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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E


INCLUSÃO EDUCACIONAL

ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
Denise M. Matos P. Lima1
Andreith Finato2

Quem é o aluno com altas habilidades/superdotação?


A definição que está descrita no Parecer 17/2001 apresenta altas
habilidades/superdotação como sendo: “grande facilidade de aprendizagem que os leve a
dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes e que, por terem
condições de aprofundar e enriquecer esses conteúdos devem receber desafios
suplementares em classe comum, em sala de recursos ou em outros espaços definidos
pelos sistemas de ensino, inclusive para concluir, em menor tempo, a série ou etapa
escolar.” (BRASIL, MEC/SEESP, 2001, p.39).
Escolas despreparadas para receber esta informação tendem a aumentar a
cobrança quanto ao desempenho do aluno, esperando um comportamento
exclusivamente acadêmico e incontestável quanto aos padrões de exigência da escola
(com notas altas e conduta irrepreensível). É importante olha-lo como alguém que possui
necessidades especiais, inclusive que ele necessita de compreensão e apoio emocional
em situações de aprendizagem. Quando a escola está atenta às necessidades deste
aluno, contribui para que não ocorra o desajustamento social e os problemas de
desempenho educacional.

A relação do aluno superdotado com a leitura e a escrita


O que vamos descrever aqui não é um comportamento padrão, que se repete
obrigatoriamente em todas as pessoas superdotadas, mas é um traço comum nos que
possuem a área da linguística como a área de maior habilidade.
Normalmente são leitores proficientes que podem entender a complexidade do
idioma e, automaticamente, integram o conhecimento anterior e a experiência que
possuem através da leitura, utilizando habilidades de pensamento complexas como

1 Mestre em Educação pela UFPR, Especialista em Altas Habilidades/Superdotação e Técnica


Pedagógica na área de Altas Habilidades/Superdotação do DEEIN/SEED/PR.

2 Especialista em Educação Especial e Técnica Pedagógicada na área de Altas


Habilidades/Superdotação do DEEIN/SEED/PR.

Formação em Ação – 1º semestre/2012


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análise, síntese e avaliação, e comunicam estas idéias (CATRON & WINGENBACH,


1986).
Verifique alguns comportamentos comuns ao aluno que se destaca por sua
habilidade na leitura:
• entende as variações de linguagem do seu idioma;
• usa estratégias múltiplas para criar novos significados;
• conseguem compreender leituras complexas se comparado a sua idade cronológica;
• gosta de ler sobre uma grande variedade de coisas;
• lê vorazmente;
• vê nos livros uma fonte para resolver problemas;
• quer escolher os livros para ler;
• tem um vocabulário extenso;
• faz leituras rápidas;
• relaciona literatura com a sua vida;
• passa a ser um leitor cheio de idéias;
• têm um grande vocabulário e podem usar uma terminologia avançada de forma
correta;
• lêem cedo e podem ler entusiasticamente e amplamente, selecionam propositalmente
material de leitura desafiador;
• entendem as sutilezas da linguagem e usam a linguagem com senso de humor
(brincam com as palavras);
• escrevem e compreendem cedo o sentido das palavras, produzem uma escrita criativa
(poesia, histórias, jogos e outros);
• exibem habilidade verbal e auto-expressão, escolhem diversas formas de descrição e,
facilmente, aprendem um segundo idioma;
• estes estudantes se sentem deslocados do contexto de sala de aula porque não
aceitam de bom grado, o ritual repetitivo de seguir regras fixas e instruções;
• muitas vezes já conhecem o material apresentado pelo professor ou o que é
apresentado é pouco desafiador, se comparado ao alto nível de compreensão que
possuem sobre a linguagem ou sobre o conteúdo que está sendo trabalhado;

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• são capazes de ler e compreender muito mais rapidamente que seus colegas e se
sentem entediados com a falta de novos desafios.
Muitos estudantes com altas habilidade/superdotação imaginam a escola como a
fonte principal do acesso ao conhecimento, capaz de nutrir suas necessidades
intelectuais. Sendo assim, ficam motivados porque é na escola que podem entrar em
contato com materiais que oportunizarão, a eles, a interação com o saber científico.

Sobre os encaminhamentos pedagógicos...


O que se observa é que, de um modo geral, os materiais de leitura utilizado pelas
escolas pouco tem a contribuir com o desenvolvimento do talento de crianças com altas
habilidades/superdotação. Muitos alunos procuram saciar sua necessidade de
conhecimento com as leituras que realizam fora do contexto escolar. É comum
encontrarmos aqueles que realizam diferentes leituras: uma para a escola, de acordo com
a indicação do professor e compreensão dos colegas e outra para satisfazer sua
necessidade de conhecimento.
Para atender as necessidades específicas de aprendizagem do aluno com altas
habilidades/superdotação, que evidencia interesse e habilidade na área linguística,
podemos sugerir ao professor que adote alguns encaminhamentos, tais como:
• forneça oportunidades para soluções criativas de problemas;
• utilize propostas desafiadoras para descobertas
• e construção de novas aprendizagens;
• conduza os estudantes à níveis mais elevados do pensar;
• assegure a continuidade da aprendizagem;
• promova situações de aprendizagem que estimule o desenvolvimento do raciocínio;
• favoreça a liberdade de escolha na seleção dos conteúdos;
• em lugar de focalizar um único título, focalize uma grande possibilidade de temas para
ampliar o conhecimento do estudante;
• estimule a leitura de livros que enfoquem mudanças, com idéias diversificadas sobre o
tema proposto;
• promova situações em que se possa conectar experiências de leitura com o presente,
passado e futuro;

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• a leitura deste aluno se estende da ficção à realidade – diversifique;


• observe as preferências: ciências, história, biografia, viagem, poesia e textos
• informativos como atlas e enciclopédias;
• a interação com livros informativos pode ser criada para que estes estudantes
aprofundem um tema de pesquisa ou um assunto em particular.
• desenvolvimento de atividades de enriquecimento curricular permite a ampliação do
vocabulário e o entendimento de uma grande variedade de palavras e significados,
promove o desenvolvimento das habilidades
• linguísticas melhorando a auto-estima, forma um leitor crítico, desenvolve a
criatividade, amplia e aprofunda o conhecimento, encoraja ao aluno a continuar
aprendendo, melhora a qualidade das respostas, dentre tantos outros benefícios que
se estendem para todos os alunos da turma.

REFERÊNCIAS:
BRASIL, Secretaria de Educação Especial. Adaptações curriculares em ação:
desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais de
alunos com Altas Habilidades/Superdotação. Brasília: MEC; SEESP, 2002.
CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce; DICKINSON, Dee. Ensino e Aprendizagem por
meio das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
CATRON, R. M.; WINGENBACH, N. (1986). Developing the gifted reader. Theory into
Practice, 25(2), 134-140.
CHEN, Jie-Qi. Atividades iniciais de aprendizagem. Coleção Projeto Spectrum: A
Teoria das Inteligências Múltiplas na Educação Infantil; v.2. Porto Alegre: Artmed, 2001.
RENZULLI, Joseph S. The Schoolwide Enrichment Model – A how-to guide for
educational excellence. Creative Learning Press, Inc. P.O. Box 320, Mansfield Center,
Connecticut 06250, 1997.
_________. Enriching Curriculum for All Students. SkyLight Training and Publishing
Inc –Arlington Heights, Illinois, 2001.
_________; GENTRY, Marcia; REIS, Sally M. Enrichment Clusters: a practical plan for
real-word, student-driven learning. Creative Learning Press, Inc. P.O. Box 320,
Mansfield Center, Connecticut 06250, 2003.

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VIRGOLIM, Ângela M. Rodrigues. Toc, toc...plim,plim!:lidando com as emoções,


brincando com o pensamento através da criatividade. Campinas: Papirus, 2000.

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