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Manual do
Ministério em
Prisões

PREPARADO PELO DEPARTAMENTO DE


ATIVIDADES LEIGAS DA CONFERÊNCIA
GERAL DOS ADVENTISTAS DO 7º DIA
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3

ÍNDICE

 Prefácio
 Introdução

o Capítulo 1 – Qualificações para o


Serviço.
o Capítulo 2 – Comunicando com o
Prisioneiro.
o Capítulo 3 – Aprendendo a conhecer os
prisioneiros e como conversar com eles.
o Capítulo 4 – Como começar o trabalho
na prisão.
o Capítulo 5 – O programa de Adoração
para os presos.
o Capítulo 6 – Dando estudos bíblicos para
os presos.
o Capítulo 7 – Ministério para as famílias.
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PREFÁCIO
A comissão para o remanescente da
igreja é apresentar o evangelho de um
Cristo amorável para toda a humanidade.

“Lembre-se daqueles na prisão como se


você estivesse lá com eles; e aqueles
que estão sendo maltratados como se
fossem vocês próprios os sofredores.”
Hebreus 13:3.

Durante toda a história dos Adventistas


do 7º Dia um ministério para os menos
afortunados tem sido parte integral do
Evangelismo missionário da igreja. Em
maio de 1974 o departamento de
atividades leigas da Conferência Geral
organizou um comitê de ministério em
prisões em Takoma Park com o
propósito de desenvolver um programa
nacional unificado do ministério em
prisões. Um número de excepcionais
membros de igreja da Divisão norte-
americana, que estão engajados no
evangelismo ministerial em prisões,
foram convidados para assistir essa
conferência.
5

O departamento de atividades leigas da


conferência geral, deseja reconhecer sua
profunda gratidão para as seguintes
pessoas que fizeram valiosas
contribuições na preparação deste
manual.

Nomes – Vide o original.

Esperamos que este manual estimule


milhares de leigos a se envolver com
esse ministério de amor.
6

INTRODUÇÃO
Cristo identifica a si próprio com cada
criança da humanidade. Na ordem “Que
nós podemos nos tornar membros da
família celestial pois, Ele se tornou
membro da família terrestre. Ele é o filho
do homem e assim um irmão de cada
filho e filha de Adão. Seus seguidores
não podem sentir eles mesmos, isolados
do mundo gelado que está ao se redor…
o caído, o enganado, e o pecador, o
amor de Cristo abraça-os; e todo ato de
bondade feito para levantar uma alma
caída, todo ato de misericórdia é aceito
como feito a Ele”. (DTN p. 638)

O capítulo 25 de Mateus apresenta o fato


que quando alguém abre a porta ao
necessitado e sofredor, está recebendo
anjos. “Era Eu que estava com fome e
sede. Eu era um estranho, Eu estava
doente, era Eu que estava na prisão.
Enquanto você festejava em sua mesa
repleta, estava faminto num casebre ou
numa rua vazia. Enquanto você estava
cômodo em sua casa, e Eu não tinha
onde deitar minha cabeça. Enquanto
você enchia seu guarda roupa com
7

peças finas, Eu estava despido.


Enquanto você buscava seus prazeres,
Eu padecia na prisão.” (DTN p.639, 640)

“No grande dia de julgamento, todos que


não tiverem trabalhando para Cristo, que
tem permanecido ha muito pensando
neles próprios, cuidando de si próprios,
serão colocados pelo juiz de toda a terra
com todos que praticaram o mal. Eles
receberão a mesma condenação”. (Idem
p. 641)

Nos Estados Unidos agora existem


aproximadamente 4.000 presos em
cadeias. Além disso existem 32
penitenciárias federais. Em cada uma
dessas instituições existem seres
humanos precisando de consolo.

O propósito desse manual é formar


vários princípios básicos e linhas guia
para todos que queiram se envolver no
evangelismo em prisões.

O programa de evangelismo em prisões,


começa onde quer que exista um preso
8

esperando ser entendido e quem é


também disposto a entender Jesus
Cristo.

O Evangelismo ministerial em prisões


dos Adventistas Sétimo Dia, tem vários
objetivos sociais e espirituais. Os
objetivos espirituais podem ser definidos
como seguem:

 Apresentar o Evangelho de Jesus Cristo.


 Dividir o amor de Deus.
 Expressar o significado da fé.
 Mostrar o poder da oração.

Alguns objetivos sociais são:

 Prover um elo entre a comunidade e as


pessoas confinadas no instituto de
correção.
 Preparar pessoas confinadas para
reentrar na sociedade,
(psicologicamente, mentalmente,
moralmente e espiritualmente).
 Servir as famílias das pessoas
confinadas nos institutos de correção.
9

 Prover casa, conselho, trabalho e


algumas vezes ajuda financeira para o
ex-ofensor.

Ajudar a pessoa a encontrar uma


experiência religiosa redimida, envolve o
encontrar o mesmo nas pessoas ao seu
redor. Saber o significado do perdão
envolve ser perdoado e oferecer perdão
aos outros. Saber o significado do amor
envolve ser amado e ter uma chance
para o amor. É difícil para um preso
cultuar ao Senhor quando ele não sente
Cristo em sua vida e morrendo por ele.
Ele constrói sua religião de porções
generosas de sua experiência em
família, má, boa ou indiferente. Um
propósitos do evangelismo em prisões é
prover meios de interpretação do amor
de Deus para com os prisioneiros.
Simplesmente afirmando os objetivos
finais do ministério em prisões são
mostrados a seguir.

1. Através de Cristo todo preso é redimido.


2. Reconstruir o todo no homem.
10

3. Trazer à família do preso uma nova


forma de vida baseado nos métodos
cristãos.
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CAPÍTULO 1
QUALIFICAÇÕES PARA O SERVIÇO

Levar almas perdidas a Cristo, é o


grande, maior e mais santo negócio
conhecido na terra e céu. A pessoa
engajada no ministério em prisão
(conselheiro leigo) terá o mesmo
consenso como que o Senhor afirmou
claramente que ele veio procurar e salvar
almas perdidas. Existem certas
qualidades ou tratos pessoais que um
conselheiro leigo deve ter.

1. Consagração: A primeira e sem dúvida a


mais essencial qualificação é a
consagração. “Cristo interpelou por uma
consagração sem reservas, por atenção
ao serviço. Ele exige o coração, a mente,
a alma e a força. Egoísmo não é
apreciado”. (Christ’s Objetive Lessons, p.
48/49). Ele que ama a Cristo o Senhor,
fará a maior importância do bem”.
(Desejado de todas as Nações p. 250).
2. Fidelidade: Para ter sucesso no
evangelismo em prisões, o conselheiro
leigo deve ter a qualidade em tomar
12

apontamentos e aparecer em tempo. O


líder cristão deve ser fiel nas promessas
que faz, custe o que custar. É uma coisa
maravilhosa encontrar uma pessoa o
qual promessas são certas como o
nascer do sol, cuja as palavras simples
são tão boas quanto suas palavras, que
seja reto o que ele fala que no momento
em que fala é certeza que ele o fará.
Esse é o tipo de fidelidade que Deus
requer.
3. Perseverança: No nome do Senhor um
ministro de prisões poderá trabalhar com
a mesma perseverança e incansável zelo
que Cristo teve em seu ministério.
4. Tato e Bom Senso: No trabalho de
ganhar almas grande tato e bom senso
são necessários. O Salvador nunca
suprimiu a verdade mas ele completou
sempre em amor. No seu intercurso com
outros, Ele exerceu o maior tato, e Ele
era sempre gentil e amorável.
5. Sinceridade: “Não deve existir pretensão
na vida de todos que tem tão sagrada e
solene mensagem como nós temos sido
chamados a apresentar. O mundo está
assistindo os Adventistas Sétimo Dia ,
porque sabem alguma coisa de sua
profissão de fé, e de seu grande
13

estandarte e eles vêem aqueles que não


vivem conforme a fé que professam, os
aponta com escárnio”. (Testemonies vol.
9 p. 23). Essas são somente algumas
qualificações essenciais para o serviço
vitorioso do evangelismo em prisões.
Somando-se a essas qualificações
existem características básicas de
caráter que são necessárias a um
conselheiro leigo.

 Amor – é um ponto de crescimento sem


egoísmo concernente a todas as
pessoas envolvidas.
 Empatia – é a habilidade de interagir com
as pessoas e sentir o que elas sentem.
 Senso de Missão – o desejo de dar a isto
prioridade, uma crença de que há
alguma coisa que ele ou ela poderia
estar fazendo no mundo.
 Crescimento espiritual – um conselheiro
leigo não deve levar somente outros a
um crescimento espiritual, mas com
sabedoria deve estar disposto e ansioso
para crescer melhor. Nós devemos
sondar nossas vidas e corações e ver se
nos encaixamos em algumas dessas
qualificações para um serviço vitorioso.
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CAPÍTULO 2
COMUNICANDO-SE COM OS PRESOS

O conselheiro leigo deveria aprender


como se comunicar com um preso. Na
primeira visita, gaste tempo escutando o
preso enquanto ele conta seus
problemas e experiências para você o
conselheiro. No apêndice há uma seção
relacionada com os presos o qual
apresenta algumas palavras usadas na
prisão (gírias) e o seu significado, que o
conselheiro deveria saber. Ele ( o
conselheiro ) deve também entender o
ponto de vista do preso. A seguir estão
algumas regras de como ouvir:

1. Olhe para quem fala;


2. Escute-o atentamente;
3. Atente para as idéias e os sentimentos
causados por elas;
4. Leve em conta seus próprios conceitos;
5. Concentre-se no que o preso diz;
6. Faça um esforço de consciência para
interpretar a lógica do que você escuta;
7. Não julgue o prisioneiro pela aparência
ou palavras;
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8. Não interrompa imediatamente ao


perceber uma sentença errada;
9. Deixe Cristo, que é a resposta, ter a
última palavra e não você;
10. Não julgue os motivos do preso;

O primeiro encontro sensibiliza o


aprendiz e o preso um com o outro. Você
nunca deve começar a sessão dizendo
ao preso o que você pensa estar errado
nele ou que a razão de ele estar na
prisão é de que ele não vai a igreja.

Ele freqüentemente ouve isso de seu


oficial na prisão, ou do juiz, ou do
assistente social, ou do advogado e do
oficial de condicional.

Comece perguntando: como posso


ajudá-lo? Geralmente isso não é só uma
boa abordagem espiritual, mas também
uma boa abordagem psicológica.
Imediatamente você estará atacando o
problema do preso, necessidades
básicas e preocupações. Primeiro, o que
vamos fazer? Então, aqui está o que
Jesus fará por você. Motive o preso e
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mantenha-o calmo. Compartilhe com ele


a sua experiência cristã.

Existem outros pontos de vista básicos


que o conselheiro deve apresentar na
mente enquanto se comunicam com o
preso. O conselheiro deve entender
completamente a necessidade social e
espiritual do preso. Muitos presos que
são completamente sinceros a sua
conversão, estão desapontados, que o
envolvimento individual em lidar com sua
conversão atualmente para, em dar
ajuda que eles tão grandiosamente
desejam e é tão essencial quando eles
são soltos da prisão.

A liberdade que o preso anseia é


também a liberdade que ele teme. O
preso procura e anseia pela sua
liberdade, mas igualmente, teme a
liberdade que o priva de encontrar
emprego porque seu passado peca
contra a sociedade. Esse ponto de vista,
e problemas de trabalho são questões
que a igreja e todos os envolvidos no
evangelismo ministerial em prisões
devem tratar.
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INSTRUÇÕES PARA OS
CONSELHEIROS LEIGOS
Aqui estão alguns conselhos básicos que
devem ser assimilados, e um conselheiro
nunca deveria deixar sua simpatia ter
mais valor que seu bom julgamento
quebrar alguns dos que seguem:

1. Não faça promessas aos prisioneiros que


você sabe que não pode manter.
2. Em momento algum reprima-o acerca de
sua condição prévia ou que ele pode ter
feito para estar ali.
3. Se um preso pedir a você uma carta de
recomendação para provar ou uma
referenda para o programa de drogas,
consulte o conselheiro regular de prisão
e junto com ele consultará o coordenador
do ministério ou o pastor destinado.
4. Não dar carta aos presos nem pegue
deles para enviar.
5. Não dê aos presos nada além de
folhetos, livros e bíblias. Confira isso com
o oficial em serviço. Definitivamente,
canetas, pentes e artigos similares não
podem ser trazidos.
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6. Se um preso requerer de você artigos


como, roupas de baixo, calças, camisas,
sapatos (os mesmos não ter cardaço ou
fivelas) confira com seu conselheiro ou
líder primeiro. Esteja certo de que você
tem o nome do preso e o seu número de
ficha para localização.
7. Em relação ao preso solto que esteve em
contato com drogas, não dê a ele
dinheiro ou qualquer coisa que possa se
negociada e convertida em dinheiro. Isso
é contra a lei:
8. Não cometa o erro de deixar um preso
pensar que pode enganá-lo só porque é
cristão. Sê prudente como uma serpente.
9. Não traga para dentro da prisão, toca-
fitas de qualquer tamanho ou câmera de
vídeo.
10. Se uma situação duvidosa surgir,
consulte seu líder do ministério.

Estivemos vendo alguns nãos. Agora


daremos uma olhada em vários fatores
que o conselheiro deve considerar:

1. Faça anotações dos presos com quem


você tem falado ou te impressionado.
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2. Faça visita e cheguem juntos (como um


grupo de conselheiros isso é essencial).
A prisão designada ou cela e chegue a
tempo.
3. Faça uma lista de quem você tem se
encontrado. Use essa lista para fazer
chamada todas as semanas. Adicione
novos nomes à lista.
4. Pergunte ao oficial da instituição a
possibilidade da visita e se permitido
pedir para anunciar em todos os
andares.
5. Faça visita aos parentes dos presos e
ajude-os quando puder com
contribuições de roupa e comida. Peça
aos líderes comunitários uma ajuda mais
promissora.
6. Sempre leve alguém com você durante a
visita a casa dos presos. Nunca vá
sozinho.
7. Lembre-se que vocês são hóspedes do
instituto de correção. Mostre aos guardas
e chefes do presídio a sua disposição
cristã Adventista. (Testemunho).
8. Lembre-se a cada conselheiro de relatar
suas visitas, e materiais distribuídos à
secretaria do programa de visitação.
9. Faça um relatório escrito ao seu líder de
ministério e também para o pastor da
20

igreja relatando o andamento do trabalho


de visitação e estudo.
10. Lembre-se da responsabilidade
que você como conselheiro possui. Cada
ação movida em favor de salvar almas é
um ganho para a obra de Deus.
11. Lembre-se em vários casos, você
sustenta a fé e o amor daquele preso,
inclusive a esperança de um futuro
melhor. Lembre-se, através de Cristo
todo preso pode se redimido.
21

CAPÍTULO 3
APRENDENDO A CONHECER OS
PRESOS E COMO FALAR COM ELES

Alguns indivíduos apresentam certa


dificuldade em falar com presos. As
perguntas mais freqüentes são.: Como
falar com eles? Como se tornar amigo
deles? Não existem segredos em se
comunicar com os presos. Deve-se
lembrar que o preso é também um ser
humano como qualquer outro. É o ponto
onde muitas pessoas erram, pois acham
que quando vão a um presídio, estão
indo a um “zoológico” para ver animais.

Nós não devemos perder a visão de que


o preso está lá porque quebrou as leis
impostas pela sociedade, e a mesma
acredita que eles tem que pagar pelo que
fizeram. Muitos são realmente culpados,
mas outros podem não o ser. Outros
podem também estar ali por causa da
vontade e desmando de outros ou
porque queriam somente conseguir o
sustento para suas famílias, mas foram
22

enganados por outras pessoas. O


conselheiro deve considerar tudo isso.

Alguém que tem estado encarcerado por


7 anos, faltando ainda 44 anos de pena
diz que o seu verdadeiro crime foi a
ignorância. Na ignorância ele afirmou:
“Com a ignorância é impossível converter
ou até prender, mas tranque a ignorância
presa numa caixa tudo que se tornar
possível. O único feito que o estado
consegue chegar perto desse preso é
ensinado-o alguma profissão prática.

Como conselheiros, devemos aprender a


como ganhar a confiança deles e assim
saber de seus problemas e como poder
ajudá-los.

Abaixo segue uma lista de 7 sugestões


de como ganhar a confiança e o respeito
dos presos.

1. Sempre apresente preocupação,


principalmente em suas palavras e
atitudes.
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2. Saiba quando falar e quando escutar,


mas esteja certo que você está no
controle da situação.
3. Faça apenas promessas que você possa
cumprir.
4. Nunca dê uma falsa impressão –
explicando o que você pode fazer ou
não.
5. Nunca comprometa suas idéias ou
crenças.
6. Tente tratar dos problemas você próprio
dependendo apenas do conselho divino.
7. Encoraje o preso a expor seus
pensamentos e sentimentos para chegar
a entrega de seu coração.

Se o conselheiro seguir essas instruções


verá que não existem segredos para a
comunicação com o preso. É muito difícil
chegar a ele a menos que você já tenha
tido essa experiência. Por isso nunca
diga a ele: eu sei o que você está
sentindo, pois você nunca esteve onde
ele está. É melhor dizer: deve ser difícil
para você. Mas o que determinará se
você vai ajudá-lo ou não, são suas
palavras e seus esforços em ajudá-lo. O
conselheiro deve oferecer primeiro o
companheirismo, segundo o ensino e
24

terceiro a pregação. Uma vez aceito pelo


preso, metade da batalha está vencida,
pois agora ele estará pronto para escutar
o que você tem a dizer.

Lembre-se que 1º o preso deve aceitar


ser seu amigo, e só depois desse passo
levá-lo a crer que ele também é um ser
humano e merece a salvação e o perdão
de seus pecados. A primeira questão que
vem à mente de um preso é: como saber
se ele ( o conselheiro) realmente se
importa comigo? Isso se deve ao fato de
que em toda sua vida ele tem visto
pessoas se achegar a ele dizendo que os
ajudaria, mas na verdade os
prejudicaram mais ainda.

Você pode entrar em uma instituição e


falar sobre o cuidado de Jesus, mas o
preso irá olhar você. Uma vez que ele
tenha decidido que você se importa com
ele, daí então você pode mostrar o amor
de Deus através de instrumentos
humanos.
25

Você deve dizer também: porque me


importo com você, quero compartilhar a
alegria que sinto quando estou em
comunhão com Cristo.

Não é qualquer um que o preso aceita


como amigo, pois muitos estão lá com as
mesmas atitudes daqueles que
crucificaram a Cristo. Por isso as
escrituras dizem.: “Sê prudente como a
serpente”. Você deverá ter amor puro
para tratar com essas pessoas.

Vamos dar uma olhada mais de perto no


preso que você vai ministrar. Na sua
maioria eles não estão unidos a
nenhuma igreja. Outros tem uma
formação religiosa que vem de casa e
ainda os acompanha mesmo estando
presos.

De acordo com o conselho de rabis,


existem 100 judeus presos para uma
população de aproximadamente 11.000
mil. Vários são negros ou hispanos. De
qual quer modo o fator que predomina
entre eles é a sua condição sócio-
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econômica. Por serem das classes


sociais mais baixas, muitos deles não
tem conhecimento nem de seus direitos
quando presos.

Os jovens em sua maioria são usuários


de drogas, pois para manterem seu vício,
tem de roubar e até matar para conseguir
o dinheiro das drogas. A maioria desses
presos tem convicção de seus crimes,
tem pouca educação (nível de
escolaridade), são pobres, não tinham
emprego quando foram presos. Essa é a
situação que você vai encontrar. Logo
abaixo relacionaremos alguns itens que
irão ajudá-lo e até protegê-lo no trato
com os presos:

1. Não dê número de telefone aos presos,


exceto o da igreja.
2. Não dê seu endereço nem o de outra
pessoa em tempo algum.
3. Quando em conselho, o preso costuma a
passar alguns fatos de sua experiência
familiar passada. Quando isso acontecer,
passe essas informações para o líder do
ministério e investigue se existem contas
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a pagar e deixe que os familiares saibam


que ele se importa e que ajudá-los.
4. Não permita que eles se tornem pessoais
demais com você. Você será sempre,
senhor, senhora, senhorita ou irmão e
irmã. Os conselheiros estão fazendo este
trabalho para o mestre e devem fazê-lo
com zelo e ordem.
5. Nada deve ser dado aos presos ( carta,
selo, roupas, lápis, caneta ), pois a
instituição do estado deve prover tudo
isso a eles. Sempre consulte o diretor do
presídio ou oficial encarregado para
proceder dentro das normas do
estabelecimento.
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CAPÍTULO 4
COMO COMEÇAR O TRABALHO NA
PRISÃO

O trabalho desenvolvido pelo Ministério


evangelístico deve ser uma preocupação
de toda a igreja local. Devem haver
pessoas indicadas pela membresia para
fazer parte desse trabalho grandioso de
salvação de almas.

Todos podem ajudar de alguma forma.


Abaixo vamos mostrar cada função do
ministério e como são as características
que devem ter:

O Coordenador – esse deve ser um bom


líder, pois precisará dessa qualidade
para comandar os trabalhos. Ele
coordena desde os grupos de igreja até
os que estão envolvidos diretamente no
trabalho. É ele quem vai até o diretor do
presídio e faz todos os arranjos
necessários para a visita.
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O Conselheiro-chefe – geralmente é
aquela pessoa que já trabalhou com
esse tipo de evangelismo e já conhece
tudo o que é necessário para
desenvolver um bom projeto. É ele quem
treina e capacita todos os que desejam
ser conselheiros leigos e os divide para
um trabalho mais eficaz.

O Líder da Música – tem de ser uma


pessoa dinâmica e que goste de cantar
sempre. Suas músicas devem refletir
grandes idéias e deve encorajar o preso
a se decidir na hora certa.

O Secretário de Literatura – é
responsável pelas bíblias, folhetos e todo
tipo de literatura que for necessário
durante o programa. Esse deve manter
sempre um relatório das atividades e um
registro de cada coisa feita com e pelo
preso.

O Escrivão – essa pessoa tem de ser de


confiança extrema, pois é ela que vai
guardar e gravar toda a conversação
para ser de ajuda futura ao preso.
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O Secretário de Saúde e Bem-estar –


essa pessoa deve trabalhar diretamente
com a ADRA, para prover quando
necessário ajuda para o preso e sua
família.

O Instrutor Bíblico – esse é o homem do


corpo a corpo, pois estará fazendo visitas
regulares aos presos e o mais importante
de tudo, estará ensinando aos presos
todas as verdades celestes. Deve ser
consagrado e profundo conhecedor da
bíblia.

O Vice-conselheiro – estará sempre ao


lado do líder para fazer as seguintes
coisas:

1. Preparativos
2. Audiência
3. Provas
4. Ver sentenças e audiências.

Não pode começar esse trabalho se as


regras da instituição penal não forem
seguidas. Existem sistemas federais,
estaduais e militares, que devem ser
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conhecidos e seguidos à risca por esse


grupo. Em cada cidade existem liberdade
ou proibição desse tipo de trabalho.
Muitas instituições permitem que várias
religiões façam esse trabalho, já outras o
processo é mais delicado.

Existe um limitado número de técnicas


que podem ser usados nesse trabalho.
As pessoas dispostas a esse tipo de
trabalho na igreja também é limitado e
poucos querem estar nesse trabalho.

Abaixo vão idéias de métodos úteis:

1. O passo mais recomendado é que, com


a permissão do diretor da cadeia, se faça
uma pesquisa para saber quantos presos
desejam estudar a bíblia. A igreja recebe
essas pesquisas de volta e assim
começa a planejar o programa e a
maneira a ser realizado.
2. Outra forma é ajudar a reintegrar ex-
detentos na sociedade, ajudando-os a
achar trabalho e moradia. Deve se ter
muito cuidado pois muitos ainda não são
convertidos.
32

3. Ainda outra forma é fazer companhas


onde você possa implementar pequenos
cursos como: vida total, como deixar de
fumar em 5 dias, programas anti-fumo,
anti-drogas, palestras, atendimento
médico voluntário ou oficinas de
aprendizagem.
33

CAPÍTULO 5
O PROGRAMA DE ADORAÇÃO PARA
OS PRESOS

Esses tipos de programas devem


começar e terminar de acordo com os
horários previstos pela direção do
presídio.

Abaixo segue o esquema de um


programa que pode ser usado na íntegra
o servir como base para outro:

 Serviço de cântico – 15 minutos


 Oração e música inicial – 5 minutos
 Aconselhamento – 30 minutos
 Música especial – 3 minutos (pode ser
feito também pelo preso)
 Sermonete – 15 minutos
 Música especial – 3 minutos
 Testemunho pelo preso ou pelo
conselheiro – 8 minutos
 Música final e oração – 6 minutos

Tempo total aproximado: 85 minutos.


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É claro que esse programa varia de


acordo ao tempo permitido de visitação
pela intituição.

Num programa como esse não pode


faltar material de espécie alguma, pois
isso pode significar problemas e a perda
de interesse do preso.
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CAPÍTULO 6
DANDO ESTUDO BÍBLICO AOS
PRESOS

Presos são pessoas com mistos de


esperança e desespero com relação ao
futuro. Muitos ainda procuram caminhos
errados na vida, mas porque não existe
ninguém que dê a eles a luz da
esperança em Cristo Jesus.

Por não conhecerem a Cristo, aparece


agora a nossa frente a oportunidade de
levar o evangelho a essas pessoas que
estão sofrendo sem saber que existe
esperança para suas vidas. Daí a grande
oportunidade de se fazer campanhas de
sucesso para depois colherem os
resultados.

Há uma mensagem a ser dada a


pessoas que precisam ouvi-la.

 Preparação para os estudos bíblicos.

1.
36

1. O primeiro passo é deixar que o


Espírito Santo de Deus esteja
presente em sua vida. Isso só pode
ser conseguido com muita oração
estudo e preparação. Essa
preparação é necessária para
colocar o instrutor bíblico em
sintonia direta com Deus e ajudá-lo
a transmitir a mensagem de uma
maneira clara para o preso.
2. O instrutor deve ser profundo
conhecedor do seu objeto de
estudo: Jesus Cristo. A experiência
pessoal com Cristo é necessária
para poder ensinar sobre Ele aos
outros.
3. O instrutor dever ter verdadeiro
amor pelo seu irmão ou irmã. Deve
estar comprometido com o
trabalho, sacrificar e dedicar seus
talentos e conhecimentos de
Cristo. Quando nos entregamos
totalmente ao poder de Deus, o
amor cresce em nossa vida de tal
forma, que ao expor a mensagem,
o preso percebe que conhecemos
a quem pregamos.
4. Ao dar o estudo bíblico o instrutor
deve saber e ser consciente e
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igualmente sensível as condições


físicas, mentais e sociais do preso.
Depois de tanto confiar em meios e
mais meios de esperança que
falharam, o instrutor deve ter
bastante cuidado para não perder
a chance de mostra-lhe a
esperança em Jesus. O preso
sente raiva, rancor da sociedade e
isso deve ser trabalhado com ele
de forma que consiga fazê-lo
enxergar o mundo de uma forma
diferente.
5. O instrutor deve estar familiarizado
com o tema de estudo e deve
dominá-lo acima de tudo.
6. O instrutor deve ser sensível as
noções de cristianismo do preso.

 Dando estudos bíblicos.

1.
1. Sempre comece com uma oração.
2. Antes de começar os estudos
tenha um acordo com o preso com
respeito a:
1. O livro de estudo ( a Bíblia)
2. O número de lições.
3. O tempo de cada lição.
38

4. A maneira como o estudo vai


ser ministrado.
5. A cortesia recíproca
esperada por ambos.
3. O tempo é fator essencial para os
estudos. Lembre-se de que cada
instituição penal tem suas regras
que devem ser seguidas.
4. Sempre atente para lição a ser
considerada. Não fuja do assunto,
mas também deve se tomar
cuidado para não ser grosseiro
com o preso, evitando assim que
ele desista dos estudos e essa
porta seja fechada. Se o preso
buscar outro assunto, escute-o e
traga-o de volta dizendo que
haverá outra oportunidade para
estudarem isso.
5. O instrutor deve sempre falar numa
voz audível e sempre na linguagem
que o preso possa compreender,
para assim ter a condição de
entender e aceitar todas as
verdades pregadas.
6. Onde for possível fazer sempre um
círculo para que haja maior
interação e discussão para uma
39

melhor compreensão dos temas


apresentados.
7. Veja se todos os presos tem a
própria Bíblia, se não providencie
para que eles não fiquem aéreos
ao que acontece e que se
familiarizem com ela.
8. Ore cada dia para que Deus os
socorra nas situações diárias e que
eles possam tomar a decisão de
estar ao lado de Jesus.
9. Não se desencoraje facilmente. Às
vezes a situação mais difícil produz
decisões inabaláveis..
10. Dê a série de lições que
cubram todas as doutrinas da
Adventistas Sétimo Dia .

 Decisões

É durante as seções de estudo da Bíblia


que o preso toma suas decisões. Muitas
vezes durante a semana ele expressa a
decisão de querer ser batizado. Essas
decisões podem vir a qualquer hora
durante o período de estudos bíblicos.
40

Eles não devem nunca ser forçados a


aceitar a Cristo e as doutrinas da igreja,
mas devem ser deixados decidir por si
mesmos, para que assim eles mesmos
digam se estão preparados ou não para
o batismo.

 Continuação

Depois de batizado o preso deve ter um


trabalho de acompanhamento pois agora
é um membro da igreja.

A continuação do estudo da Bíblia irá


fortalecer a sua fé e comunhão com
Deus. Com o passar do tempo eles
podem ser encorajados a ingressar no
ministério e ajudar outros presos através
do relato de sua conversão e assim
ganhar mais almas para Cristo.

Quando puder, esses presos devem ser


encorajados a ir para a igreja e assim
estar em comunhão junto com os irmãos
da mesma fé que eles. Enfatizar a
importância da comunhão sabática para
que quando cumprirem sua pena e
41

forem, eles estejam juntos conosco para


uma nova vida.

CAPÍTULO 7
MINISTRANDO AS FAMÍLIAS

Semanalmente o conselheiro testemunha


de Cristo e o preso responde as
verdades espirituais ali apresentadas.
Cria-se uma atmosfera de amizade e
compreensão e daí fortalece um espírito
amável e mais fiel a Cristo.

Depois de algum tempo de estudo é


normal escutar a seguinte petição: você
poderia falar com a minha família de que
estou estudando a Bíblia e quero me
converter.

Os presos em sua maioria deixaram


famílias, mulheres e filhos e mesmo
estando nesse triste momento, ainda se
lembram e se preocupam com eles.

Talvez a parte mais difícil seja essa, pois


achegar e conseguir unir uma família
42

desfeita pelo erro de uma pessoa é a


mais dolorosa tarefa desse ministério.

É importante que o trabalho não seja


apenas com o preso, mas também com a
sua família. Nesse manual existem
algumas fichas que serão úteis nesse
trabalho (Ver apêndice).

O conselheiro deve procurar a família do


preso e colocá-lo a par da situação da
pessoa e a intenção de ajudá-la a se
recuperar.

Alguns passos o ajudarão a desenvolver


melhor esse trabalho.

 Ligue para a família do preso e sonde o


ambiente que vai encontrar, uma voz
zangada pode ser uma barreira a
transpor com cuidado.
 Depois vá até a casa e procure saber de
suas necessidades e supri-las na medida
do possível.
 Na próxima visita se estiver tudo
correndo bem, leve histórias bíblicas
para as crianças e comece a conversar
43

sobre coisas que os interessem para


depois introduzir a verdades bíblicas.
 Nessas visitas você pode encontrar
vários tipos de problemas que os
familiares dos presos lidam no dia a dia.
Ajude-os quando possível, mas sempre
tenha alguém especializado no que você
precisar ao seu lado.
 Ajuda com comida e roupa, devem ser
dispensadas somente a famílias que não
tenham condição para prover isso. Não
perca tempo nem esforço em ajudar
quem não necessita.

Seguindo essas regras o conselheiro terá


um ministério eficaz e, assim, além de
ganhar almas para Jesus, estará
ajudando outras pessoas a refazer suas
vidas desfeitas.

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