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OPINIÃO

RESUMO

Abordagem à problemática teórica e metodológica


da Arqueologia que estuda a relação do ser humano
com o ambiente aquático.
Arqueologia
Os autores contextualizam a utilização de conceitos
como Arqueologia Marítima, Arqueologia Naval,
Arqueologia Náutica e Arqueologia Subaquática,
e apresentam propostas para a sua correcta definição,
Marítima, Naval,
interligação e aplicação.

PALAVRAS CHAVE: Teoria arqueológica;


Náutica e
Metodologia; Arqueologia marítima; Arqueologia náutica;
Arqueologia naval; Arqueologia subaquática.
Subaquática
ABSTRACT

Approach to theoretical and methodological issues


surrounding the field of Archaeology that studies the
uma proposta conceitual
relationship between human beings and the
water environment.
The authors contextualise the use of concepts
such as Maritime Archaeology, Naval Archaeology
and Nautical Archaeology, and present proposals Ticiano Alves I e Vasco Mantas II
for their correct definition, interconnection and use.

KEY WORDS: Archaeological theory; Methodology;


Maritime archaeology; Nautical archaeology;
Naval archaeology; Underwater archaeology.

problemática das nomenclaturas e subdivisões do ramo da Arqueologia que estu-


RÉSUMÉ

Approche de la problématique théorique


et méthodologique de l’Archéologie qui étudie
la relation de l’être humain avec le milieu aquatique.
A da a relação do ser humano com o ambiente aquático vem de antes da década de
1970. Considerado um dos pioneiros da Arqueologia subaquática, o arqueólogo
George F. BASS (1969), relatou sobre uma conferência que objetivou a sugestão de um
Les auteurs contextualisent l’utilisation de concepts nome que melhor traduzisse a Arqueologia subaquática. Foram várias as propostas, entre
comme Archéologie Maritime, Archéologie Navale,
Archéologie Nautique et Archéologie Sous-marine
elas: “Marinha”, “Submarina”, “Hidroarqueológica” e “Aqueologia”. Contudo, nenhuma
et font des propositions pour leur définition correcte, dessas atendeu de forma satisfatória, perdurando a problemática.
corrélation et application.
O presente artigo tem por objetivo contribuir com uma proposta de definições que visem
MOTS CLÉS: Théorie archéologique; Méthodologie; distinguir as arqueologias marítima, naval, náutica e subaquática. Quais serão as diferen-
Archéologie Maritime; Archéologie Nautique;
Archéologie navale; Archéologie Sous-marine.
ças entre essas arqueologias? Há diferenças? Até onde vão as características que as distin-
guem? Estas e outras perguntas surgem nos diversos artigos que são lidos sobre os estu-
dos das grandes navegações ou de povos que viviam às margens dos corpos d’água, pois
muitos autores misturam os conceitos – talvez por falta de uma definição precisa para os
mesmos – e outros propõem novas nomenclaturas.

ARQUEOLOGIA MARÍTIMA

A UNESCO 1 define a Arqueologia marítima como 1


Ver bibliografia final.
aquela que abrange os estudos da relação do Homem
com os oceanos, rios e lagos. Comungando desse mesmo conceito, GONZALEZ (2007),
I
Doutorando em Arqueologia pela Universidade
de Coimbra / Portugal. Professor de Ciências Náuticas
apesar de não ter como objetivo definir esta arqueologia, especificamente, associa o ter-
do Instituto Federal de Educação, Ciência e mo “marítimo” à interação do ser humano com o ambiente aquático.
Tecnologia da Paraíba – IFPB.
II
GIBSON (2011) conceitua Arqueologia marítima como o “estudo da interação humana do
Arqueólogo Naval. Professor Auxiliar Aposentado da
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. passado com o ambiente marinho, através do material que permanece de atividades passadas”.
No aprofundamento deste conceito ele cita diversos sítios onde poderá ser encontrada
O texto segue as regras do Português do Brasil. uma vasta gama de evidências, enfatizando os ambientes subaquáticos e os sítios próxi-

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mos aos ambientes marinhos, como portos, usinas, armadilhas para ARQUEOLOGIA NAVAL
peixes (currais) e moinhos, que podem fornecer uma perspectiva úni-
ca no que diz respeito à história e ao patrimônio marítimo, como fon- A Arqueologia naval é colocada por MANTAS (2004) como uma “área
tes terrestres não são capazes. de investigação caracteristicamente interdisciplinar” que estuda de for-
Parafraseando Sir Mortimer Wheeler na célebre frase “the archaeolo- ma abrangente “tudo o que se relaciona com o passado da navegação e
gist is digging up, not things, but people”, MUCKELROY (2004) afirma com os meios que foram utilizados ao longo dos séculos, em terra e no mar,
que a qualificação marítima da Arqueologia não está se referindo a “bar- sem esquecer, obviamente, os rios e os lagos”.
cos ou navios”, mas sim ao estudo de tudo o que está intrinsicamente BLOT (2004) ressalta a importância da conjugação dos dados da
ligado com as viagens marítimas no seu sentido mais completo. Em Arqueologia naval com os da Arqueologia em geral, no que diz res-
seu livro Maritime Archaeology, a arqueóloga Keith Muckelroy, quan- peito ao estabelecimento da “cronologia da capacidade de relaciona-
do fala deste seu trabalho, enfatiza que abordará todos os aspectos da mento directo” vinculada às viagens marítimas. A progressão da capa-
cultura marítima, não se restringindo apenas a questões técnicas, mas cidade de contato de um determinado povo está intrinsecamente liga-
envolvendo em seus estudos a parte social, econômica, política e tan- da ao seu desenvolvimento tecnológico naval. O momento, marco do
tos outros aspectos. E, por fim, ela conceitua a Arqueologia marítima contato de povos longínquos, pode ter confirmações (“contactos mate-
como sendo o “estudo científico, através de vestígios materiais sobrevi- riais atestados”) por meio de documentação arqueológica terrestre,
ventes, de todos os aspectos da vida no mar: navios, barcos e seus equipa- levando em consideração os “utensílios associados a um dado período”,
mentos; cargas, capturas ou passageiros transportados sobre eles, e os siste- que apontam para as características da tecnologia naval.
mas econômicos dentro do qual eles estavam operando; seus oficiais e tri- GUIMARÃES (2011) se refere ao termo “náutico-tecnológico” como sen-
pulantes, e em especial, utensílios e outros bens que refletem seu estilo de do “pertencente ao campo da arqueologia naval”, que ele define como
vida especializado”. “uma disciplina relativamente recente que estuda os navios antigos pela
BLOT e HENRIQUES (2004) afirmam que a cultura marítima pode ser pesquisa e exame dos objetos remanescentes desses navios”. Ainda sobre o
materialmente representada “por embarcações, estruturas navais, equi- termo “náutico-tecnológico”, o autor aponta que este trabalha com a
pamentos portuários, aperfeiçoamentos da margem, ou informais locais “arquitetura naval, construção naval, desenvolvimento e evolução de
de varar barcos, actualmente sepultados pelo avanço das cidades em espa- equipamentos de bordo”.
ços anteriormente húmidos ou, mes-
mo, subaquáticos, de interface”.
Durante diversas leituras depara-
mos com outra nomenclatura de
conceito análogo ao da Arqueologia
marítima. Trata-se da Arqueologia
do meio aquático. Visando resolver
o imbróglio das nomenclaturas,
BLOT (2003) propôs o uso desta
terminologia para os estudos da “in-
teracção do homem com o mar, com
os lagos e os rios, através de manifes-
tações materiais – embarcações, con-
tentores, instalações humanas litorais,
vestígios de passagem”. De acordo
com PENAJOIA (2012), os sítios de
Arqueologia do meio aquático es-
tão ligados às zonas submersas ou
não, desde que haja estruturas de
apoio associadas às diversas ativida-
des náuticas realizadas.
FIG. 1 − O galeão sueco
Vasa volta à superfície em 1961
(segundo FRANZEN, 1960).

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OPINIÃO

ARQUEOLOGIA NÁUTICA tado ao ambiente aquático. Contudo, não é o ambiente aquático que
determinará o arqueólogo, mas sim o sítio arqueológico a ser estuda-
A Arqueologia náutica é definida pela UNESCO como aquela que do que determinará qual a especialização do arqueólogo necessário
“estuda a construção e utilização dos navios”. Em dissonância com o para esse estudo. Se ruínas de um templo antigo, precisará de um ar-
exposto, MANTAS (2004) conceitua-a como aquela que estuda a nave- queólogo clássico, se um naufrágio, será necessário um arqueólogo
gação e os seus instrumentos. A diferença não é sutil. Os processos náutico ou naval. Claro que, se os arqueólogos com as especializações
laboriosos e complexos da construção naval não são incluídos pelo supracitadas tiverem conhecimento das técnicas adaptadas para o
Arqueólogo Naval Vasco Mantas na Arqueologia náutica. O mesmo ambiente subaquático, o trabalho será planejado e executado com
considera que esses processos devam pertencer exclusivamente à Ar- maior eficiência e perdas menores.
queologia naval, colocando-a numa posição mais abrangente. Outro ponto que levanta discussão é a necessidade do arqueólogo ser
FRAGA (2004) coloca a Arqueologia náutica como sendo o “processo ou não mergulhador para coordenar uma expedição em ambiente
usado para reconstruir e descrever navios”. No mesmo artigo ele aponta aquático. Sobre esse ponto, MANTAS (2004) afirma que não há a obri-
como objetos de estudo da Arqueologia náutica e subaquática aque- gatoriedade do investigador ser um mergulhador. BASS (1969) pôs em
les que fazem o elo entre o Homem e os meios aquáticos, sendo que questão algo que ocorreu na década de 1960, quando os mergulha-
estes podem ser expressos de várias maneiras, como “estruturas de dores consideravam que os arqueólogos não poderiam ter a “pretensão
apoio a atividade marítimas, portos e barcos”. de saber mergulhar suficientemente bem para conseguir fazer escavações
eficientes”. Contudo, ele argumentou que para se tornar arqueólogo
requer anos de estudos e trabalhos de campo, e para se ser mergulha-
ARQUEOLOGIA SUBAQUÁTICA

Das definições que trouxemos até ao momento, a que levanta maio-


res discussões é a da Arqueologia subaquática. Sendo assim, antes de
tratarmos das definições desta, iremos discorrer sobre alguns pontos
relevantes.
Após dissertar sobre o porquê dar uma nomenclatura especial para
um ramo arqueológico de tamanha especificidade, BASS (1969) con-
clui com a seguinte frase: “Tudo é arqueologia”. Enfim, se a mesma é
realizada numa selva, no alto de uma montanha ou a 50 metros de
profundidade de um lago, tudo não passa de Arqueologia. Em con-
cordância com essa linha de pensamento, ROSA (2008) destaca que a
“a Arqueologia Subaquática não é uma nova ciência, nem mesmo uma
ciência auxiliar, e sim Arqueologia”.
Para o arqueólogo George F. Bass não existe o termo “arqueólogo suba-
quático”. A primeira leitura dessa afirmação causa uma certa surpresa,
principalmente atendendo a quem a escreveu. Mas a sua análise sobre
o assunto é o que torna a oração em questão compreensível. Um
arqueólogo que se intitula subaquático não pode ser especializado em
navegação dos descobrimentos e ruínas submersas de um determina-
do templo antigo. Da mesma maneira que não seria correto utilizar a
designação “arqueólogo de selva” porque o arqueólogo em questão
está a trabalhar em Tikal, na Guatemala. Enfim, um arqueólogo pode
se especializar “em certas áreas geográficas, cronológicas ou culturais ou FIG. 2 − Escafandro
ainda em alguns aspectos de antiguidades, como arquitetura, escrita, de mergulho tipo
escultura ou cerâmica, mas nenhum se especializa no ambiente em que Sibe Gorman.
tem de trabalhar”.
DESENHO: J. Beswick.

Uma das principais considerações que podem ser feitas levando em


conta a linha de pensamento de BASS (1969), é que a Arqueologia
subaquática é um conjunto de técnicas da Arqueologia terrestre adap-

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FOTO: Rita Auriemma.
FIG. 3 − Mergulhadores com Aqualung
inspecionam um naufragado romano.

dor, poucos dias é suficiente para ensinar as técnicas. Obviamente, Qual seria então o fator condicionante? Poderíamos considerar ape-
assim como ocorre hoje (RUSSO, 2006), na época os mergulhadores nas um fator ou mais? De certeza, apenas um fator não é capaz de
recém-formados em cursos de scuba ficavam sob a supervisão dos condicionar esse desenvolvimento, mas sim a soma de uma série de
mais experientes, já que o ambiente subaquático é bastante inóspito. fatores, como: a adaptação das técnicas arqueológicas terrestres ao am-
Em adição ao exposto, existem diversas práticas de estudos arqueoló- biente subaquático; a quebra de uma inverdade sobre o elevado cus-
gicos que não necessitam que o pesquisador esteja no ambiente suba- to da Arqueologia sob a água, que há décadas vem perdurando; a ca-
quático. Podemos rechaçar isso colocando duas situações: estudos de pacitação específica de uma equipe multidisciplinar, indo do coman-
naufrágios em ambientes com baixa visibilidade, como um rio com dante da embarcação, passando pelo marinheiro, até ao arqueólogo pro-
grande suspensão de material, e estudos de naufrágios em ambientes priamente dito; parcerias interinstitucionais envolvendo órgãos pú-
de grande profundidade, superior ao tecnicamente possível para um blicos, Marinha, empresas privadas e universidades; entre outras.
mergulhador profissional. Em ambas, o emprego de ecossondas, câ- Uma vez expostos alguns pontos relevantes para o entendimento da
meras subaquáticas, submarinos de pesquisas, entre outros, permite Arqueologia subaquática, trataremos agora de suas definições. A
realizar este trabalho sem colocar em risco o pesquisador. UNESCO situa a Arqueologia subaquática “no contexto mais abrangen-
O scuba, inventado por Jacques te da arqueologia marítima”, definindo-a como uma “subdisciplina que
Cousteau e Émile Gagnan, tornou 2
No Lago Nemi / Itália, estuda os sítios, os objetos, os vestígios humanos e as paisagens submersas”.
possível a exploração do mundo no século XV, aconteceram MANTAS (2004) define a subaquática como aquela que implica em
as primeiras tentativas de
subaquático, uma vez que seu uso recuperação de “restos” de investigação submarina (incluindo meio húmido ou parcialmente
proporciona ao arqueólogo: auto- naufrágios pelo arquiteto Leon submerso), seja por meio do mergulho ou qualquer outra forma de
nomia, mesmo que por tempo li- Battista Alberti (GUMMERE, 1929). detecção remota.
Entre os anos de 1907 e 1913,
mitado, mobilidade e economia. o arqueólogo Alfred Merlin O Livro Amarelo. Manifesto Pró-patrimônio cultural subaquático brasi-
Contudo, não foi o scuba o fator coordenou expedições em um leiro (CEANS, 2004) apresenta como o objetivo da Arqueologia suba-
condicionante para o desenvolvi- naufrágio na costa da quática brasileira o conhecimento, o estudo e o gerenciamento dos
Mahdia / Tunísia fazendo uso
mento da Arqueologia subaquáti- do escafandro (CATSAMBIS, FORD “testemunhos materiais submersos da presença humana em seus processos
ca 2, mas sim, o fator catalisador. e HAMILTON, 2011). de ocupação”. A publicação aponta a arqueologia subaquática como

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OPINIÃO

FIG. 4 − Ensecadeira para recuperação dos navios vikings


de Roskilde (Museu Nacional da Dinamarca).

sendo “a cultura material que se encontra submersa em águas interiores A Arqueologia naval tem importância didática na ramificação da
(rios, lagos e represas), marítimas ou oceânicas”. Arqueologia marítima, pois ela tratará especificamente sobre todos os
GONZALEZ (2007) afirma que o patrimônio cultural subaquático tra- aspectos das navegações. Sendo assim, ampliando o conceito dado
ta-se dos “vestígios da ocupação humana (arqueológica, histórica e cultu- por MANTAS (2004), podemos definir Arqueologia naval como o es-
ral) que estão parcial ou totalmente submersos, por pelo menos 100 anos”. tudo da embarcação e de sua construção, das técnicas de navegação,
das rotas marítimas e das estruturas de apoio à navegação de uma for-
ma geral, como portos, faróis, boias, píeres, cais, estaleiros de cons-
PROPOSTA trução e manutenção, empresas de suprimentos navais, locais de capa-
citação de recursos humanos para o trabalho em terra (embarque e
Uma vez que conhecemos as diversas definições dadas para as arqueo- desembarque) e em mar, marinas e garagens náuticas, entre outros.
logias marítima, naval, náutica e subaquática, iremos agora tratar de A Arqueologia náutica se distingue da Arqueologia naval no que diz
identificar linhas de pensamentos convergentes para podermos dis- respeito à centralização do seu estudo na embarcação e em seus ins-
tinguir e contextualizar as arqueologias em questão, propondo para- trumentos. Conclui-se, portanto, que a Arqueologia náutica é uma
lelamente uma definição pontual. ramificação da Arqueologia naval, uma vez que essa última é mais
As definições dadas pela UNESCO, por GONZALEZ (2007), GIBSON abrangente e trata de todos os aspectos ligados à navegação.
(2011), MUCKELROY (2004) e BLOT (2003), para a Arqueologia marí- Vale ressaltar que, diferentemente da Arqueologia subaquática, as ar-
tima possuem como convergência a relação do Homem com o am- queologias marítima, naval e náutica não se restringem a sítios que es-
biente aquático 3. Usando a mesma terminologia de MUCKELROY tejam necessariamente em ambiente aquático. Desde que haja evidên-
(2004), podemos chamar esse relacionamento de Cultura marítima. cias do contato do Homem com os corpos de água, essas arqueologias
Sendo assim, a Arqueologia marítima trata-se de um ramo mais podem ser executadas em terra. Se o vestígio dessa ligação já não se
abrangente, que aglomera diver- encontra submerso, como em Leptis Magna, na Líbia (BARTOCCINI,
3
sos aspectos dessa Cultura, como Entende-se por ambiente 1958), esta Arqueologia, apesar de ser terrestre, está no ramo maríti-
aquático a todo o corpo de
a parte social, política, econômica água continental (rios, lagos) mo, pelo elo que possui com este. Sendo assim, a Arqueologia
e outros. ou oceânico. subaquática trata de um conjunto de técnicas arqueológicas terrestres

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adaptadas ao meio aquático, seja ele úmido, parcial ou completa-
mente submerso, continental ou oceânico.
Tomando como base as definições pontuais propostas neste tópi-
co para as arqueologias marítima, naval, náutica e subaquática,
confeccionamos um organograma que apresenta a estrutura
das arqueologias e tem como foco o estudo da relação do
Homem com o meio aquático. Através deste gráfico é
possível observar que a base desse estudo é a Arqueo-
logia marítima e à, medida que se restringe o campo
de estudo (sobe-se a pirâmide), toma-se como foco
aspectos cada vez mais específicos da Cultura
marítima.
Outro ponto que vale salientar é a posição
da Arqueologia subaquática no contexto
das demais arqueologias tratadas. Esta
não se encontra em uma posição su-
perior ou inferior, mas está no mes-
mo patamar de importância da
Arqueologia terrestre. Ambas
tratam de um conjunto de téc-
nicas adaptadas aos meios on-
de serão empregadas.

FIG. 5 − Organograma estrutural das arqueologias marítima, naval, náutica e subaquática.

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