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e Elementos
1. INTRODUÇÃO
pode ser acionado em caso de dúvidas referentes à matéria, bem como, de quaisquer
Controle de constitucionalidade é um dos temas que mais caem em prova, além de ter
Em relação à indicação bibliográfica, hoje em dia, a maior parte dos Cursos e Manuais
de Constitucional traz uma parte bem razoável sobre Controle, exatamente por causa da
2. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
ato x constituição.
O termo supremacia diz respeito à hierarquia superior; e o termo material diz respeito
normas e dos atos questionados. Temos a supremacia material como uma supremacia de
conteúdo.
Constituição pode ser alterada, mas sob um processo de alteração mais rigoroso do que o de
Para elaborar uma lei ordinária, basta aprovar o projeto por maioria simples, que é o
primeiro número inteiro após a metade dos presentes no plenário. Já a emenda à Constituição
precisa ser aprovada em dois turnos nas duas casas pelo quórum de 3/5, que é bem mais
elevado.
É mais difícil, portanto, alterar a Constituição do que elaborar uma lei, e é por isso que
contrária a ela é incompatível, será uma lei nula, mas alguém tem que dizer isso, e esse
entre o ato e a Constituição, que pode ser feita pelos três poderes, cada um no âmbito das
suas atribuições.
judiciário, porque, somente o poder judiciário pode declarar uma norma inconstitucional. Uma
declaração de constitucionalidade é algo específico do poder judiciário. É por esse motivo que
qualquer dos 3 poderes pode fazer. Vejamos alguns julgados sobre o assunto.
mesmo sentido:
Súmula 347, STF: O Tribunal de Contas, nos exercícios de suas atribuições, pode
apreciar a constitucionalidade das leis e atos do Poder Público.
mencionados nesta aula. Objeto é o ato sobre o qual incide a fiscalização; e parâmetro é o
Toda vez que o Supremo ou os juízes de primeiro grau, por exemplo, analisam a
bloco de constitucionalidade.
ATENÇÃO! Não há exceção. Seja o controle difuso, seja o controle concentrado, todos os
O professor salienta que não vai tratar dos objetos neste momento porque eles variam
de acordo com cada modelo de controle. Exemplo: controle difuso, ADI, ADC, ADO, etc.
Quanto ao parâmetro, ele também pode ser entendido de uma forma ampla e de outra
texto constitucional mais as normas materialmente constitucionais que estão fora do texto.
A emenda pode mudar o texto constitucional e o ADCT, mas, às vezes, traz alguns
dispositivos extras, que não entram no corpo permanente e nem no ADCT. Exemplo: EC 45
possui um conjunto de dispositivos que não foram inseridos no texto principal da Constituição,
mas que fazem parte do texto da própria emenda e, portanto, são normas constitucionais
derivadas.
Há quem adote, porém, uma visão ampla, alegando que além do texto escrito da
Constituição, é possível encontrar normas fora do texto. Seriam princípios implícitos; alguns
falam até em valores superiores à Constituição; outro entendimento prega que algumas
Internacionais de Direitos Humanos, que são incorporados na forma do art. 5º, § 3º, e têm
Esse dispositivo afirma, claramente, que uma norma de direitos humanos internacional
Internacional de Direitos Humanos aprovados especificamente na forma do art. 5º, § 3º, têm
natureza constitucional e servem como parâmetro; mas não admite valores suprapositivos e
E quanto ao preâmbulo?
O preâmbulo não faz parte do parâmetro, porque é uma declaração política sem força
infraconstitucional, sendo que a norma constitucional pode estabelecer uma disposição que
expressamente exige um desdobramento sobre o tema em lei ordinária. Como essa lei
ordinária existirá, então, por expresso comando da norma constitucional, o conteúdo dela teria
Portanto, Zagrebelsky diz que a norma, embora esteja em uma lei infraconstitucional,
por ser uma exigência da própria Constituição, possui uma força diferente e equivale a uma
O Supremo, porém, não admite essa tese para fins de controle de constitucionalidade.
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[2] O Supremo não admite essa tese para fins de controle. Se uma norma é
infraconstitucional, por mais que se possa debater sobre ela ser materialmente constitucional,
[3] Interposta quer dizer que está no meio do caminho entre as normas formalmente
1. DIREITO COMPARADO
Áustria, Alemanha, Estados Unidos e França, para ver como esses países influenciaram o
Brasil.
1.1. INGLATERRA
seguinte tese: se uma lei inglesa estivesse em contrariedade com certos costumes e valores
Alguns autores dizem que Coke foi o pai do controle de constitucionalidade, porque é a
primeira grande referência do assunto. A partir de sua ideia é que se extrai o conceito de
valores ou normas superiores às outras, que, por sua vez, se estiverem incompatíveis com as
Neste momento da aula, não é oportuno detalhar como essa supremacia do parlamento
inglês foi construída e como está hoje. O fato é que hoje essa supremacia do parlamento
inglês sofre algumas mitigações, mas ainda assim, pelo menos, tradicionalmente, fala-se em
internacional, fala-se em alguma forma de controle na Inglaterra – assunto este que não tem
relevância para nós. O que interessa é entender o motivo de a Inglaterra não ter desenvolvido
1.2. EUA
A ideia de Coke não prevaleceu na Inglaterra, mas acabou influenciando os EUA, onde
Madison. Para bem compreender esse caso, precisamos explicar rapidamente o contexto.
Quando os EUA ainda eram as 13 colônias e sua metrópole era a Inglaterra, havia certa
liberdade nessa relação, a qual, quando foi quebrada pela intenção da Inglaterra de explorar
Quando os colonos viram uma opressão vinda da Inglaterra, sabiam que ela partia
exatamente dos barões ingleses que dominavam o parlamento, fazendo com que este
Quando os EUA desenvolveram o seu modelo político de organização, eles optaram por
não conferir supremacia ao parlamento como acontecia na Inglaterra. Ao invés disso, eles
adotaram a ideia de separação de poderes, onde os três poderes são independentes e não
podem ser superiores uns aos outros, pois o que é superior a tudo é a Constituição.
Se uma lei for elaborada de forma contrária à Constituição, então, ela não pode
prosperar, porque isso significaria, na prática, que o legislador está acima da própria
Quando um caso concreto chegasse a um juiz, portanto, ele poderia analisar a lei e, por
Constituição e a lei seja nula, porque o juiz pode fazer controle de constitucionalidade. Essa é
judicial review. Falamos em controle difuso porque é o controle que está difundido por todos os
Esse controle será feito dentro da análise dos casos concretos, logo, não se trata de
uma ação proposta para discutir a constitucionalidade da norma, mas sim um caso concreto.
Ocorre que, para resolver esse caso concreto, é preciso, antes resolver a questão
Trata-se de controle difuso porque está esparso por todos os órgãos do judiciário; e de
controle incidental porque é feito como uma questão incidental dentro de um caso concreto.
Nos EUA, firma-se, ainda, o princípio da nulidade, que diz que norma inconstitucional é
norma nula desde a origem, ab ovo. Essa é a base do direito americano em relação ao
controle de constitucionalidade.
francesa, se revoltou contra a monarquia por entender que o poder não é do monarca e sim
Através dos representantes eleitos pelo próprio povo, ou seja, através da Assembleia
órgão democrático.
Se esse órgão é democrático, não pode um juiz invalidar uma decisão dele, porque
Como um juiz, que não é eleito, poderia invalidar uma decisão dos eleitos pelo povo?!
A decisão feita pelos eleitos pelo povo é uma decisão legítima, porque a maior
então não pode um agente político que não foi eleito invalidar sua decisão. Sob essa
Aqui, o juiz deve se subordinar à lei, sendo mera “boca da lei”, não podendo sequer
Atualmente, esse conceito está superado, porque, para aplicar, o único jeito é
porém, o juiz não podia interpretar. Ele era apenas um canal por onde a lei flui para
desembocar no caso concreto. “Mera boca da lei”, porque, somente o Legislativo tinha o poder
interpretar, só o legislador.
Dessa forma, o controle seria político (não judicial) e preventivo (realizado na fase de
elaboração da norma). Ou seja, quando o legislador estivesse debatendo um projeto para virar
uma lei, ele próprio já faria a análise da compatibilidade desse projeto com a Constituição.
Não caberia ao juiz, depois de a lei pronta, fazer esse controle. Isso prevaleceu dessa maneira,
de modo que, na França, existia apenas o controle político preventivo, até bem recente, cerca
ordinária ou da justiça administrativa [[2]], pode ser suscitada uma questão discutindo a
Nesse caso, o juiz desse caso concreto não vai resolver o problema. Essa questão vai
subir para um órgão chamado Conselho Constitucional, o qual decidirá se aquela norma ou
aquele ato é constitucional ou não. Essa decisão tem validade para todos, inclusive, para
Hoje, na França, já existe uma forma de controle repressivo, posterior à própria edição
da lei, mas essa não é a visão original. O conceito original era controle meramente preventivo.
Temos aqui a influência do famoso Hans Kelsen, que foi adotado na Constituição da
política de legislador negativo[3], a qual não poderia ser feita pelo próprio legislador porque,
se ele validar a lei, que é uma decisão dele próprio, ele acaba sendo um juiz de si mesmo, e
todo juiz de si mesmo é parcial. Deveria ser um órgão específico, um Tribunal constitucional
controle de constitucionalidade.
Em outras palavras, só ele faz controle, mas, em contrapartida, ele só faz controle, não
julga outros casos. Quando dizemos que só ele faz controle, estamos nos referindo ao controle
concentrado; e, quando dizemos que ele só faz controle e não julga casos concretos, estamos
nos referindo ao controle abstrato, que analisa a norma em tese desconectada de casos
concretos.
inconstitucionalidade não geraria efeitos retroativos. Ao invés disso, a norma seria expulsa da
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[2] Na França, temos o sistema dual de jurisdição, com a justiça comum e a justiça
judiciário que discute todas as matérias, assim como no Brasil. Aqui, temos um poder
judiciário com ramificações. Na França, não: existe a justiça ordinária comum e a justiça
administrativa.
[3] Legislador positivo é aquele que cria a lei, insere uma lei no ordenamento jurídico. O
legislador negativo é aquele que retira a lei do ordenamento normativo. Quando uma lei é
negativo.
Brasileiras
O primeiro apontamento diz respeito ao nome “Brasil’, que está escrito com Z, porque
seja, era aquele conceito de que o juiz seria uma “mera boca da lei”, não o cabendo criar o
direito, ou interpretar, mas, apenas ao legislador fazer isso (tanto criar, quanto interpretar as
leis).
Essa ideia repercute sobre a Constituição de 1824, a qual diz que a Assembleia Geral,
composta pela Câmara e pelo Senado, que seria hoje o nosso Congresso Nacional, deveria
guardar a Constituição.
Existia também o Poder Moderador, influenciado por Benjamin Constant, para fazer o
equilíbrio entre os três poderes, mas, fora isso, não havia na Constituição de 1824 um
legislador criar e interpretar as leis e zelar pela aplicação da Constituição. Lembrando que o
1891
O nome do Brasil era República dos Estados Unidos do Brasil, o que é muito
interessante, pois reflete a influência norte-americana, trazida por Rui Barbosa, que foi o
1934
Essa Constituição traz quatro pontos importantes para essa disciplina. O primeiro é a
reserva de plenário, que é um instituto que existe ainda hoje no art. 97 da atual Constituição.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
um Tribunal, só poderia ser feita pelo órgão pleno ou pelo plenário do próprio tribunal[1].
O segundo ponto é sobre a resolução suspensiva do senado federal, que é uma ideia
que também existe ainda hoje, mas, com algumas críticas, no art. 52, X.
Esta ideia é a seguinte: se uma lei for declarada inconstitucional pelo poder judiciário,
essa declaração vale apenas inter partes e, para que ganhe efeito geral, é possível ser feita
uma resolução do senado federal dando efeito erga omnes à decisão judicial.
Exemplo: se o Supremo declara uma norma inconstitucional e essa decisão vale apenas
inter partes, o Senado Federal pode editar uma resolução suspensiva da norma, o que
equivaleria dizer que a decisão do Supremo passou a ter efeito geral, de modo a suspender a
Um terceiro ponto é a representação interventiva, onde era possível que a União, após
violando de alguma forma princípios constitucionais, intervenha nos estados e elabore uma lei
interventiva.
Para que essa lei interventiva gere efeitos, depende de uma apreciação do Judiciário,
de modo que só gerará efeitos se o STF entender que a norma é constitucional. Em contrário
A forma de levar essa lei interventiva para o Supremo, mediante uma ação do
O quarto ponto é a criação do Mandado de Segurança, que também existe ainda hoje
como muito bem sabemos. Essa ação protege os direitos fundamentais individuais contra
violações do poder público, os quais têm fundamento na Constituição, de modo que é uma
novidades importantes.
qual se manifesta pelo caráter ditatorial da Constituição, facilmente verificável pela atuação
do presidente da república nos seguintes artigos da Constituição da época: art. 13 c/c 96, pú,
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república entender que, apesar de a lei ter sido declarada inconstitucional, é relevante para a
soberania e para os interesses nacionais, então, ele pode desafiar a decisão judicial
O Congresso Nacional poderia, então, confirmar a lei pelo quórum de 2/3 (3º passo do
depois, o presidente da república provoca o Congresso Nacional e, por fim, o Congresso torna
estivesse reunido por algum motivo, suas atribuições passariam para o presidente da
república, e um dos motivos para que o Congresso não se reunisse era a interrupção do seu
funcionamento por uma decisão do presidente. Por isso, se diz que essa Constituição teve
caráter ditatorial.
república podia fazer, por meio de um decreto-lei, o que cabia ao Congresso, que é tornar sem
efeito a decisão judicial que declara a lei inconstitucional, para manter a lei.
poderia tornar sem efeito uma decisão judicial. Não temos, felizmente, na Constituição de
inconstitucional.
ativa para propor junto ao Supremo Tribunal Federal era do Procurador Geral da República,
sendo este o único que poderia provocar o Supremo para que fizesse o controle abstrato de
constitucionalidade.
ADI, o que nos faz concluir que o controle abstrato de inconstitucionalidade via ação específica
verdade, de 1965.
Emenda de 1969 a altera tanto que a maior parte da doutrina entende que, por si só, já é uma
Essa Constituição mantém o modelo de controle até então existente. Primeiro, foi
criado o difuso, mantido pela Constituição de 46; e depois, a Emenda 16/65 criou também o
abstrato. Esse modelo todo é o que foi mantido pela Constituição de 67/69. A novidade é a
Inconstitucionalidade do PGR.
Até então, havia uma dúvida se o Supremo poderia em uma liminar suspender uma
com a Emenda 7/77, que autoriza o cabimento de liminar tal como acontece até os dias
atuais.
Atualmente, em uma ADI, o Supremo Tribunal Federal pode conceder uma liminar para
suspender a viabilidade da lei objeto da ADI. Além disso, foi criado também na Emenda 7/77 a
Havendo uma controvérsia sobre a melhor interpretação de uma norma, poderia ser
proposta uma ação, também pelo PGR, para que o Supremo fixasse qual era a interpretação
correta. Essa figura da representação interpretativa não existe mais na Constituição de 1988
(e nem precisa existir), porque o Supremo entende que, na própria petição inicial da ADI, já é
1988, porque aquilo que antes era possível de forma muito restrita, por apenas um único
legitimado sem grande amplitude para agir, hoje, pode ser feito por centenas de legitimados.
constitucionalidade passe a ser mais utilizado, inclusive, muito mais do que o controle difuso,
se tornando mais importante do que este. Esse fenômeno ficou conhecido e é chamado de
que propriamente de difuso concreto. Além disso, o próprio controle difuso concreto passa a
receber elementos e características que antes eram só do abstrato. Exemplo: figuras como o
amicus curiae, a repercussão geral no RE, as súmulas vinculantes, dentre tantos outros
elementos que dão uma amplitude maior do que aquela tradicional decisão inter partes.
A criação da ADPF foi uma outra novidade desta Constituição. Antigamente estava
previsto no art. 102, parágrafo único, que posteriormente foi renumerado para parágrafo 1º.
• Foi estabelecido o controle das omissões com a criação da ADO para o controle
abstrato das omissões, e do Mandado de Injunção para o controle concreto.
• Foram ampliados os remédios constitucionais que já existiam. Exemplo: o HC e o MS
já existiam, mas foi criado o MS coletivo, bem como o HD e o MI foram criados; e a Ação Civil
Pública e a Ação Popular, que já existiam, foram alargadas.
• Foi estabelecida no plano constitucional a Reclamação, que já existia antes de 1988,
mas não com previsão constitucional. Após 1988, se tornou uma verdadeira ação
constitucional.
• A emenda 03/93 criou a ADC, que curiosamente não foi uma criação originária da
Constituição.
Outras Emendas também trazem novidades, sobretudo, a Emenda 45/04, que criou a
Súmula Vinculante.
Quando uma decisão no controle concreto é inter partes, mas já está sendo proferida
de forma reiterada, é possível que o Supremo a converta em Súmula Vinculante para dar um
efeito que a decisão inter partes não tem (efeito erga omnes vinculante).
Além disso, a Repercussão Geral no RE, que funciona como uma demonstração de que
aquele tema ou aquela tese tem uma repercussão para além das partes envolvidas no caso
outros pontos que não precisam ser tão desdobrados, como é o caso do incidente de
prevista no art. 109, §5º e alteração da competência do STJ para o STF em determinados
casos de RE (art. 102, III, d) e Representação Interventiva (art. 36, III) são dois pontos que são
novidades, pois, foram trazidos pela Emenda 45 (Reforma do Judiciário), embora neste
Quando observamos o Direito Brasileiro, podemos fazer uma síntese em quatro fases:
concentrado/abstrato de outro, mas ainda com uma primazia para o concreto/difuso (a partir
da EC 16/65);
quando passa a ser o controle mais importante). Esse fenômeno é reconhecido pelo próprio
constitucionalidade.
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Constituição.
antes de 1988, o PGR tinha, entre as suas atribuições, o dever de defender os interesses da
União. Atualmente, essa função seria feita pelo AGU, então, obviamente na época ele não
isso era por força constitucional, ou seja, pela Constituição ele tinha que defender os
interesses da União. Atualmente, não é mais assim. Hoje, o PGR tem autonomia, o que é um
avanço, mas não só isso, porque, além do PGR, o rol de legitimados é bem extenso.
[3] Quando a ADC foi criada pela Emenda 3/93, o art. 13 da Lei 9868 reproduziu o rol de
legitimados, que previa apenas 4: presidente, mesa da câmara, do senado e PGR. A Emenda
45 revogou esse artigo da lei, e deixou apenas o rol da ADI, que passou a ser igual ao da ADC.
1. TIPOS DE CONTROLE
norma, ou seja, antes de existir propriamente a norma, apenas o seu projeto, sobre o qual
Quanto à natureza do órgão, o controle pode ser judicial ou não judicial, também
chamado de controle político. Judicial é aquele feito pelos órgãos do poder judiciário,
especialmente, aqueles com atribuição jurisdicional; e o político pelos órgãos que não são do
inconstitucional, o controle é preventivo, porque, o projeto não é lei ainda, e político, não
acima também traduz essa regra. Outro exemplo: quando o Supremo julga, em uma ADI,
uma lei inconstitucional, esse controle é judicial e repressivo. Mesmo o controle difuso é
Há exceções?
Sim. É possível que o controle político seja repressivo e o judicial seja preventivo. Nós
O aspecto subjetivo ou orgânico tem a ver com a competência do órgão judicial. Nesse
caso, o controle poderá ser chamado difuso, que é aquele conferido a todo e qualquer juiz, no
âmbito de sua competência, independente de sua posição na esfera do Poder Judiciário, sem
Em outras palavras, pode ser o juiz do trabalho, o juiz federal, o juiz estadual, o juiz
eleitoral; é aquele que, no âmbito de sua competência regular, ao julgar a ação que lhe foi
constitucional, por meio de ações específicas e com rol taxativo de legitimados. Em outras
palavras, é uma ação proposta específica para isso, a matéria da ação é constitucional, só um
rol específico pode propor essa ação, e tribunal é o órgão que tem competência exclusiva, no
sentido de que só aquele órgão pode julgar, sendo a competência originária, não recursal.
Trata-se do caso da ADI, ADC, ADO, ADPF, etc, em que o STF é o órgão de controle
QUANTO À FINALIDADE)
No aspecto formal, podemos ter controle pela via incidental, também chamado de
controle concreto, via de exceção ou via de defesa; ou via principal ou abstrato ou via de
ação.
Nessa classificação, não estamos mais atentando para a competência do órgão, mas
sim, para a “posição” que a matéria constitucional ocupa no processo. Se é uma questão
Combinando este ponto com o ponto anterior, chegamos a uma regra não absoluta: o
Tem exceção?
Sim. Pode ser que o controle difuso seja abstrato, embora seja uma situação
excepcional. Também é possível e excepcional que o controle concentrado seja concreto. Este,
porém, não é o momento oportuno para tratar dessas questões. Posteriormente, haverá um
subjetivo em jogo.
Exemplo: se um locador entra com uma ação contra o locatário e este entende que a
ação é baseada em uma lei que prevê um direito inconstitucional. Nesse caso, haverá a
Por outro lado, quando o PGR propõe uma ADI para discutir a constitucionalidade de
uma lei, ele não está defendendo o interesse pessoal dele, mas sim, o da sociedade como um
todo. Não há interesse subjetivo em jogo. Isso nos remete a alguns conceitos.
de interesses qualificado pela pretensão de uma das partes e pela resistência da outra, ou
Legislativo. O professor mencionou anteriormente que o controle quanto ao órgão pode ser
judicial ou não judicial, também chamado de político. Isso envolve muito o executivo e o
O controle pelo executivo é o mais rápido, simples e com menos hipóteses. Uma delas
lo inconstitucional.
de lei inconstitucional). O chefe de poder – o professor está falando sobre o executivo, mas
vale para o legislativo também – pode determinar aos seus subordinados que não apliquem
O chefe de poder retira o seu poder da Constituição, então, ao se deparar com uma lei
que é contrária à Constituição, entre cumprir a lei e violar a Constituição ou descumprir a lei e
cumprir a Constituição, é preferível que ele cumpra a Constituição e não aplique a lei, porque
a fonte do seu poder é a Constituição, o que o impede de aplicar lei contra a Constituição.
Essa é a lógica.
autores passaram a discordar, discutir e se contrapor a essa tese por entender que, após a
preferível entrar com a ADI e deixar o Supremo decidir para então atuar de acordo com a
decisão do Supremo.
Em que pese essa discussão ser interessante, o Supremo entendeu que, mesmo após
1988, o chefe do executivo tem essa possibilidade. O professor trouxe o julgado nesse sentido:
Os Poderes Executivo e Legislativo, por sua chefia – e isso mesmo tem sido questionado
leis ou atos com força de lei que considerem inconstitucionais.” (ADI 221-MC, Rel. Min. Moreira
Alves, DJ 22/10/93)
O professor atenta para o fato de que o próprio Supremo reconhece que a tese acima
mencionada é discutível, mas ainda assim, deve ser mantido esse julgado de 1993 já que é
após 1988.
professor já havia mencionado, que faz o controle preventivo dos projetos de lei.
Art. 66. § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar
de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.
O presidente da república pode vetar o projeto de lei, mas o Congresso pode discordar
do veto e rejeitá-lo por maioria absoluta. Essas duas hipóteses são controle político
A Constituição diz que o legislativo pode sustar uma lei delegada que extrapole os
poder regulamentar.
A lei delegada é fruto de uma delegação legislativa que o legislador dá para o poder
executivo, mas tem limites. Se o executivo elabora a lei delegada violando os limites da
delegação, há uma inconstitucionalidade, de modo que o próprio legislativo pode sustar a lei
delegada. Esse é um controle político, porque é o legislativo quem faz, mas é repressivo,
Outra exceção é o juízo sobre a medida provisória, porque a MP não é uma lei, mas já é
não está afetado pelo efeito vinculante da decisão, decide fazer uma nova lei.
O único risco é essa lei ser declarada inconstitucional de novo, então, ao invés de fazer
uma nova lei idêntica, o Congresso pode pegar aquela matéria e fazer uma emenda à
constituição para mudar a própria Constituição sobre aquele assunto. Não há problemas nisso,
Exemplo: o Congresso elaborou a lei que criou a taxa de iluminação pública e que foi
tributo que incidia sobre iluminação pública e que foi declarado inconstitucional quando era
Legitimidade ativa para a propositura de ação direta por órgão do legislativo é outra
hipótese de controle pelo Legislativo. Mesa da Câmara, Mesa do Senado e as Mesas das
segue o mesmo argumento e o mesmo julgado utilizado nesta hipótese em sede de poder
executivo.
não pode fazer uma nova lei declarando a lei anterior inconstitucional, pois, a declaração de
inconstitucionalidade é exclusiva do poder judiciário, mas pode elaborar uma nova lei que, por
entender a lei anterior inconstitucional, a revogue. Não precisa nem dizer na lei revogadora
Resolução suspensiva do Senado Federal ocorre quando o Supremo declara uma lei
inconstitucional interpartes, porque o Congresso pode suspender essa lei. Esse é um tema
ATENÇÃO! Lembrar que o TC não é, a rigor, órgão do legislativo, mas como está ligado
3. CONTROLE JUDICIAL
pouco mais sobre o judicial, que é o que nos tomará todas as horas restantes dessa disciplina.
A regra é que o controle judicial é repressivo, seja pela via difusa ou pela via
concentrada, mas, existe a possibilidade excepcional de ele ser preventivo. Esta possibilidade
não é obrigado a participar do seu debate. Nesse caso, ele pode impetrar um Mandado de
líquido e certo de quem impetra, que, nesse caso, é o parlamentar. O parâmetro desse
que deu sequência ao projeto de lei de forma indevida. A competência para o mandado de
PEC.
Nesse caso, não cabe Mandado de Segurança, porque não é matéria constitucional e
sim matéria interna corporis e, em nome da separação de poderes, o Supremo não se envolve
nesse ponto.
uma PEC que viole o processo legislativo e, no meio desse MS, o projeto efetivamente se
tornar lei ou emenda, o MS perde o seu objeto, logo, perde sua legitimidade, pois já não cabe
uma ação direta proposta no Supremo como órgão exclusivo de controle. Qualquer mandado
competência do supremo.
competência originária, o Supremo também tem competência originária como órgão judicial
que é. Isso não tem relação com o fato de a matéria ser constitucional – essa é questão que
O Supremo não está atuando, nesse caso, como um tribunal constitucional, mas sim,
como o julgador originário de uma causa concreta. O que acontece é que, nessa causa
Inconstitucionalidade
1. TIPOLOGIA DA INCONSTITUCIONALIDADE
tipos de controle e agora vamos falar sobre o tipo da inconstitucionalidade, que alguns
Uma norma pode ser inconstitucional, mas é preciso saber qual é o tipo de
inconstitucionalidade dela. Esta é a pergunta que está por trás desta aula.
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a pena de morte e a lei vem dizendo que é instituída a pena de morte no Brasil. O conteúdo
processo legislativo foi violado, seja o quórum, seja a etapa inicial ou final do processo
legislativo, não importa. Também pode ser na iniciativa do processo legislativo, quando quem
iniciativa do presidente da república. Uma delas, por exemplo, o regime de servidor público
federal. Imaginemos que há um projeto de lei sobre esta matéria, só que de iniciativa
É vício subjetivo, pois o sujeito que iniciou o projeto de lei não tinha atribuição para tanto.
II - disponham sobre:
estabilidade e aposentadoria
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados,
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
Vício formal procedimental objetivo é quando, depois da iniciativa, houve algum vício
no curso do processo.
OBSERVAÇÃO: o STF, quando declara uma norma inconstitucional por vício formal,
fazendo uma lei da União, ou a União fazendo uma lei que deveria ser do município. Em suma,
competência de outro.
que já caiu em prova – ou, como chamado por Jorge Miranda, de inconstitucionalidade interna.
Excesso de poder de legislar significa que aquele que legislou foi além do que poderia;
disse mais do que poderia ter dito. Viola-se, nesse caso, o princípio da proporcionalidade, que
é a vedação de excesso. Ele foi desproporcional, disse o que não poderia dizer. Foi além do
devido.
encontrando eco no sistema constitucional vigente. (RE 197.917, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ
07/05/04).
Em síntese:
inconstitucionalidade externa.
legislativo, seja por vício subjetivo, que é o vício de iniciativa; ou por vício objetivo, que é o
legislativa, quando o ente da federação que elaborou a norma não tinha atribuição pra isso.
parte pode ser alguns artigos, um único artigo, alguns parágrafos dentro do artigo ou alíneas,
incisos, não importa. Pode até mesmo ser que a inconstitucionalidade parcial atinja uma única
palavra ou expressão.
Exemplo: supondo que a lei diga assim que “a vitaliciedade é garantida aos juízes do
estado, aos promotores de justiça e aos procuradores do estado”, mas embora juiz e promotor
tenham vitaliciedade, o procurador do estado não tem. Então em vez de o artigo inteiro ser
quanto veta um projeto de lei, não pode vetar palavras ou expressões, mas só o artigo inteiro,
o inciso inteiro, o parágrafo inteiro, isto é, somente o dispositivo inteiro. No entanto, isso é
constitucionalidade.
expressão, desde que isso não mude o sentido do texto. Exemplo: supondo que o texto diz
inconstitucionalidade da palavra “não”, quer-se dizer que o que era proibido passa a ser
permitido, o que muda o sentido do texto. Nesse caso, não pode, porque é como se estivesse
criando uma lei nova ou um artigo novo, e o Supremo e o juiz não podem agir como
legisladores positivos. É possível que haja uma declaração, uma palavra ou expressão do texto
inconstitucional, desde que isso não subverta o sentido do texto, ou seja, desde que isso não
mude o sentido original do texto.
Inconstitucionalidade por ação, fica claro que o poder público fez o que não deveria. Na
omissão, é o contrário: ele não fez o que deveria. A omissão é um “non facere” ou “non
ATENÇÃO! Só há omissão quando há obrigação. Ninguém é omisso por não fazer algo
A omissão pode ser total ou parcial. Total é a absoluta ausência da norma. Na parcial, o
poder público criou a norma, mas a norma não é completa, não abrange tudo o que deveria
abranger.
poder público elaborou a lei que rege o trabalhador em geral, mas não o fez com o servidor
público, logo, há uma omissão parcial, porque há regulação do direito de greve para uma
parte e não para outra. Lembrando que omissão parcial é o estado de insuficiência ou
que está abaixo da constituição, e o ato normativo secundário é o que está abaixo do
primário.
constituição, e um decreto regulamentar da lei está abaixo dela, sendo, portanto, um ato
normativo secundário.
o Supremo, se esse decreto viola alguma coisa, é a lei, de modo que será ilegal, não
reflexa ou oblíqua.
Não obstante, existe a situação em que o decreto não é regulamentar de uma lei,
estando diretamente ligado à Constituição. Nesse caso, é como se, no lugar da lei, houvesse
Esse decreto é o chamado decreto autônomo, que é um ato primário e pode ser objeto
um decreto meramente regulamentar, não poderia, mas sendo primário autônomo, é possível
inconstitucionalidade por derivação, por sua vez, também pode ser chamada de
simples. Por outro lado, imaginemos que a norma diga que “a vitaliciedade foi dada ao
procurador do estado”, enquanto outra norma diz que “já que o procurador do estado tem
vitaliciedade, existe uma ação específica para decretar sua perda de cargo”.
OBSERVAÇÃO: Esse exemplo foi uma situação real e é parecido com o que acontece
com o juiz. O juiz tem vitaliciedade e tem uma ação própria caso ele viole as regras
constitucionais para decretar a perda de cargo, chamada de ação civil para decretação da
perda de cargo. Isso está lá na Lei Orgânica da Magistratura Nacional. Posteriormente, uma lei
como essa vitaliciedade é inconstitucional, a norma que cria a ação civil para decretação de
seria válida. Contudo, como a norma que prevê a vitaliciedade é inválida, nula, então, a que
prevê a ação também passa a ser nula. Trata-se de inconstitucionalidade por derivação, por
Temos a Constituição, abaixo dela uma lei, e abaixo da lei, um decreto regulamentar. Já
vimos que esse decreto é um ato normativo secundário, e que a lei é o ato normativo
primário.
Não. Não caberia uma ADI, pois, seria uma inconstitucionalidade direta, reflexa ou
oblíqua.
Supondo que foi proposta uma ADI à lei que ele regulamentou, e essa lei é declarada
ATENÇÃO! Esse decreto jamais poderia ser objeto de controle, mas a lei em relação a
qual ele existe foi objeto de controle, e foi declarada inconstitucional, o que faz com que esse
a ser arrastado não poderia ser objeto de ADI por ser ato normativo secundário, e o grande
nascimento ou no nascedouro.
morte” e a lei diz que “aplica-se a pena de morte para o caso X”. Essa lei já nasceu morta,
mas depois surge algum fato que a torna inconstitucional. Isso é possível em duas situações,
sendo que uma delas o Supremo aceita e a outra não. A primeira é a situação em que a norma
se torna inconstitucional pelo advento de uma norma constitucional, ou seja, pelo advento de
posteriormente percebeu-se ser incompatível com a Constituição de 1988, então haveria uma
inconstitucionalidade superveniente.
ATENÇÃO! Essa hipótese o Supremo não aceita. Para o Supremo, essa lei anterior à
Outra situação é quando a lei é de 2016, vem uma emenda à Constituição em 2018, e
a lei é contrária à emenda de 2018. Seria inconstitucionalidade posterior, pois nasceu válida
Alguns defendem essa tese, mas o Supremo não gosta disso. Para o Supremo, essa lei
foi revogada pela emenda, pois, como uma norma constitucional é superior a tudo, ela pode
a mutação constitucional. Exemplo: a lei nasceu, na época, válida, só que ocorreu a mutação
constitucional[1] e essa lei que, lá atrás, era válida, de acordo com o novo sentido dado à
critérios de concessão de outros benefícios assistenciais por parte do Estado).” Rcl 4374-PE,
com que o sentido dado à Constituição mude, e esse sentido novo torna inconstitucional uma
lei que antes poderia ser considerada constitucional, isso consiste na inconstitucionalidade
superveniente por força de uma mutação constitucional. Trata-se de uma mudança informal
em que se modifica o sentido dado ao texto, mas não o texto, e essa mudança decorre de
texto muda, geralmente, para acompanhar a realidade social. Exemplo: uma união
homoafetiva 50 anos atrás tinha um certo grau de resistência social, e uma união homoafetiva
hoje tem grau de aceitação muito superior. Essas mudanças fáticas podem levar a mudanças
na forma como a sociedade entende a Constituição ou a lei. Isso consiste na própria evolução
do direito. Outro exemplo: o conceito jurídico de “mulher honesta” no século XX, final do
século XIX era um, e quando falamos em “mulher honesta” hoje, não tem nada a ver com o
sentido de “mulher honesta” daquela época, que tinha uma conotação da vivência sexual da
mulher. Atualmente, “mulher honesta” tem o mesmo sentido de “homem honesto”, ou seja, é
uma conotação exclusivamente econômica, traduz uma pessoa justa, honesta, que não rouba,
não mata, não se corrompe. Em suma, essa evolução da sociedade e do direito faz com que o
modo que entra com uma ação para não pagar o tributo, alegando, para tanto, sua
aquilo que eventualmente já foi pago indevidamente. Porém, para chegar a tal conclusão, o
contribuinte precisa argumentar que essa lei é inconstitucional. Assim, o resultado da sua
competência recursal.
se respeitar o pré-questionamento.
Qualquer tipo de inconstitucionalidade pode ser suscitada, ou seja, pode-se arguir que
Dessa forma, essa norma é o objeto e a norma da Constituição serve como parâmetro. Todo
O objeto pode ser tanto uma lei federal, estadual ou municipal, ao passo que o
Com efeito, tanto a lei federal, quanto a estadual e municipal PODEM ter como
CUIDADO: quando se diz que não cabe controle de lei municipal em face da
Constituição federal, isso se refere à ADI. Ou seja, de fato, não cabe ADI em face de lei
municipal tendo como parâmetro a Constituição federal. No entanto, o tema aqui tratado não
é ADI, mas sim controle concreto. No controle concreto, é possível o questionamento de uma
Por sua vez, se o parâmetro for a Constituição estadual, o objeto poderá ser tanto uma
Se por acaso for encontrada uma lei federal em contrariedade com uma Constituição
estadual, deve-se analisar as duas normas (lei federal e Constituição estadual) perante a
Constituição federal, porque das duas uma: ou a União, ao fazer a lei federal, invadiu a esfera
Constituição estadual invadiu a competência da União, sendo que, nesse caso, a norma
2. CARACTERÍSTICAS
2.1 Anterioridade
Exemplo: o indivíduo que entra com a ação para não pagar o tributo alegando a lei ser
inconstitucional. O juiz, na decisão, antes de dizer que o indivíduo não tem que pagar o
2.2 Superordinação
exemplo do contribuinte que não deseja pagar o tributo, a depender do que o juiz decidir
acerca da lei isso condicionará a decisão, ou seja, se disser que o lei é constitucional, o
contribuinte deve pagar o tributo, ao passo que se disser que a lei é inconstitucional, o
2.3 Autonomia
caso concreto, esse debate constitucional não se reduz apenas àquele caso singular, mas
possui vida própria (independente ou autônoma) àquela caso concreto, tanto é que as
questões constitucionais podem ser discutidas no controle abstratos, seja ADI, ADC, ADO,
ADPF.
20718 AULA7 CONT ROLE DE CONST IT UCIONALIDADE Cont role Dif uso e Concre t o
Proce dime nt o
1. PROCEDIMENT O
questão incidental em um processo que corre em prim eira instância e no prim eiro
i. Juiz
exercem um a com petência de segundo grau por causa da com petência recursal.
instância, não haverá um a m udança no procedim ento. O processo segue seu rito
norm al, sem problem a algum , apenas o juiz deverá enfrentar, na decisão final, a
m atéria constitucional.
CF. Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
"Maioria absoluta". Lem brar que m aioria é o prim eiro núm ero depois da m etade
Diz a C F, no seu art. 93, inciso XI, que os Tribunais que tiverem m ais de 25 (vinte e
cinco) julgadores poderão ter um órgão especial, que terá, no m ínim o, 11 m em bros, e,
no m áxim o, 25 m em bros, que fará as vezes do tribunal pleno. Isso ocorre naqueles
tribunais que possuam , por exem plo, m ais de 100 desem bargadores, pois seria inviável
CF. Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
Assim , um a turm a pode declarar um a norm a constitucional; o que ela não pode é
declarar inconstitucional.
com paração com o C PC /73. A sistem ática é basicam ente a m esm a, com algum as
diferenças pontuais.
própria turm a.
legitim ados a propor ADI (art. 103 da C F) tam bém poderão se m anifestar. Além disso,
com petência originária do Tribunal (por exem plo, um HC im petrado diretam ente no
norm a, ou o próprio relator, independentem ente de alegação das partes (de ofício,
portanto), pode tam bém entender que a norm a é inconstitucional e levar a discussão
ao órgão fracionário.
inconstitucionalidade ou se a acolhe.
plenário ou órgão especial. Isso gera o que a doutrina denom ina de "cisão funcional da
constitucional, vai para outro órgão, e é no plano horizontal, porque isso é feito dentro
m anda, posteriorm ente, a decisão para o órgão fracionário. O órgão fracionário, com
c o nt r o le dif us o .
constitucional deve ser decidida pelo plenário. E de fato, quando um a ADI é proposta
Portanto, a reserva de plenário vale tanto para o controle difuso quanto para o
julgam ento.
dos atos do Poder Público (591.373-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. em 18-9-2007, 2ª Turma,
DJe 11-10-2007).
iii. Re c ur s o da De c is ão :
Súmula 513 do STF: "A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou
Essa decisão precedente do STF que dispensa a reserva de plenário pode ser em
controle difuso concreto, isso porque se for "erga omnes" e vinculante, não precisaria o
se já houver decisão do STF, é porque essa decisão tam bém pode ser em controle
C uriosam ente, o STF entende que no julgam ento de um RE por um a Turm a não
Art. 9º Além do disposto no art. 8º, compete às Turmas: III – julgar, em recurso
119, III e 3, 139 e 143 da Constituição, observado o disposto no art. 11 e seu parágrafo
de nova pauta:
estadual com base em entendimento consolidado do tribunal (RE 376.440 ED/DF, rel. Min. Dias
(parâm etro).
da federal. E nesse caso, dessa decisão cabe RE, que será distribuído ao relator,
consolidado no próprio STF sobre aquela m atéria. Assim , estaria o relator apenas
que for com ela incom patível não será inconstitucional, m as sim não-recepcionada.
Nesse sentido, para um Tribunal qualquer declarar que um a norm a não foi
recepcionada não é necessário observar a reserva de plenário, exatam ente por não
"Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de
fracionário não declarou expressam ente que a lei seria inconstitucional, apenas negou
O STF entende que esse tipo de situação, apesar de não haver um a declaração
de plenário.
(No vo CPC):
O STF não adm itia em bargos infringentes em m atéria constitucional (Súm ulas
"Da decisão que se seguir ao julgamento de constitucionalidade pelo Tribunal Pleno, são
am pliação do colegiado (art. 942), para os casos de julgam entos não unânim es. Tal
técnica consiste que sejam convocados julgadores em núm ero suficiente para garantir
futura sessão. O §3º do art. 942 estende a técnica às ações rescisórias e aos agravos de
caso de julgam ento não unânim e proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte
dessa decisão não caberá a técnica de am pliação do colegiado, vez que é julgado pelo
plenário ou órgão especial (caso excluído expressam ente pelo §4º do art. 942 do C PC ).
Controle difuso diz respeito à competência do órgão, enquanto controle concreto tem
no âmbito estadual. Diz-se que é abstrato, pois a questão constitucional é a questão principal,
ou seja, o pedido, e não a causa de pedir. Nesse caso, analisa-se a lei em tese.
Trata-se de uma função política de legislador negativo, vide ADI (Med. Liminar) 2010-2,
relator Ministro Celso de Mello. O legislador positivo é aquele que cria a norma, enquanto o
legislador negativo retira a norma do ordenamento jurídico. Portanto, quando uma norma é
admissibilidade da ação não está condicionada à inviabilidade do controle difuso." (ADI 3.205,
O controle concentrado e abstrato não é uma última via se, por ventura, o difuso e
qualificado pela pretensão de uma das partes e pela resistência da outra. Se o processo
objetivo caracteriza-se pela ausência de interesse subjetivo, logo, não há pretensão ou lide
(no sentido subjetivo).
Litígio constitucional ou litígio normativo diz respeito ao conflito entre normas, ou seja,
quando uma norma está em contrariedade com a Constituição. O processo subjetivo é aquele
existem diversas relações jurídicas que vão muito além de simples devedor e credor, como é
Existem processos que têm natureza trans-subjetiva, ou seja, que envolve direito
subjetivo, mas que a complexidade do tema não se esgota naquele interesse subjetivo, pois
atinge uma massa de pessoas muito grande. Portanto, são processos trans-subjetivos, que
transcendem aos interesses exclusivos das partes do processo. Daí falar-se em repercussão
geral no RE, no qual se demonstra que aquela temática transcende aos interesses subjetivos
controle tipicamente difuso e concreto, pode-se verificar ou trazer alguns elementos que eram
Portanto, cada vez mais, há uma mistura entre objetivo e subjetivo, em que aquele
controle de constitucionalidade.
A) Quanto à lide: No processo subjetivo pode haver lide se a pretensão for resistida,
enquanto que no processo objetivo não. Vide ADI 1.254-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
19/09/97.
não partes em sentido material, pois não há interesse em questão, vide ADI 2.982, Rel. Min.
ordem jurídica normativa abstrata, enquanto que, no processo subjetivo, é a tutela de direito
subjetivo. Direito subjetivo é o poder jurídico de impor a sua vontade sobre outrem ou de
partes.
objetivo, pois não há direito subjetivo em jogo. Vide Pet 1326 AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa,
DJ 29/05/98.
que existam partes. Se, no processo subjetivo, não há interesse, então, não há partes e não
Situações:
STF. Não há impedimento para participar do julgamento de leis que foram elaboradas quando
ele era Ministro de Estado. Vide ADI 4, Rel. Min, Sydney Sanches, DJ 25/06/93.
por exemplo, o TSE edita uma resolução quando este era Presidente, que vem a ser
impugnada via ADI. Vide ADI 2.321-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 10/06/05.
iii) Ex-PGR que se manifestou em uma ADI por meio de parecer e torna-se Ministro do
STF: há impedimento, pois ele já manifestou a sua convicção jurídica. Vide ADI 4, Rel. Min.
iv) Ex-PGR que se manifestou negando a propositura de uma ADI, alegando que a lei
não era inconstitucional, porém, outro legitimado propõe ADI sobre o mesmo caso. O PGR vira
Ministro do STF: há impedimento, pois já manifestou a sua convicção sobre o assunto. Vide ADI
considera haver impedimento por se tratar de membro do Executivo. No entanto, na ADPF 187
- Marcha da Maconha - o Min. Dias Toffolli ficou impedido, pois havia se manifestado como
AGU.
Tipos:
A) ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade - Art. 102, I, "a" c/c Lei 9.868/99.
B) ADC - Ação Direta de Constitucionalidade - Art. 102, I, "a" c/c Lei 9.868/99.
C) ADO - Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - Art. 103, I, §2º c/c Lei
9.868/99.
D) ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - Art. 102, §1º c/c Lei
9.882/99.
F) Representação Interventiva ou ADI Interventiva - Art. 36, III c/c Lei 12.562/99.
1.1 PARÂMETRO
compatibilidade com a Constituição: a Ordem Constitucional Global. Quando se diz que uma
lei é inconstitucional, pois viola determinado artigo da CRFB/88, este artigo é o parâmetro. Se
uma lei é inconstitucional por violar o princípio da igualdade, este princípio é o parâmetro.
necessariamente.
(ADI)?
Por vezes, a EC traz alguns dispositivos que não foram incorporados nem no texto
principal nem no ADCT, mas que se situam na própria emenda, podendo servir como
§3º, da CRFB/88: Este dispositivo trata dos tratados que têm status de EC.
esses tratados também podem servir como parâmetro. Perceba que não é qualquer tratado
internacional, mas apenas os que versem sobre direitos humanos e que foram aprovados na
forma especial do art. 5º, §3º. Aqueles que não tenham sido aprovados por esse procedimento
especial não têm status constitucional e, portanto, não servem como parâmetro.
Suponha uma Lei de 2012, uma ADI de 2013 e uma EC de 2014. A Lei é impugnada por
uma ADI e, em seu curso, surge uma EC que atinge o parâmetro da ação. Por exemplo, a ADI
alega que a Lei viola o art. 100 da Constituição e este é revogado por EC posterior. Nesse
após a propositura da ADI. Nesse caso, a ADI encontra-se prejudicada, como regra. Portanto,
parâmetro, podendo alterá-lo apenas. Se a EC muda o parâmetro, cabe uma análise para
saber se:
CRFB/88 dizia que uma medida provisória valeria por 30 dias e, a partir de uma EC, passou a
ter validade por 60 dias. Já a modificação não substancial é aquela que não muda o conteúdo.
ADI fica prejudicada, pois o parâmetro não existe mais. Chama-se parâmetro histórico, pois é
aquele que existia à época em que a lei foi elaborada. Porém, se a modificação não é
inconstitucional. Percebendo o vício, ele elaborou uma EC para mudar a Constituição de modo
que a lei que antes estava incompatível passa a ser compatível com a nova redação
constitucional.
como o parâmetro foi alterado, a ADI fica prejudicada. Porém, a lei pode ser questionada no
Ministro Dias Toffoli, 15.9.2010. No caso específico, foi criada uma lei estadual que instituiu
permitia tal contribuição, sendo a lei inconstitucional, portanto. Foi proposta uma ADI e, logo
após, concedeu-se uma liminar para suspendê-la. Sabe-se que a finalidade de uma liminar na
pensionista, que era o que estava previsto na lei estadual. Se a lei estadual tivesse surgido
após a EC 41, ela seria válida, pois teria consonância com esta, mas, a lei é anterior à EC 41 e,
por isso, deveria ser comparada com o parâmetro histórico, que é o que estava vigente no
momento em que a lei foi elaborada. Então, a lei estadual era inconstitucional de acordo com
Sim, pois antes dela não podia haver a contribuição previdenciária do aposentado e do
A ADI fica prejudicada, sendo esse o entendimento tradicional. Porém, o STF afirmou
que, se, nesse caso, a ADI ficasse prejudicada, equivaleria a derrubar a cautelar que
suspendeu a eficácia da lei e a lei que estava suspensa passaria a produzir efeitos.
A lei estadual passaria a produzir efeitos a partir da EC 41, pois, em tese, a emenda iria
prejudicar a ADI, já que o parâmetro havia sido alterado. Prejudicada a ADI, prejudicada a
liminar, a lei que estaria suspensa não se encontraria mais suspensa e começaria a produzir
permite. Essa situação geraria uma impressão para a sociedade de que a lei seria válida, pois
estaria produzindo exatamente o mesmo efeito que a EC permitiu. Porém, não se pode validar
uma lei de acordo com uma EC que é posterior a ela, pois ela deverá ser analisada de acordo
com o parâmetro histórico, o qual dizia que a lei era inconstitucional. Lembre-se que a
Nesse caso específico, o STF entendeu que, em nome da segurança jurídica, para evitar
que a lei começasse a produzir efeitos aparentemente válidos quando ela era sabidamente
ADI. Assim, mantiveram a ADI e a julgaram utilizando o parâmetro histórico e não a EC 41.
Nesta senda, o STF disse que a lei era inconstitucional, mesmo tendo o parâmetro sido
1. OBJETO
legislativa estadual ou municipal. Se a lei distrital equivaler a uma lei estadual: cabe ADI. Se
Ato normativo para efeito de controle abstrato via ADI: Ato normativo primário.
a.1) Formal: Espécies do art. 59 da CRFB/88, com exceção das emendas, que são
normas constitucionais. Portanto são: lei complementar, lei ordinária, lei delegada, medida
a.2) Material: Trata-se dos elementos que o ato normativo primário possui:
se destina, o ato não se identifica com pessoas especídicas. Ainda que o comando seja
outra norma.
Portanto, no topo da escada normativa, está a CRFB/88, abaixo dela está o ato
normativo primário e, abaixo deste, está o ato normativo secundário. O ato normativo primário
tem autonomia, enquanto o ato normativo secundário não, tendo em vista que entre este e a
Cabe ADI contra atos normativos primários, sejam formais ou materiais. Porém, não é
cabível contra atos normativos secundários. Existem situações em que o ato pode ser
considerada indireta, reflexa ou oblíqua. Porém, pode ser objeto de controle de legalidade,
como no caso de um Decreto que regulamenta Lei. Ademais, é possível que um ato normativo
secundário seja materialmente primário, sendo esta uma situação de exceção. Nesse caso,
Exemplos: Edital de um concurso público (ADI 2206); Decreto autônomo (art. 84, VI,
CRFB/88) (ADI 2564 e ADI 1969-MC); Decreto judiciário (ADI 2052-BA); Provimento de
República (ADI 4); Resolução de Secretário de Segurança Pública (ADI 3731 MC/PI).
todos os servidores. O STF entendeu que, como a decisão tinha uma amplitude e uma
aplicabilidade geral, abstrata e impessoal, tratando de uma questão remuneratória que tem
considerado um ato normativo materialmente primário e, portanto, poderia ser objeto de ADI.
No caso de autonomia ilegítima do ato normativo (ADI 519 MC/MT), imagine que a
CRFB/88 exija que determinada matéria seja regulada em lei, porém, esta não existe. É feito
um decreto regulamentar que deveria regulamentar a lei, mas, como ela não existe, passou o
decreto a ocupar o seu lugar. Então, esse decreto será considerado um ato normativo
secundário indevidamente primário, tendo em vista ter autonomia ilegítima. Nesse caso, ele
No caso de decreto regulamentar que extrapola lei regulamentada (ADI 589 - Min.
Carlos Velloso) deverá ser feito o controle de legalidade, não o controle de constitucionalidade.
Em regra não, pois se caracteriza pela ausência de abstração (por exemplo, lei
de que não caberia a ADI por ser lei de efeito concreto. Entretanto, o STF mitigou esse
entendimento.
Assim, de acordo com o STF, se a lei fosse elaborada com vício formal, caberia a ADI
(ADI 820/RS). Se a lei excepcionalmente apresentasse alguma norma abstrata, ela poderia ser
impugnada. Já na ADI 4048 MC/DF, o Supremo mudou seu entendimento e passou a afirmar
que uma lei orçamentária, mesmo sendo de efeito concreto, poderá ser objeto de ADI, pois o
tema envolvido é de alta relevância política, jurídica, econômica e social. Então, em nome
O STF entende que se o ato tem generalidade, abstração e impessoalidade poderá ser
objeto de ADI (ADI 3202, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgado em 05/02/2014, DJe
20/05/2014).
Em projeto de lei complementar ou de lei ordinária, por exemplo, não cabe ADI. Poderá
Sim (ADI 1946-MC, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 14/09/01). Porém, uma emenda
constitucional (EC) poderá ser objeto de controle apenas se violar as normas constitucionais
contra EC, o seu parâmetro apenas poderá ser o processo legislativo e as cláusulas pétreas.
1.5 SÚMULAS
Não, tendo em vista que tem procedimento próprio para edição, revisão e
ADI e ADI Estadual: Propositura concomitante. A lei estadual e a lei federal podem ser
objeto de ADI, enquanto que a lei federal, a lei estadual e a lei municipal podem ser objeto de
ADI genérica e uma ADI estadual podem ter como objeto lei estadual, podendo ocorrer
simultaneamente.
estadual até que o STF decida. Se o Supremo declarar a lei estadual inconstitucional, ela será
expurgada da ordem jurídica e a decisão do STF prejudicará a ADI estadual, tendo em vista a
perda do objeto.
Entretanto, se o STF declara a lei estadual constitucional, a ADI estadual não fica
prejudicada, pois o TJ poderá continuar analisando-a usando outro parâmetro, qual seja, a
Constituição Estadual (CE). P ortanto, nada impede que o STF declare a norma constitucional
com base na CRFB/88, mas o TJ declare-a inconstitucional por ter violado norma específica da
Constituição Estadual.
Observação: Não há litispendência nem incontinência entre ADI genérica e ADI estadual
Em relação à ADI estadual e à norma de reprodução obrigatória: ADI contra lei estadual
ou municipal que contrarie norma da Constituição Estadual que reproduza norma da CRFB/88
de observância obrigatória.
CRFB/88, que têm como parâmetro a Constituição Estadual, alguns entendiam que o TJ não
mesmo que permitir que o TJ a julgasse a ação com parâmetro na CRFB/88, o que não é
possível.
STF, tendo em vista que, se o TJ julgar RI estadual contra lei estadual ou municipal com base
O STF exerce uma competência de controle pela via recursal quando da interposição
desse RE, o que equivale a um controle difuso. Então, começa como uma ação direta no TJ e
termina como uma via recursal no STF. Portanto, trata-se de controle concentrado e abstrato
no TJ e controle difuso e abstrato no STF, pois tanto a matéria tratada quanto a decisão
recorrida são abstratas. Trata-se, portanto, de uma exceção, em que o controle é difuso e
abstrato.
RE, nesse caso, tem processo de natureza objetiva (RE 412.921, Rel. Min. Ricardo
ABERTA
Quando há uma ADI, a inicial deve especificar nitidamente qual é o objeto e qual é o
afirmou que ela não precisa ser interpretada de forma extremamente radical.
Exemplo: O autor da ADI deseja impugnar uma lei de 10 artigos. Em regra, ele não
poderia dizer apenas que a lei é inconstitucional, mas deveria especificar cada dispositivo. De
acordo com o STF, nesse caso, o autor não precisaria especificar necessariamente todos os
dispositivos, mas apenas aqueles que fossem importantes. Dos 10 artigos, os 7 primeiros
poderá julgar o objeto entendendo que ele é inconstitucional com base em uma
Exemplo: A ADI afirma que a lei é inconstitucional por violar o princípio da igualdade. O
STF poderá afirmar que a lei é inconstitucional por violar o princípio da moralidade.
(Vide ADI 561-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 23/03/01 e ADI 2182/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, DJ 14/06/07).
2. DIREITO INTERTEMPORAL
A ADI não poderá impugnar leis anteriores à CRFB/88 ou a uma emenda constitucional
(Vide ADI 2, Rel. Min. Paulo Brossard, DJ 21/12/97 e ADI 2055 de 2003, Rel. Min. Moreira
Alves).
SUPERVENIENTE)
Imagine que haja uma Lei de 2012, uma ADI de 2013 e uma Lei de 2014. Se a lei nova
revoga a lei anterior, o objeto deixou de existir e a ADI resta prejudicada. Se a lei nova
lei nova não modifica o conteúdo da lei anterior, a ADI não resta prejudicada, bastando fazer o
aditamento da inicial.
Julgados pertinentes: RE 397354 AgR/SC, Rel. Min Ellen Gracie e ADI 2581 AgR-
concreto foi proposta ADI contra uma lei que, por sua vez, foi substituída por outra. Porém, a
ADI estava no início e ainda não havia tido manifestação. O autor aditou a ação afirmando que
a lei havia sido substituída e o STF admitiu, uma vez que ainda não havia tido manifestação
na ADI, tratando-se de um aditamento na fase inicial da ação (Vide ADI 4298 MC/TO).
Outro caso de mitigação diz respeito à fraude processual. O STF verificou que a ADI foi
proposta tendo como objeto uma lei que, posteriormente, foi revogada por outra lei. Nesse
caso, a ação restou prejudicada. Então, foi proposta uma nova ADI contra essa nova lei, que
foi revogada novamente. O STF verificou que o Estado ou a União estava utilizando desse
artifício para fraudar a jurisdição constitucional, tratando-se de uma fraude processual. Nesse
caso, o STF entendeu que a ADI não restaria prejudicada e determinou o seu prosseguimento
continuidade normativa. Havia um artigo da Lei X que foi impugnado via ADI e,
posteriormente, a Lei X foi revogada por inteiro e substituída pela Lei Y. Entretanto, havia um
artigo na Lei Y que era idêntico ao artigo impugnado da Lei X. Nesse caso, o STF afirmou que
houve uma continuidade normativa, tendo em vista que ambas tratavam do mesmo conteúdo.
Nesse caso, coube o aditamento e o prosseguimento da ADI (Vide ADI 932/SP, Rel. Min.
O caso, por exemplo, de uma lei excepcional que vale para determinada situação. Em
regra, resta prejudicada a ADI se a lei deixou de existir (Vide ADI 943, Rel. Min. Moreira Alves,
DJ 24/11/95).
A Lei A foi impugnada por ADI. Posteriormente, foi editada a Lei B que entraria em vigor
em momento futuro. Enquanto a Lei B não entrasse em vigor e a Lei A existisse, a ADI não
ficaria prejudicada. Então, a ADI ficaria prejudicada somente a partir do momento em que a
Lei B entrasse em vigor e a Lei A fosse revogada (Vide ADI 2728, Rel. Min. Maurício Corrêa,
No controle difuso, não há prejudicialidade se a lei for revogada. Então, se houver uma
ação discutindo a constitucionalidade de lei no caso concreto, mesmo que ela venha a ser
lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito. Se o direito foi
violado por uma lei inconstitucional, poderia ser questionado no caso concreto. Se a lei foi
revogada e deixou de existir, a ADI restaria prejudicada no controle abstrato, como regra.
original insanável.
Exemplo: Tributo pago com base em lei inconstitucional caberá repetição de indébito.
3.4 CONCLUSÕES
parâmetro e o objeto devem estar vigentes quando a situação aconteceu e quando a ADI for
julgada.
e a norma pode ser objeto mesmo já revogada ou modificada, pois não se exclui da
apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito. Se o direito foi lesado por uma lei
inconstitucional, mesmo que ela seja revogada, mesmo que o parâmetro mude, há o direito de