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“Crimes Contra a Ordem Tributária”

João Daniel Rassi


LEI 8.137/90
QUESTÕES PRELIMINARES

■ Disposições constitucionais
■ Dado histórico:
PERGUNTA-SE: A EXISTÊNCIA DE CRIMES
CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA NÃO IMPLICA
EM PRISÃO POR DÍVIDA? Não, na medida em
que há fraude.
■ constitucionalização do direito

■ Vinculação entre a forma e o regime de governo


e o direito penal:
■ Importância do tema: a chamada “inflação
legislativa” penal
■ Lei penal em branco: o complemento deve vir de
atos normativos.
■ Divisão dos crimes contra a ordem tributária:
- Crimes praticados por particulares (art. 1º e 2º);
- Crimes praticados por funcionários públicos (art. 3º)
■ É necessário que se aguarde o término do
procedimento administrativo fiscal para propor
ação penal relativa à supressão ou redução de
tributo?
Sumula vinculante n. 24: "Não se tipifica crime
material contra a ordem tributária, previsto no artigo
1º incisos I a IV da lei 8.137/90, antes do lançamento
definitivo do tributo."
■ O pagamento do tributo extingue a
punibilidade?
► Lei nº 8.137/90, art. 14:

Art. 14: Extingue-se a punibilidade dos crimes


definidos nos arts. 1° a 3° quando o agente promover
o pagamento de tributo ou contribuição social,
inclusive acessórios, antes do recebimento da
denúncia;
► Ocorre que o art. 14 da Lei n. 8137/90 foi
revogado pela Lei n. 8.383/91, art. 98. Obs.: por
longo período, permitiu-se a ultratividade do art.
14 em face de sua revogação pela Lei nº 8.383/91.

► Daí surge a Lei nº 9.249/95, art. 34: referente a


tributos com vencimentos até dia 29 de fevereiro
de 2000 (Lei do Imposto de Renda).
Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes
definidos na Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de
1990, e na Lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965,
quando o agente promover o pagamento do tributo
ou contribuição social, inclusive acessórios, antes
do recebimento da denúncia.
■ a partir daqui foram aprovadas novas leis (Leis
9.964/00, 9.983/00 e 10.684/03) e houve mudança
na matéria sobre o parcelamento, o que alterou
inclusive a jurisprudência.

► Lei nº 9.964, de 10.4.00 (LEI DO REFIS –


Programa de recuperação fiscal): referentes a
tributos com vencimento até dia 29 de fevereiro de
2000.
“Art. 15. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes
previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e
no art. 95 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, durante o período em
que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes
estiver incluída no Refis, desde que a inclusão no referido Programa tenha
ocorrido antes do recebimento da denúncia criminal.
§ 1o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão
da pretensão punitiva.
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se, também:
I – a programas de recuperação fiscal instituídos pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios, que adotem, no que couber, normas
estabelecidas nesta Lei;
II – aos parcelamentos referidos nos arts. 12 e 13.
§ 3o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo
quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento
integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive
acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento antes
do recebimento da denúncia criminal.
► Lei nº 9.983, de 14.7.00:

inseriu no CP os novos crimes de apropriação


indébita previdenciária (art. 168-A) e de
sonegação de contribuições previdenciárias
(art. 337-A), dando novo tratamento ao
parcelamento e ao pagamento do débito.
► Lei nº 10.684/03 (Refis II)referia-se a débitos com vencimento até
dia 28 de fevereiro de 2003.
Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos
crimes previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro
de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em que a pessoa
jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída
no regime de parcelamento.
§ 1o A prescrição criminal não corre durante o período de
suspensão da pretensão punitiva.
§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo
quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o
pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições
sociais, inclusive acessórios.
■ Refis da crise: O REFIS da crise, criado pelo Legislativo, fruto da conversão da Medida
Provisória nº 449, de 04/12/2008 e Emendas inseridas no Texto Original, foi sancionado pelo
Presidente da Republica, na Lei 11.941, de 27 de maio de
2009, publicada no Diário Oficial de 28.05.2009.

Art. 67. Na hipótese de parcelamento do crédito tributário antes do oferecimento da denúncia, essa
somente poderá ser aceita na superveniência de inadimplemento da obrigação objeto da denúncia.
Art. 68. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1o e 2º
da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
de dezembro de 1940 – Código Penal, limitada a suspensão aos débitos que tiverem sido objeto de
concessão de parcelamento, enquanto não forem rescindidos os parcelamentos de que tratam os
arts. 1o a 3o desta Lei, observado o disposto no art. 69 desta Lei.
Parágrafo único. A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão
punitiva.
Art. 69. Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no art. 68 quando a pessoa jurídica
relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e
contribuições sociais, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento.
Parágrafo único. Na hipótese de pagamento efetuado pela pessoa física prevista no § 15 do art. 1o
desta Lei, a extinção da punibilidade ocorrerá com o pagamento integral dos valores
correspondentes à ação penal.
“Art. 83. ...........................................................
§ 1o Na hipótese de concessão de parcelamento do crédito tributário, a
representação fiscal para fins penais somente será encaminhada ao Ministério
Público após a exclusão da pessoa física ou jurídica do parcelamento.
§ 2o É suspensa a pretensão punitiva do Estado referente aos crimes previstos
no caput, durante o período em que a pessoa física ou a pessoa jurídica
relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no parcelamento,
desde que o pedido de parcelamento tenha sido formalizado antes do
recebimento da denúncia criminal.
§ 3o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da
pretensão punitiva.
§ 4o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no caput quando a pessoa
física ou a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral
dos débitos oriundos de tributos, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de
concessão de parcelamento.
§ 5o O disposto nos §§ 1o a 4o não se aplica nas hipóteses de vedação legal de
parcelamento.
§ 6o As disposições contidas no caput do art. 34 da Lei no 9.249, de 26 de
dezembro de 1995, aplicam-se aos processos administrativos e aos inquéritos e
processos em curso, desde que não recebida a denúncia pelo juiz.” (NR)
Pergunta: O que são crimes
societários?
■ Denúncia genérica:
■ erros de tipo e erro de proibição
nos crimes tributários
■ Competência.
Pergunta: Quando um ilícito tributário configurará crime?

Pergunta: pratica crime contra ordem tributária o advogado parecerista


em matéria tributária? (ver item seguinte: Elisão fiscal e evasão fiscal).

Pergunta: Qual o bem jurídico protegido nos chamados crimes contra


ordem tributária?

■ Princípio da insignificância: tem sido aplicado nos crimes contra a


ordem tributária. O STJ era contra, mas o STF a favor. Agora o STJ
adotou o entendimento do STF com base no art. 20 da Lei n. 10.522, de
2002 – com a redação dada pela Lei n. 11.033, de 2004, que estabelece
uma espécie de perdão fiscal para pequenos devedores. Até então o
limite utilizado pelo STJ era de R$ 100.00.
João Daniel Rassi
rassi@siqueiracastro.com.br

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