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Capacitação Básica Direitos

Trabalhistas

Ministrante: Ms. Jeison Giovani Heiler


jeisonheiler@gmail.com
Graduado em Direito - UNERJ
Especialista em Direito Previdenciário e Trabalhista - UNERJ
Mestrado Sociologia Política - UFSC
Professor nos cursos de Graduação da Católica de Santa Catarina
O contrato de trabalho
Definição – aspectos práticos

O que é contrato de trabalho?

R: Toda relação de prestação de trabalho mediante a


presença de 3 fatores (art. 3º CLT)

Habitualidade (não eventual)


Salário/Remuneração
Subordinaçao (dependência)

Contrato de trabalho precisa estar escrito?


R: Não. Mas os 3 fatores acima precisam ser provados.
Empresa - O que é para efeitos trabalhistas?

Empregador (art. 2º § 1º CLT):

● Empresas;
● Profissionais liberais;
● Instituições de beneficência;
● Associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos.

E se a empresa ir à falência ?

R: 1 - Pode responder o grupo industrial ou a empresa principal a que a empresa estava


subordinada, se for o caso. Ex: Empreiteiras e Prestadoras de Mao de Obra
R: 2 - A massa falida da empresa responde e os créditos trabalhistas têm preferência de
pagamento.
Porque assinar a Carteira - CTPS?
Na CTPS é que se anota o Contrato de Trabalho, portanto ela vale como prova (salário,
insalubridade, horas extras, férias, 13º etc) É dever do empregador anotar a CTPS: 48
horas contratação - data base - sempre que houver requisição do trabalhador, P/ INSS.
(Multa art. 29, § 3º CLT)

Proibido anotações desabonadoras (prejudiciais ao trabalhador) - art. 29, § 4º CLT)

A CTPS registra toda a atividade profissional para efeito de aposentadoria e demais


benefícios previdenciários (Aux. doença, pensão, salário maternidade)

Quanto tempo posso ficar sem CTPS assinada sem perder direito aos
benefícios do INSS?

R: A princípio durante 1 (um ano).


Mas em alguns casos este prazo pode chegar até 2 (dois) ou três ( anos) se comprovados
mais de 10 anos de contribuição e situação de desemprego. Neste caso, via processo
judicial.
Acidentes de trabalho (direitos decorrentes)

É a ocorrência durante a execução do trabalho (acidente típico) ou no


percurso casa-trabalho-casa (acidente de trajeto), que resulta em
lesão corporal, perda ou redução temporária ou permanente da
capacidade para o trabalho (doença profissional), comprovada por
laudo médico:

Logo após o acidente deve ser aberta a CAT, pela empresa, sindicato
ou no INSS

Efeitos:
a - Indenização trabalhista (Se dolo ou culpa do empregador)
b - Ap. Invalidez - Auxílio doença acidentário (estabilidade de 1 (um)
ano
C - Auxílio-acidente - 50% remuneração
Horas Extras - Quanto Pode?

Admite-se a prorrogação da Jornada de trabalho fixada na CF/88 (44 horas, 8 diárias) nas
seguintes Hipóteses:

1 - até 10 horas diárias ( CLT, art. 59, § 2º ), mediante acordo ou convenção coletiva,
compensadas na mesma semana, pela correspondente redução em outro dia, de modo que o
total da semana não exceda a 44 horas(CF/88, art. 7º, inciso XIII) ;

2 - por duas horas diárias ( CLT, art. 59 e § 1º c.c. CF/88, art. 7º, inciso XVI ), mediante
acordo escrito, individual ou coletivo, ou convenção coletiva, acréscimo de, no mínimo, 50%
sobre o salário

3- por duas horas diárias, durante o período máximo de 45 dias por ano, por ato unilateral do
empregador, para recuperação do tempo de serviço perdido com interrupção forçada do
trabalho, resultante de causas acidentais ou de força maior, mediante autorização prévia da
autoridade competente ( CLT, art. 61, § 3º );

4 - até 12 horas diárias, por ato unilateral do empregador, para atender à realização ou à
conclusão de serviços inadiáveis, ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo
manifesto, com um acréscimo de 50% ( CLT, art. 61, § 2º );

5 - Sem limite em casos de força maior, por ato unilateral do empregador, mas com um
adicional de 50% sobre o salário-hora normal.
Banco de Horas
É possível fixar horários reduzidos, por lei, acordo
coletivo ou contrato individual

Banco de Horas - Compensação - Válido somente mediante


Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho - Sum 85 TST
Direito à Férias (art. 129 e ss. CLT)

Depois de preenchido o período aquisitivo terá o


trabalhador direito a férias:

I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver


faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando
houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido
de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de
24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
Férias – Pagas/Indenizadas
Pagamento dobrado
Podem ser coletivas (art. 139 CLT)

Podem ser concedidas/fracionadas em 2 períodos /ano - mínimo 10 dias

Conversão em salário - somente 1/3

Cabe pagamento em dobro nos casos em que o empregado (art. 137 CLT)

Conceder férias fracionadas em mais de 2 (dois) períodos e com dias inferiores a 10 (dez);
Obrigar o empregado a usufruir apenas 20 (vinte) dias de férias convertendo 10 (dez) dias em abono pecuniário;
Efetuar o pagamento das férias somente no retorno do empregado ao trabalho;

No pagamento das férias, mesmo em dobro deve ser considerados reflexos,


insalubridade, horas extras, adicional noturno, etc)
Quando ocorre a perda do direito à férias?

O empregado perderá o direito a férias quando, no curso do período aquisitivo, ocorrer


alguma dessas situações:

● Deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqüentes à


sua saída;
● Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta)
dias;
● Deixar de trabalhar, com percepção do salário por mais de 30 (trinta) dias em
virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa. Neste caso a
empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência
mínima de 15 dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos
serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao
sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos
respectivos locais de trabalho; e

Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente do trabalho ou de auxílio-


doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos, dentro de um mesmo período.
- A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na CTPS.
Descanso semanal remunerado
(Fatores que provocam a perda / reflexos)

O empregado perde a remuneração do dia de repouso


quando não tiver cumprido integralmente a jornada de
trabalho da semana, salvo se as faltas forem consideradas
justificadas.

Se na semana em que houve a falta injustificada, ocorrer


feriado, este perderá o direito à remuneração do dia
respectivo.
Quando o empregado pode
faltar ao trabalho?
O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
- até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou dependente
- até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
- por 5 (cinco) dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana;
- por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada;
- até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva;
- no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar
- quando for arrolado ou convocado para depor na Justiça;
- faltas ao trabalho justificadas a critério do empregador;
- período de licença-maternidade ou aborto não criminoso;
- paralisação do serviço nos dias que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho;
- afastamento por motivo de doença ou acidente de trabalho (primeiros 15 dias);
- comparecimento como jurado no Tribunal do Júri;
- nos dias em que foi convocado para serviço eleitoral;
- nos dias em que foi dispensado devido à nomeação para compor as mesas receptoras ou juntas eleitorais nas eleiçõse;
- os dias de greve, desde que haja decisão da Justiça do Trabalho, dispondo que, durante a paralisação das atividades, ficam mantidos os
direitos trabalhistas (Lei nº 7.783/89);
- os dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior;
- período de freqüência em curso de aprendizagem;
- atrasos decorrentes de acidentes de transportes, comprovados mediante atestado da empresa concessionária;

 
Proteção ao trabalho do menor de 18 anos

CF/88 - Art. 7º proibição de trabalho noturno,


perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos
De qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos,
salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;

O artigo 427 da CLT determina que todo empregador que empregar menor será obrigado a conceder-lhe o tempo
que for necessário para a frequência às aulas.
Hora extra somente é permitida em caso excepcional, por motivo de força maior e desde que o trabalho do
menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.
O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias
escolares.
É proibido ao empregador fracionar o período de férias dos empregados menores de 18 (dezoito) anos.
Periculosidade/Insalubridade (Configuração, Fatores de
Risco, EPI, PPP, Efeitos previdenciário art. 189 e 193 CLT)

Insalubridade - exposição a agentes nocivos - 20%


30% ou 40 % adicional (art. 192 CLT)

Periculosidade - contato permanente com


inflamáveis ou explosivos em condições de risco
acentuado - 30 % adicional

Comprovação - PPP, LTCAT

EPI - Pode afastar o risco trabalhista, mas não para


efeitos previdenciários.
"Quem não luta por seus direitos não é digno deles"

Rui Barbosa

Jeison Giovani Heiler

jeisonheiler@gmail.com
47 - 3370-0244
47- 9984-3788

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