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CAPITULO V A Concepgao da Esfera de Movimento Todo movimento ocorre quando © corpo, ou partes dele, passa de uma posigdo espacial a outra. Por conseguinte, cada movimento se pode explicar parcialmente mediante essas mu- dangas espaciais de posicao. Empregando termos comumente: aceitos em nosso idiorna, pademos deserever 0 ponto exalo no qual um movimento comecd ‘da mesma maneira, podemos de- {inir 0 ponto ao qual conduz um movimento ou aonde chega. A unigo. desses dois pontos é a “trajet6ria” pela qual se desloca © movimento. ‘Ainda que o corpo se mova ou esteja detido, cerca 0 es- page. Ao redor do corpo esd a “esfera de movimento” ou “ki- esfera’, cuja circunteréncia se pode alcancar com as extre: midades estendidas nomalmente, sem mudar a postura, isto é, © lugar de apoio. ‘A parede intema imagindria desta esfera pode-se tocar com as mos e pés e pode-se alcangar todos 08 seus Pontos. Fora dessa esfera imediata est 0 espaco mais amplo, 0 “geral", no qual o homem sé pode entar distanciande-se da postura original. Tem que pisar fora das bordas de sua estera imediata e criar outra nova, a partir de sua nova postura. Em outras palavias, transfere o que poderia se denominar de sua estera “pessoal” a outro lugar no espago geral. Na realidade, nunca sai de sua esfera pessoal de movimento, mas a que le- va consigo como uma carcaca. Jentemente, quando um homem dé varios pasos adiante, leva também adiante sua esfera de movimento no es- aco geral, segundo a distncia de seus passos. Para ele, sua ostura sempre esté “pra baixo nunca “em frente”. Tem ime- diata consciéncia de sua nova postura como base de sua es- fera e, a partir dela, elabora seus movirnentos seguintes. ‘As ‘sequintes experiéncias em movimento podem ser at Divisio do espaco. ‘Como meio simples de orientagao no espago conhece- mos trés dimensdes. Cada uma delas possul: uma diego e uma dirego oposta, alto (A) baixo (b) direita {0) esquerda (E) para Trente (PF) para atrds (PA) Em relago com nosso compo temmos a sensagao de que essas diregées e suas oposicbes irradiam do centro de nossa esfera de movimento, onde se produz a interseco das 8s dimensées. Espacialmente, essas direcdes dimensionais apre~ sentam-se anés como uma cruz plana A-b e ed, cujo centro alravessa a linha pa-pl, com a qual se forna uma cruz tridi- mensional: A 4 ae e 4 pa b ‘A cruz tridimensional pode localizarse num cubo imagi+ nétio dentro da prépria estera pessoal, onde seu centro coin- cide eam os do cubo do corpo, Desse centro entre as varias dimensées correm linhas obliquas até 0s cantos do cubo. Nés ‘as denominamos de diregSes diagonais. H& quatro “diagonais” espaciais que vdo de um canto a outro do cubo. Sua intersec- (980 se produz no centro da.esiera de movimento, de modo que em cada diagonal podemos reconhecer: uma diregao e uma direcdo oposta alta, direita’ e baixa, esquerda e para frente (Ad-pf) para atrés (be-pa) alta, esquerda e baixa direita e para frente (Ae-pf) para atrés (bc-pa) alta, direita. e baixa esquerda e para atrds (Ad-pa) para frente (be-p!) alta esquerda e baixa direita para atrés (Ae-pa) para frente (bd-pf) Para conseguir uma divisdio do espago mais diferenciada ‘que se obtém dividindo-o em diregSes dimensionais e diago- fais, pode-se imaginar diregdes ulteriores que ndo sdo nem dimensionais nem diagonais. A partir do centro e entre duas diregSes dimensionais e duas diagonais, correm linhas oblt- guas até 0 ponto central das bordas do cubo. Chamamos de “diametrais” as sua diregdes. No centro da esfera de movimento produz-se a intersec- yo de seis didmetros e, em cada didmetro, podemos re- Conhecer uma dire¢aéo e uma direco oposta alto direita baixa, esquerda (Ad) (be) direita e para frente esquerda e para atrdés (ce) (pa) baixa, para frente alta, para atrés oo) (Apa) baixae direita alta, esquerda (0) (e) direita e para atrés esquerda e para frente (Cea) (ep) Oe Assim, sintetizando a diviséo do espago criada em rela- ‘go com um cubo imagindrio dentro de nossa esfera pessoal de movimento, podemos discemir a cruz tridimensional, que ir- radia do centro aos pontos centrais das superficies do cubo. ‘As quatro diagonais conectam os pontos dos cantos opostos ‘do cubo de forma que os seis diémetros se dirigem até as bor- das do cubo que divigém. Todas estas 26 diregées espaciais so irradiadas do centro espacial (c) que configura o ponte de otientago numero 27 (veja-se_a figura 2 do capitulo IV). Trajet6rias no espaco pessoal ‘A divisdo do espago relacionada com 0 corpo mével de- monstra que cada extremidade pode mover-se de qualquer dos 27 pontos de orientagdo até qualquer outro. Os movimentos seguem trajetérias em linha rela ou levemente curva. Estas Ul timas se déo, em esséncia, quando a posi¢ao dos pontos re- quer a do corpo situado entre eles. Por exemplo, 0 brago ndo pode cumprir diretamente a traletéria de pt até pf porque o compo esta situado entre pa e pt (em c). © brago, por isso, deve circundar 0 corpo mesmo que passando muito perto dele, tanto quanto seja possivel, de mo- do a manter a diregéo central. Todas as trajetérias que passam pelo centro devem se efetuar ao longo dessas linhas ligeira- mente curvas. Cutras trajetérias como, por exemplo, de pa até d ou de d até pa poder ser cumpridas pela méo,e 0 brago direito em li- nha rela, porque ndo hd obstdculo algum no meio. Todas as trajetérias que ndo passam pelo centro podem se cumprir em linha reta (ainda que ndo necessariamente). Nos movimentos tluidos, © homem tem o costume de arredondar as esquinas ou pontas, valendo-se de movimentos ligeiramente curvos, dife- rentes dos movirnentos angulares que consistem em, uma combinagdo de linhas retas ou das que acentuam abruptamen- te 0s pontos de orientacéo. Reconhecer-se-4o facilmente alguns desenhos funda- mentais. Os movimentos que unem dois pontos formam uma fina: epa — opt epa — Api epa— Ac (Os movimentos que unem trés pontos formam um angulo: epa — dpf — bpa cepa — Apt — bd epa— Ae - Apa (Os movimentos que unem trés pontos e retomam ao pon- to de partida foram um tridngulo: epa — dpf — bpa — epa epa — Apt - bd - epa epa — Ae - Apa—epa ‘Os movimentos que unem quatro pontos @ retormam ao ponto de partida fcrmamn um quadrilétero: cepa — Apt — dpf — bpa — epa epa — ept — dpf — dpa — epa ‘Ao retomar ao ponto de partida, depois de cumprir um nimero qualquer de pontos, obtém-se uma linha fechada. As linhas ou circuitos fechados podem se tragar com fluidez, ou seja, com uma transi¢do direcional, assim como em angulos (quer dizer, com transi¢ées acentuadas e abruptas). Uma linha ‘ou Circuito fechado que une todos os pontos dimensionais & por exemplo: e@-A-pa-d—b-pi-e

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