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Ie ne fay rien
sans
Gayeté
(Montaigne, Des livres)
Ex Libris
José Mindlin
O UMBIGO DE ADÃO
OBRAS DO MESMO AUTOR
A APARECER... OPORTUNAMENTE
Quando eu era vivo... — Memórias póstumas (1867-19..). —
Edição da Livraria Alves.
MEDEIROS E ALBUQUERQUE
O UMBIGO
DE ADÃO
'HIIIIIIIIIHIIIIIIIll''
1932
F L O R E S & MANO — E D I T O R E S
RUA DO OUVIDOR, 145 RIO DE JANEIRO
O NARIZ DE CLEOPATRA
Conferência feita no Theatro Trianon,
em S0 de julho de 1917.
bom conselho. Ele lhes lembrou que elas não são pro-
prietárias da sua beleza.
A beleza das mulheres belas é uma cousa que se
vem fabricando ha dezenas, ha centenas, ha milhares de
séculos. Pouco a pouco, se tem polido, aperfeiçoado,
exaltado, atravez de todos os estádios da civilização.
As mulheres de hoje recebem esse dom de tantos séculos,
como um deposito sagrado que devem conservar e trans-
mitir.
Não têm o direito de não zelar por ele. As que não
se enfeitam, as que não procuram mostrar-se dignas do
presente divino que receberam, usando para isso de to-
dos os recursos da faceirice — essas sim, são verdadei-
ras criminosas!
Ha quem diga que esses recursos visam enganar.
Enganar quem? Os homens. Mas os homens não pedem
outra cousa. Nós vivemos de ilusões? Tudo está em sa-
ber dá-las com perfeição.
E si, por exemplo, agora, vós quizerdes me dar a
ilusão de que eu não vos enfadei muito, mesmo sabendo
que buscais enganar-me, eu vos agradecerei essa gene-
rosa, essa misericordiosa intenção.
SALOME'
(Conferência feita em um curso
de ãeclamação).
Facinadora, Salomé
Levanta o véu, que dece até
a asa recurva do seu pé.
E em torcicolos coleantes,
e na volúpia das Baeantes,
teve as erotalias resoantes.
Em tentadora inebriez,
mostra a morena calidez
doirada e biblica da tez,
vez, sobretudo, ás que não são mais, porque estas não de-
vem ter muito tempo disponível para a política.
Em todo caso, mesmo os povos que mais rebaixaram
o papel das mulheres, como cidadãs, respeitaram a função
materna, dignificando as mães.
Ha a este respeito uma nota curiosa sobre os man-
damentos da Lei de Deus. Todos aqui, eu pelo menos o
imagino, sabem esses dez mandamentos. E ' de crer, po-
rém, que a quasi totalidade dos meus ouvintes só os
conheça sob uma forma abreviada, e não sob a forma
do texto que está na Biblia. Está, aliás, repetido em dois
lugares distintos.
Nesse texto exato se verifica uma cousa singular,
a respeito do quarto mandamento, que é o que manda
amar pai e mãi. Ao passo que todos os outros manda-
mentos dão apenas ordens secas e imperativas: não rou-
barás, não matarás, faras isto ou aquilo... No quar-
to mandamento se dispõe textualmente: "Honra a teu
pai e a tua mãi, como te mandou o Senhor teu Deus,
para viveres largo tempo e para seres bem sucedido na
terra, que o Senhor teu Deus está para te dar." (7)
Deus promete aí, portanto, um prêmio imediato a
quem amar pai e mãi: garante-lhe que viverá muito bem
e terá grandes sucessos na vida.
Não se imagina que vasta literatura exegetica ha
a respeito desse caso! (8) Parece desse modo que o ter
O NARIZ DE CLEOPATRA 5
FACEIRICES 51
SALOMÉ' 69
ÁGUA E SABÃO 97
MÃES 131
&
BRASILIANA DIGITAL
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