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Xª VARA DE TÓXICOS
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Autor: Delegacia X
Cuida-se de Auto de Prisão em Flagrante figurando como presos Carlos Henrique Fulano e
Maria Eduarda Cicrana, conduzidos pela prática dos crimes tipificados nos artigos 33 da Lei
11.343/2006.
FUNDAMENTO E DECIDO.
Analisando os autos, vislumbro que, por ora, não se impõe a concessão de liberdade
provisória, uma vez que, em juízo preliminar, encontram-se presentes os elementos que
autorizam a decretação da prisão preventiva. Vejamos.
Os réus foram presos em 10/04/2017 quando Fernando F. e Luis L., moradores da rua X,
avistaram os réus em atitude suspeita na esquina dessa mesma rua. Chamaram a Polícia
Militar que chegou após 15 minutos. Quando os policiais foram em direção a eles os réus
começaram a correr e, de acordo com as testemunhas (Fernando F. e Luis L.), jogaram um saco
plástico aparentemente cheio em um terreno baldio próximo enquanto fugiam. Após
alcançarem os réus, um dos policiais retornou ao terreno baldio e recolheu o saco que
continha substâncias que aparentemente eram drogas ilícitas (maconha e cocaína).
Entendo também que está presente o periculum libertatis nos termos do art.312. Primeiro, em
razão da conveniência da instrução criminal, tendo em vista que a testemunha, arrolada pelo
MP na denúncia, Fernando F. alegou que acredita já ter visto o réu Carlos Henrique
anteriormente na sua rua, temendo que em liberdade este possa ameaçar a sua integridade
física ou até mesmo sua vida.
Além disso, fica clara a necessidade de prisão para garantia de ordem pública, vez que Carlos
Henrique possui um processo penal de roubo tramitando na Xª Vara Criminal, o que evidencia
clara tendência a prática de delitos, prestando-se a prisão para evitar a reiteração criminosa. Já
Maria Eduarda, apesar de ser primária e não possuir maus antecedentes, estava em sua
companhia e alegou em sede de interrogatório no inquérito policial que é muito amiga de
Carlos Eduardo e sempre andam juntos o que demonstra estar ela acostumada a conviver com
pessoas que pertencem ao mundo da criminalidade. Além disso, alegou, também em sede de
interrogatório policial, já ter sido detida quando tinha 15 anos por uso de maconha, tendo sido
posta em liberdade logo em seguida. Alegou que era usuária de maconha, mas parou há 6
meses.
Além disso, destaque-se que apenas Carlos Eduardo apresentou comprovante de residência,
mas não comprovou possuir trabalho lícito ou qualquer outro tipo de ocupação lícita, o que
indica que o tráfico de drogas pode ser sim sua fonte de subsistência. Maria Eduarda, por sua
vez, não apresentou comprovante de residência e alegou ser sustentada pelo seu pai que,
além disso, sustenta sua filha menor de idade.
No caso vertente, portanto, a representação oferecida pelo MP merece ser acolhida, uma vez
que os elementos colacionados ao APF demonstram a necessidade de segregação cautelar de
todos os conduzidos.
Oficie-se ao juízo da Vara Criminal onde Carlos Eduardo responde ação penal para a ciência da
prisão.
XXXXXXX
Juiz de Direito
QUESTÃO:
Dois meses após essa decisão (28 de junho de 2017) vocês são chamados para atuar como
advogados/as de ambos os réus.
Neste momento a denúncia já foi recebida e a resposta à acusação entregue no prazo correto
por ambos os réus, que estavam assistidos anteriormente por outro advogado. A audiência de
instrução e julgamento foi marcada para 10/10/2017.
Carlos Henrique Fulano foi aprovado em uma faculdade e deseja cursá-la. Além disso, foi
absolvido do crime de roubo (art.157) que tramitava na Xª Vara Criminal.
Usando esses dados e os elementos que aparecem na decisão interlocutória acima, redija uma
peça pedindo a revogação da prisão preventiva para ambos os acusados na qualidade de
seus/suas advogados/as.