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Relatório

Módulo 7

Fernando Pessoa

Realizado por:

Nome: Beatriz Lima, n.º 4;

Débora Alves, n.º7

TCL-TQI 2016-2019

Disciplina: Português

Professora: Virgínia Pereira

Ano Letivo: 2018/2019

Data de realização: 21-10-2018

Data de entrega: 28-10-2018


Índice
1. Introdução........................................................................................................................1
2. Modernismo na Europa e em Portugal.............................................................................2
2.1. Modernismo.............................................................................................................2
3. Correntes estéticas do Modernismo.................................................................................6
3.1. Parsianismo..............................................................................................................6
3.2 Intersecionismo..............................................................................................................7
3.3. Sensacionismo..........................................................................................................9
3.4. Futurismo.................................................................................................................9
4. Fernando Pessoa e o grupo Orpheu...............................................................................11
5. Fernando pessoa ortónimo e heterónimos – principais características e estilos............13
Conclusão...................................................................................................................................14
Bibliografia e sitegrafia...............................................................................................................15
Técnico/a de Química Industrial Fernando Pessoa

1.Introdução
O presente trabalho é sobre o Modernismo na Europa e em Portugal, mais
concretamente sobre Fernando Pessoa e o grupo “Orpheu” e sobre os seus
heterónimos e ortónimos.

O objetivo deste trabalho é dar a conhecer melhor o poeta famoso Fernando Pessoa e
sabermos mais sobre os seus heterónimos, os seus estilos e as correntes estéticas.

Está organizado em 5 partes. Na primeira parte fala-se sobre o Modernismo na Europa


e em Portugal, na segunda sobre a várias correntes estéticas do Modernismo, na
terceira sobre Fernando Pessoa e o grupo Orpheu, na quarta parte sobre os ortónimos
e heterónimos de Fernando Pessoa e na quinta e última parte, faz-se uma breve
conclusão.

A elaboração deste trabalho permitiu-nos enriquecer os conhecimentos sobre a vida e


obra de Fernando Pessoa, o período em que viveu e a própria sociedade da altura,
assim como o Modernismo.

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Técnico/a de Química Industrial Fernando Pessoa

2.Modernismo na Europa e em Portugal


2.1. Modernismo
Movimento artístico e literário que se desenvolveu na última década do séc. XIX e na
primeira metade do séc. XX, que surgiu por oposição ao tradicional ou clássico.
Caracterizou-se fundamental pelo progresso, da aceleração das inovações em função
da ideologia do novo como valor ético e estético, da autonomia da arte, e da recusa da
realidade como modelo para esta última.
Do ponto de vista literário, o modernismo apresenta várias correntes ou subcorrentes,
de inspiração ideológica profundamente divergente: do saudosismo e decadentismo ao
futurismo, ao paulismo e ao interseccionismo, passando pelo simbolismo e
existencialismo. Razão pela qual é comum afirmar que o modernismo é uma corrente
com muitos “ismos”.

2.1.1. Europa
O início do século XX poderia ser datado no ano de 1895. Esta "licença histórica "
explica-se pela importância que esta data teve na história das ideias artísticas que
vieram depois. Neste ano, o austríaco Sigmund Freud lançou o livro Estudos sobre a
história, um marco importante na divulgação de suas descobertas científicas, que o
levaram a constituir um novo ramo médico: a Psicanálise.

Ainda em 1895, os irmãos Lumiére lançaram, em França, um novo invento: o


cinematógrafo.

Através dele, era possível registrar imagens em movimento, objetivo perseguido


durante muitos anos por técnicos de toda a Europa. Os primeiros filmes lançados
pelos Lumiére não tinham nenhuma pretensão artística, ou mesmo narrativa, visando
apenas a explorar as então incipientes possibilidades da nova descoberta. Logo,
porém, o cinema impôs-se como um meio de comunicação artística que viera para
modificar fundamente as estruturas artísticas até então existentes. A rapidez da
imagem, as simultaneidades narrativas passaram a ser instrumentos utilizados em
todos os ramos da arte.

A febre dos inventos varria a Europa, provocando o surgimento de muitos concursos,


que premiavam aqueles que conseguissem ultrapassar obstáculos até então
intransponíveis. Em 1906, em Paris, o brasileiro Santos Dumont realizou com seu 14-
bis o primeiro voo mecânico do mundo, feito proclamado no mundo inteiro.

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Em 1919, a grande guerra chega ao fim, e a nova onda otimista atingiu a Europa.
Acredita-se então, que uma catástrofe suicida daquelas proporções nunca mais
ocorreria. A década de XX ficou conhecida como os “anos loucos”.

A ousadia e a alegria eram palavras de ordem, tudo era discutido, todas as liberdades
eram proclamadas. Este ambiente favorece o surgimento de novas ideias estéticas,
ideias que constituíram o fundamento do nome Arte Moderna, a arte do século XX.

2.1.1.1. Principais Características

As principais características do modernismo Europeu são as seguintes:

 Sistemática oposição ao academicismo, isto é, á arte regrada, regulamentada,


com truques convencionais;

 A demolição de edifícios estéticos convencional tinha como contrapartida a


proposta de uma arte livre;

 Modernistas defendiam a abolição da rima e da rima métrica, com exploração


do verso branco (ou solto – versos sem rima) e livre (sem métrica regular, isto
é, sem o mesmo número de sílabas);

 Linguagem artística absorver gírias, erros gramaticais, neologismos,


estrangeirismos, entre outros.

2.1.2. Portugal
O modernismo em Portugal surge no século XX, este movimento artístico que
filosoficamente assenta em Fitche e Hegel, é a assimilação de dois movimentos
literários: o simbolismo-decadentismo e o futurismo. O modernismo ensaia-se em
1913 com os poemas de Dispersão de Sá Carneiro e Pauis de Fernando Pessoa.

Estendeu-se até o final do Estado Novo, na década de 70, e contou com importantes
nomes, entre eles Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Irene
Lisboa, Miguel Torga, entre outros, que representaram as quatro vertentes do
modernismo: o Orfismo, o Presencialismo, o Neorrealismo e o Surrealismo.

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2.1.2.1. Principais fases do modernismo

1ª Geração - Orfismo (1915-1927): Corresponde à primeira fase do modernismo


português (Figura 1). Recebeu esse nome por causa
da revista Orpheu, primeira publicação a divulgar os
ideais modernistas e as tendências culturais que
circulavam na Europa no início do século XX. Foi
fundada em 1915 por um grupo de escritores e
artistas plásticos, entre eles Fernando Pessoa, Mário
de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada
Negreiros e o brasileiro Ronald de Carvalho. Figura 1 - 1ª Geração

Os orfistas tinham como objetivo espantar a burguesia ao apresentar uma poesia livre
da métrica e inserir a literatura portuguesa no contexto cultural europeu, que àquela
época estava sob forte influência das tendências futuristas.

2ª Geração - Presencialismo ou Presencismo (1927–


1940): O segundo momento modernista (Figura 2)
recebeu esse nome por causa da revista literária
Presença, cujo primeiro exemplar foi publicado no ano de
1927. Fortemente influenciada pela revista Orpheu, a
publicação foi a principal responsável por divulgar e dar
continuidade às ideias modernistas, embora seus
representantes tenham defendido uma literatura mais
intimista, voltada para a introspecção e para o
experimentalismo. Figura 2 - 2ª Geração

3ª Geração - Neorrealismo (1940-1974): A 3ª Geracão


(Figura 3) surgiu em um conturbado contexto histórico-social. A
Europa sofria com as consequências de uma forte crise
econômica, com a tirania de regimes totalitários e também com
a constante tensão provocada pela Segunda Guerra Mundial.
Seus principais representantes foram Alves Redol, Manuel da
Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio,
Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de
Oliveira, entre outros. Figura 3 - 3ª Geração

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Surrealismo (1947-1974): Por muitos estudiosos, foi considerado a última fase


(Figura 4) do modernismo português. Suas principais características foram a “escrita
automática”, com destaque para a livre associação de ideias e de palavras, e a
modificação das estruturas da realidade, elemento
baseado nos conteúdos oníricos, reafirmando seu
caráter figurativo e irracional. Seus principais
representantes foram Antônio Pedro, José Augusto
França, Alexandre O’Neill, Mário Cesariny de
Vasconcelos e outros como Natália Correia, Henrique
Rasques Pereira, Artur do Cruzeiro Seixas, Antônio
José Forte, Fernando Alves dos Santos e Isabel
Meyrelles. Figura 4 - Última fase

2.1.2.2. Principais Caraterísticas

As principais carateristicas do modernismo em Portugal são as seguintes:

 Distanciamento do sentimentalismo;
 Espírito dinâmico, acompanhando as transformações tecnológicas;
 Espírito crítico e questionador;
 Linguagem cotidiana;
 Oposição às normas, numa atitude considerada “anárquica”;
 Originalidade e excentricidade;
 Ruptura com o passado, numa atitude inovadora.

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3. Correntes estéticas do Modernismo


3.1. Parnasianismo
O Parnasianismo foi um movimento literário, que surgiu na França, na metade do
século XIX. Desenvolveu-se na literatura europeia e, posteriormente, chegou ao Brasil.
Esta escola literária foi uma oposição ao romantismo, pois representou a valorização
da ciência e do positivismo.

O nome parnasianismo surgiu na França e deriva do termo "Parnaso", que na


mitologia grega era o monte do deus Apolo e das musas da poesia. Na França, os
poetas parnasianos que mais se destacaram foram: Théophile Gautier, Leconte de
Lisle, Théodore de Banville e José Maria de Heredia.

3.1.1. Principais características


As principais características do parisianismo são:

 Idealização da arte pela arte;

 Busca da perfeição formal;

 Preferência pelo soneto;

 Preferência pela descrição;

 Rimas raras;

 Vocabulário culto;

 Objetivismo;

 Racionalismo;

 Universalismo;

 Apego à tradição clássica;

 Gosto pela mitologia greco-latina;

 Rejeição do lirismo.

3.1.2. Principais autores

3.1.2.1. Portugal

João Penha (1838-1919)

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Precursor do movimento parnasiano em Portugal. De suas obras destacam-se: Rimas


(1882), Novas Rimas (1905) e Últimas Rimas (1919).

António Feijó (1859-1917)

Nascido no interior do norte de Portugal, Ponte de Lima, Feijó foi um importante poeta
parnasiano. Além de poeta, foi diplomata, exercendo diversos cargos no Brasil e em
países da Europa. De suas obras poéticas destacam-se: Transfigurações (1862),
Líricas e Bucólicas (1884) e Ilha dos Amores (1897).

Gonçalves Crespo (1846-1883)

Embora tenha nascido no Rio de Janeiro, Crespo era filho de pai português, e foi
considerado um dos mais importantes poetas parnasianos em Portugal. De suas obras
destacam-se: Miniaturas (1870), Nocturnos (1882) e Obras Completas (1887).

Cesário Verde (1855-1886)

Nascido em Lisboa, Cesário Verde escreveu poesias com tendências parnasianas,


realistas e modernistas. Inicia sua carreira literária publicando alguns poemas no
“Diário de Notícias de Lisboa”. Teve uma vida curta, morrendo de tuberculose aos 31
anos de idade. De suas obras poéticas merece destaque o livro de poesia “Nós”
(1884) e a compilação póstuma de seus poemas “O Livro de Cesário Verde”.

3.1.2.2. Europa

Teófilo Gautier (1811-1872)

Poeta, crítico e romancista autor de "O Capitão Fracasso", O Romance da Múmia",


"História do Romantismo";

José Maria Herédia (1842-1905)

Poeta e acadêmico francês, nascido em La Fortuna (Cuba), autor de "Troféus".

3.2 Intersecionismo
O termo Interseccionismo encontra-se uma série de obras mais ligadas às linguagens
vanguardistas que têm em comum a superposição de planos, mantendo afinidade com
o futurismo.

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3.2.1. Principais características


As principais características do intersecionismo são:

 Intersecção duma paisagem com um estado de alma, concebido como tal;

 Intersecção duma paisagem com um estado de alma que consiste num sonho;

 Intersecção duma paisagem com outra paisagem (simbólica esta dum estado
de alma — como, por exemplo, «dia de sol» de alegria);

 Intersecção duma paisagem consigo própria, operando nela divisão o estado


de alma de quem a contempla.

3.2.2. Principais autores

3.2.2.1. Portugal

Eduardo Afonso Viana (1881-1967)

Foi um pintor português. É consensualmente reconhecido como "um dos maiores


pintores da primeira geração do modernismo nacional". Obras: Louça de carcavelos
1915, a revolta das bonecas 1916, entre outras.

Amadeo de Sousa Cardoso (1887-1918)

Pertencente à primeira geração de pintores modernistas portugueses. A sua pintura


articula-se de modo aberto com movimentos como o cubismo o futurismo ou o
expressionismo, atingindo em muitos momentos – e de modo sustentado na produção
dos últimos anos –, um nível em tudo equiparável à produção de topo da arte
internacional sua contemporânea. Obras: Clown, Cavalo, Salamandra (1911), a casita
clara – paisagem (1915), entre outras.

Características da sua obra:

 Paisagens exóticas com estilizações espantosas;

 Aspectos decorativos, elementos geométricos caligráficos;

 Geometrizarão das formas;

 Utilização de linhas azuis, verdes, laranjas e amarelas que conduzem a uma


leitura extremamente dinâmica;

 Fascínio pela cor.

3.2.2.2. Europa

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Léon Dierx (1838-1912)

Ele nasceu na Villa Déramond-Barre adquirida por seu avô em 1830, e onde viveu até
1860, quando se estabeleceu na França metropolitana. Obras: Aspirations, poésies,
1858, La Rencontre, scène dramatique en vers, Paris, Salle Taitbout, 24 février 1875, entre
outras.

3.3. Sensacionismo
Dos vários “ismos” criados por Pessoa, o Sensacionismo é o mais desenvolvido, na
teoria e na prática. O Sensacionismo rejeita do Classicismo a noção — na verdade
mais característica dos discípulos modernos dos escritores pagãos do que deles
propriamente — de que todos os assuntos devem ser tratados no mesmo estilo, no
mesmo tom, com a mesma linha exterior a delinear-lhes a forma.

3.3.1. Principais autores

3.3.1.1. Portugal

Alberto Caeiro (1889-1915)

Heterónimo de Pessoa, é marcado por várias características sendo o sensacionismo a


que mais sobressai. Caeiro apresenta-se como “um guardador de rebanhos” que
deambula pelo campo e que só se importa em ver de forma objetiva e natural a
realidade com a qual contacta em todo o momento.

Viveu grande parte da sua vida pobre e frágil no Ribatejo, na quinta da sua tia-avó
idosa, e aí escreveu O Guardador de Rebanhos e depois O Pastor Amoroso. Voltou no
final da sua curta vida para Lisboa, onde escreveu Os Poemas Inconjuntos.

3.4. Futurismo
O Futurismo caracterizou-se principalmente pelo rompimento com a arte e a cultura do
passado, celebrando o progresso e a tecnologia moderna, a vida urbana, a velocidade
e a energia ao ponto de os mais extremos, exaltarem as armas e a violência. Os
integrantes desse estilo foram os grandes divulgadores do movimento, recorrendo a
palestras e a publicidade para dar visibilidade a este estilo.

3.4.1. Principais autores

3.4.1.1. Portugal

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Álvaro de Campos (1890-1935)

É o poeta moderno, aquele que vive as ideologias do século XX. Estudou Engenharia
Naval, na Escócia, mas não podia suportar viver confinado em escritórios. De
temperamento rebelde e agressivo, os seus versos reproduzem a revolta e o
inconformismo, manifestados através de uma verdadeira revolução poética. Escreveu
“Ode Triunfal”, “Ode Marítima” e “Tabacaria”.

3.4.1.2. Europa

Giacomo Balla (1971-1958)

Foi um escultor e pintor italiano é considerado um dos mais importantes artistas


plásticos do futurismo italiano, além de ser um dos fundadores deste movimento
artístico. Apesar de grande parte de sua obra ser composta por pinturas, Balla também
fez esculturas e produziu cenários para peças teatrais. Obras: Luz da rua (1910), O
dinamismo de um cachorro numa coleira (1912), Carro veloz (1912), entre outras.

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4.Fernando Pessoa e o grupo Orpheu


Fernando António Nogueira Pessoa, nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 13 de junho
de 1888. Era filho de Joaquim de Seabra Pessoa, natural de Lisboa, e de Maria
Madalena Pinheiro Nogueira Pessoa, natural dos Açores. Ficou órfão de pai aos 5
anos de idade.

Mais tarde veia a ter um padrasto que era o comandante militar João Miguel Rosa, que
foi nomeado cônsul de Portugal em Durban, na África do Sul.

Fernando Pessoa acompanhou a família para a África do Sul, onde recebeu educação
inglesa. Estudou num colégio de freiras e na Durban High School.

Regressou a Lisboa em 1902, com a sua família e em 1903 voltou sozinho para a
África do Sul, onde frequentou a Universidade de Capetown.

Voltou para Lisboa em 1905 e matriculou-se na Faculdade de Letras, onde entrou no


curso de Filosofia. Em 1907 abandonou a faculdade.

Entre 1902 e 1908, Fernando Pessoa escreveu suas poesias e prosas apenas em
inglês, só aos 20 anos passou a escrever em português. Em 1912 estreou como crítico
literário na revista “Águia”.

A partir de 1915 liderou um grupo de jovens (Figura 5), que era composto por Mário de
Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada-Negreiros e o brasileiro Ronald de
Carvalho, e resolveram fundar a revista “Orpheu” (Figura 6), uma publicação que foi
porta-voz dos ideais de renovação futurista desejados pelo grupo, defendendo a
liberdade de expressão, numa época em que Portugal atravessava uma profunda
instabilidade político-social da primeira república. A revista Orpheu teve vida curta,
mas enquanto durou, Fernando Pessoa publicou poemas que escandalizaram a
sociedade conservadora da época. Os poemas “Ode Triunfal” e “Opiário”, escritos por
o seu heterônimo “Álvaro de Campos”, provocaram reações violentas levando os
“orfistas” a serem chamados de loucos e insanos nas ruas.

Reações violentas comparadas, ou quase, com a polémica da conhecida Questão


Coimbrã, na qual os escritores afamados acusaram alguns jovens escritores de falta
de bom senso e bom gosto, que originou a famosa carta que Antero de Quental dirigiu
ao velho poeta António Feliciano de Castilho, “Bom-Senso e Bom-Gosto”. De referir
ainda que esta não era uma contenda apenas entre escritores, o mesmo aconteceu

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em outras manifestações artísticas, como a escultura e a pintura. A mais famosa de


todas talvez seja mesmo a pintura, com o surgimento do denominado grupo dos
impressionistas, em França.

Figura 5 – Fundadores da Revista “Orpheu”

Figura 6 – Segundo exemplar da Revista “Orpheu”

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5.Fernando pessoa ortónimo e heterónimos –


principais características e estilos
Fernando Pessoa foi um dos expoentes maiores do movimento modernista português,
para não dizer mesmo da Europa. Foi vários poetas ao mesmo tempo, foi "plural",
como se descreveu, criou personalidades próprias para os vários poetas por ele
criados.

Cada um tem a sua biografia e traços diferentes de personalidade, o que se


manifestava nos seus sentimentos e até na sua linguagem. Os poetas não são
pseudónimos e sim heterónimos, isto é, indivíduos diferentes, cada qual com seu
mundo próprio, representando o que angustiava ou encantava o seu autor.

Alberto Caeiro nasceu em Lisboa, a 16 de abril de 1889. Órfão de pai e mãe, só teve
instrução primária e viveu quase toda a vida no campo, sob a proteção de uma tia.
Poeta de contato com a natureza, extraindo dela os valores ingénuos com os quais
alimenta a alma. Para Caeiro, “tudo é como é”, “tudo é assim como é assim”, o poeta
reduz tudo à objetividade, sem a mediação do pensamento. O poema “O Guardador
de Rebanhos” mostra a forma simples e natural de sentir e dizer deste poeta. Alberto
Caeiro morreu com tuberculose em 1915.

Ricardo Reis nasceu na cidade do Porto em Portugal, no dia 19 de setembro de 1887.


Teve formação em escola de jesuítas e estudou medicina. Monarquista e exilou-se no
Brasil, por não concordar com a Proclamação da República Portuguesa. Foi profundo
admirador da cultura clássica, tendo estudado latim, grego e mitologia. A obra de
Ricardo Reis é a ode clássica, cheia de princípios aristocráticos.

Bernardo Soares é um dos heterónimos que o próprio Fernando Pessoa definiu como
sendo um “semi-heterónimo”. É o autor do Livro Desassossego.

Álvaro de Campos foi o mais importante heterónimo de Fernando Pessoa, nasceu no


extremo sul de Portugal, em Tavira, em 15 de outubro de 1890. É o poeta moderno,
aquele que vive as ideologias do século XX. Estudou Engenharia Naval, na Escócia,
mas não podia suportar viver confinado em escritórios. De temperamento rebelde e
agressivo, os seus versos reproduzem a revolta e o inconformismo, manifestados
através de uma verdadeira revolução poética. Escreveu “Ode Triunfal”, “Ode Marítima”
e “Tabacaria”.

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Conclusão
O grupo d’Orpheu teve como objetivo "acordar o País do sono cultural em que
mergulhara", para isso publicou dois números da revista Orpheu e colaborou em
diversas revistas apoiantes do modernismo. Um grande representante do modernismo
foi Fernando Pessoa, era um homem de forte talento e isso bastaria para explicar a
sua prodigiosa produção literária.

A poesia de Pessoa foi a mais bela que se escreveu em Portugal durante todo o
século XX, no entanto, apenas publicou uma obra completa antes da sua morte, a
Mensagem. A sua influência quase só se fez sentir num círculo estrito de admiradores,
apesar de lhe ter sido atribuído um discutível meio-prémio oficial da Secretaria de
Propaganda Nacional, à sua obra "Mensagem". Quando, em 1943 o seu velho
companheiro Luís de Montalvor inicia a publicação das suas "Obras Completas",
Fernando Pessoa torna-se o mais imitado dos nossos poetas modernos, sobretudo
porque se opõe à metafísica sentimentalista romântica, que abstrai a sensibilidade da
razão: "O que em mim sente está pensando".

Este trabalho fez assim compreender melhor da vida de Fernando Pessoa, dos seus
heterónimos e algumas das correntes estéticas do modernismo presentes nas obras
em Europa e Portugal.

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Bibliografia e sitegrafia
 Modernismo, em https://modernismo.pt/index.php/orpheu (acedido em 25-10-
1918).

 Fernando Pessoa, em https://www.culturagenial.com/poema-pressagio-de-


fernando-pessoa/ (acedido em 25-10-1918).

 Álvaro de Campos, em https://www.culturagenial.com/poema-em-linha-reta-de-


alvaro-de-campos/ (acedido em 25-10-1918).

 https://www.todamateria.com.br/modernismo-em-portugal/ (acedido em 26-10-


2018)

 https://portugues.uol.com.br/literatura/modernismo-portugal.html (acedido a 26-


10-2018)

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