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química
12.o ano
CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR
Victor Gil
João Paiva
António José Ferreira
João Vale
1
Índice
Inicia-se com a caracterização das linhas orientadoras do manual e com uma possível calendarização das
actividades lectivas, em estreita relação com o Programa. Uma larga parte deste Caderno centra-se no traba-
lho laboratorial, considerando, por um lado, a importância central do trabalho experimental em Química
e, por outro, as múltiplas dificuldades que tradicionalmente se apresentam aos professores neste domínio.
Com o duplo intuito de melhor balizar conteúdos programáticos e de permitir aos professores um enqua-
dramento mais geral de certos tópicos, incluem-se alguns aprofundamentos complementares e extensões.
Este Caderno de Apoio termina com pistas e sugestões para exploração dos materiais que acompanham o
manual e informação adicional (notas históricas e biográficas, materiais para apoio ao Trabalho de Projecto,
tabelas e referências bibliográficas).
Semana 16
Semana 15
Semana 14
Semana 13
Semana 12
Semana 11
Semana 10
Semana 17
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4 •
A.C. / I.
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Capítulo 1.1
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A.P.L.
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A.L. 1.1
•
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A.L. 1.2
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Capítulo 1.2
•
A.L. 1.3
•
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Capítulo 1.3
A.L. 1.4
•
A.L. 1.5
•
A.L. 1.6
Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
A.L. 1.7
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Capítulo 2.1
•
A.L. 2.1
•
A.L. 2.2
•
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Capítulo 2.2
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A.P.L.
Capítulo 2.3
A.L. 2.3
A.L. 2.4
A.L. 2.5
Capítulo 3.1
A.P.L.
Capítulo 3.2
A.L. 3.5
A.L. 3.1
Capítulo 3.3
A.L. 3.4
A.L. 3.6
Capítulo 3.4
A.L. 3.3
A.L. 3.2
Capítulo 3.5
Semana 33
Semana 32
Semana 31
Semana 30
Semana 29
Semana 28
Semana 27
Semana 26
Semana 25
Semana 24
Semana 23
Semana 22
Semana 21
Semana 20
Semana 19
Semana 18
•
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•
•
•
A.C. / I.
Capítulo 1.1
A.P.L.
A.L. 1.1
A.L. 1.2
Capítulo 1.2
A.L. 1.3
Capítulo 1.3
A.L. 1.4
A.L. 1.5
A.L. 1.6
A.L. 1.7
Capítulo 2.1
A.L. 2.1
A.L. 2.2
•
•
•
Capítulo 2.2
•
A.P.L.
•
•
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•
•
•
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Capítulo 2.3
•
A.L. 2.3
•
A.L. 2.4
•
A.L. 2.5
•
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Capítulo 3.1
•
•
A.P.L.
•
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Capítulo 3.2
•
A.L. 3.5
•
A.L. 3.1
•
•
•
•
Capítulo 3.3
•
A.L. 3.4
•
A.L. 3.6
5
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•
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Capítulo 3.4
•
•
A.L. 3.3
A.L. 3.2
•
•
•
Capítulo 3.5
6 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Unidade 1
3. Al3+; Cu2+; Cr6+; Fe3+; Ag+. Para o cobre: +1 (Cu+); para o ferro: +3 (Fe3+).
5. Cuprite. Por cada mol de calcopirite, M = 183,52 g mol–1; 34,63% da massa refere-se a cobre. Por cada
mol de cuprite, M = 143,10 g mol–1; 44,41% da massa refere-se a cobre. Por cada mol de malaquite,
M = 221,13 g mol–1; 28,74% da massa refere-se a cobre.
6. Ouro e prata.
7. Resposta aberta.
3. YBa2Cu3Ox (x = 6 ou 7).
4. Lantânio. Não existe uma relação directa: uma menor energia de ionização não significa melhor supercon-
dutividade. O supercondutor contendo ítrio é melhor (é supercondutor a temperatura mais elevada), no
entanto, tem energia de ionização mais elevada.
5. «Os físicos Müller e Bednorz receberam o Prémio Nobel da Física em 1987 por esta descoberta importan-
tíssima, que anunciava a possibilidade futura de grandes economias: no transporte de electricidade, em
computadores mais rápidos, em equipamento electrónico mais pequeno e mais eficiente e em carros e com-
boios que se deslocam por levitação»;
«Paul Chu, o investigador da Universidade de Houston que, juntamente com três físicos da Universidade
de Alabama, descobriu o primeiro material supercondutor»;
«em vez de identificar correctamente o material em questão como um óxido de ítrio, cobre e bário, trocou
o símbolo do ítrio, um ‘y’, pelo símbolo de um outro elemento químico da mesma família, ‘yb’, que repre-
senta o itérbio.»;
«parece que se verificaram mesmo fugas, pois antes de o artigo surgir na revista corriam rumores de que o
itérbio seria um dos ingredientes da fórmula mágica».
4. a) A, X, III; B, Y, I; C, Z, II.
b) Resposta aberta.
2. Resposta aberta.
4. Resposta aberta.
8 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
2. Resposta aberta.
2. Nas pilhas, também chamadas células galvânicas, ocorrem reacções espontâneas que permitem obter cor-
rente eléctrica. Nas células electrolíticas aplica-se corrente eléctrica para provocar reacções químicas que
não ocorrem significativamente de modo espontâneo.
3. a) c = 0,086 mol/dm3.
b) n = 8,6 × 104 mol
4. Cl2 + H2O d HCl + HClO. O n.o. do cloro passa de 0 para –1 em HCl e para +1 em HClO. Trata-se de
uma reacção de oxidação-redução. Dismutação.
7. Resposta aberta.
9
6. Resposta aberta.
10 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
4. Ca10(PO4)6F(OH) é menos solúvel em água do que a hidroxiapatite. Além disso, o equilíbrio de solubili-
dade não é tão afectado pelo meio ácido, porque F– é uma base mais fraca do que OH–.
5. A.
Unidade 2
4. Protocolo de Quioto:
– aprovado em 1997;
– assinado por Portugal em 1998;
– ratificado por Portugal em 2002;
– entrou em vigor em 2005;
…
5. Resposta aberta.
Petróleo Vasto campo de aplicações. Não é renovável; encontra-se distribuído de forma não uniforme.
Gás natural É o mais limpo dos combustíveis fósseis. Não é renovável; encontra-se distribuído de forma não uniforme.
Energia eólica Não emite poluição directamente. Limitada a determinadas áreas geográficas; intermitente.
Energia hídrica Não emite poluição directamente. Limitada a determinadas áreas geográficas; altera o microclima.
Fe + C O Fe C O
Fe + C O Fe C O
Orbitais moleculares
3.
Fe C O
4.
Concentração de CO
CH3
3. B.
14 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
H C C C C C C H
H H H H H H hexan-1-ol
c) Resposta aberta.
5. O butano possui um I.O. = 113. O isómero 2-metilpropano, mais ramificado que o butano, possui um I.O. = 121.
6. C.
CH3
CH3 CH2 CH2 CH2 CH CH2 CH3
CH3 CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3 CH2 CH CH2 CH2 CH3
CH3
CH3
CH3
Plástico Vidro
c) B.
3. Solventes polares dissolvem compostos polares e solventes apolares dissolvem compostos apolares.
4. O facto de a carga total das partículas ser neutra não impede que, num dado momento, se forme um dipolo,
dipolo instantâneo, que induzirá um dipolo noutra partícula vizinha, estabelecendo-se assim ligações inter-
moleculares.
C4H8 4 10 0 0 0
O2 0 0 0 1 0
CO2 0 0 2 0 0
H2O 0 0 0 0 2
Combustíveis
cuja energia se
relaciona com
conceitos e leis
para os quais da Termodinâmica, como
existem
Entalpia e variação de entalpia
Alternativas Entalpia de formação
aos Entalpia de combustão
combustíveis Lei de Hess
1.ª Lei da Termodinâmica
que pode ser o recurso à
Energia nuclear
Problemas
Fusão Fissão ecológicos
nuclear nuclear
Poluição
ocorre nas ocorre nas
Unidade 3
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
Ano
4. Resposta aberta.
4. B, D e E.
5. Resposta aberta.
6. Resposta aberta.
18 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Unidade 1
Texto complementar 1
Palavras-chave: substância elementar, Tabela Periódica dos Elementos, metais, semi-metais, não-metais, gru-
pos, períodos, série dos elementos lantanóides, série dos elementos actinóides.
A descoberta dos elementos ao longo do tempo foi, de facto, a descoberta de substâncias elementares, de
que são exemplos o metal ferro, Fe (s), e o gás cloro, Cl2 (g), correspondentes aos elementos ferro, Fe, e
cloro, Cl, respectivamente. No final deste Caderno encontra-se uma tabela sobre a descoberta dos elementos.
Recorde-se, contudo, que o mesmo elemento pode estar presente em substâncias elementares diferentes. É o
caso do elemento oxigénio, O, nas substâncias elementares oxigénio, O2 (g), e ozono, O3 (g).
Em meados do século XIX eram conhecidas 59 substâncias elementares, e pouco se sabia sobre os átomos
para além das suas massas relativas (recorde-se que a descoberta de uma estrutura nuclear para os átomos
data de 1910). Assim, as primeiras tentativas de sistematização e racionalização dos conhecimentos neste
campo – que culminariam na criação da Tabela Periódica dos Elementos – basearam-se, naturalmente, nas
características de substâncias elementares. Duas grandes classes de substâncias elementares logo emergiram:
os metais e os não-metais. Depois, viria a identificar-se um pequeno conjunto de substâncias elementares que
não cabiam em qualquer destas categorias, exibindo algumas características intermédias ou, em simultâneo,
características de ambas: os semi-metais, de que o silício, Si (s), e o arsénio, As (s), são dois exemplos.
1 18
1 H
2 13 14 15 16 17 He
2 Li Be B C N O F Ne
3 Na Mg 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Al Si P S Cl Ar
4 K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
5 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
6 Cs Ba La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
7 Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Uuu Uub Uut Uuq Uup Uuh Uuo
Ac
Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
Na sua forma moderna, a Tabela Periódica tem 18 grupos, começando nos metais alcalinos e acabando nos
gases raros. O hidrogénio (Z = 1), dadas as suas características especiais, não se inclui em nenhum deles,
enquanto o hélio (Z = 2) é o único elemento do 1.o período. Os dois períodos seguintes contêm oito elemen-
tos cada um. Isto quer dizer que, de Z = 2 até Z = 20, as propriedades, no essencial, se repetem de oito em
oito no valor do número atómico (Fig. 2).
2He
19K 20Ca
Com o potássio, K (Z = 19), inicia-se um período mais longo, de 18 elementos, até ao krípton, Kr (Z = 36).
Segue-se mais um período de 18 elementos até ao xénon, Xe (Z = 54), e ainda outro que, no entanto, apresenta
um salto de Z = 57 para Z = 72. Esta descontinuidade corresponde a uma sequência de 14 elementos
(do cério, 58Ce, até ao lutécio, 71Lu), que se seguem ao lantânio, La (Z = 57), todos com propriedades muito
semelhantes entre si. Constituem a chamada série dos elementos lantanóides, lantanídeos, ou terras raras.
Semelhante descontinuidade verifica-se a seguir ao actínio, Ac (Z = 89), com a série dos elementos
actinóides, ou actinídeos, onde se inclui o urânio, U (Z = 92).
21
Texto complementar 2
São conhecidas as percentagens dos elementos mais abundantes na Terra. Trata-se de uma estimativa em
termos de quantidade química, que está relacionada com o número de átomos. Em termos de massa, há que
atender a que os átomos de diferentes elementos têm, em geral, massas diferentes. Um simples cálculo, utili-
zando as massas atómicas dos elementos, permite obter valores em percentagem em massa a partir de dados
de percentagem em número de átomos.
Note-se, por exemplo, que embora a percentagem de oxigénio seja 48,8% e a do ferro 14,3%, em
número de átomos (ou em quantidade de matéria, expressa em mol), quando atendemos à diferença
de massa atómica 16 para O e 56 para Fe , as percentagens em massa passam a ser, respectivamente,
30% e 35% (Fig. 3).
35%
Ferro
15%
Silício
13%
Magnésio
30% 7%
Oxigénio Outros
Que o ferro seja relativamente abundante não deve surpreender, se tivermos em atenção que o respectivo
núcleo atómico é o mais estável nos processos de nucleossíntese que, depois do Big Bang, há cerca de 15 mil
milhões de anos, se terão verificado nas estrelas de maior massa (centros muito compactos e quentes).
4
Acresce que, face à grande abundância de hélio-4, 2He, no início do Universo (além de hidrogénio), surgi-
ram predominantemente núcleos de número de massa e de número atómico múltiplos de 4 e 2, respectiva-
mente. Entre os elementos mais abundantes no Universo contam-se, assim, os não-metais carbono (isótopo
12 16
mais abundante, 6C) e oxigénio (isótopo mais abundante, 8O), e os metais magnésio (isótopo mais abundante,
24 56
12Mg) e ferro (isótopo mais abundante, 28Fe).
Mas a distribuição dos metais na Terra, e a do ferro em particular, não é uniforme. O ferro concentra-se no
interior do planeta, juntamente com o níquel, surgindo na forma de iões em vários minerais na litosfera.
Mesmo nos oceanos, a sua distribuição não é uniforme. Há zonas tão pobres neste elemento que o plâncton
não existe, e sem plâncton não há vida superior. A experiência mostra que «adubar» certas zonas do oceano
Pacífico com sulfato de ferro (II) aumenta drasticamente as respectivas flora e fauna.
22 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Unidade 2
Texto complementar 3
Palavras-chave: orbitais de valência, estados de energia, termos, regra de Hund, energia correspondente a uma
determinada distribuição electrónica.
Sempre que as orbitais de valência não estejam completas, há várias maneiras distintas de distribuir os elec-
trões, compatíveis com a mesma configuração. Por exemplo, para o átomo de carbono, 1s 2, 2s 2, 2p 2, os dois
electrões p podem ser considerados na mesma orbital (2pz, por exemplo) ou em orbitais diferentes. Estas duas
situações não são equivalentes e correspondem a valores de energia diferentes; com efeito, a repulsão entre os
dois electrões p não é a mesma nos dois casos. Considerados os dois electrões em orbitais p diferentes, ainda há
a possibilidade de eles terem spins opostos ou spins paralelos, e isto significa, igualmente, diferenças de energia.
Há, na verdade, 15 maneiras distintas de distribuir dois electrões por três orbitais, com spin ou (com-
binações de 6, 2 a 2). Estes 15 estados correspondem a cinco níveis de energia diferentes, agrupados em três
grupos chamados termos. Os termos diferem em energia porque a repulsão electrónica difere; os níveis em
cada termo diferem de energia porque a interacção spin-orbital não é a mesma.
2p
2s
1s
Note-se, no entanto, que já não é apenas a configuração electrónica que está a ser representada grafica-
mente, mas, de facto, um dos (nove) estados pertencentes ao termo de menor energia.
Esta discussão ilustra também outro ponto importante. É que a energia correspondente a uma determinada
distribuição electrónica não é simplesmente a soma das energias associadas a cada orbital multiplicadas pelo
número de electrões em cada uma. Para o caso acima:
Texto complementar 4
Palavras-chave: energia das orbitais 3d e energia das orbitais 4s, regra «aufbau».
Com poucas excepções (por exemplo, potássio, com a configuração [Ar] 4s1 e não [Ar] 3d 1), as orbitais
3d têm energia inferior à orbital 4s. Por isso, na configuração electrónica do ferro, por exemplo, a orbital 4s
é indicada depois das 3d : [Ar] 3d 6 4s 2. Pela mesma razão se diz que a dupla ionização de Fe com produção
do ião Fe2+ (configuração [Ar] 3d 6) corresponde à perda dos dois electrões 4s. Mas então por que motivo a
subconfiguração electrónica de valência para Fe não excitado é 3d 6 4s 2 e não 3d 8?
Há três tipos de razões. Por um lado, como se referiu no Texto complementar 3, a uma mesma configura-
ção podem corresponder várias energias. Depois, a energia de um determinado estado não é simplesmente
a soma das energias das orbitais ocupadas multiplicadas pelo respectivo número de electrões. Finalmente,
a energia associada a um certo tipo de orbitais depende do número de electrões nelas considerados. Não sur-
preende, pois, que a regra do preenchimento sucessivo das orbitais de energia crescente – regra da «constru-
ção» (ou «aufbau») – possa não se verificar, como sucede com Fe e muitos outros elementos de transição.
(Para uma discussão mais aprofundada, ver, por exemplo, Orbitais em Átomos e Moléculas, de V. M. S. Gil,
série de manuais universitários, edição da Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.)
Texto complementar 5
Palavras-chave: raio iónico, raio covalente, raio atómico, raio de Van der Waals.
Os iões Na+ e Cl– podem ser considerados como esféricos, definindo-se os raios iónicos supondo os iões
representados por esferas que se tangenciam; a distância internuclear é igual à soma dos raios iónicos:
Na+ Cl-
281 pm
Na verdade, os valores médios para rNa+ + rCl– obtidos a partir de vários sais são, respectivamente, 95 e 181 pm,
cuja soma se aproxima de 281 pm.
Para moléculas, como por exemplo o Cl2, a união dos dois elementos (cloro) faz-se mediante uma ligação
covalente. Metade da distância que separa os dois núcleos de cloro (na molécula) é informativo do raio cova-
lente do cloro: a distância entre os núcleos de cloro na molécula Cl2 é 198 pm, logo o raio covalente do cloro
é 99 pm.
24 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
No caso mais simples de metais – onde os átomos são todos iguais –, metade da distância internuclear dá o
raio atómico. Por exemplo, para o alumínio temos:
Al Al
286 pm
A figura 4 mostra a variação da energia de duas moléculas monoatómicas de hélio com a distância entre os
respectivos núcleos, em comparação com a curva equivalente para dois átomos H.
E
B
A
Comprimento
de ligação He2
H2
0
100 200 300 400 d / pm
Fig. 4 Variação da energia de dois átomos He (A) e de dois átomos H (B) com a distância internuclear.
Assim, a associação de dois átomos H à distância internuclear de 74 pm constitui uma molécula estável,
com uma apreciável energia de ligação, ao passo que a associação de dois átomos He à distância de 310 pm
não é suficientemente estável para se poder considerar uma molécula. Outros cálculos mais recentes indicam
a ocorrência do mínimo de energia para dois átomos He para distâncias ainda maiores.
Na figura considerada, a seta indica a distância mínima a que os dois núcleos He podem chegar, num
arranjo de energia igual à dos átomos separados. Porque as forças entre moléculas como as de hélio se desig-
nam frequentemente por forças de Van der Waals, metade dessa distância – 128 pm – é o chamado raio de
Van der Waals do hélio.
25
Texto complementar 6
Palavras-chave: números quânticos, forma das orbitais, orientação espacial das orbitais.
Enquanto as orbitais s têm simetria esférica à volta do núcleo, a forma das orbitais p já apresenta dois
lóbulos, um para cada lado do núcleo, e as orbitais d quatro lóbulos. A figura 5 mostra as representações das
funções matemáticas respectivas.
+
+ -
A B C
Fig. 5 Representação de orbitais s (A), p (B) e d (C).
Trata-se de curvas em duas dimensões, relativamente exteriores, como conjuntos de pontos, onde aquelas
funções assumem os mesmos valores. Isto significa idêntica probabilidade electrónica nesses pontos. Como o
que se representa são as funções matemáticas e não as probabilidades electrónicas, há indicações dos sinais +
ou –, conforme os valores assumidos pelas funções são positivos ou negativos.
x
De modo a caracterizar uma orbital, no que respeita, especificamente, ao nível energético, forma e orienta-
ção espacial, existe um conjunto de números quânticos: o número quântico principal, n, o número quântico
de momento angular, ᐉ, e o número quântico magnético, mᐉ. Por exemplo, a orbital 3s é caracterizada pelos
números quânticos: 3, 0, 0.
Texto complementar 7
Para compostos iónicos, ignorando a covalência residual e considerando os iões substituídos por cargas
pontuais, é possível calcular um valor teórico para a energia de rede (U ), que então se identifica aproximada-
mente com a energia potencial electrostática de um conjunto tridimensional de cargas eléctricas pontuais.
Para sais de fórmula MX com a estrutura de NaCl, temos
U = – M (q / r ) , M = 1,75
em que M é a chamada constante de Madelung, cujo valor depende da estrutura da rede cristalina, q é a grandeza
da carga dos iões M (+) ou X (–) e r é a distância interiónica. Para NaCl temos U = –866 kJ mol–1, que é sur-
preendentemente (em face das aproximações acima referidas) próximo do valor experimental, que é 766 kJ mol–1.
26 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Texto complementar 8
A importância dos metais no organismo humano é ilustrada por uma clássica personagem de banda dese-
nhada, o marinheiro Popeye, que ingere espinafres, ricos em ferro, em larga quantidade, para criar músculo.
Na verdade, embora esta planta contenha o elemento ferro na forma do ião ferro (II), este ião encontra-se forte-
mente sequestrado por moléculas de ácido oxálico, formando um ião complexo. Tratando-se de uma associa-
ção muito estável, muito pouco do elemento ferro fica, de facto, disponível para ser utilizado pelo organismo,
especialmente na formação de hemoglobina. Este é claramente um problema de equilíbrio químico, com
competição entre a estabilidade do complexo de Fe (II) com ácido oxálico e a estabilidade da associação à
componente hemo da proteína hemoglobina.
Se o ferro é fundamental na vida de muitos animais, designadamente no transporte de oxigénio, o magné-
sio é central na vida das plantas, já que a clorofila, responsável pela fotossíntese, é um complexo de Mg2+.
Curiosamente, estes complexos têm muitas semelhanças estruturais, mas um apresenta cor vermelha e o
outro cor verde. Em animais como a minhoca e o caracol, o papel do ferro é desempenhado pelo cobre, com
o ião Cu2+ envolvido num ião complexo transportador do oxigénio no organismo. Este complexo tem cor
azul, enquanto o complexo de ferro que é a hemoglobina é vermelho. A minhoca e o caracol têm «sangue»
azul.
Porém, os metais, fundamentais à vida, podem tornar-se um risco para o organismo a partir de certas
doses. Por exemplo, um nível excessivo de ferro no cérebro constitui uma das condições para a ocorrência
de doenças degenerativas, como a doença de Parkinson.
Texto complementar 9
Palavras-chave: ião complexo, sais de metais, orbital molecular, O.M. ligantes, O.M. não-ligantes, electrões 3d,
geometria dos complexos.
Consideremos o exemplo mais simples de um ião complexo em que há apenas um electrão 3d a considerar
por parte do metal: o ião hexaquotitânio (III), [Ti(H2O)6]3+, responsável pela cor púrpura das soluções aquo-
sas de sais de titânio (III) (Fig. 7).
Absorvância
λ = 493 nm
Fig. 7 Espectro de absorção de uma solução aquosa de nitrato de titânio (III) mostrando máximo para luz verde.
27
O electrão 3d de Ti3+ passa, no complexo, a ocupar uma orbital molecular (O.M.), podendo ser excitado
a outra, mediante absorção de luz. Estas orbitais moleculares podem ser construídas aproximadamente por
associação das orbitais de valência do átomo Ti com as orbitais de valência dos átomos O do ligando (6 molé-
culas H2O para cada átomo Ti, num arranjo octaédrico). Teremos, assim, um conjunto de O.M. ligantes e um
conjunto de O.M. antiligantes. Mas há, também, um conjunto de O.M. não-ligantes devido à forma especial
das orbitais 3d. Estas O.M. não-ligantes são, em boa aproximação, as orbitais 3dxy , 3dxz e 3dyz , cuja represen-
tação na figura 8 mostra que os respectivos lóbulos se desenvolvem entre os eixos x, y e z, definidos pela geo-
metria octaédrica do complexo (eixos das ligações m Ti – O entre metal e ligandos).
x y z
+ + +
y z x
+ + +
Fig. 8 Forma das orbitais 3dxy, 3dxz e 3dyz, com máximos entre os eixos x, y, z.
Ora, a atribuição dos electrões de valência pelas várias O.M. coloca 12 electrões nas orbitais ligantes (seis
ligações simples, dativas no sentido oxigénio-titânio) e um electrão nas orbitais não-ligantes (3dxy , 3dxz , 3dyz).
Este electrão 3d é excitável com luz de comprimento de onda de cerca de 510 nm (luz verde), passando para
uma das O.M. antiligantes mais acessíveis em energia.
Texto complementar 10
Palavras-chave: cores primárias, cores complementares, mistura de pigmentos, mistura de luzes, absorção
da luz, reflexão da luz.
Em termos gerais, uma primeira interpretação da cor pode fazer-se recorrendo ao jogo das cores primárias:
vermelho, verde, azul. Sobrepondo as luzes com estas cores, obtém-se luz branca. Quando é absorvida uma
delas, as outras duas originam cor.
Por exemplo, uma solução transparente que absorva radiações azuis é amarela, cor resultante de luz ver-
melha + luz verde. É o caso de uma solução aquosa de cromato de potássio, K2CrO4. Azul e amarelo são
cores complementares, pois a sobreposição de luz azul com amarelo (amarelo = luz verde + luz vermelha) dá
luz branca. Uma solução transparente que absorva radiações vermelhas é azul-celeste (ciano). É o caso de
uma solução aquosa de sulfato de cobre, CuSO4. Vermelho e azul-celeste são cores complementares, pois a
sobreposição de luz vermelha com azul-celeste (azul-celeste = luz azul + luz verde) dá luz branca.
Não deve confundir-se a mistura de luzes de várias cores considerada acima com a mistura de pigmentos
de várias cores. Por exemplo, misturar aguarela azul com aguarela amarela não dá cor branca, mas... verde.
Com efeito, a aguarela amarela absorve luz azul (reflectindo luz vermelha + luz verde) e a aguarela azul absorve
luz vermelha (reflectindo luz azul + luz verde); na mistura, é a luz verde a única a ser reflectida.
28 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Texto complementar 11
Palavras-chave: ácido Brönsted-Lowry, ácido de Lewis, base de Lewis, espécie anfotérica, basicidade dos óxidos
e hidróxidos anfotéricos, pH.
–
De facto, a formação do ião hidrogenocarbonato, HCO3 , pode ser interpretada em termos da associação
de um ião OH– da água a uma molécula CO2, através de um par de electrões do átomo O do ião hidróxido:
O H O H O H
O O + O H u C a C a C
C
O O O O O O
Note-se que as características básicas dos óxidos e hidróxidos anfotéricos se devem directamente,
à presença dos iões O2– ou OH–. Por exemplo, a reacção
Zn(OH)2 (s) + 2 H3O+ (aq) A Zn2+ (aq) + 4 H2O (l)
pode ser interpretada através do equilíbrio
Zn(OH)2 (s) u Zn2+ (aq) + 2 OH– (aq)
29
De facto, somando estas duas equações (depois de multiplicada a 2.a por 2), membro a membro, obtém-se
a de partida.
Por outro lado, as características ácidas exigem a intervenção directa do ião metálico, não mais um ião
espectador como Na+, por exemplo:
Texto complementar 12
O Programa do 12.o ano não inclui o cálculo de pH em situações de maior complexidade química.
Por outro lado, no 11.o ano, embora de forma não muito profunda, é realizado algum cálculo de pH. Apre-
sentamos três situações que, não sendo explicitamente do Programa, podem a ele ser ligadas e satisfazer alu-
nos mais exigentes ou turmas mais interessadas.
Cálculo do pH de uma solução tampão antes e depois de pequena adição de ácido ou base
Veja-se agora o exemplo de 100,0 cm3 de uma solução tampão de ácido acético 0,300 mol dm–3 e acetato
de sódio 0,300 mol dm–3, com Ka = 1,75 × 10 –5.
é alterada, mais precisamente dificultada, pela adição dos iões H 3O+ de HCl; x será, pois, inferior a
1,0 × 10–7. Como |OH–|e tem só a contribuição de H2O, é
|OH–|e= x
pelo que
|OH–|e · |H3O+|e = x × (1,0 × 10 –8 + x) = 1,0 × 10 –14
e
x2 + 1,0 × 10 –8 x – 1,0 × 10 –14 = 0
(A outra solução, x = –1,05 × 10–7, não tem significado, pois conduziria a um número negativo de moles
de OH– em equilíbrio.)
Terá de ser efectuado idêntico tratamento com soluções muito diluídas de bases fortes e com soluções
de ácidos ou bases muito fracos.
31
Calculando o valor de pH para outros volumes de titulante (adicionados) podemos construir uma curva de
pH, em forma de degrau, reflectindo a brusca descida de |OH–| (e subida de |H3O+|) na passagem pelo ponto
de equivalência, contrariamente ao que sucede antes e depois (efeito tampão para soluções muito ácidas ou
muito básicas).
Notar-se-á que não só a variação de |OH–| (ou de |H3O+|) não é linear, como o pH implica a função loga-
ritmo, pelo que nunca se poderia esperar um comportamento linear.
Texto complementar 13
Uma indicação aproximada do pH de uma solução pode obter-se utilizando certas substâncias cuja cor
depende da acidez do meio a que são adicionadas. Estes indicadores de pH são, eles próprios, soluções de
ácidos ou bases fracos, sujeitos a um equilíbrio que se pode representar por
1
HInd + H2O u
2
Ind– + H3O+
e em que a cor da forma ácida HInd difere da cor da respectiva base conjugada Ind–. Conforme a acidez do
meio, assim predomina a forma ácida e a respectiva cor, ou a forma básica e a sua cor. Em meio ácido (elevada
[H3O+]), o equilíbrio acima é deslocado no sentido 1, predominando então a cor de HInd; em meio alcalino
(baixa [H3O+]), o equilíbrio é deslocado no sentido 2, obtendo-se a cor característica de Ind–.
KCl (aq)
Eléctrodo de referência
(Ag/AgCl)
Solução tampão
Membrana de vidro
Texto complementar 14
Palavras-chave: equação dos gases em condições não ideais, volume excluído, intensidade das forças de atracção
entre as moléculas.
Assim, por um lado, é necessário ter em conta que o volume à disposição de cada molécula não é o volume V
do vaso que contém o gás, mas inferior, isto é, V – nb, onde n é a quantidade (em mol) de gás e b o chamado
«volume excluído» por mole, característico de cada espécie gasosa. O valor de b será evidentemente tanto
maior quanto maior for o tamanho efectivo das moléculas; assim, para CO2 será maior do que para H2. Com
esta correcção, a equação dos gases ideais dá origem a
p (V – nb) = n R T
Outra correcção resulta das forças de atracção entre as moléculas, as quais diminuem a violência do res-
pectivo choque com a parede do vaso e, consequentemente, a pressão. Assim, a pressão real será inferior ao
valor teórico previsto pela equação dos gases ideais ou pela equação acima, as quais supõem nulas as interac-
ções entre moléculas. O valor teórico p na equação acima deverá então ser substituído pela pressão real acres-
cida duma correcção positiva. Tem-se, então, a seguinte equação:
(p + an 2/V 2) (V – nb) = n R T
que foi primeiro obtida por Van der Waals (1873). O parâmetro a é característico de cada gás e reflecte a
intensidade das forças de atracção entre as moléculas.
As constantes a e b podem ser determinadas experimentalmente a partir de dados de p, V e T. A tabela
seguinte inclui valores a e b para alguns gases.
H2 0,244 0,0266
N2 1,390 0,0391
O2 1,360 0,0318
É de notar o maior valor de a para H2O e CO2, em conformidade com forças intermoleculares mais intensas
(ligações de hidrogénio no primeiro caso, forças de London no segundo).
34 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Texto complementar 15
Muitos dos compostos orgânicos constituídos por outros elementos além de C e H podem considerar-se
derivados de hidrocarbonetos por substituição de átomos H por outros átomos ou grupos de átomos.
Eis alguns exemplos com átomos de halogéneos em derivados do metano, CH4, e do eteno, C2H4:
Cl H Cl Cl
CH2 = CHCl CH2 = CCl2 C C C C
cloroeteno 1,1-dicloroeteno H Cl H H
(cloreto de vinilo)
trans-1,2-dicloroeteno cis-1,2-dicloroeteno
Texto complementar 16
No caso de moléculas diatómicas, a energia de ligação identifica-se com a energia de dissociação da molé-
cula em átomos, ou energia de atomização:
[Energia de atomização = energia de dissociação = energia de ligação XY] + XY (g) d X (g) + Y (g)
Já o mesmo não acontece no caso de moléculas poliatómicas. Por exemplo, em H2O, a energia de ligação
OH define-se como metade da energia necessária à atomização de 1 mol de moléculas H2O:
[Energia de atomização = 2 × energia de ligação OH] + H2O (g) d O (g) + 2 H (g)
e o correspondente valor experimental é 924/2 = 462 kJ mol –1.
Esta reacção pode supor-se a soma de
494 kJ + H2O (g) d HO (g) + H (g)
430 kJ + HO (g) d H (g) + O (g)
A primeira destas duas equações é a que permite definir a energia de dissociação OH, na molécula H2O,
como sendo de 494 kJ mol –1. Verifica-se, pois, que a diferença entre a energia de ligação OH e a energia
de dissociação OH em H2O decorre do facto de a ligação oxigénio-hidrogénio ser ligeiramente diferente nas
espécies OH e H2O, como os valores 494 kJ mol –1 e 430 kJ mol –1 acima indicados revelam.
Numa molécula em que haja mais do que um tipo de ligação, a energia de atomização é igual à soma das
energias de todas as ligações.
Texto complementar 17
Existe uma correlação entre a geometria das moléculas e as orbitais híbridas apropriadas à definição
de «orbitais» moleculares quase-localizadas. Partimos da geometria conhecida para, eventualmente, caracteri-
zar essas orbitais híbridas, acaso se veja vantagem em substituir o conjunto inicial de O.M. canónicas i por
um conjunto de «orbitais» moleculares (quase) localizadas i. Dado que esta substituição – meramente mate-
mática – não altera a função de onda , não é legítimo pensar na hibridização de O.A. como se fosse um fenó-
meno físico. Nem existe uma relação de causa-efeito entre hibridização e geometria molecular. Pelo contrário,
é até a partir da geometria que, se necessário, se definem matematicamente (sem consequências físicas) as
orbitais híbridas.
Deste modo, são incorrectas afirmações, que ainda persistem, do género «A molécula de metano tem geo-
metria tetraédrica, porque o átomo C tem hibridização sp 3.», ou «A hibridização sp conduz a ligações linea-
res.», ou «O ião [Cr(NH3)6]3+ é octaédrico devido à hibridização d 2sp 3 do átomo de crómio.», etc. O que
se pode dizer é, por exemplo, que acaso se deseje definir «orbitais» moleculares (quase) localizadas para CH4,
então elas envolvem orbitais híbridas sp 3 do átomo C. Qualquer cálculo sobre CH4, baseado em orbitais 1s
de H e 2s e 2p de C, conduz exactamente à mesma função de onda ⌿ e , portanto, à mesma energia, aos mes-
mos parâmetros geométricos ou qualquer propriedade molecular, quer se utilizem as O.M. canónicas i como
combinações lineares dessas O.A., quer se utilizem as «orbitais» i como base, desde que se incluam – como
se deve, em geral – as interacções residuais entre estas.
36 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Assim, mesmo que se considerem 3 orbitais sp 2 de C e uma p, duas sp e duas p, etc., como conjunto
de orbitais atómicas de base, o resultado é o mesmo. Inclusive, a determinação das combinações lineares de
orbitais híbridas e outras, com o mesmo nível de aproximação, conduz ao mesmo conjunto de O.M. canó-
nicas, quando nas expressões destas se «desdobra» cada orbital híbrida nas suas componentes s e p.
É só na medida em que as interacções residuais entre i e j sejam ignoradas que a hibridização de O.A.
parece influenciar e, assim, parece explicar certas propriedades moleculares. E isto é assim, quer na teoria das
orbitais moleculares, quer na teoria das ligações de valência. Acontece, porém que a consideração de tais interac-
ções é mais díficil na teoria das ligações de valência, em cujo âmbito o conceito de orbital híbrida nasceu.
Um tratamento completo por esta teoria da estrutura de CH4, por exemplo, isto é, com inclusão de fórmulas
menos tradicionais na ressonância (e que reproduzam as interacções residuais entre funções quase-localizadas),
conduz aos mesmos resultados, quaisquer que sejam as orbitais atómicas de base utilizadas.
Para alguns efeitos, contudo, ignorar aquelas interacções residuais não tem consequência significativa.
Por isso, podemos comparar ligações C – H, C – C, O – H, etc., em múltiplos compostos, e interpretar, por
exemplo, momentos dipolares. No entanto, existem situações em que, pelo contrário, as interacções residuais
entre «orbitais» localizadas são decisivas. Por exemplo, ignorar tais interacções levaria a prever igual energia
para os oito electrões das ligações C – H do metano, quando, na verdade, a respectiva configuração electróni-
ca implica a existência de dois electrões com uma certa energia e seis electrões com outra, superior.
Texto complementar 18
A diferença entre dois isómeros pode ser bastante mais subtil do que nos exemplos considerados no
manual. Por exemplo, são conhecidas duas formas de ácido láctico, CH3 – CH(OH) – CO2H, cujas estruturas
estão relacionadas como o estão um objecto e a respectiva imagem num espelho plano:
OH HO
C C
Dentro da estereoisomeria, este último exemplo é um caso de isomeria óptica ou enantiomeria. Pode veri-
ficar-se que as duas formas não são totalmente sobreponíveis: uma está para a outra como uma luva da mão
direita está para a luva da mão esquerda.
Propriedades físicas como o ponto de fusão, a densidade, a solubilidade e outras, são idênticas para os
dois enantiómeros. Porém, eles comportam-se de modo diferente quando são atravessados por luz polarizada:
um desvia o plano de polarização da luz para a direita – isómero D, ou forma dextrógira – e outro para a
esquerda – isómero L, ou forma levógira. Esta é uma segunda razão para se falar de isomeria óptica.
Sempre que haja um átomo C ligado a 4 átomos, ou grupos de átomos, diferentes – átomo C como centro
quiral, *C – é possível a isomeria óptica (mas não apenas nesses casos). É o que sucede, designadamente, com
os açúcares e com os aminoácidos, como por exemplo a alanina: CH3 – *CH(NH2) – CO2H. As proteínas dos
seres humanos são constituídas apenas por aminoácidos L.
37
Nas interacções ou reacções com outras moléculas quirais, os enantiómeros D e L comportam-se de forma
diferente, tal como uma luva direita se ajusta à mão direita, mas não à mão esquerda. Daqui decorrem algu-
mas propriedades diferentes. Por exemplo, os aminoácidos D são doces, ao passo que os aminoácidos L são
amargos ou insípidos. Igualmente, as formas D e L de certos compostos diferem no cheiro.
H 3C
Por exemplo, uma das formas de limoneno é responsável pelo aroma C CH3
das laranjas e a outra pelo dos limões. H2C
Limoneno
Em alguns casos, porém, não há diferença significativa na actuação dos dois enantiómeros de um composto,
pelo que se pode utilizar a mistura dos isómeros D e L: mistura racémica.
Texto complementar 19
As radiações UV-C, de maior energia, e, em parte, as radiações UV-B, são absorvidas pelo oxigénio e pelo
ozono da estratosfera:
h h
O2 d 2 O O3 d O + O2
242 nm 320 nm
Mas à superfície da Terra ainda chegam parte das radiações UV-B e as UV-A. Estas últimas penetram até
à derme da pele e aquelas até à epiderme. As radiações UV-A oxidam a melanina da pele, convertendo-a
numa forma castanha, responsável pelo bronzeamento da pele. Este surge rapidamente, mas também desa-
parece rapidamente. Penetrando na derme, tais radiações afectam as proteínas e conduzem ao enrugamento
da pele.
38 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Tirosina
Uma exposição excessiva a radiações UV-B pode produzir queimaduras e, eventualmente, cancro. Os pro-
tectores solares destinam-se a permitir o bronzeamento duradouro pelas radiações UV-B sem queimaduras ou
outros riscos maiores. Embora haja protectores solares que actuam difundindo as radiações UV – por exem-
plo, óxido de zinco, ZnO, e óxido de titânio, TiO2 –, os cremes mais utilizados são concebidos de forma a
absorverem UV-A e UV-B. Esta absorção excita electrões e o excesso de energia é, depois, ou convertido
totalmente em energia cinética corpuscular (aumento de temperatura), ou apenas parcialmente, seguindo-se
a emissão de radiações de menor energia (fluorescência ou fosforescência), já inofensivas para a pele.
Os filtros solares não são aplicados sozinhos, mas misturados com um creme, loção ou gel. A sua acção
protectora é caracterizada pelo factor de protecção solar, que se define pela razão entre os tempos mínimos
para obter eritema ou vermelhidão, com e sem protector solar. Um factor de protecção 6, por exemplo, signi-
fica que se pode estar seis vezes mais tempo exposto ao Sol do que sem protector, para um mesmo efeito.
Permanecer na sombra de um guarda-sol, ou entrar na água, apenas parcialmente protege das radiações ultra-
violeta. Na verdade, a areia reflecte as radiações UV em mais de 50%, mesmo à sombra, e a água deixa-se
atravessar por elas até uma profundidade de 1 metro.
Texto complementar 20
Inspirado pelos trabalhos de Röntgen sobre os chamados «raios catódicos», capazes de produzir fenómenos
de fosforescência, e que em 1895 culminaram na descoberta (em larga medida acidental) dos raios X, Henri
Becquerel, professor de Física na Escola Politécnica de Paris, pensou que certas substâncias, que se tornavam
fosforescentes depois de sujeitas à luz, poderiam também emitir radiações penetrantes como os raios X.
Para testar esta hipótese, Becquerel escolheu um cristal de um composto de urânio que colocou à luz
do Sol, sobre uma chapa fotográfica devidamente embrulhada em papel preto (para não ser impressionada
pela luz). Correspondendo às suas expectativas, a revelação da chapa mostrou uma imagem do cristal.
Era, porém, preciso repetir e confirmar a experiência. Aconteceu, no entanto, que durante vários dias o
tempo esteve encoberto e Becquerel guardou a montagem numa gaveta.
Dias depois, ao revelar a chapa guardada na gaveta e esperando obter uma imagem muito fraca, verificou,
com surpresa, que a imagem obtida era tão nítida como as primeiras, obtidas com o cristal ao Sol. Nesta altura,
Becquerel reconheceu que a sua hipótese anterior estava errada. Não era a fosforescência produzida no cristal
pela luz solar que impressionava a chapa fotográfica, mas radiações, até aí desconhecidas, provenientes dos
átomos de urânio.
Estudando outros compostos e minérios de urânio, verificou que um determinado minério – pecheblenda –
produzia mais radiações do que o esperado pelo seu teor em urânio. Becquerel logo pensou que o minério de
urânio teria outros átomos responsáveis por esta diferença. Os seus colaboradores Marie e Pierre Curie viriam
a descobrir esses novos átomos, a que chamaram polónio e rádio. Entretanto, ao fenómeno descoberto por
Becquerel passou a chamar-se radioactividade.
39
Texto complementar 21
Palavras-chave: os 20 aminoácidos que intervêm na maior parte das proteínas.
Eis as fórmulas e nomes (e respectivas abreviaturas) dos 20 aminoácidos que intervêm na maior parte das
proteínas: H
H H 2N C COOH
H H
H2N C COOH
H H 2N C COOH H
CH2 HN C COOH
H2N C COOH CH2
CH2 H2C CH2
CH
H H2N C COOH H
COOH COOH OH
H
H
H2N C COOH
H H2N C COOH H CH2
H C OH CH2 CH2
CH3 S CH3 SH OH
H H2N C COOH
H
H H
CH2
H2 N C COOH
H2N C COOH
H2N C COOH H2N C COOH
CH2
(CH2)3
(CH2)4 CH2
NH N
HN C HN N
NH2 NH2 H CONH2
Lisina (Lys) Arginina (Arg) Histidina (His) Triptofano (Trp) Asparagina (Asn)
40 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Texto complementar 22
a partir de
H = Hprodutos – Hreagentes
como se vê a seguir:
Texto complementar 23
1. É melhor prevenir a formação de resíduos do que ter de tratá-los, depois de se terem criado, para elimi-
nar as suas propriedades tóxicas.
2. Os métodos sintéticos devem ser planificados de modo a maximizar a incorporação no produto final
de todas as substâncias usadas ao longo do processo.
3. Sempre que possível, os métodos sintéticos devem ser planificados de modo a usar e produzir substân-
cias não tóxicas (ou pouco tóxicas) para a saúde humana e a ecosfera.
4. Os produtos químicos devem ser planificados a nível molecular de modo a cumprir as funções dese-
jadas e a minimizar a sua toxicidade.
5. O uso de substâncias auxiliares (solventes, agentes para promover separações, etc.) deve ser evitado
sempre que possível; quando usados, esses agentes devem ser inócuos.
6. Devem reconhecer-se os impactos económicos e ambientais dos requisitos energéticos dos processos
químicos e minimizá-los; quando possível, os métodos sintéticos devem ser realizados à temperatura
e pressão ambientais ou próximas destas.
7. Sempre que for técnica e economicamente praticável, devem usar-se matérias-primas e recursos reno-
váveis de preferência a não renováveis.
8. Devem minimizar-se ou, se possível, evitar derivações (uso de grupos bloqueadores, de passos de pro-
tecção/desprotecção, e de modificações temporárias na molécula para permitir processos físico-químicos),
porque tais etapas requerem reagentes adicionais e podem produzir resíduos.
9. Devem preferir-se reagentes catalíticos (tão selectivos quanto possível) a reagentes estequiométricos.
10. Os produtos químicos devem ser planificados a nível molecular de modo que no fim do seu uso não
persistam no ambiente e se decomponham em produtos de degradação inócuos.
11. Devem ser usados métodos analíticos que permitam monitorização directa dos processos de fabrico em
tempo real e controlo precoce da formação de substâncias perigosas.
12. As substâncias usadas e as formas da sua utilização nos processos químicos de fabrico devem minimizar
o potencial de ocorrência de acidentes químicos tais como fugas, explosões e incêndios.
Unidade 3
Texto complementar 24
Existem vários processos de fabrico de objectos de plástico ou de borracha: extrusão, injecção, rotomolda-
gem, sopro, etc. A máquina comum que processa polímeros é a extrusora de rosca. Fundamentalmente, trata-
-se de um tubo rígido em cujo interior gira uma rosca. Numa das extremidades do tubo introduz-se
o polímero. Quando a rosca roda, esta impele o polímero, submetendo-o a forte atrito e, consequentemente,
levando ao seu aquecimento (efeito Joule), com transformação numa massa viscosa, adequada agora a ser
transformada em tubos, etc., ou injectada em moldes. Para obter peças de grandes dimensões, como cascos de
barcos, recorre-se à rotomoldagem. Trata-se de uma técnica que se assemelha à usada para fazer ovos de Pás-
coa (chocolate). Coloca-se o plástico num molde que pode ser aberto e separado em duas partes, e que se
aquece e se faz rodar. A matéria aquecida toma a forma do molde, que é depois arrefecido e aberto para reti-
rar o plástico endurecido com a forma do molde. Já o fabrico de sacos, filmes e garrafas, pode ser compreen-
dido com base no princípio que leva à formação das conhecidas «bolas» de pastilha elástica ou bolas de
sabão – o sopro. Por isso, para o fabrico destes materiais utilizam-se máquinas de sopro.
O quadro seguinte define as cinco categorias propostas de pesquisa laboratorial. A mais conhecida será,
porventura, a de trabalho experimental, entendido aqui no sentido didáctico do termo, isto é, como trabalho
prático no qual existe a manipulação e controlo de variáveis. Na última coluna do quadro distribuímos as
actividades laboratoriais existentes no manual 12 Q, de acordo com a tipologia proposta.
Identificação/classificação/ Utilizar testes, tipologias ou chaves dicotómicas para A.L. 1.1, A.L. 1.4, A.L. 1.5, A.L. 3.1,
quantificação classificar, identificar ou quantificar. A.L. 3.2
Recolher e estudar conjuntos de dados para encontrar A.L. 1.3, A.L. 2.2, A.L. 2.4, A.L. 2.5,
Pesquisa de padrões
possíveis relações entre eles. A.L. 3.3
Aprofundar conhecimentos sobre determinada realida- A.L. 1.2, A.L. 1.5, A.L. 1.6, A.L. 2.2,
Exploração
de para colocar questões científicas. A.L. 2.3, A.L. 3.1, A.L. 3.4
Modelação Criar uma simulação que permita realizar previsões. A.L. 2.1
Nos parágrafos seguintes descrevemos de forma resumida as diferentes actividades que constam no Pro-
grama.
Nesta actividade laboratorial optámos por aprofundar a análise qualitativa, nomeadamente no que respeita
ao uso em conjugação com técnicas de separação. Deixámos para mais tarde a abordagem das diversas técnicas
de análise quantitativa.
Pareceu-nos interessante centrar o desenvolvimento desta actividade na análise de ligas usadas em moedas.
Esta opção tem algumas vantagens:
– as ligas metálicas usadas em moedas são fixas e bem conhecidas, o que facilita a análise e interpretação
dos resultados obtidos;
– limita a análise aos metais que são mais frequentes em moedas, o que permite diminuir a variedade dos
reagentes e técnicas analíticas necessárias.
O trabalho laboratorial proposto, «Separar para detectar», pode adquirir o formato de uma pesquisa labo-
ratorial, do tipo identificação/classificação. Para isso, é necessário fornecer aos alunos amostras desconhecidas.
Caberá aos alunos usar a marcha de análise proposta para desvendar a origem da liga que lhes foi fornecida.
Este tipo de trabalho é particularmente motivador para os alunos pelo «mistério» que comporta, pela dificul-
dade do obstáculo e pela clareza do objectivo.
A marcha geral de análise que se propõe foi especialmente concebida para moedas e permite detectar os
metais Sn, Pb, Cu, Ni, Zn, Fe e Al. O procedimento considera o uso de centrifugação na separação de preci-
pitados. Incluímos uma caixa técnica «Centrifugação», na qual se mostram as principais vantagens desta téc-
nica de separação. Os aquecimentos deverão ser feitos sempre em banho de água (70 a 90 oC). Os ensaios
realizados sobre papel de filtro podem ser plastificados (com película autocolante) e incluídos em relatórios
ou noutros trabalhos escritos.
44 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
No texto de introdução da actividade laboratorial refere-se a composição de várias moedas. Podemos aqui
acrescentar que as moedas de 1 euro têm a coroa em latão e níquel. O interior é constituído por três camadas:
cuproníquel, níquel e cuproníquel. As moedas de 2 euros têm o anel exterior em cuproníquel, sendo o interior
constituído por várias camadas que incluem latão e níquel. Nas antigas moedas de 100 escudos, o anel era em
cuproníquel e o interior em latão com 1% de níquel. As moedas de 200 escudos tinham o interior em cupro-
níquel e o anel em latão com 1% de níquel.
Nesta actividade laboratorial usa-se um conjunto vasto de substâncias, algumas das quais são perigosas por
serem corrosivas, nocivas ou mesmo tóxicas. Há, por isso, que eliminar os resíduos convenientemente.
No quadro seguinte resume-se a forma mais adequada de eliminar resíduos.
Os restantes resíduos poderão ser eliminados por diluição. Note-se que é essencial que os ensaios sejam
feitos em pequena escala, de forma a minorar o impacto ambiental provocado pela eliminação de resíduos.
Nesta actividade laboratorial estudar-se-ão, num primeiro trabalho, «Agressões ambientais ao ferro», os
factores ambientais que potenciam mais a corrosão e, num segundo, «Cuidar do ferro», o efeito do contacto
com outros metais, na corrosão de peças de ferro, bem como a influência de defeitos na superfície na corro-
são do ferro.
O trabalho está desenvolvido como pesquisa laboratorial do tipo trabalho experimental (isto é, com con-
trolo de variáveis). Contudo, tem também uma importante componente de pesquisa de padrões, neste caso
dizendo respeito à corrosão do ferro.
Recomenda-se o recurso ao trabalho em pequena escala, não só pela diminuição de custos que comporta,
mas também por permitir desenvolver competências técnicas mais actuais.
A utilização do indicador de ferroxil permitirá avaliar melhor a progressão da corrosão. Para isso,
prepare-se uma solução de 5 g de hexacianoferrato (III) de potássio, K3[Fe(CN)6], (também conhecido por
ferricianeto de potássio) e 0,5 g de fenolftaleína em 1,0 dm3 de água destilada, com agitação vigorosa.
O indicador de ferroxil pode ser usado num meio gelatinoso, evitando, deste modo, a difusão da cor a partir
das zonas onde surge a corrosão. Para preparar o gel indicador de ferroxil misture, a 50 cm3 de água destilada,
1,0 g de ágar-ágar, 10 cm3 de solução 0,1 mol dm–3 de hexacianoferrato (III) de potássio, K3[Fe(CN)6],
e 10 gotas de solução de fenolftaleína. Aquece-se a mistura até que todo o ágar-ágar se dissolva e distribui-se
por caixas de Petri.
Na exploração da actividade podem realçar-se os aspectos económicos, nomeadamente no que respeita a
prejuízos causados pela corrosão, bem como a importância do conhecimento científico e tecnológico na cons-
trução de soluções para este problema.
O uso de solução padrão de magnésio na titulação conjunta de cálcio e magnésio justifica-se pelo facto do
eriocromo T ser, na verdade, um indicador de magnésio, já que com o cálcio não se obtém um ponto final
nítido. De qualquer modo, caso se usasse uma solução padrão de cálcio, no ponto final este iria ligar-se ao
EDTA do complexo Mg-EDTA, libertando Mg2+ – que provocaria mudança de cor.
Convém alertar para a necessidade de utilizar quantidades mínimas de indicador – apenas as necessárias
para dar coloração à solução. As massas de indicador sugeridas são aproximadas.
O teor de cálcio e magnésio são calculados com base em fórmulas de conversão. Realça-se, assim, a dimen-
são prático-laboratorial do trabalho, evitando cálculos desnecessariamente complexos para este nível de ensino.
Nesta actividade laboratorial relaciona-se a cor de uma solução com a respectiva composição quantitativa.
O trabalho laboratorial proposto tem por base uma das mais importantes técnicas analíticas, a espectrofoto-
metria, que é aqui usada para determinar a concentração total de ferro numa amostra de água. Pode ser enca-
rado como uma pesquisa laboratorial do tipo identificação/classificação/quantificação.
A determinação proposta em «Ferro em água» baseia-se na formação de compostos corados entre Fe2+ e
fenantrolina, uma técnica que permite determinar teores de ferro em águas da ordem dos 0,05 a 0,2 mg dm–3.
Mesmo assim, como os teores de ferro nas águas destinadas a consumo humano são habitualmente bastante
baixos, recomenda-se o uso de uma solução de ferro previamente preparada.
Uma das partes importantes deste trabalho laboratorial envolve a construção de uma recta de calibração.
Para isso é necessário preparar soluções de ferro (II) de várias concentrações, por diluição a partir de uma
solução padrão. É frequente, neste tipo de trabalhos, os alunos trocarem, por engano, as soluções e causarem
contaminações durante as diversas medições que é necessário efectuar. Esta ocorrência deve ser aproveitada
para a discussão de erros experimentais.
A construção da recta de calibração pode ser feita em papel milimétrico ou usando uma folha de cálculo.
Recomendamos a última opção, embora, nesse caso, seja importante explorar todas as potencialidades dispo-
níveis. Com essa finalidade, desenvolvemos a caixa de técnica «Recta de calibração no computador». Além
das propostas aí apresentadas sugerimos ainda que a escala do gráfico possa ser melhorada, por exemplo pro-
cedendo da seguinte forma: clique duas vezes sobre o eixo dos XX. Na caixa Formatar eixo e na pasta
Padrões, active em Tipo de marca de escala secundária a opção Por cima do eixo. Na mesma caixa seleccione
a pasta Escala e defina novos valores que permitam uma melhor leitura do gráfico. Clique em OK. Proceda
do mesmo modo para o eixo dos YY.
A actividade laboratorial estabelece a forma como evolui o pH durante uma titulação de um ácido polipró-
tico. Esta evolução é condicionada pela existência de vários sistemas tampão. A actividade pode ser entendida
como uma oportunidade para exploração do conceito de solução tampão, que permita aprofundar conheci-
mentos e levantar questões.
São previsíveis dificuldades na montagem para realização da titulação potenciométrica no trabalho «Curva
de titulação CO32–/HCl». Não nos parece que a construção desta montagem seja uma aprendizagem impor-
tante. Por esse motivo, sugerimos que a montagem laboratorial já esteja preparada no início do trabalho: isso
permitirá poupar tempo e focar a atenção em outros aspectos mais relevantes da actividade.
Embora se sugiram incrementos constantes de 0,5 cm3 de titulante, estes incrementos podem diminuir
quando as variações de pH forem mais acentuadas.
47
Optámos também por não apresentar a capacidade dos instrumentos de medida (pipeta e proveta) na lista
de material. Poderão ser os alunos a fazer a melhor selecção a partir de um conjunto de material disponibili-
zado num lote de equipamento fornecido inicialmente.
Note-se que este trabalho é particularmente adequado à utilização de SATD – Sistemas de Aquisição e Trata-
mento de Dados por computador.
Esta actividade proporciona aos alunos a possibilidade de realizarem uma actividade prática de pesquisa
do tipo construção de artefacto. Trata-se de construir uma pilha a partir de materiais simples. Para orientar a
realização da actividade, fornecemos algumas orientações e sugestões sob o título «Pilha a partir de materiais
simples».
Antes, porém, propomos um trabalho experimental intitulado «Uma questão de concentração», na qual
se estuda o efeito produzido pela mudança de concentração do electrólito sobre a tensão, no caso particular
de uma pilha de Daniell. Pensamos que a realização deste primeiro trabalho permitirá consolidar conceitos
fundamentais para a abordagem do problema proposto.
Esta actividade corresponde à simulação do processo industrial de separação do petróleo bruto por desti-
lação fraccionada. Trata-se, portanto, de uma pesquisa laboratorial do tipo modelação.
Um dos aspectos a ter em conta é que a formação de misturas azeotrópicas dificulta a separação por desti-
lação. Note-se, porém, que a maioria das misturas forma azeotropos. Misturas zeotrópicas, isto é não-azeotró-
picas, com três ou mais componentes são difíceis de encontrar.
Propomos uma mistura de três componentes: etanol, 1-propanol
Temperatura
Uma caixa técnica «Destilação fraccionada» fornece a informação mais importante sobre montagens labo-
ratoriais. A montagem pode incluir, em vez de um termómetro, uma sonda de temperatura ligada a um
SATD, o que permitirá uma monitorização mais cuidada da evolução da temperatura.
A coluna de destilação utilizada na destilação fraccionada do petróleo é muito diferente das colunas vul-
gares usadas no laboratório. No seu interior dispõe de um conjunto de «pratos», também denominados
«vasos», situados a diferentes alturas. Os vapores libertados pelo petróleo, quando aquecido à temperatura
de ebulição, sobem pela coluna através de tubos unidos aos pratos e cobertos por campânulas, de modo
que os vapores são forçados a borbulhar através do líquido existente nos pratos. A uma determinada altura,
h, da coluna, corresponde uma temperatura característica, e o líquido condensado em cada prato tem sem-
pre a mesma composição química – fracções.
O resíduo que fica na base da coluna de destilação não pode ser submetido a temperaturas ainda mais
altas para obter as fracções ainda existentes neste resíduo: procedendo desta forma, a temperatura provoca-
ria a destruição das fracções. Para obter as fracções deste resíduo, procede-se à sua transferência para outra
coluna, onde agora, sob uma pressão mais baixa, próxima do vácuo, se consegue a vaporização das fracções
a uma temperatura mais baixa e não destrutiva. A partir deste processo são obtidos: óleo diesel, fuelóleo,
óleo lubrificante, cera parafínica e asfalto.
No segundo trabalho prático, «Aumento do ponto de ebulição da água», faz-se a determinação laborato-
rial da elevação ebulioscópica numa solução aquosa de etilenoglicol.
Importante: Recorde-se que o aparelho automático de determinação do ponto de ebulição, Dosatherm 300,
não pode ser usado com soluções que se decomponham por acção da temperatura, como as soluções de saca-
rose, pois corre-se o risco de ficar irremediavelmente danificado.
Os trabalhos estão preparados para que cada grupo possa escolher uma das soluções aquosas sugeridas
no ponto 2 das questões pré-laboratoriais, de tal forma que a análise dos resultados envolva todos os grupos.
A nossa sugestão é que estas duas actividades sejam meramente de exploração, já que o tempo disponível
não permite a realização dos numerosos ensaios necessários à pesquisa de padrões na relação entre a composi-
ção quantitativa da solução e o abaixamento crioscópico/elevação ebulioscópica.
Para atingir este último objectivo, desenvolvemos uma actividade na qual se pretende que, através da aná-
lise de dados experimentais, os alunos consigam estabelecer a relação entre a composição da solução e as pro-
priedades coligativas já referidas. Note-se que os valores fornecidos na tabela não são, na realidade, dados
experimentais. Foram obtidos teoricamente, já que, para tão reduzida diferença entre as várias formas
de exprimir a composição, seria difícil obter dados experimentais suficientemente fidedignos.
Deve assinalar-se que estes trabalhos são particularmente adequados ao uso de SATD. Esta deverá ser uma
opção a considerar se existir equipamento disponível e tempo suficiente.
49
Nesta actividade realça-se, desde logo, a importância dos álcoois como biocombustíveis. O trabalho desen-
volvido, «Estrutura dos álcoois e eficiência energética», é semelhante ao realizado na actividade anterior, mas,
neste caso, procura-se uma relação entre o comprimento da cadeia e a posição do grupo -OH com a eficiência
energética do álcool. Trata-se, também aqui, de uma actividade laboratorial de pesquisa de padrões.
A tabela seguinte fornece valores de entalpia de combustão para diferentes álcoois, completando a infor-
mação fornecida na tabela 24 do manual (página 299):
O quadro seguinte fornece informação de segurança respeitante aos vários álcoois que poderão vir a ser
utilizados nesta actividade.
Sinais
Nome Frases R Frases S Exposição
de perigo
Trata-se de um trabalho de pesquisa bibliográfica e laboratorial com o qual se pretende esboçar uma
sequência de processos físicos e químicos que permitam obter biodiesel. Pretende-se fazer a produção de um
material, neste caso um biocombustível. O esquema seguinte sintetiza a produção de biodiesel.
Catalisador
Reciclagem
Neutralização
de metanol
Óleo vegetal
Óleo de fritar Sólida
Ácido
Gordura animal Glicerina Biodiesel
Separação Reciclagem
Esterificação Neutralização Líquida Purificação
de fases de metanol
Em primeiro lugar faz-se o trabalho de exploração «Analisar para identificar», no qual se procura familiari-
dade com a marcha geral de análise de plásticos e as técnicas nela usadas. Usam-se amostras de plásticos
conhecidos como se de uma amostra padrão se tratasse.
Segue-se a actividade «Qual é o plástico?» na qual, a partir de uma amostra desconhecida, se faz uma iden-
tificação/classificação.
O trabalho laboratorial pode ser relacionado com técnicas industriais de separação, muito úteis na triagem
de resíduos. Um dos problemas associados à reciclagem do plástico prende-se com a separação de diversos
tipos de plástico. A separação do PVC do PET é um exemplo: estes dois tipos de plásticos contaminam-se
mutuamente e a separação manual é pouco eficaz, uma vez que se confundem facilmente.
A flotação é uma técnica cuja finalidade reside na separação de materiais de uma mistura com base na
formação de uma espuma que arrasta para a superfície uns, enquanto outros se depositam no fundo do reci-
piente de água (isto pela modificação das propriedades de um deles). Recorrendo a um surfactante, é possí-
vel alterar a superfície do PET fazendo com que este apresente maior afinidade para a água do que o PVC.
O espumante é usado para ajudar a «reter» o plástico à superfície.
Pretende-se quantificar o índice de refracção para identificar o material em estudo, para se analisar
as suas propriedades. O trabalho proposto, «Índice de refracção», consiste numa investigação do tipo identifi-
cação/classificação/quantificação.
Caso se pretenda medir o índice de refracção do vidro de uma célula espectrofotométrica, deve ter-se um
cuidado redobrado. As células espectrofotométricas são particularmente caras e qualquer risco na superfície
óptica da célula é o suficiente para provocar um dano irreparável. Em caso de dúvida, o melhor é não as utilizar.
Existem garrafas de azeite e de vinagre com faces planas, pelo que não será difícil medir o índice de refracção
do vidro de garrafa.
52 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
As lentes usadas nos óculos são normalmente feitas com vidro do tipo crown, que possui um índice
de refracção igual a 1,523. Como a tecnologia se encontra sempre em evolução, recentemente surgiu um vidro
mais leve do que o crown, com índice de refracção 1,70. No entanto, em armações maiores muitas vezes as
lentes são de plástico acrílico. O plástico é cada vez mais utilizado, em detrimento do vidro, em lentes sim-
ples. Apesar de o primeiro não ter um período de duração superior ao do vidro, nem possuir tanta resistência
a arranhões, é mais leve, mais forte e pode absorver tintas coloridas.
O trabalho «Preparação de vidro» não é mais do que uma pesquisa do tipo produção de materiais, na qual
se pretende obter um produto com determinadas características. Mas para isso é necessário efectuar uma pes-
quisa de padrões, que é fundamental para obter os melhores resultados, neste caso a melhor composição para
um vidro que é feito no laboratório.
No processo industrial de preparação de vidro faz-se uma rigorosa preparação e medição das matérias-pri-
mas, que são depois misturadas e submetidas a uma fusão inicial, antes de serem submetidas a altas tempera-
turas. No passado, fazia-se uso de vasilhas de argila que permitiam realizar a fusão em fornos de lenha
ou carvão. A indústria actual funde a maior parte do vidro em caldeiras de grande capacidade (mais de mil
toneladas de vidro), aquecidas a óleo combustível, gás ou electricidade.
No trabalho «Preparação de um sal duplo» faz-se a preparação de um sal deste tipo, tendo particular aten-
ção às condições de formação dos cristais. Nesse sentido, trata-se de uma investigação do tipo trabalho experi-
mental, já que existe um controlo claro das condições de cristalização. Os resíduos sulfato de cobre (II)
podem ser eliminados por imersão numa tina que contenha folha de alumínio mergulhada em água. O resí-
duo final é eliminado para um aterro.
É uma actividade do tipo produção de materiais, na qual se preparam dois elastómeros e se testam as res-
pectivas características. Realça-se a necessidade de realizar ensaios físicos e químicos para melhor caracterizar
as propriedades das amostras obtidas.
No trabalho laboratorial «Borracha natural» faz-se a síntese de borracha natural, por catálise ácida. Deve
alertar-se para o facto de o látex líquido ser particularmente caro, pelo que deve ser usado com racionalidade.
No trabalho «Borracha vulcanizada» propõe-se a vulcanização da borracha por aquecimento com enxofre.
A actividade é do tipo produção de materiais e está organizada em quatro trabalhos, nos quais se pretende
preparar quatro polímeros diferentes.
No primeiro, «Síntese do poliestireno», propõe-se a síntese de um polímero por adição. Optámos pela
síntese do poliestireno por se nos afigurar mais simples do que a síntese do poli(metacrilato de metilo), pro-
posta nas sugestões metodológicas do Programa. Pensamos que ficam igualmente contemplados os objectos
de ensino e objectivos de aprendizagem que aí se apresentam.
O segundo trabalho, «Síntese do nylon 6.6», corresponde à síntese de um polímero por condensação.
Também aqui se optou por uma solução um pouco diferente (nylon 6.6, em vez de nylon 6.10), sem que se
prevejam diferenças importantes nas aprendizagens dos alunos.
No terceiro trabalho, «Preparação do rayon», faz-se a preparação de um polímero artificial, no qual procu-
rámos simplificar ao máximo o procedimento exigido.
Por fim, no trabalho «Preparação de uma resina de poliéster a partir do glicerol», sugere-se a síntese do
gliptal. O gliptal não é biodegradável, mas a síntese de um polímero biodegradável é inviável neste contexto,
face ao preço elevado dos reagentes e ao tempo necessário à sua preparação.
Elaborámos as questões pré e pós-laboratoriais para que os quatro trabalhos propostos fossem equivalen-
tes: os polímeros são caracterizados, a segurança é discutida e todos os trabalhos terminam com uma questão
de pesquisa bibliográfica. Também o grau de dificuldade da execução laboratorial nos quatro trabalhos
é, tanto quanto possível, semelhante. Desta forma, cada grupo de trabalho poderá preparar um polímero dife-
rente, apresentando, no final, os resultados à turma (turno) e discutindo as eventuais dificuldades. A apresen-
tação e discussão pode ser feita através de uma apresentação oral, mas também por meio de um trabalho
escrito ou de multimédia, a trocar entre os grupos.
Questões pós-laboratoriais
2. Sn4+ (aq) + Fe (s) d Sn2+ (aq) + Fe2+ (aq)
3. Pb2+ (aq) + KI (aq) d PbI (s) + K+ (aq)
4. O ião complexo presente é [Fe(CN)6]4–, hexacianoferrato (II). O ião central é Fe2+, ferro (II) e os ligandos
são iões CN–, cianeto.
5. Os sais pouco solúveis retêm os iões tóxicos na sua estrutura, pois não se dissolvem facilmente. Desta
forma impede-se a disseminação no meio ambiente, diminuindo a toxicidade dos resíduos.
Acetona: Facilmente inflamável. Manter o recipiente num lugar bem ventilado. Conservar longe de fon-
tes de ignição – não fumar. Não respirar os vapores. Evitar a acumulação de cargas electrostáticas.
Dióxido de azoto: Muito tóxico por inalação. Provoca queimaduras. Em caso de contacto com os olhos,
lavar imediatamente com água abundante e chamar um médico. Em caso de contacto com a pele, lavar
imediatamente com água abundante. Usar protecção adequada (bata, máscara e luvas...). Em caso
de acidente ou indisposição, consultar imediatamente um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo do
produto).
Questões pós-laboratoriais
2. Algumas alterações a introduzir poderão estar relacionadas com a eficiência dos processos de separação.
Assim, onde se sugerem decantações poder-se-iam fazer filtrações, por gravidade ou a pressão reduzida.
Também o transvase de recipientes pode implicar perdas consideráveis, que devem ser evitadas.
3. Em 1 mede-se a massa do reagente limitante, com base na qual se calculará o rendimento da reacção.
Em 14 mede-se a massa de produto obtida, também para se calcular o rendimento da reacção. O ren-
dimento só será calculado com rigor se estas massas também o forem. As outras medições feitas
durante todo o trabalho envolvem reagentes em excesso, pelo que não têm influência no rendimento
da reacção.
4. O produto secundário obtido em 7 é uma solução aquosa de nitrato de sódio, NaNO3, e o produto
obtido em 10 é uma solução aquosa de sulfato de zinco, ZnSO4. Ambos os sais podem ser obtidos por
cristalização.
Questões pós-laboratoriais
2. Devido à presença de iões em solução. A presença de iões aumenta a condutividade eléctrica da solução,
facilitando a migração de iões que ocorre durante a corrosão do ferro.
3. Para evitar a presença de humidade, condição essencial para que ocorra corrosão do ferro.
Cuidar do ferro
Questões pré-laboratoriais
1. Boa protecção: zinco, alumínio, magnésio. Fraca protecção: cobre, estanho, chumbo.
2. Os pregos dobrados e os riscados estão mais sujeitos a corrosão do que os intactos.
Questões pós-laboratoriais
1. Boa protecção: zinco, alumínio, magnésio.
2. Prego com superfície riscada.
56 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Questões pós-laboratoriais
cEDTA × VEDTA 0,040 × 0,010 cEDTA × VEDTA 0,040 × 0,010
1. cMg = ᎏᎏ = ᎏᎏ cCa = ᎏᎏ = ᎏᎏ
V1 V1 V1 V1
4. 3 Ca2+ (aq) + 2 PO43– (aq) d Ca3(PO4)2 (s) 3 Mg2+ (aq) + 2 PO43– (aq) d Mg3(PO4)2 (s)
Ca2+ (aq) + 2 OH– (aq) d Ca(OH)2 (s) Mg2+ (aq) + 2 OH– (aq) d Mg(OH)2 (s)
Ferro em água
Questões pré-laboratoriais
1. Fazendo uso de papel indicador de pH.
2. O valor 510 nm, correspondente ao máximo de absorção.
Questões pós-laboratoriais
1. Solução A, cFe2+ = 0 mg dm–3
Questões pré-laboratoriais
1. C.
2. B, E, C, A, D.
3. Trata-se de uma tabela do género:
VHCI/cm3 pH
0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
…
Questões pós-laboratoriais
1. Espera-se um gráfico do género do apresentado ao lado. pH
14
2. Podem identificar-se duas zonas tampão. Os pares de espé- 13
12
cies responsáveis pela zona tampão são CO32–/HCO3– e 11
10
HCO3–/H2CO3. 9
8
3. H2CO3 (aq) d H2O (l) + CO2 (g) 7
6
4. Porque no sangue existem vários sistemas tampão, sendo o 5
4
mais importante o sistema CO2/ HCO3–. 3
2
1
0
Volume de HCl / cm3
58 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Questões pós-laboratoriais
1. Ver resposta a 1 das questões pós-laboratoriais em «Catálise enzimática: efeito da temperatura».
2. A presença de um inibidor diminui a velocidade inicial da reacção. Quando aumenta a quantidade
de inibidor, diminui a velocidade da reacção.
0,059
2. E – E o = – ᎏ log Q
n
Zn2+ (aq) + 2e– d Zn (s) Eo (Zn2+| Zn) = – 0,76 V
Cu2+ (aq) + 2e– d Cu (s) Eo (Cu2+| Cu) |= 0,34 V
Questões pós-laboratoriais
1. a) A tensão da pilha diminui com o aumento da razão |Zn2+|/|Cu2+|.
b) Por exemplo, caso os resultados obtidos coincidam com os previstos, podemos dizer que o aumento
da razão |Zn2+|/|Cu2+| por um factor 30 se traduz numa diminuição da tensão por um factor 0,965.
3. Os erros experimentais deverão resultar, por exemplo, de limitações do multímetro.
Questões pós-laboratoriais
Temperatura
1. O gráfico obtido será do género do apresentado ao lado. Tc
Questões pós-laboratoriais
1. 6Tc = Tc(água) – Tc(solução de etilenoglicol).
2. Eventuais diferenças poderão dever-se à presença de impurezas nas amostras.
3. A que provoca maior abaixamento no ponto de fusão é 1 mol de NaCl, já que é a amostra que mais
aumenta a quantidade de espécies em solução (2 moles de iões). O etilenoglicol origina apenas uma
mole de espécies em solução. Recorde-se que o carbonato de cálcio é um sal pouco solúvel.
Questões pós-laboratoriais
1. Te = Te(solução de etilenoglicol) – Te(água).
2. Eventuais diferenças poderão dever-se a: presença de impurezas nas amostras, diferença do valor da
pressão atmosférica, etc.
3. Não. Só no caso de termos uma substância pura é que durante a ebulição a temperatura se mantém pra-
ticamente constante. Numa solução, a evaporação do solvente provoca um aumento da concentração
da solução, com o consequente aumento de Te.
Actividade 16
1. É igual a zero nos dois casos.
3. São os gráficos nos quais existe uma relação com a composição da solução expressa em termos de massa
de solvente. Ou seja, tanto %(msoluto/msolvente) como %(nsoluto/msolvente) têm variações lineares com Tc .
4. Tanto %(msoluto/msolvente) como %(nsoluto/msolvente) têm variações lineares com Te .
2. Assegurar que toda a energia libertada durante a reacção é utilizada para fazer variar a temperatura
do sistema.
Questões pós-laboratoriais
2. Q = ms × 3,9 × (Tmáxima Tmínima).
4. Eventuais diferenças poderão dever-se a erros experimentais ou, por exemplo, ao facto de a temperatura
para a qual se calculou H o não ser 298 K.
5. Porque a agitação constitui uma forma de fornecer energia ao sistema, sob a forma de trabalho. Sendo
assim, o sistema não será tão isolado quanto se pretende.
61
19
2. Combustão do n-hexano: C6H14 (l) + ᎏ O2 (g) 7 H2O (g) + 6 CO2 (g)
2
Combustão do 1-hexanol: C6H13OH (l) + 9 O2 (g) 7 H2O (g) + 6 CO2 (g)
cH o(n-hexano) = 7 × (– 241,8 kJ mol–1) + 6 × (– 393,5 kJ mol–1) – [(–199 kJ mol–1) + 19/2 × (0)]
cH o(n-hexano) = – 3854,6 kJ mol–1
cH o(1-hexanol) = 7 × (– 241,8 kJ mol–1) + 6 × (– 393,5 kJ mol–1) – [(– 378 kJ mol–1) + 19/2 × (0)]
cH o(1-hexanol) = – 3675,6 kJ mol–1
Questões pós-laboratoriais
2. cH o(n-hexano) = Q/(mn-hexano /Mn-hexano) em kJ mol–1
cH o(1-hexanol) = Q/(m1-hexanol /M1-hexanol) em kJ mol–1
3. A energia libertada aquando da queima do combustível não foi toda aproveitada para elevar a tempera-
tura da água. Existe sempre dissipação de energia.
4. A energia obtida a partir de uma reacção de combustão resulta em parte da formação de ligações O – H
existentes nos produtos da reacção (H2O). Ora, no 1-hexanol já existe uma ligação O – H; por isso, a
sua combustão dá menos energia.
De facto, a reacção de combustão é uma oxidação e o 1-hexanol já está parcialmente oxidado.
Isto não quer dizer que os álcoois sejam piores combustíveis: muitas vezes têm maior índice de octanas.
Além disso, são menos poluentes.
62 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
2. Quanto maior for o comprimento, maior será a entalpia de combustão (em valor absoluto).
Questões pós-laboratoriais
1. Ver resposta a 1 das questões pós-laboratoriais de Actividade Laboratorial 2.4.
2. Ver resposta a 2 das questões pós-laboratoriais de Actividade Laboratorial 2.4.
3. Espera-se um gráfico do tipo:
Álcool 6cH/kJ mol–1
ΔeH / kJ mol–1
etanol
-1000
1-propanol
-1500
2-propanol -2000
1-butanol -2500
-3000
1-pentanol
-3500
- 4000
2 3 4 5 6
N.o de átomos de carbono
4. a) Quanto maior for o tamanho da cadeia carbonada, maior será a entalpia de combustão.
b) Quanto mais próximo estiver o grupo -OH da periferia da cadeia, maior será a entalpia de combustão.
5. A entalpia de combustão para o metanol será cerca de metade em relação à entalpia de combustão
do etanol. A entalpia de combustão para o 1-hexanol será aproximadamente igual à soma da ental-
pia de combustão do 1-pentanol e do metanol.
7. A energia libertada aquando da queima do combustível não ter sido aproveitada na totalidade para elevar
a temperatura da água.
Questões pós-laboratoriais
1. Podem confrontar-se os resultados obtidos com a informação fornecida pela simbologia apresentada
na figura inicial.
3. Se derreter e fundir, será um termoplástico; se carbonizar e se desfizer, será um termofixo.
Preparação de vidro
Questões pré-laboratoriais
1. Como fonte de sílica pode usar-se a areia. O fundente baixa o ponto de fusão da sílica para valores infe-
riores a 1600 OC.
2. Usando um almofariz ou um triturador.
3. Um contentor de metal ou de porcelana, pois resistem a temperaturas muito elevadas.
Questões pós-laboratoriais
2.
Amostra Solubilidade em água Dureza Acção de ácidos e de bases
3. Para um jarro de água serviria qualquer amostra, desde que insolúvel em água. Para um espremedor
de citrinos, as características mais importantes da amostra teriam de ser a sua resistência à acção de ácidos
e bases.
64 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Questões pós-laboratoriais
1. Assegurar-se da dissolução completa dos sais.
2. O álcool etílico evapora-se facilmente, o que facilita a secagem dos cristais. Note-se que os cristais são
pouco solúveis em álcool etílico.
Borracha natural
Questão pré-laboratorial
1. Por diluição de um volume V da solução de ácido mais concentrada até perfazer o volume de 100 cm3,
usando um balão de diluição. O volume, V, será determinado a partir de:
csolução-mãe × V = csolução × Vsolução 5 mol dm–3 × V = 2 mol dm–3 × 100 cm3 V = 40 cm3
Questão pós-laboratorial
1. Caso se trate de testar a elasticidade de dois materiais por ressalto, depois de terem sido largados
de uma altura h, as variáveis de controlo são: massa de material, forma do objecto, altura h e a superfície
onde se dá o ressalto.
Borracha vulcanizada
Questões pré-laboratoriais
1. É um líquido que contém carbono na sua composição. Acetona, hexano, etanol, benzeno, etc.
2. Maior, pois na vulcanização ocorre incorporação de átomos de enxofre.
Questões pós-laboratoriais
1. Borracha não vulcanizada.
2. Borracha não vulcanizada.
3. O estabelecimento de pontes de enxofre entre cadeias paralelas, na borracha natural, faz com que a bor-
racha vulcanizada, em comparação com a borracha natural, não seja tão pegajosa em ambientes mais
quentes, e dura e quebradiça em ambientes mais frios. O aumento de coesão estrutural provocada pelas
pontes de enxofre explica também que a borracha vulcanizada não se dissolva tão facilmente como
a borracha natural.
65
Síntese do poliestireno
Questões pré-laboratoriais
1. n CH CH2 CH2 CH
Questões pós-laboratoriais
1. Trata-se de um composto aromático.
2. Sintético.
3. Brinquedos, caixas, copos descartáveis, isolamento térmico.
4. É o iniciador da reacção. Actua como um catalisador.
2. Copolímero.
3. Hexano: Facilmente inflamável. Risco de efeitos graves para a saúde em caso de exposição prolongada
ou inalado. Conservar longe de fontes de ignição. Não fumar. Evitar o contacto com a pele e olhos.
Não atirar os resíduos para os esgotos. Usar unicamente em locais bem ventilados.
Cloreto de hexanodioílo: Provoca queimaduras. Evitar o contacto com a pele e olhos.
Hexanodiamina: Nocivo em contacto com a pele e por ingestão. Provoca queimaduras. Irritante para as
vias respiratórias. Não respirar o pó. Em caso de contacto com os olhos, lavar imediatamente com água
abundante e chamar um médico. Usar protecção adequada. Em caso de acidente ou indisposição, con-
sultar imediatamente um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo).
Questões pós-laboratoriais
1. Poliamidas.
2. Sintético.
3. Em têxteis, fios e cordas, etc.
66 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Preparação do rayon
Questões pré-laboratoriais
1. Cu(OH)2 (aq) + 4 NH3 (s) A [Cu(NH3)4](OH)2 (aq)
2. CH2OH
O
HO O
OH
3. Sulfato de cobre: Nocivo por ingestão. Irritante para os olhos e vias respiratórias. Não respirar o pó.
Amoníaco: Provoca queimaduras. Irritante para os olhos e vias respiratórias. Muito tóxico para os orga-
nismos aquáticos. Em caso de contacto com os olhos, lavar imediatamente com água abundante e chamar
um médico. Usar protecção adequada. Em caso de acidente ou indisposição, consultar imediatamente
um médico (se possível, mostrar-lhe o rótulo do produto). Evitar a sua libertação para o meio ambiente.
Ter em atenção as instruções específicas das fichas de dados de segurança.
Ácido sulfúrico: Provoca queimaduras graves. Em caso de contacto com os olhos, lavar imediatamente
com água abundante e chamar um médico. Nunca adicionar água ao produto. Em caso de acidente
ou indisposição, consultar imediatamente um médico (se possível mostrar-lhe o rótulo).
Questões pós-laboratoriais
1. É usado como fibra têxtil (seda artificial).
2. Artificial.
Questões pós-laboratoriais
1. Duroplástico (é um polímero reticulado).
2. O anidrido ftálico é uma matéria-prima não renovável, pois é obtido a partir do petróleo.
3. Sintético.
67
Legenda:
A – Mostrador.
B – Teclado de funções – Selecciona o modo operativo.
C – Tecla CAL – é utilizada para calibrar o aparelho para 100 %T e zero de Abs.
D – Teclas 䉱 e 䉲 – operam somente nas funções CONS 1 e 2. Permitem que o valor da concentração seja aumentado ou diminuído,
de forma a ajustar aos valores de concentração da solução que serve de padrão.
E – Tampa da câmara de leitura – deverá estar fechada sempre que se proceda a determinações, de forma a eliminar resultados
incorrectos por desvios de luz.
F – Selector de comprimentos de onda – comando rotativo para selecção do comprimento de onda adequado ao ensaio a realizar.
Cuidados de manuseamento:
– Fazer as leituras sempre com a tampa fechada.
– As células espectrofotométricas de plástico devem ser usadas uma única vez.
– Limpar o exterior da célula espectrofotométrica antes de fazer as determinações.
– Pegar na célula espectrofotométrica pelas faces foscas.
– Colocar a célula espectrofotométrica com a marca «V» para o lado esquerdo.
– Não usar células espectrofotométricas de plástico com solventes orgânicos.
– Encher a célula espectrofotométrica de forma a não deixar bolhas de ar no líquido.
– Não colocar o equipamento em frente a uma janela, junto a uma zona de lavagens ou junto a um banho
termostático.
Abs (absorvância ou densidade óptica) – existe uma relação de proporcionalidade entre a absorvância
e a concentração da solução colorida a ser analisada.
Na prática, a intensidade da luz não é directamente medida, e a relação é mais correctamente estabelecida
conforme abaixo se indica:
intensidade da luz transmitida pela solução de referência I
Absorvância = log ᎏᎏᎏᎏᎏᎏ = log ᎏo
intensidade da luz transmitida pela amostra I
B – Leituras em transmitância
1. Ligar o equipamento 15 a 30 minutos antes do início do trabalho.
2. Seleccionar o comprimento de onda, .
3. Seleccionar o modo de operação %T.
4. Introduzir no espectrofotómetro a célula com a solução em branco (água destilada).
5. Fechar a janela. Pressionar a tecla CAL. O mostrador apresentará 0,000.
6. Abrir a janela. Pressionar a tecla CAL. O mostrador apresentará 100,0.
7. Introduzir no espectrofotómetro a célula com a solução em estudo e efectuar a leitura.
%T (% de transmitância) – é a relação entre a luz que atravessa a amostra, It, e a luz absorvida pela mesma:
I
% de transmitância = ᎏt × 100%
Io
A transmitância expressa como percentagem não é conclusiva sobre a concentração da amostra que é ilu-
minada.
C – Leituras em concentração
1. Fazer o procedimento de calibração descrito em «A – Leituras em absorvância».
2. Seleccionar o modo de operação CONC.
3. Introduzir a célula espectrofotométrica com a solução de concentração conhecida.
4. Com as teclas 䉱 e 䉲 seleccionar a concentração exacta da solução introduzida.
5. Pressionar a tecla CAL.
6. Iniciar o trabalho com as soluções desconhecidas.
Calibração:
1. Ligue o aparelho à corrente; ligue o interruptor.
2. Abra a janela de captação de luz natural (G).
3. Feche o espelho reflector (I).
4. Observe através da ocular (A). Rode o botão de compensação de cor (C) até deixar de haver cor na
fronteira claro/escuro.
5. Quando a fronteira claro/escuro coincidir com a intercepção das linhas de mira, observadas através da
ocular (A), a escala (B) mostrará o valor do índice de refracção.
Neste método, usa-se o bloco de vidro próprio para a calibração que é fornecido com o refractómetro.
1. Abra o prisma superior (E) usando o fecho (D).
2. Aplique uma pequena gota de bromonaftaleno na superfície do bloco de vidro.
3. Pressione o bloco de vidro sobre o prisma inferior, de modo que o bromonaftaleno forme uma película
uniforme entre as duas superfícies.
4. Olhe através da ocular (A) e rode o botão (F), levando a escala (B) até ao valor indicado na peça de teste.
5. Retire a tampa de protecção do parafuso de calibração (que está logo acima do botão C) e, com uma
chave de parafusos, rode o parafuso até que a fronteira claro/escuro esteja alinhada com a intercepção
das linhas de mira.
Medição de sólidos:
1. Abra o prisma superior (E) usando o fecho (D).
2. Aplique uma pequena gota de bromonaftaleno na superfície plana da peça em estudo, da qual se pre-
tende medir o índice de refracção.
3. Pressione a peça em estudo sobre o prisma inferior de forma que o bromonaftaleno forme uma película
uniforme entre as duas superfícies.
4. Olhe através da ocular (A) e rode o botão (F), levando a escala (B) até ver a fronteira claro/escuro.
5. Rode o botão de compensação de cor (C) até deixar de haver cor na fronteira claro/escuro.
6. Rode novamente o botão (F), levando a escala (B) até que a fronteira claro/escuro esteja alinhada com a
intercepção das linhas de mira.
7. Leia na escala (B) o valor do índice de refracção do material em estudo.
Correcção de temperatura
Se efectuar medições a uma temperatura inferior a 20 oC, deverá acrescentar à medida efectuada um factor
de correcção. Para compensar a diferença existente entre a temperatura de calibração (20 oC) e a tempera-
tura de trabalho, a correcção por grau será de 0,000 078, constante ao longo de toda a escala.
Exemplo:
No refractómetro, lê-se 1,4636 à temperatura de 55 oC. A correcção a aplicar é:
O resultado será:
1,4636 + 0,00027 = 1,46387 1,4639
presentes. Em alguns casos, como na formação da ferrugem, não são muito Nome do
elemento
Alumínio
Cobre
Símbolo
químico
Al
Cu
Exemplo de aplicação
enquanto metal
Ferro Fe Edifícios, automóveis, navios, pontes. Óxido de ferro (III) hidratado, Fe2O3.xH2O; ferrugem.
máquinas agrícolas, linhas de caminho-de-ferro, fios eléctricos, joalharia e gló- Titânio Ti Ferramentas, aviões. Óxido de titânio (IV), TiO2; pigmento.
Aços Ferro + carbono (0,2% - 2%) Construção civil, indústria metalomecânica, ferramentas.
Aço inox Ferro + crómio (+ níquel) Peças de máquinas, tubagens, utensílios, ferramentas.
Bronze Cobre + estanho Peças para navios, parafusos, esculturas, objectos decorativos.
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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O oxigénio é reduzido
Sobretudo à superfície 1
da gota e junto ao metal 2 e– + ᎏ
O2 (aq) + H2O (l) A 2 OH– (aq) Semi-reacção de redução
2
e passa para a solução (gota de água)
Numa pilha eléctrica, há que assegurar que a semi-reacção de oxidação e a semi-reacção de redução ocor-
ram separadamente.
Do lado esquerdo está a formar-se Zn2+ à custa de Zn, ou seja, está a ocorrer QUÍMICA • 12.o ANO
2
12 Q
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Atmos fera
O2
e-
O2 Água
O2 –
2 OH- + F e 2+ K+
dação do zinco são em igual número aos que no eléctrodo de cobre em contac-
F e (OH) 2 F e 2O3.xH2O
Ferrugem Cl -
4 e - + O2 + 2 H2O 4 OH- F e 2+
e- Fe e-
Ferro
to com CuSO4 (aq) promovem a formação de (mais) Cu à custa de Cu2+ com Série electroquímica
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-pilha onde ocorre a oxidação, de modo a compensar a carga positiva dos iões
Zn2+ aí formados. Faz-se notar que, havendo transformação de Zn em Zn2+,
não é indispensável ter uma solução de um sal de zinco: bastará que seja uma solução condutora (por exem-
plo, NaCl (aq)). De igual modo, como é Cu2+ que se transforma em Cu, não é indispensável ter um eléctrodo
de cobre: poderá ser de grafite, por exemplo.
A equação de Nernst permite determinar a tensão de uma pilha para concentrações de reagentes e produ-
tos tal que Q & 1. Na equação, E o corresponde à tensão padrão (concentrações unitárias, Q = 1), n ao número
de electrões transferidos de acordo com a equação química em causa e Q ao quociente da reacção.
A existência de uma tabela em que se dispõem por ordem os valores das tensões padrão de redução de
várias espécies é muito útil quando se pretende comparar o seu poder oxidante (ou o poder redutor). É esta
comparação que, no caso de uma reacção de oxidação-redução em condições padrão, permite prever em
que sentido é que a reacção ocorre espontaneamente.
desempenham um papel importante a nível das actividades vitais dos organis- H2C HC H CH3 CH
METAIS, AMBIENTE E VIDA
H2C HC H R
CH3
uma proteína que contém por molécula 4 grupos hemo, cada um formado por H 3C
H
H
N
N
Mg
N
N
H
H
H
CH3
um ião Fe2+ coordenado por 4 átomos N de uma porfina, num arranjo geomé-
H3C
H2C H
H O
H2C CO2CH3
CO2 Fitilo
Fitilo = C29H39
importância na fotossíntese. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Muitos metais são essenciais à vida humana, em maior ou menor quantidade. O cálcio é, em massa, o mais
determinante. Está presente, em particular, na constituição dos ossos. Outros metais, como o estanho ou o
cobalto, são mais vestigiais no corpo humano, mas nem por isso menos importantes.
72 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
A chamada doença de Minamata, que afectou cerca de 10 000 pessoas na cidade japonesa com o mesmo
nome, deveu-se a intoxicação por mercúrio, como resultado de uma continuada descarga (por parte de
uma unidade fabril da região) de desperdícios com elevados teores de mercúrio na baía ali existente, ao
longo de décadas. Este metal era associado ao plâncton e depois entrava na cadeia alimentar através de pei-
xes de pequeno e grande porte, que ingeriam o plâncton tóxico. Os pescadores e habitantes da região, ao
comerem o peixe contaminado com mercúrio, prejudicaram gravemente a sua saúde, desenvolvendo doen-
ças do foro neurológico e lesões em diversos órgãos.
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
de duração para as reservas de petróleo, gás natural e carvão é cerca de 50, 60 Fontes de energia / consumo
Solar e outras
Quando se acabam as reservas?
130 N.º
Biomassa
e resíduos
11,1% 60
Petróleo 40
formado por carbono, associado em geral a outros elementos de origem animal, 41% 3%
África 61%
8%
9%
América Central
e do Sul
4%
Petróleo
Gás natural
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As reservas de petróleo e gás natural não se distribuem uniformemente pelo planeta. No caso do petróleo,
o Médio Oriente é a região do planeta que detém maiores reservas. No caso do gás natural, apesar de a região
do Médio Oriente também possuir reservas apreciáveis, é na Europa e ex-União Soviética que se concentram
as maiores reservas deste combustível, o que influencia de forma crucial a economia dos povos.
LIGAÇÃO QUÍMICA
meira orbital molecular antiligante, ambas baseadas nas orbitais atómicas 1s Molécula H2
s 2B
2
s A2 σ
dos átomos H. P A M
πy
π*z
πz
2p
πy
σx
πz πy
σx
πz πy
σx
πz
σx
σ*s σ*s σ*s
σ*s
2s 2s σs σs σs
σs N2 O2 F2
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tais híbridas em que cada uma possui dois lóbulos como a orbital p, mas em
LIGAÇÃO QUÍMICA
Orbitais híbridas ajustadas à geometria de CH4, C2H4, C2H2 e C6H6
que um é muito maior do que o outro, quase parecendo uma orbital s. Ao lado, H
C
109,5˚ H
H
H
podemos ver a sua participação na descrição das ligações no metano, pela C2H4 – orbitais híbridas sp2 C2H2 – orbitais híbridas sp
y y
H
x
z z
z z
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A molécula de etino possui três ligações m, correspondendo duas delas à sobreposição de cada orbital 1s
do hidrogénio com uma orbital híbrida do carbono. Cada orbital híbrida é construída a partir de uma orbi-
tal 2s e uma orbital 2p – orbital híbrida sp. A outra ligação m é resultante da sobreposição de duas destas
orbitais híbridas sp (uma de cada carbono). Cada átomo de carbono possui duas orbitais híbridas de eixos
colineares, em conformidade com a geometria linear da molécula. Além de possuir O.M. m ligantes, a molé-
cula de eteno possui duas O.M. / ligantes, formadas a partir de orbitais 2py e 2pz de eixos paralelos, duas
por cada átomo C.
A estrutura da molécula de benzeno pode ser representada com base no exemplo do eteno. Considerando
três orbitais híbridas sp 2 para cada átomo de carbono, estabelece-se um total de 12 ligações m em que seis cor-
respondem a sobreposição de orbitais híbridas, e o resto à sobreposição de cada orbital 1s de H com uma
orbital híbrida de C. Um conjunto de seis O.A. 2p de eixos paralelos (perpendiculares ao plano nuclear desta
molécula planar) definem três O.M. / ligantes e três O.M. / antiligantes.
Nota: Quer no manual quer neste caderno colocou-se algum cuidado na linguagem utilizada neste domí-
nio delicado da ligação química, para que não se criem ou alimentem concepções incorrectas. É o caso espe-
cial do conceito de orbital híbrida. Há que evitar, por exemplo, que se considerem estas orbitais como o
resultado de um fenómeno real (hibridização de O.A.) a que os átomos estariam sujeitos. Em particular, não
são as orbitais híbridas que justificam a geometria molecular, mas esta que determina aquelas, e isso somente
caso se pretenda associar cada ligação a apenas uma orbital de cada átomo (o que é sempre uma aproximação,
importante para certas propriedades, não importante para outras).
74 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
energia. O oxigénio designa-se por comburente, mas tem uma parte tão activa
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quanto o combustível.
A energia libertada numa combustão leva muitas vezes à ideia (errada) de gasolina vaporizada gasolina vaporizada + oxigénio
que a energia se liberta pela ruptura de ligações. Com efeito, romper ligações C C
é sempre um processo endoenergético; é a formação de novas ligações que é Vulgar visão errada de energia química
(romper ligações nunca liberta energia!)
Combustão: mais energia libertada
na formação de novas moléculas
do que energia investida na quebra
de ligações.
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Num motor de um automóvel acontece Química! Os vários tempos associados ao êmbolo resultam das
admissões controladas de combustível e oxigénio.
o plástico em si seja uma substância apenas. De facto, o plástico é uma mistura OS PLÁSTICOS COMO POLÍMEROS NÃO NATURAIS
Plástico / Fibra = Polímero + Aditivos
de substâncias, não sendo de estranhar que o polímero seja aquele que se Aditivos
• Pigmentos/corantes – conferem cor.
• Cargas – dão consistência e tornam o produto mais
barato.
• Antioxidantes – evitam oxidações por agentes exteriores.
• Filtros solares – evitam a fotodegradação.
1
Material
TIPOS DE PLÁSTICOS
Poli(tereftalato) de etileno
Produtos resultantes
da reciclagem
PS
7 Vários Variados.
OUTROS
Adaptado de revista Proteste , n.o 228 – Setembro de 2002.
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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- -
- -
Os vidros podem adquirir as mais variadas formas, cores e propriedades,
C C Ligação dupla Alcenos (olefinas)
H3C – CH = CH2 propeno
-C N -
Grupo éster
Grupo amida
Ésteres
Amidas
H3C – C – O – CH2 – CH3
H3C – C – NH2
O
acetato de etilo
etanamida
O O
aplicação. OS VIDROS
Vidro de quartzo Vidro sódico
Num cristal de quartzo, cada átomo Si está ligado por ligações covalentes a O
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OS NOVOS MATERIAIS
Os novos materiais estão cada vez mais presentes no nosso quotidiano: veja- Cermet: compósito usado em ferramentas de corte
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Outros materiais assumem papel de destaque em situações bem conhecidas, como por exemplo as jantes
de ligas leves nos automóveis, o MDF nos móveis, etc.
76 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
As simulações Gases perfeitos, Ligações intermoleculares e Modelos moleculares estereoscópicos fazem parte de
muitas outras disponíveis no espaço de simulação molecular para o ensino da Física e da Química Molecularium.
Podem ser exploradas em www.molecularium.net ou em http://www.12q.te.pt.
Os roteiros de exploração seguintes foram feitos a pensar nos alunos, podendo ser fotocopiados pelo pro-
fessor e distribuídos para exploração na aula ou em casa, individualmente ou em grupo. Algumas aplicações
carecem de Java V.M. ou de Flash Player.
77
3. Roteiro de exploração
1. Certifique-se de que a grandeza das variáveis, N, V e T é a menor
(o sinal deve preceder a indicação (N ) –, (V ) – e (T ) – respec-
tivamente). Caso não seja, faça clique nos quadros «em branco»
posicionados à frente das respectivas grandezas (o que deverá ser
feito após conclusão de cada um dos passos seguintes).
2. Verifique a influência do aumento da temperatura, clicando no qua-
drado que procede a indicação (T ) +, na pressão do gás, observando
o manómetro. De que forma variou a pressão do gás com o aumento
de temperatura? Que variáveis foram tidas como constantes? Que
lei se encontra inerente ao que acabou de constatar?
3. Manipule a grandeza das variáveis N e V em situações distintas da anterior, verificando a sua influência
na variação de pressão observada no manómetro (compare com a situação do passo 1 em termos de
grandeza de variação da pressão e justifique a diferença com base na lei dos gases ideais).
4. Verifique a influência do aumento do volume, clicando no quadrado que procede a indicação (V ) +, na
pressão do gás, observando o manómetro. De que forma variou a pressão do gás com o aumento de
volume? Que variáveis foram tidas como constantes? Que lei se encontra inerente ao que acabou de
constatar?
5. Manipule a grandeza das variáveis T e N em situações distintas da anterior, verificando a sua influência
na variação de pressão observada no manómetro (compare com a situação do passo 4 em termos de
grandeza de variação da pressão e justifique a diferença com base na lei dos gases ideais).
6. Verifique a influência do aumento da quantidade (em mol), n (de forma indirecta), clicando no quadrado
que procede a indicação (N) +, na pressão do gás, observando o manómetro. De que forma variou a
pressão do gás com o aumento de número de moles? Que variáveis foram tidas como constantes?
7. Manipule a grandeza das variáveis T e V em situações distintas da anterior, verificando a sua influência
na variação de pressão observada no manómetro (compare com a situação do passo 6 em termos de
grandeza de variação da pressão e justifique a diferença com base na lei dos gases ideais).
78 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
No espaço de simulação Ligações intermoleculares pretende-se que os alunos explorem situações resultan-
tes da aproximação a uma substância apolar ou polar de um corpo electrizado ou não, com inferência sobre
as interacções estabelecidas. Para algumas situações, poder-se-á visualizar a parte final da respectiva actividade
experimental em vídeo. Também existem vários vídeos de actividades experimentais com o objectivo
de mostrar a miscibilidade ou não de algumas substâncias com a água e sua inferência no tipo de ligações
características das substâncias envolvidas (iguais ou diferentes?).
É reservado um espaço de simulação para o tipo de ligações intermoleculares: dipolo instantâneo – dipolo
induzido. Neste espaço pretende-se que os alunos acompanhem a formação de interacções dipolo instantâneo –
dipolo induzido a partir de moléculas apolares.
3. Roteiro de exploração
15. Observe os restantes vídeos com a indicação: «Água com (...)», verifique se as substâncias são miscíveis
e mencione o tipo de ligações intermoleculares predominantes.
16. No espaço de simulação Ligações intermoleculares clique no botão «Ligações dipolo instantâneo –
dipolo induzido» e depois em «Simulação».
17. Preste atenção ao que é dito (poderá acompanhar o que é dito, lendo um texto em rodapé) e observe
na sucessão de imagens a diferença entre elas.
18. A que se referirão os sinais (+)? (seleccione a opção correcta)
A. Núcleos de átomos que constituem a molécula.
B. Representações de densidade de carga positiva.
C. Iões.
D. Poli-iões.
O programa Tabela Periódica consiste na exploração da Tabela Periódica de diferentes modos. A partir
desta aplicação, os alunos podem reconhecer a predominância de elementos metálicos na Tabela Periódica em
relação aos elementos não-metálicos, comparar os elementos metálicos e não-metálicos pelo tipo de iões que
predominantemente formam, verificar que aos elementos metálicos está associada baixa energia de ionização
e aos não-metálicos alta energia de ionização, etc.
3. Roteiro de exploração
2. Clique em (1) para visualizar a apresentação da Tabela Periódica, segundo o que seleccionara anterior-
mente.
13. Seleccione as restantes opções e visualize a Tabela Periódica com base na opção que indicou.
80 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
14. Com a Tabela Periódica na tela do seu computador, que elemento(s) vizinho(s) fazem parte do mesmo
período que o ferro? E do mesmo grupo?
15. Clique no elemento ferro e visualize um pequeno texto sobre a origem da palavra «ferro», o apareci-
mento do ferro e uma série de informação agrupada por links.
16. Clique na indicação «História» para ler o texto anterior na íntegra.
17. Clique na seta que permite retroceder, situada no rodapé.
18. Clique na indicação «Ocorrência» para informação sobre os principais minérios de ferro, entre outras.
As palavras a verde indicam possibilidade de visualizar fotografia(s) sobre o conteúdo a que se referem.
19. Manipulando as setas que se situam no rodapé, poderá recordar o texto anterior , regressar à pá-
gina Home do elemento ferro ou, então, dar seguimento contínuo a uma vasta série de infor-
mação agrupada segundo a ordem com que é apresentada na página Home deste elemento.
10. Com as propriedades do elemento ferro no computador, indique o número de orbitais d preenchidas
e preveja a configuração electrónica do manganésio, do cobalto e do ruténio.
11. Confirme a respectiva configuração, clicando por exemplo na indicação «Elemento» que consta
na página Home de cada elemento.
12. Atendendo a que atrás tomou conhecimento do(s) vizinhos(s) do elemento ferro no que respeita
ao grupo e período, preveja uma ordenação qualitativa do raio atómico destes elementos em relação ao
ferro. Proceda de igual forma para a energia de ionização.
13. Consultando a indicação «Atómicas» que consta na página Home dos elementos Fe, Mn, Co e Ru,
registe os valores do raio atómico, da primeira energia de ionização e da electronegatividade de Pauling
para cada um. Como variam? Compare os valores do raio atómico e da energia de ionização com o que
tinha previsto.
14. Consulte as indicações «Elemento» e «Atómicas» para um elemento metálico e um elemento não-
-metálico, por exemplo Na e S.
15. Compare os elementos pelo tipo de iões que predominantemente formam.
16. Qual dos elementos apresenta maior energia de ionização? E maior afinidade electrónica?
17. Na página Home da Tabela Periódica, seleccione o elemento Cério.
2. Objectivos do programa
O programa Modelos moleculares estereoscópicos consiste numa série de modelos moleculares para serem
visualizados em 3D. Para isso é necessário usar óculos para visão estereoscópica. Estes óculos podem ser
adquiridos, via Internet, por exemplo, em http://stereoscopy.com/reel3d/anaglyph-glasses.html, mas também
podem ser facilmente improvisados pelos alunos com cartão (ou armação de óculos antiga) e papel colorido
translúcido – celofane, por exemplo – azul e vermelho).
3. Roteiro de exploração
1. Passe o cursor do rato sobre a indicação «Acetato de etilo»; ao ver que existe uma hiperligação, faça
clique.
Que a matéria não seria contínua, mas constituída por unidades ou átomos, começou por ser uma hipótese
que remonta, pelo menos, ao tempo da Grécia Antiga, especialmente com os filósofos Leucipo (século V a.C.)
e seu discípulo Demócrito (ca. 460-370 a.C.), contra a opinião de Aristóteles (384-322 a.C.) e de Platão (427-
-347 a.C.).
Esta visão atómica da matéria foi adoptada filosófica e poeticamente pelo romano Lucrécio (95-53 a.C.),
mas só 17 séculos depois seria retomada por R. Boyle (1627-1691) e I. Newton (1642-1727), sendo apenas em
1803, com J. Dalton (1766-1844), que a teoria atómica se ligou fortemente à observação experimental. Dalton
elaborou a primeira lista de massas atómicas, numa escala em que tomava o hidrogénio para padrão. Postu-
lando que, durante uma reacção química, não se destroem nem se criam átomos, justificou a lei da con-
servação da massa durante as reacções, devida a A. Lavoisier (1743-1794).
A lei das proporções definidas, previamente estabelecida por um outro químico francês, J. L. Proust (1754-
-1826), ficou também racionalizada, já que cada composto seria formado sempre pelos mesmos átomos numa
relação constante. Igualmente concordante com a teoria, estava a lei das proporções múltiplas, devida ao pró-
prio Dalton. Um outro problema se colocava, entretanto, ao verificar-se que os «átomos» podiam combinar-se
e, no entanto, produzir o mesmo número de partículas. Presentemente temos dificuldade em compreender
a confusão que uma reacção simples como
pudesse ter causado; certo é que o conceito de molécula ainda não havia sido criado. O problema foi resolvi-
do pelo químico italiano A. Avogadro (1776-1850) em 1811, mas os benefícios só começaram a ser sentidos
50 anos mais tarde, com o trabalho de S. Cannizzaro (1826-1910).
Dalton e os seus contemporâneos consideravam o átomo como um objecto indivisível, tal como os filóso-
fos gregos Leucipo e Demócrito. Os trabalhos sobre descargas eléctricas através de gases a pressão reduzida,
iniciados por W. Crookes (1832-1919) em 1879, e finalizados com a determinação da relação carga/massa do
electrão por J. J. Thomson (1856-1940) em 1897, na Inglaterra, viriam a demonstrar que o átomo pode ser
dividido em partes de carga negativa e de carga positiva; a partícula de carga negativa, o electrão, apresentava-
-se comum a todos os átomos, mas a parte de carga positiva era diferente. Entretanto, em 1896, H. Becquerel
(1852-1908), em França, descobriu que os sais de urânio emitem radiações, assim se reforçando a ideia de que
os átomos não eram indivisíveis; a este fenómeno chamou radioactividade.
Em 1902, E. Rutherford (1871-1937) mostrou que um tipo de radioactividade – «radiações _» – era devida
a átomos de hélio carregados positivamente. Em 1910, H. Geiger e E. Marsden, discípulos de Rutherford,
estudaram os desvios experimentados pelas partículas _ ao bombardearem folhas de metal (ouro). Com base
nestas experiências, Rutherford concluiu que o átomo é constituído por um núcleo de carga positiva, o qual
concentra quase toda a massa do átomo num pequeno volume, rodeado por electrões. Por seu lado, o núcleo
seria constituído por partículas de carga positiva – depois chamados protões – conjuntamente com um certo
número de electrões, pensava-se então, de modo que a carga nuclear total fosse equilibrada pela dos electrões
extranucleares; o átomo de hidrogénio seria o único que não teria electrões no núcleo, mas apenas um protão.
83
Entretanto, em 1909, o americano R. Millikan (1868-1954) havia determinado a carga do electrão, permi-
tindo assim, também, conhecer-se a sua massa, uma vez que a relação entre carga e massa havia já sido deter-
minada por Thomson. Na continuação dos trabalhos de Thomson, F. Aston (1877-1946), determinando
massas atómicas com elevada precisão (pela técnica do espectrómetro de massa), descobriu, em 1919, que os
átomos de um mesmo elemento podem ter massas diferentes. Em 1920, Rutherford sugeriu que os núcleos
seriam constituídos por protões e partículas neutras, os neutrões, de massa aproximadamente igual à dos
protões; conforme o número de neutrões, assim átomos do mesmo elemento teriam diferentes massas.
Na verdade, em 1932, J. Chadwick (1891-1974), em Inglaterra, descobria o neutrão.
As experiências realizadas a partir de 1930 viriam a revelar a existência de muitas outras «partículas funda-
mentais» no Universo, além do electrão, protão e neutrão. A maior parte delas tem uma vida muito curta,
transformando-se rapidamente noutras entidades mais estáveis. Em muitos casos, a sua existência foi prevista
teoricamente, antes de serem detectadas experimentalmente. Assim, os mesões /, partículas de massa inter-
média entre as do protão e do electrão, constituíram objecto de uma hipótese em 1935, confirmada experi-
mentalmente em 1947. Entretanto, já em 1932 se havia descoberto o positrão, partícula com massa igual
à do electrão mas de carga positiva. O positrão e o antiprotão, descoberto em 1955 (este último, com a mesma
massa do protão e carga oposta) são exemplos de partículas de «antimatéria». São extremamente instáveis;
assim, duas antipartículas, como o electrão e o positrão ou o protão e o antiprotão, podem aniquilar-se
mutuamente, produzindo energia. Mas o facto de serem instáveis na parte do Universo que conhecemos não
significa que noutra parte não sejam porventura as formas dominantes.
Note-se, a finalizar esta breve perspectiva histórica, que a divisibilidade do átomo permite dar afinal alguma
razão aos filósofos gregos que, como Aristóteles e Platão, se opunham à ideia de partículas de matéria indivisí-
veis (átomos). Na verdade, existem provas de que os próprios protões e neutrões não são partículas simples,
mas constituídos por 3 quarks cada um. O protão é formado por 2 quarks de carga +2/3 e 1 quark de carga
–1/3; o neutrão é formado por 1 quark de carga + 2/3 e 2 quarks de carga –1/3.
Em meados do século XIX, com 59 elementos conhecidos, a pesquisa de semelhanças entre esse elementos
era intensa entre os químicos – reacções em que intervêm e propriedades físicas como o ponto de fusão, o
ponto de ebulição, a densidade – com vista à sua organização em grupos. Já antes, porém, no livro de Lavoisier
sobre os elementos (onde, no entanto, ele incluía a luz e o calor!), organizavam-se alguns elementos segundo
as suas propriedades. A ideia de elemento, em todos estes estudos, correspondia à que hoje temos para subs-
tância elementar.
Na Alemanha, Johann Döbereiner identificou conjuntos de três elementos com propriedades semelhantes
– tríadas – como, por exemplo, Cl, Br, I; Li, Na, K; Ca, Sr, Ba. O seu compatriota Lothar Meyer reconheceu
que o volume molar dos elementos era, aproximadamente, uma propriedade periódica da massa atómica.
Em Inglaterra, John Rowlands verificou que, organizados os elementos segundo a ordem crescente das suas
massas atómicas, para os primeiros 16 elementos conhecidos, as propriedades repetiam-se de 8 em 8: o número
2 (então, Li) semelhante ao número 10 (então, Na), o número 3 (então, Be) semelhante ao número 11 (então,
Mg), etc., tal como as oitavas em música. Na Rússia, Dmitri Mendeleev (1869) deu um importante passo
adiante em relação a estes estudos: deixou espaço em branco em alguns grupos de elementos, prevendo que
novos elementos seriam descobertos e antecipando, até, algumas das suas propriedades. Por exemplo, um
espaço por baixo de Si, no grupo de C, viria a ser preenchido com a descoberta do germânio, em 1884.
84 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
1808 – J. Dalton elaborou a primeira tabela de massas atómicas, atribuindo o valor 1 ao hidrogénio, com
base na hipótese de que os compostos são formados por elementos na proporção de um átomo de
cada um. Esta hipótese implicaria a fórmula HO para a água (em vez de H2O) e a fórmula NH
para o amoníaco (em vez de NH3). Como resultado, a massa atómica do oxigénio vinha próxima
de 8 (em vez de 16) e a do azoto próxima de 6 (em vez de 14).
1813 – O químico sueco J. J. Berzelius, baseando-se no pressuposto de que volumes iguais de diferentes
elementos gasosos tinham o mesmo número de átomos, determinou valores para as massas atómicas,
designadamente do oxigénio, azoto e cloro, que se verifica estarem muito próximos dos valores
correctos. Este resultado é devido ao facto, então ignorado por Berzelius, de que as moléculas
daqueles elementos tinham o mesmo número de átomos.
1819 – Os químicos franceses Dulong e Petit, analisando a tabela de massas atómicas de Berzelius, verifi-
caram, para a maioria dos casos, ser constante o produto da massa atómica pelo calor específico do
elemento. Isto permitiu corrigir algumas massas atómicas determinadas por Berzelius. Simultanea-
mente, Mitscherlich, atribuindo a mesma composição química a compostos que apresentavam for-
mas cristalinas idênticas, determinou mais algumas massas atómicas.
1858 – O químico italiano S. Cannizzaro, com base nos trabalhos de Gay Lussac e na sugestão, já avançada
por Avogadro em 1811, de que as moléculas dos elementos gasosos poderiam conter mais do que
um átomo, deduziu a atomicidade da molécula de hidrogénio, desenvolveu técnicas de determina-
ção de densidades de vapor e relacionou-as com as massas moleculares. Esta contribuição foi deci-
siva para a determinação de massas atómicas.
1919 – O físico inglês F. Aston determinou massas atómicas com elevada precisão por espectrometria
de massa.
1900 – O físico alemão Max Planck (1858-1947), para interpretar as características da luz emitida por
objectos, em função da respectiva temperatura, propôs que a energia radiante não era emitida em
quaisquer quantidades, mas apenas em certas quantidades bem definidas, múltiplas de um valor
mínimo h : «quantum» de energia.
1905 – O físico alemão, depois naturalizado americano, Albert Einstein (1879-1955), baseado nos estudos
de Planck para interpretar o efeito fotoeléctrico, propôs que era da própria natureza das radiações
electromagnéticas não se apresentarem com quaisquer valores de energia. Para um feixe de radia-
ções de frequência , as energias possíveis seriam E = nh , com n = 1, 2, 3, ..., conforme o número
de «partículas» de energia radiante (mais tarde chamadas fotões): dualismo onda-partícula.
1913 – O físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) estendeu a ideia da quantização da energia ao elec-
trão do átomo H, para interpretar o respectivo espectro de emissão descontínuo.
1923 – O físico americano Arthur H. Compton (1892-1962) descobriu o efeito que tem o seu nome, rela-
cionado com a interacção de raios X com electrões: o fotão X comporta-se como tendo, além
de uma energia h , um momento linear p = h/c = h/.
1924 – O físico francês Louis Victor, príncipe De Broglie (1892-1987), inspirado no trabalho de Compton,
estendeu a descrição onda-partícula para o fotão a qualquer partícula de momento linear p = mv,
a qual, «de certo modo», teria um comprimento de onda = h/p, tal como para o fotão.
85
1924 – Para o físico alemão Max Born (1882-1970), a «descrição ondulatória» dos electrões feita por
De Broglie não dispensava a necessidade de uma nova mecânica que começava então a ser esbo-
çada: Mecânica Quântica.
1925 – Werner Heisenberg (1901-1976), discípulo de Born, prosseguindo o trabalho do seu mestre, pas-
sou a representar as quantidades físicas por números complexos, num tratamento matemático que
viria a clarificar estabelecendo relações com as propriedades das matrizes.
1925 – O matemático inglês, de pai suíço, Paul Adrian Maurice Dirac (1902-1984) desenvolveu um novo
formalismo, equivalente ao de Heisenberg mas mais compreensível, baseado na Mecânica Clássica
através da introdução de um conjunto de postulados.
1925-26 – O físico austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961) estabeleceu uma abordagem ondulatória da
Mecânica Quântica, inspirada na teoria de De Broglie, depois de, inicialmente, ter considerado
disparatadas as ideias do físico francês. Ao princípio, a teoria de Schrödinger não foi bem aceite
nem por Heisenberg nem por Dirac, mas Born deu-lhe a sua aprovação avançando mesmo com
uma interpretação física para a função de onda ^ em termos de probabilidade. As reticências
de Heisenberg e Dirac à teoria de Schrödinger acabaram por se desvanecer quando, em 1926,
este demonstrou que a sua teoria era matematicamente equivalente às teorias de Heisenberg e
de Dirac. Começando com as equações de Heisenberg, que envolviam matrizes a representar
quantidades físicas, Schrödinger mostrou que cada uma destas podia ser representada por um
operador apropriado.
1926 – Para interpretar pormenores dos espectros atómicos e a importante experiência de Stern e Gerlach
(1921) (desdobramento de um feixe de átomos de prata por campos magnéticos não homogéneos),
W. Pauli e, independentemente, G. E. Uhlenbeck e S. Goudsmit propuseram uma nova «carac-
terística» para o electrão: spin.
1927 – Heisenberg identificou «observáveis incompatíveis» sempre que a propriedade comutativa da multi-
plicação se não verificasse para os respectivos operadores e formulou o célebre Princípio da Indeter-
minação, ou Princípio da Incerteza. Em particular, reconheceu que, se a posição de uma partícula
for determinada com elevado rigor, o respectivo momento linear fica sujeito a grande indetermi-
nação, e vice-versa.
1927 – Os físicos americanos C. Dawisson e L. Germer e o físico britânico G. P. Thomson obtiveram figuras
de difracção com feixes de electrões.
1928 – Dirac estabeleceu uma teoria mais completa – Mecânica Quântica Relativista – associando princí-
pios da Teoria da Relatividade à Mecânica Quântica. Em particular, a questão do spin ficou devida-
mente esclarecida.
1666 – Experiências por Isaac Newton com prismas de vidro, decompondo e recompondo a luz branca.
1752 – T. Melville observa cores vivas nos espectros de sais colocados em chamas.
1800 – Descoberta das radiações infravermelhas por J. Herschel, estudando o efeito térmico da luz invisí-
vel, aquém do vermelho, no espectro solar.
1801 – Descoberta das radiações ultravioletas por J. W. Ritter, estudando o efeito da luz invisível, além
do violeta, no escurecimento dos sais de prata.
86 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
1802 – Primeiro espectro solar utilizando uma fenda estreita para o feixe incidente num prisma, e primeira
observação de riscas negras no espectro solar, por W. Wollaston.
1817 – J. von Fraunhofer estuda as riscas negras com mais pormenor, usando um pequeno telescópio para
ver o espectro solar, e estende a observação à luz de outras estrelas e da Lua, registando algumas
diferenças.
1822 – J. Herschel utiliza o espectroscópio de Fraunhofer para estudos dos espectros visíveis de chamas
coradas e salienta a potencialidade do método em análise.
1823 – Fraunhofer cria a primeira rede de difracção, passando um arame fino entre dois parafusos, utili-
zando os respectivos sulcos.
1834 – D. Brewster (inventor do caleidoscópio) observa riscas de Fraunhofer quando luz branca atravessa
vários gases e refere o interesse do método em análise.
1852 – G. Stokes descobre o fenómeno de fluorescência e estabelece os fundamentos da análise espectral.
1853 – August Beer estabelece uma relação entre a absorção de luz por soluções coradas e a concentração
da solução.
1859 – G. Kirchhoff atribui as riscas negras no espectro solar à absorção de radiações pelos gases mais
exteriores (mais frios) da atmosfera solar, as mesmas radiações que os mesmos gases podem emitir
se excitados.
1861 – G. Kirchhoff e R. Bunsen descobrem o césio e o rubídio, através de novas riscas de cor azul e verme-
lha, respectivamente, detectadas com um espectroscópio. W. Crookes descobre o tálio, de modo
semelhante.
1862 – Fraunhofer introduz o conceito de «corpo negro» e estabelece a distribuição da respectiva intensi-
dade em função do comprimento de onda.
1868 – Pierre Janssen, ao estudar um eclipse do Sol na Índia, detecta uma nova risca amarela no espectro
solar, atribuída a um novo elemento: hélio.
1868 – Anders J. Ångstrom mede os comprimentos de onda de cerca de 1000 riscas de Fraunhofer, utili-
zando redes de difracção, e exprime-os em unidades de 10–10 m (1 Ångstrom).
1871 – Ångstrom mede os comprimentos de onda das 4 riscas conhecidas no espectro de emissão do
hidrogénio, obtido por descarga eléctrica através de H2.
1882 – W. Abney e E. R. Festing obtêm espectros de absorção de infravermelhos de mais de 50 compostos
e identificam bandas com certos grupos de átomos nas moléculas.
1885 – J. J. Balmer encontra uma fórmula que reproduz os valores dos comprimentos de onda do espectro
de emissão do hidrogénio.
1890 – Na linha da expressão de Balmer, J. Rydberg estabelece relações empíricas para os espectros de
emissão.
1937 – Os empresários R. S. Perkin e C. W. Elmer formam uma companhia que fabrica os primeiros
espectrómetros de infravermelhos para venda.
1945 – Os físicos americanos E. Purcell e F. Block descobrem o fenómeno de ressonância magnética
nuclear, dando origem à espectroscopia RMN.
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A palavra «ácido» (do latim «acidus», azedo) está associada ao sabor azedo comum a um certo número
de substâncias deste tipo. A palavra «base», primitivamente «alcali» (do árabe «al Kali», cinzas de plantas) é tida
como substância «anti-ácido» devido à capacidade de poder anular a acção dos ácidos. Outras propriedades são
conhecidas há muito. Em 1663, Robert Boyle detectou variações de cor provocadas pelos ácidos quando adiciona-
dos a certos extractos de plantas. Em 1774, Rovelle referia que as bases reagiam com os ácidos para formar sais.
Todavia, estes critérios primitivos para reconhecimento de ácidos e de bases não envolviam a formulação
de qualquer explicação ou interpretação dos efeitos observados. As primeiras tentativas neste sentido estão
ligadas aos trabalhos de vários cientistas na década 1770-80. Lavoisier, a partir da investigação da reacção de
certos óxidos com a água, definia ácido como um composto que contém oxigénio (daqui a designação de
oxigénio: gerador de ácidos). Em 1787, Berthollet sugeriu a hipótese de existirem ácidos sem possuírem oxi-
génio. A prova conclusiva foi dada, em 1810, por Davy, ao provar que o cloro era uma substância elementar
e não um óxido, e, consequentemente, que o cloreto de hidrogénio, cuja solução em água apresentava pro-
priedades ácidas, não continha oxigénio. Davy foi o primeiro a propor que um ácido era um composto que
continha hidrogénio. J. von Liebig definiu ácido como substância que contém hidrogénio que pode ser des-
locado por metais.
Em 1887, o químico sueco S. Arrhenius, na sequência dos seus trabalhos sobre condutibilidade eléctrica
de soluções, classificou como ácido qualquer substância capaz de originar iões de hidrogénio, H+, e iões nega-
tivos, em solução aquosa, e como base um composto capaz de fornecer iões hidróxido, OH–, e iões positivos
para a solução aquosa. Arrhenius reconhecia assim, e correctamente, que as características ácidas e básicas
numa solução derivam da presença dos iões H+ e OH–, respectivamente.
Embora os conceitos desenvolvidos por Arrhenius contribuíssem enormemente para o desenvolvimento da
Química no início do século XX, algumas dificuldades, contudo, surgiam. Uma delas ligava-se à natureza do ião
H+ (protão) em solução aquosa; uma outra consistia no facto de haver substâncias que, não contendo
o ião OH–, se comportavam como bases. O passo seguinte foi dado em 1923, com os trabalhos de J. N. Brönsted
e T. M. Lowry, que propuseram as seguintes definições: ácido, substância capaz de ceder iões H+, e base, substân-
cia capaz de aceitar iões H+. Esta teoria é válida em soluções nas quais o solvente seja outro que não água.
Ainda em 1923, e tendo a teoria da ligação química iniciado os primeiros passos, G. N. Lewis propôs
novos conceitos de ácido e de base de âmbito mais geral do que os de Brönsted-Lowry. Segundo Lewis, base
é qualquer espécie que, na ligação com outra, cede electrões (ligação dativa); esta outra espécie será um ácido.
Durante as férias da Páscoa de 1856, um jovem estudante de Química inglês, de 18 anos e de nome William
Perkin, lançou-se num projecto ambicioso: preparar artificialmente, no laboratório que tinha em casa de seus
pais, o quinino, que se extraía da casca de certas árvores da América como remédio para a malária.
Não conseguiu, o que não admira, pois os conhecimentos existentes na época não eram suficientes para per-
mitir qualquer sucesso a este projecto (só em 1944 se tornou possível a síntese laboratorial do quinino, ou quinina).
De facto, em vez do produto branco desejado, o que obteve foi uma massa negra. Ao tentar removê-la do frasco
da experiência com água e álcool, obteve uma inesperada cor púrpura. Fascinado por este resultado, que não
compreendia – sabe-se hoje que um dos reagentes utilizado (a anilina) continha, como impureza, uma outra
substância (a toluidina) –, logo lhe procurou uma aplicação prática: aquelas soluções de cor púrpura tingiam a
roupa. Estava fabricado o primeiro corante artificial para a indústria têxtil: mauveína. Até então, o único corante
púrpura conhecido era extraído de pequenos moluscos do Mediterrâneo, sendo, por isso, raro e muito caro.
O jovem Perkin registou a patente desta descoberta e, com a ajuda de seu pai, construiu uma fábrica para
a produção do corante, conseguindo desse modo uma grande fortuna. Entretanto continuou as suas investiga-
ções, que aumentaram o seu prestígio.
88 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
O Trabalho de Projecto supõe uma dinâmica que facilita a aquisição de competências muito importantes
para qualquer actividade profissional.
A – Relatório
Fazer um relatório não é mais do que fazer um «relato» escrito e organizado. Quem faz um relatório deve
ter o objectivo de explicar claramente a outros aquilo que se passou. É o professor quem determina ou aprova
os moldes do relatório a apresentar, embora a forma e a natureza do conteúdo do relatório devam ser natural-
mente compreendidos e adoptados pelos alunos participantes.
Não há regras rígidas para a estrutura de um relatório, embora haja tradições e requisitos que não se
devem ignorar. O valor de um relatório não está no seu tamanho, mas sim na sua objectividade, organização,
clareza de linguagem e, tanto quanto possível, na capacidade de induzir reflexão crítica e criativa. Pode haver
bons relatórios com poucas páginas... A título de exemplo, apresenta-se um conjunto de aspectos a ter em
conta na construção de um relatório.
Formatação – o tipo de letra convém ser discreto, com tamanho 11 ou 12 para o texto corrido e 14 para
títulos; é comum o espaçamento entre linhas ser 1,5 espaços; a página deverá ter margens grandes à esquerda
(3 cm ou mais) para que a folha, quando furada ou encadernada, se possa ler completamente.
Título – deve ser apelativo mas, simultaneamente, elucidar sobre o tema em desenvolvimento, podendo
fazer alguma referência ao processo usado (uma frase). O título pode estar incluído numa folha de rosto
do relatório. Esta folha deve ter letra maior do que o resto do relatório e será vantajoso se tiver uma ima-
gem alusiva ao trabalho. Da primeira página deve constar, além do título, o nome dos intervenientes, a
escola, o local e a data. A capa deve respeitar o gosto de cada grupo mas são desaconselhados abusos de
tipos, tamanhos e cores de letras.
Resumo – refere, de forma sucinta, o conteúdo do trabalho; indica a sua organização, as principais ferra-
mentas utilizadas e uma descrição muito breve do produto final; ocupa, tipicamente, dois a cinco parágrafos.
* Texto adaptado de 10 TIC, Paiva, J., Silva, F., Batista, C. e Cunha, F., Texto Editores, 2005.
94 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Introdução – justifica a escolha do tema. Podem ser apresentadas grelhas contendo a explicitação de
objectivos e as relações com outras disciplinas. Introduz o leitor naquilo que se vai relatar.
Processos utilizados – explica o que se fez e como foi desenvolvido o Trabalho de Projecto. A tabela de
distribuição e de calendarização de tarefas é um excelente ponto de partida para a escrita desta secção. Será
interessante explicar um pouco melhor que recursos informáticos (hardware e software) foram usados, bem
como as principais funções exploradas.
Caracterização do produto final – descreve pormenorizadamente o produto final, salientando as suas fun-
ções ou propriedades mais relevantes.
Conclusões e comentários – explicita se os objectivos propostos foram atingidos; revela dificuldades ou
impedimentos na concretização do projecto; refere, por exemplo, o quanto o trabalho poderá ter contribuído
para a aquisição de conhecimentos e competências. Apresenta indicações para algumas melhorias do processo
de desenvolvimento e/ou do produto final e dá sugestões para um aproveitamento futuro do trabalho.
Suporte digital do relatório – poderá acompanhar o relatório em papel um complemento digital off-line
e/ou uma página Web, contendo, nomeadamente, a aplicação produzida no contexto do trabalho.
B – Apresentação de um projecto
Os projectos podem ser apresentados usando diversos meios e configurando formatos variados. A forma
mais habitual de apresentar um Trabalho de Projecto é a exposição oral, acompanhada por uma projecção
usando um videoprojector.
Pode ser construída uma apresentação em PowerPoint, contendo alguns parágrafos relevantes que comu-
niquem aspectos a salientar do processo de trabalho e/ou do produto final. É bom não usar grandes manchas
de texto nos diapositivos. O PowerPoint tem a vantagem de ter alguma animação visual e sonora, mas tem
a desvantagem de não permitir a visualização simultânea com a projecção do produto final em funcionamen-
to. Uma apresentação deve ser bem cuidada. Independentemente dos talentos pessoais, ou do grupo, para
falar, é sempre possível optimizar a forma como se apresenta um Trabalho de Projecto. Antes de realizar uma
apresentação devem estar bem definidos os objectivos a atingir, deve recolher-se a informação relevante e
deve planear-se criteriosamente a sessão. Apresentam-se, em seguida, algumas sugestões individuais que se
podem transferir de forma prática também para o grupo, no seu conjunto.
Recolher informação
– Quem é a audiência? Que características tem? – Para quantas pessoas se irá falar?
– Onde se vai falar? – De que recursos se disporá?
– O que sabem já? – Quanto tempo se terá para falar?
Planear a intervenção
– Dispor os assuntos numa sequência lógica;
– distinguir e planear o começo e o fim;
– planear o que se dirá em cada secção;
95
C – Balanço / avaliação
O balanço de todo o trabalho desenvolvido é muito importante não só para quem o desenvolveu como
também para os colegas e até para o professor, pois permite realçar os aspectos marcantes e dar conta de
outros a evitar em situações futuras.
O balanço acaba por ser uma avaliação global dos processos e do produto. Essa tarefa pode estar facilitada
no caso de existirem os registos das opiniões dos colegas aquando da apresentação ou da utilização do produto.
Depois da conclusão do Trabalho de Projecto, sugere-se que o grupo reflicta sobre os seguintes tópicos:
– O tema foi interessante? Foi útil?
– Permitiu aprender coisas novas?
– Gostaram de desenvolver o Trabalho de Projecto?
– Conseguiram a colaboração de outros professores?
96 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Temáticas*
• A química da água
• A química da alimentação
• A educação do consumidor
• A equação risco/benefício na química
• A evolução química na Terra e a origem da vida
• A evolução química no Espaço e a origem da vida
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* A colocação destas entradas num motor de busca como o Google conduz, na maioria dos casos, a sítios de Internet que podem
conter muita informação digital complementar interessante. Esta informação deve sujeitar-se ao sentido crítico de alunos e professores
e, sendo usada nos trabalhos, ser devidamente citada.
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Complexos com
Ião complexo K f (25 oC) Kf*
ligando: EDTA
1. Todos os sais de metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs) são muito solúveis.
3. Todos os nitratos, NO 3–, cloratos, ClO 3–, e percloratos, ClO4–, são muito solúveis.
4. A maioria dos hidróxidos, OH–, são insolúveis. A excepção são os hidróxidos de metais alcalinos e o hidróxido
de bário, Ba(OH) 2, que são muito solúveis. O hidróxido de cálcio é medianamente solúvel.
5. A maioria dos cloretos, Cl–, brometos, Br– e iodetos, I–, são muito solúveis. As excepções são os sais destes
aniões contendo Ag+, Hg22+ e Pb2+.
6. Todos os carbonatos, CO 32–, fosfatos, PO 43– e sulfuretos, S2–, são pouco solúveis. As excepções são os sais
referidos em 1 e 2.
7. A maioria dos sulfatos, SO42–, são muito solúveis. Os sulfatos de cálcio, CaSO4, e de prata, Ag2SO4, são media-
namente solúveis. Os sulfatos de bário, BaSO4, mercúrio (II), HgSO4, e de chumbo, PbSO4, são pouco solúveis.
100 • Caderno de Apoio ao Professor 12 Q
Tabela 3 Constante de produto de solubilidade, Ks, para alguns sais pouco solúveis, a 25 oC
Alumínio Cobre
Cálcio Ferro
Chumbo Magnésio
12. Bibliografia
Nota: Parte das referências bibliográficas indicadas constam do Programa curricular para o 12.o ano da
disciplina de Química.
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