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ANTIGINASTICA: ORIGEM

THÉRÈSE BERTHERAT, A
CRIADORA
Fisioterapeuta de formação, Thérèse Bertherat é a criadora da Antiginástica e autora do best seller O
corpo tem suas razões.

Desapontada durante seus estudos pela aridez e rigidez do ensino onde “ estudávamos o corpo músculo
por músculo, osso por osso mas jamais no seu conjunto, sempre em partes separadas, e o mesmo nos
tratamentos”, ela se interessa então por outras vias terapêuticas. Seu encontro com Françoise Mézières
será determinante.

De fato essa fisioterapeuta elaborou uma visão revolucionária da anatomia enxergando o corpo como uma
totalidade onde cada elemento depende do outro.

Thérèse Bertherat se forma no seu método, mas não para por aí e continua sua própria pesquisa. Estuda e
analisa outras terapias corporais : a bioenergética, a eutonia, o rolfing, a gestalt-terapia, a acunpuntura, as
teorias da medicina chinesa, que vêm completar os conhecimentos de grandes psicanalistas, de Freud a
Jung, passando pelos trabalhos de Wilhem Reich.

Mas trabalha principalmente com seus clientes e, pouco a pouco, cria seu método, a Antiginástica que
desenvolveu pelo mundo todo formando profissionais.

Hoje, mais de trinta anos depois de sua criação, a Antiginástica ® é conhecida e praticada no mundo
inteiro. Continua ainda sendo profundamente original e diferente. Marie Bertherat é filha de Thérèse
Bertherat e é a responsável pela Antiginástica®.

« Diz-se que é preciso que o corpo se fortaleça, que é necessário suar e transpirar. Assim, para se estar em
forma, monta-se em sua bicicleta, pendura-se numa espaldeira, perde-se o fôlego no jogging, levantam-se
halteres. O que é necessário fazer é primeiramente abrir os olhos e se dar ao trabalho de olhar nosso corpo
para compreender como ele funciona », escreve Thérèse Bertherat.
ANTIGINASTICA:
ATIVIDADE
Com foco em autoconhecimento e equilíbrio, a
antiginástica traz um conceito diferente de atividade
física. Sobretudo, a atividade não é apenas um exercício
— é um trabalho pedagógico. As sessões de antiginástica
trazem uma variedade de movimentos suaves, que
proporcionam consciência corporal e despertam
questões psicológicas.

A ideia é que a pessoa relaxe totalmente a musculatura


superficial e profunda para corrigir defeitos posturais.
“Os músculos são as paredes do nosso corpo. Veem
tudo e não esquecem nada”, define Isabel Nabuco,
profissional de antiginástica e terapia alternativa.
Aprofunda-se a percepção de cada membro e
trabalham-se os músculos das costas. “Lá
encontramos as tensões e as fibras. É preciso liberar
o estresse para colocar o corpo em ordem e
desenvolver a musculatura”, analisa a especialista.

Conhecida desde a década de 1970, a técnica foi


divulgada primeiramente pela autora francesa
Thérèse Bertherat. Ela escreveu o best-seller O corpo
tem suas razões e mais cinco obras sobre o tema.
Hoje, a técnica é aplicada em mais de 20 países.
Qualquer pessoa pode aderir, a não ser que tenha
alguma limitação séria para exercícios em geral.
Claudia Chabalgoity, 44 anos, é ex-atleta e viu sua vida
mudar após a antiginástica. Ela conta que conheceu a
abordagem por meio de uma amiga, há 2 anos. “Eu era
atleta e, claro, sofria muita pressão. Tem a questão
dos traumas corporais também”, conta. A maior
dificuldade era a ansiedade. “Eu vim de um ritmo
muito acelerado. Sofri muito com essa cobrança que
todo atleta tem. Além (do alívio) das tensões
musculares, eu mudei muito quanto à ansiedade”,
afirma Claudia.
Sobre o autoconhecimento, Chabal garante: “Eu já tinha
a questão de me conhecer porque o esporte trabalha
isso em você. Mas, com essa pedagogia, eu encontrei
uma nova forma de me enxergar. Eu conheci meus
limites”. A atividade também ajudou a diminuir as dores
no corpo e ela diz que, em termos de relaxamento, foi a
melhor atividade que já experimentou. “Eu me sinto mais
leve, mais equilibrada, até mesmo para outras
atividades. Faço caminhadas e exercícios de baixo
impacto. Inclusive, sono mudou. Hoje, durmo muito
melhor.”

Principais benefícios
 confiança
 consciência corporal
 autoestima
 autoconhecimento
 melhor qualidade do sono
 melhor respiração
 melhor circulação
 postura
 preparação para outras atividades físicas
 redução da ansiedade

Indicação para
 hérnia de disco
 dores musculares
 problemas posturais
 artrite
 enxaqueca

Origem contestadora
O nome “antiginástica” gera muita confusão. Pois saiba
que a antiginástica não é contra a ginástica. Muito pelo
contrário. O termo foi criado na época da antipsiquiatria,
quando os herdeiros do maio de 1968 francês
questionavam padrões sociais. É importante entender a
história para aprender a essência da pedagogia.

Thérèse Bertherat era contra a abordagem corrente dos


exercícios físicos e resolveu desenvolver um novo modo
de alongamento. Para a criadora, o importante não era
adestrar o corpo nem esculpir uma forma. Em vez disso,
queria resgatar a forma natural do corpo. “Thérèse criou
o termo pois não aceitava o corpo sendo tratado como
uma máquina. Muitas vezes, impomos um ritmo que
nossa cabeça suporta, mas o físico não acompanha. É
uma ligação direta com o psiquismo”, detalha Isabel
Nabuco.

A frequência é uma diferença notável. A antiginástica é


praticada apenas uma vez por semana. “É um trabalho de
consciência corporal, com o objetivo de colocar o corpo
no eixo”, explica. “Além das cadeias musculares, olhos,
boca e língua são trabalhados. Durante as sessões,
conversamos bastante. Isso faz muita diferença no
resultado final”, afirma NabucoOutra ideia central na
pedagogia é que existe uma memória corporal, ainda que
as células se renovem constantemente e as lesões seja
efetivamente curadas. Trata-se de um mecanismo regido
pela mente. “Algumas pessoas não conseguem fazer
alguns exercícios por fatores emocionais. A antiginástica
trabalha nesses pontos de bloqueio”, explica o
ortopedista Julian Machado. “Existem doenças que
comprovam como o corpo comanda a mente. A síndrome
do pânico é um exemplo claro disso”, complementa o
médico.

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