Precussores: Wiliam Thomas, Gabriel Tarde, F. B. Skinner Contexto histórico: New Deal de Roosvelt - do liberalismo para o intervencionismo keynesiano pós primeira guerra Marcos conceituais: • Crime do colarinho branco, com o crescimento do controle da atividade empresarial ensejada pelo New Deal • Superação do biologismo positivista: criminalidade na perspectiva social-comportamental • O ser humano aprende a conduta desviada e associa-se com referência nela Bases teóricas: o processo de comunicação é determinante para a prática delitiva: 1. O comportamento criminal é um comportamento aprendido 2. O comportamento criminal é aprendido mediante a interação, resultante de um processo de comunicação 3. A parte decisiva do processo de aprendizagem ocorre no seio das relações sociais mais íntimas do indivíduo 4. O aprendizado inclui a técnica se cometimento do delito e a orientação específica das motivações, impulsos e atitudes correspondentes 5. A direção dos motivos se aprende com as definições favoráveis ou desfavoráveis aos códigos legais 6. Uma pessoa se converte em delinqüente quando as definições favoráveis à violação da norma superam as desfavoráveis - por isso tal processo se chama associação diferencial 7. As associações diferencias podem variar em frequência, duração, prioridade e intensidade 8. O conflito cultural é a causa da associação diferencial e do comportamento criminoso sistemático 9. A desorganização social é a causa básica do comportamento criminoso sistemático Nova categoria: “criminosos do colarinho branco” - pessoas de quem não se espera a prática de certos crimes • Aspectos do crime de colarinho branco: 1. É um crime 2. Cometido por pessoas com elevado estatuto social 3. Praticado no exercicio da profissão 4. Ocorre como uma violação de confiança Conclusões: • É uma espécie delitiva tratada com especial brandura • A partir deles, não se pode mais identificar a delinqüência com a “anormalidade” (Lombroso, Ferri, Garófalo) • questiona-se a ligação do crime com os estratos sociais periféricos, com base na pobreza ou falta de interação social Formulações posteriores: • Estímulo do reforço como determinante: a imitação tem força poderosa sobre o crime Relevância: 1. A teoria da associação diferencial tem o grande mérito de ampliar a crítica ao fenômeno criminal como exclusivamente biológico - explicação onicompreensiva e macrossocial do fenômeno delitivo 2. A teoria do crime do colarinho branco preconiza o foco na criminalidade dos poderosos e a forma diferenciada com a qual os tratava a justiça penal 3. A responsabilização penal da pessoa jurídica Críticas: 1. Desconsideração da incidência de fatores individuais de personalidade na associação e demais processos psicossociais 2. Certa simplificação na reconstrução mecânica do processo de aprendizagem 3. A teoria desatende as diferentes aptidões individuais para a aprendizagem 4. Não resulta eficaz para explicar a conduta individual dos agentes
2. TEORIA DA ANOMIA
Teóricos: Émile Durkheim, Robert Merton
Precussores: Hebert Spencer, G. Jakobs, N. Luhmann Contexto histórico: Teorias funcionalistas (organicistas) - tentativa de transpor as noções desenvolvidas nas ciências biológicas para a análise sociais Marcos conceituais: • A “máquina social” deve encontrar meios de autopreservação. Quando isso não ocorre, tem-se adisfunção • O estudo da disfunção se dá não por suas causas, mas sim pelo exame de suas consequências exteriores • As teorias funcionalistas são conservadoras, posto que não vão às raízes do problema Bases teóricas: anomia no pensamento de Durkheim: • “Da divisão do trabalho social” - forma anômica da divisão do trabalho social consistia na ausência de um corpo de regras governando as relações entre as funções sociais • “O suicídio" - a anomia constitui uma das causas do suicídio. Uma ausência ou desintegração das normas sociais 2. Três diferentes ideias de anomia: • A situação existente de transgressão das normas por quem pratica ilegalidades • A existência de um conflito de normas claras, que torna difícil a adequação do indivíduo aos padrões sociais • A ausência de normas sociais de referência que acarreta uma ruptura dos padrões sociais de conduta, produzindo uma situação de pouca coesão social Conceito de anomia em Durkheim: ideia da consciência coletiva ou comum: 1. Difusa em toda a extensão da sociedade 2. Independe das condições particulares em que os indivíduos estão colocados, pois transcende a estes 3. Comporta, de acordo com as sociedades, maior ou menor extensão ou força: • “Solidariedade mecânica”: é uma solidariedade por semelhança, pois os homens diferem pouco uns dos outros. É típica das sociedades arcaicas • “Solidariedade orgânica”: é uma solidariedade baseada no individualismo e emacie de dependência e de troca criados por uma complexa diferenciação, funcional. É típica das sociedades contemporâneas 4. Preocupação com as formas patológicas da divisão do trabalho, acompanhada por coordenação imperfeita das partes, a redução da solidariedade social e conflitos entre as classes sociais Conclusões: • Haverá anomia sempre que os mecanismos institucionais reguladores do bom gerenciamento da sociedade não estiverem cumprindo seu papel funcional • O crime é um fenômeno normal de toda estrutura social. Torna-se preocupante quando ultrapassa certos limites, passando a ser negativo para o desenvolvimento da estrutura social • O fato criminoso só terá relevo quando atingir a consciência coletiva na sociedade • A função da pena é satisfazer a consciência comum, ferida pelo ato cometido por um dos membros da coletividade O pensamento de Robert Merton: retoma a ideia de anomia 1. Hipótese central: o comportamento aberrante pode ser considerado sociologicamente um sistema de dissociação entre as aspirações culturalmente prescritas e os caminhos socialmente estruturados para realizar tais aspirações 2. O cometimento do crime decorre da pressão da estrutura cultural e das contradições desta com a estrutura social: • Estrutura cultural - o conjunto de valores normativos que governam a conduta comum dos membros de uma seterminanda sociedade ou grupo • Estrutura social - o conjunto organizado de relações sociais, no qual os membros da sociedade estão implicados de várias maneiras 3. Os cinco tipos de adaptação individual: • Conformista - em uma sociedade estável, é o tipo mais comum. Há conformidade tanto com os objetivos culturais como com os meios institucionalizados • Ritualista - atua renunciando aos objetivos valorados por ser incapaz de realizá-los. Contudo, as normas institucionais são compulsivamente seguidas • Retraimento - renúncia a quaisquer objetivos, não se ajustando às normas institucionais • Inovação - a delinqüência propriamente dita (anômica), ascensão social por mediante meios legalmente proibidos • Rebelião - inconformismo e revolta. Refuta os padrões vigentes, propondo o estabelecimento de novas metas e a intitucionalização de novos meios para atingi-las Relevância: 1. Desmistifica a conduta delituosa como uma anormalidade 2. As condutas desviantes permitem à sociedade definir com mais precisão sua ordem moral (consciência coletiva) 3. O conceito de função como a ideia de que o crime não é um fato isolado, mas que deve ser considerado dentro de um sistema Críticas: 1. Parte-se do falso e indemonstrável pressuposto do consenso coletivo original 2. Não pressupõe a possibilidade de crítica à sociedade competitiva, mas sim a integração do indivíduo a essa sociedade 3. Teoria intrinsecamente conservadora