You are on page 1of 2

Direito Administrativo

Elementos dos Atos administrativos

ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO


Também, em relação à nomenclatura adotada em relação aos aspectos
obrigatórios do ato administrativo, não há consenso doutrinário. Para alguns, trata-
se de elementos. Para outros de requisitos de validade. Para concursos, qualquer das
duas figuras dirá respeito aos cinco pontos que serão analisados na sequência, cuja
ausência conduz à invalidação do ato administrativo.
Os elementos do ato administrativo são: competência, finalidade, forma,
motivo e objeto.

COMPETÊNCIA
A competência para a prática do ato administrativo decorre da divisão das
atividades desempenhadas pela Administração Pública. Com isso, esse elemento se
caracteriza como a atribuição do desempenho de determinada atividade a um
determinado órgão ou agente público.
Sendo a Administração Pública regida pelo regime jurídico administrativo,
para que determinada competência seja atribuída a um agente público é necessária
a sua expressa previsão legal (ou constitucional, evidentemente). Em algumas
situações, sempre amparadas na lei, a divisão da competência poderá constar de ato
infralegal de organização administrativa. Em todas as situações, a divisão é derivada
de critérios que levam em conta a matéria envolvida, a hierarquia, o lugar e o tempo.
A competência possui as características da inderrogabilidade, segundo a qual
não é possível a sua transmissão pela manifestação de vontade, mas apenas nos
termos definidos na lei, e da improrrogabilidade, que não admite que um órgão
incompetente venha a se tornar competente, por meio de mera prorrogação.
As citadas características, no entanto, não afastam a possibilidade de
delegação e avocação da competência para a prática de ato administrativo, nos casos
expressamente autorizados por lei. A delegação implica na transferência da
competência do superior para o subordinado. O delegante, no entanto, permanece
sendo competente, agora de forma cumulativa com o delegado.
Vale mencionar, que, nos termos da Lei n. 9.784/99, que regula o processo
administrativo na esfera federal, é vedada a delegação nos casos de atos de caráter
normativo, de decisão de recurso administrativo e em relação a matérias de
competência exclusiva do delegante.
Na avocação, por seu turno, o superior traz para si a competência que
inicialmente era de seu subordinado. Trata-se de medidas excepcionais, somente
possíveis, como já dito, nos casos expressamente estabelecidos em lei.

Prof.Fernando Andrade www.focusconcursos.com.br 1


Direito Administrativo
Elementos dos Atos administrativos

OBJETO
O objeto do ato administrativo é conceituado como sendo seu efeito jurídico
imediato. É por alguns nominado de conteúdo do ato. Dessa forma, o objeto do ato
de desapropriação, por exemplo, é a supressão da propriedade do particular,
passando para o Estado; o objeto do ato de posse é a investidura do sujeito no cargo
para o qual foi nomeado.
Tal qual ocorre nos atos jurídicos no Direito Civil, também no Direito
Administrativo o objeto do ato deve ser lícito, possível, determinado ou determinável.
Em relação ao elemento objeto, a lei pode estabelecer hipótese de atuação
discricionária ou vinculada por parte do agente competente. Será o objeto
discricionário quando a lei permitir ao praticante do ato a escolha com base em
critérios de conveniência e oportunidade. Quando, no entanto, estabelecer
previamente o resultado prático para determinada situação, o objeto será vinculado.

FORMA
O requisito da forma se configura como o meio pelo qual o ato administrativo
é devidamente exteriorizado. A ausência de forma conduz à inexistência do ato que
não chega a completar seu ciclo de formação. No entanto, é relevante analisar a
situação em que o ato tem uma forma, mas não a forma validamente prevista na lei.
Assim, quando a exteriorização da vontade ocorre, mas de forma
descompassada com a lei, o ato administrativo será inválido.
Em regra, os atos administrativos devem ser dotados de solenidade, o que
lhes obriga a serem escritos. Há hipóteses que a lei vai além e exige que o ato
administrativo seja dotado de determinada forma, situação que, também em regra,
a sua inobservância deverá conduzir à anulação do ato praticado em
desconformidade.
É importante frisar, no entanto, que o vício de forma pode ser sanável ou
insanável. Nas hipóteses em que a desobediência à forma legalmente prevista não
alterar nem comprometer o conteúdo do auto, a mera nomenclatura adotada não
terá o condão de levar à invalidação, sendo possível a sua convalidação. Noutros
casos, em que o próprio conteúdo do ato é atingido em razão do vício de forma, a
invalidação se mostra como a única saída possível.

Prof.Fernando Andrade www.focusconcursos.com.br 2

You might also like