You are on page 1of 213

CAPA

2
AÇÕES EXTENSIONISTAS: DOCÊNCIA E PRÁTICA ACADÊMICA

Equipe:
JOSÉ FALCÃO SOBRINHO - Coordenador
MARLENE FELICIANO MATA
PEDRO FERNANDES DE QUEIROZ
TALYNNE ROSE GOMES PORTELA

1º edição

Sobral
2010

3
c) 2010 – by José Falcão Sobrinho
Todos os direitos reservados. Reprodução proíbica

Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)


Avenida da Universidade, 850 – Betânia
CEP 62.040-370 – Sobral – Ceará

Reitor
Antonio Colaço Martins

Vice-Reitora
Maria Palmira Soares de Mesquita

Pró-Reitor de Extensão
José Falcão Sobrinho

Diretor da Imprensa Universitária


Francisco Leunam Gomes

FALCÃO SOBRINHO, José (Org); MATA, Marlene Feliciano:, QUEIROZ, Pedro Fernandes;, PORTELA, Talynne Rose Gomes. Ações
Extensionistas: docência e pratica acadêmica. Edições Universitárias. 2010.
212 p.
ISBN: 978-85-912849-0-0
1. Educação 2. Cultura 3. Arte. 4. Natureza
1. Título CDD 551.658131

Capa: Thiago da Silva do Nascimento


thiagobrown2@hotmail.com

4
DESENVOLVIMENTO É ENVOLVIMENTO

A universidade, como qualquer instituição pública, precisa ser melhor


compreendida para fornecer meios mais eficientes aos indivíduos a fim realizarem
seus projetos de vida. Quanto mais cedo for proporcionado esse conhecimento, maior
é a chance de êxito e de real eficácia para esse sucesso pessoal – que é também,
coletivo. A Pró-Reitoria de Extensão promove esse objetivo ensaio da vida acadêmica
para as escolas, transformando o espaço da Universidade Estadual Vale do Acaraú,
numa escola-universidade. Assim, espera-se que cada um através das vivências
nos ambientes das salas de aula e nos laboratórios, envolvidos com todos, descubra
seus mapas para seus projetos de vida..
Noconjunto de suas atividades, até o presente momento, em fase de constante renovação, contamos hoje com os
Programas: a) Universidade, educação e desenvolvimento social, b) Tecnologias, setor produtivo e convi-
vência com o semiárido e c) Empreendimentos sociais e difusão do conhecimento: saúde e cultura,
esperando com isso confluir os saberes que percorrem no âmbiente acadêmico, mesmo que não seja em sua amplitude, porém um
início, na construação interativa entre os atores que compõem o ambiente acadêmico e procuramdialogar com os diversos
segmentos da sociedade.
Este relatório inicial, que ora apresentamos, já é uma concretude deste diálogo. Afinal, como diz o professor Pedro Queiroz,
para que ocorra Desenvolvimentoé preciso Envolvimento!

Prof. Dr. José Falcão Sobrinho


Pró-Reitor de Extensão

5
6
I ENCONTRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UVA

O primeiro Encontro de Extensão Universitária da Uva nasceu em meio á


reflexão e discussão sobre o preceito da indissociabilidade entre extensão, ensino e
pesquisa, caracterizada pela ação integrada do corpo docente, discente e comunidade.
O que inicialmente era apenas um processo reflexivo tornou-se algo concreto
que retratou o trabalho da universidade, sua importância para comunidade e a
contribuição para um ensino de qualidade do corpo discente através de ações
extensionistas.
Esse processo possibilitou um momento ainda nunca vivenciado nesta IES,
iniciando um novo delineamento da Pró–Reitoria de Extensão no sentido decongregar todos os que fazem extensão na UVA e desejam
desenvolver uma formação técnico-científica, pessoal e social dos acadêmicos e atuar em ações transformadoras junto à
comunidade facilitando o acesso ao processo de formação, qualificação e inclusão social.
Pelo caráter inicial do evento foi surpreendente o envolvimento de cerca de 70% dos cursos de graduação (Biologia,
Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Direito, Educação Física, Enfermagem, Filosofia, Geografia, História, Letras, Ciências da
Matemática, Pedagogia, Química e Zootecnia) na apresentação de pôsteres e uma parcela bastante significativa de professores e
alunos na participação de minicursos ofertados à comunidade de ensino básico contemplando 14 escolas e aproximadamente 800
alunos de instituições públicas e privadas.
Através dos trabalhos apresentados percebemos a importância da Universidade para a comunidade e acreditamos em
ampliação do próximo encontro de extensão universitária e no fortalecimento das ações e parcerias com outras instituições da
sociedade.
A experiência nos convoca abranger e determinar cada vez mais as diretrizes da extensão. É necessário assegurar uma
relação bilateral com outros setores da sociedade pela interação do conhecimento e experiência acumulados na academia com o
saber popular e agregarmos todo o potencial acadêmico para cumprimos uma das funções de novas técnicas e metodologias do
saber.

Profa. Dra. Marlene Feliciano Mata


Pró–Reitora Adjunta de Extensão da UVA

7
8
Universidade e Sociedade

A descoberta do fogo não se deu de forma simultânea com a sua invenção.


Precisou o homem se afastar do seu centro de egoísmo, do objeto cobiçado. E,
encontrar onde não havia vestígios de fagulhas o instrumento para produzi-lo, na
fricção de gravetos ou pedras.

Em fim, a ação completou o germe da invenção iniciada na observação e na


contemplação. Ação, observação e contemplação são as marcas respectivamente da
Extensão, Pesquisa e Ensino.

Deste modo o que se ver em cada folha desse documento é o exemplo de


produção vagarosa de centelhas a inventar outra forma de chama através do contato
entre a Universidade e a Sociedade, sem o qual inexistiria a luz aqui exposta e traduzida pelos nomes de: Projeto Escola na
Universidade e Registro de Ações Extensionistas.

Prof.Ms. Pedro Fernandes de Queiroz

9
10
ESCOLAS PARTICIPANTES

Colégio Santa’nna– Sede/Sobral-CE


Direção: Irmã Fátima

E. E. F. M. Mons. José Ferreira Gomes – Sede/Sobral-CE


Direção: Maria Claudete de Araújo Gurgel

E. E. F. M. Mons. José Gerardo Ferreira Gomes – Sede/Sobral-CE


Direção: Rogério Braga

E. E. F. M. Professor Arruda – Sede/Sobral-CE


Direção: Silvana Maria Magalhães

E. E. F. M. Professora Carmosina Ferreira Gomes – Sede/Sobral-CE


Direção: Maria Marli Cesar Araújo

E. E. F. M. Profissional São José – Sede/Sobral-CE


Direção: Antonia Célia Alves Pereira

E. E. M. Agostinho Neres Portela – Rafael Arruda/Sobral-CE


Direção: Marcos Arruda Portela

11
12
SUMÁRIO

PARTE I – REGISTRO DE AÇÕES EXTENSIONISTAS

BIOLOGIA

Acesso ao Ensino Superior: Concepções dos Pré-Vestibulandos de algumas escolas públicas e privadas de Sobral – CE
Sabrina Maciel Dias, Iara Veras Araújo, Marlene Feliciano Mata, Lúcia Betânia da Silva Andrade, Rejane Maria Gomes Silva 21

Análise das aulas de Laboratório e campo na disciplina de Biologia em algumas escolas privadas em Sobral – Ce: Uma
troca de experiência junto à comunidade escolar
Maria Alves de Lima; Gabriella De Jesus Brito; Marlene Feliciano Mata;Francisco José Freire de Andrade 25

Atividades práticas de Biologia no Ensino Médio desenvolvidas no Laboratório De Biologia Vegetal da Universidade
Estadual Vale Do Acaraú – UVA – Relato De Experiência
Maria Otammires Mota de Mesquita; Jamilli Menezes Brito e Marlene Feliciano Mata 29

A Universidade vai a escola: percepção do ensino de Botânica nas escolas públicas de Ipu e Sobral-Ce
Samylia Mayra Da Costa Siqueira; Bruna Silva Rodrigues; Maria Rejane Gomes Silva e Marlene Feliciano Mata 33

RONDON/Uva na prevenção e combate á hipertensão e diabetes no município de Gurinhém/Pb


José Ricardo Pinto Braga, Euclides Gomes Parente Filho, Kátia Maria da Silva Parente, Diane Sousa Sales, Antonia Siomara
Rodrigues Silva e Antonio Édie Brito Mourão 37

Diagnóstico do ensino-aprendizagem de genética no ensino médio em escolas públicas de Sobral e Pacujá


Kátia Alves Ribeiro, Ednara Mayara Magalhães, Lúcio Roberto Rodrigues Peixoto e Marlene Feliciano Mata 39

Pré-UVA: Historiciando a prática se ensino-aprendizagem de Biologia no Pré- Vestibular


Aline de Lima Braga, Rosália Castro Duarte, Marlene Feliciano Mata, Rejane Maria Gomes da Silva, Maria Valcidéia do
Nascimento 45

Biodiversidade Vegetal em homenagem ao Dia da Árvore: Relato da exposição


Ariana Veras de Araújo; Gerlândia Silva Lima; Miriam Moraes Sales; Maria Érica Azevedo Silva; Gislane dos Santos Sousa; Jamilli,
Meneses de Brito; Maria Otammires Mota de Mesquita e Marlene Feliciano Mata 47

A escola vai à Universidade: vivência em Biologia para o ensino médio-Projeto Tutorial de extensão
Ariana Veras de Araújo, Pedro Fernandes de Queiroz e Marlene Feliciano Mata 49

Degradação Ambiental na Bacia do Rio Coreaú: Os percalços do processo de recuperação em construção – A


Experiência da fundação CIS
Benedito Francisco Moreira Lourenço 53

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

13
A contribuição da contabilidade para a inclusão pelo trabalho na Associação Encontro Dos Amigos Da Saúde Mental
Dayana De Sousa Duarte, Ana Paula Rodrigues Alves, Ítala Albuquerque Mapurunga, Daiana Carla dos Santos, Helena Mara
Oliveira (Orientadora) Francisca Francivânia Rodrigues Ribeiro Macêdo (Co- Orientadora) Maria Suely Alves Costa 55
(Colaboradora)

EDUCAÇÃO FÍSICA

Corpos Que Dançam, Vidas Que Se Constroem


Maria Petrília Rocha, Francisco Irapuan Ribeiro e Eveline Ximenes Tomaz 59

Dia Do Desafio no distrito de Araras – Barroquinha – Ceará – 2010


Ângela Maria Pereira Marques, Paulo Canuto Gomes, Francisca Diana Moreira (Co-Orientadora) e Francisco Irapuan Ribeiro
(Orientador) 63

Estágio Supervisionado I na Educação Infantil e as descobertas do discente.


Maria Petrília Rocha, Francisco Irapuan Ribeiro (Orientador) 65

IESC, da prática à reflexão.


Francisco Socorro Rocha, Tiago Santos Mendes Ribeiro e Francisco Irapuan Ribeiro (Orientador) 67

Pratica Pedagógica Do Professor De Educação Física No Ensino Infantil: Relato De Experiência.


Géssika Azevedo Gomes, Odilana Maria Bento de Oliveira, Noadias Alves Furtado, Antonio Madeira Filho 69

ENFERMAGEM

Orientação ás gestantes de uma empresa sobre aleitamento materno: Relato de experiência de acadêmicos de
Enfermagem
Larisse Alves Fernandes, Ana Osmarina Quariguasi MagalhãesFrota, Liélma Carla Chagas da Silva e Antonia Siomara Rodrigues
Silva 71

Promoção do aleitamento materno com mães sociais do Projeto Trevo De Quatro Folhas num hospital de ensino como
atividade de encorajamento em suas ações: um relato de experiência de extensão
Francisca Samila Pinto Romão,Alana Freire Cisne, Rafael Aguiar Dias, Manuelle Maria Marques Matias e Antonia Siomara
Rodrigues 73

Ações de conscientização para melhoria da qualidade de vida no grupo de caminhada dos idosos do bairro Tamarindo
– Sobral-Ce
Antônio Emanuel Martins Bezerra, Jamilly Costa Farias, Leidy Dayane Paiva de Abreu, Lívina Letícia Costa de Araújo, Maria
Mazane Gomes Santana e Maria Socorro Carneiro Linhares (Orientadora) 75

FÍSICA

Astronomia: o olhar do aluno sobre o ensino dessa ciência


Maria da Conceição Erenice Farias Lima e Emerson Ferreira de Almeida 83

14
GEOGRAFIA

Projeto Tutorial De Extensão discutindo o solo na escola do informativo didático da aprendizagem à arte da cor
Maria de Jesus Linhares Alves, Cleire Lima da Costa Falcão e José Falcão Sobrinho 87

Reflexões sobre o solo na paisagem: uma pesquisa em campo no município de Frecheirinha


Carliana Lima Almeida e Cleire Lima da Costa Falcão 97

HISTÓRIA

Ensino de História durante a Ditadura: Um atraso na educação Brasileiro?


Gleiciane Paulo Albuquerque, Marcos Farias Da Silva e Daniel Souza Tabosa 99

Oficina de História para o ensino médio: uma forma diferente de contar a história
Talynne Rose Gomes Portela e Carlos Augusto Pereira do Santos 101

LETRAS

A Competência Comunicativa na Educação de Jovens e Adultos (Eja): Desafios Pedagógicos


José Carlos Lustosa Júnior 105

MATEMÁTICA

Matemática e meio ambiente: os números ajudando na preservação do planeta


Edymara Prado Ximenes Monte; Silvany Nayara Lopes de Santana; Nilton José Neves Cordeiro e Pedro Fernandes Queiroz 111

PEDAGOGIA

Dinamizando a aprendizagem através de jogos e brincadeiras


Maria Aline Moreira Albuquerque, Marily Sousa Linhares e Maria Gorete de Sousa (Orientadora) 115

Reflexão sobre o estágio em gestão do curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA
Gilgleane Silva Do Carmo e Maria Betânia Diniz Ferreira 117

Projeto Quilombo Timbaúba: da resistência ao reconhecimento


Eva Daks Leite Carlos, Glaciliana Ângelo Freitas, Mikelly Rodrigues, Paulo Guimarães e Isabel Linhas (Orientadora) 119

QUÍMICA

História da Química: um estudo de caso de sua aplicação em uma escola da rede pública de ensino de Sobral
Regina Ferreira Gomes, Edina Ribeiro Nascimento, Cleciane Alves Sampaio, Maria Vanderleia Chagas Silva e Murilo Sérgio da
Silva Julião (Orientador) 121

15
PARTE II – PROJETO ESCOLA NA UNIVERSIDADE

Minicurso

Os direitos e garantias fundamentais: uma abordagem prática 133

Concepção do Direito para além da Universidade 135

Direitos Humanos e Cidadania 139

Áreas de atuação do pedagogo 141

O espaço pedagógico dentro e fora da escola 143

Autoritarismo X Afetividade em sala de aula 145

Licitação no Estado do Ceará 147

Empreendedorismo 149

Departamento Pessoal (Folha de Pagamento) 151

Comportamento Empresarial 153

Finanças Pessoais 157

COLEÇÕES BOTÂNICA: Estratégias de Ensino Aprendizagem 159

Perfil do profissional Biólogo 161

HERBÁRIO: estratégia de ensino e aprendizagem em Botânica 163

O mundo da Genética na prática 165

Potencialidades da Flora da Caatinga 167

A Cultura indígena no Ceará e na Serra das Matas 169

Fontes Históricas e o oficio de Historiar 171

História e Cidades 173

Cadê o patrimônio? Conhecendo nosso patrimônio cultural e valorizando a História Local 175

Uma discussão filosófica acerca da relação do Homem e Natureza 179

16
República de Platão 183

Playing With English 185

Aprendendo Inglês Brincando 187

Jogos Cooperativos 189

Uso dos Jogos Didáticos no ensino de Língua Inglesa 191

Elaboração de Material didático para o ensino de climatologia 195

Matemática em toda parte 197

Conhecendo Solo Como Meio de Recursos Didáticos 199

Educação Ambiental: Recursos Hídricos 201

Técnicas de Ensino do Processo Erosivo 203

Guia de percurso urbano 205

O Curso de Zootecnia: perfil do profissional 207

Criação de Tilápia em Taque-Rede 209

17
18
PARTE I – REGISTRO DE AÇÕES EXTENSIONISTAS

19
20
ACESSO AO ENSINO SUPERIOR: CONCEPÇÕES DOS PRÉ-VESTIBULANDOS DE ALGUMAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DE
SOBRAL – CE

DIAS, Sabrina Maciel ¹; ARAÚJO, Iara Veras ¹; MATA, Marlene Feliciano ²; ANDRADE, Lúcia Betânia da Silva³; SILVA, Rejane Maria
Gomes³.
1
Alunas de graduação do Curso de Licenciatura em Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
2
Professora Orientadora. Curso de Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
3
Profa. do Curso de Biologia e Pedagogia - UVA.

RESUMO: Com o objetivo de diagnosticar as concepções relativas tanto ao ingresso na universidade como o aprendizado dos pré-
vestibulandos, foi realizado este estudo com alunos de cursinho e 3° ano do ensino médio em três escolas públicas e duas privadas
do município de Sobral-CE. Foram aplicados questionários para identificar os principais anseios dos alunos em especial quanto aos
conteúdos e dificuldades encontradas na disciplina de Biologia e no processo seletivo do vestibular. Nas áreas de Ciências na turais,
principalmente biologia, existe uma gama de situações para análise e discussões acerca do aprendizado do conteúdo e o grau de
interesse pela a área.

PALAVRAS-CHAVE: Vestibular; alunos; biologia

INTRODUÇÃO
O exame de admissão do vestibular passou a ser obrigatório por lei a partir de 1911. Hoje, a seleção do concurso-vestibular
tem sofrido várias alterações e detém discussão sobre sua metodologiano âmbito nacional. Atualmente, o concurso vestibular visa
selecionar candidatos com aptidões mais próximas do real interesse dos mesmos (FRANÇA, 2010).
Nas áreas de Ciências Naturais, principalmente biologia, existe uma gama de situações para análise e discussões acerca
da elaboração das questões, temas de biologia abordados e a própria metodologia do concurso. Atualmente, são as escolas privadas
as detentoras da maior percentagem de alunos aprovados no processo seletivo para o ingresso no vestibular. Desde cedo, estes
alunos começam a se preparar, possuem assistência em tempo integral com professores qualificados que trabalham a motivação
dos estudantes.
Entretanto, nas escolas públicas, a realidade é divergente: os alunos têm aulas apenas em um turno e os professores
priorizam o conteúdo direcionado ao ementário da série a qual trabalha. A ideia de que o vestibular é democrático é algo para ser
refletido, pois igualdade de oportunidades não é o mesmo que igualdade de condições. Frequentemente, alunos da escola pública se
encontram em situação desvantajosa, por sua condição social e pela realidade de sucateamento da educação. É certo que algumas
escolas públicas, que estão melhor situadas territorialmente, desmentem o mito de que a eficácia educacional só é possível na
escola privada. Mas, sejam instituições ou indivíduos, as exceções confirmam a regra (SILVA, 2003).

OBJETIVOS
Diagnosticar as concepções dos pré-vestibulandos de escolas públicas e privadas do município, visando perceber o nível
de aceitação do processo seletivo atual e as dificuldades quanto aos conteúdos de biologia, junto às escolas de Sobral-CE.

METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada em cinco escolas do município de Sobral, duas escolas particulares (Centro Social Clodoveu
Arruda - Luciano Feijão e Pré Uva) com 45 alunos e três públicas (Escola de Ensino Fundamental e Médio Professor Luís Felipe,
Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor José Gerardo Ferreira Gomes e Cere Prefeito José Euclides Ferreira Gomes Jr.-
Cirão), com 74 alunos.
No período de dois meses, foram aplicados questionários com perguntas fechadas e abertas buscando perceber as
concepções acerca do processo seletivo do vestibular e as principais dificuldades dos alunos quanto ao aprendizado de Biologia, sua
21
área de interesse para o vestibular, que conceitos possuem a respeito dos conteúdos de Biologia ministrados tanto nas turmas de
3º ano como no cursinho.
Foram questionados aspectos relativos à importância do ingresso no curso superior; sobre a preparação para a seleção
do vestibular e o interesse pela área de biologia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise das respostas fornecidas à questão ―De como você considera a seleção do vestibular hoje?‖, foi verificado que os
alunos das duas instituições de ensino, a pública e a privada têm basicamente a mesma concepção, ou seja, acham o vestibular
razoável, excetuando-se um baixo percentual de alunos da escola pública (4%), que classificam de ruim, a seleção do vestibular
atual.
Sobre a preparação da escola para o vestibular, 65% dos alunos de escolas privadas e 74% de públicas consideram
satisfatória a preparação da mesma. Esses resultados se sobrepõem ao percentual de consideração não satisfatória que
apresentou apenas 33% e 23% respectivamente. Apesar do tabu existente quanto ao ingresso dos alunos de escola pública ao
ensino superior, a amostra pesquisada demonstrou uma concepção inovadora. Embora se considere que apesar da educação da
escola básica apresentar suas dificuldades, um percentual de alunos tem se destacado nos vestibulares recentes. Com a política de
inclusão social na educação ou ações afirmativas, parece que estão abrindo as portas para a educação e o social.
De acordo com os dados observados, foi verificado que 98% dos alunos de escola privada e 93% dos alunos de escola
pública consideram importante a formação superior, sendo que apenas 9% não possuem perspectivas de acesso ao ensino
superior. Assim, verifica-se que o jovem, mesmo da escola pública, com condições mais restritas para acompanhar o objetivo do
ingresso à universidade, conserva a esperança do sucesso (ALMEIDA, 2010).
Diagnosticou-se ainda que, há uma grande diversidade de respostas por parte dos alunos quando se questiona sobre os
conteúdos mais fáceis e mais difíceis de biologia. Nesse sentido, foi observado que uma porcentagem equivalente a 31% do conteúdo
de genética foi considerada mais fácil por alunos da escola pública, enquanto 24% de tal conteúdo foi apontado como mais difícil em
escolas privadas. Já nas escolas públicas 33% dos entrevistados consideram genética mais difícil e 30% dos alunos preferiram não
optar sobre o conteúdo de maior facilidade (Figura1).

A B

A B

22
Figura 1. Concepções dos pré-vestibulandos das escolas privadas (A) e das escolas públicas (B), quanto ao grau de dificuldade nos
conteúdos de biologia para a seleção do vestibular.

Com relação às concepções dos alunos relativas a como deveriam ser as aulas preparatórias para vestibular, foram
selecionadas sete respostas consideradas relevantes que demonstraram as concepções dos alunos pré-vestibulandos (Tabela 1).

Tabela 1: Concepções dos alunos relativas às aulas preparatórias para o vestibular.


Escolas públicas Escolas privadas
Aulas mais direcionadas ao vestibular Menor número de alunos por sala
Aulas mais dinâmicas Aulas mais dinâmicas
Aulas com simulados e aulões Conteúdos voltados para o vestibular
Alunos Mais aulas práticas As aulas já são satisfatórias
Aulas integrais Aulas integrais
Aulas mais motivadoras Aulas extras
Conteúdos voltados para o ENEM Aulas com bizus

Observa-se na tabela 1, que entre as escolas públicas e privadas em Sobral, o grupo demonstrou certa semelhança quanto
às condições de aula e as metodologias de ensino aplicadas. Entretanto, foi constatado, que os alunos da escola privada são privile-
giados pela preocupação demonstrada pelos professores em trabalhar os conteúdos para o vestibular e além de possuírem diver-
sos materiais à disposição dos mesmos que contribuem para a melhoria do seu trabalho, incluindo livros didáticos, paradidáticos,
vídeos e laboratórios, sempre inovando com estratégias de ensino motivadoras, como foi demonstrado por Oliveira (2006) ao rela-
tar que a utilização de modalidades diferentes, possibilita um contato do aluno com o material, visando à percepção de fatos básicos
para a formação de conceitos, o desenvolvimento do raciocínio e a formação de atitudes.
A análise das concepções dos alunos sobre o ensino de ciências e biologia na escola pública por Silva (2010), mostrou que
em relação à percepção do ensino de ciências/biologia como integrada em seu cotidiano, 92% identificam o conteúdo de biologia em
seu cotidiano e 8% afirmam que não conseguem percebera biologia no seu dia-a-dia. Percebe-se o paralelo entre os assuntos vis-
tos em sala de aula, influenciado pelas tendências educacionais e o contexto-social.

CONCLUSÃO
Acredita-se que mediante os diferentes programas de incentivo ao ensino básico hoje, os pré-vestibulandos das escolas
públicas e privadas pesquisadas no município de Sobral não divergem significativamente quanto às concepções e interesses ao
ingresso no ensino superior, entretanto, quanto aos conteúdos de biologia, os mesmos ainda são considerados complexos em sua
compreensão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. O; GOUVEIA, Z. M. M; PEREIRA, M. G. Ensino de Biologia e cidadania: contribuindo para a inclusão de jovens
estudantes no ensino superior. Disponível em:<scholar.google.com.br> Acessado em :29 de maio de 2010.

FRANÇA, A. Como funciona o vestibular. Disponível em:<pessoas.hsw.uol.com.br.> Acessado em: 3 de março de 2010.

OLIVEIRA, C. L.C; CAVENDON, C.C e VILAR, K. S. P. Estratégias de ensino de biologia no pré-vestibular popular. Unirevista, v.1, n. 2,
2006.
23
SILVA, R. P; SANTOS, C. N. P; LIMA, M. S. F; LIRA, L. T. O; ARAÚJO, M. L. F; SOUZA, J. M. Ensino de Ciências e Biologia na escola
pública: O que dizem os educandos de seu processo formativo. Disponível em:<www.eventosufrpe.com.br> Acessado em: 17 de
junho de 2010.

SILVA, A. O. O engodo do vestibular e os dilemas da classe média empobrecida. RevistaEspaço acadêmico, ano 3, n.2,2003. Disponí-
vel em: www.espacoacademico.com.br> Acessado em 12 de agosto de 2010.

24
ANÁLISE DAS AULAS DE LABORATÓRIO E CAMPO NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA EM ALGUMAS ESCOLAS PRIVADAS EM SOBRAL –
CE : Uma troca de experiência junto à comunidade escolar

LIMA, Maria Alves de 1; BRITO, Gabriella de Jesus 1; MATA, Marlene Feliciano 2; ANDRADE, Francisco José freire de3

1
Discente do Curso de Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
2
Professora (orientadora) do Curso de Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
3
Professor (colaborador), Curso de Pedagogia da UVA.

RESUMO
Objetivou-se com o presente trabalho diagnosticar a existência e o desenvolvimento de aulas práticas de laboratório e
campo de biologia em algumas escolas privadas no município de Sobral, visando contribuir com o ensino através de uma
participação nas aulas. A pesquisa foi realizada nas escolas privadas, Colégio Luciano Feijão e Colégio Sant‘Ana, com alunos e
professores das séries de 1°, 2° e 3° anos. Os dados foram obtidos através de questionários com perguntas abertas, semi-abertas
e/ou fechadas junto a professores e alunos. Os resultados revelaram que as maiores dificuldades quanto à realização das aulas em
laboratório e campo, forama falta de material, espaço, dispersão dos alunos, o deslocamento e o custo. Entretanto, ultrapassando
alguns entraves, as escolas privadas pesquisadas têm realizado aulas práticas dentro do contexto do conteúdo da biologia. Os
docentes da rede privada, de certa forma têm se preocupado com o aprimoramento das aulas e um aprendizado de qualidade
através de metodologias mais participativas.
Palavras-chave: Aulas práticas, Biologia, Escolas privadas

INTRODUÇÃO
Este trabalho faz parte da disciplina prática de Ensino II – Vivência em Biologia, através da qual é possível estender o
aprendizado da universidade à comunidade, através da vivência na escola. É possível verificar até que ponto as aulas práticas
podem instigar o desenvolvimento de conceitos científicos, e permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o
seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos. Aulas práticas são importantes como estratégias de ensino-
aprendizagem e ajudam o professor a retomar um assunto já abordado, construindo com seus alunos uma nova visão sobre um
mesmo tema. ―O trabalho em laboratório é motivador na aprendizagem, levando ao desenvolvimento de habilidades técnicas e
principalmente auxiliando a fixação, e o conhecimento sobre os fenômenos e fatos‖ (MYRIAM KRASILCHIK, 2000).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN (1998), enfatizam que as aulas práticas permitem reforço e auxílio ao
desenvolvimento dos conteúdos aplicados em sala de aula, inclusive com o desenvolvimento de projetos científicos.
A educação em Sobral vem se destacando junto à rede privada da região noroeste do estado. A educação se desenvolveu
na cidade,de modo aatrair estudantes de cidades da região norte e de outras regiões em busca de uma educação mais significativa,
tanto quanto ao nível médio como no superior. Atualmente é conhecida como cidade universitária. Na área urbana da cidade,
registram-se 29 escolas privadas sendo que nem todas têm ensino médio. As escolas mais conceituadas são: Colégio Luciano Feijão,
Colégio Farias Brito e Colégio Santana.
Desse modo é crucial para o licenciando de Ciências Biológicas vivenciar e levar conhecimento da sua área de atuação
para a comunidade local refletindo sobre os aspectos positivos e/ou negativos do ensino no ensino médio.

25
OBJETIVO
Investigar e diagnosticar a existência e o desenvolvimento de aulas práticas de laboratório e campo de biologia em
algumas escolas privadas em Sobral – Ce, a fim de registrar esse parâmetro e associá-lo à qualidade do ensino de biologia, fazendo
uma troca de experiências entre universidade e escola.
METODOLOGIA
Campo de observação
A pesquisa foi realizada em duas escolas privadas da sede do município de Sobral, com 60 alunos e 3 professores das
séries de 1°, 2° e 3° anos. As escolas foram selecionadas considerando o porte das mesmas como critério. Assim, fizeram parte
dessa pesquisa a Escola Luciano Feijão e Colégio Sant‘Ana. Em cada uma dessas escolas foi realizada uma coleta de dados em todos
os três anos do ensino médio referentes às aulas práticas de Biologia.
Instrumentos de coleta de dados
Os dados foram obtidos através de questionários com perguntas abertas, semi-abertas e/ou fechadas para alunos e
professores das duas escolas, abrangendo uma amostra de 10 alunos por turma de Biologia em cada escola do ensino médio listada
acima. Nas visitas àsescolas, além do questionário, os laboratórios foram registrados através de fotografias e observados em
termos de material para práticas e manual de aulas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com os dados obtidos, verificaram-se os aspectos mais significativos, quanto às atividades de práticas
realizadas, nas respectivas séries pesquisadas, assim como a escola que foi trabalhada (figura1).
Colégio Santana

Conteúdo considerado mais interessante


Aulas práticas de biologia em laboratório

70% 100%
60%
80%
50%
40% 60% 1°
30%

20% 40%

10%
0% 20%
Reprodução Genética Botânica
0%
1° 2° 3° NÃO AS VEZES SIM

Ocorrência de aulas de campo

70%
60%
50%
40% 1°

30% 2°

20%
10%
0%
UMA DUAS TRÊS NENHUMA

Figura 1. Percentagens das atividades práticas de laboratório e campo, conteúdo mais interessante e dificuldade dos alunos
26
quanto ao conteúdo de biologia trabalhado em sala de aula no Colégio Sant‘Ana.

Na figura 1, observa-se nas três turmas investigadas que os conteúdos de maior interesse são genética (70%), reprodução
(40%) e botânica (50%). Enquanto que os temas considerados mais difíceis, são ecologia, citologia e bioquímica. Nesta escola, nas
três turmas, ocorreram aulas práticas, demonstrando uma boa metodologia para o ensino de biologia. Entretanto, foram observadas
certas dificuldades para com essa metodologia.
As principais funções das aulas práticas, reconhecidas na literatura sobre o ensino de Biologia, são: despertar e manter o
interesse dos alunos, envolver os estudantes em investigações científicas, desenvolver a capacidade de resolver problemas,
compreender conceitos básicos e desenvolver habilidades (KRASILCHIK, 1996).
Para muitos alunos, é fascinante ver através do microscópio aquilo que não se pode ver a olho nu, sem falar que as aulas
práticas integram mais professores e alunos. Muito freqüentemente, os docentes consideram o ensino de biologia complexo, sendo
necessária uma formação continuada mais intensa, visto os avanços da ciência. Buscam um conhecimento prático maior, mas as
condições de trabalho, considerando o tempo para estudos reduzido.

Conteúdos considerados mais interessantes Ocorrência de aulas de campo

80%
60%
70%
50%
40% 60%
30% 50%

20% 40%

10% 30% 3°
0% 20%
Histologia e Genética Biotecnologia
10%
Fisiologia
0%
1° 2° 3° UMA DUAS TRÊS NENHUMA

Conteúdo considerado mais difícil

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Bioquímica Botânica Genética

1° 2° 3°

Figura 2. Percentagens das atividades práticas de campo e nível de interesse e dificuldade dos alunos quanto ao conteúdo de
biologia trabalhado em sala de aula no Colégio Luciano Feijão.

Considerando ainda as concepções dos alunos, figura 2, as maiores dificuldades que chegam a impedir a realização das
aulas de laboratório e campo, são a falta de material, espaço restrito, a dispersão dos alunos, o deslocamento e o custo, pois
quando realizadas essas aulas, os alunos precisam contribuir com certa quantia. Do mesmo modo, foi verificado por (KRASILCHIK,
1996) que os professores não têm tempo suficiente para a preparação de material, não havendo equipamentos à disposição e
instalações adequadas que em uma escola na cidade de Wenceslau Braz, no Estado do Paraná, onde as condições das aulas práticas
27
também são restritas e inconstantes.
Mesmo em meio a essas dificuldades, quando realizadas essas práticas, os alunos se interessam mais, os quais argumen-
taram que através de representações de materiais vivos e a vivência da natureza no campo, mediante observações, demonstração e
discussão com o professor, o aprendizado é bastante significativo e o conteúdo abrange um maior conhecimento. Os alunos podem
interagir mais uns com os outros e as aulas se tornam dinâmicas, saindo da rotina diária da sala de aula.
―As aulas de laboratório podem, assim, funcionar como um contraponto das aulas teóricas, como um poderoso catalisador
no processo de aquisição de novos conhecimentos, pois a vivência de certa experiência facilita a fixação do conteúdo a ela relacio-
nado, descartando-se a idéia de que as atividades experimentais devem servir somente para a ilustração da teoria (Capeletto,
1992).‖
Para os docentes, a ocorrência de uma aula prática de laboratório e campo, requer força de vontade, tempo para
planejamento, materiais adequados e muita teoria. Entretanto, os mesmos se consideram capazes e disponíveis a realizarem aulas
experimentais mais participativas e que contemplem um aprendizado maior dos alunos. Talvez falte uma motivação maior para a
viabilização desse processo, os mesmos não encontram nenhuma dificuldade na formação em ministrar aulas práticas de biologia.
Assim, KRASILCHIK, (1996), argumenta que aulas de laboratório são importantíssimas, pois desempenham funções
especiais, permitem que os alunos tenham contato direto com os fenômenos, manipulando materiais e equipamentos e observando
organismos. Apenas nas aulas práticas os alunos enfrentam os resultados não previstos, cuja interpretação desafia sua imaginação
e raciocínio.

CONCLUSÃO
Baseado nos instrumentos vivencia e estudo dessa pesquisa percebe-se que as aulas práticas tanto de laboratório quanto
de campo são aulas essenciais na manifestação do aprendizado significativo do aluno e o que limita tal metodologia é a sua
complexidade (recursos humanos e materiais) uma vez que a didática comum da sala de aula é bem mais simplista. Mesmo assim,
ocorrem algumas aulas práticas permitindo certa vivência da metodologia científica. Entende-se ainda que a reflexão crítica sobre a
prática seja condição para a transformação do que se projeta para a realidade.

BIBLIOGRÁFIA
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais do ensi-
no médio. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998.
CAPELETTO, A. Biologia e Educação ambiental: Roteiros de trabalho. Editora Ática, 1992. p 224.
KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das Ciências. São Paulo, EPU
KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. São Paulo, Editora Harper &Row do Brasil Ltda, 2a ed.1986.

28
ATIVIDADES PRÁTICAS DE BIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO DESENVOLVIDAS NO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VEGETAL DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA – RELATO DE EXPERIÊNCIA

MESQUITA,Maria Otammires Mota de 1; BRITO, Jamilli Menezes 2; MATA, Marlene


Feliciano3
1e2
Graduandas do Curso de Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, thammymota@hotmail.com;
3
Profª. Dra. do Curso de Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.

RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo discutir a importância de aulas práticas no ensino de biologia como uma alternativa de melhor
fixação do conteúdo teórico, fazendo algumas considerações sobre a importância dessas atividades nas instalações do próprio
curso de Biologia da Universidade, promovendo uma interface entre escola e ambiente universitário. Para tanto, experienciamos a
vivência de uma atividade de extensão junto à disciplina prática de Ensino III: Vivência em Biologia, quando a escola Monsenhor José
Gerardo Ferreira Gomes, da rede Estadual de Ensino, veio à Universidade com o apoio do Projeto Tutorial para participar do mini-
curso intitulado "VIVÊNCIA EM BIOLOGIA: MANUAL DE PRÁTICAS PARA O ENSINO MÉDIO". Ao final, constatou-se que essa experiência
inovadora foi crucial para a formação dos licenciandos à preparação do material para as práticas dos conteúdos de ensino médio e
às aulas que foram bastante participativas e motivadoras para os alunos da escola pública, visto que os mesmos tiveram a
oportunidade de estudar na prática, a teoria discutida em sala.
PALAVRAS-CHAVE: Aulas Práticas. Biologia. Ensino Médio. Escola pública. Universidade.

ABSTRACT
This paper aims to discuss the importance of practical lessons in teaching biology as a better alternative to setting the theoretical
content, making some considerations about the importance of these activities on the premises of the course of Biology of the
University, providing an interface between school and university environment. To this end, we experience the living of an extension
activity with the practical discipline of Education III: Experience in Biology, where the school Monsignor Gerardo José Gomes
Ferreira, the State Education Network, came to the University with the support of the Project to participate in the Tutorial mini-
course titled "EXPERIENCE IN BIOLOGY: PRACTICAL GUIDE TO HIGH SCHOOL." At the end we found that this innovative experience was
crucial for the training of future teachers to prepare the material for the practical content of high school and classes were quite
participative and motivating to students of public schools, since they had the opportunity to study in practice, the theory discussed
in class.
KEYWORDS:Classroom Practice. Biology.High School.Publicschool. University.

INTRODUÇÃO
O ensino de Biologia compreendido como o estudo da vida, não deve ser tratado como algo abstrato, mas ao contrário,
deve-se trabalhar com o concreto, aulas práticas, experimentos, dentre outros. Pimenta (2004) afirma que para se aprender é
necessário a prática, e não poderia ser diferente com a Biologia. Partindo desse pressuposto, acreditamos que prática e teoria se
complementam para uma aprendizagem diferenciada.
O processo de incorporação de aulas práticas complementa o aprendizado teórico e perpassa por momentos difíceis na
educação pública brasileira, sejam relacionadas à escola e suas condições estruturais, aos professores pela formação específica ou
aos alunos pelas suas características específicas. Muitas escolas contam com laboratórios bem equipados, mas que vivem de certa
forma abandonados, quer seja por conta do desinteresse dos professores ou por conta de turmas numerosas que, de acordo com
os docentes, impossibilitam o uso. No entanto, é possível buscar outras estratégias para a implementação das aulas, como por
exemplo: organização de roteiros, divisão de turmas, experimentos simples, amostras, visualizações, dentre outras (KRASILCKIC,
1996).

29
Projetos de Extensão tem como objetivo desenvolver ações de caráter acadêmico, cultural e social, articulando ensino e
pesquisa para uma interação transformadora entre universidade e sociedade. No seu trabalho contínuo com escolas da rede pública
de ensino, a Universidade tem contribuído de forma significativa para uma formação complementar de alunos do ensino básico,
possibilitando-os aproximar-se do ambiente acadêmico e de suas áreas de conhecimento, despertando assim maior interesse
quanto à realização de um curso de nível superior.
Foi com este intuito que em parceria com a Pró-reitoria de extensão da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA,
através do Projeto Tutorial, a Professora do Curso de Biologia Licenciatura, ao ministrar a disciplina Prática de Ensino III - Vivência
em Biologia propôs a elaboração de um mini-curso com aulas práticas de Biologia, com o objetivo de resgatar em alunos da 3ª série
do ensino médio, assuntos contidos em algumas das grandes áreas da disciplina e que passaram despercebidos, ou que causaram
dificuldades no aprendizado tais como: Microscopia, Bioquímica, Botânica e Zoologia. Além disso, esta experiência proporcionou aos
graduandos de Biologia a vivência da prática docente através da elaboração de roteiros de aulas práticas, o que resultou em um
manual de aulas práticas para o ensino médio, e ainda a oportunidade de ministrá-las.

METODOLOGIA
Para elaboração do mini-curso pelos alunos e supervisionado pela professora da disciplina de Prática de Ensino III -
Vivência em Biologia do curso de Biologia Licenciatura, foram realizados encontros semanais no período de 01 de Fevereiro a 31 de
Março de 2010 no laboratório de Biologia Vegetal da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, a fim escrever o Projeto referente
ao mini-curso, escolher os temas das aulas práticas que seriam trabalhadas, o número de alunos que iriam participar (25), realizar
o levantamento dos materiais necessários de acordo com cada prática, formar as duplas entre os graduandos, que seriam
responsáveis pela confecção e por ministrar as aulas práticas a partir de um dos temas escolhidos, além da bibliografia que seria
utilizada, sendo estas as seguintes: BEXEM - Manual de Biologia Experimental, livros didáticos do ensino médio adotados por escolas
públicas e pesquisas em sites acadêmicos.
No período de 05 a 28 de Abril foram realizadas todas as práticas que seriam ministradas a fim de identificar e corrigir
possíveis erros. No período de 03 a 19 de Maio foram realizadas a escolha da escola Monsenhor José Gerardo Ferreira Gomes com
base num Projeto de Extensão já existente na Universidade, Projeto Tutorial, a confecção das fichas de inscrição dos alunos e do
Manual de Práticas para o Ensino Médio, que contemplou os seguintes temas, com utilização dos respectivos materiais: Microscopia
óptica (Microscópio óptico, água contaminada, célula vegetal, lâminas preparadas com hemácias, água destilada, letras recortadas),
O mundo dos fungos: diversidade e morfologia (Microscópio, lupa manual, lâminas e lamínulas, fermento biológico - 50g, exemplares
de fungos - mofos, cogumelos, orelhas-de-pau e liquens, solução de água com açúcar - 100g de açúcar + 1 litro de água, uma fatia de
pão de forma e um saco plástico transparente), Observando a estrutura do DNA (um saco plástico tipo ―zip loc‖, um tomate - fresco
ou congelado, se tiver congelado, deixe descongelar, 10 ml de solução de extração de DNA, um filtro comum de papel com funil, álcool
etílico gelado, um tubo de ensaio limpo ou um copo de vidro, um palito de madeira, tipo usado para manicure, solução de extração de
DNA - suficiente para 50 experimentos, 25 ml de detergentes - de preferência sem corantes, uma colher de chá de sal de cozinha,
450 ml de água filtrada), Caracterização das criptógamas: Briófitas e Pteridófitas (Material briofítico, material pteridofítico, lâmina
e lamínula, microscópio óptico, lupa, agulhas, estiletes, pinças, lâminas de barbear), Observação da estrutura morfológica da flor
(Material reprodutivo fresco, seringas, microscópio estereoscópio - lupa, lâmina de barbear, microscópios óptico comum, exsicatas
de material vegetativo), Observação e estudo da estrutura morfológica do fruto e germinação de sementes (Amostras de frutos
secos e carnosos de diferentes formas morfológicas, bandeja, facas, fichas de classificação, amostras de sementes de alguns
frutos que ocorrem na caatinga, plântulas em diferentes fases de germinação), Reino protista: morfologia de protozoários
(Microscópio óptico, lâminas permanentes com protozoário) e animais peçonhentos: identificação e prevenção de acidentes
(bandejas, pinças, luvas, exemplares de animais peçonhentos - cobras). Além de data show e note book para exposição da
fundamentação teórica em todas as práticas. A execução ocorreu no turno da noite, no período de 24 de Maio a 08 de Junho,
totalizando 40 (quarenta) h/a.

30
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com a realização do mini-curso percebeu-se que apesar das lacunas existentes nos alunos referentes aos temas
abordados, estes manifestaram interesse, o qual foi observado através de questionamentos aos graduandos instrutores, da
participação dos mesmos ao realizarem as práticas, da não desistência ao longo do mini-curso e até mesmo da curiosidade que
ultrapassou o assunto de cada aula, além da empolgação dos mesmos durante a resolução de questões de vestibulares, notando-se
a grande interação entre instrutor e aluno, o que é de fundamental importância no processo de ensino-aprendizagem.
Durante a realização do mini-curso foram enfrentadas algumas dificuldades no que diz respeito à aquisição de materiais
para execução das práticas, demora na confecção do manual, transporte dos alunos da escola até a universidade, ocorrência de
feriados no período do curso, o que ocasionou a delonga do mesmo, mas que não interferiu no seu bom desempenho.
Segundo Tiba (1998) é responsabilidade do educador provocar no aluno o prazer de aprender, e a aula prática tem o poder
de prender a atenção do aluno, fazendo com que este muitas vezes obtenha melhores resultados com a aula prática do que somente
com a teórica. E foi exatamente isto que pôde ser percebido ao longo do mini-curso realizado, já que na própria fundamentação
teórica do assunto observou-se alguns alunos dispersos, algo que não ocorria no momento prático.

CONCLUSÕES
O uso de atividades prático-experimentais no ensino de Biologia se constitui numa abordagem eficiente no processo de
aprendizagem dos estudantes de ensino médio. As atividades desenvolvidas demonstram a grande importância de integrar a teoria e
a prática, contribuindo efetivamente para a melhor sedimentação dos conteúdos escolares de Biologia por parte dos alunos (SAUVÉ
et al, 2006).
O mini-curso ―Vivência em Biologia: Manual de Práticas para o Ensino Médio‖, proporcionou aos alunos da escola pública
um ensino-aprendizagem de Biologia diferenciado, com uma visão mais aprofundada do assunto revelada pela prática, além de uma
aproximação com o mundo acadêmico. Já para os graduandos, foi vivenciada a prática da docência com a habilidade de organização
de aulas práticas, roteiros, direcionamento da aula e avaliação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMABIS, J. M; MARTHO, G. R. Fundamentos da Biologia Moderna. 4 ed. São Paulo: Moderna, 2006.
ANDRADE, I.M.; ALVES, M.H.; PONTE, M.M.B. Botânica. In: VIANA, M.S.S.; ANDRADE, I.M.; PONTE, M.M.B.Manual de Biologia Experimental:
Estratégias Educacionais para Melhoria do Ensino de Biologia Experimental nas Escolas Públicas da Região Noroeste do
Estado do Ceará. 1ª Ed. Sobral: 2007. Cap. VI, p. 57-71.
KRASILCHICK. M. Prática de ensino em Biologia, 3° ed, São Paulo: Harbra,1996.
PIMENTA, S., G. e LIMA, M. S. L. Estágio e docência, São Paulo: Cortez, 2004.
SAUVÉ, J.P.G.; GOUVEIA, Z.M.M.; PEREIRA, M.G. BIOLOGIA EXPERIMENTAL EM ESCOLAS PÚBLICAS: TRABALHANDO NO LYCEU
PARAIBANO. XI Encontro de Iniciação à Docência - UFPB-PRG, 2006.
TIBA, I. Ensinar Aprendendo: Como superar os desafios do relacionamento professor-aluno em tempos de globalização, 10ª
Ed, São Paulo: Gente, 1998.
WILSON, R. P. Biologia: Seres vivos/fisiologia. 1.ed. Vol. 2, São Paulo: Ática, 2005, 352p.

31
32
A UNIVERSIDADE VAI À ESCOLA: PERCEPÇÃO DO ENSINO DE BOTÂNICA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE IPU E SOBRAL-CE

SIQUEIRA, Samylia Mayra da Costa; RODRIGUES Bruna Silva; SILVA, Maria Rejane Gomes e MATA, Marlene Feliciano

RESUMO: Para a construção do pensamento científico, a prática não deverá ser desvinculada da teoria, sendo importante para o
estudo de Biologia. Contudo, é fato que as aulas práticas são pouco difundidas, por uma série de fatores, apesar da sua
inquestionável importância para o processo de ensino-aprendizagem. Assim, o presente trabalho teve como objetivo identificar e
analisar a importância da utilidade de práticas no processo de ensino aprendizagem de Botânica. O trabalho foi desenvolvido com
alunos do 3° Ano do Ensino Médio em escolas da rede pública de ensino dos municípios de Ipu e Sobral, Ceará. Foram analisadas
duas turmas de 3° Ano, em cada escola. As instituições E.E.F.M. Delmiro Gouveia e E.E.F.M Auton Aragão na cidade de Ipu e E.E.F.M.
Professor Arruda e E.E.F.M.Professor Luís Felipe ambas no município de Sobral. Assim, percebeu-se que as aulas práticas têm um
papel de suma importância no aprendizado, atraindo a curiosidade e o interesse das mesmas para as aulas de Biologia
possibilitando uma aprendizagem significativa da mesma.

PALAVRAS-CHAVE: Botânica, Aulas Práticas, e Ensino Médio.

INTRODUÇÃO
Este trabalho foi desenvolvido no contexto da disciplina de Prática de ensino II, Vivência em Biologia, da Universidade
Estadual Vale do Acaraú - UVA, do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas - CCAB. Objetivando a vivência dos graduandos de
Ciências Biológicas nas diferentes áreas de ensino e pesquisa em biologia em articulação com o ensino na escola básica, o
aprendizado de botânica foi elencado para esta investigação. Desde os primórdios, o homem descobriu que as plantas são os
recursos naturais básicos para a sobrevivência. Hoje, sabe-se que a Energia para sobrevivência de qualquer ser vivo provém dos
alimentos, e a fonte primária dos alimentos orgânicos é o vegetal. Estes são organismos eucariontes, multicelulares, autótrofos, que
realizam fotossíntese, os quais são estudados através de um ramo da Biologia denominado Botânica. (LOPES, 1999).
Portanto, torna-se evidente a importância de um ensino-aprendizagem de qualidade em botânica, desde o ensino básico até
a academia e as especializações, visto que a mesma está presente no dia-a-dia do alunado, tornando-se necessário reconhecer
esse conteúdo. Frequentemente, os temas de botânica na sala de aula são restritos e pouco contemplados de forma prática.
Para que a abordagem nas escolas públicas de nosso estado seja de qualidade ao aprendizado estudantil, faz -se
necessária a intervenção do professor na sua avaliação metodológica e também na abordagem dos conteúdos.
Para que haja positividade na interação professor-aluno, é importante rever a eficácia dos recursos didáticos abordados
em classe. Com ênfase na abordagem de aulas práticas para a melhoria do conhecimento estudantil. Pois as aulas práticas podem
ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o
seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos (LUNETTA, 1991). Além disso, as aulas práticas servem de
estratégia e podem auxiliar o professor a retomar um assunto já abordado, construindo com seus alunos uma nova visão sobre um
mesmo tema.
Com dedicação dos alunos e dos professores, pode-se sim, ter uma eficiente aprendizagem no conteúdo de botânica, pois
com já foi citado, é uma área de demonstrável importância em nosso meio, o que ajuda bastante o professor na hora de repassar o
conteúdo, que pode também ser feito com aula práticas de baixo custo, ou até mesmo com aulas expositivas da flora regional, por
exemplo.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL
Identificar a metodologia utilizada nas aulas de botânica nas escolas públicas de Ipu e Sobral-CE.

33
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Registrar as concepções dos professores e alunos quanto ao ensino-aprendizagem de botânica;
Conceituar as metodologias abordadas em classe;

MATERIAL E MÉTODOS
APesquisa de caráter qualitativo foi realizada em quatro escolas públicas do estado do Ceará. As escolas E.E.F.M. Delmiro
Gouveia, E.E.F.M.Auton Aragão ambas na cidade de Ipu e escola E.E.F.M. Professor Arruda,E.E.F.M. Professor Luís Felipe na cidade de
Sobral.As escolas foram selecionadas considerando o caráter quantitativo de discentes das mesmas. E para a obtenção dos dados,
foram repassados questionários com perguntas objetivas e subjetivas constando de dez questões, destinadas a 60 alunos de
terceiro ano em cada escola, totalizando duzentos e quarenta alunos analisados.
Em seguida, foram repassados questionários aos professores, responsáveis por ministrar aulas de Biologia nestas classes
e estes puderam ser aplicados de forma coerente e clara, condizentes com os objetivos propostos.
Os dados foram avaliados através de análise e interpretação de gráficos e tabelas, elaborados a partir da consolidação
dos mesmos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dentre os resultados observados podemos constatar que a negatividade do ensino em Botânica nas escolas públicas da
Região Norte, Ipu e Sobral está em aliar teoria à prática. Constatado que 66,2% dos alunos de 3˚ano das escolas E. E. F.M.Auton
Aragão e E. E. F.M. Delmiro Gouveia têm em sua maioria aulas teóricas, usando apenas de material demonstrativo para promover o
melhor aprendizado do alunado.

As escolas E. E. F.M. Professor Luis Felipe e E. E. F.M. Professor Arruda, ambas da cidade de Sobral, mostram que 70% do
conteúdo de Botânica, está sendo aliado à prática, evidenciando que os alunos têm um desempenho proveitoso durante as aulas de
Biologia. Segundo BORGES (2002) a importância e o prestígio que os professores atribuem ao ensino prático deve-se à
popularização, nas últimas décadas, das idéias progressistas ou desenvolvimentalistas no pensamento educacional no que
descendem de Rousseau, Pestalozzi, Spencer, Huxley, Dewey, entre outros (BYBBE e DEBOER, 1996).
Para que o aprendizado do estudo das plantas transcorra positivamente, o professor deve ressaltar a importância da flora
e atentar seus alunos para que consigam absorver melhor conceitos impostos pela teoria.
Ao analisar os professores da rede de ensino pública de Ipu e Sobral, podemos constatar que, os docentes aliam o
conteúdo teórico à prática, porém, as escolas de Ipu sentem dificuldade nesse quesito, pois não dispõem de aulas práticas para
aprimoração do conhecimento. Com isso, muitos docentes utilizam somente o livro didático adotado pela instituição de ensino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos com essa pesquisa que as aulas práticas dos alunos do 3° Ano de Ensino Médio das escolas de Ipu e Sobral
funcionam como uma ótima ferramenta para despertar o interesse dos alunos em compreender o assunto.
Sabemos que aulas práticas de botânica são de fácil acesso para professores e alunos e que não precisam,

34
necessariamente, contemplar experimentos em laboratório. Pode-se criar um ambiente com materiais diversos em um espaço
separado como em sala de aula, proporcionando o contato com os mesmos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES, A. T. Novos rumos para o laboratório escolar de Ciências. Caderno brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, SC, v.19,
n.3,p.291-313,2002.
LOPES,Sônia. Bio, ed Saraiva, volume único, São Paulo, p.396.
LUNETTA, V. N. Actividades práticas no ensino da Ciência. Revista Portuguesa de Educação, v. 2, n. 1, p. 81-90, 1991.
PESSOA, O, F. Os Caminhos da Vida. São Paulo: Scipione, 2001.

35
36
PROJETO RONDON/UVA NA PREVENÇÃO E COMBATE À HIPERTENSÃO E DIABETES NO MUNICÍPIO DE GURINHÉM/PB

BRAGA, José Ricardo Pinto; PARENTE FILHO, Euclides Gomes; PARENTE, Kátia Maria da Silva; SALES, Diane Sousa; SILVA,
AntoniaSiomara Rodrigues; MOURÃO, AntonioÉdie Brito.

PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão e Diabetes, Gurinhém/PB, Projeto Rondon

INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial é um problema crônico caracterizado pelo aumento da pressão arterial a níveis superiores a 140/90
mmHg enquanto o diabetesé uma disfunção metabólica caracterizada por hiperglicemia crônica resultante da deficiência na
secreção ou na ação do hormônio insulina. A hipertensão aliada ao diabetes representam dois dos principais fatores de risco,
contribuindo decisivamente para o desenvolvimento e agravamento de doenças cardiovasculares. A prevalência de hipertensão em
indivíduos diabéticos é duas vezes maior que numa população de não-diabéticos. Características como: fatores de risco, cronicidade
e necessidade de controle permanente, comuns às duas patologias, justificam uma abordagem conjunta no que se refere à
prevenção e acompanhamento. No Brasil, em torno de 15 a 30 milhões de pessoas são hipertensas, ou seja, 15 a 20% da população.
Desse valor, crianças e adolescentes representam 7% dos casos, enquanto em idosos esse percentual pode atingir os 65% (BRASIL,
2001).
A elevada incidência e a necessidade de tratamento contínuo dessas doenças provocam gastos tanto aos cofres públicos
como a população de um modo geral. Segundo o Ministério da Saúde (2004), o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou
aproximadamente R$ 24 milhões com 120 mil internações hospitalares no ano de 2004. Essa situação é agravada nas comunidades
interioranas onde a renda é baixa. É elevado o número de pessoas que procuram o serviço de saúde buscando tratamento para tais
doenças e a falta de informação a seu respeito faz com que ações de prevenção sejam escassas e/ou ineficazes.
O agente de saúde exerce papel fundamental na disseminação dessas informações, que são de suma importância para a
população no que diz respeito à prevenção e ao combate a doenças endêmicas como Diabetes e Hipertensão. Este contribui para a
melhoria na qualidade de vida da população, minimizando os efeitos maléficos dessas doenças, que, além da deterioração da saúde
afeta diretamente o sistema público municipal, causando congestionamentos nos postos de saúde. Tal efeito desencadeia outros
problemas como a defasagem da qualidade do atendimento à comunidade devido a grande demanda.
Grande parte dessas doenças pode ser tratada com a utilização de fitoterápicos, que atualmente vem expandindo-se como
alternativa para a manutenção e/ou recuperação da saúde. A fitoterapia, assim como outras formas de tratamento, apresenta
pontos positivos e negativos. Como vantagens, podemos citar o baixo custo de preparo, alto percentual de eficácia, fácil aquisição e
baixo nível de contra-indicações. Por outro lado, caso não seja seguido às formas corretas de preparo e dosagem, as ervas podem
se tornar inimigas da saúde, uma vez que, podem causar efeitos desagradáveis como reações alérgicas, intoxicação e até provocar
abortos.

OBJETIVO
Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo relatar a participação do Projeto Rondon/UVA junto aos serviços de
saúde do município de Gurinhém/PB.

METODOLOGIA
As ações foram realizadas no município de Gurinhém/PB durante o período de mês de julho de 2009. Para a execução das
atividades foi utilizada uma equipe de oito rondonistas, sendo 06 discentes e 02 docentes. Inicialmente realizou-se uma viagem
precursora com o intuito de possibilitar a elaboração de um diagnóstico prévio visando viabilizar um planejamento mais acertado
sobre as atividades a serem desenvolvidas. Em seguida, após análise do diagnóstico, foram elaboradas estratégias de trabalho
combinando o caráter assistencial e de transferência de conhecimentos. Estas tiveram início com o levantamento estimativo da
incidência de hipertensão e diabetes nas comunidades, através de visitas domiciliares e entrevistas. A partir dessa análise foi

37
elaborado um programa de capacitação dos agentes de saúde locais através do oferecimento de mini-cursos sobre ―Humanização
do Atendimento ao Paciente‖ e ―Prevenção e Combate à Hipertensão e Diabetes‖, uma palestra sobre ―Sexualidade e Adolescência‖ e
visitas domiciliares, envolvendo os diversos aspectos endêmicos dessas doenças. Foi promovido um dia de ações conjuntas (Ação
Global) envolvendo outras áreas como jurídica, social e pedagógica. Ao final, foram contabilizados os atendimentos realizados pela
equipe rondonista e expostos na forma de tabela visando uma melhor visualização dos dados.

RESULTADOS
Com a realização das atividades foi possível atender todos os agentes comunitários de saúde (ACS) da sede, estudantes do
Ensino Médio da rede pública municipal, quilombolas e demais profissionais de saúde do município conforme Tabela 01.
Tabela 01: Número de atendimentos por atividade do Projeto Rondon/UVA no município de Gurinhém/PB.

Atividade Público alvo Nº de atendimentos


Mini-curso ―Humanização do Atendimento ao ACS e demais profissionais dos PSF 23
Paciente‖
Mini-curso ―Prevenção e Combate à ACS e demais profissionais dos PSF 19
Hipertensão e Diabetes‖
Palestra: Sexualidade e Adolescência Estudantes de Ensino Médio 25
Ação Global Comunidade em Geral 27
Visita Técnica ao Quilombo Quilombolas 40
Total 134

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com estas ações podemos contribuir de forma significativa para o combate e prevenção de doenças como a Hipertensão e
Diabetes, e consequentemente, reduzir a demanda dos postos de saúde para este tipo de atendimento. Essas medidas adicionadas a
melhor preparação dos agentes de saúde provavelmente provocará uma redução nos custos com o tratamento dessas doenças,
uma vez que, o uso de fitoterápicos visando o combate desses e de outros males.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Secretaria de Informática. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Movimento de Autorização de
Internação Hospitalar. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2004.

BRASIL, Secretaria de Políticas de Saúde. Plano Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes
Mellitus. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2001.

38
DIAGNÓSTICO DO ENSINO-APRENDIZAGEM DE GENÉTICA NO ENSINO MÉDIO EM ESCOLAS PÚBLICAS DE SOBRAL E PACUJÁ

RIBEIRO, Kátia Alves 1; MAGALHÃES, Ednara Mayara 2; PEIXOTO, Lúcio Roberto Rodrigues 3,5; MATA, Marlene Feliciano da 3,4.

1- Curso de Biologia, Licenciatura, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Sobral. e-mail: kate.h-ta@hotmail.com
2- Curso de Biologia Licenciatura da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Sobral.
3- Professor(a) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)
4- Orientador(a)
5- Co- orientador

Resumo: Através deste trabalho procurou-se analisar o processo de ensino-aprendizagem de estudantes de ensino médio de
Escolas Públicas Estaduais, objetivando analisar as principais dificuldades no ensino de Genética, conhecer os materiais de apoio
utilizados e identificar os tópicos mais trabalhosos. A pesquisa foi realizada com estudantes do terceiro ano do ensino médio de
cinco escolas de Sobral e uma de Pacujá e constou da utilização de questionários aplicados a alunos e professores, além de
observação direta por um período de 20 horas-aulas. A partir da análise realizada verificou-se que embora muitos alunos já
detenham um bom conhecimento dos temas pesquisados, alguns demonstraram diversas dificuldades e em diferentes graus, o que
dificulta bastante na aprendizagem da disciplina. Assim, se conclui que é imprescindível o desenvolvimento de estratégias de ensino
que identifiquem os obstáculos ao aprendizado dos estudantes, de modo que se possa reformulá-las, quando necessário. Pra isso,
surge a necessidade da utilização de um suporte didático para os professores ministrarem suas aulas.
Palavras chave: Escola pública. Ensino médio. Genética. Pacujá. Sobral.

Introdução
Os conhecimentos sobre a biologia moderna, decorrentes dos avanços tecnológicos e científicos dos últimos anos têm
afetado cada vez mais a vida das pessoas. Hoje, o termo DNA já faz parte do universo de qualquer pessoa que tenha acesso a algum
meio de comunicação, já está incluído no vocabulário das crianças e adolescentes, mesmo antes da escola tê-lo ―formalmente‖
apresentado. A mídia contemporânea vem dando grande ênfase a assuntos ligados à Genética molecular e suas várias implicações.
Ante essas informações, o cidadão, para tomar decisões e, até mesmo, para compreendê-las, depende de uma base sólida de
conhecimento, que pode e deve ser oferecida pela escola (JUSTINA et al, 2000). O ensino e a aprendizagem na área de Genética em
escolas públicas de ensino médio têm apresentado dificuldades não só pelo nível elevado de abstração dessa ciência, mas também
pela falta de recursos didáticos por parte das instituições de ensino e pelas concepções prévias errôneas dos alunos. Por sua vez, o
grande volume de informações e a velocidade de avanços ocorridos neste campo, têm deixado o professor inseguro frente às novas
abordagens. Some-se a essas dificuldades, a necessidade de conhecimentos dos alunos em outras áreas, para fundamentação do
estudo de Genética, com ênfase na matemática, e na bioquímica. Estes fatos ocasionam desmotivação e desinteresse nessa área por
parte de professores/alunos, dificultando a contextualização e compreensão nos diversos temas da Genética. Os surpreendentes
avanços da Genética e a necessidade crescente de posicionamento perante as novidades lançadas pela Genética, colocam o ensino
de Genética em uma posição de destaque, com importantes implicações nas questões sociais e éticas (MELLO et al, 2000). Desta
forma, é interessante que se reconheçam os aspectos positivos e/ou negativos da abordagem do ensino de Genética, para que
sejam estabelecidas as concepções de alunos e professores, para a melhoria do ensino de Biologia.

Objetivo
Diagnosticar o ensino/aprendizagem de Genética dos alunos de ensino Médio de escolas públicas de Sobral e Pacujá.
Identificando as dificuldades na aprendizagem do conteúdo de Genética dos alunos.

Metodologia
A pesquisa foi realizada nas turmas de 3º ano do ensino médio em seis escolas públicas estaduais localizadas na região
norte do estado do Ceará, assim distribuídas: (VERIFICAR O NOME CORRETO DAS ESCOLAS 4 e 6) Sobral: (1) Centro Educacional de
39
Referência (CERE) Prefeito José Euclides Ferreira Gomes Júnior; Av. Humberto Lopes, s/n, Bairro Domingos Olímpio; (2) E.E.F.M Prof.
Luis Felipe; Rua Cel. José Silvestre, 760-Bairro Junco; (3) E.E.E.P Dom Walfrido Teixeira Vieira – Liceu de Sobral-, Av. Dr. Paulo
Sanford, s/n, Bairro Parque Silvana II; (4) Escola Ribeiro Ramos, Rua Conselheiro José Júlio, s/n, Centro (5) E.E.F.M Profª.
Carmosina Ferreira Gomes - Rua das Flores, s/n, Sumaré. Pacujá: (6) Escola Plácido Aderaldo Castelo-Rua 22 de Setembro, s/n,
Pacujá. Para a obtenção dos dados foram utilizados dois questionários, sendo um deles aplicado aos alunos e outro aplicado aos
docentes. No primeiro questionário, constituído de 14 questões, foram relacionados diferentes temas na área de Genética, aplicado
de maneira aleatória a dez alunos de cada escola, perfazendo uma amostra de 60 questionários. O segundo questionário continha
questões abertas e fechadas, para cinco profissionais que já lecionam a respectiva disciplina. Os profissionais responderam as
questões que abordavam a importância, os desafios da atividade, a aplicação do conhecimento genético ao cotidiano, a metodologia
aplicada, o papel dos meios de comunicação na divulgação do conhecimento, dentre outras questões.
Foi feito o acompanhamento presencial de aulas de Genética, no período de 05 de março a 23 de abril de 2010, totalizando a
carga horária de 20 horas-aulas, nos terceiros anos do ensino médio do C.E.R.E Prefeito José Euclides Ferreira Gomes Júnior, o que
permitiu mais evidências, veracidade e compreensão da realidade em sala de aula. Por questões éticas e visando resguardar a
imagem das escolas e pessoas envolvidas, durante a análise e divulgação dos resultados, os nomes das escolas submetidas à
pesquisa foram substituídos pelas letras iniciais do alfabeto, exatamente assim: escola A, escola B e assim por diante.

Resultados e discussões

Questionários aplicados aos professores de Sobral-CE


O quadro 1 apresenta os resultados obtidos com a aplicação do questionário aos docentes da rede Estadual do ensino
Médio de escolas de Sobral-CE

Questionamento Porcentagem (%)

100% - Por se tratar de assuntos relacionados ao cotidiano, podendo aplicá-los no


Importância do ensino de Genética
seu dia a dia.
75% - Fazer com que os alunos compreendam os gráficos, e os relacione com a
Desafios do professor matemática.
25% - O Alto nível de abstração dessa ciência;
75% - Compreensão de assuntos relacionados ao seu cotidiano. Ex.: herança
Aplicação do conhecimento de Genética biológica, sist. ABO, engenharia Genética, genoma e etc.
25% - Entender as grandes mudanças que ocorrem na área
25% - Aulas expositivas e práticas;
Metodologias utilizadas no ensino de 50% - Relacionar com o cotidiano, utilizando aulas expositivas;
Genética 25% - Aulas expositivas, grupos de estudos, discussões de temas, pesquisas em
livros, internet, jornais aproximando a disciplina do cotidiano do aluno.
25% - Lógica, pois aprendem memorizando e em cálculos de probabilidade;
Dificuldades dos alunos 25% - Cálculos e cruzamentos;
50% - Em questões que envolvam matemática.

Quadro 1. Verificando os resultados das questões abertas

40
Respostas
assinaladas pelos
Itens propostos
professores da
escola A, B, C, e D

Aos constantes avanços da Genética; - - -

A concepção prévia errônea do aluno; x - x

Ao elevado grau de abstração dos conteúdos; x - -

A falta de recursos nas escolas de Ensino Médio; x - -

A má qualificação do educador ou insegurança; x - -

A falta de interesse dos alunos, devido deficiências em matérias


- x x
relacionadas;

Quadro 2. O que dificulta o processo de ensino-aprendizagem de Genética

Quanto aos meios de comunicação, 100% acreditam que influenciam na compreensão da realidade. Embora tenham alunos
inquietos, com concepções errôneas, 100% dos professores afirmaram que esses se interessam pelos conteúdos de Genética.
Contudo, 75% dos professores não conseguem trabalhar todo o conteúdo proposto no livro didático. Segundo Vasconcelos (1992), a
aula meramente expositiva forma cidadãos passivos, não críticos, principalmente pelo fato do baixo nível de interação sujeito-objeto
o que gera um alto risco de não aprendizagem. E cerca de 100% dos professores que responderam ao questionário utilizam mais
essa metodologia.
É comum os professores de Biologia afirmarem apresentar grande dificuldade no ensino de Genética, pois é necessário um
grau elevado de abstração para entendimento dos conteúdos. Adicionalmente, aulas práticas de Genética são, na maioria, inviáveis
devido às condições dos laboratórios das escolas de nível médio. Para superação das dificuldades, portanto, é necessária, a
construção e a utilização de recursos didáticos que possibilitem a instrumentalização do professor preparando-o para auxiliar o
aluno na compreensão dos conteúdos, podendo despertar nele o interesse e propiciar situações de investigação tornando rico o
processo de ensino-aprendizagem de Genética.

Questionários aplicados aos alunos de Sobral-CE

Todos os alunos que participaram da pesquisa afirmaram que já tinham conhecimento do termo DNA e que obtiveram tais
informações por meio de jornais, revistas, televisão e 78% ouviram na escola. Dentre eles, 58% dos alunos participantes souberam
onde se localizava o gene. O interessante é que 66% afirmaram conhecer com segurança, o teste de paternidade pelo DNA, o qual
foi um dos principais fatores de popularização da sigla DNA.
Muitos problemas de aprendizagem de Genética são oriundos de uma compreensão inadequada da terminologia. Segundo
os autores Moreira e Silva (2001), um dos problemas mais frequentes no ensino da Biologia no Ensino Médio, é o conteúdo de
Genética, que exige do aluno conhecimentos prévios em diversas áreas, como: Biologia Molecular, Citologia e Citogenética e ainda,
41
conforme Costa (2000), para relacionar de forma adequada esses conhecimentos também é requerido raciocínio lógico. Porém,
58% afirmam que o que torna difícil o aprendizado não são os termos, abstração da ciência. É o desinteresse dos alunos. Embora
80% tenha poucas dificuldades, indicando que o conteúdo é bem assimilado, porém com poucas dúvidas, o que podemos enfatizar é
que dentre os alunos participantes, 78% acha interessante e gostaria de conhecer mais aprofundadamente. 78% acha a disciplina
excelente e 84% gosta das aulas de Genética, isso devido à metodologia do professor e aulas expositivas com debates. Porém um
resultado agravante é que 22% dos participantes não estudam em casa e que 38% só estuda em época de prova. Identificou -se
nesta pesquisa que a maioria dos alunos já apresentava um conhecimento sistematizado sobre os temas pesquisados. Entretanto,
alguns estudantes ainda apresentavam várias concepções errôneas do ponto de vista científico.

Questionários aplicados aos professores de Pacujá-CE

Analisando os dados em Pacujá pode-se observar que um dos maiores desafios para professor quando vai ensinar
Genética é ele dispor de conhecimento suficiente para repassar o conteúdo e tirar eventuais dúvidas. Já que muitos alunos detém
uma certa noção de conceitos relativos à Genética mesmo que não sejam conhecimentos científicos. Apresentam ainda dificuldades
na compreensão e uso de ―probabilidades‖ e biotecnologia. Então, para suprir essa carência e para tornar o ensino mais eficiente,
sugere-se que além da aula expositiva é necessária a utilização de recursos como datashow, jogos, debates, fóruns etc.
Comparando com a análise de Sobral os meios de comunicação, de forma similar influenciam na compreensão da realidade.
Enquanto 100% dos professores de Sobral afirmaram que os alunos se interessam pelos conteúdos de Genética, em Pacujá a
realidade é outra, o que compromete o processo de ensino-aprendizagem. A falta de interesse dos alunos é uma reclamação que
pode ser repetida em todos os níveis, desestimula o professor a ousar metodologias de ensino mais inovadoras e de avaliações mais
criativas. Assim como 75% dos professores de Sobral afirmam que não conseguem trabalhar todo o conteúdo proposto no livro
didático, fato idêntico ocorre em Pacujá. Por isso é injusto responsabilizar somente os alunos por eventuais falhas na qualidade da
escola pública.

Questionários aplicados aos alunos de Pacujá-CE

Semelhantemente a Sobral os alunos acham interessante a disciplina de Genética e gostariam de conhecer mais,
apresentando um grau de pouca dificuldade e são auxiliados em sua maioria pelo professor da disciplina. Afirmaram que o que torna
o aprendizado difícil é o desinteresse dos alunos e o alto volume de informação, termos e conceitos. Diferindo com Sobral em
gostar das aulas, pois 50 % só gostam ―ás vezes‖ e ainda dependendo do conteúdo. Quanto à metodologia do professor, 40%
acredita que precisa melhorar e ainda 25 % precisa melhorar o livro didático. Com relação às horas de estudo por semana, 60 %
só estuda em época de provas ou não estuda. Enquanto 40 % estuda de 1 a 2 horas ou mais de 2 horas.
Quanto à estrutura do colégio com relação a laboratórios e materiais didáticos, 50 % afirmaram que a escola não tem laboratório
de biologia e para 20 % não havia materiais didáticos para as aulas de Genética.

Considerações finais
É injusto responsabilizar somente os alunos por eventuais falhas na qualidade da escola publica. A falta de interesse dos
alunos é uma reclamação que pode ser repetida em todos os níveis, desestimula o professor a ousar metodologias de ensino mais
inovadores e de avaliação mais criativas. Somente um processo em médio prazo de valorização ao professor, que permita o
investimento em pesquisa educacional, poderá gerar aprendizagem transformadora.

Referências Bibliográficas
COSTA, M. V. (Org.) Estudos Culturais em Educação: mídia, arquitetura, brinquedo, biologia, literatura, cinema. Porto Alegre:
Editora da Universidade, UFRGS, 2000.

42
JUSTINA, L. A. D., LEYSER DA ROSA, V. Genética no ensino médio: temáticas que apresentam maior grau de dificuldade na atividade
pedagógica. In: Coletânea do VII Encontro “Perspectivas do ensino de Biologia”, São Paulo: FEUSP, 2000. pp.794-795.

KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. Revisado e ampliado. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2005.

MOREIRA, M. C. A.; SILVA, E. P. Concepções Prévias: uma revisão de alguns resultados sobre Genética e Evolução. Encontro Regional
de Ensino de Biologia (1:2001: Niterói) Niterói, 2001.504p.

TRIVELATO, S.F (1987). Ensino de Genética em uma escola de segundo grau. Tese (Mestrado) – Faculdade de Educação da USP,
São Paulo-SP

VASCONCELLOS, C.S. Metodologia dialética em sala de aula. Revista de Educação AEC: ano 21, nº. 83, abril-junho, 1992, p.30.

43
44
PRÉ-UVA: HISTORICIANDO A PRÁTICA DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE BIOLOGIA NO PRÉ- VESTIBULAR

BRAGA, Aline de Lima 1; DUARTE, Rosália Castro1 ; MATA, Marlene Feliciano2 ; SILVA, Rejane Maria Gomes da 3 e NASCIMENTO, Maria
Valcidéia do3.

Graduandas do curso de Ciências Biológicas da Universidade Vale do Acaraú


2
Professora orientadora, Doutora do curso de Ciências Biológicas da Universidade Vale do Acaraú
3
Professoras do Curso de Pedagogia da Universidade Vale do Acaraú

Resumo: O objetivo do presente trabalho foi historiciar o pré-vestibular popular, intitulado pré- UVA e diagnosticar o ensino-
aprendizagem do conteúdo de biologia. Foram realizados observações e questionamentos junto à coordenação, corpo docente e
alunos compondo uma amostra, um coordenador, um professor e 44 alunos. Foi historiciado o aspecto estrutural, pedagógico e de
ensino- aprendizagem em ciências biológicas.
Palavras- chave:Pré- UVA; Biologia; Ensino-aprendizagem.

Abstract: The aim of this study was historicizing the pre-vestibular popular pre-UVA and diagnosing the teaching-learning of the
content of biology. Observations were made and questions with the coordination, faculty and students in a sample of a coordinator, a
teacher and 44 students. Historicism was the structural aspect, teaching and teaching-learning process.
Keywords: Pre-UVA, Biology, teaching-learning.

Introdução
Os cursos pré-vestibulares populares, também chamados alternativos ou comunitários, fazem parte de iniciativas
coletivas pela democratização do ensino no país.
Para Nascimento (2006), esses cursos pré-vestibulares, que são denominados de Cursos Pré-Vestibulares Populares,
são iniciativas educacionais de entidades diversas, de trabalhadores em educação e de grupos comunitários, destinados a uma
parcela da população que é colocada em situação de desvantagem pela situação de pobreza que lhe é imposta.
Desse, modo visando vivenciar e compreender essa modalidade de ensino com suas metodologias específicas,
especialmente para a área da biologia, se propôs historiciar o referido curso.

Objetivo
Diagnosticar o processo de ensino-aprendizagem de Biologia no cursinho Pré-UVA, bem como a história do cursinho e a
importância do mesmo junto à comunidade.

Metodologia
A pesquisa foi desenvolvida através de um questionário com questões abertas e fechadas, observações junto à
coordenação do cursinho Pré-UVA, a fim de historiciar o curso. Foi aplicado um questionário para o professor de biologia com
levantamento das concepções do mesmo sobre a metodologia das aulas de biologia.
Para os 44 discentes, sujeitos da pesquisa aplicamos um questionário, abrangendo dois eixos temáticos: a) perfil social dos
alunos; b) ensino-aprendizagem de biologia.

Resultados e Discussão
De acordo com os dados obtidos, o cursinho Pré-UVA foi fundado no ano de 2000, sendo o mesmo um projeto da Pró-
Reitoria de Extensão da Universidade Estadual Vale do Acaraú, que tinha a pretensão inicial de associar as Licenciaturas ao
cursinho, através da inserção dos recém-formados da UVA à docência. O Pré- UVA caracteriza-se como sendo um cursinho de
pequeno porte, por não possuir vínculo comercial com outros colaboradores e por suas instalações simples e preços acessíveis
para os alunos provenientes da rede pública de ensino. Nessa mesma linha, para ARANDA (etalli, 2006): os cursinhos pré-
45
vestibulares populares não visam a interesses mercadológicos e possuem entre sua grade de disciplinas ênfase nas discussões
sobre as relações raciais, sobre as contradições e conflitos sociais, sobre democracia, educação e outros temas.
Quanto à faixa etária dos pré-vetibulandos, observou-se que ela varia entre 16 e 24 anos, ambas com menor incidência de
ocorrência (2,27%) e que a incidência maior ocorre entre alunos com idade de 18 anos (29,54%), idade média em que as pessoas
costumam terminar o Ensino Médio. (Fig.1)Paulo (2005,p.80) ―ao pesquisar as características dos 76 ingressantes no PVNC do Rio de
Janeiro, mostra uma tendência semelhante: a idade média da população estudada era de 24 anos‖.
Sobre os periodos de conclusão do Ensino Médio,os anos de 2003, 2004 e 2005 estão entre os anos em que menos alunos
concluiram o ensino (2,27%). No ano de 2006, houve uma ocorrência de 9,09%, em 2007 de 6,81% e em 2008 de 13,63%; sendo que
a maioria (63,63%) concluim o Ensino Médio no ano de 2009. De acordo com a legislação educacional brasileira, a faixa etária
adequada ao ensino médio é de 15 a 17 anos. Pesquisas com estudantes do ensino superior provenientes dos meios populares
reforçam essa constatação, ou seja, o ingresso tardio no ensino superior (ZAGO, 2006).
Quando perguntados o que lhes era considerado mais interessante nas aulas de Biologia do cursinho,para os alunos, a
metodologia do professor foi a mais citada (27,2%). E depois, assuntos como Genética (20,4%), Fisiologia Humana (11,3%), entre
outros. (Fig.3)
Comparando as aulas de Biologiacom as do Ensino Médio,observou-se que 63,63% dos alunos consideram as aulas do Pré-
UVA mais inovadoras. Quanto à metodologia adotada pelo professor, a maioria considera como sendo excelente (52,27%), Outros
consideram como sendo ótima (27,27%) e boa (20,45%).

Figura 2 – O que é considerado mais


Figura 1- Faixa etária dos alunos do Pré-UVA. interessante na visão às do aluno quanto
aulasde Biologia

46
Conclusão
Assim como os demais cursinhos populares, o Pré-UVA constitui um referencial para a classe estudantil mais carente,
proveninete de escolas publicas. Constatamos que os alunos sujeitos de nossa pesquisaalmejem metodologias de ensino mais
significativas, especialmente no que diz respeito ao ensino de biologia. Atualmente a Universidade Vale do Acaraú não atua nas
atividades deste curso, embora esteja no contexto da mesma. Sugerimos um repensar das ações do cursinho a fim de que os
motivos que impulsionaram sua criação possam ser comtemplados e que o mesmo venha a servir de espaço para a consolidação
das práticas de ensino para os alunos de nossas licenciaturas, proporcionando a integração ensino e extensão.

Referências Bibliográficas

ARANDA, Y. P. C. etalli. Lógica Meritocrática e Práticas Pedagógicas na Universidade: qual é a função do mérito nas nossas
universidades? In: SILVA, J. S.; PAULO, N. R. dos S. de. Movimentos de educação popular um estudo sobre os pré-vestibulares
para negros e carentes do estado do Rio de Janeiro.2005. 184 f. Dissertação (Mestrado) — Instituto Universitário de Pesquisas
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.
ZAGO, Nadir. Do acesso à permanência no ensino superior: percursos de estudantes universitários de camadas populares.
Revista Brasileira de Educação,São Paulo, n. 32, p. 226-237, 2006.

45
46
BIODIVERSIDADE VEGETAL EM HOMENAGEM AO DIA DA ÁRVORE: Relato da exposição

ARAÚJO, Ariana Veras de ¹; LIMA, Gerlândia Silva ¹; SALES, Miriam Moraes ¹; SILVA, Maria Érica Azevedo ¹; SOUSA, Gislane dos Santos ¹;
BRITO, Jamille, Meneses de ¹; MESQUITA, Maria Otammires Mota de ¹; MATA, Marlene Feliciano ².

1
Alunas do curso de Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
2
Orientadora, professora Dra. Do curso de Biologia da UVA.

PALAVRAS CHAVE: Árvore; Biodiversidade; Conscientização; Integração

RESUMO: O estudo da biodiversidade tem relação direta para a preservação ou conservação das espécies.Entendendo a vida como
um todo, teremos mais condições de preservá-la, bem como é de suma importância para o nosso desenvolvimento. Os benefícios
que a árvore nos traz são inúmeros e variados, daí a necessidade de mantermos o equilíbrio das florestas, preservando as matas
nativas e mantendo protegidos os mananciais, onde fauna e flora encontram ambientes diferenciados. Essa atividade de extensão
visou demonstrar a variedade dos espécimes vegetais da região semi-árida do Ceará e ressaltar sua importância econômica,
medicinal e ornamental, visando conscientizar a comunidade acadêmica e local quanto à preservação das espécies vegetais,
incentivando o plantio de novas árvores na comunidade. Foram realizadas exposições da biodiversidade vegetal em banners
informativos sobre plantas típicas da região como: Oiti - Licania tomentosa (Benth) Freitsche Pau pereiro - Arpidospermapyrifolium
(Mart) e através de exemplares de exsicatas que incorporam o acervo do Herbário Professor José de Abreu Matos (HUVA). Além da
doação de 400 mudas de árvores frutíferas, ornamentais e típicas da região da caatinga, o evento contou com exemplares de fru tos
secos e de sementes das espécies da caatinga e, da amostra de artesanatos confeccionados a partir da matéria prima fornecida
pelas árvores. O evento envolveu cerca de 200 participantes, estando entre eles, professores e acadêmicos dos cursos da
Universidade, como Biologia, Zootecnia, Letras, Pedagogia entre outros, bem como, com a participação dos alunos do ensino médio
da Escola Monsenhor José Gerardo Ferreira Gomes. A exposição proporcionou a integração da comunidade acadêmica e local
através do conhecimento da biodiversidade vegetal, resultando na conscientização dos mesmos em prol da preservação da flora
existente na região semi-árida.

47
48
A ESCOLA VAI À UNIVERSIDADE: VIVÊNCIA EM BIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO - PROJETO TUTORIAL DE EXTENSÃO

ARAÚJO, Ariana Veras de ¹; QUEIROZ, Pedro Fernandes de ² e MATA, Marlene Feliciano ³

¹ Aluna de graduação em Biologia Bacharelado da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Bolsista do Programa de Bolsa Universitária – PBU.
Projeto Tutorial de Extensão.
²Professor Ms. do Curso de Filosofia / Coordenador do Projeto Tutorial de Extensão da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA.
³ Professora Orientadora do Curso de Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA.

RESUMO: O presente trabalho busca relatar a experiência vivenciada por acadêmicos do 7º período do Curso de Licenciatura em
Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. O mini-curso foi elaborado e ministrado junto aos alunos das escolas
Professor Luís Felipe e Colégio Estadual Tupinambá da Frota ambas no município de Sobral-CE, utilizando aulas teóricas e práticas
abordando temas como Origem da vida, Características dos organismos, Citologia, Diversidades das plantas entre outros. A
atividade objetivou contribuir com a formação dos estudantes da rede pública de ensino e, ainda, proporcionar o estreitamento dos
laços entre Universidade e a comunidade estudantil; propiciar aos graduandos do curso de Biologia a iniciação à docência, através
da elaboração de projetos de ensino, aulas teóricas e práticas. Os resultados mostraram que, a aprendizagem dos alunos, quanto
aos conteúdos de biologia, torna-se mais significativa quando se trabalha teoria e prática por conta de despertar uma maior
atenção dos alunos fazendo assim com que haja interação entre aluno e professor enriquecendo e potencializando o processo
ensino-aprendizagem.

PALAVRAS CHAVES: Ensino de Biologia; Processo ensino-aprendizagem; Práticas de ensino

ABSTRACT: This study aims to describe the experience lived by academics of the 7th period of the undergraduate degree in Biology
from the State University Valley Acaraú-UVA. The mini-course was developed and administered to the students of schools and
Professor Luis Felipe State College Tupinambá Fleet both in the city of Sobral-CE, using lectures and practores addressing issues
such as Origin of life and characteristics of organisms, Cytology, Diversity of plants among others. The activity aimed to contribute
to the training of students from public schools and also provide closer links between university and student community, to provide
undergraduate students of biology teaching through the initiation of development projects for education, classroom and practices.
The results showed that students' learning about the content of biology becomes more meaningful when you work theory and
practice with regard to arouse more attention of the students thereby making act interaction between student and teacher enriching
and empowering the teaching and learning.

KEYWORDS: Teaching Biology, Teaching-Learning Process, Teaching Practice

INTRODUÇÃO
Vivenciar a Biologia nos dias atuais tem sido visto pelos estudantes do ensino médio como um fator decisivo para sua
completa formação, seja, ela profissional ou humana. No entanto, o avanço do conhecimento se dá de forma contínua e necessita de
vários setores da sociedade.
Cada vez mais, o conhecimento da biologia tem sido um instrumento para a qualidade de vida e para o reconhecimento do
meio a fim de promover sua preservação.
A formação nesta área e a escassez de recursos humanos voltados para a sustentabilidade da vida é um desafio para as
instituições de nível superior, visto que o notável avanço do conhecimento científico requer uma formação polida. Assim, atividades
complementares e orientações específicas desempenham a função de preencher possíveis lacunas deixadas nos anos de estudos na
formação do aluno.
Amorim (1997) traz algumas discussões sobre como alguns professores de biologia vêem as relações entre ciência,
49
tecnologia e sociedade. Ele percebe que a visão dos professores ainda é a de que a ciência é algo externo à sociedade, não
considerando o trabalho científico como um trabalho susceptível a determinantes da estrutura social. Em sua análise, esse autor diz
que o discurso que predomina na nossa sociedade é o de que o desenvolvimento científico-tecnológico é tido como desencadeador
de benfeitorias para a humanidade, sem distinção de nações e classes sociais e sem dar ênfase às questões relativas à dominação e
dependência político-econômica.
A profissionalização docente ocorre num processo continuo e abarca experiências e saberes diversos, que vão garantindo
ao professor o domínio do trabalho e de si mesmo. A formação inicial é um suporte fundamental para o desenvolvimento
profissional. Na perspectiva da formação como processo, o caráter conclusivo designado a essa etapa formativa não tem mais
lugar, tendo em vista que a vivência na formação e o confronto com a realidade requer domínio e profissionalismo do professor.
Nesse sentindo, propõe-se a execução do Mini-curso intitulado ― Vivência em Biologia para o ensino Médio‖, ministrado na
Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA pelo Projeto Tutorial de Extensão, estreitando os laços entre a mesma e a comunidade
estudantil da rede pública, ao mesmo tempo em que proporciona um treinamento orientado aos graduandos. As aulas de biologia na
escola secundária ocorrem em uma carga horária inferior às matérias de Português e Matemática e, os professores
frequentemente apresentam diferentes formações específicas. Este quadro compromete de certa forma o processo de ensino-
aprendizagem.
Atividades dessa natureza fornecem elementos que tanto melhoram a formação do futuro professor, como estreitam os
vínculos com a escola básica, preenchendo possíveis lacunas deixadas na formação dos graduandos e no aprendizado dos alunos de
ensino médio.
O trabalho objetivou complementar o conteúdo trabalhado na escola de origem dos estudantes, permitindo a vivência
através de aulas teóricas e práticas quanto ao conteúdo de biologia, e ao mesmo tempo incentivá-los para o vestibular; tornar o
aprendizado de biologia mais eficiente e agradável; desenvolver capacidades e competências que possam contribuir para a inserção
dos alunos de ensino médio à Universidade; aprimorar a formação do futuro professor de biologia, proporcionando-lhes a iniciação
à docência através da elaboração de projetos de ensino, preparação de aulas teóricas e práticas e familiarizar os alunos com os
conteúdos de ciências biológicas dentro da Universidade.

METODOLOGIA
O mini-curso de extensão ―Vivência em Biologia para o Ensino Médio‖ foi elaborado e ministrado por acadêmicos do Curso
de Licenciatura em Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA aos alunos do 2º e 3° ano do Ensino Médio da Escola
Professor Luís Felipe e do Colégio Estadual Tupinambá da Frota da rede de Ensino Estadual de Sobral-CE.
As atividades foram desenvolvidas nas dependências do Curso de Biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA no
decorrer de dois semestres. No primeiro semestre foram elaborados os planos do curso das aulas teóricas e práticas no decorrer
da disciplina Prática de Ensino II: Vivência em Biologia, como forma de treinamento pedagógico dos graduandos, sendo cada aula
ministrada em sala junto aos demais alunos para apreciação e avaliação da mesma. No semestre seguinte, foram ministradas as
aulas sob a orientação da professora da disciplina Prática de Ensino aos alunos das escolas participantes.
O mini-curso foi realizado no horário noturno, no Laboratório de Biologia Vegetal perfazendo uma carga horária de 30
horas/aulas para uma turma de no máximo 25 alunos de 2º e 3º ano do ensino médio.
Os planos de aula e os roteiros das práticas que foram trabalhados trataram dos seguintes conteúdos: Origem da vida,
Citologia, Bactérias, Reino Fungi, Parasitologia, Reino Plantae, Fisiologia Vegetal, e Ciclos Biogeoquímicos, o que resultou na
produção de uma apostila que foi distribuídas aos alunos para auxilio dos mesmos, durante a execução do mini-curso. Os recursos
utilizados para as aulas teóricas foram o data show, quadro branco e notas de aula, os das aulas práticas foram especificados em
cada plano de aula de acordo com o roteiro das mesmas.
As escolas que participarão do mini-curso foram escolhidas aleatoriamente dentre as escolas pertencentes à rede
Estadual de Ensino de Sobral-CE. Quanto aos alunos, estes foram escolhidos pelas escolas que visaram àqueles que tinham maior
afinidade com o ensino de biologia.

50
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O mini-curso tratou os conteúdos de forma a valorizar as experiências do cotidiano dos alunos, permitindo a relação entre
teoria e prática, dando significado às aprendizagens realizadas na escola, possibilitando que estas sejam úteis na vida, no trabalho e
no exercício da cidadania. A dinâmica de trabalho permitiu que os alunos se comunicassem e interagissem de maneira expressiva
entre si e com o grupo que realizou a atividade de extensão.
As dificuldades detectadas durante o desenvolvimento do mini-curso por parte dos alunos da rede estadual de ensino,
dizem respeito ao manuseio de materiais e equipamentos de laboratório. Atualmente, as duas escolas que participaram dessa
atividade de extensão possuem laboratório de Biologia, mas as aulas práticas não ocorrem com freqüência devido às turmas serem
numerosas, os professores não terem tempo para o preparo das mesmas, sendo que o fator mais agravante é a carga horária da
disciplina que corresponde a duas aulas semanais.
As principais funções das aulas práticas, reconhecidas na literatura sobre o ensino de Ciências, são: despertar e manter o
interesse dos alunos; envolver os estudantes em investigações científicas; desenvolver a capacidade de resolver problemas;
compreender conceitos básicos e desenvolver habilidades (KRASILCHIK, 2005). De acordo com o mesmo autor, as aulas práticas de
laboratório têm lugar insubstituível nos cursos de Biologia, pois desempenham funções únicas: permitem que os alunos tenham
contato direto com os fenômenos, manipulando os materiais e equipamentos e observando organismos. Além disso, somente com
aulas práticas os alunos enfrentam os resultados não previstos, cuja interpretação desafia sua imaginação e raciocínio.
Para os acadêmicos que elaboraram e ministraram essa atividade, as dificuldades foram: ansiedade e insegurança durante
sua primeira aula; dificuldade em desenvolver aulas teóricas e práticas e ao escolher o conteúdo que viesse a complementar a
formação dos alunos. Segundo Freire (1996) é preciso, sobretudo, que o formando, desde o princípio mesmo de sua experiência
formadora, assumindo-se como sujeito também da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Os resultados mostraram que, a
aprendizagem dos alunos quanto aos conteúdos de biologia torna-se mais significativa quando se trabalha teoria e prática por conta
de despertar uma maior atenção dos alunos fazendo assim com que haja interação entre aluno e professor enriquecendo e
potencializando o processo ensino-aprendizagem.

CONCLUSÃO
O mini-curso ―Vivência em Biologia para o Ensino Médio‖, promoveu aos acadêmicos do Curso de Biologia, um primeiro
contato com os conteúdos trabalhados no Ensino Médio, além de inseri-los na realidade do ensino local, possibilitando uma vivência
valiosa para sua formação docente, além de criar um espaço para que os alunos discutissem a educação em diferentes contextos.
Quanto ao ensino-aprendizagem de biologia, os alunos da escola básica vivenciaram a rotina da universidade, dos laboratórios e de
outros espaços fazendo a difusão do conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMORIM, A. C. R. Avaliar e redimensionar a prática científica e tecnológica na nossa sociedade: contexto para aulas de
ciências. Anais IV Escola de Verão (p. 67-75). Uberlândia: UFU. 1999.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. 1996.

FREITAS, M. N. De C. Organização escolar e socialização profissional de professores iniciantes. Cadernos de Pesquisa. São
Paulo. 2002. 115p.

KRASILSHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 4ªed. São Paulo: EDUSP. 2005. 124p.

51
52
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA BACIA DO RIO COREAÚ: OS PERCALÇOS DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO EM CONSTRUÇÃO – A
EXPERIÊNCIA DA FUNDAÇÃO CIS

Benedito Francisco Moreira Lourenço

O Ceará foi desflorestado quase inteiramente nos diversos ciclos de exploração, com expropriação dos ecossistemas
locais, tendo como marca a exploração dos recursos naturais. A prática predatória coloca em risco de forma etnocêntrica as
populações tradicionais, excluí parcela significativa da população do ―desenvolvimento do Ceará‖. Nesta primeira década do século
XXI, os conflitos se agravaram, configurando uma crise ambiental e social.
Comunidades tradicionais são ameaçadas pelo capital especulativo, população sertaneja enfrenta a crise ambiental, o
processo de desertificação vem se configurando, outra relação de exclusão social e dominação, os refugiados ambientais. Ações de
relevância ecológica surgem na região, à conexão dos fragmentos de biodiversidade em estágio de profunda degradação. O projeto
visa apoiar a recuperação dessas áreas, fortalecimento da rede social articulado pelo Conselho gestor, uma nova institucionalidade
na região.
Viabiliza-se a educação ambiental, distribuição de mudas, assistência técnica, capacitação de jovens, agricultores
familiares, difusão tecnológica, apoio aos sistemas agroflorestais, recuperação de áreas degradadas, mata ciliar, estimula
regularização de Reserva legal, proteção da Serra da Penanduba, nos Municípios de Coreaú e Frecheirinha, pela grande relevância
ecológica, presença do macaco guariba (Alouattaululata), umaespécie rarade primata da América do Sul, que potencializa a criação
da Reserva Biológica da Penanduba.

53
54
A CONTRIBUIÇÃO DA CONTABILIDADE PARA A INCLUSÃO PELO TRABALHO NA ASSOCIAÇÃO ENCONTRO DOS AMIGOS DA SAÚDE
MENTAL

Autoras: DUARTE, Dayana de Sousa; ALVES, Ana Paula Rodrigues; MAPURUNGA, Ítala Albuquerque; SANTOS, Daiana Carla dos.
Orientadora: OLIVEIRA, Helena Mara Oliveira. Co- orientadora: MACÊDO, Francisca Francivânia Rodrigues Ribeiro. Colaboradora:
COSTA, Maria Suely Alves

INTRODUÇÃO

O município de Sobral tem aproximadamente uma população de 178.916 habitantes, sendo 51,5% do sexo feminino e 48,5%
masculino, respectivamente, 92.184 e 86.732 habitantes. O município é considerado um dos maiores e mais desenvolvido do Ceará.
Possui um pólo de desenvolvimento regional, cujo comércio, indústria e setor de serviços vêm crescendo bastante. (ANDRADE;
MARTINS JÚNIOR, 1999).
A partir de 1997 com a nova gestão municipal, houve transformações significativas no cenário sócio-político-econômico. No
cenário da saúde iniciou-se a construção do Sistema Municipal de Saúde de Sobral - SMS, com um diagnóstico de saúde do município
e a realização de Seminário de Planejamento Estratégico Participativo. Antes caracterizada pelo modelo hospitalocêntrico que de
acordo com a livre demanda, acabou sendo substituído pelo Sistema Único de Saúde – SUS, resguardando os princípios doutrinários:
universalidade, eqüidade e integralidade e estruturação dos serviços de Atenção Primária à Saúde – APS, com base na Estratégia
Saúde da Família.
É importante mencionar que se estabelece um processo de educação permanente nos seus diversos serviços,
conformando um Sistema de Saúde Escola com o envolvimento da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Universidade Federal do
Ceará e da Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia.
A assistência ao portador de transtorno mental é realizada através da Rede de Atenção Integral à SaúdeMental de Sobral –
RAISM que está vinculada à Secretaria da Saúde e Ação Social e é composta pela Estratégia de Saúde da Família, atualmente
integrada por 27 ( vinte e sete) centros de saúde e 48 ( quarenta e oito) equipes, oferecendo cobertura de 96% ( noventa e seis por
cento) do território; onde é realizado acolhimento, triagem, atendimento e encaminhamento; pela Saúde Mental Comunitária, CAPS II,
CAPS AD, Serviço Residencial Terapêutico, Unidade de Internação Psiquiátrica em Hospital Geral – UIPGH; e dispõe ainda de
articulação intersetorial para inclusão social da pessoa com transtorno mental.( ANDRADE,2004)
A Associação Encontro dos Amigos da Saúde Mental vinculada à Rede de Atenção Integral de Saúde Mental do Município
de Sobral se propõe a favorecer o resgate da auto-estima, desenvolver habilidades profissionais, facilitar o acesso a recursos
financeiros, propiciar uma melhoria na qualidade de vida e uma melhor integração familiar e comunitária dos clientes atendidos.
A referida Associação escolheu trabalhar com a atividade de confecção, cuja profissionalização ocorreu por meio da
Secretaria de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de Sobral - STDE, propiciando aos participantes qualificação básica para a
fabricação de produtos comumente utilizados nas unidades básicas de saúde, fornecendo também confecções para o Projeto Trevo
de 04 Folhas, que atende gestantes e bebês de risco até 02 anos de idade, fornecendo kits composto por bolsa, fraldas, camisetas,
mijões, os quais são fornecidos em grande quantidade pelo referido projeto às mães gestantes.
Atualmente a Associação está funcionando no espaço da ECOOA, cedido pela Secretaria de Cultura do município e enfrenta
problemas com procedimentos constitutivos e com a gestão,financeira, fiscal e dos seus custos de produção.
Tanto a gestão financeira, a gestão fiscal como a gestão dos custos de produção constituem ramos da especialização da
Ciência Contábil que através dos procedimentos de captação, registro, acumulação e demonstração dos fatos relacionados à
atividade fim da entidade, informam a situação patrimonial, econômica, financeira, de produtividade e física de forma que os
usuários destas informações possam tomar decisões acertadas sobre os negócios da entidade.
Efetivada esta proposta, essa experiência oferecerá subsídios e elementos para ampliarmos esse trabalho para um maior

55
número de formas associativistas com carência de profissionais especializados em gestão contábil e assim constituir numa
proposta de inclusão social de trabalho para outros segmentos da sociedade.
Este projeto representa uma parceria entre Instituições de Ensino Superior através da realização de ações conjuntas e
integradas de três cursos distintos: os Cursos de Economia e Psicologia da UFC - Campus de Sobral e o Curso de Ciências Contábeis
da UVA. Pois se acredita que, a utilização das habilidades específicas de cada um dos cursos, mencionados anteriormente, seja fator
decisivo para o sucesso do projeto.

OBJETIVOS

Objetivo Geral

O Projeto tem como principal objetivo apresentar como a contabilidade pode contribuir para promover a inclusão social
pelo trabalho na Associação Encontro dos Amigos da Saúde Mental em Sobral.

Objetivos Específicos

a) Realizar um diagnóstico da situação econômica, financeira e patrimonial da AEASM;


b) Sensibilizar os associados sobre a necessidade da elaboração e manutenção de controles internos gerenciais;
c) Qualificar os associados em relação aos procedimentos de gestão do fluxo financeiro, da formação do custo dos produtos, da
precificação destes produtos e a apuração do resultado do período.

METODOLOGIA

Em primeiro lugar será realizado um diagnóstico da situação fiscal, financeira, econômica e patrimonial da Associação
Encontro dos Amigos da Saúde Mental.
De posse da situação atual serão traçadas as ações específicas para regularização dos atos constitutivos da entidade,
bem como a realização de uma Assembléia para a eleição de uma nova diretoria e de novos conselheiros.
A partir de então será estudado e elaborado um material didático específico para a realização da consultoria coletiva da
gestão financeira, da gestão de custos de produção e de precificação dos produtos que ocorrerá através da realização de dois
cursos que sensibilizarão os associados sobre a necessidade da elaboração e manutenção de controles internos gerenciais bem
como a apresentação dos aspectos conceituais que envolvem a gestão financeira e dos custos produtivos da entidade.
O curso de gestão financeira terá duração de 40 h/a e corresponderá à elaboração e controle de um fluxo de caixa diário
dos recebimentos e pagamentos da Associação, incluindo o monitoramento dos recursos que serão depositados na conta bancária
da instituição, propiciando a participação ativa do conselho fiscal como elemento preventivo e colaborativo na gestão dos recursos
pela entidade.
Os cursos de gestão de custos e precificação terão a duração de 40 h/a cada um, e implicarão nos procedimentos de
controle de estoque, determinação dos itens que deverão compor o custo dos produtos fabricados, precificação dos produtos e a
elaboração de um demonstrativo de resultado da entidade.
Posteriormente, serão realizadas visitas para possibilitar o acompanhamento dos controles desenvolvidos nos cursos bem
como a verificação de que os mesmos estão sendo feitos de maneira correta, retirando as dúvidas que existirem.
Todas as atividades deverão ser acompanhas por um psicólogo para análise das ações desenvolvidas junto ao público alvo
que são portadores de transtornos mentais.

56
RESULTADOS ESPERADOS

Melhoria na gestão da Associação Encontro dos Amigos da Saúde Mental de Sobral permitindo que a entidade possa ter
sustentabilidade.
Durante o trabalho de extensão serão produzidos 02 artigos científicos que serão submetidos a congressos e revistas
científicas.
Os bolsistas terão oportunidade de relacionar teoria com prática complementando sua formação acadêmica.
Os professores utilizarão esta experiência em suas aulas como forma de agregar informações aos conceitos trabalhados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

È notório que a reintegração dos pacientes da rede de saúde mental à sociedade, e mais do que isso, ao mercado de
trabalho, é uma atitude válida e que deve ser incentivada, pois faz com que essas pessoas sintam-se aceitas e capazes de
desenvolver atividades que podem dar certo se tornando empreendedores.
Efetivada esta proposta, essa experiência oferecerá subsídios e elementos para ampliarmos esse trabalho para um maior
número de formas associativistas com carência de profissionais especializados em gestão contábil e assim constituir numa
proposta de inclusão social de trabalho para outros segmentos da sociedade.

BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, L.O.M. et al. Estratégia saúde da família: oito anos construindo um modelo de atenção integral à saúde. SANARE. Revista
sobralense de políticas públicas, Sobral, n.1, p. 9-20, jan/fev/mar 2004.
ANDRADE, L.O.M., MARTÍNS JÚNIOR. T. Saúde da família: construindo um novo modelo. Sanare: Revista sobralense de políticas
públicas. Ano I, vol. I, Nº I, out. 1999.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional da Secretarias Municipais de Saúde – CONASEMS. Sistema único de saúde de A a Z.
2004. Disponível em:<http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/topicos/topico_det. php?co_topico=287&letra=a> Acesso em:
25/01/2008.
CASTRO, J. D. A utilização do sistema de custeio por absorção para avaliar custos da atenção básica de saúde:reformulações
e aprimoramentos metodológicos. Faculdade e Ciências Médicas. Campinas, Universidade Estadual de Campinas: 2000.
KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e desempenho: administre seus custos para ser mais competitivo. Tradução de O.P.
Traduções. São Paulo: Futura, 1998.
LEONE, George S. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1997.
MAHER, Michael. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. Tradução de José Evaristo dos Santos. São Paulo:
Atlas, 2001.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 31. ed. Petrópolis: Vozes, 2003
STARFIELD, B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologias. Brasília: UNESCO/Ministério da
Saúde, 2002.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

57
58
CORPOS QUE DANÇAM, VIDAS QUE SE CONSTROEM
ROCHA, Maria Petrília1; RIBEIRO, Francisco Irapuan2; TOMAZ, Eveline Ximenes 3
1
Acadêmica do 7º período do Curso de Educação Física (petrilia@hotmail.com)
2
Professor do Curso de Educação Física da UVA
3
Professora do Curso de Educação Física da UVA (Orientadora)

Palavras-chave: Corpo; dança; vivência.

Introdução
Este trabalho foi motivado pela necessidade de sistematização da experiência da Professora atual coordenadora do
Projeto de Dança do Curso de Educação Física na Universidade Estadual Vale do Acaraú, quando a partir de 2002, fora solicitada
para a aplicação de aulas de dança em uma Escola de ensino fundamental e médio do Estado do Ceará. O objetivo principal é
marcado pela análise de uma experiência docente recorrente aos conteúdos ministrados na disciplina de dança no curso de
Educação Física da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, e mais especificamente envolvido no refazer das boas práticas, afim
de, proporcionar aos acadêmicos do Curso de Educação Física, análise científica dos conteúdos adquiridos na academia. A
relevância deste estudo considera as contribuições pessoais para docentes e acadêmicos envolvidos no mesmo, mas, toma
dimensões para além, quando se sabe do benefício para a sociedade como um todo e para a comunidade científica, em futuros
estudos acadêmicos.

Metodologia
O trato metodológico ocorreu a partir de uma análise através dos relatos da professora/coordenadora da experiência.
Portanto, trata-se de uma pesquisa qualitativa, onde se recorreu ainda ao referencial bibliográfico pertinente para suporte
científico da análise. Portanto, uma breve apresentação do conteúdo analisado, segue:
No ano de 2002 quando aprovada como professora temporária no sistema estadual de ensino e requisitada por duas
escolas para desenvolver simplesmente aulas de educação física não imaginávamos a surpresa que iríamos ter. Devido à carência
de professores de dança e sabendo da experiência adquirida nesta área, fomos solicitados para uma iniciativa renovadora, a
aplicação de aulas de dança em vez de Educação Física.

CARACTERISTICAS DA ESCOLA: A Escola de ensino fundamental e médio do Estado do Ceará apresenta problemas diversos,
dentre eles, a ausência de espaço físico disponível para determinadas atividades, no nosso caso a dança. A partir de uma conversa
com os alunos, surgiram várias indicações de lugares onde pudéssemos firmar parcerias em nome da escola e iniciamos as aulas
em uma pequena academia do bairro. O grande objetivo inicial seria construir com os alunos uma coreografia para que eles
participassem de um evento promovido pelo Estado, para as escolas, chamado de FESTAL (Festival de Talentos).

CARACTERISTICAS DO GRUPO: Éramos bem distantes afetivamente, apartados pela vergonha, tudo o que fazíamos era
qualificado como difícil, pois nunca havia se estabelecido nem relações afetivas e muito menos contato com a dança de forma
sistematizada. Contudo, a dedicação demonstrada por eles indicava a vontade de aprender. Apoiados nesta firme vontade, fomos
convocados a realizar um novo projeto.

Este novo desafio, requisitado pela então 6ª CREDE (Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação), na época
ainda CREDE 6, consistia em fazer chegar até às demais escolas a vivência da Dança. O objetivo era capacitar alunos que, indicados
pela escola (critérios a escolha da própria escola), se tornariam multiplicadores da dança nas instituições de ensino. Esta
capacitação realizava-se através de aulas práticas que aconteciam no salão de ginástica da AGIS (Academia de Ginástica de Sobral),
considerado laboratório do Curso de Educação física da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) cedida gentilmente pela
59
coordenação da instituição.

UM NOVO PROJETO: Durante o período de 2002 a 2004, o projeto proporcionou momentos inesquecíveis como viagens,
festas, lazer, comemorações e outros eventos. Foi durante todas estas programações, que começamos a construir uma longa
história de vidas. Corpos que dançam, vidas que se constroem.
Não é possível ensinar dança sem contextualizar com a vida. Nilda, 2002 assim se refere ―...Na dança, assim como no próprio
homem, existe uma dinâmica de vida que provoca constantes reflexões e reciclagens onde, dependendo do contexto em que o
homem está inserido, ele cria, analisa e transforma a sua dança em reflexo de sua própria realidade, ou no ideal de suas
aspirações‖. Portanto, ao observar a diversidade de movimentos que variam de acordo com os espaços onde estamos (centro,
periferia, capital, zonas de perigo), o professor tem a possibilidade de contribuir com a evolução daquele aluno, acrescentando-lhe
informações e ajudando-lhe a ressignificar alguns conceitos.
Não tínhamos definido um único estilo de dança e sim, experimentar várias possibilidades. Enfatizamos este texto
supracitado por entender que este elemento tenha sido o norte de encontrar constantemente qual o estilo de dança ideal para ser
ensinado na escola, uma vez que baseado neste contexto é que sempre questionávamos, temos possibilidade de contribuir com a
formação do aluno apenas com um determinado estilo de dança? O que realmente importa é o estilo ou a abordagem que dou aos
mais variados estilos em minhas aulas?
Por força do destino profissional, no momento em que tivemos de nos desligar do Projeto, percebeu-se a importância do
contato estabelecido durante este período. Logo um vazio pairava em nossas vidas. O fato é que eles não se conformavam de estar
longe daquela vivência, ou seria da convivência? Era desejo do próprio grupo voltar a ter aulas de dança e aperfeiçoar o trabalho
que vinha sendo realizado. Esse sentimento de desamparo parecia ser muito forte entre todos.
Refletir o início, remete-nosa saber que, alunos que não tinham nenhuma relação entre pares anterior à criação do grupo,
atualmente pareciam que somente sabiam viver se fossem com seus pares. Toda e qualquer realização pessoal é prazerosa e
sentimos orgulho quando olhamos para trás, e com uma simples semente (o caso da dança), transformamos uma geração, mais
motivada, com auto-estima elevada e confiante para o que virá. E saber que tudo teve início com as aulas de dança, começaram a se
estender aos momentos de lazer e de partilhas sociais. Não custa lembrar que esta relação, não somente acontecia entre os alunos,
mas estendia-se para a professora. Como professores, sempre abordamos o processo ensino-aprendizagem apoiados nos quatro
pilares da educação: i)aprender a conhecer, ii)aprender a fazer, iii) aprender a viver com e, iv) aprender a ser (UNESCO; 1999)
assim, estamos cientes de que esta missão foi cumprida.
As aulas, contudo, voltam a acontecer. O horário embora inconveniente, às 22:00h, aconteciam num pátio cedido por uma
escola do município, onde os alunos ensaiavam a quadrilha do bairro. O horário foi determinado a partir da disponibilidade de cada
um e do espaço, que era muito bem utilizado pela comunidade. Neste momento a proximidade entre os integrantes do grupo evoluem
e assumem uma nova dimensão quanto a compartilhar problemas pessoais, encontros de lazer e ações relacionadas ao grupo.
Como procedimento metodológico, utilizávamos a prática associada à teoria durante duas vezes por semana sendo duas
horas por encontro. Este tempo era necessário para vivenciarmos a técnica da dança, relacionando-a com o cotidiano da vida diária
e partilharmos as experiências de cada um, que variavam entre vitórias e derrotas. Esta relação surge dentro do processo de
ensino-aprendizagem, quando da intervenção do professor em relacionar com a vida os desafios que surgem dentro de sala de aula.
Quanto à metodologia das aulas, era divida em três momentos (aquecimento, desenvolvimento e relaxamento), sempre
permeados de reflexões e desafios. Estes desafios iniciavam pela prática de novas técnicas, por exemplo, a improvisação e o
contemporâneo, isto porque, por um longo tempo, a vivência do grupo foi alicerçado no básico da técnica clássica e no jazz, por
escolhas e afinidades do próprio grupo. Mas não ficávamos apenas na técnica, ela era o mote para fazermos comparações e
iniciarmos momentos de reflexões que levávamos para casa e mais adiante é que ganhavam sentido. Descobríamos a cada dia novas
possibilidades de nos fortalecer como seres humanos. Vivenciávamos na íntegra que o professor ao participar do processo ensino-
aprendizagem com corpos em movimento, consegue ―não somente se comprometer com a emancipação intelectual dos alunos,
como também estimular o entorno a vislumbrar uma sociedade pautada pela igualdade e pela diferença‖ (GAIO; GÓIS
apudTOLOCKA;VERLENGIA; 2006).

60
Resultados e discussões
Se há sucesso no processo ensino aprendizagem, este estudo de caso é um deles, pois, a relação entre todos dura até
hoje. Foi também possível estabelecer muitos vínculos sociais e afetivos, além de contribuir com a formação intelectual pessoal de
cada elemento que compôs o grupo, ultrapassando o saber corpóreo e avançando rumo à expectativa de uma vida
reconhecidamente holística, reforçando que a vivência da dança através dos desafios, alegrias, avanços, conhecimentos e vários
outros elementos proporcionados pela dança, ―permitirão [...] receber reforço positivo, imediato tão valioso à estruturação de sua
personalidade, pois reforçam o auto-conceito, a auto-estima, autoconfiança, e auto-imagem‖. (DIONÍSIA NANNI, 1998)
Vários dos integrantes do grupo seguiram pelo caminho da dança como profissão. Hoje, boa parte dos alunos trabalham
em escolas municipais por intermédio de projetos como Escola Viva (Secretaria Municipal de Educação - Sobral). Um dos alunos foi
indicado para dar aula em uma escola particular (Centro Educacional Maria Imaculada - CEMI), na qual recebeu uma bolsa de estudo
para o terceiro ano do ensino médio, e ao final, sendo aprovado em 12º (décimo segundo) lugar no curso de Pedagogia da
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
Além deste cenário que nos faz permanecer próximos, as nossas vidas continuam sendo compartilhadas, uns mais
próximos, outros mais distantes, o fato é que todos contribuem de certa forma para que avancemos na busca da dignidade, das boas
relações, do respeito como cidadão, da ética profissional, enfim, continuamos refletindo sempre que podemos, dançando e
construindo aos poucos nossas vidas.

Conclusões
O redimensionamento das práticas compôs o grupo de possibilidades biopsicossociais, afetivas e profissionais, não se
reduzindo ao movimento, o corpo foi redescoberto, ao percebê-lo capaz de motivação para superar as dificuldades de vidas de
pessoas que no seu ritmo dançam e, se constroem, entretanto, conclui-se a partir dessa análise que as experiências são de extrema
relevância para o processo ensino aprendizagem.

Referência Bibliográfica
DELORS, Jacques.Et al. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para
o século XXI. 4. Ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 1996.

GAIO, Roberta; GÓIS, Ana Angélica F. Dança, Diversidade e Inclusão Social: sem limites para dançar. In: TOLOCKA, Rute Estanislava;
VERLENGIA, Rosângela (orgs.). Dança e Diversidade Humana. Campinas, SP: Papirus. 2006.

MARQUES, Isabel A. Dançando na escola. São Paulo: Cortez Editora, 2003.

NANNI, Dionísia. Dança Educação: Pré – escola à Universidade. 2 ed., Rio de Janeiro: Sprint, 1998.

61
62
DIA DO DESAFIO NO DISTRITO DE ARARAS – BARROQUINHA – CEARÁ – 2010
MARQUES, Ângela Maria Pereira1; GOMES, Paulo Canuto2; MOREIRA, Francisca Diana3; RIBEIRO, Francisco Irapuan4.
1
Acadêmica do 6º período do Curso de Educação Física da Universidade Estadual Vale do Acaraú campi avançado (Camocim)
angelanjo10@hotmail.com
2
Acadêmico do 6º período do Curso de Educação Física da Universidade Estadual Vale do Acaraú campi avançado (Camocim)
3
Pedagoga (Co-orientadora)
4
Educador Físico (Orientador)

Introdução
As práticas executadas anualmente no dia do desafio nos levaram a planejar uma aula diversificada, envolvendo atividades
de cunho recreativo, onde pudéssemos proporcionar um dia de lazer e diversão aos alunos da Escola de Ensino Fundamental Nossa
Senhora de Fátima, na localidade Araras em Barroquinha – Ceará. Portanto, este trabalho intenciona uma reflexão sobre essa
prática,considerada a sua importância para a sociedade, comunidade Acadêmica e futuros pesquisadores.

Objetivo
Refletir sobre as práticas, suas conseqüências e principalmente os benefícios que as atividades executadas
proporcionaram aos educandos que participaram daquele momento.

Metodologia
A reflexão sobre as práticas executadas no dia do desafio a partir de Soares et al (1992) e Almeida (2009), considerando
as atividades a seguir: 17 equipes de 244 alunos envolvidos diretamente nas atividades. Diante do exposto, foram trabalhadas 10
atividades distintas, sendo as mesmas executadas em forma de circuito, onde a 1.ª foi um tipo de estafetas, que consistia em
contornar cabos de vassouras que foram fixados ao solo, a 2.ª foi revezamento entre bambolês, a 3.ª foi equilíbrio sobre uma corda,
a 4.ª derrubar pinos de boliche, a 5.ª estafetas, a 6.ª chute ao mini gol, a 7.ª corrida do saco, a 8.ª passagem pelo minhocão, a 9.ª
fazer cesta no basquete e por último uma corrida. Portanto, seria considerada vencedora a equipe que realizasse todas as
atividades no menor tempo.

Discussão dos resultados


No início das atividades, os alunos demonstraram desinteresse pelas mesmas, por não terem o hábito de se agruparem de
forma mista, talvez por vergonha, ou até mesmo por medo de não saberem desempenhar de forma correta as atividades.

Conclusões
Percebeu-se que houve grande aceitação das atividades inovadoras junto ao dia-a-dia dos alunos, por parte do núcleo
gestor da escola, da comunidade e dos alunos. Portanto, conclui-se que as intervenções de forma sistematizada embora pontuais,
possuem influências importantes nas práticas educacionais.

Bibliografia
ALMEIDA, Célia Maria de Castro. Ser artista, ser professor: razões e paixões do ofício. São Paulo: Ed. UNESP, 2009.

SOARES et al. Metodologia de ensino de educação física. São Paulo. Cortez, 1992.

63
64
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I NA EDUCAÇÃO INFANTIL E AS DESCOBERTAS DO DISCENTE
ROCHA, Maria Petrília1 e RIBEIRO, Francisco Irapuan2
1
Acadêmica do 7º período do Curso de Educação Física - UVA petrilia@hotmail.com
2
Professor do Curso de Educação Física – UVA irapuan.saude@hotmail.com

Palavras chave:Estágio Supervisionado. Educação Infantil. Educação Física.

Introdução
Este trabalho reportou-se a uma experiência da disciplina de Estágio Supervisionado I, obrigatória em cumprimento a
Matriz curricular do Curso deEducação Física-Licenciatura da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, uma exigência da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9394/96). O mesmo foi realizado na educação infantil, através de observações, plano
de aulas e regências, com a supervisão do professor titular. Pimenta e Lima (2008), afirma que estágio curricular é atividade
teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção na realidade, esta, sim, objeto de práxis. Portanto o estágio
supervisionado tem grande relevância na prática docente, pois é o momento em que o educando pode aliar seus conhecimentos
adquiridos em sua formação superior com o campo profissional onde irá atuar, contribuindo assim para o processo educativo da
comunidade escolar, ampliando novas discussões acerca desta temática e desenvolvendo projetos de ensino e ações pedagógicas.
Objetivo
Analisar a experiência vivenciada no Estágio Supervisionado I e mais especificamente identificar a importância da
Educação Física na educação infantil, como forma de contribuir para o desenvolvimento da criança.
Metodologia
Esta pesquisa foi de caráter qualitativo, considerando que ocorreu como resultado da observação participante junto às
turmas de infantil IV e V. Foram utilizadas atividades lúdicas e recreativas, fazendo uma junção de jogos e brincadeiras. Citam como
exemplo:bola ao túnel; obstáculos com garrafas; coelho na toca.
Discussão dos Resultados
Identificou-se a grande importância da atuação do educador físico na educação infantil, considerando que pode
proporcionar ás crianças momentos de descobertas, de experiências individuais, promover através da educação física o
desenvolvimento integral da criança. As crianças demonstraram bastante interesse e socialização durante as atividades propostas,
sendo bem participativas. No entanto foi possível identificar alguns problemas de movimentação, equilíbrio, em algumas crianças,
sentimos a necessidade que as crianças expressam, ficou clara a dificuldade da professora ―polivalente‖, sem graduação em
Educação Física, trabalhar brincadeiras e jogos com as crianças, realizando este de forma recreativa, sem objetivos específicos
conforme abordagens pedagógicas da Educação Física.
Conclusões
Portanto, concluiu-se que é imprescindível a presença do professor de educação física no ensino infantil, fase em que a
criança necessariamente deve estar brincando, movimentando-se, descobrindo-se, e a educação física, disciplina que trabalha o
movimento não pelo movimento, mas este integrando corpo, cultural, linguagem corporal, deve necessariamente estar presente,
sabendo ainda que esta é uma prática pedagógica que tem como objeto, como saber científico acultura corporal do movimento, o
movimento humano.
Bibliografia
BRASIL, MEC. LDB 9394-96. SEC Artigo 29 -30 -31, Título V. 1996.
LIMA, Maria Socorro Lucena; PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e docência. São Paulo: CORTEZ, 2008.

65
66
IESC, DA PRÁTICA À REFLEXÃO

ROCHA, Francisco Socorro 1; MENDES, Tiago Santos 2 e RIBEIRO, Francisco Irapuan3


1
Acadêmico do 7º período do Curso de Educação Física UVA garotomag@hotmail.com
2
Acadêmico do 7º período do Curso de Educação Física UVA
3
Professor do Curso de Educação Física da UVA (Orientador)

Palavras-chave: Práticas Lúdicas; Intervenção e Educação Física

Introdução
A disciplina do IESC (Interação Ensino-Serviços e Comunidade) é um componente educacional oferecido continuamente do
segundo ao sexto período de licenciatura em Educação Física. Está fundamentada em um novo paradigma de atuação do professor
de Educação Física, que introduz importante mudança do eixo do conhecimento prévio do futuro campo de atuação e sua situação
real. Portanto este trabalho encontra motivação na necessidade de avaliar as práticas envoltas nesse processo educacional que
ocorreu em uma turma de educação Física no ensino médio, das séries de 1º Ano, de uma escola de ensino Público no Município de
Sobral.
Objetivo
Este estudo tem como objetivo lançar olhar sobre as práticas do IESC junto à escola visitada, considerando as experiências
oportunizadas aos acadêmicos compreendendo que a mesma serve de referencia para reduzir o distanciamento existente entre a
ausência das práticas das aulas de Educação Física e a realidade concreta de seu campo de atuação nas escolas particulares.
Metodologia
Esta pesquisa prima pela metodologia qualitativa, para tanto recorre aos autores Soares (1992) e Almeida (2009), como
também utilizou-se uma análise a partir dos relatórios das aulas aplicadas durante a intervenção, que ocorreram em quatro
encontros com a turma do primeiro ano do ensino médio, onde utilizou-se: Jogos recreativos e lúdicos utilizando fundamentos dos
esportes coletivos – futsal, handebol, basquete e voleibol.
Resultados
Os alunos tiveram boa participação nos jogos, principalmente os jogos que tinham bola. Foi dividida a turma em duas
equipes, As equipes que realizaram as atividades tomaram caráter competitivo, característica da turma e da idade dos meninos e
meninas, teve uma brincadeira ―o queima‖, que algumas meninas não quiseram participar, afirmando que os meninos jogavam a bola
com muita força, o que fora confirmado, por isso ocorreu uma intervenção em tais atitudes.
Conclusões
O presente trabalho expôs-nos uma pequena amostra sobre como os alunos de Educação Física da rede pública do ensino
médio, ainda são bastante tradicionais com ênfase na competição durante a realização das aulas de Educação Física, ou seja, a
própria aula de Educação Física quando fazem uso didático desta prática do esporte sem a devida reflexão, os professores, mesmo
sem saberem, acabam revestindo seus conteúdos nos moldes e valores das tendências liberal e tecnicista privilegiando o assumir e
desempenhar funções ou papéis previamente marcados na estrutura de classes sociais sem dar importância às relações sociais.
Bibliografia
ALMEIDA, Célia Maria Castro. Ser artista, ser professor. Razões e paixões do ofício. UNESP, 2009.
SOARES et al. Metodologia de ensino de educação física. São Paulo. Cortez, 1992.

67
68
PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO INFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

GOMES, Géssika Azevedo (gessika.morena@hotmail.com); OLIVEIRA, Odilana Maria Bento de (odilanambo@hotmail.com); FURTADO,
Noadias Alves (noafurtado_naf@hotmail.com); MADEIRA FILHO, Antonio(profmadeira@gmail.com) (Coordenador)

PALAVRAS-CHAVE:Formação em educação física. Educação física no ensino infantil. Jogos cooperativos e competição.

RESUMO

O presente trabalho relata a experiência docente de alunas do quinto período do Curso de Educação Física da Universidade
Estadual Vale do Acaraú-UVA. Tendo como tema os jogos cooperativos nas modalidades de Educação Infantil. O projeto se
desenvolveu na Escola da rede pública municipal, Raimundo Santana no distrito de Jaibaras, município de Sobral/Ceará, envolvendo
três acadêmicas do Curso de Educação Física da UVA, sob a coordenação do Prof. Antonio Madeira Filho no período de setembro e
outubro de 2009. O projeto teve por objetivo propor atividades lúdicas e jogos recreativos para alunos do ensino infantil cinco, na
perspectiva de que estes vivenciassem os jogos de competição e cooperação no âmbito escolar a partir das aulas de educação
física escolar, além de possibilitar a reflexão e tematização do discurso sobre os jogos cooperativos na escola por parte dos
acadêmicos envolvidos. Dentro deste projeto, elaborou-se uma pesquisa-ação, utilizando-se como ferramenta metodológica a
observação participante, através da proposição de diversas atividades recreativas, com freqüência semanal. Como resultado, esta
experiência mostrou-se positiva na promoção de uma melhor relação entre os discentes no que diz respeito à socialização,
cooperação, relação entre gêneros. Além de contribuir de forma relevante nos aspectos comportamentais das crianças, esta
abordagem se mostrou importante para uma maior reflexão sobre a necessidade de introdução da educação física no ensino
infantil, mostrando-se eficaz como estratégia pedagógica complementar à formação dos acadêmicos envolvidos no projeto.

BIBLIOGRAFIA
KUNZ, E. Transformação Didática Pedagógica do Esporte. Ijuí; Ed. Unijuí. 1994.

LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget: Sugestão aos Educadores. 4 ed., São Paulo, Editora Vozes, 1998.

MAIA, MARQUES, Raquel Ferreira, Jusselma Ferreira, Maria Teresa da Silva Pinto. Jogos Cooperativos x jogos competitivos.
Revista Brasileira de Educação Física. Brasil, Esportes, Lazer e Dança, v.2, n.4, p. 125-139, dez. 2007.

OTUZI, Brotto Fábio. Jogos Cooperativos: se o importante é competir o fundamental é cooperar. CEPEUSP - São Paulo; 1993/ 1995.

www.proex.ufrn.br/files/.../Palestra_Michael_Thiollent.pdf - Acesso em: 27/02/2010 as 23h20m

69
70
ORIENTAÇÃO ÀS GESTANTES DE UMA EMPRESA SOBRE ALEITAMENTO MATERNO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE
ENFERMAGEM

FERNANDES, Larisse Alves 1; FROTA, Ana OsmarinaQuariguasi Magalhães2 ; SILVA, Liélma Carla Chagas da2 ; SILVA,
AntoniaSiomaraRodrigues 3

1
Acadêmica de enfermagem do 6º período da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Sobral-CE.
2
Acadêmica de enfermagem do 3º período da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Sobral-CE.
3
Orientadora. Enfermeira. Professora da Universidade Estadual Vale do Acaraú. Sobral-CE.

PALAVRAS-CHAVE: Aleitamento materno, enfermagem, gestantes, orientação.

RESUMO
A educação é uma das principais ferramentas para a inclusão do indivíduo como cidadão na sociedade. Na questão do
aleitamento materno, a formação de grupos de apoio à mulher que amamenta pode ser um importante aliado à divulgação desta
prática (Montrone, 2009). O objetivo deste estudo é relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na orientação sobre a
importância do aleitamento materno às gestantes de uma empresa de calçados durante a semana mundial de aleitamento materno.
Tipo de estudo é um relato de experiência de educação em saúde realizada no período de dois a seis de agosto de 2010, desenvolvido
pelo Projeto de Extensão do curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú. As ações foram realizadas em dois
encontros, nos turnos da manhã e da tarde no auditório da empresa em Sobral- CE, e os sujeitos foram aproximadamente 100
gestantes funcionárias. Na ocasião foi utilizado material audiovisual e educativo. De acordo com Montrone (2009), os resultados
evidenciaram que as gestantes apresentam um conhecimento sobre a importância do aleitamento materno, mas, quando se
deparam com as dificuldades, acabam por desmamar, pois não possuem os conhecimentos necessários para superá-las. Como por
exemplo, a volta ao trabalho como sendo uma das dificuldades para continuar a amamentar, o ambiente físico, as relações entre
seus familiares, superiores e seus pares exercem forte influência em sua determinação de manter a amamentação depois da volta
ao trabalho, embora conhecessem a importância e as vantagens do aleitamento materno para o bebê, elas desconheciam as
vantagens para a mãe, além de mitos em torno da prática do aleitamento como questões estéticas e qualidade do leite (aspectos
socioculturais). Após o desenvolvimento das ações foi constatado um aprendizado positivo para as gestantes, tendo em vista as
suas exposições de dúvidas e esclarecimentos das mesmas pelos acadêmicos. Essa experiência se manifestou de maneira
gratificante e eficaz para produção e qualificação de conhecimentos dos acadêmicos participantes. Instigando-os a promover
pesquisas nesse campo de estudo, bem como o envolvimento dos acadêmicos junto à comunidade vislumbrando ações de educação
em saúde a fim de promover a melhoria da qualidade de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MONTRONE, Aida V. G., et al. Grupo de apoio à amamentação com mulheres da comunidade: relato de experiência. Rev. APS, Nº
3, vol. 12, jul./set. 2009.

71
72
PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO COM MÃES SOCIAIS DO PROJETO TREVO DE QUATRO FOLHAS NUM HOSPITAL DE
ENSINO COMO ATIVIDADE DE ENCORAJAMENTO EM SUAS AÇÕES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO

ROMÃO, Francisca Samila Pinto1; CISNE, Alana Freire1; DIAS, Rafael Aguiar2; MATIAS, Manuelle Maria Marques 1; SILVA,
AntoniaSiomaraRodrigues 3
1,2
Acadêmicos do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
3
Enfermeira. Especializanda em UTI Neonatal. Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.

PALAVRAS-CHAVE: Aleitamento materno; Extensão universitária; Mãe social.

INTRODUÇÃO
De acordo com Arroyo (2010), a implementação e desenvolvimento de ações extensionistas requerem que as universidades
valorizem sua atuação junto à sociedade para transformação da mesma. Na Universidade Estadual Vale do Acaraú–UVA, temos a
oportunidade de participar do Projeto de Extensão ―A Enfermagem no controle da Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes‖. Por
ocasião da Semana Internacional do Aleitamento Materno, realizada no período de 02 a 06 de agosto de 2010,fomos convidados pela
Secretaria de Saúde e Ação Social do município de Sobral-Ce para realizarmos uma ação no Hospital de Ensino de referência da
Região Norte do Estado a fim de trabalharmos com as mães sociais do Projeto Trevo de Quatro Folhas. A mãe social é uma pessoa
da comunidade urbana ou rural que é selecionada, capacitada e remunerada para assistir à gestação, parto, puerpério e período
neonatal de famílias em risco clínico e social. Esse profissional auxilia a mãe na adesão ao aleitamento materno. Segundo Machado
(2008), a saúde e o desenvolvimento da criança, estão diretamente relacionados ao aleitamento materno exclusivo, pelo menos
durante o primeiro ano de vida. Contudo, apesar do reconhecimento por muitas mulheres da importância do leite materno, ainda é
reduzido o número daquelas que o oferece com exclusividade para o seu filho. Dentro dessa perspectiva, atuamos de forma a
estimular o papel das mães sociais.
OBJETIVO
A ação teve como objetivo reforçar a importância das atividades educativas que são realizadas pelas mães sociais na
promoção do aleitamento materno junto às mães carentes.
METODOLOGIA
Esse trabalho configura-se no relato de experiência de acadêmicos do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale
do Acaraú, realizado em 05 de agosto de 2010. Essa ação constou de palestras, dinâmica, peça teatral, vídeo explicativo e debate,
demonstrando os desafios na adesão de puérperas mais carentes no que toca ao aleitamento materno.
RESULTADOS
Principiamos o momento educativo com a palestra: ―Orientações para as mães acerca do aleitamento materno‖. O
encontro seguiu com uma dinâmica motivacional ao trabalho realizado pelas mães-sociais. Logo depois, apresentamos a peça ―As
faces e as interfaces do aleitamento materno‖. Demos sequência com o vídeo ―Dez passos para o sucesso do aleitamento materno‖.
Ao término houve um debate com a finalidade de esclarecer dúvidas das participantes do encontro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As mães enfrentam vários obstáculos para aderir à prática do aleitamento materno. Nesse contexto, além das várias
estratégias desenvolvidas pelo município, destaca-se a atuação das mães-sociais, que também encontram empecilhos em suas
atividades. Buscando incentivá-las no que concerne à promoção do aleitamento materno, realizamos uma ação educativa, na qual
percebemos ao final do encontro que elas se manifestaram entusiasmadas no que concerne a sua atuação e isso nos deixa como

73
acadêmicos, muito felizes em contribuir com a sociedade por meio da extensão universitária.
REFERÊNCIAS
ARROYO, D.M.P.; ROCHA, M.S.P.M.L. Meta-avaliação de uma extensão universitária: estudo de caso.Revista da Avaliação da Educa-
ção Superior (Campinas).Sorocaba jul. 2010.

MACHADO, M. M. T.; BOSI, M. L. M. Compreendendo a prática do aleitamento exclusivo: um estudo junto a lactantes usuárias da
rede de serviços em Fortaleza, Ceará, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. v.8 n.2 Recife jan./mar. 2008

74
AÇÕES DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA NO GRUPO DE CAMINHADA DOS IDOSOS DO BAIRRO
TAMARINDO – SOBRAL-CE

Autores: BEZERRA, Antônio Emanuel Martins; FARIAS,Jamilly Costa; ABREU, Leidy Dayane Paiva de; ARAÚJO, Lívina Letícia Costa de;
SANTANA Maria Mazane Gomes. Orientadora: LINHARES Maria Socorro Carneiro.

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento, saúde e população.

INTRODUÇÃO
As características principais do processo de envelhecimento experimentado pelos países do Terceiro Mundo são, de um
lado, o fato do envelhecimento populacional estar se dando sem que tenha havido uma real melhoria das condições de vida de uma
grande parcela dessas populações, e de outro lado, a rapidez com que esse envelhecimento está ocorrendo. Na verdade, nos país es
menos desenvolvidos, o contingente de pessoas idosas, dadas as reduções nas taxas de mortalidade, é proporcionalmente bastante
expressivo quando comparado com o contingente disponível no início do século nos países desenvolvidos. Com a baixa real da
fecundidade, a tendência é haver transformações drásticas na estrutura etária desses países, em tempo relativamente curto, sem
que as conquistas sociais tenham se processado devidamente para a maioria da população.
Muitas pessoas idosas são acometidas por doenças e agravos crônicos não transmissíveis (DANT) - estados permanentes ou
de longa permanência - que requerem acompanhamento constante, pois, em razão da sua natureza, não têm cura. Essas condições
crônicas tendem a se manifestar de forma expressiva na idade mais avançada e, frequentemente, estão associadas (comorbidades).
Podem gerar um processo incapacitante, afetando a funcionalidade das pessoas idosas, ou seja, dificultando ou impedindo o
desempenho de suas atividades cotidianas de forma independente. Ainda que não sejam fatais, essas condições geralmente tendem
a comprometer de forma significativa a qualidade de vida dos idosos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006)
A promoção da saúde é um tema em evidência. A atividade física é um importante meio de prevenção e promoção de saúde
dos idosos através de inúmeros benefícios. Atualmente está provado que quanto mais ativa é a pessoa menos limitações ela tem.
A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as doenças crônicas, associadas à dieta inadequada e
uso do fumo. É bastante prevalente a inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderno propicia o gasto da maior parte do
tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo, assistir televisão.
Segundo Cardoso (2008), uma das principais causas de acidentes e de incapacidade na terceira idade é a queda, que
geralmente acontece por anormalidades do equilíbrio, fraqueza muscular, desordens visuais, anormalidades do passo, doença
cardiovascular, alteração cognitiva e consumo de alguns medicamentos. O exercício contribui na prevenção das quedas através de
diferentes mecanismos: fortalece os músculos das pernas e costas; melhora os reflexos; melhora a sinergia motora das reações
posturais; melhora a velocidade de andar; aumenta a flexibilidade; mantém o peso corporal; melhora a mobilidade e diminui o risco
de doença cardiovascular.
Os benefícios do exercício regular e da atividade física contribuem para um estilo de vida independente e saudável,
melhorando a capacidade funcional e a qualidade de vida do indivíduo. Para resultados satisfatórios e seguros, o idoso deve realizar,
antes, uma avaliação médica e também observar os diferentes componentes da aptidão física, incluindo exercícios aeróbicos, de
força muscular, de flexibilidade e equilíbrio.
A participação em um programa de promoção da saúde para idosos é uma modalidade de intervenção efetiva para reduzir e
prevenir o número de declínios funcionais do organismo associados ao envelhecimento. As práticas de exercício físico regular
podem trazer para o idoso os seguintes benefícios: melhora da velocidade de andar; melhora do equilíbrio; aumento do nível de
atividade física espontânea; melhora da auto-eficácia; contribuição na manutenção e/ou aumento da densidade óssea; ajuda no
controle do diabetes, artrite, doença cardíaca; melhora da ingestão alimentar e diminuição da depressão.
Diante da grande demanda de idosos que desconhecem a importância e os benefícios da prática continuada de exercícios
físicos, vemos a necessidade de conscientizar o Grupo de Caminhada dos Idosos do CSF do bairro Tamarindo, promovendo assim, a
melhoria da qualidade de vida dessa população. A falta de informação e incentivo para realização de atividades físicas regulares faz

75
com que alguns idosos do Grupo de Caminhada, assistidos pelo Centro de Saúda da Família do bairro Tamarindo, no município de
Sobral-CE, deixem de frequentar e participar com assiduidade nas atividades promovidas pelo CSF, comprometendo a sua qualidade
de vida, bem como o público de hipertensos e diabéticos existentes naquela área adscrita.
Com a incorporação do projeto Ações de Conscientização para Melhoria da Qualidade de Vida no Grupo de Caminhada dos
Idosos do bairro Tamarindo, Sobral-CE, buscaremos incluir, além dos cuidados com a saúde, fatores que agreguem melhorias para
um envelhecimento saudável através de atividades físicas regulares no cotidiano, para que desta maneira possamos alcançar com
este público um ganho substancial na qualidade de vida e saúde.

OBJETIVOS

Objetivo Geral
Promover ações de conscientização acerca da importância da prática de atividades físicas voltadas à saúde da pessoa
idosa no Grupo de Caminhada, assistidos pelo Centro de Saúde da Família do bairro Tamarindo, no município de Sobral-CE.

Objetivos específicos
Reconhecer e enfatizar que um estilo de vida saudável representa fonte de contribuição à promoção de saúde no dia-a-dia dos
idosos;
Aprimorar o bem-estar individual e coletivo da população idosa, por meio da promoção do envelhecimento ativo.
Esclarecer, através de oficinas educativas, a importância de realizar atividades físicas regulares para melhoria da qualidade de
vida dos idosos;

METODOLOGIA

Abordagem e Tipo de Pesquisa


A presente pesquisa tem uma abordagem qualitativa, que segundo Minayo (2004), é aquela capaz de incorporar a questão
do significado e da intencionalidade inerentes aos atos, às relações, e às estruturas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no
seu advento quanto na sua transformação, como construções humanas significativas.
A tipologia desse estudo consiste numa pesquisa-ação que, segundo Michel Thiollent (2000), a pesquisa-ação é um tipo de
pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com a ação ou com resolução de problema
coletivo no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo
ou participativo.

Campo de Pesquisa
O local de estudo escolhido foi o CSF Dr. Luciano Adeodato do bairro Tamarindo, localizado na Rua Anahid Andrade, no
município de Sobral-CE. A escolha por este campo de investigação justifica-se por termos recebido informações da existência de
grupos de caminhada de idosos, que realizam atividades físicas sob o acompanhamento deste CSF.

População Alvo
São idosos que participam do Grupo de Caminhada.

Período de Estudo
De 22 de abril a 27 de maio de 2010.

Método, Procedimento, Coleta de Dados e a Ação


Foi feito um levantamento de dados bibliográficos referente à promoção da saúde do idoso, com base na Lei 8.842/94, que

76
trata da Política Nacional do Idoso, tendo como enfoque os benefícios da atividade física para a pessoa idosa.
A roda de conversa é um método de trabalho comunitário, que consiste na criação de espaços de diálogo, onde as pessoas
possam se expressar e, sobretudo, escutar os outros e a si mesmos. O objetivo é estimular a construção da autonomia dos sujei tos
por meio da problematização, da troca de informações e da reflexão para a ação. Podem ser realizadas nos serviços ou em outros
espaços comunitários. As rodas possibilitam que a fala das pessoas ganhem legitimidade num processo de reconhecimento dos
saberes, opiniões e valores de seus integrantes (MINICUCCI, 1992).
Essa metodologia nos possibilitará o levantamento das informações que os idosos têm sobre a prática de atividades físicas
regulares. A partir dos relatos obtidos na conversa com o grupo de idosos através do auxílio de um questionário, poderemos
identificar a falta de informação dos idosos acerca de hábitos saudáveis para que desta forma, possamos traçar um plano de ação
para realização de oficinas educativas.

1ª AÇÃO:
Esta ação realizou-se aos vinte e nove dias de abril de dois mil e dez, das sete às oito horas, no pátio da Prefeitura
Municipal de Sobral-CE, onde o Grupo de Caminhada se encontra duas vezes na semana, nas terças e quintas-feiras. Este primeiro
encontro teve como objetivo principal a apresentação e inserção dos acadêmicos de enfermagem (Emanuel Martins, Jamilly Farias,
Lívina Letícia,Leidy Dayane Paiva e Maria Mazane) ao grupo, bem como a divulgação das ações a serem promovidas pelos estudantes
nos próximos encontros. A ação foi desenvolvida em três momentos descritos a seguir:
O primeiro momento iniciou-se com uma oração (Pai Nosso) e logo após dedicou-se à nossa apresentação por parte dos
profissionais ACSs que conduzem o grupo de caminhada, o qual foi explicado o motivo de nossa presença naquele dia, enfatizando os
objetivos e finalidades da pesquisa-ação.
No segundo momento, foi realizada uma dinâmica grupal em que foram distribuídas entre idosos etiquetas contendo
benefícios e malefícios das práticas de exercícios físicos na qualidade de vida da pessoa idosa, como forma de identificar o
conhecimento deles acerca dos benefícios e malefícios. Essas etiquetas foram espalhadas pelo chão a fim de proporcionar uma
melhor visualização.
Em seguida, foram expostos dois painéis na parede e se orientou os idosos para que se dirigissem aos mesmos e colocassem
em um deles os benefícios das práticas de atividades físicas e no outro os malefícios, tudo sob nossa orientação (acadêmicos).
No terceiro momento, demos início à roda de conversa como forma de discutir e levantar informações acerca do que foi
exposto pelos idosos nos painéis, sendo ainda incorporadas ao debate algumas perguntas, a saber:

· Por que vocês acham que a atividade física é importante no dia-a-dia?


· Por que é importante para quem tem hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas e vasculares, obesidade,
osteoporose, dores lombares, estresse e depressão?
· Algum de vocês conhece ou tem conhecimento sobre atividades físicas que podem ser realizadas em casa?

2ª AÇÃO:
Esta ação ocorreu aos treze dias de maio de dois mil dez, das sete às oito horas, no mesmo local que a primeira ação. O
segundo encontro, foi conduzido apenas por nós estudantes de enfermagem com a companhia da ACS Inês em que realizamos uma
pequena palestra com base nas informações coletadas na roda de conversa. A partir daí, pudemos identificar o conhecimento
superficial dos idosos sobre as seguintes temáticas: hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas e vasculares, obesidade,
osteoporose, dores lombares, estresse e depressão, bem como a importância de realizar e participar dos grupos de caminhada
como forma de incorporar hábitos de atividades físicas saudáveis no dia-a-dia como forma de combater o sedentarismo que gera
essa série de doenças acima mencionadas.

77
3ª AÇÃO:

A terceira e última ação ocorreu aos vinte e sete dias do mês de maio de dois mil e dez, no mesmo horário e local que as
anteriores. Este momento foi iniciado com uma oração, em seguida foi realizada a apresentação de dois convidados, alunos do
quinto período do curso de Educação Física da UVA, Francisco e Júnior, para ministrar algumas orientações sobre exercícios físicos
que possam ser realizados em grupo e em casa como forma de complementar a rotina do Grupo de Caminhada participado pelos
idosos.
No segundo momento, os acadêmicos de Educação Física realizaram exercícios de alongamento tanto dos membros
superiores, como dos membros inferiores e finalizaram com importantes esclarecimentos sobre práticas saudáveis de atividades
físicas e alimentares como uma maneira de promover a saúde da pessoa idosa como um todo.
A ação foi finalizada com um lanche especial composto por torradas, bolos, biscoitos e sucos naturais, seguindo um sorteio
d brinde.
No encerramento, houve compartilhamento do sentimento do grupo com relação à participação e contribuição ao grupo, bem como
a recíproca satisfação da equipe para com o grupo de idosos e agradecimentos mútuos finalizando com uma bela mensagem.

Orçamento

DISCRIMINAÇÃO GASTOS
Transporte R$ 20,00
Pesquisas na Internet R$ 8,00
Impressões e Encadernações R$ 10,80
Material Didático R$ 11,60
Brinde Sorteado R$ 10,00
Lanche oferecido R$ 45,50
Total R$ 105,90

Planos de Análise de Dados


Os dados obtidos através dos instrumentos metodológicos serão trabalhados de acordo com a proposta de Miles
&Huberman (1984), segundo a qual a análise de dados em pesquisas qualitativas consiste em três atividades contínuas e iterati vas:
• Redução dos dados - processo contínuo de seleção, simplificação, abstração e transformação dos dados originais
provenientes das observações de campo. Na verdade a redução dos dados já se inicia antes da coleta de dados propriamente dita;
• Apresentação dos dados - organização dos dados de tal forma que o pesquisador consiga tomar decisões e tirar
conclusões a partir dos dados (textos narrativos, matrizes, gráficos, esquemas etc.);
• Delineamento e verificação da conclusão - identificação de padrões possíveis explicações, configurações e fluxos de
causa e efeito, seguida de verificação, retornando às anotações de campo e à literatura, ou ainda replicando o achado em outro
conjunto de dados.

Aspectos Éticos
Durante a realização do projeto os participantes terão acesso a um termo de consentimento livre e esclarecido para
respeitar os princípios éticos da autonomia e da beneficência/ não-maleficência, pois, de acordo com Spector (2002),

―As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender as exigências éticas científicas fundamentais. Portanto,
a eticidade da pesquisa implica em: consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e a proteção a adultos
vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia); ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como

78
potenciais, individuais ou coletivos (beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefício e o mínimo de
danos e risco; garantia de que danos previsíveis serão evitados; relevância social da pesquisa com vantagens
significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis.‖

RESULTADOS
Durante a coleta de dados, pudemos identificar o conhecimento superficial dos idosos sobre as seguintes temáticas:
hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas e vasculares, obesidade, osteoporose, dores lombares, estresse e depressão, bem
como a importância de realizar e participar dos grupos de caminhada.
A partir de uma roda de conversa como uma das ações do projeto foi possível discutir e levantar informações acerca do que
foi exposto pelos idosos durante os comentários, sendo ainda incorporadas ao debate algumas perguntas, como forma de alcançar
informações. As perguntas foram ás seguintes:
· Por que vocês acham que a atividade física é importante no dia-a-dia?
· Por que é importante para quem tem hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas e vasculares, obesidade,
osteoporose, dores lombares, estresse e depressão?
· Algum de vocês conhece ou tem conhecimento sobre atividades físicas que podem ser realizadas em casa?
A partir das perguntas acima algumas idosas comentaram a respeito de como a atividade física proporciona bem-estar às
mesmas:
―--- Eu me sinto muito mais disposta no dia em que eu acordo e vou logo cedo fazer minha caminhada com o grupo e meu
alongamento. Eu percebo que eu passo o dia mais esperta.‖ (N.M.S. 67anos)
―--- O nosso momento da atividade física é muito bom, porque além de você fazer o exercício para ‗esticar o corpo‘ você
ainda conversa com as outras pessoas no grupo, a gente rir, a gente brinca... Eu acho muito bom, me sinto muito feliz, muito bem.‖
(T.F.A. M, 52 anos)
―--- Depois dessas caminhadas eu consigo lavar roupa, varrer a casa. Eu me sinta mais animada pra vida, minha diabete
melhorou e a pressão também...‖ (S.M.A.,65anos)
Com base nestas discussões, pode-se avaliar que alguns idosos são conscientes da importância em participar de grupos
de caminhada como uma alternativa de promover saúde e qualidade de vida em suas vidas, mas muito ainda deve ser feito com
relação a esclarecimentos (conscientização) voltados a essas práticas, pois no decorrer das visitas pudemos identificar através
dos relatos dos próprios idosos e da ACS que acompanha o grupo de caminhada, que há uma grande evasão de idosos no grupo e
esta se deve pela falta de conhecimento dos mesmos sobre os benefícios da atividade física.
A ACS Inês ainda destacou nos relatos que ações como estas realizadas por nós acadêmicos deveriam ser mais frequentes
nos grupos de caminhada, pois ela sozinha não dispunha de conhecimento suficiente para esclarecer de forma significativa aos
idosos os assuntos debatidos durantes os encontros, tornando mais efetiva à participação e elevando o número de participantes no
grupo.

REVISÃO DE LITERATURA
Envelhecimento é o fenômeno do processo de vida que, assim como a infância, adolescência e maturidade, são marcadas
por mudanças biopsicossociais especificas associadas à passagem do tempo. A dimensão biológica do envelhecimento é descrita
geneticamente como a perturbação da homeostase orgânica (VIEIRA, 1996).
A Organização Pan-Americana de Saúde define envelhecimento como ―um processo sequencial, individual, acumulativo,
irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de
maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de
morte‖. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
O crescimento da população idosa, definida como aquela a partir dos 60 anos de idade, é um fenômeno mundial, ocorrendo
em um nível sem precedentes. No Brasil, as estimativas para os próximos 20 anos indicam que a população idosa excederá a 30
milhões de pessoas, chegando a representar quase 13% da população, segundo indicadores construídos com as informações dos
79
censos do IBGE de 1991 e 2000. Os países do chamado Terceiro Mundo, dentre os quais se encaixa o Brasil, vêm apresentando, nas
últimas décadas, um progressivo declínio nas suas taxas de mortalidade e, mais recentemente, também nas suas taxas de
fecundidade. Esses dois fatores associados promovem a base demográfica para um envelhecimento real dessas populações, à
semelhança do processo que continua ocorrendo, ainda que em escala menos acentuada, nos países desenvolvidos. (NERI, 2004).
De acordo com o texto da Lei 8.842/94, a Política Nacional do Idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do
idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Vale ressaltar as
disposições do artigo 3º desta lei, que trata o envelhecimento populacional como uma questão de interesse da sociedade em geral e
reconhece a necessidade de se considerarem as diferenças econômicas, sociais e regionais existentes no País na formulação de
políticas direcionadas aos idosos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
O idoso é visto sob o ângulo sociológico e antropológico de maneiras diferentes de acordo com a cultura em que estão
inseridos. Na nossa sociedade, vários especialistas reconhecem que o processo de envelhecimento depende vários fatores
hereditários, do ambiente, do regime alimentar e do estilo de vida para se proporcionar o que se denomina ―qualidade de vida‖ na
velhice. A qualidade de vida na velhice é representada em quatro dimensões inter-relacionadas: condições ambientais, desempenho
dos indivíduos frente às diferentes situações de sua vida, expectativas pessoais/sociais e, por último, o bem estar subjetivo, que
significa satisfação com a própria vida. (PASCHOAL, 1998).
O objetivo básico na atenção à saúde do idoso é conseguir a manutenção de um estado de saúde com propósito de atingir o
máximo de vida ativa na comunidade, junto à família, com o maior grau possível de independência funcional e autonomia. A
prioridade é promoção de saúde, porém, atentando para a assistência da saúde (BRASIL, 2006).
Os benefícios da atividade física para a saúde e longevidade são intuitivamente conhecidos desde o princípio dos tempos.
Existem benefícios bem demonstrados sobre vários parâmetros que afetam a saúde e longevidade. Vários documentos já
enfatizaram a importância da ação dos profissionais de saúde e entidades governamentais no estímulo a atividade física, assim
como seu impacto sobre a saúde pública. Apesar da associação entre atividade física e saúde esta bem documentada, a maior parte
da população é inativa completa ou parcialmente. Nas últimas décadas, foi nítido o fenômeno da urbanização na nossa sociedade, a
qual é acompanhada naturalmente por um estilo de vida menos ativo. Além disso, podem existir riscos e barreiras individuais
relacionados aos exercícios. Desta forma, a abordagem para a prática de atividade física e prescrição de exercício deve ser
individualizada, principalmente entre os idosos. (MIRANDA, 2007).
A atividade física regular pode contribuir muito para evitar as incapacidades associadas ao envelhecimento. Seu enfoque
principal deve ser na promoção de saúde, mas em indivíduos com patologias já instaladas a prática de exercícios orientados pode
ser muito importante para controlar a doença, evitar sua progressão, e/ou reabilitar o paciente. (TAKAHASHI, 2004).
A maioria dos idosos, hoje, prefere fazer caminhadas por dois motivos: não é preciso ter habilidades específicas e é uma
atividade que não tem custo, embora não supra todas as necessidades do corpo, pois trabalha apenas o sistema cardiovascular e o
músculo esquelético. Com relação à saúde física, observamos perda de peso e da porcentagem de gordura corporal, redução da
pressão arterial em repouso, melhora do diabetes, diminuição do colesterol total e aumento do HDL- colesterol (o "colesterol bom").
Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de doenças, sendo importantes para a redução da mortalidade
associada a elas. A pessoa que deixa de ser sedentária e passa a ser um pouco mais ativa diminui o risco de morte por doenças do
coração em 40%. Isso mostra que uma pequena mudança nos hábitos de vida é capaz de provocar uma grande melhora na saúde e
na qualidade de vida. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das substâncias relacionadas ao sistema
nervoso, melhora o fluxo de sangue para o cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o estresse. Além disso,
auxilia também na manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da auto estima. Há redução da ansiedade e do estresse,
ajudando no tratamento da depressão. A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no
ambiente de trabalho quanto no familiar. (COSTA, 2000).
A prática regular de exercícios pode ajudar a prevenir doenças cardíacas e AVCs, fortalecendo o músculo cardíaco, também
podem diminuir o risco de doença vascular periférica. A atividade física também ajuda a reduzir a gordura corporal e aumentar a
massa muscular, provocando o aumento do consumo de calorias pelo organismo. Em associação com uma alimentação adequada,

80
ajuda a controlar o peso e combater a obesidade, um importante fator de risco para várias doenças. Melhorando a força muscular, a
flexibilidade e a postura, a atividade física ajuda a prevenir a dor lombar. A utilização de exercícios contra resistência, se realizados
deforma adequada, proporcionam um excelente meio de fortalecimento dos músculos do abdômen e da região lombar, de modo a
sustentar e proteger a coluna vertebral. (TAKAHASHI, 2004).
Os exercícios promovem a formação óssea e podem evitar a perda óssea associada ao envelhecimento. A musculação,
como treinamento de força, desenvolve e mantém a estrutura muscular e óssea, sendo o mais eficiente estímulo conhecido para tal
objetivo. Além de proporcionar um aperfeiçoamento no equilíbrio, por trabalhar o corpo de forma simétrica, é uma atividade de fácil
controle de intensidade, com uma boa margem de segurança cardiológica, proporcionando uma melhora da coordenação motora e
auxiliando na prevenção de fraturas, que é uma consequência mais grave de osteoporose. (NERI, 2001).
Não está claro ainda qual o melhor tipo e nível de prática corporal/atividade física, uma vez que esses varia m
acentuadamente em diferentes estudos. Existe discordância sobre qual seria o melhor exercício para provocar efeito benéfico no
idoso. De uma forma geral, deve-se procurar desenvolver exercícios de flexibilidade, equilíbrio e força muscular. A prática
corporal/atividade física deve ser de fácil realização e não provocar lesões. Deve ser de baixo impacto e ocorrer em intensidade
moderada (percepção subjetiva de esforço, aumento da frequência cardíaca e/ou da frequência respiratória, permitindo que o
indivíduo respire sem dificuldade e com aumento da temperatura do corpo). Recomenda-se iniciar com práticas corporais /
atividades físicas de baixa intensidade e de curta duração, uma vez que a pessoa idosa, geralmente, não apresenta condicionamento
físico e pode ter limitações músculo esquelético. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo sendo a atividade física uma temática tão bem discutida por inúmeras literaturas como uma forma de incorporar
práticas saudáveis na vida da pessoa idosa, ela ainda é pouco trabalhada no contexto saúde versus comunidade em ações voltadas a
públicos específicos.
O estudo nos proporcionou contemplar as propostas referidas nos objetivos, levando-nos para discussões, o que nos
permitiu interferir conscientemente, no momento da ação, uma vez que procuramos atender as necessidades apresentadas pelos
idosos, considerando o aspecto social e cultural do grupo.
Os dados apresentados ao longo do texto indicam que a abordagem do tema continua sendo necessária, exigindo esforços de
produção de estratégias criativas que façam sentido nos diferentes contextos sócio culturais nos quais os idosos estão inseridos.
Buscamos alternativas de orientação aos idosos no sentido de suprir os questionamentos levantados por eles, podendo
contribuir para o reconhecimento e esclarecimento das principais dúvidas. Tivemos um rendimento significativo e resultados
satisfatórios manifestados na voz dos idosos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Cadernos de Atenção Básica. Programa Saúde da Família. Brasília, Ministério da
Saúde, 2006.

COSTA, J. S. Importância da Família na Saúde Mental. São Paulo, 2000.

KAPLAN, B.; DUCHON, D. Combining qualitative and quantitative methods in information systems research: a case study.
Disponível em http://www.reocities.com/claudiaad/qualitativa.pdf. Acesso em 14/04/2010.

MILES, B. M. e HUBERMAN, A. M. Qualitative data analysis: a sourcebook of new methods. London: Sage, 1984. Disponível em
http://tgp-mba.pcc.usp.br/TG-001/2002/Bibliografia%20(VF).PDF. Acesso em 14/04/2010.

MINICUCCI, A. Técnicas do Trabalho de Grupo. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1992.

81
MIRANDA, Roberto Dischinger. Atividade Física e Envelhecimento. São Paulo: 2007. Disponível em
http://www.scf.unifespe.br/artigos/artigo_1_geriatria.htm. Acesso em 14/04/2010.

NERI, A. L. Desenvolvimento e Envelhecimento: perspectivas biológicas, psicológicas e sociológicas. São Paulo: Papirus, 2001.
Coleção Vivarde.

PASCHOAL, S. M. P. Qualidade de vida na Velhice. Rio de Janeiro, 1998.

SPECTOR, N. Manual para redação de teses, projetos de pesquisa e artigos científicos. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2002.

THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa–Ação. 13 ed. São Paulo: Cortez,2004.

TAKASHASHI, S. R. S. Beneficíos da atividade física na melhor idade. Revista Digital – Buenos Aires – Ano 10 – No 74 – Jul. 2004.

VIEIRA, E. B. (1996). Manual de gerontologia. Guia teórico-prático para profissionais, cuidadores e familiares. Rio de Janeiro:
Revinter.

82
ASTRONOMIA: O OLHAR DO ALUNO SOBRE O ENSINO DESSA CIÊNCIA

LIMA, Maria da Conceição Erenice Farias ¹ e ALMEIDA, Emerson Ferreira de ²

¹ Aluna de Graduação do Curso de Licenciatura em Física da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA e Bolsistas do Programa Bolsa
Universidade – PBU do Projeto Tutorial de Extensão.
² Orientador, Professor do Departamento de Física e Diretor do Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.

Resumo
Por meio do Projeto Tutorial da Universidade Estadual Vale do Acaraú, buscamos através de oficinas e palestras mostrar a
importância da astronomia para os alunos. Este trabalho relata a experiência durante uma oficina de Astronomia, realizada para
alunos do ensino médio numa escola de Sobral. Entender a Astronomia ajuda a entender o próprio homem, já que ela transpassa
várias áreas do conhecimento, interligando, inclusive, as ciências humanas com as ciências naturais e exatas. O tema Astronomia é
trabalhado em sala de aula de ensino médio, sendo que este assunto não deixa de ser tão importante quanto os demais temas da
área da Física, pois a humanidade sempre teve o interesse de construir um conhecimento cientifico para entender a dinâmica do
Universo. No decorrer dos tempos, nos mais diversos espaços e culturas o céu é a paisagem presente em todos os lugares. O
presente trabalho tem como objetivo estimular o interesse dos alunos pela Astronomia e mostrar que é uma ciência interdisciplinar.
Ao final aplicamos um questionário. Os resultados obtidos com o questionário aplicado mostraram o interesse dos alunos em
conhecer idéias a respeito da astronomia. Percebeu-se que a Astronomia atrai a atenção do aluno e que através de filmes ele traz
para a escola um conhecimento informal de astronomia. Portanto, é importante tratar astronomia de maneira explicita como área
do conhecimento e não apenas como tópicos da Física ou da geografia na escola.
Palavras-chave: Física, Astronomia e Oficina.

Abstract
Through the Project Tutorial Acaraú Valley State University, we seek through workshops and lectures to show the
importance of astronomy to students. This paper reports the experience during a workshop of astronomy, held to high school
students in a school of Sobral. Understand astronomy helps us understand the man himself, as he overcomes many areas of
knowledge, linking, including the humanities with the natural and exact sciences. The theme is worked Astronomy in the classroom of
high school, and this issue does not cease to be as important as other issues in the field of physics, as humanity has always had the
interest of building a scientific knowledge to understand the dynamics of the Universe . Throughout the ages, in diverse places and
cultures, the sky is the landscape present in all places. This paper aims to stimulate students' interest in astronomy and show that it
is an interdisciplinary science. At the end we applied a questionnaire. The results obtained from the questionnaire showed the
students' interest in knowing ideas about astronomy. It was felt that astronomy attracts the attention of students through film and
he brings to school an informal knowledge of astronomy. Therefore, it is important to treat astronomy explains how to field of
knowledge and not just topics of physics or geography in school.
Keywords:Physics. Astronomy. Workshop

Introdução
A Astronomia tem sido registrada desde a mais remota antigüidade como o objeto de maior curiosidade humana. Essa
curiosidade influencia a humanidade em todos os aspectos, desde o misticismo religioso até os mais apurados feitos tecnológicos
existentes atualmente. Um fruto dessa curiosidade é o ser humano poder se desenvolver e crescer, pois por muito tempo os astros
foram inatingíveis e para entendê-los o homem só dispunha da sua capacidade de observar e pensar.
O ser humano é um ser histórico, já que a história está presente em todos os processos humanos. Dentre as várias
ciências desenvolvidas nesses processos, a Astronomia sem dúvida vinculou-se ao desenvolvimento histórico e social de várias
culturas. Entender a Astronomia ajuda a entender o próprio homem, já que ela transpassa várias áreas do conhecimento,
interligando, inclusive, as ciências humanas com as ciências naturais e exatas.
83
O ensino de Astronomia é importante principalmente para estabelecer uma relação entre o aluno e a dinâmica do universo,
conhecimentos essenciais como os modelos de evolução cósmica, os movimentos da Terra e de outros astros, a estrutura das
estrelas, a comparação entre os planetas do sistema solar, a possibilidade de detecção de outros planetas em outros sistemas
estelares, além de outros assuntos.
O tema Astronomia é trabalhado em sala de aula de ensino médio, sendo que este assunto não deixa de ser tão importante
quanto os demais temas da área da física, pois a humanidade sempre teve o interesse de construir um conhecimento cientifico para
entender a dinâmica do Universo.

Objetivos
O presente trabalho tem como objetivo estimular o interesse dos alunos da escola pela Astronomia e mostrar que é uma
ciência interdisciplinar. Mostrar aos alunos um pouco do ensino de Astronomia, por meio de aulas teóricas e praticas.

Metodologia
A oficina foi realizada com quatro encontros na escola publica Monsenhor José Gerardo Ferreira Gomes, para os alunos do
ensino médio. A proposta levada à escola atenderia no máximo 20 alunos. Os interessados na oficina preencheram um formulário
de inscrição. Foram apresentados vídeos e discussões teóricas e práticas. Ao final aplicamos um questionário.

Principais resultados
A forma de abordagem do tema favoreceu o desenvolvimento do raciocínio lógico dos alunos, a exposição de idéias, e as
discussões. Muitas observações foram feitas pelos alunos, por exemplo, que contribuíram para seu desempenho nas outras
disciplinas e ainda mostraram maior interesse por temas ligados à ciência. Os resultados obtidos com o questionário aplicado
mostraram o interesse dos alunos em conhecer idéias a respeito da astronomia.

Conclusão
Percebeu-se que a Astronomia atrai a atenção do aluno e que através de filmes eles trazem para a escola um
conhecimento informal de astronomia. Portanto, é importante tratar astronomia de maneira explicita como área do conhecimento e
não apenas como tópicos da física ou da geografia na escola.
Pode-se considerar que os resultados de aprendizagem foram muito positivos. Os alunos assimilaram os assuntos
propostos e adquiriram muitas informações novas. Ademais, a forma de abordagem do tema favoreceu o trabalho de várias
características e habilidades desejáveis ao participante, como a autonomia no aprendizado, o raciocínio lógico, a elaboração e
defesa de argumentos, o relacionamento interpessoal e a motivação para o estudo.
Os resultados já alcançados motivam a continuidade do trabalho, a participação de outros alunos e da comunidade escolar
como um todo, valorizando o esforço de todos os envolvidos e a expansão para outras comunidades escolares que provavelmente
faremos parte. São pequenos trabalhos e resultados como estes que fazem significativa a profissão docente, e que permitem
mostrar aos futuros profissionais o que é a Ciência, quanto ela pode ser interessante e quanto o seu estudo pode trazer
gratificações pessoais.
Em nossas escolas muitas das vezes não é explorado um assunto de grande importância para os alunos: a astronomia.
Pode-se perceber que quando se inicia uma conversa sobre astronomia nas salas de aula do ensino médio ou fundamental e mesmo
com alunos adultos, dificilmente encontramos resistência por parte dos alunos quanto ao assunto. Logo de início percebemos que os
alunos ficam atentos e perguntam bastante sobre vários temas relacionados com a astronomia.
Todavia, entende-se que ensinar Astronomia não é simples. O indivíduo que se propõe atransmitir esses saberes descobre-
se numa tarefa astronômica, com o perdão do trocadilho. É um tema com abordagem multidisciplinar, pois envolve história,
geografia, física, matemática, meteorologia, cosmologia, entre outras áreas do conhecimento. Exatamente por essa razão, o ensino
de Astronomia é prejudicado, já que para realizá-lo é necessário dominar variadas áreas.

84
Referências Bibliográficas

CANALLE, João Batista Garcia. Oficina de Astronomia.Instituto de Física/UERJ.

FRIAÇA, Amâncio C. S. et al. (org.)Astronomia: uma visão geral do universo.2.ed. São Paulo:EDUSP, 2003.

MANCUSO, Ronaldo (coord.), LIMA, Valderez Marina do Rosário, BANDEIRA, Vera Alfama . Clubes de Ciências: criação, funcionamento,
dinamização.Porto Alegre: SE/CECIRS, 1996.

SAGAN, Carl.Cosmos.Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1983.

85
86
PROJETO TUTORIAL DE EXTENSÃO DISCUTINDO O SOLO NA ESCOLA DO INFORMATIVO DIDÁTICO DA APRENDIZAGEM À ARTE DA
COR

Maria de Jesus Linhares Alves 1;Cleire Lima da Costa Falcão2 e José Falcão Sobrinho3

Graduada em Geografia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, Técnica do laboratório de Pedologia e Processos Erosivos (LAPPEGEO-
UVA), Centro de Ciências Humanas, Av.JonhSanford 2977, Sobral, CE, CEP: 60356-000 Email: mariadejesusmj@hotmail.com
Professora Drª Adjunta do Curso de Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA Centro de Ciências Humanas, Av.JonhSanford 2977,
Sobral, CE, CEP: 60356-000. Email: cleirefalcao@gmail.com
Professora Drº Adjunto do Curso de Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA Centro de Ciências Humanas, Av.JonhSanford 2977,
Sobral, CE, CEP: 60356-000. Email: falcão.sobral@gmail.com

Resumo: O Projeto de Extensão Universitária intitulado ―Discutindo o solo na escola: do informativo didático da aprendizagem à arte
da cor‖ vem sendo desenvolvido junto ao Laboratório de Pedologia e Processos Erosivos da Universidade Estadual Vale do Acaraú-
UVA, inserido no programa Universidade Educação e Desenvolvimento Social, tendo como compromisso formar e manter diálogo
entre a universidade e as escolas públicas municipais e estaduais, como meio de criar um elo entre seus setores de ensino. Dessa
forma, temos como aplicabilidade do projeto o contato direto com o solo, considerando a necessidade de se trabalhar no ensino de
Geografia de forma mais didática superando as aulas expositivas, desenvolvendo um conjunto de metodologias utilizadas na sala de
aula, tornando-se uma experiência instigante para alunos. As atividades foram desenvolvidas em duas escolas no município de
Sobral-CE em que os experimentos possibilitaram uma maior interatividade na compreensão do conhecimento, no qual as mesmas
consistiram em oficinas inspiradas nas práticas do Projeto Solo na escola da UFPR. Entre os resultados observamos que os alunos
interagiram de forma mais participativa e se inseriram no processo de ensino-aprendizagem.

Palavras–chave: Solo, ensino de Geografia e prática

Introdução
A Pró-Reitoria de Extensão da UVA objetiva desenvolver ações de caráter acadêmico, cultural e social, articulando ensino e
pesquisa para uma interação transformadora entre universidade e sociedade.
Para a concretização desses objetivos, desenvolve ações entre os cursos de graduação de maneira integrada, através do
ensino e da pesquisa. Deste modo, um dos projetos relacionados diretamente ao setor de ensino é o Projeto Tutorial de Extensão que
tem como missão, articular interdisciplinadamente as oito licenciaturas 1 da universidade com escolas da rede pública de Sobral,
criando um diálogo entre Universidade e Sociedade.
No dizer de Pereira (1994), não há consenso sequer quanto à ênfase dada a cada uma dessas funções: para uns, a pesquisa
e a busca de novos conhecimentos devem constituir no ponto central dos trabalhos universitários; para outros, a docência deve
constituir a preocupação maior dos docentes; e há ainda os que, além de valorizarem as duas funções também valorizam a extens ão
como instrumento da relação da universidade com a sociedade. Assim, as ações tentam desenvolver novas formas participativas,
onde o senso crítico dos alunos é estimulado pelas novas metodologias aplicadas.
No que diz respeito à Geografia, pautamos em nos preocupar com as relações que o homem estabelece entre a natureza,
pois destaca o papel importante que a mesma representa na compreensão desse espaço e, ainda, como disciplina escolar,
fundamenta-se em sistematizar a natureza e a sociedade em conteúdos que levem o aluno a compreender o mundo. Dessa forma, a
ciência Geográfica oferece aos alunos conhecimentos essências ao seu desenvolvimento e às relações que o mesmo desempenhará
no seu cotidiano.
Dentro das complexidades dos ambientes naturais, o homem afeta a ordem natural das condições ambientais pelo conjunto
infinito e fracionado de atividades, sejam elas para ordenar ou construir no meio urbano ou rural. Temos como exemplo o estudo do

1
Biologia, Ciências da Matemática, Educação Física, Filosofia, Geografia, História, Letras, Pedagogia, Química.
87
solo, o qual segundo Ruellan (1988), isto pode ser justificado porque é sobre os solos que o homem constrói suas moradias, retira
seu alimento, trabalha, trava suas lutas, além de receber todo o depósito de resíduos vindos de suas atividades. Daí, tem-se o
ensino, a pesquisa e extensão no processo de aprendizagem do aluno.
Assim, a importância do estudo do solo no curso de geografia está ligada à paisagem por apresentar um conjunto que se
integra com o ambiente e configura-se em causas e efeitos na transformação do espaço Geográfico. Como afirma Maximiliano,
(2004) a paisagem pode ser entendida como o produto das interações entre elementos de origem natural e humana, em um
determinado espaço. Estes elementos de paisagem organizam-se de maneira dinâmica, ao longo do tempo e do espaço.
As atuais revoluções científicas que vêm alterando as paisagens naturais e culturais, como também transformando o modo
de vida da sociedade atual, nos direcionam para repensarmos as reestruturações curriculares, numa educação comprometida com
a interdisciplinaridade para desenvolver os conteúdos de forma global.
Diante da importância de desenvolver um trabalho que envolva todas as ciências, com os conteúdos de forma global, a
Educação em Solos é uma ferramenta para sensibilizar as pessoas, a fim de construir alternativas para a redução de impactos
ambientais e entender a dinâmica da paisagem.
Entretanto, aprendizagem acerca do solo trata-se na verdade de colocar novas formas de perceber esse recurso, ou seja,
criar uma responsabilidade em relação ao solo. Tal processo de aprendizagem deve conter experiências concretas que levem o
estudante à construção gradativa do conhecimento, por meio do fazer cientifico, levando em conta a vinculação da ciência ao seu
significado político, social e cultural (Curvelho e Santos, 1993 p 192).
Desse modo, Demo (1993) nos propõe ensinar de forma mais significativa, sem meramente repassar o saber. Onde o
conteúdo deve ser o motivador do processo emancipatório, com base em valores críticos, criativos, atualizados e competentes.
Trata-se, não de cercar, temer, controlar a competência de quem aprende, mas de abrir a chance na dimensão maior possível.

Objetivos
Trabalhar com os alunos da rede pública o ensino da ciência do solo, através de mini-curso, com ações em aulas teóricas e
práticas, no sentido de desenvolver um estudo qualitativo e quantitativo de tipos de solos e experimentação, visando esclarecer a
variação de cores das amostras, buscando apresentar a tinta à base da Terra, procurando demonstrar que é possível superar as
aulas expositivas.

Material e métodos
Para fins metodológicos e aplicabilidade do método construtivista iremos desenvolver experimentos no sentido de possibi-
litar uma maior interatividade podendo ser usadas como instrumento de comunicação, de pesquisa e de produção de conhecimento.
A prática pedagógica, em que se insere a abordagem de materiais didáticos como jogos, Kits, colorteca e painéis ajudaram a ilustrar
conteúdos e conceitos referentes ao processo da formação dos solos, suas características físicas, conservação e os processos
erosivos, como expressa (Buscalia,1982) aprendemos vendo, escutando, observando, pegando e experimentando em que o processo
de aprendizagem é voluntário. Aprender é, em grande parte, pesquisar e ensinar o aluno a pensar cientificamente, o professor deve
escolher entre os vários caminhos ou criar novo método que passa a ser sua estratégia de ensino.
As atividades serão desenvolvidas nas escolas e no Laboratório de Pedologia e Processos Erosivos da Universidade Estadual Vale
do Acaraú. Os experimentos devem mostrar de forma clara e coerente os conhecimentos sobre solo, seu uso, sua importância,
dinâmica e sua relação com a sociedade.
Considerando tais discussões, buscamos de acordo com o material proposto, aplicar as propostas pedagógicas em duas
escolas localizadas no município de Sobral- Ce (Figura 1), distante 224 km da capital Fortaleza. Sobral é a terceira economia do
estado perdendo apenas para Fortaleza e Maracanaú. Com uma populaçãode 155.276 é a quinta cidade mais povoada do estado. No
que diz respeito aos aspectos educacionais conforme o Censo educacional de 2004 o município possui 67.208 alunos matriculados
que se subdividem em 24.867 no ensino estadual, 32.098 na rede municipal e 10.243 na rede particular, como mostra a tabela
abaixo.

88
DEPENDÊNCIA DOCENTES DOCENTES MATRÍCULA INICIAL SALAS DE AULA

Federal ---------------------- -------------------- ---------------------


Estadual 733 24.867 305
Municipal 1.085 32.098 638
Particular 508 10.243 352

Tabela 1:Educação Docentes, Matrícula Inicial e Salas de Aula - 2002


Fonte: Secretaria da Educação Básica (SEDUC).

Figura1: Mapa de Localização de Sobral.


Fonte: IPECE disponível em http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/perfil_basico/2002/Sobral

As atividades do projeto foram realizadas durante quatro dias, as turmas formadas de 25 alunos. Trabalhamos com duas
escolas da rede pública de ensino, uma municipal e uma estadual. Na escola Ministro Jarbas Passarinho (Figura 2 e 3), pertencente
à rede estadual de ensino localizada no Bairro do Junco, a turma foi formada por alunos das séries do 1º e 2º do Ensino Médio.
89
Figura 2 : Escola Ministro Jarbas Passarinho Imagem retirada do Google Earth, Agosto / 2010.

A segunda escola de Ensino Fundamental José Parente Prado (Figura 4) pertencente à rede Municipal de ensino localizada

90
no Bairro do Sumaré. A turma foi formada por 25 alunos do 6º do Ensino Fundamental II.

Figura 5: Alunos da escola Jose Parente Prado em frente ao Laboratório de Pedologia.

91
Partindo dos pressupostos do método construtivista de Vigotsky, no qual o mesmo é uma concepção interacionista do
conhecimento, que reconhece a aprendizagem como resultado da interação do sujeito com todas as suas características
hereditárias, com o meio e com todos os seus condicionantes sociais e culturais (Rosa, 1997). Norteamos a Oficina na escola em
quatros dias que seguiram o esquema abaixo.

Figura 6: Esquema de metodologia utilizada na oficina. Nov/ 2009.

Neste contexto o curso foi desenvolvido em duas etapas: aula teórica e prática (oficinas).
Aula teórica
Em sala de aula, foram apresentados os principais conceitos sobre os solos, seus componentes naturais e minerais, sua
formação e os processos que dão cor ao solo. Para incentivar a discussão e a leitura, iremos utilizar de práticas como recurs o
importante para a compreensão deste conteúdo. A sistematização dos conteúdos abordados foram trabalhados e em um mural que
resume o que o grupo aprendeu e produziu na forma de desenhos e textos.
Aula prática
As oficinas foram trabalhadas a partir da sensibilização, nas quais o monitor instiga o aluno a questionar e manusear
amostras e perceber a importância do solo no contexto da paisagem. A atividade será composta de três etapas: preparo do solo;
processo de preparação das tintas; pintura livre ou abstrata em papel ou tela; exposição dos trabalhos.
O encaminhamento: solicitamos aos alunos que trouxessem mais ou menos 1kg de solo de cores variadas com indicações
do local de coleta. A turma foi dividida em grupos, com as devidas amostras de solos onde os alunos foram orientados para a
produção das tintas em diferentes tonalidades. Neste momento propomos aos alunos o desenvolvimento do seu lado artístico na
utilização das tintas com as amostras de solo.
Primeiro dia: Apresentação da turma e do conteúdo programático - conceitos, componentes e sua função; O solo no
contexto da paisagem com a prática: composição do solo. E ainda a construção de um mural intitulado: O que aprendemos hoje?
Aplicação de questionário.
Segundo dia: Realização da prática; Conhecendo a textura do solo; Orientação para coleta de solo em campo realizada
pelos alunos.
Terceiro dia: Contextualização do conteúdo apresentado e preparação das amostras.
Quarto dia: Visita ao laboratório de Pedologia e Processos Erosivos/UVA. Preparação das tintas e pinturas realizadas em
telas e folhas de papel. A aplicação de questionário.

92
Resultados e Discussão
Por meio do questionário aplicado no 1º dia identificamos a deficiência que os alunos demonstraram acerca do conceito e seus
aspectos relacionados à paisagem, com isso a dimensão do saber ao qual estavam ligados, diagnosticava o modo como o conteúdo
vinha sendo apresentado, por meio de leitura e atividades decorativas.
Partindo então desse pressuposto, exemplificamos nossos conteúdos seguindo o esquema de argumentação e teorização práti-
ca, que proporcionou aos alunos uma materialização do conhecimento apresentado durante a oficina, como mostra as figuras 7 e 8.

Figura 7: Alunos identificando a textura do solo. Nov/2009. Figura 8: Identificando as características do solo. Nov/2009.

Dessa forma, incorporar e desenvolver as habilidades dos alunos por meio das práticas (re) significou esse conteúdo, ou
seja, apalpar o material de origem ―rocha‖ não é a mesma coisa que fazer a leitura do mesmo no livro didático. Perceber com o
visível a variedade de tipo de rochas e suas diferentes cores despertou nos alunos a curiosidade e atenção durante a oficina.
A identificação da matéria orgânica presente no solo proporcionou aos alunos relatarem ―eu pensava que o solo era ape-
nas areia, mas agora eu sei que também tem vida‖ e na fala de outro subseqüente o solo ―é um dos elementos mais importantes‖.
No último dia, com a preparação da tinta (Figura 9) e a pintura com o pigmento do solo (Figura 10) os alunos se motivaram
e desenvolveram o lado artístico utilizando a tinta para a pintura em tela, consistindo em uma nova experiência para os alunos como
mostra a (Figura 11 e 12).

Figura 9: Tintas a base de solo, Acervo pessoal Nov /2009. Figura 10: Alunos realizando as pinturas, Acervo pessoal, Nov /
2009.

93
Figura 11: Pintura em Tela feita pelos alunos, Nov/2009. Figura 12: Pintura em papel realizada pelos alunos, Nov /2009.

Portanto, os experimentos mostraram de forma clara e coerente os conhecimentos sobre o solo, seu uso, sua importância,
dinâmica e sua relação com a sociedade.
Sabemos que no enfoque do processo de ensino-aprendizagem, os conceitos são produzidos e apropriados pelo homem,
atendendo a interesses, necessidades sociais, culturais e políticos das diferentes épocas (Vygotsky, 1994). Nestes conceitos, insere-
se a intervenção do educador no processo pedagógico, seja na construção de um recurso pedagógico, na aplicabilidade ou na
análise dos resultados.
Dessa forma, as novas tendências e as novas formas de interpretar o mundo nos colocam frente às novas metodologias de
ensino atuando nesse processo de construção da aprendizagem, colocando assim dentro de uma rede de descobertas vinculada à
autonomia do ensino. Assim, essa autonomia consiste na realidade em um equilíbrio necessário, frente à nossa prática docente, em
que a mesma vincula-se a uma série de condições pessoais e profissionais, dentro dessa ótica escolar.
Tem-se presenciado dentro das deficiências do cotidiano escolar, que o conteúdo é repassado de forma cansativa, sem
nenhum estimulo, tornando enfadonho apenas o ―decoreba‖, como expressam os alunos, não levando em conta que a
interdisciplinaridade. Portanto, torna-se imprescindível e de fundamental importância, o trabalho e a flexibilidade do professor não
só de geografia mas das demais áreas correlacionando os conteúdos a fim de expandir o pensamento do aluno e sistematizar os
conhecimentos geográficos.
Sendo assim, com a intenção de levar o aluno a construir o conhecimento, a partir dos questionamentos dos conteúdos
bem como, manusear os solos de forma mais real, desenvolvendo o lado artístico dos mesmos com a pintura em tela, promoveu-se
uma aprendizagem estimulada e motivadora alcançando uma abordagem mais participativa.
A metodologia não tratou apenas de repassar o conteúdo mas de instigar o aluno a compreender o assunto de forma mais
interativa como afirma RUSSO (1982): o papel do professor não é tanto criar novos motivos, que são conseqüência de muitos fatores
culturais e sim manipular incentivos e possibilitar a incorporação de novos significados a objetos, palavras e idéias, pois ―aprende-
se com o que se faz‖.
Dessa forma, o professor orienta, ouve e envolve o aluno no processo crítico da aprendizagem, centralizando suas
atividades e interesses no currículo da disciplina estimulando o método que reflete diretamente na sua ação de ensinar.

Conclusões
As atividades de extensão universitária proporcionaram aos estudantes a socialização do conhecimento, estreitando as
barreiras existentes entre a comunidade e a universidade. As práticas e metodologias abordadas durante o curso foram
satisfatórias, estimularam a participação dos alunos, quando assimilaram com maior clareza o conteúdo de solo e a importância
dele na natureza, demonstrando que a busca pelo novo deve ser feita pelo professor sempre.

94
Referências Bibliográficas

BITTAR VENTURI, Luiz Antonio (Org.). Praticando Geografia: Técnicas de campo e laboratório em geografia e analise ambiental.
São Paulo: Oficina de Textos, 2005.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografia/ Secretaria de Educação
Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais/ Secretaria da Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998.

CASTROFIOVANNI, Carlos Antonio (Org.). Geografia em Sala de Aula: praticas e reflexões. 4° Ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS/
Associação dos Geógrafos Brasileiros, 2003.

DEMO, Pedro. Desafios Modernos da Educação. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.

FALCÃO SOBRINHO, J. COSTA FALCÃO. Geografia Física: a natureza na pesquisa e no ensino. Rio de Janeiro. TMAISOITO,2008.

LESPCH, Igor F. Formação e Conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. LIMA,V.C. et al. 2002. Projeto Solo na
Escola: o solo como elemento integrador do ambiente no ensino fundamental e médio. Expressa Extensão: 1-6.

REGO,T. C. Vigostsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, Vozes,1997.

RUELLAN, A. Contribuição de pesquisas em zona tropical ao desenvolvimento daCiência do Solo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
CIÊNCIAS DO SOLO, 21 1988,Campinas. A responsabilidade social da Ciência do solo. Campinas, SociedadeBrasileira da Ciência do
Solo, 1988, p. 69-74.

SILVA, C.S.; COSTA FALCAO, C.L. FALCÃO SOBRINHO J. O estudo do solo no livro Didático de Geografia. Revista Homem Espaço e
Tempo. Centro de Ciências Humanas da Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA. Ano II. Número 1. Março de 2008. ISSN 1982 -
3200.

VYGOTSKY, Liev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 5 ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1994.

95
96
REFLEXÕES SOBRE O SOLO NA PAISAGEM: UMA PESQUISA EM CAMPO NO MUNICÍPIO DE FRECHEIRINHA

ALMEIDA, Carliana Lima1; COSTA FALCÃO, Cleire Lima da2


1
Graduanda do 8º semestre do curso de Licenciatura em Geografia da UVA. E-mail: carliana_12@hotmail.com
2
Professora Doutora Adjunta do Curso de Geografia da UVA. E-mail: cleirefalcao@gmail.com

Palavras-chave: Solo, Paisagem e Agricultura

Introdução
O município de Frecheirinha situa-se no sopé da Serra da Ibiapaba. Limitando-se com os municípios de Coreaú, Tianguá,
Ubajara, precisamente com as coordenadas 3º 45‘ 36‘‘ de Latitude(S) e 40º 48‘ 59‘‘ de Longitude (WGr). Possui formas de relevo
suaves da Depressão Sertaneja e solos Argissolos e Litólicos. Apresenta uma estação chuvosa de 3-5 meses, com total
pluviométricos variando de 500 a 750 mm, permitindo o crescimento de uma vegetação de Caatinga Arbustiva Aberta. Um dos meios
de exploração do meio físico natural recai sobre práticas agrícolas, voltadas, principalmente para as culturas de subsistência, como
milho, feijão e mandioca. No entanto, sua ocupação e exploração vem se dando de forma intensa e desproporcional. E considerando o
solo um substrato de grande importância na natureza, dando suporte necessário a vida, sendo fonte de produção de alimentos;
atuando como receptor de água das chuvas, dentre inúmeras funções. Este fato, nos direciona a pesquisar como este recurso vem
sendo utilizado em Frecheirinha, enfocando a prática agrícola.

Objetivo
Analisar, por meio da paisagem, como o recurso solo vem sendo utilizado no município de Frecheirinha através da atividade
agrícola.

Materiais e métodos
O trabalho foi estruturado em três etapas. Inicialmente realizamos uma pesquisa bibliográfica, a fim de organizar e
adquirir um conhecimento adequado sobre o solo e sua importância no meio ambiente, considerando sua inter-relação com vários
elementos naturais e com o ser humano.
Na segunda etapa fomos a campo observar o solo no ambiente rural e urbano e identificar a forma de utilização do mesmo
nestes ambientes. Nesta segunda etapa utilizamos uma câmera fotográfica para registrar algumas situações encontradas, e
posteriormente discuti-las, analisando principalmente a ação antrópica.
A terceira etapa diz respeito à realização de entrevistas com alguns agricultores com o intuito de identificar como está
ocorrendo o manejo do solo na agricultura e quais as práticas mais utilizadas nessa atividade.

Resultados e Discussões
Nas observações em campo verificamos que a prática utilizada segue a agricultura tradicional. Inclui o desmatamento,
queimadas, retirada de mata ciliar, plantação de uma só cultura e uso de agrotóxicos. Nas entrevistas com os agricultores, quanto
às práticas de manejo na agricultura, apenas ouvia-se: ―destoco e queimo‖ ―limpo o terreno e queimo‖ ―desmato, faço as coivaras e
queimo‖ todos os entrevistados utilizam agrotóxicos e geralmente não usam a proteção necessária. Outra questão percebida com
os entrevistados é que as culturas plantadas durante o período chuvoso são geralmente as mesmas todos os anos: milho e feijão, e
em alguns casos o arroz, ou seja, não há uma rotação de culturas, nem áreas reservadas para repouso do solo. Estas práticas
exercidas, realizadas com técnicas inadequadas, afetam a dinâmica do solo no ambiente, destruindo a biodiversidade, ocasionando a
perda de nutrientes, descaracterizando o ambiente e trazendo, consequentemente, declínio da atividade econômica e da qualidade
de vida da população. Com relação ao solo COSTA FALCÃO (2002) ressalta que, para melhor conservá-lo e restaurá-lo, recomenda-
se o uso das práticas conservacionistas, estas tornam-se indispensáveis, pois levam às terras melhores condições de

97
produtividade.

Conclusão
Em diversas áreas do município o solo vem sendo utilizado de forma inadequada, através da agricultura com práticas
tradicionais (desmatamento, queimadas, poluição do solo com o uso dos agrotóxicos), estas práticas vem prejudicando os recursos
pedológicos deste ambiente, onde é preocupante o cenário. Para uma boa recuperação e conservação do solo é necessário um
manejo sustentável, para obtermos uma boa produtividade dos solos agrícolas, conforme ressalta COSTA FALCÃO (2008). Dessa
forma, é fundamental que toda a população, que executa a agricultura, tome consciência de práticas conservacionistas, levando em
consideração os meios técnicos e socioeconômicos disponíveis para a sua execução.

Referencias Bibliográficas

COSTA FALCÃO, C. L. Avaliação preliminar dos efeitos da erosão e de sistemas de manejo na produtividade de um Argissolo
na serra da Meruoca. Fortaleza, 2002, 62p. Universidade Federal do Ceará (Dissertação de Mestrado).

COSTA FALCÃO, C. L. Um enclave em Meio ao Semiárido Nordestino: o maciço da Serra da Meruoca e o uso da terra,in: COSTA FALCÃO,
C. L.; FALCÃO SOBRINHO, J.; SOUSA, R. N. R.; MOTA, F.; (orgs.). Semi-Árido: diversidades naturais e culturais. Fortaleza, Expressão
Gráfica, 2008.

98
ENSINO DE HISTÓRIA DURANTE A DITADURA: UM ATRASO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRO?

ALBUQUERQUE, Gleiciane Paulo (gleiciane_paulo@hotmail.com); SILVA, Marcos Farias da (fariasjpt@gmail.com); TABOSA, Daniel Souza
(danieltaboza@gmail.com) - Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA

PALAVRAS-CHAVE: Ensino, Nação, Patriotismo, Reflexão.

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise da conjuntura de ensino e dos métodos educacionais vigente no decorrer
dos ―anos de chumbo‖ no Brasil. Entender como se institucionalizaram as disciplina de História e a substituição destas por Estudos
Sociais, e o surgimento da Organização Sócio Política Brasileira (OSPB), Educação Moral e Cívica (EMC) Educação Política Brasileira
(EPB), nos anos de 1964-1985, período em que o Brasil esteve dominado pelos os militares. O cidadão formado naquele período seria
um cidadão modelo, ―genérico‖, essencial para a manutenção dos militares no poder. Por ser o conhecimento de História
questionador, inquietador e para muito considerado ―perigoso‖, tornaram-no renegado e puseram-no em um plano secundário. O
ensino de História era baseado no modelo positivista onde se ressaltava a figura dos grandes heróis, o culto aos símbolos nacionais,
o amor pela pátria, o ―patriotismo‖. Compreender como atualmente ainda somos herdeiros deste modelo de ensino que era proposto
pela ditadura militar. Analisando as relações entre professor aluno e livro didático naquele período, sob a óptica das influências
ideológicas vigentes. E entendendo como o ensino, embora ainda seja sujeitado aos interesses dominantes este é fundamental para o
desenvolvimento social e político-cultural.

99
100
OFICINA DE HISTÓRIA PARA O ENSINO MÉDIO: UMA FORMA DIFERENTE DE CONTAR A HISTÓRIA 2

PORTELA, Talynne Rose Gomes 1 e DOS SANTOS, Carlos Augusto Pereira2


1
Graduanda em História na modalidade Licenciatura Plena pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, bolsista do Programa Bolsa
Universitária – PBU da UVA, atuando no Projeto Tutorial de Extensão desenvolvendo atividades de Ensino e Pesquisa nas escola da rede pública
de Ensino de Sobral.
2
Orientador.

RESUMO: Esta comunicação visa demonstrar as ações desenvolvidas pelo Projeto Tutorial de Extensão da Universidade Estadual
Vale do Acaraú – UVA na área de História no semestre de 2010.1 na Escola Monsenhor José Gerardo Ferreira Gomes, situada no
bairro Sinhá Sabóia na cidade de Sobral. Buscando compreender metodologias de ensino e aprendizagem nas escolas da rede
pública de Sobral, e, especialmente, como de desenvolvem no território escolar e no cotidiano dos alunos, esta é uma das propostas
do Projeto Tutorial, bem como, procuramos visualizar ainda as percepções de realidades adquiridas pelos alunos. Desse modo, para
que as atividades desenvolvidas na área de História fossem concretizadas, foram trabalhadas as histórias e estórias do cotidiano
dos alunos, ou seja, levá-los a (re)conhecer suas experiências de vida, e de sua família e comunidade, como fatos históricos, e foram
evidenciados os vestígios do passado e mesmo do presente que estão ao seu redor.
PALAVRAS CHAVE: Projeto Tutorial de Extensão. Oficina de História. Fontes Históricas

INTRODUÇÃO
Visualizamos as ações de Extensão Universitária como uma possibilidade de permutas nas relações entre Universidade e
Sociedade/Comunidade, sendo assim, uma troca de conhecimentos, de experiências de vida e experiências acadêmicas,
proporcionando apreciações de realidades em que a universidade está inserida. Podemos então considerar que as atividades
extensionistas viabilizam uma via de mão dupla, ou seja, fornecem a interação entre os saberes populares e acadêmicos
proporcionando a produção de conhecimentos outros. Sendo assim, esta comunicação visa apresentar as ações do Projeto Tutorial
de Extensão da UVA que iniciaram no semestre de 2009.2 atendendo a sete escolas da rede pública de ensino de Sobral e a 175
alunos entre o ensino fundamental e médio, tendo como bolsistas/extensionistas alunos de diversas áreas de graduação em
Licenciatura dentre as quais a Matemática, Letras, Química, Biologia, Filosofia e História, orientados por professores Tutores de
suas respectivas áreas, nesta primeira etapa desenvolveram-se projetos com a temática Meio Ambiente.
Para o semestre de 2010.1 as ações do Projeto direcionaram-se á Escola Monsenhor José Gerardo Ferreira Gomes no
bairro Sinhá Sabóia na cidade de Sobral, onde se desenvolveu a oficina de História: Descobrindo as identidades do bairro a partir
das fontes históricas , experiência que relataremos nessa narrativa.
Abordando diversas temáticas de acordo com as suas especificidades regidas por cada área do saber, as ações do Projeto
Tutorial de Extensão estão direcionadas à integração da comunidade, à escola e à Universidade, buscando assim a produção/junção
de saberes múltiplos. Para tanto, fomentando este dialogo, buscamos levar os participantes da oficina de História a atuarem nos
espaços vivenciados por eles, diariamente, ou seja, fazer com que eles visualizem as Histórias que estão presentes nos seus
trânsitos diários – nas suas realidades.

2
O trabalho aqui apresentado é resultado das atividades desenvolvidas no Projeto Tutorial de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX, da
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, sendo este projeto coordenado pelo prof. MS. Pedro Fernandes Queiroz e pela prof. Dr. Marlene
Feliciano Mata.

101
OBJETIVOS
Espera-se inicializar os alunos no processo de investigação histórica, desenvolvendo habilidades de identificação,
observação, análise e interpretação de diferentes fontes históricas, nesta medida propiciar-lhes fundamentos para historicizarem o
bairro como meio de conhecer o espaço social que se vive. Tenciona-se, ainda, fazer com que os alunos possam apreender que a
história se faz de diversas maneiras, e que os registros das experiências humanas (as fontes históricas) são também diversificadas
e sua produção segue seu tempo e espaço histórico. Buscamos oportunizar aos alunos conhecimentos acerca do patrimônio
histórico de seu bairro e sua cidade, e assim, instigá-los ao estudo e convívio com o seu cotidiano e sua comunidade.

METODOLOGIA
No desenvolvimento da Oficina de História buscamos aproximar os alunos as noções de vestígios/fontes históricas;
dialogar e expor conceitos, teorias, métodos de analise e de interpretação. Tencionamos, acima de tudo, demonstrar as
possibilidades investigativas das Histórias presentes no seu bairro/comunidade, na escola, na família, etc.
Entendemos que o ensino e a educação devem partir da realidade dos alunos, de suas experiências a partir daí,
problematizarem e atuarem na transformação e no desenvolvimento social da comunidade em que vivem. Tendo em vista que o
aluno ao se situar como agente histórico, ao perceber que a História se faz em seu cotidiano, espera-se então a elaboração ou
reelaboação de conceitos e noções, desenvolvendo a postura crítica dos alunos, da construção de identidades e de pertencimentos à
História, ao espaço local e regional.
Cercamo-nos das considerações apresentadas por Lana Mara de Castro Siman quando a mesma nos diz da importância de
se trabalhar a aprendizagem da leitura indiciária ―dos sinais, dos signos, das ruínas, das marcas, objetos, gestos e silêncios ‖3,
presentes nos espaços da cidade, e do cotidiano dos alunos. Ela nos mostra ainda a necessidade de instigar a sensibilidade dos
alunos, para que os mesmos possam apreender as histórias que trafegam por ― vias subterrâneas‖ as histórias silenciadas e/ou
mesmo, negadas. Ela nos mostra ainda a história do cotidiano como uma perspectiva para estudar a história local, nos remetendo
ao estudo e ao ensino de História por meio do cotidiano, da realidade de cada aluno e suas comunidades.
Depois do desenvolvimento teórico das atividades, acompanhamos os alunos a campo, a transitarem pelos espaços da
cidade, orientando-os à preservação histórica e das memórias construídas sobre os patrimônios. A princípio, os alunos foram
levados ao Museu Dom José, situado no centro de Sobral, onde percebemos imagens e mitos acerca do fundador da cidade, bem
como, objetos e vestígios históricos. Levamos os alunos a construírem os seus conceitos acerca da história que lá é apresentada.
Visitamos a casa do Capitão-Mor José Xerez da Furna Uchoa um dos mais antigos moradores da cidade, a casa funciona
como centro de referência histórica e cultural, desenvolvendo atividades no âmbito da história e da cultura local, está situada ao
lado da Igreja da Sé, onde ergueu-se a primeira povoação da cidade, fortalecendo os laços de identidade dos sobralense. No Núcleo
de Estudos e Documentação de História Regional – NEDHIR, tivemos contato com documentos de diversas épocas e contextos.
Nos encontros seguintes, tivemos oportunidade de discutir as experiências desenvolvidas nas visitas dirigidas e ainda nas
pesquisas de campo produzidas pelos alunos em seu bairro.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi perceptível o entrosamento e a dedicação com que os alunos desenvolveram as atividades apresentando sempre
assiduidade e compromisso. Tendo em vista que o número de alunos participantes da oficina foi reduzido, os resultados esperados

3
SIMAN, Lana Mara de Castro. A cidade na memória: Leitura indiciária e o ensino de História. In: RIOS, Kênia Sousa; FURTADO FILHO, João Ernani.
(Orgs.) Revista Em Tempo: História, Memória, Educação. Fortaleza: Impressa Universitária, 2008. P. 361.

102
foram parcialmente alcançados.
Tendo a proposta de viabilizar a difusão e a troca de conhecimentos entre a Escola o bairro e a Universidade,as atividades
desenvolvidas forneceram aos alunos conceitos e noções acerca de fontes, vestígios históricos e ainda, o contato com estes, seja
nas visitas de campo ou, na pesquisa das Histórias e estórias do bairro.
Não queremos transformar os alunos em historiadores profissionais, mas sim, fazer com que eles se percebam como
agentes históricos e divulgadores de saberes em seu círculo familiar, em sua comunidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer das atividades, desenvolvemos com os alunos a noção de que a História encontra-se em todos os lugares: na
escola, na comunidade, na família e na padaria do Zé. O historiador ao examinar uma determinada realidade que se passou, busca
nos registros e documentos deixados, as razões, motivos e condições dos fatos ocorridos. Entretanto, as fontes não são espelhos
fieis dos fatos acontecidos, devem ser sempre interpretadas e analisadas partindo do espaço, do tempo e de quem as produziu,
com que intenção as produziu? Para quem produziu?
Portanto, analisar e (re)interpretar as fontes históricas, se torna importante, pois, a partir daí, entendemos as transformações
ocorridas no tempo, podendo assim (re)criar as histórias, promovendo a construção de identidades e de pertencimentos.
Nesta medida, demonstramos que a história se faz de diferentes maneiras, e que é, a partir dos vestígios e indícios
deixados pelos homens nos espaços comunitários do bairro, na vivência cotidiana das famílias, que podemos encontrar a história.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PINSKY, Carla Bessanezi. (org.) Fontes Históricas. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2008.
BORGES, Vavy Pacheco. O que é História. São Paulo: Brasiliense, 2003. (Coleção Primeiros Passos, 17).
VIEIRA, Maria de A.; PEIXOTO, Maria do Rosário da C.; KHOURY, Yara Maria Aun. A Pesquisa em História. 4ª ed. Editora Ática. Série
Princípios.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
RABELO FILHO, José Valdenir. Fontes Históricas e o Oficio do Historiador: Relatos de memórias como vestígios de um tempo
passado. [s.n.l.].
SANTOS, Joaquim Justino dos. História do lugar: um método de ensino e pesquisa para as escolas de nível médio e fundamental.
História, Ciências, Saúde. Manguinhos. Rio de Janeiro, vol. 9(1):105-24, jan.-abr. 2002.
SIMAN, Lana Mara de Castro. A cidade na memória: Leitura indiciária e o ensino de História. In: RIOS, Kênia Sousa; FURTADO FILHO,
João Ernani. (Orgs.) Revista Em Tempo: História, Memória, Educação. Fortaleza: Impressa Universitária, 2008. P. 361 à 384.
REZNIK, Luís. História Local e Comunidade: o Exercício da Memória e a Construção de identidades. [s. n. l.].

103
104
A COMPETÊNCIA COMUNICATIVA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA): DESAFIOS PEDAGÓGICOS

LUSTOSA JÚNIOR, José Carlos 1


1
Graduado em Letras – UVA, professor efetivo da rede Municipal de Sobral e professor efetivo do SESI – Sobral. Pós-Graduando em Língua e
Literatura. E-mail: proflustosajr@hotmail.com. Endereço eletrônico de artigos publicados: http://www.artigocientifico.com.br/.

RESUMO: Este artigo faz uma breve e sucinta explanação sobre alguns requisitos para o desenvolvimento de Competência
Comunicativa em salas de EJA. Aborda critérios cautelosos para o tratamento das peculiaridades de escrita dos educandos, bem
como o respeito à experiência de vida dos envolvidos. Faz alusões a práticas que desenvolvam a leitura e a escrita como prática
social, levando o indivíduo à autonomia intelectual.
Palavras-Chave: Competência comunicativa, educação de jovens e adultos, estratégias didáticas.

Introdução
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) pressupõe uma metodologia diferenciada, já que a clientela não dispõe das mesmas
condições de estudo do ensino regular. Nesse contexto, de desafios, às vezes árduos, é que se pretende utilizar a leitura e a escrita
como estratégia pedagógica para se ampliar a Competência Comunicativa dos educandos de EJA4.
Este trabalho se contextualizou a partir das vivências educacionais vividas nas salas de EJA da Escola Professora Silvana
Machado dos Santos 5 e teve como foco Ensino Fundamental II e o Ensino Médio, pois em todos os níveis de ensino os alunos têm,
numa grande maioria dos casos, idade bastante elevada e dificuldades específicas de aprendizagem. Assim, os gêneros e as
tipologias textuais são aliados de confiabilidade no desenvolvimento da capacidade comunicativa dos educandos.

O Aluno (a) de EJA e suas peculiaridades de leitura e escrita.


Quem está acostumado ao ensino regular, onde a disparidade entre idade/série é mínima, assusta-se com as dificuldades
de leitura e escrita de um aluno de EJA. Para que se compreenda melhor tal peculiaridade, foram listadas algumas dessas
dificuldades através de avaliações escritas diagnósticas de alguns alunos, discriminadas logo abaixo:

Dificuldade de leitura do educando de EJA:


Não conseguem extrair do texto informações que deduzem à idéia central;
Não captam idéia por parágrafos;
Na leitura, não sabem representar os sinais de pontuação (tropeços);
Sentem dificuldade em memorizar nomes e outras referências lingüísticas 6;
Sente vergonha em ler em grupo, porque não sabem interpretar a pontuação utilizada.

Dificuldade de escrita do educando de EJA:


Na maioria dos casos, os alunos não têm uma letra legível;
Não conseguem organizar as idéias do texto quando solicitados para produzirem uma redação contendo introdução,
desenvolvimento e conclusão (esquema dissertativo).

Da prática pedagógica:
Quando o professor não considera as dificuldades de leitura do aluno, mensurados em todo item 2.1.

4
Convencionar-se-á a sigla EJA para se designar Educação de Jovens e Adultos.
5
SESI – Serviço Social da Indústria, pólo Sobral - Ceará.
6
Referências lingüísticas é um termo utilizado para designar qualquer nome que seja utilizado para contribuir numa leitura e/ou produção
escrita: conjunções, pronomes, preposições e advérbios).
105
Quando as atividades são superiores a quantidade explicada, desproporção entre teoria e prática, não havendo tempo para
acomodação dos conteúdos vistos.
Antes de qualquer coisa, é importante que o professor de Língua Portuguesa saiba que seu público é diferenciado, já que as
condições de aprendizagem, seja pelo lado cognitivo ou não, não são idênticas ao ensino regular. A sala de aula é o meio pelo qual o
professor pode desenvolver afetividade nas relações interpessoais.
O conhecimento prévio, mais do que nunca, deve, obrigatoriamente, ser considerado pelo professor, porque esse aluno é
consciente da sua própria condição e necessidade.
Inferir informações do texto é uma prática que exige uma constância de leitura contextualizada com a vida cotidiana do
educando. As informações visuais e não-visuais7 deverão ser balanceadas para a aquisição de um equilíbrio entre o que se sabe e o
que se deve aprender.
Segundo SMITH (1999), ―[...] o aprendizado pode ser considerado como a modificação do que já sabemos, como
conseqüência de nossas interações com o mundo que nos rodeia.‖ O educando de EJA tem informação não-visual, também chamado
de conhecimento prévio, suficiente para escrever sobre assuntos de sua vida cotidiana, transformando sua realidade a partir de s ua
percepção, conforme segue:

O que possuímos em nossas cabeças é uma teoria sobre como é o mundo, uma teoria que é a base de
todas as nossas percepções e compreensão do mundo, a raiz de todo o aprendizado a fonte de
esperanças e medo, motivos e expectativas, raciocínio e criatividade. E esta teoria é tudo que temos.
Se podemos extrair sentido do mundo, isto ocorre devido à interpretação de nossas interações com o
mundo à luz de nossa teoria. A teoria é nosso escudo contra a perplexidade (SMITH, p. 23).

Isto é uma coisa que os educadores de EJA são perfeitamente capazes de realizar. O primeiro passo, então, par uma
educação inclusiva é compreender as especificações da prática docente, uma vez que o que se pretende é educar para a vida e,
consequentemente, para o trabalho. Segundo GERALDI (2001, p.21) ―são saberes do vivido que trazidos por ambos, alunos e
professores, se confrontam com outros saberes, historicamente sistematizados e denominados ―conhecimentos‖ que dialogam em
sala de aula‖.
Ensinar é criar espaços entre educador e educando, para que ambos confrontem saberes e experiências de vida. O que se
deve tomar como fator preocupante é o entendimento que se pode ter do termo ―criar espaços‖, proferido no final do parágrafo
anterior.
Referimo-nos ao retorno da palavra ao sujeito, ou seja, valorizar sua opinião nas produções de textos, no diálogo sobre
determinado conteúdo. Segundo GERALDI (2001, p.21) ―isso implica em dialogicidade constante e o abandono de crenças, quer por
parte do professor, quer do aluno‖.
Esse comportamento será decisivo para a aceitação da proposta de leitura e escrita numa turma de jovens e adultos. Caso
haja imposição de atividades, a tendência será as pessoas se retraírem com vergonha de expor suas limitações, pois deduzem que
poderão ser vítimas de preconceito por parte da turma e do próprio professor.

O diagnóstico como projeto educativo

De fato, pode-se perceber que muitos educadores acostumados ao ensino regular tendam a reproduzi-lo na EJA. Mas tal
crença não pode ser admitida. Perceber a interação verbal como fator para desenvolver competência comunicativa não significa
que a aula será sempre espontânea. Pelo contrário, exige um programa de estudos rigoroso que seja baseado nas condições reais
8
dos educando envolvidos no processo educativo.
Um diagnóstico da situação atual do educando, realizado logo no início de um semestre, é primordial e decisivo para uma
7
SMITH, Frank. Leitura Significativa. Tradução de Beatriz Affonso Neves. 3ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.
8
Conteúdos significativos.
106
prática educativa bem estabelecida e planejada. Com o diagnóstico, é-se capaz de intervir nas dificuldades que serão enfrentadas
durante o restante do processo educativo. Isso influenciará no desenvolvimento da competência comunicativa do educando.
Uma sugestão para se verificar a forma escrita de um educando de EJA, o diagnóstico, é criar um ambiente propício à
produção de texto, sempre levando em conta sua experiência de vida, conforme sugerimos logo a seguir:

Exemplo de questionário-diagnóstico de Língua Portuguesa:


1. Quem é você?
2.Qual o seu objetivo nesta escola?
3.Como você se relaciona na sua comunidade?

Cada educando responderá de acordo com suas convicções. Essas perguntas são puramente subjetivas e visam, além de
verificar aspectos gramaticais (ortográficos; coerência e coesão; semântica etc.) ao conhecimento do próprio aluno, estabelecendo,
logo de início, um laço de afetividade entre educador e educando.
O positivo desse tipo de avaliação é não expor, de início, o educando em situações constrangedoras, como não saber as
regras gramaticais. Com muito bom senso, o educador responsável pela avaliação deverá ler cada produção de texto e verificar a
competência comunicativa de cada educando, partindo de critérios claros de avaliação, apontando os conteúdos de Língua
Portuguesa que deverão ser revisados ou de fato iniciados.
Segundo TRAVAGLIA (2001), a competência comunicativa é ―a capacidade do usuário de empregar adequadamente a língua
nas diversas situações de comunicação.‖ Partindo dessa premissa, pode-se dizer que o indivíduo poderia ser capaz de se relacionar
com qualquer outra pessoa e em qualquer situação comunicativa, desde que houvesse interação e domínio da mesma linguagem por
partes dos sujeitos envolvidos no processo comunicativo.
O projeto educativo deve considerar o diagnóstico avaliativo para que as atividades posteriores sejam realizadas em alto
desempenho. Um bom diagnóstico pode ser a chave para uma prática inclusiva verdadeira. Começar sem perceber de que o aluno
precisa é no mínimo incoerente com a proposta inclusiva, ou seja, verifica-se primeiro o que o educando tem consigo e depois se
aplica os conteúdos necessários à sua formação escolar.

Desenvolvendo capacidade comunicativa


Pressupõe-se que a capacidade de articular as diferentes possibilidades comunicativas de uma língua seja desenvolvida
dentro da escola, e de forma que as competências lingüísticas 9 sejam o ponto de partida para o desenvolvimento comunicativo entre
os falantes.
A competência comunicativa, por sua vez, engloba objetivos comuns aos praticantes dessa língua. Por exemplo, numa
situação de interação, os falantes de uma mesma língua poderem produzir e compreender textos considerados bem estruturados,
num sentido amplo como os princípios de organização, constituição, construção e funcionamento da linguagem. Segundo podemos
observar:

O texto (oral ou escrito) é precisamente o lugar das correlações: construído materialmente com
palavras (que portam significados), organiza estas palavras em unidades maiores para construir
informações cujo sentido/orientação somente é compreensível na unidade global do texto. Este, por
seu turno, dialoga com outros textos sem os quais não existiria. (GERALDI, 2001, p.22).

Dessa forma, quando o professor concebe o texto como unidade de ensino/aprendizagem, compreende também que o texto
é o lugar de entrada para o diálogo entre textos e entre os indivíduos, pois é local onde se registra a herança cultural de um povo.
Então, permiti-se afirmar que os sentidos dos textos serão criados socialmente como verdadeiros promotores do processo de

9
Compreensão do conceito de adequado e inadequado; compreensão do sentido das palavras; compreensão da estrutura morfológica das palavras;
compreensão de estruturas frasais mínimas para uma posterior produção textual.
107
ensino e aprendizagem.

A importância da atividade prévia


Por atividade prévia, entende-se que é a contextualização do aluno no seu ambiente de trabalho e na sua realidade
enquanto estudante, trabalhador e, às vezes, pai de família. A atividade prévia é uma forma inteligente de não causar frustração no
educando. É situá-lo dentro da atividade antes de executar tal atividade.
A atividade prévia é vinculada à atividade pedagógica, ou seja, tem vínculo com todo o planejamento de trabalho da
instituição escola. A atividade prévia não pode ser apenas utilizada eventualmente, mas em todas as situações de produção textual,
assim:
A primeira condição para o pensamento é o conhecimento prévio. Assim como a linguagem, o
pensamento sempre tem um tema. E exatamente como não podemos falar ou escrever de forma
competente se não sabemos o que estamos falando, também não é possível demonstrar o pensamento
de qualquer modo, se não compreendemos o que é necessário e esperado que pensemos ou tentemos
pensar (SMITH, p.38, grifo do autor).

A leitura do texto, os comentários gerais sobre o texto, a interpretação do texto, o estudo do vocabulário e a produção de
texto acerca de um assunto recentemente discutido são atividades inferenciais que podem conduzir a um conhecimento crítico
acerca do assunto abordado. Na produção de texto, educador e educando poderão levar em consideração tais procedimentos de
leitura para se chegar a uma compreensão do que se pretende escrever.
Segundo SERCUNDES (2001) ―a escrita como consequência são resultantes de uma leitura, uma pesquisa de campo, uma
palestra, um filme, um passeio, enfim cada um desses itens será um pretexto para se realizar um trabalho escrito‖. Neste sentido,
temos uma preparação básica para a compreensão do que se quer escrever.
Então, qual o tempo necessário, tempo de sedimentação ou acomodação10, para que as palavras alheias, isto é, não
conhecidas pelo educando, tornem-se próprias e com sentidos ampliados? Com certeza não pode ser apenas o tempo de virar uma
página, pois isso não é suficiente para que o educando internalize tais conhecimentos. Se a atividade de escrita obedecer apenas à
atividade mecânica de ler e escrever logo após o ato leitor, a ideia de produção será de que para escrever basta ler algo antes. E já
se sabe que o ato de escrever é mais do que isso: escrever não implica apenas em ler algo e reproduzir essa leitura.

O ato de ler como instrumento de auxílio à escrita.


Quando se solicita ao educando uma produção em que não houve atividade prévia, está-se considerando a escrita como um
saber inato ao aluno, isto é, um dom. A leitura de um texto pode ser uma atividade prévia ao ato de escrever. Porém não pode ser
apenas uma atividade para inserir um dado tema. Segundo BRANDÃO E MICHELETTI (2001) ―um texto só se completa com o ato da
leitura na medida em que é atualizado, é operado lingüística e tematicamente por um leitor‖.
O ato de ler é, sem dúvida, um instrumento que auxiliará na construção de sentido de um texto, pois já se sabe que não se
consegue escrever sobre aquilo que não se conhece. O ato de ler envolve as relações do homem com a natureza e do homem com o
próprio homem. Ler seja em livros ou na internet, mas o conceito que tem que ficar é de que a atividade prévia deve ser realizada de
forma organizada e sistemática, com um tempo coerente à proposta de escrita a que se busca.
Segundo Freire (1987, p. 11) ―A leitura do mundo precede a leitura da palavra‖ [...]. Aprende-se pela observação das
situações cotidianas, nas relações interpessoais, no outro. Essa é uma forma de aprendizagem, o senso comum, de fato a primeira
aprendizagem. Posteriormente precisa-se ter acesso aos conhecimentos mais elaborados como textos científicos, literários,
jornalísticos e outras séries de leituras que vão corroborar no desenvolvimento humano de cada indivíduo.
A leitura numa sala de EJA é uma prática de libertação do indivíduo, pois se constitui numa possibilidade de elevação dos
conhecimentos lingüísticos dos educandos, além de poder ser a junção de duas correntes: a experiência e o novo.

10
Compreensão do conceito de adequado e inadequado; compreensão do sentido das palavras; compreensão da estrutura morfológica das palavras;
compreensão de estruturas frasais mínimas para uma posterior produção textual.
108
BIBLIOGRAFIA

CHIAMPPINI, Ligia. Org. Aprender e ensinar com textos. São Paulo, Cortez, 2001.

FREIRE, Paulo. A Importância do ato de ler: em três artigos que se completam.1ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 1987.

GERALDI, João Wanderlei. O texto na sala de aula: leitura e produção. Cascavel, Editora Fontes, 1985.

MARTELOTTA, Mário E. org.Manual de linguística. São Paulo, Editora Contexto, 2008.

SMITH, Frank. Compreendendo a leitura: uma análise psicolingüística da leitura e do aprender a ler. 4ª Ed. Tradução de Daise
Batista.

SMITH, Frank. Leitura Significativa. Tradução de Beatriz Affonso Neves. 3ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.

TRAVAGLIA, Luis Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. 7ª edição. São
Paulo, Editora Cortez, 2001.

109
110
MATEMÁTICA E MEIO AMBIENTE: OS NÚMEROS AJUDANDO NA PRESERVAÇÃO DO PLANETA

MONTE, Edymara Prado Ximenes ¹; SANTANA, Silvany Nayara Lopes de ¹; CORDEIRO, Nilton José Neves ² e QUEIROZ, Pedro Fernandes ³

¹ Alunas de Graduação do Curso de Licenciatura em Ciências Matemática da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA e Bolsistas do
Programa Bolsa Universidade – PBU do Projeto Tutorial de Extensão.
² Professor Tutor. Curso de Ciências Matemáticas da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
³ Professor Coordenador do Projeto Tutorial de Extensão na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.

Resumo
Os problemas decorrentes do uso desenfreado dos recursos naturais estão intensificando-se gradativamente, por isso, é
imprescindível que haja uma conscientização, por parte de todos, acerca dos problemas existentes e das medidas que devem ser
tomadas para se tentar chegar a uma solução. A Matemática é uma ciência que muitas das suas aplicações podem ajudar a
obtermos um mundo mais sustentável, pois possibilita avaliar a situação atual, estimar soluções e até fazer previsões de
acontecimentos. Objetivando uma conscientização ambiental por parte dos estudantes e o estudo da Matemática sob uma nova
perspectiva, desenvolveu-se, na educação básica, um trabalho com 27 alunos de Ensino Médio da Escola de Ensino Médio e
Profissionalizante Dom Valfrido Teixeira Vieira – Liceu de Sobral e 29 alunos de Ensino Fundamental da Escola Municipal Osmar de Sá
Ponte, ambas no município de Sobral – CE. Inicialmente observou-se a dificuldade que os alunos apresentam em associar a
Matemática aos temas ambientais. À medida que o trabalho ia avançando, os alunos apresentavam uma maior percepção desta
relação, além de aumentar o interesse por este estudo. Percebeu-se, então, que o estudo da Matemática na resolução de problemas
ambientais, além de tornar os estudantes cidadãos mais conscientes do seu papel na preservação do planeta, aumentou o
entusiasmo destes acerca de seu estudo.
Palavras-chave: Matemática, conscientização ambiental e educação básica.

Abstract
The problems arising from the unrestrained use of natural resources is increasing gradually, for this reason, it is essential
that there be an awareness by everyone about the problems and the measures to be taken to try to reach a solution. Mathematics is
a science in which many of its applications can help obtain a more sustainable world, as it enables the evaluation of the current
situation, assesses solutions and even makes predictions of events. Aiming at an environmental awareness by students and the
study of mathematics from a new perspective, it has been developed in basic education, a work with 27 high school students from
Dom ValfridoTeixiera Vieira Vocational High School - Liceu de Sobral - and 29 primary school students from the Osmar de Sá Ponte
School, both in the city of Sobral, CE. Initially it was observed that there was the difficulty that students have in linking mathematics
to environmental issues. As the work progressed, the students had a higher perception of this relationship, in addition to increasing
the interest in this study. It was felt then that the study of mathematics in solving environmental problems, besides making students
citizens more aware of their role in preserving the planet, their enthusiasm about their study also increased.
Keywords: mathematics, environmental awareness e basic education.

Introdução
O desenvolvimento deste trabalho deu-se como parte do Projeto Tutorial de Extensão, da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX,
da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Objetivando proporcionar uma maior integração entre a universidade e a escola
pública, criou-se o Projeto Tutorial de Extensão, cuja proposta inicial era que alunos de sete cursos de graduação em licenciatura da
UVA, juntamente com seus respectivos professores tutores, desenvolvessem, dentro de sua área de conhecimento, trabalhos
voltados para o tema ―Meio Ambiente‖, a fim de serem aplicados em escolas públicas do município sobralense. O presente trabalho
relata as atividades desenvolvidas pela equipe do Curso de Matemática.
Sabemos da importância da inserção de temas transversais no currículo da educação básica, tanto para despertar nos
alunos o interesse pelo mundo em que vivem como para uma melhor assimilação dos conteúdos estudados em cada disciplina.
111
De acordo com Pedrini (1998, apud FILIPPESEN, 2010), não se deve definir a educação ambiental formalmente como uma área
específica do conhecimento. Por transcender as áreas formais trabalhadas na escola, não deve estar incluída como uma das
disciplinas do currículo, mas sua importância exige que esteja presente como um tema transversal, em cada uma das disciplinas.
O estudo do meio ambiente nas disciplinas de Matemática pode não ser algo trivial, tendo em vista que este tema é abordado
mais frequentemente nas Ciências Biológicas. Contudo, uma análise mais aprofundada nos revela a Matemática como uma eficiente
ferramenta de estudo do tema, pois muitas de suas aplicações são essenciais para a conservação do planeta.

Material e Métodos
A realização deste trabalho deu-se em forma de oficina, sob a mediação de duas graduandas em Matemática, e, por tratar-
se de diferentes níveis de ensino, de maneira distinta entre as escolas, a saber:Escola de Ensino Médio e Profissionalizante Dom
Valfrido Teixeira Vieira – Liceu de Sobral e Escola Municipal Osmar de Sá Ponte.
Os alunos de Ensino Médio, os pertencentes ao Liceu de Sobral, foram selecionados pela própria escola, sendo três de cada
uma das nove turmas, no turno vespertino. Com eles, o trabalho realizou-se em quatro encontros que ocorreram durantes os meses
de outubro e novembro de 2009. Houve leitura e discussão do texto ―Leitura do Mundo‖ (ABREU, 2009, p. 13-17) e exposição formal
de conteúdo matemático – Fração, Percentagem, Razão, Regra de Três, Proporção, Áreas, Volumes, Análise e Interpretação de
Tabelas e Gráficos. Os alunos participaram escrevendo textos onde expunham suas opiniões sobre a importância da Matemática
para a preservação do meio ambiente, além de resolverem questões sobre problemas ambientais onde a Matemática devia ser
empregada – produção e reciclagem de lixo, fontes de energia, variação de temperatura, poluição da atmosfera.
A seleção dos alunos de Ensino Fundamental ficou a cargo da escola Osmar de Sá Ponte, que escolheu uma turma de 6° ano
para participar. Nesse caso, o trabalho realizou-se em três encontros durante o mês de novembro de 2009. Houve discussão das
relações entre a Matemática e o meio ambiente e apresentação de slides e vídeos relacionados à temática. Os alunos participaram
fazendo desenhos para mostrar seu pensamento em relação à Matemática e o meio ambiente e também confeccionaram jogos
artesanais.

Resultados e Discussões
No princípio da execução das atividades nas duas escolas, fora observado pelas mediadoras a dificuldade que os alunos
apresentaram no estudo da Matemática, pois muitos a consideravam sem utilidade prática no cotidiano e não manifestaram
interesse pelo estudo da disciplina. Maior ainda era a dificuldade destes em conceber uma relação entre o estudo da Matemática e
os conteúdos ambientais.
Com o desenvolvimento das atividades, os alunos foram apresentando uma maior percepção desta relação entre o meio
ambiente e a Matemática. Notou-se, por exemplo, que o uso de tabelas e gráficos foi um excelente recurso para uma melhor
compreensão dos discentes sobre as consequências das agressões humanas ao meio ambiente.
A ecologia trabalhada através da Matemática de uma forma objetiva, dinâmica e participativa, trouxe aos alunos uma visão
mais ampla da atual situação ambiental, despertando o interesse destes pelo estudo da temática, tornando-os mais participativos no
desenvolvimento das atividades.
No Ensino Médio, no último encontro, os estudantes resolviam mais facilmente as questões voltadas ao tema; no Ensino
Fundamental, tornavam-se mais participativos e faziam perguntas mais pertinentes.

Considerações Finais
Um tema transversal, como o Meio Ambiente, não só é possível de ser trabalhado dentro da disciplina de Matemática, como
esta atitude torna as aulas diferenciadas e mais interessantes, instigando a atenção e participação do alunado.
Caldeira (2010) afirma que o aprendizado da Matemática, tendo como ―pano de fundo‖ às questões ambientais, não apenas
fornece aos estudantes instrumentos e ferramentas para compreensão do fenômeno, mas o aprendizado e o uso da Matemática no
cotidiano dá ao estudante a percepção, entre outras coisas, do seu verdadeiro papel de cidadão e transformador social.
Essa estratégia de estudo pode transformar os estudantes em cidadãos mais conscientes de seu papel na preservação do

112
planeta e, além disso, faz com que eles conheçam algumas aplicações da Matemática no cotidiano, motivando-os a estudá-la com
mais prazer.
Para Filippesen (2010), não se deve apresentar a Matemática aos alunos de forma descontextualizada, sem levar em conta
que a origem e a finalidade da Matemática é responder às demandas de situações-problema da vida diária.

Bibliografia
ABREU, Ana Kamila Silva. Matemática e Educação Ambiental. Monografia (Licenciatura em Matemática) - Universidade Estadual
vale do Acaraú - UVA, Sobral-CE, 2009.

BERNA, Vilmar. Como fazer educação ambiental. São paulo, Paulus, 2001.

CABRAL, M.C.; SADOC, J.R. ―Série Mão na Forma: 07 - Dialogo Geométrico”. [Filme – vídeo]. Produção de Marilda Ferreira Cabral,
direção de José Roberto Sadoc. São Paulo, realização TV Escola – SEED/ MEC, 2005. DVD. 9,53min. Color .som.

CALDEIRA, A.D. Educação Ambiental e suas implicações na formação do professor de Matemática. Disponível em:
<http://www.uniube.br/propep/mestrado/revista/vol01/01/art03.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2010.

FILIPPSEN, Rosane Maria Jardim. Educação Matemática e Educação Ambiental: educando para o desenvolvimento sustentável.
Disponível em: <http://www.liberato.com.br/upload/arquivos/0131010716351516.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2010.

113
114
DINAMIZANDO A APRENDIZAGEM ATRAVÉS DE JOGOS E BRINCADEIRAS

ALBUQUERQUE, Maria Aline Moreira; LINHARES, Marily Sousa e SOUSA, Maria Gorete de (Orientadora)

PALAVRAS-CHAVE: Jogos. Aprendizagem. Atividades Lúdicas.

INTRODUÇÃO
O projeto foi realizado na Educação Infantil numa sala de Infantil V, na Escola São Rodrigues Pinto no município de Santa Qui téria.
Trata-se de uma ação docente descritivo-analítica desenvolvida a partir do Estágio Supervisionado na Educação Infantil, disciplina do
curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú.

OBJETIVOS
Possibilitar a aprendizagem através de jogos e brincadeiras para as crianças da educação infantil, construir brinquedos com
reciclagem para sensibilizar as crianças sobre a importância da preservação do meio ambiente, trabalhar a psicomotricidade,
através das dinâmicas, variação do corpo, partes do corpo.

MATERIAL E MÉTODOS
A ação docente foi desenvolvida em duas etapas: a primeira com a aplicação de uma pesquisa tendo como instrumento a
observação.Para esta, utilizou-se um roteiro. Na segunda etapa foram aplicadas atividades de aprendizagem através de jogos e
brincadeiras.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Através da ação, aprendemos muito, pois com a prática se aperfeiçoa a técnica. Cada sala de aula é uma realidade dotada de
particularidades e cada professor possui um método diferente de transferir seus conhecimentos e nem sempre o que é bom para
uma turma pode ser o melhor para outra. Os objetivos da ação foram alcançados, pois o que queríamos era propor algo diferente
das formas de estudos as quais eles estão habituados. Percebemos também uma libertação nas crianças, mostrando sua
criatividade, suas emoções, seus medos e conseguindo bom desempenho na aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esse projeto, conseguimos complementar nossa formação profissional através de práticas inovadoras de ensino para crianças,
utilizando brincadeiras para facilitar o desenvolvimento de ensino. A experiência ao aplicar esse projeto nos deixou mais próximas
da realidade de ensino que existe em nossas escolas e cada vez ficarmos mais aptas a ensinar

REFERÊNCIAS
NUNES, Ana Ignez Belém; SILVEIRA, Rosemary do Nascimento. Psicologia da Aprendizagem: Processos, teorias e contextos.
Fortaleza: Líber Livro, 2008.

SANTOS, Santa Marli Pires. et al. Briquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Arte Médica, 1995.

115
116
REFLEXÃO SOBRE O ESTÁGIO EM GESTÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA

CARMO, Gilgleane Silva do 11 e FERREIRA, Maria Betânia Diniz 12

Aluna do 6° período do curso de pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA


Aluna do 6° período do curso de pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA

PALAVRAS - CHAVE: Estágio, gestão, escola

INTRODUÇÃO
O presente trabalho relata a experiência do Estágio Supervisionado em Gestão Educacional como culminância e vivência das teorias
abordadas nas disciplinas do eixo em gestão e currículo do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Esta
oportunidade de estágio veio contribuir de forma direta no estudo referente à gestão escolar. Como conceito mais amplo, a gestão
escolar passa a fazer parte das atitudes de todos que atuam com a educação. Cada educador tem o papel importante a
desempenhar juntamente ao aluno, suas relações pessoais e interpessoais estão concebidas dentro do conceito democrático de
gestão escolar. Nesta experiência em campo foi possível perceber de forma prática a função do gestor.

OBJETIVOS
A experiência visou discutir acerca das principais reflexões oriundas do Estágio Supervisionado em Gestão Educacional, assim como
revelar as possibilidades e desafios para o estágio supervisionado em gestão educacional, afirmando a importância da presença do
pedagogo na gestão educacional.

METODOLOGIA
O estágio aconteceu durante o semestre de 2010.1 no período noturno em uma escola de ensino de rede privada localizada no
município de Sobral-Ceará. A escola campo apresenta um total de aproximadamente 580 matriculados e oferece educação básica
no nível de ensino fundamental, nas modalidades regular e Educação de Jovens e Adultos – EJA. As atividades junto á escola foram
orientadas a partir de um roteiro que abordava aspectos como: a estrutura da escola, administração da escola (privada ou pública)
e Projeto Político Pedagógico- PPP, entre outros. As informações obtidas a partir das observações foram relatadas, fundamentadas
e confrontadas com autores estudados ao longo do curso de pedagogia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao longo do período da experiência de campo, que buscou a imersão na realidade educativa vivenciada, foi possível destacar
elementos fundamentais para se pensar o estágio como uma oportunidade singular para efetivação da práxis. Observou-se que o
trabalho do gestor da organização escolar tem como fundamento existencial os bons resultados dos estudantes, a partir das
atividades planejadas e dos serviços participativos de toda a comunidade educativa. A direção da escola é o órgão maior no plano
executivo, é responsável por coordenar a elaboração do Projeto Político Pedagógico, mas a efetivação deste só pode se operar com
a legitimação pela comunidade. A equipe escolar é composta também pelos pais dos alunos e por toda comunidade. A mobilização da
comunidade escolar, configura-se o maior desafio para que possam promover o principal objetivo de toda a equipe escolar: o
aprendizado dos alunos. Constatou-se que entre as principais características de um gestor, a liderança se destaca como
imprescindível. Foi evidenciado que um gestor líder é capaz de desenvolver o potencial de trabalho de toda a sua equipe, fazendo
com que esta se sinta capaz de transformar e realizar com sucesso todos os projetos desenvolvidos pela instituição de ensino.

11
Aluna do 6° período do curso de pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
12
Aluna do 6° período do curso de pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
117
CONCLUSÃO
No decorrer da experiência, foi possível tecer algumas aprendizagens e reflexões sobre a gestão. Para operar o cotidiano da escola,
é preciso dominar aspectos técnicos como planejar conjuntamente, estabelecer metas, criar estratégias etc. Em relação aos
aspectos políticos, é preciso desenvolver possibilidades para tornar ainda mais amplo o modelo de gestão democrática a ser
vivenciado. A posição do gestor perante os desafios sugere a necessidade de repensar continuamente sua prática pedagógica. As
reflexões acerca da gestão escolar devem colocar em discussão também o zelo do gestor em promover o sucesso da instituição,
assim como a valorização do exercício da liderança nos aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos.

118
PROJETO QUILOMBO TIMBAÚBA: DA RESISTÊNCIA AO RECONHECIMENTO

CARLOS, Eva Daks Leite; FREITAS, Glaciliana Ângelo; RODRIGUES, Mikelly; GUIMARÃES, Paulo e Profª. Drª. LINHARES, Isabel
(Orientadora)

Esse trabalho teve como finalidade intervir por meio de práticas sócio-educativas na comunidade Remanescentes de
Quilombo Timbaúba, na tentativa de sensibilizá-los da importância de se afirmar como tal.
A epistemologia da palavra Quilombo deriva do kimbundu, língua africana que pertence à família linguística Bantu, relativa à
atual região de Angola. No Brasil Colonial a palavra foi modificada para os instrumentos de captura aos escravos. Nessa época
chamava-se quilombo um grupo de escravos refugiados (não possuíam a carta de alforria) que se apropriavam de terras e
produziam apenas para seu consumo. Atualmente a reapropriação do termo está sendo utilizada para auxiliar nos reconhecimentos
dos direitos e na apropriação de terras.
O Quilombo Timbaúba objeto deste projeto localiza-se a 11 km do município de Moraújo no estado do Ceará. Há um total de
62 famílias na comunidade. Esta comunidade recebeu o título de Remanescente de Quilombolas no dia 14 de fevereiro de 2007, pela
Fundação Palmares com o apoio da Fundação de Saúde e Integração Social. Atualmente, o Quilombo Timbaúba encontra-se em
processo de legalização e distribuição das terras junto ao INCRA.
Antes de se tornar uma comunidade Remanescente de Quilombolas, Timbaúba era mais uma das localidades existentes
neste município. Por ser de difícil acesso passava por esquecimento tanto no restante da população como da administração pública.
Até então, tanto a comunidade, quanto o município onde está localizada, não tinha o conhecimento que esta era formada por
remanescente de Quilombolas. Só veio à tona esta descoberta após o reconhecimento legal, já que o processo de legalização não
demorou a acontecer. De certa forma, tal acontecimento tornou-se algo novo para a população em geral.
O que norteou a elaboração desse projeto foram alguns resquícios que a comunidade apresentou como Remanescentes de
Quilombo (descendentes diretos de escravos), podendo ser destacados: as manifestações culturais dos habitantes conhecidas como
reisado e leiroá, a exclusão econômica e social devido a um distanciamento entre Timbaúba e a zona urbana de Moraújo.
Objetivamos promover ações sócio-educativas continuadas de saúde, cultura e lazer para a comunidade de Timbaúba-
Moraújo/CE, numa perspectiva de construção da cidadania e fortalecimento de seus direitos e participação comunitária.
É válido ressaltar o alto índice de analfabetismo na comunidade, inclusive entre os jovens, apesar de políticas públicas
voltadas para as comunidades remanescentes de quilombolas e muitas dificuldades do que diz respeito à educação. Dessa forma,
procuramos promover ações de saúde, cultura e lazer para essa comunidade, a fim de contribuir na construção da cidadania, uma
vez que sendo uma comunidade específica e tradicional, necessita de um olhar aprofundado nas questões que a circundam.

119
120
HISTÓRIA DA QUÍMICA: UM ESTUDO DE CASO DE SUA APLICAÇÃO EM UMA ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE SOBRAL

GOMES, Regina Ferreira; NASCIMENTO, Edina Ribeiro; SAMPAIO, Cleciane Alves; SILVA, Maria Vanderleia Chagas; JULIÃO, Murilo Sérgio
da Silva (Orientador)

INTRODUÇÃO

―Ciência é uma das contribuições mais importantes da grande aventura intelectual das sociedades humanas ao longo de
sua história. Nela são concretizadas a curiosidade e as incansáveis tentativas de representar o mundo no qual vivemos‖. (CHAM IZO E
IZQUIERDO, 2008). As descobertas científicas, fruto dessa aventura intelectual, estão repletas de um contexto histórico significativo
para o processo de ensino-aprendizagem. Este é um dos campos de estudo da história da Ciência, que vem discutir histórica
filosófica e sociologicamente como a ciência se desenvolveu.
O estudo da historia da Ciência é importante, pois possibilita ao estudante conhecer como se deu o processo de
construção do conhecimento, do contexto onde surge um determinado conceito, dos sucessos e insucessos de teorias, etc. Contudo,
essa abordagem é frequentemente negligenciada pelos professores, onde a prioridade do ensino de ciências ainda é a transmissão
de resultados da atividade cientifica, o que proporciona uma visão reducionista da Ciência.
As tentativas de inclusão da historia da Ciência no ensino de Ciências, têm acontecido desde o início do século XX. Na
década de 1940, o educador químico James Cannot (MATTEWS, 1995) introduziu na educação em ciências, o estudo de certos
episódios da história da Ciência, que ficaram conhecidos como ― Historyof Science Cases ‖, ele considerava que o conhecimento da
história, tanto quanto da Ciência era fundamental para uma ―alfabetização científica‖.
A Química é resultado do trabalho incansável de homens que buscaram entender a constituição da matéria. Portanto , esta
Ciência, como todas as outras, tem um conteúdo histórico-social que estabelece conhecimentos riquíssimos para a introdução de
elementos para o debate, estimulando a reflexão, o diálogo e uma visão crítica do conhecimento. A abordagem da Química com
enfoque na historia desta Ciência prepara os alunos para o que é tão desejável na Química que é desenvolver o entendimento dos
aspectos conceituais, procedimentais e contextuais, além de propiciar o rompimento da visão reducionista da Ciência amplamente
aplicada nas escolas e na própria universidade. O conhecimento de como se deu as descobertas químicas, as controvérsias que
permearam esses fatos, os erros e acertos tornam a ciência mais humanizada, o que aproxima os estudantes do ser cientista.
A história da Ciência é um campo de estudo muito recente, por isso existem poucos materiais abordando este assunto,
estando muitas vezes ausente em livros didáticos. Há também a questão da desvalorização dada a este conhecimento, ainda não há
um consenso de que a história da ciência seja parte indissociável do ensino da Ciência. Esses impasses consolidam-se como
grandes obstáculos à aplicação da história da Ciência em sala de aula.
A importância de estudar história da Ciência, especialmente da química, está no fato de ser essencial o entendimento de
como se construíram os conhecimentos que se propõe ensinar ou aprender. A idéia de como e porque surgiram as teorias químicas
atualmente aceitas, torna mais compreensível os resultados aos quais elas chegaram, deixando o estudante apto à crítica desses
princípios e, sobretudo curioso e estimulado. Assim, faz-se necessário saber como se dá o tratamento da história da Química nas
escolas.
Esta pesquisa proporciona o conhecimento de como se desenvolve a abordagem da historia da Química na disciplina de
Química da referida escola, a visão de professores e estudantes quanto às contribuições da história da Química frente a disciplina, e
as dificuldades encontradas.

História da Química no Ensino de Química


A Química se constituiu como ciência apenas no século XVIII, estando a este acontecimento o nome do químico francês
Antoine-Laurent Lavoisier (CARNEIRO, 2006). Porém ela acompanha o homem há muito mais tempo. Segundo Vidal (1986) as
primeiras técnicas químicas conhecidas ocorreram ainda na pré-história e podem ser agrupadas em três: a utilização do fogo, a
utilização da metalurgia e as preparações de química doméstica – a tinturaria, fermentação alcoólica, conservação das peles por

121
curtição, preparação de remédios.
Na antiguidade, surgem as primeiras explicações para a constituição da matéria com os filósofos gregos, cabendo
referência à teoria dos quatro elementos e as idéias atomísticas de Leucipo e Demócrito. A idade média é marcada pela alquimia,
precursora da química, é um período de muitas descobertas de elementos e compostos químicos, que continuaram ignorados, pois
os alquimistas estavam unicamente concentrados em metas específicas, embora saibamos que os objetivos – a pedra filosofal, o
elixir da longa vida e a panacéia - que instigaram o trabalho de tantos homens não tenham sido alcançados. Mas é a época que
antecede a atual, que marca profundamente a química, nesse período, ela adquire o status de ciência, são inúmeras as
contribuições, podendo ser citados Robert Boyle e seus estudos sobre os gases, Dalton e sua nova abordagem atomística, Lavoisier
e sua rigorosidade experimental, que revolucionaram a química, sem esquecer outros grandes homens desta ciência que
fundamentaram os conhecimentos dos citados.
É elementar que os estudantes conheçam os fatos que permearam toda essa história resumida acima, o contexto, as
dificuldades, as controvérsias que tiveram intrinsecamente ligadas ao longo do processo de evolução da química. Tais
conhecimentos, objeto de estudo da história da Química, podem ser introduzidos pela maior disposição da história dessa ciência no
currículo das escolas. Sabe-se que este processo é longo e dificultoso, e que não está acima de equívocos, pela natureza deste
conhecimento, porém é sabido que se faz muito necessário, devido às contribuições efetivas dadas ao ensino de Química (OKI;
MORADILLO, 2008):
1. Proporciona uma visão de como se processou a construção do conhecimento, seus erros, acertos e conseqüências, a
influência do contexto histórico, as controvérsias a partir de diversas idéias;
2. Propicia uma visão mais geral do conhecimento Químico, rompendo com vários preconceitos recorrentes da Ciência
Química;
3. Proporciona uma discussão crítica, dos conhecimentos levados para a sala de aula com base numa discussão do processo
de desenvolvimento histórico da Química;
4. Rompe com a apresentação da química como resultado das descobertas Químicas;
5. Desenvolve a compreensão contextual, conceitual e procedimental dos estudantes;
6. Humaniza a Química, desmitificando a visão dos estudantes frente aos cientistas;
7. Oportuniza, tornando-se uma grande aliada, à interdisciplinaridade e contextualização dos conteúdos;
8. Confere mais dinâmica à prática docente, tornando as aulas mais atrativas.
Segundo o PCNEM+ (BRASIL, 2002) a complexidade do mundo atual exige que o estudante se posicione, tome decisões e
seja responsabilizado por elas, assim não se admite mais um ensino médio que prepare apenas para um exame de seleção: muitas
são as demandas para que a educação escolar – muito mais do que substituir um conteúdo por outro – propicie a compreensão das
vivências sociais, com enfoque significativo dos conhecimentos historicamente construídos. Isso não pode estar dissociado da idéia
de abordagem temática que, permitindo uma contextualização aliada à interdisciplinaridade, considere as duas perspectivas
mencionadas, proporcionando o desenvolvimento dos estudantes.
No que se refere à Química os PCNEM+ (BRASIL, 2002), destacam ainda, as orientações sobre a organização dos
conteúdos, para que leve em consideração duas perspectivas para o ensino de Química: (i) ―a que considera a vivência individual dos
alunos – seus conhecimentos escolares, suas histórias pessoais, tradições culturais, relação com os fatos e fenômenos do cotidiano
e informações veiculadas pela mídia‖ e (ii) ―a que considera a sociedade em sua interação com o mundo, evidenciando como os
saberes científico e tecnológico vêm interferindo na produção, na cultura e no ambiente‖.
Contrariamente ao que muitos crêem, a Química/Ciência não se apóia nas aparências nem busca essências escondidas na
natureza. Sendo uma construção humana, portanto histórica, ela se dá com o desenvolvimento de conceitos no confronto com dados
experimentais e com idéias cotidianas, em situação real, pela compreensão conceitual do que está além das aparências e das
impressões primeiras. [...] Com essa abordagem, o que se pretende é levar o aluno a compreender e a reconhecer a natureza do
conhecimento científico como uma atividade humana que, sendo histórica e socialmente construída, possui um caráter provisório,
limitações e potencialidades, necessitando, pois, ser abordado em sua historicidade e em suas implicações na sociedade e em
situações/ambientes diversificados. PCNEM+ (BRASIL, 2002)

122
OBJETIVOS
Este trabalho tem a finalidade de investigar como se desenvolve a abordagem da história da Química nas turmas do ensino
médio de uma escola pública. Observar em que medida a prática docente, no ensino médio, já contempla as perspectivas da
abordagem da história da Química na referida escola, bem como o professor realiza as atividades relacionadas e verificar qual a
visão de professores e estudantes acerca do assunto, ressaltando sua importância e dificuldades práticas.

METODOLOGIA
A pesquisa é um estudo de caso, a qual foi executada em uma escola da rede de ensino público de Sobral, para investigar
como é abordado o ensino de história da Química. Segundo Triviños, 1987, ―o estudo de caso é entendido como uma categoria de
pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente‖.
A escola pesquisada atende estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio (EM), com o total de 36
turmas distribuídas nos três turnos, perfazendo o montante de 1440 estudantes matriculados, sendo que deste total, 740 estudan tes
estão no EM. É sabido que os resultados de uma pesquisa podem se aproximar muito da realidade investigada quando se realiza uma
boa amostragem. Assim, selecionando cuidadosamente a amostra a ser pesquisada, determinou-se que da população de 740
estudantes, 148 (20%) dos estudantes seriam submetidos aos questionários. Aos professores de Química, dois no total, foi aplicado
o questionário de forma individual, já que a pesquisa foi delimitada aos turnos matutino e vespertino, pois as disciplinas de Química
ofertadas nos três turnos para 19 turmas desta escola estão sob a responsabilidade de apenas três docentes.
―Os instrumentos mais úteis à pesquisa são os que, além de assinalar a presença ou ausência de um fenômeno, são capa-
zes de quantificá-lo, dando-nos uma medida sobre o mesmo‖ (RUDIO, 2009). Ainda conforme o mesmo autor ―o questionário é cons-
tituído por uma lista de indagações que, respondidas, dão ao pesquisador as informações que ele pretende atingir‖. Por isto, o de-
senvolvimento desta pesquisa foi estruturado a partir de questionários (anexos 1 e 2) direcionados a professores e estudantes . Os
questionários foram elaborados de forma que apresentassem questões objetivas, com a finalidade de detectar a ocorrência e de-
senvolvimento do ensino de história da química na escola, além de verificar quais estratégias são utilizadas pelos professores para
a melhor abordagem do tema. Buscando saber também, a qualidade do material didático referente ao tema e disponibilizado pela
escola, foi realizada uma análise do livro adotado pelo professor, a qual teve como finalidade principal verificar o grau de inserção
da história da Química nos tópicos de Química.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste tópico são apresentados os resultados da pesquisa realizada, os quais nos fornecerão condições de verificar em que
medida o ensino de história da Química está sendo inserido no currículo do ensino médio, identificando quais os maiores obstáculos
desta inserção, bem como os comentários dos resultados obtidos.

Perfil dos Professores de Química


A Escola, fonte da nossa pesquisa, dispõe de três professores para atender dezenove turmas do ensino médio, distribuidas
nos turnos da manhã, tarde e noite. A pesquisa foi delimitada aos turnos da manhã e tarde, uma vez que a própria direção da escola
não aconselhou a pesquisa durante o período noturno, e portanto apenas dois docentes de Química foram submetidos aos
questionários da pesquisa. Esses professores são responsáveis pelas disciplinas de Química nos períodos matutino e vespertino.
Por meio dos questionários foi observado que apesar de um dos professores não ser licenciado em Química (professor 1) e o outro
ainda estar por se graduar (professor 2), ambos já possuem uma breve experiência no ensino de química (entre três e cinco anos
de docência).
De acordo com o professor 2, a forma de abordagem da história da Química durante a graduação em Química se deu de
maneira regular em todas as disciplinas da licenciautra em Química. Quando perguntado acerca da importância da abordagem de
história da Química no ensino médio, este disse ser importante e ainda apontou ser interessante recorrer ao assunto quando
necessário. O professor 1 por sua vez afirmou que trata-se de um tema muito importante e extremamente necessário ao ensino de

123
Química.
É sabido que ensinar exige pesquisa, especialmente quando o tema a ser tratado é história da Ciência, assim foi indagado
aos dois docentes dessa escola sobre quais recursos eles mais recorrem para obter informações sobre aquele assunto, neste caso,
ambos afirmaram que fazem cursos específicos, ultilizam a internet e livros didáticos e paradidáticos como fonte de pesquisa. Em
uma lista de renomados cientistas, estando estes diretamente relacionados a cinco tópicos de Química – Tabela Periódica, Átomos e
Moléculas, Gases, Química Orgânica e Ácidos e Bases – o professor 1 afirmou lembrar de quase todos os nomes de cientistas ao
abordar cada tópico citado, já o professor 2 revelou lembrar de apenas um cientista para cada tópico abordado. Isto nos leva a crer
que o professor 1 despendeu um certo tempo para estudar história da Química ou omitiu informações, já que o mesmo não estudou
história da Química durante a graduação, uma vez que não possui formação na área.
Sabendo que ainda são muitas as dificuldades enfrentadas para a abordagem da história da Química, especialmente no
ensino médio, foi perguntado aos dois professores quais as maiores dificuldades para o ensino de história da Química e ambos
apontaram como maiores obstáculos a indisponibilidade de material didático apropriado ao tema e o pouco tempo reservado à
disciplina de Química.

Dificuldades dos Estudantes em Química


Atualmente, o ensino de química é introduzido no último ano do ensino fundamental, isto é muito importante, pois ainda que
seja inscipiente, a abordagem da química no ensino fundamental pode contribuir para que o estudante ingresse no ensino médio
conhecendo alguns conceitos fundamentais da Química. Acerca disto, o grupo de estudantes amostrados nesta pesquisa foi
questionado se haviam estudado química no 9º ano. Os resultados mostraram que uma pequena maioria (56,7 %) foi apresentada
aos temas relacionados à Química, contidos na disciplina de Ciências, o que nos surpreendeu, já que a outra parcela dos estudantes
(43,3 %) afirmou não ter sido apresentada à disciplina, Figura 1.

Figura 1. (A) Quantidade de alunos que estudaram temas relacionados à Química na disciplina de Ciências ministrada no 9º ano do
ensino fundamental e (B) Quantidade de estudantes que revelaram sentir dificuldade no estudo da Química.

O resultado mostra que apesar da grande importância de se introduzir a química no ensino fundamental, concretamente
ainda não se dá a devida atenção e obrigatoriedade à Química no currículo do ensino fundamental. Essa situação pode estar
estreitamente ligada à maior dificuldade que os estudantes sentem na compreensão dos conteúdos de química no ensino médio.
A fim de saber o percentual de estudantes com dificuldade na disciplina de Química, foi perguntado aos educandos se
sentiam algum tipo de dificuldade na aprendizagem da Química. A resposta foi positiva para maioria (77%), enquanto a outra parte
(23%) revelou não apresentar dificuldade no estudo da química, Figura 1.
A dificuldade sentida pelos estudantes na disciplina de Química não é um dado novo, a grande maioria das pesquisas
realizadas em escolas revelam que essa dificuldade é apontada pela maior parcela dos estudantes, e mais que isso, mostram que a
frequente regularidade na resposta a essa pergunta, já produziu um mito acerca da Química, que leva os estudantes ao conceito
pré-concebido de que a Química é muito difícil, estando este fator diretamente relacionado à resposta dada a essa pergunta.

124
Na busca de justificativa à resposta anterior, foi perguntado aos estudantes amostrados, qual a principal dificuldade no
estudo da Química, sendo colocadas como opções de resposta, três justificativas muito recorrentes pelos estudantes em outras
pesquisas. A maioria das respostas (58,8%) apontou para o grau de dificuldade dos conceitos de Química. Uma parcela menor
(21,2%) indicou que o grande obstáculo em entender Química está centrado no cálculo matemático que permeia a disciplina de
Química. A menor parte dos estudantes (20%) disse ser a falta de aplicabilidade dos conceitos químicos a maior dificuldade na
compreensão da Química, Figura 2.

Figura 2. Dificuldades na compreensão dos conteúdos de Química.

A abordagem da história da Química no ensino de química pode contribuir muito nesse sentido, já que auxilia a desenvolver
a compreensão contextual, conceitual e procedimental dos estudantes, muitas pesquisas na história da ciência revelam que a
compreensão de como se estruturou o conhecimento melhora o entendimento dos estudantes frente aos conteúdos.

Visão dos estudantes frente à História da Química


É sabido que a história da Química não é um tema muito recorrente, especialmente no ensino médio. Assim, foi perguntado
aos estudantes a respeito do objeto de estudo da história da Química, objetivando saber se os educandos apontariam a resposta
correta, o que nos dirá se realmente o tema é abordado na escola pesquisada. Os resultados foram muito bons, pois a grande
maioria (78,6%) apontaram que a história da Química estuda o contexto histórico das descobertas químicas e a evolução dos
pensamentos dos cientistas envolvidos nestas descobertas. Outra parcela (18,4%) respondeu que a história da Química estuda os
fatos históricos que aconteceram simultaneamente às descobertas na área de Química e uma pequena parcela (3,0%) afirmou
desconhecer o objeto de estudo da história da Química, Figura 3.

Figura 3. Objeto de estudo da História da Química, segundo os estudantes pesquisados.


Os resultados nos levam a crer que ainda de maneira reduzida e irregular, a história da Química tem sido abordada no
ensino médio da referida escola. O que se faz necessário é que se atente mais para a história da Química, que os professores

125
busquem saber mais e escreva sobre o tema, e que os currículos disponham de mais tempo para história da Ciência.
Ainda interessados em saber como os estudantes percebem a história da Química, foi perguntado aos educandos qual a
importância de estudar o tema. Novamente a grande maioria dos estudantes (83,1%) indicou o que também é nosso ponto de vista,
que a história da Química ajuda, principalmente na compreensão de como se desenvolveram os conceitos fundamentais na Química.
Outra parcela (15,5%) respondeu que a história da Química não é tão relevante, a grande minoria (1,4%) disse que o tema não tem
importância, Figura 4.

Figura 4. Visão dos estudantes acerca da importância do ensino de história da Química.

Os resultados podem indicar que os estudantes realmente sabem a importância de estudar história da Química, apesar de
escasso em seu currículo, eles entendem que a história da Química pode ajudar na compreensão de como se construiu e se
fundamentou o conhecimento da Química.
Assim, também foi perguntado aos estudantes quanto ao grau de dinamismo das aulas com história da Química, se as aulas
seriam mais empolgantes com a maior abordagem do tema. Analisando as respostas, observamos que a maioria (76,4%) apontou
para maior dinamismo conferido às aulas a partir da abordagem da história da química. Somente uma pequena parte (23,6%) dos
estudantes afirmou que a história da Química não torna a aula mais empolgante, Figura 5.

Figura 5. (A) Efeito de tópicos de História da Química nas aulas de Química. (B) Relação da abordagem de tópicos de História da
Química com a assimilação dos conteúdos de Química.

Os resultados reafirmam o que temos defendido neste trabalho, que uma das contribuições da abordagem da história da
Química no ensino de química é de tornar as aulas mais dinâmicas porque é em potencial contextualizadora e interdisciplinar, por
trazer para a Química as ações humanas que envolveram grandes conceitos – já que a ciência é feita por homens – as suas
frustrações, sucessos e controvérsias.
Após saber a visão dos estudantes acerca da importância da história da Ciência, e se esta contribuía para uma abordagem
126
mais dinâmica no ensino de química, uma pergunta imprescindível seria a que nos confirmará se a história da Química facilita a
compreensão dos conteúdos de química. Assim sendo, foi perguntado aos estudantes se a maior abordagem da história da Química
facilitaria na compreensão dos tópicos de Química. A maioria, (56,8%) respondeu que a abordagem da história da química ajudaria
na melhor assimilação dos conteúdos. Outra parcela (39,1%) afirmou que a abordagem do tema auxiliaria na compreensão, mas que
algumas vezes poderia ter o resultado contrário. Uma pequena parcela (4,1%) disse que a abordagem do assunto seria indiferente,
Fig. 5.
Conforme previsto,a grande maioria dos estudantes concordam que a abordagem da história da Química melhora a
compreensão dos conteúdos de Química, porém uma grande parcela apontou que algumas vezes ela pode dificultar. Esse dado é
meio discordante, mas se unirmos o fato de que esta nova metodologia de ensino pode não agradar alguns estudantes, e que
especialmente, os educandos ainda não têm efetivamente a abordagem da história da química nos moldes que esta deve ser
discutida, então podemos compreender tal divergência de resposta.
O que se percebe diante das respostas anteriores é que os estudantes ainda não conhecem uma abordagem mais apurada
da história da Química, eles detêm alguns conceitos, sabem do que se trata, mas ainda de maneira muito incipiente.

Abordagem da História da Química em sala de aula


As pesquisas revelam que ainda é muito escassa a abordagem da história da ciência, sobretudo quando nos referimos ao
ensino médio. E mesmo quando este tema é tratado, ainda se faz de maneira reduzida, e sem utilizar seu potencial interdisciplinar,
contextualizador e crítico, próprios da história da Ciência. Alguns autores apontam a indisponibilidade de material e de tempo para o
tema, a desvalorização dada a esta discussão no currículo, em todos os níveis de ensino, e a deficiente formação de professores, o
que se constitui realmente, sob nosso ponto de vista, como grandes impasses para aplicação da história da Química.
Buscando saber como é a abordagem da história da Química em sala de aula, já que o tema é discutido, embora longe da
forma que este deve ser, foi perguntado aos estudantes amostrados com que frequência o professor aborda história da Química nas
aulas. Referente à questão supracitada, as respostas foram bem divergentes, uma parcela (45,3%) dos estudantes desta pesquisa
afirmou que raramente o professor discorre sobre o tema durante as aulas. Outro grupo de educandos (38,1%) indicou que
frequentemente o tema é abordado nas aulas. Uma pequena parte (16,9%) disse ser o assunto sempre tratado no âmbito de sala de
aula. Entretanto a menor parcela afirmou que a historia da Química não é abordado em nenhum momento do ensino de Química,
Figura 6.

Figura 6. Frequência de abordagem de temas de história da Química em sala de aula.

A mesma questão foi aplicada aos professores, assim quando confrontamos as respostas de ambas as partes, percebemos
uma razoável coerência nas respostas, pois o professor 2 afirmou que a abordagem da história da química se dá uma vez por outra,
concordando assim com a resposta da maior parcela dos estudantes. Enquanto que o professor 1, declarou que frequentemente
recorria ao tema em sala de aula, conforme a afirmativa do segundo maior grupo de estudantes.
Concluímos após analisar as respostas de professores e estudantes, que a história da Química de fato é abordada em sala
127
de aula, no ensino médio, mas essa ocorre de maneira muito irregular, não dispondo de um espaço reservado no currículo nem de
material didático apropriado, e ficando completamente a cargo do professor, sem um incentivo e controle de terceiros,
responsáveis pela educação. É sabido que os PCNs já apontam para a necessidade e contribuição da abordagem da história da
Química para o ensino de química, mas é uma proposta de teor inteiramente sugestiva, ainda a título de reconhecimento da
importância da história da Química.
Com a finalidade de saber como acontece a abordagem da história da Química foi perguntado a professores e estudantes
como ela é trabalhada em sala de aula. A maioria (60,8%) dos educandos afirmou que a abordagem do tema ocorre às vezes, e
depende do conteúdo a ser estudado. Outra parcela (34,4%) respondeu que o tema está sempre presente na abordagem teórica e
prática da Química. Entretanto uma parcela menor (4,8%) relatou que o tema não é tratado em sala de aula, Figura 7.
Comparando as respostas de estudantes e professores, novamente encontramos coerência entre ambas. O professor 2
relatou que o tema é tratado de vez em quando, quando o mesmo leva algum artigo para a sala de aula. O professor 1 afirmou que
trabalha história da Química em todo conteúdo teórico e prático. Esses dados são confirmados pelas respostas dos dois maiores
grupos de estudantes.
Visando saber também o que os professores utilizam para recorrer ao tema, foi perguntado a discentes e docentes quais
recursos são mais usados para abordar história da Química. A maior parcela de estudantes (65,5%) afirmou que o professor utiliza
somente o livro didático para recorrer ao tema. Outra parcela (27,8%) respondeu que os professores sempre fazem a leitura de
artigos relacionados ao assunto. E uma pequena parcela (6,7%) revelou que nada é utilizado para discutir a história da Química, pois
a mesma não é abordada em sala de aula, Figura 8.

Figura 8. Material didático mais utilizado pelos professores para a abordagem de história da Química.

Analisando as respostas dos professores, percebemos total discordância com as respostas dos estudantes. Embora o
professor 2 tenha afirmado que faz leitura de artigos relacionados ao tema. Ambos os professores disseram realizar especialmente,
trabalhos de pesquisa e apresentação de seminário.
A maioria dos estudantes afirmou que a história da Química somente é abordada em alguns conteúdos, Figura 7.
Entendemos e concordamos que existem alguns tópicos de química que são mais recorrentes nas publicações de história da
Química, como é o caso da teoria atômica. É provável que este fato explique a seleção de conteúdos, nos quais é abordado história
da Química, o que é claro influencia na frequência e como é abordado esse tema nos conteúdos de química.
É sabido que apesar de ser um tema sempre discutido, a prática da pesquisa dentre os professore ainda encontra muitos
obstáculos, e não está acontecendo como é idealizado e descrito em inúmeras páginas de projetos e programas do Ministério da
Educação, ainda é prática constante o ensino bitolado nos livros didáticos. Essa afirmativa é confirmada nas respostas dos
estudantes frente à última pergunta, em se tratando de história da Química, Figura 8, um ensino limitado ao livro didático pode ser
muito prejudicial, já que um tema novo e dificilmente tratado nos livros didático de forma satisfatória.

Análise do Livro Didático adotado pela Escola


Desde 1929 o governo mantém programas de distribuição de livros didáticos que passaram por diversas mudanças. Em

128
1985 este programa passou a ser chamado de Programa Nacional do Livro Didático e trouxe várias mudanças, como a indicação do
livro didático pelo professor e a extinção do livro didático descartável, bem como um processo de análise da qualidade dos livros.
(SILVA E TEIXEIRA, 2009).
É sabido que o livro didático é usado pelos docentes para planejamento de suas atividades, como material de apoio em sala
de aula e também como fonte bibliográfica para complementar seus próprios conhecimentos, daí a exigência de se ter um bom
material um tanto possível livre de equívocos, contextualizador, com discurso interessante e claro. Assim, devido ao caráter do
trabalho realizado na escola, buscou-se também analisar o livro didático utilizado pelo professor, nos três anos do ensino médio.
Destacamos três critérios de avaliação:
1.Apresentação dos conceitos químicos e sua possível origem, juntamente à discussão das idéias de vários cientistas que
contribuíram para determinados conceitos.
2.Abordagem das divergentes idéias da época e a relação com as dificuldades de aceitação de uma teoria.
3.Contextualização histórica, focalizando a influência das descobertas químicas para a sociedade da época e atual.
A escola selecionada para esta pesquisa utiliza os três volumes de Química, do autor Ricardo Feltre (FELTRE, 2004).
Conforme a observação dos livros referenciados, os conceitos químicos são apresentados com pouquíssimas referências
históricas, com exceções como a apresentação da história do átomo e as teorias atômicas e apresentação da história da Química
Orgânica (no início dos capítulos referentes aos volumes 1 e 3). O autor raramente revela a dinâmica e irregularidade das
descobertas científicas, sendo mais recorrente a conceitualização/definição de idéias sem referência aos fundamentos dos
conceitos mostrados, que é o processo de descoberta Os cientistas são referenciados por biografias resumidas à parte, as quais
discorrem sobre as principais contribuições destes para a Química. No texto encontramos rápidas referências aos nomes dos
cientistas e algumas vezes um pequeno desenvolvimento das idéias dos mesmos.
Por várias vezes observamos que as idéias de vários autores são cronologicamente organizadas, como na discussão pelo
autor acerca da classificação dos elementos, e da teoria de ácidos e bases. Não existe uma articulação das idéias dos cientistas,
mas uma ordenação desses pensamentos conforme o período de ocorrência. Em nenhum momento há a descrição de qualquer
debate sobre os confrontos entre as idéias dos cientistas, e não são mencionados em nenhum momento as dificuldades que se
colocavam frente aos estudiosos da época para a realização dos experimentos, e a resistência à aceitação das teorias defendidas.
Na análise dos livros foi percebida certa preocupação do autor em referir-se às contribuições de determinadas
descobertas para a sociedade da época, estendida até a atualidade. Essas contribuições são discutidas em uma seção reservada
denominada capítulo de referência, como por exemplo: a história da descoberta e utilização dos explosivos, fazendo referência ao
tópico que trata das funções orgânicas contendo N; e a descoberta e aplicação dos polímeros sintéticos no tópico sobre polímeros,
ambos no volume 3. O autor tenciona abordar nessas seções a importância de algumas descobertas, na economia e na sociedade da
época em que estas foram concebidas, bem como sua contribuição até nossos dias.
É perceptível a deficiência dos livros analisados acerca da história da Química, pois a abordagem dos conceitos e teorias
químicas, muitas vezes ocorre de maneira direta, isto é, sem a mediação das idéias dos cientistas que estruturaram tais teorias, a
estes cientistas é conferido um espaço alheio ao texto, para sua biografia, e algumas vezes, uma rápida citação das idéias inseridas
no texto, realizada de maneira desconexa às idéias de outros cientistas que convergiram ou divergiram acerca das concepções
dessas idéias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos dados obtidos, a partir dos questionários aplicados, nos revela que a história da Química é introduzida na
abordagem de alguns tópicos do ensino de Química, sendo que estes não são selecionados pelo professor, mas conforme a
quantidade de textos disponibilizados sobre o assunto, especialmente no livro didático, assim tem-se com certeza a abordagem da
história da Química, em temas como teoria atômica, tabela periódica, teoria de ácidos e bases, que são realmente os assuntos mais
corriqueiros nas publicações.
É perceptível também que o ensino de história da Química ocorre de maneira muito diferente dos moldes de uma
abordagem que realmente pode trazer as contribuições defendidas por tantos autores. Esse tema ainda é tratado para informar aos

129
estudantes os nomes e realizações dos cientistas que contribuíram para o desenvolvimento desta ciência, quando deveria ser um
apoio para discussões e debates sobre a Química, utilizando os potenciais contextualizador e crítico, além de partir das idéias
divergentes e dos erros dos cientistas para chegar à compreensão de determinado conceito químico.
Os resultados da pesquisa, ainda que seja de um caso, mostram que apesar de uma abordagem fragmentada,
particularizada e irregular, os estudantes percebem que a história da Química facilita a compreensão dos tópicos de Química, pois
outra dinâmica é dada às aulas. É relevante ressaltar que os professores utilizam basicamente o livro didático para se informar e
elaborar suas aulas, e que a análise realizada neste livro revelou que o mesmo não dispõe de uma efetiva discussão acerca da
história da Química, mas se baseia, quase totalmente, em biografias resumidas e indicações rápidas do descobridor de uma teoria
ou importante conceito químico, ganhando este muitas vezes todo o crédito por tal fato. Quando sabemos que isso dificilmente
ocorre na Ciência.
Outro aspecto muito importante, digno de uma pesquisa mais detalhada, que tentamos verificar neste trabalho foram os
grandes obstáculos para uma inserção de qualidade da história da Química e de maneira a utilizá-la fielmente. Conforme os profes-
sores – pessoas mais aptas a responder a tal questionamento – as maiores dificuldades de abordar o tema em sala de aula e com
maior riqueza, se concentra especialmente na falta de material didático adequado e na supressão do tema no currículo do ensino
médio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (SEMTEC). PCN + Ensino médio: orientações
educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas
Tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.

CARNEIRO, A.Elementos da História da Química do Século XVIII. Olhares Quirais.n. 102, p. 25-31, 2006.

CHAMIZO, J.A.; IZQUIERDO, M. Avaliação das competências do pensamento científico.Química Nova na Escola, v. 27, p. 4-8, 2008.

FELTRE, R., Química, 6. ed., volumes: 1, 2 e 3, São Paulo: Moderna, 2004.

MATTHEWS, M.R.História, Filosofia e Ensino de Ciências: A Tendência Atual de Reaproximação.Caderno Catarinense de Ensino de
Física, v. 12, n. 3, p.164-214, 1995.

OKI, M.C.M.; MORADILLO, E.F. O Ensino de História da Química: contribuindo para a compreensão da natureza da ciência. Ciência &
Educação, v. 14, n. 1, p. 67-88, 2008.

RUDIO, F.V. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. 36. ed., Rio de Janeiro: Vozes, 2009, 144p.

SILVA, E.N.; TEIXEIRA, R.R.P. A História da Ciência nos Livros Didáticos: Um Estudo Crítico sobre o Ensino de Física pautado nos Livros
Didáticos e o Uso da História da Ciência.XVIII Simpósio Nacional de Ensino de Física – SNEF, p. 1-12, Vitória-ES, 2009.

TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. 4. ed., São Paulo: Atlas, 1995,
p. 133.

130
PARTE II – PROJETO ESCOLA NA
UNIVERSIDADE

131
132
TÍTULO

OS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: UMA ABORDAGEM PRÁTICA


INSTRUTORES

Herisson Jones Brandão Araújo


ORIENTADORA

Andréa Abreu Astigarraga


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do ensino médio


CARGA HORÁRIA

8 h/a
O CURSO!

As expressões direitos do homem e direitos fundamentais são frequentemente utilizadas como sinônimas. Os direitos do homem
são direitos válidos para todos os povos e em todos os tempos. Esses direitos advêm da própria natureza humana, daí seu caráter
inviolável, intemporal e universal (dimensão jusnaturalista-universalista).
Os direitos fundamentais são os direitos do homem jurídico-institucionalizadamente garantidos. Seriam os direitos objetivamente
vigentes em uma ordem jurídica concreta, ou seja, são os enunciados constitucionais de cunho declaratório, cujo objetivo
consistiria em reconhecer, no plano jurídico, a existência de uma prerrogativa fundamental do cidadão. A livre expressão, a
intimidade e a honra, a propriedade e defesa do consumidor são direitos fundamentais, que cumprem a função de direitos de
defesa dos cidadãos sob um a dupla perspectiva:
a- Constituem, num plano jurídico-objetivo, normas de competência para os poderes públicos, proibindo, as ingerências destes na
esfera jurídico-individual;
b- Implicam, num plano jurídico-subjetivo, o poder de exercer de modo positivo os direitos fundamentais (liberdade positiva) e de
exigir dos poderes públicos, omissões, para evitar agressões lesivas por parte dos mesmos (liberdade negativa).
As garantias fundamentais seriam os enunciados de conteúdo assecuratório, cujo propósito consiste em fornecer mecanismos ou
instrumentos para a proteção, reparação ou reingresso em eventual direito fundamental violado. São remédios jurídicos, tais como
o direito de resposta, o Habeas Corpus e o Habeas Data.
OS PARTICIPANTES!

133
OBJETIVOS

Conscientizar os alunos dos direitos e garantias fundamentais de que todos são destinatários;
Fazer com que os alunos identifiquem no texto constitucional os direitos e as garantias fundamentais e os apliquem em casos
concretos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Os direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos. (artigo 5º da Constituição Federal).
METODOLOGIA

Comentários aos incisos do artigo 5º da Constituição Federal, os alunos acompanhando, cada um, por meio de fotocópia da
Constituição. Análise de casos concretos em grupos de discussão formados pelos alunos.
RECURSOS DIDÁTICOS

Fotocópias do Artigo 5º da Constituição Federal e textos contendo casos concretos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 23 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

134
TÍTULO

CONCEPÇÃO DO DIREITO PARA ALÉM DA UNIVERSIDADE


INSTRUTORES

Antônio Gilson de Souza Divino


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do ensino médio da rede pública estadual e municipal


CARGA HORÁRIA

8 horas/aulas
O CURSO!

O presente trabalho procura levar alunos do ensino médio da rede pública municipal e estadual à concepção do Direito que é
desenvolvida dentro da Universidade com base no trabalho de grandes juristas como Miguel Reale.
Embora tenhamos entre as matérias trabalhadas nas salas de aula das instituições de ensino médio importantes ramos do
conhecimento como a Matemática, a Física, a Química, a História ou mesmo a Língua Portuguesa, muitos alunos, ao saírem do
ensino médio acabam optando por outras áreas do saber não trabalhadas diretamente pelos seus antigos professores. O Direito
está entre as principais delas, no entendo, torna-se importante que o indivíduo tenha uma correta noção, mesmo que elementar, do
que seja este novo mundo, para que possa buscá-lo com maior segurança.
Mesmo nunca tendo estudado qualquer disciplina que integra o conteúdo de um curso de Direito, praticamente todos os alunos de
ensino médio possuem uma noção do que seja o Direito, ainda que bastante simplificada ou distante da real. Partindo desta noção já
existente do senso comum, buscamos aproximá-la da realidade desenvolvida na Universidade por meio de um trabalho de caráter
propedêutico.
Como ponto de partida, tomamos por base uma noção elementar muito difundida pelo senso comum, que vê no Direito um conjunto
de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros.
Dessa simplificada definição extraímos importantes elementos que irão servir de caminho para a construção de uma nova
concepção do Direito para os alunos do ensino médio. Por exemplo, a ideia de conjunto, de regras e de convivência social.
O Direito, tomado como fato social e histórico, segundo Miguel Reale, se apresenta sob múltiplas formas. No entanto, mesmo com
todo o desenvolvimento pelo qual passou a humanidade, ainda conseguimos identificar nos diversos comportamentos humanos
elementos que se encaixam com facilidade no que podemos chamar de experiência jurídica. Esses comportamentos, se analisados
com maior dedicação ainda podem ser classificados, de forma específica, como pertencentes a um dos diversos ramos do Direito.
Com essa breve exposição, podemos perceber no Direito a existência de uma unidade no que se refere à natureza dos fatos
(classificados como jurídicos) por exemplo, como também de uma multiplicidade, se considerarmos os vários ramos que integram
as ciências jurídicas.
Além desta noção de unidade e multiplicidade do Direito, procuramos também dar ênfase á importância da linguagem como
elemento de uma ciência, pois cada ramo de conhecimento possui sua própria maneira de expressar-se, com a utilização de
termos muitas vezes não utilizados pelos demais. Com o Direito, essa necessidade também é presente e torna-se importante para
o estudante perceber na linguagem um fator diferenciador e integrante da noção que se possa ter de uma ciência.
No desenvolvimento deste trabalho, também dedicamos atenção à relação que o Direito tem com às demais ciências. Essa atenção
se faz necessária por possibilitar localizar o Direito na realidade, em que ele não atua isoladamente, e incluir na concepção do
Direito para além da Universidade a ideia de complementaridade, não só em ralação às disciplinas jurídicas como também em
relação às outras áreas de conhecimento.
Com o intuito de facilitar a compreensão do assunto abordado neste trabalho, damos importância também à diferenciação entre
135
leis físico-matemáticas e leis culturais (em que se encaixam as leis estudadas no Direito). Essa diferenciação, além de demonstrar
peculiaridades das ciências naturais e das ciências culturais (como o Direito), também traz para o aluno de ensino médio outro
elemento que integra a concepção do Direito: a natureza axiológica ou teleológica das leis.
Para finalizar, abordamos algumas teorias sobre as relações entre Direito e Moral. Assim, procuramos contribuir para que o aluno
perceba o Direito como algo diferente, mas também dependente de outros elementos.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

O presente trabalho procura levar a alunos do ensino médio da rede pública municipal e estadual a concepção do Direito que é
desenvolvida dentro da Universidade com base no trabalho e grandes juristas como, Miguel Reale.
Além disso, objetiva também ampliar a ideia que os alunos possuem sobre a Universidade e seus cursos, em especial o Direito.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Diversas concepções da palavra Direito;


Etimologia ;
Significado dos elementos do Direito;
Fontes do Direito;
Noções elementares do Direito;
Natureza da forma jurídica;
Direito Positivo e Direito Natural;
Direito Público e Direito Privado;
Disciplinas jurídicas;
Interpretação do Direito;
Noções de unidade e multiplicidade do Direito;
A finalidade do Direito;
Direito e Moral.
METODOLOGIA

Para trabalhar esse conteúdo programático, procuramos partir da concepção que os alunos de nível médio já possuem sobre
Direito, utilizando os elementos que integram essa ideia para aproximá-los da realidade vivenciada na Universidade. Dessa forma,
utilizando o conhecimento prévio que todos possuem, procuramos, por meio de questionamento e debates sobre o tema, integrar
os diversos pensamentos sobre uma base científica e então conduzi-los à concepção do Direito desenvolvida na Universidade.
RECURSOS DIDÁTICOS

136
Notebook;
Livros;
Imagens ilustradas dos símbolos do Direito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 24 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do Direito. 39 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.

137
138
TÍTULO

DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA


INSTRUTORES

Jessica Catunda Vidal (Monitora de Introdução ao estudo do Direito e universitária do curso de Direito da UVA)
ORIENTADOR

Antônio de Pádua de Araújo Dias (Professor do curso de Direito da UVA)


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos de Escola Pública de nível médio, entre 30 e 35 pessoas, no total.


CARGA HORÁRIA

08 horas.
O CURSO!

Os direitos humanos, de certo modo, se identificam com os direitos fundamentais, muitas vezes, previstos na Constituição Federal e
nas leis. São direitos fundamentais, porque, sem eles, a pessoa humana não consegue existir ou não é capaz de se desenvolver e de
participar plenamente da vida. Um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é a cidadania. Só existe Estado Democrático
de Direito se existir cidadania. O que é cidadania? Desdobramentos desta categoria constitucional.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Geral: fornecer noções amplas de Direitos Humanos e de cidadania.


Específicos: 1) Conceituar e caracterizar os Direitos Humanos; 2) dimensionar alguns dos direitos humanos; 3) demonstrar que os
direitos humanos e a cidadania são categorias que se completam; 4) dissecar o tema cidadania; 5) demonstrar manifestações da
cidadania através de recortes de jornais, fazendo um elo entre a teoria e a prática.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Direitos humanos: noções; origem histórica; significado; conceito; dimensões; ocorrências na Constituição Federal.
Cidadania: noção; origem e evolução; conceito; características; manifestações; direitos; deveres. Demais considerações.
139
É preciso compreender a cidadania: a) num elo entre direitos e deveres; e b) inserida no ordenamento jurídico como status do
Estado Democrático de Direito.
METODOLOGIA

Consulta a artigos científicos, livros de doutrina. Pesquisas na internet.


Pesquisa bibliográfica livre, utilizando-se de critérios fixadores dos temas.
Consulta à Constituição Federal e outras leis.
Uso dos métodos dedutivo, indutivo, dialético e sistêmico.
Uso de recortes de jornais, revistas, etc.
RECURSOS DIDÁTICOS

Papel A4 com recortes de jornais que demonstram a prática da cidadania.


Pesquisa doutrinária e na internet para seleção de dados.
Aula expositiva e debates.
Outros acessórios: papel A4 (100 folhas), fita engomada de boa qualidade, cola branca (tubo pequeno), 01 pincel para quadro branco
de boa qualidade, 01 apagador.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Maria de Lourdes Manzini-Covre. ―O que é cidadania‖. São Paulo: Brasiliense, 2007. 2) Dalmo de Abreu Dallari. ―Direitos humanos e
cidadania‖. São Paulo: Moderna, 1998. Coleção polêmica. 3) Pedro Demo. ―Cidadania menor: algumas indicações quantitativas de
nossa pobreza política‖. Petrópolis/RJ: Vozes, 1992. 4) Cecília M. KrohlingPeruzzo, artigo: ―Comunicação Comunitária e Educação
para a cidadania‖, internet.

140
TÍTULO

ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO


INSTRUTORES

Jaqueline Gomes de Negreiros


ORIENTADORA

ProfªDrª Adriana Campani


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do 3º Ano do Ensino Médio de escolas da rede pública e privada do município de Sobral.
CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

Este minicurso tem por objetivo identificar as áreas de atuação do pedagogo, e como a Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
tem contribuído para a formação desse profissional, para exercer a docência na educação infantil, nas séries iniciais no Ensino
Fundamental e nas disciplinas pedagógicas dos cursos de formação de professores e para atuar na gestão dos processos
educativos escolares e não escolares, bem como na produção e difusão do conhecimento do campo educacional.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Identificar as áreas de atuação do pedagogo;


Conhecer o curso de Pedagogia e suas peculiaridades;
Despertar interesse pelo curso, mostrando as competências e o perfil de formação profissional;
Identificar os processos de trabalho do pedagogo na sociedade atual.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Explanação das áreas de atuação do pedagogo;


Visita ao laboratório de ensino;
Atividades pedagógicas com o grupo;

141
Apresentação dos grupos de estudos do curso de Pedagogia;
Acompanhamento da psicopedagoga na escola e na educação especial;
METODOLOGIA

Apresentação dos alunos com uma dinâmica. Sondagem se alguém se interessa pela área de atuação do pedagogo, momento para
intervenções. Em seguida, atividade pedagógica: serão utilizados a música Aquarela, papel oficio e giz de cera. Apresentação em
slides de atividades realizadas durante o curso de Pedagogia, como visita aos museus, teatros, escola indígena, oficina, está gio
supervisionado, etc.
No segundo dia receberemos uma estudante de Pós graduação em psicologia para falar sobre o acompanhamento desse
profissional na educação especial de crianças, no contra turno escolar, apresentação de um vídeo sobre educação especial.
Atividade pedagógica com o grupo com a utilização de papel ofício, tinta plástica e canudos plásticos. (Essa atividade é desenvolvida
com crianças especiais para desenvolver o tato, audição e motricidade).
Visita ao laboratório de Ensino, avaliação do minicurso e agradecimentos pela presença do grupo.
RECURSOS DIDÁTICOS

Data show, vídeo, musica, papel ofício, giz de cera, tintas plásticas acrilex e canudos de plásticos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. O que é pedagogia. 4ªed. São Paulo: Brasiliense, 2007.
MARTINS, Mirian Celeste Ferreira Dias. Temas e técnicas em artes plásticas. São Paulo; ECE. 1979.

142
TÍTULO

ESPAÇO PEDAGÓGICO DENTRO E FORA DA ESCOLA


INSTRUTORES

Camila de Moura Mota (Discente do 7º período do curso de Pedagogia da UVA, bolsista da FUNCAP, atuante no grupo de Estudo e
Pesquisa sobre a Pedagogia Universitária – GEPPU, no projeto intitulado Inovações Curriculares nas Práticas Formativas nos
Cursos de Licenciatura da UVA)
ORIENTADORA

ProfªDrª Adriana Campani


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do 3º ano do Ensino Médio da rede pública de educação


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!
Partindo da necessidade de apresentar as características elementares do curso de Pedagogia aos alunos de 3º ano do Ensino
Médio da rede pública de educação, este minicurso se propõe a atuar como um instrumento para discutir a ideia de espaço
pedagógico, não só focado na sala de aula, mas em ambientes extraescolares como possibilidade de expandir a atuação do
pedagogo significativamente também em outras instâncias.

OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Possibilitar a compreensão das características básicas do curso de Pedagogia;


Despertar o interesse pela prática docente;
Informar a cerca da fundamentação legal do curso e sua estrutura;
Tornar conhecida a atuação do pedagogo em espaços não escolares.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Conceito de espaços para atuação do pedagogo;


Bases legais e estruturais da educação;
143
Estrutura curricular do curso de pedagogia.
METODOLOGIA

No primeiro momento será realizada a apresentação da ministrante, e em seguida será proposta uma dinâmica com os alunos,
utilizando uma música de ciranda de roda no intuito de descontraí-los. Logo após outra atividade será executada para explorar os
conhecimentos prévios dos alunos a cerca do curso de pedagogia. Constituirá na apresentação de algumas afirmações sobre o
tema ―Pedagogia‖, que eles responderão se concordam ou não e, a partir das respostas, serão desenvolvidas as discussões
correspondentes ao tema proposto. Ao término das discussões será realizada outra dinâmica de ciranda de roda para relaxar os
alunos. Em seguida, serão apresentadas algumas leis que regem e dão vigor ao curso de Pedagogia, assim como a estrutura
curricular do curso e o seu tempo de duração. No segundo momento, será feita a apresentação de uma convidada que irá
conversar com a turma sobre o tema abordado pelo minicurso e falar sobre a sua experiência profissional na área de educação
vivenciada não somente no espaço escolar como também em outras instâncias. Terminada a fala da convidada, serão feitos os
agradecimentos e o minicurso estará sendo encerrado.
RECURSOS DIDÁTICOS

Data show; computador;


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANDÃO, Carlos da Fonseca. Estrutura e Funcionamento do Ensino. São Paulo: Avercamp, 2004.
BRANDÃO, C.F. LDB passo a passo: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). São Paulo: Avercamp, 2003.

144
TÍTULO

AUTORITARISMO X AFETIVIDADE EM SALA DE AULA


INSTRUTORES

Fátima Glória Silva e Antônia Vera dos Santos Silva


ORIENTADOR

Prof. Reginaldo Parente


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

8 horas/aulas
O CURSO!

A aprendizagem é mais que uma interação social, é uma relação de poder entre agentes que podem se tornar autoritaristas.
Quanto mais existir interação e compreensão entre os envolvidos maior será o resultado desse processo de aprendizagem. A
aprendizagem é uma troca de conhecimentos, uma relação social entre os envolvidos. A oficina tem como objetivo dialogar com os
alunos sobre as formas e os métodos de ensino por meio da afetividade.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Dialogar com os alunos as formas e os métodos de ensinar por meio de afetividade.


Discutir as formas e ações sutis que expressam autoritarismo
Refletir como o autoritarismo das ruas entra em sala de aula
Criar uma cartilha de propostas para uma pedagogia da afetividade.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1º Dia – Dinâmica de interação apresentação, contrato de convivência, falar o que é afetividade, leitura e discussão do texto Mais
uma vez de Renato Russo, produção de cartazes acerca do que é afetividade e apresentação dos cartazes.
2º Dia – Apresentação e discussão do filme Escritores da Liberdade, encenação do cotidiano escolar, realidade e ideal, dinâmicade
145
descontração, discussão dos aspectos positivos e/ou negativos da oficina, escrita avaliação.
Encerramento
METODOLOGIA

Trabalhar com encenação do cotidiano escolar a partir da construção de imagens que representem as relações em sala aula,
professor e aluno, aluno e professor, aluno e direção, aluno e família. Trabalhar a temática do filme Escritores da liberdade de
FreedomWriters.
RECURSOS DIDÁTICOS

Exposição e discussão de textos e filmes, confecção de cartazes e de uma cartilha de propostas.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ROBBINS, Anthony. Editora Record. Disponível em ptth://www.espirito.org/portal/artigos/orsan.html


A afetividade(Autor desconhecido)
MEIRELES, Margarett. Relações de pais e filhos.
LIRA, Janaina. Autoritarismo.

146
TÍTULO

LICITAÇÃO NO ESTADO DO CEARÁ


INSTRUTORES

Amanda Rocha Damasceno e Ana Roberta Pimentel


ORIENTADORA

Profa. Márcia Morais de Melo


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do nível médio da rede pública


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

O mincurso com o tema de licitação no Estado do Ceará será realizado nos dias 21 e 22/10 de 14 às 18h na própria Universidade. O
tema se destina aos alunos atraídos pela contabilidade e objetiva descrever os principais pontos pertinentes à licitação. Será
trabalhados o histórico e a definição, comparação de forma antiga e atual de licitar e quais as suas modalidades. Tudo iss o será
feito através de práticas lúdicas.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Despertar o interesse dos alunos pela administração pública e incentivar a busca pelo conhecimento através das atividades
executadas na licitação do Estado do Ceará.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Histórico e definição de licitação;


2. Forma antiga de licitar;
3. Licitação no Ceará atualmente;
3.1. Como funciona atualmente;
3.2 Vantagens;
147
4. Modalidades de licitação;
4.1. Concorrência;
4.2. Tomada de preços;
4.3. Convite;
4.4. Pregão eletrônico;
4.5. Pregão presencial;
METODOLOGIA

Será através de práticas lúdicas, como a separação dos alunos em equipes, já entrando no espírito de concorrência (modalidades
de licitação), para que eles se sintam motivados e instigados a aprender o conteúdo do curso.
RECURSOS DIDÁTICOS

Apostila com 5 folhas, crachás dos participantes, 5 brindes diversos, pincéis, data show e acessórios (caixa de som, microfone,
etc), folhas sem pauta, canetas e lápis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Artigos sobre o assunto


Manual de licitação na UVA
Endereços eletrônicos

148
TÍTULO

EMPREENDEDORISMO
INSTRUTORES

Vanessa Simão da Costa


Trícia Gardênia Guimarães da Luz
ORIENTADORA

Profa. Késcia Maria de Sá Morais


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do ensino médio da rede pública


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

Este minicurso tem como objetivo principal oportunizar aos alunos do ensino médio o desenvolvimento da capacidade
empreendedora, estimulando e dando ferramentas aqueles cuja vocação e/ou vontade profissional estiver direcionada à criação de
uma empresa.
Serão abordados tópicos sobre: a origem, conceitos e características do empreendedorismo; habilidades requeridas de um
empreendedor; características empreendedoras; identificando oportunidades e elaboração de um planejamento pessoal.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Apresentar noções de empreendedorismo;


Oferecer ferramentas para o aprimoramento pessoal;
Desenvolvimento das características empreendedoras;
Elaboração de em planejamento pessoal.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Origem, conceitos e características do empreendedorismo;


149
O processo empreendedor;
Características empreendedoras;
Desenvolvendo Habilidades;
Planejamento pessoal.
METODOLOGIA

Utilização de textos para explanação de assuntos que envolvam o tema proposto;


Debates;
Apresentação de vídeos;
Dinâmica de grupos;
Aplicação de atividades.
RECURSOS DIDÁTICOS

Utilização de data show;


Caixa de som;
Revistas;
Jornais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

CARLZON, J. A hora da verdade. COP Editora, 6ª Ed. Rio de Janeiro: 1992.


DEGEN, R. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. McGraw-Hill. São Paulo: 1989.
DRUKER, Administrando para o futuro. Os anos 90 e a virada do século. 2ª Ed. Livraria Pioneira. São Paulo, 1992.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo transformando ideias em negócios. São Paulo: Editora Campus, 2001.
OSBORN, A. F. O poder criador da mente. Brasa, São Paulo, 1997.
PORTER, M. E. Vantagem competitiva. Editora Campus, Rio de Janeiro: 1989.
RESNIK, P. A bíblia da pequena empresa. Makron Books, São Paulo, 1990.
SALOMAR, S. A grande importância da pequena empresa. Editora Nordica, Rio de Janeiro, 1989.
SENGE, P. M. A quinta disciplina. Editora Best Seller. São Paulo, 1990.

150
TÍTULO

DEPARTAMENTO PESSOAL (FOLHA DE PAGAMENTO)


INSTRUTORES

Simone Magalhães Peres


Antônia Jéssica Queiroz Aguiar
ORIENTADORA

Profa. KarmelinaMarjorie Nogueira Barroso


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Estudantes do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

O minicurso explanará sobre o curso de Ciências Contábeis, o Departamento Pessoal e a Folha de Pagamento. Quanto ao Curso de
Ciências Contábeis, elucidará sobre as perspectivas da profissão contábil, suas principais atribuições e suas especialidades.
Esclarecerá sobre as principais atividades do departamento pessoal dentro de uma instituição expondo sua rotina, que envolvem os
processos de admissões, demissões, benefícios, folha de pagamento, declarações mensais e anuais e encargos sociais. Enfatizando
a importância do departamento Pessoal, pois, além dele ser responsável por a legislação trabalhista e previdenciária ainda
constitui-se em um elo entre a diretoria e os seus funcionários, que tem a capacidade de envolver inúmeros conceitos oriundos de
várias áreas, por tratar diretamente com o ser humano. A folha de pagamento (uma das atribuições do Departamento Pessoal), que
é um documento trabalhista que é feito mensalmente por todas as pessoas jurídicas e equipamento que possuam funcionários,
especificando a renumeração paga, devida ou creditada aos seus empregados, tem função operacional, contábil e fiscal devendo
ser constituída com base em todas as ocorrências mensais do empregado. Evidenciando os adicionais (noturnos, periculosidade
insalubridade), benefícios (salário família) e descontos (IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte, INSS – Instituto Nacional de
Seguridade Social, Vale transportes e adiantamento) devendo conter ainda o nome dos empregados, o valor do salário bruto e do
salário líquido para que de posse de todos esses conceitos elaborem uma folha de pagamento.
OS MINISTRANTES!

OBJETIVOS

Mostrar a importância do departamento pessoal dentro de uma instituição


Expor os adicionais a que os trabalhares têm direito
Abordar os principais conceitos de proventos, benefícios e descontos
Elaborar uma folha de pagamento
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

- Especializações, perspectivas e atribuições da profissão contábil.


- Departamento Pessoal:

151
Folha de pagamento;
Salário;
Adicional de insalubridade;
Adicional de periculosidade;
Adicional noturno;
Horas extras;
Salário família;
IRRF, INSS, FGTS;
Vale transporte;
- Elaboração de uma folha de pagamento.
METODOLOGIA

Aulas expositivas;
Vídeos;
Dinâmica de grupo;
Exercícios sobre o assunto.
RECURSOS DIDÁTICOS

Data show, Apostila, Slides, Notebook


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

IRRF. Disponível em: HTTP://www.receita.fazenda.gov/br. Acesso em 09/10/2010


Salário Família Disponível em: HTTP://www.previdenciasocial.gov.br/conteudodinamico.php?id=25. Acesso em 08/10/2010.
Tabela de contribuição do INSS. Disponível em: HTTP://www.previdenciasocial.gov.br/conteudodinamico.php?id=313. Acesso em
08/10/2010.
CARRION, Valentin. Comentários à consolidação das leis do trabalho. Editora Saraiva, 33ªed. 2008, p. 189.
GARCIA, Gustavo Felipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ed. Método, 2007, p. 199.

152
TÍTULO

COMPORTAMENTO EMPRESARIAL
INSTRUTORES

Laryssa Torres Bezerra


Walaci Ferreira Fialho
ORIENTADORA

Profa. Dra. Ludmila Apoliano Gomes Albuquerque


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino médio da Rede Pública


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

A Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA vem por meio do Projeto Escola na Universidade oferecer
aos alunos da rede pública e municipal da região norte a possibilidade de participar de minicursos para conhecer a Universidade,
seus cursos e estrutura, incentivando aos alunos a buscarem uma graduação. Tal ação possibilita ainda a escolha da profissão dos
mesmos, é notável a dúvida existente entre os adolescentes sobre a da Universidade.
A maioria das pessoas que adentram o mercado de trabalho tem dúvidas sobre o comportamento a seguir nas organizações, desde
o momento da entrevista até ao convívio com os colegas de trabalho. Assim será ofertado o minicurso com o tema Comportamento
Empresarial que terá como objetivo promover o aperfeiçoamento pessoal e obter formas de aprimorar as relações profissionais e
sociais.
Serão abordados tópicos sobre Etiqueta Empresarial, Marketing pessoal, elaboração de currículo, entrevista de emprego,
comportamentos na empresa e adaptação as mudanças.
As novas exigências da realidade empresarial estão levando o profissional deste final de século a relacionar-se com um número
cada vez maior de pessoas, com menos formalidade. Nesse ambiente, saber se comportar adequadamente em almoços de negócios
reuniões ou mesmo no local de trabalho passou a contar pontos valiosos na construção da imagem profissional.
O modelo de sociedade em que vivemos, dita padrões de comportamento extremamente elevados em particular todas as áreas.
Tanto em aspectos visuais, de comunicação e de conhecimento, quanto em outros aspectos secundários, pequenas diferenças
podem determinar o sucesso ou o fracasso. Talvez seja um modelo injusto em que transitamos. O reconhecimento de competências
e habilidades é fundamental para diferenciar e situar um indivíduo no contexto social em que vive e determina, em grande parte, a
maneira como ele estará posicionado para o sucesso profissional e pessoal.
Há diversas maneiras de se destacar no meio profissional desde ao envio do currículo, a entrevista de emprego e ao convívio no
ambiente de trabalho. Atualmente a concorrência para encontrar um emprego é muito grande. As empresas recebem muitos
currículos. Somente os melhores currículos irão passar nesta primeira fase. Assim, o candidato a emprego deve procurar aprender
todas as técnicas que irão facilitar seu sucesso nesta primeira seleção e ser chamado para uma entrevista.
Uma coisa essencial na entrevista de emprego é a clareza de idéias, dar respostas claras às perguntas que forem feitas, não
exagerar e nem tentar enrolar o entrevistador, fique a vontade para expressar sua real opinião. A proposta deste minicurso é
exatamente mostrar para tais participantes maneiras de lidar com entrevistas de emprego, relacionamento no trabalho e
desenvolvimento de atividades no geral.
OS PARTICIPANTES!
153
OBJETIVOS

Apresentar noções de etiqueta empresarial;


Mostrar o quão importante é o marketing pessoal nas organizações;
Demonstrar técnicas na elaboração de currículos;
Como se portar nas entrevistas de emprego;
O que fazer diante das mudanças no trabalho.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Apresentação do Curso de Ciências Contábeis da Uva pela professora Dr. Ludimila;


Conceitos fundamentais para o sucesso nas relações profissionais e sociais;
Marketing pessoal;
Elaboração de currículo;
Entrevista de Emprego;
Comportamentos na Empresa;
Adaptação às mudanças.
METODOLOGIA

Utilização de textos para a explanação de assuntos que envolvam o tema proposto;


Debates;
Apresentação de vídeos;
Dinâmica de Grupo;
Aplicação de atividades.
RECURSOS DIDÁTICOS

Utilização de Data Show;


Caixas de som;
Revistas;
Jornais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Marketing Pessoal – 100 dicas para valorizar sua imagem


Autor: SadyBordin Filho
Editora: Record
154
Obtenção por meio eletrônico
Brochura: Bibliografia sobre marketing pessoal, comportamento social, postura profissional e etiqueta empresarial.
Fonte: HTTP://cursoschafic.com/etiquetasocial.pdf
GEHRINGER, Max. Emprego de A a Z. Edição Online.

155
156
TÍTULO

FINANÇAS PESSOAIS
INSTRUTORES

Géssica Magalhães Peres


Elizabete Porto Magalhães
ORIENTADOR

Prof. Francisco José Carneiro Linhares


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Estudante do ensino médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

O presente minicurso busca abordar os principais pontos de Finanças Pessoais, como Planejamento Financeiro, elaboração de
orçamento e controle na execução deste, além de motivar os participantes a administrarem melhor seus recursos financeiros,
através de planejamento e controle de um orçamento pessoal, bem como dar incentivo a estes a traçarem metas de poupança x
investimentos. Para dar maior seriedade e relevância ao assunto, no capítulo de apresentação das definições essenciais que
integra o mundo das finanças há comparação das finanças pessoais com uma empresa, aproveitando para aprimorar a visão das
finanças com algumas definições tomadas da contabilidade, e que servirão para mostrar como circulam os recursos financeiros
em um orçamento. Em outro momento do curso será apresentada dicas de como elaborar o orçamento financeiro, para através
deste se fazer provisões de objetivos e metas. Por último, na parte que dispõe de investimentos, tendo em vista que o campo de
criação de produtos financeiros no mercado brasileiro é muito amplo, serão apresentados em três categorias, exemplificando cada
uma destas, concluindo com seus atributos e os tipos de investidores do mercado.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Abordar os principais conceitos no campo das Finanças, os quais compõem um orçamento pessoal, através de definições da
Contabilidade;

157
Despertar o interesse dos participantes deste minicurso a administrarem e controlarem melhor suas finanças, através de
planejamento e controle de um orçamento pessoal;
Incentivar ao público alvo a traçarem metas de poupança x investimentos;
Demonstrar a importância de uma vida financeira equilibrada
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Independência Financeira;
2. A Sua Casa é uma Empresa;
3. Planejamento Financeiro;
3.1 Orçamento;
3.2 Objetivos x Metas;
3.3 Dívidas;
4. Investimento x Poupança;
Investimentos em juros;
Investimentos em lucros;
Outros investimentos;
4.1 Perfil do Investidor;
Atributos dos Investimentos.
METODOLOGIA

Aulas expositivas acompanhadas de slides, buscando interações entre alunos x instrutores; apresentações de vídeos no início e
final do curso, bem como realização de exercício prático e dinâmica de grupo.
RECURSOS DIDÁTICOS

Datashow;
Apostila;
Filme;
Slides;
Notebook.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Associação Brasileira Incentivo. Curso de Finanças Pessoais. São Paulo, 2009. Disponível em: www.incentivo.org.br
CARNEIRO, Apolonio. Apostila de Finanças Pessoais: Entenda Melhor as suas Finanças. Disponível em:
www.tjpe.gov.br.drh/informativo/comunicaRH/2005/imagens/apostila.pdf
DESSEN, Márcia. O Tripé dos Investimentos: segurança, liquidez e rentabilidade. Artigo disponível no site
computadoresmac.blogspot.com/.../o-tripe-dos-investimentos-seguranca.html
FEIJÓ, Bruno Vieira. Sua casa é uma empresa. Revista Você S/A. Seção Dinheiro. Edição 136, outubro de 2009.
SILVA, Sebastião. Finanças Pessoais. Editora Prometo Gráfico: 2007.
ZENTGRAF, Roberto. O guia prático de finanças do Roberto Zentgraf: aprenda a lidar com seu dinheiro de forma inteligente . - Rio
de Janeiro: Elsevier, 2009.

158
ÍTULO

COLEÇÕES BOTÂNICA: ESTRATÉGIA DE ENSINO APRENDIZAGEM


INSTRUTORES

Ariana Veras de Araújo e Renata de Araújo Azevedo


ORIENTADORA

Profa. Dra. Marlene Feliciano Mata


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do ensino médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

Este minicurso busca auxiliar no processo de ensino-aprendizagem dos alunos do ensino médio quanto aos conteúdos de Botânica
através de metodologias mais didáticas e mostrar que os conteúdos Botânicos podem ser compreendidos de forma significativa
quando trabalhados envolvendo teoria e prática ao invés das tradicionais aulas expositivas onde são usadas receitas prontas
encontradas nos livros didático.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Tornar o conteúdo de botânica mais compreensível quanto às coleções botânias e a caracterização dos grupos vegetais;
Contribuir com a aprendizagem e com a integração dos alunos nas atividades práticas de biologia;
Proporcionar através da ação a descoberta do encantamento de novas formas de aprender Biologia.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Coleções botânicas Algas;


Briófitas;
Pteridófitas;
Gimnospermas;

159
Angiospermas.
METODOLOGIA

Apresentação do grupo através de uma dinâmica e a aplicação de um questionário de sondagem para diagnosticar o que os
participantes sabem sobre o tema abordado. Em seguida haverá a apresentação do mini-cursoenfati-zando seus objetivos,
caracterização dos grupos botânicos em slides e exposições de plantas que representem cada grupo (briófitas, pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas), também será enfatizado a relação das algas dentro da evolução desses grupos por meio da
confecção de painéis, logo após realizaremos uma ati-vidade prática com a flor da Papoula (Hibiscus rosa- sinensis ).
Será trabalhado o que são coleções botânicas e sua importância quanto a aprendizagem através de slides e de demonstrações de
coleções de plan-tas (briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas), de madeira, de frutos e de sementes. Em seguida será
demonstrado como é realizado o processo de pren-sagem para a confecção de exsicatas e ao final haverá novamente a aplicação
da sondagem visando identificar os pontos positivos do mini-curso quanto a aprendi-zagem dos alunos em botânica.
RECURSOS DIDÁTICOS

Notebook, data show, cópias do resumo do conteúdo e cópias do questionário de sondagem.


Confecção dos painéis: espécimes representantes dos grupos botânicos, folhas de isopor, EVA, linha, agulhas e pincéis coloridos.
Prática da flor: folhas A4 40 kg, fitas adesivas, pinceis coloridos.
Processos de prensagem: ramos de plantas, jornais, papelões e cordões.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

AMABIS, J. M; MARTHO, G. R.Biologia dos Organismos. Vol.2. Moderna. 2ª ed. São Paulo, 2004. 610p.
PURVES, W. K; SADAVA, D.; ORIANS, G.H. Vida: A ciência da Biologia. Porto Alegre: Artmed, 2002. 1126 p.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 830p.
SOUSA, V. C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identifi-cação das famílias de Angiospermas da flora brasileira,
baseado em APG II. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2005. 640 p.
VIDAL, W. N.; VIDAL, M. R. R. Botânica-Organografia: quadros sinóticos i-lustrados de fanerógamos. 3ª ed. Viçosa: UFV, 1990. 114p.

160
TÍTULO

PERFIL DO PROFISSIONAL BIÓLOGO


INSTRUTORES

Victor Paulo Mesquita Aragão


ORIENTADOR

Profa. Lúcia Betânia Andrade


PÚBLICO ALVO

Alunos do Ensino Médio da Rede Pública estadual da região Norte do Estado do Ceará
PÚBLICO A QUE SE DESTINA

08 Horas
O CURSO!

O minicurso traz para os alunos do Ensino Médio da Rede Pública Estadual de Ensino da região Norte do Estado do Ceará, uma visão
geral do perfil do profissional biólogo, além de apresentar aos discentes a estrutura e funcionamento dos cursos de licenciatura e
bacharelado em biologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA.
O minicurso mostra as áreas de atuação do biólogo, em que este pode trabalhar, quais suas responsabilidades e competências,
além de enfocar a importância deste profissional para o desenvolvimento e sustentabilidade do país, dando ênfase a preservação
ambiental e a busca pela sustentabilidade. A habilitação do profissional (registro) para o exercício legal da profissão e o mercado
de trabalho no Brasil também e são temas abordados no minicurso. O corpo discente terá ainda uma visão na prática de como é o
trabalho do biólogo nos laboratórios, com visitações nos laboratórios do curso de biologia da UVA.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

- Apresentar aos alunos o perfil do profissional biólogo, dando ênfase aos seus objetos de estudo, áreas de atuação, além de suas
habilidades e competências necessárias para o desenvolvimento da profissão;
- Apresentar aos discentes a estrutura e funcionamento dos cursos de licenciatura e bacharelado em biologia da Universidade
Estadual Vale do Acaraú.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

161
- Perfil geral do profissional biólogo;
- competências e habilidades necessárias para o desenvolvimento da profissão;
- áreas de atuação;
- mercado de trabalho;
- estrutura e funcionamento dos cursos de biologia e bacharelado da Universidade Estadual Vale do Acaraú.
METODOLOGIA

- Aulas expositivas: Conteúdo expositivo. Durante exposição do conteúdo serão ministradas dinâmicas para melhor interação entre
o corpo discente.
- Aula prática: Visitações aos laboratórios do curso de biologia da UVA.
RECURSOS DIDÁTICOS

- Quadro branco, pincel, data show, notebook e folhas de papel A4;


- aula prática: Mostra de equipamentos de laboratório.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

KRASILCHICK, M. Prática de ensino em biologia. 4 ed. São Paulo, Harbra. p.


77-193, 2004.
Site: http://www.crbio5.org.br/crbio5/index.shtml. Acesso em 11/10/2010
Site: http://www.unifap.br/biologia/obiol.htm. Acesso em 11/10/2011.

162
TÍTULO

HERBÁRIO: ESTRATÉGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM BOTÂNICA


INSTRUTORES

Maria Otammires Mora Mesquita e Mirian Moraes de Sales


ORIENTADORA

Profa. Dra. Marlene Feliciano Mata


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio das Escolas Públicas vinculadas à CREDE 6


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

As coleções de herbário constituem uma ferramenta poderosa para o conhecimento sistemático e o entendimento das relações
evolutivas e fitogeográficas da flora de uma determinada área, região ou continente. Um herbário também é um forte instrumento
didático para o treinamento de estudantes e técnicos o reconhecimento da flora de um determinado local ou região. Serve ainda
como referência para o desenvolvimento de pesquisas, teses, dissertações e monografias sobre os mais variados aspectos da
Botânica, como sistemática morfologia, taxonomia, evolução e fitogeografia. No Ensino Médio, caracteriza-se como uma estratégia
para desenvolver conceitos de Biologia a partir da manipulação de plantas e suas estruturas de forma a tornar a aprendizagem
mais envolvente e instigante, considerando que a Botânica apresentada como ciência de estudo dentro da Biologia. Em outras
palavras, para que se inicia no estudo das Ciências Biológicas, aprender como se produz os conhecimentos é tão ou mais
importante do que possuir informações sobre os mesmos, sem qualquer metodologia adotada. Desta maneira propõe-se a criação
de um Herbário escolar como forma de motivar os jovens alunos do ensino médio, já que o ensino de botânica vem sendo abordado
com um déficit de estratégias para a exploração dos conteúdos em sala de aula. A inovação didático pedagógica busca privilegiar
práticas de ensino que ofereçam condições necessárias para a aprendizagem significativa no ensino de Botânica. O herbário
escolar, sob o ponto de vista didático, é um recurso que permitirá ao professor fazer as adaptações necessárias ao suprimento de
suas particularidades ou necessidades locais. Alunos do ensino médio têm problemas de incompreensão de vocabulário na Biologia
como um todo, fato que deve-se a falta de interação professor aluno , principalmente pela escassez de dinâmicas que explorem o
universo do conhecimento de modo a constituir verdadeiramente uma ponte de ligação entre a atividade, o ensino e a
aprendizagem-alvo. Assim as inovações pedagógicas em sala de aula tornam-se necessárias para superar o problema em questão.
OS PARTICIPANTES!

163
OBJETIVOS

Desenvolver atividades práticas-educativas através de elaboração de materiais didáticos (Herbário Escolar) voltados para o
melhoramento do ensino de Botânica no Ensino Médio.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Dia 21 de outubro de 2010


14:30 h – Apresentação dos instrutores e dos alunos;
14:45 h – Exposição teórico do tema do minicurso através de slides e demonstração prática com materiais do Herbário Professor
José de Abreu Matos – HUVA;
16:45 h – Visita ao Herbário Professor José de Abreu Matos – HUVA onde se demonstrará a partir de sua estrutura física, a
dinâmica diária de um herbário e sua função.
Dia 22 de outubro de 2010
14:15 h – Explanação geral dobre a atividade a se realizar na sequência;
14:30 h – Coleta de plantas nas dependências do Campus Betânia;
15:30 h – Prensagem do material coletado;
16:30 h – Costura de material coletado e desidratação interiormente pelos instrutores;
17:30 h – Encerramento do minicurso.
METODOLOGIA

Aulas teóricos expositivas, demonstrativas, práticas e de campo.


RECURSOS DIDÁTICOS

Notebook, data show, Material do Herbário; excicatas prontas, 10 sacos plásticos 50 kg, 10 tesouras de poda, jornal, papelão, prensa
de madeira, caderneta de coleta de campo, papel madeira, cartolinas, linha e agulha para a preparação do material, estufa para a
secagem das plantas coletadas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Herbário escolar: suas contribuições ao estudo da botânica (foco: biodiversidade)


Disponível em: WWW.diadiadeeducacao. pr.gov/portals/pde
Acesso em: 14/10/2010
Herbário escolar: suas contribuições ao estudo da botânica no ensino médio.
Disponível em: WWW.diadiadeeducacao. pr.gov/portals/pde
Acesso em: 14/10/2010
164
TÍTULO

O MUNDO DA GENÉTICA NA PRÁTICA


INSTRUTORES

Andréia Márcia Santos Pinto, Bruna Silva Rodrigues, Dianna Mara de Oliveira Cunha, Francisco Enágio de Oliveira, Gislane dos
Santos Sousa e Jocielma dos Santos de Mesquita.
ORIENTADOR

Lúcio Roberto Rodrigues Peixoto


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

Com o auxílio de atividades práticas escolhidas antecipadamente e seguindo uma linha de raciocínio, podemos facilitar de forma
divertida e prazerosa o entendimento de conteúdos considerados de difícil aprendizagem.
As práticas abordam de conteúdos básicos a conteúdos mais específicos de genética, onde através de jogos, práticas laboratori ais
que envolvem arte e modelos, permitindo uma maior interação entre o conhecimento o professor e o aluno, além de contribuir para
o processo de ensino e aprendizagem.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Fortalecer o ensino de genética;


- Aproximar os alunos das modalidades práticas de ensino;
- Despertar nos alunos a visão de uma possível carreira profissional na área da Biologia;
- Promover a fixação de conteúdos vistos em sala de aula;
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Serão realizadas oito práticas, sendo divididas em quatro por dia. Estaremos abordando nas práticas conteúdos já de
165
conhecimento dos alunos, onde possibilitaremos aos mesmos uma maior aproximação de conteúdos como:
- Estrutura do DNA;
- Extração de DNA;
- Código genético;
- Tipagem sanguínea;
- Grupos sanguíneos;
- Conceitos básicos de genética.
METODOLOGIA
Os instrutores foram divididos em duplas, onde cada dupla ministrará uma prática. Os conteúdos serão repassados com uma breve
explanação dos mesmos e das práticas conseqüentes. De acordo com a prática, a turma será dividida em grupos para melhor
interação e compreensão de todos.
RECURSOS DIDÁTICOS

- Papel A4 (colorido e branco);


- Cartolina (colorida e branca);
- E.V.A.;
- Fita adesiva;
- Cola;
- Canetas coloridas;
- Lápis de cores;
- Caixas de fósforos;
- Bases de madeira;
- Arames;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Amabis, JM; Martho, GR (2004). Biologia das populações, São Paulo: Moderna
Junqueira, L.C.; Carneiro, J. Biologia Celular e Molecular. 3a Ed. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, RJ. 1983.

166
TÍTULO

POTENCIALIDADES DA FLORA DA CAATINGA


INSTRUTORES

Francisco Augusto e Jamilli Menezes de Brito


ORIENTODORA

Profa. Dra. Marlene Feliciano Mata


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio das Escolas Públicas vinculadas à CREDE 6


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

A palavra Caatinga (vem di Tupi e significa Mata Branca) é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte
do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. Este nome decorre da paisagem
esbranquiçada apresentada pela vegetação durante um período seco: a maioria das plantas perde as folhas e os troncos tornam-
se esbranquiçados e secos. A caatinga ocupa uma área de cerca de 850.000 km 2, ou seja, cerca de 10% do território nacional.
Este bioma é o mais fragilizado dos biomas brasileiros. A vegetação da caatinga é adaptada às condições de aridez (xerófila).
Foram registradas até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas. Apresenta
vegetação típica de regiões semiáridas com perda de folhagem pela vegetação durante a estação seca. Anteriormente acreditava-
se que a caatinga seria o resultado da degradação da de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a
Floresta Amazônica. Esta crença sempre levou a falsa idéia de que o bioma seria homogêneo, com biota pobre em espécies e em
endemismos, estando pouco alterada ou ameaçada, desde o inicio da colonização do Brasil, tratamento este que tem permitido a
degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de várias espécies, principalmente de grandes mamíferos, cujo registro
em muitos casos restringe-se atualmente a associação com a denominação das localidades onde existiram. Entretanto, estudos e
compilações de dados mais recentes apontam a caatinga como rica em biodiversidade e endemismos, e bastante heterogênea.
Muitas áreas que eram consideradas como primárias são, na verdade, o produto de interação entre o homem e seu ambiente. Além
da importância biológica, a caatinga apresenta um potencial ainda pouco valorizado. Em termos forrageiros, apresenta espécies
como a pau ferro, a catingueira verdadeira, a catingueira rasteira, a canafístula, o mororó e o juazeiro que poderiam ser utilizadas
como opção alimentar para caprinos, ovinos e bovinos. Entre as de potencialidades frutífera, destacam-se a aroeira, a braúna
dentre outros. O que torna a caatinga um ambiente rico que necessita de projetos voltados à preservação.
OS PARTICIPANTES!

167
OBJETIVOS

Identificar as principais espécies que compõem a flora da Caatinga através da caracterização morfológica, seu potencial e uso.
Conhecer a importância das espécies da Caatinga.
Despertar interesses nos alunos sobre a importância, uso adequado e conservação da Flora da Caatinga.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Dia 21 de Outubro de 2010


14:00 h – Apresentação dos instrutores e dos alunos e aplicação do questionário;
14:45 h – Exposição teórica do tema do minicurso através de slides;
15:45 h – Aula prática: conhecendo as potencialidades da flora da caatinga;
Dia 22 de Outubro de 2010
14:15 h – Exposição das potencialidades econômicas da Caatinga;
14:45 h – Vídeo;
16:45 h – Aplicação do questionário;
17:00 h – Técnicas de coleta do material botânico;
17:45 h – Encerramento do minicurso.
METODOLOGIA

Aulas; teórico-expositivas, demonstrativa e práticas.


RECURSOS DIDÁTICOS

Data show papel A4, cartolinas (10), pinceis (10), e Xerox (30)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MENDES, B. V. Plantas das caatingas: umbuzeiro, juazeiro e sabiá. Mossoró: Fundação Vingt-Um Rosado, 111p. 2001.
SAMPAIO, E. V. S. B.; GIULIETTI, A. M.; VIRGÍLIO, J.; GAMELEIRA-ROJAS, C. F. L. Vegetação e flora da caatinga . Recife: Associação
Plantas do Nordeste – APNE; Centro Nordestino de Informações sobre Plantas-CNIP, 176,p. 2002.

168
TÍTULO

A CULTURA INDÍGENA NO CEARÁ E NA SERRA DAS MATAS


INSTRUTORES

Fagner Sales de Souza


ORIENTADOR

Prof.Ms. Pedro Fernandes de Queiroz


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio da Rede Pública


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

A cultura em todas as suas formas, fica esquecida meio a correria da modernidade, acabamos por deixar de lado as nossas raízes
e costumes.
Preferimos as coisas mais complexas do que as de cunho cultural e de raíz. A cultura indígena por ser a ―origem do nosso povo‖,
pois temos descendências dos mesmos em várias cidades, vale citar, Ibiapina, São Benedito, Caucaia, Crateús, Monsenhor Tabosa,
Tamboril dentre outras, deve ser colocada como ponto chave na diversificação cultural do nosso estado e não pode ser deixada de
lado e tampouco esquecida.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Mostras para as pessoas a nossa verdadeira origem e buscar a preservação das nossas raízes.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Etnocentrismo, cultura, o modo de vida indígena, economia, artesanato, culto.


METODOLOGIA

A utilização de imagens e textos para mostrar como funciona a organização dos povos indígenas e a sua distribuição no estado do

169
Ceará.
RECURSOS DIDÁTICOS

Fotos, mapas, artesanato, textos, dentre outros.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Dados de José Glebson Vieira em A (Im)pureza do sangue e o perigo da mistura: uma etnografia do grupo indígena Potyguara da
Paraíba - dissertação de mestrado em Antropologia Social, UFPR, 2001.
DANTAS, Beatriz Gois et. Alli. Os Povos Indígenas no Nordeste Brasileiro: Um Esboço Histórico. In, CUNHA, Manuela Carneiro da.
(org.) História dos índios no Brasil. 2ª ed., São Paulo: Cia. Das Letras/ Secretaria Municipal de Cultura/FAPESP, 1998, pp. 431–
456.
OLIVEIRA, João Pacheco de (org.) Uma etnologia dos 'índios misturados': situação colonial, territorialização e fluxos culturais. In,
OLIVEIRA, João Pacheco de (org.). A viagem da volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. Rio de
Janeiro: Contracapa. 1999. pp. 11–41.
PORTO ALEGRE, Maria Sylvia; MARIZ, Marlene da Silva; DANTAS, Beatriz Gois (Orgs.). Documentos para a história indígena no
nordeste: Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe. São Paulo : USP-NHII/FAPESP, 1994. 269 p.
PORTO ALEGRE, Maria Sylvia. Aldeias indígenas e povoamento no Nordeste no final do século XVIII: aspectos demográficos da
cultura do contato. (Trabalho apresentado no GT "História Indígena e do Indigenismo", no XVI Encontro Anual da ANPOCS, Caxambú-
MG, 1992).
Comissão das borboletas. Fortaleza: Museu do Ceará/SEC. 2003.
SILVA, Robson Cândido da.Relatório de levantamento preliminar das terras a verificar no estado do Ceará. FUNAI: Brasília.
Digitado. Setembro de 2004.

170
TÍTULO

FONTES HISTÓRICAS E O OFÍCIO DE HISTORIAR


INSTRUTORES

Talynne Rose Gomes Portela – Graduanda em História pela UVA


ORIENTADOR

Prof. Dr. Carlos Augusto Pereira do Santos – Orientador, professor e coordenador adjunto do Curso de História da UVA
PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio de escolas vinculadas à CREDE 6 e alunos de Escolas particulares de Sobral e regiões vizinhas
CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

A História encontra-se em todos os lugares: na escola, na comunidade, na família, na padaria do Zé, nos espaços da Cidade e nas
vivências cotidianas. O historiador ao examinar os acontecimentos do passado, busca nos registros e documentos deixados pelas
vivências e experiências humanas, as razões, motivos e condições dos fatos ocorridos. Entretanto, os vestígios e as fontes não são
espelhos fiéis dos fatos ocorridos, devem ser sempre interpretados e analisados partindo do espaço, do tempo e de quem os
produziu, questionando qual a intenção? Para quem produziu? Em que tempo e espaço?
Portanto, analisar e (re) interpretar as fontes históricas, se torna importante, pois, a partir daí, entendemos as transformações
ocorridas no tempo, podendo assim (re)criar nossas histórias, promovendo a construção de identidades e de pertencimentos.
Assim, a partir das considerações acima expostas, o minicurso ao oportunizar conhecimentos acerca dos vestígios históricos
(Fontes Históricas), teorias, métodos de análise, de interpretação e técnicas, possibilitará aos participantes conhecer e, a partir
daí, problematizar a sua realidade a fim de nela atuarem e possibilitarem uma transformação social, demandando a elaboração ou
reelaboração de conceitos e noções, desenvolvendo a postura crítica dos alunos, da construção de identidades e de
pertencimentos à História, ao espaço local e regional.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Trabalhar as fontes históricas como bússolas de orientação para as ações dos sujeitos nas esferas micro (escola, bairro, família) e
macro (cidade, Estado, Nação).
Fazer apreender que a história se faz de diversas maneiras, e que os registros das experiências humanas (as fontes históricas )
são também diversificados e sua produção segue seu tempo e espaço histórico;
Desenvolver nos alunos habilidades de identificação, observação, análise e interpretação de diferentes fontes históricas.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Introdução ao curso de História;


Descobrindo as diversas fontes históricas;
Atividades de um profissional da história;
As fontes históricas como vestígios do passado;

171
Meios de investigação do passado;
Trabalhando as fontes históricas: imagens, documentos e oralidade;
Procedimentos e Métodos;
O uso das Fotografias como fontes para o conhecimento histórico;
Discutindo a Oralidade: os depoimentos e entrevistas como fontes;
Entendendo os documentos como históricos;
Os filmes como fontes para o estudo histórico;
A História nas músicas;
Conclusão;
Apresentação do filme: Sherlock Holmes;
Debate e encerramento.
METODOLOGIA

Aulas expositivas, debates e apresentação de filme.


RECURSOS DIDÁTICOS

Utilização de Data show, notebook, caixa de som, Xerox de textos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PINSKY, Carla Bessanezi. (org.) Fontes Históricas. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2008.
BORGES, Vavy Pacheco. O que é História. São Paulo: Brasiliense, 2003. (Coleção Primeiros Passos, 17).
MEIHY, José Carlos Sebe Bom. História Oral: como fazer, como pensar. São Paulo: contexto, 2007.
VIEIRA, Maria de A.; PEIXOTO, Maria do Rosário da C.; KHOURY, Yara Maria Aun. A Pesquisa em História. 4 ed. Editora Ática. Série
Princípios.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
CARDOSO, Ciro Flamarion; MAUAD, Ana Maria. História e imagem: Os exemplos da fotografia e do cinema. In.: CARDOSO, Ciro
Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. (org.). Domínios da História: ensinos de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. P.
RABELO FILHO, José Valdenir. Fontes Históricas e o Oficio do Historiador: Relatos de memórias como vestígios de um tempo
passado. [s.n.l.].
SANTOS, Joaquim Justino dos. História do lugar: um método de ensino e pesquisa para as escolas de nível médio e fundamental.
História, Ciências, Saúde. Manguinhos. Rio de Janeiro, vol. 9(1):105-24, jan.-abr. 2002.
REZNIK, Luís. História Local e Comunidade: o Exercício da Memória e a Construção de identidades. [s. n. l.].

172
TÍTULO

HISTÓRIA E CIDADES
INSTRUTORES

José Valdenir Rabelo Filho


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

―Essa história começa ao rés do chão, com passos‖. Caminhar pela cidade é praticar um ―lugar palimpsesto‖, é moldar, a partir das
passagens caminhatórias, espacialidades, é lançar suspeita, é transgredir a lógica da textura urbana, é andarilhar nas trilhas dos
passos perdidos, (in)visíveis, ―ordinários‖. Nesta medida,
é preciso pensar a pluralidade do real, dos espaços enquanto lugares praticados não somente por atores pertencentes a uma rede
de posses, de poder de compra, mas sim, também, por personagens ―ordinários‖, anti-heróis, que trafegam num campo de
invisibilidade social, que se deslocam e demarcam novas espacialidades no cerne dos territórios do ―poder‖ e da ―ordem‖, que
teimosamente desenham possibilidades de sobrevivência como ato de resistência à fixidez ou aridez das relações sociais. Ler o
espaço urbano, então, é ir ver nos ―centros do poder‖, os descentramentos produzidos por catadores de lixo, moradores de rua,
pedintes, flanelinhas, vendedores ambulantes, ―meliantes‖, passantes anônimos, não heróis, que com uma teimosia desmedida
(re)inventam a organicidade do tecido urbano, faz ter vida a Cidade a partir de suas muitas vozes, gritos, ritos, atos libidinosos, de
violência, de transcendência.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Pretendemos abrir uma discussão sobre a História e suas novas abordagens, seus saberes e fazeres, suas outras formas de
contar, de narrar o passado a partir das circunstâncias do presente, de tornar visível novos atores a partir da leitura de seus
espaços. Situar o processo de renovação historiográfica, a fim de melhor aproximar o estudante à história da História, indicando
em que momento o profissional desta área do saber toma a cidade como objeto de análise, é o nosso objetivo, na medida em que

173
apresentamos experiências cotidianas de atores sociais em diversos espaços e tempos. Com tais encaminhamentos, espera-se que
os alunos envolvidos possam fiar outras leituras sobre a história, na medida em que passem a observá-la como um lugar do
possível, do conflito, de negociações, do estabelecimento e ruptura de fronteiras e territorialidades, para que se vejam como
atores sociais que encenam
muitas histórias, para que se sintam protagonistas de uma rede de relações sociais complexa, dinâmica, possível de ser narrada
pelo historiador em tempos indeterminados.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. A história da História;
2. História e cidades: desafios;
3. ―Escritas de si, escritas da História‖: espaços e narrativas;
4. A Universidade, o Curso de História e o ofício do historiador.
METODOLOGIA

Aulas expositivas;
Discussões a partir de material audiovisual;
Problematização a partir de questões indicadas pelos próprios alunos.
RECURSOS DIDÁTICOS

Textos;
Apresentação em Power Point;
Lápis de cor e folhas A4.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE JR. Durval Muniz. História: a arte de inventar o passado. In: História: a arte de inventar o passado. Ensaios de Teoria
da História. Bauru, SP: Edusc, 2007. pp. 53-65.
CALVINO, Ítalo. As cidades invisíveis. Trad. Diogo Mainardi. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 3° Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
GINZBURG, Carlo. Sinais: Raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos,
emblemas, sinais: morfologia e história. Trad. Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz. A cidade simbólica: inscrições no tempo e no espaço. In: Estudos Ibero-Americanos. PUCRS, v.
XXXII, n. 1, p. 143-155, junho de 2006.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. ―Cidades visíveis, cidades sensíveis, cidades imaginárias‖, in: Revista Brasileira de História, v.27,
número 53, jan-jun-2007, p.11-23.
PORTELLI, Alessandro. ―O momento da minha vida‖: funções do tempo na história oral. In: FENELON; D. R. MACIEL, L. A.. ALMEIDA, P. R.
de. KHOURY, Y. A.. (Orgs.). Muitas Memórias, Outras Histórias. São Paulo: Olho Dágua, maio/2004.
RABELO FILHO, J. V. Uma Sobral, muitas cidades: apresentando tensões, e decifrando silêncios (1958-1966). Monografia. Sobral:
Universidade Estadual Vale do Acaraú, 2009.

174
TÍTULO

CADÊ O PATRIMÔNIO? CONHECENDO O NOSSO PATRIMÔNIO CULTURAL E VALORIZANDO A HISTÓRIA LOCAL


INSTRUTORES

Edilberto Florêncio dos Santos (graduando do curso de história da UVA)


ORIENTADOR

Prof.Ms. Denis Melo (professor do curso de história da UVA)


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Estudantes do Ensino Médio, ou séries finais do Ensino Fundamental, residentes no município de Sobral.
CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

O debate em torno da preservação das memórias e do patrimônio cultural dos povos tornou-se fator essencial nos dias atuais.
Essa discussão ganha corpo e forma, à medida que percebemos a ruptura entre passado e presente reinante em nossas
sociedades, onde parecemos estar sempre mais ligados ao futuro, à possibilidade do que virá a ser, do que ao nosso passado, que
nos aponta quem somos, e o que apresentamos como sujeitos históricos e sociais.
Assim, o desconhecimento, ou a ausência de relação com o passado, e com o ―nosso passado‖ enraizado na história local, tem nos
esvaziado dos sentimentos de pertença e das relações de identidade, de forma que conhecemos e sabemos o que se deu em
diversos países, e nas grandes capitais, mas desconhecemos a história de nossa família, de nosso bairro e de nossa cidade.
É nesse sentido que, sem conhecermos o passado, não nos reconhecemos no presente, e não tomamos conhecimento do legado
sobre o qual construímos nossa realidade e nossas relações no mundo. O passado se faz presente, entre outras coisas, através do
patrimônio cultural que nos foi legado, e que é resignificado constantemente em nosso presente. De forma que, desde as
edificações até os saberes e fazeres de nosso povo, contam a nossa história e retratam o que somos e temos como sujeitos
coletivos. Pois como bem afirma Mario das Chagas, ―... o patrimônio (tangível e intangível) pode ser compreendido como ponte
entre espaços, tempos, indivíduos, coletivos e culturas diferentes.‖
Nesse sentido buscar entender esta ponte que nos liga histórico e culturalmente, nos possibilita pensar quem somos e construir
nossas identidades, através dos problemas e dos questionamentos do tempo presente. Percebendo por meio desta reflexão, que
história e patrimônio, assim como as pontes, são construções, e que abrigam em seu seio conflitos de poder e de interesses, nas
quais também colaboramos e interferimos como construtores, escolhendo por quais pontes queremos caminhar, e que destinos
iremos buscar.
OS PARTICIPANTES!

175
OBJETIVOS

Conhecer e debater as noções de patrimônio cultural, em suas diversas abordagens e vertentes, contextualizando o patrimônio
dentro da esfera local.
Discutir a idéia de patrimônio através do processo de formação histórico da cidade de Sobral, lançando, assim, um olhar crítico
sobre a cidade e sua história, relacionando passado e presente.
Analisar o patrimônio como fator essencial na construção de identidades, campo de embates e interesses, fruto de um processo
realizado pelos vários sujeito que fazem a história.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. O que é Patrimônio?
Conhecer e discutir os conceitos sobre patrimônio e cultura, possibilitando refletir acerca de questões como: o que é patrimônio
cultural, como e quando surge esse conceito, qual a diferença entre patrimônio material e imaterial, o que pode ser considerado
patrimônio e qual as importâncias do patrimônio dentro de nossa sociedade.
2. Preservando o patrimônio
Debater sobre os mecanismos para preservação do patrimônio cultural, o porquê de se preservar o patrimônio coletivo, refletindo
quem são os responsáveis por essa preservação. Conhecendo e debatendo, assim, o que é o tombamento e o registro de bens
patrimoniais, bem como a importância e atuação do IPHAN, e outras instituições e formas de preservação do patrimônio cultural.
3. Nossa história e nosso patrimônio
Analisar o processo de formação de nosso patrimônio e de nossas identidades, através do estudo e da análise acerca da histórica
local, compreendendo os diversos sujeitos que produziram as histórias da cidade de Sobral, em seus vários momentos. Podendo
perceber o processo de constituição de nosso patrimônio cultural por meio das relações entre passado e presente.
4. O patrimônio na formação (representação) de nossa identidade
Perceber e discutir a relação entre o conceito de patrimônio e a noção de identidade, bem como o sentimento de pertença a uma
coletividade, exemplificando e apreendendo esta discussão através das diversas manifestações da cultura local, tanto material
quanto imaterial, evidenciando a pluralidade de nosso patrimônio cultural e discutindo as relações históricas e culturais entre
passado-presente, tradição-modernidade, e permanências e mudanças.
METODOLOGIA

O minicurso constará de aulas reflexivas que permitam o exercício da análise histórico-crítica por parte dos alunos, de acordo com
o nível de discussão referente a sua inserção na área do conhecimento, e sua seriação dentro da educação básica.
A atividade será dividida em dois momentos, onde inicialmente buscaremos nos aproximar de conceitos e práticas referentes ao
patrimônio cultural, e no segundo momento contextualizaremos o patrimônio cultural através da discussão no campo da história
local, relacionando o patrimônio, sua formação e sua categorização como tal, dentro dos movimentos e embates do campo da
história.
176
Desta forma, a abordagem metodológica se dará através das seguintes ações:
- trabalhos em grupo com questões geradoras para debate;
- discussão de pequenos textos e vídeos acerca da história e do patrimônio;
- problematização de imagens acerca do patrimônio cultural local;
- apresentação de experiências de educação para o patrimônio;
- atividades de registro do patrimônio cultural local.
RECURSOS DIDÁTICOS

Dentro da abordagem metodológica adotada serão utilizados os seguintes recursos didáticos:


- Quadro branco e pincéis;
- Computador e projetor;
- Papel e caneta para realização de atividades com os estudantes;
- Projeção de fotografias sobre o patrimônio cultural de Sobral, no passado e no presente;
- Apresentação de vídeos acerca de experiências de educação para o patrimônio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS

(Org.) PAIVA, Olga Gomes de; JUNIOR, Antonio Wellington de Oliveira. Sobral: patrimônio de todos: roteiro para preservação do
patrimônio cultural. Fortaleza: Iphan, 2008.
ARAUJO, Francisco Sadoc de. Origem da Cultura Sobralense. Sobral: Edições UVA, 2005.
FREITAS, Nilson Almino de. Sobral: Tradição e Opulência. Sobral: Edições
UVA, 2000.
GIRÃO, Glória Giovana Mont‟ Alverne; SOARES, Maria Norma Maia. Sobral história e vida. Sobral: Edições UVA, 1997.
HORTA, Maria de Lourdes Parreira; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia Básico de Educação Patrimonial.
Brasília: Iphan/ Museu Imperial, 1999.
MARTINS, Maria Helena Pires. Preservando o patrimônio e construindo a identidade. São Paulo: Moderna, 2001.
ROCHA, Herbert. O lado esquerdo do Rio. São Paulo: Hucitec, 2003.

177
178
TÍTULO

UMA DISCUSSÃO FILOSÓFICA ACERCA DA RELAÇÃO DO HOMEM E NATUREZA


INSTRUTORES

Jamile Rodrigues Lima e Simone Carlos da Silva


ORIENTADOR

Prof. Marcos Flávio Alexandre da Silva


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

8 h/a
O CURSO!

A problemática proposta não é nova visto que o homem vem a interferir em seu meio desde sempre; entretanto, é pertinente que a
tratemos ainda em tempos correntes. O estudo da relação homem-natureza tem relevância já entre os pré-socráticos, na
denominada Filosofia da Physis, na qual os sábios filósofos, curiosos acerca da origem do COSMOS (natureza como compreensão
universal da mesma), investigavam a arché (princípio, de onde as coisas vêm), como maneira de desvendar a origem do mundo-
natureza-homem de forma especulativa. Já percebendo a dependência do homem com esse sistema de coisas. Nessa linha,
podemos citar importantes teorias como as de: Tales, que percebendo que todas as coisas vivas continham água e que morrendo
murchavam e ainda que ela pode se apresentar em vários estados, postulou como princípio a água. Já Anaximandro identifica a
origem do esquema cosmológico como o apeirón, a substância primeira, imortal e divina, que envolve e governa todas as coisas,
distinta de todos os elementos, fonte inesgotável em que todos igualmente se alimentam; Anaxímenes, discordando que o princípio
pudesse provir de algo exterior à composição das coisas que são, reivindica o ar como elemento primeiro, de onde tudo se deriva,
através de seus processos de rarefação e condensação. A abordagem dos physicos, que foi tida como tema superado pela Filosofia
do Ser-empreendida pela tríade dos famigerados: Sócrates, Platão e Aristóteles- é considerada por Nietzsche, que pensa a questão
como sendo de suma importância. O filósofo argumenta no seguinte trecho que: ―A Filosofia grega parece começar com uma idéia
absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário determo-nos nela e levá-la a
sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo
lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida
(estado latente, prestes a se transformar), está contido o pensamento: ―Tudo é um‖(Friedrich Nietzche, in A Filosofia na Idade
Trágica dos Gregos.) E mostra Tales, e por conseguinte, todos os outros filósofos de sua mesma classificação como investigadores
da natureza.
Tais teorias podem parecer simplistas por utilizarem-se do método especulativo, e irrelevantes frente aos ―grandes avanços da
ciência‖, todavia, elas serviram de base fundamental para pesquisas posteriores. Inspirados na curiosidade natural da Filosofia da
Physis,e servindo-se da sua questão primordial: a compreensão da natureza do universo, estudiosos , dispondo de maiores
recursos e tecnologia, analisaram a natureza com fins específicos, dividindo as ciências em biologia, física e química, com o intuito
de usar do saber acerca dela em benefício do homem. Desenvolvendo através de elementos naturais (entenda-se essa expressão
nesse contexto, como tudo que provém da natureza), a farmacologia, a medicina, o avanço da tecnologia e todos os seus campos de
abrangência, enfim tudo que o homem produziu.
Para falarmos sobre a relação homem-natureza cabe antes de tudo,que justifiquemos a nossa concepção de natureza.
Compreendamos então como natureza todas as partes que constituem o universo. Desde as menores, que a ciência já se
179
empregara a denominá-las átomo, consideremos também as partículas que compõem os átomos, e a junção e fusão dos átomos
que ao se aglomerarem formam as mais infinitas possibilidades de coisas e acrescentemos que elas podem conter vida ou não.
Chamemos essas coisas de seres, juntos eles formam sistemas e esses sistemas se estruturam de modo que um ser passa a
depender do outro e os sistemas entre si passam a se interdependerem e todos eles juntos, constituem a natureza. ―As partes têm
relações íntimas e intimamente se encadeiam‖ (Pascal), completando-se, e é nessa complementação que consiste a harmonia, o
equilíbrio desses sistemas, tornando-os como um ser uno, do qual em sua conjuntura possui em si proporções gigantescas.
Diante de tamanha grandeza o homem se configura como um ser particular, ao passo que o mesmo o é também universal à
medida em que também ele integra ao sistema maior. Saindo de um extremo a outro, quando observamos o homem em seu
aspecto particular (a particularidade do ser homem, o que lhe distingue dos outros seres) percebemos a sua pequenez diante da
vastidão da natureza. O homem sempre se serviu dos recursos naturais, em épocas remotas, de maneira primitiva utilizando-se
apenas dos meios que garantissem sua sobrevivência. Ele sempre foi um ser frágil frente a muitos animais e à grandiosidade dos
fenômenos da natureza, sendo, portanto, regido por suas leis. Destarte, mesmo inferior em força o ser humano é dotado de razão,
atributo compensatório de sua fraqueza física. O que lhe proporcionou a capacidade de observar a dinâmica dos sistemas e assim
descobrir seu funcionamento para criar ferramentas, aparatos, instrumentos que o auxiliassem na manutenção da sua vida. Devido
a sua capacidade cognitiva, o homem tem a habilidade de manusear e transformar coisas para utilizar em seu benefício,
característica que não encontramos tão bem elaborada em nenhum outro ser existente.
Já temos esboçado a noção de natureza e de homem como constituinte dela e dotado de razão, portanto, capaz de escolher
agir segundo critérios próprios, independente da racionalidade natural inerentes aos sistemas, (o que muitos filósofos chamam de
causalidade). Na discussão acerca da relação do homem com a natureza, temos respectivamente, elementos da corrente da
Filosofia da Natureza (ou Filosofia da Physis) e da Filosofia do Ser, a que trata de questões ético-morais relacionadasà ação
humana. É nossa função agora analisarmos os efeitos das ações do homem sobre a natureza.
Com a evolução da humanidade e o desenvolvimento da técnica, (a extensão do braço do homem), o homem que outrora era
determinado pelas leis naturais criou mecanismos para prevê-las e conviver com elas. Esse avanço possibilitou melhoria
significativa em sua qualidade de vida, uma vez que sua inventividade aliada à vastidão de recursos naturais são fatores decisivos
para o aumento demográfico e expectativa de vida. São inegáveis os benefícios que o homem gerou para a sua espécie, ao explorar
a natureza. Assim, também, como afirmar o contrário, seria verdadeiro. Nós então, enviesamo-nos em uma aporia? -Não. Essa é a
contradição humana. Expliquemo-nos...
Como já foi dito antes, o homem é parte elementar da natureza, destarte, para firmar-se como parte principal desse sistema,
que pensa ser ele, se vale de todos os meios possíveis da sua engenhosidade para converter os elementos naturais em objetos
para seu uso e comodidade. Agindo feito sanguessugas, sugando todo o tipo de energia existente na natureza para utilizar a seu
bel-prazer, causando o desequilíbrio dos sistemas, tão conhecidos e discutidos em todas as esferas sociais. É sabido por todos,
como clichê, que por conta da falta de limites para a interferência do homem, a natureza, nos moldes que nós precisamos para a
garantia da subsistência da vida humana, como da dos demais integrantes desse grande sistema agoniza. Esse dilema é moda na
contemporaneidade. Não é por falta de informação, que gaia vem sofrendo atentados a todo instante de quem ela propicia a vida. É
de conhecimento geral senão por esclarecimento (como instrução ao saber) e por observação, mesmo que intuitiva dos processos
de degradação, que a natureza vem sofrendo sucessivamente devido ao ―desenvolvimento‖, ao ―avanço‖. A poluição dos rios, devido
aos esgotos, inchaço nas cidades; a poluição dos lençóis freáticos pelos grandes reservatórios de lixos; o assoreamento dos rios,
devido ao desmatamento; a diminuição do oxigênio pelo mesmo motivo, somada a poluição dos mares, que ocasiona a diminuição
das algas azuis, também responsável pela emissão de oxigênio no ar; as fumaças das indústrias, as grandes queimadas e
escapamento dos carros, somados a grandes quantidades de clorofluorcarbono emitido por aerosóis, eletrodomésticos, etc., vêm
aumentando, gradativamente, o buraco na camada de ozônio, que por conseguinte, eleva o efeito estufa, que derrete as calotas
polares, que por sua vez aumentam o nível do mar, causando grandes tsunamis,inundando cidades,...,etc., etc., etc. … parece que
viramos todos especialistas em sabe-se lá o quê (?), sim em ―sabe-se lá o quê‖, pois é notório como essas informações se fixam
em nossa consciência, mas a verdade é que elas se fixam apenas por repetição, não por uma aceitação ética de mudança de
atitude frente a desarmonização a que levamos a natureza, por conta do uso inconsequente e desordenado dos seus recursos.

180
A relação homem-natureza torna-se, em certa medida, uma tensão homem-natureza, posto que vem sofrendo inúmeros
golpes, do primeiro para a segunda e ela tende a devolver. E não estamos tratando disso como se fosse ela (a natureza) portadora
de um ente vingador (metafísico). Todavia, essa é a sua lógica natural, as coisas se dão de maneira cíclica, é normal que ocorram
mudanças naturais no mundo, porém nós vamos apressando esse processo em milhões de anos e corremos o risco de ele mudar a
ponto de não mais oferecer as condições necessárias suficientes para a nossa sobrevivência.
A pergunta que vem de imediato seria: o que fazer diante da atual tensão da relação homem-natureza sem que isso não nos
encaminhe a um retrocesso?
A questão não é de solução simples, e nem nos comprometeremos a dar uma solução acabada, pois isso implicaria em ir
contra o nosso posicionamento de deixar que as pessoas se posicionem por elas mesmas. A doutrinação das massas não é o
nosso intuito. Pois foi essa mesma a principal arma do progresso a todo custo, ao ditar o que as pessoas devem consumir, e ser,
e o que a ciência deve produzir. A pergunta que nos foi levantada nos confunde à medida em que nos percebemos em uma época
de valores invertidos. Porque quando os valores estavam em seus lugares certos, o homem se relacionava bem com a natureza, a
ciência tinha significado de alguma coisa parecida com usar o conhecimento e os recursos naturais para o bem da humanidade, e
o progresso servira para melhorar a sociedade em todos os aspectos. Mas, nos tempos atuais, pensamos que pouco sabemos
acerca dessas categorias das quais, progresso é igual a destruição, e retrocesso ganha ares de preservação e avanço se
assemelha a recuo.
De que vale o avanço da ciência pela própria ciência? O desenvolvimento da técnica para o benefício da própria técnica? O
progresso do progresso? -Essas categorias quando encerram seus fins em si mesmos, de nada nos servem, e em nada podem
contribuir para a manutenção da vida e equilíbrio do sistema.
Não pretendemos o radicalismo, somos cientes de que muitas vezes a interferência do homem na natureza foi necessária para
a continuação da nossa espécie, e que é dela que extraímos as matérias-primas para a produção de objetos úteis a nossa
comodidade, praticidade e conforto, indispensáveis ao ritmo acelerado da contemporaneidade. Não somos hipócritas de pregar
uma volta ao estado de natureza roussealiano, contudo, achamos sensato nos valermos da justa medida aristotélica.
Suponho que, normalmente, cada homem particular, queira o melhor para si, e para alcançar o melhor, ele se guie
subjetivamente por normas básicas de responsabilidade para consigo mesmo, tais como: preservar sua vida, manter-se saudável,
ou quando em caso de doença, buscar tratamento adequado para estar bem para consigo e com a coletividade. E reconhecendo-se
como elemento integrante de um universal- a natureza- como pode o homem não agir segundo os mesmos princípios de
responsabilidade para com ela?- Diz-se que o homem é um ser autônomo. Aceitando essa premissa, concluímos que em ambos os
casos, a atitude a ser tomada seja ela responsável ou não, é de escolha sua. Assim como deve recair sobre ti todas as
consequências desencadeadas da sua atitude. Pertencer-te-á portanto, o sucesso da harmonia, ou a culpa da destruição. O que
você escolhe!?
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

O presente projeto tem como intuito principal mostrar a relação e dependência direta do homem, desde a sua gênese com a
natureza, bem como as transformações ocorridas no decorrer das eras de tal relação e as implicações dela para ambos.
Fundamentar as discussões em pensadores renomados, de relevada importância para a compreensão do tema a ser abordado no
âmbito filosófico, de maneira abrangente e sucinta, de modo a facilitar a compreensão e aumentar o interesse e conhecimento dos
adolescentes, público-alvo de nosso empreendimento acerca do referido assunto, esclarecendo os mecanismos e consequências
da interferência do homem na natureza.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

181
METODOLOGIA

A metodologia a ser empregada conta com uma exposição oral de início, introduzindo o tema e o documentário ―Uma Verdade
Inconveniente‖ que aborda a problemática por nós proposta.
Encerrando-se o primeiro dia com a solicitação de uma produção textual e/ou poesia acerca da relação homem-natureza. O
segundo dia de curso se iniciará com a apresentação das produções, dando sequência com a exposição de um slide que aborda a
problemática desde os pré-socráticos até a contemporaneidade, encerrando-se com a explanação do texto, ementa do minicurso.
RECURSOS DIDÁTICOS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

NIETZSCHE, Frederich. A filosofia na época trágica dos gregos. Saraiva - SP.


BLASER, Pascal. Homem e natureza.
VERNANT, Jean Pierre. As origens do pensamento grefo. Ed Difel, 1986.

182
TÍTULO

REPÚBLICA DE PLATÃO
INSTRUTORES

Liana Santos e Gerardo Barros


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

Ao estudar um pouco mais a ciência política, estaremos nos aprofundando e conhecendo como foi o começo da formação do estado
e sociedade. Assim, observaremos as transformações na cultura, sociedade, e no próprio homem. Ao dar início aos estudos da
obra ―A República‖ do filósofo Platão, iremos entender qual era a idealização da sociedade perfeita e de como isso está
influenciando até hoje a política atual.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Geral:
Explorar toda a importância que Platão transmite em sua obra, visando ao melhor entendimento não só da política antiga e clássica,
mas também o despertar do interesse para com a sociedade em todo seu aspecto real, dinâmico e transformável, bem como fazer
com que haja mais consciência política.
Específicos:
Relatar Trechos da obra, tentando explicá-la da melhor forma possível.
Considerar outras obras para melhor entendimento.
Expor a importância da Ciência Política perante a sociedade.
Subsidiar meios didáticos ao entendimento da Ciência Política.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

As características da obra ―A República‖.


183
Opiniões sobre a obra em questão.
Abordagens feitas pelo filósofo Platão.
Explanação da política antiga e clássica .
METODOLOGIA

Apresentação de slides.
Documentários.
Vídeos.
Publicações da obra
RECURSOS DIDÁTICOS

Data show
Notebook
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

184
TÍTULO

PLAYING WITH ENGLISH


INSTRUTORES

Pedro Henrique Vasconcelos da Ponte e Rosana de Sousa Alves


ORIENTADOR

Prof. Antônio Francisco Freire


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

8h/a
O CURSO!

OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

O minicurso ―PlayingwithEnglish‖ tem como objetivo desenvolver as quatro habilidades lingüísticas (ouvir, falar, ler e escrever) nos
participantes através de estímulos, que são aplicados com atividades de caráter lúdico que são os jogos, dinâmicas e brincadeiras,
pois se sentindo estimulado a participar e a ganhar durante as dinâmicas o aluno tende a ficar mais atento à explicação e consegue
absorver mais informações, portanto, consegue aprender e produzir algo a partir do aprendizado.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Introductionsandgreetings
Countries andnationalities
Spelling (alphabet)
Basic numbers
Family andlifestages
Colors (vocabulary)
Clothes (vocabulary)
Weather
185
Adjectives
Expressionsand slangs
METODOLOGIA

O conteúdo será exposto oralmente, tendo como auxílio explicativo o data show, o quadro branco e o notebook. O conteúdo será
exposto em slides. Músicas relacionadas com o tema que foi exposto, também serão utilizadas para auxiliar no entendimento do
mesmo e será aplicado um jogo ou uma dinâmica para que os alunos possam produzir a partir do que aprenderam.
RECURSOS DIDÁTICOS

Data show completo (com note book);


EVA;
Cola;
Fotos;
Fita gomada;
Pincéis (para quadro e normais);
Cartolina;
Resma de papel.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

186
TÍTULO

APRENDENDO INGLÊS BRINCANDO


INSTRUTORES

Regina Célia Mariano


ORIENTADORA

Profa. Dra. Adriana Campani


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio que cursam a disciplina de inglês, interessados em língua inglesa.
CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

As atividades lúdicas são um instrumento pedagógico importante no ensino/aprendizagem de Línguas Estrangeiras. Propicia uma
compreensão de mundo e de conhecimento mais ampla para a aprendizagem do aluno. Os jogos e brincadeiras ajudam a criar um
entusiasmo sobre o conteúdo a ser trabalhado e leva o aluno a novas descobertas, desenvolvendo sua personalidade. Este
minicurso tem por objetivo promover a competência comunicativa em Língua Inglesa, nas quatro habilidades: fala, escuta, escrita e
leitura, oferecendo suporte aos alunos para a sua atuação nas disciplinas escolares. Em nível básico, o conteúdo abordado tem
como metodologia a abordagem comunicativa interacional, por meio de jogos e atividades interativas.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Possibilitar que o aluno, ao se envolver nos processos de construir significados na língua inglesa, possa expressar-se, agir e
interagir a partir das atividades lúdicas realizadas na sala de aula.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Vocabulário: advérbios, verbos e substantivos;


Tempos Verbais: presente simples e passado simples;
Competência discursiva: texto oral e escrito.

187
METODOLOGIA

A aprendizagem parte da visão lúdica e interativa e se processará através dos diversos jogos tais como: jogos de vocabulário,
jogos gramaticais e jogos de expressão oral.
RECURSOS DIDÁTICOS

CD player, cartões didáticos, gravuras, projetor de slides, notebook.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, C. Jogos para a Estimulação das Múltiplas Inteligências. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.
CHAGURI, J. P. Jogos: uma maneira lúdica de se aprender a língua inglesa. Loanda, 2006.
GRIFFTH, Nia. 100 ideias para o ensino de idiomas. São Paulo: SBS, 2010.

188
TÍTULO

JOGOS COOPERATIVOS
INSTRUTORES

Josefa Alves de Andrade e Venceslau Andrade Silva


ORIENTADOR

Profa. Dinah Lucas Azevedo


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

Esta Oficia tem como objetivo apresentar a importância dos jogos para o desenvolvimento humano e principalmente no processo de
educação formal. Ao discutir-se sobre jogo, como uma invenção do homem, é conveniente incluir a proposta dos jogos
cooperativos, com intencionalidade de criação para modificar a realidade e o presente no ambiente escolar. É, também, importante
despertarmos sobre o quão os jogos cooperativos, em termos de valores agregados e, portanto, indispensáveis para a formação e
desenvolvimento de um ser. Sendo assim, instigar os envolvidos a incorporarem o espírito e o conceito na prática do que venha a
ser; cooperação aceitação, envolvimento, e especialmente o prazer a direção, a participação em massa de todos. Contudo, o intuito
e que todos nós possamos saber o que é partilhar e trabalhar em grupo visando jogar com confiança mútua, descontração e,
sobretudo solidariedade e vitória compartilhada.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Estimular a intenção de todos, favorecendo a construção de valores e atitudes positivas por meio de atividades e jogos.
Desenvolver a consciência e expressão corporal de forma lúdica e criativa mediante a participação no processo de planejamento ,
realização e avaliação das atividades.
Favorecer o acesso à participação de todos nas atividades inerentes ao jogo.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Jogos Cooperativos e suas principais diferenças entre jogo competitivos;


Características de Jogos;
As relações entre os jogos cooperativos e competitivos;
O jogo em si, na organização como cooperativo, por meio de grandes atividades práticas.
METODOLOGIA

As aulas serão ministradas de forma expositiva, dialogada, dinâmicas de grupo e práticas voltadas para atividades inerentes ao
jogo.
RECURSOS DIDÁTICOS

189
Aulas expositivas, utilização de data show, aulas práticas com cordas, tnt, bolas e balões. Dinâmicas de grupo, utilizando desenhos,
com trabalho em grupo de forma a instigar a participação e colaboração de todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros Jogos cooperativos, se o importe é competir, o fundamental é cooperar de Fábio Brotte. Editora Projeto Cooperação.

190
TÍTULO

USOS DOS JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA


INSTRUTORES

Lya Nara Gaspar da Silva e Marta Maria de Sousa Matos


ORIENTODORA

Profa. Marylene Moreira


PÚBLICO ALVO

Alunos de Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

Crianças e adolescentes necessitam de atividades dinâmicas para propiciar-lhes um ambiente favorável ao desenvolvimento de seu
interesse pela aprendizagem. É então que os jogos didáticos se colocam como um recurso importante no processo de ensino-
aprendizado de Língua Inglesa, desde que sejam bem trabalhados e tenham um objetivo claro e coerente.
A apropriação e a aprendizagem significativas de conhecimentos são facilitadas quando tomam a forma aparente de atividade
lúdica, pois os alunos ficam entusiasmados quando recebem a proposta de aprender de uma forma mais interativa e divertida,
resultando em um aprendizado significativo.
O jogo didático é aquele fabricado com o objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens, diferenciando-se do material
pedagógico, por conter o aspecto lúdico (Cunha, 1988), e utilizado para atingir determinados objetivos pedagógicos, sendo uma
alternativa para se melhorar o desempenho dos estudantes em alguns conteúdos de difícil aprendizagem (Gomes, 2001). Nesta
perspectiva, o jogo não é o fim, mas o eixo que conduz a um conteúdo didático específico, resultando em um empréstimo da ação
lúdica para a aquisição de informações.
Segundo Miranda (2001), mediante o jogo didático, vários objetivos podem ser alcançados, relacionados à cognição
(desenvolvimento da inteligência e da personalidade, fundamentais para a construção de conhecimentos); afeição (desenvolvimento
da sensibilidade e da estima e atuação no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade); socialização (simulação de vida em
grupo); motivação (envolvimento da ação, do desfio e mobilização da curiosidade) e criatividade.
Para Leal (2005) o jogo é um fenômeno "antropológico", considerando que cada jogo vai ganhar o seu significado dependendo do
grupo sócio-cultural em que cada um aparece.
O jogo, em seu aspecto pedagógico, se apresenta produtivo ao professor que busca nele um aspecto facilitador da aprendizagem, e
também produtivo ao aluno, que desenvolve sua capacidade de pensar, refletir, analisar, compreender, levantar hipóteses e tes tá-
las com autonomia e cooperação.
No entanto, para ser útil no processo educacional, o jogo deve promover situações interessantes e desafiadoras para a resolução
de problemas, permitindo aos alunos uma auto-avaliação quanto aos seus desempenhos. A competição, que é inerente aos jogos
garante-lhes o dinamismo, propiciando um interesse e envolvimento de forma natural do aluno e contribuindo para o aprendizado.
OS PARTICIPANTES!

191
OBJETIVOS

Realizar uma aula dinâmica de Língua Inglesa através dos jogos didáticos, pois estes permitem a criação de um ambiente propício
ao ensino de línguas.
Estimular o interesse dos alunos pelo estudo da Língua Inglesa, visto que estes tendem a repugnar a Língua Inglesa, acredita-se que
na maioria das vezes, devido à precariedade do material didático utilizado pelo professor em sala de aula.
Incentivar o uso dos jogos didáticos pelos professores de Língua Inglesa, visto que se trata de uma importante e viável alternativa
de otimização do processo de ensino-aprendizado da língua alvo.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1. Noções básicas de gramática:


1.1 PersonalPronouns;
1.2 Verbo to be;
1.3 Definite Article;
1.4 Indefinite Article;
1.5 Prepositions: in, on, at;
1.6 Adjectives;
1.7 Interrogative Pronouns: Wh-Questions.
2. Acquisition of Vocabulary:
2.1 Foods;
2.2 Family Members;
2.3 Jobs and Occupations;
2.4 The objects in the school;
2.5 Clothes;
2.6 Sports.
3. Noções básicas de Inglês Instrumental:
3.1 Palavras Cognatas;
3.2 Marcas Tipográficas;
3.3 Palavras repetidas;
3.4 Predição;
3.5 Skimming;
3.6 Scanning;
3.7 Palavras-Chave.
METODOLOGIA

192
Exposição oral dos conteúdos, com auxílio do quadro branco, data-show, notebook e micro system. O conteúdo será inicialmente
exposto em slides. Também será usado flash cards e letras de músicas para auxiliar na fixação dos temas abordados. Após o
estudo de cada assunto, será aplicado um jogo didático como forma de otimização do aprendizado.
RECURSOS DIDÁTICOS

Serão utilizados recursos audiovisuais tais como data show, notebook, micro system, flash cards, vídeos e quadro branco.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNHA, N. Brinquedo, desafio e descoberta. Rio de Janeiro: FAE. 1988.


GOMES, R. R.; FRIEDRICH, M. A Contribuição dos jogos didáticos na apren-dizagem de conteúdos de Ciências e Biologia. In:
EREBIO,1, Rio de Janeiro,
2001, Anais..., Rio de Janeiro, 2001, p.389-92.
LEAL, Telma Ferraz [et al]. Jogos: alternativas didáticas para brincar alfabeti-zando (ou alfabetizar brincando?).
In:______(Org.). Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
MIRANDA, S. No Fascínio do jogo, a alegria de aprender. In: Ciência Hoje, v.28, 2001 p. 64-66.
NUNES, Ana R. S. Carolino de Abreu. O Lúdico na Aquisição da Segunda Língua. Disponível em
http://linguaestrangeira.pro.br/artigos_papers/ludico_linguas.html. Acesso em 29 de março de 2010.

193
194
TÍTULO

ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO DE CLIMATOLOGIA


INSTRUTORES

Alana Cristina Mesquita Albuquerque (alanacma@hotmail.com) e José Evilázio Parente Júnior(evilazio-junior@hotmail.com)


ORIENTADOR

IsorlandaCaracristi– Professora Orientadora da Monitoria Disciplina Climatologia I e Coordenadora do LEA - UVA


(icaracristi@hotmail.com)
PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos e professores interessados


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

O ensino de Geografia escolar está sempre em constantes discussões, principalmente sobre as práticas teórico-metodológicas,
onde estão centradas as maiores dificuldades no ensino básico. Desta forma, a disciplina adquiriu algumas características nada
animadoras, sendo questionada entre os alunos. Vários autores expõem em seus trabalhos inúmeros questionamentos
metodológicos, até mesmo, modelos transpositivos de ensino. Essas dificuldades relacionadas acima estão sempre associadas a
uma má formação, desta maneira, nós futuros professores de
Geografia, devemos superar tais problemas, através de uma formação contínua, com as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
As práticas realizadas na monitoria da disciplina de Climatologia I e no Grupo de Estudo do Laboratório de Estudos Ambientais –
LEA, tiveram como um dos resultados a elaboração da oficina intitulada: Elaboração de materiais didáticos para o estudo do
clima no ensino de geografia (ensino fundamental), que tem como objetivo propiciar bases técnico pedagógicas voltadas ao
estudo do clima no ensino fundamental, onde através da construção de um mini-laboratório climático, demonstrar as técnicas na
construção de conceitos de geográficos (natureza e paisagem). Com estes processos, as atividades se enquadram nas propostas
metodológicas de vários autores, onde defendem a relação ensino-aprendizagem como processo interativo entre professor-aluno,
onde o aluno, através de práticas pedagógicas adequadas, seja agente ativo no processo.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

195
Propiciar bases técnico-pedagógicas voltadas ao estudo do clima no contexto do ensino de geografia nas séries iniciais:
- Desenvolver materiais didáticos voltados às noções climáticas nas séries iniciais;
- Demonstrar a importância das técnicas na construção de conceitos geográficos;
- Possibilitar uma prática pedagógica construtivista.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Conceito de clima;
Diferenças entre os estudos de clima (separatista/dinâmica);
A importância do estudo climático para o ensino de geografia: importância das noções de clima para a construção dos conceitos de
natureza, paisagem e lugar;
Técnicas/práticas de confecção de materiais didáticos.
METODOLOGIA

As etapas do processo de construção dos materiais didáticos contemplam metodologia construtivista onde, os alunos participam
das etapas de construção, desde os princípios de sua utilidade, até como obter os resultados com suas funcionalidades. Atravé s de
coleta dos resultados dos aparelhos a serem construídos, no caso, aparelhos referentes a uma estação climatológica, a dinâmica
dos elementos e fatores climáticos auxiliarão na compreensão dos conceitos de Natureza e Paisagem, visto que compõem a
dinâmica natural e consequentemente a paisagem geográfica. Com a prática construtivista, os alunos podem entender a
composição dos conceitos geográficos, citados anteriormente, por meio da coleta de informações do seu próprio lugar ou meio
ambiente de vivência, cumprindo com as propostas direcionadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN`s).
RECURSOS DIDÁTICOS

Data-Show;
Os seguintes materiais: 5 tesouras; 2 garrafas de refrigerante 2L (vazias); 1 lata de leite em pó (vazia); 2 caixas de sapato; Cola
branca; Régua
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOTTON, E. A.; STURMER, A. B.; SCHIAVORE, E. - Laboratório didático experimental de geografia na educação de jovens e adultos.
Santa Helena. 2002.
CAVALCANTI, L. de Souza. Geografia e Práticas de ensino. Goiânia: alternativa, 2002.
__________________ A Importância da Climatologia para o Ensino. In: III Simpósio Brasileiro de Climatologia, 1998, Salvador. III
Simpósio Brasileiro de Climatologia. Salvador : Universidade Federal da Bahia, 1998.

196
TÍTULO

MATEMÁTICA EM TODA PARTE


INSTRUTORES

Edymara Prado Ximenes Monte, Silvany Nayara Lopes de Santana e Italândia Ferreira de Azevedo
ORIENTADOR

Prof. Nilton José Neres Carneiro


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos de Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

Desde os primórdios, os homens usaram a matemática como uma ferramenta de medir e quantificar a natureza, bem como suas
relações entre si, até usaram a matemática como um meio de provar a existência de Deus.
Hoje, como não poderia ser diferente, a matemática ocupa um papel cada vez mais significativo no nosso dia a dia. Ela está
presente, por exemplo, na aviação, na música, nos esportes como futebol, etc.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Este minicurso vem com um intuito de mostrar o quanto a matemática está presente em todos os aspectos da nossa
vida,ressaltando sua importância em várias áreas do conhecimento.
Apresentar como o desconhecimento da história da matemática gera preconceito contra essa ciência.
Desenvolver reflexões entre os alunos sobre o que eles pensam da matemática. Identificar as faces da matemática nos afazeres do
cotidiano dos alunos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Matemática interdisciplinar, Matemática presente nas disciplinas de exatas e não exatas.


Desenvolvimento de atividades práticas para mostrar a interdisciplinaridade da matemática.
Número de ouro como a matemática está presente em toda a natureza, até em nosso corpo.
197
METODOLOGIA

Aulas expositivas utilizando slides elaboração de dinâmicas para pôr em prática o que foi mostrado.
RECURSOS DIDÁTICOS

Jornal antigos para recorte;


30 cartolinas;
30 tesouras;
11 colas;
09 borrachas;
30 lápis;
30 compassos;
07 réguas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Wendel Melo. Natureza e matemática: a sequência fibonacci e o número de ouro. 2003.
SANTANA, Silvany Nayara Lopes de.; MONTE, Edymara Prado Ximenes. Matemática por todo lugar. 2010.
You Tube. A seguência Fibonacci. Disponível em :HTTP://www.youtube.com/watch?v+Rar5mxumxva.

198
TÍTULO

CONHECENDO O SOLO COMO MEIO DE RECURSOS DIDÁTICOS


INSTRUTORES

Ana Célia Silva Aguiar, Carliana Lima Almeida, Samara Alcantara Lopes e Maria Helena Candido Silva
ORIENTADOR

Profa. Dra. Cleire Lima da Costa Falcão


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

O solo é um elemento de grande importância na natureza, sendo que dá o suporte necessário à vida de animais, de plantas e do
próprio ser humano, que necessita desse recurso como fonte direta e/ou indireta para a obtenção do seu alimento; O solo recebe,
filtra e armazena a água das chuvas e tem ainda diversas outras funções que contribuem com a manutenção e equilíbrio do
ecossistema. No minicurso: ―Conhecendo o solo por meio dos diversos recursos didáticos‖ iremos apresentar e discutir sobre a
temática a partir da utilização de materiais didáticos desenvolvidos no Laboratório de Pedologia e Processos Erosivos – LAPPEGEO.
Esses materiais irão abordar adequadamente os conteúdos relacionados ao tema ―solos‖ salientando a sua importância como
recurso natural e essencial para a sustentação da vida. No minicurso teremos como perspectiva o método Construtivista -
Freiriano, que propõe uma abordagem da prática, da experimentação e da valorização do conhecimento prévio. O contato direto
com o solo será uma experiência inédita para os alunos, e ainda, será possível facilitar o processo de ensino-aprendizagem,
construindo um conhecimento mais significativo e que proporcione aos alunos identificar esse elemento na paisagem de seu
cotidiano.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Propiciar o entendimento dos conceitos de solo por meio da utilização de materiais didáticos e práticas.
Ampliar a conscientização acerca da importância do solo e da necessidade de melhor conhecê-lo para a sua conservação.
Contribuir com uma aprendizagem mais significativa que estimule a participação dos alunos.
199
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Formação do solo;
Características morfológicas;
Biologia do solo;
Erosão do solo.
METODOLOGIA

Visamos trabalhar com a base teórica e metodológica Construtivista, propondo métodos mais participativos. A perspectiva
Construtivista - Freiriana propõe uma abordagem da prática, da experimentação e da valorização do conhecimento prévio, não
enfocando apenas a transmissão do conteúdo, mas envolvendo o aluno na construção de seu próprio saber. Serão apresentados
materiais didáticos que foram elaborados no Laboratório de Pedologia e
Processos Erosivos-LAPPEGEO-UVA, buscando conciliar teoria e prática durante a discussão dos conteúdos nos dois dias do
minicurso. Os Materiais são de baixo custo, e alguns, são materiais reciclados: como garrafas pets, vidros, embalagens, caixas,
entre outros. No último dia, após o término da discussão de todos os quatro conteúdos (Formação do solo; Características
morfológicas; Biologia do solo e Erosão do solo.) aplicaremos um questionário, a fim de avaliar o minicurso e os materiais
utilizados.
RECURSOS DIDÁTICOS

Perfis do solo;
Colorteca;
Jogos (da memória, tabuleiro, dama);
Minhocário;
Coleção de estruturas e agregados;
Funis de Porosidade;
Simulador de Erosão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA LIMA, V. LIMA, M. R. MELO, V. F. O Solo no Meio Ambiente: Abordagem para professores do Ensino Fundamental e Médio
e alunos do Ensino Médio. Universidade Federal do Paraná. Departamento de Solos e Engenharia Agrícola. Curitiba: Departamento
de Solos e Engenharia Agrícola, 2007
LESPECH, Igo F. Formação e Conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002.

200
TÍTULO

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: RECURSOS HÍDRICOS


INSTRUTORES

Fca. Delcione Marinho Castro


ORIENTADOR

Prof. Dr. José Falcão Sobrinho


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

1º ao 3º Ano do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

O presente estudo abordará a questão da Educação Ambiental, enfocando o recurso água, como uma ação de formação do
educando, visando à preservação da natureza e o equilíbrio ecológico a que todo cidadão tem direito como garantia de uma sadia
qualidade de vida.
Diante disso, o estudo enfocará o conceito ―água‖ no que se refere ao consumo desse recurso natural pelo homem, de forma a
levar o aluno a refletir no que pode ser feito individualmente e coletivamente, em benefício do planeta, assim como para a melhoria
da qualidade de vida.
Neste sentido, o presente trabalho, que se soma aos esforços gerais de conscientização de ordem ambiental, parece-nos viável e
muito apropriado, uma vez que apresenta uma proposta de capacitação de multiplicadores de informações sobre a importância da
água e sua qualidade, por meio de uma oficina com atividades educativas.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

GERAL: Estão diretamente relacionados com a preservação e conservação da água, buscando conscientizar o educando da
necessidade de mantê-la salva de nossas agressões.
ESPECÍFICO: Podem assim ser definidos como: promover a ação multi e interdisciplinar na escola; difundir informações sobre a
água, os riscos a que está sujeita, bem como sua conservação; e principalmente conscientizar os alunos de seus compromissos

201
para com essa questão
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

1º Dia: Apresentação e introdutória do tema, relacionando Educação Ambiental ao recurso água, contando ainda com atividades
como o correio verde.
2º Dia: Implementação de uma gincana ecológica de forma a estabelecer contato real da problemática com os alunos a partir de
sua vivência.
METODOLOGIA

A metodologia utilizada dar-se-á primordialmente com uma breve apresentação, onde será feita uma introdutória do tema,
relacionando Educação Ambiental ao recurso água. Para isso sugerem-se atividades como a percepção da temática através do
correio verde No segundo momento, será aplicada uma gincana ecológica de forma a estabelecer contato real da problemática
com os alunos a partir de sua vivência.
Para que posteriormente, possamos dialogar e expor nossas dúvidas e possíveis idéias.
RECURSOS DIDÁTICOS

02 Cartolinas na cor verde


Uma Resma de Folhas A4.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, G.F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. Editora Gaia, 9ª edição, 2004.

202
TÍTULO

TÉCNICAS DE ENSINO DO PROCESSO EROSIVO


INSTRUTORES

Marcélia Vieira Torres


ORIENTADOR

Prof. Dr. José Falcão Sobrinho


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Ensino Médio
CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

A erosão é o arrastamento de partículas do solo oriundas da ação da água e dos ventos consequentemente perderá seus
nutrientes, fator que vai afetar na produtividade e nos cenários da paisagem. Vale ressaltar que esses dois agentes (vento e água)
causam no Brasil grandes prejuízos (FERREIRA, 1981). Este processo segundo Guerra (1999) tende a se acelerar, á medida que o
processo de desmatamento se intensifica, seja para a exploração da madeira e/ou para a produção agrícola, uma vez que os solos
ficam desprotegidos sem a cobertura vegetal e consequentemente, as chuvas incidem diretamente sobre a superfície.
Com relação aos tipos de erosão destaca-se a laminar, a qual ocorre superficialmente e após cada chuva, pode desgastar uma
camada muito fina e uniforme de toda a superfície do solo, como se fosse uma lâmina.
No caso da erosão em sulcos é facialmente perceptível pelos agricultores, devido á formação de valas e sulcos irregulares,
promovendo a remoção da parte superficial do solo em estágio avançado. A profundidade dos sulcos pode chegar a impedir a
passagem das máquinas que auxiliam no reparo do solo para o cultivo, podendo formar voçorocas.
A erosão em voçorocas acontece com freqüência quando os solos são profundos e facilmente penetráveis pela água e em locais
com declives, havendo, portanto, o deslocamento (FERREIRA, 1981).
Dessa forma, percebe-se que os processos erosivos prejudicam o solo e consequentemente afetam a sociedade, ou seja,
ocasionando baixa produtividade agrícola, desequilíbrio ambiental dentre outros. Vale ressaltar que esse recurso é de suma
importância na paisagem devido à relação intrínseca existentes entre os componentes naturais bem como o incentivo para sua
preservação fato que deve ser enfocado nas escolas, pois o professor de Geografia desempenha papel significativo na sociedade,
isto é, transmitir conhecimento é refletir sobre as questões do espaço geográfico associando com o conhecimento oriundo do
senso comum dos alunos, fator primordial na educação e na construção de uma sociedade informada e crítica.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Demonstrar alguns tipos de erosão (eólica e hídrica);


Discutir os fatores que causam a erosão;
Discutir os efeitos da erosão no solo mostrando-os na prática e com isso trabalhando a percepção.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

203
Definição de erosão e suas conseqüências na paisagem;
Tipos de erosão;
Agentes principais da erosão;
Atividade prática para comprovar os efeitos da erosão.
METODOLOGIA

Para a realização da referente oficina estabeleceu-se um processo metodológico que se divide em dois momentos, o primeiro
consiste no aspecto teórico que envolve a temática e o segundo momento é para observar através da prática os efeitos
enfatizados na teoria.
RECURSOS DIDÁTICOS

Data show e aula expositiva (pincel e folhas) para as atividades.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FALCÃO, Cleire Lima da Costa. Avaliação preliminar dos efeitos da erosão e sistema de manejo na produtividade de in
Argilossolo na Serra da Meruoca. Fortaleza, 2002, 62 p. Tese de Mestrado. Universidade Federal do Ceará.
GUERRA, A. J. T. O inicio do Processo Erosivo. In: GUERRA, Antonio José Teixeira; SILVA, Antonio Soares da; BOTELHO, Rosangela
Garrido Machado. (ORG.)Erosão e conservação dos solos, Conceitos noções temas e aplicações. Rio de Janeiro: BERTRAND BRASIL,
1999, p. 17- 55.
OLIVEIRA, M. A. T. Processo erosivo e preservação de áreas de risco de erosão por voçorocas. In: GUERRA, Antonio José
Teixeira; SILVA, Antonio Soares da; BOTELHO, Rosangela Garrido Machado. (ORG.)Erosão e conservação dos solos, Conceitos noções
temas e aplicações. Rio de Janeiro: BERTRAND BRASIL, 1999, p. 45-70.

204
TÍTULO

GUIA DE PERCURSO URBANO


INSTRUTORES

Maria Cassia de Sá e Francisco Ielos Faustino Pereira


ORIENTADORA

Profa. Dra. Vigínia Holanda


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Professores, alunos da UVA e outros Instituições de ensino, e pessoas interessadas na temática em questão
CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

O presente trabalho tem como principal objetivo apresentar um guia de percurso no centro da cidade de Sobral-Ce, como um
recurso didático, para a compreensão de temáticas ligadas ao Urbano nas aulas de Geografia. Optamos por trabalhar com uma
abordagem metodológica que dê conta da realidade urbana atual, onde a cidade como lugar das relações cotidianas e lócus das
relações sociais de produção, é entendida e, sua relação dialética (lugar-mundo). A geografia como ciência da atualidade busca
contemplar a cidade e o urbano dentro de aconteceres indissociáveis, uma entendendo os processos para além da aparência.
Portanto, faz-se necessária uma leitura histórico-geográfica da cidade, a fim de compreender suas transformações sócio-
espaciais e dinâmica urbanas constituídas em diferentes momentos
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Compreender as diferentes espacialidades geográficas presentes na cidade, considerando os aspectos histórico-geograficos, os


quais permitem a compreensão da organização, funcionalidade das transformações e dinâmicas sócio-espaciais presentes em seu
espaço urbano.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

A cidade e o espaço urbano;


A cidade na sua ralação dialética lugar/mundo;

205
A importância de novas metodologias no ensino da cidade em geografia;
A construção do guia de percurso urbano, como um recurso didático para a compreensão da cidade nas aulas de geografia.
METODOLOGIA

Através de experiências orais e contextualizadas, com apresentações e debates acerca da temática, as quais proporcionarão a
interação dos participantes com o conteúdo programático. Vivência direta com a cidade de Sobral-CE por meio de trabalho de
campo.
RECURSOS DIDÁTICOS

Data Show (apresentação em slides);


Textos sobre conteúdos ministrantes.
Transporte para um percurso da cidade de Sobral-CE. Este percurso oportunizará aos participantes uma vivência direta coma
cidade de Sobral, a fim de proporcionar aos participantes uma melhor compreensão do conteúdo ministrado em sala de aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. MINISTERIO DA EDUCAÇAÕ. PCN + Ensino Médio: orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares
Nacionais. Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília: SEMTEC/MEC, 2002.
CAVALCANTE, Lana de Souza. A geografia escolar e a cidade: ensaios sobre o ensino de geografia para a vida urbana cotidiana.
Campinas, SP: Papirus, 2008.
GELPE, Adriana;SCHAFFER, Neiva Otero. Guia de percurso urbano. In: KAERCHER, Nestor André. (Org.) Geografia em sala de aula:
praticas e reflexões. 2ª Ed. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS/Associação dos Geógrafos Brasileiros – Sessão Porto
Alegre, 1998.
HOLANDA, Virginia C. C. de. Dinâmica e contradição de uma cidade média: Sobral-CE. 2000. Dissertação. (Mestrado acadêmico de
Geografia) UECE. Fortaleza-CE.
JUNIOR, Martha Maria. Cidades Médias: uma abordagem da urbanização cearense. 2003. Dissertação. (Curso de Mestrado
Acadêmico em Geografia) UECE. Fortaleza-CE.
ROCHA, Herberti. O lado esquerdo do rio. São Paulo: HUCITEC, 2003.
SOARES, Maria Norma Maia; GIRÂO, Glória S. Mont’Alverne. Sobral: História e vida. Sobral, Edições UVA, 1997.
SOUZA, Maria Renata Bezerra. A cidade e o ensino de Geografia: abordagens metodológicas. 2010. Monografia (de Graduação),
UVA. Sobral-CE.
SOUSA, Maria Salete de. O crescimento das cidades no Ceará e sua evolução. AGB- 4º Simpósio Nacional de Geografia Urbana.
Fortaleza-Ce, 1995.

206
TÍTULO

O CURSO DE ZOOTECNIA: PERFIL PROFISSIONAL E VISITA À FAZENDA EXPERIMENTAL DA ZOOTECNIA


INSTRUTORES

José Guedes Neto, Francisco Wilson Venâncio, Cleverton Caçula de Albuquerque e AntonioClébio Ferreira da Silva
ORIENTADORA

Prof. Érica Ramos Prazeres Bonfim


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos do Ensino Médio


CARGA HORÁRIA

8 h/a
O CURSO!

OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

O curso tem como objetivo, propiciar aos alunos de ensino médio, um melhor desenvolvimento de nível crítico e de compreensão do
que é ser um Zootecnista, quais as possibilidades de empregos na área, sua atuação e cursos existentes, com isso o aluno se
aprimora e ingressa na graduação já com seu perfil definido.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

A) Palestra : Foi apresentado pelo Sr. José Guedes Neto e Sra. Eliane Minervina no auditório do Curso de Zootecnia as seguintes
palestras : 1) Perfil do Zootecnista e sua Área de atuação; 2) O que é Zootecnia; 3) Universidades que possuem o Curso de Zoo tecni-
a; 4) Estrutura do Curso de Zootecnia Da Universidade Estadual Vale do Acaraú.
B)Visita a Fazenda Experimental do Curso de Zootecnia : A presente visita, teve como objetivo a interação do público com os animais
existentes na fazenda da Zootecnia, assim como, o entendimento da atuação dos estagiários na fazenda e qual o papel dos mesmos
frente as pesquisas realizadas nas diversas áreas.
C) Construção de tanques redes para a prática da piscicultura.
D) Em um aquário foi exposto peixes (tilápias) produzidas pelas associações dos piscicultores de Sobral-Ce.
E) Em campo: visitas aos sistemas de manejo da caatinga para uma melhor produção de forragens, práticas conservação de solo,
207
tipos raciais existentes de ovinos, caprinos, bovinos, aves e abelhas, centros de manejo, tipos de capins, visita aos laboratórios,
alojamentos, fábrica de ração, galpão com gaiolas experimentais, estufa.
METODOLOGIA

RECURSOS DIDÁTICOS

Foi fornecido material didático em pen-drive, folder, apresentações, endereços de sites.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO FILHO, J.A. de. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins pastoris. Sobral: EMBRAPA-CNPC, 1990. 18p.
(Embrapa-CNPC, Circular Técnica, 11)
CARVALHO, F.C. de. Sistema de produção agrossilvipastoril para a região semi-árida do nordeste do Brasil. 2003. 77p. Tese
(Doutorado em Zootecnia). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2003.
HOLANDA JÚNIOR, E.V.; ARAÚJO, G.G.L. de. O papel dos caprinos e dos ovinos deslanados na agricultura familiar. In: REUNIÃO ANUAL
DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 41, 2004, Campo Grande, MS. Anais... Campo Grande: SBZ, Embrapa Gado de Corte,
2004. p. 43-54.
IBAMA – INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. Ecossistemas Brasileiros – Caatinga.
Disponível em: http://www.ibama.gov.br/. Acesso em: 02/09/2010.

208
TÍTULO

CRIAÇÃO DE TILÁPIA EM TANQUE REDE


INSTRUTORES

Fágner Cavalcante Patrocínio dos Santos e Gutenberg Lira Silva


ORIENTADORA

Profa. Eliane Minervina de Castro


PÚBLICO A QUE SE DESTINA

Alunos da rede Pública de Ensino


CARGA HORÁRIA

08 Horas
O CURSO!

A piscicultura superintensiva é uma atividade que visa ao cultivo racional de peixes, exercendo particular controle sobre o
crescimento, a reprodução e a alimentação. A oficina irá contribuir para o desenvolvimento desta atividade junto aos alunos do
ensino médio da região Norte e mostrar a atuação do Zootecnista no melhor desempenho desta atividade.
OS PARTICIPANTES!

OBJETIVOS

Levar informações técnicas aos alunos de ensino médio das Escolas Públicas, de uma atividade rentável e que podem, sim, ser
desenvolvidas por comunidade e mostrar a importância do papel do Zootecnista nessa atividade.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

- Projeto pedagógico do curso de Zootecnia;


- Histórico da Tilápia do Nilo no Brasil;
- Manejos na tilapicultura;
- Criação de Tilápia em tanque-rede;
- Oficinas.
METODOLOGIA
209
Apresentação de seminário sobre a Zootecnia e sobra a criação de Tilápia em tanque-rede, oficina com montagem de tanque-rede,
práticas de manejos: avaliação do pH e oxigênio da água, alimentação de tilápias e peixes de aquário.
RECURSOS DIDÁTICOS

Data Show, aquário, tanques de isopor, oxímetro, pHmetro, material para confecção do tanque-rede.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MONTEIRO, O. L.; GUMES, F.L.L. Piscicultura Super-intensiva como Proposta para o Desenvolvimento Sustentável de uma
Pequena Comunidade Rural. XII SIMPEP - Bauru, SP, 2005.
MOREIRA, H.L.M.; et al. Fundamentos da moderna aqüicultura. Canoas: Ed. ULBRA, 2001. 200p.

210
211
212

You might also like