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Há uma aparente confusão entre "é fascista" e "não é fascista" porque é um termo que é
usado de forma muito ampla e até banalizada, sendo que é difícil caracterizá-lo, pois
fica difícil dizer que existe apenas "um" fascismo. Então vamos lá. Vale a pena criar
aqui uma diferenciação entre "fascismo" e "nazismo", o fascismo italiano era uma forma
radical de estatismo e o fascismo alemão, que ficou conhecido como nazismo, era
balizado por teorias raciais que caracterizavam o povo ariano como raça superior,
apresentando um virulento antissemitismo, como sabemos.
Alguns pontos importantes que podem nos ajudar a chegar a uma definição mais
próxima do que seja o fascismo e que nos ajudariam a classificar o deputado Jair
Bolsonaro, provém de Andrew Heywood:
O fascismo é muitas vezes associado ao socialismo, o que é sem dúvida uma tentativa
de se obter apoio dos trabalhadores que se viam diante da revolução, o que quase
ocorreu na Alemanha em 1918, porém, apesar da clara distinção entre a ideologia
socialista e fascista nos levando ao ponto se situarmos ambos como opostos, porém há
simplesmente um elemento comum que seria o discurso anticapitalista, embora um se
situa apenas no discurso e o outro traga esse anticapitalismo para a prática
revolucionária, tais como o anticapitalismo, embora este se fizesse sob uma ótica de
subornar as grandes corporações aos interesses do estado, ao mesmo tempo em que
substitui a gestão do estado pela gestão da iniciativa privada, diminuindo impostos e
favorecendo o desenvolvimento industrial: "Tudo no Estado, nada contra o Estado, e
nada fora do Estado". Além disso dentro da questão econômica as privatizações
ocorridas durante governos abertamente fascistas seguiam em direção corporativismo,
indo contra noções de entreguismo, isto é, contra o imperialismo de outros países, em
um exemplo, temos a Alemanha, aliada de sua burguesia nacional com vistas às
riquezas de banqueiros judeus traria grandes lucros para uma enormidade de grandes
empresas, tais como "BMW, Fiat, IG Farben (Bayer), Volkswagen, Siemens, IBM,
Chase Bank, Allianz, entre outros grupos de mídia, que financiaram esses regimes com
o objetivo de frear o avanço do socialismo soviético na Europa". A isso é possível
acrescentar, a questão da naturalização das desigualdades, como visto acima em meio ao
darwinismo social, em total oposto ao ideário socialista.
FONTES:
Heywood, Andrew. Ideologias políticas: Do liberalismo ao fascismo. São Paulo: Ática,
2010.