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CURITIBA
2017
LUCAS TODESCHINI CUSSOLIN
RICARDO GONÇALVES LAUFER
CURITIBA
2017
Lucas Todeschini Cussolin
Ricardo Gonçalves Laufer
Este Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para a
obtenção do Título de Engenheiro Eletricista, do curso de Engenharia Elétrica do Departamento
Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
____________________________________
Prof. Emerson Rigoni, Dr.
Coordenador de Curso
Engenharia Elétrica
____________________________________
Profa. Annemarlen Gehrke Castagna, Dra.
Responsável pelos Trabalhos de Conclusão de Curso
de Engenharia Elétrica do DAELT
______________________________________ _____________________________________
Nastasha Salame da Silva, Dra. Andrea Lucia Costa, Dra.
Universidade Tecnológica Federal do Paraná Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Orientadora
______________________________________ _____________________________________
Júlio César Sécolo Ganacim, Me. Carlos Henrique Karam Salata, Esp.
Thesis Infraestrutura Elétrica Ltda Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Co-orientador
______________________________________
Júlio César Sécolo Ganacim, Me.
Thesis Infraestrutura Elétrica Ltda
Key Words: ATPV. Electric arc. Short-Circuit. Incident Energy. Safety of the operator.
РЕЗЮМЕ
NR Norma Regulamentadora
PU Por Unidade
1.1. INTRODUÇÃO
Em 2004 a NR-10 sofreu uma das suas maiores revisões: tornou obrigatório
treinamentos para profissionais da área de eletricidade, a existência de “prontuário de
instalações elétricas”, a fim de mostrar de maneira organizada as informações
pertinentes às instalações, para consumidores com potência igual ou superior a
75 kVA, procedimentos e rotinas de trabalho obrigatórias e, principalmente, as
vestimentas de proteção contra arcos elétricos.
Um trabalhador que realiza uma manobra em um painel, chave ou dispositivo
elétrico, seja ele em baixa tensão (inferior a 1 kV) ou em média tensão
(1 kV a 34,5 kV), bem como manutenção em linha viva em alta tensão (superior a
34,5 kV) está sujeito às consequências de um arco elétrico, oriundo de um
curto-circuito, rompimento da isolação ou fechamento de circuito com a
terra (NTC-903100, 2013).
As pesquisas sobre a vestimenta necessária para a proteção do operador
tiveram seus primeiros registros em 1979, quando a National Fire Protection
Association (Associação Nacional de Proteção contra Incêndio - tradução livre)
publicou um compilado normativo (NFPA 70E:1979) estabelecendo critérios e
programas de segurança envolvendo eletricidade. Desde então, a norma veio
sofrendo atualizações e melhorias, bem como diversas entidades passaram a realizar
estudos sobre a incidência do arco elétrico nas vestimentas dos operadores em
serviços de eletricidade, sendo elas:
1.2. OBJETIVO
Para estes casos, o levantamento de cargas deve ser feito através de:
3.1. INTRODUÇÃO
j 190 (1)
(2)
1 3
a j 1120
2 2
V a1 V a1 (3)
V c1 V a1 a (4)
V
V a2 (5)
b1 a1
V a 2 V a 2 (6)
V
V a (7)
b2 a2
V c2 V a2 a 2 (8)
29
V
V V (9)
a0 b0 c0
V a = V a1 V a2 V a0 (10)
V b = V b1 V b2 V b0
V c = V c1 V c2 V c0
V 1 1 1 V (11)
a a0
Vb =1 a
2
a Vb1
V a 2 V
c 1 a c2
V a0 1 1 1 V a (12)
1
Va1 = 3 1 a a 2 V b
V a2 1 a 2 a V c
a0
3
a
I = 1 I I I
b c (13)
I = 3 I (14)
N a0
a) Curto-circuito trifásico:
b) Curto-circuito bifásico:
(a) (b)
c) Curto-circuito fase-terra:
(a) (b)
Fonte: Os autores.
● Corrente de base:
Sb (15)
Ib =
3 Vb (A)
● Impedância de base:
1000 × Vb
2 (16)
Zb = (Ω)
Sb
X (17)
Xpu = (pu)
Xb
Uma das vantagens mais importantes que se tem ao utilizar o sistema por
unidade está relacionada à presença de transformadores no circuito estudado, uma
vez que as impedâncias tratadas no primário e secundário que possuem unidade
ôhmica, passam a ser expressas pelo mesmo número no sistema por unidade
(MAMEDE, 2010).
Em uma rede complexa em que se deseja fazer um estudo aprofundado de
curto-circuito, é necessário seguir uma série de procedimentos para a definição dos
valores de base (KINDERMANN, 1997):
V (18)
Vpu2 = Vpu1 × b1 (pu)
Vb2
Onde:
Vpu1 – Tensão em pu na base Vb1;
Vpu2 – Tensão em pu na base Vb2.
V S (19)
Ipu2 = Ipu1 × b2 × b1 (pu)
Vb1 Sb2
Onde:
Ipu1 – Corrente em pu nas bases Vb1 e Sb1;
Ipu2 – Corrente em pu nas bases Vb2 e Sb2.
S (20)
Spu2 = Spu1 × b1 (pu)
Sb2
Onde:
Spu1 – Potência em pu na base Sb1;
Spu2 – Potência em pu na base Sb2.
36
2 (21)
S V
Z pu2 = Z pu1 × b2 × b1 (pu)
Sb1 Vb2
Onde:
Zpu1 – Impedância em pu nas bases Vb1 e Sb1;
Zpu2 – Impedância em pu nas bases Vb2 e Sb2.
(22)
Scc = 3 × Vnp × Iccs (kVA)
Onde:
Scc – Potência de curto-circuito no ponto de entrega, em kVA;
Vnp – Tensão nominal primária no ponto de entrega, em kV;
Iccs – Corrente de curto-circuito simétrica, em A.
S (23)
Xspu = b (pu)
Scc
Pcu (24)
Vpt =
10 × Pn (%)
Onde:
Pn - Potência nominal do transformador, dada em kVA;
Pcu - Perdas ôhmicas no cobre, em W, obtido na Tabela 3;
Vn - Tensão nominal do transformador, em kV;
Vpt – Queda de tensão reativa percentual do transformador, em %.
2 (25)
S V
R t = Rpt × b × n (pu)
Sn Vb
39
2 (26)
S V
Z t = Z pt × b × n (pu)
S n Vb
Xt = Z t 2 - Rt 2 (pu)
(27)
R ctΩ =
R u × L ct (28)
Sb (29)
R ctpu = R ctΩ ×
1000 × V 2 (pu)
b
Onde:
Ru – Resistência do condutor de sequência positiva, em mΩ/m;
Lct – Comprimento do ramal de ligação dos terminais do transformador e a conexão
com o barramento, dado em metros;
Nct – Número de condutores por fase do circuito estudado.
40
X ctΩ =
X u × L ct (30)
Sb (31)
X ctpu = X ctΩ ×
1000 × V 2 (pu)
b
(32)
Z ctpu = R ctpu + jXctpu (pu)
Sb Sb (33)
Z bpu = R bΩ × + j X bΩ ×
1000 × V 2 1000 × V 2 (pu)
b b
I (34)
Iccsim3 = b
Z (A)
1
I (35)
Icsf = s × 100
Z (A)
pu%
Onde:
Is – Corrente nominal do transformador, em A;
Zpu% – Impedância percentual do transformador.
Onde:
Fa – Fator de assimetria;
(37)
2π
Fa = 1+ 2 e X/R
3 (39)
I cb = × I cs
(kA)
2
3 Ib (40)
Icmax =
(2 Zutot ) Zu0t Zu0c
(kA)
Onde:
Zutot – Soma das impedâncias calculadas até o ponto desejado;
Zu0t – Impedância de sequência zero do transformador que é igual à sua impedância
de sequência positiva;
Zu0c – Impedância de sequência zero dos condutores.
(41)
Sb Sb
Zu0c = Rc0Ω ×
+ j Xc0Ω ×
2 2 (pu)
1000 × Vb 1000 × Vb
3 Ib (42)
Icmin =
2 Z + Z
utot u0c + Z u0t + 3 R ctpu + Rmtpu + R atpu
(A)
44
Onde:
Rctpu – Resistência de contato, em pu;
Rmtpu – Resistência da malha de terra, em pu;
Ratpu – Resistência do resistor de aterramento, em pu;
4.1. INTRODUÇÃO
parte protegida) maior do que 3,23 cm² em área ou rachadura maior do que 2,54 cm
em comprimento (NFPA:70E, 2012).
Figura 14 - EPIs para categoria de risco de ATPV 1 e 2 (a) e EPIs para categoria de risco de
ATPV 3 e 4 (b).
(a) (b)
A seguir, nas sub-seções 4.4.1, 4.4.2 e 4.4.3 serão listados três métodos que
abordam sobre o cálculo de energia incidente.
Onde:
EMA = Energia incidente máxima em ambiente aberto, em cal/cm2;
DA = Distância de trabalho do ponto de arco elétrico, em polegada;
tA = Tempo de duração do arco elétrico, em segundos;
F = corrente de curto-circuito, em kA (compreendido entre 16 kA e 50 kA).
Onde:
EMF = Energia incidente máxima em ambiente fechado, em cal/cm 2;
DA = Distância de trabalho do ponto de arco elétrico, em polegada;
tA = Tempo de duração do arco elétrico, em segundos;
F = corrente de curto-circuito, em kA (compreendido entre 16 kA e 50 kA).
Segundo Queiroz e Senger (2012), a expressão obtida por Ralph Lee, pode ser
utilizada para determinar o valor de energia incidente em ambientes fechados. Para
tal cálculo, devem-se seguir alguns parâmetros:
793 F V t A (45)
E
D2
Onde:
E = Energia incidente, em cal/cm2;
F = Corrente de curto-circuito, em kA;
V = Tensão de linha, em kV;
tA = Tempo de duração do arco, em segundos;
D = Distância de trabalho do ponto de arco elétrico, em polegadas.
Onde:
log = Logaritmo na base 10;
Ia = Corrente do arco elétrico, em kA;
Ibf = Corrente de curto-circuito para uma falta trifásica, em kA.
Distância típica
Tipo de equipamento entre os
barramentos (mm)
Painel de 15 kV 152
Painel de 5 kV 104
Painel de baixa tensão 32
CCMs e quadros elétricos de baixa
tensão 25
Cabos 13
Outros Não necessário
Fonte: IEEE 1584, 2002.
Painel de 15 kV 910
Painel de 5 kV 910
Painel de baixa tensão 610
CCMs e quadros elétricos de baixa
tensão 455
Cabos 455
Outros A ser determinada no campo
Fonte: IEEE 1584, 2002.
Onde:
log = Logaritmo na base 10;
Ia = Corrente do arco elétrico, em kA;
En = Energia incidente normalizada (J/cm2) para tempo de 200 ms e distância de
610 mm;
k1 = 0,792 para arco em ambiente aberto ou 0,555 para arco em ambiente fechado;
k2 = 0 para sistema isolado ou aterrado por alta resistência ou 0,113 para sistema
solidamente aterrado;
G = Distância entre condutores, em mm, conforme Tabela 9.
t 610 x (49)
E Cf En x
0,2 D
Onde:
E = Energia incidente (cal/cm2);
En = Energia incidente normalizada;
Cf = É um fator de cálculo. Pode ser 1,0 para tensão de 1 kV ou 1,5 para tensão igual
ou menor do que 1 kV;
t = Tempo do arco elétrico, em segundo;
D = Distância do possível ponto do arco elétrico para um trabalhador, em mm;
x = Expoente de distância, conforme tabela 11.
1 (50)
t 610 x
x
DB 4,184Cf En
0,2 EB
61
Onde:
EB = Energia incidente (J/cm2) na distância de proteção;
En = Energia incidente normalizada;
Cf = É um fator de cálculo. Pode ser 1,0 para tensão de 1 kV ou 1,5 para tensão igual
ou menor do que 1 kV;
t = Tempo do arco elétrico, em segundo;
DB = Distância de aproximação do ponto de arco elétrico, em mm;
x = Expoente de distância, conforme Tabela 9.
5. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
DIAS, Guilherme A. D.; LEAL, César A. Riscos do arco elétrico parte 1. O Setor
Elétrico, São Paulo, v. 1, n. 12, fascículo 5, p. 32-35, jan. 2007.
DIAS, Guilherme A. D.; LEAL, César A. Riscos do arco elétrico parte 2. O Setor
Elétrico, São Paulo, v. 1, n. 12, fascículo 5, p. 28-31, fev. 2007.
SHIPP, David D.; VILCHECK, William S.; ANGELINI, Frank J.; Costa, Luiz Felipe O.
Arco elétrico na indústria petroquímica. O Setor Elétrico, São Paulo, v. 4, n. 37, p.
94-103, fev. 2009.
CURITIBA
2017
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Na sexta aba “Cabos”, última aba de preenchimento dos dados de entrada, são
colocados todos os condutores e ramais da instalação, bem como a distância
percorrida pelos mesmos. Para facilitar o preenchimento automático dos valores de
impedância de condutores, para cabos de média tensão deverá ser preenchido
conforme ilustrado no cabo 01 da figura 21. Para cabos de baixa tensão deverá ser
preenchido conforme cabo 02 da figura 21. Desta forma, os valores serão
automaticamente atualizados conforme disponível na base de dados, de acordo com
informações de impedância de cabos da fabricante Prysmian.
Foram alocadas nesta aba a possibilidade de preenchimento de até 60 ramais
distintos na instalação. Caso o número de ramais seja maior, basta utilizar o recurso
“arrastar e copiar” do MS Excel e atualizar os campos nas abas seguintes.
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A coluna “G” ou “Distância entre fases (mm)”, pode ser preenchida conforme
os valores obtidos na tabela 9 da subseção 4.4.3;
Por sua vez na colunas “K”, “L” e “M” são calculadas as correntes de arco
elétrico e energia incidente, bem como definidas as categorias de ATPV em cada
ponto analisado.
Dados do consumidor;
Dados da subestação;
Impedância da linha no ponto de entrega de energia;
Níveis de curto-circuito trifásico, fase-fase e fase-terra máxima na
entrada de energia.
A tensão de base adotada nos cálculos foi 13,8 kV e a potência de base foi
definida em 100 MVA. A partir destas grandezas, a corrente de base é determinada
pela equação 15. Os valores de base adotados no sistema são indicados na
tabela 13.
Impedância TAG
Z01 Ramal de entrada
Z02 Barramento da subestação 13,8 kV
Z03 Transformador 1 (Operação Normal)
Z04 Transformador 2 (Operação Normal)
Z05 Transformador 3 (Operação Normal)
Z06 Transformador 4 (Operação Normal)
Z07 Transformador 5 (Operação Normal)
Z08 Transformador 6 - LESNI (Operação Normal)
Z09 Gerador (Operação Emergencial)
Impedâncias Z10 Transformador 1 (Operação em SKID)
Equivalentes Z11 Transformador 2 (Operação em SKID)
Z12 Transformador 3 (Operação em SKID)
Z13 Transformador 4 (Operação em SKID)
Z14 Transformador 5 (Operação em SKID)
Z15 Pior caso Transformador 1 (Op. Normal)
Z16 Pior caso Transformador 2 (Op. Normal)
Z17 Pior caso Transformador 3 (Op. Normal)
Z18 Pior caso Transformador 4 (Op. Normal)
Z19 Pior caso Transformador 5 - Motor 34 (Op. Normal)
Z20 Pior caso Transformador 6 (Op. Normal)
Fonte: Os autores, 2017.
Através dos cálculos realizados e dos dados apresentados na tabela 18, pode-
se definir a classe de vestimenta do operário na parte de média e baixa tensão da
indústria segundo tabela 5, que trata as categorias do ATPV e tabela 6, que trata sobre
as vestimentas de proteção e EPI necessários.
Os valores obtidos inferiores a 1,2 cal/cm2 de energia incidente definem ATPV
mínimo não aplicável ao EPI. Para este caso, utiliza-se o valor da primeira categoria
de vestimenta (categoria 0). Para os casos em que tem-se valores de energia
incidente compreendidos entre 1,2 cal/cm2 e 4,0 cal/cm2, definem 4,0 cal/cm2 ATPV
mínimo e categoria de risco 1 para o EPI. Já para valores entre 4,1 cal/cm 2 e 8,0
cal/cm2, definem 8,0 cal/cm2 ATPV mínimo e categoria de risco 2 para o EPI do
operador. Deve ser respeitado o ATPV mínimo para cada EPI, que deve possuir
certificação conforme ensaios comentados na sub-seção 4.2.
Com essas considerações, pode-se chegar à conclusão de que em apenas 4
barramentos do sistema serão necessários EPIs com ATPV mínimo, segundo
tabela 5. A tabela 19 mostra o ponto de análise e sua categoria do ATPV.
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