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PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
A presunção de legitimidade pressupõe que o ato administrativo foi praticado
devidamente de acordo com as normas legais. Trata-se de garantia necessária ao
exercício da função administrativa, pois, do contrário, caberia à Administração no
desenvolvimento de suas atividades demonstrar que seus atos são legais e verídicos,
inviabilizando a realização do interesse público.
Esse atributo se desdobra em duas consequências: o ato administrativo possui
presunção de legalidade, como dito, de que foi expedido em conformidade com os
ditames legais; e a presunção de que os fatos nele contidos são verdadeiros,
resultando em presunção de veracidade.
A presunção de legitimidade é que permite aos atos administrativos possuírem
seus demais atributos, fazendo que sejam imperativos e autoexecutórios.
Vale lembrar que essa presunção, no entanto, é relativa (ou iuris tantum), o
que significa que ela pode ser afastada mediante prova em contrário produzida pelo
particular, de que, ou o ato é ilegal e, portanto, inválido, ou de que os fatos não
ocorreram conforme dele consta.
Acrescente-se que a presunção de legitimidade implica em inversão do ônus
da prova, fazendo com que a demonstração acerca da ilegalidade do ato seja
acometida àquele que a alegar.
AUTOEXECUTORIEDADE
O atributo da autoexecutoriedade compreende a possibilidade de a
Administração Pública exarar atos que impõem obrigações aos particulares, bem
como a possibilidade de executá-los de imediato.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro indica a subdivisão da autoexecutoriedade em
dois aspectos:
a) EXIGIBILIDADE – que se restringe à prolação de decisões que de plano
são oponíveis aos particulares, como a imposição de uma multa, por
exemplo; aqui, tem-se um meio de coerção indireto.
b) EXECUTORIEDADE – que denota a possibilidade de a Administração fazer
valer as decisões que tomou, independentemente da necessidade de
recorrer ao Poder Judiciário, como na hipótese em que promove a
interdição de um estabelecimento. O meio de coerção, sob este aspecto,
é direto.
PERFEIÇÃO
Em relação à formação dos atos administrativos, pode-se dizer que são
PERFEITOS quando encerram integralmente seu ciclo de formação. Tal definição não
é equivalente a afirmar que não possui vícios, mas de que percorreu todo o iter legal
previsto para que seja exarado. Nessa linha, IMPERFEITOS são os atos que não foram
devidamente concluídos.
EFICÁCIA
A eficácia do ato administrativo corresponde a sua aptidão para produzir seus
efeitos. Ao final de seu ciclo de formação, diz-se que o ato administrativo está em
condições de atingir o fim para que foi expedido. Apesar de algumas vozes
dissonantes, tem prevalecido a equivalência, para concursos públicos, de eficácia e
exequibilidade, na linha lecionada por Celso Antônio Bandeira de Mello. Assim, o ato
administrativo será eficaz quando produz os efeitos para os quais foi editado, não
sujeito a condição (subordinação dos efeitos a evento futuro e incerto) ou termo
(prazo fixado para que passe a produzir seus efeitos).
VALIDADE
Se observa a validade do ato administrativo quando ele foi editado em
conformidade com as normas legais que o regem. Em outras palavras, o ato é valido,
quando conclui seu ciclo de formação em total respeito à lei.