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ATOS NORMATIVOS
Os atos normativos têm por característica a sua similaridade com as
características da lei. São, portanto, atos administrativos dotados de generalidade e
abstração, atingindo da mesma forma todas as pessoas que se encontrem em
determinada situação. Os atos normativos não se dirigem a um caso concreto
específico, nem a destinatário previamente definido.
Vale lembrar que, apesar de terem estrutura semelhante à das leis, com elas
não se confundem, pois são normas jurídicas secundárias, isto é, não podem inovar
no mundo jurídico; ficam impossibilitadas de criar direitos e deveres.
Os exemplos mais recorrentes são os decretos e regulamentos, que têm por
objetivo conferir aplicabilidade às leis, possibilitando a sua fiel execução.
Em regra, os atos normativos não permitem a interposição de recurso
administrativo, tendo em vista que não são formulados para atingir diretamente um
caso concreto, mas apenas formular previsão abstrata. O mesmo se diga em relação
ao controle judicial, pois somente poderá a norma ser atacada, quando vier a produzir
seus efeitos em determinado caso individualizado. Nesta última hipótese, se poderá
fazer o controle judicial de legalidade do ato administrativo.
ATOS ORDINATÓRIOS
Os atos denominados ordinatórios têm por objetivo promover a ordenação do
funcionamento da atividade administrativa. Por isso, essa espécie os atos
administrativos têm como destinatários os próprios servidores públicos, como
decorrência do poder hierárquico.
Nota-se que os atos ordinatórios não atingem direitos dos administrados,
sendo, portanto, atos interna corporis.
ATOS NEGOCIAIS
A principal característica que pode ser atribuída aos atos negociais é a
existência de outra manifestação de vontade, além da proferida pela Administração.
Em outras palavras, nos atos negociais a Administração Pública, em atendimento a
requerimento formulado pelo particular, presta anuência para que este realize
determinada atividade ou exerça um direito.
É possível vislumbrar, portanto, que nestes atos há uma dupla participação
de vontades, entre o particular e a Administração, fazendo com que o ato não tenha
os atributos da coercibilidade, imperatividade e autoexecutoriedade.
É necessário um alerta, para que não se confunda os atos negociais com os
contratos administrativos. Nos atos, o ato mantém sua unilateralidade pela
Administração, cuja manifestação foi provocada pela vontade do particular. Nos
contratos, entretanto, há bilateralidade: o ato surge com o encontro das vontades do
particular com a da Administração.
É frequente a subdivisão dos atos negociais em vinculados e discricionários e
em definitivos e precários. Os nomes são autoexplicativos: os vinculados conferem
ao particular determinado direito subjetivo, mediante requerimento e a
demonstração do preenchimento dos requisitos legais. Por reconhecerem direito
subjetivo do particular, são considerados atos definitivos, caracterização que,
entretanto, não afasta a possiblidade de sua anulação em razão da constatação de
alguma ilegalidade. A definitividade decorre, assim, da impossibilidade de sua
revogação.
Nos discricionários, por seu turno, a anuência da Administração não é adstrita
aos termos legais, sendo a decisão tomada por critérios de oportunidade e
conveniência. Nessa hipótese, o ato será também considerado precatório, ou seja, é
passível de revogação pelos mesmos critérios, sem que haja direito a indenização
por isso.
Cabe destacar que, a autorização para uso de bem público e a permissão para
a mesma finalidade guardam muitas semelhanças. Ambos os atos são discricionários
e precários e têm por objetivo o consentimento do Poder Público para a utilização de
bem público.
O traço distintivo entre os dois institutos está no interesse prevalente: na
autorização, a utilização do bem público se dá em benefício, principalmente, do