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RESENHA CRÍTICA - NATUREZA E TAREFA DA ESTÉTICA

No texto, o autor nos afirma que para explicar o significado de "estética" não poderá fazer
grandes avanços partindo da etimologia do termo. O conceito de estética foi pensado, tendo
como ponto de reflexão o surgimento da arte moderna. Essa vertente considerava que o belo, no
sentido clássico, não era mais objeto da arte. Nesta reflexão, a beleza não estaria no objeto, mas
no resultado da arte.
No seu pensamento sobre estética, Pareyson mostra que a filosofia não traz normas, mas
sim especulações que emergem da experiência estética, ou seja, faz uma reflexão sobre os
problemas da beleza e da arte. Nesse sentido, a estética não terá normas. Ela se servirá da poética
e da crítica para direcionar normas e regras à arte.
O autor nos fala que "a estética é e não pode deixar de ser filosofia", por manter sua
autonomia de reflexão sobre a experiência estética. É partindo da experiência sempre aberta e
histórica que a filosofia se renova continuamente estimulada pelos problemas que ela faz surgir
da experiência. Nesse sentido, o autor afirma que a natureza da estética é ampla, na medida em
que não é normativa, como o faz a poética. A estética abre a discussão sobre a relação do leitor
com a obra, para alcançar por meio da experiência estética conclusões teóricas universais.
Segundo Pareyson a estética ainda não é normativa. Ela especula sobre a experiência
concreta da arte, e precisa da poética para normativizar e tornar explícito as leis e regras de
determinada arte.
No que se refere ao caráter concreto da estética, o autor fala da relação da estética com a
experiência concreta e afirma que elas caminham inseparavelmente unidas, de forma que a
especulação sem firmeza na experiência é uma abstração e ao mesmo tempo, pode-se dizer que a
análise dos objetos sem aprofundar na filosofia, torna-se uma descrição do objeto de estudo.
Para Luigi Pareyson o trabalho da estética não é o de estabelecer critérios de análise para
o crítico, mas, à medida que analisa os critérios usados pela crítica, revela uma reflexão que
serve ao crítico e acaba por interferir no seu trabalho e no do artista. Estética e teoria da arte
também são distintas, uma vez que a teoria desenvolve normas e regras para a arte.
O autor menciona sobre a diferença entre crítica e poética ao falar que a "a poética é
designada num código de normas e preceitos, e a crítica é governada por um método declarado",
logo a própria obra é "portadora de índice do próprio valor para o qual exige e solicita
reconhecimento". Ao distinguir estética e poética, o autor diz que a estética não pode transformar
em divergência filosófica as batalhas que as diversas poéticas travam ao longo do tempo, uma
vez que não se pode contrapor filosoficamente questões de arte, pois elas diferenciam no plano
do gosto do sujeito. A filosofia especula sobre tudo, enquanto que a estética especula sobre a
expressão artística.

BIBLIOGRAFIA: PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. In: ___. Natureza e tarefa


da estética. São Paulo: Martins Fontes, 2001. Cap. 1, p. 11-19.

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