc respostas - i discutida por Skinner
(1938; 1953:930 * Caurna <1971)
Pnftdp.as <lo£õPcon&mwtft M Vid» Ditna 150

E são variações naturais dos operames máxima que aicançava (1,8 m) anteriormente.-
reforçados do tipo D. Foi criado um novo componamento pela indu­
ção. Este novo componamento (área
sombreada da Figura 8-4) aparece como conse­
qüência natural da aprendizagem das habili­
dades para saltar em altura, ainda que nenhum
salto acima dc 1.8 m tenha sido reforçado.

FIGURA 8-3 Indução de novo compona­


mento (área sombreada).

Por exemplo, quando alguem aprende FIGURA $-4 Indução sem reforçamento ao
sahos cm altura, há inicialmente uma ampla novo comportamento
série dc variações nos saltos. Alguns alcançam
apenas a ahura de 1,5 metros; a maioria está
Tipicamente, o comportamento recente­
por volta de 1,65 m c apenas um poucos
chegam a 1,8 m (veja curva "antes" na Figura mente induzido é reforçado. Um instrutor que
8-4). está reforçando saltos de 1,8 m provavelmente
dará reforçamento ainda maior para saltos
Quando se micia o reforçamento dife­ acima de (,8 m. Como estes saltos são
rencial, são reforçados todos os saltos entre reforçados, sua freqüência passa a ser ainda
1.65 e 1,80 metros, e não os de outra altura. O maior do que o mostrado na Figura 8-4 (onde
aprendiz logo aprende a saltar alto mais apenas os saltos entre 1,65 m e 1,80 m foram
freqüentemente e saltar baixo com menos fre- reforçados) Assim, indução mais reforçamento
qüencaa. O bom saltador poderá estar apren­ extra aumenta a quantidade total de novos
dendo muitas habilidades para chegar à barra comportamentos criados (área sombreada da
no melhor ângulo, selecionar o melhor lugar Figura 8-5). Isto é facilmente visto compa*
para saltar, tencionar melhor os músculos, dar rando-sc as áreas sombreadas das Figuras 8-4 e
um melhor empuxo com a perna, virar-se mais 8-5.
suavemente no ar, para evitar tocar c derrubar
a barra, etc. Todas estas habilidades são Na vida diária, comportamentos recente­
reforçadas quando resultam em sahos mais mente criados" por indução são freqüentemente
reforçados. Se um agente imobiliário aumenta
altos; c. eventualmente, a média de altura dos
sua média de vendas, de 6 para 6,5 umdades
saltos aumenta de 1,65 m para 1,75 m (a curva
em linha continua da Figura 8-4). Ã medida por mês. seu aho nivd de produtividade será
reforçado. Se um jornalista aumenta sua
que estas habilidades aumentam, a pessoa
produção média de 6 para 6.5 artigos dc boa
pode. na verdade, saltar alturas maiores que a
Pf»fic»pi06 d o ComooflBmfrWo n a V rfa O i t i a 15 1

qualidade por semana, provavelmente receberá' reforçamento diferencial para as frases


reforçamento adicional. Se uma pessoa que engraçadas e a extinção para as frases
gosta de improvisar ao piano aumentou sua prosaicas ensina ao comediante as habilidades
habilidade paia char novas melodias, o grau para selecionar as espirituosas e rejeitar as
extra de originalidade produzira estimulação insossas. Um efeito colateral deste exercido é
sensorial rcforçadora para a oova habilidade E frequentemente a indução de novos estilos dc
seus ouvinte* poderão tambcm apreciar as humor que o comediante nunca praticou antes.
novas melodias originais criadas e fornecer Como estas novas respostas humorísticas serão
uma segunda fome de refbrçamomo * o provavelmente reforçadas, também, as habili­
reforçamento social - para a nova habilidade dades recentemente induzidas serão reforçadas
comportamenral. juntamente com as velhas habilidades que eram
0 alvo inicial do reforçamento diferencia),

M ODFJMÍFM

Modelagem é um ^processo pelo qual


tf»

operantes sâo modificados m aoa^séne de


passos,-do 7ksm pcrtho~ ntaai até -o desem­
penho finaL~Cãdã~pãsso resulta eh aplicação
de um novo critério para reforçam ento
diferencial. Cada etapa de condicionamento
produz tanto a"diferenciação de respostas
quanta » mdupfrT f to a * pimam pasroW o
novo passo da mudança comporfamental V Õ
FIGURA &-5 Indução mais reforçamento futuro comediante começa no passo 1 com
para o novo comportamento reforçamento diferencial para fazer associações
livres engraçadas e em voz alta. A medida que
esta habilidade é reforçada até atingir alta
Indução, associada ao reforçamento, é freqüência, uma variedade dc novas respostas •
muito usada como ferramenta de ensino Os inclusive pequenas histórias humorísticas •
comediantes e atores muitas vezes recebem aparecerão, graças à indução. Depois de um
(reino especial que os ajuda a serem mais
espontâneos e a dizerem coisas ’loucas” no
palco. Um método que os diretores usam é o
de instruir o comediante a fazer associações
livres, cm voz alta e rapidamente \ Quando
este começa a fazê-lo, o diretor dá feedback
positivo para as falas engraçadas, absurdas,
esquisitas e brincalhonas: 'Isso mesmo!* ‘Esta certo periodo de tempo, o diretor e o
foi quente*" “Continue assim!' "Outra igual a comediante decidem mover para o passo 2, e
esta!" Todos nós podemos dizer frases loucas, agora reforçar histórias espirituosas, mas não
mas é necessário reforçamento para levar uma os tipos mais simples de assoáações livres
pessoa a soltá-las numa alta freqüência. 0

*. Stdnocr (1933.630.9160; Suais <1963:770);


* Sdialman(197J), Caianta<l971).
P n n o w o i no ConxMttttmgftto fia V«to O iéfa 1S2

%
humorísticas que foram reforçadas no passo 1. conseqüências' áversivas Para darificar os
O reforçamento diferenciai no passo 1 mccanismos'dc Inoddagem. vamos considerar
produziu a diferenciação de respostas e a primeiro os exemplos de moddagem mais
induç&o que tomaram possivd o passo 2. Um sistemática Posteriormente vamos considerar
novo padrão dc reforçamento diferencial no as formas de modelagem menos sistemáticas e
passo 2 irá produzir outras mudanças no efidentes
comportamento, tomando possivd chegar ao
passo 3. 0 reforçamento diferencia] de
histórias espirituosas (passo 3) vai mdhorar a
habilidade do comediante de contar histórias
engraçadas e provocar a indução de outras
respostas. Talvçj; algumas das histórias do Quando sc estuda a modelagem cm
passo 2 envolvam um diálogo entre dois laboratório, da é sistemática e cuidadosamente
personagens fictícios, de forma que o executada. A modelagem sistemática envolve a
comediante possa usar dois estilos diferentes mudogça do comportamento em passos de
de voz para indicar qual personagem está aproximações xuaissiw s ~em direção ~a"'üm~
filando. O diretor e o comediante podem dtsempenHn~ftnal preestabeUcido. fK cada
decidir usar esta resposta recentemente passo, o reforçamento é dado ao
induzida como a matéria bruta para a comportamento que mais se aproxima do
modelagem no passo 3, e usar a representação desempenho final. Nâo se avança para um novo
de diferentes estilos de humor como critério passo, a menos que o anterior tenha sido bem
para reforçamento. Agora o diretor reforça aprendido c que tenha aparecido um bom
apenas quando o comediante cria novas número de novas respostas desejáveis (devidas
histórias engraçadas, com vários tipos de à indução), que tomem possivd uma transição
personagens. À medida que este novo padrão fãcil para o novo passo dc reforçamento
de reforçamento diferencial aumenta a diferenciai
frequência de boas representações dc
personagens, a indução pode tomar possivd O passo 1 sempre começa com o
mais outros passos. No passo 4, o comediante comportamento que a pessoa c capaz 3e~
deve aprender a representar os vários executar bem OT passos s£õ~ tipicamente'
personagens, ao mesmo tempo que improvisa pequenos pãra tomar o ptogressò fãal e
em resposta às intervenções dc um outro ator altamente reforçador. A cada passo, o grupo de
No passo 5, deve planejar textos intdros, respostas do repertório que mais se ap roxima
misturando múltiplos personagens, com faias do desempenho final c reforçado, enquanto que
para vários outros atores. Eventualmente, o as outras variações da' respostas siocm HuTou
comediante pode se tomar capaz dc criar toda punidairÀ medida qüe’ a mduçáó' produzrovas
uma peça humorística que incorpora as variações, aquelas que mais sc aproximam do
habilidades aprendidas nestes cinco passos. desempenho final também sio reforçadas; c
como coriseqüênda a pessoa_ _a_grende
Na vida diária^ há um continuum de habüidã3cs cã8a~vêz' mais avançadas Depois
diferemèTiipos de modelagem, dê sistemática de dominar um número suficiente dc
átTlsáo yslcmática. A modelagem sistemática habilidades, ã pessoa eStâ' pfõntã pãra fcyaoçar
tem tnãís proDábilidãde de~produzír~ múdança~ ao próximo passo da seqüência de
comportamental rápida c efetiva - com TunT . — — • -•— .i« n n s m a «
ntuiifno flfnríTWWX * J ja o n e s de reforçamento diferencial. O
• enquanto que a moddanem nào-sistemárica —r x . t . . >o apressar nos
tem mais prooaouicjade de ser lenta. e passos, iw«fc‘ qrtgMirt£~tFg~aimrní»ÍM as
desorganizada, com maior risço de fracassos 6 chances de s u « » õ t aumentaria a3 de
Prinwwos do Ce>moa<t»<T>«ito na Vxla Oián» I 53

fracasso. Manter alto o QiYei-dtusúcessQ-C de


reforçamento torna a aprendizagem uma
cxpcncncia posiuvã e reduz a chance de que o
irvdiviHuo cviie ^tu io s passos da. modeiagem.
Aindajiu_e_ o_compoaamemQ_ seja modificado
numa série de passos peouenos e eraduab.
estes se somam para possibilitar uma mudança
global.
Se um desempenho inicial contém
variações comportamentais que estão nas
zonas A, B, C e D (da Figura 8-6). é possível
modelar um novo desempenho que se atue nas
zonas E, F, G e H (na mesma figura). F1CVRA 8-6 Modelagem: o resuhado do
Começaríamos da forma descrita na parte primeiro passo
inicial do capitulo, com um padrão dc reforça­
mento diferenciai que reforçasse as respostas
das zonas C e D, mas não as das zonas A e B.
Isso provocaria a mudança comportamento!
mostrada na Figura 8-6. Há um deslocamento
para as zonas C e D e a indução de novas
respostas na zona E. Uma vez que tenha
ocorrido esta mudança, um segundo passo de
reforça-memo diferenciai tomará o lugar do
primeiro, de forma que serào reforçadas
somente as respostas nas zonas D e E (mas não
as das zona A. B e C). O resultado deste novo
padrão dc reforçamento é mostrado na Figura
8*7. As respostas das zonas D e E se FIGURA S-7 Modelagem: os resultados do
tomam mais freqüentes e aparecem as novas segundo passo
respostas da zona F, devido à indução. O
padrão gerai de respostas mudou
consideravelmente em relação ao padrão
origina] «diferenciado (chamado "antes'' na «s
Figura 8-7).
Sc houver um teredro e quarto passos de
aproximações sucessivas, depois destes dois |
primeiros, o processo de modelagem produzirá |
uma mudança comportamenial ainda maior, s
Depois do quarto passo, o padrão geral de ^
respostas (passo 4 da Figura 8-8) é “
inteiramente ttovo comparado com a H" 'a
performance inicial. Cada passo criou novas
respostas através da indução: e a série dc
passos dc reforçamento diferencial modelou*as
FIGURA 8-8 Modelagem; os resultados do
num desempenho totalmente novo.
terceiro e quarto passos.
RftncipiOT do Conppftamwto na W a Oixm 154

Os exemplos' dé modelagem^ sistemática aguça estas habilidades, uma vez que a melhora
na vida~ diàha se~CTC~ontram geralmente em delas leva a um aumento na quantidade de
situações cm que uma pessoa é treinada numa reforçamento. Depois que a criança domina o
nova habilidade de uma forma bem organizada passo 2. o pai pode avançar para o passo 3,
Ainda que se possam usar Tiaras, modrim e dando ao filho um rifle calibre 22. Como esta
estimulos tacüatadorcs como auxilios suple­ arma permite uma precisão ainda maior, pode-
mentares para apressar a aprendizagem, muitas se usar um alvo menor e a criança poderá
habilidades sò podem ser aprendidas com a experimentar o reforçamento diferencial
pritica. A*repetição continuada do compona­ necessário para a aquisição de habilidades
mento, num número suficiente de wãsTnunw ainda mais refinadas O p.rsso 3 pode requerer
série dc passos ^^dorçam entò dif^nciãiriríi que a criança alire na posição prona (de
modelar gradualmente as habilidades superio- bruços) que é aquela em que é mais fãcil o
res, Pode-se dizer a uma pessoa como atirar manuseio desta arma Depois de vencer o
cõm arco e flecha, ou como_u>car_ piano, mas passo 3, a criança progride para o passo 4, que
siò necessários anos dc treino - aprendizagem exige que o tiro seja dado de joelhos ou dc pé.
por sucesso e fracasso, juntamente com passos Este quarto passo requer ainda mais
d f Sproximaçses sucessivas - para o condigo" habilidades de controle corporal para que sc
nãmento dás habilidades mais refinadas. — mantenha a precisão. Se os passos forem bem
Por exemplo, há muitos métodos de planejados e se dá bastante reforçamento a
modelagem sistemática que um pai pode usar cada um deles, a criança aprenderá
para ensinar seu filho a atirar bem com um rapidamente as habilidades c lambém aprenderá
a gostar de atirar.
rifle. Ele pode fazer com q u e a criança aprenda
as habilidades básicas de manuseio de armas Naturalmente, alguns aprendizes apren­
começando com uma espingarda de chum- derão mais rapidamente que outros Um
binho. O uso de uma arma que seja leve c fãcil esportista, que já tem boa coordenação
de lidar facilita os primeiros passos de corporal, controle muscular e equilíbrio, já tem
aprendizagem Como sua munição é barata, a muitas das habilidades necessárias para a boa
criança pode praticar bastante sem muitos precisão de iiro, portanto começa com uma
gastos. O passo 1 pode envolver alvos bem certa vantagem em relação aos outros Uma
grandes, como latas vazias. Quando a criança pessoa que foi condicionada a to medo de
acertar será reforçada, mas nâo quando errar. armas estará em desvantagem para esta
Hstc reforçamento diferencial irá gradualmente aprendizagem e precisará mais reforçamento
produzir diferenciação de respostas - a precisão positivo - talvez um feedback animador de
aumenta, enquanto que a imprecisão diminui, algum amigo - para ter seu medo contracon-
Quando se toma claro que a criança está dicionado, de modo a que sua aprendizagem
pronta para o passo dois, o pai pode introduzir nio seja prejudicada Assim, algumas pessoas
um grande afvo com círculos concêntricos. Se podem ser capazes de avançar mais
atingir o «raro vale 10 pontos, e os outros rapidamente através dos passos, ou ser treinada
círculos mais externos valem menos. entSo cm passos maiores; enquanto que outras preci­
estes pontos fornecerão um reforçamento sarão de mais treino e reforçamento a cada
diferenciai para um componamento cada vez passo. A velocidade de progresso de cada um
mais preciso e ajudarão a treinar habilidades através dos passos deve ser regulada pelas suas
cada vez melhores Várias habilidades estào próprias habilidades, e nunca alguém deve
envolvidas na aquisição do aumento da passar a um passo mais difícil antes de vencer
prcdsào: bom controle muscular, habilidade de completamente as dificuldades do anterior, de
puxar firmemente o gatilho, controle de modo que novas respostas, que facilitem o
respiração, etc. O reforçamento diferencial
Principles do Comoortamanto ts» Vida DiAfta 155

desempenho no passo seguinte tenham sido critério de reforçamento em pequenos passos, á


induzidas medida que o comportamento 3presenta
aproximações sucessivas cm direção á perfor­
mance final 0 professor-moddador eficiente
MQDFJMiFNS EFICIENTES OVE começa lidando com o comportamento do
OCORREM NATURALMENTE aluno exatamente do nivd de habilidade que
este já domina. Durante a modelagem, os
reforçadores sào dados para comportamentos
As modelagens conduzidas dc forma que o aluno fxxie executar no momento. As
cuidadosa e sistemática nào são muito comuns melhores variações são reforçadas e as piores
na vida quotidiana A maioria das pessoas não nSo o são. Um professor de pintura deve
sabe como usar os princípios de comporta­
comentar os melhores aspectos dos últimos
mento na modelagem dc novas respostas. Há, esboços do aluno: "O seu uso de sombras
entretanto, alguns casos que se parecem com a melhorou muito ultimamente". Focalizando
modelagem sistemático, que ocorrem mais sempre os melhores aspectos do trabalho do
provavelmente quando alguém age como um aluno, o professor fomece reforçamento
"professor" para ajudar ou ira pessoa (o difcrcnáal que inclui automaticamente as
"aluno”) a aprender algum comportamento respostas recentemente induzidas. A prática de
especifico. Depois que os alunos viráfiV um reforçar o melhor comportamento que o ahjno
professor usar a modelagem para treinar pode fazer no momento ajuda o professor a
habilidades crescentes, podem aprender a ajustar os critérios de reforçamento no mesmo
aplicar métodos semelhantes a seu próprio ritmo em que melhora o trabalho do ahino
comportamento, c assim passar a ser
moddadores de seu próprio comportamento *. A modelagem é um meio ideal para íazer
com que o desenvolvimento de novas habili­
dades seja uma experiência agradável, pois os
Professores As pessoas que desem­ alunos sio recompensados a cada passo por
penham o papei de professores algumas vezes fazer o mdhor que podem naquele passo. A
se tomam modeladores cficiemea, quer sejam moddagem minimiza os problemas e experiên­
pais, professores, companheiros ou qualquer cias aversivas que surgem quando os profes­
pessoa a quem os outros recorrem para sores tentam desenvolver novas habilidades
aprender qualquer habilidade. H claro que nem comparando o comportamento de um aluno
todos os professores são eficientes. mesiüo com o de um outro .mais adiantado, ou com
quando tiveram uma grande experiência neste critérios extremamente altos. Comparar um
papel; mas alguns demonstram considerável iniciante com alunos adiantados pode ser
habilidade em moddar. bastante aversivo para o iniciante, porque
revda de forma vivida as inadequações do seu
O professor eficiente em moddar
comportamento e sugere que será preciso
comportamento observa a variação no compor­
tamento do aluno, dá um feedback positivo muito esforço para chegar a niveis refinados de
para as panes desejáveis da variação e muda o desempenho. Levar o ahrno a aspirar a
perfeição também pode ser aversivo porque o
firtal pxreee -mvne distante e
*. O (ermo automoddagem. que se m utna inatingivd. A modelagem é um método de
traduçio raatt Gd da cqxcssSo "sdf-4liaptQs*. usada
pelo autor, ndo foi empresado « f ti por ler sido
ensino mais positivo e reforçador porque o
utilizado como termo técnico dc significação bem comportamento de cada aluno é avaliado c
di&rcnce. em experirontos com anuns». (V oa. por reforçado de acordo com o seu nivd atual dc
exemplo. Hrovm c Jcokias. Journal o f the Expert- desempenho e nSo por comparação com o
m enialA natvnxof Behavior, 1968. //:I-8 )(N T .). comportamento de outras pessoas; todos os
Prihctwo» ao Cynconam wtq na VkU 0>ân» 1S6

alunos recebem retorçamentos generosos peia Como‘o professor reforça, a cada ponto, os
mdhor variação de $cu comportamento atual, md bores comportamentos do aluno, novas
qualquer que seja o nivd de desenvolvimento respostas vão aparecer por indução. À medida
da habilidade que ele já alcançou A modela­ que o aluno vai aprendendo a desenhar melhor,
gem nio exige que uma pessoa faça a)go o professor-modelador irá mudando o critério
melhor do que sua capacidade atuai possa de reforçamento cm passos lentos de aproxi­
permitir. Isto e desnecessário, pois performan­ mação sucessiva aos objetivos relevantes.
ces mdboradas aparecerão natural e automati­
Uma vez ou outra, quase todo mundo
camente (graças à indução), uma vez que o serve como um modelador que modifica o
mdhor comportamento está sendo reforçado.
componamento de outras pessoas, isto c mais
Os pais esião agindo como professores evidente quando alguém pede fecdback a
quando ajudam seus filhos a aprender a falar ou respeito de alguma habilidade que esteja
andar, ou outras habilidades. Quando os pais tentando aprender Por exempla uma pessoa
ouvem o filho balbuciar algo que pareça uma pode pedir ao paredro de tênis. ’Me diga
palavra - "ma-nu*, *pa-pa* • costumam cumu­ como está o meu saque hoje, esta bem?* Sc
lar o bebê de atcnçio. sorrisos, e outros refor­ este fornece o feedback solicitado (dizendo
çadores que nio apresentam quando o filho quais saques sio bons e quais sâo ruins),
produz sons estranhos, como "ngakagmga’ subindo o critério para dizer ’Bom saque", à
isto e reforçamento diferencial e. depois dc medida que estes vão melhorando, estes
mais alguns passos, a criança estará dizendo feedbacks ajudarão a modelar os saques em
"mamãe" e "papai". Há variações no comporta­ direção a uma bom desempenho Gral. £
mento verbal, ao comportamento de andar, no verdade que os feedbacks verbais que
desempenho escolar, e os pais geralmente recebemos dos outros podem conter regras -
reforçam os melhores desempenhos e ajustam "Nio jogue a bola tio alto." - e, portanto,
seus critérios de reforçamemo cada vez que o também incorporar o tipo de aprendizagem
filho atinge um novo nivd de habilidade. Esta abordado no Capitulo 11. Entretanto, muitos
forma de proceder estabelece passos naturais feedbacks vetbais fornecem reforçamento
de aproximações sucessivas orientadas para um diferencial - feedbacks positivos ou ncgaaivos •
objetivo de competência total. independente das regras verbalmente
Um bom profcssor-moddador é rápido codificadas que possam também estar
presentes. Se este reforçamemo diferencial
em discriminar quando uma pessoa está
combina com a cxistcncia de passos de
fazendo progresso e quando está regredindo.
Numa aula de desenho, um bom professor deve aproximações sucessivas, então irá produzir a
dizer, *Esta expressão facial está boa Acho modelagem necessária pára o desenvolvimento
que você está aprendendo como captar a de niveis mais altos de habilidade.
expressão do olhar com um miramo de traços.
Mas os lábios nio estão tio bons quanto os do Moddagem do Próprio Compona­
desenho a carvio de ontem*. O professor está mento. A maioria das pessoas aprendem
reparando nas variações do comportamento de algumas habilidades para modelar seu próprio
desenhar e está reforçando aqudas que compor-tamento em direçio a objetivos
mostram progresso em diroção ao objetivo desejáveis Quando pais. professores e amigos
desejado, e criticando o componamento que fornecem reforçamento diferencial e usam
nio é tio bom quanto um nivd anterior de passos de aproximações sucessivas, s m tra
realização. Este reforçamento diferencial como mode-los que podemos imitar ao tentar
tenderá a aumentar o número de desenhos modelar nosso próprio componamento.
habilidosos e diminuir o de desenhos mal feitos. Algumas pes-soas sc tomam bem habilidosas
PrwciPH» do CofwionameMQ na V»da Ortna 157

cm modclar so mcnos parte de sèu repertório prejudicada, isto c imediatamente notado e


de comportamentos resulta nunu avaliação punitiva: "Droga! Que
A modelagem do próprio comporta­ péssimo1" Cada vez que nota um progresso
mento pode produzir efeitos rápidos. Muitas nas suas habilidades artísticas (devido á
vezes, quem mais sabe quando um comporta­ indução), provavelmente sc dará um generoso
mento foi realizado bem ou mal é a própria auto-reforçamento. "Uau. este é o melhor rosto
pessoa que emitiu este comportamento. Um que já desenhei. Nunca pensei que pudesse
professor que verifica o desenho dc seu aluno a fazer um tão bom!" Depois de várias
cada 15 ou 20 minutos vè apenas o produto performances bem-sucedidas, provavelmente
final de muitas unidades pequenas de irá subir o critério de auto-reforçamento, uma
comportamento. 0$ reforços do professor são séne de tàis ajustes cria um conjunto de passos
infrequentes e muitas vezes atrasados cm naturais dc aproximações sucessivas que
relação ao comportamento que produziu o modela o desenvolvimento continuado de
efeito desejável. Entretanto, quando um habilidades artísticas
professor está modelando uma habilidade do Quando um aluno produz um bom
aluno, está também servindo como um modelo desenho, recebe dois tipos de reforçadores
que o aluno pode imitar. Se o professor diz: condicionados. Em primeiro lugar, um belo
"Os olhos, neste desenho, foram fcitos-com trabalho artístico ê reforçador para muitas
bastante sensibilidade*, o aluno pode aprender pessoas, especialmente estudantes de arte.
a avaliar e reforçar trabalhos futuros, de acordo Portanto, o mero ato de criar uni beta desenho
com critérios semelhantes * Sc o professor fornece automaticamente ao criador reforça*
sobe os critcrios dc reforçamento á medida que dores condicionados para sua habilidade de
o aluno melhora, este pode também aprender a desenhar. Era segundo lugar, a auto-avaliação
se impor critérios mais exigentes para auto- e o auto-reforçamento consistem em pensar
reforçamento, com o progresso através dos palavras positivas, tais como "Hum. gosto
passos. Quando o aluno adquire estas deste efeito!" Estas palavm - quer sejam ditas
habilidades de modelagem do próprio em voz alta ou nio - são também reforçadores
comportamento por aprendizagem vicariante condicionados. Além disso, o trabalho artístico
(Cap. 9). estas se tomam cada vez mais úteis é modelado pelos reforçadores incondicionados
na modelagem de comportamentos de desenhar relacionados com a estimulação sensorial (Cap.
cada vez melhores. Pode observar cada traço 6) w. Finalmente, o estudante dc arte pode
que dá e se auto-reforçar imediatamente pelos reçcber reforços sociais em forma de
comportamentos de boa qualidade: "Puxa. cumprimentos, comentários admirativos,
desta vez eu consegui ura traço perfeito, prêmios e propostas de compra do trabalho.
ótimo!" Este reforçamento. além de ser
Há fontes naturais de reforçamento que
imediato, se relaciona diretamente com o
ajudam as pessoas a aprender habilidades para
comportamento relevante Da mesma forma, sc
fazer a modelagem do próprio comportamento.
a pena escorrega e parte do desenho fica
Se alguém observa pessoas que são boos
modeladores e imita seus métodos, as
modelagens que faz serão recompensadas: (l)
’.Bandura (1971) e Mahoocy (1974) Cuaa
rcwsôo da literatura a respeito da aprendizagem pela aprendizagem mais rápida, uma vez que o
vicarumt das habilidades de auto-avaliaçdo c auio- auto-reforçamento é imediato e eficiente; (2)
reforçamerao. Gcwinz (1971 a.b) c alguns outros pelos reforçadores positivos de pessoas que
psicólogos cnucam o uso que Bandura â z dos com- observara o seu progresso; (3) pela fuga das
ccatos dc auto-rcfoiçatoento. alegando que o processo
dc auio-cefocçamciuo i trais semelhante ao modelo de
Stunner do que sngerc Bondura. w. Platt <1961>
Pnnciwo» do Comportamento na Vida DiArta 138

conseqüências aversivas das critifcas que se lutar para conseguir seu nível de perfeição 11
seguem aos erros; e (4) pelas conseqüências Infelizmente, como as pessoas muitas vezes
positivas advindas da maior independência em escondem o fato de que precisaram modelar
guiar o próprio desenvolvimento. seu próprio componamento para aperfeiçoar
Nem todo mundo tem habilidades sua habilidade, muita gente não vc a
equivalentes de auto-reforçamento e mode­ importância que este procedimento assume na
lagem. Além disso, a habilidade que uma produção de comportamentos dc alta quali­
pessoa tem para modelar um aspecto do dade: assim, deixa de usar uma técnica muito
poderosa para melhorar suas próprias
próprio comportamento pode nâo se genera­
habilidades
lizar para outros aspectos. Um artista pode ser
muito sen&ivet cm reforçar e modelar uma
melhora na habilidade artística, mas ser
pessãmo na modelagem dc suas habilidades
atléticas. Um bom atleta que usa de auto*
reforçamemo e modelagem para condicionar As pe$$t)os _muifas._ w a r modelam
novas habilidades atléticas pode não ser tio comportamento.* de form a casual^ Reforçam
bom no controle de outras habilidades. Assim, comportamentos sem prestar atenção ao que
o autocontrole por modelagem do próprio estão reforçando, sem ter objetivos especi-
componamento nâo é uma habilidade global fico s. e sem usor passos ordenados de aproxi­
que automaticamente se generaliza para a mações jucessj\?3s.^ Ainda que a modelagem
modificação de todos os aspectos do casual possa produzir mudanças comporta-
componamento de alguém mentais consideráveis, estas são muitas vezes
Ainda que a modelagem do próprio esporádicas, caóticas, cheias de fracassos, e
comportamento seja bem comum, é feita de pouco recompensadoras
forma privada, de modo que não é facilmente Um bom professor-modelador usa
observada. Muitas vezes as pessoas nâo deixam pequenas passos de aproximações sucessivas
que os outros percebam quanto trabalho para tomá-los fteeis e minimamente aversivos
tiveram para melhorar seu componamento pelo (veja figura 8-9). O aprendiz não é forçado a
treino sistemático A razão é simples: O progredir num ritmo maior do que possa
componamento que claramente resulta de um
longo período de treino muitas vezes parece
menos admirável • portanto, recebe menos
atenção e elogios - do que ura comportamento
semdhante. que parece nio ter exigido
qualquer trdno ou esforço. Se um pimor conta
que gastou dez ou quinze telas e passou por
muitos fracassos para tomar cada uma dc suas
idéias artísticas cm um trabalho acabado, FIGURA 8-9 Pequenos passos de aproxima­
poderá impressionar menos do que se tivesse ções sucessivas
dito -que precisou de apenas umas poucas horas
para transformar sua idéia em um quadro.
Pouco antes de sua mone. à idade dc 88 anos, agüentar O USO de passos pequenos e lentos
Michelingdo, o famoso artista da Renascença, reduz o risco de que passe por fracassos e evite
queimou todos os desenhos que ainda tinha, os passos seguintes da modelagem A
para que ninguém soubesse quanta precisou
“ . B aker(W 9).
Prwciwo» <lo Ccmpoftamonto na v.da DUna 159

modelagem casual na- maioria das Vezes não é aversiva de aprendizagem e acaba fazendo com
conduzida em passos pequenos c lentos. que ela nào queira aprender mais nada com
Muitas vezes se introduz um passo ele*2
demasiadamente grande, ou o aprendiz é
apressado a passar logo ao passo seguinte,
antes mesmo de vcnccr todas as dificuldades
do passo em que se encontra. Pressa e passos
muito grandes podem se tornar aversivos e
aumentar o risco de fracassos. Por exemplo,
quando alguém que tem grande habilidade
numa certa área tenta ensinar esta atividade a
um amigo, pode ficar muito impaciente para
ver progressos rápidos • para que ambos
possam partilhar esta atividade juntos, no FIGURA 3-10 Um passo muito grande pode
mesmo nivel de habilidade. Como resultado, a criar problemas.
pessoa que já domina a habilidade pode tentar
forçar o amigo a progredir rapidamente ou
cncorajá*)o a tentar um passo muito grande, Durante a interação social as pessoas
antes que tenha as habilidades necessárias. O muitas vezes mudam sem querer os compor­
profissional dc moto-cross fica muito feliz tamentos umas das oulxas. Quando interagem,
quando um seu amigo lhe diz que quer há geralmente variações nos desempenhos*
aprender moto-cross. Lintio ensina Algumas vezes agem dc maneira suave, outras,
cuidadosamente os macetes, num ritmo lento de forma estabanada. Como as outras pessoas
nos cinco primeiros passos (Figura 8-10). O reagem diferentemente a bons e maus desem­
amigo mostra um bom progresso nestes passos penhos» (por ex., mostrando entusiasmo ou
iniciais Encorajado por este progresso tão aborrecimento, amizade ou hostilidade), forne­
ftdl, e excitado pela possibilidade de ter o cem reforçamento diferencial para as habili­
amigo na competição do próximo fim dc dades de interação. Quando uma pessoa se
semana, encoraja-o a sc inscrever no evento - o muda da cidade nataJ para outra, maior, onde
passo grande, de número 6, da Figura 8-10. O vai estudar, e desta para a metrópole, os
aprendiz sente muito medo durante a padrões de reforçamento diferencial mudam de
competição, e pode experimentar muitos forma gradual. Isto produz efeitos de modela­
fracassos (perdendo o controle em velocidades gem, ainda que não de uma forma bem
muito altas) e até se ferir (talvez quebrar uma planejada. Em sua cidade natal, é rcfbrçada.por
perna). Este tipo de modelagem casual pode ser inocente e entusiástica; na universidade, por
produzir resultados dc tal forma punitivos que ser indiferente; e na metrópole, por ser
o amigo passa a achar a atividade muito cosmopolita e perdulária. As outras pessoas
aversiva e se recusa a continuar o processo de geralmente nSo estio seguindo uma estratégia
modelagem. Os pais que esperam um progres­ planejada ou consciente de modelagem das
so rápido nas habilidades musicais de seu filho
- c o inscrevem para um reatai público (um
grande passo) antes que esteja em condições -
estão cometendo o mesmo erro. O marido que a. Estudos mostram que geralmente *a mulher
está ansioso para que a mulher o acompanhe deve mudai mats p a n sc ajustar ao casamento do que
em suas escaladas dc montanhas ou mergulhos o borocro", c que iflo muitas vezes eovotvc cobsc-
qüéodas aversivas para ela: pots moitas vezes «s
- e a apressa para chegar a seu nivel de pessoas ftfo usam meios positivos e eficazes para
proficiência • muitas vezes cria uma situação mudar o comportamento do outro (Ahanuoer. 1973 >.
P^ci&io* do Ccmpoftawanto na Vida Dléna 160

respostas sociais, nuts suas reações podem ter a outra companheira de quarto dc Jenny a
efeitos sistemáticos e poderosos. convida para fazer jogging todas as noites,
Quando o comportamento de um indiví­ depois do trabalho. Elas começam aos poucos,
duo está sendo moddado por feedbacks sociais inicialmente, e progridem gradualmente até
de duas ou mais pessoas, com valores e conseguir correr distâncias maiores. Quando
objetivos diferentes, pode ser modelado em algum colega dc trabalho a convida para
participar de uma corrida dc 10 kilòmctros. no
direções múltiplas c( às vezes, conflitantes. Os
sábado seguinte. Jenny tenta um passo grande
pais de Jenny estão modelando seu comporta­
mento para transformá-la numa pessoa reca­ demais e acaba rompendo um tendSo, o que a
tada e seria. Seus companheiros dc trabalho, impede de continuar seu treino Duranrc as
entretanto, estào modelando suas habilidades semanas seguintes, seu comportamento pode
para ser assertiva, defender os direitos femi­ ser modelado por vários passos, num curso
ninos e ter atividade politics. Cada progresso noturno de arte e num outro curso de comércio
que faz no sentido de ser assertiva e e em outros contextos. Vemos que o
politicamente aliva resulta num maior respeito comportamento de Jenny fot modekdo uns
e admiração dos companheiros Mas. toda as poucos passos em várias direções diferentes,
noites, quando volta do trabalho, seu compor* mas nunca houve um objetivo únko e estávd
Assim, progrediu um pouco cm várias habili­
tamento é modelado em outra direçào.-Jenny
pode aprender dois repertórios de comporta* dades. mas nào conseguiu atingir qualquer
objetivo. Isto pode ser considerado bom ou
merttos sociais, sob controle dc de diferen­
tes contextos sodais. Pode ser assertiva no ruim: Jenny explorou um grande número de
trabalho e meiga cm casa. Ter o comporta­ atividades e pode continuar a experimentar
mento modelado cm duas direções diferentes outras ate que encontre uma que se adapte bem
pode ser muito estressante e aversivo para uma a da; mas, depois de vários anos se dedicando
pessoa, se os dois repertórios resultantes brevemente a uma grande variedade de ativi­
contêm respostas incompatíveis 11 Jenny se dades. pode se arrepender de não ter aprendido
setue dividida e confusa. qualquer habilidade mais profundamente.

Mesmo que Jenny decida mudar-se da


casa dc seus pus. pode não conseguir fugir dos
efeitos das modelagens conflitantes. Como seus REFORCM ENTO F. PUNIÇÃO
amigos tem personalidades, interesses e
objetivos diferentes, seu comportamento conti­
nua a ser modelado em direções múltiplas. Se Há outras situações que resultam em
uma de suas companheiras de quarto gosta de modelagem casual As pessoas muitas vezes
dança, Jenny pode acompanhá-la em suas aulas reforçam ou punem os outros porque estão
e ensaios, e progredir vários passos na alegres ou tristes (os que liberam o reforço), e
modelagem da habilidade de dançar. Mas. não por causa do comportamento que os
quando a novidade acaba - e passa a ser outros apresentam. Por exemplo, os pais
necessário maior esforço para o desenvolvi­ podem punir uma criança porque eles (os pais)
mento dessa habilidade • nio irá mais experi­ estio infdizcs ou de mau humor, ainda que
mentar reforçamento suficiente para continuar esta nio tenha feito nada de mau u Mais tarde.
progredindo na dança. Nesta época, entretanto. podem estar de bom humor e deixar de punir
um mau comportamento, ainda que devessem
fazê-lo. Um marido pode criticar a mulher, não
Stumer (!974:149f) explica que ot conflitos
internos que tirrta pessoa seme « devem a
contingências conflitantes de reforçamento. “ M clntife<l970)
porque d a tenha feita aJgo errado,* mas porque dc resolver problemas de forma democrática e
d e esta de mau humor por ter perdido uma racional, havera major probabilidade de que
panida de golfe. Durante toda a vida. pessoas alcancem o seu objetivo, do que &c reforçarem
muitas vezes apresentam reforçadores ou de maneira randômica. Como dissemos, a
punidores sem levar cm conta a qualidade dos modelagem casual muitas vezes levs a resul­
comportamentos que estão reforçando ou tados inferiores aos desejáveis. Um uso mais
punindo Os pais podem estar inadvertidamente cuidadoso de feedbacks positivos e negativos,
levando seus Alhos a discriminar que o mau visando um objetivo bem escolhido nos ajudará
comportamento é aceitável quando os pais a modelar comportamentos desejáveis e discri­
estão de bom humor. Se dão atenção a cada minações sensiveis mais facilmente do que se
vez que a criança se comporta mal, estão pode esperar de um reforçamento casual
modelando um comportamento cada vez mais
inoportuno, reforçando-o com sua atenção. O
marido que fica dc mau humor cada vez que MODELAGEM SEM A PRfXENCA DE
perde uma panida de golfe, pode estar OUTRA PESSOA
inadvertidamente modelando cm sua mulher a
habilidade de evitá-lo cada vez mais
eficientemente _ A modelagem pode ocorrer sem que
ninguém desempenhe o papel dc professor ou
Uma boa parte da literatura sobre o uso modelador. O sucesso ou fracasso de alguém
inteligente dos princípios componaraentais na no trato com o ambiente físico - seja com
vida quotidiana acentua o seguinte: ,s As objetos naturais ou fabricados - muitas vezes
pessoas não devem liberar reforçadores e modela o comportamento, de formas comple­
fninidores em resposta suas próprias xas c sutis, sem feodback social.
emoções. Pelo contrário, estes devem ser
dados por comportamentos desejáveis e O ambiente natural contém muitos
indesejáveis - seja da própria pessoa ou dos objetos, forças e coisas vivas que podem
outros. Os pais devem conter sua tendência de moddar comportamcntos sem intervenção
criticar, zangar, ou de qualquer forma punir social. Gravidade, tempestades, geleiras, ondas,
seus filhos simplesmente porque eles (os pais) montanhas, espinhos, urtigas, insetos, grandes
estão com raiva. O que deve determinar a animais, c o resto da natureza tem proprie­
ocasião cm que fornecem reforçadores ou dades que podem levai ao reforçamento dife­
punidores, deve ser apenas o comportamento rencial e, algumas vezes, à modelagem do
dos filhos. Os namorados devem falar sobre as comportamento. Ao andar ou dirigir cm
coisas que mais esperam alcançar em seu estradas lamacentas, as pessoas aprendem a
relacionamento, e prover mutuamente feed­ habilidade de tomar cuidado. Ainda que
backs positivos generosos pelos progressos em algumas crianças desistam de aprender a
direção a estas metas Tor exemplo, duas patinar, por causa das quedas, outras aprendem
pessoas podem estabelecer o objetivo de o balanço de corpo necessário e eventualmente
debater racionai e democraticamente seus aprendem a patinar graciosamente. Estas
problemas, ao invés de ficar discutindo e habilidades são aprendidas numa serie de
brigando. Se cada um deles expressar um passos naturais, começando com patinadas era
elogio genuíno cada vez que observar um pequenas distâncias (por exempk». 30 cm ), e
progresso do outro na aquisição da habilidade aumentando para distâncias cada vez maiores.
A cada passo desta modelagem, o reforça­
mento diferencial condiciona um novo nível de
" Mcinurc (1970): Sfcuuwr (1971): Õannatyne e habilidade que permite o avanço para o
Btnnatyne(l973): Maboocy (1974). próximo passo, que envolve uma distância
Pftndeio* do Comoortamew.o na VtOa B in * 162

maior. O ambiente- fisico não- precisa ter •Veja bem LNão há força em direção ao
intenções para moddar um componamento. O progresso ou a perfeição que garanta que as
reforçamento diferencial está funcionando habilidades das pessoas, da ciência, ou da
sempre que nosso componamento de lidar com tecnologia para lidar com a natureza sempre
o ambiente físico leve ao sucesso ou fracasso; e mudem para mdhor. As interações com o
a indução fornece a matéria bruta para o ambiente natural podem levar a uma longa série
próximo passo da modelagem de habilidades dc de fracassos, retrocessos e explorações inúteis
nivd mais alto. A modelagem natural pode ser Muitos cientistas e inventores foram reforçados
mais consistente do que a modelagem social. por gastar anos pesquisando e desenvolvendo
Ainda que ninguém esteja presente -para alguma inovação "louca* que "quase" fun­
moddar a habilidade de uma criança para cionou. mas que acabou fracassando. Outras
patinar, cada resposta inadequada é punida por descobertas cientificas ou tecnológicas chega*
quodas e cada melhora na habilidade é ram mesmo a funcionar de fato e fornecer
reforçada pek> sucesso e pela estimulação reforçamento imediato por algum tempo, mas
sensorial envolvida em patinadas mais longas* criaram problemas imprevistos, que puniram
mah rápidas e mais excitantes Quando alguém seu uso posterior 0 que ontem parecia um
aprende a escalar montanhas, coda melhora na progresso pode se mostrar uma péssima idéia,
habilidade traz mais reforços, sob a forma de hoje. A descoberta do DDT parecia,
escaladas mais perfeitas e vistas mais bonitas. inicialmente, ser um progresso, pois nos dava
Posições descuidadas dos pés ou das mãos são meios dc combater os insetos; entretanto,
punidas com escorregadelas, escoriações ou quando foram descobenos os perigosos efeitos
quedas. colaterais, as conseqüências aversivas supri­
miram o uso deste produto químico. Apesar do
Num sentido, grande pane da produção
valor positivo da energia nuclear ter reforçado
cientifica e tecnológica foi modelada por
a modelagem gradual de uma tecnologia dc seu
sucessos c fracassos na interação com a
natureza. Quando pessoas começaram a proje­ controle para produção de energia elétrica, a
natureza aversiva de seu elevado custo, dos
tar pipas, pianadores e aviões, alguns projetos
problemas de segurança e de acúmulo dc lixo
foram mais bem sucedidos do que outros. O
sucesso e o fracasso forneceu reforçamento nudear diminuíram bastante seu crescimento à
medida que estes problemas se tomaram mais
diferenciai para o aperfeiçoamento da aviação;
e, devido á indução, novas formas ainda salientes, nos últimos anos No momento, ainda
melhores foram inventadas Sempre que um não está claro se os problemas a longo prazo
novo projeto dc aviâo voava mais longe e superarão os benefícios. Obviamente, é mais
carregava mais peso, havia reforçamento fccil avaliar estas questões em retrospecto,
diferencial para evoluir para este novo passo de depois que tanto os reforçadores quanto os
projeto. À medida que novos prindptos possiveis punidores já mostraram seus efeitos
científicos, que melhoravam OS projetos, foram sobre as pessoas.
descobertos, estes passos de avanço na Não apenas o ambiente natural modda
pesquisa cientifica fonun também reforçados. comportamentos, mas também o ambiente
Naturalmente, outros tipos de aprendizagem fabricado o iaz. Antes que uma criança possa
(tais como aprendizagem vicariante, uso dc usar eficientemente facas e tesouras, deve
estimulos fadlitadorcs c regras) podem estar vencer muitos passos dc crescente habilidade.
envolvidos cm qualquer desenvolvimento Cada vez que uma criança atinge um novo
tecnológico complexo; mas. na análise final, o nivd de habilidade, as vantagens fornecidas
sucesso e o fracasso modelam o curso da pdo instrumento aumentam o reforçamemo
mudança tecnológica. para progredir nos passos seguintes de
aproximações sucessivas.
____________________________________________________________ Pnncipios do Com portamento na Vida Diária .6 3

%
Ainda que usemos muito a aprendizagem carro, e os erròs-são punidos pelos arranhados
vicaiiame, us csUinuiu* faciliiadores e as regras que resultam das batidas no meio fio ou nos
para aprender a lidar com a natureza e as outros carros. Desta forma, então, os erros são
coisas fabricadas, deve-se enfatizar que, nesta suprimidos. Cada passo na modelagem de
aprendizagem, o reforçamento diferencial e a novas habilidades é negativamente reforçado
modelagem desempenham um papel funda­ por evitar problemas e positivamente reforçado
mental. O melhor aprendiz, depois de ler todas pelo sucesso. Um processo semelhante de
as regras para lidar com uma máquina, modelagem ocorre quando se aprende a andar
geralmente precisa de uma "experiência de bicicletas, guiar motos ou pilotar aviões, ou
prática" (na qual o comportamento inicial, a usar máquinas de escrever, de calcular ou de
determinado pelas regras, será modelado pelo costurar; ou a tocar um instrumento, jogar ou
sucesso ou fracasso), antes de dominar todas praticar um esporte; enfim sempre que se
as habilidades necessárias para chegar a lidar ganha ou se aperfeiçoa qualquer habilidade.
com ela de maneira eficaz. Quando alguém Mesmo com um excelente conjunto de regias,
aprende a dirigir um carro, ouve regras e modelos e estímulos faciütadores, geralmente é
presencia uma demonstração para iniciar uma necessária uma prática para se tomar realmente
aprendizagem mais segura, mas os meses ou eficiente no uso da maioria dos objetos, e é
anos seguintes vão constituir uma ionga nesie período de prática que a modelagem
modelagem de uma habilidade cada vez mais ocorre.
aperfeiçoada. No início, o aprendiz tem
dificuldades em, por exemplo, estacionar o

CO N CLU SÃ O

O reforçamento diferencial modifica as freqüências das respostas que já existem no


repertório comportamental de uma pessoa. Pode v ir do ambiente social ou não-social, na medida em
que um individuo é bem sucedido ou fracassa, ao lidar com os outros ou com o ambiente não-social.
O reforçamento diferencial muitas vezes leva à produção de novas respostas, pelo processo de
indução; e estas constituem a matéria bruta para mudanças comportamentais posteriores. Uma vez
que novas respostas são produzidas pela indução, podem ser colocadas sob novas contingências de
reforçamento diferencial. Padrões mutantes de reforçamento diferencial produzem padrões mutantes
de comportamento, na medida em que o comportamento é modelado para formas que podem ser bem
diferentes do padrão original. Quando a modelagem é feita numa série de passos bem planejados de
aproximações sucessivas a um desempenho final claramente definido, pode produzir uma mudança
comportamental eficiente. Infelizmente, na vida diária, os passos de mudança comportamental não
são bem planejados, e a modelagem não é conduzida de forma eficiente. Como conseqüência, o
comportamento das pessoas muitas vezes muda de forma casual, que envolve quantidades
desnecessárias de experiência aversiva. O conhecimento dos princípios de reforçamento diferencial e
modelagem pode ajudar as pessoas a minimizar os problemas resultantes do condicionamento casual.
Os próximos capítulos apresentam três tipos de aprendizagem social que estão muitas vezes
superpostos ao reforçamento diferencial e à modelagem. Estes três tipos de experiência social
geralmente apressam o processo de aprendizagem, se ajudarem o aprendiz a executar
comportamentos que são compatíveis com os padrSes básicos de reforçamento que estão
funcionando no seu ambiente.
Modelação e
Aprendizagem
Vicariante
N este capítulo vocé va i descobrir com o a s /ressoas aprendem o
com portam ento dos outros • porque algum as vezes im itam os
outros, enquanto o u tm s _vrzes fa zem o contrário do que vêm os
outros fazerem .

uando uma pessoa observa as ações de número de palavras intelectualmente sofisti­


Q outra, a experiência pode mudar o
comportamento futuro do observador.
Ao sair de um teatro cheio, alguém pode
cadas. Se uma segunda pessoa gosta do
indivíduo que está falando, da pode mostrar
um ligeiro aumento no uso de palavras
tentar uma porta de saída pouco usada que maiores e mais eruditas Os efeitos nio
ficava fechada. Se a porta abre. o precisam ser sutis, entretanto. Por exemplo,
comportamento exploratório ê reforçado por modelos podem produzir efeitos poderosos
uma saida rápida e a fuga de filas lentas. durante aglomerações quando as ações de
Quando as pessoas que estão por peno vêem a alguns indivíduos que se sobressaem influen­
outra sair. diversas delas a seguem e ciam muitas pessoas a fazer a mesma coisa
eventualmente e su nova saida estará tão cheia imediatamente Quando, repentinamente, di­
quanto o resto Pessoas são influenciadas_pela versas pessoas começam a gritar e correr da
observação do comportamento de outras. A policia, observadores próximos, que previa­
pessoa que prim eiro produz um compõF- mente nüo tinham nenhuma intenção de
tamenio é chamada um modelo. Observadores participar da violência, podem se sentir irre­
que viem. ouvem ott_lêem _jobre _o compor- sistivelmente atraídos a se juntar àqueles que
tamenio de um modelo (l)ganham informação são modelos para o comportamento
sobre o comportamento e (2) podem usar esta agressivo 1 Pânicos, modas e tumultos, todos
informação para jyrientar seu própno refletem efeitos dc modeiaçio. quando
comportamento observadores imitam o comportamento dos
Como estamos frequentemente cm outros à sua volta.
situações onde podemos observar o compor* Modelação social pode influenciar o
tamento de outras pessoas, há muitas maneiras comportamento de diversas formas. Modelos
de sermos afetados por modelos sociais. Os podern^ ser reais (presentes fisicamente) ou
efeitos do processo dc modclaçâo social sSo
muitas vezes sutis. Por exemplo, durante uma
conversa, uma pessoa pode usar um grande * BandiFa (1973)
Prtndoios do Ccrr&ototv*rto *a Vida Olàrta 165

simbolicos (apresentados via livros, filmes, acabou de ser' exibido, c entorna-a gucla
TV ou descrições verbais). O observador pode abaixo de uma só vez. O aluno recém-
ser um espectador passivo ou um participante formado em negócios, tentando um emprego
ativo da atividade do modelo. O observador de executivo em um banco, observa como os
pode apresentar mudanças de comportamento executivos se vestem, andam, falam e sorriem.
imediatamente apôs ver o comportamento do Logo. logo. o recém-tormado está agindo dc
modelo, depois de um. tempo.. ou._ntmca; um modo que sc assemelha aos maneirísmos
Observadores tendon a imitar o compor­ do modelo. Isto não significa que a criança sc
tamento exibido pelo modelo se gostam dele toma proficiente cm plantar um jardim apôs a
ou o respeitam, sc vêem o modelo receber primeira exposição a um modelo; e o novo
reforçamento. dar sinais de prazerou sc estão membro da gang pode engasgar ao virar uma
cm um ambiente onde imitar a performance lata de cerveja. Nem o recém-formado da
do modelo c reforçada. Há momentos cm que escola de administração se torna um executivo
um observador faz o contrário do modelo. preparado da noite para o dia. Pode ser
Esta imitaç&o inversa é comum quando um necessário muila modelaçio. modelagem,
observador nào gosta do modelo, vê o modelo facilitadores ou regias no polimento do
ser punido, ou está em ambiente unde o comportamento do observador. Entretanto, as
conformismo está sendo punido. Este capitulo pessoas «prendem muito accrcn de novas
vai descrever os tipos dc efeitos modeladores atividades pela observação dos outros.
que são mais comuns na vida diária. Quando o comportamento novo está só
um ou dois passos á frente do nivei atual de
competência do observador, d c pode rmiiar
TRÊS TIPOS DE EFEITOS
satisfatoriamente o novo comportamento
MODELADORES
depois da primeira exposição ao compor­
tamento do modelo. Quando o jovem alpinista
Ha trea tipos principais de efeitos atlético vê como o profissional prepara as
modeladores: (1) - aprendizagem vicariante. cordas e desce um despenhadeiro vertical,
(2) * efeitos inibidores e desinibidores e (3) - uma observação pode ser suficiente para
efeitos dc facíihaçio da resposta.• transmitir as habilidades necessárias. O visi­
tante a uma cultura estrangeira só necessita de
uma exposição a um novo gesto de mão para
1. Aprendizagem w canm te observa-aprender a prática. Só quando o compor­
aonal envoive a aprendizagem wyo tamento do modelo está muitos passos á frente
comportamento. Quando um observador vê da habilidade atual do observador, toma-sc
ura modelo emitir um comportamento que ele menos provável a imitação bem sucedida do
ounca fez antes, o observador pode aprender a comportamento, sem a prática?
imitá-lo meramente oÍhan<kM>. Uma criança
Podc-se^ aprtnder u m comportamento
vê a mie plantando o jardim, toma uma
ferramenta e Caz os mesmos movimentos que novo muito m ais ráSida e Tftòénjem ente nela
aprendizagem vicariante fobservacionafí gue
a mãe faz. Um membro novo de uma gang de
pela sim ples modelagem7~\ vida seria curtís­
adolescentes da ma vè alguns dos membros
sima se tivéssemos que aprender apenas via
antigos bebendo latas inteiras de cerveja de
uma só vez, então, o observador pega uma
lata. aore-a oo mesmo jeito oescuioaao que * A práoca pode envotver reproduções abertas do
camponamcnio ou eosaxs cognitivos (Mahoney 1974:
6 andum 1977). A aprcodxzflçcm é muito mais cípida
quarto a pessoa fxz umto a pratica ato u quaiao a
2 Evidcncsa c\-pcnmctinl relacionada aos ties cncobena {Karáúi 1985X
cíeik* modeladores é aprcwaiad* por Baodora e
Write* (1963) e Band®a <1**1977). 4 Baodura(»969:1430.
P r r e ip o t go Com oorw yw to na Vida ftàn a 166

reforçamento diferencial, a enfrentar os azares .estudam os trabalhos dc outros, ou só estudam


de fios elétricos desctvcapados, armas, cobras um artista
venenosas, os riscos da direção do automóvel
2. Efeitos inibidores e desinibtdores
ou da operação de máquinas A presença dc
ocorrem quando obsenxtr um modelo mutla
modelos sociais adequados aumenta a rapidez
as probabilidades de operantes jà aprendidos.
da aprendizagem e minimiza os perigos de
Neste caso, nenhum comportamento novo é
acidentes, potencialmente fetais. Além disso, é aprendido. Ao contrário, a probabilidade de
imjjrovivcl que comportamento cultura!
um componamento já existente é apenas
complexo • tal como comportamento verbal,
diminuída ou aumentada. Se um modelo é
práticas culturais, ou tecnologia ~ possa_ser punido por um dado comportamento, não
aprendido somente- por modelagem, ainda
somente ele provavelmente não repetirá o
assim, frequentemente sc adquirem essas
componamento no futuro mas também o
atividades rapidamente pela observação de
observador tem menos probabilidade de imitá-
modelos reais ou simbólicos Em sociedades lo Este é o efeito inibidor. Se um modelo
primitivas obtém-se aprendizagem vicariante
recebe reforçadores para uma certa
de práticas culturais a partir dc modelos reais
performance, não só o modelo mas também o
e dc modelos simbólicos apresentados peia
observador terão mais probabilidades de
palavra falada. Desde o advento da escrita,
repetir o comportamento no futuro Este é o
livros e mídia eletrônica, práticas culturais são
efeito desinibidor Quando a universitária
retratadas cm formatos culturais muito mais
chega á faculdade e vê que todas as pessoas dc
numerosos e diversificados, o que só facilita a
quem gosta usam jeans, c mais provável que
disseminação de informação cultural por meio
ela sc vista desta forma também. S c ela vê
da imitação de modelos simbólicos também suas novas amigas depreciarem um
A palavra imitação tem conotações aluno que faz atividades que lhe agradavam
negativas para algumas pessoas, porque pode no colégio, a freqüência destes operantes
sugerir que o observador é um copiador pouco diminuirá, mesmo que ninguém a tenha
original. Entretanto, na vida diária, a aprendi­ jamais criticado por d a emitir tais
zagem vicariante normalmente não conduz a comportamentos. Ela pode ate rir da
imitações exãtas do _.cornponamento ' ~3õ~ infantilidade do componamento que emitia
modelo. Quando reproduz a performance_de apenas há dois meses atrás no colégio.
um mõdcb,_o observador __ normãlment? Numerosos efeitos de conformismo sâo
introduz características novas_na reprodução, mediados por este tipo de aprendizagem
refl«indo___«pectos particulares de sua vicariante: muitas pessoas são influenciadas a
personalidade ou repenono de comporta- fazer o que vêem exibido para eles por
roentos. Àrém ~Hísso,_ observadores normaU pessoas de que gostam ou que estão
mente vêem modelos multipios de um dado recebendo reforçadores.
corapõnamemòVe tenãêm a reunir.fragmcmos
da_pçrformance de cada modelo numa nova
produção diferente dc tudo que tenham visto.* 3. Os efeitos de facihtaçào de resposta
A exposição a numerosos modelos reais e ocorrem quando o comportamento do modelo
simbólicos é, dc fato, uma fonte importante de serve como 5 ° para uma resposta sim ilar do
criatividade. Estudantes de ane. que estudam observador. O componamento de uma pessoa
os estilos de muitos pintores famosos, têm facilita que a outra faça a mesma coisa
mais probabilidade de chegar a um estilo Efeitos facilitadores não envolvem nova
criativo que estudantes de arte que nunca aprendizagem (efeito modelador 1) nem
produzem efeitos duradouros que aumentam
ou diminuem a frequência de performances
futuras do antigo componamento (efeito
5 Bandura ct al. (1963); Bandura (1977480 modelador 2). Os efeitos facilitadores são
Puncipeot <to Com ow ttnyrto n» Vida Oiánj 167

relativamente passageiros, ocorrendo rapida­ • À P R E .V P fZ A C E M V JC A R M N T E


mente depois que o com portam ento do
m odelo serviu com o um S D para um a resposta
N o restante deste capituEo enfatiza*
sim ilar do observador. Por exemplo, a pessoa
rem os a aprendizagem vicariante, o prim eiro
que já aprendeu a fúmar um , e som ente um
d o s très tipos de efeitos m odeladores discuti-
m aço de cigarros p o r dia. aprendeu um a
d o s acima. Entretanto, m uitas d a s variáveis
írequéncia estável de resposta - vinte cigarros
que influenciam a aprendizagem vicariante
por dia. Q uando este fumante vc um a segunda
afetam tambem o s efeitos inibidores e desint-
pessoa puxar um cigarro e acendê-lo, o
bidores e a íacilitaçâo social.
com portam ento da segunda pessoa é parte da
colagem de S ^ s que controla o com porta­
m ento de fum ar da prim eira pessoa; e é CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO
provável que ela acenda um também. N ã o há
nenhum a aprendizagem nova e nenhum a
m udança global no núm ero de cigarros Q uando um a pessoa observa um
fum ados por dia. F a ciíiu çá o social ocorre modelu. vá rio s aspectos do m odelo c dc seu
somente porque um com portam ento do m o* com portam ento podem se rvir co m o C S *s para
dclo forneceu S ^ s que ajudam a estabelecer a o observador Prim eiro, a capacidade das
ocasião para a resposta do observador. — dicas sociais de servirem com o C S 's se origina
no condicionam ento Pavloviano-, Entre as
Se vocé está andando na rua e vê várias
respostas m ais im portantes d ic ia d a s por C S ’s
pessoas observando algo que está acontecendo
de m odelos estão as respostas em ocionais
num a vitrine de um a loja, os m odelos
condicionadas cham adas respostas emocio­
fornecem S D’s para parar e dar um a oihada. Se
nais vicaruaites. Segundo, quando estím ulos
você é exposta a outros S ^ s - talvez um a
no vo s são em parelhados oom C S ’s d o modelo,
conversa estim ulante com um am igo • que
o s estim ulos novos também se tom am C S ’s
produzem respostas com petitivas, o s S ° 's das
através de um processo cham ado condicio­
pessoas na vitrine da loja podem n io produzir
nam ento Pavloviano vicariante. Terceiro,
m uito efeito sobre seu com portam ento M as.
todos o s C S 's derivados de um m odelo podem
se há poucos S a s para respostas com petitivas
funcionar com o reforçadores e punidores
e as pessoas parecem estar particularmente
condicionados, cham ados reforçadores e
interessadas no s eventos da viuine, o efeito de
ptim dores vicariantes..
íacilitaçâo social será perceptível e você pode
parar para olhar também. A facilhação soda]
pode ser bem forte quando um observador vê 1. R e sp o stas E m o c io n a is V ic a ria n te s
um a porção de pessoas juntas olhando para M odelos produzem m uitas pistas sociais que
alguém o u para um objeto T alvez alguém funcionam como C S's para o observador: e
machucado. T alvez tenha havido um acidente. esses C S‘s eliciam reflexos condicionados -
O que aquele sujeito está fazendo no chão? inclusive respostas emocionais coiuiicionadas
V e r a m ultidão junta e olhando pode prover - no observador.4 Q uando um ob<servador vê
um forte controle de S ° para se parar e olhar alguém sorrindo, o s sorrisos provavelm ente
O utros exem plos com uns de íacilitaçâo social servirão com o C S 's que e lid a m respostas
são vistos quando o s observadores fazem em ocionais agradáveis - talvez mesm o um
açôes ahruísticas. servem com o voluntários, so n iso - n o observador. Q uando um
doam dinheiro para uma causa, ou observador vê alguém soluçando, o chôro
acom panham certos tópicos de conversação pode servir com o um C S que e licia tristeza -
depois que alguém inicia. talvez m esm o lágrim as • no observador. Estas

‘ Bardara (1969:1670
Pttnclao» Oo CotToortamowo m Vida Oiària 168

*
respostas cm ocionâis condicionadas se d o n o sso am igo'm uito antes de saber porque a
cham am respostas emocionas vicariante* e piada c engraçada.
sâo aprendidas através d c condicionam ento
O condicionam ento de so rriso s e
P avlo viano em situações onde o com porta­
outras pistas sociais é influenciado por
m ento do m odelo é em parelhado com U S 's ou
num erosas pistas na colagem de estim ulos.
C S 's que citciam respostas em ocionais no
freqüentemente no s permitindo aprender
observador.
discrim inações sutis. Em bora o s so rriso s dos
A com eçar na infância, um grande am igos normalmente elidem sentim entos
núm ero de pistas so ciais piscadelas risadas, prazerosos, o s so m so s de pessoas que nos
icsta franzida, lágrim as e palavras tom am -se enganam o u procuram tirar vantagens sobre
C S ‘s; o condicionam ento continua ao lo n g^ d a nós acabam eliciando sentimentos muito
vida mantendo algum as respostas em ocionais diferentes, através do üpo de condicionam ento
e m udando outras. P o r exem plo, o s sorrisos dc Pavloviano seguinte. Q uando pessoas menti­
pessoas am igas se tom am C S ’s para em oções rosas n o s som em , lo go antes de nos enganar,
agradáveis no observador A partir dos seus so rriso s ficam associados com situações
prim eiros meses dc vida, o s so rriso s dos pais aversivas. e aprendemos a discrim inar entre
s io estim ulos indicadores que frequentemente diferentes u so s dc sorrisos. A partir dai.
antecedem eventos agradáveis para a criança. so rriso s usados de m aneiras suspd tas d ic ia -
A mâe sorri quando pega e brinca com a rão sentim entos desconfortáveis • sentim entos
criança. O pai sorri enquanto alim enta e dá de inquietação - mesm o que n io sejam os
banho no filho. U m a vez que sorrisos de capazes de verbalizar precisamente porque
pessoas am igas norm alm ente precodcm nos sentim os desconfortáveis com a pessoa
experiências agradáveis, tom am -se C S 's que que está sorrindo para nós.
eliciam em oções agradáveis na criança.
D e p o is de anos de experiência, a
Eventualm ente, a sim ples vis&o do pai ou mâe
m aioria das pessoas aprende a responder a
sorrindo d ic ia prazer na criança - inclusive o
num erosas pistas sociais - tais com o expres­
sorriso - mesm o que o s pais nSo brinquem,
sões faciais, palavras, tons de v o z posturas
alim entem ou façam qualquer outra coisa com
corporais de o unas pessoas com o C S 's que
a criança. A criança está aprendendo a
eliciam em oções vicariantes. A s palavras se
responder com prazer a sin ais de prazer de
tom am C S 's especialmente im portantes para
outras pessoas
respostas em ocionais vicariantes, um a vez que
O condicionam ento Pavloviano de palavras podem descrever vividam ente
so rriso s continua ao longo da vida. Q uando situações associadas a experiências em ocio­
um am igo nos saúda com um grande sorriso, o nais. Q uando um a pessoa descreve com o foi
sorriso é um estim ulo indicador que se associa excitante a visita ao estúdio de gravação no
norm alm ente com um a interação agradável, dia em que um grupo importante estava
condicionando m ais o s sorrisos com o C S 's gravando seu últim o álbum, as descrições
para. em oções agradáveis A s pessoas norm al­ verbais junto com tom de v o z e gestos
mente sorriem ao contar piadas ou nos excitados - podem eliciar fortes respostas
envolver em brincadeiras am igáveis; e isto em ocionais vicariantes nos ouvintes.
aum em a o condicionam ento do s sorrisos
Em patia pelos sentim entos de outros sc
com o C S 's para em oções agradáveis. Sim ples­
baseia em respostas em ocionais vicariantes.
mente ver um am igo sorrir antes de contar
A o ver um a criança excitada, de olhos
um a piada elicia senrim entos agradáveis que
arregalados, abrindo o s presentes de aniver­
nos ajudam a rir da piada m uito antes d o final
sário, o s o lh o s brilhantes, sorrisos e risadas
E sse s sentim entos são respostas em ocionais
se rio provavçim çoie C S 's que cliciam cm nós
vicariantes que nos pêfittilem go za r o prazer
sentim entos agradáveis. N io podem os com ­
partilhar exatamente as m esm as respostas
P w iq n m t <ta comtxw>m<>*o m V>da l 69

%
em ocionais que á criança está tendo, m as a •compartilhadas: e o s o u vin te s tentam
resposta vicariante é agradável e bastante im aginar-se no papel do m odelo.’
sim ilar V e r um a am iga chorando no funeral
Q uando os observadores tem fortes
de sua mãe pode no s tom ar infelizes, m esm o
respostas em ocionais vicariantes, algum as
que não a tenham os conhecido Naturalmente,
vezes sentem com o se eles pudessem ser
o observador nào sente as m esm as respostas
em páticos com um m odelo, m esm o que seus
em ocionais do modeto. Entretanto, há sempre
sentim entos vicariantes sejam m uito dife­
um a sim ilaridade nas respostas em ocionais se
rentes do s do modelo. P o r exem plo, hom ens e
o observador teve condicionam ento em ocionai
m ulheres que foram criados com duplo padrão
suficiente em situação sem elhante à que o
de sexualidade, algum as vezes com etem erros
m odelo está experim entando. Por exemplo,
ao responder aos sentim entos d o outro sexo.
um a criança pequena, que está presente ao
Q uando hom ens e m ulheres se encontram em
funeral d a mãe dc sua am iga, pode sentir
um bar e trocam so rriso s e palavras agra­
tristeza, em tesposta às pistas sociais tais
dáveis, estas pistas sociais eliciam em oções
com o lágrim as, vozes baixas e cores escuras.
vicariantes dc prazer c sentim entos sexuais
Entretanto, a capacidade da criança d c sentir
n o s hom ens; e os hom ens semem que as
empatia com sua am iga e sua fam ília é bem
m ulheres estão m ais interessadas sexualm ente
lim itada, com parada com a d o s adultos que
d o que realmente estão." As m ulheres se
perderam alguém bem próxim o. —
surpreendem sem pre que o s hom ens sintam
Q uanto m ais sem elhante a s experiên­ que um sorriso em um bar sign ifiq u e m ais do
cia s de aprendizagem social passadas d e um que um a atração amiga. A s diferentes socia­
m odelo e observador, m ais provável se tom a lizações de m achos e fêm eas podem levar a
que o observador sinta empatia com o m odelo sentim entos vicariantes que fornecem pistas
(e vice-versa). S e algum as m ulheres estão enganadoras a respeito do s sentim entos das
conversando e um a conta com o ela fo i atacada outras pessoas. T a is ca so s de sentim entos mal
e estuprada alguns m eses atrás, suas palavras, com preendidos podem ocorrer quando duas
gestos e tom de v o z trem ido servem com o pessoas tiveram um condicionam ento em o­
C S 's que eliciam respostas em ocionais vica- cional anterior bem diferente.
riantes n o s ouvintes. A s outras pessoas da sala
se rio capazes dc sentir em patia por seus
sentim entos cm graus variados, dependendo 2. C on d iciou am e n to P a vlo via n o
de suas experiências anteriores com estupro. V icariante .Quando modelos fornecem CS's
U m a ouvinte que jã lenha sid o estuprada tem que et/ciam respostas em ocionais vicariantes
m ais probabilidade dc sentir fone s respostas em um observador, estimulos neutros, que
em ocionais vicariantes do que um a outra que estão emparelhados com estes C S’s, podem
nunca foi violentada ou sentiu o m edo e também se tom ar C S’s devido ao
angústia associados com estupro. Pessoas que condicionamento Pavloviano de ordem
jã tiveram experiência passada sem elhante - superior. Isto è aprendizagem vicariante de
consequentemente, condicionam ento em ocio­ novas respostas condicionadas via condicio-
nal sem elhante • têm m ais probalidade de namento Pavloviano vicariante.* P o r exemplo,
sentir respostas em ocionais vicariantes que se sua m elhor am iga esta aprendendo a tocar
lhes permitem ser sensivelm ente em pàlicas vio la e está visivelm ente entusiasm ada com
com o s sentim entos do s outros Respostas
em pàticas fortes são m ais prováveis quando as
* Bandura <1969:1670.
sim ilaridades d o m odelo e ouvintes são
salientes, o m odelo descreve viv id a e * Abbey (I982>.
em ocionalm ente a s experiências sem elhantes 9 Ver Bcrgci {1962). Craig e W õnacin <1965).
Baodurj e Ronaubal (1966) c Banduta cf a i 0969) a
rsp c iio d c condkiOQsutKao ftrvtoftaoo vècartaotc.
P rin cip al ao Coiraortfifntnto n a V<U Ghana 170

su a m ais n o v a ' música, há üm a grande -los que estão em parelhados com estes film es
probabilidade que vocc sc veja com eçando a dc pessoas tnstes c fam intas também sc
responder à sua m úsica com o um C S para tom am C S 's através do condicionam ento
sentim entos agradáveis Seus sin a is de Pavioviano vicariante. A ssim , palavras tais
entusiasm o (que s io C S 's po sitivo s) d icia rào com o ’super população", "distribuição
respostas em ocionais positivas em você desigual de alim ento* e 'exploração pdittea*
enquanto ouve a m úsica de viola. Q uanto mais podem se tom ar C S 's para em oçòes
fo n e s o s sinais dc entusiasmo, m ais rápido a desagradáveis se d a s forem emparelhadas
m úsica da vio la sc tom ará um C S positivo com estes film es aversivos. Depots de assistir
para você devido ao condicionam ento P a vio ­ a diversos docum entários ou ter v á rio s artigos
via n o vicariante. Naturalmente, as variáveis a respeito de países subdesenvolvidos, este
de fundo tèm que estar cenas, sc sua am iga condicionam ento pode lhe f c e r sentir
não tem habilidade suficiente para criar respostas em ocionais fortes quando vocc
m ú sica audível o u se ela tocou vezes sem o u vir alguém m encionar superpopulação ou
conta a m esm a m úsica - ’ Fuscão Preto" estes exploração política
estim ulos aversivos podem exceder o s efeitos
p o sitivo s do entusiasm o dela. Untretanto, se as
va riáveis m usicais são neutras o u positivas o 3. Reforçamento e Punição Vkarian-
entusiasm o desenfreado de sua a m ig a -p ro ­ te.Os CS 's produzidos por um modelo podem
d u zirá o condicionam ento P avioviano vica- funcionar como reforçadores e punidores
riaote da m úsica de vioia. N a próxim a ve z que condicionados para o observador. Estes
o u vir um a vio la no rádio, vocé pode sorrir e se estim ulos condicionados são cham ados refor­
sentir bem. C o m o a m úsica do vio la é agora çadores vicariantes c punidores wcaruvites, e
um C S positivo cia funciona com o um podem v ir tanto diretamente das pistas sociais
reforçador condicionado que aumentará a d o m odelo (tais com o sorrisos) quanto,
probabilidade de vocc o u v ir a m úsica de vio la indiretamente, de estím ulos (tais co m o m úsica
m ais atentamente d o que o faria antes de ouvir de vio la ) que focam em parelhados com as
sua am iga tocar. T er am igos, professores ou pistas sociais d o modelo. Reforçam ento e
outros raodeios que realmente gostam das punição vicariantes tem um papel im portante
co isa s que fazem e o mostram fom ece um a na aprendizagem vicariante (observacional)
abundância de prazeres vicariantes em nossas d o comportamento operante, com o verem os
v id a s e provoca o condicionam ento vicariante na próxim a seção.
de m uitos n o vo s C S 's positivos. O entusiasm o O reforçamento vicariante ocorre
é contagiante: devido ao entusiasm o de sua quando um comportamento é seguido p o r C S 's
am iga pela viola, vocé passou a gostar de que são reforçadores condicionados devido ao
v io la também. Pessoas que se cercam com condicionam ento Pavioviano vicariante. Você
m odelos entusiasm ados aprendem - através do
pode pegar uma vio la e tentar tocá-la. porque
condicionam ento Pavioviano vicariante - a sua am iga gosta de tocar o instrum ento Se
gostar de m uitas das co isas que seus am igos sua am iga sorri com aprovação, enquanto
apreciam, seja arte. corrida, ativism o politico, você explora a s cordas, seu sorriso prove
m otociclism o ou qualquer outra coisa. reforçamento vicariante paia sua tentativa de
O bservar m odelos tristes o u infelizes tocar M esm o se sua am iga não estiver na
pode fazer estim ulos neutros se tom arem C S 's sala, vocé obterá reforçam ento vicariante por
para sentim entos tristes devido ao condicio­ puxar a s cordas, já que o próprio som d a viola
nam ento Pavioviano vicariante. V e r film es é agora reforçador, devido ao condiciona­
que mostram o homem sofrendo em alguns m ento Pavioviano anterior, de quando vocé
países subdesenvolvidos pode oferecer m uitos o uviu sva am iga locar. A punição vicariante
C S 's que eiiciam respostas em ocionais ocorre quando um com portam ento é seguido
aversivas, talvez tristeza ou raiva O s estim u- por C S 's que são punidores condicionados
Princioio» do Com ooflflgw to * a Du m 17»

devido ao condicionam ento Pavio vHano •afetados por diferentes va riáveis e com o o
vicariante. V e r a dor, sofrim ento e tristeza de desem penho pode ocorrer segundos, semanas
outras pessoas, d ic ia em oções vicariantes no o u m esm o anos após a aquisição, estes dois
observador e serve com o punição vicariante aspectos de aprendizagem vicariante são bem
para operantes relevantes. P o r exemplo, se distintos e devem ser analisados separa­
diversas pessoas estão jogando um jo g o bruto, damente.
e um a pessoa e m uito machucada, o s sinais de
d o r servirão, provavelmente, com o C S 's , que
são punidores vicariantes para outras. AQUISIÇÃO
Subitamente o jo go parece m enos intferes*
sante; e alguém sugere que se pare de jogar e A aquisição ê um pré-requisito para 0
se faça outra coisa qualquer. A punição desem penho; m as muitas respostas são
vicariante parou o jogo. A lg u m a s pessoas não adquiridas e nunca sâo realizadas. A T V
conseguem criticar pessoas sensíveis porque, fornece dúzias de m odelos d e violência,
no passado, suas criticas a pessoas sensíveis assassinato e crim e a cada dia M u ito s dc nõs
foram acom panhadas por sin ais d e tristeza adquirim os a inform ação de com o em itir estes
dessas pessoas; e esta tristeza é o C S que operantes; m as poucos de nó s realizarão atos
fornece punição vicariante para o com por­ de violên cia aprendidos dos m odelos na T V .
tamento de criticar no futuro. — D iv e rso s fatores aumentam a probabilidade de
um observador adquirir inform ação sobre o
com portam ento de um modelo.
COMPORTAMENTO OPERANTE”

Q uando o s operantes estão sendo 1. O com ponam ento do m odelo tem


aprendidos ou m odificados por aprendizagem valor utilitário isto é, d e produz
vicariante, a aprendizagem tem duas fases: conseqüências reforçadoras.
aquisição e desem penho " Aquisição envolve 2. lià sim ilaridades entre o m odelo c o
perceber e lembrar informação sobre o observador
comportamento de um modelo. Desempenho
envolve transformar aquela informação em 3. 0 m odelo e o observador estão envol­
comportamento real P o r exemplo, um a v id o s cm atividades semelhantes.
criança pode observar o pai (irar m oedas do 4 H á reforçadores pela observação do
porquinho de poupança e adquirir, rapida­ modelo.
mente. a com preensão de com o o truque c
feito; mas passarão dias ou sem anas antes que
5. O com ponam ento d o m odelo i salien­
te e facilmente visível.
a criança realize um a resposta dc imitação.
C om o a aquisição e o desem penho são 6. 0 com portam ento do m odelo não está
m uito além do atual nível dc habili­
dade do observador.
14 Embora o comportamento operante possa ser
adqoiodo e modificado por aprendizagem vicariante.
tem hando um debate ooosidciávcl ettrc «itictcs <|uc
rcmadjcam que a sprcadsagnn vicanante nio se
ajusta ao moddo Skiiuicnoao dc csumuto-fcsposui-
conseqüências e aqueles que dizem que sim (compare
Banduia. 1969:127. e Ram utaf e Ztnunenruia 1978.
com Skinner 1993 c Gcvtuu. I97la.b).
IZ E m c tu ts luta paicial dos fMorcs conhecidos
" A distinção ciwrc aquistçào e pafomance i qoc afetara a aquisjçâo de informação sotwc nwdd.*ç£o
central pnro toori» modenuts de aprendizagem dc com portanteato. (Bandura c Walters, 196J:S9, 8HT:
vicariante (8andurac Waiters. 1963:52-60). Bandura. I9«>:t28-t4j)
PrHv:lP>o* d s Ctyrnetfamonto na W a Di^na 172

%
I. O Comportamento do Modelo i Então. a modefeção de comportamento só e
Reforçado Se o observador vê o que o provável dc ser adquirida sê~ele tem utilidade
comportamento do modelo tem um valor ^ã^Qffios^j^espedador^. i s t o ^ s c ^ nciõna
utilitário Onto é. produz conseqüências comoum reforçador para o observador.
reforçadoras) é provável que o observador
adquira informação sobre o comportamento.
As recompensas associadas com o compor­ lb. Ver Respostas Emocionais de um
tamento do modelo podem nâo ser conscien­ Modelo Mesmo que um observador não
temente avaliadas pelo observador, mas fferceba quaisquer reforçadores associados
observadores respondem a diversos tipos de com um comportamento do modelo, av pistas
pistas que aumentam a aquisição do emocionais agradthws que o modelo deixa
comportamento recompensador escapar podem ser C S’s poderosos que
indicam que o comportamento i reforçador.
ehcumdo sentimentos agradáveis no observa­
ta . Ver Conseqüências do Compor­ dor. Estes CS’s, associados com prazer,
tamento d í ura Mod rio Ver um modelo funcionam como reforçadores vicariantes que
receber reforçadores e escapar de punidores ajudam o observador a adquirir informação
è uma evidência óbvia do valor utilitário de sobre o comportamento. Sc um modelo está
um comportamento. Quando os anúncios de sorrindo, estalando a língua ou mostrando
TV mostram como as pessoas se tomam outros sinais de alegria enquanto lê uma
populares, atraentes ou sexy quando usam o revista, um passante pode observar o nome da
produto X os psicólogos dc propaganda estão revista como algo que valha a pena ler,
se aproveitando do fato de que as mesmo que não esteja claro quais reforçadores
conseqüências positivas facilitarão a aquisi­ provocaram, no modelo, um prazer tão
ção. pelos telespectadores, da mensagem aparente Sempre que um observador vê
anunciada Quando um universitário vê outro alguém mostrando sinais de prazer, ele tende a
estudante «capar da "detenção" arranjando relembrar as atividades do modelo Se um
desculpas, o reforçamento negativo aumenta a observador v í um grupo de pessoas clara­
probabilidade de que o comportamento será mente se divertindo com um jogo de croqucs,
lembrado peio observador, mesmo que a o observador pode experimentar respostas
aquisição sozinha não determine sc o observa* emocionais vicariantes positivas c parar para
dor irà algum dia realizar o comportamento. dar uma olhada Enquanto olhar, o observador
Quando o modelo e observador res­ adquire informação sobre a natureza do jogo.
pondem a diferentes reforçadores, o modelo suas regras, boas estratégias, e etc.. Sc as
pode estar fazendo algo que produz, para si, pessoas estiverem jogando croquet sem
conseqüências reforçadoras nio notadas por mostrar sinais de estarem se divertindo, é
observadores que nâo respondem a essas menos provável que o observador pare e olhe
conseqüências como reforçadores Um cole­ porque nâo há sinais de prazer para indicar
cionador de selos pode receber freqüentes que jogar aqueJe jogo é reforçador
reforçadores por checar, sistematicamente, no Algumas pessoas riem muito, mesmo
escritório do correio, se há selos estrangeiros quando estão envolvidas numa tarefe
interessantes; já observadores, que nâo perce­ aborrecida, enquanro outras raramente sor­
bem os selos estrangeiros como reforçadores, riem, mesmo se estiverem envolvidas numa
provavelmente não notarão que o comporta* atividade favorita As pessoas que mostram
memo do colecionador está produzindo resul­ sinais dc prazer atraem, provavelmente, mais
tados compensadores Consequentemente, é atenção e causam mais a aquisição de
provável que não prestem atenção, não modclaçâo da informação, do que seus
adquiram informação sobre o assunto, ou nlo parceiros descontentes. Expressões despro­
se lembrem de detalhes desse comportamento. vidas de emoção podem enganar o observa-
Prtndtwo* ao C<apppjM«neflõ_qa-yMa Odfia

dor Sarah tem pensado cm so* medica ou ■comumente. múita informação <ta observação
advogada Ela cncontra uma médica que do comportamento de seus pais. já que os pais
parece estar constantemente alegre e saiisfcita. estão associados com muitas experiências
e uma advogada que tem uma expressão facial positivas e afetivas u Sc a mãe é corretora dc
inexpressiva As pistas sociais positivas que a imóveis é provavd que as crianças imitem o
médica deixa escapar atrairão a atenção de comportamento de corretor enquanto brincam,
Sarah e aumentarão a probabilidade dela porque a mãe é amada. O pai pode não gostar
adquirir informação sobre o trabalho da de sus proüssão de caminhoneiro, mss seus
medica. O fato da advogada nio fornecer filhos podem prestar atenção e adquinr toda
pistas positivas toma provável que Sarah sorte de informação relacionada com
adquira menos informação dela. Entretanto. caminhões porque gostam dele. Simplesmente
Sarah pode ser iludida com as pistas sociais pensar na mãe e no pai e seus compor­
A médica poderia ter somdo mesmo que fosse tamentos provê prazer vicariante; consequen­
uma advogada ou contadora; e o seu entusias- temente. há reforçamento vicariante para
mo teria levado Sarah a aprender sobre lei ou prestar atenção e adquirir informação deles.
contabilidade cm vez de medicina Além (Pela mesma razão, há reforçamento
disso, a advogada inexpressiva podia gostar vicariante para imitar o comportamento dos
de leis tanto quanto a mcdica gosta da pais).
medicina, mas a ausência de pistas sociais
Ao longo da vida, tendemos a adquirir
visíveis toma difícil para os outros perceber
informação sobre comportamento de modelos
isto. A aparente alegria de Tom Sawyer,
que respeitamos ou admiramos. A criança dc
enquanto pintava a cerca, funcionou muito 5 anos de idade pode querer ser um bombeiro
bem para atrair outras pessoas para observar ou oficial da Justiça porque os uniformes c o
seu seu trabalho (c eventualmente assumi-lo). trabalho lieròico dessas pessoas eliciam
A pessoa que gosta de uma atividade, mas respeito e admiração em crianças. Os modelos
franze as sobrancelhas, cosna e fica de mau das dc 10 anos podem incluir estrelas dc
humor o tempo lodo, fomece um modelo cinema, atletas, detetives, médicos, profes­
pouco atraente, e os observadores mostrarão sores, etc. Os jovens de 15 anos podem ser
pouco interesse na atividade embora
influenciados por seus pares, estrelas de rock.
pudessem gostar de aprender sobre ela.
modelos fotográficos ou pilotos de corrida. Os
modelos que tem "status" aos nossos olhos
Ic. Curaclemticas de um Modelo. Se estão sempre mudando enquanto crescemos,
um observador respeita, (ubntra ou gosta de mudam seus lugares na sociedade e represen­
um modelo - porque ele é uma pessoa tam papéis diferentes.
educada, tem status ou outra coisa qualquer - O comportamento realizado por mode­
o observador muitas vezes observará e los que são amados e respeitados vale a pena
adquirtra informação do comportamento do ser aprendido. Estas pessoas parcccm fazer as
modelo. Ocorre aquisição mesmo que o coisas corretas uma vez que nos sentimos bem
observador não veja um modelo receber com relação a elas. De alguma forma, seu
reforçadores (Ia) ou mostrar sinais de prazer comportamento é compatível com as coisas
(ib). Como o modelo é admirado, respeitado e boas da vida, com reforçamento. O obser­
tem um alto status, quase tudo que ele faz vador pode observar e aprender a respeito dc
adquire qualidades positivas devido à qualquer das inúmeras atividades públicas do
associação com ele. Ver meramente o modelo sem saber qual delas está realmente
comportamento do modelo prove o observa* associada com o seu sucesso ou felicidade.
dor de reforçamento vicariante para prestar
atenção e adquirir informação sobre as açòes
do modelo Crianças pequenas adquirem. ’’ Bandaracl at.(lV63).
prm dtK» <30 Cornsonarrunto na Vda Pdna »74

Talvez um modelo rcspcitadò deva sua . comportamento ou as similaridades de


felicidade à auto-disciplina. mas superficial* personalidades, pode não ser a melhor
mente pareça ser indisciplinado e despreocu­ maneira de entrar no bote (ponto IX c as duas
pado. 0 observador pode aprender o estilo oessoas podem ter pouco em comum (pomo
descontraído do moaelo e nunca captar o 2} As pessoas que estáo na tila observam e
componamento real que o torna feliz e bem copiam o comportamento um do outro como
sucedido. sc estivessem brincando de seguir o Iider.
Muhidôcs, tumultos c acontecimentos de
massa sempre demonsuam que as pessoas
2. Semelhança entre Observador e Modelo observam e copiam os outros simplesmente
Se um observador vé dois modelos fazendo porque estão envolvidas em atividades
duas coisas diferentes o of>súnx>dt>r semelhantes
comumenie aprende m aá do modelo que è
m ais semelhante a ele (supondo iguais todas Uma variação interessante de "siga o
as outras vartáveis). Numa convenção de líder' é "María vai com as outras” Ninguém
médicos os cirurgiões tendem a prestar mais sabe quando bater palmas durante uma pausa
atenção e aprender de outros cirurgiões do que em uma apresentação musical única, e todo
dos psiquiatras, ginecologistas ou pediatras mundo é influenciado pelo comportamento
dos outros. Se muitas pessoas começam a
Quando as pessoas sc juntam, não aplaudir, a audiência inteira pode estourar em
demora muito, elas formam grupos com palmas num momento impróprio Tumultos,
interesses similares, idades semelhantes, modas e rumores algumas vezes resultam do
trabalhos similares e do mesmo sexo. Ter ‘María vai com as outras"
coisas cm comum toma mais fácil localizar
tópicos mutuamente interessantes e, portanto, Todos os fatores acima, que influen­
ciam a aquisição, podem operar ao mesmo
mutuamente reforçadores, sobre os quais se
troca informação. Num coquctd, os golfista, (empo. Por exemplo, quando um novato está
aprendendo, dc seu amigo experimentado,
podem formar um grupo, as mães um outro,
os torcedores de futebol um terceiro. Mesmo como remar uma canoa, todos os fatores
podem estar presentes 0 calouro pode
quando as pessoas mudam de grupos, das
tendem a ficar mais tempo com pessoas com enxergar o valor utilitário do uso habilidoso
quem compartilham coisas. Então, a que o modelo faz do remo. Esse valor
semelhança aumenta a probabilidade da utilitário é comumcntc até mais saliente, uma
pessoa adquirir informarão através da vez que o novato tenta remar e descobre que
aprendizagem vicariante. habilidades de andar de canoa não são
facilmente adquiridas agora o observador
olha duas vezes para ver como o modelo
3. Semelhança de Comportamento. Quando segura e usa o remo O fator amizade
duas pessoas estão envolvidas em tarefas acrescenta-se ao efeito de modelação. Se o
semelhantes, tendem a ser m ais observada/as novato gosta c respeita o moddo haverá mais
do comportamento da outra pessoa do que reforçamento para adquirir informação sobre
quando fazem coisas diferentes. "Siga o Iider" seu comportamento O efeito de emitir
chega a ser um exemplo puro dos efeitos de componamento similar está presente também.
modelaçâo devido ao "comportamento Depois que os dois canoetros empurraram a
similar” A oitava pessoa a subir num barco canoa, o novato pega o ritmo e estilo dos
salva-vidas provavdmcnte usará o mesmo movimentos dc remar do modelo. Á medida
método de subir usado pela setima pessoa. Se que o canoeiro experimentado muda o ritmo
a pessoa de número sete segura no cordame para se ajustar a correntes diferentes, a novato
para subir, é provável que a oitava faça o observa e imita, num estilo *siga o Iider".
mesmo, sem considerar a utilidade do
PnncioKK tio Compcrtarwno na V<a Qlftffa 175

4. Keforçamcnto p;»ra Vigilâucia e Alcnção. 4c. Pisfas" Vigilância e atenção podem


O grau dc atenção de um observador a um ser facilitadas quando uma pessoa vira a
modelo pode variar dc forma continua, desde cabeça ou o corpo cm direção ao modelo que
nào prestar nenhuma atenção, até prestar deve ser observado Crianças pequenas sio
bastante atenção nas atividades do modelo. sempre carregadas e apontadas para o modelo
Obviamente, nio pode haver aquisição que os adultos gostariam que elas observas­
quando não há atenção, l/m a vigilância maior sem Apontar o dedo em direção a um modelo
aumenta a probabilidade Jó observador i outra pista que pode orientar a atcnçào de
adquirir informação sobre o comportamento alguém para ele e aumentar a probabilidade da
do modelo. Atenção c vigilância são respostas informação scr adquirida.
que podem ser modificadas por (a)
reforçamento diferencial (b) aprendizagem
vicariante. (c) pistas, e (d) regras. 4d. Regras. Regras e comandos vcibais
fomccem um meio fácil dc modificar atenção.
Regras explicitas tais como "Observe como
4a. Keforçamemo Diferencial A ele o faz sc você quer aprender como fazê-lo
atenção pode ser aumentada se o observado* certo”, aponta claramente para o compor­
recebe reforçadores por mostrar sinais dc tamento do modelo c indica o valor utilitário
prestar atenção, isto e. olhar, descrever © que da observação. Regras menos explicitas
o modelo está fazendo, ou imitar o tambem podem dirigir atenção para modelos:
comportamento exibido peio modelo. Profes­ "Puxa, aqueles caras são fantásticos". "Vale a
sores e modeladores podem, conscientemente, pena ver*!
começar a reforçar habilidades de prestar
atenção Entretanto, os padrões naturais de
reforçamento s&o sempre efetivos no treino de 5. Visibilidade do Comportamento a ser
pessoas para observação de modelos, no Imitado. Quanto mais va ivelfo r o com porto
minimo cm áreas onde isto tem valor. Sem memo de um modelo para um observador,
professores, as pessoas aprendem a ser atentas m ais o observador pode aprender olhando. A
ao comportamento de outras cm boras de aquisição de informação de um modelo é
perigo ou emergência, em situações difíceis, comumente facilitada se estamos bem
quando se solicita um comportamento desco­ próximos para sc ver e ouvir o modelo, se
nhecido e assim por diante. temos olhos e ouvidos bons. se estamos do
lado correto do modelo para ver os movi­
mentos mais importantes, e etc. Além disso,
4b. Aprendizagem Vicariante. As algum comportamento é inerentemente mais
pessoas também aprendem a ser vigilantes ou visível que outros respostas externas, tais
negligentes observando os outros. Ver outras como movimentos do corpo ou expressões
pessoas prestar atenção a uma cobra, ou fogo, faciais, são mais visíveis que respostas
ou uma vitrine de uma loja, aumenta a internas, tais como usar a gktfc para
probabilidade do observador ficar atento e pronunciar os "rY de uma lingua estrangeira.
adquirir informação Por outro lado. quando Qualquer um que tenha tentado aprender
um observador vè que todo mundo cm um respostas internas complexas tais como cantar
grupo está relaxado e desatento pars detalhes, em falsete, assobiar, venmloquis ou imitação
o observador também ficara inclinado a sc de voz - sabe que a invisibilidade dos padrões
relaxar e observar com menos atenção os musculares criam grandes problemas para
outros. repetir o comportamento de um modelo.
Logo, o comportamento a ser imitado pode
variai num continuum que vai desde a total
invisibilidade até a total visibilidade, e a
PnfKieiot do Ccmpoffanwto na Vtda Oürta 176

aquisição de informação comuménte cresce saria jxira atravessar os estágios intermediá­


com o aumento da visibilidade. rios ( l a 9). Os modela'; instrutores fornecem
informação de como lidar com os passos
interwmentes de wptisiçào de habilidade,
6. \ Facilidade do Comportamento n ser deixando o observador ver algumas das
Imitado. A facilidade do comportamento a habilidades necessárias para progredir de um
ser imitado pode ser melhor compreendida passo para outro. Modelos instrutores podem,
colocando-se o comportamento do modelo e através da modelação. ensinar um comporta­
do observador em passos adequados de mento que seja convenientemente simplifica­
habilidade crescente. Se o comportamento a do para observadores com menos habilidades.
ser imitado está muitos passos acima da Se eles estão realizando habilidades avança*
capacidade do observador, ele pode nào ser das, podem enfatizar ou desvever os aspectos
capa: de adquirir muita informação ú til do básicos de seu desempenho a respeito do qual
modelo. Por exemplo, a tentativa de um o principiante necessita conhecimento Éies
guitarrista experimentado de mostrar a um podem falar a respeito dos 'velhos tempos",
amigo como tocar música clássica avançada quando estavam nos primeiros estágios, e
(no passo 10 da Figura 9*1) pode ser inútil se descreverem seus comportamentos passados.
o amigo está no passo I. aprendendo ainda os Então, o modelo instrutor fomccc modclaçáo
3 primeiros acordes. O observador véaima real e simbólica que ajuda o iniciante a lidar
rajada de rápidos movimentos dc dedo, mas a com os primeiros estágios dc aquisição dc
informação c muito complexa para ser útil. O habilidade
mod-elo ajudaria mais o observador vindo para
os passos anteriores c mostrando-lhe o melhor
método para sc tocar os acordes básicos.
Quando o novato avança para passos de
habilidades mais difíceis o modelo pode
demonstrar, progressivamente, padrões moto­
res mais complexos e esperar que o observa­
dor os aprenda Na vida diária, o 5* e 6"
fatores - visibilidade e facilidade do compor*
tamento a ser imitado • muitas vezes impedem
a aquisição de habilidades complexas avança­
das através da aprendizagem vicariante Os
modelos freqüentemente nio sabem que
observadores estão interessados em aprender i
deles, portanto. não tomam seus comporta*
memos mais visíveis e fáceis de imhar. Os FIGURA 9.1 Comportamento a ser imitado
modelos podem não saber como fazer um pode estar muitos passos à frente das
trabalho efetivo de demonstração dc compor* habilidades de um observador.
lamento, no grau apropriado de complexidade,
mesmo se eles estio conscientes deste papel
O modelo perito não fera um
Há tlois tipos de modelos; peritos e comportamento simples e possui habilidades
instrutores. “ Os modelos peritos demonstram que não são completamente visíveis. T anto a
aperiOò o passo fin a l de domínio de uma complexidade quanto a pouca visibilidade são
habilidade (passo 10); consequentemente eles impedimentos para a aprendizagem vicariante
privem o observador da informação neces- e criam problemas quando os observadores
vêem modelos peritos que gostariam de tentar
igualar. Quando pessoas vêem ou lêem a
do C om portam onto r a V\da pianq 177

respeito de uma pessoa que «Imiram mniin - CSV que 'diriam respostas emocionai*
lalve* um atleta, politico ou cientista • «las positivas no observador e se somam ao
comumenic vêem um comportamento muito condicioaamcnto Pavloviano, que faz o
avançado (passo 10) que é produto de anos dc componamento a ser imitado servir como um
aprendizagem Muitos elementos do compor­ reforçador condicionado para o observaior
tamento do modelo • especialmente todos os Alem d « o , modelos peritos ajudam os
anos de pratica • provavelmente são invisí­ obscrvadxes a aprender a estabdecer aftos
veis. Por mais excitado e ansioso1^ observador critérios dc desempenho para si próprios1’
possa estar para adquirir o comportamento, ele Entretanto, para que os principiantes real­
ou ela podem nem mesmo saber por onde mente adquiram niveis avançados de habilida­
começar. des. é inportante que tenham acesso aos
Por exemplo, apôs ojvít um roman­ modelos instrutores que fornecem infornuçâo
válida sobre as habilidades qu« os princi
cista, mundialmente Camoso, discutir a alegria
piantes precisara aprender primeiro
da escrita criativa, um alunc pode se tomar
muito entusiasmado para escrever. O rosto
franzido do escritor, os olhas brilhantes, o DESEMPENHO
bom humor, o tom misterioso da voz c o uso
cuidadoso das palavras são todos CS's que
eliciam respostas positivas to observador e Depois que se adquiriu a inforimção
fornecem reforçamento vicariinte para escutar pela observação, diversos fatores determinam
a opinião do romancista. Entretanto, o quando e como aquda informação afeta/á o
componamento do romarcista não dá desempenho operante. O s determinantes
nenhuma dica sobre os aros de prática, chave ih desempenho são os padrões de
estudo, rejeições dc editores e revisões que re/orçamento e punição passados e presertes.
foram (feitas ames. Entao, o observador não associadas com a im iiaçáo de cenas m odttas
tem acesso à informação sobre iodos os e comportamentos em contextos especificas. È
passos envolvidos para sc tonar um perito da mais provávd que os observadores imitem ura
escrita. O observador entusiasta pode resolver componamento quando os modelos foram e
tentar escrever, também, e conseguir colocar ainda sãc recompensados por aquele compor­
um capitulo ou dois no papel, antes de tamento. em situações semdhantes à situação
descobrir que a história é simplista e atual do observador.
desinteressante. Como o novo escritor viu o
passo 10 do comportamento do modelo perito
• no lugar dos passos 1 e 2 • ele pode não I. Reforçamento Passado. O reforçanunto
saber que o modelo passou por dificuldades passado, pela imitação de certo modelo ou um
semelhantes no começo. certo tipo de comportamento, aumenta a
prohabil*ki<ie de se em itir o cotnporttunen'o a
Muitas pessoas têm tido numerosas ser imitado em contextos de semeiha,Ues
experiências nas quais ver uai modelo perito àqueles m s quais o re/orçam ento ocorreu no
criou grande entusiasmo para se tomarem um passado. Desde cedo na vida, as pesioas
médico, um atleta, um advogado, um musico aprendem a discriminar que tipos de m odtlos
ou artista, mas a ausência de informação sobre e componamento imitar c quais contextos são
as habilidades necessárias para progredir do apropriacos para a imitação. Como acontece
passo 1 ao passo 10 deixou encalhado o com todi discriminação, as discriminações
principiante entusiasmado. Modelos peritos sobre quem, o que e onde emitir um
não fomeccm todas as informações de que os componamento copiado, são resultado do
iniciantes precisam. Todavii, ver modelos
peritos é um beneficio para eles. Um
desempenho espetacular dc um perito fornece " S k i o w t 1990:2*3).
P n n d a o » a o C g n p o rtam y ito m Vnto C u iu

reforçamento diferencial. Pistas sobre -do tipo: "Meninos não fazem isto". Os
comportamento, modelos e coiuextos. que meninos da vizinhança poderiam zombar.
precedem o reforçamento da imitação, se "Billy é uma mulherzinha, Billy é efeminado".
tomam S0*» para o comportamento a ser (Estas punições suprimem a imitação do
copiado Pistas que precedem o não reforça* comportamento observado só em mulheres, e
meato ou punição da imitação se tomam S^s toma o comportamento feminino um S* para
para nâo emiti-lo. nâo imiti-lo. Se o garoto imita o comporta­
mento masculino de seu pai ou irmão, é mais
provável que esta imitação seja reforçada, isto
Ia. Comportamento. Devido ao refor­ toma o componamento do mesmo sexo um S°
çamento diferencial, as pessoas aprendem que para imitações futuras Então, a imitação do
certos tipos de comportamento deveriam ser garoto fica sob controle de S° para emitir
im itados mas que outros nâo. As pessoas, comportamento masculino e sob o controle de
algumas vezes, recebem reforçadores por S* para não emitir o comportamento feminino
imitarem os individuos que andam a aha Garotos pequenos muitas vezes adquirem a
velocidade Se alguém anda devagar na informação sobre como as meninas passam
estrada tendemos a fazer o mesmo. Este pintura no rosto ou colocam metas finas, mas
desempenho imitado é sempre reforçado pela eles não desempenhariam este comporta­
esquiva da armadilha policial, poc- nâo mento' As meninas recebem menos punição
trombar nos carros lentos ou poder ver melhor pela imitação do sexo oposto e fazem-no mais
um acidente Então, a velocidade do (luxo de que o$ garotos.
tráfego geral se toma um S° para a imitação
Em contraste, imitar um comportamento que
pode produzir um acidente de automóvel !b. Modelo# Após imitar o
provavelmente será punido ou extinto comportamento de vários modelos, aprende­
Consequentemente, o comportamento de mos que imitar algumas pessoas è mais
direção perigosa dc outra pessoa se toma um reforçador que imitar outras. Im itar pessoas
S* para nSo ser ímhado. À medida que competentes ou queridas è comumente mais
ganhamos experiência, muitas atividades do reforçador do que imitar / kssoos incompe­
modelo se tomam S ^s ou SA,s que aumentam tentes ou impopulares: logo. certos modelos
ou diminuem a probabilidade da imitação se tornam S 's para im itar e outras se tomam
S*1's para nâo imitar. Podemos observar laruo
É mais provável que uma criança
reoeba reforçadores por imitar o compor­ bons quanto maus esquiadores e obter
informação sobre seus diferentes estilos; e é
tamento de pessoas do mesmo sexo. do que o
comportamento típico do sexo oposto. Este mais provável que tentemos imitar as
reforçamento diferencial leva a criança a respostas mostradas pdos competentes do que
discriminar e emitir o comportamento de as exibidas petos incompetentes. Crianças
sempre aprendem a imitar mais as pessoas de
pessoas do mesmo sexo mais prontamente do
que o faria com as respostas observadas no seu próprio grupo étnico ou religioso do que a
de outros grupos A criança pode ser criticada
sexo oposto. Os garotos são mais fortemente
ou punida algumas vezes por agir como "cies”
punidos do que as meninas por imitarem o
agem. Como resultado, o outro gnipo se toma
comportamento próprio do outro sexo. e eles
um S* para não imitar Artistas de cinema e
fazem menos desta imitação do outro sexo."
TV sempre se tomam S^s para imitação
Se um menino imita algum dos
Pessoas podem pegar maneirísmos. estilos de
comportamentos dc sua mãe ou irmã. a
se vesrir ou frases de atores de quem gostam,
imitação pode ser punida com um comentário
e se isto produz resultados reforçadores. os
artistas se tomam S^s pars imitações
M B an tu n « al. (1963): L>«i (1969). posteriores. Lideres, individuos populares e
Prtndoio* do Comportamento Vtda Qi ánji ) 79

amigos, podem sc tomar S^s para imitações 2. Reforçamento Atual O desempenho é


pelas mesmas razões. Uma das razões dessas influenciado também por padrões de
pessoas serem líderes ou artistas populares ou reforçamento e punição atuais.. Pistas que se
queridas, e que têm cenas habilidades sociais relacionam com os padrões atuais de
desejáveis, logo, imitar esias pessoas prova­ reforçamento c puniçào podem se tomar S^s
velmente acrescentará uma habilidade social ou S^s para desempenho imitativo. Estas
que produz reforçadores para a pessoa que ptstas podem vir do modelo ou de outra
imita. pessoa que imitou o modelo. A decisão de um
Naturalmente, as pessoas aprendem a observador de imitar ou não um comporta­
discriminar que a imitação de um certo mento é influenciada por ver outros receberem
subconjunto do componamento exibido por reforçamento ou punição pelo compona­
qualquer moddo pode ser reforçada enquanto mento, ou ver suas respostas emocionais
que a de outros subconjuntos nio o é. Um (sinais de prazer ou dor) associados com o
observador pode imitar o jeito de se vestir de comportamento Outras pistas relacionadas
um modelo atraente. mas não o jeito que o com status, sucesso ou popularidade da pessoa
modelo trata os outros Uma garota pode que emite o componamento também influen­
imitar o uso de palavras complexas de seu pai. ciam a imitação do observador
mas nào seu repertório de comportamcntos de
manejar revólveres. Um atlcra pode imitar o
2a. Reforçadores Se um observador vè
estilo de correr de um campeão sem imitar
alguém ganhar, repetidamente, grandes somas
nenhum outro de seus comportamentos
de dinheiro nas máquinas papa-níqueis, os
reformadores atuaiy do modelo aumentarão a
lc. Contextos. Como um compor­ probabilidade do observador tentar jogar nas
tamento pode ser reforçado em um contexto máquinas também.
mas não em outros, as pistas ambientais se
tomam importantes & 's ou S* 's que influen­
2b. Pr.uidores. Observar alguém ser
ciam o desempenho do componamento
multado por excesso de velocidade diminui
imitado. Por exemplo, se uma filha imita
nossa tendência de imitar os corredores que
alguns dos palavrões do pai enquanto estão
nos ultrapassam.
em casa, ela pode ser punida e então aprende
que a casa é um contexto para não imitar o
palavrão que o pai diz. Mas ela pode receber 2c. Respostas Emocionai* Positivas.
muitos reforçadores por falar palavrões na Ver pessoas sortindo quando saem de uma
interação com outras crianças. Logo, a toja de sorvetes aumenta a probabilidade dc
interação com os pares se toma um S para comprarmos uma casquinha também.
talar palavrões, enquanto a casa é um S'* para
não imhar esse componamento. Se um amigo,
profundamente respeitado, gosta de conversar 2d. Respostas Emocionas Negativas.
sobre tópicos filosóficos sérios • morte, Observar pessoas sentadas num restaurante
religião. verdade, propósito de vida um com caras aborrecidas, diminui as chances de
observador pode aprender a falar mais sobre que imitemos sua escolha do restaurante.
esses assuntos também Ainda assim, a
imitação ficará sob o controle de estimulo das
pistas ambientais. Uma conversa séria pode 2c. Status, Sucesso ou Popularidade.
ser teforçadora cm ccrtas situações, mas em Ouvir uma pessoa popular, bem sucedida,
outras, onde ela tira a alegria ou destrói o bom faiar á vontade sobre um assumo político
humor, pode evocar comentários críticos ou controvertido, aumenta a probabilidade dos
Jepteciadores dos outros
P i n a m o i do C sm o o rtaflw * " m 180

outros se manifestarem livremente sobre o -deve dar um passo para esquerda. O aluno está
mesmo tema. adquirindo informação do modelo como na
imitação normal Entretanto, o desempenho é
uma versão invertida do comportamento a ser
Frequentemente, um observador pode copiado, porque só o inverso produz reforça­
ficar atento ao que acontece a outras pessoas mento positivo. Situações nas quais a imitação
quando imitam um dado componamento do inversa é reforçada sempre envolve punição
modelo As conseqüências atuais dos outros para a imitação normal. $e o aluno emitisse
imitadores muitas vezes indicam tipo de precisamente os mesmas passos de valsa do
conseqüência que o observador pode esperar. modelo • andar para frente na mesma hora que
Se uma pessoa que pula na água fria parece sc a professora - os dois dançarinos colidiriam «
divertir brincando nas ondas, vocè pode ficar sc pisariam os pés. Logo, 4 imitação norma) c
um pouco inclinado a entrar na água fria punida nesta situação. Quando a imitação
também Se diversas outras pessoas imitam o inversa ajuda a evitar estas colisões e
modelo e todas mostram sinais de estarem sc conseqüências aversivas. há reforçamento
divertindo, fica mais claro que a imitação é negativo para a imitação inversa.
reforçadora e você estará mais inclinado a
seguí-las Mas a imitaçfio nâo é sempre Um tipo de imitação inversa ocorre
reforçada. A primeira pessoa que entrou na quando o componamento do observador deve
água pode ser um excelente nadador que sabe completar o do modelo. Os movimentos dc
dois valsistas devem se completar um ao outro
lidar com mares altos e ondas fortes. As
pessoas que imitam e entram na água em para produzir resultados reforçadores Quando
duas pessoas estio derrubando uma árvore
seguida podem nüo sc dar lãu bem no mar
grande com uma seira de madeireiro, um deve
agitado. Elas podem ser derrubadas ou
empurrar a serra enquanto o outro puxa. para
engolidas pelas ondas e sair da água com
que cada comportamento complete o outro e
cxpTessôes faciais que comunicam a
produza resultados efetivos. Então, cada um
avenividade da situação, e servem como
punidores vicariantes. As conseqüências observa o outro t coordena cora ursa imitação
inversa do componamento do outro. Muitas
destas imitações influenciarão sua decisão
tardas com estrutura puxar-empurrar ou
sobre o imitar.
toma-lá-dá-cá, envolvem imitação inversa
para sincronizar os papéis complementares
ÍMÍTACÂO INVERSA Algumas vezes a imitação inversa só e
reforçada quando o observador emite uma
Até aqui consideramos a imitação em resposta complementar. Outras vezes, a
que o observador emite uma resposta sim ilar á imitação inversa é reforçada quando o obser­
do modelo. Quando um observador emite uma vador faz qualquer coisa que difere clara­
resposta <pit é o contrário do comportamento mente de algum modo do comportamento do
iio modelo, ele está ftaendo imitação modelo, llá reforçamento por ser diferente,
inversa.'' Quando um aluno está aprendendo era vez de completar o modelo. Por ex-emplo,
como dançar valsas, tomando lições com uma membros dc uma gang juvenil brigona muitas
boa dançarina, d e deve imitar a professora, vezes odeiam a policia. Qualquer comporta­
mas deve inverter a informação Quando a mento que pareça com o componamento
professora coloca seu pé esquerdo para frente "correto" ensinado pelos guardas, provavel­
o aluno deve por seu pé direito para trás. Sc a mente será punido pelos outros membros da
professora dá um passo pra direita, o aluno gang O componamento que difere do correto
é negativamente reforçado pela fuga da crítica
social dos pares, e pode também ser
11 Skinner (195V121) positivamente reforçado pelos pares que
P rm opot CO ComixytMTXiyQ n» Vitfa Ctana >81

aprovam a ‘rcbctóia" isio e. fazer alguma detrómca, o analista pode vender todo o
coisa diferente do comportamento correto. Os estoque relacionado com eletrônica.
membros da gang observam que o policial
anda com uma postura correta c mantém uma
aparência asseada, cntào aprendem a evitar 3. N io Conformistas Algumas pessoas
um comportamento semelhante andando de fazem a imitação inversa porque foram
forma relaxada, quase deitando-se nas recompensadas por agir diferente ou foram
cadeiras, e vestindo trapos. punidas por serem conformistas. Quando
homens começam a usar cabelo e barbas
A tmitaçào inversa para "ser dife­
longas, os não conformistas raspam os seus.
rente " munas vezes ocorre quando observa­
Quando o comprimento das saias sobem, as
dores não gostam do modelo, \~èem conse­
qüências negativas se seguirem ao seu não conformistas dão suas minissaias para o
exército dã sèlvação. Quando um nSo
comportamento ou recebem fo rtes reforça-
conformista, que foi um dia um grande
iiores para demonstrar aos outros que nâo
defensor da ideologia A. descobre que outros
são cotiformistas
também estão apoiando sua causa, começa a
pregar os perigos da ideologia A.
1. Desagrado As pessoas sempre se esforçam
para evitar atividades Ou usar coisas que são
MODELAÇÃO PELOS MEFOS DE
comumente associadas com grupos étnicos,
COMUNICAÇÃO DE MASSA
religiosos, políticos ou sociais dos quais têm
antipatia Os católicos e os protestantes na
Irlanda do None mostram uma imitação Os meios dc comunicação de massa •
inversa do outro. Cada grupo fomece TV, filmes, rádio, jornais, revistas apresentam
reforçadores para seus membros por serem modelos de uma grande variedade de
diferentes do outro grupo, exacerbando assim comportamentos, alguns desejáveis e outros
suas diferenças Os desajustados da sociedade indesejáveis. Tem havido uma grande
sempre cultivam padrões e estilos de vida que preocupação de que a apresentação vivida e
diferem claramente da sociedade orientada freqüente de violência « de comportamento
para realizações. Quando as pessoas intera­ agressivo nos meios de comunicação pode
gem com um grupo antipatizado sempre aumentar o uso de violência na vida diária das
descobrem que seus próprios maneirismos. pessoas. Só na TV, todo dia, milhões de
vocabulário e tópicos de conversação sào pessoas assistem a muitos atos dc violência
escolhidos para ser o oposto dos do grupo dc em programas que mostram brigas
que nio gostam Seu comportamento pode se domésticas, assaltos, estupros, assassinatos,
lonur tão orientado para ser o oposto, que se guerra e terrorismo. Tem havido muito debate
vêem agindo com maneirismos pouco comuns sobre os possíveis efeitos danosos da
ou dizendo coisas que realmente não acre­ violência dos canais de comunicação, nos
ditam só para não copiar o comportamento observadores. Embora o debate não esteja
das pessoas que nio respeitam completamente resolvido,1* há uma evidência
crescente de que o comportamento violento
apresentado petos canais de comunicação
2. Conseqüências Negativas Para o Modelo. leva algumas pessoat a cometerem atos de
Quando um motociclista vê um amigo intimo violência imitattvas.
morrer, porque nâo usava um capacete, as
conseqüências negativas para o n>odek>
aumentarão a probabilidade do observador
usar o capacete. Quando o analista de merca* " Milnvritv « al (19821. National Insütuie of Mentol
do vê investidores perderem ludo que tem na H ealth (19X2)
Prègpüa» do CamflortamwtQ na Vida &ana

Grande parte da pesquisa sobre a para o mesmo tipo dc pessoas que foram
modclação dos meios dc comunicação tem vitimas da agressão ensinada pelo modelo.
sido feita em laboratórios de psicologia'* Sob Tais descobertas levantam muitas questões
condições experimentais, mostrou-se que. Por exemplo, será que os filmes e a TV. ouc
depois -de assistirem a uma série de filmes dc contém cenas violentas nas quais uma mulner
assassinatos sangrentos, as pessoas se horro­ é agiedida e estuprada produzem efeitos- de
rizam menos com assassinatos do que o (Itodelaçâo de vitima, aumentando a
faziam antes. Depois dc verem o compona­ probabilidade das mulheres serem assaltadas c
mento agressivo ensinado na TV. as pessoas estupradas0
machucam mais os outros e imitam os tipos de Em lutas livres, a violência é
agressSo que viram na teia. Entretanto, os publicamente recompensada. Que efeitos de
críticos questionaram se esses tipos de efeitos moddação poderiam ser esperados se a
de modelação ocorrem fora do laboratorio: as violência fosse punida? Dados da Inglaterra,
pessoas imitam a violência dos canais de relativos a um periodo de 63 anos, nos quais
comunicação nas suas vidas diárias? Embora se adotou a pena de mone, e a cobertura
nfio seja fãcil fazer experimentos controlados extensiva dos meios de comunicação, revdam
no ambiente natural diversos estudos indicam que houve um decréscimo nos homicídios
que a violência dos meios dc comunicação durante o período de 2 semanas após uma
tem efeitos significativos fora do laboratório. execução amplamente divulgada. Isto reflete
Por exemplo, os efeitos de modelaçáo dos os efeitos da punição vicariante. Já que a
canais de comunicação são visíveis e estatisti­ punição comu mente produz só supressão
camente significativos depois que atos de
temporária do componamento, não é sur­
violência, tais como lutas de pugilistas profis­ preendente descobrir que as execuções
sionais, execuções, suicídios e assassinatos* publicas só reduziram as taxas de homicídio
suicídios sâo largamente divulgados.30 por um período de 2 semanas.
As lutas de pugilistas profissionais são Quando as pessoas tiram a própria vida
regularmente noticiadas pelos canais de c o fato recebe ampla atenção pdos canais de
comunicação. Após uma luta comum de peso* comunicação, a taxa de suicídio na população
pesado, os homicídios aumentam mais que 12 geral aumenta significativamente Quanto
por cento. O efeito é maior quando a cobertura
mais publicidade um suicídio recebe, mais
pelos meios de comunicação é mais ampla imitadores de suicidas aparecem. Se um
Mais impressionante é o fato de que os efeitos suicídio é publicado inicialmente numa pane
dc moddação são bastame específicos. do pais. muitas imitações ocorrem na área
Quando um lutador de boxe, jovem e branco. geográfica onde a cobertura publicitária ê
i derrotado no ringue, aumentam os homi­ mais extensa. Alguns suicídios são masca­
cídios dc homens jovens e brancos. Quando rados como "acidentes" de automóvel. Depois
um lutador jovem e negro é vencido aumen­ de um suicídio bem divulgado, o número de
tam os assassinatos dc homens negros e aódcnics com um só veiculo aumenta era 9.12
jovens. Isto é chamado modelação de vitimas. por cento. Os motoristas dos carros aciden­
As pessoas orientam sua agressão imhativa tados costumam ter a mesma idade da pessoa
do suicídio divulgado quando a publicidade
relata o suicídio de uma pessoa mais velha, os
'* Mu/rav e Kippax Natiocuü Institutes of motoristas dos carros batidos teodem a ser
Mental Health (19S2X mais idosos; quando o suicida divulgado è
y Estas descobertas dc Phillips (1983. no prelo) tío jovtm. os motoristas costumam sw jovens.
rcsDimdat m s 5 prtximos partgxafos. Devido a Pessoas tendem a imitar modelos da ntesma
problemas mctodotòpcm letn «do difícil avaliar o idade. Novamente, quanto maior a cobertura
impocto de mtuus outras formas de violência através
dos meios dc comunicação no ambiente natural publicitária do suicídio, maior o aumento de
PfKvcioios do Comocnamftoto na Vuj» O,Ana 183

acidentes fatais envolvendo um único carro proteção policial aumentando o número de


Também, estes acidentes de um só carro sio seqüestradores que eram presos. Quando os
mais prováveis de acontecer na area meios de comunicação começaram a relatar
geográfica onde o suicídio recebeu a maior sucessivos fracassos nas tentativas de
cobertura publicitaria. seqüestro, a punição vicariante suprimiu a
Quando os meios de comunicação taxa de sequestros acteos.
registram um assassinato-suicidio - no qua) A atividade terrorista também recebe
uma pessoa mata alguém e emão comete considerável cobertura publicitária. Após um
suicídio - há um aumento dos acidentes de ataque terrorista bem sucedido, é provável que
automovel, mas estes acidentes sio diferentes ouros grupos terroristas façam o mesmo. Por
daqueles que acontecem depois de suicídios esta razàa, muitos países desenvolveram
que não estio associados com assassinato. táticas para lidar pronta c severamente com o
Depois de assassinatos-suicídios há ura terrorismo. A cobertura publicitária de
aumento em acidentes com vários veículos atividades terroristas que fracassam ajuda a
nos quais diversas pessoas são moitas. O deter atos dc terrorismo subsequentes via
componamento apresentado pda publicidade pnnirân vicariante.
c imitado com exatidão. acidentes com mones
Evidência do ambtcnie natural confirma
múltiplas não aumentam depois de suicídios, os resultados de laboratório de que a
mas aumemam significativamente depois dc violência publicada provoca aumentos signtfl-
assassinatos-suicidios. Novamente, quanto canies de vtoléncia em algumas pessoas. Tem
mais cobertura publicitária recebe o assas­ havido muitas tentativas para limitar a quanti­
sinato-suicidio, mais acidentes com vários
dade de violência apresentada nos canais de
veículos aparecem; e os acidentes com muitas comunicação, mas nenhuma tem tido muito
mortes são mais comuns na região onde o
sucesso. A violência t popular. Ela vende
assassinato-suicidio recebe maior publicidade.
jornais e revistas. Ações rápidas c violência
Alguns filmes violentos produzem sio pane dc uma fórmula do sucesso na
efeitos de moddação scmdhantes Por confecção de filmes e programas de TV.
exemplo. The Warriors mostra ações violentas Muiias pessoas acham a violência publicada
de ameaçadoras gang* de rua, e provocou exdtante. A corrida, a exchaçâo, a ação
bfigas e arruaças em cinemas de diversas intensa c a aventura mostradas em violentas
cidades onde foi mostrado-’1 Muitas pessoas cenas de TV, fornecem abundância de estimu­
sc ferínun nas brigas e algumas morreram. lação senso rial rccompensadora que mantêm
Alguns cinemas pararam de exibir o filme e os olhos das pessoas gradados na tda.
outros contrataram guardas especiais para Mesmo ler sobre violência fornece
manter a ordem estimulação sensonal. estórias de raptos,
assassinatos, suicídios, estupros, terrorismo e
Quando o seqüestro aéreo começou, no
guerra contêm informação nova c pouco
inicio dos anos 60, os seqüestradores foram
sempre bem sucedidos em forçar os aviões comum porque é muito diferente da expe­
para destinos escolhidos sem serem presos e riência diária de muitas pessoas. Era resumo,
punidos.2 Estes sequestros aéreos receberam a violência fornece tanta estimulação sensorial
consideravcl cobertura publicitária, e a taxa de que muitas pessoas continuam olhando
seqüestro de aviões subiu durante os anos mesmo sc elas ficam chocadas ou amedron­
subsequentes Gradualmente, os aeroportos tadas com o que vêem. Enquanto um grande
número de pessoas continuam a achar a
melhoraram seus sistemas de segurança e
violência recompensadora. os meios de
comunicação provavelmente continuarão a
a “FUck'()978> apresentá-la.
s Bundun<l97S:10$n
P n o c a a » do ComooffarfSéfto r\a W rft DOiia 184

Pessoas que aprenderam formas nâo um número significativo de pessoas que não
violentas de lidar com problemas c frustrações lem repertório de comportamento que evite a
podem ser capazes de resistir aos efeitos de imitação de alguma modelação de violência
modelação da violência dos meios de através da mídia, estas pessoas são as que
comunicação. Se os pais deram exemplo de mais provavelmente mostrarão os efeitos
formas n io violentas de lidar com situações e desta violência.
pregaram sua importância, podem reduzir os
efeitos adversos da violência dos canais de
comunicação sobre seus filhos. Entretanto, a
violência dos canais de comunicação alcança

CO NCLUSÃ O

Grande parte do comportamento visto na vida diária é apreendido ou modificado pela


observação de outras pessoas. Observar o modelo dá ao observador uma grande quantidade de
informarão sobre o comportamento do modelo c sempre fomece informação suficiente para o
observador imitar o comportamento A exposição a um modelo pode influenciar ura observador de
três maneiras: (1) permitindo ao observador aprender uma nova resposta. (2) inibindo ou
desinibindo respostas antigas no repertório do observador, ou (3) fornecendo S^s que estabelecem a
ocasião para uma resposta similar por pane do observador Moddos podem servir como fontes de
CS's que eliciam respostas emocionais vicariantes no observador e causam o condicionamento
Pavloviano vicariante de novos padrões de respostas. Os CS’s fornecidos pelo modelo podem
também funcionar como reforçadores e punidores vicariantes para a aprendizagem observational
(vicaname) de comportamento operante À aprendizagem operante de modeios ocorre cm duas tases
• aquisição dc informação do modelo e desempenho de respostas imitativas Tanto a aquisição
quanto o desempenho são influenciados por uma variedade de fatores, incluindo reforçamento e
punição, a competência e simpatia do modelo, a natureza da modelação do comportamento, e pistas
ambientais. Finalmente, há cenas contingências de reforçamento que causam a imitação inversa, nas
quais a resposta do observador complementa ou c oposta à resposta do modelo. Os meios de
comunicação fornecem modelos de comportamento tanto desejáveis quanto indesejáveis e esses
modelos tem efeitos significativos no comportamento dc algumas pessoas.
O próximo capitulo descreve outra forma na qual as pessoas aprendem de outras recebendo
sinais que as ajudam a produzir um componamento que dc outra forma nSo seriam capazes de
realizar.
Estímulos
Facilitadores
(prompts)
Neste capítulo você vai aprender como os facilitadores potltm
ajudar o bticio do processo de aprendizagem e como a$ pessoas os
abandoiutnt naturalmente à medida que avança a aprendizagem.

r o terceiro ensaio, faltando dois meses facilitado ou (Brigido. e eiaão, reforçado atè
L | paia a esuéia da nova peça. O palco está que ocorra com freqtiincia. Segundo, à medida
X —/vazio e os operários estão construindo, que prossegue a aprendizagem, osfacilitadores
barulhentamente, o cenário nos bastidores. No (prompts) sâo gradualmente retirados a /é que o
palco, os atores estão ensaiando a segunda comportamento ocorra sem eles1. O comporta*
cena. As falas, gestos e movimentos ainda mento que foi facilitado é geralmente aprendido
longe de estarem dominados. Enquanto os mais rapidamente quando é seguido por refor-
atores treinam suas falas, eles sempre fazem ç&meuio freqüente. Então, os atores cuias
uma pausa e dSo uma olhada para o diretor carreiras e reputações dependem de aprender
pedindo ajuda Um sinal breve, tal como dar as um conjunto complexo de falas, responderão
três primeiras palavras da próxima linha, c o rapidamente às dicas (prompts) do diretor; mas
bastante para ooloear os atores no caminho outra pessoa pode não aprender o texto mesmo
certo novamente. A apresentação de um sinal depois de mil pistas (prompts), sc não houver
facílitador é freqüente e livremente dada para reforçadores para a aprendizagem N a vida
quo os atores possam se movimentar nas cenas diária, o procedimento de retirar gradualmente
e entender o seu contorno geral. O diretor sabe os estimulos facilitadores (fading out) é
que. depois de mais alguns ensaios, os atores comumeme um efeito subsequente muito
falarão o texto muno mais naturalmente e que natural da làcilhação bem sucedida, à medida
as pistas fàcilitadoras podem ser gradualmente
retiradas (faded out). Sc os atores forem bons,
nâo há dúvida que os sinais serão reduzidos a 1 Skioner (1953), Moorc e Coldiamond (1964).
zero, bem antes da noite de estréia. Baoduia (1969). Kaafcr e Phillips (1970). e Reese (1972)
discutem as várias maneira» itaa quftts o uso dc estímulos
Este estimulo fecilitador faz pane da iaciinadorcs (prompting) e soa retirada graduai (fading
aprendizagem social na infância, embora seja ouOsI q usados no oondiooKUueato. Embora o uso de
usado cada vez menos à medida que as pessoas caimaks foalitàdOKS ttja menos unpanan.lc que o
crescem. O processo comumente consiste de reforçamento difcrcectaL modelação e regras, é tun
mâodo distinto òe aprendizagem que sempre ocorre na
duas fases Primeiro, um comportamento é vida diária e merece atcoçâo particular.
Pnncloos ao Coffaonan-ttnro na VMa DiMa 186

que o ator aprende as falas, o diretor retirará as filho andar sem ajuda, recebem reforçamento
pistas até que não sejam mais ncccssãrias, para retirar sua assistência tão logo possam.
consequentemente, nâo irais reforçadas Um
Um bebê pode ser ajudado a brincar
novo comportamento è adquirido mais eficien­
com um novo brinquedo quando os pais guiam
temente, se essa retirada gradual de controle de
fisicamente as mios da criança para tocá-lo,
estimulo facilitador (fading) nio é feita muito
segurá-So. puxá-lo ou baiançá-to de forma a
rapidamente nem muito vagarosamente, mas é
produzir baralho, luzes ou outros efeitos.
regulada de acordo com o progresso do apren­
Depois que o bebê recebeu diversos sinais para
diz. Naturalmente, uma pessoa que seja muiro
puxar o cordão, ouvir o brinquedo fazer “Quac*
experiente e habilidosa em dar sinais, prova*
Quac” c ver as rodas coloridas girarem,
velmente dará as dicas e as retirará de uma
fornecerão a estimulação sensorial que reforça
maneira mais sensivel e eficiente que outra
o puxar. À medida que a criança aprende a
com menos expericncia.
puxar o cordão, os pais podem retirar
Este capitulo descreve várias das gradualmente suas dicas. Crianças mais velhas
modalidades através das quais ocorrem e adultas são sempre ajudadas na aprendizagem
“prompting e fading". & váóas atividade* atléticas, iusuunwmos
musicais e danças, através dos estimulos
facilitadores Um professor pode colocar um
ORÍENTACÃO FÍSICA arco c flecha nas mãos do aluno e ai mover os
braços dele para a posição correta. O professor
As pessoas usara estimulos fecilitadores de natação sempre ajuda o aluno na água e
frequentemente - especialmente a orientação move fisicamente os seus braços ou pemas para
física - para ajudar crianças a aprender um produzir movimentos de natação. Estes
novo comportamento2. Os adultos sempre movimentos são então reforçados por elogio e
descobrem que mover os braços, pernas ou feedback positivo. A medida que o aluno
corpo de uma criança ao longo da seqüência aprende os padrões próprios das braçadas, o
do comportamento desejado é mais fácil que professor pode remover as pistas e ajudas.
dizer a ela o que fazer. Para a criança, no Crianças muitas vezes recebem dicas
estágio pré-verbal, o estimulo facilitador é nas interações sociais através dc orientação
especialmente eficaz, já que as regras verbais física A primeira vez que uma criança pequena
ainda não tèm utilidades. encontra Papai Noeá numa loja, ela pode ficar
-Quando uma criança começa a andar, os relutante cm subir no seu joelho. Os pais podem
pais provavelmente a seguram e movem de empurrar ou suspender a criança para começar
modo que a faça andar e previna quedas. Estas a interação. Um cumprimento afetuoso do
deixas físicas facilitam a resposta de andar. Papai Noel e algum doce, reforçarão o compor­
Deslocar o peso da criança de um pé paia o tamento assim facilitado; os passeios futuros
outro ajuda-a a dar os primeiros passos. para ver o Papai Noel requererão menos
Muitos pais dio reforçadores generosos na estimulos facilitadores3. Quando um parente
forma, de afeição, conversa animada c atenção, distante visita a família, a criança pode ser
quando aparece o comportamento sinalizado - empurrada para o tio Freddie para encorajar
e isto apressa o processo de aprendizagem. Em interação. Se uma criança mostrar relutância em
seguida, o processo de retirar as pistas sc aproximar de um novo professor, um
gradualmente é um efeito subsequente muito médico, um barhetro, ou o cachorro do vizinho.
natural de uma Íacilitaçâo bem sucedida. Já
que o s pais acham recompensador ver seu
’ O papel dc sjxendJxtgtiiu social, inciuindo o»
estimulos feciUtadores. para estabelecer psidcàct de
espaço socai, foi discutido po* Hall (1959) e Baldwin e
’ Getfaadc H.wtmann(l975) Baldwin <1914).
oa CnrtoonftmWfl na Qártâ 187

podc-se usar estímulos facilnadorcs para se - tadora sempre comunica a informação deseja*
criar as primeiras aproximações io compor* da mais etiocmcmcnte do que as palavras.
lamento desejado. As conseqüencits seguintes
- reforçamento ou puniçio - dtaennimun se o
comportamento que foi facilitado se torna mais FAC11TADORES (PROMPTS)
oa menos freqüente. MECÂNICOS
Dar sioais é muito usado paia ensinar as
pessoas a nio emitir certas respostas. A uma Para ajudar seu filho a andar de
criança, que está agitando a perra na igreja, bicicleta, algumas vezes os pais adaptam um
UTi pai sinaliza que fique quieta, tocando par dc rodinhas ao lado dela para impedir que a
gsntilmente sua pcma e segurand^-a NSo se bicicleta caia. As rodinhas laterais servem
espera que apenas uma advertência suave como facilitadores mecânicos que ajudam a
p ro d u z a efo ito e d u ra d o u ro s p ara p a ra r a ensinar a andar de bicicleta e evitar a queda.
agitação da perna; entretanto, se a criança Ajustando as rodas laterais de modo que ambas
recebe reforçadores para o conportamento toquem o chão simultaneamente, a bicicleta
assinalado ou é punida por retomar a resposta pode ser mantida na posição vertical, e a
de sacudir a perna, as dicas sio mós eficazes. criança pode aprender os fundamentos de
pedalar, vtrar e parar, sem ter proWcmas com o
Orientar fisicamente com dicas nio é equilíbrio. Uma vez que as habilidades básicas
tio comum na idade adulta quatio o é nos estio dominadas, as rodas de treino podem ser
primeiros anos. Como os adultos respondem a ajustadas um pouco acima, de modo que a
iwtruções verbais - tanto escrita çuanto falada bicicleta possa tombar ligeiramente para cada
- melhor do que as crianças, as regras são uma lado. Agora, a criança começa a aprender como
dtemativa ao uso de dicas. Entretanto, cm sc equilibrar. Quando ela comete erros, a
cenas situações, a deixa fisica, com o uso da bicicleta nio cai porque as rodas dc treino a
iriSo, 4 superior i instrução verbd. Por exem mantem de pe. À medida que a criança melhora
pio, durante a interação sexual, o movimento seu equilíbrio as rodinhas podem ser mais
suave com a m io. pode, frequentemente, levantadas. A essa remoçio gradual da ajuda
comunicar e orientar os movimentos do mecânica chamamos “fading" de estimulos
parceiro muito melhor do que as palavras o facilitadores mecânicos. Durante cada estágio
fariam. Um sinal manual mostra jxatamente o no qual a ajuda é retirada, a criança pode
que deve ser feito. Masters c Johnson reco* inclinar mais a bicicleta e aprender através das
Tteodavam o uso das mãos como um
conseqüências
nstrumento valioso para ajudar os parceiros a
Aprenderem como gratificar melhor as Os metrônomos sâo prompts mecânicos
tcccssidades sexuais um do outro1 que fornecem jstimulos que ajudam a orientar o
ritmo da música. À medida que o aluno domina
A dica fisica ocorre também durante a e rirmn Ha i ma dada passagem, é possivd
aprendizagem e o ensaio de atores de teatro diminuir o uso do metrônomo e assim retirar s
Dançarinos podem ser orientados, pela mio pista
orientadora dc seu coreógrafo ou de parceiros
de dança, para movimentar seis corpos em Em estúdios dc TV, atores, anunciantes
certos padrões. Do mesmo modo, atores conse­ e locutores ocasionalmente utilizam facilitado*
guem aprender vários gestos desse jeito. Joga­ res mecânicos (tde-prompts) que fornecem um
dores de futebol, alunos de Karatê e outros script facilmente lido. Se locutores chegam
atletas também descobrem que uma mão orien­ num ponto orde se lembram, podem desgruda:
os olhos da máquina e falar sem pistas até
alcançar o próximo ponto difícil.
Alguns automóveis são construídos com
‘ M xocrsc Johnson (1970)
campainhas e luzes que avisam as pessoas pan
PmcifKos do CofT»M<iame<rto na Vtda &Ar\a m

apertar os cimos dc -segurança, checar o freio ppra encolher quo botão girar para ar ou música.
de crraeigéncia. se manter abaixo de cenos Depois de aprender o lugar dos controles, o
limites de velocidade e dai por diante. motorista não precisara olhar para as figuras
Computadores que sèo programados para para achar o boiâo corrcto. em conseqüência, o
ensinar leitura, matemática ou outros assuntos, motorista diminui automaticamente o uso das
sempre usam facilitadores. Problemas fãceis - pistas pictóricas.
cheios de sugestões, palavras sublinhadas,
diagramas informativos - são usados no inicio
de cada liçio. e quando o aluno aprende a GESTOS
responder as questões corretamente, as
sugestões são automaticamente retiradas. Com alguns gestos, um maestro pode
sinalizar aos músicos para modificar o tempo,
volume ou quantidade de tom de sua música.
FIGURAS Após vários ensaios, os músicos aprendem
como o maestro espera que toquem cada peça. e
Quando as crianças aprendem a let. o maestro pode retirar gradualmente o s gestos
sempre ganham livros que contem muitas mais exagerados. Na hora do concerto, muito
gravuras relacionadas com as palavras 0$ do trabalho dificil do maestro nSo aparece e não
livros mais simples podem ter uma palavra e mais refletido nos gestos que agora mantem
para cada figura. A palavra maçã aparcce em os músicos coordenados.
negrito debaixo da gravura de um maçã. A
Atores e dançarinos também aprendem
palavra coelho aparece sob a gravura de uma
com facilitadores gestuais. Quando um ator fala
lebre. Ver a palavra e a gravura juntas ajuda a
muito baixinho, o diretor pode fazer gestos com
criança a dizer a palavra correta. Mais tarde,
os braços, enfatizando os movimentos para
quando a criança tem mais expcricncia com
cima. a fim dc encorajar mais vigor e volume
palavras impressas, as figuras podem ser
da voz do locutor. Um movimento dc rotação
retiiadas vagarosamente: podem ser usadas
feito com as mios pode sinalizar para a
figuras menores ou apenas esboçadas: um
dançarina se virar para a direita ou esquerda
número maior de palavras pode aparecer para
Quando o diretor cria novos gestos, que
cada gravura. À medida que as figuras são
terminam por focilitar o comportamento
retiradas, a criança contará cada vez mais com
desejado, os efeitos bem sucedidos reforçam o
as palavras impressas como S ^ s que
uso dc indicações criativas.
controlam as respostas verbais Estudos tém
mostrado que retirar gradualmente os Professores e confcrcncistas frequente­
facilitadores é crucial para uma aprendizagem mente usam facilitadores para chamar a atenção
eficiente. As crianças que sempre vêem a de seus ouvimes Um conferencista que aponta
gravura de uma maçã, acima da palavra maçã, um dedo para guiar nossos olhos a uma pane de
nio aprendem a responder á palavra sozinha ura diagrama ou mapa. está facilitando a
tio rapidamente quanto as críaoças que têm as atenção para o alvo correto. Ao longo da vida,
dicas da gravura gradualmente retiradas até as pessoas confiam no componamento de
que só a palavra esteja visível*. apontar com o dedo para dirigirem os olhos e a
atenção dos outros.
Os botões de controle nos painéis de
alguns automóveis tém gravuras que mostram Desde que eles comumeme nâo
uma buzina, luzes, limpadores, radio e outros conseguem ouvir um ao ouuo. os pedesues c
desenhos. Quando uma pessoa dirige um carro motoristas sempre recorrem a numerosos gestos
pela primeira vez, ela faz uso das gravuras para avisar (prompt) um ao outro para parar,
andar, diminuir a velocidade, etc..

5 Corejr e Shatnow (1972).


PnnciBio* ao C om portam w o «vg vida Dtati»

Os atletas muitas vezes usam gestos verbais' Quando as pessoas não conseguem sc
(prompt) para lembrar seus companheiros de lembrar de um detalhe imponante quando
equipe quando correr ou esperar, virar ou se contam uma estória, elas podem olhar para um
mover amigo que sabe o que elas estão tentando dizer,
espetando por uma dica. Podem até sinalizar
para o amigo dar a dica verba) aparentando
PALAVRAS desamparo, mudez ou fazendo gestos. Então, o
amigo responde com as palavras esquecidas que
Quando uma pessoa está aprendendo ajudam o contador a terminar a estória. Por
novos padrões de comportamento verbat as exemplo, quando duas pessoas tentam comar
palavras sio fàcilitadores eficazes O ator, sobre os lugares que visitaram numa viagem
aprendendo um novo script, está na mesma que fizeram juntas, elas podem sc voltar
posiçío da criança que tenta aprender um frequentemente uma para a ouüa pedindo ajuda
poema ou uma oração. Quando as últimas para citar os nomes das várias cidades, lojas,
palavras que estão sendo faladas não tèm museus ou restaurantes.
controle suficiente de Sv para sinalizar a
próxima frase, é bom ter alguém para avisar o
padrão verbal cormo. Os pais usam
frequentemente pistas verbais para ensinar
seus filhos a dizerem “Alô, sra. Lopez",
“Obrigado”. “Até logo”, e outras delicadezas

CO NCLUSAo

Facilitadores (prompts) sio ajudas físicas, verbais ou de outro tipo, que ajudam uma
pessoa a emitir um comportamento que nSo seria provável sem esta assistência. Depois que um
comportamento foi emitido, devido a esses fàcilitadores, o reforçamento posterior aumenta a
probabilidade do comportamento Após suficiente reforçamento. os facilitadores podem ser
removidos através do procedimento de sua retirada gradual (fading).
Regras 11
Neste cu p itiilo voce v n i n p ren iitr cotilò os conselhos, as instruções e
outras regras verbais in flu a tcu u n ou deixam de influettciar o
com portam ento.

o capitulo 9. sobre modelaçào c Pais preocupados em eliminar os "beicinhos"

N aprendizagem vicariante. vimos como


as informações podem influenciar o
comportamento. A informação que um
aprendiz obtém ao observar o componamento
podem aprender um meio eficaz dc lidar com o
problema em minutos, se têm acesso a boas
instruções Sem boas regras, os pais podem
nunca descobrir uma boa solução para o
de um modelo pode apressar a aprendizagem problema
de uma resposta semelhante. O assunto "3-cstc
As regras geralmente descrevem algum
capitulo é como as instruções verbais, faladas
aspecto das contingências de reforçamento:
ou escritas, podem servir de regras que
Isto è, a relação entre S ^'s. comportamento e
influenciam os padrões componamentais As
conseqüências 2 A orientação que ajudou, os
instruções para se iidar com milhares de
pais a lidar com o componamento de &z«r
situações podem ser codificadas simboli­
beicinho de seu filho especifica todos a s três
camente • como regras - que ajudam as pessoas
elementos da contingência desejável de
a aprender novos padrões de comportamento
rápida e eficientemente. <4; regras são guias reforçamento. Se estão presentes os S& 's, a
verbalmente codificados - tais como instru­ resposta de não prestar atenção produãrá
ções. sugestões ou indicações - que ensinam como conseqiiénc/a o declínio gradual da
form as de lidar com certas situações. Depois resposta de fazer beicinho. Não é necessário
de muito se aborrecer com a freqüência com que todos os três elementos das contingências
que seu filho emite os comportamentos de de reforçamento - estimulo, resposta, conse­
fazer -Übeicinho" e ficar emburrado, os pais qüências - sçjam-expliciiados, pois a aprendiza­
podem te - a seguinte inanição- ’ Sempre que - • gem prévia musias vezes capacita as pessoas a
seu Glho fizer beicinho, evite prestar atenção a inferir os elementos ausentes. As instruções
seu componamento Removendo o reforça­ para alarme de incêndio - *Em caso de fogo,
mento social a este comportamento indesejável, quebre o vidro e puxe a alavanca* - descrevem
você fará com que sua frequência diminua” apenas os S ^ s relevantes (a presença de fogo)
e os operantes (quebrar o vidro e puxar a
alavanca). N lo é necessário descrever os
1 Hi ama difcrcnçj coue moddos simbólicos e
regias simMxamauc codificadas ’Vi para o oeste, reforçadores • a sirene de alarme e a chegada
jovem!* e uma regra qoe dirige o comportamento de do carro dc bombeiros • porque a maioria das
unu cena maneira. "Osjovens estio tmk> para o ocae.’ pessoas sabe disso, mesmo que nunca tenham
i ama descrição simbólica de um comportamento usado um alarme. A instrução 'Pressione o
apreodido por modelaçào. Temos que levar em botão para atravessar a rua * descreve o
connderaçAo am grande número de variáveis, além das
regras c des modelos simbóiioos. se qmser-mos prcdtser
oomo uma resta ou modeío afctnrto o componamento
do ouvinte. ’ Skiriner(l969).
PnncipjQvdo Com port anwrto m Vidi D»*n» 1*>1

operante a ser emitido c o reforçamento quc das regras é -o -conhecimento da linguagem


haverá. Não c necessário especificar quc os Quando se trabalha numa área especializada •
S ^ s para pressionar o botão são a presença da tal como quando sc aprende a escalar
luz vermelha no sinal para pedestres, ou a montanhas, ou a prestar primeiros socorros, ou
ocorrência de trafego pesado. Ninguém a fazer aconselhamento psicológico - há ainda
pressionaria o botão, a menos que houvesse o pré-requisito da experiência prévia com o
nuiito tráfego ou quc o sinal de pedestres jargão, o equipamento, e as habilidades sociais
estivesse vermelho Um grande cartaz na relevantes.
parede, dizendo '‘Soma* indica apenas o Normalmente, as crianças começam a
comportamento a ser emitido; mas muita gente aprender a seguir regras assim que passam a
acredita quc mesmo esta regra vaga e genera* entender a linguagem 5 Quando Betsy começa
lizada aumentará a frequência de sorrisos, o a engatinhar, antes que possa responder a
que. por sua vez, irá melhorar as interações regras, aprende a ir ate seu pai, quando ele está
sociais ou elevar seu próprio ánimo. "Sônia sorrindo c de braços abertos, prontos para um
quando disser isso. companhciio1" é um grande abraço Os S^*s para o comportamento
lembrete para um sujeito quc nào demonstrou são o sorriso e os braços abertos, os
estar apenas brincando, quando criticou o reforçadores são atenção sod&l e afeição.
aspecto estranho da moto de seu amigo. Há Quando Betsy passa a entender o que os outros
ocasiões em que as regras devem ser bem dizem, os pais podem dizer: "Venha cá. Betsy’,
explicadas, para minimizar a possibilidade de quando d a se aproxima deles; c a regra passa a
mal-entendido e aumentar sua eficácia. A regra fazer parte da colagem de S ^ s associados com
expressa de forma completa, do tipo "se você . o comportamento e os reforçadores. Depois de
firnpar seu quarto antes do jantar, poderá ver várias repetições, a regra se toma uma parte
TV á noite" terá mais chance de gerar o bem estabelecida da colagem de estímulos e
comportamento desejado, do quc uma pode, sozinha, levar Betsy a se aproximar,
incompleta, tipo "Limpe seu quarto" mesmo quc seus pais não estejam sorrindo e de
Quando se considera o grande número de braços abertos. Se a criança segue a regra c os
regras que atingem as pessoas todos os dias. pais demonstram afeição, a probabilidade da
toma-se d aro quc a maioria delas acabam nào criança seguir regras no futuro aumenta ainda
sendo obedecidas. "Compre este produto mais Naturalmente, sc os pais nâo reforçam o
agora!", ’Poupe neste banco!". "Procura e comportamento de seguir a regra, a criança
acharasP, “Combata a poluição?’, "Junte-se .terá menos probabilidade de segui-las, devido i
aos milhares que...". Certamente; há mais, no extinção. Além disso, os pais que dizem,
uso de regras, do que sonha a nossa vi ' r 'Venha cá, Betsy" e depois punem a fdha, logo
filosofia. As pessoas não seguem regras descobrem quo ela passa a se afastar quando
automaticamente. O que determina se uma eles dizem venha.
regra irá ou não roodiGcar o comportamento de Uma pessoa aprende a segttir regras
alguém? Como as pessoas discriminam entre as tpumdo o comportamento de segvi-Jas leva ao
várias regras disponíveis e seguem apenas reforçamento *. O uso de regras i ss/srimida -
algumas selecionadas, ignorando as outras? e a pessoa pode até aprender a fa zer o oposto
da regra - quando seguir a regra lew à
O USO DE REGRAS È. APRENDIDO punição. O nào-reforçamemo dim inui o uso de

’ Skinncr(l957)
As regras não fém qualquer sentido para
os bebes. Um pré-requisito óbvio para o uso - * Suais (1968V. Skirmcr (1969); SdMHtt e Hopkút
(1970), Feracr ct al. (1975). .
Pnocioioi ao C<ircDort*m«n t t na Vid» O tin a 192

%
regras. <kvid<t à 'éxtinçào. (Quanto mais nâo toque nisso Vá brincar com a. Debbie".
coftsistcntementc uma pessoa recebe reforça­ Entretanto, á medida que Laura vai e volta,
dores para seguir um grande número de regras, começa a aprender uma discriminação
apresentadas por muitas pessoas e em muitos imponante Está sendo empurrada para cá e
contextos diferentes, maior sua probabilidade para lá. As pessoas lhe dizem para procurar
de seguir regras no futuro * outra pessoa, apenas para se livrarem dela.
Algumas vezes, crianças pequenas, Em ceno sentido, é interessante ver a
quando estão aprendendo a usar regras, passam criança ir de um lado para outro, dc maneira
por um período de obediência supergenera- tão obediente e confiante Pode até haver
lizada às regras Isto tem maior probabilidade alguma estimulação sensorial, neste jogo de
dc ocorrer quando seus pais. irmãos e irmãs seguir a regra ‘Vá ver litlano *, que reforça o
são consistentes em apresentar-lhcs regras comportamento de obedecê-la. Mas, á medida
razoáveis e reforçá-las por segui-las. "Venha que a novidade se esvai, o não-reforçamento
cá.". "Vá até seu pai \ "Nio toque na frigideira leva a criança a aprender uma discriminação.
quente”, "Não v i para a rua". Se pais e irmãos Laura começa a perguntar: "Por que eu lenho
perseveram no reforçamento à resposta de que ir ver o papai9 Ele disse para eu ficar aqui
obedecer às regras e na punição à sua c brincar com vooã ’ Ela está aprendendo que
desobediência, a criança pode se xomar as regras podem ser desafiadas. "Papai disse
bastante responsava a elas. que vocé tem que dividir seus bloquinhos
Laurinha está brincando com seus irmãos comigo.' Está aprendendo que as regras do
mais velhos no assoalho da sala. Enquanto seu uma pessoa (Timmy) podem ser neutralizadas
irmão tenta empilhar tocos para formar uma pelas regras de outra (o pai). Se Timmy desiste
torre, ela se empenha em derrubar alguns com e dá a Laura alguns dc seus brinquedos, este
um empurrão. Isto leva á estimulação sensorial; reforçamemo a apressa na aquisição da discri­
que engraçado' Mas o irmão não está muito minação de que nem todas as regras precisam
satisfeito com seu componamento, e diz: "Pare ser obedecidas. O período de supergencra-
com isso. vocé vai acabar demtbando minha lizaçlo do comportamento de obedecer regras
torre * Laura obodece e dirige sua atenção para já terminou, e esta habilidade dc avaliar
a fazendinha que sua irmã esta montando. criticamente as regras apresentadas é cada vez
Aqui. recebe estimulação sensorial por brincar mais reforçada. Quando lhe apresentam uma
com os bonequinhos c cavalinhos de plástico regra ou instrução, a criança aprende a
Em pouco tempo, ela coloca oito bonequinhos perguntar "Por que?" *Por que tenho que ir
em cima de um cavalo. Isto perturba sua irmã. brincar no meu quano0" Isto pode levar
que leva mais a sério o sentido de realidade. algumas pessoas a recorrer ao uso da
"Saia daqui, vá ver o papai. Laura." autoridade e ás ameaças para faze-ta obedecer.
"Vocé vai fazer isto porque eu estou
Assim, Laura vai á garagem, para ver o mandando!" Ou podem reconer á persuasão
pai. Este, entretanto, está ocupado iidando com "Você deve sair da cozinha porque eu estou
o cano, com pouco tempo para dar atenção a muito cansada c não consigo cozinhar com
ela. Depois que ela distraidamente pisa numa vocé me distraindo." E podem introduzir
poça. entortando-a. ele diz a ela que volte para incentivos extras - ou seja, prometer reforça-
peno de seus irmãos, o que ela fiz. A torre de dores especiais: "Se vocc for brincar na sala, eu
Timmy está bem 8lta e bonha, agora. Quando vou deixá-la comer as sobras do doce, quando
Laura se aproxima dela, ele diz: "Ei, Laura, terminar de fazê-lo *

’ Karcn(1974:l23).
PfHKiDío» do Comportamento n i Vida O iiru 1

OS SP-S PARA SEGUIR REGRAS ^mbiebte. oodero se tomar pistas tfe contexto -
S * s ou S s - que determinam se as pessoas
As pessoas são bombardeadas com mais seguirão ou não à regra
regras do que podem seguir, e muitas delas não
levam 8 qualquer reforçamento, assim, apren­
O rdens e B ons C onselhos
dem a ignorar a maioria das regras. As pessoas
mais provavelmente seguem regras quando
estão presentes S ^ s (I) na regra, e (2) no Ordem ê uma regra que é fortalecida
contexto, indicando que houve reforça-mento. pelo reforçamemo liberado pela pessoa que a
no passado, quando se seguiram regras seme­ apresenta. Bom conselho é uma regra que è
lhantes, em contextos semelhantes. reforçada pelas conseqüências naturais do
comportamento de segui-la (sem reforçamento
dado pela pessoa que a estabeleceu)1 Quando
1. Se obedecer a uma certa regra fo i
uma autoridade lhe diz para fazer algo e
reforçado, esta regra se tom a iim S& para um
reforça a obediência e pune a desobediência,
futuro comportamento de segtur a regra. Se
dizemos que há u m ordem, lá no caso
obedecer outra regra resultar em nâo-
conselho, alguém diz: "Teme fazer certa
reforçamento oh puiuçào, esta segunda regra
atividade e vocé verá que d a leva ao
se tom a um S 1fiara um futuro comportamento
reforçamento." As ordens, geralmente, têm um
de não segui-Ui. As pessoas discriminam e
efeito mais forte sobre o componamento do
aprendem a seguir regras que "compensaram",
que os conselhos, especialmente sc a pessoa de
no passado e a ignorar regras que levaram ao
quem emana tem realmente o poder de reforçar
nâo-reforçamento e à punição. As ordens e os
ou punir. O. conselho não tem este fortale­
bons conselhos são regras que tém maior
cimento social extra, associado á ordem. O
probabilidade de serem seguidas.
conselho é sustentado pelo reforçamento
apenas na medida era que seja um bom
2. Entretanto, as coisas sâo mais conselho, isto é, que ajude a pessoa que o
complexas. Seguir uma dada regra pode ser obedece a conseguir mais reforçadores.
reforçado num contexto, mas não em oulro.
Desta forma, certas pistas de contexto na Como as crianças ainda não tèm
colagem de estim ulos podem se tornar SP 's ou experiência no uso de regras, muitas vezes
ifue ajudarão a determinar se umo pessoa estas tém que tomar a forma de ordens -
sustcnuuLs por- sanções- sociais--cxttasx.rpajs;
seguirá ou não uma regra *. Quando os pais
estabelecem uma regra, muitas vezes fornecem serem obedecidas. Apenas acdnselHãr uma
pistas extras para mostrar que "esta regra e pra criança de 2 anos de idade a não brincar aa-rua
valer" - isto é, que reforçarão ou punirão, de por causa dos riscos envolvidos, tem menos
efeito do que dar a d a uma ordem: 'Não vã
acordo com o comportamento do filho. Se a
regra é dita num tom dc voz sério, e este tom brincar na rua, senão vai apanhar.* Ã medida
dc voz é um que a coloca num contexto que as pessoas crescem e aprendem a seguir
regras, muitas aprendem a valorizar os bons
“sério* e ajuda a criança a discriminar que a
conselhos; e isto, por sua vez, as ajuda a
regra é importante, e, portanto, resultará em
confiar cada vez mais neies, na medida em que
reforçamento, sc obedecida. Um grande
aprendem também a discriminar bons e maus
número dc estimulos que vêm da pessoa que
conselhos.
estabelece a regra, ou da audiência ou do

AFcrstcr ctaL (1975). ’ Skiaoer<1969:14«-l49).


P><eipK>* do C o n iportynuo na Vxto Ddna 194

Há areas espeeiats nas quáis as ordem ainda' mais a' probabilidade da pessoa tentar
são melhores que os conselhos - taiito para verificar se o conselho é realmente bom.
crianças quanto para adultos. Se uma boa
Mesmo quando alguém precisa de conse­
regra não è obviamente verdadeira, se os
lho. pode inidalmenie tentar resolver o proble­
reforçadores para o comportamento de segui-
ma apenas buscando informação verbal. Como
la estão num futuro m uito distante, ou se ela
geralmente dá um óèrto trabalho conseguir um
estabelece que a pessoa fa ça algo aversivo
bom conselho e imaginar uma forma de segui-
(tsto é, estranho, desconfortável, pouco
lo - e como o excesso de esforço age como um
comum ou socialmente inaceiuhvl). então o
punidor • as pessoas cosrumam não procurar
ouvinte só a seguirá se fo r ordenado a fazê-lo.
consdhos a menos que hajam csgoiado todos
Os amigos podem aconselhar o tio George a os métodos mais lacos de resolver seu
parar dc beber, mesmo assim, d e pode não problema. Isto significa que mesmo bons
apreciar os benefícios fimiros de uma boa conselhos c regras não são procurados, a n&o
saúde, ou nlo estar disposto a descobrir quanto ser que já se tenha tentado todos os outros
tempo pode ficar longe da garrafa. No entanto, métodos mats feeds e não se tenha conseguido
quando seu patrão lhe diz que, sc não parar de resultados Uma pessoa que não esteja conse­
beber vai perder o emprego, esta regra, agora guindo fazer funcionar um gravador novo,
sob forma de ordem, tem um efeito _muito pode inicialmente tentar mexer em todos os
poderoso. botões, à procura de uma solução rápida que
Muitas vezes as pessoas que estabdeccm exija pouco esforço. Se isto n&o fundona,
regras, quando querem mudar o compor* então estará motivada a recorrer ao manual de
tamerao de alguém, começam com simples instruções, ou ao consdho de algum expert.
lembretes • conselhos dados de forma casual. Quando enfrentam problemas novos, as
Então, se estes não mudam o comportamento, pessoas frequentemente tentam aplicar as
passam a dar conselhos de forma mais habilidades que já possuem, antes de recorrer
explicita: "Goorge, tenho um conselho muito ao comportamento potencialmente mais custo­
importante para você * Se mesmo este nio tem so de localizar e aplicar regras apropriadas
efeito, podem recorrer à forma de ordem Naturalmente, logo aprendem a discriminar que
"George, pare de beber?*, ainda que as sanções algumas atividades precisarão mais provavd-
nlo sejam abertamente estabdeddas Final­ mente de instruções especiais do que outras.
mente. podem chegar ao uso de ordem, com Uma cozinheira que não tem muito sucesso
promessas de reforçamento, ou ameaças de com pratos franceses pode recorrer ao livro de
punição, que dSo á ordem toda a sua força. . ~ receitas ou à ajuda de uma amiga, quando
estiver preparando Coquilles Saim~.lacques,
"È mais provàvd alguém obedecer uma
ainda que nâo precise de receitas quando
ordem do que seguir um conselho Como este
é bajsto e f&cãl de dar, as pessoas ouvem mais prepara os pratos do trivial. Quando discrimi­
namos que cenos problemas estão acema dc
conselhos do que são capazes de seguir. Assim,
nossas habilidades, muitas vezes recorremos a
logo aprendem a não seguir a maioria deles.
regras para lidar com des. sc nosso compor­
Conto é dificiJ discriminar entre bons e maus
tamento de segui-las foi reforçado no passado
conselhos, podo-se nào responder nem mesmo
aos melhores conselhos, a menos que haja S ^ s As pessoas costumam ter um .grande
daros que indiquem que "este conselho real* número de problemas em suas vidas; desta
meme funciona.* Como dá muito trabalho forma procuram ou inventam regras para usar
discriminar entre bons c maus conselhos, este como «uto-instrução. na resolução de seus
esforço serve como um punidor, que diminui problemas Quando são incomodadas pda
recorrência de pensamentos obsessivos, formu-
Principio» co Comoo/tamenio rg v.da Oróri» 195

Iam auio-instruções do tipo "lenho que parar manual de consertos de máquinas bem
de pensar nisso." As vezes sáo nccessarias conhecido - levara mais facilmente ao uso de
várias repetições do uso da regra para resolver suas regras do quc um livro pouco confiávd,
problemas mais dificeis. Muitas vezes travam especialmente no caso de leitores que
extensos diálogos internos, quando tentam aprenderam a discriminar quc um bom
resolver problemas complexos* "Deixe destes conselho c valioso (isto é, útil para a obtenção
pensamentos negativos. Você só vai se afundar do reforçamento). O conselho de um médico.
cada vez mais na depressão.” Se estes "O RX do seu pulmão mostra que você deve
pequenos bons conselhos conseguem aliviar as parar de fumar, senão *. terá mais proba*
preocupações, ainda que temporariamente, este bilidade de influenciar o comportamento do
sucesso reforça o seu uso futuro. que um semdhantc. vindo de um amigo ou da
esposa. É claro que uma dada autoridade pode
não ser respeitada por todo mundo. O conselho
P ista s C ontextuais de um magistrado pode levar uma pessoa a
obedecer, mas Índu2ir a rebdiáo em outra.
As regras sempre aparecem num com- Quando um supervisor dá uma instrução, numa
texia. e vártas pistas provenientes da pessoa linha de produção, alguns dos operários podem
<jue as dá, ou da audiência, <m do meio, obedecer; mas há bastante casos dc sabotagem
podem servir como S&'$ ou $ us quc aumentam por pane de operários, o que mostra que
ou diminuem a probabilidade de que sejam algumas pessoas aprenderam a responder com
seguidas. Se um amigo intimo ou respeitado hostilidade a certos tipos de autoridade *
sugere que façamos algo, estamos mais Assim, muitos demenros do contexto
dispostos a seguir a sugestão do que se esta é que cerca uma regra podem servir de S ^ s e
dada por um conhecido menos intimo ou S^s que determinam como uma pessoa
menos respeitado. Se fomos reforçados por responderá a cia. Como as pessoas têm
seguir regras fomeddas por uma c e m pessoa, diferentes histórias de socialização, cada utna
no passado, é mais provável quc sigamos as tenderá a responder a uma dada regra e a seu
regras fornecidas por esta pessoa, no futuro. contexto de forma consistente com sua
Um tom dc voz sério muitas vezes é um S ^ aprendizagem anterior.
que aumenta a probabilidade de uso da regra.
Se uma regra é apresentada de forma lógica e
sensivel, será mais provavelmente seguida do • R fG R A .S EXPLÍCITAS VERSUS REGRAS
quc se o for de forma trivial ou leviana. Se uma AM PLÍCmS "
regra parece razoável ou útil, sua forçà
aumentará. Há um continuum que vai desde as regras
Também a autoridade da pessoa que explicitas até ás regras implícitas. Para serem
apresenta a regra é importante, da mesma seguidas, no caso das crianças, as regras devem
forma quc a experiência passada do ouvinte ser explicitamente formuladas Uma regra
com a pessoa. Um livro respeitado - por vaga, do tipo "Arrume a mesa. Billy", prova-
exemplo, um livro de receitas famoso, ou um vebnente não produzirá resultados satisfató­
rios; mas uma regra explícita, do tipo "Poaha
os guardanapos do lado esquerdo de cada
1 Quando as p esoas trabalham na modificado dc prato e volte aqui, quc eu lhe digo o quc deve
seu prúpno comportamento. 6 comum travarem fazer em seguida”, terá maior probabilidade de
diálogos traan o í, cbçK?s d? auto-insiroçOcs. (Mdriicn*
bsura e Caracron. 1974; Mahoney e Thorcsca. 1974;
Watson e Tharp, 19SI; Martin cPcar. 1983). 4 Bjork(l9?5).
Prw sp*» de CfrTOQffOTWo na Vid» &áfta 196

produzir resultados mais reforçadores para os proibidos e tintbem a emitir comportamentos


pais autoditigidos de seguir a regra, da próxima vez
A medida que as pessoas ganham que estiver para sair à rua. Se o filho obedece ã
experiência com o uso de regras, a m aioria regra, o componamento dos pais de fomecê-la
aprende a em itir comportamentos governado será reforçado
por regras em resposta a instruções form u­ Em muims casos em tpte a modelagem, a
ladas de maneira cada ve: mais vaga, nas aprendizagem vicariante e a apresentação de
quais a regra está apenas im plícita "A mesa. estim ulos facilitadores podem custar a pro­
Joe". pode ser o bastante para levar um adulto duzir o comportamento dese/ado, um punhado
a arrumar a mesa para uma refeição de de regras form uladas de maneira séria pode
cerimônia. Pessoas podem até chegar ao ponto ter efeito imediato Se seu amigo gorducho
de enrair regras de declarações vertais que está indo para a cozinha para pegar alguns
não s5o realmente regras Durante uma amendoins, vocé pode modificar seu compor­
conversa, uma pessoa pode dizer que "os tamento com uma regra formulada com *mutto
fundos de ações foram o investimento que tato", do tipo "Ei. pensei que sua dieta nâo
renderam mais, o ano passado, c o mesmo sc permitisse amendoins* Esta regra pode ser
pode predizer para este ano." O ouvinte pode eficaz em ajudar seu amigo a se lembrar que,
reagir à sentença como se fosse uma regra-para afinai, ele nlo quer tanto os amendoins:
investir em fundos de ações, para conseguir a enquanto que a modelaçào e a modelagem não
melhor renda A regra estava im plícita na teriam funcionado de forma tão eficiente.
senaença, mas inferir e seguir taís regras nâo
As regras sâo especialmente importantes
explicitadas requer habilidades que são
na facilitaçáo da aprendizagem, nas seguintes
adquiridas apenas com a experiência. (Natural­
circunstâncias
mente. uma pessoa pode ter habilidades para
localizar regras implícitas em algumas áreas dc
atividade, mas serem insensíveis a regras 1. Os reforçadores associados a um
implícitas dc outras áreas, dependendo da dado comportamento estão por demais
história passada em cada área.) distanciados no futuro para perm itir que
o reforçamento diferencial possa modificá-
lo. Um estudante pode receber pouco reforça­
ÍMPOSICÃO DE REGRAS mento imediato por estudar diligentemente.
Criando a regra "Tenho que estudar para
poder ter uma carreira gratificante", d e faz
As pessoas aprendem a impor regras aos
com que reforços futuros tenham influência
outros porque estas muitas vezes fornecem
sobre o componamento atual
umaform a rápida de ajudar - ou forçar- outra
pessoa a em itir respostas especificas que são
reforçadoras para quem apresenta a regra. O 2. Quando os reforçadores são poucos
sucesso das regras para a modificação de e esparsos, as regras podem manter o compor­
comportamcntos na direção desejada Az com tamento. O vendedor de enciclopédias pode
que aumente a probabilidade dc que a pessoa vender apenas uma a cada cem casas que
que fomeoe regras continue a fazè-lo no vistta, mesmo assim a regra "Continue tentando
futuro Os pais logo descobrem que fornecer à e vocc conseguirá vender uma hoje" ajuda a
criança uma regra, do tipo "Nâo vã para a rua, ligar as recompensas ao comportamento neces­
senío vou te por de castigo." apressa sua sário
aprendizagem consideravelmente. Ajuda as
crianças a discriminar que comportamentos sío
PfWCloloa do Comportamenlo na Vida Diana 107

3 Quando há ameaça de puntçâo seve­


ra, as regras podem ajudar a evitar o ter que 2. Se as regras são ban formuladas,
aprender da form a m ais d ifíc il O conselho de podem ajudar o aprendiz a evitar muitos dos
um colega de trabalho, “N io diga ao patrão erros e conseqüências aversivas quc muitas
que vocé vota na esquerda, senão d e vai te vezes estão envolvidos na modelagem natural e
despedir*, pode ajudar uma pessoa a apren­ na aprendizagem vicariante.
der Sèfrt rtèCéSáilar da punição.
3 O comportamento controlado por
Em certas circunstâncias, as regras regras muitas vezes c emitido de forma mecâ­
resumem anos de experiência direta e a t nica, o que nâo acontece com o comporta­
passam a outra pessoa. Uma mulher que, mento adquirido por experiêncãa direta. A
durante metade de sua vida possuiu e dirigiu estrutura linear da linguagem impõe às regras
uma loja. aprendeu muitas habilidades, como as uma estrutura também linear: "Faça A. depois
de tratar bem os dientes, controlar adequa* B e depois C e D.“ O comportamento resul­
damente o estoque, cuidar dos livros, etc. tante é muitas vezes emitido em passos mais
Muito desta aprendizagem resultou dc rígidos do que um comportamento semelhante,
aprendido por experienda direta.
experienda direta' o sucesso e o fracasso
serviram de reforçamento difercndal que
mudou seu comportamento e moddou gradual* 4. A aquisição de comportamento através
mente um repertório de habilidades. Quando do uso de regras muitas vezes envolve refor­
contrata novos vendedores, a forma mais fàdl çadores e punidores diferentes dos envolvidos
de instrui-los rta rotina da loja é formular na aprendizagem pda experiência direta.
regras, "l^embre-se. o freguês sempre tem Lucros ou prquizos modelaram o comporta­
razão ", “Quando se afastar do recinto da loja, mento da dona da loja; seus empregados apren­
não se esqueça de trancar o caixa." Tudo o que dem principalmente por dogios e reprimendas.
aprendeu da forma mais longa c dolorosa pode
ser formulado em poucas palavras de forma a 5. Todas estas diferenças contribuem
impedir que seu empregado também tenha que
para o fato de quc a pessoa quc aprçndçu çom
aprender lentamente. A dona da loja aprendeu,
o auxilio de regras sabe coisas ■diferentes da
após perder algumas vendas, a nâo criticar ou pessoa que aprendeu por outros rocios. A dona
desafiar os fregueses; mas seus empregados
da loja conhece todaa história[ de.wmo.dirigiu
aprendem ouvindo a regra c rocebcndo elogios,
sua loja, e téra um 'sentimento” das infinitas’:
caso a obedeçam, ou reprimendas, caso a complexidades envolvidas. Os que aprenderam
ignorem.
através de regras conhecem as regras - uma
Aprender por experiência direta (como o lista rígida dc mandos e proibições - mas não
fez a dona da loja) difere da aprendizagem por tèm a "sensibilidade" de sua patroa sobre as
regras em vários aspectos:>0 ocasiões em que estas regras devera ou nâo
ser quebradas.

l. Quando usadas corretamente, as


Assim, a pessoa que cria regras tenta
regras usualmente produzem uma aprendiza­
captar a essência da experienda direta e passá-
gem mais rápida do que a modelagem pda
la ao aprendiz, mas as duas pessoas estão
experiência direta.
respondendo ao ambiente de fomta diferente. A
pessoa que formula a regra para um compor­
tamento complexo muitas vezes fica desapon­
" Skinner (1969:139-171), tada pdo fracasso do aprendiz ent entender a
PnnctoiM ao Com noitaw nto rta y>d» O itea_ j*>8

situação tão bem quanto ela. Mesmo quando o À medida que uma pessoa ganha
formilsdor da regra a desdobra em várias experiência direta com uma nova atividade, o
outras regras auxitiares, o aprendiz menos comportamento inicial, que era controlado por
experiente simplesmente nio mostrará a regras, sofre importantes transformações.
sutileza da pessoa que aprendeu por experiên­ Quando alguém nio lem experiência Anterior
cia direta. *Eu já expliquei várias vezes a meus com um comportamento complexo, costuma
empregados como devem tratar aquele’ velho ser desajeitado c mecânico em suas primeiras
ranzinza do Sr. Wurtzd, mas eles nunca tentativas de seguir a regra À medida que a t
aprendem a lidar com d e da forma que eu pessoas repetem o comportamento controlado
quero * Uma solução para este problema é por regras e ganham experiência direta, os
deixai que o empregado aprenda um pouco, desempenhos desajeitados e mecânicos do
inidalmente. por experiência direta com o inicio se suavizam sob a influência do
ambiente e depois suplementar a aprendizagem reforçamento diferencial, da modelagem, da
com as regras. aprendizagem ncariante e dos eslimulos
facilitadores. Praticando o componamento que
adquiriram através de regras, as pessoas
USO P E REGRAS ALIADO À
ganham a experiência direta, que condiciona
EXPERIÊNCIA DIRETA
um comportamento mais "natural", coordenado
e sutil
Se a regra è simples c o operante nio è Por exemplo, uma mulher que está
difícil, uma pessoa pode emitir um operante de aprendendo a jogar tênis ouve as regras sobre
forma impecável na primeira tentativa, após
como usar a raquete, correr pda quadra, etc. A
ouvir a regra apenas uma v e r Entretanto. principio, seu comportamento parece mas
quando as regras sâo complexas e requerem rígido c mecânico do que o de seu instrutor.
desempenhos operantes que estão acima do Quando a bola vem sobre a rede, tenta pensar
ntvel aluai de habilidade da pessoa, esta pode
rapidamente: "Vá com o pé esquerdo na frente,
requerer uma experiência direta extra (refor­ e prepare um 'backhand*, mas cuidado para
çamento diferencial, modelagem, aprendiza­
nâo cruzar as pernas. Ih! Está caindo ” A
gem vicariante. ou estim ulos facilitadores),
resposta é lenta, sem espontaneidade. Num
para adquinr o comportamento. "Apenas siga
momento de hesitação, quase se pode -ouvi-la
as instruções que aparecerio no monitor de pensar: "O que devo fazer ngora?’
video, e o computador fará todo o trabalho
para vocé.* Esta i uma'regra bem fãcil de ser - Entretanto, se a aprendiz dc tênis se
seguida por pessoas qüe 'j á têm alguma exercita no jogo, a habilidade de aplicar c
experiência na operação de computadores. seguir as regras aumentará com a prática e a
Entretanto, é bastante inadequada para pessoas experiência direta. Aprenderá a discriminar
que nunca o usaram Quando tenta seguir esta S ^ s sutis e se tomará apia a aprender varia­
regra, o principiante provavelmente interpre­ ções mais finas das regras Um giro de pulso
tará de forma equivocada muitas das instruções bem sucedido pode colocar a bola a girar (um
do computador, usará comandos impróprios, o "spin") e levar um voleio (um reforçamento
que levará o sistema a não funcionar. positivo); mas um movimento desajeitado
Entretanto, com um pouco mais de instrução e produz o resultado oposto 0 reforçamento
horas de experiência direta no teclado do diferencial modela habilidades superiores ás
computador, ele gradualmente irá adquirir as que podem ser adquiridas por regras verbais
habilidades necessarias para operar uma grande isoladamente Gradualmente, ela começa a
variedade de programas de computador. vencer mais jogos. A observação do saque de
um bom modelo também fomece uma
Principio* ooC yntxytam frnte na Vida Ortna 199

experiência adicional- de aprendizagem, assim seu Ilibo a limpar vagens para o jantar, pode
como o faz uma orientação física (prompt) ficar impaciente se ele se atrapalhar com a
sobre como segurar a raquete. Esta aprendiza­ tarefa e acabar atrasando o prato que d a quer
gem extra ajuda a suavizar o componamento preparar. Se resolver fazer a tarefa ela mesma,
controlado por regras, inicialmente tão entretanto, apenas impedirá o filho de aprender
desajeitado, diminuir o caráter mecânico do as habilidades necessárias através do reforça­
uso rígido das regras, e a fazer com que o mento diferencial envolvido na experiência
jogador pareça mais ’natural". (A pessoa direta. O pai perfeccionista pode ensinar sua
’natural" é aquela que nio freqüentou aulas, filha como usar a serra e a broca, mas nfio
mas aprendeu todo um repertório de comporta­ querer sua ajuda quando está construindo uma
mentos por aprendizagem direta, isto é, por estante, por temer que não faça um trabalho
refoiçamento diferencial, modelagem, aprendi­ perfeito. No fim. se surpreende pd o fato dela
zagem vicariante e uso de estímulos facilita* ter aprendido tão pouco com cto. "Ensinei a ela
dores.) tudo que sei sobre carpintaria, mas essa coisa
Como o m aioria das regras não são que ela fez é uma monstruosidade. Isto prova
inteiramente precisas, a experiência direta que as mulheres nio servem para fãzer
ajuda a corrigir seus erros ou inadequações. trabalhos masculinos." Depois de dez anos e de
Poucos padrões de comportamento são tio já ter construído uma porção de coisas, a filha
simples que possam ser descritos completa­ consegue adquirir as habilidades necessárias,
através da experiência direta. Agora o pai diz.
mente por um conjunto de regras: portanto,
'Ensinei a ela tudo que sabia, e vocè pode v a ­
uma experiência extra, depois da aprendizagem
das regras, e crucia! para preencher as lacunas. que cia acabou sendo uma boa artesã,
Além disso, a pessoa que formula a regra pode igualzinha ao pait” Quando sua filha era inábil,
acidentalmente incluir uJgum conselho errado cie não foi capaz de perceber que ela precisava
ou omitir algum passo importante na explica­ de algo mais- do que apenas um corçumo de
regras; dez anos depois, novamente não foi
ção do comportamento Um instrutor de ténis
pode pensar que o controle de respiração é capaz de ver que foi a experiência direta que
crucial c passar a seus treinandos muitas regras refinou sua habilidade de forma tão agradável
desnecessárias a respeito de respiração. Por
outro lado. pode se esquecer de mencionar CONHECIMENTO TÀCfTO E
alguns pontos importantes sobre o trabalho CONHECIMENTO EXPLÍCITO
com os pés. Enquanto que os conselhos do
treinador podem contundir os alunos que estão
tentando aprender o jogo, 8 experiência direta Quando comparamos duas pessoas q u e1
na quadra os ajudará a aprender as respostas aprenderam comportamentos semelhantes •
corretas e compensar as imperfeições das mas uma aprendeu através do uso de regras,
regras. enquanto que outra aprendeu sem o seu uso -
vemos que sabem coisas diferentes. O tenista
Nem todo mundo tem a oportunidade de
"natural* que nunca tomou lições < aprendeu a
ter a experiência direta necessária. Em alguns jogar por experiência direta sabe coisas dife­
casos, os fornecedores de regras se tomam
rentes, comparado ao tenista igualmente bom,
impaderues quando observam que o aluno não
que aprendeu através do uso de regras.
consegue emitir corretamente o compona­
mento requerido; e muitas vezes preferem As pessoas que aprenderam um compor­
terminar a tarefa des próprios, ao invés de tamento através de regras acham mais fá cil
proporcionarem ao aluno a chance de lutar até verbalizar e fa la r a respeito do comporta­
consegui-lo. Se uma dona dc casa tenta ensinar mento do que as que o aprenderam apenas por
Pfiftçiwps ao CoffiootWTwttQ na Vida 0»ifia 200


experiência diretá As primeiros aprenderam a comportamento' especifico, csuunos apenas
coin portamento ouvindo alguém falar sobre mencionando que este comportamento parti­
ele, de forma que o comportamento e o falar cular foi aprendido sem recurso de regras,
sobre ele caminharam juntos. Muito do tempo instruções ou aulas. Assim, ser rotulado dc
de aprendizagem foi gasto em repassar as 'natural" com respeito a um comportamento
regras que lhes foram apresentadas, mas eles nio indica a existência dc um traço universal de
podem tambem ter acrescentado suas próprias personalidade quc afete todo o comporta­
inovações, baseadas nas regras. Mesmo quando mento.) "
ninguém pede que eles verbalizem a respeito A pvssoa que aprendeu um comporta­
do comportamento, provavelmente eles pensa­ mento par regras /tensa nele em termos de
ram palavras relevantes em seu diálogo interno,
regras e tem um conhecimento explicito a fvu
quando executavam o comportamento (peto respeito. A pessoa que aprendeu por experi­
menos nas fases iniciais, antes que o compor­
ência direta, sem regras, provavelmente não
tamento ficasse bem aprendido)
pensa a respeito do comportamento em termos
Os que não aprenderam com o uso de de regras e tem a respeito dele um conhe­
regras (os "naturais*)costumam falar e pensar cimento nào verbalizado - «w tácito 11 As
menos a respeito de como devem executar um regras fornecem conhecimento explicito que é
dado comportamento. Se alguém lhes pefgunta facil de verbalizar e compartilhar cotn outras
como conseguem dar um saque tão forte e pessoas porque este conhecimento foi codifi­
preciso, provavelmente dario uma resposta cado verbalmente desde o inicio, quando a
vaga, do tipo: "Vocé sente a hora e o jeito de pessoa ouviu as regras pela primeira vez. O
bater na bola.* Conseguem apenas descrever a conhecimento explicito é facilmente tomado
parte mais evidente do comportamento, "Vocé público, pois é fitál de ser comunicado. Faz
só precisa girar"; mas aqude que aprendeu por com quc as pessoas sintam que es&o
regras acrescentará: "...mantendo o seu centro verbalmente conscientes das razões do seu
de gravidade á frente de seus pés, de modo a se comportamento. 'O treinador disse que devo
lançar para o golpe." Os ’naturais” provavel­ aumentar minhas corridas até chegar a 25
mente dirSo "Vocé tem que sentir a posição kilometros por dia, cinco vezes por semana, de
certa para sacar * Eles discriminam entre vários forma a aumentar minha resistência." Por outro
S ^s e S^s que os fazem "sentir* o momento lado. o "natural" joga ‘pelo sentimento*,
certo ou errado, mas muitos destes estimulos muitas vezes sem consciência verbal das causas
discrimtnaiivos são muito difíceis de descrever do seu comportamento. Um atleta "natural" se
em palavras Como descrever de forma precisa exerdra até o ponto em que "sente* que
as diferenças nas sensações de equilibrio. precisa. Os naturais sabem, certamente, algo a
tensio muscular, flexão do joelho c distensão respeito do comportamento que executam, mas
dos braços? Naturalmente, se os "naturais* é um conhecimento tácito, não verbalizado É
forem reforçados por criarem regras, um conhecimento pessoal, e nio público, c tem
provavelmente aprenderão a formular descri­ uma qualidade intuitiva pois é guiado mais
ções verbais de seu comportamento Como
estas regras aparecem depois que o comporta­
mento foi aprendido por experiência direta, não 11 Mtscfeci()9<>8,1981).
devem ser confundidas com as regras que ” Skinner (1969); Baldwin e Baldwin (!9T8a).
guiam o comportamento controlado por regras. 0 O coebccirocBio lottnüvo neto sctnpte eslã corm o
(Note que pessoas que sio "naturais" num (McOodtcy. 19S3> Naturalmente, ts o também ocorrc
comportamento podem usar regras para fazer com o ç p ifc ç iíK a o « p t t ó t o o u s 6 mais fácil
outras coisas Quando identificamos alguém localizar c corrigir os erros do conhecimento cxphciio
como "natural" com reUçio a um dado do qoe no imtutivo (licito) (Skínncr. 1969:167)
Prir>c<p«< d g .C o n w w tn w to n » V«ta O do» 201

por sensações dâd verbais do que por eomportaroento 'controlado por regras, fingin-
instruções verbais. O conhecimento tácito é do ser "natural* quando realmente nâo o é.1*
baseado na experienaa direta e quando uma
Na verdade, o comportamento "natural"
pessoa morre, morre também todo o conheci­
não é mais mistenoso do que o controlado por
mento originai e pessoal que amealhou durante
regras. Ambos sào aprendidos, apenas o méto­
toda sua existência Jã o conhecimento público,
do de aprendizagem difere Quando conhece­
codificado em regras, pode ser passado dc
mos toda a modelagem, aprendizagem vicarian­
pessoa para pessoa, ou ser divulgado pelos
te e uso de estimulos facilitadores (prompts)
meios de comunicação, de forma que pode
envolvidos na aquisição do componamento
sobreviver a seu criador 14 Ainda que o
"natural", este já não nos parcce mais miste­
conhecimento público seja de segunda mão t,
rioso ou difícil de explicar do que o compor­
algumas vezes, grosseiro, as regras cultural­
tamento governado por regras.
mente acumuladas ajudam as pessoas a
aprender mais do que poderiam, durante toda
sua vida, se usassem apenas a experiência A S PESSOAS SABEM MAIS DO QUE
pessoal direta. Muita gente tentou começar a CONSEGUEM DESCREVER »
fazer jogging e se machucou, antes de procurar
a informação básica que se acha em qualquer
livro dirigido a iniciantes neste esporte Os "naturais" sentem quando seu
comportamento está certo ou errado. Estes
Como os "naturais" nio conseguem "sentimentos" resultam de S ^ s, S s e CS’s
explicar de forma precisa como executam suas que foram condicionados quando aprenderam o
habilidades, ou como as adquiriram, seu comportamento, utilizando modelos, estimulos
componamento muitas vezes parece mais inte­ facilitadores e reforçamemo diferencia]. O
ressante, mais misterioso, ou mais inexplicável conhecimento tácito é claramente demonstrado
do que o dc uma pessoa que aprendeu por quando os "naturais* estio emitindo o compor­
regras Quando uma pessoa aprende na escola tamento em questáo. mas é diBcil para eles
a tocar guitarra, pode verbalizar as regras que descrever este conhecimento. Eles sabem mais
utilizou para aprender; assim, não há qualquer do que podem contar.
mistério em seu comportamento. Por outro
lado. quando um guitarrista "natural* lhe conta Mesmo as pessoas que aprenderam pelo
que sua habilidade veio naturalmente, as causas uso dc regras podem saber mais do que podem
do componamento sào menos aparentes, contar, especialmente se a experiência direta
deixando mais espaço para o assombro. "Ele é condicionou seu comportamento num nivd
realmente muito bom, e nunca tomou aulas. além dos estágios iniciais em que as regras
Deve ter um talento musical extraordinário!" eram usadas dc forma mecânica. As regras que
N io é incomum vermos pessoas receberem conhecem sâo ótimas para iniciar um aprendiz
mais atenção, respeito e admiração por um no comportamento, mas não são tudo. À
componamento que não foi aprendido através
de regrai O artista ou atleta "natural* tende a
fascinar a imaginação das pessoas, mais do que u GoOinan (1959) observou que as povoas se
esforçam ao máximo pcua encobrir o b lo de que o
aqueles que estudaram a técnica e praticaram aperfoçouncrao dc ura dado coraponameato seo
os exercidos recomendados. Muita geote envolveu um ptangameroo (regras) ddifocrado e muito
percebeu isto e se calou a respdto do fato dc treino. 0 ooaselho de Potter (194*. 1951) reflete
que aprendeu sua habilidade por ter praticado o claramente o <ato de que quem consegue esconder o
recurso a regras provavelmente ir t se sobrepor a
qoc q2d o conscgucoL
MPotaayi(2960). HPotanyi(l960).
Pnrvtttsos 6o C o m p o rta n d o ixj Vida O dna 202

medida que a experiência direta acrescenta uma dimemo exato- qac usam para levar adiante sua
complexidade extra a seu comportamento, vida diária |T
estes também desenvolvem um conhecimento
tácito que vai além das regras iniciais.
Eventualmente, tambcm eles sabem mais do A PRESSÃO PARA INVENTAR REGRAS
que podem contar
Como as pessoas não conseguem contar Quando as pessoas sâo postas numa
tudo que sabem a respeito de um comporta­ situação em que têm de explicar seu compor­
mento complexo, a comunicação a respeito de tamento, há uma tendência de fàzé-lo como w
várias áreas da vida quotidiana tende a ser bem este fosse controlado por regias. Se se
vaga e superficial Ao tentar contar o que pergunta a uma mulher por que foi tão delicada
sabem, muitas vezes as pessoas pontuam suas com um homem que estava roubando a firma,
explicações com frases do tipo 'Sabe o que sua resposta pode parecer uma regra:
quero dizer?*, "Certo?", 'Está me entenden­ "Devemos sempre ser o mais delicados possí­
do?*. *Sabe?“. Quando terminam a expticação, vel para minimizar hostilidades desnecessárias
vocé pode nào estar muito certo sobre o que cm relação à companhia." Ela forneceu uma
queriam dizer. Sabe o que quero dizer? íkscnçõo verbal de seu componamento e esta
parece uma regra que estaria controlando seu
NSo estamos acostumados a procurar as comportamento Bntretanto. é di6dl saber se
regras para todas as nossas ações. A falta de tal explicação verbal é apenas uma descrição
clareza é comum e aceita, raras vezes é "ad hoc* de seu comportamento "natural* ou
necessário ser claro e explícito. Muitas vezes um resumo predso das regras que foram
nos impacientamos quando muitos "por queTs" usadas cm seu componamento controlado por
sio perguntados. É verdade que as crianças regras.
passam por uma fesc dc "por que?*s”. durante a
qual fazem a seus pais milhões dc perguntas Como o comportamento é o produto de
desie tipo. mas eventualmente seu comporta­ muitas influências, alem das regras, muitas
mento é suprimido peia punição, quando os vezes nSo ê muito prudente inferir que um
adultos ficam muito irritados. N io consegui­ componamento é estritamente controlado por
mos contar tudo que sabemos c as crianças regras, mesmo quando as pessoas recorrem a
aprendem a viver com informações incom­ elas para explicar suas atividades. Muitas
pletas. vezes, as explicações verbais não refletem as
causas reais do componamento. As pessoas
Muitas vezes as pessoas descrevem o
estão em desvantagem para descrever especial­
comportamento humano como se fosse
mente o componamento "natural* porque, em
controlado por regras ou normas, e alguns
primeiro tugar, este foi adquirido sem
parecem bastante surpresos quando alguém
não consegue descrever as regras ou normas
que presumivelmente controlam seu comporta­ 11 Sempre que vfrm uai componamento fcgalir-
menlc padronizado, alguns cxaiiflas sociais tenta»
mento. De acordo com a análise coraporta- l o o l u » 'normas* c "regras” para este compor­
mental. muito do comportamento quotidiano se tamento. como se todo componamento padronizado
baseia em conhecimento tácito adquirido sem fosse controlado por regras. Uso cria problemas quando
muita ajuda de regras. Assim, nio é dc as pessoas que eles estio estudando nào co&seguem
surpreender o fato das pessoas terem pouca expressar qualquer regra para o comportamento
observado Scon (1971:72) rcdcflnsu a uotfo
consciência verbal explicita sobre o procc- socwtófjca dc *nonna*. induindo iodo* os padrfes
rcpulares de sançáo. quer segam mediados vertaimetus,
qoer nâo. Iflo ajuda a resolver proWctnas do tipo do
encontrado por Captow ( 1984).
Pfiftcuxot CO CaoicofttfngfUo n» VwU O it^a 203

instruções verbais, cm .segundo lugar, a maioria racionâl. regras ou normas, pode parecer que é
das pessoas nio estào conscientes da influência controlado por regras, quando nào o é.
que o reforçamento difefendal, moddaçào e
Uma pane tio grande do comportamento
estimulos facilitadores exercem sobre ele.
quotidiano é influenciado por misturas comple­
Assim, acham difícil explicar sua causa reaJ
xas dc reforçamento diferencial, modelação. e
Mesmo quando as pessoas nio sabem estimulos facilitadores, que as explicações em
por que emitiram um ccno comportamento, termos de regras muitas vezes mascaram os
podem criar uma entre várias explicações determinantes reais sob uma capa simplificada
possíveis para ele Criar uma explicação veros­ Mesmo que regras tenham sido usadas na
símil - especialmente se parecer uma explicação aquisição inicial do comportamento, toda a
inteligente • geralmente leva a mais reforça­ experiência direta que refina o comportamento
mento do quc não dizer nada e pareccr igno­ controlado por regras, tomando-o mais natural,
rante sobre suas próprias ações. Quando se raramente é captada pela reafirmação das
pergunta a um motorista por que estacionou regras em descrições verbais simples. A análise
em fila dupla, ele pode responder. 'Ah, sei lá, completa do comportamento pode ser
eu estacionei e pronto." Ou pode dizer: "Eu impedida, sc sc supõe que as explicações
estava com pressa c pensei que ia demorar tão verbais do comportamento sempre refletem as
pouco na loja que não seria multado-L A verdadeiras regras que o orientam. Qualquer
segunda explicação laz pensar quc a pessoa pessoa que tente explicar o comportamento se
planejou racionalmente o comportamento: e. referindo a regras ou normas deve estar
como parece mais inteligente que a primeira, consciente deste problema. O mero faro de que
provavelmente e mais eficaz para evitar pessoas dizem que fizeram algo por causa de
criticas Uma resposta do tipo da primeira tal ou qual regra ou norma não necessa­
virtualmente esti pedindo uma réplica: 'D a riamente justifica a suposição dc que esta regra
próxima vez, pense antes dc fazer uma coisa ou norma esteja entre os principais fatores quc
tão estúpida.’ Fazendo com que o comporta­ controlam o comportamento. A ciência
mento pareça racional c guiado por regras, comportamental pode nos ajudar a ver através
pode-se evitar este tipo de critica. Assim, a das distorções, nas explicações quc as pessoas
ntaiorta de nós aprentie a fa la r como se nosso dio de seu comportamento e focalizar a dasse
comportamento fosse racionai, planejado e mais ampla dos determinantes comporta-
controlado por regras, mesmo que este não mentais • o reforçamento diferencial, a modela­
seja o caso. Quanto mais as pessoas aprendem gem. os modelos, os estimulos fàcilitadores. e
a inventar explicações razoáveis e inteligentes, as regras. Esta visão mais ampla do comporta­
mais conseguem escapar das conseqüências mento nos ajuda a obter uma melhor
aversivas e ser admirados por sua inteligência. compreensão de nós mesmos e dos outros, que
Na vida diária, muitas vezes nâo ê é bem útil para se lidar de forma eficaz com as
possível sabei se uma explicação é mais precisa complexidades da vida diária.
do que outra; assim, os ouvintes não têm
condição de reforçar diferencialmcntc explica­
ções precisas e punir ou extinguir as impreci­
sas. Desta forma, pode haver consideráveis
diferenças entre as explicações verbais que as
pessoas dão para o seu comportamento e suas
causas reais. Quando o comport amemo "rvatu*
ral" é descrito em termos de um planejamento
P f w d P ^ d o C c y n e o m n w it o f tiV id a O iá n t 204

CO NCLUSÃ O

A capacidade de usar a linguagem permite aos seres humanos codificar simbolicamente as


informações sob a forma de regras que controlam o componamento. Estas regras verbais aparecem
cm vários formatos, desde ordens severas, até gentis conselhos. Algumas regras são declarações
explicitas das contingências dc reforçamento: na presença de um dado conjunto de S ^ s, emita um
componamento especifico e certas conseqüências reforçadoras se seguirão. Em contraste, muitas
regras são estabelecidas dc forma vaga, e algumas afirmações verbais nio sâo apresentadas como
regras, ainda que alguém que saiba usar regras possa extrair delas a informação e responder a esta
informação com um comportamento controlado por regras. As regras tèm o poder de guiar o
comportamento apenas porque o seguir regras foi reforçado, no passado Dependendo da história
original de reforçamento do indivíduo, várias regras e pistas de contexto sc tomam S ^ s e S ^ s para
se seguir ou não uma dada regra num dado contexto. As pessoas também aprendem a criar e
apresentar regras aos outros, pois esta prática muitas vezes produz resultados reforçadores
Entretanto, as regras isoladas raramente são adequadas para produzir o resultado comportamcntal
desejado, a menos que o aprendiz tenhaexperiência anterior com reforçamento diferencial, modelos
'prompts* Assim, o componamento controlado por regras se fiwde com outros tipos de
componamento aprendidos sem o uso dc regras. Mesmo quando as pessoas descrevem seu
componamento como se fosse completamente guiado por regras, é provável que outros tipos de
aprendizagem estejam envolvidos, ainda que estes outros tipos de aprendizagem sejam mais difíceis
de descrever, pois quase nunca sâo mediados por palavras
Superpostas a todas as considerações descritas neste e nos capítulos anteriores, esiio
diversas outras variáveis componamentais importantes na vida diária. Os próximos três capituios
descrevem os esquemas de reforçamemo. as iníluéndas do controle positivo e negativo e o
pensamento. Estes trés imponantes determinantes influenciam o comportamento, quer ele tenha sido
aprendido por reforçamento diferencial observação, prompts ou regras.
Esquemas 12
N este ca p itu lo vocé v a i a^nrttder com o d iferentes padrões de reforçam ento
- diferentes d istrib u içã o ta n p o m I e espaçam eitto de conseqüências -
afetam o com portam ento.

componamento não é sempre seguido camente estudados e seus efeitos caracterís­

O de reforçamento ou punição. Um dia,


um vendedor pode fazer oferta a dez
compradores, com o resultado de uma venda
rdorçadora de cada vez. Entretanto, o dia
ticas sobre o comportamento.

O S EFEITOS SEMPRE PRESENTES DE


seguinte pode ser um dia "fraco", c cada-um ESQUEMAS
dos dez compradores potenciais pode decidir
não comprar o produto. Os padrões de Os esquemas estão entre os mais
reforçamento tpte sâo associados com it/n podero^^etêrinmántès~dó comportamento*'.
tild o operarue sâo chamados esquemas de Tõâos os reforçadores e punidores estâò
reforçamento Hi, também, esquemas dc encaixados" ém—jm esquema^ ou otitrot catfiT
punição. Em algumas cidades, os infratores de tipo dc esquema tem seus próprios efeitos
trânsito (por excesso de velocidade) são característicos sobre ò^cõmpoftftmênto. Por
punidos toda vez que excedem os limites de esta razão, os efeitos dos~~õqucmas ~estão
velocidade, mas, em outros locais, as punições sempre presentes. Além disso, eles influen­
sio aplicadas menos frequentemente, e os ciam e interagem com outras variáveis - tais
indivíduos corredores podem ser punidos como saciação ou privação, generalização ou
somente uma cm cada vime vezes que discriminação - de modo a produzir a
infringem a lei. Os padrões de punição que complexidade e variedade de comportamcntos
são associados com um dado operante sâo vistos na vida diária. Uma vez que qualquer
chamados esquemas de intuição* resposta pode estar sob o controle de diversos
H i muitos esquemas possíveis de esquemas, os efeitos desses esquemas podem
reforçamento c punição, e podem ser combi­ interagir e influenciar um ao outro.
nados para produzir esquemas compostos Esquemas passados de reforçamento ou
Cada tipo dc esquema tem efeitos específicos punição muitas vezes têm poderosa influência
sobre o comportamento e esses efeitos são sobre o componamento em curso, tomando
superpostos aos efeitos criados por reforça­ impottanie conhecer os esquemas passados
mento diferenciai, modelos, facilitadores e para compreender as respostas presentes Dois
regras Este capitulo descreve os principais exemplos ilustrarão isso.
tipos dc esquemas que tèm sido sistemati­
Alguns pais usam recompensas monetá­
rias para encorajar suas crianças a trabalharem

1 Tem havido oactaderavcimauc menos pcsqmsa 1 Fetacr t Skiitner (1937); Dews (1963: 148):
sobre csquanas de puniçJo <Jo que sobre esquemas dc Mone e tCdlcher (>970. 1977); Zdlcr (1977): Foltui e
reíofçamcffio (W akcrse Gruscc. 1977) Scbuycr(19?2).
P nno'aoi do C am pyum wto na vitfa Qána 206

bastante na escola. Scum gmpo dè pais dá a primeira vez numa máquina, o compona­
seus ftlhos dc dez anos vintc reais a cad>t vez mento pode ser seguido por uns poucos
que obtém "A" e um outro grupo de pais ganhos, juntamente com novidade e reforça­
recompensou seus filhos com a mesma mento social Entretanto, a novidade do jogo
quantidade total dc dinheiro, porém numa lentamente desaparece com a sua repetição. A
distribuição mais irregular, como os diferentes atenção social para as histórias das aventuras
esquemas de reforçamento afetariam o noturnas com as máquinas também decresce à
componamento das crianças? Quando ura medida que os outros deixam de ver novidade
comportamento_é. reforçado toda vez que nas histórias e não mais recompensam o
ocorre, o padrão é chamado de esquema -de jogador com ouvidos atentos para ouvi-las.
reforçamemo contim o (CRF). Quando _o Quando há uma lenta remoção de reforça­
reforçamento ocorre apenas em algumas mento para um dado operante. as pessoas
vezes, o padrão é chamado de esquema dc muitas vezes continuam a responder, mesmo
refat-çamentoparcial (PR)*. quando estão perdendo (isto é, sendo puni­
Depois de duas pessoas terem aprendido das). Alguns jogadores continuam jogando,
um dado operante - uma sob CRF c a outra mesmo que estejam perdendo dois mil reais
sob esquemas de PR - elas respondem dife­ por noite, numa atividade que já perdeu a
rentemente quando se retira o reforçamento maior pane de sua novidade e acarreta puni­
para o operante. Em situações de ft3o- ção social sob a forma de critica dos outros.
reforçamento (isto é, extinção), pessoas que Sc uma outra pessoa experimentou uma
tinham aprendido em ' esquema CRF brusca remoção do reforçamento e rápida
geralmente param de responder muito mais introdução de critica social ao jogo nas
depressa do que pessoas jjue tinham aprendido máquinas, essa pessoa teria menor probabili­
em esquemas_4e. PR. Durante a extinção, as dade de continuar a jogar quando perdesse
cnaoças de dez anos. que sempre tivessem dois mil reais numa noite. Se o primeiro
recebido vinte reais para cada “A", deixariam grande ganho fosse seguido por 100 perdas
de se esforçar para conseguir A's, antes de um diretas, sem ganhar um único centavo, seria
segundo estudante que tivesse recebido mais &cil desistir do jogo do que S4 um
reforçadores com menor regularidade. Logo pequeno ganho ocasional reforçasse a expec­
que os pais parassem de dar dinheiro pelas tativa dc que um outro grande ganho poderia
notas, o estudante que tivesse estado em PR vir a qualquer momento.
continuaria a trabalhar mais intensamente para
Em ambos os exemplos, esquemas
conseguir A's do que o estudante que tivesse
passados desempenham um papel decisivo na
estado em CRF. A razão para esse efeito do
determinação de como as pessoas respondem
reforçamemo parcial será explicada mais
ao mesmo padrão dc esquemas presentes de
adiante, neste capitulo.
reforçamento e punição O componamento c_
Quando há uma mudança lenta, gradual, controlado tanto por reforçadores e punidores
do reforçamento para esquemas dc punição, passados, quanto presentes.
muitas vezes uma pessoa continuará a emitir
uma resposta muito tempo depois que a
punição exccdc o reforçamento' Isso é menos A O U fS fO to E MANUTENÇÃO
provável se a mudança não for gradual. Por
exemplo, quando uma pessoa joga pela O reforçamento é necessário tanto para
a aquisição de comportamento novo quanto
para a manutenção dc comportamento antigo.
/ * N.T. - Esses esquentas sAo co m u n eae denorniru- Quando um operante é aprendido pela
dos d c esquenm de rcfbrçamcnio imemutave. prim eira vez (a fa se de aquisição), está muitas
* W einer(196S.1969). \vzes sob esquemas de reforçamento dife-
Pf«%c:oo> ao Comporta m art c. n i W O iám 207

rentes JatfueU’S Jc etapas posteriores (a fa se fiscalizar a pesea ilegal. Cada fiscal era
de. manutenção). Geralmente, c necessária deixado num local para viver e trabalhar
uma freqüência mais alta de reforçamento sozinho durante o verão. Quando os ficais
para produãf a aquisição de imv»« r«»gpn<ta« acampavam pela primeira vez. eles usual­
dó quê para manter velhas respostas. Assim,.o mente montavam um sanitário a uma razoável
reforçamento pode .ser mais evidente durante a distância do acampamento, dc modo que
aquisição <to_que durante a manutenção Em ticasse fora do aJcance da vista e “reservado”.
conseqüência, algumas vezes parece que Nos primeiros dias ou semanas, os fiscais iam
velhas respostas bem aprendidas nem preci- ao sanitário quando precisavam, como era de
sam de reforçamento^ se esperar de uma pessoa que tinha aprendido
O fato do reforçamento scr muitas vezes boas práticas higiênicas. Entretanto, andar ate
menos freqüente e evidente durante a manu­ o sanitário custava esforço, e ninguém estava
tenção, leva alguns a acreditarem que a manu- por peito para fornecer reforçamento social
para manter as práticas higiênicas. Ao final do
lençào do çomporwmcnio antigo é automá­
v a io , os fiscais nâo saiam mais do acampa­
tica. e independente de reforçamento. É
mento para atender às suas >necessidades,
comum ouvir pessoas dizerem que Fulano
ainda que o acúmulo de excrementos peno da
“aprendeu uma lição" ou “intemalizou os
barraca resultasse cm fortes odores e precária
valores do grupo" Isso implica que colocar a
higiene. Um dos primeiros hábitos “civiliza­
lição ou os valores do grupo na pessoa (aTàse
dos” a serem adquiridos na infância pode ser
dc aquisição) é o único processo necessário
perdido, se sc remover o reforçamento social.
para modificar e produzir comportamento.
Ao voltar á civilização, os fiscais reassumiram
Entretamo1_o comportamento nâo se mantem
as boas práticas higiênicas, devido ao resta­
no repertório ativo de comportamento de uma
belecimento os esquemas de reforçamento
pessoa, ã menos quê còotimie a tvaver
reforçadòrés^qW -mantcnKãro a freqüéocia da social dc manutenção.
resposta Pessoas cm hospitais psiquiátricos e
asilos de velhos algumas vezes começam a
Por exemplo, a higiene pessoal - urinar e defecar na roupa*. Em alguns casos,
comportamento que adquirimos cedo na vida
elas claramente obtém mais atenção e
- exige reforçamento para sc manter Durante
reforçamento por esse comportamento do que
o treino de toaletc, todos aprendemos (“ou
recebem pelas práticas higiênicas. De novo,
internalizamos") práticas higiênicas. O elogio
quando os escucmas de manutenção que
e a punição que os pais usam no treino de
operam na vida social normal são
toaletc tomam quase óbvio que a aquisição
depende de reforçamento e punição. Entre­ desonsào>ããõs7 os comportimenKtfPbem
tanto, uma vez adquiridas as respostas, cias aprendidos se extinguem. :
parecem ser praticamente automáticas. Mass Claramente, esquemas de manutenção
são mesmo7 Sua manutenção- é independente são tão importantes quanto os mais óbvios
dc reforçamento? esquemas de reforçamento vistos na aquisição
de novo comportamento
Um estudo de pessoas que trabalharam
como fiscais de pesca demonstra o que pode
acontecer ao comportamento higiênico
quando sc mudam os esquemas de manu­
tenção' Alunos universitários que serviam
como fiscais de pesca passaram o verão
acampando ao longo dos rios do Alaska para

* Schwaiu e Staaon (<950: 404 - 4J6); Waloa et


* Scott (197)' 180) aL <1977:63-105>
Pnnc-sios do ComoommMio na Vda Ciâna____ .208

ESQUEMAS DE RAZÃO FIXA♦ usar os controles na cabine, o uso de


reforçamento continuo - "Está certo”. "Bom” ,
Se um a resposta è reforçada depois de “Bem feito*4 - para cada resposta correta - é o
um mimero fix o de repetições, o esquema é melhor esquema para a aquisição rápida de
chamado de esquema de razão fixa . o» habilidades de vôo. O treinador de tênis que
esquema de FR. Sc cada resposta é reforçada, fornece feedback positivo ao iniciante para
o comportamento está em esquema de FR cada boa jogada está também propiciando o
indicando que a razão fixada é uma iesposta ntelhor esquema de reforçamento para
por reforço. (Este é também chamado de y produzir aprendizagem rápida.
esquema de reforçamento continuo ou CRF). S Os esquemas FR1 também continuam a
Quando tem que haver duas respostas antes do produzir altas taxas de resposta, mesmo
reforçamento, o comportamento está num depois de um comportamento ter sido
esquema de FR 2. FR 10 indica que devem estabelecido. Algumas fábricas usam esquema
ocorrer dez respostas ames do reforçamento. FR 1. chamado trabalho por peça. em que o
O número da razâo pode ser qualquer um, mas empregado é pago por cada uma das peças
diferentes razões têm diferentes efeitos sobre que termina. Assim, um empregado pode
o comportamento. ganhar cinco mil reais no dia em que termina
Esquemas de reforçamento em FR í são cinqüenta peças, mas só três mil e quinhentos
os mais eficientes para produzir aquisição reais num dia em que foram completadas
rápida de comportamento. As pessoas apenas trima e cinco peças. A maior parte das
aprendem rapidamente quando cada resposta pessoas reagem trabalhando muito rápido
correta é reforçada. Se os pais querem quo nesse tipo de esquema FR l r. afinal de contas
seus filhos aprendam a ser polidos, então eles elas podem dobrar seu salário dobrando sua
modelarão a polidez recompensando a criança rapidez Apressar o passo na atividade
cada vez que for polida. Crianças pequenas algumas vezes toma o trabalho mais
que recebem palavras amorosas, sorrisos estimulante, desafiador e excitante*, mas
carinhosos ou toques temos a cada vez que também pode criar considerável tensão.
sio gentis, adquirem essas habilidades mais Associações c representações de grupos de
depressa do que crianças que são recompen­ trabalhadores usualmente se opõem ao uso de
sadas menos frequentemente ou menos esquema FR 1 porque temem que uma vez
consistentcmente. Pais que valorizam o ver que os trabalhadores tenham aumentado sua
seus filhos fazerem rápido progresso, produção, a direção diminuirá a quantidade
frequentemente aprendem a usar o reforça­ paga por peça. o que deixaria os empregados
mento continuo de esquemas FR I, porque trabalhando mais para ganhar menos*.
eles - o* pais - sâo recompensados por verem Esquemas de punição em FR l
o progresso rápido que seus filhos fazem com produzem rápida supressão da resposta e
o reforçamento continuo mantem baixas taxas de resposta. Pais que
Professores habilidosos também punem o filho toda vez que ele corre para. a
aprendem a importância de fornecer reforça­ rua tèm mais probabilidade de suprimir
mento continuo durante as fases iniciais de rapidamente o comportamento do que se eles
aquisição. O uso continuo de palavras punissem a resposta a cada quinta vez (FR 5)
positivas e sorrisos entusiásticos toma a ou a cada décima vez (FR 10). O instrutor -de
vôo que critica o aluno a cada erro tem mais
aprendizagem reforçadora ao máximo.
Quando o instrutor de vôo vê o novo aluno
Lincoln (1946)
* Pont maior informação sobre equem os espcrifi-
* Roy (195J).
a » , ver Ferser e Skiimer (1957); Nevin (1971b);
Williams <1973: 43f>- * Homans (1974:99>.
Pnncm os ao C o m ocnynyito n« V ^a D itm ______209

probabilidade dc supnmir rapidamente dinheiro ganho Nesse esquema FR 25. os


respostas indesejáveis do que se a punição trabalhadores usualmente fazem todos os
fosse- menos freqüente vinte e cinco furos num ritmo constante, e
Muitos reforçadores e punidores nto- então fazem uma pequena pausa ao completar
sociais também aparecem em esquemas de FR o vigésimo quinto. Geralmente, quanto mais
I Toda vez que uma criança segura correta­ alta a razão, mais fònftà^T pausa. Se um
i7ábá}fiã3õr tivesse que fazer quarenta ftjros
mente o lápis, ela c reforçada por conseguir
para terminar uma peça, o esquema FR 40
fazer linhas bem nitidas, e as primeiras
tenderia a produzir uma frequência constante
respostas mal-fchas da criança sio rapida­
de respostas enquanto estivesse fazendo todos
mente substituídas por respostas efetivas
os quarenta furos, em seguida uma longa
Toda vez que uma pessoa ebega seus dedos
pausa no final, antes de começar a próxima
mais perto do fogo, eles se queimam A
peça. A figura 12-1 mostra que a pausa pós-
aprendizagem o c o t t c rapidamente* Muitas
reforçamento depois da quadragésima
habilidades aprendidas a partir de esquemas
resposta num esquema FR 40 é mais longa do
FR I de reforçamemo nSo-socia) são
que a pan«* pós-reforço depois da vigésima
adquiridas rapidamente e mantidas por toda a
quinta resposta num esquema FR 25.
vida. devido ao fone controle desses
esquemas À medida que aumenta o tamanho da
razão cm FR, a pessoa tem que trabalhar mais
Apesnr dos esquemas FR 1 serem o
mais comum esquema de razão fixa na vida pela mesma quantidade dc reforçamento.
Aumentar o tamanho da razào é chamado
diária, hà também esquemas FR dc razão mais
«MlüTãôõ- da raSk> Ou Jilmção do caqu«;»m_dg_
alta. Rodar a manivcla manual que puxa um
rcforçàmemy—Tipicam'eftie; quanto mais
balde de uma cisterna exige um número fixo
diluída se toma uma razáo, menos a pessoa
de rodadas para trazero balde até em cima. Se
forem ncccssárias trinta e cinco rodadas, o trabalha e mais longas se tomam as pausas
pós-reforçamento. A pausa é realmente o
comportamento d* rodar a manivda estará
resultado de extinção. Depois que um
num esquema dc FR 35. Quando é necessário
operador dc furadeira completa quarenta furos
um número exato de respostas para completar
e experimenta o reforçamento dc pensar que
uma atividade, o comportamento estã num
ganhou cem reais, as próximas trinta e nove
esquema de FR. “Misture cinco ovos e três
xicaras dc farinha**, envolve um esquema de respostas não serão reforçadas. Assim,
FR 5 e um esquema dc FR3. "Remova os seis terminar a ultima peca c um SAr correia-
parafusos dc transmissão'* é um esquema de cionado com nAo-reíorçarocnto para _ ju
FR 6. Trabalhar em linhas de montagem próximas respostas, e S s controlam o não
muitas vezes implica em repetir sempre c responder. Em conseqüência, as primeiras
sempre o mesmo número de respostas soldar respostas depois da pausa pós-reforçamento
nove condutores num aparelho stereo (FR 9), tendem a ser lentas, com pequenas pausas
cosaurar seis fivelas dc cinto cm calças (FR 6), entre elas. Entretanto, depois de serem
soldar quatro junções num tambor (FR 4) emitidas as primeiras respostas, a pessoa
responde num ritmo rápido, cstavel. porque a
Esquemas dc FR tendem a produzir altar rapidez conduz a uma antecipação do
taxas de respostas, muitas vezes com uma reforçamemo. Portanto, e&Qtemas FRjendcm
pausa depois de cada reforçador. Por exemplo, a produzir respostas rápidas, intercaladas de
um operador dc fiiradcira pode ter que fazer pausas pàs-rcforçamenio? <t quanto m ais alta
vime e cinco furos de precisão num bloco de a razào do esquema^ mais longas as pausas.
máquina para completar uma porção de Isso produz registms cumulativo* com curvas
trabalho que vale cem reais. O operador está de formas características. Depois dc cada
num esquema FR 25, onde cada vigésima pausa pós-reforçamento, há uma partida lenta,
quinta resposta de furar é reforçada pcio e em seguida um responder cada vez mais
P rw claos ao C o ra o n a m trto r>« Vida Diana 210

rápido à medida que se aproxima o final do (FR 2) antes de receber punição. Uma outra*
esquema - e o reforçamento. pode conseguir três chanccs (FR 3). Em geral
Se as razões se tomam altas demais, .a a punição se toma menos efetiva na supressão
extinção pode suplantar o reforçamento e_a do comportamento á medida que aumenta o
pessoa pára de rcspõnjjer, Você pode pedir a tamanho da razão"
uma criança para contar até 20 e esperar vinte
respostas, uma vez quc ela completa o ESQUEMAS DE RAZÃ O VARIÁVEL
esquema inteiro de FR 20; mas o que
aconteceria se vocé lhe pedisse para contar ate
200, ou 20007 Numa FR 2000, o esquema foi Pode ser necessária uma média de três
estendido demais para produzir muito voltas para desaianuxar tampas de garrafa.
comportamento Algumas saem com uma virada e outras com
cinco. Desatanaxar tampas de garrafa está
num esquema VR 3, com uma média de três
viradas por garrafa, mas variando de garrafa
para garrafa. A variabilidade é um aspecto
comum da vida diária; assim, esquemas de
razão variável são mais comuns do quc
esquemas de razSo fixa. Podem ser
necessárias vime machadadas para derrubar
uma árvore e sessenta para derrubar outra.
Vime frases podem convencer um ouvinte a
assinar uma petição para controle mais estrito
da poluição, mas podem scr necessárias
sessenta frases par persuadir uma outra
pessoa. Quando o reforçamento vem após um
irümero variável_de respostas, o esquema ó
chamado de esquema de razão variável (VR).
Quando uma pessoa está ensinando a
outra uma nova habilidade, é comum ver o
professor começar com esquemas de
reforçamento em FR 1 para produzir uma
aprendizagem inicial rápida, e em seguida
mudar para esquemas de razão variável (VR).
à medida quc o aluno ganha competência. O
Twnpo instrutor de vôo pode fornecer reforçamento
continuo (FR !) quando o piloto principiante
aprende as habilidades iniciais. Entretanto,
FIGURA 12-1 Registro cumulativo de quando o novo piloto começa a dominar as
respostas em esquemas FR 25 e FR 40. habilidades de vôo, é mais provável que o
Cada reforçamento é marcado por um instrutor deixe de usar esquemas FR 1 e
cone Notem-se as pausas pós-reforça- reforce cada quarta resposta correta (em
mento mais longas no esquema mais média), e mais tarde cada décima resposta
diluído. correta (cm média). O instrutor está
“estendendo o esquema", diminuindo o
número de reforçamento dados petas respostas
A punição pode também ocorrer em
outros esquemas FR. diferentes de FR 1. Uma
,a Walters e Grastc (1917:710.
pessoa pode conseguir uma "segunda chance”
Princípios do Comportamento na Vida Diária 211

corretas, e assim passando o treinamento de habilidades, mesmo que os reforçadores sejam


um esquema FR 1 para um VR 4, e em poucos e distanciados uns dos outros.
seguida para um VR 10. Num esquema VE­
Esquemas VR usualmente produzem
IO, o numero de respostas necessárias para
padrões de resposta mais variáveis do que
produzir reforçamento pode variar de cinco a
esquemas FR. Um esquema FR 10 tende a
quinze - ôu quaisquer outros números - desde
produzir dez respostas rápidas seguidas por
que am édía seja dez. O instrutor de vôo está
uma pausa pós-reforçamento. Um esquema
estenHèndo o "esquema porque fornecer
VR 10 também produz padrões de comporta­
reforçamento intermitente requer menos
mento que contêm pausas; mas as pausas são
esforço do que fornecer reforçamento
mais breves e distribuídas mais randomica-
continuo. Portanto, diluir o esquema é mente entre as respostas. Um escritor pode
negativamente reforçado, porque o professor trabalhar por 5, 10 ou 15 dias sem ter um
está evitando o esforço de dar reforçamento trabalho aceito para publicação ou sem ao
continuo, uma vez que esteja claro que o
menos um elogio por seu trabalho. O próximo
aluno está adquirindo bem as respostas.
reforçador é bastante imprevisível - talvez
Esquemas VR sâo bastante adequados amanhã, talvez na próxima semana. Durante
para^ reforçar comportamento à medida que um periodo em que completou diversos
uma pessoa passa da fase de aquisição para a artigos, o escritor pode escrever seis páginas
fase de manutenção. (De fato, como veremos, por noite durante semanas a fio, e em seguida,
esquemas VR são melhores do que FR 1 para depois de um pequeno periodo sem feedback
produzir resistência à extinção e garantir a positivo, pode passar um período em que
manutenção numa ampla variedade de escreve pouco.
situações). Entretanto, a performance prova­ Com mostra a Figura 12-2, a taxa de
velmente será interrompida, se um esquema é respostas é usualmente bastante alta e há
diluído depressa demais; assim, o professor poucas pausas pós-reforçamento, quando os
será punido se estender o esquema mais reforçadores variáveis ocorrem frequente­
depressa do que o aluno pode tolerar. mente (por exemplo, VR 10); mas a taxa de
Os pais usualmente não reforçam cada respostas pode cair a um nível baixo,
uma das respostas desejáveis que seu filho esporádico, quando o esquema variável se
emite (FR 1); nem contam as respostas para toma estendido demais, diluído demais (por
reforçar precisamente cada quinta ou décima exemplo, VR 75). Se um escritor ouve
resposta (FR 5 ou FR 10). Pelo contrário, seus feedback encorajador num esquema VR 75 -
padrões de reforçamento podem variar consi­ em que o feedback positivo só ocorre depois
deravelmente, talvez com uma média de um de escrever talvez setenta ou oitenta páginas -
reforçamento para cada cinco respostas a taxa de escrever pode se tomar irregular, e o
desejáveis (VR 5). Na interação social, não escritor pode produzir apenas umas poucas
dizemos sempre às pessoas que elas páginas por vez, numa base muito imprevi­
escolheram bem as palavras que usaram; mas, sível. A baixa produtividade do escritor
de vez em quando, alguém diz: “Que ótima resulta da alta razão entre extinção e
escolha de palavras”. Ess^sqjnte^rmitente.de reforçamento.
reforçamento pode não propiciar reforçadores , Numerosas outras atividades estão em
suficientes para promover aquisição rápida_do esquemas de reforçamento de VR: por
uso adequado de palavras; mas é adequado exemplo, caçar, pescar, vender, pedir esmolas,
para manter a resposta no repertório apostar em cavalos, jogar cartas, fazer
comportamental da pessoa que já tem a pesquisa científica. Não há relação fixa entre
habilidade. Elogios amigáveis das habilidades o número de respostas e reforçamento. Um
de uma pessoa - como ela costura, se veste, vendedor pode ter que abordar dois, quatro,
dança, trata os outros - ajudam a manter as dez ou vinte compradores antes de conseguir a
dc Cofrcytamyrto oa V da Oiárta 2 )2

próxima venda. Um jogador pode icr que


fazer três, cinco ou nove apostas antes dc
ganhar uma vez. Em todos os esquemas de
VR, pessoas com habilidades de manter baixo
o tamanho da razão, experimentarão mais
reforçamento e exibirão taxas mais altas de
respostas. Pessoas com as habilidades
necessárias ..p s ra escolher os cavalos
ganhadores, usualmente dedicam-se mais a
apostar em cavalos do que pessoas que
perdem quaãé todas as vezes (a menos que os
perdedores estejam obtendo outras
recompensas por apostar - tais como. estar
com amigos ou evitar o trabalho)'1.
A punição muitas vezes aparece em
esquemas de Y K Punição em VR é menos
efetiva do que punição em FR I de mesma
intensidade, mas ainda pode suprimir o
comportamento. Um estudo com crianças pré-
escolares mostrou que punição em VR 4 foi
quase tio efetiva quanto punição em FR 1; e
tinha as vantagens de, primeiro, exigir menos Tempo
esforço dos professores e, segundo, ser menos
aversiva para os alunos (que eram punidos por
apenas uma faha em cada quatro)". Pessoas
que (foigem em alta velocidade nio sâo
detidas toda vez que excedem o limite de
velocidade; mas uma serie dc multas num
esquema de VR pode eventualmente suprimir FIGURA 12-2 Registro cumulativo de res­
seu excesso de velocidade. Numa festa de postas em esquemas de VR 10 e VR 75
coquetel, a anfitriã oferece um outro drink a Cada reforçamento é assinalado com um
um convidado. O convidado diz, "Este deve cone. >kxe-se a longa pausa pós-
ser o mcuafluarto drink”, A anfitriã replica, reforçamento e a baixa freqüência de
num' tónvWcaSiico, “Esse é o seu Sexto. Mas respostas ho esquema mais diluído.
quem •éai^onttndb?’’. Alguém contai. E a
punição por *"beber demais pode vir ftum
esquema de VR A ou VR 6, dependendo dc ESOUEA-MS DE INTERVALO FIXO
quem está contando.
Há muitas circunstâncias em que o
comportamento não pode ser reforçado ou
punido até que tenha transcorrido um
intervalo, fixo de tempo Depois daquele
intervalo fixado, a primeira resposta é
reforçada. Esses sâo esquemas de intervalo
fixo, ou FI. Se o intervalo e um minuto, o
esquema é designado FI I min. Se o intervalo
“ RosecniKe(1984). é dc um dia, o esquema i designado FI I dia.
O intervalo pode ter qualquer duraçSo. A
** Clark ct ai. (1973).
dô Comooffamftngo na Vte* Dsfrna 213

pessoa que acha' muito reforçadores e reforçamento denta dc ficar disponível. Se o


estimulantes os noticiários da noite na TV está noticiário começa às 7:00 horas c termina ãs
num esquema de F1 I dia. A cada vinte e 7 30 horas, há um penodo de disponibilidade
quatro horas, ligar a TV, depois de de 30 minutos. Depois quc terminou a
transcorrido o intervalo fixo, é reforçado pela disponibilidade, ligar a TV nio é mais
apresentação das noticias. N io inespera­ reforçado pela apresentação do noticiário O
damente, o apreciador dc noticias aprende a esquema com disponibilidade limitada usual­
ligar a TV mais ou menos à mesma hora, cada mente condiciona as pessoas a responderem
noite E^ejnaidcJnteryalo_fixq_jei>dem_a durante o penodo de disponibilidade, porque
produzir padrões dc respostas « n que estas somente respostas emitidas durante esse
são distribuídas de modo a ocoaer.jrôxifQ& período são reforçadas.
do momento em que o reforçamento começou
a se tomar disponível. Quando dois namora­
dos moram cm cidades diferentes e um KSOUEMAS DE INTERVALO VARIÁVEL
telefona para o outro todas as noites ás 21:00
horas, o outro pode observar que, w Na vida diária, a jn a iw . gane _<tos
aproximar-se essa hora, hà uma tendência a intervalos não são perfeitamente lixos como
ficar por peno de telefone, e pegá-lo logo os esquemas dos programasse TV_a volta do
depois do primeiro toque, e garantir -que cometa Ha]ley, o u jg u ro s. eywtas_ns.orp.sa-
outras pessoas da casa não usem o telefone. mente.síonomctxado.s, .A vida ê mais variável
Quando reforçadores imponantes são crono­ O carteiro. usual meme passa por volta das
metrados precisamente, nosso comportamento 10:00 boras, mas o horário exato pode .variar
se toma cronometrado. Obviamente. OS de 9:00 horas ate mci<^di^.6 e»cjuecna é de
relógios ajudam as pessoas a localizar suas intervalo variável - esquema cc VL24 horas -
respostas mais próximo do intervalo fixo comjntçrvalos médios de.24 horas, apesar das
crucial, do que seria possivcl sem esses variações comuns de uma hora.armais ou_a
recursos mecânicos. menos. Em esquemas de. Y l^a ^p ã m eira
Em esquemas de Fí, a pnm eira resposta resposta_ apropriada, deoois de transcorrido
apropriada, depots de transcorrido um um m iervab variável de tempo, è reforçada.
mtervalo fix o de tempo, é reforçgdrf*. Esquemas de intervalo variá vel produ­
Aumentando a duração de intervalo, usual­ zem catn^úrtam eitto m ais variáveis!, taxas
mente aumenta-se o intervalo entre suitos de maisalfas de respostas do aue esquemas de
respostas e diminui-se .o número total de o carteiro passasç^«£ti';jm cnte. às
respostas. 10:00 horas» -todos os dias'fcsquccna FT 24
Esquemas de inteivalo fixo são muitas horas), as pessoas nunca* irtarn. i caixa de
vezes acompanhados dc um lim ite de disponi­ correio antes das 10:00 horas, e iriam apenas
bilidade do reforçamento ("limited hold"). A uma vez. apôs as 10:00 horas. O esquema de
primeira resposta apropriada depois de VI é diferente. As pessoas começam a olltar
transcorrido o intervalo é reforçada; mas se a pela janela, em busca de sinais do caneiro, por
resposta apropriada não ocorre durante o voha dc 9:00 horas. Algumas vão ã caixa do
período limitado de disponibilidade, .o. correio duas ou três vezes antes do caneiro
passar. Seu comportamento é menos
previsivel do que se o carteiro passasse
precisamente ás 10:00 horas, porque qualquer
___f 15 No bboratono, o proximo intervalo nAo corooça.
scnâo depots do comportamento ser emiuòo. Na vi<ta hora pode ser a hora do caneiro. No passado,
diána. os intervalos muitas vezes começam nusoa elas podem ter recebido reforçadores por
curaçâo fixa dc tempo, a ptvur úo intervalo prévio, procurar a correspondência ás 9 :IS, 9:45,
independente da ocorrência «lo comportamento 10:30, 10:45, 11:30, várias outras horas,
cmolvido. ponanto tem sido reforçadas respostas
Pnncioios do ComooKBnwntoflaVNaaDiAnfl

,ariávcis. Esquemas- de VI podem’ produzir por eventos imprevisíveis. Quando refugiados


comportamento muito imprevisível, uma vez estào fugindo de uma cidadc torturada pela
:ue diferentes pessoas podem ter recebido guerra ou de uma área de perigo, é difícil
•eforçadores em qualquer um dc uma saber quando sairá o próximo barco ou avião.
•aríedade de intervalos de tempo Aipins pais Cada barco ou avião está sob disponibilidade
•ecompensam e punem seus filhos em limitada, uma vez que ele se enche rapida­
rtqueiri3$ de V Í cronometrados mais mente e não deixa lugar para passageiros
ronforme seus caprichos e emoções do que adicionais. Os refugiados aprendem logo a
contingentes ao comportamento inadequado verificar, o tempo todo, para ver se chegou um
da criança. Não é surpreendente que esse novo barco ou avião c responder rapidamente
método dc criar filhos produza resultados quando isso ocorrer
variáveis.
Quando os intervalos médios são curtos,
os esquemas de VI podem produzir altas taxas
de respostas e portanto podem ser esquemas
de manutenção efetivos. Se os ônibus circu­
lam com freqüência mas a intervalos variáveis
(VI 10 min), as pessoas podem olhar várias
vezes por minuto para ver se estã vindo tim
Entretanto, se os ônibus só passam a cada 1 ou
2 boras (VI 100 min), poucas pessoas olharão
sc vem um ônibus durante a meia hora que sc
segue à passagem dc último, e o olhar só
aumentará gradualmente dc freqüência à
medida que passar o tempo (Figura 12-3).
Um esquema de intervalo variável pode
scr acompanhado de um lim ite de disponibi­
lidade (“limited hold") Pessoas idosas podem
gostar de papear com as crianças vizinhas
quando estão fora de casa. As crianças podem
sair d< casa em esquemas variáveis e ficar por
ali apenas uns poucos minutos antes de sair
para a. rua,-. Se os idosos chegam frequen- ^
temente à janela, cies podem ver quando as ^
crianças estão lá fora e podem iniciar uma
interação reforçadora. Uma vez que as
crianças usualmente vão embora depois dc
estar lá fora por pouoos minutos, os idosos
têm que verificar com maior freqüência e
responder rapidamente quando as crianças
estão presentes, do que sc as crianças ficassem FIGURA 12-3 Registro cumulativo de res­
dentro do pálio. Assim, ambos, o intervalo postas em esquemas de VI 10 minutos c
variável e a disponibilidade limitada, aumen­ VI 100 minutos. Obscrvc-sc a lenta. taxa
tam a. frequência de respostas, quando compa­ inicia! de respostas no esquema de
rados a intervalo fixo c sem disponibilidade intervalo longo.
limitada.
Esquemas dc intervalo variável estão
operando quando vemos pessoas esperando
-Pnqdaofc.fla Com«ytam<mto na v*ia D. m a 2 1$

EFEfTOS DOS ESQUEMA do qtie esquemas de intervalo, como se_podc_


ver a partir dc suas curvas mais Íngremes. Fm
A Figura 12-4 mostra registros todos OS esquemas rig rWgSn, qiiflntn mak
cumulativos tipicos, produzidos nos quatro rápido vocè responde, mais recompensas vocé
tipos de esquema discutidos nas seções obtenf Isso 'riàô~e~vcrdadc para os esquemas
precedentes (sc os esquemas não tiverem sido de intervalo, onde os intervalos de tempo
por demais entendidos) K claro que esquemas determinam quando próximo reforçamento
variáveis tendem a produzír^rêspõstãs mais se tornará posstvel Ligar o aparelho de TV
seguidas e mais rápidas do que esquemas sete vezes por dia nâo faz o noticiário das
fixos. Esquemas fixos sSo intercalados £om 19:00 horas aparecer mais depressa; assim, o
pausas pós-reforçamento mais longas, que responder rápido é extinto cm esquemas de
reduzem a taxa towl de "respostas. Êm intervalo.
esquemas~vanáveis, que não sejam diluídos
demais, hà numerosas ocasiões em que umas CONTRASTE COMPOR TA M ENTA t.
poucas respostas rápidas produzem diversos
reforçadores em sucessão rápida, e esses
períodos de reforçamento freqüente para o Mudar de uni tipo de esquejna paragm
responder rápido fazem as pessoas apren­ tipo nwito _diferentg pode .ter ..efeitos
derem a responder em taxas altas Depots de componamcmais jmjiortaoí©. çharaads^_jic
vários ganhos numa série de maquinas de contrassc cõm^namçntal.JJu^ndo as pessoas
jogos, as pessoas aprendem que responder mudam de um es.quema d.ilu|do para um outro
rápido pode ser compensador, e das altamente . reforçador. _ elas murtas_. vezes
continuam a responder rápido, mesmo que as respondem bastante diferentementc.de pessoas
últimas quinze jogadas nâo tenham produzido que sempre tèm estado num esquemp
um úrúco ganho. altamente reforçador. Por exemplo, quando
refugiados pobres chegam pela primeira vez
aos Estados Unidos - onde seu trabalho lhes
confere muito mais riqueza do que era
possível em seu “velho pais” - muitas vezes
trabalham muito mais do que os americanos
que já vivem no pais há muito tempo. Em
qualquer emprego, os esquemas de trabalho e
pagamento são idênticos tanto para os
refugiados quanta para os americanos, mas os
refugiados tendem a trabalhar mais porque as
recompensas são muito maiores do que em
TwrpO seu pais de origem, onde estavam sob um
esquema diluído. (Apôs cerro tempo, os
imigrantes diminuem o ritmo, para trabalhar
na mesma rapidez dos americanos).
FIGURA 12-4 Registros cumulativos mos­ Quando as pessoas sSo. subitamente
trando os padrões típicos de resposta em mudadas~dS~unrêsqúéma muito generoso para
esquemas de VR. VL FR e FI (se nSo um muito diluído,'elas'agem diferentemente
tiverem sido estendidos demais). Cada das pessoas que~tem' estado~nam~esquema
reforçamento c marcado com um cone. diluído há muito tempòrQúando trabãlltadores'
bem pagos são forçados"a ter um grande cone
de salário, ou forçados a mudar para trabalhos
Além disso, esquemas de razão
nào recompensadores, eles muitas vezes se
usualmente produzem respostas mais~raprcfãs
tomam irritados e param de trabaLhar. Isso, de
P n re lp n » do C o n e o n r a tto na V *a Ciana 2 16

novo, c contraste •comportamental. (Sc eles p?ça se encaixara em algum lugar Aderir á
nio podem negociar aumentos de salário ou tarefa inevitavelmente conduz ao reforça­
encontrar melhores empregos, podem mento, “se vocé continuar tentando”. Algu­
finalmente acomodar-se ao trabalho sob mas vezes, bastam uma ou duas tentativas,
esquemas de reforçamento diluido) outras vezes são necessárias vinte e cinco ou
trima tentativas Mas. no final, sempre ocorre
o sucesso: a persistência compensa. Depois de
EFEITOS DE REFORÇAMENTO as crianças terem se adaptado a esquemas dc
m m .L PR diluídos relacionados à dificuldade de
quebra-cabeças, eias podem mostrar impres­
Se o reforçamemo se segue ao j uccta/irg. sionante persistência ao trabalhar com quebra-
apenas pane do tempo, o operante estã num cabeças. experimentando dezenas dc peças em
esquema de reforçamento narctaL lambem cada lugar, mesmo quando a maior parte de
c7ia/nadq^re/orçafànlQ-.iiiUj3Ç!W>ie_E.squ& suas tentativas resultam em fracasso Elas
mas dc VR_e.ElL(cxccto_o_FR 1). produzem aprenderam a ser persistentes, a perseverar
reforçamento jw i^ .J E s q u e s w d e ^ j^ ^ e m diante do fracasso. Aprenderam o valor dc
menor extensão, os esquemas. F1_- usualmente “Insistir e nâo desistir"
en^lv«n_re&rsamemo parcial porque as pes­ Ao contrário, crianças que sâo
soas frequentemente, emitem diversas resoos- transferidas muito rapidamente para quebra-
tas para cada reforçadqr.reçd>ido. O reforça­ cabeças difíceis experimentam altas incidên­
mento parcial (PR) é, _oom freqüência, jiwit.o cias dc fracasso. A mudança rápida para
efetivo na manutençào do componamento esquemas diluidos pode fazer com que as
Mudar as pessoas para esQvtuuis de crianças fiquem frustradas e desistam de fazer
racâo progres&yG?nenfe_ mats_. diluídos ,é quebra-cabeças antes de aprenderem a persis­
especialmente efetivo para a manutenção do tência. O estabelecimento de persistência
comportamento, porque_ptx>du:jK rsístênçia. comportamental usualmente requer uma scriç
ou "Insista, ijâo desista " Quando se dao de müdanças-sraduais para esquênm de PR
inicialmente às crianças quebra-cabeças de pròurcssivamcnte mais diluidos
peças recortadas, elas frequentemente come­ Algumas vezes, a persistência criada
çam com tais quebra-cabeças simples, de pela diluição gradual de esquemas de PR é
modo que é fãcil colocar cada peça no lugar admirável; outras vezes, c irritante. Depende
correto depois de uma, duas ou trés tentativas' dc se o componamento em questão é desejá­
este é um esquema dc VR 2 que fornece vel ou não. Gerãtaemc consideramos admirá­
niveis bem mais altos de reforçamento para a vel quando uma pessoa é persistente num
aprendizagem iniciaL A seguir, os pais podem comportamento desejável. A criança que não
trazer para a criança quebra-cabeças dc desiste em problemas difíceis do para-casa
dificuldade gradualmente crescente. À medida pode eventualmente solucionar os problemas,
que os quebra-cabeças se tomam mais aprendendo consequentemente mais do que a
complexos, a criança pode ter que fazer dez criança que desist tu antes de encontrar a
ou vinte tentativas ao colocar uma peça, antes solução. O Iider do grupo minoritário que
de encontrar a posição correta (VR IS). Ã continua lutando pelos direitos dc seu povo, a
medida que a criança se adapta gradualmente despeito do fracasso freqüente e do sucesso
a esses esquemas de reforçamento parda}, a apenas limitado, é admirado pda dcdicaçèo e
criança aprende a continuar trabalhando num determinação. O diplomata que continua
quebra-cabeça mesmo quando falharam as tentando trabalhai peto estabelecimento da
últimas quinze, vime ou vinte e cinco paz entre nações hostis - c não desiste apesar
tentativas de colocar uma peça. Depois de dos incontáveis fracassos - pode eventual­
estar, por algum tempo, num esquema de VR mente negociar um tratado que evita a guerra
IS, a criança aprende que eventualmente cada
Pnncipw tio ComixxtatTwrto r i V.dâ Dlftrta - ’1

c salva milhares de vidas. Em todas as arcas colociram num esquema dc VR 6 (que e um


da vida há muitas pessoas admiráveis que esquema de reforçamento parcial). Quando
"persistem e nâo desistem", apesar dos longos Connie e Patti entram para o jardim de
períodos de fracasso; e eventualmente inf&ncia, a professora percebe o comporta­
realizam tarefas importantes quando outros já mento inadequado de birra e sugere a seus
teriam desistido de tentar há muito tempo. pais que usem modificação de comportamento
para eliminar as birras. A professora e os pais
Entretanto, quando as pessoas exibem
decidem extinguir o comportamento. Tanto na
persistência em componamento inadequado,
escola quanto em casa, cies removerão todo o
são muitas vezes consideradas como
reforçamento para as binas, não prestando
incômodas. Um menino, que chora e lamúria
nenhuma atenção quando a criança fizer uma
durante horas, pode estar num esquema de PR
birra.
diluído, sc os pais cedem muito frequente­
mente e o deixam fazer o que quer Um
reforçamento a cada duas horas pode manter
bastante efetivamente o choro. A criança
aprendeu que se chorar bastante tempo, os
pais a atenderão Governos militares muitas
vezes consideram as guerrilhas no interior
como estorvos: apesar das guerrilhas só
poderem ter raros sucessos no combate ao
governo, elas são persistentes cm seus
esforços porque ocasionalmente seus esforços
AltlMtt
sio bem sucedidos. Note-se que o comporta­ axtrçlo a«r«r«* » «xbnçfa
mento que è considerado indesejável por um
grupo pode scr julgado desejável por outro: o
governo vé as guerrilhas persistentes como FIGURA 12-5 Esse gráfico hipotético mostra
incômodas, e as pessoas que detestam o os padrões gerais de comportamento
governo as vêem como corajosas lutas pela vistos cm extinção, depois de reforça­
liberdade. mento continuo e depois de reforçamento
parcial
Um do_s_ mais_importantes efeitos do.
reforçamento. parcial é visto quando o
comport arnento passa poc^cxtinçâo; uma Como respondem as crianças durante a
história anterior de PR ajuda a jnanter o • extinção? No primeiro3iá‘dè~exiünçio após o-
comportamento, mesmo, depois de .ser retirado reforçamento coatinuo, Connie fcz mais birras,
toda o reforçamento. isio. é. durante a do que fazia antes. Entretanto, a freqüência de
extinção. Componamento que jstevcÜ cm suas birras declina rapidamente nos dias
esquemas de~ reforçamento paçãal-C-.mais seguintes de não - reforçamento. Devido i
resistente à extinção do que comportamento história de reforçamento parcial, as birras de
que esteve sob reforçamento continuo Patti têm uma mudança menos rápida No
Comparemos o comportamento de duas primeiro dia de extinção. n&o hà uma
crianças, sendo que ambas exibem comporta­ diferença notável na freqüência de birras. Na
mentos de birra (Figura 12-5). Connie tem primeira semana, hà pouca mudança. Só
recebido reforçamento continuo pelas birras e depois de duas ou três semanas ê que declina
Patti, reforçamento parcial. Isto è, cada vez a freqüência das birras dc Patti. Muito tempo
que Connie faz uma birra, seus pais atendem e depois de Connie ter virtualmente deixado de
deixam-no fazer o que quer. Os pais de Patti fazer birras, Patti ainda as está exibindo, a
têm dois outros filhos e nio podem atender a despeito da falta de reforçamento.
muitas birras. Sem o saber, os pais de Patti a
Pfiftcl&os ao Com&anamgnto na Vida Oróna 218

Pia^Oúsiócias_B^ia$_ilç_rcfor.çai t>s efeitos-do reforçamento parcial são


m e n lo cg n tin iin * p arcial pf!*<nr«»tnj^U rfjfo. comumente visíveis à medida que as crianças
renças nos padrões.de. comportamcntoduraote crescem e as respostas infantis - chorar,
a extinção? A resposta envolve discriminação. amuar-se. gritar, ser incômodo - passasn para
Antes da extinção. Connie estava recebendo esquemas de reforçamento parda! e final­
reforçadores para cada birra. Depois da mente para extinção. Pessoas que p3ssaram
extinção, as birras nào eram mais seguidas de um período de reforçamento parcial antes da
teforçamento. Essa c uma simples discrimina­ extinção conservam seus hábitos infantis por
ção entre branco e preto: tudo versus nada. Ê mais tempo do que as pessoas para as quais a
fãcil discriminar que "agora as coisas estão atenção a seus comportamentos infantis foi
diferentes". No primeiro dia de extinção de cortada mais abruptamente. Muitas vezes, a
Connie, ela fez 20 por cento mais birras; mas morte de um dos pais deixa o outro pai com
a freqüência de birras logo caiu a zero. O menos tempo para prestar atenção ao
aumento temporário no primeiro dia e componamento infantil; e, nas semanas após a
comum. As birras sempre tinham ajudado mone, as crianças aprendem a “crescer" mais
Connie a conseguir o que queria, assim, depressa e ajudar em trabalhos domésticos
estavam sob forte controle dc S cm situações sem chorar ou amuar-se.
em quc Connie não conseguisse o que queria.
Os efeitos do reforçamento parcial
Quando Connie fez birras mas não conseguiu podem ser vistos em outras situações tambem
o quc queria, no primeiro dia de extinção, O anista ou escritor medíocres receberam, na
“não conseguir o que queria" tinha forte
escola secundária, algum estimulo (reforça­
controle de SD para fazer uma outra birra. mento parcial) dc professores que acreditaram
Uma vez que os pais de Connie c a professora
numa melhoria. Na faculdade, o esquema de
foram consistentes em não reforçar essas PR foi diluído cm seguida, uma vez que
birras, Connie rapidamente aprendeu a
poucas pessoas elogiaram os seus trabalhos
discriminar que birras não mais produziam medíocres Desde que esquemas de PR podem
atenção e parou dc fazê-las
manter o componamento por muito tempo, o
Patti demorou mais a discriminar que a artista continuou fazendo quadros, apesar dos
extinção tinha começado. A experiência reforçadores serem poucos ou muito afastados
anterior de Patti num esquema de VR-6 a um do outro. Finalmente, ao sair da faculdade,
tinha tomado muito acostumada ao não-refor- o artista pode não encontrar ninguém que
çantento. AftnaJ, cm média, cinco ou seis de elogie seu trabalho mediocre ou ninguém que
suas birras não tinham sido reforçadas Além o compre. Isso é extinção.. Devido aos
disso, o esquema de VR 6 de Patti inclui, esquemas anteriores dc PR, o artista pode.
divenas ocasiões cm que ela tinha feito dez batalhar muitos meses, antes de começar a
ou doze birras antes dc receber os discriminar que não há mais reforçamento
reforçadores Os primeiros dias em que seu para pintar (Um artista que tivesse passado de
comportamento esteve cm extinção Cotam reforçamento continuo para a extinção do dia
similares àquelas experiências passadas em para a noite, teria discriminado muito
que Patti tinha feito dez ou doze birras sem rapidamente quc não havia mais quaisquer
reforçamento. Foram necessárias algumas refbrçamentos para pintar e teria desistido
senutnas para Patti discriminar as diferenças m us depressa!)
entre as duas situações: (I) o amigo esquema Uma vez quc a maior pan e do
de VR 6 (em que cinco ou seis respostas não
comportamento adulto é mantido sob
eram reforçadas), e (2) a nova situação de
esquemas de_ P R ^é_ co m u m as_.pessoas,
extinção (em que seis de cada seis respostas passarem por longos períodos de transição,
não eram reforçadas)
sem saber sc continuam, quando"seu~tr afaãlho.
atividade esportiva, atividade artística ou
Pnrcioios do Cotrcortarr.wtto na SMa Ptána 2 19

hobbies d e i^ a ijlêJo rriêç^-lli^e^m ji^n sàs taxas de respósrãs mais lentas do que a taxa X
externas..Uma pessoa pode questionar se isso são punidas, uma vez que o cimento seca
é meramente uma "fase de talta dc sorte”, antes de ter sido trabalhado na tbrma correta
quando nào consegue vender as últimas vinte Portanto, essas baixas taxas sâo suprimidas
teias. Pode scr que a próxima seja vendida por (setas para baixo na Figura 12-6). Por outro
um preço compensador. A pessoa deveria lado, altas taxas de respostas são reforçadas,
abandonar a arte. ou se esforçar mais na uma vez que permitem ao usuário modelar o
esperança de “estourar no mercado'*? Esses cimento na forma adequada, antes que o
pensamentos sâo efeitos colaterais comuns de material endureça Essas respostas rápidas sâo
estar num esquema muito estendido ou estar reforçadas (setas para cima na Figura 12-6).
em extinção depois de reforçamento parcial. Assim, depois de reforçamento diferencial, a
Só depois dc um longo periodo de não* taxa dc respostas muda para niveis altos
reforçamento é que se toma claro - uma (curva continua na Figura 12-6)
discriminação fãcil - que a arte é um beco
sem saída, para o qual a pessoa só pode
esperar recompensas exiemas raras no futuro.

REFORÇAMENTO DIFERENGALDE
ALTAS TAXAS DE RESPOSTAS - D RH

Quando. um comportam ento deve ser


realizado rapidamente para produzir reforça-
mento. ele^está jo b -jm esquema de reforça ­
mento diferencial de alias laxas^de respostas
Ciclistas e corredores estão sob
esquemas de D RH para pedalar ou correi tão FIGURA 12-6 Os efeitos dc esquemas de
depressa quanto possam, se quiserem ser DRR
recompensados com uma vitória. O advogado,
que corre contra o relógio para documentar
um caso ames que o júri se reuna, está num
esquema de DRH. Datilógrafos e esteoõgrafos REFORÇAMENTO DIFERENCIAL DE
podem ter que passar por um teste de rapidez BAIXAS TAXAS DE RESPOSTAS - DRL
para serem admitidos em seus empregos
Policiais, bombeiros e outros trabalhadores
que fazem atendimento de emergência devem
trabalhar depressa a fim de serem recompen­ realizado*lentamente para produzir reforça-
sados com a completação bem sucedida de mcnlo. ele está sob um esquema de reforca-
suas tarefas. rmnt<^difejtwUaljkJHi&SkS Kt&asm
(DRJ.J. Pintura detalhada, meticulosa e
Todos os esquemas de DRH modificam trabalho de arte ddicado, usualmente
a taxa de resposta, reforçando o responder em requerem baixas taxas de respostas, a fim de
altas taxas, e punindo ou extinguindo baixas evitar enos e atingir padrões de exatidão.
taxas Por exemplo, há várias tintas de Pessoas que ingerem álcool muito depressa,
secagem rápida, cimentos e colas que impõem em festas, muitas vezes ficam sob esquemas
esquemas dc DRH a seus usuários. Quando a de DRL. Se bebem depressa demais (linha
pessoa usa pela primeira vez um cimento de pontilhada na Figura 12-7), ficam bêbados e
secagem rápida, suas taxas iniciais de algumas vezes fazem coisas de que mais tarde
respostas podem exibir considerável variabili­ se arrependem. Se o beber mais depressa do
dade (linha pontilhada na Figura 12*6). As
P n ro a o s co Ccmrartgnwuo m vidi COna 220

que a taxa X c frequentemente' punido, as *ESOUC.M/1S COMPASSADOS


taxas altas de beber s&o suprimidas (selas para
baixo na Figura 12*7) Baixas taxas de beber
Os esquemas compassados são relacio­
permitem i pessoa apreciar a bebida, sem ter
nados aos dc DRH e DRL. Nos esquem as
problemas. Por isso, essas baixas taxas s5o
compassados, as respostas tènt. <fíie svr nem
reforçadas e se tomam mais freqüentes (setas
muito^róiHdasu&m m a to Umas: tèm que ser
para cima). Se o reforçamento diferencial de compassadas num certo r)jm o_aJim jfe_$erem
baixas taxas for suficientemente forte, a reforçadas*. A criança que brinca de pular
pessoa que costumava beber depressa demais corda tem que compassar cada pulo com o
aprende a beber mais vagarosamente (jmHa
ritmo da corda, para poder conrimiar na
continua na Figura 12*7). brincadeira. Os músicos tém que compassar
* Uma estratégia auxiliar para quem está sua execução com o maestro - ou um com o
em regime e impor-se um esguema _de.X»RL outro - a fim dc produzir uma música bonita.
para as atividades de comer. _Aç^itiyés .de Qualquer que «ej* n cnmpasy). o responder na
grandes garfadas de alimento numa alta i m , taxa especificada_c condição para o
d controlador de peso aprende a comer mais reforçamento. Outras taxas sâo ou punidas ou
devagar c ~com pausas entre uma e outra não reforçadas O aluno principiante de
porçáo de «iimemo. Um golej c água entre as música pode muitas vezes tocar trechos
porções também aiuda_a_diminuir as.taxãLde depressa demais ou devagar demais De
comer e encher o estômago. Algumas pessoas inicio, um professor reforça compassos
necessitam dc ajuda dc outras, para _se_obngflj~ corretos e critica compassos errados Mais
ag«gMema~de DRL e impedir uplretomo ao tarde. os sons da boa música reforçam
con>er rápido. Tomando-se mais lenta, uma compassos corretos c os maus sons punem
excesso de peso evita limpar o compassos inconetos. Eventualmente, o
paBÔjjêprcssã demais, e assim evita os S^ s músico aprende habilidades de compassar
para repetir uma segunda ou terceira vez com precisão A punição suprime o compassar
fraco (setas para baixo na Figura 12*8), e o
reforçamemo aumenta a probabilidade do
compassar correto (setas para cima).

FIGURA 12-7 Os efeitos de esquemas de


DRL.

FIGURA 12.8 - Os efeitos de esquemas


compassados.
P r o n t a s eo Ccmftôffamorrtfl na v m IHí m a

0$ dauiografor impõem um esquema recompensando 'qualquer outra classe dc


compassado a taxa de datilografar. Se duas resposta, quc não o componamento infantil.
teclas forem batidas muito próximas uma da Toda vez que o adolescente deixa de ser
outra, elas se agarram e, ou não sai nada na infantil, os pais são amistosos e cannhosos
página ou sai um em). Assim, depois dc scr Isso c um esquema de DRO
pressionada uma tecla, há um breve imervalo
Algumas vezes as pessoas impõem a si
durante o qual o apertar a próxima tecla será
próprias esquemas de DRO para reforçar o
punido ou. pelo menos, não será reforçado. Os nâo la2er um componamento problemático.
datilógratos aprendem a evitar compassar suas
Se tdas freqüentes á cozinha resultam em
batidas muito juntas umas das outras, para beliscar alimentos c atingir um peso não
evitar esses eventos nâo*reforçadores Eles desejado, fazer qualquer outra coisa que não
também aprendem a evitar compassar as
^seja visitar a cozinha será recompensado pela
batidas nuiito lentamente, porque nunca '{H evitaçâo do alimento e portanto pela evitação
conseguem terminar seu trabalho. fazendo-o dc problemas de cxccsso dc peso. Quando
cm taxas demasiadamente baixas. O datilo­
uma pessoa sente fome, fazer uma ligação
grafar compassado em taxas intermediárias
telefônica ou pegar uma revista pode distraí-
produz reforçamento máximo.
la, c ser recompensado pela evitação bem
Alguns esquemas compassados são sucedida do alimento. Pessoas que detestam
muito exigentes, de modo que respostas~que ganhar peso. muitas vezes aprendem um
ocorram um mili-segundo mais cedo ou mais repertório dessas respostas incompatíveis quc
tarde são punidas. Outros deixam margem são recompensadas cm esquemas dc DRO.
maior para variação. O jogador de video-game Uma _vez que as respostas itico^panveis
pode perder o jogo sc as respostas estiverem
apenas alguns mili-segundos fora de sincronia indesejável. _as_ respostas incompatíveis s§o
com o compasso do jogo; mas um datilografo reforçadas
cm um processador de palavras pode Os Alcóolatras Anônimos usam DRO
interromper o compasso normal dc bater, a
^ para ajudar os cx-alcòolatras a permanecer
qualquer momento, sem penalidade Dois / longe da bebida Durante os encontros de AA,
patinadores podem ficar descompassados um
!>', os ex-bebedores se reforçam uns aos outros
do outro por vários segundos: se estiverem
£ • por aprenderem novas atividades ou habili­
numa competição olimpica, podem perder sua
dades quc ajudam a evitar a bebida. Vários
chance de ganhar uma medalha de ouro; mas. centros de reabilitação de drogados, clinicas
se estiverem simplesmente Gizcndo skate por.
de fumantes, e g rap o rd e controle de peso
diversão, ficar fora do compasso nio è
reforçam a aquisição e manutenção de
problema.
atividades incompatíveis que ajudam as
pessoas a permanecer afastadas de seus
REFORÇAMENTO DIFERENCIAI. DE comportamentos-problema. Por exemplo, o
OUTRO COMPORTAMENTO - PRO centro de reabilitação dc drogados. Dclanccy
Street, retorça seus membros a fazerem
trabalho voluntário na comunidade, ensinar a
Quando uma pessoa deve abster-se de policia como lidar com drogadictos, aprender
uma resposta especijdoada _por um certo novas habilidades de trabalho, c assim por
tempo, o esquem a é.cham ado reforcamenio diante. Esses esquemas de DRO dão á cada
diferenctal de outro comportamento 7ÔRÒ). pessoa a liberdade de selecionar quaisquer
Fazer qualquer coisa que não seja o compona­ outras respostas incompatíveis que achem
mento especificado - ate mesmo nâo fazer mais reforçadoras.
nada - será reforçado. Os pais podem ajudar
os adolescentes a superar comportamentos Em geral esauemas de DRO são
infantis • tais como chorar ou amuar-se - superiores à puniçio para reduzir a freqüência
PnoctotOT do Comportamento na Vxla Oiâna 22 2

de um componamertfoindcsciayd porque_ o rçiais àtividades -Esquemas múltiplos com a-


PRO dá à pessoa novas atividades alternativas tem de dois oti n iã ir esquemas componentes
para saiisfazc-ia, ao invês~dè simplesmente que aparecem m m ctctojM n u m a j^rn a çà o
suprimir as vdhas~áttví5à<iês~indeseiàveis. randómica. cada um sinalizado_por um ,V°
Algumas vezes as atividades desejáveis 'distinto. Quando o despertador do forno toca,
são suprimidas pelo DRO. Depois da ao final dc 10 minutos, e hora dc (irar o
universidade, ler um livro serio está muitas tabuleiro de biscoitos amanteigados (Fl 10
vezes cm esquema de DRO. Há tanto min) c passar cada um dos vinte e quatro
reforçamento por fazer outras coisas que nâo biscoitos para a grade de resfriamento (FR
sejam ler - cuidar de filhos, atividades sociais, 24). Em seguida, e hora dc encher o tabuleiro
irabalho, ver televisão, viajar - que muitas com vinte e quatro bolas de massa crua (FR
pessoas não têra tempo necessário para ler 24) e ligar o despertador. Dez minutos depois,
livros sérios depois de uma universidade. o d d o de esquemas componentes se repetirá.
Quando vocè ouvir alguém dizer, “Eu não ^ Esquemas concorrentes permitem à
tenho tempo para fazer... (algum '-pessoa alternar entre dois ou mais esquemas, á
comportamento)... mais” é muito provável que vontade - numa b w dc liberdade. A pessoa
a atividade tenha sido suprimida por DRO, escolhe quando alternar as atividades, mais do
porque há reforçadores demais para respostas que fazer a seqücncia de atividades impostas
incompatíveis. — pela natureza da tarefa. Esquemas conçor-
rentes consisiem _ik dois nu meusy jq u a m í
separados <flie_uperam_ao__,nKsmo^l£mpo.
ESQUEMAS COMPOSTOS permitindo à pessna mmfar livremente de nm
para outro. Enquanto trabalha no preparo do
Quando esquemas diferentes^ _ etíã o pratò principal (com seu esquema único de
/jgmjpaÕH inurlitfadcxt, podem sercham ados atividades), um cozinheiro pode ocasional­
de esquemas cof*pQ&a$._Ã vida diária _agre; mente mudar para outras atividades - prepara
senta padrões complexos c frequentemente a salada, fazer os enfeites, preparar uma
mutáveis de esquemas compostos, especial­ sobremesa quando uma dessas atividades
mente' esquemas encadeados, múltiplos e (com seus esquemas próprios de
conõorrêm es.'* reforçamento) pode ser bem encaixada
Cozinhar, muitas vezes, envolve todos
os três tipos de esquemas compostos. Uma ESQUEMAS CONCORREjVTES E
receita pode estabelecer: junte três claras em ESCOLHA
neve (FR 3), dnco colheres de açúcar (FR 5),
e bata em alta velocidade (DRH) até que
fiquem no ponto de suspiro. Isso é realmente Esquemas conconcntes - que permitem
uma cadeia de diversos esquemas menores. à pessoa mudar de uma para outra atividade -
Esquemas encadeados consistem, de uma série sio extremamente comuns na vida diária Eles
linear de esquemas componentes» cada um operam quando a pessoa pode escolher quanto
sSãfizãdo por um~S^dãüntõ^_que conduz a tempo quer dedicar a diferentes atividades e
algum reforçamento terminal. A completaçáo seus respectivos esquemas dc reforçamento
B icada ctapaHareceita é o S^'para mover-se Um parque de diversões propicia um
para a próxima etapa, com seu esquema unioo grande número de esquemas concorrentes de
de atividades. Todas ãs etapas_condu.ze.rnao reforçamento: há todos os tipos de brinca­
reforçamento terminal. - tal como algo deiras e atividades, dentre as quais vocé pode
delicioso para comer escolher, e todas são disponíveis ao mesmo
Esquemas múltiplos fazem as pessoas se tempo Cada atividade tem seu próprio
moverem para frente e para irás entre duas ou esquema de reforçamento. que é separado e
Priocioiot do Cofflportamonio na vm« Diàrta 223

independente dos outros. Por cxcntplo, o stand tnenos atraente.-mesmo que a discoteca, cm si
dc tbo ao alvo lornece um esquema dc VR 3, mesma, permaneça inalterada. Se diversos
se vocc acertar o alvo cm média a cada filmes bons entrarem em cartaz na cidade no
terceira vez que vocc aura. A casa mal fim-de-semana. o casal pode e&colher ir ao
assombrada fornece um esquema de VR 12, se cinema tanto na sexta-feira quanto no sábado
houver uma surpresa nova em média a cada e deixar de ir á discoteca. A atração da
doze passos. A montanha russa fornece discoteca c relativa ás alternativas Em
reforçamento quase continuo (CRF) logo que esquemas concorrentes. mudanças na atração
começa a se movimeniar Vocé pode alternar de um esquema podem afetar ax escolhas de
de uma para outra entre as atividades,- na uma pessoa tanto em relacSa a esse quanto a
ordem em que quizer, indo primeiro para o outros esauemas.
tiro ao alvo, depois para a casa mal Um corredor internacional de longas
assombrada, depois para a montanha russa A distâncias pode usar esquemas compassados
escolha é sua. quando está treinando para compctiçõcs
Quando as pessoas chegam cm casa á importantes O corredor escolhe entre três
noite, elas podem escolher erure numerosas companheiros atletas que lém trés diferentes
atividades alternativas, cada escolha propici­ compassos de corrida. Se um dos trés atletas
ando diferentes esquemas de reforçamento. esta contundido e tem que correr num
Hã a escolha entre fazar um mexidinho para o compasso mais lento, o corredor de longa
jantar (que envolve uma longa cadeia dc distância pode decidir gastar menos tempo
pequenos esquemas dc FR e FI) ou colocar correndo com o atleta contundido e mais
um prato do freezer no fomo (que está num tempo com os dois outros, apesar desses dois
esquema menos exigente, mas muitas vezes nâo terem mudado em nada seu ritmo
menos reforçador) Alem disso, há as escolhas Uma vez que a escolha é influenciada
entre esquemas, compassados, compassar as pelas alternativas, não podemos entender as
atividades da noite para sincronizá-las com os escolhas de uma pessoa sem conhecer as
melhores shows da TV, ou compassá-las com alternativas que êstSo dispqmveís. O simples
os esquemas do bar ou da discoteca. Hè fato de saber que uma pessoa gosta de música
incontáveis outras escolhas, tais como sentar- e tem um disco novo de um artista favorito
se com um bom livro, chamar alguns amigos nio nos informa o suficiente para prodizer que
ou sair para um passeio dc carro. Diferentes a pessoa permanecerá cm casa e ouvirá a
pessoas respondem a esses esquemas concor­ música. A escolha depende das alternativas:
rentes com diferentes escolhas, selecionando há um filme novo interessante na cidade? A
algumas opções e negligenciando ouiras. pessoa foi chamada ao hospital por causa de
A primeira observação a fazer em uma emergência na fàmilia?
relação a isso è que a escolha é relaiiva. A. Tem-se feito uma considerável quanti­
çacolha dc qualquer atividade A depende de
dade de pesquisa sobre os esquemas concor­
todas as alternativas - B, C ou P. Se a rentes, a fim de identificar as variáveis que
.atividade A sc toma mais atraente, afeta as influenciam a escolha14. Trés das m as
escolhas'dá'pessoa J»ra”tõHãs a^atiyidadffiúr importantes wariáveis que itiflutnaam q_
-A B. C e D J»"ájnda'q üê apenas A tenha escolha Jè uma pessoa entre diferentes
mudaflõT rã medida csil-Quc as pessoas esquemas concorrentes são: a frequência ([■').
çscolhcm mais A, dcdicamjnenos tempo a B. magtunidc l\l) e o atraso (A) do reforçamento
C ou~~Dr Se* a discoteca D é sempre fornecido por cada esquenta. A seguinte
estimulante e um casal tem sempre escolhido
ir lá nas noites de sábado, sua escolha pode
ser alternada se uma de suas atividades
alternativas (A, B ou C) tomar-se mais ou “ Hcítiisuwi (1961.1970); ác VUlios (1977),
Principio» q o .C arco fiafi^fta na V*ia Ddna 224

equação simples mostra a auaçSo ycral de atraso do reforçamento reduz a atração de


qualquer escolha dada. uma atividade
A equação de três partes - F x M A -
A atração é proporcional ã F x M nos diz alguma coisa sobre a atração de
(escreve-se tambem F x M A) A qualquer esquema de reforçamento dado. mas
ela sozinha não prediz a escolha. A escolha
Aumentando a freqüência ou magnitude sempre envolve uma comparação da atração
dos feforç a ritw ^ atimgpta.se a «tração d<» um relativa de duas ou três alternativat. Os
esquema. O atraso tem o efeito oposto. vaiores dc F, M e A para cada esquema de
aumentando o atraso entre o momento da. reforçamento ajudam a predizer qual escolha é
escolha._e._o momento de reforçamento, mais atraente. Se quiséssemos saber qual de
diminui-se a «ração do esquema. Geralmente, dois jogos de guerra espacial seria mais
esquemas de reforçamento que fornecem popular, poderíamos comparar as equações F
reforçadores freqüentes de alta masnitude_e_ x M A para os dois jogos Poderíamos
mirtmo atraso sio mais atraentes! verificar quc o Jogo 1 permitia que o jogador
fizesse 20 ataques por minuto sobre os alvos
Se quiséssemos avaliar a atração dc inimigos (F - 20 por min), quc os ataques
jogos de video-game que simulam batalhas dc produziam uma explosão de luz de 2
naves espaciais, observaríamos todos os três polegadas dc diâmetro na tela do video (M * 2
aspectos de seus esquemas de reforçamento' poleg). e o atraso entre atirar e ver a explosão
F. M e A. Um jogo que programasse era de 10 mili-segundos (A * 10 mseg) O
oportunidades freqüentes de atingir as Jogo II pode permitÍT S0 ataques por minuto
aeronaves inimigas seria mais atraente do que (F = 50), com explosões menores, que tinham
um jogo que programasse apenas raras I polegada de diâmetro (M • l) e atrasos mais
oportunidades de atingir os alvos inimigos. A longos, de 50 mili-segundos (A “ 50).
magnitude da imagem no video e dos efeitos
de som são também importantes: a atração dos
jogos de guerra espadai aumenta à medida JO G O I JQGOJI
que aumenta a magnitude dos estimulos
reforçadores. Ver uma nave espacial inimiga F - 20. M = 2. F -S 0 .M * I
explodir numa brilhante rajada de fragmentos A = 10 A • 50
coloridos fomece uma magnitude maior de
F x M - 2 0 x 2 = •/ F x M - 50x1 * l
estimulação sensorial do quc simplesmente
ver a nave desaparecer da teia, e jogos com A 10 A 50
alta magnitude de efeitos são usualmente uma
escolha mais atrativa. Finalmente, atrasos que
Os números 4 c I indicam a atração
sSo programados para acontecerem eaue a
relativa de cada jogo. revelando -quc os
ação do jogador e os eventos na tela tèm um
esquemas de icforçaroento no Jogo I são 4
efeito inverso sobre a atraçio: o aumento do vezes mais atraentes do que os do Jogo 11.
atraso entre a ação e o reforçamento causa um
decrésdmo na atração do jogo Atrasos curtos A Jeide /wffcfo/igjíaiustc. adequação)
mantém alta a atração total. Não é sem razão descreve como a atração de diferentes
que os projetistas de video-game programem esquemas concorrentes afeta a escolha: os
seus jogos para terem responsividade quase individuos tendem a adequar a freqüência de
instantânea. É muito mais excitante atirar uma seu compÓrTUinêuTo á airação relatfva dos
bola de laser e golpear imediatamente a nave esquemas coiKÕrreniesrdispõnívei?,r ' Se dois
espacial inimiga do que atirar com uma arma
de “bala lenta”, que pode demorar dois
minutos para atingir o alvo. O aumento no w de VtÜKfY iWTf. Logue (1983) O
ooraporumeruo de escolha tem sido analisado cm
Pnnaw oi < 1 0 CompytapwTO.M Vida Oitaa

esquemas sào igualmente atraentes, as pessoas esquemas I c 11 são igualmente atraentes, cada
usualmente gastam quantidades dc tempo um avaliado como +1. eniio a equação seria
iguais cm cada um. alternando entre os dois lida como se segue:
Se um esquema é duas vezes mais atraente do
que o segundo, as pessoas usualmente gastam
duas vezes mais tempo na alternativa mais Escolha Ue I ■ u tra ç jo d e I
atraente. Um casal que aprecia duas vezes (dtracuo J c 1) * (atração d c II)
mais uma noite na discoteca do que uma nohe
no cinema, iria mais ou menos duas vezes 7+T “ 2"
mais frequentemente ã discoteca do que* ao
cinema. Sc o video-game l ê quatro vezes
mais atraente do que o Jogo II, a maior pane 0 que significa que metade do tempo as
das pessoas jogaria o Jogo 1 quatro vezes mais pessoas tàrlo a atividade I (e metade do
frequentemente do quc o Jogo II. A freqüência tempo elas fàrão U). Se alguém gostasse
de escolhas diferentes è adequada à sua igualmente de sorvete de chooolatc e de
atração baunilha (e nio pudesse comprar nenhum
outro sabor), a pessoa escolheria chocolate
A lei_de matchina nào pode predizer cerca dc metade do tempo c baunilha cerca de
todas escolhas. porque há outras variáveis, metade do tempo.
alem de e Ã. que influenciam aescglha;
mas "essa lêi simples tem surpreendente Se 0 video-game I tem uma atração de
sucesso na explicação de padrões dc escolha**. -*-4 c o jogo II uma atração de+1, a equação se
(Raciocínio e escolha orientados por regra são lé como se segue
explicados no Capitulo 14).
Se queremos saber quanto tempo uma Escolha d e l = ________ 0tração d e I_________
pessoa gastará num dado esquema, devemos (a tn c à o d e I) + (otraçoo d c IQ
compará-lo a iodos os esquemas alternativos
disponíveis. No caso mais simples, dc duas 4+1 5
atividades - 1 e il - a quantidade de tempo
dedicada ao esquema I é proporcional à
atração de l dividida peia atração total dc I e O que significa que quatro vezes em
II cinco, as pessoas jogarão o jogo I (e a vez
restante, dentre as d oco, elas jogarão o jogo
£-v - ,*
Escolha de I » ______ atraçgôttel * -
(atração dc 1) + (atração de H) .. _ . Uma vez que sabemos que a atração é
proporcional a F x M . A , podemos escrever
como se segue a equação para a lei de
Essa equação significa simplesmente matching dc escolha:
que a porção de tempo que uma pessoa decide
dedicar a I ê baseada na atração de I
comparada i atração total dc 1 e 11. Se dois EscoUu dff 1• F x M: A para I
(F x M: A p/ I) + {F x M : A p / U)
lermo* lanio <fc nuiduog quamo de ms.ximc9çdo; e os Isso é 0 mesmo que escrever a equação
memos rtiauvos das duas teonas aiada csiSo sendo como se segue:
debatidos iRachlirt ct al,. 19M; e comentários a Fr k M,
respeito) Para simplificar, sò o mnlchiog e apresentado
aqui. Escolha Am A\
Fi x M> * x Mg
“ áe V tllim ( 1977), Bawn (1979): Z d k r c Blnkdj A| Ag
(198)); Todwov ct *L ( m 3 ) . Weardeo (19*3).
Pnndoios ao Cofnaortamwtona Vrta Oiina 226

Essas equaçõef simplesmente afirmam uma pessoa mutto especial. N’amorados que
que jem po que uma pessoa moram em cidades diferentes algumas vezes,
escolhe o esquema X é j gual à atração de X escrevem diariamente tirando o tempo dos
dividida.pela atraçSo total de X + Y (ondêji amigos que estilo próximos, para trocarem
atrãçío e_ determinada__pela frcouéncja, longas cartas entre si. O amor toma a
magnitude e atraso do reforçamento). magnitude (M) da gratificação lào alta que
Vamos examinar alguns exemplos da pode suplantar o longo atraso (A) e a
vida diária da lei de matching de escolha. Se frequência limitada (F) de idéias trocadas por
uma pessoa tem de escolher entre escrever cartas Entretanto, trocar cartas nio é tio
cartas a um amigo que mora numa cidade atraente como estar, de fato, com a pessoa
distante ou interagir com um outro igualmente especial. Além disso, se um casal tem
amigo que mora perto, a lei dc matching dinheiro bastante para pagar as contas telefô­
prediz que a pessoa preferirá comunicar-se nicas, eles usualmente preferem telefonar a
mais frequentemente com o amigo que mora escrever cartas. Chamadas telefônicas diminu­
perio. Por que? Uma vez que a força (ou em o atraso e aumentam a frequência da troca
de informações, tomando essa escolha mais
magnitude) de ambos os amigos é a mesma.
M é o mesmo nas duas equações atraente do que escrever cartas, quando o
orçamento permite.
Ao escolher profissões, as pessoas s3o
Ewwver cw tas Interaoio íace-j-/*:* também influenciadas pda relação entre F. M
t a id Ej l M e A. A freqüência, a magnitude e o atraso do
A A reforçamento diferem de profissão para
profissão e carreiras que oferecem recompen­
Portanto, a escolha depende de F e A: a sas freqüentes, de magnitude generosa e com
freqüência e o atraso dc reforçamento associa­ minimo atraso, tendem a ser as mais atraentes
do com escrever e com a interação tace-a- Adolescentes algumas vezes sonham viajar de
face. Uma ver. que escrever cartas é lento e carona para Hollywood, entrar num scudio e
ser contemplados com excelentes conrraios. A
trabalhoso, a maior parte das pessoas trocam
menos idéias através de cartas do que o fariam profissão ideal oferece altos valores de F c M,
numa interação face-a-face. Assim, « frequên­ com um minimo de A.
cia (F) dc idéias reforçadoras é mais baixa Alguém que seja bom em vendas pode
para escrever cartas do que para interações ficar dividido entre dedicar-se á venda de
face-a-face Uma vez que trocar idéias por imóveis ou dc utilidades. Na venda de imóveis
carta leva dias, o atraso (A) do intercâmbio a freqüência de vendas é baixa (talvez apenas
amistoso é maior entre amigos distantes. uma venda a cada um ou dois meses), mas
Mesmo sem colocar números exatos nas uma casa vendida pode envolver uma
equações, podemos ver que o esquema dc comissão dc várias centenas de reais. Essa
reforçamento para interação com amigos alta magnitude de recompensa c muito mais
vizinhos c mais reforçador e atrativo: F é atraente do que a comissão relativamente
maior e A é menor. Apesar de nós sempre pequena pelas vendas de utensílios,
prometermos escrever aos velhos amigos entretanto, a frequência de vendas é muito
quando nos separamos e nos mudamos para mais baixa no caso de imóveis do que de
cidades diferentes, será difícil cumprir essas utensílios. Além disso, há um atraso maior
promessas se tivermos amigos vizinhos com envolvido em lomar-se um corretor de
quem possamos desfrutar reforçamentos imóveis. Uma pessoa que avaliasse que
freqüentes, com pequeno atraso demoraria um ano ou mais para obter uma
licença dc corretor de imóveis e estabelecet-se
Naturalmente, as coisas mudam consi­
com uma boa comissão, poderia achar o atraso
deravelmente sc o amigo que está distante for
Pflfttf0106go coTioanametto oa vma pana 227

inacreditavelmente longo e dediCar-se a um balança do banheiro. Muitas pessoas gordas


trabalho dc vendas dc utensílios. sc este ttostãnarrrdtrfecrtiiccarmás õ ‘reforçamento
estiver disponível sem atraso. atrasado~"dà per&Tde peso é muitas, vezes
Ao «colher entre esquemas que menos atraente dò que os prazeres imediatos
propiciam recompensas imediatas e outros de comer um outro pedaço dc chocolate
que envolvem recompensas atrasadas, as Como, node uma pessoa escapar do
recompensas imediatas sâo mintas wzesbas- poder sedutor do reforçamento imediato,
tante tentadoras, a menos one a freqüência quando isso prejudica um objetivo a longo
e/ou magnitude das recompensas atrasadas^ prazo? Uma soluçãoTprgm ur fazer escolhas
façam a prauficacào autisada comnensãr q cruciais antes que surjam as situações
espera. Bstudantcs universitários muitas vezes tentadores - enquanto o intervalo de atraso ate
tém conflito com a escolha enue (I) estudar o próximo reforçador é ainda longo. Pessoas
muito, por muitos anos, para entrar na que tà h excesso cie pcsomífiEts vezes não
advocacia, medicina, psicologia clinica ou conseguem resistir de comer, quando tem cm
outras profissão (esperando que as vantagens casa chocolate, sorvete, bolo e outros
fuluras compcnscm o atraso) ou (2) divertir-se alimentos que cngotdam. Quando o alimento
agora, sem atrasar a gratificação (esperando está por peno, a decisão de comer algo e
que algo de bom vá aparecer em seu caminho muito atraente e difícil de resistir: ir até a
depois de 2* grau) Sc um universitário que coanha e encontrar algo que engorda para
estuda muito tem algumas poucas notas comer pode levar apenas 30 segundos. Seria
baixas, que prejudicam seus planos de carreira muito mais fácil decidir fazer dieta se nâo
profissional, a gratificação imediata toma-se liouvesse em casa alimentes que engordam,
especialmente tentadora. para fornecer gratificação imediata á tentação
As pessoas muius. vczcs__sc tomam Planejando com antecedência as
conscientes de que as tentações de gratifica- compras da mercearia, as pe&soas podem
çgo Imediata podem conduzi-las a decisões arranjar as coisas de modo a minimizar as
não-inteliecmes. O breve atraso (baixo vaior tentações causadas por terem em casa
(fe A), associado com uma escolha, pode alimentos que engordam. Se elas decidem
sêduzi-las para afastar.se de uma opcào muito comprar frutas, vegetais, carne magra, e não
supènor^çom F c M de reforçamento altasl comprar doces, enquanto estiverem na
que envolve um atraso maior (alto valor de mercearia, cntào seu comportamento preven­
A) Pessoas com excesso de peso podem estar tivo reduz as tentações futuras de comer
perfeitamente conscientes de que perder 1$ alimentos que engordam. Urna vez que
quilos ó muito mais importante do que os chegam em casa e enchem a cozinha com
breves prazeres de saborear um pedaço de alimentos saudáveis, de baixa caloria, ao invés
chocolate, mas as recompensas imediatas do de doces, elas tém menos dificuldade de
comer seduzem-nas, afastando-as de seu permanecer na dieta do que se tivessem
objetivo a longo prazo, que é o de perder comprado chocolate, sorvete e bolo.
peso.
Pessoas gordas verificam que é mais
Os esquemas concorrentes de reforça» fácil tomar decisões inteligentes de dieta na
memo tomam difícil para algumas pessoas mercearia do que na cozinha, porque há um
evitar comer demais, Se ela$ eècolhem.comw. intervalo maior de atraso entre çs decisões de
estão num esquemas de. FÍL1. que_prüduz dieta e o comer. O atraso mais longo roduz as
gratificação imediata para cada^ porçào..de tentações de gratifição imediata. A tabela de
aíímcnto ScêscÕlhem a*díeta, podem esperar tempos de atraso que sc segue mostra porque
perder peso. mas pode haver um* atraso dc a prevenção é útil Se a decisão dc comer ou
dois dias antes que comecem pêlo menos a fã2er dieta é feita em casa, o atraso até o
notar uma mudança recompensadcra " na reforçamento é 30 segundos para o
Pnncipxw ao Comfxntamonta n« VSda p a m 228

comportamento de comer (uma -vez que o falar. 4Jm a vez que. vocé pode criar um futuro
alimento está por peito) e 2 dias para o melhor mas tião pode mudar o 'passado,
comportamento dc fazer dieta (uma vez que focalize menos os~prõfiteTTrgs~passadõs 3o que
levam 2 dias antes da balança mostrar as sõluçòes futuras^. Sc o casal concorda em
progresso). seguir essas regras na próxima vez que
estiverem com raiva um do outro, eles
evitarão parte da tentação de dizer palavrões
COMER FAZER DIETA um ao outro.
309eg. de 2di4* do
dlTASfl átreo
ESQUEMAS NAO-CONTINCENTES
30 min. d* 2diúsdc (INDEPENDENTES DA RESPOSTAI
èiràso dtrviso
Desde que introduzimos os esquemas de
FR I. temos estado discutindo esquemas
Quando elas estão na mercearia, a contingentes (isto é, dependentes da resposta).
escolha envolve um atraso de 30 minutos para Em esquemas de reforçamemo contineenre.
comer (uma vez que sair dali, voltar para casa reforçamento è dependente da_ocom>ik:ia de
e comer leva tempo) e um atraso dc 2_dias uma N'um esquema dc FR 10, a
para fazer dieta (uma vez que sâo necessários décima resposta é reforçada. Num esquema dc
2 dias para se notar progresso nas balanças). Fl (0 min., a primeira resposta depois de um
As pessoas tém uma chance muito melhor de periodo de 10 min. c reforçada. O
cscolhcr a dieta enquanto estão na mercearia reforçamento é contingente a ocorrência da
do que enquanto estão na cozinha. Uma vez resposta: sem resposta, nâo há reforçamento
que o atraso ate comer é sessenta vezes maior
O que acontece se o reforçamenlo
(30 minutos é sessenta vezes maior do que 30
aparecer independente do componamento?
segundos), a atração de alimentos que
Quando os reforçadores ocorrem sem consi•
engordam é muito mais baixa na mercearia do .
derar a resposta aue.os precede, os reforça-
que em sua própria casa. Isso não significa^l
dores sáo n fceo n n n gentes ou independeMes.
que todas as pessoas possam resistir a
alimentos que engordam enquanto estão na < toj*jppstjt_ Esses reforçadores sêo algumas
vezes chamados de reforçadores “livres'' ou
mercearia; mas as chances são muito melhores
recompensas “inespetadasl^para mostrar que
quando há menos tentação pela gratificação
rânhümãlrêspÒstã 'particular foi exigida par
imediata. Depois de tomar decisões inteligen­
obté-los Como foi explicado ao final do
tes na mercearia e comprar alimentos de baixa
caloria, elas ajudam a garantir quo terão capítulo sobre condicionamento operante
tentações mínimas de comer alimentos que (Capítulo 2). o reforçamento nflo-coiuingente
engordam quando chegarem em casa. é usualmente menos efetivo do que o reforça­
mento contingente para modificar o comporta*
Um homem e uma mulher podem acha mento operante. mas. algumas vezes, reforça­
que não conseguem resistir à tentação de dores acidentais produzem efeitos não-usuais
brigar e dizer insultos um ao outro quando e dramáticos. Uma variedade dc diferentes
estão com raiva. Entretanto, se eles podem efeitos tém sido observados, dependendo da
prevenir e estabelecer algumas regras firmes freqüência e magnitude dos eventos não*
bem antes de ficarem com raiva a próxima contingentes, de estar envolvendo reforça­
vez, eles podem evitar algumas brigas más. mento ou punição, e de outras variáveis
Regras úteis podem incluir “Ande_em volta
de quarteirão - sozinho - e acalmê^se ames de
falar sobre seus problemas. .\ao ü5e palavras’'
ásperas.--chieis ou paiavfõcsl "quando võce
PriftdOHM ao CttTwartamwto na Viaa Duna 229

COMPORTAMENTO SUPERSTICIOSO e ganha a competição daquela tarde? A


possível associação entre a refeição nào usual
Quando o reforçamento nào-contingente e a grande vitória poderia conduzir á aprendi­
segue-se acidentalmente a um dado operante, zagem do hábito supersticioso de comer o
pode fazer com que o operante ocorra mais suplemento de dieta alimentar, toda vez quc
frequentemente. O comportamento produzido estiver sc preparando para uma competição”
por trsx reforçamento raadómico. nào- Mesmo quc o companheiro de quarto aban­
cç/MwggHfcL. t . chamado wmpoaameHtti done sua dieta dc engorda, o nadador pode
supersticioso1’. continuar a usá-la, cm pane por temer que
pudesse perder a próxima competição, sc não
0$ atletas muitas vezes desenvolvem o usasse a dieta.
componamento supersticioso baseado nos
reforçadores de fazer pontos c vencer. Se um Sempre quc as pessoas tèm experiências
jogador dc baseball acidentalmente toca a bola altamente reforçadoras, logo depois dc
de um ceno modo antes de fazer três pontos qualquer atividade precedente que se destaca
seguidos, esse componamento irrelevante como não usual, nova, diferente ou fora do
pode tornar-se uma resposta supersticiosa comum, essa atividade pode ser reforçada e
aprendida Se um zagueiro murmura o nome tomar-se uma prática supersticiosa. O estu­
do jogador que deu o passe, antes de dante de história quc estudou na biblioteca de
attemessar a bola, e se isso for seguido dc física antes dc ter a maior noia final em
muitos bons passes, o reforçamento pode criar história, pode aprender a prática supersticiosa
uma superstição verbal. de estudar história na biblioteca de física
fato de serem não usuais, tanto o_çomporia:
Uma vez qge o reforçamento nâo- mento quanto a recompensa, cria condições
cofltingeme tem menos efeito sobre o compor­ qúe conduzem ao desenvolvimento de supciy
tamento dá_guc o reforçamento contingente, o tição, especialmente sej> comportamento não
componamento supersticioso usualmente se é custoso de realizar c aa recompensas sio
desenvolve quando os custos do comporta* a ltü
memo sào baixos (por exemplo, murmurar um
nome), e as reco mpensas são altas (por Recompensas vatorizadas que nio
exemplo, .ganhar um joao importantcV* estejam complmmcn 1cr~fõfr~nosso próprio
Quanto mais pareça haver uma possível controle - não completamente asseguradas
conexào entre um comportamento e o rejorca- pela, simples habil idade - muitas vezes cau­
meiuòrmaísprovávci que uma superstição sc sam a aprendizagem ^supersticiosa^ Os atletas
desepvolva A aparência de uma rdacâo aprendem mais superstições em seus esportes
contingente p<**e maKflrnr ff «xjftgnri» do que ao dirigir carros: o carro está muito
addental, nâo-contingente, de eventos. Por mais sob seu próprio controle do que o
exemplo, o que acontece se um nadador come, resultado do próximo jogo. O antropologo
no cafe da manhã, alguns dos alimentos da Malinowski verificou que moradores da ilha
dieta de engorda de seu companheiro de de Trobriand têm práticas bastante diferentes
quarto e. em seguida, bate seu próprio recorde para pescar no mar e na lagoa. Pescar na lagoa
é relativamente seguro; mas pescar no mar é
perigoso e a pesca e menos previsivel Que

*' A aprendizagem supentiaosa foi o primeira


d a t o do reforçantauo laxoA tingem c a ser estudado ^ ** O longo intervalo entre o comportamento e as
conseqoiacias em alguns casos de apreodusgem
(Skinner J94R. 19571, mas trabalhos recentes mostram
supersticiosa sugere que o comtiaonamcMO aconiece
i|uc t muito mais coroplcxo do que onguialmcnte se
durante o ensaio cognitivo (Bandsia. 1977; Klatzk).
pensou (Suddon 1977; Killcn. 1978, Hamqion& 1990;
1980). na medida era que as pessoas pensam sobre os
Schwartz. 1984: 154 - 173).
cvcqios não usuais e recompcosadores das úliimas
" Qraelch« Fetsoo (1980). botas ou diasOüingcr, 1977. 197$).
f*»çgprtt toCgffigortamgrrto na V»dj Oitoa 230

tipo de pesca envólvé mais magicas. rituais e deuses da chuva, nâo passar debaixo dc
superstições? O risco e as incertezas dc pescar escadas, e assim por diante. Os americanos
no mar conduzem mais ao uso de mágicas e sâo tâo supersticiosos cm relação a nâo aceitar
superstições - como sc a mágica pudesse notas de 2 dólares, que o governo estocou
ajudar a afastar o perigo c garantir pescas quatro milhões de notas de 2 dólares que as
melhores. Quando as habilidades da pessoa pessoas nâo usam.
sio adequadas para lidar com uma situação, o
sucesso __é claramente contingente às suas
habilidades; e o componamento irrelevante PASS1V7DADE
nâo tem probabilidade de ser reforçado.
Entretanto, cm situações em Que só a Conseqüências náo-contingentes que
habilidade sozinha nem sempre produz o o co m m r a ajta frequência podem ,cocdjçio-.
sucçsso - oornue hà fatores incontrotávefs nat a pa ssividade _ isM _ fo i dc men a rarfo d»
demais -Tsuóesso c múrtõ~mais capncftoso, c melhor manora com jmmçâò nâò-continaenté."
qualquer atividade nâo usual associada cõm mas parece ocorrer, também, com reforça­
ele pode ser reforçada e tomar-se um mento nâo-oontinaente.
cotnpoff&rofettto supctsUciqso.
A experiência freoueme com ponicâo
Depois que uma superstiç&o foi adqui­ n&o<ontingeme pode induzir_ao desamparo
rida.através de reforçamento nâo-continaeme. aorettdido. envolvendo nassivi<<«rf* apatia e
o comportamento _pode ser mantido por depressão* Quando as pessoas são expostas
reforçamento contingente^ Algumas vezes, a pela primeira vez à puniç&o rio-contingeme.
atenção sõ â á r amigável que uma pessoa elas tentam evitá-la ou interrompé-la.
recebe por superstições não-usuais e variadas, Entretanto, sc a punição é verdadeiramente
pode reforçar seu uso. “Oh! Wcndy. você nSo-contingcntc, não há rclsçâo entre ela e o
ainda pensa que o pó verde que você coloca componamento da pessoa; ponanto nâo há
em seu cereal realmente o ajuda a nadar nada que a pessoa possa fazer para
melhor^* Naturalmente, a critica social pode interrompé-la Gradualmente, as tentativas de
ter o efeito oposta, punindo e suprimindo a evitar a punição se extinguem (uma vez que
freqüência de uma superstição - peio menos todas fracassam) e a vitima aprende a aceitar
em público. Além disso, o comportamento passivamente a dor. As vitimas de punição
supersticioso pode criar uma üusão dc nào-conüngentc muitas vezes se sentem
controle e o sentimento de que se tem uma desamparadas, desesperançadas e deprimidas.
perspicácia especial em lidar com situações
Crianças criadas em lares altamente
difíceis. Esses pensamentos positivos podem
reduzir a ansiedade cm face da incerteza e punitivos algumas vezes desenvolvem desam­
paro aprendido. Quando os país descarregam
reforçar o uso continuado de superstições.
sua raiva sobre as crianças - independente do
As respostas supersticiosas acrescentam comportamento das crianças - essas sâo
sabor e cor ã atividade humana. Há tantos punidas não-contingcntcmcnte Uma vez que
reforçadores nâooontingcntes na vida diária as crianças são mais fracas do que os adultos e
que muitas pessoas aprendem padrões únicos dependentes deles, nâo há muito o que possam
dc operantes supersticiosos As superstições fazer para evitar a agressão fisica e verbal A
podem ser passadas aos outros por aprendiza­ punição inevitável pode induzir passividade,
gem observacional (vicariante) ou regras. depressão e sentimentos de desamparo.
Assim, as superstições podem se espalhar
Uma vez que as..pessoas deçovolvem .
através da cultura, uma vez que um indivíduo
desamparo aprendido, muitas vezes elas não
adquira a resposta. Hà muitas superstições
culturalmente transmitidas, jogar moedas na
fonte dos desejos, bater na madeira, rezar aos w Sellgnua ( 1975); Gatbcr c Scligman <19&0).
Prwiopios cc Comoortanwoio na OtâM 231

tentam mais fu^ir às punicào contingente - Sc você pudeSseUào fazer absolutamente nada
mesmo quando poderiam evitá-la, simples­ e ainda assim receber reforçadores livres, por
mente assumindo um papcJ mais ativo que fazer alguma coisa? Não há nenhum
Víuíheres que foram criadas em lares incentivo - nenhuma motivação - para se
punitivos são frequentemente bastante fazer qualquer coisa além de ficar ocioso,
fatalistas se se casam com homens que as "giboiar"’ e matar o tempo.
jgrídem, elas toleram abusos aos quais outras
Crianças que são cumuladas com
mulheres reagiriam. Uma vez que as pessoas
atenção, brinquedos c cuidados pelos pais
*e lomam passivas devido ao desamparo
adotivos muitas vezes tornam-se "corrom-
aprendido, a passividade interfere, impedindo
pidas”*v filas podem recusar-se a fazer
que aprendam a resistir à punição em qualquer coisa que exija esforço - tal como
situações posteriores - a menos que um amigo
fazer o para-casa. trabalhos domésticos,
ou um terapeuta as ajude a aprender a serem
jardinagem ou limpar seu quarto - e mesmo
mais ativas e assertivas.
assim elas reccbcm reforçadores livres.
Um estudo oom prostitutas dc rua Algumas crianças corrompidas - embora nem
verificou que muitas dessas mulheres vieram iodas - tornam-se bastante preguiçosas.
de lares violentos, sendo vitimas dc incesto Pessoas muito atraentes algumas vezes se
em casa. sendo punidas e agredidas por seus tomam também corrompidas. Elas recebem
gigolòs e clientes, e sendo roubadas- e todo tipo de atençào porque são bonitas,
violentadas nas ruas;i. Depois de uma longa mesmo sc não fazem nada Se se lomam cada
historia de vitimização, muitas ficaram vez mais desmotivadas e passivas, ainda
'‘psicologicamente paralisadas”. Eias acredita­ assim recebem atenção e lisonja. O reforça­
vam que havia pouco ou nada que pudessem mento não é contingente ao comportamento:
fazer para evitar abusos futuros. Sentiam-se simplesmente acontece pelo fato de serem
impotentes para mudar suas vidas, e seus bonitas.
hábitos de passividade as predispunham a não
tentar meios ativos de evitar experiências
aversivas CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO
VAGAMENTE DEFINIDAS
Os escravos eram frequentemente
punidos segundo a vontade de seus senhores
Os escravos com senhores cruéis eram vitimas ('onttmçèncias de reforçamemo vqgfl-
de punição não-oontingetue, que produzia mentg definidas permitem refofx*Vt,?>’M {*<">
desamparo aprendido. Após anos de repetidos qualquer uma entre várias respostas de uma
espancamentos, os escravos frequentemente am pla cíasse vagamente definida. Çontingén-
sc tomavam passivos. desanimados, çia_s_ de reforçamento vagamente definidas
desamparados e derrotados. ligam entre si os dois extremos do continuum
entre # (1) o reforçamento não-contingente,
Knquamo a punido. -nâo-conlingenic randômico- oüê produz componamento
freqüente pode produzir desamparo apren. supersticioso ou comportamento passivo, eX2)
.dido, o reforçamento nào-contingcnte. genero- as contingências estritamente definidas, que
so e freqüente pode produzir a_preguiça produzem comportamento espêci ticÜdo com
aprendida'**'. Grandes quantidades de recom­ precisão. Contingências vagamente dcfírií3ãs
pensas livres podem criar apatia, passividade aumentam a variabilidade do comportamento,
e falta de motivação. Não é surpreendente que por especificarem vagamente que comporta­
reforçadores livres promovam a passividade. mento pode ser reforçado. Dentro desses
limites amplos, cada pessoa pode aprender
a PineseSiIbcn(l981X
“ SoJifimaa<l975), a Skinner (1980: 100).
Pw iaatre do Comoortamcrto na Vtda Otàrta 232

padrões únicos derespostas, que'contribuem cada * pessoa' pode aprender seu estilo
para a sua individualidade. Dois importantes particular.
produtos de contingências vagamente defini*
Há alguma frouxidão na definição da
das são o estilo pessoal c a flutuação do
maior pane das classes de respostas, e
comportamento.
ponanto isso dá margem a aparecer o estilo
Q 4wl<? pgwc«/>Usualmcnic surge em Quanto mais ampla a definição da ciasse dc
tarefas ingmmentais quepodem ser realizadas respostas, maior a margem para o estilo. Em
de jjm a variedade dc modos. _Qualquer conseqüência, cada um de nós aprende estilos
resposta, dentro da classe de_ respostas, pessoais dc vestir, falar, postura, gestos com
produzirá rçforçamenio. Nio importa qua l as mios, contato com o olhar, andar,
subconjunto .da clas se de respostas é em ilido. cumprimentar, e assim por diante.
Uma pessoa pode aprender a realizar um
A fluluãçõo do ftWttfcgfofflCTfTãpaparece
subconjunto da d asse de resoostas; c uma
quando o componamento. que está sob
segunda pessoa um outro subconjunto da
contingências de reforçamento vagamente
classe. Cada uma emite o operarae^jnaig num
tfefimdas. rnuda no decorrer do tempo-'* 0
c«ilo_djfe*çrtc. Por exemplo, a escrita manual
estilo dc escrita manual de uma pessoa pode
legivel é uma ampla classe dc respostas que mudar no dccorrcr dos anos. talvez se
contém milhões de estilos diferentes, sendo
inclinando mais para a direita ou para a
que todos comunicam e ponanto são lefofça- esquerda, talvez se tomando maior ou menor,
dos. Uma pessoa escreve inclinado para a
algumas vezes se tomando mais mal feita ou
esquerda, outra oom floreados e ainda uma ilegível A_ flutuação se refere a mudanças
oucra com sinais itálicos. H i incontáveis randòmicas.quc sâ p relacionadas ao reforça-
variações que são legíveis. Ma medida em que memo ao acasg, mais do m e a modelos,
um estilo funciona - isto c, produz reforça­ fadlhadorcs^regras ou refQrçan>gito, diferen­
mento, porque comunica - não importa qual o
cial não-randõmioo. Assim, a flutuação,
estilo que foi usado Depois de anos escreven­
usualmente, envolve mudanças imprevisiveís.
do e dc incontáveis reforçadores, cada um de
Uma vez que mudanças randó micas no
nós desenvolve um estilo particular
comportamento .raramente melhoram a
A diferença entre estilo e comportamen­ quãiidadg da,performance, é mais provável a
to supersticioso està relacionada ao tamanho flutuação,piorar do_que melhorar a qualidade
da classe de rcspostas t}ue_c7rgforçada. O do componamento.
componamento supersticioso surge quando
.. •É.comum verificar que o comportamen­
to de pessoas jovens está sób contingências dc
a d asse de respostas c~infinitamcntc ampla e reforçamento estritamente definidas, mas que
contém todas as respostas possiveis. Os
classes de respostas cada vez mais amplas c
reforçadores vém independentemente dc uma
mais vagamente definidas sio aceitas e
resposta .especifica^_Q_estilo surge guando
reforçadas, á medida que as pessoas se tomam
qualquer variação dentro de uma classe
mais velhas. Ponanto, a_flutuação comportar,
especifica, embora ampla, pode ser reforçada rqental muitas vezes se toma mais vis system,
A esenta manual consiste em fazer marcas no pessoas mais idosas. Por exemplo, frequente­
papel N io há nada dc supersticioso em fazer
mente espera-se que pessoas jovens digam as
as letras; algum tipo de estilo é necessário. coisas clara, simples c cficicntcmeme. Os
Um zagueiro pode fazer um passe sem adultos podem tomar-se irritados quando
murmurar o nome do que vai recebê-lo; mas
uma pessoa não pode escrever sem usar algum
estilo de escrita Uma vez que a classe de
respostas legíveis é muito ampla, há ** A íluiuaçk. do onmpotiamcato é aralésada pot
Skinner (1948, 1957), junto cora a aprendizagem
incontáveis padrões de escrita possiveis; e ... supersticioso.
Pnnetpio» ao Coroortam cnto na Vida Ctérta 233

gastam seu tempo’ com um jovefn quc não perdessem 45- minutos esperando por você
consegue expressar sucintamente uma idéia esta manhã". E sem um fccdback de critica, a
Sob tais contingências, a maior parte das flutuação pode continuar Em sub-culturas
pessoas jovens aprendem a ir direto ao onde é considerado certo as pessoas fazerem o
assumo e minimizar a redundância Entre­ que querem e quando querem, pode haver um
tanto. è medida que os anos passam e as código explicito paia nâo sc criticar os outros.
pessoas ganham maturidade, status, ou Qualquer quc seja a razão, quanta menos
simplesmente idade, há menos pessoas que crítico o feedback que a pessoa recebe, mais
criticam as divagações irrelevantes ou fãcil será para o comportamento verbal e o
redundantes Quando pessoas de setenta anos comportamento real sc distanciarem. Pessoas
de idade estão falando de seu passado, os mais que têm estabilidade no emprego, algumas
jovens podem abster*sc de criticar, por vezes sc tomam superficiais e mudam para
delicadeza ou respeito. Isso significa que o hábitos dc trabalho piores. Antes das psssoas
discurso sucinto está sob contingências terem a estabilidade hà. muitas vezes,
vagamente definidas, e é comum encontrar defmiçòes mais estritas relativas à quantidade
pessoas mais velhas falando e pensando e qualidade do trabalho que ê esperado delas,
menos claramente. Bem antes da velhice ou junto com a ameaça de demissão se das
do enfraquecimento físico limitar suas deixarem dc seguir os padrões. Ã medida quc
habilidades, o comportamento verbal—das uma pessoa fica mais velha e obtém
pessoas mais velhas - tamo seu discurso estabilidade no emprego, a d«fmição do
quanto pensamentos verbais - podem começar trabalho usualmenio se toma nuis ampla, uma
a flutuar. Eventualmente, algumas pessoas vez que ela deve mostrar uma incompetência
mais velhas se tomam esquecidas, repetitivas mais grave para ser demitida, depois de ter
e confusas a respeito de coisas simples; c atingido a estabilidade. Qualquer coisa que
desatentas para com os detalhes. Os não seja uma incompetência muito grave é
individuos mais velhos que exibem menos tolerada. Essa definição mais ampla do
flutuação comportamental são aqueles que trabalho permite flutuação comportamental
continuam a exigir performance dc qualidade, cm praticamentc qualquer direção, inclusive
aplicando altos padrões de cxigcncia a seu para a decadência.^
pròpno comportamcnto ou tendo amigos A flnm aç3n^ -im n n n a m c n tc i g unia fonte
honestos para corrigir seus erros. de variãbili5ã5c~Que contnfrM o colorido
A flutuação componamental nào_c um da vida diária. Junto com_o comportamento
resuita35~^è~ envelhecimento biológico, Pode supersticioso e o. estik?. produz variações
o co g e erru -pessoas., iovens também. O unpreyjSTvfcigrTy^nug- flMftHffliffKaõnar"?!
componamento verbal parece especialmente outros como interessante, engraçado ou
susceptível.de..flutuai o. que~pode levar a criativo. Entretanto, sc o comportamento
grandes discrepâncias entre o que as pessoas flutua-aféffTãc certos .ünüt«7~PO<fê pàrtcér
dizem e o guc rcalmçntó.fazem. Quando uma incqnsKlcrãdo. patético, desviante ou até
pessoa começa, pela primeira vez, a deslizar patológico^
no seu hábito de pontualidade ou deixando de
cumprir suas promessas, pode-se achar graça \V "
ou esquecer porque “todos deslizam de vez s j D Grande pane do comportamento qoe i rotulado
como patoiógíoo consiste dc comportameoto que um
em quando" Mas quando o comportamento dia foi normal mas que flu a m além dos limites que a
de uma pessoa flutua ainda mais, pode haver maioria das pessoas definem como nom aL Do ponto
uma frequência crescente de prometer uma dc vista «xoportamcmtal. a ictapia cootwte ampbmcoic
coisa - “Estarei lá às 8:00 horas cm ponto” - e de rcúnrodimr couúngcocias de reforçamcnio mais
calmamente d e fin ite quc fario o comportamento
fazçj otAFB ÇQÍM- Essa flutuação pode ser
voltar ao campo da nonnalidadc. Moddus. regias c
prevenida se a pessoa é criticada. "Você fez facilitadores pode» ser usados em coojunçte cora
com que doze pessoas ficassem sentadas e coniiQgéndas de reforçamento mais estntaincotc
Pnncktt» floCcrwoortam g te n a viga PAfta 234

CO NCLUSÃ O

Há muitos tipos diferentes de esquemas de reforçamento e puniçio. Este capitulo


apresenta os principais tipos de esquemas e uma descrição de seus efeitos básicos sobre o
comportamento. Os efeitos do esquema se superpõem a todos os outros tipos de efeitos dc
condicionamento descritos nos capítulos prévios Os esquemas tèm efeitos onipresentes sobre o
comportamento porque algum tipo de esquema está sempre operando e cada tipo dc esquema tem
seus próprios tipos de efeitos sobTe o componamento
Na vida diária, o reforçamento parcial (ou intermitente) è mais conuim do que o
reforçamento continuo; e o reforçamento parcial produz um comportamento que é mais variável e
mais resistente á extinção. Na vida diária, os esquemas variáveis sáo mais comuns do que
esquemas fixos, c esses esquemas variáveis também aumentam a quantidade de variabilidade do
comportamento visto em ambientes naturais. Quando estão sob esquemas de intervalo. DRII,
DRL e esquemas compassados, as pessoas aprendem a espaçar suas respostas para sincronizá-las
com os cidos e ritmos dos eventos quotidianos No dia-a-dia, numerosos esquemas atuam
simultaneamente - como esquemas concorrentes - e as pessoas tèm que cscolhcr entre eles A lei
de matching descreve como as escolhas sio relacionadas à atração dos esquemas alternativos.
Reforçamento e punição nâo-contingentes podem produzir passividade ou componamento
supersticioso. Contingências de reforçamento vagamente definidas favorecem variações
idiossincráticas de respostas que podem ser vistas no estilo e na flutuação do componamento
Uma certa quantidade de variabilidade è aceita como normal c até bem-vinda porque a variedade
é o tempero da vida. Entretanto, quando o componamento flutua além dc certos limites, as
pessoas usualmente começam a definir as variações como inapropríadas, desviantes ou
patológicas.
O próximo capitulo descreve um outro aspecto importante do condicionamento,
intimamente relacionado aos esquemas: controle positivo e negativo. Quase todo componamento
pode ser aprendido e mantido sob controle positivo ou sob controle negativo, mas há diferenças
importantes nas maneiras pelas quais as pessoas respondem a essas duas formas de controle.

definidas Os vários métodos orados na terapia


cotnportawcmal são dacritos por lílran e Krasncr
(19*5); O'Leary e Wiboa (1975); Betlach e Herscn
(1977). Walca et a). <1977); Redd et at. (1979);
DaJczmui ( 1930. 1981); Scbrartz (2982): Hencn
(1983) ................. ............. “
Controle
Positivo e
13
Negativo
Neste capitulo você vai aprender os vários firoblemas associados com o
controle neg a tivo - ptm içào e reforçam ento negativo - ulétu de técnicas
fMxni su b stitu ir o controle negativo corn a ltern a tiva s m ais p o sitiva s.

s pessoas adoram o controle positivo. respostas sempre levam ao reforçamento

A Detestara o controle negativo Elas


voltam á situação onde houve controle
positivo, e isto lhes dá a chance de uma
aprendizagem continuada sob o controle
ne&aiivo
As pessoas respondem muito diferente­
mente ao controle positivo e negativo. Elas
procuram obter e gostam dos estímulos
positivo Em contraste, as pessoas imaginam positivos. Elas detestam e evitam os negativos.
iodos os tipos de métodos para evitar o Quase toda atividade pode ser aprendida sob o
controle negativo. controle positivo ou negativo; mas há
0 controle posiúvo consiste de todo diferenças impoitantes no comportamento
iíNtdiaottamoHo e controle dc estim ulo </ite è produzido pelos dois métodos. Parada está
baseado no reforçamento posittw . 0 reforça­ aprendendo a tocar piano sob controle positivo.
mento positivo aumenta a freqüência de. - Como. seus- pais tocam.piano- v raostrararque.
operantes e faz com que os estímulos- gostam de música,. Parocla •experimenta-
preditivos sc tomem CS’s que elidam - ' reforçamento vicariante quaado v ê o quanto-
emoções agradáveis. Sob o controle positivo, seus pais apreciam a música. Pamela recebe um
aprender novas habilidades ê agradável, conse­ bom encorajamento e feedback positivo por
quentemente as pessoas ficam inclinadas a tocar, já que seus pais ficam feltzes de vè-la
continuar o desenvolvimento de mais habili» mostrando interesse pela música. Ela obtém os
dade. O controle negativo consiste de todo reforçadores de estimulação sensorial ótima da
condicionamento e controle de estimulo que è música que está aprendendo a criar sozinha.
baseado em punição e reforçamento negativo. Como resultado de todo esse condicionamento
A puniçáo suprime a frequência dc operantes e positivo. Pamela passa a amar o piano, amtma,
faz com que os estimulos preditivos se tomem aqui e ali, tempo extra para tocar e fica ansiosa
CS*s que eiiciam medo, ansiedade e outras pelas música mais difíceis que aprenderá no
emoções aversivas. O controle negativo futuro. Nancy, por outro lado, está aprendendo
também motiva a fuga e a esquivo, já que estas a tocar piano sob controle negativo. Sua
família e amigos não tocam e alguns amigos
Princioios do Componamento na Vida Diária 236

riem dela por ter que se exercitai*. Seus pais os controles positivo e negativo, a desenvolver
criticam seus erros mas raramente comentam melhores métodos de controle positivo,
as passagens corretas. É criticada por não descobrir alternativas ao controle aversivo e
avançar tão rápido quanto possível, Seu dar às pessoas a informação dc quc prccisam
professor a compara com alunos melhores e para mudar de métodos negativos para
diz que o seu piano é monótono e sem positivos na interação com os outros.
inspiração. Seus pais lhe dizem o quanto estão
Estas descobertas sào novas. Muitas
desapontados. Todo mundo lhe exige mais
pessoas nunca aprenderam como usar os
exercícios. O resultado desse controle negativo
princípios do comportamento com essa
é que ela aprende a odiar o instrumento, a
finalidade. Mas a abordagem positiva da
odiar as exigências de exercícios, a evitar tocar
ciência do comportamento já tem sido imple­
e a temer o que tiver que aprender no futuro.
mentada com sucesso em muitos setores da
modificação dc comportamento - relações
APLICAÇÕES HUMANÍSTICAS interpessoais, aconselhamento de casais,
terapias sexuais, práticas de educação infantil,
programas educacionais, estratégias de autO-
Grande parte da tecnologia e culturas r.onfrole. program as de auto-aperfeiçoam ento,
humanas funciona para aumentar nosso programas colecionais para delinqüentes
contato com estímulos positivos e reduzir juvenis e etc.1. Considerando a juventude da
nossa exposição a estímulos aversivos. Tecno­ ciência do comportamento é razoável esperar
logias para lidar com o ambiente físico forne­ que muitas outras situações comportamentais
cem exemplos claros disso. A medicina nos
serão analisadas e convertidas ao controle
deu vidas mais felizes protegendo-nos de positivo com o progresso dessa ciência.
doenças e nos ajudando a ser mais saudáveis.
As invenções mecânicas e eletrônicas são O principal objetivo da ciência do
comumente projetadas para tomar o trabalho comportamento é ajudar pessoas a aprender a
mais fácil e o brinquedo mais agradável. A resposta que aumenta sua habilidade de trazer
arquitetura e tecnologia tomaram nosso espaço reforçadores positivos para sua própria vida e a
mais agradável* cômodo e livre de extremos vida de outros2. Quase todo componamento
climáticos aversivos. Muitas práticas culturais pode ser posto sob controle positivo. A medida
foram também modeladas através dos anos que se adquire as habilidades do uso do
para nos ajudar a evitar os estimulos avresivos controle positivo ter-se-á criado uma sociedade
e atingir experiências positivas. As artes e muito mais feliz, livre de culpa, medo, ansie­
humanidades facilitaram a criatividade e dade, ódio e vários outròs. efeitos colaterais
selecionaram os''melhores trabalhos de cada *desagradáveis do controle aversivo.
era. Regras de etiqueta e cortesia instruem as Como se aumenta o uso do controle
pessoas a se comportarem de formas que positivo e se diminui o controle negativo? A
possam evitar incidentes aversivos e ajudarem resposta depende, um pouco, da situação. Se
a interação a fluir suavemente. pessoas emitem um comportamento desejàw ! é
Entretanto, nossa tecnologia e cultura mais fácil se usar o controle positivo do que
atuais estão longe de serem perfeitas. Os quando se ocupam com atividades incfesejá-
estímulos aversivos estão conosco, gerando
muita infelicidade e miséria nas vidas de 1 Bandura (1969): Mahoney c Thoresen (1974);
muitas pessoas. Muito ainda pode ser feito Goiunan ct al. (1975); Bellack e Hersen (1977); Redd ct
para tornar o mundu um lugar mais positivo al. (1979), Ka/diu (1980), Waibon c Tktrp (1981);
para se viver. A ciência do comportamento Martin e Pear (1983).
pode ser uma das mais importantes rupturas 2 Skinner (1953, 1971); Bandura (1969. 1973;
científicas e humanísticas para to m ar.av id a Mahoney (1974, 1975). Entretanto, há casos em quc
mais positiva. É a primeira ciência a analisar puniç3o é desejável (Newson eia.L 1983).
PnncloiM dft ComocnamgMo na Vifla Piift» 237

iv». O resto desse' capitulo vai explicar a nada alem dc Ver esses jogos estúpidos na TV
maneira positiva de responder ao Sc vocc nâo quiser ir, eu vou com o José c
comportamento desejável e indesejável Harry” Agora, d a consegue alguma ação. mas
teve que usar o controle negativo. Mesmo sc
George concordar em ir. o controle aversivo
OOMPOKTAMENTO PESEfÁVEL pode tomar a viagem menos agradável do que
« poderia ter sido. se os dois fossem mais
Ao se aprender qualquer componamento habilidosos e valorizassem mais os estilos de
desejável - bondade, honestidade, habilidade interação positiva.
musical - são óbvias as vantagens do controle A pesquisa relativa à aquisição e
positivo O controle positivo- vai aumentar a manutenção dc componamento indica que,
freqüência do componamento c fazer a pessoa praticamente, qualquer comportamento pode
tentar aprender mais. O controle positivo ser aprendido e mantido sob controle positivo
também condiciona o próprio componamento Simplesmente ensinar a Linda algumas outras
a um reforçador condicionado de forma que frases positivas não vai resolver os problemas
emitir o componamento se toma intrínseca- entre d a e George. Entretanto, pode-se esperar
mente rccompensador c dicia respostas progresso se ambos aprenderem um grande
emocionais posiüvas. repenório de habilidades positivas, que tomem
As desvantagens do uso do controle mais rccompensador conversar com ele. mais
negativo com o componamento desejável recompensador esquiar com ela, e os tome, a
também são óbvias. O controle negativo ambos, mais positivos no imaginar e aprender
condiciona o componamento em um punidor padrões dc interação mutuamente recompensa-
condicionado Atividades desejáveis, que dores. Quando as pessoas conseguem ajustar
poderiam ser agradáveis, se lomam aversivas. suas atividades comuns com altos niveis de
Na maior pane dos casos tenta-se fugir ou estimulos positivos não è necessária muita
evitar o controle aversivo e o componamento insistência para que um convença o outro a
condicionado por ele. Quando pais, professo­ tentar de novo. Atividades que estiveram no
res. amigOS, esposos Ou Outros usam controle passado sob o- controle positivo tomam-se
aversivo para tentar ensinar habilidades impor­ respostas de alta probabilidade que se adora
tantes. as respostas de esquiva, geradas pelo repetir.
controle aversivo. podem evitar ou interferir Tomar-se mais positivo envolve aprender
com a aquisição do componamento desejado. as habilidades para gerar comportamentos que
As vantagens óbvias do controle positivo produzam reforçadores positivos para si
sobre o comportamento desejável ajudam a próprio e para os outros enquanto sc evita
evitar colocar esse componamento sob o componamentos que produzam punidores ou
controle negativo Mas a muitos falta a reforçadores negativos Há quatro métodos
habilidade de ser tio positivo quanto possível; gerais que permitem que sc aumente o uso de
e se suas abordagens positivas felham, normal­ controle positivo e se reduza o uso de controle
mente se apoiam no controle negativo Linda negativo em situações que envolvem o
sugere a George que seria maravilhoso, neste componamento desejado.
fim de semana, ir para o lago fazer esqui
aquático, e ele resmunga: “Estou ocupado’*
Então, ela usa outra faia positiva: “Lembra, 1. Aumento de controle positivo p d a
como era gostoso o esqui aquático no lago? aprendizagem de práticas que produzam
Vocc vai adorar quando a gente estiver lá". reforçadores positivos para o comporta­
Mostrando irritação o George repete. “Estou mento desejável Há um beneficio enorme
ocupado!” Entào, Linda adota a forma resultante de se aprender como aumentar o uso
aversiva c retruca: “George, você não faz mais de reforçamento positivo para o próprio
P nnetpos Oo Carop&rtatnarrto fxa Vida Ciana 238

comportamento e * o dc terceiros. Os vemos* Boris.' aquele chato, cm uma festa,


reforçadores incondicionados sâo semelhantes evitamos ficar presos na sua conversa Mas
para muilas pessoas, mas é nocessàrio um pessoas estimulantes sio populares e agradá­
pouco mais de habilidades para determinar se veis de se interagir e populares. Gostamos
um estimulo particular serve para um também de gente criativa, que está sempre
indivíduo como reforçador condicionado iniciando projetos novos, ou vendo significàn-
positivo ou coroo punidor condicionado. cia especial na vida à sua volta. È necessário
habilidade para gerar um comportamento que
produza esíimulaçào sensorial para si e para os
Ia. Reforçadores Incondicionados. outros, felizmente, uma grande variedade de
Pais de bebês sio a maior fonte de respostas produz estimulação sensorial e cada
reforçadores incondicionados positivos na vida um dc nós pode desenvolver as habilidades que
de seus filhos. Os pais fornecem o alimento, melhor se ajustam á nossa personalidade.
líquidos, calor, roupas, cama e uma estimu­ Alguns podem aumentar sua expressividade
lação sensorial ótima que os bcbès ainda nâo gesticulando mais. movendo-se mais. e expres­
podem prover por st mesmos. Os pais alimen­ sando lespostas emocionais num comporta*
tam. vestem, embalam, brincam e dão brinque­ mento mais aberto. Outros, podem criar novos
dos para os filhos Alguns coçam, acariciam, interesses para ter mais sobre o que falar Será
fazem cócegas provendo reforçadores -táteis. que os reforçadores de estimulação sensorial
Recebendo dos pais essa quantidade dc refor­ fazem realmente diferença'’ Sc Boris, o chato,
çadores positivos incondicionados não é tentasse convencê-lo a jogar bridge, seu
surpreendente que os bebês os amem entusiasmo seria menor do que se alguém mais
imensamente. estimulante o estivesse convidando. Muitos
Amantes também fornecem um ao outro preferem estar com pessoas que trazem
uma quantidade generosa de reforçadores reforçadores para as suas vidas, e a estimulação
positivos incondicionados Conversas e ativi­ sensorial ótima ê um reforçador da maior
dades comuns fornecem estimulação sensorial importância na maioria das trocas sociais.
ótima. A intimidade provê estimulação refor-
çadora tátil e sexual. Na vida em comum, duas
pessoas comem juntas, dormem juntas, se lb . Reforçadores Condicionados. E
aquecem nas noites frias, etc.. Quem descobre possível introduzir muitos reforçadores
condicionados nas interações sociais. Quase
que o amor e as relações positivas os benefi­
ciam com trocas freqüentes de reforçadores todo mundo responde a gentilezas c considera­
positivos vai aprender habilidades para ção como reforçadores condicionados; e uma
vez que se aprenderam as habilidades usa-se,
aumentar a qualidade e a quantidade de refor­
quase sem esforço, a gentileza c a consideração
çadores que trazem para a relação. Em outras
com todo mundo. Outro meio dc levar reforça­
relações a estimulação sensorial ótima é o
dores condicionados positivos aos outros è
reforçador positivo incondicionado. usado
mais comumente. Quando as pessoas conver­ mostrar interesse no que estão fazendo Isso
envolve capacidade de ouvir outras pessoas e
sam. brincam juntas, assistem ou paiticipam de
apoiar os aspectos desejáveis de suas ativida­
esportes, fazem brincadeiras animadas durante
um trabalho chato ou compartilham atividades des. Mostrar entusiasmo pelos objetivos,
comuns, estão criando estimulação sensorial interesses c componamento dc outros também
produz reforçamento positivo Sorrisos, risos,
mútua. Muitos, mas não todos, aprendem a
manter a estimulação no nivd ótimo, reforça­ palavras positivas c sinais dc felicidade são
também reforçadores positivos condicionados
mento positivo. Entretanto, alguns tèm mais
para a maioria das pessoas.
habilidades que outros para criara estimulação
sensorial nova e significativa mais recompen- Ajudar pessoas a desfrutar suas ativida­
sadora. E de quem gostamos mais? Quando des favoritas é outra maneira de aumentar os
P 'tftp y o s do Com&QrtaffKrts * 3 Vida D an a 239

reforçadores positivos condicionados. Se vocc 2. D&rescimo -dc controle negativo pela


sabe quc scu melhor amigo gosia dc posters ou aprendizagem de práticas que reduzem os
poesia c fácil trazer-lhe um poster da próxima estímulos aversivos associados com o
vez quc visitar uma livraria. Pode ter ccneza comportamento desejável. Novamente, é o
que o poster será um reforçador condicionado componamento dos pais em relação aos filhos
para o seu amigo. Se o esporte de Janet é o pequenos que fomece um exemplo clássico. Os
golfe será positivo sugerir um jogo de .golfe. pais removem os alfinetes de fralda, objetos
Naturalmente, quanto maior a semelhança cortantes, fraldas sujas e ferpas de madeira.
entre os seus valores e habilidades e os de Dão remédio e alivio para resfriados, cortes,
outra pessoa, maior a probabilidade de vocc machucados e picadas de abelha. São seus
poder criar reforçadores condicionados. Se carinhos e palavras reconfortantes que dissi­
vocc detesta golfe provavelmente não gostará pam os medos clictados por estórias de
de jogar com Janet e eia logo vai descobrir quc fantasma, pesadelos, tempestades e sirenes. A
jogar com vocc não é tão rccompensador capacidade dos pais dc reduzirem os estimulos
quanto com alguém que gosta do jogo. Em aversivos experimentados pdos filhos é a
geral, pessoas com valores e repenório segunda maior razão dc amor dos filhos petos
componamental similares trazem mais pais. Ao longo da vida, um amigo de verdade
reforçadores às vidas, uns dos outros, do quc ou um companheiro amável ajudara a reduzir
pessoas com valores c repertórios diferentes5. as experiências aversivas. Um amigo pode
Observe que os valores e repertórios não ajudar uma pessoa a fugir da angústia e
precisam ser idênticos? Um pouco de diferença sofrimento ao prover segurança e apoio
aumenia o interesse; diferenças demais, emocional em tempos difíceis. Pode ajudar
entretanto, podem evitar que pessoas ouvindo com atenção, resolvendo problemas e
desfrutem mutuamente as atividades comuns. auxiliando em casos de necessidade.
Se ele dcicsia o golfe - que ela adora essa
Mesmo em relações mais casuais pode-se
diferença reduz as chances de uma experiência reduzir os estimulos negativos aliviando-se a
mutuamente positiva.
carga uns dos outros. Quando uma pessoa tem
Reforçamento positivo vicariante é outra habilidades ou forças que a segunda nio tem, a
fonte de reforçadores condicionados. Se vocé primeira pode ajudar a segunda com pouco
quer aprender a gostar de jazz, vai aprender esforço. Assim, a primeira pessoa reduz as
mais associações positivas olhando e ouvindo experiências aversivas da segunda sem
artistas dc jazz que sorriem, batem os pés e aumentar perceptivelmente o próprio esforço.
mostram prazer com a música, ou de músicos .0. bom tenista pode der dicas ao iniciante e
sombrios, inexpressivos e retraídos? A& --X ajudá-Jo a evitar erros. O mecânico habilidoso*
respostas emocionais que as pessoas demons- .identifica rapidamente, p problema, do carbura­
tram, enquanto perfazem uma atividade qual­ dor c evita horas de frustração ao aprendiz quc
quer. eliciam respostas emodonais nos outros. tenta conscná-lo. Normalmente, os peritos
Aprendendo a mostrar amor pelas coisas boas podem tomar a vida dos outros mais fãcii
da vida - arte, bondade, esportes ou o que quer compartilhando com eles sua habilidade e
que seja - estamos criando os reforçadores conhecimento. A pessoa com força física ou
positivos vicariantes que vão ajudam os outros emocional pode tomar mais fôcil a vida dos
a aprender a gostar dessas coisas também. outros assumindo as tarefas que eles acham
difícil. Uma pessoa forte se oferece para levar a
mochila mais pesada e, assim, o mais fraco não
vai achar a caminhada tão difícil e aversiva. A
pessoa que aprendeu a lidar com a mone pode
aliviar a carga de outros membros da familia.
cuidando do enterro, das providências legais e
*Hoauuis(1974). outros detalhes.
PnrtftBMM do Ccm&oflamonto rta Vida CHÁra

Quando ajudar uma pessoa a aprender tenna usado ô tontrole negativo por muito
uma nova tarefa exige prática e esforço, pode* tempo, nio pode esperar que as vitimas ante­
sc reduzir e esforço dc aprendizagem e. riores respondam instantaneamente ao controle
portanto, facilitar o processo, mediante o uso positivo como responderiam se tivessem
de modelos, regras e sinais facilitadores. recebido, usualmente, reforçamento positivo
Sempre que so usa qualquer uma dessas dessa pessoa. O reclamador arrependido vai
estratégias quem estiver recebendo ajuda vai necessitar de alguma prática para refinar as
descobrir que o comportamento desejável que novas habilidades positivas, e suas vítimas vio
está emitindo é menos aversivo e trabalhoso, e precisar de tempo para que os estimulos
portanto, mais fácil dc aprender e manter. associados do ex-reclamador ao comporta­
(Além disso, provavelmente, terá sentimentos mento solicitado sejam contracondicionados
amigáveis e calorosos pela pessoa que o cm CS's que eliciem sentimentos positivos
ajudou a tomar sua carga mais leve).
Pode-sc, usualmente, evitar outros tipos
de controle negativo tais como. sarcasmo,
Decréscimo do uso de controle negativo arremedo, comparações, insultos, irritabilidade,
pela abstenção de práticas que aumentam rudeza, hostilidade, dominação, dogmatismo e
criar situações geradoras de culpas. Todos
os estimulos aversivos associados ao
comportamento desejável. Pessoas que-estào produzem estimulos aversivos nos outros c
sempre reclamando estão criando estimulos ponanto deveriam ser evitados.
aversivos para os outros. Esses estimulos
negativos podem ser usados como punidores - 4. Decréscimo do uso de controle
“N io faça isto1', "Pare com isso” - para negativo pela abstenção de prátk&s que
suprimir um comportamento. Ou podem ser removam estimulos positivos, normalmente
usados como reforçadores negativos - "Leve o associados ao comportamento desejável As
lixo para fora”, “Vá pendurar suas roupas" - pessoas, muitas vezes, sc punem mutuamente
que fazem com que se emha o componamento removendo estímulos positivos. Quando nSo
p a n evitar reclamações. Qualquer dos dois consegue o que quer, George fica amuado Fica
tipos de controle negativo toma menos
calado e nâo conversa com Linda por horas c
positiva a interação social e gera sentimentos ás vezes. dias Ao interromper a interação
ruins a respeito do reclamador.
George removeu os reforçadores que de e
Reclamações, críticas e brigas sâo, Linda desfrutam juntos A perda dos reforça*
infelizmente, muito comuns nas vidas de muita dores é aversiva tanto para George quanto para
gente, Esses operantes são reforçados porque Linda que propõe. “George, desculpe nào
tèm sucesso no controle do comportamento de podermos ter ido ao futebol na semana
outros. Entretanto, nenhum comportamento passada Vamos na semana que vemr ‘ Isto
verdadeiramente desejável deveria ser subme­ reforça o amuo, comportamento que remove
tido a esse tipo de controle negativo porque o estimulos positivos da relação
comportamento se tomará um CS que elicia Amuo. mal humor, rctraimento e
sentimentos aversivos. Isto toma desagradavd esconder o amor sâo todos formas comuns dos
o comportamento desejável e faz com que ele controle dc outros pela remoção de estimulos
seja emitido com menos freqüência. Pode-se positivos. Normalmente, se aprendem esses
substituir esses métodos de controle negativo comportamentos na infância A criança embui-
por muitas das práticas positivas das duas rada, que nio fala porque os pais a proibiram
sessões anteriores. Em vez de reclamar, pode- de ver TV, pode reccbcr permissão depois que
se tentar pedidos educados, antes do os pais descobrem que o amuo é muito
componamento desejado, acompanhados de aversivo. Normalmente, nâo se “superam"
reforçamento positivo durante e depois do estas respostas infantis, especialmente se nfio
componamento. Naturalmente, quem quer qúe
P nndoios do Com ponanerna na Vrfa Diftna 241

se aprenderam habilidades sociais positivas de cantrolc negatlvtf mesmo na área de compor­


maior sucesso. Se sc vai ou nõu “superar1' o tamento indesejável.
amuo depende dc extinção. Depois de crescer
c sair de casa, descobre-se que o amuo deixa O s yw b kn n a s coin punição
de produzir muito reforçamento. Sc pessoas
adultas ficam indiferentes, inamistosas ou Há seis problemas principais associados
retraídas quando não conseguem a que á punição. É possível minimizar o uso de
querem, podem ser deixadas de lado. já que puniçlo porque existem alternativas que dão
parcccm querer ficar sozinhas O amuo já não resultado cm muitos casos. Provavelmente, ê
c seguido de muito reforçamento. como utópico pensar que pode-se evitar totalmente a
acontecia na infância. O resultado dessa punição Muitas pessoas crêem que a punição
extinção é que aprendemos a n io exibir com­ terá que ser usada em alguns casos embora
portamentos infantis em público. Entretanto, o deva ser utilizada o minimo po&sivel4.
cônjuge, a família ou colegas de trabalho, que
tèm que dividir a mesma casa ou escritório,
I.Punic&o freqüentemente ensina agressão.
acabam cedendo para intenotnper o amuo c
Quando pais, professores, militares, o sistema
portanto, reforçam a resposta infantil. Devido
penal ou outros agentes de socialização usam
a esse reforçamento diferencial, o amuo sc
punição podem, inadvertidamente, estar crian­
mantém, com maior probabilidade.— em
do modelos de agressão, violência, ou de uso
relaçòes intimas, do que na presença dc
dc força no trat-o com outras pessoas. Quem
estranhos ou conhecidos casuais.
recebe a punição - e seus observadores - pode
facilmente aprender que a agressão é um meio
COMPORTAMENTO INDESETÁVEL eficiente de lidar com os outros. Assim,
punição freqüentemente ensina a agressão,
aprendida do modelo.
Pode parecer óbvio que o comporia*
mento desejável tenha que estar sob o controle Estudos d.c meninos criados por pais
positivo com um minimo de controle negativo. punitivos em lares de classe média mostram
E o componamento indesejável? Sc uma claramente estes princípios5 Quando Tommy
criança rouba ou mente o controle positivo é se pona mal os pais tentam suprimir o
possiveP Seria o controle negativo melhor que componamento indesejável com punição
o positivo para o componamento indesejável? verbal e física. Levantam a voz c gritam
Como se deve responder ao egoísmo, a des­ palavras grosseiras: “Idiota, por que vocé fez
consideração ou a grosseria? Pode-se lidar essa imbecilidade^*. Eles o empurram e batem
com delinqüência juvenil, crime adulto ou nele. Muitas crianças aprendem a não revidar,
problemas legais com o controle positivo? Se já que os pais punitivos, normalmente, aplicam
uma pessoa está se matando com álcool, fumo mais punição se a criança devolve a violência.
ou drogas, como se pode suprimir o compona­ Muitos meninos* que sofrem punição física e
mento indesejável, exceto pelo controle verba] em casa, não imitam ô comportamento
aversivo? violento cm casa. Entretanto, os meninos
desses lares lendem a usar a agressão veibal e
Comportamento indesejável é O compor­ física ao interagir com seus pares. No play-
tamento que se gostaria de interromper; e a
maioria usa a punição para suprimi-lo.
Entretanto, há problemas no uso dc punição.
Na próxima sessão vamos rever as desvanta­ * Waltere c Gnisoc (1977); Aicirod c Apscfcc (1983).
gens do uso dc controle aversivo para a * Bandtra c Wahcn (1959): Hoffman (I960).
supressão do componamento indesejável Na Meamos nom alncate rooebcni uMo coadiaoiamcmo
última sessão do capitulo vamos examinar as conin o uso da violcocâ que nio ammn de mcdiaio. a$
pats agressivos (Bandun. 1973; J. L Baldwin. 1983).
alternativas que permitem minimizar o
Prtftcfc.0» QoCom&sflafnento n» vma Dtâna 242

ground. Tommy grita e bate nos companheiros aprender a pêdfr perdão, a contar até 20, a
mai s do que as outras crianças. voltar a outra face. ou buscar uma sohiçâo mais
Violcncia gera violência via aprendiza­ racional para o problema Entretanto, indiví­
gem vicariante. Quem usa puniçào verbal e duos que aprendem a reagir e ameaçar desco­
fisica está ensinando aos observadores que a brem que a punição só aumenta a violência de
agressão física c verbal sio meios eficientes dc sua resposta Tommy pode não ser agressivo
lidax com pessoas. Quando uma pessoa pune com os pais quando o punem: mas no play­
outra o sucesso imediato da punição é visível ground eie, freqüentemente, usa a agressão, e a
mas os vários problemas da punição não o são. punição só foz aumentar sua própria violência.
Assim, o observador pode ficar inclinado a Mais tarde, casado, quando ameaça a sua
usar de comportamento agressivo contra os mulher c eia grita com ele, seus gritos são um
estímulo aversivo que fa2em as resposta; 4c
outros no fuiuro. Sc a pessoa nlo tem um
repertório de habilidades mais positivas para Tom ftearem mais vigorosas até que d e a
lidar com sucesso com os outros, o compor­ agrida fisicamente
tamento agressivo pode ser um dos meios mais
reforçadores de tratar as pessoas c se tomar
3. Punição produz somente snprtssâo
uma resposta de alta probabilidade. O compor­ temporária da resposta. Se um comporta­
tamento agressivo pode ficar sob o controle dc
mento indesejável é punido, a taxa de respostas
SDde vários estímulos. Por exemplo, á medida será suprimida. Mas a supressão tende a ser
que cresce. Tommy aprende a ser cortês e
apenas temporária7. Assim, a punição e, no
polido, enquanto os outros são amigáveis com
máximo, uma solução temporária para o
cie. Mas. qualquer desacordo ou conflito
problema do componamento indesejàvd, a
fornece os S ^ s para levantar a voz. usar
menos que a pessoa que aplica a punição esteja
linguagem forte, gritar e fazer gestos
disposta a observar continuamente c punir com
agressivos. Se os outros não cedem, os S°’s
freqüência respostas indesejáveis. Uma das
para a agressão fisica já estão presentes
razões para aprendermos respostas relativa­
mente bem suprimidas de ambientes nSo
2. Poniçio gera respostas mais fortes. sociais é que o ambiente físico impõe contin­
Quando uma pessoa recebe estimulos gências rigorosas dc punição. Quando somos
aversivos intensos - uma bronca arrasadora, desajeitados com a faca de açougueiro e
um sermão longo, uma critica violenta ou cortamos o dedo. a punição é imediata e num
agressão física - provavelmente, vai apresentar esquema FR1. Este ê o modo mais eficiente de
um aumento geral de tensão muscular e de punição e suprime o uso desajeitado de facas a
vigor oa resposta6. Quaisquer que sejam as um nível bem baixo. Punição social raramente
respostas que a pessoa emita cm seguida - é tão imodiata quanto um corte doloroso e
chorar, falar, reagir - provavelmente, serão raramente vem num esquema FR); assim, a
mais intensas do que normalmente teriam sido. punição social tende a ser menos eficaz. Pode-
O vigor e intensidade aumentados transfor­ se pegar uma criança, cm media, a cada oitava
mam a conversa em gritos, e gestos ameaçado­ mentira (esquema VR8) e a punição pode se
res em socos. Nestes casos, o aumento do seguir à mentira por muitas horas ou dias
vigor cem o efeito de aumentar a agressividade Punição com atraso, ou intermitente, não é tão
da pessoa que recebeu o estimulo aversivo. eficaz quanto uma punição imediata, tipo FR1,

È verdade que pode-se aprender a não


gritar ou ameaçar quem está punindo. Pode*se Os cfatos do rcforçunenio lambc*n sSo
temporário*; ma$ o reforçatoctso intomitcaic pode
manter altas taxas dc rwpostas raati cftciaitcfnipiç do
* Bandura (1971: 530; Wallers e C nscç (19T7: que a putuçSo mtenmLaitc pode suprimir coitipM-
I42í>. • . taménto. (Waiters e Gruscc. 19T7).
Pnncipioi do Ciynsonamonto na v.da Diana 243

na supressão de componamento. Ponanto, juvenil ou criminOso vai para o “submundo" c


pessoas que contam com a puniçào social, aprende a viver num mundo nüo muito
oomo método prim ário de socialização, facilmente controlado pela policia. Se a fuga
freqüentemente não atingem os resultados física nâo é possível, algumas pessoas
desejados. aprendem a fugir psicologicamente, passando
muito tempo num mundo dc fantasia, ou se
preocupando com leitura, passatempos ou
4. O receptor da puniçio aprende a evitar esportes individuais. Depois quc os comunistas
tanto a punição quanto a pessoa que pune. vitoriosos estabeleceram um estado policial
Sempre quc as pessoas usam punição, extremamente brutal no Camboja em 1975,
estabelecem condições quc reforçam negativa­ muitas pessoas arriscaram suas vidas atraves­
mente quaisquer respostas quc são- bem sando campos minados e armadilhas mortais
sucedidas ao se evitar punição Agentes para fugir do pais9 Outros se retraíram num
socializado*» tem que saber que, se eles usam silêncio total ou sofreram colapsos nervosos.
punição para suprimir as respostas indesejá­ Alguns se suicidaram - a solução 6nal para se
veis de um indivíduo, eles reforçarão evitar uma experienda aversiva.
negativamente qualquer habilidade que a
pessoa punida tenha para evitar ser descoberto
ou evitar o agente sodalizadoi*. Em primeiro 5. Punição produz condicionamento emocio­
lugar, a criança que ê castigada por mentir nal negativo. Controle negativo é aversivo.
pode aprender como mernir melhor - mentiras Por meio do condicionamento Pavloviano. os
quc são mais díficcis dc descobrir - em vez de estimulos aversivos levam muitos outros
aprender a não mentir. O delinqüente juvenil, estimulos no mundo da pessoa punida a sc
que é castigado por roubar carros, pode tomarem CS’s quecllciam emoções desagra­
aprender a ser mais habilidoso em evitar a dáveis. Algumas destas emoções aversivas
prisão do que aprender a não roubar. Em podem ser adaptativas, mas outras não. Pais
segundo lugar, se o agente sodalizador usa que castigam seus filhos por correrem na rua
muito a punição, a criança ou o delinqüente podem condicioná-los a ter medo de brincar
juvenil eventualmente aprendem a evitar a peno do tráfego (quc é adaptativo); mas podem
pessoa que castiga. Uma vez que isso também condicionar a criança a temer os pais
acontece, o agente socializador tem menos (o que é não adaptativo). O estudante de
oportunidade de exerccr o controle positivo ou música que é freqüentemente criticado por
negativo É uma perda dupia. O agente maus desempenhos pode ter a sua má execução
punidor pode não mais controlar o comporta* condicionada em . u m 'C S aversivo (que/é-
memo inadequado c pode não mais ensinar' adapiativo), mas muita cridca pode- fazer com
alternativas desejáveis. Desde que as respostas que a música em geral seja condidonada num
de esquiva são freqüentemente resistentes ã CS aversivo (que e nio adaptativo).
extinção, há uma chance do agente socializa­
Quem recebeu um castigo relativamente
dor sofrer uma perda permanente de influên­
freqüente muitas vezes aprende a responder a
cia. Uma vez quc seu filho saiu de casa, os um grande número de estimulos oomo CS’s
p u s não podem mais orientar seu desenvol­
para respostas emodonais aversivas, tais como
vimento.
ansiedade, vergonha, culpa, ou sentimentos
A pessoa castigada pode evitar punição ruins a respeito de si próprio. Na maioria das
tanto física quanto psicologicamente. Os sociedades, as mulheres recebem mais controle
fugitivos se distanciam fisicamente de lares aversivo que os homens. Em conseqüência, as
excessivamente aversivos. O delinqüente mulheres muitas vezes aprendem mais

” S t a s ( l 9 6 í : Jlf>. Cressoy (1978; 4)) * "Dirge**


-PUftClwo» do CcffPOrtamcnto na Vida PiAna 244

respostas emocionais - ncgativai que os país à'pumçãof qoe tèm o efeito de suprimir o
homens. Mulheres têm mais pesadelos, comportamento indesejàvd sem os efeitos
depressão, insônia, nervosismo e medos colaterais da punição. Cada uma ddas pode ser
irracionais que os homens10. Naturalmente, usada em conjunto com as outras. È
nem todas as mulheres têm estas respostas freqüentemente possivd usar dois ou mais
emocionais negativas e nem todos os homens desses métodos juntos - para minimizar a
estâo livres delas. O foto é que as pessoas de necessidade da punição
ambos os sexos, provavelmente, tem respostas
emocionais negativas se expostas a niveis altos
de controle negativo, e as mulheres tendem a I. Reforçamento diferencial dc outro
receber mais controle negativo que os homens comportamento - (DRO). Um método não
punitivo muito efetivo para diminuir a
freqüência de um componamento é o uso de
6. Punição pode levar á supressão genera­ reforçamento diferencial de outro compona­
lizada dc resposta. Quando o componamento mento (DRO). Se Mark está viciado na TV e
X è punido, não só ete mas outras respostas Nancy quer faze-lo perder este hábito, cia pod£
semelhantes também sâo suprimidas. Isto é usar DRO. Recompensando Mark por outras
conhecido como supressão generalizada de respostas, mas nâo o reforçando por ver TV,
resposta. Se uma pessoa é castigada- pot ela pode levá-lo para o boliche, para jantar
muitas respostas diferentes, a generalização fora, discoteca, cinema ou visitar amigos à
aumenta ainda mais este número e a pessoa noite. Quanto mais reforçamento positivo
pode mostrar uma supressão generalizada de Nancy fornecer para outras atividades, melhor.
respostas em grande pane de seu repertório de Se d a e Mark têm amigos comuns, o reforça­
comportamentos, [fio pcoduz o indivíduo mento soda) extra pode fazer Mark largar a
“inibido”, aquele que tem medo de falar, que televisão por alternativas mais gratificames.
nunca toma a frente, que tente conseqüências O reforçamento diferencial de outro
aversivas por todo lado. Doses pesadas de componamento funciona mdhor quando o
controle negativo sempre fomeccm á pessoa outro componamento é incompatível com o
inibida respostas emocionais excessivamente indesejàvd. Se uma criança é agressiva com os
negativas (item 5 acima) e um rcpenôrio dc companheiros, o DRO trará melhores resulta­
respostas de esquiva física ou psicológica dos se se reforçar um comportamento incompa-
(item 4 acima). Casos extremos de supressão tive! do que sc se reforçasse qualquer resposta
generalizada de resposta não são muito nio agressiva Reforçar respostas incompatí­
comuns, mas formas mais brandas, tais como veis - tais como ajuda, consideração ou
timidez, o são. Um estudo de secundaristas preocupação com os outros - não só diminuí o
universitários mostrou que mais ou menos nível dc agressão, como dá á criança um novo
quarenta por cento dos alunos rdataram estilo dc rdaçôes interpessoais em que a
sentimento de timidez11 agressão è muito menos provável. Se seu
melhor amigo é muito preocupado, o DRO
ALTERNATIVAS À PUNTCÂO para qualquer componamento que o de não
preocupar-se seria menos eficaz que um DRO
para respostas incompatívds que interferem ou
A punição pode ser brutal e desumana distraem a pessoa da preocupação. Reforça­
Pode produzir muitos efeitos colaterais indese­ mento diferencial para qualquer comporta­
jáveis. Há quatro alternativas positivas princi- mento que não a preocupação poderia incluir
reforçamento pela leitura dc jornais, ou por
assistir o noticiário na TV; entretanto, a midia
,0 Ctosler (1971); Tavrise Offir (1977:221). poderia expor a pessoa a noticias de desastres,
" Züntafdoct aL(19?5>; ZúRbank>cRad)(19&l). epidemias, crime ou outras coisas ’ que
Principios do Comportamento na Vida Diária 245

provocam preocupação. Por outro la'do, o DRO Cap. 2)!“ A extinção é sempre mais lenta se o
para respostas incompatíveis deve distrair a comportamento indesejável esteve previamente
pessoa da preocupação reforçando a atenção num esquema de reforçamento parcial (ver
em alternativas positivas, tais como relações Cap. 12). E mais difícil aprender a usar a
sociais gratificantes, atividades com amigos ou extinção porque ela não produz declínio tão
novos e estimulantes passatempos. À medida rápido e imediato da taxa de respostas como o
que a pessoa se envolve em atividades faz a punição. Há vantagens, entretanto, em
recompensadoras, haverá menos tempo para usar a extinção no lugar da punição. Como a
preocupações. extinção não envolve a aplicação de estímulos
aversivos, não condiciona respostas emocionais
O reforçamento diferencial de outro
aversivas e de esquiva. Além disso, não provê
comportamento costuma ter efeitos dura­
modelos para c mau trato verbal ou físico de
douros. Uma vez que uma pessoa descobre
outras pessoas.
uma nova fonte de reforçadores, pode nunca
mais voltar a emitir o comportamento Como vimos na Capitulo 7, crianças
problemático. Depcis que alguém aprende a podem aprender uma variedade de comporta­
se r b o n d o s o , c o n s c ie n c io so e p re o c u p a d o c o m mentos de “chamar a atenção” Algumas
os outros, as recompensas deste novo estilo de formas destes comportamentos são indese­
relações sociais podem ser tão grandes que o jáveis: gritar, fazer birras, começar brigas, ser
indivíduo não volta mais a ser desconsiderado, insolentes, e dai por diante. Se a principal fonte
egoista ou hostil. Uma vez que uma pessoa de reforçamento para o comportamento é a
fica excitada por participar de times de atenção dos adultos, estes podem, com sucesso,
atletismo ou grupos de caridade, haverá pouco acabar com o comportamento parando de dar
tempo ou reforçamento para preocupação; e, atenção. Para fazer a extinção funcionar, é
após dois anos, o ex-preocupado achará difícil importante saber que reforçadores estão
acreditar que houve uma época em que a mantendo a resposta inadequada e ser capaz de
preocupação ocupava todo seu dia. remover uma grande parte deles. Se isto não
for possível, então deverá ser usado outro
Quando for imperativo que o comporta­
método além da extinção. Por exemplo, se a
mento problemático nunca seja emitido
novamente, o DRO pode ser combinado com fonte de reforçamento para chamar atenção for
punição breve ou ameaçai» de punição. O ex- a turma de amigos, os adultos não conseguirão
eliminar o comportamento apenas deixando de
alcoólatra pode receber reforçadores para
dar atenção. Persuasão e DRO podem
manter um estimulante emprego novo, que o
ocupa muitas horas por dia e o mantém longe funcionar bem neste caso. -^ ^
dos bares (DRO); mas a ameaça de perder o Há, entretanto, muitas respostas inade-
emprego, se pego bêbado, dá uma motivação quad as na vida quotidiana para as quais a
extra para ficar sóbrio. A pessoa não precisa extinção se ajusta bem. Como os pais provêm a
experimentar o punidor - isto é, ser despedido principal fonte de reforçadores para seus filhos,
- para que a ameaça de punição leve-a a evitar podem freqüentemente acabar com um
a garrafa, e mantenha-a orientada para uma comportamento indesejado através da extinção.
alternativa mais saudável e reforçadora. O filho que acorda os pais e pede um copo
d’água, no meio da noite, deixará de pedí-lo
depois que os pais param de dar reforçamento.
2. Extinção. A freqüência de operantes pode A criança que continua “enchendo a paciência”
ser diminuída pela remoção dos reforçadores da mãe c do pai para ajudá-la a resolver os
que mantêm o comportamento. Embora a problemas do para-casa, ou fazer uma pesquisa,
punição possa produzir resultados instan­ deixará de fazê-lo se deixar de receber ajuda.
tâneos, a extinção pode requerer dias ou Pode-se combinar eficientemente a extinção
semanas para produzir resultados iguais (ver com qualquer um dos outros métodos desta
P nnopos oo Cofwpottamwt o na Oana 2 46

soçáo. Por exemplo'. enquanto o comporta­ >. Aprendizagem vicariante. Modelos podem
mento inadequado está sendo extinto, os pais fornecer informações c reforçamento vicariante
podem se esforçar para ensinar, por modela- que diminuem o comportamento indesejável e
çâo, o comportamento adequado de maior aumentam as alternativas desejáveis. Quando
consideração com os outros. um observador vc um modelo se abster de um
Pessoas que se relacionam intimamente componamento inadequado e se engajar numa
muitas vezes controlam muitos dos reforçado* alternativa desejável, pode aprender padrões
res que condicionam ou mantêm o comporta­ desejáveis sem ter que ser punido.
mento um do outro. Ela costuma gritar com ele Quando um modelo positivo está num
porque gritar ê a única forma dc fazê-lo ouvi* contexto dc SD. onde muitos possam emitir um
ia. isto é, gritar c reforçado pela resposta dele comportamento indesejável, ele pode abster-se
dc ouvir as queixas dela e ceder ãs suas do comportamento inadequado e ajudar os
exigcncias Por outro lado, ele fica amuado observadores a resistir i “tentação"* (controle
quando nio consegue o que quer. O amuo é de S°) de emiti*lo. Os observadores podem
reforçado quando, eventualmente, ela se aprender a se abster e a adotar algumas das
aproxima, diz coisas agradáveis e tema fazer práticas de resistência usadas pek> modelo.
as pazes. Estes, e muitos outros comporta­ Algumas crianças vêem os pais sc envolverem
mentos que estragam as relações intimas, em discussões acaloradas: entâo vêem um ou
podem ser removidos do repertório de ambos resistir á tentação de agravar a
comportamentos através da extinção. Ele deixa discussão: “N3o podemos brigar assim. Somos
de reforçar seus berros não prestando atenção adultos maduros, temos que nos acalmar e
quajido ela grita. Isto funciona bem, principal­ adiar uma solução razoável" Este comporta­
mente em conjunto com DRO. ele presta mento fornece um modelo excelente de práticas
atenção quando ela nio está gritando. Ela para evitar comportamentos indesejáveis e
deixa dc reforçar seu amuo não lhe dando mudar para alternativas mais positivas. Se a
atençSo quando ele emburra. Pode combinar alternativa tem sucesso e os dois mostram
extinção com DRO, sendo especialmente sinais de estarem felizes com a nova sofução, a
amigável e atenciosa quando ele nâo está esquiva de uma cena aversiva e o reforçamento
emburrado vicariante da solução do problema vão ajudar
As pessoas nâo precisam ser pais ou as crianças a aprenderem como lidar com
discussões acaloradas dc maneira civilizada.
amantes para serem fontes de reforçamento
mútuo. Amigos, colegas de trabalho e Modelos instrutores fornecem mais
conhecidos freqüentemente trocam reforça­ informação que os modelos peritos e ajudam os
dores. Sempre que pessoas dependem umas observadores a ganhar mais rapidamente
das outras para apòio mútuo, jogos, simpatia, habilidades positivas (Cap. 9) O modelo perito
trabalho de equipe, dependem de reforçadores demonstra dominio perfeito, sem revelar
mútuos; portanto, a remoçáo de reforçadores muitos dos passos necessários para se atingir o
pode diminuir a frequência de comportamen­ dominio do controle positivo Os modelos
tos indesejáveis via extinçlo. Por exemplo, se instrutores revelam os métodos que aplicam a
alguns operários dependem de brincadeiras cada problema dado. è medida que lutam para
comuns para combater o tédio de um trabalho vencê-lo1* Pais, que já dominam completa­
enfadonho, interromper as brincadeiras depois mente o problema de resolver desacordos,
que um deles ofende um colega ajudará a resolvem seus conflitos pouco freqüentes
interromper o comportamento ofensivo12. apenas com algumas palavras. A criança que
observa tem pouca oportunidade dc aprender as

** Mcicbcebsiiin(l97t: 298 - 307). Bambinte Bvab


, í Roy{1959- 1960). (1973).
Pnnaecot ao CooicciMfnantft na vtda Diana 247

dúzias dc habilidades quc os pais dominam. 4. Persuasão o regras. Uma das maneiras mais
Outro tipo dc pais pode revelar muito mais dc eficazes de diminuir a freqüência de um
seu repertório dc habilidades instrutivas comportamento indesejável é se utilizar a
Depois de ver os pais com raiva, o filho pode persuasão Em vez de se castigar uma pessoa
ouvir um diálogo de auto-insirução para lidar pelo comportamento inadequado, é sempre
com a raiva: '‘Não quero dízer palavras possível ter uma conversa séria sobre os prós e
asperas; quero quc veja quc eu te amo” "Sinto contras do comportamento indesejável e suas
o mesmo. Vamos dialogar”. “Certo, mas alternativas. Esse tipo de conversa seria ensina
primeiro vamos ver se eu entendi suas as pessoas a avaliarem racionalmente os
queixas". A medida que o diálogo continua, o problemas ou perigos do comportamento
filho observa muitas das habilidades especifi­ inadequado, além das vantagens positivas de
cas que os pais usam para lidar com o alternativas mais aceitáveis. Todo comporta­
problema Os modelos instrutores aumentam mento indesejável é “indesejável” porque causa
as chances de que a criança imite suas dano a pessoas, lugares ou coisas Como as
habilidades interpessoais porque lhe passam pessoas aprendem a usar a persuasão para
mais informação Observe que os modelos identificar as conseqüências censuráveis do
instrutores podem ser tão eficientes quanto os componamento problemático, d as aprendem a
modelos peritos na solução de seus problemas evitar tanto o comportamento inadequado
A diferença crucial é que os modelos quanto suas conseqüências aversivas.
instrutores mostram as habilidades que usam A persuasão humanistica e uma das
para evitar o controle aversivo e utilizar o formas mais efetivas dc todos os ntdos de
controle positivo; e verbalizam essas habilida­
persuasão possíveis. A persuasão humanistica
des ajudando a explicar o seu componamento. enfatiza a felicidade ou sofrimento humanos
O filho, criado por pais tipo modelo instrutor, produzidos por qualquer tipo de comporta­
lem mais probabilidade de aprender habilida­
mento, ajudando as pessoas a entenderem
des interpessoais positivas que uma criança
como suas ações afetam a si próprios e aos
educada por pais tipo modelo perito, com as
outros. A persuasão humanistica tem mostrado
mesmas habilidades ser muito superior à punição física na educação
A maioria das pessoas é exposta a um de crianças1*. O que acontece se uma criança
grande número dc modelos, alguns dos quais de S anos está jogando bola dentro de casa e
usam controle aversivo, e outros, positivo. quebra uma estatueta cara? Em vez de espancá-
Qualquer tentativa de aumentar u taxa do la, a mãe pode calmamente sentar-se com a
modelos positivos em relação aos negativos criança e explicar porque aquela p«ça, e outros
pode ajudar a passar adiante habilidades dc semelhantes da casa. são valiosas.
controle positivo. Muitos pais tentam fazê-lo
uSua bisavó deu-me estas estatuetas
evitando brigar na frente dos Olhos (diminuin­
anos atrás. antes de falecer. Sua avô costu­
do, assim, a exposição dos filhos a modelos
mava colocá-las numa caixa especial na casa
negstivos). Entretanto, pais que são incapazes
dela, em lowa. Nâo podem ser substituídas e
dc resolver seus probtemas de uma forma
não têm preço para num. Espero dá-las a vocé
positiva na (rente dos filhos, tambem
quando crescer. Sinta como á fin a esta
diminuem suas habilidades positivas. Em
porcelana. Aqui, vocé consegue ver a luz
alguns casos, se os pais não são bons modelos
através dela quando a segura contra a Janela.
instrutores positivos, os filhos podem aprender
Você deve ser cuidadoso para não quebrá-las
essas habilidades positivas de outros modelos
porque sào a única ca sa que tenho da vovó
quando crescerem - de vizinhos simpáticos,
Nelly. Eu amava vovó Nelly com o vocé ama
bons professores, amigos e colegas dc quarto
atenciosos, um cônjuge positivo e dai por
diante. 14 Hoffman e Salustein (1967); Hofímao (1970);
ta k e (1972), La Vote (1974).
P r i n c í p i o s do_ç|Q [n c a r l a m e m □ n a V iria E iáru a

iTTiJ [TIW, tf fttv iiúi' fttlttfo 'i'pr \}in f I'/iijffs P e r í u ^ l o Twde ser útil cm q u a lq u er
•JÇSltuidtLS, id ade, m as a í pessoas q u e c re sce ram com 0 uso
Q u a n d o feita g e n tilm e n te e com a m a i, a d a ptrfiu 35ã ç desde a infancia, prov-ivelm cntc a
p e rsu a sã o huftianifiiicu p o d e in v o lv e i unut usarSii m ais e resp o n d erão m ais ra p id am e n te
lo n g a c o n v ersa so b re p esso as, se u s c o m p o rta ­ q u a n d o outros forem u^á-la co m e las n a id a d e
m e n to s e sen tim en to s. A m ãe p o d s c o u ta r adulta. Uni hontem e urna m uífrcr q u e precisam
e stó ria s s o b rt a p reo c u p a ç ão de N eJiy co m re so lv e r u m conflito conjugal le f io m ais
o u tra s p esso as, e seu a m o r por coisas bnnítas, ÇucesíD com 0 uso d e p e ftu a s ã o sc am tios
re sp o n d e n d o seíisitivarncn(ç jtos co m en tário s e foram criado? com p e rsita sio e nãa o am o uso
piFglifitiLS da çriftnça. P-ersuasão hurrçat»ISÉÍca cie castig o fisieo. C om o cad a conjujte c w iv e ís i
p tr m ilç ã c ria n ç a v e r p o rq u e OutraS p esso as a sm o Q L ilrç wfe>fe s íu s p ro b lem as a suas
so trem q u a n d o u m c o m p o rta m e n to ÍEidçíçjivel possív eis w]tiçÚes^ podem u s a r a persiiasáo
ê em itid o , e d á á criança regras p a ra ev itá -lo e para. c ria r um a longa ItSía de tú d as ais vantagens
e v itar a LnteEicidade q u e e le cau sa. aEtitâor par e deivantúi^cns asNoctadas com cada so lu ç io
ftrvnr, ndo hrtnqitc Cvtn coisas aqui otak pv&xi possfvel de seu problem a. EvenCuaE[neittcr
qpsbrwr n tü ix cjltptm a d e sse u p e ç a s rfeiicaí& ui*. certas soluções p a rtC e rio te r m ais vanfagens
m utuam eirte aceitáveis q u e uütras, e am bos
Um pat que usa pcf^uasio fornece um entftfidtfiD as razões p o rq u e d e v e rão sc
modelo de atrtocontrole e preocupação buma* e sfo rç a r paru atingir sg lu ç â c s m_ai? p r e m iíiu r ls
nÍÈiica cm vea de um mpdeto dc agressão para seu p ro b lem a 16. A p ersuasão p o d e ser
verbal ou fisica. fJ qoe ulíliza persuasão esti u sad a em m tiitn j u tttro i COmeaiOS. O cunsclho
ensinando á criança Lima valiosa hal>i] idade d e d ire to re s po d e usar a perçuasão q u a n d o lerttâ
Wfiftffil para ffltttT e pensar a respeito das conse­ rew dvcr diferenças de o p in ião e d ç tid ir 0
qüências positivas c negafivas do comporta­ futuro d c sua corporação. O su p erv iso r pnde
mento. Além dis&O, ele dá à criança illfftTtna- u sai' A (KTSuíiSüo quan d o rr*plica ao a tratalJ^j-
ção e r-egrapt yteis que poderão ser ujadaa mais dores a necessidade de seguir os pmccsüOR dc
tarda. Os prós c conl^a ctescriioá peto pai fabricação. Síi n supervisor pode apresentar
servem como CS’a verbais que cliciam justificaiivis pnjittrL'as suficientes para adotar
respostas emocionais condicionada?, cte modo D& ItOVOs prutídinlentui, ns trabalhadores Wi
que a enança se sente positiva a respeito do engajarão na nova atividade por razões
componaírteaito atencioso e se sente ma3 com 0 positivas. Se o& trabaltiadores não puderem ser
comportamento destrutivo13. Finalmente, íl convencidos do %'alor posiltvo das novas
persuasão fomew; princípios yerais - regras práticash podem cojivencer o supervisor ía
amplas, Euiimmisticas, de consideração para necessidade de renegociar is diretrizes com os
com os outros - que ajudam 3. pnoduar um donos da fàbriça. A penuasão lendç a tacititar
comportamento pnõ-sodaj geiieriiJizHdo Em 3 (omada de decisão rj^n^-rátíca c penmittr
vês de ser espancada, porque quebrou uma süIlíçjjíü mais positiva que pndciri ser
pequena estatueta especifica, a criança recebeu 3eJeciü3iada$ enlre ãs alternativas disponíveis.
Liiiiá jjrín<Js lição de apreciação e considera­
ção. Mais tarde, se a cfiinça traz para casa
uina bula yti uma rede de caçar bortofetas^ as
regraü generalizadas pata uma contiuta mais
iilentiusã v ã o ajwdá^la a ser mais cuiftzdosa
para nSo danificar as coisas do que üc fosse
meramente espancada por quebrar uma
determinada estatueta.
_________ __________ tf Pameirís conjugas pedem cv'tias tidligír daf
dsnccrasiría om oo mtn» pcrcuadiiKhHS? Diutannicntic
SVálJtrs 4 PtnJ« (Í967Í; Q lc jtk c W âbns Í19TQ). cm t^nes ipujKv -um vet. cJl? (Chíiman, 1979|
Ptincicto* do CQ^ooftivnflm^ cs VSda Oiana

CO NCLUSÃ O

ilá um continuum do controle negativo total ao controle positivo total. As pessoas


■comumerue usam combinações de controles positivo c negativo nas suas interações com os
■outros. Muitas pessoas estão na metade positiva do continuum a maior pane do tempo: mas quase
todo mundo pode sc tomar mais positivo. Sob controle positivo, a vida é muito mais agradável.
Culpa, ansiedade e preocupação se tomam coisas do passado17. Sob controle positivo, cada
pessoa pode aprender comportamcntos construtivos, criativos e sc sentir bem a respeito de suas
contribuições.
Embora a punição não possa ser totalmente abolida, pode ser minimizada. Só 6
necessária como um auxilio, um substituto, naquelas situações nas quais práticas mais postuvas
não funcionam de forma suficientemente rápida1*. Quando a punição é oombinada com o controle
positivo, é sempre possivel manter o uso do controle negativo ao minimo. Se aplicadas logo no
inicio do componamento indesejável, algumas punições breves e suaves - combinadas com
reforçamento positivo do componamento desejável alternativo - podem ser suficientes para
eliminar o comportamento inadequado.

r Kauitoünn (1973).
1' Baer (1974); Waken e Grosec (i9T?y, Ncwsoo « al. (1983).
Pensamento
Self e
Autocontrole
Neste capitulo, vocè vai aprender que jtetmnietito é ion
comportamento; voei descobrirá as origens do pensamento
otimista, do pensamettto pessitnistn, do pensamento raciona!, o
autoconceito, a identiiktãe, as crises de identidade e o
autocontrole.

s primeiros behavioristas focalizaram modelos, regras, facilitadores e reforçamento.

O sua atenção sobre o comportamento


aberto porque este era mais fácil de
ver, ouvir c registrar com os instrumentos de
laboratório. À medida que avançaram a teoria
Nosso autooonccito aparece quando as
pessoas nos ensinam a descrever nosso
próprio comportamento, como descreveríamos
o comportamento dos outros. O autocontrole
e a metodologia comportamcmais. tem-se resulta de um repertório de habilidades que
dado atenção ao componamento encoberto: aprendemos para modificar nosso comporta­
pensamento, sentimento, consciência do self, mento. Nem todos aprendem igualmente bem
autocontrole, e assim por diame'. A pesquisa essas habilidades encobertas: mas o mesmo é
indica, que o comportamento encobeno pode verdade para as habilidades abertas - nem
ser explicado pelos mesmos princípios que todos cantam ou correm igualmente bem.
explicam o comportamento aberto Pensa­ Primeiro, examinemos o pensamento, a
mento é comportamento As coisas a respeito forma mais gera! de comportamento
das quais pensamos são aprendidas de
encobs-to; em s-^uida. consideraremos a
natureza do autoconceito e do autocontrole
1 E sta análise pode ser fe ia " w n ahoodomi a
posição básica d o b e ta v w ris m o " (S kinner, 1 9 6 ^ 228)
porque trata o pensamento e otSrx proce&uK PENSAMENTO È COMPORTAMENTO
m eobettos com o com ponarnsm o e nSo com o prooessos
s p iritu a ls oa d c algum a m aneira concdw dos duatisüca-
m eou (S kinner, 1957: 4 4 9 ). Para n n lo r aprofunda*
O pensamento é o componamento do
m ento d a po ne flo com portam cnial. ver M ead (1 9 3 4 :3 8 . cérebro. A maior pane da atividade cerebral
•0. 47. J05, 2«Oh S kinner (1957, 1969. 1974): Staau
,1968. 1976); B a id a ra (1969. 1971. 1977): M aboory
(1970. 1974); M e rd e rb a u m (19 77 ): R o s a iih a l e * " O pomo de v a u rats smples e mats süsCatóno
Ztm m en&an (19 78 ); R a ch lin (I9 8 0 X M iscbd (19 8» ); è àc que o pensamento c súnptcsoKoie compor/antnto
BaJáwrn (1982. 1985); L a tt (19 84 ): e a revista ~ vc*ta) oo ntoverboh encoberto ou abctio" (Skinner.
^ebavtonio*. 1957:449).
Principio» çg C oírconam eolo na Vida PAna 251

nào é consciente.' Nossa consciência é ébvto, quo/tdõ v©cc' compreende que pensa em
ocupada principalmente com scnso-percep- Português e ttâo em Russo ou Chinês.
çôcs do ambiente comum, junto com um Durante sua socialização, a comunidade
diálogo intento - ou conversação interna - verbal fornece modelos da linguagem portu­
quc sustentamos conosco mesmos, dentro dc guesa. Você o u w as regras do Português:
nossas cabeças. As senso-perccpções nos sào “Não inicie fra ses com prottome oblíquo * O
dadas através dos cinco sentidos externos e reforçamento diferencialfo i dado para o uso
dos scnso-reccptorcs internos A percepção correto dc fra ses em Português e para
não é passiva. As pessoas muitas vezes construções verbais que fossem compreen­
aprendera padrões de comportamento*de síveis para outros falantes de Português.
percepção seletiva que enviezam suas Através desse processo. "ücê /tão apenas
percepções, dirigindo a atenção para -certos aprendeu a fa la r Português mas também a
estimulos e desviando-a dc outros. O diálogo pensar ■ a sustentar uma fa la sub-vocal - em
interno que acompanha essas percepçòes Português.
«m sisie de uma conversação continua que Os conteúdos dos pensamentos de uma
"ouvimos”’ dentro dc nossas cabeças, depois pessoa são também um ganho da sociedade
que começamos a aprender a linguagem, na em quc ela vive. NSo nos preocupamos com a
infância O pensamento é algumas vezes invasão dos holandeses no nordeste do Brasil,
chamado de fa la sub-vocal, porque a cofreme como o fizeram os brasileiros á época.11
de palavras que "ouvimos" durante o Nossos pensamentos são preenchidos com as
pensamento é semelhante às palavras faladas, questões do momento histórico atual, sejam as
exccto que está abaixo da nivel da laia - questões do poder nuclear, o tipo dc carro que
portanto "sub-vocal’” . compramos, o programa de TV desta noite ou
O diálogo interno dc nossos pensamen­ as oportunidades atuais dc trabalho. Muito do
tos nos é dado pela sociedade, pela comunida­ conteúdo do nosso pensamento depende da
de verbal, que fala conosco, nos pede para sub-cultura em que vivemos. O entusiasta dc
descrever nosso comportamento, e reforça motos aprendeu como falar sobre os maquiná-
respostas verbais autodcscrittvas. Como rios de motos, sobre o desempenho dc diferen­
George Hebert M ead enfatizou, a mente e a tes motos e as. vantagens dc vários equipa­
consciência do " s e lf têm suas origens na mentos. O artista pode falar uma linguagem
interação social simbólica.* Isso se torna mais nviito diferente, expressando interesse pela
última exposição no museu, pelas tendências
da arte modem a c pelas galerias onde seu
4 Skinner (1969: 246) enfatiza que "todo próprio trabal ho poderá ter uma boa
comportamento é bag eomente inconsciente’', a menos exposição. Os anotoqueiros e o artista vivem
qoe “ptábcu bem estabelecidas de autodcscnçüo
je rtra ooraoéacia" F s a o bchavionsia, o incutucicnie cm diferentes sub-culluras, recebem imputs
c bastante beacvokrnic comparado com o modelo verbais diferentes, e aprendem a pensar sobre
Fratiiaoo dc inconsciente. O b d a v ic r ê u ndo supóc coisas diferentes.
quc o ioconsciciuc seja prcctichido com desejos
egotsas ou impulsos sensuais, coroo o fez Freud
(M addl I9S0X
* M o d foi a origem do behavxxis.no soctaL Mcad (Mead, 1934: 191). "Devemos ver a mente. então,
<1934: 8. 10. iOI. 416) rejeitou o potuo de vtsw de como algo quc surge c se desenvolve dentro do
Waisoa de que o bchavtorismo ndo tteveria Ikfex corn processo social, dentro da matriz empírica de tm c o tto
pensamentos e estabeleceu tu a programa para sociais" (Mead. I W : 131).
rcladore» pensamentos (e seU) a suas origens sociais.
"O quc a i quero enfatizar. particuLirmane. c a pri* * N.T. - Mo inglês, uma regra « n a : “nâo use
tu a ó n c u temporal e lógica do processo social cm negativas duplas".
rctaçâo á autoconsctcnda individual quc sutrc nele” * N.T. - O lexio original sc refere à caçaâsbnras*
(Mead. 1934: 186). “O conteúdo colocado na naente t cm Salem. Massachusetts. cm 1961
apenas desenvolvimento c produto cia m e n ç ã o social-
Princtftot do Comportamento na vtda D im 2S2

Karl Mannheim, um fundador da to. tfomme 'rotulou os pensamentos de


sociologia do conhecimento, afirmou que o cow nuiis' para designar seu status dc
indivíduo "fala a linguagem do seu grupo; operantes encobertos0. A pesquisa sobre
pensa da maneira como seu grupo pensa caverants indica que esses "operantes da
Encontra à sua disposição apenas cenas m ente" são adquiridos e mantidos quase da
palavras e seus significados. Participa, pen* mesma maneira que os operantes abertos7.
sando alem daquilo que outros pensaram antes Modelos, regras e facilitadores verbais
dclc"*. Se seus amigos mais íntimos falam propiciam a exposição a palavras faladas e
frequentemente dc policia, superpopulação, escritas, que podem tomar-se adquiridas como
fontes de energia alternativa c controle-de coverants pelo ouvinte-leKor. Entretanto, a
rendas, é provável que vocè também fale - e frequência desses coverants no diálogo
pense - sobre esses assuntos. Se você ouvir no interno de pensamentos de uma pessoa
noticiário um item relevante para esses depende dos padrões dc reforçamento c
assuntos, c provável que vocé não só pense punição que se seguem a cada coveram*.
sobre ele mas ainda que passe a informação a
seus amigos, uma vez que esses compor*
tamentos são muitos vezes reforçados. Sendo Modelos. Um amigo admirado que fala
única sua história de experiências de aprendi­ muito a respeito dc seu trabalho no Peace
zagem, seus pensamentos nunca serão os Corps serve conto um modelo positivo para
mesmos que os de qualquer outra pessoa, vocc aprender pensamentos similares. Mais
portanto seu re-pensar sobre qualquer assunto, tarde. vocé se surpreende pensando que talvez
usualmente, introduzirá nele variações novas. devesse também entrar para o Peace Corps. Se
Uma vez que a variedade é uma fonte do vocè gosta da pessoa e que ela deu pistas
reforçamento pela estimulação sensorial, isso emocionais positivas - sorrisos e gestos
faz com que a interação seja mais reforçadora entusiásticos - ao descrever as atividades
do que se todos tivéssemos os mesmos humanisticas que o voluntário do Peace Corps
pensamentos e disséssemos as mesmas coisas. pode desenvolver, vocé experimentara, refor­
çamento vicariante ao repensar os pensamen­
Aprontemos a habilidade de pensar
tos que seu amigo lhe transmitiu. A novidade
conteúdos verbais conscientes a partir da
de pensar sobre vocé mesmo num trabalho no
interação social simbólica. Nossos pensa­
Peace Corps fornecerá também reforçadores
mentos tendem a ser intimamente relaciona­
de estimulação sensorial. Se vocc nio tem
dos aos padrões verbais comuns em nosso
respostas competitivas urgentes para distrai-
momento histórico e nossa sub-cultura. M as a- ■
■\\ lo,’ os pensamentos, sobre ò.-jVacc -Corps
' História partlctifar d e experiências de apren- -
dizagem de cada -indivíduo introduz estilo
particular t personalidade nos pensamentos e
fXiiavras daquele individutx N T - A palavra "covcmu" i orna çompoaíçk)
cias pabvras covert (cncobcno) c opera* (operante).
A ltamroc(l965).
CONDICIONAMENTO OPERANTE DE
* Ver sumários dc pesquisa sobre opcnanca
PENSAMENTO
cocobenos e m Staau <196$. 197$). Maboncv (1974).
Banduxa (1977), Rosenthal c Zimmerman (1978) c
Falar e pensar são ambos compona­ Mischel (I9SI)
mento verbal. Um é aberto, o outro é encober- 1 O condècionamcoso verbal rúo prccga cinofvcr
consòéocia. Nowo$ pensamentos e fala podem ser
modificados sem percepçüo consciente (Roscníekl c
' Maraihcun (1936: 3). O p e m a m e m o nio deve ser Baer* 1969) Entretanto, regras que tornam u m a pessoa
coooebtdo como a açlo de u m indivíduo sutauifioentc, consciente dos padrtes de reforçam e m o e punição
mas como a atfo dc u ma pessoa enredada no processo facilitam o coodictonaiDe&io verbal (Matoncv. 1974:
histócKO-sxiaJ e m mrso (Mannheim. 1936: 27fl). 410.
PnreiQi&s de Comaortarwrto

podem lomar^se mais freqüentes. Mais tarde. escolliidas. reforçarão tanto o uso de regras
você pode compartilhar suas novas idéias com quanto suas Iwbilidades de ensaio sub-vocal.
alguma outra pessoa quc passou um ano no
Pcacc Corps, na África Centrai. Mas. o que
aconteceria se essa pessoa tivesse sofrido Dicas Verbais. Os pensamentos são
injustiças incríveis, contraído uma doença algumas vezes influenciados por pistas
grave c achado inútil o trabalho? Cada verbais. Pistas verbais são mais frequente­
pensamento entusiástico que vocé expõe tem mente usadas quando uma p«ssoa não
probabilidade de scr seguido por uma consegue pensar a palavra ou frase adequada e
refutação pessimista, baseada nas experiências uma segunda pessoa "completa” ou sugere a
negativas da pessoa. O pessimista está. palavra ou frase necessária.
simultaneamente, punindo seus pensamentos
idealistas e estabelecendo, por imitação. um
novo conjunto de pensamentos mais Reforçamento e Pnnição. Os pensa­
desanimadores sobre o trabalho do Peace mentos podem scr modificados por qualquer
Corps Se você gosta da pessoa, essa nova tipo de reforçamento ou puniçio, envolvendo
descrição do trabalho do Peace Corps sera ou estimulos incondicionados ou condiciona­
mais fortemente reforçada por reforçamento dos. Um pensamento pode ser modificado por
vicariante do que sc você não gostar dela. reforçadores ou punidores incondicionados,
quando o pensamento conduz a ações que
produzem reforçamento ou puniçio. A ideia
Regras. As regras afetam a aquisição c dc estourar algumas pipocas pode começar
manutenção de coverants Se você ouviu, uma cadeia de respostas que termina com uma
muitas vezes, as pessoas dizerem: "Nunca deliciosa refeição e com o reforçador
acredite nos politicos, seja sempre crítico em incondicionado de alimento. Pensar num
relação ao que des dizem", as regras podem modo de não deixar a casa perder seu calor
influenciar seu diálogo interno. Depois de numa ventosa noite, de inverno é
ouvir um discurso politico, cheio de negativamente reforçado pela evitaçlo do
promessas dc campanha, vocé pode lembrar* estar frio demais. Por outro lado. pensamentos
se da regra e começar a criticar as promessas que conduzem a punidores externos podem
do politico. As promessas de campanha scr suprimidos por punidores incondiciona­
servem como S°’s para lembrar-se da regra, e dos. A criança que pensa quc abelhas são
a regra serve como SD para aplicar suas pequenas criaturas lindas e estende o braço
habilidades criticas. Quando vocc esti numa’ para pegar u ia ^ . usu&lmante leva uma
festa de cerimônia, pode kmbrar-se de uma ferroada. Uma vez que conduz a punidores
regra de etiqueta. que estabelece que'se’deve' - externos, a ideia de tocar abelhas se tomará
agradecer atenciosamente ao anfitrião e á menos freqüente. Da mesma maneira, pensa­
anfitriã, antes dc sair. A regra ent&o serve mentos sobre diversas atividades não
como um SD para ensaiar reservadamente - treinadas se tomam menos comuns se as
como uma fala sub-vocal - diversas coisas atividades se mostram aversivas. A literatura
que poderia dizer. O ensaio lhe dá prática em erótica pode sugerir que certas praticas
formular seus comentários delicadamente e sexuais csotcricas sejam engraçadas, e uma
lhe permite identificar as frases que soam pessoa pode fantasiar a respeito de
mais positivas4. Depois de aproximar-se do experimentá-las. Entretanto, depois de realizá-
anfitrião e da anfitriã e de agradecer-lhes os las dc fato, a pessoa descobre que algumas
bons efeitos das palavras cuidadosamente são dolorosas, e é provável que pare de
fantasiar a respeito de realizar essas atividades
aversivas.
* Rosenthal ç Z i m m o m a n <197?: 260Í).
Ponciiyot flo Corroonamento na Vida [Xàna 2S4

Apesar de iodos os reforçadores e foubár um banco são usualmente punidas e


punidores poderem afetar a freqüência de suprimidas petos pensamentos desagradáveis
coverants, o reforçamento por estimulação de ser apanhado e preso.
sensorial tem um papel especial (Capitulo 6)
As pessoas podem aprender a usar
A estimulação sensorial produz os únicos
pensamentos positivos e negativos para pro­
reforçadores e punidores incondicionados que
duzir autoreforçamento ou autopuniçio.
podem influenciar a frequência de pensamen­
mudando assim a freqüência de seu próprio
tos sem ter que conduzir primeiro a comporta­
comportamento. Depois de fazer um bonito
mento aberto. (Naturalmente, a estimulação
arranjo de flores, pensamentos tais como
sensorial pode também reforçar ou punir
‘"Ficou lindo esse trabalho” servem como
operantes abertos) Pensar produz estimulação
autoreforçamento para a qualidade do
sensorial. Se uma pessoa não é super-estimu-
comportamento. Esse tipo dc autofecompcnsa
lada, pensamentos novos e significativos sâo
cognitiva pode até ser usado para reforçar
usualmente mais reforçadores do que pensa­
padrões de pensamentos desejáveis» -Se uma
mentos familiares e menos significativos.
pessoa tem um pensamento criativo c então
Quando uma pessoa jovem imagina, pela
pensa. ‘'Que maravilha!*1, essa autorccom-
primeira vez, se? uma estrela de cinema, um
pensa sub-vocal ajuda a reforçar as habilida­
médico ou um atleta profissional, a maior
des de pensamento criativo, mesmo sc o
parte do reforçamento para o pensamento
pensamento não for expresso em ação aberta.
provém de imaginar-se a si própria num papel
Autopunição depois de ter pensamentos inde­
novo, excitante e significativo. Crianças
sejáveis pode ajudar a diminuir a freqüência
podem gastar horas seguidas fantasiando a
desses pensamentos.
representação de papéis, na medida em que
pensam sobre as profissões c papéis que tem
visto representados por adultos, atores de TV CONDICIONAMENTO PA VLOVIANO
e seus companheiros Esse processo de DE PENSAMENTOS
aprendizagem é chamado socialização anted-
patôria. e pode ocorrer a qualquer momento Apesar de o pensar ser um comporta­
na vida, quando papéis ou tarefas novo, mento. os pensamentos também functonam
significativos, se estabelecem, por imitação de como estimulos. Através do condicionamento
modelos reais ou simbólicos. A solução de Pavloviano. os pensamentos podem tom ar-se
problemas, o jogo com novas idéias, as estimulos conüicionadoi (C S's) que frodem,
viagens causadas pela droga e o devaneio são por sua vez, eliciar respostas condicionadas,
outros exemplos de padrões de pensamento in cln si\i respostas emocionais. O simples
que sâo reforçados pela estimulação sensorial fato de pensar cm alguém que você acha
nova e significativa que produzem. sexualmente atraente pode eliciar respostas
Os pensamentos podem ser modifica* sexuais, tais como lubrificação vaginal ou
dos por reforçadores ou punidores ereção do pênis e sentimentos eróticos11
condiciona-dos. de dentro ou de fora do Pensar numa reccrne experiência embaraçosa
corpo. Uma idéia inteligente de como ganhar pode eliciar enrubescimento e suor nervoso,
mais dinheiro pode ser reforçada pelos junto com sensações aversivas.
reforçadores condicionados intemos de pensar
como gastar todo o dinheiro. Pensar em viajar
para o campo pode ser reforçado pelos
pensamentos agradáveis sobre a beleza da
regiSo campestre. A decisão de viajar é
'*Bandun>(l977>.
reforçada pela visão de paisagens agradáveis
Para pessoas que acham aversivo bastante o " Kinsey et al. (1953): Wasters « Johnson (1966.
pensamento de ir para a prisão, as idéias de 1979); Annoo (1993); Wagner (1973).
Pnneiaios ao ComreytafTiCffio na V da Oifrna 255

Peiistuueulos Positivos U ensàm entos Negativos

Pensamentos que são associados com Pensamentos que são associados com
evetuas reforçadores podem tornar-se CS's pumçõo podem tornar-se C S's que funcionam
que funcionam como reforçadores postnvos como pmudores condicionados e eliciam
condicionados c eiictam respostas emoctonass resjx>stas emocionais aversivas1-. Os pensa*
de prazer. A medida que crianças pequenas memos aversivos muitas vezes suprimem a
aprendem quc aniversários são associados frequência de cadeias de pensamentos quc
com festas c presentes, o simples fato de conduzem a eles. Muitas pessoas acham
pensarem que está chegando o aniversário, aversivo pensar sobre sua própria morte e,
iogo se toma um CS que elicia sentimentos depois de algum tempo, param de pensar
agradáveis c retorça pensamentos freqüentes nisso. Alguns alunos detestam fazer provas.
sobre festas. Quanto mais sc aproxima o Eles detestam pensar sobre os exames finais e
grande dia. mais a criança pensa sobre todos o tanto que terão que estudar para fazê-los.
os sorvetes, bolo e presentes, uma vez que o Mesmo sabendo que faltam poucas semanas
simples fato de pensar essas coisas gera os para os exames, eles evitam pensar sobre eles,
CS's cognitivos agradáveis que reforçam o porque os pensamentos são aversivos. Alguns
pensar continuamente sobre o aniversário. alunos não conseguem pensar seriamente no
Adolescentes que gostam de pensar sobre estudo, ate quc os medos de fracasso no curso
lugares distantes podem achar que seus reforcem negativamente seu pensamento de se
devaneios sobre viagens são mais longos e preparar para os exames finais.
mais freqüentes do que devaneios sobre outras
atividades menos reforçadores. Os adultos, t .Ct-' . .
muitas vezes, verificam que seus pensamentos Preocupação e A utoator».^ fação. -r-Se
se voltam frequentemente para a nova mobilia pensamentos e preocupações ’ sobre idéias
ou o novo carro que estão planejando aversivas são CS’s que ftjvSonam como
comprar, para as lembranças do grande punidores condicionados, por.que algumas
torneio de boliche quc ganharam ou para pessoas acabam se preocupando o tempo
outros eventos positivos. Pensar coisas todo? Por que será que elas não conseguem
otimistas ou devanear sobre possibilidades parar de pensar sobre os problemas, mágoas,
futuras maravilhosas sào reforçados pck» tormentos, remorsos incertezas e medos, que
estimulos positivos que produzem. Uma funcionam todos como CS's aversivos? üá
pessoa pode tambem receber reforçamento .. numerosos padrôcs de contljçjonamcnto que
social por pensamentos positivos, uma vez j/J'J reforçam o preocupar-sfr■trU^£-fortememe:,do,
que os outros usualmente acham reforçadora a quedos CS‘s dos pensamentos:, negativos'
interação com individuos alegres e otimistas. •^'conseguem punir é suprimir opreocupar-se1*."
Se os pensamentos otimistas são Primeiro, pessoas que sc preocupam,
reforçadores. por que será que aquela pessoa muitas vezes recebem a simpatia dos outros, e
não pensa coisas positivas o tempo todo? Se esse reforçamento social pode condicionar o
uma pessoa frequentemente cem experimen­ preocupar-se com uma alia freqüência.
tado desapontamento, fracasso ou punição Pessoas que se criticam a si próprias, cm seus
depois de planejar otimisticamente os eventos pensamentos e palavras, muitas vezes
futuros, a punição pode suprimir o pensamen­ verificam que outras pessoas respondem
to otimista. Alem disso, a preocupação pode enumerando todos os seus pontos positivos.
servir como uma resposta competitiva que
diminui o otimismo (ver a seguir)
** MUfcr (1951); Barber c Hahn (1964*
11 Bandura (1971,1977). — -*•
Princípios do Comportamento na Vida Diária 256

Se uma pessoa não aprendeu muitas outras estimuteção sensonal. Se uma pessoa começa
respostas que lhe tragam reforçamento social, a se preocupar pelo fato de ser tímida òu não-
a atenção dada à preocupação e à autocrítica atraente, podem seguir-se dezenas de novas
3ode condicionar esses coverants em alta preocupações: “Será que algum dia
freqüência de respostas, mesmo sendo esses encontrarei alguém que me ame?” "Será que
pensamentos CS’s que eiiciam emoções me casarei?” “Será que ficarei sozinha toda a
aversivas. minha vida?”. Quanto mais problemas novos
Segundo, a preocupação é muitas vezes com que se preocupar a pessoa descobre, mais
negativamente reforçada pela fuga ou evitação reforçamento por estimulação sensorial existe
de problemas maiores. A pessoa que se para o preocupar-se. Algumas pessoas que se
preocupa em passar num curso pode planejar preocupam muito são especialmente habili­
suas atividades seguintes, estudar muito e dosas em localizar problemas com que se
eventualmente ser reforçada por uma nota preocupar; e quanto mais coisas com que se
boa. A pessoa que se preocupa com os planos preocupar elas conseguem encontrar, maior o
para as férias, com meses de antecedência, reforçamento por estimulação sensorial que
elas recebem para sua habilidade de encontrar
pode ser bem sucedida conseguindo ter tudo
aríanjado, de modo que as férias corram bem. problemas. Mesmo quando as coisas estão
Assim, a preocupação pode ser um tipo de indo bem, elas focalizam todas as coisas que
comportamento de solução de problema e poderiam ir mal e descobrem - ou inventam -
numerosos problemas que nunca teriam
pode ser negativamente reforçada porque
ocorrido para outras pessoas.
permite que as pessoas evitem viários
problemas. Entretanto, enquanto as pessoas
estão pensando sobre possíveis problemas P ensam entos C ondicionam P ensam entos
futuros, elas podem estar se expondo a
numerosas questões inquietantes que sâo CS’s Através do condicionamento Paviovia­
cognitivos para sentimentos aversivos. no, os CS’s de uma sucessão de pensamentos
Terceiro, logo nos primeiros anos de podem condicionar outros pensamentos. Se
vida, uma criança pode aprender a ser um conjunto de pensamentos funciona como
autocrítica e autopunitiva, porque seu compor­ um CS para sentimentos agradáveis, outros
tamento muitas vezes reduz a probabilidade pensamentos que são emparelhados com o
de que outras pessoas a punam. Por exemplo, conjunto de pensamentos positivos também se
e menos provável que os pais punam a tornarão CS's para sentimentos agradáveis.
transgressão.dc seu filho se o pequeno Freddie . J*. Quando você fica amando alguém, muitas
'está se culpando rã si rhesmo por quebrar o vézes verifica qúe as coisas de que aquela
vaso, criticando sua própria falta de jeito, e pessoa gosta também se. tomam mais atraentes
dizendo quão mal se sente, do que se Freddie para você. Se a pessoa que você ama é um
não tivesse apresentado autopunição. Assim, a velejador fanático, você pode surpreender-se -
criança aprende a escapar da punição social, pela primeira vez em sua vida - imaginando-
punindo-se antes. Uma vez que os comporta­ se velejar no Caribe. Cada vez que as
mentos de fuga e de esquiva podem ser muito fantasias sobre o velejar são emparelhadas
persistentes, a pessoa pode engajar-se em com os pensamentos positivos de estar
pensamentos autopunitivos, por muito tempo compartilhando a experiência com seu
depois de uma oportunidade de punição namorado, os pensamentos sobre o velejar
social.
Quarto, uma vez que qualquer dos três
padrões de reforçamento acima fazem com 14 Osgood e Tannenbaum (1955); Staats (1968,
que uma pessoa comece a se preocupar, as 1975); Mahoncy (1974); Bandura (1977); Schwartz
preocupações podem ser ainda reforçadas port _ r (1984).-^_>-.~
PimctMQ» CO Coo^gctameftg na VMa Qàra

lomam-se mais tbrfcmcnte condicionados câncer induzido por radiação. mais


como CS's que eliciam prazer amedrontadas sc tomam, e mais o pensar
sobre a energia nuclear se toma um CS
Eventualmente, o velejador pode tomar*
eliciador de medo. (As pessoas que vivem
vc um CS tio fone para sentimentos dc prazer
peno de Three Mile Island experimentaram
que vocé observa que está demorando mais
prolongado condicionamento mental aversivo
iu s paginas dc revistas que tèm gravuras de
depois do acidente nuclcar lá e muitas
barcos a vela (indicando que os CS's de
desenvolveram uma forma crônica dc stress
u/avuras de barcos reforçam sua atenção
que durou anos14)
prolongada), c sorrindo quando se imagina no
barco (indicando que os CS‘s dc barcos Pessoas que se preocupam muito podem
eliciaram respostas emocionais positivas). A inadvertidamente condicionar como CS’s
pessoa que costa de dinheiro pode verificar eliciadores de medo um grande número de
que pensamentos que eram neutros tomam-se pensamentos que um dia foram neutros.
positivos, se forem associados com dinheiro. Depois que uma pessoa aprendeu a ter medo
Um empresário de tunsmo pode nunca ter se dc morrer num acidente de avião, ela pode
interessado muito por férias na Flórida. Mas, emparelhar outros pensamentos coro o medo
quando ele consegue uma boa pechincha num inicial e assim condicionar novos modos
hotel muito freqüentado, numa praia peno dc Enquanto estiver preocupada com sua viagem
Miami, toma-se mais positivo pensar sobre as de avião para as férias, a pessoa pode
! crias na Flórida. O empresário pensa nas imaginar-se num estouro de um avião, presa
■pessoas voando até Miami, para aproveitar o desamparadamente num avião em chamas e
sol. o surf e a vida noturna, para uma estada morrendo de uma morte homvci. Enquanto
■despreocupada num hotel freqüentado na estiver sc preocupando com esses detalhes
praia; c entrelaçados com esses pensamentos ensangüentados, pode acontecer de a pessoa
estão pensamentos positivos sobre o sucesso pensar sobre sua ida para o aeroporto e de
financeiro do novo investimento. Os pensa­ repente imaginar que poderia haver um
mentos sobre as praias da Flórida logo se acidente de automóvel: o carro poderia
tomam CS’s positivos que reforçam a estourar, prender os passageiros e então
aquisição de posters da Flórida para as incendiar. Tomada de pânico, a pessoa pensa.
paredes do escritório e eliciam sorrisos "Existe alguma coisa que seja segura? Até
quando o investidor imagina as praias cheias passear é perigoso Um carTO pode ficar sem
•Je palmeiras. controle, vir desgovernado pelo passeio c
Se um conjunto de pensamentos matá-lo a qualquer momento*'. O que
começou como uma preocupação relativa a
funciona como um CS para sentimentos
morrer num acidente aéreo, tomou-sc
ítversiw s, outros pensamentos que sâo empa­
relhados com aqueles pensamentos negativos preocupação com outros tipos de viagem, e a
tomam cada vez mats negativos. Algumas pessoa condicionou diversos medos novos,
emparelhando pensamentos sobre dirigir e
pessoas que vivem em cidades próximas de
passear com os pensamentos das
uma usina de energia nuclear tém opiniões
relativamente neutras sobre a energia nuclear, conseqüências temidas. A continuação desses
tipos dc preocupações produtoras de medo
l ütretamo, se uma usina nuclear lunciona mal
pode condicionar medo de qualquer tipo de
v’ solta residuos radioativos no ambiente, elas
viagem, e eventualmente fazer a pessoa ter
podem verificar as mudanças dc seus
medo de sair dc casa.
pensamentos c sentimentos sobre a energia
nuclear, na medida cm que os pensamentos sc
'.amam CS's para sentimento» svçrsivos.
Quanto mais as pessoas pensam sobre
explosões, envenenamento por radiação e ” Hcrten (19S2).
Pimcipi&s OQ Comeor»m«<ito m Vtd» Pana

S^'S E PENSAMENTOS Assim, os S°*s fervem como as chaves ila


memória. Quando os SD’s não estão presentes,
Uma vez que os pensamentos são e pouco provável que sejam evocadas as
operantes, ficam x»b controle de S°. Uma vez velhas lembranças Quanto mais vividamente
que os pensamentos podem também funcionar forem apresentados os S°'s. mais as memórias
como estiimdos. podem tom ar-se para sio evocadas. Quando a pessoa volta á -cidade
outros operantes. Estímulos que precedem natal, depois de 20 anos longe, as experiências
regularmente um pensamento reforçado, de passear pelas velhas ruas familiares c olhar
tomam-se S°'s que colocam a ocasiào para o 0 pátio da escola expõem a pessoa a multidões
pensamento no futuro Cada um dos seguintes dc Su’s - em três dimensões e com cores
S ^s tem fone controle de estimulo sobre os vividas - que podem trazer de voha velhas
coverants d « psssoas. “Qual é o seu nome? memórias que os álbuns de fotografia nunca
Onde vocé nasceu? Qual é o dia dc seu trariam Quanto mais numerosos e vividos os
aniversário? Quanto sâo duas vezes dois?” S ^s, mais provável que apareçam os velhos
Outros S°’s tèm controle menos predizivel coverants.
“Diga o nome de uma cor. Dica o nome dc Os SD's que evocam lembranças não
um pais estrangeiro’* Esses í> s permitem precisam ser visuais. Uma pessoa pode usar
mais espaço para “associação livre". uma vez pensamentos ou conversas com um velho
que uma ampla variedade dc respostas sio amigo de sua cidade como os Sn's que
corretas e. portanto, podem scr reforçadas. A destrancam as memórias. As descrições
qualquer momento, a colagcm de estimulos verbais de suas lembranças da cidade servirlo
nos expõe a multidões de S°"s - alguns com como S ^ s que colocam a ocasião para outras
forte controle para respostas especificas e lembranças. Pessoas que reservam um íempo
outros com menos controle especifico - que para pensar sobre suas lembranças podem
estabelecem a ocasião para nossos permitir que cada nova lembrança sirva como
pensamentos um S° para outras lembranças e.
Aqueles pensamentos chamados eventualmente, podem lembrar-se muito mais
‘’memórias** fornecem um claro exemplo de de seu passado do que se elas apenas
controle por S°. Quando uma criança cresce focalizassem os S ^s do ambiente presenie
em sua cidade natal, as pessoas, lugares e Uma vez que os S^'s exercem, de fato.
atividades típicas da cidade fornecem á controle dc estimulos sobre os pensamentos,
enança experiências de aprendizagem em as pessoas muitas vezes aprendem a evocar
primeira mão, que eventualmente sc tomam lembranças desejadas, colocando -os Sn‘s
apenas lembranças. Anos mais tarde. a pessoa corretos, Elas podem pendurar retratos da
pode tentar evocar as lembranças da inflncia familia na parede lembranças das férias no
cm sua cidade natal e estranhar quSo pouco se 1 lavai são espalhadas pelo quarto Esses SD‘s
lembra Mas veja o que acontece quando o evocam memórias que por sua vez são CS's
adulto pega um velho álbum de retratos, que eiiciam respostas emocionais agradáveis
anuários da universidade ou recortes dc Escrever uma nota (um lembrete) para si
jornais. As fotos de mamãe e papai, num dado próprio c colocá-lo na mesa da cozinha, onde
pic-nic, de repente trazem dc volta lembranças vocé o verá antes de satr dc casa, consiste em
de coisas que aconteceram naquela ocasião colocar um S° num lugar onde ele possa
Uma foto do melhor amigo da pessoa na “lembrar" você de atender a uma certa
universidade dispara uma longa cadeia de incumbência, enquanto estiver na rua. Quando
pensamentos que a pessoa pode não ter tido vocé aprende o nome dc uma pessoa, há
durante anos. Cada fotografia contém muitos muitos estimulos na colagcm do estimulo que
SD's que estabelecem ocasião para muitos podem tomar-se associados com o nome - por
pensamentos que há anos nio são emitidos. exemplo, as expressões faciais da pessoa, a
Printout ao Comtoriawwio na Vloa Ddna 259

.or do cabelo. a rod pa, o assumo da conversa, freqüência este ftadráo, em resposta ao fluxo
3 .sala onde você o encontrou Mais tarde, constante dc S1's na colagem de estimulos
quando vocé terna pensar no nome, vocc pude e.Memos e internos. As vezes, o curso da
ter de reconstruir diversos elementos da consciência é altamente organizado c racional,
colagem de estimulos antes de estarem mas frequentemente nâo o é. A maiona dos
presentes S^'s suficientes para trazer de voita padrões de pensamento contem seqüências
o nome As pessoas muitas vezes “procuram racionais e saltos para idéias apenas parcial­
em suas memórias", apresentando uma varie* mente relevantes ou irrelevantes. Embora
dade de Sü*s que poderiam trazer à tona o muitas pessoas comparem o pensamento
pensamento desejado. Ao tentar lembrar-se-do humano às operações lógicas de computado­
nome dc alguem. você poderia perguntar a si res. a analogia do computador - que enfatiza o
mesmo uma série de questões “Quem mc processamento dc dados racionalmente
apresentou a ela?” “Onde nos encontramos?” programados c o arma/enamento de informa­
“Em que ela estava interessada?” Pode ser que ções - sugere que a atividade mental humana
uma dessas quesiões gerais sirva como um S° c mais racional c mecanizada do que na
que traga á tona pensamentos suficientes realidade e,#. É mais acenado retratar o
sobre a pessoa e a situação para servirem pensamento humano cm termos de um curso
como SD,s para o nome da pessoa. Uma outra da consciência, com sua mistura dc conexões
estratégia é dizer lentamente as letras do lógicas e casuais
alfabeto - "A... B... C... D...” - tentando O curso da consciência è, na realidade,
começar diversos nomes com cada letra: uma longa cadeia de percepções e pensa­
"Card. Cathy. Diane, Dorís...” Essa revisão mentos. Percepções da chegada dos estimulos
sistematica de Sn's relevantes é, muitas vezes, por todos os órgSos sensitivos externos e
util para trazer à tona o nome certo' "Donna’'
internos servem como.SD’s para os pensa­
Recursos mncmònicos nos ajudam a lembrar mentos. Estes pensamentos, em troca, podem
palavras, fornecendo as primeiras letras ou funcionar como Su‘s para mais pensamentos
frases das palavras corretas. Roy G. Biv nâo é ou comportamento aberto
uma pessoa, mas um recurso mnemònico que
pode ajudar-nos a lembrar as cores do Às vezes, o curso dos pensamentos flui
espectro, na ordem correta: red, orange, num padrão altamente sistemático c racional,
yellow, green, blue, indigo, violet mas nio tem que ser assim. Os seres humanos
não são de natureza racional Cadeias racio­
OCURSO DA CONSCIÊNCIA nais dc pensamentos normalmente ocorrem
quando uma de duas condições prevalece: (l)
quando Sp,s de percepçõtís sensitivas
0 peasamcmo tem sido descrito como o aparecem em uma ordem racional - por
curso da consciência - um fluxo constante de exemplo, ouvindo alguém desenvolver um
imagens, idéias, flashbacks, fantasias e outros argumento lógico e claro - o curso da
pensamentos O curso de idéias nâo segue consciência é racional; (2) quando a pessoa
necessariamente uma ordem ou padrão aprende habilidades para organizar, de
racional, embora possa. Muitas das novelas c maneira racional, um material complexo e
filmes que são feitos no estilo “curso da confuso, o curso da consciência é racional,
consciência" permitem que cenas sejam encai- mesmo quando os S°‘s observados não estão
\adas, como se fossem associações livres. em ordem lógica. Como nossos ambientes,
Partes do passado do personagem principal e frequentemente, contêm uma misturai de S°‘s
sua vida presente sio colocados juntos como múltiplos que não sc encaixam nos padrões
se a pessoa vivesse um presente complexo c lógicos e simples, e como e quase impossível
frequentemente, voltasse ãs memórias
passadas. O pensamento humano segue com
“ SUoncr (1974:110).
PnncTKw do Comportamento r<a Vida DiAtia 260

aprender habilidades racionais suficicmcs para pensar clara é racionalmente quando realiza a
dar sentido a todas as complexidades da vida. longa série de passos precisos, necessários
poucas pessoas possuem um curso de numa cirurgia complexa. Pensamentos c ações
consciência que seja complemente racional mal feitos podem levar a conseqüências faiais.
Todo mundo aprende algumas habilida­ Para dominar os passos precisos e racional­
des para o pensamento racional e lógico, mas mente ordenados para realizar a cirurgia,
são necessárias condições especiais para levam-se anos de aprendizagem através de
aprender a usar lógica sistemática e frequente­ modelos, regras, facilitadores (prompts) c
mente. numa grande variedade de circunstan­ reforçamento diferencial Mesmo depois quc o
cias. Pessoas que tiveram um contato amplo cirurgião adquiriu as habilidades necessárias,
com modelos, normas c facilitadores a demanda continua da tarefa prove
(prompts) para o pensamento racional têm reforçamento diferencial para manter padiòes
uma boa chance de adquirir estas habilidades precisos de pensamento e açào. Entretanto, as
cognitivas No entanto, a frequência com quc habilidades racionais cognitivas podem nSo se
Niiirzam habilidades racionais depende dc generalizar para todos os contextos de SD‘s.
Muiios cirurgiões parecem distraídos, disper­
reforçamento Reforçamento social da parte
dos pais, professores, amigos, colegas e sos c pouca racionais quando estão no
colaboradores podem ajudar a pessoa a consultório ■ onde funcionários lidam com
consultas, arquivos, faturamentos e problemas
aprender a usar o pensamento e a palavra
lógica e racionalmente O reforçamento do dia-a-dia. Pelo fato do comportamento do
vicariante por ver modelos respeitáveis cirurgião não estar sob estritas contingências
demonstrando o poder e a elegância da fala e dc reforçamento no consultório - onde outras
do pensamento racional também aumenta as pessoas são as responsáveis - o compor­
chances do observador utilizar um comporta­ tamento cognitivo pode flutuar e tomar-se
mento semelhante. Uma vez quc a pessoa consideravelmente superficial naquele
contexto. Mesmo pessoas mundialmente
aplica o raciocínio cm problemas diários, o
famosas por suas contribuições inteligentes e
pensamento radonal fica sob o efeito dc
reforçamento diferencial automático, a habili­ racionais na arte, literatura, política ou
dade de raciocinar é reforçada (porque da ciência, tem. muitas vezes, pensamentos
resolve problemas), mas o raciocínio mal feito consideravelmente irracionais sobre tópicos
nio é reforçado. Uma vez que o reforçamento fora de sua área de atuação.
natural da solução efetiva de problemas toma* Embora muitas tarefas requeiram
se bastante freqüente, o reforçamento social pensamento lógico, racional e ação para
dos pais. professores e outras fomes podem alcançar sucesso, nem todos o fazem H á
ser gradualmente retirados e a pessoa muitas circunstâncias em quc o raciocínio é
conrinuará a usar as habilidades para o desnecessário. Por isso. padrões de pensa­
pensamento raciona] mento que não são racionais não são necessa­
A racionalidade não è um traço de riamente errados ou sem valor. Como temos
personalidade ou uma habilidade global que no Capitulo i l sobre regras, pessoas que
automaticamente se generaliza para ser aprendem um comportamento sem o uso de
regras podem executá-lo bem mas serem
aplicada a todos os aspectos da vida''. Quase
sempre, pessoas que parecem altamente incapazes de verbalizar racionalmente sobre
racionais e lógicas quando lidam com algumas seu comportamento Elas têm um ‘'senti­
mento" de como realizar o comportamento,
coisas podem não aplicar a lógica e o
mas nào possuem regras verbais racionais
racíocinio quando lidam com outras arcas de
suas vidas. Por exemplo, um cirurgião pode para explicar as etapas para sua execução.
Embora tenham conhecimento tácito ou
''intuitivo*', elas podem não estar aptas a
M»sehd<1968.1981). pensar ou verbalizar a respeito do comporta-
261

menio de uina forma* racionai Assim sendo, pensamento rácfona/1'' Primeiro, embora seja
pensamentos racionais e palavras não são possivel determinar se o pensamento intuitivo
essenciais para a execução de muitos é correto ou útil, c difícil avaliar porque, uma
comportamcntos habilidosos c litds vez que suas causas não podem ser facilmente
avaliadas e identificadas. Portanto, mesmo se
Quando uma pessoa com conhecimento
um pensamento intuitivo pareça estar cerro em
úcito tem uma idéia, ou pensa na solução de
uma situação, é difícil prever se ele será
■um problema sem a ajuda de séries racionais
verdadeiro ou não em outras situações.
dc etapas mentais, o pensamento pode ser
■descrito como uma “intuição". Uma vez que a Segundo, se um irvdividuo (em frequentemente
pessoa não pode identificar dc onde veio o pensamentos intuitivos muito bons. é difícil
pensamento ou que S°‘s o dispararam, o para outras pessoas aprenderem como pensar
dc maneira semelhante, já que o pensador
pensamento intuitivo pode parecer mais
intuitivo não pode verbalizar facilmente
misterioso do que o pensamento racional que
foi desenvolvido num nivel verbal consciente qualquer das etapas mentais necessárias para
a traves de uma serie de etapas lógicas, que o outro chegue a pensamentos intuitivos
igualmente acurados. O pensamento racional
altamente ordenadas. Se problema» de
nào sofre essa limitação. Primeiro, porque
educação de criança ou conserto de uma
como a lógica por trás do pensamento racional
máquina leva uma pessoa a “chccar duas
ê facilmente colocada em palavras, é possivel
vezes" mesmo quando - ou principalmente
pant ou iras pessoas checar a lógica, testar as
quando - alguma coisa parece ter ido bem na
primeira tentativa, a pessoa pode ter suposições cruciais contra os fatos, e corrigir
quaisquer erros ou preconceitos que existam.
aprendido um pensamento intuitivo que não
Este tipo dc avaliação critica não só leva o
parece racionalmente defensivel. “As coisas
pensamento racional a ser aperfeiçoado, mas
aconteceram sem dificuldade. Achei melhor
checar duas vezes porque alguma coisa com também auxilia no acesso a uma serie dc
situações nas quais as idéias são úteis.
certeza estava errada”. Os SD,s de estar dando
certo conduzem ao pensamento dc checar Segundo, as habilidades para um pensamento
racional correto podem ser passadas para os
duas vezes. Se a pessoa não consegue lembrar
outros, de tal forma que muitas pessoas
as primeiras ocasiões nas quais aprendeu a ter
podem aprender a se beneficiar deste tipo de
esse pensamento, o pensamento intuitivo pode
parecer especialmente misterioso, talvez pensamento. A partir do momento que as
sugerindo ESP (Percepção Extra Sensorial) ou etapas do pensamento racional são facilmente
uma premonição. Se checar duas vezes revela compartilhadas com outras pessoas através da
modelaçào, regras c facilitadores (prompts)
de fa to um problema, a crença da pessoa em
ESP ou em premonições pode ser reforçada. verbais. Além disso, habilidades racionais
Os pensamentos intuitivos parecem muitas podem ser aperfeiçoadas pelo reforçamento
diferencial e modelagem, à medida que um
vezes serem irracionais, e é difícil defender-se
quando desafiado por alguém que pretende feedback positivo e negativo pode ser dado
para o raciocínio correto versus incorreto, ã
ver lógica por detrás deles. Entretanto, eles
recompensam o bastante para reforçar o seu medida que a pessoa pratica o pensamento e
uso continuado, mesmo se são criticados por faia racionais.
serem irracionais
Naturalmente, nem todo pensamento
■nacional, intuitivo, é correto, mas tão pouco
ü é todo pensamento racional. O pensamento
racional e o intuitivo podem ser ou certos ou
errados. Contudo, o pensamento tntm tivo tem 11 Este argumento asscrocDu-M i anâüsc dc Skinncr
{1969 - 167) sobre a t vantagens do conhecimento
várias limitações não encontradas no explícito sobre o conhecimento tácito.
Prrnd «o» do Comoonamwito ra Vlfla Ddna 262

Escollm R acional • íom ò cm sua cidadc Enquanto imagina iodas


as alternativas, o estudante começa a pensar
No Capitulo 12, sobre esquemas de nos prós e contras de cada trabalho. Um
reforçamento, vimos que a escolha c muitas trabalho paga mais do que os outros Um
vezes bem explicada pela lei de matching Em outro é mais interessante e prove uma
muitas situações, as pessoas tendem a igualar experiência imponante de trabalho que poderá
a proporção de suas escolhas de diferentes se desenvolver na direçio dc uma excitante
alternativas com a quantidade relativa dc carreira. Os empregos em sua cidadc levam o
reforçamento associada com cada escolha. estudante a refazer contatos Íntimos com
Uma pessoa que gosta igualmente dc sorvete velhos amigos; mas há muitos novos colegas
de chocolate c de baunilha, escolherá de universidade que planejam trabalho perto
igualmente cada sabor, mas alguém que gosta do campus da universidade durante o verão, e
de chocolate cinco vezes mais que de baunilha poderia ser divertido passar o verão
tenderá a escolher chocolate cinco vezes mais conhecendo-os melhor. A cada momento o
do que baunilha. Uma vez que o objetivo da estudante pode pensar sistematicamente nos
«colha racional nâo prcdsc scr o igualar a prós c contras de cada trabalho, mas a
freqüência dc escolhas com o reforçamento associações livres podem ajudá-lo a
relativo de cada alternativa, a lei de matching acrescentar informações relevantes á lista de
nem sempre prediz ou explica a escolha prós c contras. Portanto, as associações livres
racional. não se contrapõem as processo dc raciocínio:
elas podem estimulá-lo aumentando c
A escolha racional envolve (!) listar diversificando o número de tópicos a serem
todas as alternativas disponíveis para considerados9' O mais importante para uma
escolha, (2) juntar informação correta sobre escolha racional é que o estudante (I)
as conseqüências im ediatas f atrasadas considere tantas alternativas quantas forem
(reforçadores e punidores) associados com possíveis, (2) procure por informação tâo
cada uma destas alternativas, então (3) correta quanto possivel cm termos de
avaliar cuidadosamente todos os prós e conseqüências a curto c longo prazos
contras de cada alternativa, sem relativamente a cada escolha, c (3) avalie
preconceito'*. Km qualquer momento do honestamente todos os prós e contras de cada
escolha. A pessoa considera todas as escolha, sem preconceitos
alternativas possiveis e as conseqüências que
a curto c a longo prazo estâo associadas a À medida que as pessoas pensam a
cada alternativa. Este processo leva a pessoa a respeito das conseqüências a curto e a longo
comparar os prós e contras dc cada alternativa prazo de suas alternativas comportamentais,
e a avaliar que alternativas são mais atraentes elas estío permitindo que sua escolha seja
que outras. influenciada por numerosos reforçadores e
punidores que sào cognitivamente associados
Quando um universitário está em com cada alternativa. Por exemplo, se uma
dificuldades cm decidir qual orientador pessoa tem seis alternativas para escolher
escolher, que tipo de trabalho assumir no (comportamentos l a 6 na figura), uma
verão, ou como selecionar um trabalho ou decisão racional pode ser a baseada na análise
carreira futuros, o raciocínio é o instrumento de todos os prós e contras de cada
de dedsio disponível. 0 estudante pode comportamento À medida que uma pessoa
pensar em todos os trabalhos de veráo quc reconsidera os aspectos positivos e negativos
estio disponíveis tanto perto da Universidade

50 Associaçdcs livres sk> um components


14 Mead (1934): Skinner Í195J); Kaufmann(l9?3); importame na solução de proMctn» e pensamento
Siaau(l975V crauvo (Adams, 1974).
Pftftdfros C<y*f)c*nrT€fto m v*.da Diana 263

CQNSEQUÊNOAS

ALTERNATIVAS a curto prazo a longo prazo

Comportamento I <+> <+> (-) <♦> (-> <•*-) (-) (-)

Com portam ento 2 (-) <+> (-) t+) <+> (+> <+> <+)

Com portam ento 3 (+> <-) <-) (+) (+) (+ ) (-)

Com portam ento 4 (-) <+> <+> <+> <-> <+> <-> (-) (-)

Com portamento 5 <♦> (-> <+> <+) (-) <+> Í-)

Com portamento 6 <+) <-) <♦> <-) <+> <+) (-)

de cada escolha (os sinais + c - na figura), os escolher em primeiro lugar, o estudante pode
pensamentos positivos c negativos seryirâo escolher o trabalho que é mais divenido.
como reforçadores e punidores condicionados Entretanto, depois de utilizar procedimentos
que poderão modificar e modelar a racionais, ele poderia decidir que seria
preferência da pessoa por cada comporta­ realmente mais inteligente escolher um
mento até que uma preferência estável seja trabalho que oferecesse uma valiosa experiên­
encontrada Depois de uma avaliação cia profissional.
cuidadosa, ela poderá decidir que o comporta­ Quando as pessoas avaliam os prós e
mento 2 foi a melhor escolha (com o compor* contras de todas suas alternativas, elas estão
tamento 3 sendo o próximo melhor), uma vez realmente aprendendo as razões pelas quais
que d e foi associado com as melhores elas precisam selecionar ou rejeitar cada
conseqüências. opção. Conhecer as razões, porque cada
Quanto mais corretamente as pessoas alternativa è boa ou ruim, ê útii qwutdo
identificam todas as conseqüências importan­ conduz para escolhas que envolvem a perda
tes a curto e longo prazo de cada alternativa, da gratificação imediata na busca de uma
mais provavelmente elas estarão aptas a recompensa melhor, mas m ais distante. Se um
selecionar a alternativa que terá as conseqüên­ estudante de direito decidiu aceitar um
cias mais recompensadoras. Quando as trabalho de verão executando um trabalho na
pessoas não usam o processo de dedsâo biblioteca de uma firma dc advocacia, ao
racionai, elas com freqüência focalizam as invés de aceitar um emprego divenido. pode
conseqüências imediatas das alternativas mais haver momentos em que a tarefa da biblioteca
evidentes isto nio só reduz sua amplitude de pareça entediante ou enfadonha. Ao invés dé
escolhas, que passa a incluir apenas opções se sentir mal pesquisando livros de direito, ele
obvias, mas também influencia sua seleção pode rever mentalmente as razões por ter feito
cm favor de uma gratificação imediata em tal escolha: as recompensas a longo prazo por
lugar dc um planejamento a longo prazo que ter adquirido experiência em advocacia
inclui reforçamemo atrasado. A escolha justificam alguns sacrifícios das recompensas
racional evita estes dois problemas por imediatas. Estes pensamentos racionais nio só
considerar todas as alternativas razoáveis e ajudam a combater a experiência aversiva de
focalizar-sc em conseqüências tanto a curto executar uma tarefa difícil, como também
como a longo prazos Quando solicitado a orientam o estudante no sentido de cxecutar
selecionar rapidamente qual trabalho de verâo
Pmclpaot do C o fc a n a m fto na V<da Oi&na 264

um bom trabalho' nó presente com vistas a limitadas por dois ou très trabalhos, menos
atingir um objetivo futuro compensador. provavelmente tomará uma decisão menos
Quando tomam decisões complexas ou inteligente do que um estudante que
experimenta vários trabalhos diferentes, que
momentâneas, as pessoas podem passar dias.
semanas e meses pesando os pros e conrras de conversa com várias pessoas a respeito dos
todas as alternativas possiveis, imaginando prós e comras de suas escolhas profissionais e
como seria executar cada uma No caso dc se mantém bem informado sobre os
possibilidades futuras dos diferentes campos
dectsõcs complexas ou importantes, é neces­
sário autodisciplina para trabalhar uma avalia­ de trabalho
ção! cuidadosa e sera preconceitos, dc todas as
alternativas, algumas pessoas acham a auto­
Terapia raçiooal. Quando as pessoas
disciplina tão trabalhosa c desagradável que
não tèm habilidade dc raciocinio adequada,
abandonam o processo de avaliação racional muitas vezes fracassam cm lidar com os
muito rapidamente c falham por nio tomar
problemas do dia-a-dia que poderiam ser
uma decisão bem pensada com base numa resolvidos peto raciocínio. Na falta de uma
avaliação cuidadosa de todos os dados. No
visão racional de sua situação, elas podem
entanto, algumas pessoas aprendem a aborrecer-se com pensamentos e medos
desfrutar do processo mental de trabalhar uma irracionais que ampliam seus problemas em
decisão complexa e ver emergir uma escolha vez dc resolvê-los Por exemplo, algumas
pensada sc o pensamento racional já pessoas .Oo preocupadas com medos
conduziu a resultados recompensadores, no irracionais de sujeira, germes e doenças
passado*'. enquanto seu casamcnto e relações familiares
Os métodos de decisão racional não estão fracassando devido ao fato dc nlo
garantem que as pessoas farão sempre as desempenharem um papel responsável na
melhores escolhas. 0 método é baseado numa tentativa de resolver os problemas fami liares.
avaliaçio cuidadosa das conseqüências e Terapeutas comporramentais tem
alternativas conhecidas. Quando pouco se desenvolvido técnicas para ajudar as pessoas a
sabe a respeito de todas as alternativas, os lidar com seus problemas mais racionalmente
métodos racionais podem não conduzir à ensinando-as a se engajar em diálogos
melhor escolha (embora nenhum outro internos sistemáticos e lógicos quando se
método possa garantir melhor decisão).
confrontarem com situações
Quando as pessoas têm um conhecimento difíceis25 Primeiro, o terapeuta provè um
limitãdo das alternativas que podem ter em modelo para um pensamento e fala racionais
quaJquer momento, precisam buscar “Quando as coisas parecem não estarem indo
informações de outras pessoas, jornais, bem, digo para mim mesmo OK Qual è o
revistas ou livros - ou obtê-los através de meu problema? Quais são as soluções
experiência pessoal Naturalmente, quanto possiveis? Quais são as conseqüências de cada
mais completa e precisa é a informação, mais solução possivel? Qual é a melhor sotuçâo?
provavelmente a pessoa chegará a uma boa Que passos poderia planejar para seguir?
escolha Um estudante que baseia a escolha de Quem eu poderia solicitar para ajudar-me em
seu trabalho ou profissão em informações meus planos7* O terapeuta pode passar horas
conversando com uma pessoa, praticando
esses passos racionais gerais para as
n KaoJniann (1973) questiona, a partir de uma
perspectiva lilcsóffca que. embora as deasões aois
importantes na vxta tendam a scr t5o complexas, que " Ellis (1962); Mahooev (1974); Ooldíricd ei a».
m uios ix&soas temem âjvxknir-sc delas, o raoodnlo t (1974); Mcicbcnbauin <1976, 1977); Rosctutal c
o melhor instnnocnlo que lemot para chegar a «kasóes Zimmerman (1978): Kcndill c Holton (1979), W ason
inteligentes. e Tharp(1981); Martin e Pear (1983).
PUftdoictt do Coroortameoto na Vkia Dtáfla____ 26$

RESPOSTAS SIGNIFICATIVAS
REFERENTES
Siys-> 1. Operantes verbais
Eventos, lugares, pessoas, tomam-se S^s*** 2. Operantes não verbais
compottamentos.
CS's-* 3 Respostas emocionais
sentimentos
condicionadas

necessidades especificas da pessoa e lugares, pessoas, comportamentos, símbolos,


ajudando-a a aprender a imaginar refutações sentim entos internos ou outros estimulas
racionais para quaisquer pensamentos (chamados referentes) se tornam SP's ou C S'$
irracionais que possa ter. O terapeuta também para respostas significativas através tio
partilha boas informações - regras úteis - para condicionamento operante ou condicionamen­
a solução efetiva de problemas: "Quebre os to P a v lo v ia n o As respostas significativas
grandes problemas em pequenos pedaços. incluem (1) operantes verbais, (2) operantes
Ataque um pedaço de cada v e r Diga a vocé não verbais, e (3) respostas emocionais
mesmo palavras cncorajadoras a respeito de condicionadas.
seu progresso e objetivos futuros" Muitas À medida que uma criança aprende o
pessoas que costumavam desistir quando significado de “a casa esta pegando fogo",
enfrentavam problemas, aprendem a lidar uma casa em chamas toma-se um referente
melhor depois dc aprenderem habilidades para respostas significativas. Quando vê uma
racionais para a solução de problemas a partir casa queimando, a criança pode responder (i)
de bons moddos e regras. E mais provàvd gritando: “fogo". (2) apontando para a casa, e
que as pessoas pratiquem e desenvolvam estas
(3) com o coração disparado e outras
habilidades racionais se seu emprego de respostas emocionais. A casa queimando é o
raciocínio é reforçado. Para iniciar o processo referente que funciona como S ° para o
de aprendizagem, o terapeuta provê feedback operante vobal dc gritar "fogo" c o operante
positivos generosos para todas as etapas nâo verbal dc apontar. Ele funciona como um
iniciais na obtenção c emprego das técnicas de
CS para respostas emocionais.
raciocínio Gradualmente, à medida que o
indivíduo adquire habilidade na aplicação do Para se saber como um estimulo toma-
raciocínio aos problemas diários, o reforça* se um referente significativo para uma pessoa,
mento natural que advem da solução dos é necessário examinar a experiência passada
problemas através do pensamento racional dc aprendizagem que faz o referente funcionar
substituirá o reforçamento social do terapeuta como um Su ou um CS.
que diminuirá gradualmente. Considere algumas das formas que uma
criança pode aprender a usar a palavra amor
ATRIBUIÇÃO Pr. SIGNIFICADO de uma forma significativa. Quando Jane é
muito pequena, os pais podem dizer "A quem
Durante a discussão sobre estimulação você ama. Jane7* Jane pode olhar em
sensorial no Capitulo 6. descrevemos a signi­ silêncio. A criança ainda nio aprendeu o
ficação como um componente importante dos referente para a palavra amor. Os pais podem
estimulos Como os estímulos se tornam ajudar, "Você ama a mamãe, J-ane?" Depois
significativos** Como uma pessoa aprende a de ouvir este facilitador (prompt) verbal. Jane
acrescentar significado a determinados esti­
mulos e a outros não? Vários acontecimentos. s Skinncr(l974:90f).
Panclowa ao Con-tratynem o na VM» Dana 266

pode repetir a palavra- "mamãe'' da última 'A medula, quc as pessoas af>rendem a
sentença dita por sua mãe (pois dizer mamãe i responder aos referentes dc um conceito com
um comportamento de alta probabilidade no respostas apropriadas dos très tipos wrbal.
repertório verbal da criança). A tnáe pode não verbal e emocional será m uito mais
abraçar a criança (reforçando a resposta da provável que um observador conclua que a
criança) e novamente fazer a primeira pessoa aprendeu o "verdadeiro" significado
pergunta “A quem você ama?" As chances do conceito. Se uma criança somente dá a
são de quc a criança dirá novamente resposta verbal. “Eu te amo*', mas nio mostra
“mamâe”. Tanto a mãe quanto o pai podem comportamento afetivo e respostas emocio­
brincar com este jogo verbal com a pequena nais afetivas, o observador julgará que a
Jane numa variedade de contextos, até quc a criança ainda nâo aprendeu o significado
criança tenha aprendido a dizer "mamãe" ou “mais profundo" da palavra, mesmo quc a
“papai'’ É verdade que a criança não tem um criança a use somente no contexto de SD
entendimento muito profundo do conceito de correto. Quando uma pessoa aprende
amor, mas o processo de aprendizagem está respostas apropriadas de todos os três tipos -
começando. Mais tarde. quando o pai aperta a verbal, nio verbal e emocional - é provável
criança em sais braços, ete pode dizer “Eu te que o observador chegue a inferir um nivel
amo, Jane". Se a criança imita. “Eu te amo, mais profimdo ou mais rico de significado A
papai" é provável que a criança receba medida que os anos passam, nós somos
reforçadores Se a criança diz “Eu te amo” expostos a incontáveis experiências dc
quando está com raiva ou egoísta, os pais aprendizagem nas quais podemos adquirir
podem dar uma resposta mais critica e todos os três tipos de respostas significativas”
punitiva, como: “Esta nào é a forma de se
Ouvimos modelos definindo amor e os
comportar quando você ama alguém” Assim,
vemos mostrar consideração pelas pessoas
através de imitaçSo e de reforçamento
que amam Ouvimos regras afirmando que se
diferencial, a criança aprende como usar a
vocé realmente ama alguém, vocé o trata de
palavra amor em contextos de Sn, associado
forma especial Uma pessoa que nós amamos
cora o uso correto, mas não em contextos de
pode fomecer-nos facilitadores físicos para
SA associado com uso incorreto Quando a tocà-la dc uma cena maneira quando estamos
criança está feliz e os pais estão sendo expressando nosso amor. Má reforçamento
afetivos, os S ^ s estão presentes para a criança diferenciai para os componentes verbais e nio
dizer “Eu te amo” Quando a criança está com verbais da classe dc respostas chamada
raiva ou os pais estio sendo punitivos há, Srt,s componamento amoroso Através do
para não dizer “Eu te amo". Os pais podem condicionamento Pavloviano. os referentes do
também usar regras para ajudar a criança a amor tomam-se CS's que eliciam respostas
aprender o significado de amor. Eles podem emocionais. Naturalmente, algumas pessoas
dizer. “Vocé deverá dizer á sua avó que você estão expostas a mais oportunidades para
a ama", isto ajuda a criança a aprender a
atribuir á palavra novos referentes, neste caso.
a avó. Embora uma criança de dois anos nâo "significado dc uma palavra t o « a uso na ImgusgmT
possa dar uma boa definição pant a palavra Veja Day (1970).
am or, um observador perceberia quc a criança
a A analise coraportamcnlal é totalmente socioló­
sabe alguma coisa sobre o significado da gica porque d a invcsuga as causas ao acrescentar
palavra, uma vez quc aprendeu a usá-la em signifcado, voltando ao ambiente social no qual a
resposta aos SD‘s coretos34 pessoa aprcndca a atribuir c usar o significado. As
lenhas dc sprenduapan provêem um iasruncnco ideal
p a n os sociólogos que procuram associar o cwnpona*
meoto social a causas sociais (Durgess c Busbcli. 1969.
Scoti. 1971; KunkJc. 1975; Baldwin e Baldwin. l97Sa:
24 A análise cocnportamcnial do ágniíicado cwockte
Baldwin. 19R2.198$).
com a posição á s -W ingeoseinV 09 5 3 ) o n d e .o
Pofiacios ao Cc™oottam«nto na Vnte P á n a


aprcndeicm um repertório refinado de menos hipócritas. Sc um homem .rccebeu
respostas amorosas, do que outras. Com bons reforçadores para seu componamento verbal e
modelos, regras, facilitadores (prompt), nâo verbal, ambos os aspectos de seu desem­
reforçamento diferencial e condicionamento penho serão CS’s que eliciarão emoções
Pavioviano. a pessoa pode adquirir um positivas para ele. Ele pode ter sentimentos
repertório refinado de respostas verbais. não românticos quando fala dc amor duradouro
verbais e emocionais. A pessoa será capaz de uma noite e pode também apreciar os senti­
dizer coisas de amor para seu parceiro, tratá-lo mentos de liberdade quando pega a estrada na
gentilmente e sentir respostas emocionais manhã seguinte.
positivas. O observador concluirá que esta Como temos histórias individuais de
pessoa aprendeu a atribuir uma grande experiência de aprendizagem, aprendemos a
quantidade de significado a amor e conhece a atribuir significados diferentes para os
significação mais profunda do conceito. referentes em nossas vidas. Por outro lado,
Observe que nlo e meramente a cada um de nós atribui significados que se
quantidade de experiências dc aprendizagem sobrepõem cm alguma coisa com aqueles das
que leva uma pessoa a acrescentar respostas pessoas dc quem estamos próximos porque (1)
significativas a referentes apropriados. Certas crescemos numa mesma cultura. (2)
experiências levara as pessoas a aprenderem aprendemos uns com os outros, e (3) as
respostas inapropriadas para um dado recompensas da interação social dependem de
referente. Um homem que verbalmente diz compartilhar significados suficientemente
atribuir uma grande quantidade dc significado semelhantes, de forma que possamos
ao amor - mas cujo comportamento cruel e comunicar c coordenar eficientemente.
egoísta indica uma falta de respeito, afeição e Em nossa análise de estimulação
interesse - pode não saber o significado sensorial (Capitulo 6), vimos que a significa­
verdadeiro do amor. Como os componentes ção contribui para a estimulação sensonal.
verbais c não verbais do comportamento são Deve ficar claro que quanto maior o significa*
relativamente independentes e podem ser do uma pessoa aprendeu a atribuir a um dado
condicionados por diferentes conjuntos de estimulo (referente), maior a estimulação
modelos, regras, facilitadores (prompts) e sensorial que a pessoa provavelmente obterá
reforçamento diferenciai è possivel que as daquele estimulo Se vocé diz uO que é
ftessoas aprendam padrões de respostas amizade?" para alguem que nunca aprendeu a
incongruentes e até mesmo hipócritas1*. Por atribuir muito significado à palavra, o
exemplo, quando há recompensas por dizer estimulo é meramente uma palavra.; que
uma coisa e fazer outra - confessar amor provoca poucas respostas. Para alguém, que
duradouro e então cobrar por uma noite - aprendeu o - grande número de respostas
podem aparecer discrepáncias entre os verbais, não verbais e emocionais relevantes
significados verbais e não verbais que uma para amizade, a questão "o que é a amizade"
pessoa atribui a um determinado referente. -Se pode disparar uma variedade de respostas que,
um homem recebeu reforçadores por dizer cm troca, provêm uma grande quantidade de
“Eu a amarei para sempre" á noite, e recebeu estimulação sensonal para a pessoa e podem
reforçadores para ir embora na manhã reforçar longas seqüências de pensamento
seguinte, ele pode ter aprendido um acerca do tema.
comportamento que parece hipócrita. Além
disso, as emoçóes ligadas aos referentes na
vida dos amantes hipócritas podem ser O SELF
completamente diferentes daqueles homens
Embora muitas pessoas pensem no
“self* como algo que se origina do interior da
* Btyun Scott(»971). pessoa é orienta Õ restante de seu ownporta-
_pflnop.Q8.ao Comportamento na vsda OiSna

memo, tamo os' sociólogos quanto os complexas Cotòentários de outras pessoas


psicólogos concordam que o self tem sua como - '‘Papai está ficando nervoso, está
origem na sociedade2’. 0 bebe nâo possui a perdendo o controle” - podem ser traduzidos
noç£o de self, mas seus pais, irmãos, irmã e para uma autodesetição ■ "estou perdendo o
outros começam a ensiná-lo cedo a descrever controle" Regras para encorajar a
o seu próprio corpo e componamento. como a autoobservaçâo e autodescriçõo são
criança descreveria o corpo c o compor­ frequentemente usadas. “Judy, cuidado para
tamento de outra pessoa É fácil para uma não derramar o leite". “Judy, preste atenção
criança aprender a descrever o comporta­ para nio quebrar as brinquedos de seu irmão"
mento dc outros. Após ouvir o pai dizer "hoje Hstas regras convergem a atenção da criança
seu irmão desenhou isto na escola”, é fãcil para seu próprio comportamento e ela e
para Judy mudar uma palavra e imitar "hoje reforçada quando responde “Estou prestando
meu irmio desenhou isto na escola” O pai atenção. Nio vou quebrar nada".
então se volta para Judy e pergunta “O que
Judy desenhou hoje?”. A criança aprende a Rtmto ao Senso dc h leiit idade
responder "hoje eu desenhei isto". Quando
outros aprovam o desenho, estão reforçando
Judy peio desenho e por sua descrição do Nossa descrição do “s e ir - nosso
próprio componamento. A criança está apren­ autoconceito - toma-se mais complexa com a
dendo as habilidades para observar suas idade c experiência. A criança começa
próprias ações e descrever seu componamento aprendendo a descrever suas ações como
- seu “self" da mesma forma como descreve “minhas", feitas por “mim" ou alguma coisa
seu irmão ou mâe que “eu” criei. Muitas das autodcscriçòes são
providas pela familia: "Judy é uma criança
Quando uma pessoa aprende o fazer encantadora Judy desenha casa lindas". A
autodescriçõo - descrevendo seu próprio medida que os anos passam, Judy aprenderá
corpo e comportamento como se descrevesse habilidades autodescritivas mais sutis que a
de outros - ela chega a ter um autoconceito. permitirão estar atenta a padrões em seu
Estas habilidades autodescritivas são próprio componamento “Muitas vezes
aprendidas a partir de modelos, regras, pro meto fazer coisas, mas entio me esqueço”
facilitadores c reforçamento diferenciai A medida que adquire estas habilidades
durante a interação social simbólica. Os país autodescritivas, ela estará apta a fazer
provêem modelos simples para a criança- observações cada vez mais precisas sobre seu
-Judy desenhou uma casa c uma árvore”. A “s e lf c rotulá-lo de ''esquecido*1, “ocupado”
criança aprende rapidamente a substituir ou “não confiável" (dependendo dos modelos,
“Judy" por “eu" e assim produzir uma regras, prompts e reforçadores associados ao
resposta autodescritiva que provavelmente emprego de cada rótulo)
será reforçada, “eu desenhei uma casa e uma
árvore” Se a criança diz “Eu limpei a casa", Naturalmente nem todo mundo aprende
esta resposta será provavelmente reforçada habilidades autodescritivas mais acuradas ou
Como crianças mais crescidas e os adultos as aprende rápida c uniformemente. Uma
emitem frequentemente frases autodescritivas pessoa cercada por muitos modelos e regras
empregando o “eu" ou “me” para descrever para habilidades de autodcscriçio acuradas,
seu componamento. a criança tem milhares de sensíveis e sutis tera uma grande chance de
modelos para afirmações autodescritivas mais aprender estas habilidades. Quanto mais
reforçadores a pessoa recebe por usar as
habilidades, mais elegante e prática ela sc
toma Uma pessoa com uma vida simples e
27 Mead (1934); Skinner (1969: 244f. 1974: 149f.
167f); Staau (1963.1975); Bem (1967); Miscbd <1968. padrões consistentes de componamento pode
I981V aprender autodescrições corretas mais facil-
Pnnqpo» ao CavaoaimtrtQ na W i Odni 269

mente do que uma'pessoa com uma vida um único Ela 'leva uma vida popular cm
complexa c comportamento altamente vários círculos, mas impopular cm outros.
variável A primeira pessoa tem, meramente, Alguns dias, ela se sente feliz com a vida; em
uma tarefa mais fácil porque padrôcs dc outros muito triste. Suas autodescriçôes são
componamento mais simples são mais taceis inconsistentes. Não há um padrão simples,
de aprender e descrever unificado. Quando as outras pessoas
Quando uma jtessoa aprende outodes- perguntam a ela o que fazer nos próximos dois
cnções que <I) cobrem uma i-asia exiensâo tie anos. ela não sabe. Ela perdeu o senso dc
experiência e (2) revelam um padrào identidade porque suas autodescrições
consistente de interesses e d ireçò e\ a pessoa sugerem uma pessoa fragmentada que
necessita de um senso unificado de direção2".
adquire um senso de "identidade". Quando
Se ninguém crítica Jill por sua falta de
Judy está na universidade, sua vida é muito
mais complexa do que quando tinha quatro direção, a falta de identidade pode não ser
anos. c aprendeu a descrever seu comporta­ aversiva para ela Por outro lado, sc as pessoas
a criticam por n io saber o que fazer com sua
mento de forma mais detalhada. Assim, seu
autoconceito tende a ser muito mais complexo vida, a falta de identidade pode tomar-se
aversiva “Por que vocé não é como Judy e fa z
do que naquela idade. Se seu autoconceito se
encaixa num padrão relativamente consis­ alguma coisa com sua vida?” “Você nunca
valorizou nada". Este condicionamento
tente, d a pode ser considcra-da como tendo
negativo pode tomar a falta de uma identidade
uma "identidade''. Se a socialização passada
ISO aversiva que pode-se cair numa “crise de
de Judy dirigiu-a para um objetivo - tornar-se
uma advogada - e seus pensamentos de entrar identidade”. Pensar sobre a (alu de identidade
toma-se então um CS que elicia emoções
na advocacia receberam muito mais
aversivas As crises de identidade podem
reforçamento do que qualquer outro plano de
aparecer a qualquer momento na vida. Se Judy
cancira. ela pode ter um forte senso de
fracassar na escola de Direito e tiver que sair,
identidade como uma futura advogada. Se
ela perderá o único tema que, uma vez, deu a
várias pessoas da família ou amigos intimos
ela o senso dc identidade. Em conseqüência,
da família sio advogados, ela terá visto o
todas suas antigas autodesenções acerca de
suficiente da profissão para descrever
facilmente as coisas que acontecem na escola ser uma advogada de sucesso pararào de
de direito e durante a prática da advocacia. fornecer reforçadores Seu fracasso na
advocacia tomará aquelas autodesenções
Isto leva a ter uma visão clara de sua
aversivas; e ela poderá ter uma crise dc
identidade como uma futura advogada. “Eu
me casarei com um homem com alguma identidade tão dolorosa como Jill tcvo~
profissão e nós nos divertiremos comparti­ anteriormente. '
lhando a excitação de duas carreiras estimu­ O autoconceito ou identidade de uma
lantes Nós, provavelmente, adiaremos ter pessoa será positivo sc a maioria das autodes*
filhos até que eu tenha trinta anos ou talvez criçôes da pessoa se constitui em CS's para
decidamos não lê-los". emoções agradáveis, devido a uma história dc
experiências positivas. Pessoas que tiveram
A pessoa que vem dc uma socialização
complexa que não proveu um modelo simples sucesso em muitas coisas e receberam
reforçamenios sociais generosos descobrirão
de objetivo dc vida pode nâo ter facilidade em
que muitos elementos de suas autodesenções
encontrar uma “identidade". Jill pensou cm
vários interesses diferentes, incluindo são CS’s que eiiciam bons sentimentos acerca
delas mesmas. Pessoas que fracassaram,
advocacia, dança. arte. ser uma boa dona de
sendo criticadas por muitos aspectos do
casa e mãe Ela recebeu pouco suporte e
encorajamento para cada interesse, mas
nenhum reforçamento fone e consistente por "S k àra a m 149).
Prmciwo» co Comifflt ameWo na Vidfr OAna 270

comportamento, cm receberam reforçadores estes ‘ pensamentos eliciam sentimentos


por freqüente autocrítica ter&o um autocon- agradáveis. Elas vêem a vida com prazer,
ceito mais negativo, uma vez quc muitos enquanto a pessoa que recebeu mais
elementos de sua autodescrição são CS’s condicionamento aversivo teme o que -a vida
associados com sentimentos desagradáveis. pode trazer em seguida. Como estas pessoas
Como a pessoa muda de um autocon- foram criticadas por nio terem ido bem no
ceiio negativo para um autoconceito positivo? passado, seus pensamentos autodescritivos
Uma estratégia é aprender habilidades que sio CS's quc geram sentimentos desagradá­
aumentem suas chances de lidar com êxito no veis quando pensam em tarefas c obrigações
mundo e diminuir seus fracassos. Á medida futuras, onde correm o risco de fracassarem e
que as pessoas sc observam progredindo mais serem criticadas novamente.
e recebendo mais reforçadores, as experiên­
cias positivas condicionarão suas autodescri* AUTOCONTROLE
çôes em C S's que eliciam emoções positivas.
Segunda se a pessoa encontra novos amigos O autocontrole consiste de comporta-
qpc usara feed back positivo ao invés de mento aberto ou encoberto- que tem es em
críticas - ou pede aos velhos amigos quc algum momento para controlar nosso
conficm mais em controle positivo e menos comportamento posterior. Às 4 horas da tarde
no cotttrofe negativo - o aumento de refôfÇa- uma pessoa pode lembrar-se; ‘Tenho que ligar
mento social e das descrições positivas por para Linda esta norte” e escreve uma nota
parte dos outros ajudará a condicionar aquelas dizendo TELEFONAR PARA LINDA ÀS
descrições como CS's para sentimentos OITO. pregando»a na porta da geladeira. Este
agradáveis. Terceiro, as pessoas podem comportamento dc autocontrole ás 4 da tarde
aprender autoinstruçòes racionais que ajudara a aumentar a probabilidade de
diminuem a freqüência de pensamentos telefonar às 8 da noite. As habilidades dc
autocnticos. Uma autoinstrução - tal como: autocontrole são meramente uma parte do
“Pare de ponir-se com pensamentos nosso repertório total de comportamento. Ã
autocribcos tolos, pense nas coisas positivas medida que aprendemos um número crescente
que alcançou" - é uma regra que pode de habilidades de autocontrole efetivo,
reoríentar os pensamentos de alguém para adquirimos mais habilidade para dirigir nosso
uma direção positiva. Autoinstruçòes racio­ próprio comportamento e alcançar coisas que,
nais s io mais efetivas se as pessoas se de outra forma, poderíamos fracassar em
recompensam ..jjor.. seguirem estas regras atingir.
C Esta é - ir . forma de se agir. Vocé está
aprendendo como ser mais positivo"). O autocontrole envolve cadeias de
operantes que frequentemente começam com
Ter um autoconceito positivo a autoobservação. autodescriçôes c pensa*
certamente toma a vida mais agradável. mentos acerca das coisas que alguém deve
Permite às pessoas se sentirem bem, quando fazer Estas cadeias podem conduzir a regras
pensam sobre si mesmas, suas vidas, seus subvocais. faladas ou escritas - tais como
planos e seu futuro. Tambem pode ajudar as TELEFONAR PARA LINDA ÁS OITO -
pessoas a terem mais entusiasmo em fazer que finalmente servem como S°*s para o
coisas na vida, ao invés de se tomarem componamento desejado. Assim, o autocon­
passivas As pessoas que se consideram bons trole consiste em cadeias comportamentais
atletas, bons músicos ou bons em qualquer com um mínimo de très componentes bãacos:
coisa tèm esse condicionamento positivo autoobscrvaçào. autodescríçào e autotnxtru-
devido ao reforçamento passado; e podem
gostar de esperar correr mais rápido ou tocar
músicas mais complexas amanhã, porque
Priociotos úo Comportarpgrto Vldft OiáQá 27)

. do-'. Por exemplo.-a autoobservaçâo dc uma punição ajudam-* as pessoas a adquirir o


pessoa pode conduzir a uma autodescriçâo autocontrole que lhes permitirá tomarem-se
encoberta: "Nâo estou passando tempo mais independentes de seus pais « guiarem
suficiente com meus filhos”. Se uma pessoa suas próprias vidas Naturalmente, nem todas
aprendeu uma repertório de habilidades dc as pessoas têm a mesma quanlidadc dc
lutoinstrução. esta autoobservaçâo servirá autocontrole
provavelmente como um S° para construir Há vezes, em que muitos de nós
r-egras apropriadas. “Promeio passar uma hora desejaríamos ter mais autocontrole - pois
a noite com as crianças" Finalmente, sc a mudaríamos nosso estado de espirito, nossos
pessoa recebeu reforçamento suficiente. no padrões de alimentação, nossa propensão a
passado por adotar componamento governa­ discutir com pessoas que amamos, etc Os
do por regras, em resposta a este tipo de regra prtncipios dc comportamento tomam possível
encoberta, as ‘‘boas intenções'' podem às pessoas aprenderem niveis desenvolvidos
realmente levar a mudanças no comporta­ dc autocontrole e habilidades de indepen­
mento aberto - tais como reservar um tempo dência. Quanto mais vocé aprende a respeito
maior para ficar com as crianças. dos princípios do componamento, mat? vççé
Habilidades de autocontrole sâo pode utilizá-los no controle dc sua própria
aprendidas através de modelos, regras, vida. Pessoas que não conhecem os- princípios
facilitadores (prompts) e reforçamento. Esta pelos quais o comportamento é adquirido,
aprendizagem começa cedo na vida e mantido c modificado, normalmente acham
habilidades adicionais podem ser acrescenta­ mais difícil controlar seu comportamento do
das cm qualquer idade. Porque as pessoas que aqudas que OS conhecem e que tenham
procuram ensinar habilidades de autocontrole sido recompensadas por aplicar o s referidos
para as crianças? A educação c a interação princípios ãs suas próprias vidas.
social da criança é muito menos desgastante Os parágrafos seguintes demonstram,
p a n os agentes socializadores quando a resumidamente, como os princípios descritos
criança aprende a regular e dirigir seu próprio nos Capítulos anteriores podem ser usados
comportamento. Se vocé viu pessoas para aumentar o autocontrole.
severamente retardadas que na idade delO a
20 anos não podem tomar conta de si mesmas,
vocé pode ter uma idéia do quanto é difícil Capítulo 1: Ciência e Comportamento
para outras pessoas cuidar e controlar alguém Humano. A abordagem científica do estudo
que tenha pequeno ou nenhum autocontrole. do comportamento é bas«adâ cm cuidadosa
Cedo na infância, agentes socializantcs observação. O autocontrole começa com
recompensam a criança que progride em cuidadosa ow/o-obsemçâo. É melhor manter
direção ao aprendizado do autocontrole c usualmente registros escritos, usar diários ou
punem a falta de autocontrole. Modelos, gráficos É melhor manter registros de
regras e facilitadores (prompts) para e comportamentos desejáveis e indesejáveis,
autocontrole juntamente com reforçamento e com informações dos eventos que ocorrem
antes c depois de cada comportamento. Isto
prove dados sobre os A, R c C’s do
** Muitos outros elementos e vanaçdes destes comportamento - OS antecedentes, as
ckmcnios podem estar presentes também, u is como respostas e as conseqüências. Quanto mais
ensaio, priuca. fazer registros esentes, £ucr contratos t
jutordorçameiuo Existem muitos livros excelentes
cuidadoso, objetivo e cientifico vocc puder scr
Jtfpocuvus que provêem informação detalhada sobre cm sua auto-observação, melhores suas
lUtocontrole comportamento!: GoWTricd e Nterbamo chances de encaixar suas observações com os
11973). .\tebonev e Tboresen Watioii c Tharp princípios do comportamento que sc seguem.
l»OT. 1981); Stuan (1977f. Williams e Long (>979);
Rudc$twn(l9S0).
P n pçicx * ooC<xToomm«r<o na V«tt 0>Afla 272

Capítulo 2; Condicionamento Opt* útil 'na modificação de componamento'


rant*. As conseqüências que seguem o “Estou feliz por ter me lembrado de agradecer
comportamento são determinantes cruciais dc a Sherri por sua ajuda M u fui grosseira por
sua freqüência, Se vocé deseja aumentar a nào ter falado com sua companheira de
freqüência de operantes tais como escrita quarto”
criativa, ginástica, pensar racionalmente, ser
respeitado ou qualquer outra coisa,
refòrçamentos positivos ou negativos funcio­ Capitulo 3: Condicionamento Pavio­
nário O reforçamento positivo é normalmen­ viano. As pessoas podem criar novos CS's
te mais agradável do que o negativo- é através do condicionamento Pavioviano. Se
divertido dar-se um novo disco cada vez que vocè deseja aumentar o número de coisas dc
você cojtc meia milha a mais que na vez que gosta na vida, vocc pode começar a
anterior (reforçamento positivo). Ê aversivo aprender experiências agradáveis que criarão
ter que deixar de fazer uma atividade favortia novos CS*s eliciadores de prazer para você.
cada vez que vocé Fracassa em aumentar a Por exemplo, se vocé observa que outras
distância de seu cooper (reforçamento pessoas gostam realmente de jazz ou ópera, é
negativo). Se vocc descia dim inuir a provável que estes tipos de música sejam CS's
frequência dc operantes como comer em que eiiciam emoções agradáveis para elas. Se
excesso, perder tempo ou ter explosões de vocé quer aprender a apreciar jazz - responder
raiva, a punição, extinção ou DRO podem ser ao jazz como um CS para o prazer — vocè
úteis. Se um rapaz diz à sua namorada que ela deve parear o jazz com eventos agradáveis
pode simplesmente ir para casa cada vez que Vocé poderia programar sua prtnüma
ele perde o controle, ele está tentando comemoração especial incluindo um concerto
suprimir seu temperamento explosivo por de jazz ou drinks num bar de ja » Vocé
extinção e punição; a saida dela remove o poderia pedir a um amigo que gosta de jazz
reforçamento social (cxrinçio) c ser deixado para tocar alguns discos favoritos para vocé c
sozinho pode scr suficientemente aversivo por ihe dar dicas O sorriso e o entusiasmo do
serum punidor amante de jazz peia música podem levá-lo a
expcricnciar respostas emocionais positivas
As pessoas podem usar reforçadores e vicariantes. As “dicas" podem ser regras para
punidores lutem os ou externos Se vocé pede focalizar sua atenção nos detalhes da música
a um amigo para lhe dizer palavras de
que outros admiram. “Extraordinário Observe
encorajamento cada vez que vocé faz atguma
que sax selvagem!" Depois de um penodo de
coisa que demonstre sensibilidade aos outros, condicionamento positivo, o jazz sc tomara
o reforçamento social o ajudará a adquirir
um CS eliciador de prazer para vocé, e vocé
maior sensibilidade. Depois que vocé observa se sentirá muito bem quando ligar em uma
que aspectos de seu comportamento o seu estação dc rádio que esteja tocando jazz. O
amigo está reforçando, aprenderá a identificar condicionamento Pavioviano pode tarnbem
quando está sendo sensivel e aprenderá a ser usado para contracondicionar CS's que
prover autoreforçamento para aqueles eiiciam emoções aversivas. Se pensar em ir
comportamentos* Sempre que vocé disser a para a Universidade o deixa ansioso e
si mesmo coisas positivas ou negativas por temeroso, você poderá conversar com amigos
causa de um operante que emitiu, as palavras que estão entusiasmados em falar nisso e suas
positivas e negativas fornecerão reforçamento respostas positivas ajudarão a contracon*
ou punição interna para o operante Assim, o dicionar alguns de seus medos e apreensões
seguinte tipo de diálogo interno pode ser bem

Capitulo 4 : Condicionamento Pavio­


* Veja Bandara (1971,1977) para m i s iníorruaçôes viano e Operante Juntos. Como o condicio­
sobre aaorefotçamcmo e autopumção.
Poncioio» do Comportamento na ViBa P d n a 273

namento Pavloviano' muitas vezes ocorre música serve tíomo CS's para várias emoções,
como um subproduto do condicionamento vocc pode selecionar os CS’s musicais c
operante, vocé poderá docidír superar certos atingir um controle crescente sobre seu estado
medos aprendendo habilidades operantes de espirito.
relevantes, sabendo que o condicionamento
emocional ocorrerá como um subproduto. Por
exemplo, vocé poderá superar o medo de Capitulo 6 e 7: Reforçadores e Puni­
altura fazendo um curso de alpinismo com um dores. Uma vez que os reforçadores e
expert. Escolha um professor habilidoso e punidores sâo as causas principais do
seguro: adquirir boas habilidades minimizará condicionamento operante e Pavloviano.
$eu medo de risco ou perigo ao escalar, c o aprenda a usar estes estimulos efetivamente.
comportamento seguro do professor garantirá Primeiro, conheça seus refor-çadores e
que o escalar será pareado com estimulos punidores Use a autoobservação para desco­
sociais positivos - o quc tomará o escalar um brir quais reforçadores e punidores sSo mais
CS para emoções agradáveis. Enquanto você efetivos na modificação e manutenção dc seu
aprende habilidades operantes em um comportamento de tal forma que possa utilizá-
contexto social reforçador, as experiências los eficazmente em seu autocontrole Segun­
positivas irão automaticamente contracorv* do, planeje utilizar mais reforçadores do quc
dicionar medos antigos. À medida que- as punidoies. Isto torna o autocontrole mais
pessoas recebem reforçadores positivos por recompensador e aumenta as chances de você
aprenderem quaisquer habilidades - falar cm continuar se esforçando para guiar sua própria
público, debater, nadar, autodefender-se - os vida - ao inves dc permitir que sua vida seja
antigos medos dessas atividades desaparecem. controlada por fatores externos. Algumas
pessoas mantem uma lista de todas as coisas
quc gostam mais dc fazer e todas as
Capitulo 5: Controle de Estímulos. À recompensas que gostam de receber para que
medida quc vocc mantem diários c registros a tenham muitos reforçadores para escolher
respeito dos estímulos que precedem e quando planeja o autoreforçamento. Você
predizem seu componamento. você aprenderá pode utilizar seus reforçadores para aumentar
sobre seus S°‘s e CS’s. Usando esta ou diminuir a freqüência de muitas panes de
informação, você pode organizar os estimulos seu repertório dc comportamento Se deseja
antecedentes para que produzam o comporta* aumentar a frequência dc so exercitar
mento que você deseja Sc deseja parar dc regularmente, vocc pode se recompensar por
pensar no namorado quc lhe partiu o coração, cada etapa do progresso com reforçadores tais
retire suas fotos e pertences (porque sâo SD's como um filme, um disco ou roupas novas, ou
que trazem à tona pensamentos sobre ele) e qualquer outra ooisa de que gosee Sc pode
''mergulhe” em outras atividades e amizades. encontrar um amigo com quem possa correr,
Se deseja lembrar-se dc cscrcvcr a seus pais os reforçadores sociais que vocé obtém
mais frequentemente, coloque a foto deles enquanto se exercita ajudá-io*ão a aumentar a
sobre sua mesa - ponha em cima de uma probabilidade de corridas futuras e a
caixa de papel envelopes e selos - para que condicionar a corrida como um CS quc dicia
sirvam como um S° para a resposta desejada. sentimentos agradáveis (ao invés do
aversivos). Você pode dim inuir comporta­
A autoobservação ajudará vocé a
mentos indesejáveis, reforçando respostas
descobrir quais CS’s eliciam as respostas
incompatíveis e competitivas (DRO). Pensa­
emocionais desejadas e as nâo desejadas Por
mentos negativos desaparecerão gradualmente
exemplo, alguns discos podem deixá-lo triste,
se vocc reforça pensamentos positivos c
melancólico, quando outros eliciam a alegria e
otimistas. A freqüência das explosões de mau
o fazem rir. Outros ainda eliciam o roman­
humor diminuirá automaticamente se você
tismo. A medida quc você sabe que o poder da
PfinciDioB do CotTcortanvttWo na Vida 0 4 n a 274

reforça o componamento caJmo e'pondcrado. ‘Capitulo 9: Modelaçào e Aprendiza­


Vocè pode ter que punir-se de tempos cm gem ObservacionaL Uma maneira rápida de
tempos por zangar-se repentinamente com um aprender componamento novo é expor-se a
bom amigo, mas o uso generoso dc reforça­ modelos que já possuem e gostam desse
mento para o componamento dc consideração componamento. Modelos instrutores
levará os erros cometidos e a punição a sc geralmente provêem informação mais útil do
manterem mínimos Quanto mais hábil vocé que modelos peritos, uma vez que esses
se toma em aplicar seus reforçadores e últimos frequentemente não lhe permitem
punidores, mais cficaz será no uso dc enxergar o comportamento real que você
condicionamento operante c na obtenção-de aprenderá em seguida. Você pode aprender
efeitos Psvlovianos desejáveis que ocorrem mais sobre como tocar um violSo observando
como subproduto natural do condicionamento um amigo que toca somente um pouco melhor
operante (veja Capitulo 4) do que você, do que ir a um concerto e
observar alguém com habilidades altamente
desenvolvidas. Se os modelos que você
Capítulo 8: Reforçamento Diferencial seleciona apreciam claramente as atividades
e M odelagem. O reforçamento diferencial que vocé quer imitar e se sio pessoas das
permite-lhe aumentar ou diminuir a quais vocé gosta, vocè pode se beneficiar do
freqüência de respostas que você já tem no reforçamento vicariante que das geram para
seu repertório de comportamento. Se seu você. Se quer aprender a fazer surf, encontre
canto às vezes é bom e em outras ocasiões nio um surfista competente e amigo. .Se quer
tanto, vocè pode utilizar o reforçamento ajudar-se a buscar uma carreira jurídica,
diferencial para melhorá-lo, cantando junto procure amigos que se entusiasmam por seus
com seus discos favoritos. Quando vocc cama estudos jurídicos ou trabalhe como vohintário
bem, sua voz soará bem com o disco em movimentados centros de assistência
(provendo reforçamento para as habilidades jurídica, onde poderá estar constantemente
musicais), mas o canto insatisfatório não soará próximo de açòes legais excitantes.
bem (provendo puràçSo para cte) Estas
conseqüências diferenciais aumentarão
gradualmente sua habilidade de cantar bem Capitulo 10: Facilitadores. A
A modelagem permite-lhe atingir niveis aquisição de muitas habilidades (isicas pode
inteiramente novos de desempenho. A ser aederada por facilitadores (“prompts").
modelagem geralmente ooorre mais rápida e Ao aprender a carregar e confortar um bebê.
suavemente se é feita em pequenas etapas de vocé pode pedir a alguém com anos de
aproximação sucessiva. Se você quer ser um experiência para ajustar seus braços e mios
escritor, nlo pode esperar escrever um livro nas melhores posições. Um bom arqueiro
na primeira vez que pega na caneta. Pratique pode ajudá-lo a aprender como segurar
corretamente o arco. ficando atris de vocé e
vinhetas e contos. À medida que adquire
habilidades para escrever com criatividade e movendo seus braços na geometria adequada.
Pode pedir a alguém com boas habilidades
autocontrole para sentar-se à escrivaninha por
para orientar seus desempenhos: as pessoas
períodos mais longos, vocé achará mais fácil
normalmente ficam felizes por partilhar suas
produzir trabalhos melhores e mais extensos
Tentar avançar muito rapidamente aumenta a habilidades.
probabilidade de vivenciar recuos e outras
conseqüências aversivas que punem as Capitulo II: Regras. Regras claras e
respostas desejáveis e o fazem parar dc precisas podem facilitar a produção de muitas
:rabalhar na direção de seu objetivo. respostas “Balance o bebê suavemente em
seus braços e cante baixinho para que d c pare
Pwnciwo» ao Comportamento na v>fla Diana 27 5

dc chorar". Vocé pode obter freqüentemente Capituló '13: Controle Positivo c


regras útci$ de ouuas pessoas ou livros. Os Negativo. Quanto mais vocc sc apõia no
experts são melhores fontes de regras do que controle positivo, mais gostará de aprender
os principiantes - se forem capazes dc novas atividades e mais provavelmente
comunicar seu conhecimento eficazmente prosseguirá suas atividades dc autocontrole
Uma vez que vocé ouviu diversos pintores, por mais tempo. A pessoa que tenta controlar
caçadores ou assistentes sociais habilidosos seu temperamento punindo cada explosão de
compartilhar as regras que consideram mais raiva, pode não continuar tentando o
valiosas, vocé estará apto a prover a si mesmo autocontrole, como aquela que se recompensa,
instruções que guiarão seu comportamento"na cada vez que fica calma numa situação
direção correta Você pode ter estas regras na emocional (DRO). As pessoas gostam mais dc
cabeça e cmprcgá-las sempre que preciso. si mesmas - e de suas habilidades de autocon­
Pessoas com boas habilidades para memorizar trole - quando usam mais reforçamento para
mantem um diálogo interno racional, quando seu progresso, do que punição para suas
se confrontam com novos desafios - fazendo- falhas. Embora alguma punição seja adequada
se perguntas, considerando soluções alternati­ para erros giaves, pode ser minimizada pela
vas, tentando prever as conseqüências de cada utilização de reforçamento diferencial para
alternativa e usando estas informações para atividades alternativas de boa qualidade
dirigir verbalmente cada nova etapa- de (DRO).
atividade.

Capitulo 14: O Pensamento, o "Self” e


Capitulo 12: Esquemas. A aquisição o AutoControlc. Uma vez que os
do comportamento é mais rápida quando está pensamentos são influenciados pela existência
sob um esquema de reforçamento continuo de aprendizagem social é aconselhável
(CRF). Seja generoso consigo mesmo quando assegurar que seus pensamentos, sobre como
aprende pela primeira vez uma nova atividade melhorar o autocontrole, recebam amplo
e dê a si mesmo reforçamento abundante. apoio social. Quando falar com outros sobre
Cada vez que vocé atinge o final de uma seus objetivos na vida. o feedback deles - se ê
competição de 10 km. em seu primeiro ano de positivo ou susientador - ajudará a reforçar
corrida, vale uma comemoração. Contudo, è seu compromisso de aicançá-los. Natural-
muitas vezes sensato mudar gradualmente o mente, se vocé interage com pessoas que não
esquema para uma razão variável (VR) ou valorizam as metas que você valoriza, vocé
intervalo variávd (VI). uma vez que o corre o risco de ter seus objetivos enfraque­
reforçamento parcial (PR) torna o comporta­ cidos e os pensamentos confusos - a menos
mento geralmente mais durável e resistente è que jã lenha uma forte sodalização anterior
extinção. A medida que vocé aprende a para perseguir suas metas diante da
participar de competições mais longas não adversidade. Tendo pensamentos encoraja-
parecerá um "grande feito” correr 10 km, e a dores e dando a si mesmo feedback positivo
frequência de celebração destas corridas generoso para a auto-orientaçio, você pode
declinará. Contingências de reforçamemo maruer uma forte autodireçâo. mesmo quando
rigorosamente definidas produzem mudança outras pessoas não lhe dão suporte. Ter um
mais eficiente e dirigida do que contingências diálogo interno bem aprendido, que lhe
vagamente definidas. Por isto. é melhor fixar permita defender seus valores para si mesmo,
metas precisas (tais como: “correrei 4 km faz com que você tenha alguém positivo com
quatro vezes por semana"), ao invés de metas quem conversar - seu “s d T - mesmo quando
vagas (tais como. “correrei um tanto aqueles á sua volta estão sendo negativos.
semanalmente").
Priricioipajjp carraoiiBfncntft Ti3 V-Kta flj&na 276

CONCLUSÃO

Pensamento i componamento - a lg u n s viezcs descrito como fida subvocal ou um


diátogjo intimo. E Aprendido como qualquer ou tns compoiuimento.. Tatdítüúi a pensar araca de
ccssas que vimos ou ouvimos através de modelos, de uutHjs, «peciaimente s* há rcfijrçainento
positivo í i u negítivo por cflsçs pensamentos. Hcgjas e conselhos podem atoar a direção dc nrasos
pefisaiíienios. Através do condicionamento FaviOviano, pc&sunenros podem imiar-se CS’a que
ctidaju emoçflei pDfiitJvíj qu negaüVBB- c esses pertíámtmos podem condicionar outros «tímulos
(meluindo nutnos pensamentos) pnra tomarem-Rc CS’s que efLciam cmoçüçs. À medida que
apjendemus a otwervar e â descrever a nós mesmos, adquirimos um autaconceiío e
eventualmente um senso de identidade, A combinarão de Mito-observaçâo, autodescrição o au(o-
LostruçSü pcmnte que a pessoa obtenha controle sobft seu próprio comportamento. O diálogo
intiçriMJ provê rtg™3 podem dingir o q jn o das própfias aç&ca da pessoa 0 conhecimento dos
princípios dü comportamento podfl aumentar consideravclitienít as habilidades das fu rn as para
dirigir seu próprio comportamento.
A ciáíHãa do comportamento caminhou muito desdé úí primeiros experimentos de
PjvJov com salivado cm «whomos. No momçmo, há um inleresae crcsccntc no estudo da
aprendizagem em ambienta naturais. À medida que aumenta nosso authecjnienio sobre nosso
próprio comportamento ao dia-ardia, chegaremos mais perto de alirçgir a meta ftstabeieada pclqs
gregos;' HConheça-se a si mcsinij".

Referências Bibliográficas - ver com o prufessuriia dísttpLma*


-Pnqdaofc.fla Com«ytam<mto na v*ia D. m a 2 1$

EFEfTOS DOS ESQUEMA do qtie esquemas de intervalo, como se_podc_


ver a partir dc suas curvas mais Íngremes. Fm
A Figura 12-4 mostra registros todos OS esquemas rig rWgSn, qiiflntn mflk
cumulativos tipicos, produzidos nos quatro rápido vocc responde, mais recompensas vocé
tipos de esquema discutidos nas seções obtenf Uso rtãõ~e~vcrdadc para os esquemas
precedentes (sc os esquemas não tiverem sido de intervalo, onde os intervalos de tempo
por demais entendidos) K claro que esquemas determinam quando próximo reforçamento
variáveis tendem a produzír^rSSpõstãs mais se tornará possível Ligar o aparelho de TV
seguidas e mais rápidas do quc esquemas sete vezes por dia nâo faz o noticiário das
fixos. Esquemas fixos sSo intercalados £om 19:00 horas aparecer mais depressa; assim, o
pausas põs-reforçamento mais longas, que responder rápido é extinto cm esquemas de
redúãém a taxa towj de "respostas. Em intervalo.
csquemas~vanáveis, que não sejam diluídos
demais, há numerosas ocasiões em que umas CONTRASTE COMPOR TA M ENTA t.
poucas respostas rápidas produzem diversos
reforçadores em sucessão rápida, e esses
períodos de reforçamento freqüente para o Mudar de utri tipo de esquejna paragm
responder rápido fazem as pessoas apren­ tipo muito _diferenig pode .ter efeitos
derem a responder em taxas altas Depots de componamcmais únjjortaDifô. çharaads^_jic
vários ganhos numa série de maquinas de contrassc cõm^namçntal.JJu^ndo as pessoas
jogos, as pessoas aprendem quc responder mudam de um es.quema diluído para um outro
rápido pode ser compensador, e das altamente . reforçador, _ elas murtas_.vezes
continuam a responder rápido, mesmo que as respondem bastante diferentcmentc.de pessoas
últimas quinze jogadas nâo tenham produzido que sempre tèm estado num esquemf
um útüco ganho. altamente reforçador. Por exemplo, quando
refugiados pobres chegam pela primeira vez
aos Estados Unidos - onde seu trabalho lhes
confere muito mais riqueza do quc era
possível em seu “velho país” - muitas vezes
trabalham muito mais do que os americanos
que já vivem no pais há muito tempo. Em
qualquer emprego, os esquemas de trabalho e
pagamento são idênticos tanto para os
refugiados quanta para os americanos, mas os
refugiados tendem a trabalhar mais porque as
recompensas são muito maiores do que em
TwrpO seu pais de origem, onde estavam sob um
esquema diluído. (Após cerro tempo, os
imigrantes diminuem o ritmo, para trabalhar
na mesma rapidez dos americanos).
FIGURA 12-4 Registros cumulativos mos­ Quando as pessoas $So_ subitamente
trando os padrões típicos de resposta em mudadas~dS~unrêsqúéma muito generoso para
esquemas de VR. VL FR e FI (se nSo um muito diluído,'elas'agem diferentemente
tiverem sido estendidos demais). Cada das pessoas que~tem' estado ~n^~esquem a
reforçamento c marcado com um cone. diluído há muito tempórQúanÜo trabãlltadores'
bem pagos são forçados'a ter um grande cone
de salário, ou forçados a mudar para trabalhos
Além disso, esquemas de razão
nào recompensadores, eles muitas vezes se
usualmente produzem respostas mais~raprcfãs
tomam irritados e param de trabaLbar. Isso, de
Pnocioioi ao C<ircDort*m«ntt na Vid» Otina 192

%
regras. <kvid<t à 'éxtinçào. (Quanto mais nâo toque nisso Vá brincar com a.Dcbbie".
coasistcntcmente uma pessoa recebe reforça­ Entretanto, á medida que Laura vai e volta,
dores para seguir um grande número de regras, começa a aprender uma discriminação
apresentadas por muitas pessoas e em muitos importante Está sendo empurrada para cá e
contextos diferentes, maior sua probabilidade para lá. As pessoas lhe dizem para procurar
de seguir regras no futuro * outra pessoa, apenas para se livrarem dela.
Algumas vezes, crianças pequenas, Em certo sentido, é interessante ver a
quando estão aprendendo a usar regras, passam criança ir de um lado para outro, dc maneira
por um periodo de obediência supergenera- tio obediente e confiante Pode até haver
lizada às regras Isto tem maior probabilidade alguma estimulação sensorial, neste jogo de
dc ocorrer quando seus pais. irmãos e irmãs seguir a regra ‘Vá ver litlano *, que reforça o
sâo consistentes em apresentar-lhcs regras comportamento de obedecê-la. Mas, á medida
razoáveis e reforçá-las por segui-las. "Venha que a novidade se esvai, o nSo-reforç amenta
cá.". "Vá até seu pai \ "Nio toque na frigideira leva a criança a aprender uma discriminação.
quente”, "Não v i para a rua". Se pais e irmãos Laura começa a perguntar: "Por que eu lenho
perseveram no reforçamento à resposta de que ir ver o papai9 Ele disse para eu ficar aqui
obedecer às regras e na punição à sua c brincar com vooã ’ Ela estã aprendendo que
desobediência, a criança pode se xomar as regras podem ser desafiadas. "Papai disse
bastante responsava a elas. que você tem que dividir seus bloquinhos
Laurinha está brincando com seus irmãos comigo.' Está aprendendo que as regras do
mais velhos no assoalho da sala. Enquanto seu uma pessoa (Timmy) podem ser neutralizadas
irmão tenta empilhar tocos para formar uma pelas regras de outra (o pai). Se Timmy desiste
torre, ela se empenha em derrubar alguns com e dá a Laura alguns dc seus brinquedos, este
um empurrão. Isto leva ã estimulação sensorial; reforçamemo a apressa na aquisição da discri­
que engraçado' Mas o irmão não está muito minação de que nem todas as regras precisam
satisfeito com seu componamento, e diz: "Pare ser obedecidas. O período de supergencra-
com isso. você vai acabar demtbando minha lizaçlo do comportamento de obedecer regras
torre * Laura obodece e dirige sua atenção para já terminou, e esta habilidade dc avaliar
criticamente as regras apresentadas é cada vez
a fazendinha que sua irmã esta montando.
Aqui. recebe estimulação sensorial por brincar mais reforçada. Quando lhe apresentam uma
com os bonequinhos c cavalinhos de plástico regra ou instrução, a criança aprende a
Em pouco tempo, ela coloca oito bonequinhos perguntar "Por que?" *Por que tenho que ir
em cima de um cavalo. Isto perturba sua irmã. brincar no meu quarto0" Isto pode levar
que leva mais a sério o sentido de realidade. algumas pessoas a recorrer ao uso da
"Saia daqui, vá ver o papai. Laura." autoridade e ás ameaças para faze-ta obedecer.
"Você vai fazer isto porque eu estou
Assim, Laura vai á garagem, para ver o mandando!" Ou podem recorrer á persuasão
pai. Este, entretanto, está ocupado tidando com "Você deve sair da cozinha porque cu estou
o cano, com pouco tempo para dar atenção a muito cansada c não consigo cozinhar com
ela. Depois que ela distraidamente pisa numa você me distraindo." E podem introduzir
poça. entortando-a. ele diz a ela que volte para incentivos extras - ou seja, prometer reforça­
peno de seus irmãos, o que ela fiz. A torre de dores especiais: "Se vocc for brincar na sala, eu
Timmy está bem alta e bonha, agora. Quando vou deixá-la comer as sobras do doce, quando
Laura se aproxima dela, eie diz: 'Ei, Laura, terminar de fazc'io *

’ Karcn(1974:l23).
PmcifKos do CofT»M<iame<rto na Vtda &Ar\a m

apertar os cimos dc -segurança, checar o freio ppra eScolber quo botão girar para ar ou música.
de crraergéncia. se manter abaixo de cenos Depois de aprender o lugar dos controles, o
limites de velocidade e dai por diante. motorista não precisara olhar para as figuras
Computadores que sèo programados para para achar o boião correto, em conseqüência, o
ensinar leitura, matemática ou outros assuntos, motorista diminui automaticamente o uso das
sempre usam facilitadores. Problemas fãceis - pistas pictóricas.
cheios de sugestões, palavras sublinhadas,
diagramas informativos - são usados no inicio
de cada lição, e quando o aluno aprende a GESTOS
responder as questões corretamente, as
sugestões são automaticamente retiradas. Com alguns gestos, um maestro pode
sinalizar aos músicos para modificar o tempo,
volume ou quantidade de tom de sua música.
FIGURAS Após vários ensaios, os músicos aprendem
como o maestro espera que toquem cada peça. e
Quando as crianças aprendem a ler. o maestro pode retirar gradualmente o s gestos
sempre ganham livros que contem muitas mais exagerados. Na hora do concerto, muito
gravuras relacionadas com as palavras Os do trabalho dificil do maestro nSo aparece e não
livros mais simples podem ter uma palavra e mais refletido nos gestos que agora mantem
para cada figura. A palavra maçã aparcce em os músicos coordenados.
negrito debaixo da gravura de um maçã. A
Atores e dançarinos também aprendem
palavra coelho aparece sob a gravura de uma
com facilitadores gestuais. Quando um ator fala
lebre. Ver a palavra e a gravura juntas ajuda a
muito baixinho, o diretor pode fazer gestos com
criança a dizer a palavra correta. Mais tarde,
os braços, enfatizando os movimentos para
quando a criança tem mais expcriencia com
cima, a fim dc encorajar mais vigor e volume
palavras impressas, as figuras podem ser
da voz do locutor. Um movimento dc rotação
retiiadas vagarosamente: podem ser usadas
ferto com as mios pode sinalizar para a
figuras menores ou apenas esboçadas: um
dançarina se virar para a direita ou esquerda
número maior de palavras pode aparecer para
Quando o diretor cria novos gestos, que
cada gravura. À medida que as figuras são
terminam por fòcilttar o comportamento
retiradas, a criança contará cada vez mais com
desejado, os efeitos bem sucedidos reforçam o
as palavras impressas como S ^ s que
uso dc indicações criativas.
controlam as respostas verbais Estudos tém
mostrado que retirar gradualmente os Professores e confcrencistas frequente­
facilhadores é crucial para uma aprendizagem mente usam facilitadores para chamar a atenção
eficiente. As crianças que sempre vêem a de seus ouvimes Um conferencista que aponta
gravura de uma maçã, acima da palavra maçã, um dedo para guiar nossos olhos a uma pane de
não aprendem a responder á palavra sozinha ura diagrama ou mapa. está facilitando a
tão rapidamente quanto as críaoças que têm as atenção para o alvo correto. Ao longo da vida,
dicas da gravura gradualmente retiradas até as pessoas confiam no comportamento de
que só a palavra esteja visível*. apontar com o dedo para dirigirem os olhos e a
atenção dos outros.
Os botões de controle nos painéis de
alguns automóveis tém gravuras que mostram Desde que eles comumeme nâo
uma buzina, luzes, limpadores, radio e outros conseguem ouvir um ao ouuo. os pedesues e
desenhos. Quando uma pessoa dirige um carro motoristas sempre recorrem a numerosos gestos
peia primeira vez, ela faz uso das gravuras para avisar (prompt) um ao outro para parar,
andar, diminuir a velocidade, etc..

5 Corejr e Shatnow (1972).


Estímulos
Facilitadores
(prompts)
Neste capítulo você vai aprender como os facilitadores potltm
ajudar o bticio do processo de aprendizagem e como a$ pessoas os
abandonam naiuralmaite à medula que avança a aprendizagem.

r o terceiro ensaio, faltando dois meses facilitado ou árigido, e emão, reforçado atè
L | paia a esuéia da nova peça. O palco está que ocorra com freqüência. Segundo, à medida
X —/vazio e os operários estão construindo, que prossegue a aprendizagem, osfacilitadores
barulhentamente, o cenário nos bastidores No (prompts) sâo gradualmente reurados a /é que o
palco, os atores estão ensaiando a segunda comportamento ocorra sem eles1. O comporta*
cena. As falas, gestos e movimentos ainda memo que foi facilitado é geralmente aprendido
longe de estarem dominados. Enquanto os mais rapidamente quando é seguido por refor-
atores treinam suas falas, eles sempre fazem ç&meuio freqüente. Então, os atores cuias
uma pausa e dSo uma olhada para o diretor carreiras e reputações dependem de aprender
pedindo ajuda Um sinal breve, tal como dar as um conjunto complexo de falas, responderão
três primeiras palavras da próxima linha, c o rapidamente às dicas (prompts) do diretor; mas
bastante para colocar os atores no caminho outra pessoa pode não aprender o texto mesmo
certo novamente. A apresentação de um sinal depois de mil pistas (prompts), sc não houver
facílitador é freqüente e livremente dada para reforçadores para a aprendizagem N a vida
quo os atores possam se movimentar nas cenas diária, o procedimento de retirar gradualmente
e entender o seu contorno geral. O diretor sabe os estimulos facilitadores (fading out) é
que. depois de mais alguns ensaios, os atores comumente um efeito subsequente muito
falarão o texto muno mais naturalmente e que natural da facilttação bem sucedida, à medida
as pistas fàcilitadoras podem ser gradualmente
retiradas (faded out). Sc os atores forem bons,
nâo há dúvida que os sinais serão reduzidos a 1 Skioner (1953), Moorc e Coldiamond (1964).
zero, bem antes da noite de estréia. Baoduia (1969). Kanfcr e Phillips (1970). e Reese (1972)
discutem as várias maneira» itaa quftts o uso dc estímulos
Este estimulo fecilitador faz parte da iaciinadorcs (prompting) e soa retinida graduai (fading
aprendizagem social na infância, embora seja ouOsíq usados no oondicionaiueBtci. Embora o uso de
usado cada vez menos à medida que as pessoas c a im a k s foalitàdOK* ttja menos unpanan.lc que o
crescem. O processo comumente consiste de reforçamento ditercoctaL. modelação e regras, é tun
m âodo distinto de aprendizagem que sempre ocorre na
duas fases Primeiro, um comportamento é vida diária e merece atcoçâo particular.
Puncipeot <to Com ow ttnyrto n» Vida Oiánj 167

relativamente passageiros, ocorrendo rapida­ - ÀPRE.VPfZACEM VJCARMNTE


mente depois que o comportamento do
modelo serviu como um SD para uma resposta
No restante deste capituEo enfatiza*
similar do observador. Por exemplo, a pessoa
remos a aprendizagem vicariante, o primeiro
que já aprendeu a fumar um, e somente um
dos très tipos de efeitos modeladores discuti-
maço de cigarros por dia. aprendeu uma
dos acima. Entretanto, muitas das variáveis
frequência estável de resposta - vinte cigarros
quc influenciam a aprendizagem vicariante
por dia. Quando este fumante vc uma segunda
afetam tambem os efeitos inibidores e desint-
pessoa puxar um cigarro e acendê-lo, o bidores e a íacilitaçâo social.
comportamento da segunda pessoa é parte da
colagem de S ^ s que controla o compona­
mento de fumar da primeira pessoa; e é CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO
provável que ela acenda um também. Não há
nenhuma aprendizagem nova e nenhuma
mudança global no número de cigarros Quando uma pessoa observa um
fumados por dia. Faciíiuçáo social ocorre modelu. vários aspectos do modelo c dc seu
somente porque um componamento do mo* comportamento podem servir como CS*s para
dclo forneceu S^s que ajudam a estabelecer a o observador Primeiro, a capacidade das
ocasião para a resposta do observador. — dicas sodais de servirem como CS's se origina
no condicionamento Pavloviano-, Entre as
Se vocé está andando na rua e vê várias respostas mais importantes didadas por OS’s
pessoas observando algo que está acontecendo de modelos estão as respostas emocionais
numa vitrine de uma loja, os modelos condicionadas chamadas respostas emocio­
fornecem SD’s para parar e dar uma oihada. Se nais vicaruailes. Segundo, quando estimulos
você é exposta a outros S ^ s - talvez uma oovos são emparelhados oom CS’s do modelo,
conversa estimulante com um amigo • que os estimulos novos também se tomam CS’s
produzem respostas competitivas, os S°'s das através de um processo chamado condicio­
pessoas na vitrine da loja podem não produzir namento Pavloviano vicariante. Terceiro,
muito efeito sobre seu componamento Mas. todos os CS's derivados de um modelo podem
se há poucos Sa s para respostas competitivas fundonar como reforçadores e punidores
e as pessoas parecem estar panicularmente condicionados, chamados reforçadores e
interessadas nos eventos da viuine, o efeito de punidores vicariantes..
íacilitaçâo social será perceptível e você pode
parar para olhar também. A facilrtação soda]
pode ser bem fone quando um observador vê 1. Respostas Emocionais Vicariantes
uma porção de pessoas juntas olhando para M odelos produzem m uitas pistas sociais que
alguém ou para um objeto Talvez alguém funcionam como C S's para o observador: e
machucado. Talvez tenha havido um acidente. esses C S‘s eliciam reflexos condicionados -
O quc aquele sujeito está fazendo no chão? inclusive respostas emocionais condicionadas
Ver a multidão junta e olhando pode prover - tio observador.4 Quando um ob<servador vê
um fone controle de SD para se parar e olhar alguém sorrindo, os sorrisos provavelmente
Outros exemplos comuns de íacilitaçâo social servirão como CS's quc elidam respostas
são vistos quando os observadores fazem emocionais agradávds - tafvez mesmo um
açôes aitruísticas. servem como voluntários, soniso - no observador. Quando um
doam dinheiro para uma causa, ou observador vê alguém soluçando, o chòro
acompanham cenos tópicos de conversação pode servir como um CS que elicia tristeza -
depois que alguém inida. talvez mesmo lágrimas - no observador. Estas

‘ Bardara (1969:1670
PrwciPH» do CofwionameMQ na V»da Ortna 157

cm modclar so mcnos parte de sèu repertório prejudicada, isto e imediatamente notado e


de comportamentos resulta nunu avaliação punitiva: "Droga! Que
A modelagem do próprio comporta­ péssimo1" Cada vez que nota um progresso
mento pode produzir efeitos rápidos. Muitas nas suas habilidades artísticas (devido à
vezes, quem mais sabe quando um comporta­ indução), provavelmente sc dará um generoso
mento foi realizado bem ou mal é a própria auto-reforçamento. "(Jau. este é o melhor rosto
pessoa que emitiu este comportamento. Um que já desenhei. Nunca pensei que pudesse
professor que verifica o desenho dc seu aluno a fazer um tão bom!" Depois de várias
cada 15 ou 20 minutos vè apenas o produto performances bem-sucedidas, provavelmente
final de muitas unidades pequenas de irá subir o critério de auto-reforçamento, uma
componamento. Os reforços do professor são séne de tàis ajustes cria um conjunto de passos
infrequentes e muitas vezes atrasados cm naturais dc aproximações sucessivas que
relação ao comportamento que produziu o modela o desenvolvimento continuado de
efeito desejável. Entretanto, quando um habilidades artísticas.
professor está modelando uma habilidade do Quando um aluno produz um bom
aluno, está também servindo como um modelo desenho, recebe dois tipos de reforçadores
que o aluno pode imitar. Se o professor diz: condicionados. Em primeiro lugar, um belo
"Os olhos, neste desenho, foram feitos-com trabalho artístico ê reforçador para muitas
bastante sensibilidade*, o aluno pode aprender pessoas, especialmente estudantes de arte.
a avaliar e reforçar trabalhos futuros, de acordo Portanto, o mero ato de criar um beta desenho
com critérios semelhantes * Sc o professor fornece automaticamente ao criador reforça­
sobe os critcrios dc reforçamento á medida que dores condicionados para sua habilidade de
o aluno melhora, este pode também aprender a desenhar. Em segundo lugar, a auto-avaliação
se impor critérios mais exigentes para auto- e o auto-reforçamento consistem em pensar
reforçamento, com o progresso através dos palavras positivas, tais como "Hum. gosto
passos. Quando o aluno adquire estas deste efeito!" Estas palavro - quer sejam ditas
habilidades de modelagem do próprio em voz alta ou nio - são também reforçadores
componamento por aprendizagem vicariante condicionados. Além disso, o trabalho artístico
(Cap. 9), estas se tomam cada vez mais úteis é modelado pelos reforçadores incondicionados
na modelagem de componamcntos de desenhar relacionados com a estimulação sensorial (Cap.
cada vez melhores. Pode observar cada traço 6) w. Finalmente, o estudante de arte pode
que dá e se auto-reforçar imediatamente pelos reçeber reforços sociais em forma de
componamentos de boa qualidade: "Puxa, cumprimentos, comentários admirativos,
desta vez eu consegui ura traço perfeito, prêmios e propostas de compra do trabalho.
ótimo!" Este reforçamento. além de ser
Há fontes naturais de reforçamento que
imediato, se relaciona diretamente com o
ajudam as pessoas a aprender habilidades para
comportamento relevante Da mesma forma, sc
fazer a modelagem do próprio componamento.
a pena escorrega e parte do desenho fica
Se alguém observa pessoas que são boos
modeladores e imita seus métodos, as
modelagens que faz serão recompensadas: (l)
’.Bandura (1971) c Mahoocy (1974) C uaa
rcw sôo da literatura a respeito da aprendizagem pela aprendizagem mais rápida, uma vez que o
vicariaue das habilidades de auto-avaliaçdo c auio- auto-reforçamento é imediato e eficiente; (2)
rdbrçamento. Gcwinz (1971 a.b) c alguns outros pelos reforçadores positivos de pessoas que
psicólogos cnucam o uso que Bandura faz dos com- observara o seu progresso; (3) pela fuga das
ccatos dc auio-rdoiçaroento. akgaixto que o proccsso
dc auu-fefocçatncnto t trais semelhante ao modelo de
Stunner do que sngerc Bandura. w. Platt (1961>
P n n o w o i no ConxMttttmgftto fia V«to O iéfa 1S2

%
humorísticas que foram reforçadas no passo 1. conseqüências' áversivas Para darificar os
O reforçamento diferencia) no passo 1 mccanismos'de "modelagem, vamos considerar
produziu a diferenciação de respostas e a primeiro os exemplos de moddagem mais
induç&o que tomaram possível o passo 2. Um sistemática Posteriormente vamos considerar
novo padrão dc reforçamento diferencial no as formas de modelagem menos sistemáticas e
passo 2 irá produzir outras mudanças no eficientes
componamento. tomando possivet chegar ao
passo 3. 0 reforçamento diferencial de
histórias espirituosas (passo 3) vai meihorar a
habilidade do comediante de contar histórias
engraçadas e provocar a indução de outras
respostas. Talvç* algumas das histórias do Quando sc estuda a modelagem cm
passo 2 envolvam um diálogo entre dois laboratório, ela é sistemática e cuidadosamente
personagens fictícios, de forma que o executada. A modelagem sistemática envolve a
comediante possa usar dois estilos diferentes mudauça do comportamento em passos de
de voz para indicar qual personagem está aproximações svcexsiw s ~em direção a 'Üm~
falando. O diretor e o comediante podem desempenUn^fmal preestabekçido. (\ cada
decidir usar esta resposta recentemente passo, o reforçamento é dado ao
induzida como a matéria bruta para a comportamento que mais se aproxima do
modelagem no passo 3, e usar a representação desempenho final. Nâo se avança para um novo
de diferentes estilos de humor como critério passo, a menos que o anterior tenha sido bem
para reforçamento. Agora o diretor reforça aprendido c que tenha aparecido um bom
apenas quando o comediante cria novas número de novas respostas desejáveis (devidas
histórias engraçadas, com vários tipos de à indução), que tomem possívd uma transiçio
personagens. À medida que este novo padrão fãcil para o novo passo dc reforçamento
de reforçamento diferencial aumenta a diferencial
freqüência de boas representações dc
personagens, a indução pode tomar possível O passo 1 sempre começa com o
mais outros passos. No passo 4, o comediante comportamento que a pessoa c capaz dê~
deve aprender a representar os vários executar bem OT passos s£õ~ tipicamente'
personagens, ao mesmo tempo que improvisa pequenos pãra tomar o ptogressò fãal e
em resposta às intervenções dc um outro ator altamente reforçador. A cada passo, o grupo de
No passo 5, deve planejar textos inteiros, respostas do repertório que mais se ap roxima
misturando múltiplos personagens, com faias do desempenho fináí é reforçado, enquanto que
para vários outros atores. Eventualmente, o as outras variações da' respostas siocm HuTou
comediante pode se tomar capaz dc criar toda punidairÀ mcdidãqüe~a'induçáò produznovas
uma peça humorística que incorpora as variações, aquelas que mais sc aproximam do
habilidades aprendidas nestes cinco passos. desempenho final também sio reforçadas; c
como 'conseqüência a pessoa_ _aprende
Na vida diária^ há um continuum de habüidã3cs cãda~vêz' mais avançadas Depois
diferemèTüpos de modelagem, dê sistemática de dominar um número suficiente dc
átTlsáo yslcmãtica. A modelagem sistemática habilidades, ã pessoa eStâ' pfõntã pãra avaaçar
tem tnãís proDábilidãde de~produzTr" múdança~ ao próximo passo da seqüência de
comportamental rápida c efetiva - com Tiim” . — — • -•— .i« n n s m a «
ntuiifno flfnríTWWX * Jbgesttes de reforçamento diferencial. O
• enquanto que a moddanem nào-sistemárica -r s r —^ x - - ... >o apressar nos
tem mais prooabwdade de ser lenta. e passos, iw«fc‘ qrtgMirt£~tFg~aimrní»ÍM as
desorganizada, com maior risço de fracassos 6 chances de SUtt&õ t aumentaria as- 3e
P*nc>do* do Conportamsrto na V*da f r i n a 149

chatos. Julie era uma estudante dc Direito, e ' Alguma variação do componamento j i
ela e George começaram uma discussão muito existente sc toma mais provável, enquanto que
interessante sobre a profissionalização da outras sc tomam menos prováveis Ao fim dc
mulher. George estava interessado em ouvir as um processo de reforçamento diferencial,
opàni&es de Julie sobre as várias opções nenhuma nova variação foi criada. Como
profissionais abertas às mulheres modernas e mostra a Figura 8-2, toda a variabilidade da
suas perguntas sinceras o ajudaram a aprender resposta se distribui entre as zonas A, B, C e
muito a respeito do que pensa e sente uma D, tanto toiies quanto depois do reforçamento
mulher quc quer seguir uma carreira diferencial. Apenas a distribuição das respostas
profissional. mudou - movendo-se mais para a direita.
George continuou a ter estes encontros, EmtWanto,_Jiá_processos quc muitas
na semana seguinte, tendo aborrecido menos vezes acompanham o retorçamento'd'tferencia]
suas companheiras e recebido muito menos e que resultam ná 'criação de iun_novo
feedbacks negativos À medida que ele desen­ comportamento F.sscs processos criadores são
volveu ura maior interesse a respeito dos a indução e a modelagem, as quais nos
assuntos que interessavam as mulheres, passou permitem desenvolver padrões dc comporta­
a fazer perguntas mais significativas e rele­ mento que estão alem das classes iniciais dê
vantes. Estas perguntas o ajudaram a aprender resposta.
muito a respeito das mulheres dc sua idade c Quando iim operante é reforçado e
também formas de interação que eram mutua­ aumenta d? freqüência, respostas sem elhantes
mente reforçadoras. Várias semanas depois, podem _aparecèr~ ; aumentar de /reqüènda,
George contou ao terapeuta que ele c Julie - a mesmo q u èliâ o tênfiam sido reforçadas. Este
moça de soi teredro cnconiro - estavam processo c chamado de indução, indicando quc
namorando seriamente, c que ele nio mais o reforçamento induiiu mudanças em
precisava dos "treinos" Sete meses depois, comportamentos que são semelhantes aos
George novamente procurou o terapeuta com a comportamentos que foram reforçados.
boa noticia de que ele e JuKe estavam noivos. Quando as variações comportamentais das
O reforçamento diferencial mudou com zonas C e D são reforçadas - mas não o sio as
sucesso o estilo de interação de George. Um variações localizadas nas zonas A c B - iodas
padrão inicial de resposta sofreu diferenciação, as respostas da zona C c D aumentam dc
na medida cm que ele aprendeu a evitar freqüência. Alem disso, ocorrem outras
aborrecer suas companhias e a se deter um mudanças, giaças á indução. Em primeiro
tópicos de interesse mútuo. Tanto ele quanto lugar, as variações da zona B quc são mais
suas companhias acharam o novo estilo mais semelhantes ao comportamento reforçado da
reforçador. zona C aumentam de freqüência, pois tém
alguma semelhança com os comportamentos
reforçados Em segundo lugar, há uma
MDf/C'ÂO* tendência para o aparecimento dc novas
respostas (a área sombreada E da Figura $*
3). Então, o processo de reforçar
Nos casos puros de reforçamento dife­ comportamentos do tipo C e D aumenta a
rencial. não se criam novos comportamentos. freqüência desses comportamentos e de
respostas semelhantes, algumas das quais sào
<*omnfNri«fn*n*A«
■ inauçao • lamocra coanaoa oe genentiuüvju oa zona £). Os novos comportamentos do tipo
ou transferência dc respostas - i discutida por Skinner
(1938; 1953:930 * Caurna <1971)
PrtUCi&O* ao Ccmoartarrewa r a V ga f>ána 137

corrida sabem que cada corrida pode envolver passar n vtlnria. r *«im por diarue Alguns,
acidcntcs dolorosos se não tomarem precau­ operantes sio seguidos por alimento na boca
ção. Ver um vazamento incomum numa (reforçador inconiicionado) enquanto outros
máquina de alto desempenho d um punidor são seguidos por reforçadores condicionados
condicionado que sinaliza perigo cm potencial associados com limemo. Em muitas cadeias
na próxima corrida - que poderá ser dias ou comuns de componamento, os reforçadores
semaias mais tarde. 0 punidor condi:ionado incondicionados ce estimulação sensorial são
c um CS que clicia respostas emocionais c superpostos aos reforçadores condicionados
pune quaisquer atos de negligência responsa* em vários pontos através da cadeia.2 Tocar
veis pelo vazamento da máquina; ele t um S° música, conversar com um amigo, explorar
que estabelece a ocasião para reparar o uma nova cidade c jogar, envolvem cadeias de
defeito. Uma vez que a máquina é consertada, comportamento nas quais novas e estimu­
o puridor condicionado desaparece; o desapa­ lantes experiências sensoriais aparecem em
recimento do punidor provè reforçamento vários pontos da cadeia c tornam o compona­
negativo para s boa manutenção da rraqulna. mento mais recompensador do que ele poderia
Assin, os punidores condicionados cobrem a ser se fosse mantido somente por reforçadores
lacuna de tempo entre uma cuidadosa condicionados.
manutenção da máquina e a próxima sorrida,
Segundo, cs reforçadores terminais de
ajudando as pessoas a evitar serias punições algumas cadcias podem nâo ser reforçadores
por tomar precauções eficazes com antece­
incondicionados. O reforçador term inai pode
dência. Quando um cirurgião vê que o bisturi ser um dos mais poderosos reforçadores
está nuito próximo de uma artéria qie deve condicionados, como atenção social ou
permanecer intacta, os estimulos produzidos dinheiro. Pagamcitos são reforçadores termi­
pela resposta servem como pwnidorcs nais que manterão longas cadcias de trabalhar
condicionados que suprimem futuras respostas
por vários dias. Crianças que reclamam ou
incorretas, como S^s para nio cortar mais. e emburram podem gerar cadeias de compor­
como Sfts para uma açio corretiva. Fugindo tamento que duram uma hora ou mais ames de
dos punidores condicionados, o cirurgilo evita receberem o reforço terminal de atenção
cometer enganos que poderiam causa* sérios social.
probfemas mais tarde.
Terceiro, o reforçador term inal nâo
precisa ser tão poderoso se outros reforça­
CADEIAS COMPLEXAS dores antertores, ra cadeia, sâo relativamente
poderosos. Por exemplo, uma conversa no
telefone termina com “ Até amaohS" e o
A té a g o ra . H iscu tim o i d u a s d a s fo rm a s
telefone desligado Os atos finais da conversa
mais básicas de cadcias de componamento
ao telefone não produzem reforçadores termi­
operate: cadeias de dois elos levando a um
nais que são suficientemente recompensadores
reforçador iocondicionado e cadcias dc vários
para manter toda a interação social prévia. Em
elos fevando a um reforçador incondidonado.
muitas conversas, os reforçadores terminais
Outrts tipos de cadeias operantes são também
são de importância trivial comparados com os
visto? na vida diária.
reforçadores de interação social, a informação
Primeiro, algumas cadelas contém
reforçadores incondicionados misturados com 22 No dia-t-dia. too é raro ccreus reforçadoces dc
os rtforçadores condicionados em m uitos estimulação sensonal opsrcccndo em vários p o n to ao
pontes ao longo da cadeia. Por exemplo, longo da cadeia de reformadores ooodícwnadM que
jantar ê uma cadela de opwantec qu« inotui p n o e d e n ura tcfbfçMor K rm m l. Houston <1976:173)
servir-se de mais um pouco de arroz cortar nota que mesmo no tooratono. a cittirmbçÃo seasonal
poá t a p a r a r cm poaos *o longo de uma
um pedaço de came, colocar a c&me na boca. cadeia.
Pnneipm do Comooffgrento na vwa f rto a 128

condicionado poderoso porque ela freqüente- Naturalmente, comportamentos inde­


mente sinaliza o aparecimento dc reforçadores sejáveis nâo são a única atividade de chamar a
importantes ou o término de punidores atenção que as crianças aprendem. Comporta­
Reforçadores sociais condicionados tendem a mento criativo, consideração e amizades
ser mais efetivos relativamente a um grande sempre atraem a atenção dos pais. professores
numero de condições motivacionais porque e outras pessoas Crianças que desenham bem
estes reforçadores condicionados foram ou são muito geotis sempre atraem a atenção
estabelecidos em um grande numero dc do professor e provavelmente recebem
estados motivacionais (resultantes da privação reforçadores sociais extras devido a suas
de vários reforçadores e exposição a vários habilidades especiais Estas crianças dc sorte
punidores).14 tèm então o comportamento adicional
desejável reforçado. A criança que n io tem
Como a atenção social i um poderoso
qualquer habilidade especialmente atraente
reforçador condicionado, nio é surpreendente
que chame a atenção dos adultos provavel­
que muitas crianças aprendam comportamen­
mente aprenderá um componamento inade­
tos de uma classe de respostas conhecida
quado como a única atividade que chama a
como "comportamento de chamar atenção".
atenção mima classe de vinte ou trinta
Se uma criança diz, 'Olha papai, posso
crianças. Assim, enquanto Sally está
montar sem segurar*, a resposta de chamar a
recebendo reforços por seu comportamento
atenção provavelmente atrairá a atenção e
artístico e Dick por sua delicadeza com os
então o componamento da criança será
outros. Diane está aprendendo a ser
reforçado. Há várias formas óbvias de inadequada porque seu comportamento atrai
comportamento de chamar a atenção. "Olhe
atenção para ela. A pesquisa comportamental
para mim" "Olhe o que cu fiz" Lutar, está ajudando os professores a aprenderem a
representar, dar birra, criar problemas, pular,
tratar as Dianes em suas classes de forma
excitar-se e ser um transtorno, são todas diferente,1* Se o professor (1) ignora o
atividades que tendem a atrair a atenção.
comportamento indesejàvd de chamar a
Muitas crianças aprendem uma ou mais destas
atividaoes ac chamar a atençco atenção de Diane e <2) dá atenção a oualouer
das coisas mais adequadas que ela faz, Diane
Pais e professores frequentemente não aprenderá melhores formas de obter atenção.
entendem que a atenção social e um É raro uma criança que não tenha algum
reforçador que mantem muitos dos comporta­ aspectos aceitáveis de componamento para o
mentos problemáticos que eles acham mais professor reforçar com atenção; mas muitos
inadequados Depois de Diane ter sc contor­ professores não aprenderam a dar atenção a
cido em sua carteira, falando para si mesma, e eles, só prestando atenção a comportamentos
chutado a mobília à sua volta por dez minutos, inadequados mais salientes.
a professora disse. "Diane. sente-se quieta *
Todos os amigos de Diane viram-se para
olhar. A atenção social pode reforçar de tal CONDICIONAMENTO DIFERENCIAL
maneira o componamento inadequado, que a
ameaça suave é inefetiva.0 Muitos professores Devido ao condicionamento difere/tciaJ.
relatam que sempre que dizem “assentem-se**, as pessoas aprendem a discrim inar que um
as crianças levantam-se A atenção social está típo de estimulo pode ser um reforçador
reforçando o comportamento que está condicionado em uma situação e um punidor
causando problemas condicionado em outra. A despeito do foto do

"Skiimcr(1953: T7>.
“ O'Leary a aL (1970); Hall et aL <t9?2); Sulzcr e
” Soboo e O'Leary (1976). Mayer (1972); Axdrod (I9T7).
P*wse<o< da Camoar!a rt cata na V>da Olfrla 125

para o aparecimento de respostas de observa­ uma possibilidade de fuga ou esquiva, você.


ção. O que determina se as pessoas observam poderá observá-lo cuidadosamente, procurar
punidores condicionados ou não? É assustador por dicas informativas que possam ajudá-lo a
ouvir barulhos estranhos em cosa à noite, fugir. Você pode observar o ladrão para ter
especialmente se vocé vai até o hall e v e u m uma chance de tirar o revolver de sua mão ou
ladrão apontar uma axma para você. Ver o para. em um bom momento, correr para a
ladrão é um punidor condicionado que elicia porta. Dicas que indicam a possibilidade de
modo c pune atos negligentes (como por fuga poderão tomar-se S^s, para observar
exemplo, deixar a porta da frente da casa cuidadosamente sc as suas respostas de
destrancada) O sinal aversivo irá também observação foram reforçadas negativamente
punir c suprimir a resposta de observar o por fugas bem sucedidas dc situações difíceis
intruso armado? Ou ete reforçará negativa* no passado. Uma vez quc há incerteza sobre a
mente sua observação para ver o que ele faz? melhor forma de lidar com a situação, a
O que determina se vocé observará ou nâo? Se informação é bastante valiosa - isto é. ela é
o ladrão levanta a arma. destrava o gatilho e um importante reforçador.
prepara para mirar, você pode olhar para o O bxrm r punidores condicionados
outro lado. Entretanto, se o ladrão é jovem, pode ser aversivo: mas há reforçamento
nervoso e um tanto desatento, você poderá negativo por prestar atenção a e/es se
observi-lo para obter dicas informativas sobre transmitem informação que possa ajudar a
as possíveis oportunidades de fugir. evitar punição adicional. Amy tem medo- de
O fa to dc as pessoas observarem ou uma nota muito baixa cm seu teste, mas ela
nâo os punidores depende amplamente de soma os pontos e lê os comentários escritos
serem <n não possiveis a fu g a ou esquiva.0 Se perto de cada resposta. A informação pode
nio há qualquer chance de fugir ou evitar uma ajudá-la a fugir ou a evitar uma situação
situação aversiva, buscar por informação extra aversiva. Se a informação indica que ela
nâo é reforçador. De fato, a informação é recebeu uma nota injustamente, ela pode pedir
aversiva. A informação é mais útil em uma revisão e talvez ganhar uma nota melhor.
momentos de incerteza: e em casos de Se a informação lhe mostra que o curso não
impossibilidade do fuga, não há incerteza mais lhe interessa, ela pode decidir dctxá-Jo e
sobre a punição. Se um ladrão aponta a arma evitar um -E“ no seu curriculum. Quando
para sua cabeça e destrava o gatilho, não h& namorados brigam, eles podem estar cuida­
nada que você possa fazer para evitar ser dosamente atentos ao que cada um diz. Ouvir
atingido. A situação *cstá preta" e os as queixas do outro pode ser doloroso, mas
estimulos sinalizadores eliciam emoções de pode prover informações úteis para se evitar
medo e ansiedade extremos Os estimulos problemas futuros. Quando uma pessoa é
sinalizadores são punidores condicionados c dispensada por incompetência, dói-lhe ouvir o
punem e suprimem o olhar. Você se vira, empregador õtar dez razões para justificar a
apavorado. Entretanto, as coisas podem ser demissão, mas ouvir as informações pode ser
diferentes se a fuga for possível. Se o ladrão útil para superar dificuldades ou para
nio estiver apontando a arma para vocé e há demonstrar ao empregador que as dez razões
são na realidade infundadas.

11 Sc u n a pessoa tem a» fugir, depende dc vários


fatores: de quanto é diãctl fugir da situação; quantas EXTINCÂO DE REFORCdPORES E
twhiii/ia<w $ pessoa t<>m para fugir d3 situacdo: c da PliNÍDORES CONPfCÍONAPOS
história passada dc reforçamento da pessoa por tentar
fugir de situaçdcs difíceis. Pessoas quc sempre fracas­
saram em fogir no passado podem desenvolver om Quando os reforçadores e punidores
desampara aprendido c nâo icnur fugir de situações condicionados deixam de ser inform ativos -
onde a fuga e possivd (Sdigman. 1975).
Pwcimo» da Co.npoflemm o ca v.<to frèrla 10?

brinquedos favoritos Talvez os pais leiam è Quinto, há diferenças individuais no .


noite, ao invés de receberem amigos, e a "gosto" das pessoas por diferentes tipos de
criança aprende a se divertir lendo, porque os estimulação sensorial. Por exemplo, a maioria
pais demonstram interesse sincero pelas coisas das pessoas gosta de ouvir música pois da
que a criança está lendo ou pensando. Nesse pode prover niveis ótimos de estimulação
tipo de lar, uma pessoa pode crescer gostando sensorial. Entretanto, as pessoas possuem
de arredores sossegados, com o minimo de "gostos" consideravelmente diferentes por
inputs sensoriais de alta imensidade A música Algumas gostam de rock, outras o
primeira impressão de um observador pode ser detestam Algumas gostam de música barroca,
dc que a pessoa quieta gosta de baixos niveis outras a consideram muito mecânica As
dc estimulação sensorial Uma observação preferencias de gosto são aprendidas. Adoles­
mais cuidadosa poderia revelar que a pessoa centes recebem reforçadores sociais dos
está realmente gostando de altos níveis de amigos por gostarem dc rock. Os freqüen­
novas idéias e significação, e somente a tadores de concertos trocam reforçadores
imensidade do estimulo é preferida em baixas sociais por ouvir e apreciar música clássica. As
niveis. pessoas geralmente desenvolvem um "gosto"
A preferência pessoal das pessoas por por tipos de música que estão intimamente
associados com eventos prazeirosos, signifi­
diferentes combinações de variedade, intensi­
dade e significação do estim ulo m uitas vezes cativos e reforçadores.
influência suas interações sociais.n Duas As pessoas desenvolvem diferentes
pessoas que aprenderam a ser altamente gostos em arte. literatura, humor, (ema de
sociáveis * falando e pithcriando durante todo conversação e muitas outras formas de
o dia com muitas pessoas diferentes - estimulação sensorial. Os livros provêem uma
provavelmente se darSo bem uma com a outra; estimulação sensorial que c alta no tocante ã
mas, nenhuma das duas achará muito excitante significação; mas as pessoas têm diferentes
interagir por longos períodos com uma pessoa gostos quanto a isto. Algumas gostam de
quieta e reflexiva, que prefere conversações biografia, outras gostam de mistério; outras já
sérias e profundas. Por outro lado, duas preferem histórias de amor Há significação em
pessoas quietas e caladas podem se dar todos os livros, mas cada história particular de
perfeitamente bem uma com a outra, embora aprendizagem leva-a a responder a diferentes
nenhuma das duas encontre prazer cm inputs sensoriais como significativos
interagir com pessoas altamente falantes e
Sexto, os ciclos diários de sono e vigilia
sociáveis.
alteram a altura da zona ótima de
Preferências por estimulação sensorial estimulação.Si Quando estamos com sono* os
podem ser especificas de uma situação Um baixos niveis de estimulação sensorial de um
professor pode gostar de ensinar de uma quarto escuro e quieto são estimuladorcs
maneira muito ativa • andando e escrevendo ótimos, agradáveis e recompensadores. mas
no quadro o tempo todo - porque isso ajuda quando estamos acordados, esses baixos niveis
os alunos a se interessarem pelo assunto. Este dc estimulação são desestimuladores, emedian-
mesmo professor pode preferir formas muito tes e aversivos Quando estamos com sono. a
sossegadas e suaves de interação face-a-Jàce, estimulação sensorial das áreas de luz e
pois isso conduz a uma conversa séria e barulho é aversiva. mas esse nivd de input
significativa sensorial pode ser estimulante no nível ótimo e
recompensador, quando estamos acordados.

” Maddi<1980) 11 Klritman (>949» Maddi (1980V


Pnnctpics do Comportamento na Vida Diária 101

pessoas entendem menos. Contudo, a qualidades e quantidades ideais de inputs -


e stim u la ç ã o sensorial é um dos m ais sensoriais
importantes reforçadores do dia-a-dia.26 A
estimulação sensorial influencia nosso
comportamento 24 horas por dia, se estamos Quantidade. A estimulação sensorial
dormindo ou acordados, sós ou acompa­ pode ser um reforçador ou um punidor,
nhados. O restante deste capítulo descreve as dependendo da quantidade de estimulação que
propriedades básicas deste "reforçador penetra nos sistemas sensoriais. A quantidade
desconhecido", a estimulação sensonal. total de inputs sensoriais vinda do conjunto da
colagem de estímulos - de dentro e de fora do
organismo - pode variar em qualquer lugar de
QUANTIDADE E QUALIDADE muito baixa, média, até muito alta. Sob
condições normais de vigília, tanto níveis
A estimulação sensorial vem de todas baixos como altos de inputs sensoriais
as partes da colagem de estimulos: de fora e funcionam como punidores incondicionados.
de dentro do corpo. Recebemos continua­ Entre os extremos, hà um nivel intermediário,
mente estímulos do mundo externo através ótimo, de estimulação sensonal que funciona
dos cinco sentidos - visão, audição, olfato, como um reforçador incondicionado. Quando
paladar e tato. Quanto mais coisas acontecem recebemos pouca estimulação de fontes
em nosso ambiente tanto mais estimulação internas e externas, experimentamos as sensa­
sensonal atinge os cinco sentidos. Há também ções aversivas de tédio. Por outro lado, muita
estimulação sensorial causa as sensações
órgãos dos sentidos internos que detectam
aversivas de nervosismo, ansiedade ou hiper­
sensações de todas as partes do corpo,
incluindo o cérebro. Estes receptores nos tensão. Entre "muito pouco " e ,fem excessoM-
entre tédio e ansiedade27 - há uma zona ótima
levam a sentir várias respostas internas tais
onde o input sensorial é agradável. Níveis
como reações do estômago, palpitações no
coração e as contrações nos nossos músculos ótimos de estimulação sensorial funcionam
quando movemos os braços, pernas ou outras como um reforçador positivo incondicionado.
partes do corpo. Podemos também sentir Se vocè estivesse em casa sozinho em
quando nosso cérebro está cheio de atividades uma tarde sem nada para fazer, você poderia
ou em estado inativc. Pensamento, fantasia e tomar-se entediado. Não ter o que fazer deixa
sonhos podem prover estimulação sensonal você com baixos niveis de input sensorial, que
tão interessante que as pessoas podem causam tédio. Ligar o som poderia ajudar a
negligenciar a estimulação sensonal externa aliviar o tédio, pois a música provê um
pelo prazer da estimulação mental. Todas aumento na quantidade de estimulação
estas modalidades sensoriais podem dar prazer sensorial. Ligar o som é reforçado pela fuga do
quando as pessoas são estimuladas por tédio e o começo de uma agradável
estimulação sensorial. Se você tem um sistema
de som poderoso, você pode aumentá-lo até
: í Schultz (1965), Ellis (1973), e Zuckerman sentir o poder do amplificador de 200 watts;
(1974, 1984) apresentam algumas das mais integradas mas o volume, provavelmente, será abaixado
análises das propriedades de reforçamento de para um nível mais confortável depois de
estimulação sensorial Antes disto, muitos
poucos minutos. Impulsos sensoriais altos são
pesquisadores demonstraram que o input sensorial era
reforçador (Butler, 1958, 1965; Mason, 1965, Kisli.
claramente aversivos, conseqüentemente,
1966; Campbell, 1972). Baldwin e Baldwin provêm reforçamento negativo para baixar o
(1977,1978b, 1981) apresentam um sumário da
literatura sobre reforçamento por estimulação sensorial
cm pri matas c humanos. 27 Csikszentmihalyi (1975).
PfmciD'0 8 so Cc<nportafT>crqo na V-da D-ána OS

A punição fisica c muito mais usada no duas vezes mais este numero, sio severamente
dia-a-dia do que se pode imaginar. Por surradas por seus maridos.17 0 emprego dos
exemplo: há, no minimo. dois milhões dc punidores incondicionados não fica restrito aos
casos de abuso de crianças, por ano, nos lares. Através da história, usou-se o açoita-
Estados Unidos (e hà provavelmente muitos mento. espancamentos, torturas, linchamentos,
mais).11 Uma vez que as crianças pequenas inquisição, caça às bruxas, campos de concen­
nio podem ftigir ou reagir, os pais encontram tração c guerras, numa tentativa dc controlar
pequena resistência, quando usam a punição os outros, inlligindo-lbes dor.
corporal na educação dos filhos e alguns A longo prazo, técnicas aversivas produ­
chegam a níveis perigosos, quebrando-lhes os zem numerosos problemas. A punição pode
ossos. Por serem pequenas, as crianças condicionar uma variedade de respostas Que
dependentes nSo podem esquivar-se do pai vâo do medo, ansiedade e esquiva ao ódio,
que pune com tanta violência que até ossos violência e revolta. Todas essas respostas
sio quebrados; crianças mais velhas freqüen­ debilitam relações sociais construtivas, estáveis
temente fogem de casa quando o permanecer e cooperativas. A ciência modema do compor­
lá é extremamente aversivo. Vários milhões de tamento tem demonstrado que a maioria dos
crianças fogem de casa anualmente.1' comportamentos pode ser aprendido - ou
Violência gera violência, crianças que evitado - através do reforçamento positivo,
vivem em ambientes violentos muito sem os maus efeitos colaterais criados pelo
freqüentemente aprendem a usar a violência aprendizado aversivo (Capitulo 13). Além
sobre o s outros. Em casa não podem lutar disso, o reforçamento positivo toma a
com o s pais, com medo de sofrerem, cm aprendizagem muito mais agradável do que
troca, agressões físicas, mas no parque aquela adquirida através da punição ou
maltratam e lutam com outras crianças reforçamento negativo. Um dos grandes
imitando o uso de punidores incondicionados desafios da sociedade modema i o de
que presenciam em casa.14 Uma vez atingida a abandonar a grande confiança na punição, -que
fase adulta, as pessoas que cresceram em lares foi tão comum no passado, e ajudar as pessoas
violentos tém m us probabilidade de abusar dc a aprenderem o poder e o prazer de utilizar o
outras crianças do que aquelas de lares nio reforçamento positivo.1*
violentos.15 Também tém maior probabilidade
dc esperar c a usar a violência fisica na
interação com seu parceiro. '*
O marido agride sua mulher, quando ela
sc recusa a atender qualquer desejo seu. Ela
pode aceitar isto como sendo ''normal'', sc Uma vez que reforçadores e punidores
esta foi a forma que ela viu seu pai tratar sua incondicionados desempenham importantes
mãe A cada ano, nos Estados Unidos, dois ou papeis biológicos na sobrevivência e
três milhões de mulheres, no minimo, talvez reprodução, parece ser lógico supor que
seriam biologicamente fixos e resistentes á
mudanças (exceto nas pequenas flutuações,
devido à privação e saciação) Espera-se que o
11010974-205).
alimento seja sempre um reforçador para uma
n Chipnua(lf76). pessoa com fome, enquanto ser espancado seja
M Uandura c Walters (1959. 1963). Hoffman
(I960)
11 Silver et al. (1969); Sptociu e Rigkr (I972>. ” Strauss ci al. (19»». O'Reilly (I963>
’* Martin (>976). “ Skinner (1971).
Prmcmtos c o Comocrtixniwia na Vifla Diana

dc privarão que outras pessoas poderiam dos americanos come 3.6 refeições de .
considerar aversivos.7 qualidade por dia. a media dos indianos come
0.7*
A pnvação extrema pode levar as
2. Privação Deliberada. As pessoas
pessoas a comportamentos extremos. Durante
deliberadamente se abstem de se alimentar
a grande fome de 1943 na China, as pessoas
ames da grande refeição do "Dia de Ação de
cortaram em tiras a casca das árvores, para
Graças", porque isto parece tomar a comida
terem algo com que encher seus estômagos
mais saborosa e lhes permite comer mais.
(embora a casca de árvore tenha um valor
Muitas vezes, deliberadamente, ficam
nutritivo minimo).9 Houve relatos de que
acordada* até se sentirem cansadas, antes de
crianças as vezes eram mortas e comidas, á
irem para a cama, pois a privação as faz
despeito das sanções culturais c morais contra
dormir raais profundamente, o que é mais
tal componamento. No inverno de I&46, um
agradável do que um sono leve e reparador.
grupo de pioneiros americanos - o grupo de
após uma privação mínima.
Donner - ficou preso nas montanhas enquanto
seguia para o oeste. Trinta e quatro pesso>as
J. Privação Obrigatória. As vezes, morreram de frio e fome. Muitos dos quarenta
maridos e esposas tém que viver em cidades e cinco sobreviventes não morreram de fome,
diferentes, por causa da localização de suas comendo os mortos10 Em outubro dc 1972,
escolas ou trabalho. Quando tém a chance de um avião com quarenta e cinco passageiros
se ver, sentem que os dias de privação colidiu com uma montanha coberta de neve
intensificaram o grau no qual o toque, a nos Andes, numa altura de aproximadamente
carícia e o ato sexual sio experiências 3.600 metros.11 Trinta e dois dos quarenta e
positivas Pessoas pobres era países cinco passageiros sobreviveram ao desastre.
subdesenvolvidos podem conhecer a privação Ao inves de morrerem de fome. os
obrigatória, para a qual há pouco alívio sobreviventes decidiram, depois de passadas
Muitas pessoas, em áreas superpopulosas da algumas semanas, cortar os corpos dos
África e Ásia estão quase sempre em estado companheiros mortos, cm pequenos pedaços, e
de privação de alimento Enquanto a maioria comê-los. Dezesseis pessoas sobreviveram
durante setenta e três dias dc frio e apuros, até
que chegasse socorro Sob privação extrema
’ Tendo observado que os reforçadores sâo efetivos de alimento, as pessoas são motivadas a agir
somente depois de um período dc privação e que a de maneira como nunca agiriam, cm outras
privação intensa i aversivn. alguns estudiosos circunstâncias
condulmn que a recompensa só é possível depois de
orna shuoçâo aventa anterior Isso crirn uma visâo
desanimadora da vida. na qual todo coroponarocoto é
motivado pela fuga oa esquiva de una condição PUNIDORES INCONDICIONADOS
aversta. Os cxempfas de privação natural dados no
texto deixam claro que a privação pode nâo ser
percebida por aquele que são ativos c ocupAdos A Tabela 6-2 relaciona alguns dos
Pessoas com grande repertório de Mivkbdcs punidores incondicionados que são comuns no
interessantes, qoe preenchem seu* dias, nfto sc dão dia-a-dia. Punidores incondicionados nâo sâo
coma do estado dc prtaçfto. tanto quanto aquelas que
tem pouco a fazer. Além do mais. atguns estímulos -
tais como temperatura o estimulação sensorial em * Pritchett <I9T$).
niveis ideais • n9o requerem privação para ’ Whhe U9T8).
funcionarem como reforçadores positivos (ver item
estimulação sensorial adianto 10Rbote 11973).
'Road (1974)
Pfiftc.piog do CorTiBonamgmo na Vxla Oátla R7

está assistindo, suas lembranças das palavras de com uma disposição neutra {nem alegre nem
seu amigo acrescentam estímulos preditivos que triste), uma feliz combinação de vários CS's
eliciam respostas emocionais antes que o com pequeno controle sobre emoções positivas
menino seja decapitado pejo assassino. pode colocá-lo numa boa disposição e tomar o
Enquanto vocc espera por esta cena homvct, seu dia bem feliz, sem que vocé consiga apontar
vocc estará pensando nas palavras dc seu amigo qualquer acontecimento cm particular que possa
c já estará experimentando os CS's didadores explicá-lo. A soma de vários CS’s com fraco
de medo. mesmo antes que o machado entre em controle sobre emoções aversivas pode ter o
açâo. Como resultado disso, vocc estará tendo efeho inverso; vocé pode ter um péssimo dia
uma dose extra de CS's eliciadores dc medo sem conseguir localizar uma única causa
porque você terá entrado no cinema com uma Naturalmente, quanto mais uma pessoa estuda
descríçlo vetbaJ da cena. Assim, na maioria dos as relações entre estimulos antecedentes e
casos, pedir a alguém que lhe come os homveis respostas emodonais, mais alerta se tomará
detalhes antes, apenas aumenta o número total para os eventos que afetam seus humores. Por
de CS's na sua colagem de estímulos. É o exemplo, ela pode começar a perceber que uma
mesmo que estar num avião durante uma série de experiêndas matinais agradáveis pode
tempestade e ouvir o passageiro do lado Talar ter um importante efdto no estabelecimento do
sobre os horrores dos acidentes de avião as tom emodonal que vai vigorar o dia inteiro. Se
palavras da outra pessoa aumentam o número vocé ouve una música alegre no rádio quando
de CS's que elidam o medo. Se vocé desejar acorda, pensa em algum assunto mais otimista
que o seu próximo filme de horror seja ainda durante o café da manhã, depois recebe um
mais amedrontador, peça a alguém para contá- telefonema bem humorado de um amigo,
lo a vocé antes de ir vê-lo. certamente começará o dia com uma seqüência
A habilidade de identificar o controle de positiva de pensamentos e sentimentos que o
estímulos pode ser cotnpensadora dc várias ajudarão a prestar mais atenção nos eventos
formas. Por exemplo, o humor de algumas positivos todo o dia.
pessoas costuma variar para melhor ou pior, Todo mundo está consdente de alguns
sem que elas saibam por que. Quando seus dos estimulos que afetam seus humores, e usa
sentimentos estão obviamente ligados aos este conhecimento para evitar CS’s que
estímulos presentes no momento _ como no produzem emoções indesejávds e procurar os
caso do filme de horror _ as pessoas não tem CS's que produzem respostas emodonais
dificuldade em ligar suas emoções aos estimulos agradáveis. Vocé está fazendo este tipo de
antecedentes. Mas a vida diária é muito mais controle dc humor quando toca seu disco
sutíl do quc um Glroe de horror, e as disposições preferido, quc lhe faz sentir-se bem c tambem
das pessoas podem melhorar ou piorar quando evita ler artigos de jomal que falem
gradualmente, sem que elas percebam quais são sobre assuntos deprimentes Quanto mais as
os estimulos antecedentes relevantes Muitos pessoas aprendem a identiftear os estimulos que
dos CS's de nossas colagens diárias de estimulos afetam seus humores, tanto melhor das saberão
tem apenas um fraco controle sobre nossas sdccionar os CS's para provocar cm si mesmas
emoções, portanto, seu efeito cm nossa os humores que desejarem. Depois de observar
disposição provavelmente passará despercebido, as correlações entre seus humores e os
a menos que tenhamos aprendido a procurar os estímulos antecedentes, algumas pessoas apren­
estimulos antecedentes e suas respectivas dem a minimizar as discussões e as palavras
respostas emodonais. Não obstante, um grande ásperas (que elidam emoções desagradáveis} e
número de CS's fracos na colagem de estimulos a aumentar o uso de comentários agradáveis, do
pode ter um efeito acumulado significativo bom humor e da cordialidade (que eliciam
sobre as emoções. Se vocé acorda de manhá emoções agradáveis). Graças a isso das conse-
r--ut>t&s ao Camponam^Mt» na vwia D.Via S5

prolongar os efeitos dos rótulos verbais para memo, e depois pergunte que estimulos usual* •
muito depois que o interlocutor acabou de falar mente ocorrem logo antes e estão altamente
Os ruidos e a turbulência servem de S ^ s para correlacionados com o componamento Estes
lembrar as palavras do companheiro de viagem são os melhores candidatos a serem os estimu*
a respeito dos perigos ou da segurança dos os controladores daquele comportamento.
vôos, e estas palavras funcionam como CS's As pessoas geralmente acham útil
verbais internos que elidam medo ou relaxa­
identificar os estimulos que controlam o
mento. Muitos passageiros aprenderam a se componamento que das querem emitir mais ou
acalmar em vôos muito agitados usando rótulos menos frequentemente O seguinte exemplo
verbais que sio CS's para respostas de relaxa­ mostra como a identificação do controle de
mento Eles se empenham em um longo estimulos pode ajudar uma pessoa a ter maior
diálogo interno sobre a segurança dos aviões
controle sobre si mesma Nick tem um problema
modernos, e assim gerara uma longa série de que aborrece tanto a ele mesmo quanto a seus
CS's vçrbais que eiiciam o relaxamento e amigos: VoUa t meia e lí perde controle do
contrabalançam os estimulos potencialmente temperamento e diz coisas das quais ele acaba
eliciadores de medo. se arrependendo. Para melhor entender c
Note que é muito mais difícil para os controlar este comportamento, ele pode tentar
rótulos verbais alterarem o estado emocional de identificar os estimulos antecedentes que
uma pessoa, quando a colagem de estímulos provocam sua raiva c as palavras desagradáveis
nlo é ambígua. Se alguém encontra uma que diz. Uma boa estratégia para ele é manter
situação realmente amedrontadora - como um um registro de todas as situações nas quais
terrível acidente de carro no qual t-odos os perde o controle. As perguntas sobre "quem,
outros passageiros morreram • mesmo milhares que, quando, e onde" são úteis na identificação
de palavras positivas e tranquilizadoras não dos estimulos antecedentes que controlam o
terão muito efeito em modificar as «moções comportamento s Quando Nick tem um acesso
eüeiadas por esta experiência claramente dc cólera _ ou mesmo quando ele se sente
aterromante. No outro extremo, quando uma próximo dc ter um _ ele pode se perguntar a
pessoa está provando uma das mais positivas respeito dos estimulos antecedentes “Quem
experiências da vida _ como se apaixonar por estava presente logo antes do momento cm que
alguém _ mesmo o maior cinico não encontrará eu comecei a sentir raiva? O que estava
palavras negativas suficientes para destruir a acontecendo0 O que está vamos fazendo e
beleza de toda a experiência dizendo? Em que eu estava pensando0 Onde e
quando estes eventos ocorreram?" Geralmente é
melhor escrever todas as pistas reveladas por
IDENTIFICANDO O CONTRO LE DE estas perguntas. Como provavelmente há
ESTÍMULOS muitos estimulos possiveis que estarão provo­
cando sua raiva, pode demorar alguns dias para
que ele tenha uma quantidade suficiente de
Uma das melhores form as de se
auto-obscrvaçócs para identificar os CS's e S ^ s
identificar o controle de estim ulos dos que provocam a raiva e as palavras impensadas.
comportamcntos operantes ou reflexos è
procurar os estimulos que precedem e melhor Durante vários dias. Nick anotou breves
predizem a q w k comportamento. Inicialmente, descrições das pistas de contexto _ quem, que,
selecione um padrSo comum de comporia* quando e onde _ que estavam presentes logo
ames dc suas cxpiosòes começarem Kick

“ Coeteoam cta). (1983). 11 Watson e TUarp <1981: lOóf).


PfinclDOi OQComportamento m Vida Oiàri» 7 6

timidez, alcoolismo, ou excesso de


impulsividade num ambiente terapêutico, mas as Depov <3cr<to(<irTK}tift
«kw uI
novas habilidade aprendidas nâo se generalizam aka
para o ambiente do dia a dia. Muitas vezes se
incluem procedimentos especiais, nos processos
terapêuticos. para superar os problemas criados
pela subgeneralização Alguns terapeutas fazem S.
com quc o ambiente terapêutico tenha a maior
semelhança possível com o ambiente diário do bnt
cliente _ ou fazem a terapia no ambiente natural
para aumentar a generalização. Algumas
vezes se envolvem amigos e parentes na terapia,
de modo a fazer com que eles se tomem parte
da colagem de S ^ s quc controla o FIGURA 5-4 A probabilidade da resposta
comportamento recém-adquirido. Outro de criticar, após ser reforçada cm vá­
método eficaz de se evitar a subgeneralização e rios contextos estímulatórios.
se assegurar de quc haverá re/orçamento
adicional quando a pessoa utilizar as
habilidades ganhas durante a terapia cm outras Reforçamento Adicional. Se uma res-
atuações (veja o tópico seguinte). Paia fazer pasta generalizada é refonpda em novos
isto, os terapeutas comportamemais tentam contextos, o reforçamento pode aumentar a
treinar e reforçar padrões comportamentais que probabilidade da resposta nestes novos
funcionarão _ isto c, produzirão resultados contextos. Um estudante que aprendeu a criticar
reforçadores _ quando 8 pessoa os emitir no intelectualmente os politicos (S °) pode
ambiente diário. Além disso, os amigos e apresentar esta resposta generalizada a figuras
parentes podem ser ensinados a prover dc autoridade (S l), adultos cm geral (S^), pais
reforçamento adicionai para o comportamento <S3). e amigos (S^). Esta gradiente original de
recesn-adquirído. quando ele ocorre em sua generalização mostra um decréscimo na
presença. probabilidade da resposta ã medida que a
colagem de esiímuios se toma cada vez menos
semelhante à colagem discriminativa original
(veja Figura S-l). Se. entretanto, este estudante
recebe reforçamento por criticar
intelectualmente em todas as situações, de S* a
S*. a probabilidade de ocorrência desta resposta
aumentará em todas estas quatro atuações
Ffs*«b}itak

(Unha continua da Figura 5-4). (Os estímulos


desta figura foram rotulados de S ^ s porque o
operante foi reforçado na presença de cada um
deles). Uma pessoa pode facilmente conseguir
respeito e admiração dos outros por não ser um
"galinha mona*, ou por "usar seu cérebro* e.
assim, receber reforçamento por criticar, num
grande número de contextos.
A generalização i um mecanismo pdo
FIGURA 5-3 O gradiente original de gene­ qual velhos operantes são emitidos ecn novas
ralização da habilidade de criticar situações. Se a velha resposta funciona bem no
pnncioifts dõ Ccmcortamento oâ Vida Otifia 71

SO para operantes tais como procurar um emocionais, as quais causam mais um aumento -
dentista ou tomar um analgésico. Se seu na preocupação, o que pode levar a niveis
coração começa a bater rapidamente, as elevadíssimos de ansiedade. (Na verdade,
sensações internas podem funcionar como CS’s, estudos têm mostrado que outras pessoas
especialmente se você foi condicionado a se percebem menos nossas respostas emocionais
preocupar com taquicardia ou com a do que imaginamos A maioria das nossas
possibilidade de ter um ataque cardiaco * Da respostas emocionais ocorrem dentro de nossos
mesma forma um excesso de movimentos e corpos e essas respostas internas são menos
sensações desagradáveis no trato digestivo salientes para os outros do que para nós *.
funciona como um CS que elida ansiedade Saber disto pode ajudar muita gente a evitar
numa pessoa sensibilizada pela possibilidade de esta espiral de ansiedade crescente que resulta
contrair úlceras. Outra vez, estes estimulos da preocupação de que outros estejam
internos podem funcionar como S ^ s que percebendo suas emoções, quando enfrentam
levam a pessoa a fazer dietas, exercidos ou ir situações difíceis.)
ao módico. Estimulos internos podem também As pessoas aprendem a responder a
elidir sentimentos agradáveis Quando alguém estímulos externos, internos ou a ambos como
está numa boa condição física, as sensações dicas para um dado componamento. 0 compor­
corporais fornecidas pela respiração profunda e tamento de comer, por exemplo, pode ser
pelos movimentos bem coordenados dos controlado por um grande número de estímulos
músculos, quando se faz jogging ou ginástica externos (tais como o relógio marcando meio
são provavelmente CS's dc origem interna que dia, estar na cozinha, o cheiro dcJtrioso de
elidam respostas emocionais agradáveis. Estes algum alimento, ver outras pessoas comerem,
mesmos estimulos internos podem servir de ser convidado a comer, etc.), e também por
S ^ s para se pensar sobre como é bom se sentir estimulos internos (as sensações estomacais
saudável e fone. que nos indicam a fome) As pessoas gordas
O comportamento de uma pessoa pode costumam comcr cm resposta a S ^ s diferentes
ser influenciado simultaneamente por estimulos das pessoas magras 9 Os magros tendem a
externos e internos. Os CS's externos responder principalmente aos S ^ s internos
produzidos por ouvir o patrão criticar seu fornecidos pelo estômago vazio, de forma que
trabalho podem produzir um "bolo* era sua eles não comem quando não estão com fome
garganta, um tremor na sua voz. palpitação, e Por outro lado. os gordos parecem comer
outras respostas emocionais. Estas respostas sempre que encontram qualquer dos inúmeros
servem de S ^ s internos para pensamentos do S ^ s que eles relacionaram à comida. Assim, ir
tipo: "Espero que ele não perceba que eu estou á cozinha pode resultar num consumo de mais
tão nervoso. Sc não, pode pensar que eu perdi 200 calorias, no caso dc um gordo, e nâo ter
o controle da situação". Seu pensamento de que qualquer efeito para um magro Todos os S ^ s
o patrão possa estar percebendo seu nervosismo presentes na cozinha induzem o gordo a provar
aumenta os CS's internos, que eliciam outras um pedaço do bolo. ir á geladeira, comer as
respostas emocionais • tais como suar * e estas sobras do jantar, etc. No caso da pessoa magra,
por sua vez aumentam ainda mais sua estes S ^ s externos têm pouca ou nenhuma
preocupação a respeito de seu patrão estar influência sobre o componamento, a menos que
percebendo seu nervosismo. Assim se forma um haja sinais internos de estômago vazio, que
circulo vicioso Cada novo aumento na sinalizam que ele precisa comer.
preocupação só faz aumentar as respostas
'. McEwancDcv«ns(t983).

r. Valins eR ay O * ’ ) * Schachier(1967)
Principio» oo C&«n&gna<T»y>to na V 4* tfeána M

servir como reforçadores positivos ou negati­ experiência de desorganização, mesmo que


vos. Milhões de pessoas gastam várias horas eles sintam tremores ou outras respostas
por dia olhando os estimulos dos meios de emocionais dunmte um concerto).
comunicação, hipnotizadas pela mensagem
As emoções não precisam ser aversivas
emocional que esta condicionando novos CS's
para desorganizar performances operantes
para emoções positivas ou negativas, criando
Vocé e um amigo podem estar absorvidos
assim novos eslimuios que servirão como
numa tarefa de precisão - tal como ajustar um
reforçadores ou punidores.
objeto delicado - quando um de vocés conta
uma piada. Se isso conduz a uma história
S. Desorganização da Resposta. engraçada, mais piadas e outras palhaçadas, as
numerosas palavras espirituosas servem como
Comportamento operante pode ser CS's verbais que podem eliciar risadas
desorganizado por respostas reflexas « vice- suficientes para desorganizar suas atividades
versa. Pessoas que estão aprendendo novos de precisão. Vocé pode tentar manter-se
comportamentos operantes muitas vezes trabalhando enquanto riem um das graças do
verificam que respostas emocionais e outras outro: mas na medida em que vocé deixa cair
respostas reflexas podem desorganizar suas as peças muito pequenas, vocé é forçado a
performances operantes ainda sub-aprendidas dizer "Oh!, temos que parar de fazer
Por exemplo, enquanto vocé esta praticando palhaçadas, se quisermos conseguir consertar
uma nova peça no piano ou decorando suas pysp coisa".
falas paia uma peça, alguém pode entrar na
Respostas reflexas podem algumas vezes
sala. Se você foi condicionado a temer criticas
ser suprimidas ou interrompidas por
ou cometer erros cm público, a presença de
atividades operantes. Uma pessoa pode ter
outra pessoa será um CS que elicia respostas
aprendido a achar engraçadas certas histórias
emocionais desconfortáveis. Por sua vez, essas
sobre gafes, as histórias propiciam CS's
respostas emocionais podem distrair vocé de
verbais que diciam risos. Mas a pessoa pode
sua atividade operante ainda sub-aprendida e
ter aprendido que c impróprio rir de tais
desorganizem sua performance Ser repetida­
histórias, quando na presença de pessoas de
mente criticado por um fraco desempenho de
cerimônia. O que acontece quando a pessoa
uma certa parte da música pode tornar aquela
ouve uma história espirituosa sobre gafes, num
parte um CS que elida ansiedade. Depois que
ambiente soda! em que seria inadequado rir?
isso acontece, vocc começa a sentir-se ansioso
A maior pane das pessoas aprendem que rir
i medida que toca aquela música e se
pode ser suprimido retesando os músculos do
aproxima a parte problemática. Essa ansiedade
estômago e diafragma. O CS verbal pode
pode fazer com que vocé tenha um número
eliciar puxões e espasmos - respostas incipien­
crescente de erros, o que só aumenta sua
tes de rir - no diafragma mas o operante de
ansiedade ate vocé eventualmente temer a
retesar esses músculos previne a explosão da
perspectiva dc começar a música. Tal condi­
resposta de rir. Assim, a pessoa pode esconder
cionamento emocional faz com que a pessoa
respostas condidonadas a histórias sobre
tenha o que se chama dc "bloqueio psicoló­
gafes
gico", que as impede de tocar uma música e as
faz ter medo dc treiná-la no futuro. (Sc a O “Jogo de recuos" mostra como uma
pessoa já super-aprendeu uma peça musical resposta reflexa a um CS aversivo pode ser
especifica, é preciso uma resposta emocional interrompida ou suprimida por atividades
muito mais intensa para desorganizar sua operantes. Nesse jogo, uma pessoa dá uma
performance operante. Pianistas profissionais pancada, mas quase não toca o braço da
super-aprenderam suas performances, de tal segunda pessoa. As regras do jogo são
modo que eles nâo são predispostos à simples: se a segunda pessoa recua, a primeira
Princípios do Comportamento na Vida Diária 63

que associa a marca X com CS's para ansiedade e sentimentos desagradáveis, e esses
sentimentos agradáveis. Depois dos ob­ CS's aversivos ajudam a suprimir os operantes
servadores terem visto repetidos anúncios que podem causar fogo ou acidentes.
positivos para a marca X, as experiências
Os meios de comunicação muitas vezes
tenderão a condicionar a marca X como um
apresentam CS's associados com ansiedade
CS com associações positivas, portanto um
para reforçar negativamente respostas de fuga
reforçador (exceto para aquelas pessoas com
ou esquiva. A maior parte das pessoas tem
forte condicionamento negativo em relação a
sido condicionada a ser sensível e estar alerta a
fumar). Se a loja local nào tiver um cigarro da
CS’s que eliciam emoções desagradáveis.
marca favorita do fumante, ele tem mais
Estímulos que sinalizem um aborrecimento
probabilidade de selecionar a marca X do que
iminente muitas vezes chamem nossa atenção e
uma marca menos bem anunciada.
assim nos ajudam a nos preparar ou nos
Esse tipo sutil de condicionamento prevenir de conseqüências aversivas. Somos
funciona? Uma indústria multi-milionária de negativamente reforçados por estar alertas a
propaganda existe, porque funciona. Para cada esses CS’s porque nossa preparação nos ajuda
dezena de pessoas que nunca mudarão de a evitar eventos aversivos associados com os
marca (ou não fumam), há umas poucas CS's. Propagandistas se aproveitam disso.
pessoas que podem mudar de marca se Uma gravura de uma casa em chamas e uma
expostas a repetidas experiências sutis de família desabrigada olhando desampa­
condicionamento.10 radamente, fomece CS’s visuais que criam
Nem toda a influência dos meios de impacto emocional para a legenda do anuncio,
comunicação se baseia na apresentação de “O seguro de sua casa é adequado?". Essa
cena pode tomar o proprietário levemente
CS's que eliciam emoções de prazer. Drama,
ansioso. O leitor pode tentar tranqüilizar a
ficção, anúncios e notícias muitas vezes
utilizam CS's que eliciam medo, ansiedade, ansiedade aliciada pelos CS's verbal e
pictórico, lembrando-se da foto de que já tem
tristeza, compaixão, ódio ou outras respostas
emocionais, e esses CS's podem, em troca, um bom seguro, mas se o seu seguro e
inadequado, a pessoa pode continuar lendo o
suprimir certos operantes ou reforçar negativa­
mente outros. Por exemplo, anúncios e anúncio em busca de informação que possa
diminuir o medo da perda.11 Se o tipo de
cartazes que foram projetados para suprimir
seguro que está sendo anunciado promete uma
comportamento, muitas vezes usam CS’s que
eliciam ansiedade. Zé Colmeia é mostrado ao generosa cobertura, ele se tomara um CS
lado de uma floresta em chamas, rodeada de associado com segurança e fuga da ansiedade,
simplesmente porque ele é emparelhado com
animais aflitos e desabrigados, sendo, todos
uma solução para o problema. Para o leitor
esses, CS's que eliciam sentimentos
preocupado, esse CS positivo reforça a leitura
desagradáveis. Anúncios exortando-nos a não
cuidadosa do anúncio e alimenta a
dirigir bêbados mostram um carro amassado
probabilidade de telefonar para a companhia
com um corpo sendo tirado numa maca, junto
de seguro.
com outros estímulos aliciadores do medo
associados com morte. O condicionamento Assim, CS's que eliciam emoções
Pavloviano produzido pelas mensagens desses agradáveis ou desagradáveis podem ser
meios de comunicação aumenta as chances de empregados para aumentar a freqüência do
que as pessoas respondam a incêndio em comportamento operante porque eles podem
florestas e a acidentes de carro como CS's para
11 Algumas pessoas aprendem a nâo olhar os meios
dc comunicação que retratam CS‘s aversivos
10 Bem (1970:700; Broad (1980). (Lcventhal, 1970).

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