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ARTIGOS ORIGINAIS
RESUMO
Objetivou-se analisar as opiniões de docentes universitários especialistas no tema das lutas sobre a prática pedagógica nas
aulas de Educação Física na escola, propondo implicações para o desenvolvimento dos contextos de formação de professores.
A amostra foi constituída por 5 professores selecionados de modo intencional que participaram de entrevistas
semiestruturadas a partir de um roteiro previamente construído. A análise dos dados foi realizada por meio da técnica da
análise de conteúdo, culminando com a inferência de duas categorias: 1) fatores restritivos, a qual buscou analisar os
principais elementos de dificuldade no que corresponde ao desenvolvimento das lutas na escola; 2) possibilidades, a qual
representou propostas de edificação das lutas frente às demandas sociais atuais. Conclui-se que a prática pedagógica das lutas
na escola apresenta alguns dilemas oriundos da forma como elas são desenvolvidas no âmbito da formação, indicando a
necessidade de alterações que possam valorizá-las como manifestações da cultura corporal.
Palavras-chave: Capacitação Profissional. Ensino. Artes Marciais.
*
Doutorando. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade do Instituto de Biociências, Universidade Estadual
Paulista, Rio Claro-SP, Brasil.
**
Doutora. Professora do Departamento de Educação Física. Instituto de Biociências. Universidade Estadual Paulista, Rio
Claro-SP, Brasil.
prática e possível de ser levada para a elaboração dos saberes necessários à prática
escola com segurança (Especialista 5). educativa”.
Del Vecchio e Franchini (2006) salientam
Essa perspectiva corrobora a fala apresentada que o domínio das técnicas específicas de uma
pelo especialista 1: “Eu acho que o maior determinada modalidade de luta leva entre cinco
empecilho é a formação do professor. É provável e dez anos, aproximadamente. Por outro lado, no
que muitos docentes não tiveram uma formação âmbito universitário, a disciplina de lutas
que mostrasse que é possível adaptar as lutas na apresenta-se usualmente em apenas um ou dois
escola”. Para o especialista 3 os problemas de semestres. Como saída para essa divergência:
formação de professores para abordar o
conteúdo das lutas são prejudiciais para a prática Seria mais importante que o graduando
pedagógica. Para ele: “o maior problema é que a aprendesse a utilizar a luta/arte marcial
graduação do professor é deficiente. Seria como estratégia para atingir o objetivo
preciso haver mais semestres para o ensino das de um programa de educação física em
lutas e que elas não fossem disciplinas optativas vez de executar técnicas específicas de
como é em alguns lugares”. um único estilo durante sua
permanência no ensino superior (DEL
A defasagem em termos de formação
VECCHIO; FRANCHINI, 2006, p.
profissional, sobretudo a forma como as lutas são
103).
compreendidas na universidade, principalmente em
cursos de formação de professores, foi o ponto Como apontamentos para a formação
mais enfatizado pelos participantes. O especialista profissional competente no ensino das lutas, Del
2 questionou: “Nem todas as universidades têm Vecchio e Franchini (2006) ressaltam que não é
disciplinas de lutas, e as que têm por vezes são possível assumir a prática isolada de uma ou
modalidades específicas, e aí nem sempre isso dá outra modalidade. Os autores propõem que a
uma visão para ser levado na escola”. abordagem do ensino das lutas deveria propiciar
Estas inquietações corroboram os aos graduandos a aprendizagem de conceitos,
apontamentos de Del Vecchio e Franchini procedimentos e atitudes que os auxiliem a
(2006) ao admitir que as dificuldades em tratar analisar criticamente esta prática corporal,
os conteúdos das lutas na escola são oriundas, compreendendo tanto os processos didáticos
em parte, devido à formação do profissional de envolvidos quanto a assimilação de conteúdos
Educação Física. Para os autores, a disciplina de que os possibilitem aprender e ensinar.
lutas nos currículos das instituições de ensino Essa argumentação elucida a implicação
superior deve direcionar claramente para a área a prática de se repensar a forma como o processo
qual pretende formar seu profissional, seja a de ensino e aprendizagem das lutas vem sendo
licenciatura no âmbito escolar, seja o abordado no âmbito do ensino superior no Brasil
bacharelado no âmbito não escolar. Para isso, de modo geral, uma vez que tal deficiência
são necessárias formas diferenciadas de tratar provoca e contribui com outras dificuldades,
pedagogicamente as lutas no ensino superior. algumas das quais também foram abordadas
Essa implicação apresenta aporte inclusive pelos participantes. Dessa forma, é fundamental
fora do contexto brasileiro. Espartero e Gutierrez que seja revista a forma de encadeamento e
(2004) admitem que na Espanha poucos ancoragem pedagógica das lutas no âmbito dos
professores consideram-se com formação cursos de graduação em Educação Física.
adequada para utilizar as lutas nas aulas de Outra dificuldade elencada pelos
Educação Física. Esse dado ilustra a dimensão especialistasrelacionou-se à insegurança do
da defasagem profissional no que corresponde professor. O especialista 1, por exemplo,
ao ensino das lutas no ensino superior. admitiu: “para mim o maior empecilho seria a
Da mesma maneira, Correia e Franchini ação do professor, sua insegurança para ensinar
(2010) salientam a escassez de cursos que as lutas na escola”. Da mesma maneira, a
proponham a tematização das lutas. Ainda de especialista 5 apontou: “o professor tem pouca
acordo com Correia e Franchini (2010, p. 6) informação sobre o que são as lutas e como é
“[...] a importância da produção de que ele vai ensinar uma coisa que ele não sabe o
conhecimento para alicerçar uma condição que é, que ele tem medo”.
mínima de apoio aos docentes, na eminência da
O fato do professor não sentir-se seguro para Barros e Gabriel (2011), Carreiro (2005) e
ensinar as lutas na escola está relacionado com Nascimento e Almeida (2007) ao admitirem que
defasagens na formação, pois o professor, na os argumentos mais encontrados para justificar a
maior parte das vezes, opta por ensinar aquilo não inserção das lutas na escola remetem aestas
que ele possui domínio de tratamento questões. No entanto, os autores e os
pedagógico o que, muitas vezes, redunda-se no especialistas analisados reconhecem ser possível
ensino dos esportes coletivos mais tradicionais, superar estas dificuldades por meio de
dado sua forte influência na sociedade e na adaptações de espaços e materiais que permitam
formação dos professores de Educação Física intervenções seguras e em conformidade com a
(RUFINO; DARIDO, 2011). De modo escola.
semelhante, Barros e Gabriel (2011) afirmam Outros três temas também emergiram da
que a insegurança com relação ao tratamento análise de conteúdo, sendo eles: carga horária
pedagógico das lutas na escola é uma das insuficiente para a Educação Física na escola,
maiores dificuldades dos professores que poucas informações sobre as lutas na sociedade e
consideram fundamental ser especialista em associação com incitações à violência. Sobre a
modalidades para poder ensiná-las. questão da carga horária insuficiente, o
Como aponta Forquin (1993), o professor especialista 4 afirmou que: “sei que o ensino das
ensinade modo significativo apenas aspectos lutas caí em diversas limitações, da própria
advindos da cultura que ele conhece, que lhe é grade, por exemplo”. Este especialista admitiu
familiar, que faz parte de sua compreensão e ainda que muitas vezes a Educação Física
visão de mundo, aquilo que ele tem domínio. apresenta poucas aulas semanais para os alunos
Sobretudo, o autor salienta que o professor de forma que, com uma carga horária reduzida,
ensinará realmente aquilo que for válido e muitos conteúdos passam a ser negligenciados.
verdadeiro a seus próprios olhos. Ou seja, a A especialista 5 elencou a falta de
insegurança no ato de ensinar as lutas na escola informações sobre as lutas na sociedade,
origina-se de maneira bastante enfática na falta afirmando que estas práticas costumam ser
de domínio desse conteúdo, resultando em uma pouco vinculadas nas mais diversas mídias,
formainsuficiente de abordagem das lutas na comparado com outros esportes, impedindo que
escola ou ainda na superficialidade de seu os professores que não são praticantes tenham
tratamento pedagógico. contato sistemático e conhecimentos
Os especialistas elencaram também a questão aprofundados sobre estas manifestações
da infraestrutura escolar deficiente como corporais. Comparado com outras práticas
condição que muitas vezes gera empecilhos para corporais mais hegemônicas em termos
o ensino das lutas. O especialista 3, por exemplo, midiáticos, as lutas não apresentam a mesma
afirmou: “a gente tem algumas dificuldades, pois notoriedade. Contudo, há tendências de um
as vezes você não encontra a questão do crescimento de alguns eventos relacionados às
espaço”. O especialista 4 também corroborou lutas e vinculados às mais diversas mídias. Tal
essa perspectiva ao admitir que: “Os maiores fato se deve uma vez que muitas dessas práticas,
problemas se devem à questão das condições de a partir de seu processo de esportivização,
estrutura das escolas”. No entanto, este tornaram-se espetacularizadas (RUFINO;
especialista reconheceu que as condições de falta DARIDO, 2011). Esse motivo ilustra a
de infraestrutura não podem se tornar importância de se discutir as lutas com
justificativa para o não ensino das lutas na criticidade na escola, para que os alunos, ao
escola. acompanharem pela mídia tais eventos, tenham
Os problemas de infraestrutura coadunam condições de discernir sobre os diversos
também com defasagens em termos de materiais aspectos que os tangenciam.
para o ensino das lutas na escola, elencados Finalmente, houve o destaque sobre a
pelos professores. Para o especialista 3: “muitas associação com incitações à violência. A
vezes você não encontra a questão do espaço, especialista 5 admitiu que o desconhecimento
não encontra os materiais minimamente sobre as lutas, muitas vezes, pode gerar
adequados para o ensino destas práticas”. preconceitos sobre a violência exacerbada que
Tanto a falta de materiais quanto as questões passa a ser relacionada comestas práticas. Esta
de infraestrutura são elencadas por autores como especialistaadmitiu ainda que essa relação passa
a justificar a não inclusão das lutas na escola em especialistas (f=45%). Além disso, houve
diversos contextos. Alguns autores que algumas proposições de inovação que buscaram
buscaram a inclusão das lutas na escola também romper com os aspectos tradicionalmente
afirmam que a relação entre lutas e violência é relacionados às lutas no contexto escolar. O
uma característica muitas vezes estabelecida, o especialista 1 admitiu: “porque adaptar tudo
que dificulta o seu ensino (BARROS; pode ser adaptável. É possível adaptar as lutas na
GABRIEL, 2011; CARREIRO, 2005). escola, mas o professor fica ‘preso’ naquilo que
Os fatores restritivos apresentados pelos ele tem mais segurança”. Nessa mesma
participantes não se resumem somente ao perspectiva, o especialista 3 sinalizou que “se
processo de ensino e aprendizagem das lutas e adaptando você consegue ensinar alguns tipos de
nem se reduzem apenas aos conteúdos a serem modalidades de combate dentro da escola”.
ensinados, denotando implicações à própria Para o especialista 4, as lutas são um
compreensão do trabalho docente. Contudo, por conteúdo possível de ser ensinado na escola de
apresentarem especificidades e conhecimentos forma adaptada, desde que se ofereça condições
pouco difundidos no âmbito da formação de para o ensino. Este especialista ainda admitiu, ao
professores, conforme destacam os autores remeter à sua própria história como professor:
supracitados, bem como devido ao fato das lutas “eu adaptava tudo, isso porque eu tinha uma
estabelecerem relações de falta de familiaridade experiência que estava focada na adaptação”.
com os professores que não apresentam muitas O especialista 2 exemplificou formas de
vivências com estas práticas, tais fatores podem adaptação das lutas na escola tanto pela
eclodir em restrições, corriqueiramente impossibilidade de usufruto de materiais, quanto
assinaladas e que devem ser analisadas, tendo com a realização de pesquisas e outras
em vista sua superação. adaptações ao afirmar que “você pode não ter
De acordo com os especialistas entrevistados um tatame para trabalhar o judô, por exemplo,
a despeito dos dilemas relacionados ao ensino mas trabalhar qualquer outro tipo de luta”. Este
das lutas na escola, há algumas potencialidades mesmo especialista apontou ainda outra
educativas nestas práticas, desde que abordadas possibilidade de adaptação por meio de filmes
de modo coerente e de acordo com pressupostos que permitem discussões e a reflexões sobre
pedagógicos críticos e reflexivos. Tais alguns aspectos relacionados às lutas,
proposições fazem parte dacategoria semelhante às proposições de Tavares e Lopes
possibilidades, analisada a seguir. (2014), ao analisarem que os recursos materiais
e simbólicos utilizados por professores de karatê
Possibilidades estão fortemente alicerçado em seus saberes,
sobretudo os oriundos da experiência.
A categoria intitulada “possibilidades” A questão da adaptação é condição
buscou abranger algumas questões oriundas dos fundamental para o ensino das lutas na escola
discursos que demonstraram aspectos possíveis uma vez que é preciso traduzir pedagogicamente
para o ensino das lutas na escola, por meio de o ensino destas práticas de uma forma
propostas de inovação e adaptação do ensino das diferenciada daquela que é encontrada em outros
lutas no meio escolar, produção de materiais contextos sociais. A partir das representações
didáticos sobre lutas e questões concernentes à dos especialistas podemos inferir que essa busca
formação continuada. por adaptações é necessária por diversas razões,
destacando-se: 1) a não adaptação das lutas
Propostas de adaptação e inovação das lutas no requer do professor um conhecimento muito
meio escolar aprofundado, necessitando que ele seja
Essa subcategoria referiu-se às possibilidades especialista em uma ou mais modalidades; 2) A
de ensino das lutas na escola a partir da não adaptação das lutas na escola indica que elas
realização de adaptações, seja com relação a devam ser inseridas seguindo os mesmos
materiais, infraestrutura ou mesmo metodologias preceitos das práticas encontradas fora da escola,
de ensino. O destaque às questões referentes à impossibilitando que elas sejam
adaptação foi veemente uma vez que esse termo pedagogicamente assimiladas e circunscritas de
apareceu inúmeras vezes nas falas dos forma educativa ao longo dos processos de
entanto, o autor reconhece que essas questões fundamental que haja proposições que possam
são, por diversas vezes, deixadas de lado, uma auxiliar os professores na seleção dos saberes,
vez que encarece o produto final, o que torna o bem como na organização das aulas,
material desinteressante para o mercado diversificando as formas de atuação docente sem
editorial. substituir o papel da formação profissional nesse
O especialista 1 considerou a construção de processo.
materiais didáticos como uma ação importante Os materiais didáticos são um dos elementos
para a prática pedagógica especialmente em que compõe o currículo escolar. É preciso
conteúdos não muito comuns aos professores, considerarque a educação é uma ação social que
como as lutas, embora tenha reconhecido que o exige reflexões constantes, bem como estudos e
livro não é capaz de capacitar o professor e sim análises que não cessem em buscar saltos
auxiliá-lo ao longo de suas aulas. Para ele: “a qualitativos aos processos de ensino e
elaboração de livros didáticos é algo positivo e aprendizagem de todos os componentes
fundamental. Cada vez mais isso tem que ser curriculares, como a Educação Física. No caso
explorado e com mais instrumentos para que o das lutas, a diversificação de materiais, se bem
professor tenha acesso a eles”. O especialista 4 utilizados, pode auxiliar no desenvolvimento de
também convergiu suas considerações sobre a propostas pedagógicas que contribuam com sua
importância de se considerar as formas as quais inserção de modo crítico e criativo.
os materiais didáticos são corriqueiramente
utilizados, ressaltando que o livro é uma Propostas de formação continuada a partir do
ferramenta que depende do modo que é utilizado contexto da prática pedagógica
e da riqueza de informações sobre as lutas Os especialistas enfatizaram as dificuldades
apresentadas. enfrentadas pelos professores de Educação
Especificamente com relação ao conteúdo das Física com relação ao trato pedagógico do
lutas, a especialista 5 considerou que é conteúdo das lutas, alertando para os problemas
fundamental a existência de materiais didáticos referentes à formação. A partir dessas
uma vez que os professores podem não ter considerações, eles apontaram que uma das
muitos conhecimentos acerca destas práticas possibilidades de proporcionar um domínio
corporais, de modo que estes instrumentos maior acerca desse conteúdo pode ocorrer por
podem corroborar a transposição didática e meio da realização de processos de formação
seleção de prioridades e ênfases as quais os continuada, como encontros, debates, cursos,
professores podem se basear, desde que não capacitações, dentre outros, desde que estas
sejam utilizados como “muletas”. açõeslevem em consideração o trabalho que os
Contudo, há uma escassez de materiais professores realizam cotidianamente, bem como
didáticos acerca do conteúdo das lutas que seus saberes e contextos sociais relacionados.
apresentam uma perspectiva crítica e organizada O especialista 2, por exemplo, buscou
de como ensinar estas práticas nas aulas de enfatizar a necessidade de uma atenção maior
Educação Física sem serem concebidos, tanto à formação inicial quanto à formação
necessariamente, como manuais de atividades. continuada, devido às características de
Esta afirmação, reforçada por autores como rápidas transformações da sociedade
Darido et al. (2010), se lança como um desafio contemporânea, sendo necessário reformular e
para a área da Educação Física que deve ressignificaros conhecimentos. Este
fomentar o desenvolvimento desses materiais, especialista considerou a importância de se
para que sejam capazes de subsidiar o trabalho compreender as lutas como um dos conteúdos,
docente. valorizando a autonomia docente.
Os usos dos livros didáticos são A especialista 5 também apontou a formação
determinantes para a compreensão de seus continuada como possibilidade de permitir aos
papéis durante os processos de ensino e professores a aquisição de conhecimentos,
aprendizagem, não substituindo a figura do metodologias e procedimentos didáticos não
professor, mas podendo auxiliá-lo durante a adquiridos na formação inicial, além de
prática pedagógica. No caso específico das lutas, atualizações e ressignificações de sua prática,
como destacaram os especialistas, é ainda mais ressaltando ainda a importância de propostas que
importância de novos estudos, sobretudo com estas práticas como manifestações da cultura
amostras maiores e advindas de outras regiões, corporal que devem ser ensinadas de modo
bem como indica a necessidade de apropriado na escola, ao longo das aulas de
transformações que possam de fato valorizar Educação Física.
ABSTRACT
This study aimed to analyze college teachers’ opinions experts in fight contents about the pedagogical practice in school
Physical Education, proposing implications for the development of teacher education contexts. The sample consisted of 5
teachers selected intentionally, who participated in a semi-structured interview from a script previously built. Data analysis
was performed using the content analysis technique, culminating with the inference of two categories: 1) restrictive factors,
which seeks to analyze the main elements related to the development of fights contents in school; 2) possibilities, which
accounted for proposals for building the fights ahead to today's social demands. We concluded that the pedagogical practice
of fights in school presents some dilemmas arising from the way they are developed in teacher education, which requires
changes that may value them as manifestations of body culture.
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Endereço para correspondência: Luiz Gustavo Bonatto Rufino. UNESP – Rio Claro. Avenida 24-A, nº1515, bairro
Bela Vista, Rio Claro – SP, CEP: 13506-900. Departamento de Educação, Instituto de
Biociências. E-mail: gurufino@rc.unesp.br.