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Noções de Sustentabilidade: Resolução CNJ nº

201/2015.
Lei nº 8.666/1993 e suas alterações: artigo 3º.
Decreto nº 7.746/2012.
Política Nacional sobre Mudanças do Clima (Lei
nº 12.187/2009). Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei nº 12.305/2010). Conceito de
Desenvolvimento Sustentável. Noções sobre
Direitos das Pessoas com Deficiência (Resolução
CNJ nº 230/2016 - art. 19): Inclusão, direitos e
garantias legais e constitucionais das pessoas
com deficiência (Lei nº 13.146/2015; Lei nº
11.126/2005 e Constituição Federal).
Normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida (Lei nº
10.098/2000 e Decreto 5.296/2004).
Prioridade de atendimento às pessoas com
deficiência (Lei nº 10.048/2000 e Decreto
5.296/2004).
Direitos no sistema de transporte coletivo (Lei
nº 8.899/1994) e Decreto 3.691/2000).
Símbolo de identificação de pessoas com
deficiência auditiva (Lei nº 8.160/1991).
Normas de apoio às pessoas com deficiência e
sua integração social (Lei nº 7.853/1989 e
Decreto 3.298/1999).
Parágrafo único. Esta Lei tem como
base a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo, ratificados pelo Congresso
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Nacional por meio do Decreto Legislativo
Institui a Lei no 186, de 9 de julho de 2008, em
Brasileira de Inclusão conformidade com o procedimento previsto
Mensagem de veto
da Pessoa com no § 3o do art. 5o da Constituição da
Vigência Deficiência (Estatuto República Federativa do Brasil, em vigor
da Pessoa com para o Brasil, no plano jurídico externo,
Deficiência). desde 31 de agosto de 2008, e
promulgados pelo Decreto no 6.949, de 25
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faç
de agosto de 2009, data de início de sua
o saber que o Congresso Nacional decreta
vigência no plano interno.
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 2o Considera-se pessoa com
LIVRO I
deficiência aquela que tem impedimento de
PARTE GERAL longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em
TÍTULO I
interação com uma ou mais barreiras, pode

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES obstruir sua participação plena e efetiva na


sociedade em igualdade de condições com
CAPÍTULO I as demais pessoas.

DISPOSIÇÕES GERAIS § 1o A avaliação da deficiência,


quando necessária, será biopsicossocial,
Art. 1o É instituída a Lei Brasileira de
realizada por equipe multiprofissional e
Inclusão da Pessoa com Deficiência
interdisciplinar e considerará: (Vigência)
(Estatuto da Pessoa com Deficiência),
destinada a assegurar e a promover, em I - os impedimentos nas funções e nas
condições de igualdade, o exercício dos estruturas do corpo;
direitos e das liberdades fundamentais por
pessoa com deficiência, visando à sua II - os fatores socioambientais,

inclusão social e cidadania. psicológicos e pessoais;


III - a limitação no desempenho de relacionada à atividade e à participação da
atividades; e pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida, visando à sua autonomia,
IV - a restrição de participação.
independência, qualidade de vida e
§ 2o O Poder Executivo criará inclusão social;

instrumentos para avaliação da deficiência.


IV - barreiras: qualquer entrave,
Art. 3o Para fins de aplicação desta Lei, obstáculo, atitude ou comportamento que
consideram-se: limite ou impeça a participação social da
pessoa, bem como o gozo, a fruição e o
I - acessibilidade: possibilidade e exercício de seus direitos à acessibilidade,
condição de alcance para utilização, com à liberdade de movimento e de expressão,
segurança e autonomia, de espaços, à comunicação, ao acesso à informação, à
mobiliários, equipamentos urbanos, compreensão, à circulação com segurança,
edificações, transportes, informação e entre outros, classificadas em:
comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e a) barreiras urbanísticas: as existentes
instalações abertos ao público, de uso nas vias e nos espaços públicos e privados
público ou privados de uso coletivo, tanto na abertos ao público ou de uso coletivo;

zona urbana como na rural, por pessoa com


b) barreiras arquitetônicas: as
deficiência ou com mobilidade reduzida;
existentes nos edifícios públicos e privados;

II - desenho universal: concepção de


c) barreiras nos transportes: as
produtos, ambientes, programas e serviços
existentes nos sistemas e meios de
a serem usados por todas as pessoas, sem
transportes;
necessidade de adaptação ou de projeto
específico, incluindo os recursos de d) barreiras nas comunicações e na
tecnologia assistiva; informação: qualquer entrave, obstáculo,
atitude ou comportamento que dificulte ou
III - tecnologia assistiva ou ajuda
impossibilite a expressão ou o recebimento
técnica: produtos, equipamentos,
de mensagens e de informações por
dispositivos, recursos, metodologias,
intermédio de sistemas de comunicação e
estratégias, práticas e serviços que
de tecnologia da informação;
objetivem promover a funcionalidade,
e) barreiras atitudinais: atitudes ou pessoas, todos os direitos e liberdades
comportamentos que impeçam ou fundamentais;
prejudiquem a participação social da
VII - elemento de urbanização:
pessoa com deficiência em igualdade de
quaisquer componentes de obras de
condições e oportunidades com as demais
urbanização, tais como os referentes a
pessoas;
pavimentação, saneamento, encanamento
f) barreiras tecnológicas: as que para esgotos, distribuição de energia
dificultam ou impedem o acesso da pessoa elétrica e de gás, iluminação pública,
com deficiência às tecnologias; serviços de comunicação, abastecimento e
distribuição de água, paisagismo e os que
V - comunicação: forma de interação
materializam as indicações do
dos cidadãos que abrange, entre outras
planejamento urbanístico;
opções, as línguas, inclusive a Língua
Brasileira de Sinais (Libras), a visualização VIII - mobiliário urbano: conjunto de
de textos, o Braille, o sistema de sinalização objetos existentes nas vias e nos espaços
ou de comunicação tátil, os caracteres públicos, superpostos ou adicionados aos
ampliados, os dispositivos multimídia, elementos de urbanização ou de edificação,
assim como a linguagem simples, escrita e de forma que sua modificação ou seu
oral, os sistemas auditivos e os meios de traslado não provoque alterações
voz digitalizados e os modos, meios e substanciais nesses elementos, tais como
formatos aumentativos e alternativos de semáforos, postes de sinalização e
comunicação, incluindo as tecnologias da similares, terminais e pontos de acesso
informação e das comunicações; coletivo às telecomunicações, fontes de
água, lixeiras, toldos, marquises, bancos,
VI - adaptações razoáveis: adaptações,
quiosques e quaisquer outros de natureza
modificações e ajustes necessários e
análoga;
adequados que não acarretem ônus
desproporcional e indevido, quando IX - pessoa com mobilidade reduzida:
requeridos em cada caso, a fim de aquela que tenha, por qualquer motivo,
assegurar que a pessoa com deficiência dificuldade de movimentação, permanente
possa gozar ou exercer, em igualdade de ou temporária, gerando redução efetiva da
condições e oportunidades com as demais mobilidade, da flexibilidade, da
coordenação motora ou da percepção,
incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa XIII - profissional de apoio escolar:
com criança de colo e obeso; pessoa que exerce atividades de
alimentação, higiene e locomoção do
X - residências inclusivas: unidades de
estudante com deficiência e atua em todas
oferta do Serviço de Acolhimento do
as atividades escolares nas quais se fizer
Sistema Único de Assistência Social (Suas)
necessária, em todos os níveis e
localizadas em áreas residenciais da
modalidades de ensino, em instituições
comunidade, com estruturas adequadas,
públicas e privadas, excluídas as técnicas
que possam contar com apoio psicossocial
ou os procedimentos identificados com
para o atendimento das necessidades da
profissões legalmente estabelecidas;
pessoa acolhida, destinadas a jovens e
adultos com deficiência, em situação de XIV - acompanhante: aquele que
dependência, que não dispõem de acompanha a pessoa com deficiência,
condições de autossustentabilidade e com podendo ou não desempenhar as funções
vínculos familiares fragilizados ou de atendente pessoal.
rompidos;
CAPÍTULO II
XI - moradia para a vida independente
DA IGUALDADE E DA NÃO
da pessoa com deficiência: moradia com
DISCRIMINAÇÃO
estruturas adequadas capazes de
proporcionar serviços de apoio coletivos e Art. 4o Toda pessoa com deficiência
individualizados que respeitem e ampliem o tem direito à igualdade de oportunidades
grau de autonomia de jovens e adultos com com as demais pessoas e não sofrerá
deficiência; nenhuma espécie de discriminação.

XII - atendente pessoal: pessoa, § 1o Considera-se discriminação em


membro ou não da família, que, com ou razão da deficiência toda forma de
sem remuneração, assiste ou presta distinção, restrição ou exclusão, por ação
cuidados básicos e essenciais à pessoa ou omissão, que tenha o propósito ou o
com deficiência no exercício de suas efeito de prejudicar, impedir ou anular o
atividades diárias, excluídas as técnicas ou reconhecimento ou o exercício dos direitos
os procedimentos identificados com e das liberdades fundamentais de pessoa
profissões legalmente estabelecidas; com deficiência, incluindo a recusa de
adaptações razoáveis e de fornecimento de VI - exercer o direito à guarda, à tutela,
tecnologias assistivas. à curatela e à adoção, como adotante ou
adotando, em igualdade de oportunidades
o
§ 2 A pessoa com deficiência não está
com as demais pessoas.
obrigada à fruição de benefícios
decorrentes de ação afirmativa. Art. 7o É dever de todos comunicar à
autoridade competente qualquer forma de
Art. 5o A pessoa com deficiência será
ameaça ou de violação aos direitos da
protegida de toda forma de negligência,
pessoa com deficiência.
discriminação, exploração, violência,
tortura, crueldade, opressão e tratamento Parágrafo único. Se, no exercício de
desumano ou degradante. suas funções, os juízes e os tribunais
tiverem conhecimento de fatos que
Parágrafo único. Para os fins da
caracterizem as violações previstas nesta
proteção mencionada no caput deste
Lei, devem remeter peças ao Ministério
artigo, são considerados especialmente
Público para as providências cabíveis.
vulneráveis a criança, o adolescente, a
mulher e o idoso, com deficiência. Art. 8o É dever do Estado, da
sociedade e da família assegurar à pessoa
o
Art. 6 A deficiência não afeta a plena
com deficiência, com prioridade, a
capacidade civil da pessoa, inclusive para:
efetivação dos direitos referentes à vida, à
I - casar-se e constituir união estável; saúde, à sexualidade, à paternidade e à
maternidade, à alimentação, à habitação, à
II - exercer direitos sexuais e educação, à profissionalização, ao trabalho,
reprodutivos; à previdência social, à habilitação e à
reabilitação, ao transporte, à acessibilidade,
III - exercer o direito de decidir sobre o
à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer,
número de filhos e de ter acesso a
à informação, à comunicação, aos avanços
informações adequadas sobre reprodução
científicos e tecnológicos, à dignidade, ao
e planejamento familiar;
respeito, à liberdade, à convivência familiar
IV - conservar sua fertilidade, sendo e comunitária, entre outros decorrentes da
vedada a esterilização compulsória; Constituição Federal, da Convenção sobre
os Direitos das Pessoas com Deficiência e
V - exercer o direito à família e à
seu Protocolo Facultativo e das leis e de
convivência familiar e comunitária; e
outras normas que garantam seu bem-estar VII - tramitação processual e
pessoal, social e econômico. procedimentos judiciais e administrativos
em que for parte ou interessada, em todos
Seção Única
os atos e diligências.

Do Atendimento Prioritário
§ 1o Os direitos previstos neste artigo

Art. 9o A pessoa com deficiência tem são extensivos ao acompanhante da

direito a receber atendimento prioritário, pessoa com deficiência ou ao seu

sobretudo com a finalidade de: atendente pessoal, exceto quanto ao


disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
I - proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias; § 2o Nos serviços de emergência
públicos e privados, a prioridade conferida
II - atendimento em todas as por esta Lei é condicionada aos protocolos
instituições e serviços de atendimento ao de atendimento médico.
público;
TÍTULO II
III - disponibilização de recursos, tanto
humanos quanto tecnológicos, que DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
garantam atendimento em igualdade de
CAPÍTULO I
condições com as demais pessoas;
DO DIREITO À VIDA
IV - disponibilização de pontos de
parada, estações e terminais acessíveis de Art. 10. Compete ao poder público
transporte coletivo de passageiros e garantir a dignidade da pessoa com
garantia de segurança no embarque e no deficiência ao longo de toda a vida.
desembarque;
Parágrafo único. Em situações de
V - acesso a informações e risco, emergência ou estado de calamidade
disponibilização de recursos de pública, a pessoa com deficiência será
comunicação acessíveis; considerada vulnerável, devendo o poder
público adotar medidas para sua proteção e
VI - recebimento de restituição de
segurança.
imposto de renda;
Art. 11. A pessoa com deficiência não em casos de risco de morte e de
poderá ser obrigada a se submeter a emergência em saúde, resguardado seu
intervenção clínica ou cirúrgica, a superior interesse e adotadas as
tratamento ou a institucionalização forçada. salvaguardas legais cabíveis.

Parágrafo único. O consentimento da CAPÍTULO II


pessoa com deficiência em situação de
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À
curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
REABILITAÇÃO
Art. 12. O consentimento prévio, livre e
Art. 14. O processo de habilitação e de
esclarecido da pessoa com deficiência é
reabilitação é um direito da pessoa com
indispensável para a realização de
deficiência.
tratamento, procedimento, hospitalização e
pesquisa científica. Parágrafo único. O processo de
habilitação e de reabilitação tem por
§ 1o Em caso de pessoa com
objetivo o desenvolvimento de
deficiência em situação de curatela, deve
potencialidades, talentos, habilidades e
ser assegurada sua participação, no maior
aptidões físicas, cognitivas, sensoriais,
grau possível, para a obtenção de
psicossociais, atitudinais, profissionais e
consentimento.
artísticas que contribuam para a conquista
§ 2o A pesquisa científica envolvendo da autonomia da pessoa com deficiência e
pessoa com deficiência em situação de de sua participação social em igualdade de
tutela ou de curatela deve ser realizada, em condições e oportunidades com as demais
caráter excepcional, apenas quando houver pessoas.
indícios de benefício direto para sua saúde
Art. 15. O processo mencionado no art.
ou para a saúde de outras pessoas com
14 desta Lei baseia-se em avaliação
deficiência e desde que não haja outra
multidisciplinar das necessidades,
opção de pesquisa de eficácia comparável
habilidades e potencialidades de cada
com participantes não tutelados ou
pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
curatelados.

I - diagnóstico e intervenção precoces;


Art. 13. A pessoa com deficiência
somente será atendida sem seu
consentimento prévio, livre e esclarecido
II - adoção de medidas para compensar adequados e apoio técnico profissional, de
perda ou limitação funcional, buscando o acordo com as especificidades de cada
desenvolvimento de aptidões; pessoa com deficiência;

III - atuação permanente, integrada e IV - capacitação continuada de todos os


articulada de políticas públicas que profissionais que participem dos programas
possibilitem a plena participação social da e serviços.
pessoa com deficiência;
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas
IV - oferta de rede de serviços deverão promover ações articuladas para
articulados, com atuação intersetorial, nos garantir à pessoa com deficiência e sua
diferentes níveis de complexidade, para família a aquisição de informações,
atender às necessidades específicas da orientações e formas de acesso às políticas
pessoa com deficiência; públicas disponíveis, com a finalidade de
propiciar sua plena participação social.
V - prestação de serviços próximo ao
domicílio da pessoa com deficiência, Parágrafo único. Os serviços de que
inclusive na zona rural, respeitadas a trata o caput deste artigo podem fornecer
organização das Redes de Atenção à informações e orientações nas áreas de
Saúde (RAS) nos territórios locais e as saúde, de educação, de cultura, de esporte,
normas do Sistema Único de Saúde (SUS). de lazer, de transporte, de previdência
social, de assistência social, de habitação,
Art. 16. Nos programas e serviços de
de trabalho, de empreendedorismo, de
habilitação e de reabilitação para a pessoa
acesso ao crédito, de promoção, proteção e
com deficiência, são garantidos:
defesa de direitos e nas demais áreas que

I - organização, serviços, métodos, possibilitem à pessoa com deficiência


técnicas e recursos para atender às exercer sua cidadania.
características de cada pessoa com
CAPÍTULO III
deficiência;
DO DIREITO À SAÚDE
II - acessibilidade em todos os
ambientes e serviços; Art. 18. É assegurada atenção integral
à saúde da pessoa com deficiência em
III - tecnologia assistiva, tecnologia de
todos os níveis de complexidade, por
reabilitação, materiais e equipamentos
intermédio do SUS, garantido acesso III - atendimento domiciliar
universal e igualitário. multidisciplinar, tratamento ambulatorial e
internação;
o
§ 1 É assegurada a participação da
pessoa com deficiência na elaboração das IV - campanhas de vacinação;
políticas de saúde a ela destinadas.
V - atendimento psicológico, inclusive
§ 2o É assegurado atendimento para seus familiares e atendentes pessoais;
segundo normas éticas e técnicas, que
VI - respeito à especificidade, à
regulamentarão a atuação dos profissionais
identidade de gênero e à orientação sexual
de saúde e contemplarão aspectos
da pessoa com deficiência;
relacionados aos direitos e às
especificidades da pessoa com deficiência, VII - atenção sexual e reprodutiva,
incluindo temas como sua dignidade e incluindo o direito à fertilização assistida;
autonomia.
VIII - informação adequada e acessível
§ 3o Aos profissionais que prestam à pessoa com deficiência e a seus
assistência à pessoa com deficiência, familiares sobre sua condição de saúde;
especialmente em serviços de habilitação e
de reabilitação, deve ser garantida IX - serviços projetados para prevenir a

capacitação inicial e continuada. ocorrência e o desenvolvimento de


deficiências e agravos adicionais;
§ 4o As ações e os serviços de saúde
pública destinados à pessoa com X - promoção de estratégias de

deficiência devem assegurar: capacitação permanente das equipes que


atuam no SUS, em todos os níveis de
I - diagnóstico e intervenção precoces, atenção, no atendimento à pessoa com
realizados por equipe multidisciplinar; deficiência, bem como orientação a seus
atendentes pessoais;
II - serviços de habilitação e de
reabilitação sempre que necessários, para XI - oferta de órteses, próteses, meios
qualquer tipo de deficiência, inclusive para auxiliares de locomoção, medicamentos,
a manutenção da melhor condição de insumos e fórmulas nutricionais, conforme
saúde e qualidade de vida; as normas vigentes do Ministério da Saúde.
§ 5o As diretrizes deste artigo aplicam- Art. 21. Quando esgotados os meios de
se também às instituições privadas que atenção à saúde da pessoa com deficiência
participem de forma complementar do SUS no local de residência, será prestado
ou que recebam recursos públicos para sua atendimento fora de domicílio, para fins de
manutenção. diagnóstico e de tratamento, garantidos o
transporte e a acomodação da pessoa com
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver
deficiência e de seu acompanhante.
ações destinadas à prevenção de
deficiências por causas evitáveis, inclusive Art. 22. À pessoa com deficiência
por meio de: internada ou em observação é assegurado
o direito a acompanhante ou a atendente
I - acompanhamento da gravidez, do
pessoal, devendo o órgão ou a instituição
parto e do puerpério, com garantia de parto
de saúde proporcionar condições
humanizado e seguro;
adequadas para sua permanência em
II - promoção de práticas alimentares tempo integral.

adequadas e saudáveis, vigilância


§ 1o Na impossibilidade de
alimentar e nutricional, prevenção e cuidado
permanência do acompanhante ou do
integral dos agravos relacionados à
atendente pessoal junto à pessoa com
alimentação e nutrição da mulher e da
deficiência, cabe ao profissional de saúde
criança;
responsável pelo tratamento justificá-la por
III - aprimoramento e expansão dos escrito.
programas de imunização e de triagem
§ 2o Na ocorrência da impossibilidade
neonatal;
prevista no § 1o deste artigo, o órgão ou a

IV - identificação e controle da gestante instituição de saúde deve adotar as


de alto risco. providências cabíveis para suprir a
ausência do acompanhante ou do
Art. 20. As operadoras de planos e atendente pessoal.
seguros privados de saúde são obrigadas a
garantir à pessoa com deficiência, no Art. 23. São vedadas todas as formas
mínimo, todos os serviços e produtos de discriminação contra a pessoa com
ofertados aos demais clientes. deficiência, inclusive por meio de cobrança
de valores diferenciados por planos e
seguros privados de saúde, em razão de praticada em local público ou privado, que
sua condição. lhe cause morte ou dano ou sofrimento
físico ou psicológico.
Art. 24. É assegurado à pessoa com
deficiência o acesso aos serviços de saúde, CAPÍTULO IV
tanto públicos como privados, e às
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
informações prestadas e recebidas, por
meio de recursos de tecnologia assistiva e Art. 27. A educação constitui direito da
de todas as formas de comunicação pessoa com deficiência, assegurados
previstas no inciso V do art. 3o desta Lei. sistema educacional inclusivo em todos os
níveis e aprendizado ao longo de toda a
Art. 25. Os espaços dos serviços de
vida, de forma a alcançar o máximo
saúde, tanto públicos quanto privados,
desenvolvimento possível de seus talentos
devem assegurar o acesso da pessoa com
e habilidades físicas, sensoriais,
deficiência, em conformidade com a
intelectuais e sociais, segundo suas
legislação em vigor, mediante a remoção de
características, interesses e necessidades
barreiras, por meio de projetos
de aprendizagem.
arquitetônico, de ambientação de interior e
de comunicação que atendam às Parágrafo único. É dever do Estado, da
especificidades das pessoas com família, da comunidade escolar e da
deficiência física, sensorial, intelectual e sociedade assegurar educação de
mental. qualidade à pessoa com deficiência,
colocando-a a salvo de toda forma de
Art. 26. Os casos de suspeita ou de
violência, negligência e discriminação.
confirmação de violência praticada contra a
pessoa com deficiência serão objeto de Art. 28. Incumbe ao poder público
notificação compulsória pelos serviços de assegurar, criar, desenvolver, implementar,
saúde públicos e privados à autoridade incentivar, acompanhar e avaliar:
policial e ao Ministério Público, além dos
Conselhos dos Direitos da Pessoa com I - sistema educacional inclusivo em

Deficiência. todos os níveis e modalidades, bem como o


aprendizado ao longo de toda a vida;
Parágrafo único. Para os efeitos desta
Lei, considera-se violência contra a pessoa II - aprimoramento dos sistemas

com deficiência qualquer ação ou omissão, educacionais, visando a garantir condições


de acesso, permanência, participação e VII - planejamento de estudo de caso,
aprendizagem, por meio da oferta de de elaboração de plano de atendimento
serviços e de recursos de acessibilidade educacional especializado, de organização
que eliminem as barreiras e promovam a de recursos e serviços de acessibilidade e
inclusão plena; de disponibilização e usabilidade
pedagógica de recursos de tecnologia
III - projeto pedagógico que
assistiva;
institucionalize o atendimento educacional
especializado, assim como os demais VIII - participação dos estudantes com
serviços e adaptações razoáveis, para deficiência e de suas famílias nas diversas
atender às características dos estudantes instâncias de atuação da comunidade
com deficiência e garantir o seu pleno escolar;
acesso ao currículo em condições de
IX - adoção de medidas de apoio que
igualdade, promovendo a conquista e o
favoreçam o desenvolvimento dos aspectos
exercício de sua autonomia;
linguísticos, culturais, vocacionais e
IV - oferta de educação bilíngue, em profissionais, levando-se em conta o
Libras como primeira língua e na talento, a criatividade, as habilidades e os
modalidade escrita da língua portuguesa interesses do estudante com deficiência;
como segunda língua, em escolas e classes
X - adoção de práticas pedagógicas
bilíngues e em escolas inclusivas;
inclusivas pelos programas de formação
V - adoção de medidas individualizadas inicial e continuada de professores e oferta
e coletivas em ambientes que maximizem o de formação continuada para o atendimento
desenvolvimento acadêmico e social dos educacional especializado;
estudantes com deficiência, favorecendo o
XI - formação e disponibilização de
acesso, a permanência, a participação e a
professores para o atendimento
aprendizagem em instituições de ensino;
educacional especializado, de tradutores e
VI - pesquisas voltadas para o intérpretes da Libras, de guias intérpretes e
desenvolvimento de novos métodos e de profissionais de apoio;
técnicas pedagógicas, de materiais
XII - oferta de ensino da Libras, do
didáticos, de equipamentos e de recursos
Sistema Braille e de uso de recursos de
de tecnologia assistiva;
tecnologia assistiva, de forma a ampliar
habilidades funcionais dos estudantes, incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII,
promovendo sua autonomia e participação; XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
artigo, sendo vedada a cobrança de valores
XIII - acesso à educação superior e à
adicionais de qualquer natureza em suas
educação profissional e tecnológica em
mensalidades, anuidades e matrículas no
igualdade de oportunidades e condições
cumprimento dessas determinações.
com as demais pessoas;
§ 2o Na disponibilização de tradutores
XIV - inclusão em conteúdos
e intérpretes da Libras a que se refere o
curriculares, em cursos de nível superior e
inciso XI do caput deste artigo, deve-se
de educação profissional técnica e
observar o seguinte:
tecnológica, de temas relacionados à
pessoa com deficiência nos respectivos I - os tradutores e intérpretes da Libras
campos de conhecimento; atuantes na educação básica devem, no
mínimo, possuir ensino médio completo e
XV - acesso da pessoa com deficiência,
certificado de proficiência na
em igualdade de condições, a jogos e a
Libras; (Vigência)
atividades recreativas, esportivas e de
lazer, no sistema escolar; II - os tradutores e intérpretes da Libras,
quando direcionados à tarefa de interpretar
XVI - acessibilidade para todos os
nas salas de aula dos cursos de graduação
estudantes, trabalhadores da educação e
e pós-graduação, devem possuir nível
demais integrantes da comunidade escolar
superior, com habilitação, prioritariamente,
às edificações, aos ambientes e às
em Tradução e Interpretação em
atividades concernentes a todas as
Libras. (Vigência)
modalidades, etapas e níveis de ensino;
Art. 29. (VETADO).
XVII - oferta de profissionais de apoio
escolar; Art. 30. Nos processos seletivos para
ingresso e permanência nos cursos
XVIII - articulação intersetorial na
oferecidos pelas instituições de ensino
implementação de políticas públicas.
superior e de educação profissional e
§ 1o Às instituições privadas, de tecnológica, públicas e privadas, devem ser
qualquer nível e modalidade de ensino, adotadas as seguintes medidas:

aplica-se obrigatoriamente o disposto nos


I - atendimento preferencial à pessoa VII - tradução completa do edital e de
com deficiência nas dependências das suas retificações em Libras.
Instituições de Ensino Superior (IES) e nos
CAPÍTULO V
serviços;

DO DIREITO À MORADIA
II - disponibilização de formulário de
inscrição de exames com campos Art. 31. A pessoa com deficiência tem
específicos para que o candidato com direito à moradia digna, no seio da família
deficiência informe os recursos de natural ou substituta, com seu cônjuge ou
acessibilidade e de tecnologia assistiva companheiro ou desacompanhada, ou em
necessários para sua participação; moradia para a vida independente da
pessoa com deficiência, ou, ainda, em
III - disponibilização de provas em
residência inclusiva.
formatos acessíveis para atendimento às
necessidades específicas do candidato § 1o O poder público adotará
com deficiência; programas e ações estratégicas para apoiar
a criação e a manutenção de moradia para
IV - disponibilização de recursos de
a vida independente da pessoa com
acessibilidade e de tecnologia assistiva
deficiência.
adequados, previamente solicitados e
escolhidos pelo candidato com deficiência; § 2o A proteção integral na modalidade
de residência inclusiva será prestada no
V - dilação de tempo, conforme
âmbito do Suas à pessoa com deficiência
demanda apresentada pelo candidato com
em situação de dependência que não
deficiência, tanto na realização de exame
disponha de condições de
para seleção quanto nas atividades
autossustentabilidade, com vínculos
acadêmicas, mediante prévia solicitação e
familiares fragilizados ou rompidos.
comprovação da necessidade;

Art. 32. Nos programas habitacionais,


VI - adoção de critérios de avaliação
públicos ou subsidiados com recursos
das provas escritas, discursivas ou de
públicos, a pessoa com deficiência ou o seu
redação que considerem a singularidade
responsável goza de prioridade na
linguística da pessoa com deficiência, no
aquisição de imóvel para moradia própria,
domínio da modalidade escrita da língua
observado o seguinte:
portuguesa;
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por Art. 33. Ao poder público compete:
cento) das unidades habitacionais para
I - adotar as providências necessárias
pessoa com deficiência;
para o cumprimento do disposto nos arts.
II - (VETADO); 31 e 32 desta Lei; e

III - em caso de edificação multifamiliar, II - divulgar, para os agentes


garantia de acessibilidade nas áreas de uso interessados e beneficiários, a política
comum e nas unidades habitacionais no habitacional prevista nas legislações
piso térreo e de acessibilidade ou de federal, estaduais, distrital e municipais,
adaptação razoável nos demais pisos; com ênfase nos dispositivos sobre
acessibilidade.
IV - disponibilização de equipamentos
urbanos comunitários acessíveis; CAPÍTULO VI

V - elaboração de especificações DO DIREITO AO TRABALHO


técnicas no projeto que permitam a
Seção I
instalação de elevadores.

§ 1o O direito à prioridade, previsto Disposições Gerais

no caput deste artigo, será reconhecido à


Art. 34. A pessoa com deficiência tem
pessoa com deficiência beneficiária apenas
direito ao trabalho de sua livre escolha e
uma vez.
aceitação, em ambiente acessível e

§ 2o Nos programas habitacionais inclusivo, em igualdade de oportunidades

públicos, os critérios de financiamento com as demais pessoas.

devem ser compatíveis com os rendimentos


§ 1o As pessoas jurídicas de direito
da pessoa com deficiência ou de sua
público, privado ou de qualquer natureza
família.
são obrigadas a garantir ambientes de

§ 3o Caso não haja pessoa com trabalho acessíveis e inclusivos.

deficiência interessada nas unidades


§ 2o A pessoa com deficiência tem
habitacionais reservadas por força do
direito, em igualdade de oportunidades com
disposto no inciso I do caput deste artigo,
as demais pessoas, a condições justas e
as unidades não utilizadas serão
disponibilizadas às demais pessoas.
favoráveis de trabalho, incluindo igual prever a participação da pessoa com
remuneração por trabalho de igual valor. deficiência e a disponibilização de linhas de
crédito, quando necessárias.
o
§ 3 É vedada restrição ao trabalho da
pessoa com deficiência e qualquer Seção II
discriminação em razão de sua condição,
Da Habilitação Profissional e
inclusive nas etapas de recrutamento,
Reabilitação Profissional
seleção, contratação, admissão, exames
admissional e periódico, permanência no Art. 36. O poder público deve
emprego, ascensão profissional e implementar serviços e programas
reabilitação profissional, bem como completos de habilitação profissional e de
exigência de aptidão plena. reabilitação profissional para que a pessoa
com deficiência possa ingressar, continuar
§ 4o A pessoa com deficiência tem
ou retornar ao campo do trabalho,
direito à participação e ao acesso a cursos,
respeitados sua livre escolha, sua vocação
treinamentos, educação continuada, planos
e seu interesse.
de carreira, promoções, bonificações e
incentivos profissionais oferecidos pelo § 1o Equipe multidisciplinar indicará,
empregador, em igualdade de com base em critérios previstos no § 1o do
oportunidades com os demais empregados. art. 2o desta Lei, programa de habilitação ou
de reabilitação que possibilite à pessoa com
§ 5o É garantida aos trabalhadores
deficiência restaurar sua capacidade e
com deficiência acessibilidade em cursos
habilidade profissional ou adquirir novas
de formação e de capacitação.
capacidades e habilidades de trabalho.
Art. 35. É finalidade primordial das
§ 2o A habilitação profissional
políticas públicas de trabalho e emprego
corresponde ao processo destinado a
promover e garantir condições de acesso e
propiciar à pessoa com deficiência
de permanência da pessoa com deficiência
aquisição de conhecimentos, habilidades e
no campo de trabalho.
aptidões para exercício de profissão ou de
Parágrafo único. Os programas de ocupação, permitindo nível suficiente de
estímulo ao empreendedorismo e ao desenvolvimento profissional para ingresso
trabalho autônomo, incluídos o no campo de trabalho.
cooperativismo e o associativismo, devem
§ 3o Os serviços de habilitação inclusão profissional na empresa,
profissional, de reabilitação profissional e observado o disposto em regulamento.
de educação profissional devem ser
§ 7o A habilitação profissional e a
dotados de recursos necessários para
reabilitação profissional atenderão à
atender a toda pessoa com deficiência,
pessoa com deficiência.
independentemente de sua característica
específica, a fim de que ela possa ser Seção III
capacitada para trabalho que lhe seja
adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de Da Inclusão da Pessoa com Deficiência

conservá-lo e de nele progredir. no Trabalho

§ 4o Os serviços de habilitação Art. 37. Constitui modo de inclusão da

profissional, de reabilitação profissional e pessoa com deficiência no trabalho a

de educação profissional deverão ser colocação competitiva, em igualdade de

oferecidos em ambientes acessíveis e oportunidades com as demais pessoas, nos

inclusivos. termos da legislação trabalhista e


previdenciária, na qual devem ser atendidas
§ 5o A habilitação profissional e a as regras de acessibilidade, o fornecimento
reabilitação profissional devem ocorrer de recursos de tecnologia assistiva e a
articuladas com as redes públicas e adaptação razoável no ambiente de
privadas, especialmente de saúde, de trabalho.
ensino e de assistência social, em todos os
níveis e modalidades, em entidades de Parágrafo único. A colocação

formação profissional ou diretamente com o competitiva da pessoa com deficiência pode

empregador. ocorrer por meio de trabalho com apoio,


observadas as seguintes diretrizes:
o
§ 6 A habilitação profissional pode
ocorrer em empresas por meio de prévia I - prioridade no atendimento à pessoa

formalização do contrato de emprego da com deficiência com maior dificuldade de

pessoa com deficiência, que será inserção no campo de trabalho;

considerada para o cumprimento da reserva


II - provisão de suportes
de vagas prevista em lei, desde que por
individualizados que atendam a
tempo determinado e concomitante com a
necessidades específicas da pessoa com
deficiência, inclusive a disponibilização de
recursos de tecnologia assistiva, de agente como objetivo a garantia da segurança de
facilitador e de apoio no ambiente de renda, da acolhida, da habilitação e da
trabalho; reabilitação, do desenvolvimento da
autonomia e da convivência familiar e
III - respeito ao perfil vocacional e ao
comunitária, para a promoção do acesso a
interesse da pessoa com deficiência
direitos e da plena participação social.
apoiada;
§ 1o A assistência social à pessoa com
IV - oferta de aconselhamento e de
deficiência, nos termos do caput deste
apoio aos empregadores, com vistas à
artigo, deve envolver conjunto articulado de
definição de estratégias de inclusão e de
serviços do âmbito da Proteção Social
superação de barreiras, inclusive
Básica e da Proteção Social Especial,
atitudinais;
ofertados pelo Suas, para a garantia de
V - realização de avaliações periódicas; seguranças fundamentais no
enfrentamento de situações de
VI - articulação intersetorial das vulnerabilidade e de risco, por fragilização
políticas públicas; de vínculos e ameaça ou violação de
direitos.
VII - possibilidade de participação de
organizações da sociedade civil. § 2o Os serviços socioassistenciais
destinados à pessoa com deficiência em
Art. 38. A entidade contratada para a
situação de dependência deverão contar
realização de processo seletivo público ou
com cuidadores sociais para prestar-lhe
privado para cargo, função ou emprego está
cuidados básicos e instrumentais.
obrigada à observância do disposto nesta
Lei e em outras normas de acessibilidade Art. 40. É assegurado à pessoa com
vigentes. deficiência que não possua meios para
prover sua subsistência nem de tê-la
CAPÍTULO VII
provida por sua família o benefício mensal
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei
no 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
Art. 39. Os serviços, os programas, os
projetos e os benefícios no âmbito da CAPÍTULO VIII
política pública de assistência social à
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
pessoa com deficiência e sua família têm
Art. 41. A pessoa com deficiência § 2o O poder público deve adotar
segurada do Regime Geral de Previdência soluções destinadas à eliminação, à
Social (RGPS) tem direito à aposentadoria redução ou à superação de barreiras para a
nos termos da Lei Complementar no 142, de promoção do acesso a todo patrimônio
8 de maio de 2013. cultural, observadas as normas de
acessibilidade, ambientais e de proteção do
CAPÍTULO IX
patrimônio histórico e artístico nacional.

DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE,


Art. 43. O poder público deve promover
AO TURISMO E AO LAZER
a participação da pessoa com deficiência

Art. 42. A pessoa com deficiência tem em atividades artísticas, intelectuais,

direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao culturais, esportivas e recreativas, com

lazer em igualdade de oportunidades com vistas ao seu protagonismo, devendo:

as demais pessoas, sendo-lhe garantido o


I - incentivar a provisão de instrução, de
acesso:
treinamento e de recursos adequados, em

I - a bens culturais em formato igualdade de oportunidades com as demais

acessível; pessoas;

II - a programas de televisão, cinema, II - assegurar acessibilidade nos locais

teatro e outras atividades culturais e de eventos e nos serviços prestados por

desportivas em formato acessível; e pessoa ou entidade envolvida na


organização das atividades de que trata
III - a monumentos e locais de este artigo; e
importância cultural e a espaços que
ofereçam serviços ou eventos culturais e III - assegurar a participação da pessoa

esportivos. com deficiência em jogos e atividades


recreativas, esportivas, de lazer, culturais e
§ 1o É vedada a recusa de oferta de artísticas, inclusive no sistema escolar, em
obra intelectual em formato acessível à igualdade de condições com as demais
pessoa com deficiência, sob qualquer pessoas.
argumento, inclusive sob a alegação de
proteção dos direitos de propriedade Art. 44. Nos teatros, cinemas,

intelectual. auditórios, estádios, ginásios de esporte,


locais de espetáculos e de conferências e
similares, serão reservados espaços livres emergência acessíveis, conforme padrões
e assentos para a pessoa com deficiência, das normas de acessibilidade, a fim de
de acordo com a capacidade de lotação da permitir a saída segura da pessoa com
edificação, observado o disposto em deficiência ou com mobilidade reduzida, em
regulamento. caso de emergência.

§ 1o Os espaços e assentos a que se § 5o Todos os espaços das edificações


refere este artigo devem ser distribuídos previstas no caput deste artigo devem
pelo recinto em locais diversos, de boa atender às normas de acessibilidade em
visibilidade, em todos os setores, próximos vigor.
aos corredores, devidamente sinalizados,
§ 6o As salas de cinema devem
evitando-se áreas segregadas de público e
oferecer, em todas as sessões, recursos de
obstrução das saídas, em conformidade
acessibilidade para a pessoa com
com as normas de acessibilidade.
deficiência. (Vigência)
§ 2o No caso de não haver
§ 7o O valor do ingresso da pessoa
comprovada procura pelos assentos
com deficiência não poderá ser superior ao
reservados, esses podem,
valor cobrado das demais pessoas.
excepcionalmente, ser ocupados por
pessoas sem deficiência ou que não Art. 45. Os hotéis, pousadas e
tenham mobilidade reduzida, observado o similares devem ser construídos
disposto em regulamento. observando-se os princípios do desenho
universal, além de adotar todos os meios de
§ 3o Os espaços e assentos a que se
acessibilidade, conforme legislação em
refere este artigo devem situar-se em locais
vigor. (Vigência) (Reglamento)
que garantam a acomodação de, no
mínimo, 1 (um) acompanhante da pessoa § 1o Os estabelecimentos já existentes
com deficiência ou com mobilidade deverão disponibilizar, pelo menos, 10%
reduzida, resguardado o direito de se (dez por cento) de seus dormitórios
acomodar proximamente a grupo familiar e acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma)
comunitário. unidade acessível.

§ 4o Nos locais referidos


no caput deste artigo, deve haver,
obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de
§ 2o Os dormitórios mencionados no § empresas de transporte coletivo de
1o deste artigo deverão ser localizados em passageiros dependem da certificação de
rotas acessíveis. acessibilidade emitida pelo gestor público
responsável pela prestação do serviço.
CAPÍTULO X
Art. 47. Em todas as áreas de
DO DIREITO AO TRANSPORTE E À
estacionamento aberto ao público, de uso
MOBILIDADE
público ou privado de uso coletivo e em vias

Art. 46. O direito ao transporte e à públicas, devem ser reservadas vagas

mobilidade da pessoa com deficiência ou próximas aos acessos de circulação de

com mobilidade reduzida será assegurado pedestres, devidamente sinalizadas, para

em igualdade de oportunidades com as veículos que transportem pessoa com

demais pessoas, por meio de identificação deficiência com comprometimento de

e de eliminação de todos os obstáculos e mobilidade, desde que devidamente

barreiras ao seu acesso. identificados.

§ 1o Para fins de acessibilidade aos § 1o As vagas a que se refere

serviços de transporte coletivo terrestre, o caput deste artigo devem equivaler a 2%

aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, (dois por cento) do total, garantida, no

consideram-se como integrantes desses mínimo, 1 (uma) vaga devidamente

serviços os veículos, os terminais, as sinalizada e com as especificações de

estações, os pontos de parada, o sistema desenho e traçado de acordo com as

viário e a prestação do serviço. normas técnicas vigentes de acessibilidade.

§ 2o São sujeitas ao cumprimento das § 2o Os veículos estacionados nas

disposições desta Lei, sempre que houver vagas reservadas devem exibir, em local de

interação com a matéria nela regulada, a ampla visibilidade, a credencial de

outorga, a concessão, a permissão, a beneficiário, a ser confeccionada e

autorização, a renovação ou a habilitação fornecida pelos órgãos de trânsito, que

de linhas e de serviços de transporte disciplinarão suas características e

coletivo. condições de uso.

§ 3o Para colocação do símbolo § 3o A utilização indevida das vagas de

internacional de acesso nos veículos, as que trata este artigo sujeita os infratores às
sanções previstas no inciso XVII do art. 181
da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 coletivo, de acordo com as normas
(Código de Trânsito Brasileiro). técnicas.

§ 3º A utilização indevida das vagas de § 3o Para colocação do símbolo


que trata este artigo sujeita os infratores às internacional de acesso nos veículos, as
sanções previstas no inciso XX do art. 181 empresas de transporte coletivo de
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 passageiros dependem da certificação de
(Código de Trânsito acessibilidade emitida pelo gestor público
Brasileiro). (Redação dada pela Lei responsável pela prestação do serviço.
nº 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 49. As empresas de transporte de
§ 4o A credencial a que se refere o fretamento e de turismo, na renovação de
§ 2o deste artigo é vinculada à pessoa com suas frotas, são obrigadas ao cumprimento
deficiência que possui comprometimento de do disposto nos arts. 46 e 48 desta
mobilidade e é válida em todo o território Lei. (Vigência)
nacional.
Art. 50. O poder público incentivará a
Art. 48. Os veículos de transporte fabricação de veículos acessíveis e a sua
coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, as utilização como táxis e vans, de forma a
instalações, as estações, os portos e os garantir o seu uso por todas as pessoas.
terminais em operação no País devem ser
Art. 51. As frotas de empresas de táxi
acessíveis, de forma a garantir o seu uso
devem reservar 10% (dez por cento) de
por todas as pessoas.
seus veículos acessíveis à pessoa com
§ 1o Os veículos e as estruturas de que deficiência.
trata o caput deste artigo devem dispor de
§ 1o É proibida a cobrança diferenciada
sistema de comunicação acessível que
de tarifas ou de valores adicionais pelo
disponibilize informações sobre todos os
serviço de táxi prestado à pessoa com
pontos do itinerário.
deficiência.
§ 2o São asseguradas à pessoa com
§ 2o O poder público é autorizado a
deficiência prioridade e segurança nos
instituir incentivos fiscais com vistas a
procedimentos de embarque e de
possibilitar a acessibilidade dos veículos a
desembarque nos veículos de transporte
que se refere o caput deste artigo.
Art. 52. As locadoras de veículos são respectivo serviço e a execução de
obrigadas a oferecer 1 (um) veículo qualquer tipo de obra, quando tenham
adaptado para uso de pessoa com destinação pública ou coletiva;
deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte)
II - a outorga ou a renovação de
veículos de sua frota.
concessão, permissão, autorização ou
Parágrafo único. O veículo adaptado habilitação de qualquer natureza;
deverá ter, no mínimo, câmbio automático,
III - a aprovação de financiamento de
direção hidráulica, vidros elétricos e
projeto com utilização de recursos públicos,
comandos manuais de freio e de
por meio de renúncia ou de incentivo fiscal,
embreagem.
contrato, convênio ou instrumento
TÍTULO III congênere; e

DA ACESSIBILIDADE IV - a concessão de aval da União para


obtenção de empréstimo e de
CAPÍTULO I
financiamento internacionais por entes
públicos ou privados.
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 55. A concepção e a implantação


Art. 53. A acessibilidade é direito que
de projetos que tratem do meio físico, de
garante à pessoa com deficiência ou com
transporte, de informação e comunicação,
mobilidade reduzida viver de forma
inclusive de sistemas e tecnologias da
independente e exercer seus direitos de
informação e comunicação, e de outros
cidadania e de participação social.
serviços, equipamentos e instalações
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento abertos ao público, de uso público ou
das disposições desta Lei e de outras privado de uso coletivo, tanto na zona
normas relativas à acessibilidade, sempre urbana como na rural, devem atender aos
que houver interação com a matéria nela princípios do desenho universal, tendo
regulada: como referência as normas de
acessibilidade.
I - a aprovação de projeto arquitetônico
e urbanístico ou de comunicação e § 1o O desenho universal será sempre
informação, a fabricação de veículos de tomado como regra de caráter geral.
transporte coletivo, a prestação do
§ 2o Nas hipóteses em que devem exigir a responsabilidade
comprovadamente o desenho universal não profissional declarada de atendimento às
possa ser empreendido, deve ser adotada regras de acessibilidade previstas em
adaptação razoável. legislação e em normas técnicas
pertinentes.
o
§ 3 Caberá ao poder público promover
a inclusão de conteúdos temáticos § 2o Para a aprovação, o licenciamento
referentes ao desenho universal nas ou a emissão de certificado de projeto
diretrizes curriculares da educação executivo arquitetônico, urbanístico e de
profissional e tecnológica e do ensino instalações e equipamentos temporários ou
superior e na formação das carreiras de permanentes e para o licenciamento ou a
Estado. emissão de certificado de conclusão de
obra ou de serviço, deve ser atestado o
o
§ 4 Os programas, os projetos e as
atendimento às regras de acessibilidade.
linhas de pesquisa a serem desenvolvidos
com o apoio de organismos públicos de § 3o O poder público, após certificar a
auxílio à pesquisa e de agências de acessibilidade de edificação ou de serviço,
fomento deverão incluir temas voltados determinará a colocação, em espaços ou
para o desenho universal. em locais de ampla visibilidade, do símbolo
internacional de acesso, na forma prevista
§ 5o Desde a etapa de concepção, as
em legislação e em normas técnicas
políticas públicas deverão considerar a
correlatas.
adoção do desenho universal.
Art. 57. As edificações públicas e
Art. 56. A construção, a reforma, a
privadas de uso coletivo já existentes
ampliação ou a mudança de uso de
devem garantir acessibilidade à pessoa
edificações abertas ao público, de uso
com deficiência em todas as suas
público ou privadas de uso coletivo deverão
dependências e serviços, tendo como
ser executadas de modo a serem
referência as normas de acessibilidade
acessíveis.
vigentes.

§ 1o As entidades de fiscalização
Art. 58. O projeto e a construção de
profissional das atividades de Engenharia,
edificação de uso privado multifamiliar
de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a
devem atender aos preceitos de
responsabilidade técnica de projetos,
acessibilidade, na forma planos de mobilidade urbana e os planos de
regulamentar. (Regulamento) preservação de sítios históricos elaborados
ou atualizados a partir da publicação desta
o
§ 1 As construtoras e incorporadoras
Lei;
responsáveis pelo projeto e pela construção
das edificações a que se refere II - os códigos de obras, os códigos de
o caputdeste artigo devem assegurar postura, as leis de uso e ocupação do solo
percentual mínimo de suas unidades e as leis do sistema viário;
internamente acessíveis, na forma
III - os estudos prévios de impacto de
regulamentar.
vizinhança;
§ 2o É vedada a cobrança de valores
IV - as atividades de fiscalização e a
adicionais para a aquisição de unidades
imposição de sanções; e
internamente acessíveis a que se refere o §
1o deste artigo. V - a legislação referente à prevenção
contra incêndio e pânico.
Art. 59. Em qualquer intervenção nas
vias e nos espaços públicos, o poder § 1o A concessão e a renovação de
público e as empresas concessionárias alvará de funcionamento para qualquer
responsáveis pela execução das obras e atividade são condicionadas à observação
dos serviços devem garantir, de forma e à certificação das regras de
segura, a fluidez do trânsito e a livre acessibilidade.
circulação e acessibilidade das pessoas,
durante e após sua execução. § 2o A emissão de carta de habite-se
ou de habilitação equivalente e sua
Art. 60. Orientam-se, no que couber, renovação, quando esta tiver sido emitida
pelas regras de acessibilidade previstas em anteriormente às exigências de
legislação e em normas técnicas, acessibilidade, é condicionada à
observado o disposto na Lei no 10.098, de observação e à certificação das regras de
19 de dezembro de 2000, no 10.257, de 10 acessibilidade.
de julho de 2001, e no 12.587, de 3 de
janeiro de 2012: Art. 61. A formulação, a
implementação e a manutenção das ações
I - os planos diretores municipais, os de acessibilidade atenderão às seguintes
planos diretores de transporte e trânsito, os premissas básicas:
I - eleição de prioridades, elaboração housesdevem possuir equipamentos e
de cronograma e reserva de recursos para instalações acessíveis.
implementação das ações; e
§ 3o Os telecentros e as lan
II - planejamento contínuo e articulado houses de que trata o § 2o deste artigo
entre os setores envolvidos. devem garantir, no mínimo, 10% (dez por
cento) de seus computadores com recursos
Art. 62. É assegurado à pessoa com
de acessibilidade para pessoa com
deficiência, mediante solicitação, o
deficiência visual, sendo assegurado pelo
recebimento de contas, boletos, recibos,
menos 1 (um) equipamento, quando o
extratos e cobranças de tributos em formato
resultado percentual for inferior a 1 (um).
acessível.
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da
CAPÍTULO II
internet de que trata o art. 63 desta Lei deve

DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À ser observada para obtenção do

COMUNICAÇÃO financiamento de que trata o inciso III do art.


54 desta Lei.
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade
nos sítios da internet mantidos por Art. 65. As empresas prestadoras de

empresas com sede ou representação serviços de telecomunicações deverão

comercial no País ou por órgãos de garantir pleno acesso à pessoa com

governo, para uso da pessoa com deficiência, conforme regulamentação

deficiência, garantindo-lhe acesso às específica.

informações disponíveis, conforme as


Art. 66. Cabe ao poder público
melhores práticas e diretrizes de
incentivar a oferta de aparelhos de telefonia
acessibilidade adotadas
fixa e móvel celular com acessibilidade que,
internacionalmente.
entre outras tecnologias assistivas,

§ 1o Os sítios devem conter símbolo de possuam possibilidade de indicação e de

acessibilidade em destaque. ampliação sonoras de todas as operações


e funções disponíveis.
§ 2o Telecentros comunitários que
receberem recursos públicos federais para Art. 67. Os serviços de radiodifusão de

seu custeio ou sua instalação e lan sons e imagens devem permitir o uso dos
seguintes recursos, entre outros:
I - subtitulação por meio de legenda diferentes contrastes e impressão em
oculta; Braille.

II - janela com intérprete da Libras; § 3o O poder público deve estimular e


apoiar a adaptação e a produção de artigos
III - audiodescrição.
científicos em formato acessível, inclusive
Art. 68. O poder público deve adotar em Libras.
mecanismos de incentivo à produção, à
Art. 69. O poder público deve
edição, à difusão, à distribuição e à
assegurar a disponibilidade de informações
comercialização de livros em formatos
corretas e claras sobre os diferentes
acessíveis, inclusive em publicações da
produtos e serviços ofertados, por
administração pública ou financiadas com
quaisquer meios de comunicação
recursos públicos, com vistas a garantir à
empregados, inclusive em ambiente virtual,
pessoa com deficiência o direito de acesso
contendo a especificação correta de
à leitura, à informação e à comunicação.
quantidade, qualidade, características,
§ 1o Nos editais de compras de livros, composição e preço, bem como sobre os
inclusive para o abastecimento ou a eventuais riscos à saúde e à segurança do
atualização de acervos de bibliotecas em consumidor com deficiência, em caso de

todos os níveis e modalidades de educação sua utilização, aplicando-se, no que couber,


e de bibliotecas públicas, o poder público os arts. 30 a 41 da Lei no8.078, de 11 de
deverá adotar cláusulas de impedimento à setembro de 1990.
participação de editoras que não ofertem
§ 1o Os canais de comercialização
sua produção também em formatos
virtual e os anúncios publicitários
acessíveis.
veiculados na imprensa escrita, na internet,
§ 2o Consideram-se formatos no rádio, na televisão e nos demais veículos
acessíveis os arquivos digitais que possam de comunicação abertos ou por assinatura
ser reconhecidos e acessados devem disponibilizar, conforme a
por softwaresleitores de telas ou outras compatibilidade do meio, os recursos de
tecnologias assistivas que vierem a acessibilidade de que trata o art. 67 desta
substituí-los, permitindo leitura com voz Lei, a expensas do fornecedor do produto
sintetizada, ampliação de caracteres, ou do serviço, sem prejuízo da observância
do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei a capacitação de tradutores e intérpretes da
no 8.078, de 11 de setembro de 1990. Libras, de guias intérpretes e de
profissionais habilitados em Braille,
o
§ 2 Os fornecedores devem
audiodescrição, estenotipia e legendagem.
disponibilizar, mediante solicitação,
exemplares de bulas, prospectos, textos ou CAPÍTULO III
qualquer outro tipo de material de
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
divulgação em formato acessível.

Art. 74. É garantido à pessoa com


Art. 70. As instituições promotoras de
deficiência acesso a produtos, recursos,
congressos, seminários, oficinas e demais
estratégias, práticas, processos, métodos e
eventos de natureza científico-cultural
serviços de tecnologia assistiva que
devem oferecer à pessoa com deficiência,
maximizem sua autonomia, mobilidade
no mínimo, os recursos de tecnologia
pessoal e qualidade de vida.
assistiva previstos no art. 67 desta Lei.

Art. 75. O poder público desenvolverá


Art. 71. Os congressos, os seminários,
plano específico de medidas, a ser
as oficinas e os demais eventos de natureza
renovado em cada período de 4 (quatro)
científico-cultural promovidos ou
anos, com a finalidade de:
financiados pelo poder público devem
garantir as condições de acessibilidade e os I - facilitar o acesso a crédito
recursos de tecnologia assistiva. especializado, inclusive com oferta de
linhas de crédito subsidiadas, específicas
Art. 72. Os programas, as linhas de
para aquisição de tecnologia assistiva;
pesquisa e os projetos a serem
desenvolvidos com o apoio de agências de II - agilizar, simplificar e priorizar
financiamento e de órgãos e entidades procedimentos de importação de tecnologia
integrantes da administração pública que assistiva, especialmente as questões
atuem no auxílio à pesquisa devem atinentes a procedimentos alfandegários e
contemplar temas voltados à tecnologia sanitários;
assistiva.
III - criar mecanismos de fomento à
Art. 73. Caberá ao poder público, pesquisa e à produção nacional de
diretamente ou em parceria com tecnologia assistiva, inclusive por meio de
organizações da sociedade civil, promover concessão de linhas de crédito subsidiado
e de parcerias com institutos de pesquisa I - garantia de que os procedimentos,
oficiais; as instalações, os materiais e os
equipamentos para votação sejam
IV - eliminar ou reduzir a tributação da
apropriados, acessíveis a todas as pessoas
cadeia produtiva e de importação de
e de fácil compreensão e uso, sendo
tecnologia assistiva;
vedada a instalação de seções eleitorais
V - facilitar e agilizar o processo de exclusivas para a pessoa com deficiência;

inclusão de novos recursos de tecnologia


II - incentivo à pessoa com deficiência
assistiva no rol de produtos distribuídos no
a candidatar-se e a desempenhar quaisquer
âmbito do SUS e por outros órgãos
funções públicas em todos os níveis de
governamentais.
governo, inclusive por meio do uso de

Parágrafo único. Para fazer cumprir o novas tecnologias assistivas, quando


disposto neste artigo, os procedimentos apropriado;
constantes do plano específico de medidas
III - garantia de que os
deverão ser avaliados, pelo menos, a cada
pronunciamentos oficiais, a propaganda
2 (dois) anos.
eleitoral obrigatória e os debates

CAPÍTULO IV transmitidos pelas emissoras de televisão


possuam, pelo menos, os recursos
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA elencados no art. 67 desta Lei;
PÚBLICA E POLÍTICA
IV - garantia do livre exercício do direito
Art. 76. O poder público deve garantir ao voto e, para tanto, sempre que
à pessoa com deficiência todos os direitos necessário e a seu pedido, permissão para
políticos e a oportunidade de exercê-los em que a pessoa com deficiência seja auxiliada
igualdade de condições com as demais na votação por pessoa de sua escolha.
pessoas.
§ 2o O poder público promoverá a
§ 1o À pessoa com deficiência será participação da pessoa com deficiência,
assegurado o direito de votar e de ser inclusive quando institucionalizada, na
votada, inclusive por meio das seguintes condução das questões públicas, sem
ações: discriminação e em igualdade de
oportunidades, observado o seguinte:
I - participação em organizações não humanos e a inclusão do tema nas
governamentais relacionadas à vida pública diretrizes de áreas do conhecimento.
e à política do País e em atividades e
§ 3o Deve ser fomentada a capacitação
administração de partidos políticos;
tecnológica de instituições públicas e
II - formação de organizações para privadas para o desenvolvimento de
representar a pessoa com deficiência em tecnologias assistiva e social que sejam
todos os níveis; voltadas para melhoria da funcionalidade e
da participação social da pessoa com
III - participação da pessoa com
deficiência.
deficiência em organizações que a
representem. § 4o As medidas previstas neste artigo
devem ser reavaliadas periodicamente pelo
TÍTULO IV
poder público, com vistas ao seu

DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA aperfeiçoamento.

Art. 77. O poder público deve fomentar Art. 78. Devem ser estimulados a

o desenvolvimento científico, a pesquisa e pesquisa, o desenvolvimento, a inovação e

a inovação e a capacitação tecnológicas, a difusão de tecnologias voltadas para

voltados à melhoria da qualidade de vida e ampliar o acesso da pessoa com deficiência

ao trabalho da pessoa com deficiência e às tecnologias da informação e

sua inclusão social. comunicação e às tecnologias sociais.

§ 1o O fomento pelo poder público Parágrafo único. Serão estimulados,

deve priorizar a geração de conhecimentos em especial:

e técnicas que visem à prevenção e ao


I - o emprego de tecnologias da
tratamento de deficiências e ao
informação e comunicação como
desenvolvimento de tecnologias assistiva e
instrumento de superação de limitações
social.
funcionais e de barreiras à comunicação, à

§ 2o A acessibilidade e as tecnologias informação, à educação e ao

assistiva e social devem ser fomentadas entretenimento da pessoa com deficiência;

mediante a criação de cursos de pós-


II - a adoção de soluções e a difusão de
graduação, a formação de recursos
normas que visem a ampliar a
acessibilidade da pessoa com deficiência à § 2o Devem ser assegurados à pessoa
computação e aos sítios da internet, em com deficiência submetida a medida
especial aos serviços de governo restritiva de liberdade todos os direitos e
eletrônico. garantias a que fazem jus os apenados sem
deficiência, garantida a acessibilidade.
LIVRO II
§ 3o A Defensoria Pública e o
PARTE ESPECIAL
Ministério Público tomarão as medidas

TÍTULO I necessárias à garantia dos direitos


previstos nesta Lei.
DO ACESSO À JUSTIÇA
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os
CAPÍTULO I recursos de tecnologia assistiva disponíveis
para que a pessoa com deficiência tenha
DISPOSIÇÕES GERAIS
garantido o acesso à justiça, sempre que
Art. 79. O poder público deve figure em um dos polos da ação ou atue
assegurar o acesso da pessoa com como testemunha, partícipe da lide posta
deficiência à justiça, em igualdade de em juízo, advogado, defensor público,
oportunidades com as demais pessoas, magistrado ou membro do Ministério
garantindo, sempre que requeridos, Público.
adaptações e recursos de tecnologia
Parágrafo único. A pessoa com
assistiva.
deficiência tem garantido o acesso ao
§ 1o A fim de garantir a atuação da conteúdo de todos os atos processuais de
pessoa com deficiência em todo o processo seu interesse, inclusive no exercício da
judicial, o poder público deve capacitar os advocacia.
membros e os servidores que atuam no
Art. 81. Os direitos da pessoa com
Poder Judiciário, no Ministério Público, na
deficiência serão garantidos por ocasião da
Defensoria Pública, nos órgãos de
aplicação de sanções penais.
segurança pública e no sistema
penitenciário quanto aos direitos da pessoa Art. 82. (VETADO).
com deficiência.
Art. 83. Os serviços notariais e de
registro não podem negar ou criar óbices ou
condições diferenciadas à prestação de administração ao juiz, apresentando o
seus serviços em razão de deficiência do balanço do respectivo ano.
solicitante, devendo reconhecer sua
Art. 85. A curatela afetará tão somente
capacidade legal plena, garantida a
os atos relacionados aos direitos de
acessibilidade.
natureza patrimonial e negocial.
Parágrafo único. O descumprimento
§ 1o A definição da curatela não
do disposto no caput deste artigo constitui
alcança o direito ao próprio corpo, à
discriminação em razão de deficiência.
sexualidade, ao matrimônio, à privacidade,
CAPÍTULO II à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.

DO RECONHECIMENTO IGUAL § 2o A curatela constitui medida


PERANTE A LEI extraordinária, devendo constar da
sentença as razões e motivações de sua
Art. 84. A pessoa com deficiência tem
definição, preservados os interesses do
assegurado o direito ao exercício de sua
curatelado.
capacidade legal em igualdade de
condições com as demais pessoas. § 3o No caso de pessoa em situação
de institucionalização, ao nomear curador,
o
§ 1 Quando necessário, a pessoa com
o juiz deve dar preferência a pessoa que
deficiência será submetida à curatela,
tenha vínculo de natureza familiar, afetiva
conforme a lei.
ou comunitária com o curatelado.

§ 2o É facultado à pessoa com


Art. 86. Para emissão de documentos
deficiência a adoção de processo de
oficiais, não será exigida a situação de
tomada de decisão apoiada.
curatela da pessoa com deficiência.

§ 3o A definição de curatela de pessoa


Art. 87. Em casos de relevância e
com deficiência constitui medida protetiva
urgência e a fim de proteger os interesses
extraordinária, proporcional às
da pessoa com deficiência em situação de
necessidades e às circunstâncias de cada
curatela, será lícito ao juiz, ouvido o
caso, e durará o menor tempo possível.
Ministério Público, de oficio ou a

§ 4o Os curadores são obrigados a requerimento do interessado, nomear,

prestar, anualmente, contas de sua desde logo, curador provisório, o qual


estará sujeito, no que couber, às II - interdição das respectivas
disposições do Código de Processo Civil. mensagens ou páginas de informação na
internet.
TÍTULO II
§ 4o Na hipótese do § 2o deste artigo,
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES
constitui efeito da condenação, após o
ADMINISTRATIVAS
trânsito em julgado da decisão, a destruição

Art. 88. Praticar, induzir ou incitar do material apreendido.

discriminação de pessoa em razão de sua


Art. 89. Apropriar-se de ou desviar
deficiência:
bens, proventos, pensão, benefícios,

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) remuneração ou qualquer outro rendimento

anos, e multa. de pessoa com deficiência:

§ 1o Aumenta-se a pena em 1/3 (um Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)

terço) se a vítima encontrar-se sob cuidado anos, e multa.

e responsabilidade do agente.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena

§ 2o Se qualquer dos crimes previstos em 1/3 (um terço) se o crime é cometido:

no caput deste artigo é cometido por


I - por tutor, curador, síndico,
intermédio de meios de comunicação social
liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
ou de publicação de qualquer natureza:
depositário judicial; ou

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)


II - por aquele que se apropriou em
anos, e multa.
razão de ofício ou de profissão.

§ 3o Na hipótese do § 2o deste artigo, o


Art. 90. Abandonar pessoa com
juiz poderá determinar, ouvido o Ministério
deficiência em hospitais, casas de saúde,
Público ou a pedido deste, ainda antes do
entidades de abrigamento ou congêneres:
inquérito policial, sob pena de
desobediência: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3
(três) anos, e multa.
I - recolhimento ou busca e apreensão
dos exemplares do material discriminatório; Parágrafo único. Na mesma pena
incorre quem não prover as necessidades
básicas de pessoa com deficiência quando e constituído por base de dados,
obrigado por lei ou mandado. instrumentos, procedimentos e sistemas
eletrônicos.
Art. 91. Reter ou utilizar cartão
magnético, qualquer meio eletrônico ou § 2o Os dados constituintes do
documento de pessoa com deficiência Cadastro-Inclusão serão obtidos pela
destinados ao recebimento de benefícios, integração dos sistemas de informação e da
proventos, pensões ou remuneração ou à base de dados de todas as políticas
realização de operações financeiras, com o públicas relacionadas aos direitos da
fim de obter vantagem indevida para si ou pessoa com deficiência, bem como por
para outrem: informações coletadas, inclusive em censos
nacionais e nas demais pesquisas
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
realizadas no País, de acordo com os
(dois) anos, e multa.
parâmetros estabelecidos pela Convenção
Parágrafo único. Aumenta-se a pena sobre os Direitos das Pessoas com
em 1/3 (um terço) se o crime é cometido por Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
tutor ou curador.
§ 3o Para coleta, transmissão e

TÍTULO III sistematização de dados, é facultada a


celebração de convênios, acordos, termos
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS de parceria ou contratos com instituições
públicas e privadas, observados os
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional
requisitos e procedimentos previstos em
de Inclusão da Pessoa com Deficiência
legislação específica.
(Cadastro-Inclusão), registro público
eletrônico com a finalidade de coletar, § 4o Para assegurar a
processar, sistematizar e disseminar confidencialidade, a privacidade e as
informações georreferenciadas que liberdades fundamentais da pessoa com
permitam a identificação e a caracterização deficiência e os princípios éticos que regem
socioeconômica da pessoa com deficiência, a utilização de informações, devem ser
bem como das barreiras que impedem a observadas as salvaguardas estabelecidas
realização de seus direitos. em lei.

§ 1o O Cadastro-Inclusão será
administrado pelo Poder Executivo federal
§ 5o Os dados do Cadastro-Inclusão previsto no art. 20 da Lei no 8.742, de 7 de
somente poderão ser utilizados para as dezembro de 1993, e que exerça atividade
seguintes finalidades: remunerada que a enquadre como
segurado obrigatório do RGPS.
I - formulação, gestão, monitoramento e
avaliação das políticas públicas para a Art. 95. É vedado exigir o
pessoa com deficiência e para identificar as comparecimento de pessoa com deficiência
barreiras que impedem a realização de perante os órgãos públicos quando seu
seus direitos; deslocamento, em razão de sua limitação
funcional e de condições de acessibilidade,
II - realização de estudos e pesquisas.
imponha-lhe ônus desproporcional e
§ 6o As informações a que se refere indevido, hipótese na qual serão

este artigo devem ser disseminadas em observados os seguintes procedimentos:


formatos acessíveis.
I - quando for de interesse do poder
Art. 93. Na realização de inspeções e público, o agente promoverá o contato
de auditorias pelos órgãos de controle necessário com a pessoa com deficiência
interno e externo, deve ser observado o em sua residência;

cumprimento da legislação relativa à


II - quando for de interesse da pessoa
pessoa com deficiência e das normas de
com deficiência, ela apresentará solicitação
acessibilidade vigentes.
de atendimento domiciliar ou fará
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, representar-se por procurador constituído
nos termos da lei, a pessoa com deficiência para essa finalidade.
moderada ou grave que:
Parágrafo único. É assegurado à
I - receba o benefício de prestação pessoa com deficiência atendimento
continuada previsto no art. 20 da Lei domiciliar pela perícia médica e social do

no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),


passe a exercer atividade remunerada que pelo serviço público de saúde ou pelo
a enquadre como segurado obrigatório do serviço privado de saúde, contratado ou
RGPS; conveniado, que integre o SUS e pelas
entidades da rede socioassistencial
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) integrantes do Suas, quando seu
anos, o benefício de prestação continuada deslocamento, em razão de sua limitação
funcional e de condições de acessibilidade,
imponha-lhe ônus desproporcional e
indevido.

Art. 96. O § 6o-A do art. 135 da Lei


no 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código
Eleitoral), passa a vigorar com a seguinte
redação:

“Art.
135. ............................................................
.....

.....................................................................
...................
§ 2o O disposto no caput deste artigo
11.126 aplica-se a todas as modalidades e
jurisdições do serviço de transporte coletivo

LEI Nº 11.126, DE 27 DE JUNHO DE 2005. de passageiros, inclusive em esfera


internacional com origem no território
brasileiro. (Redação dada pela Lei nº
Mensagem de veto
13.146, de 2015) (Vigência)
Dispõe sobre o direito do portador de
deficiência visual de ingressar e
Art. 2o (VETADO)
permanecer em ambientes de uso coletivo
acompanhado de cão-guia.
Art. 3o Constitui ato de discriminação, a ser
apenado com interdição e multa, qualquer
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço
tentativa voltada a impedir ou dificultar o
saber que o Congresso Nacional decreta e
gozo do direito previsto no art. 1o desta Lei.
eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 4o Serão objeto de regulamento os


requisitos mínimos para identificação do
Art. 1o É assegurado à pessoa com
cão-guia, a forma de comprovação de
deficiência visual acompanhada de cão-
treinamento do usuário, o valor da multa e o
guia o direito de ingressar e de permanecer
tempo de interdição impostos à empresa de
com o animal em todos os meios de
transporte ou ao estabelecimento público
transporte e em estabelecimentos abertos
ou privado responsável pela discriminação.
ao público, de uso público e privados de uso
(Regulamento)
coletivo, desde que observadas as
condições impostas por esta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)

§ 1o A deficiência visual referida no caput


deste artigo restringe-se à cegueira e à
baixa visão.
RES. 201 CNJ ao desfazimento, que considerando o
APÍTULO I ambientalmente correto, o socialmente

DA CRIAÇÃO DAS UNIDADES OU justo e o desenvolvimento econômico

NÚCLEOS SOCIOAMBIENTAIS NO equilibrado;

PODER JUDICIÁRIO E SUAS III – critérios de sustentabilidade: métodos


COMPETÊNCIAS utilizados para avaliação e comparação de
bens, materiais ou serviços em função do

Art. 1º Os órgãos do Poder Judiciário seu impacto ambiental, social e econômico;

relacionados nos incisos I-A a VII do art. 92 IV - práticas de sustentabilidade: ações que

da Constituição Federal de 1988 bem como tenham como objetivo a construção de um


nos demais conselhos, devem criar novo modelo de cultura institucional visando

unidades ou núcleos socioambientais, à inserção de critérios de sustentabilidade

estabelecer suas competências e implantar nas atividades do Poder Judiciário;

o respectivo Plano de Logística Sustentável V – práticas de racionalização: ações que


(PLS-PJ). tenham como objetivo a melhoria da
Art. 2º Os órgãos e conselhos do Poder qualidade do gasto público e o

Judiciário deverão adotar modelos de aperfeiçoamento contínuo na gestão dos

gestão organizacional e de processos processos de trabalho;

estruturados na promoção da VI – coleta seletiva: coleta de resíduos


sustentabilidade ambiental, econômica e sólidos previamente separados conforme
social. sua constituição ou composição com
Art. 3º Para os fins desta Resolução, destinação ambientalmente adequada;
consideram-se: VII – coleta seletiva solidária: coleta dos

I – visão sistêmica: identificação, resíduos recicláveis descartados,

entendimento e gerenciamento de separados na fonte geradora, para

processos interrelacionados como um destinação às associações e cooperativas

sistema que contribui para a eficiência da de catadores de materiais recicláveis;

organização no sentido de atingir os seus VIII – resíduos recicláveis descartados:


objetivos; materiais passíveis de retorno ao seu ciclo
II – logística sustentável: processo de produtivo, rejeitados pelos órgãos do Poder

coordenação do fluxo de materiais, de Judiciário;

serviços e de informações, do fornecimento


IX – material de consumo: todo material XV – força de trabalho auxiliar: funcionários
que, em razão de sua utilização, perde terceirizados.
normalmente sua identidade física e/ou tem Art. 4º As unidades ou núcleos
sua utilização limitada a dois anos; socioambientais deverão ter caráter
X - gestão documental: conjunto de permanente para o planejamento,
procedimentos e operações técnicas para implementação, monitoramento de metas
produção, tramitação, uso e avaliação de anuais e avaliação de indicadores de
documentos, com vistas à sua guarda desempenho para o cumprimento desta
permanente ou eliminação, mediante o uso Resolução, devendo ser criadas no prazo
razoável de critérios de responsabilidade máximo de 120 (cento e vinte) dias, a partir
ambiental; da publicação da presente.
XI – inventário físico financeiro: relação de Art. 5º As unidades ou núcleos
materiais que compõem o estoque onde socioambientais deverão estimular a
figuram a quantidade física e financeira, a reflexão e a mudança dos padrões de
descrição, e o valor do bem; compra, consumo e gestão documental dos
XII – compra compartilhada: contratação órgãos do Poder Judiciário, bem como do
para um grupo de participantes previamente corpo funcional e força de trabalho auxiliar
estabelecidos, na qual a responsabilidade de cada instituição.
de condução do processo licitatório e Art. 6º As unidades ou núcleos
gerenciamento da ata de registro de preços socioambientais deverão fomentar ações
serão de um órgão ou entidade da que estimulem:
Administração Pública Federal com o I - o aperfeiçoamento contínuo da qualidade
objetivo de gerar benefícios econômicos e do gasto público;
socioambientais; II -o uso sustentável de recursos naturais e
XIII – ponto de equilíbrio: quantidade ideal bens públicos;
de recursos materiais necessários para III - a redução do impacto negativo das
execução das atividades desempenhadas atividades do órgão no meio ambiente com
por uma unidade de trabalho, sem prejuízo a adequada gestão dos resíduos gerados;
de sua eficiência; IV - a promoção das contratações
XIV – corpo funcional: magistrados, sustentáveis;
servidores e estagiários; e V - a gestão sustentável de documentos,
em conjunto com a unidade responsável;
VI - a sensibilização e capacitação do corpo racionalização e consumo consciente, que
funcional, força de trabalho auxiliar e de compreende as seguintes etapas:
outras partes interessadas; e I – estudo e levantamento das alternativas
VII - a qualidade de vida no ambiente de à aquisição de produtos e serviços
trabalho, em conjunto com a unidade solicitados, considerando:
responsável. a) verificação da real necessidade de
§ 1º A adequada gestão dos resíduos aquisição do produto e/ou serviço;
gerados deverá promover a coleta seletiva, b) existência no mercado de alternativas
com estímulo a sua redução, ao reuso e à sustentáveis considerando o ciclo de vida
reciclagem de materiais, e à inclusão do produto;
socioeconômica dos catadores de resíduos, c) a legislação vigente e as normas
em consonância com a Política Nacional de técnicas, elaboradas pela ABNT, para
Resíduos Sólidos e as limitações de cada aferição e garantia da aplicação dos
município. requisitos mínimos de qualidade, utilidade,
§ 2º O uso sustentável de recursos naturais resistência e segurança dos materiais
e bens públicos deverá ter como objetivos o utilizados;
combate ao desperdício e o consumo d) conformidade dos produtos, insumos e
consciente de materiais, com destaque para serviços com os regulamentos técnicos
a gestão sustentável de documentos como pertinentes em vigor expedidos pelo
a implementação de processo judicial Inmetro de forma a assegurar aspectos
eletrônico e a informatização dos processos relativos à saúde, à segurança, ao meio
e procedimentos administrativos. ambiente, ou à proteção do consumidor e
§ 3º A promoção das contratações da concorrência justa;
sustentáveis deverá observar a integração e) normas da Anvisa quanto à especificação
dos aspectos ambientais, econômicos e e classificação, quando for o caso;
sociais do desenvolvimento sustentável. f) as Resoluções do CONAMA, no que
§ 4º As unidades ou núcleos couber;
socioambientais, em interatividade com as g) descarte adequado do produto ao fim de
áreas envolvidas direta ou indiretamente sua vida útil, em observância à Política
com as contratações, deverão fomentar a Nacional de Resíduos Sólidos;
inclusão de práticas de sustentabilidade,
II – especificação ou alteração de
especificação já existente do material ou
serviço solicitado, observando os critérios e Art. 7º As unidades ou núcleos
práticas de sustentabilidade, em conjunto socioambientais deverão,
com a unidade solicitante; preferencialmente, ser subordinados à alta
III – lançamento ou atualização das administração dos órgãos tendo em vista as
especificações no sistema de compras e suas atribuições estratégicas e as
administração de material da instituição; mudanças de paradigma que suas ações

IV - dentre os critérios de consumo compreendem.

consciente, o pedido de material e/ou Art. 8º Os órgãos e conselhos do Poder


planejamento anual de aquisições deverão Judiciário deverão implementar o Plano de
ser baseados na real necessidade de Logística Sustentável do Poder Judiciário
consumo até que a unidade possa atingir o (PLS-PJ), de acordo com o Capítulo II desta
ponto de equilíbrio. Resolução.

§ 5º. O histórico de consumo da unidade Art. 9º O CNJ deverá publicar anualmente,


deverá ser considerado para por intermédio do Departamento de
monitoramento de dados e poderá ser um Pesquisas Judiciárias (DPJ), o Balanço
dos critérios utilizados no levantamento da Socioambiental do Poder Judiciário,
real necessidade de consumo. fomentado por informações consolidadas

§ 6º A sensibilização e capacitação do nos relatórios de acompanhamento do PLS-


corpo funcional, força de trabalho auxiliar e, PJ de todos os órgãos e conselhos do
quando for o caso, de outras partes Poder Judiciário.

interessadas deverão estimular de forma


contínua o consumo consciente e a CAPÍTULO II
responsabilidade socioambiental no âmbito DO PLANO DE LOGÍSTICA
da instituição. SUSTENTÁVEL DO PODER JUDICIÁRIO
§ 7º A qualidade de vida no ambiente de (PLS-PJ)
trabalho deve compreender a valorização,
satisfação e inclusão do capital humano das Art. 10. O PLS-PJ é instrumento vinculado
instituições, em ações que estimulem o seu ao planejamento estratégico do Poder
desenvolvimento pessoal e profissional, Judiciário, com objetivos e
assim como a melhoria das condições das responsabilidades definidas, ações, metas,
instalações físicas. prazos de execução, mecanismos de
monitoramento e avaliação de resultados,
que permite estabelecer e acompanhar § 1º O PLS-PJ poderá ser subdividido, a
práticas de sustentabilidade, racionalização critério de cada órgão, em razão da
e qualidade que objetivem uma melhor complexidade de sua estrutura.
eficiência do gasto público e da gestão dos § 2º Os PLS-PJ dos órgãos seccionais da
processos de trabalho, considerando a Justiça Federal deverão estar em
visão sistêmica do órgão. conformidade com o PLS-PJ do órgão a que
Art. 11. Ficam instituídos os indicadores é subordinado.
mínimos para avaliação do desempenho Art. 14. O PLS-PJ deverá conter, no
ambiental e econômico do Plano de mínimo:
Logística Sustentável do Poder Judiciário I – relatório consolidado do inventário de
(PLS-PJ), conforme Anexo I, que devem ser bens e materiais do órgão, com a
aplicados nos órgãos e conselhos do Poder identificação dos itens nos quais foram
Judiciário. inseridos critérios de sustentabilidade
Art. 12. Os órgãos e conselhos do Poder quando de sua aquisição;
Judiciário deverão constituir comissão II – práticas de sustentabilidade,
gestora do PLS-PJ composta por no mínimo racionalização e consumo consciente de
5 (cinco) servidores, que serão designados materiais e serviços;
pela alta administração no prazo de 30 dias III – responsabilidades, metodologia de
a partir da constituição das unidades ou implementação, avaliação do plano e
núcleos socioambientais. monitoramento dos dados;
§ 1º A comissão gestora do PLS-PJ será IV – ações de divulgação, sensibilização e
composta, obrigatoriamente, por um capacitação.
servidor da unidade ou núcleo
Art. 15. A elaboração e atualização do
socioambiental, da unidade de
inventário de bens e materiais, adquiridos
planejamento estratégico e da área de
pelo órgão no período de um ano, deverão
compras ou aquisições do órgão ou
ser feitas em conformidade com a
conselho do Poder Judiciário.
normatização interna de cada órgão do
§ 2º A comissão gestora do PLS-PJ terá a Poder Judiciário conforme definição no art.
atribuição de elaborar, monitorar, avaliar e 3º, XII.
revisar o PLS-PJ do seu órgão.
Art. 16. As práticas de sustentabilidade,
Art. 13. O PLS-PJ será aprovado pela alta racionalização e consumo consciente de
administração do órgão.
materiais e serviços deverão abranger, no elaboração dos planos de ação dos PLS-PJ
mínimo, os seguintes temas: dos conselhos e órgãos do Poder Judiciário.
I – uso eficiente de insumos e materiais Art. 17. As contratações efetuadas pelo
considerando, inclusive, a implantação do órgão ou conselho deverão observar:
PJe e a informatização dos processos e I – critérios de sustentabilidade na aquisição
procedimentos administrativos; de bens, tais como:
II – energia elétrica; a) rastreabilidade e origem dos insumos de
III – água e esgoto; madeira como itens de papelaria e
IV – gestão de resíduos; mobiliário, a partir de fontes de manejo

V – qualidade de vida no ambiente de sustentável;

trabalho; b) eficiência energética e nível de emissão

VI – sensibilização e capacitação contínua de poluentes de máquinas e aparelhos


do corpo funcional, força de trabalho auxiliar consumidores de energia, veículos e

e, quando for o caso, de outras partes prédios públicos;

interessadas; c) eficácia e segurança dos produtos


VII – contratações sustentáveis, usados na limpeza e conservação de

compreendendo, pelo menos, obras, ambientes;

equipamentos, combustível, serviços de d) gêneros alimentícios.


vigilância, de limpeza, de telefonia, de II - práticas de sustentabilidade na
processamento de dados, de apoio execução dos serviços;
administrativo e de manutenção predial, III – critérios e práticas de sustentabilidade
conforme artigo 15; no projeto e execução de obras e serviços
VIII – deslocamento de pessoal, bens e de engenharia, em consonância com a
materiais considerando todos os meios de Resolução CNJ 114/2010;
transporte, com foco na redução de gastos IV – emprego da logística reversa na
e de emissões de substâncias poluentes. destinação final de suprimentos de
Parágrafo único: As práticas de impressão, pilhas e baterias, pneus,
sustentabilidade, racionalização e consumo lâmpadas, óleos lubrificantes, seus
consciente de materiais e serviços resíduos e embalagens, bem como
constantes no Anexo II desta Resolução produtos eletroeletrônicos e seus
poderão ser utilizadas como referência na componentes, de acordo com a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, observadas Art. 19. As iniciativas de capacitação afetas
as limitações de cada município. ao tema sustentabilidade deverão ser
Art. 18. O PLS-PJ deverá ser formalizado incluídas no plano de treinamento de cada
em processo administrativo e, para cada órgão do Poder Judiciário.
tema citado no art. 16, deverão ser criados Parágrafo único. As atividades de
planos de ação com os seguintes tópicos: ambientação de novos servidores e
I – objetivo do plano de ação; colaboradores deverão difundir as ações

II – detalhamento de implementação das sustentáveis praticadas, de modo a


ações; consolidar os novos padrões de consumo

III - unidades e áreas envolvidas na consciente do órgão.

implementação de cada ação e respectivos Art. 20. As seguintes iniciativas da

responsáveis; Administração Pública Federal poderão ser

IV – metas a serem alcançadas para cada observadas na elaboração dos PLS-PJ:

ação; I – Programa de Eficiência do Gasto Público

V – cronograma de implementação das (PEG), desenvolvido no âmbito da

ações; Secretaria de Orçamento Federal do


Ministério do Planejamento, Orçamento e
VI - previsão de recursos financeiros,
Gestão (SOF/MP);
humanos, instrumentais, entre outros,
necessários para a implementação das II – Programa Nacional de Conservação de

ações. Energia Elétrica (Procel), coordenado pela


Secretaria de Planejamento e
§ 1º Para os temas listados no art. 16, os
Desenvolvimento Energético do Ministério
resultados alcançados serão avaliados
de Minas e Energia (SPE/MME);
semestralmente e/ou anualmente pela
comissão gestora do PLS-PJ, utilizando os III – Agenda Ambiental na Administração

indicadores constantes no Anexo I e banco Pública (A3P), coordenada pela Secretaria

de boas práticas. de Articulação Institucional e Cidadania


Ambiental do Ministério do Meio Ambiente
§ 2º Caso o órgão ou conselho inclua outros
(SAIC/MMA);
temas no PLS-PJ, deverão ser definidos os
respectivos indicadores, contendo: nome, IV – Coleta Seletiva Solidária, desenvolvida

fórmula de cálculo, fonte de dados, no âmbito da Secretaria-Executiva do

metodologia e periodicidade de apuração. Ministério do Desenvolvimento Social e


Combate à Fome (SE/MDS);
V – Projeto Esplanada Sustentável (PES), CAPÍTULO III
coordenado pelo Ministério do DISPOSIÇÕES FINAIS
Planejamento, Orçamento e Gestão, por
meio da SOF/MP, em articulação com o Art. 21. O PLS-PJ deverá ser elaborado e
Ministério do Meio Ambiente, Ministério de publicado no sítio dos respectivos órgãos e
Minas e Energia e Ministério do conselhos do Poder Judiciário no prazo de
Desenvolvimento Social; cento e oitenta dias, contados a partir da
VI – Contratações Públicas Sustentáveis publicação desta resolução.
(CPS), coordenada pelo órgão central do Art. 22. Os resultados obtidos a partir da
Sistema de Serviços Gerais (SISG), na implantação das ações definidas no PLS-PJ
forma da Instrução Normativa 1, de 19 de deverão ser publicados ao final de cada
janeiro de 2010, da Secretaria da Logística semestre do ano no sítio dos respectivos
e Tecnologia da Informação (SLTI/MP). conselhos e órgãos do Poder Judiciário,
§ 1º Os planos de ação, ou instrumentos apresentando as metas alcançadas e os
similares, das iniciativas elencadas neste resultados medidos pelos indicadores.
artigo, poderão ser incorporados aos PLS- Art. 23. Ao final de cada ano deverá ser
PJ dos órgãos e conselhos do Poder elaborado por cada órgão e conselho do
Judiciário. Poder Judiciário relatório de desempenho
§ 2º Os guias de contratações sustentáveis do PLS-PJ, contendo:
poderão ser utilizados com o objetivo de I – consolidação dos resultados alcançados;
orientar a inclusão de critérios e práticas de
II – a evolução do desempenho dos
sustentabilidade a serem observados na
indicadores estratégicos do Poder
aquisição de bens e na contratação de
Judiciário com foco socioambiental e
obras e serviços.
econômico, de acordo com o previsto no
§ 3º O banco de boas práticas estará Anexo I;
disponível no sítio do CNJ, no qual serão
III – identificação das ações a serem
elencadas as iniciativas e ações que
desenvolvidas ou modificadas para o ano
resultaram em impacto positivo quanto aos
subsequente.
aspectos ambientais, econômicos e sociais
§ 1º Os relatórios deverão ser publicados no
na gestão dos órgãos e conselhos do Poder
sítio dos respectivos órgãos e conselhos do
Judiciário.
Poder Judiciário e encaminhados, em forma
eletrônica, ao CNJ até o dia 20 de
dezembro do ano corrente pela autoridade
competente do órgão ou conselho.
§ 2º O DPJ disponibilizará aos órgãos e
conselhos do Poder Judiciário acesso ao
sistema informatizado para compilação das
informações quanto ao PLS-PJ com o
objetivo de padronizar o envio e
recebimento de dados e facilitar a análise
dos indicadores que avaliarão o índice de
sustentabilidade das instituições.
Art. 24. O PLS-PJ irá subsidiar, anualmente,
o Balanço Socioambiental do Poder
Judiciário, a ser publicado pelo CNJ por
intermédio do DPJ, no prazo de 180 dias a
contar do recebimento do relatório de
desempenho dos órgãos.
Art. 25. Esta Resolução entra em vigor na
data de sua publicação.
em deficiência, com o propósito ou efeito de
RESOLUCAO 230 CNJ impedir ou impossibilitar o reconhecimento,
o desfrute ou o exercício, em igualdade de

Mensagem oportunidades com as demais pessoas, de


direitos humanos e liberdades
CAPÍTULO I
fundamentais nos âmbitos político,
econômico, social, cultural, civil ou qualquer
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
outro, incluindo a recusa de adaptações
razoáveis e de fornecimento de tecnologias
assistivas;
Art. 1º Esta Resolução orienta a adequação
das atividades dos órgãos do Poder
II - “acessibilidade” significa possibilidade e
Judiciário e de seus serviços auxiliares em
condição de alcance para utilização, com
relação às determinações exaradas pela
segurança e autonomia, de espaços,
Convenção Internacional sobre os Direitos
mobiliários, equipamentos urbanos,
das Pessoas com Deficiência e seu
edificações, transportes, informação e
Protocolo Facultativo (promulgada por meio
comunicação, inclusive seus sistemas e
do Decreto nº 6.949/2009) e pela Lei
tecnologias, bem como de outros serviços e
Brasileira de Inclusão da Pessoa com
instalações abertos ao público, de uso
Deficiência (Lei nº 13.146/2015).
público ou privados de uso coletivo, tanto na
zona urbana como na rural, por pessoa com
Parágrafo único. Para tanto, entre outras deficiência ou com mobilidade reduzida;
medidas, convola-se, em resolução, a
Recomendação CNJ 27, de 16/12/2009,
III - “barreiras” significa qualquer entrave,
bem como institui-se as Comissões
obstáculo, atitude ou comportamento que
Permanentes de Acessibilidade e Inclusão.
limite ou impeça a participação social da
pessoa, bem como o gozo, a fruição e o
Art. 2º Para fins de aplicação desta exercício de seus direitos à acessibilidade,
Resolução, consideram-se:
à liberdade de movimento e de expressão,
à comunicação, ao acesso à informação, à
I - “discriminação por motivo de deficiência” compreensão, à circulação com segurança,
significa qualquer diferenciação, exclusão entre outros, classificadas em:
ou restrição, por ação ou omissão, baseada
adequados que não acarretem ônus
a) “barreiras urbanísticas”: as existentes desproporcional ou indevido, quando
nas vias e nos espaços públicos e privados requeridos em cada caso, a fim de
abertos ao público ou de uso coletivo; assegurar que as pessoas com deficiência
possam gozar ou exercer, em igualdade de

b) “barreiras arquitetônicas”: as existentes oportunidades com as demais pessoas,

nos edifícios públicos e privados; todos os direitos humanos e liberdades


fundamentais;

c) “barreiras nos transportes”: as existentes


nos sistemas e meios de transportes; V - “desenho universal” significa a
concepção de produtos, ambientes,
programas e serviços a serem usados, na
d) “barreiras nas comunicações e na
maior medida possível, por todas as
informação”: qualquer entrave, obstáculo,
pessoas, sem necessidade de adaptação
atitude ou comportamento que dificulte ou
ou projeto específico. O “desenho universal”
impossibilite a expressão ou o recebimento
não excluirá as ajudas técnicas para grupos
de mensagens e de informações por
específicos de pessoas com deficiência,
intermédio de sistemas de comunicação e
quando necessárias;
de tecnologia da informação;

VI - “tecnologia assistiva” (ou “ajuda


e) “barreiras atitudinais”: atitudes ou
técnica”) significa produtos, equipamentos,
comportamentos que impeçam ou
dispositivos, recursos, metodologias,
prejudiquem a participação social da
estratégias, práticas e serviços que
pessoa com deficiência em igualdade de
objetivem promover a funcionalidade,
condições e oportunidades com as demais
relacionada à atividade e à participação da
pessoas; e
pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida, visando à sua autonomia,
f) “barreiras tecnológicas”: as que dificultam
independência, qualidade de vida e
ou impedem o acesso da pessoa com
inclusão social;
deficiência às tecnologias.

VII - “comunicação” significa forma de


IV - “adaptação razoável” significa as
interação dos cidadãos que abrange, entre
modificações e os ajustes necessários e
outras opções, as línguas, inclusive a DAS DISPOSIÇÕES RELACIONADAS A
Língua Brasileira de Sinais (Libras), a TODAS AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
visualização de textos, o Braille, o sistema
de sinalização ou de comunicação tátil, os Seção I
caracteres ampliados, os dispositivos
multimídia, assim como a linguagem
Da Igualdade e suas Implicações
simples, escrita e oral, os sistemas
auditivos e os meios de voz digitalizados e
Subseção I
os modos, meios e formatos aumentativos
e alternativos de comunicação, incluindo as
Da Igualdade e da Inclusão
tecnologias da informação e das
comunicações;

VIII - “atendente pessoal” significa pessoa,


membro ou não da família, que, com ou Art. 3º A fim de promover a igualdade,

sem remuneração, assiste ou presta adotar-se-ão, com urgência, medidas

cuidados básicos e essenciais à pessoa apropriadas para eliminar e prevenir

com deficiência no exercício de suas quaisquer barreiras urbanísticas,

atividades diárias, excluídas as técnicas ou arquitetônicas, nos transportes, nas

os procedimentos identificados com comunicações e na informação, atitudinais


profissões legalmente estabelecidas; e ou tecnológicas, devendo-se garantir às
pessoas com deficiência – servidores,
serventuários extrajudiciais, terceirizados
IX - “acompanhante” significa aquele que
ou não – quantas adaptações razoáveis ou
acompanha a pessoa com deficiência,
mesmo tecnologias assistivas sejam
podendo ou não desempenhar as funções
necessárias para assegurar acessibilidade
de atendente pessoal.
plena, coibindo qualquer forma de
discriminação por motivo de deficiência.

CAPÍTULO II

Subseção II
III - acesso facilitado para a circulação de
Da Acessibilidade com Segurança e transporte público nos locais mais próximos
Autonomia possíveis aos postos de atendimento.

§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa


com deficiência em todo o processo judicial,

Art. 4º Para promover a acessibilidade dos o poder público deve capacitar os membros,

usuários do Poder Judiciário e dos seus os servidores e terceirizados que atuam no

serviços auxiliares que tenham deficiência, Poder Judiciário quanto aos direitos da

a qual não ocorre sem segurança ou sem pessoa com deficiência.

autonomia, dever-se-á, entre outras


atividades, promover: § 2º Cada órgão do Poder Judiciário deverá
dispor de, pelo menos, cinco por cento de

I - atendimento ao público – pessoal, por servidores, funcionários e terceirizados

telefone ou por qualquer meio eletrônico – capacitados para o uso e interpretação da

que seja adequado a esses usuários, Libras.

inclusive aceitando e facilitando, em


trâmites oficiais, o uso de línguas de sinais, § 3º As edificações públicas já existentes
braille, comunicação aumentativa e devem garantir acessibilidade à pessoa
alternativa, e de todos os demais meios, com deficiência em todas as suas
modos e formatos acessíveis de dependências e serviços, tendo como
comunicação, à escolha das pessoas com referência as normas de acessibilidade
deficiência; vigentes.

II - adaptações arquitetônicas que permitam § 4º A construção, a reforma, a ampliação


a livre e autônoma movimentação desses ou a mudança de uso de edificações
usuários, tais como rampas, elevadores e deverão ser executadas de modo a serem
vagas de estacionamento próximas aos acessíveis.
locais de atendimento; e
§ 5º A formulação, a implementação e a
manutenção das ações de acessibilidade
atenderão às seguintes premissas básicas:
deficiência custo anormal, direto ou indireto,
I - eleição de prioridades, elaboração de para o amplo acesso a serviço público
cronograma e reserva de recursos para oferecido.
implementação das ações; e
Art. 6º Todos os procedimentos licitatórios
II - planejamento contínuo e articulado entre do Poder Judiciário deverão se ater para
os setores envolvidos. produtos acessíveis às pessoas com
deficiência, sejam servidores ou não.

§ 6º Para atender aos usuários externos


que tenham deficiência, dever-se-á § 1º O desenho universal sera# sempre
reservar, nas áreas de estacionamento tomado como regra de caráter geral.
abertas ao público, vagas próximas aos
acessos de circulação de pedestres, § 2º Nas hipóteses em que
devidamente sinalizadas, para veículos que comprovadamente o desenho universal não
transportem pessoas com deficiência e com possa ser empreendido, deve ser adotada
comprometimento de mobilidade, desde adaptação razoável.
que devidamente identificados, em
percentual equivalente a 2% (dois por Art. 7º Os órgãos do Poder Judiciário
cento) do total, garantida, no mínimo, 1 deverão, com urgência, proporcionar aos
(uma) vaga. seus usuários processo eletrônico
adequado e acessível a todos os tipos de
§ 7º Mesmo se todas as vagas disponíveis deficiência, inclusive às pessoas que
estiverem ocupadas, a Administração tenham deficiência visual, auditiva ou da
deverá agir com o máximo de empenho fala.
para, na medida do possível, facilitar o
acesso do usuário com deficiência às suas § 1º Devem ser oferecidos todos os
dependências, ainda que, para tanto, seja recursos de tecnologia assistiva disponíveis
necessário dar acesso a vaga destinada ao para que a pessoa com deficiência tenha
público interno do órgão. garantido o acesso à justiça, sempre que
figure em um dos polos da ação ou atue
Art. 5º É proibido ao Poder Judiciário e seus como testemunha, partícipe da lide posta
serviços auxiliares impor ao usuário com em juízo, advogado, defensor público,
magistrado ou membro do Ministério jurisdicionados sobre a importância da
Público. acessibilidade para garantir o pleno
exercício de direitos.

§ 2º A pessoa com deficiência tem garantido


o acesso ao conteúdo de todos os atos
processuais de seu interesse, inclusive no
exercício da advocacia. Subseção III

Art. 8º Os serviços notariais e de registro Das Comissões Permanentes de


não podem negar ou criar óbices ou Acessibilidade e Inclusão
condições diferenciadas à prestação de
seus serviços em razão de deficiência do
solicitante, devendo reconhecer sua
capacidade legal plena, garantida a
Art. 10. Serão instituídas por cada Tribunal,
acessibilidade.
no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco)
dias, Comissões Permanentes de
Parágrafo único. O descumprimento do
Acessibilidade e Inclusão, com caráter
disposto no caput deste artigo constitui
multidisciplinar, com participação de
discriminação em razão de deficiência.
magistrados e servidores, com e sem
deficiência, objetivando que essas
Art. 9º Os Tribunais relacionados nos Comissões fiscalizem, planejem, elaborem
incisos II a VII do art. 92 da Constituição e acompanhem os projetos arquitetônicos
Federal de 1988 e os serviços auxiliares do de acessibilidade e projetos “pedagógicos”
Poder Judiciário devem adotar medidas de treinamento e capacitação dos
para a remoção de barreiras físicas, profissionais e funcionários que trabalhem
tecnológicas, arquitetônicas, de com as pessoas com deficiência, com
comunicação e atitudinais para promover o fixação de metas anuais, direcionados à
amplo e irrestrito acesso de pessoas com promoção da acessibilidade para pessoas
deficiência às suas respectivas carreiras e com deficiência, tais quais as descritas a
dependências e o efetivo gozo dos serviços seguir:
que prestam, promovendo a
conscientização de servidores e
I – construção e/ou reforma para garantir assegurar que as secretarias e cartórios
acessibilidade para pessoas com termos da das Varas e Tribunais disponibilizem
normativa técnica em vigor (ABNT 9050), pessoal capacitado a atender surdos,
inclusive construção de rampas, adequação prestando-lhes informações em Linguagem
de sanitários, instalação de elevadores, Brasileira de Sinais;
reserva de vagas em estacionamento,
instalação de piso tátil direcional e de alerta, V – nomeação de tradutor e intérprete de
sinalização sonora para pessoas com Linguagem Brasileira de Sinais, sempre que
deficiência visual, bem como sinalizações figurar no processo pessoa com deficiência
visuais acessíveis a pessoas com auditiva, escolhido dentre aqueles
deficiência auditiva, pessoas com baixa devidamente habilitados e aprovados em
visão e pessoas com deficiência intelectual, curso oficial de tradução e interpretação de
adaptação de mobiliário (incluindo púlpitos), Linguagem Brasileira de Sinais ou
portas e corredores em todas as detentores do certificado de proficiência em
dependências e em toda a extensão Linguagem Brasileira de Sinais –
(Tribunais, Fóruns, Juizados Especiais etc); PROLIBRAS, nos termos do art. 19 do
Decreto 5.626/2005, o qual deverá prestar
II – locação de imóveis, aquisição ou compromisso e, em qualquer hipótese, será
construções novas somente deverão ser custeado pela administração dos órgãos do
feitas se com acessibilidade; Judiciário;

III – permissão de entrada e permanência VI – sendo a pessoa com deficiência


de cães-guias em todas as dependências auditiva partícipe do processo oralizado e
dos edifícios e sua extensão; se assim o preferir, o Juiz deverá com ela
se comunicar por anotações escritas ou por

IV – habilitação de servidores em cursos meios eletrônicos, o que inclui a legenda em


oficiais de Linguagem Brasileira de Sinais, tempo real, bem como adotar medidas que

custeados pela Administração, formados viabilizem a leitura labial;

por professores oriundos de instituições


oficialmente reconhecidas no ensino de VII – nomeação ou permissão de utilização
Linguagem Brasileira de Sinais para de guia-intérprete, sempre que figurar no
ministrar os cursos internos, a fim de processo pessoa com deficiência auditiva e
visual, o qual deverá prestar compromisso grave, nos termos da Lei n. 12.008, de 06
e, em qualquer hipótese, será custeado de agosto de 2009;
pela administração dos órgãos do
Judiciário; XII – realização de oficinas de
conscientização de servidores e
VIII – registro da audiência, caso o Juiz magistrados sobre os direitos das pessoas
entenda necessário, por filmagem de todos com deficiência;
os atos nela praticados, sempre que
presente pessoa com deficiência auditiva; XIII – utilização de intérprete de Linguagem
Brasileira de Sinais, legenda,
IX – aquisição de impressora em Braille, audiodescrição e comunicação em
produção e manutenção do material de linguagem acessível em todas as
comunicação acessível, especialmente o manifestações públicas, dentre elas
website, que deverá ser compatível com a propagandas, pronunciamentos oficiais,
maioria dos softwares livres e gratuitos de vídeos educativos, eventos e reuniões;
leitura de tela das pessoas com deficiência
visual; XIV – disponibilização de equipamentos de
autoatendimento para consulta processual
X – inclusão, em todos os editais de acessíveis, com sistema de voz ou de
concursos públicos, da previsão leitura de tela para pessoas com deficiência
constitucional de reserva de cargos para visual, bem como, com altura compatível
pessoas com deficiência, inclusive nos que para usuários de cadeira de rodas.
tratam do ingresso na magistratura (CF, art.
37, VIII); Art. 11. Os órgãos do Poder Judiciário
relacionados nos incisos II a VII do art. 92
XI – anotação na capa dos autos da da Constituição Federal de 1988 devem
prioridade concedida à tramitação de criar unidades administrativas específicas,
processos administrativos cuja parte seja diretamente vinculadas à Presidência de
uma pessoa com deficiência e de processos cada órgão, responsáveis pela
judiciais se tiver idade igual ou superior a 60 implementação das ações da respectiva
(sessenta) anos ou portadora de doença Comissão Permanente de Acessibilidade e
Inclusão.
Art. 12. É indispensável parecer da
Comissão Permanente de Acessibilidade e
Inclusão em questões relacionadas aos Seção III
direitos das pessoas com deficiência e nos
demais assuntos conexos à acessibilidade
Da Proteção da Integridade Física e
e inclusão no âmbito dos Tribunais.
Psíquica

Art. 13. Os prazos e as eventuais despesas


decorrentes da implementação desta
Resolução serão definidos pelos tribunais,
Art. 15. Toda pessoa com deficiência –
ouvida a respectiva Comissão Permanente
servidor, serventuário extrajudicial,
de Acessibilidade e o órgão interno
terceirizado ou não – tem o direito a que sua
responsável pela elaboração do
integridade física e mental seja respeitada,
Planejamento Estratégico, com vistas à sua
em igualdade de condições com as demais
efetiva implementação.
pessoas.

Art. 16. A pessoa com deficiência tem


direito a receber atendimento prioritário,
Seção II
sobretudo com a finalidade de:

Da não Discriminação
I - proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;

II - atendimento em todos os serviços de


Art. 14. É proibida qualquer forma de atendimento ao público;
discriminação por motivo de deficiência,
devendo-se garantir a#s pessoas com
III - disponibilização de recursos, tanto
deficiência – servidores, serventuários
humanos quanto tecnológicos, que
extrajudiciais, terceirizados ou não – igual e
garantam atendimento em igualdade de
efetiva proteção legal contra a
condições com as demais pessoas;
discriminação por qualquer motivo.
terceirizados com deficiência, no que
IV - acesso a informações e couber, todas as disposições previstas nos
disponibilização de recursos de Capítulos anteriores desta Resolução.
comunicação acessíveis;

V - tramitação processual e procedimentos


judiciais e administrativos em que for parte Seção II
ou interessada, em todos os atos e
diligências. Da Avaliação

Parágrafo único. Os direitos previstos neste


artigo são extensivos ao acompanhante da
pessoa com deficiência ou ao seu
Art. 18. A avaliação da deficiência, quando
atendente pessoal, exceto quanto ao
necessária, será biopsicossocial, realizada
disposto no inciso V deste artigo.
por equipe multiprofissional e
interdisciplinar e considerará:

I - os impedimentos nas funções e nas


CAPÍTULO III estruturas do corpo;

DAS DISPOSIÇÕES RELACIONADAS II - os fatores socioambientais, psicológicos


AOS SERVIDORES COM DEFICIÊNCIA e pessoais;

Seção I III - a limitação no desempenho de


atividades; e
Da Aplicabilidade dos Capítulos Anteriores

IV - a restrição de participação.

Art. 17. Aplicam-se aos servidores, aos


serventuários extrajudiciais e aos Seção III
§ 2º A atualização do cadastro deve ser
Da Inclusão de Pessoa com Deficiência no permanente, devendo ocorrer uma revisão
Serviço Público detalhada uma vez por ano.

§ 3º Na revisão anual, cada um dos


servidores, serventuários extrajudiciais ou

Art. 19. Os editais de concursos públicos terceirizado com deficiência deverá ser

para ingresso nos quadros do Poder pessoalmente questionado sobre a

Judiciário e de seus serviços auxiliares existência de possíveis sugestões ou

deverão prever, nos objetos de avaliação, adaptações referentes à sua plena inclusão

disciplina que abarque os direitos das no ambiente de trabalho.

pessoas com deficiência.


§ 4º Para cada sugestão dada, deverá

Art. 20. Imediatamente após a posse de haver uma resposta formal do Poder

servidor, serventuário extrajudicial ou Judiciário em prazo razoável.

contratação de terceirizado com deficiência,


dever-se-á informar a ele de forma Art. 22. Constitui modo de inclusão da
detalhada sobre seus direitos e sobre a pessoa com deficiência no trabalho a
existência desta Resolução. colocação competitiva, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, nos

Art. 21. Cada órgão do Poder Judiciário termos da legislação trabalhista e

deverá manter um cadastro dos servidores, previdenciária, na qual devem ser atendidas

serventuários extrajudiciais e terceirizados as regras de acessibilidade, o fornecimento

com deficiência que trabalham no seu de recursos de tecnologia assistiva e a

quadro. adaptação razoável no ambiente de


trabalho.

§ 1º Esse cadastro deve especificar as


deficiências e as necessidades particulares Parágrafo único. A colocação competitiva

de cada servidor, terceirizado ou da pessoa com deficiência pode ocorrer por

serventuário extrajudicial. meio de trabalho com apoio, observadas as


seguintes diretrizes:
I - prioridade no atendimento à pessoa com inclusivo, em igualdade de oportunidades
deficiência com maior dificuldade de com as demais pessoas.
inserção no campo de trabalho;

§ 1º Os órgãos do Poder Judiciário são


II - provisão de suportes individualizados obrigados a garantir ambientes de trabalho
que atendam a necessidades específicas acessíveis e inclusivos.
da pessoa com deficiência, inclusive a
disponibilização de recursos de tecnologia § 2º A pessoa com deficiência tem direito,
assistiva, de agente facilitador e de apoio no em igualdade de oportunidades com as
ambiente de trabalho; demais pessoas, a condições justas e
favoráveis de trabalho, incluindo igual
III - respeito ao perfil vocacional e ao remuneração por trabalho de igual valor.
interesse da pessoa com deficiência
apoiada; § 3º É vedada restrição ao trabalho da
pessoa com deficiência e qualquer
IV - oferta de aconselhamento e de apoio discriminação em razão de sua condição,
aos empregadores, com vistas à definição inclusive nas etapas de recrutamento,
de estratégias de inclusão e de superação seleção, contratação, admissão, exames
de barreiras, inclusive atitudinais; admissional e periódico, permanência no
emprego, ascensão profissional e
V - realização de avaliações periódicas; reabilitação profissional, bem como
exigência de aptidão plena.

VI - articulação intersetorial das políticas


públicas; e § 4º A pessoa com deficiência tem direito à
participação e ao acesso a cursos,
treinamentos, educação continuada, planos
VII - possibilidade de participação de
de carreira, promoções, bonificações e
organizações da sociedade civil.
incentivos profissionais oferecidos pelo
empregador, em igualdade de
Art. 23. A pessoa com deficiência tem
oportunidades com os demais empregados.
direito ao trabalho de sua livre escolha e
aceitação, em ambiente acessível e
§ 5º É garantida aos trabalhadores com
deficiência acessibilidade em cursos de Art. 26. Se o órgão possibilitar aos seus
formação e de capacitação. servidores a realização de trabalho por
meio do sistema “home office”, dever-se-á
Art. 24. É garantido à pessoa com dar prioridade aos servidores com
deficiência acesso a produtos, recursos, mobilidade comprometida que manifestem
estratégias, práticas, processos, métodos e interesse na utilização desse sistema.
serviços de tecnologia assistiva que
maximizem sua autonomia, mobilidade § 1º A Administração não poderá obrigar o
pessoal e qualidade de vida. servidor com mobilidade comprometida a
utilizar o sistema “home office”, mesmo
Art. 25. Se houver qualquer tipo de diante da existência de muitos custos para
estacionamento interno, será garantido ao a promoção da acessibilidade do servidor
servidor com deficiência que possua em seu local de trabalho.
comprometimento de mobilidade vaga no
local mais próximo ao seu local de trabalho. § 2º Os custos inerentes à adaptação do
servidor com deficiência ao sistema “home
§ 1º O percentual aplicável aos office” deverão ser suportados
estacionamentos externos a que se referem exclusivamente pela Administração.
o art. 4º, § 6º, desta Resolução e o art. 47
da Lei 13.146/2015 não é aplicável ao Art. 27. Ao servidor ou terceirizado com
estacionamento interno do órgão, devendo- deficiência é garantida adaptação
se garantir vaga no estacionamento interno ergonômica da sua estação de trabalho.
a cada servidor com mobilidade
comprometida. Art. 28. Se houver serviço de saúde no
órgão, aos servidores com deficiência será
§ 2º O caminho existente entre a vaga do garantido atendimento compatível com as
estacionamento interno e o local de trabalho suas deficiências.
do servidor com mobilidade comprometida
não deve conter qualquer tipo de barreira
que impossibilite ou mesmo dificulte o seu
acesso.
Seção IV
§ 4º Se o órgão, por sua liberalidade,
Do Horário Especial determinar a diminuição da jornada de
trabalho dos seus servidores, ainda que por
curto período, esse mesmo benefício
deverá ser aproveitado de forma
proporcional pelo servidor a quem tenha
Art. 29. A concessão de horário especial
sido concedido horário especial.
conforme o art. 98, § 2º, da Lei 8.112/1990
a servidor com deficiência não justifica
qualquer atitude discriminatória.

§ 1º Admitindo-se a possibilidade de CAPÍTULO IV

acumulação de banco de horas pelos


demais servidores do órgão, também DAS DISPOSIÇÕES RELACIONADAS
deverá ser admitida a mesma possibilidade AOS SERVIDORES QUE TENHAM
em relação ao servidor com horário CÔNJUGE, FILHO OU DEPENDENTE
especial, mas de modo proporcional. COM DEFICIÊNCIA

§ 2º Ao servidor a quem se tenha concedido Seção I


horário especial não poderá ser negado ou
dificultado, colocando-o em situação de Da Facilitação dos Cuidados
desigualdade com os demais servidores, o
exercício de função de confiança ou de
cargo em comissão.

Art. 30. Se o órgão possibilitar aos seus


§ 3º O servidor com horário especial não servidores a realização de trabalho por
será obrigado a realizar, conforme o meio do sistema “home office”, dever-se-á
interesse da Administração, horas extras, dar prioridade aos servidores que tenham
se essa extensão da sua jornada de cônjuge, filho ou dependente com
trabalho puder ocasionar qualquer dano à deficiência e que manifestem interesse na
sua saúde. utilização desse sistema.
Art. 31. Se houver serviço de saúde no exercício de função de confiança ou de
órgão, ao cônjuge, filho ou dependente com cargo em comissão.
deficiência de servidor será garantido
atendimento compatível com as suas § 3º O servidor com horário especial não
deficiências. será obrigado a realizar, conforme o
interesse da Administração, horas extras,
se essa extensão da sua jornada de
trabalho puder ocasionar qualquer dano

Seção II relacionado ao seu cônjuge, filho ou


dependente com deficiência.

Do Horário Especial
§ 4º Se o órgão, por sua liberalidade,
determinar a diminuição da jornada de
trabalho dos seus servidores, ainda que por
curto período, esse mesmo benefício
Art. 32. A concessão de horário especial
deverá ser aproveitado pelo servidor a
conforme o art. 98, § 3º, da Lei 8.112/1990
quem tenha sido concedido horário
a servidor que tenha cônjuge, filho ou
especial.
dependente com deficiência não justifica
qualquer atitude discriminatória.

§ 1º Admitindo-se a possibilidade de
CAPÍTULO V
acumulação de banco de horas pelos
demais servidores do órgão, também
deverá ser admitida a mesma possibilidade DISPOSIÇÕES FINAIS

em relação ao servidor com horário


especial, em igualdade de condições com
os demais.

Art. 33. Incorre em pena de advertência o


§ 2º Ao servidor a quem se tenha concedido servidor, terceirizado ou o serventuário
horário especial não poderá ser negado ou extrajudicial que:
dificultado, colocando-o em situação de
desigualdade com os demais servidores, o
I - conquanto possua atribuições
relacionadas a possível eliminação e § 2º O fato de a conduta ter ocorrido em
prevenção de quaisquer barreiras face de usuário ou contra servidor do
urbanísticas, arquitetônicas, nos mesmo quadro, terceirizado ou
transportes, nas comunicações e na serventuário extrajudicial é indiferente para
informação, atitudinais ou tecnológicas, não fins de aplicação da advertência.
se empenhe, com a máxima celeridade
possível, para a supressão e prevenção § 3º Em razão da prioridade na tramitação
dessas barreiras; dos processos administrativos destinados à
inclusão e à não discriminação de pessoa
II - embora possua atribuições relacionadas com deficiência, a grande quantidade de
à promoção de adaptações razoáveis ou ao processos a serem concluídos não justifica
oferecimento de tecnologias assistivas o afastamento de advertência pelo
necessárias à acessibilidade de pessoa descumprimento dos deveres descritos
com deficiência – servidor, serventuário neste artigo.
extrajudicial ou não –, não se empenhe,
com a máxima celeridade possível, para § 4º As práticas anteriores da
estabelecer a condição de acessibilidade; Administração Pública não justificam o
afastamento de advertência pelo
III - no exercício das suas atribuições, tenha descumprimento dos deveres descritos
qualquer outra espécie de atitude neste artigo.
discriminatória por motivo de deficiência ou
descumpra qualquer dos termos desta
Resolução.

§ 1º Também incorrerá em pena de


advertência o servidor ou o serventuário
extrajudicial que, tendo conhecimento do
descumprimento de um dos incisos do
caput deste artigo, deixar de comunicá-lo à
autoridade competente, para que esta
promova a apuração do fato.
11.126 jurisdições do serviço de transporte coletivo
de passageiros, inclusive em esfera
LEI Nº 11.126, DE 27 DE JUNHO DE 2005. internacional com origem no território
brasileiro. (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
Mensagem de veto
Dispõe sobre o direito do portador de
deficiência visual de ingressar e Art. 2o (VETADO)

permanecer em ambientes de uso coletivo


acompanhado de cão-guia. Art. 3o Constitui ato de discriminação, a ser
apenado com interdição e multa, qualquer

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço tentativa voltada a impedir ou dificultar o

saber que o Congresso Nacional decreta e gozo do direito previsto no art. 1o desta Lei.

eu sanciono a seguinte Lei:


Art. 4o Serão objeto de regulamento os
requisitos mínimos para identificação do
cão-guia, a forma de comprovação de
Art. 1o É assegurado à pessoa com
treinamento do usuário, o valor da multa e o
deficiência visual acompanhada de cão-
tempo de interdição impostos à empresa de
guia o direito de ingressar e de permanecer
transporte ou ao estabelecimento público
com o animal em todos os meios de
ou privado responsável pela discriminação.
transporte e em estabelecimentos abertos
(Regulamento)
ao público, de uso público e privados de uso
coletivo, desde que observadas as
condições impostas por esta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)

§ 1o A deficiência visual referida no caput


deste artigo restringe-se à cegueira e à
baixa visão.

§ 2o O disposto no caput deste artigo


aplica-se a todas as modalidades e
e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no
uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista
DE 2004.
o disposto nas Leis nos 10.048, de 8 de
Presidência da novembro de 2000, e 10.098, de 19 de
República dezembro de 2000,
Casa Civil
Subchefia para DECRETA:

Assuntos Jurídicos
CAPÍTULO I

DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO


DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
DE 2004.
Regulamenta as Leis Art. 1o Este Decreto regulamenta

nos 10.048, de 8 de as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de

novembro de 2000, 2000, e 10.098, de 19 de dezembro de

que dá prioridade de 2000.

atendimento às
Art. 2o Ficam sujeitos ao cumprimento
pessoas que
das disposições deste Decreto, sempre que
especifica, e 10.098,
houver interação com a matéria nele
de 19 de dezembro
regulamentada:
de 2000, que
estabelece normas I - a aprovação de projeto de natureza
gerais e critérios arquitetônica e urbanística, de
básicos para a comunicação e informação, de transporte
promoção da coletivo, bem como a execução de qualquer
acessibilidade das tipo de obra, quando tenham destinação
pessoas portadoras pública ou coletiva;
de deficiência ou com
II - a outorga de concessão,
mobilidade reduzida,
permissão, autorização ou habilitação de
qualquer natureza;
III - a aprovação de financiamento de Art. 5o Os órgãos da administração
projetos com a utilização de recursos pública direta, indireta e fundacional, as
públicos, dentre eles os projetos de empresas prestadoras de serviços públicos
natureza arquitetônica e urbanística, os e as instituições financeiras deverão
tocantes à comunicação e informação e os dispensar atendimento prioritário às
referentes ao transporte coletivo, por meio pessoas portadoras de deficiência ou com
de qualquer instrumento, tais como mobilidade reduzida.
convênio, acordo, ajuste, contrato ou
§ 1o Considera-se, para os efeitos
similar; e
deste Decreto:
IV - a concessão de aval da União na
I - pessoa portadora de deficiência,
obtenção de empréstimos e financiamentos
além daquelas previstas na Lei no 10.690,
internacionais por entes públicos ou
de 16 de junho de 2003, a que possui
privados.
limitação ou incapacidade para o
Art. 3o Serão aplicadas sanções desempenho de atividade e se enquadra
administrativas, cíveis e penais cabíveis, nas seguintes categorias:
previstas em lei, quando não forem
a) deficiência física: alteração
observadas as normas deste Decreto.
completa ou parcial de um ou mais
Art. 4o O Conselho Nacional dos segmentos do corpo humano, acarretando
Direitos da Pessoa Portadora de o comprometimento da função física,
Deficiência, os Conselhos Estaduais, apresentando-se sob a forma de
Municipais e do Distrito Federal, e as paraplegia, paraparesia, monoplegia,
organizações representativas de pessoas monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
portadoras de deficiência terão legitimidade triplegia, triparesia, hemiplegia,
para acompanhar e sugerir medidas para o hemiparesia, ostomia, amputação ou
cumprimento dos requisitos estabelecidos ausência de membro, paralisia cerebral,
neste Decreto. nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as
CAPÍTULO II
deformidades estéticas e as que não
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO produzam dificuldades para o desempenho
de funções;
b) deficiência auditiva: perda bilateral, 7. lazer; e
parcial ou total, de quarenta e um decibéis
8. trabalho;
(dB) ou mais, aferida por audiograma nas
freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e e) deficiência múltipla - associação de
3.000Hz; duas ou mais deficiências; e

c) deficiência visual: cegueira, na qual II - pessoa com mobilidade reduzida,


a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 aquela que, não se enquadrando no
no melhor olho, com a melhor correção conceito de pessoa portadora de
óptica; a baixa visão, que significa acuidade deficiência, tenha, por qualquer motivo,
visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com dificuldade de movimentar-se, permanente
a melhor correção óptica; os casos nos ou temporariamente, gerando redução
quais a somatória da medida do campo efetiva da mobilidade, flexibilidade,
visual em ambos os olhos for igual ou coordenação motora e percepção.
menor que 60o; ou a ocorrência simultânea
de quaisquer das condições anteriores; § 2o O disposto no caput aplica-se,
ainda, às pessoas com idade igual ou
d) deficiência mental: funcionamento superior a sessenta anos, gestantes,
intelectual significativamente inferior à lactantes e pessoas com criança de colo.
média, com manifestação antes dos dezoito
anos e limitações associadas a duas ou § 3o O acesso prioritário às

mais áreas de habilidades adaptativas, tais edificações e serviços das instituições

como: financeiras deve seguir os preceitos


estabelecidos neste Decreto e nas normas
1. comunicação; técnicas de acessibilidade da Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, no
2. cuidado pessoal;
que não conflitarem com a Lei no 7.102, de
3. habilidades sociais; 20 de junho de 1983, observando, ainda, a
Resolução do Conselho Monetário Nacional
4. utilização dos recursos da
no 2.878, de 26 de julho de 2001.
comunidade;
Art. 6o O atendimento prioritário
5. saúde e segurança;
compreende tratamento diferenciado e
6. habilidades acadêmicas;
atendimento imediato às pessoas de que VI - sinalização ambiental para
trata o art. 5o. orientação das pessoas referidas no art. 5o;

§ 1o O tratamento diferenciado inclui, VII - divulgação, em lugar visível, do


dentre outros: direito de atendimento prioritário das
pessoas portadoras de deficiência ou com
I - assentos de uso preferencial
mobilidade reduzida;
sinalizados, espaços e instalações
acessíveis; VIII - admissão de entrada e
permanência de cão-guia ou cão-guia de
II - mobiliário de recepção e
acompanhamento junto de pessoa
atendimento obrigatoriamente adaptado à
portadora de deficiência ou de treinador nos
altura e à condição física de pessoas em
locais dispostos no caput do art. 5o, bem
cadeira de rodas, conforme estabelecido
como nas demais edificações de uso
nas normas técnicas de acessibilidade da
público e naquelas de uso coletivo,
ABNT;
mediante apresentação da carteira de
III - serviços de atendimento para vacina atualizada do animal; e

pessoas com deficiência auditiva, prestado


IX - a existência de local de
por intérpretes ou pessoas capacitadas em
atendimento específico para as pessoas
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e no
referidas no art. 5o.
trato com aquelas que não se comuniquem
em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, § 2o Entende-se por imediato o
prestado por guias-intérpretes ou pessoas atendimento prestado às pessoas referidas
capacitadas neste tipo de atendimento; no art. 5o, antes de qualquer outra, depois
de concluído o atendimento que estiver em
IV - pessoal capacitado para prestar
andamento, observado o disposto no inciso
atendimento às pessoas com deficiência
I do parágrafo único do art. 3o da Lei
visual, mental e múltipla, bem como às
no10.741, de 1o de outubro de 2003
pessoas idosas;
(Estatuto do Idoso).

V - disponibilidade de área especial


§ 3o Nos serviços de emergência dos
para embarque e desembarque de pessoa
estabelecimentos públicos e privados de
portadora de deficiência ou com mobilidade
atendimento à saúde, a prioridade conferida
reduzida;
por este Decreto fica condicionada à
avaliação médica em face da gravidade dos e equipamentos urbanos, das edificações,
casos a atender. dos serviços de transporte e dos
dispositivos, sistemas e meios de
o
§ 4 Os órgãos, empresas e
comunicação e informação, por pessoa
instituições referidos no caput do art.
portadora de deficiência ou com mobilidade
o
5 devem possuir, pelo menos, um telefone
reduzida;
de atendimento adaptado para
comunicação com e por pessoas II - barreiras: qualquer entrave ou
portadoras de deficiência auditiva. obstáculo que limite ou impeça o acesso, a
liberdade de movimento, a circulação com
o
Art. 7 O atendimento prioritário no
segurança e a possibilidade de as pessoas
âmbito da administração pública federal
se comunicarem ou terem acesso à
direta e indireta, bem como das empresas
informação, classificadas em:
prestadoras de serviços públicos,
obedecerá às disposições deste Decreto, a) barreiras urbanísticas: as existentes
além do que estabelece o Decreto no 3.507, nas vias públicas e nos espaços de uso
de 13 de junho de 2000. público;

Parágrafo único. Cabe aos Estados, b) barreiras nas edificações: as


Municípios e ao Distrito Federal, no âmbito existentes no entorno e interior das
de suas competências, criar instrumentos edificações de uso público e coletivo e no
para a efetiva implantação e o controle do entorno e nas áreas internas de uso comum
atendimento prioritário referido neste nas edificações de uso privado multifamiliar;
Decreto.
c) barreiras nos transportes: as
CAPÍTULO III existentes nos serviços de transportes; e

DAS CONDIÇÕES GERAIS DA d) barreiras nas comunicações e


ACESSIBILIDADE informações: qualquer entrave ou obstáculo
que dificulte ou impossibilite a expressão ou
Art. 8o Para os fins de acessibilidade,
o recebimento de mensagens por
considera-se:
intermédio dos dispositivos, meios ou
I - acessibilidade: condição para sistemas de comunicação, sejam ou não de
utilização, com segurança e autonomia, massa, bem como aqueles que dificultem

total ou assistida, dos espaços, mobiliários ou impossibilitem o acesso à informação;


III - elemento da urbanização: qualquer VII - edificações de uso coletivo:
componente das obras de urbanização, tais aquelas destinadas às atividades de
como os referentes à pavimentação, natureza comercial, hoteleira, cultural,
saneamento, distribuição de energia esportiva, financeira, turística, recreativa,
elétrica, iluminação pública, abastecimento social, religiosa, educacional, industrial e de
e distribuição de água, paisagismo e os que saúde, inclusive as edificações de
materializam as indicações do prestação de serviços de atividades da
planejamento urbanístico; mesma natureza;

IV - mobiliário urbano: o conjunto de VIII - edificações de uso privado:


objetos existentes nas vias e espaços aquelas destinadas à habitação, que podem
públicos, superpostos ou adicionados aos ser classificadas como unifamiliar ou
elementos da urbanização ou da edificação, multifamiliar; e
de forma que sua modificação ou traslado
IX - desenho universal: concepção de
não provoque alterações substanciais
espaços, artefatos e produtos que visam
nestes elementos, tais como semáforos,
atender simultaneamente todas as
postes de sinalização e similares, telefones
pessoas, com diferentes características
e cabines telefônicas, fontes públicas,
antropométricas e sensoriais, de forma
lixeiras, toldos, marquises, quiosques e
autônoma, segura e confortável,
quaisquer outros de natureza análoga;
constituindo-se nos elementos ou soluções
V - ajuda técnica: os produtos, que compõem a acessibilidade.
instrumentos, equipamentos ou tecnologia
Art. 9o A formulação, implementação e
adaptados ou especialmente projetados
manutenção das ações de acessibilidade
para melhorar a funcionalidade da pessoa
atenderão às seguintes premissas básicas:
portadora de deficiência ou com mobilidade
reduzida, favorecendo a autonomia I - a priorização das necessidades, a
pessoal, total ou assistida; programação em cronograma e a reserva
de recursos para a implantação das ações;
VI - edificações de uso público:
e
aquelas administradas por entidades da
administração pública, direta e indireta, ou II - o planejamento, de forma
por empresas prestadoras de serviços continuada e articulada, entre os setores
públicos e destinadas ao público em geral; envolvidos.
CAPÍTULO IV estes tipos de edificação, deverão ser
executadas de modo que sejam ou se
DA IMPLEMENTAÇÃO DA
tornem acessíveis à pessoa portadora de
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E
deficiência ou com mobilidade reduzida.
URBANÍSTICA
§ 1o As entidades de fiscalização
Seção I
profissional das atividades de Engenharia,
Das Condições Gerais Arquitetura e correlatas, ao anotarem a
responsabilidade técnica dos projetos,
Art. 10. A concepção e a implantação exigirão a responsabilidade profissional
dos projetos arquitetônicos e urbanísticos declarada do atendimento às regras de
devem atender aos princípios do desenho acessibilidade previstas nas normas
universal, tendo como referências básicas técnicas de acessibilidade da ABNT, na
as normas técnicas de acessibilidade da legislação específica e neste Decreto.
ABNT, a legislação específica e as regras
contidas neste Decreto. § 2o Para a aprovação ou
licenciamento ou emissão de certificado de
o
§ 1 Caberá ao Poder Público conclusão de projeto arquitetônico ou
promover a inclusão de conteúdos urbanístico deverá ser atestado o
temáticos referentes ao desenho universal atendimento às regras de acessibilidade
nas diretrizes curriculares da educação previstas nas normas técnicas de
profissional e tecnológica e do ensino acessibilidade da ABNT, na legislação
superior dos cursos de Engenharia, específica e neste Decreto.
Arquitetura e correlatos.
§ 3o O Poder Público, após certificar a
§ 2o Os programas e as linhas de acessibilidade de edificação ou serviço,
pesquisa a serem desenvolvidos com o determinará a colocação, em espaços ou
apoio de organismos públicos de auxílio à locais de ampla visibilidade, do "Símbolo
pesquisa e de agências de fomento deverão Internacional de Acesso", na forma prevista
incluir temas voltados para o desenho nas normas técnicas de acessibilidade da
universal. ABNT e na Lei no 7.405, de 12 de novembro
de 1985.
Art. 11. A construção, reforma ou
ampliação de edificações de uso público ou Art. 12. Em qualquer intervenção nas
coletivo, ou a mudança de destinação para vias e logradouros públicos, o Poder
Público e as empresas concessionárias V - a previsão orçamentária e os
responsáveis pela execução das obras e mecanismos tributários e financeiros
dos serviços garantirão o livre trânsito e a utilizados em caráter compensatório ou de
circulação de forma segura das pessoas em incentivo.
geral, especialmente das pessoas
§ 1o Para concessão de alvará de
portadoras de deficiência ou com
funcionamento ou sua renovação para
mobilidade reduzida, durante e após a sua
qualquer atividade, devem ser observadas
execução, de acordo com o previsto em
e certificadas as regras de acessibilidade
normas técnicas de acessibilidade da
previstas neste Decreto e nas normas
ABNT, na legislação específica e neste
técnicas de acessibilidade da ABNT.
Decreto.

§ 2o Para emissão de carta de "habite-


Art. 13. Orientam-se, no que couber,
se" ou habilitação equivalente e para sua
pelas regras previstas nas normas técnicas
renovação, quando esta tiver sido emitida
brasileiras de acessibilidade, na legislação
anteriormente às exigências de
específica, observado o disposto na Lei
acessibilidade contidas na legislação
no 10.257, de 10 de julho de 2001, e neste
específica, devem ser observadas e
Decreto:
certificadas as regras de acessibilidade
I - os Planos Diretores Municipais e previstas neste Decreto e nas normas
Planos Diretores de Transporte e Trânsito técnicas de acessibilidade da ABNT.
elaborados ou atualizados a partir da
Seção II
publicação deste Decreto;

Das Condições Específicas


II - o Código de Obras, Código de
Postura, a Lei de Uso e Ocupação do Solo Art. 14. Na promoção da
e a Lei do Sistema Viário; acessibilidade, serão observadas as regras
gerais previstas neste Decreto,
III - os estudos prévios de impacto de
complementadas pelas normas técnicas de
vizinhança;
acessibilidade da ABNT e pelas disposições
IV - as atividades de fiscalização e a contidas na legislação dos Estados,
imposição de sanções, incluindo a vigilância Municípios e do Distrito Federal.
sanitária e ambiental; e
Art. 15. No planejamento e na pessoa portadora de deficiência visual,
urbanização das vias, praças, dos mental ou auditiva, a aproximação e o
logradouros, parques e demais espaços de alcance visual e manual para as pessoas
uso público, deverão ser cumpridas as portadoras de deficiência física, em
exigências dispostas nas normas técnicas especial aquelas em cadeira de rodas, e a
de acessibilidade da ABNT. circulação livre de barreiras, atendendo às
condições estabelecidas nas normas
o
§ 1 Incluem-se na condição
técnicas de acessibilidade da ABNT.
estabelecida no caput:
§ 1o Incluem-se nas condições
I - a construção de calçadas para
estabelecida no caput:
circulação de pedestres ou a adaptação de
situações consolidadas; I - as marquises, os toldos, elementos
de sinalização, luminosos e outros
II - o rebaixamento de calçadas com
elementos que tenham sua projeção sobre
rampa acessível ou elevação da via para
a faixa de circulação de pedestres;
travessia de pedestre em nível; e
II - as cabines telefônicas e os
III - a instalação de piso tátil direcional
terminais de auto-atendimento de produtos
e de alerta.
e serviços;

§ 2o Nos casos de adaptação de bens


III - os telefones públicos sem cabine;
culturais imóveis e de intervenção para
regularização urbanística em áreas de IV - a instalação das aberturas, das
assentamentos subnormais, será admitida, botoeiras, dos comandos e outros sistemas
em caráter excepcional, faixa de largura de acionamento do mobiliário urbano;
menor que o estabelecido nas normas
V - os demais elementos do mobiliário
técnicas citadas no caput, desde que haja
urbano;
justificativa baseada em estudo técnico e
que o acesso seja viabilizado de outra VI - o uso do solo urbano para
forma, garantida a melhor técnica possível. posteamento; e

Art. 16. As características do desenho VII - as espécies vegetais que tenham


e a instalação do mobiliário urbano devem sua projeção sobre a faixa de circulação de
garantir a aproximação segura e o uso por pedestres.
§ 2o A concessionária do Serviço pessoa portadora de deficiência visual ou
Telefônico Fixo Comutado - STFC, na com mobilidade reduzida em todos os locais
modalidade Local, deverá assegurar que, onde a intensidade do fluxo de veículos, de
no mínimo, dois por cento do total de pessoas ou a periculosidade na via assim
Telefones de Uso Público - TUPs, sem determinarem, bem como mediante
cabine, com capacidade para originar e solicitação dos interessados.
receber chamadas locais e de longa
Art. 18. A construção de edificações
distância nacional, bem como, pelo menos,
de uso privado multifamiliar e a construção,
dois por cento do total de TUPs, com
ampliação ou reforma de edificações de uso
capacidade para originar e receber
coletivo devem atender aos preceitos da
chamadas de longa distância, nacional e
acessibilidade na interligação de todas as
internacional, estejam adaptados para o
partes de uso comum ou abertas ao público,
uso de pessoas portadoras de deficiência
conforme os padrões das normas técnicas
auditiva e para usuários de cadeiras de
de acessibilidade da ABNT.
rodas, ou conforme estabelecer os Planos
Gerais de Metas de Universalização. Parágrafo único. Também estão
sujeitos ao disposto no caput os acessos,
§ 3o As botoeiras e demais sistemas
piscinas, andares de recreação, salão de
de acionamento dos terminais de auto-
festas e reuniões, saunas e banheiros,
atendimento de produtos e serviços e
quadras esportivas, portarias,
outros equipamentos em que haja interação
estacionamentos e garagens, entre outras
com o público devem estar localizados em
partes das áreas internas ou externas de
altura que possibilite o manuseio por
uso comum das edificações de uso privado
pessoas em cadeira de rodas e possuir
multifamiliar e das de uso coletivo.
mecanismos para utilização autônoma por
pessoas portadoras de deficiência visual e Art. 19. A construção, ampliação ou
auditiva, conforme padrões estabelecidos reforma de edificações de uso público deve
nas normas técnicas de acessibilidade da garantir, pelo menos, um dos acessos ao
ABNT. seu interior, com comunicação com todas
as suas dependências e serviços, livre de
Art. 17. Os semáforos para pedestres
barreiras e de obstáculos que impeçam ou
instalados nas vias públicas deverão estar
dificultem a sua acessibilidade.
equipados com mecanismo que sirva de
guia ou orientação para a travessia de
§ 1o No caso das edificações de uso conforme os padrões das normas técnicas
público já existentes, terão elas prazo de de acessibilidade da ABNT.
trinta meses a contar da data de publicação
Parágrafo único. No caso do exercício
deste Decreto para garantir acessibilidade
do direito de voto, as urnas das seções
às pessoas portadoras de deficiência ou
eleitorais devem ser adequadas ao uso com
com mobilidade reduzida.
autonomia pelas pessoas portadoras de
§ 2o Sempre que houver viabilidade deficiência ou com mobilidade reduzida e
arquitetônica, o Poder Público buscará estarem instaladas em local de votação
garantir dotação orçamentária para ampliar plenamente acessível e com
o número de acessos nas edificações de estacionamento próximo.
uso público a serem construídas, ampliadas
Art. 22. A construção, ampliação ou
ou reformadas.
reforma de edificações de uso público ou de
Art. 20. Na ampliação ou reforma das uso coletivo devem dispor de sanitários
edificações de uso púbico ou de uso acessíveis destinados ao uso por pessoa
coletivo, os desníveis das áreas de portadora de deficiência ou com mobilidade
circulação internas ou externas serão reduzida.
transpostos por meio de rampa ou
§ 1o Nas edificações de uso público a
equipamento eletromecânico de
serem construídas, os sanitários destinados
deslocamento vertical, quando não for
ao uso por pessoa portadora de deficiência
possível outro acesso mais cômodo para
ou com mobilidade reduzida serão
pessoa portadora de deficiência ou com
distribuídos na razão de, no mínimo, uma
mobilidade reduzida, conforme
cabine para cada sexo em cada pavimento
estabelecido nas normas técnicas de
da edificação, com entrada independente
acessibilidade da ABNT.
dos sanitários coletivos, obedecendo às
Art. 21. Os balcões de atendimento e normas técnicas de acessibilidade da
as bilheterias em edificação de uso público ABNT.
ou de uso coletivo devem dispor de, pelo
§ 2o Nas edificações de uso público já
menos, uma parte da superfície acessível
existentes, terão elas prazo de trinta meses
para atendimento às pessoas portadoras de
a contar da data de publicação deste
deficiência ou com mobilidade reduzida,
Decreto para garantir pelo menos um
banheiro acessível por pavimento, com
entrada independente, distribuindo-se seus a obstrução das saídas, em conformidade
equipamentos e acessórios de modo que com as normas técnicas de acessibilidade
possam ser utilizados por pessoa portadora da ABNT.
de deficiência ou com mobilidade reduzida. § 1o Nas edificações previstas no
caput, é obrigatória, ainda, a destinação de
§ 3o Nas edificações de uso coletivo a
dois por cento dos assentos para
serem construídas, ampliadas ou
acomodação de pessoas portadoras de
reformadas, onde devem existir banheiros
deficiência visual e de pessoas com
de uso público, os sanitários destinados ao
mobilidade reduzida, incluindo obesos, em
uso por pessoa portadora de deficiência
locais de boa recepção de mensagens
deverão ter entrada independente dos
sonoras, devendo todos ser devidamente
demais e obedecer às normas técnicas de
sinalizados e estar de acordo com os
acessibilidade da ABNT.
padrões das normas técnicas de
§ 4o Nas edificações de uso coletivo já acessibilidade da ABNT.
existentes, onde haja banheiros destinados § 2o No caso de não haver
ao uso público, os sanitários preparados comprovada procura pelos assentos
para o uso por pessoa portadora de reservados, estes poderão
deficiência ou com mobilidade reduzida excepcionalmente ser ocupados por
deverão estar localizados nos pavimentos pessoas que não sejam portadoras de
acessíveis, ter entrada independente dos deficiência ou que não tenham mobilidade
demais sanitários, se houver, e obedecer as reduzida.
normas técnicas de acessibilidade da § 3o Os espaços e assentos a que se
ABNT. refere este artigo deverão situar-se em
Art. 23. Os teatros, cinemas, locais que garantam a acomodação de, no
auditórios, estádios, ginásios de esporte, mínimo, um acompanhante da pessoa
casas de espetáculos, salas de portadora de deficiência ou com mobilidade
conferências e similares reservarão, pelo reduzida.
menos, dois por cento da lotação do § 4o Nos locais referidos no caput,
estabelecimento para pessoas em cadeira haverá, obrigatoriamente, rotas de fuga e
de rodas, distribuídos pelo recinto em locais saídas de emergência acessíveis, conforme
diversos, de boa visibilidade, próximos aos padrões das normas técnicas de
corredores, devidamente sinalizados, acessibilidade da ABNT, a fim de permitir a
evitando-se áreas segregadas de público e
saída segura de pessoas portadoras de § 1º Os espaços e os assentos a que
deficiência ou com mobilidade reduzida, em se refere o caput, a serem instalados e
caso de emergência. sinalizados conforme os requisitos
§ 5o As áreas de acesso aos artistas, estabelecidos nas normas técnicas de
tais como coxias e camarins, também acessibilidade da Associação Brasileira de
devem ser acessíveis a pessoas portadoras Normas Técnicas - ABNT,
de deficiência ou com mobilidade reduzida. devem: (Redação dada

§ 6o Para obtenção do financiamento pelo Decreto nº 9.404, de 2018)

de que trata o inciso III do art. 2o, as salas


I - ser disponibilizados, no caso de
de espetáculo deverão dispor de sistema de
edificações com capacidade de lotação de
sonorização assistida para pessoas
até mil lugares, na proporção
portadoras de deficiência auditiva, de meios
de: (Incluído pelo Decreto nº
eletrônicos que permitam o
9.404, de 2018)
acompanhamento por meio de legendas em
tempo real ou de disposições especiais a) dois por cento de espaços para
para a presença física de intérprete de pessoas em cadeira de rodas, com a
LIBRAS e de guias-intérpretes, com a garantia de, no mínimo, um espaço;
projeção em tela da imagem do intérprete e (Incluído pelo Decreto nº
de LIBRAS sempre que a distância não 9.404, de 2018)
permitir sua visualização direta.
b) dois por cento de assentos para
Art. 23. Nos teatros, cinemas, pessoas com deficiência ou com mobilidade
auditórios, estádios, ginásios de esporte, reduzida, com a garantia de, no mínimo, um
locais de espetáculos e de conferências e assento; ou (Incluído pelo
similares, serão reservados espaços livres Decreto nº 9.404, de 2018)
para pessoas em cadeira de rodas e
II - ser disponibilizados, no caso de
assentos para pessoas com deficiência ou
edificações com capacidade de lotação
com mobilidade reduzida, de acordo com a
acima de mil lugares, na proporção
capacidade de lotação da edificação,
de: (Incluído pelo Decreto nº
conforme o disposto no art. 44 § 1º, da Lei
9.404, de 2018)
13.446, de 2015. (Redação
dada pelo Decreto nº 9.404, de 2018) a) vinte espaços para pessoas em
cadeira de rodas mais um por cento do que
exceder mil lugares; saída segura de pessoas com deficiência
e (Incluído pelo Decreto nº ou com mobilidade reduzida, em caso de
9.404, de 2018) emergência. (Redação dada
pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
b) vinte assentos para pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida § 5º As áreas de acesso aos artistas,
mais um por cento do que exceder mil tais como coxias e camarins, também
lugares. (Incluído pelo devem ser acessíveis a pessoas com
Decreto nº 9.404, de 2018) deficiência ou com mobilidade
reduzida. (Redação dada
§ 2º Cinquenta por cento dos assentos
pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
reservados para pessoas com deficiência
ou com mobilidade reduzida devem ter § 6º Para obtenção do financiamento
características dimensionais e estruturais de que trata o inciso III do caput do art. 2º,
para o uso por pessoa obesa, conforme as salas de espetáculo deverão dispor de
norma técnica de acessibilidade da ABNT, meios eletrônicos que permitam a
com a garantia de, no mínimo, um transmissão de subtitulação por meio de
assento. (Redação dada pelo legenda oculta e de audiodescrição, além
Decreto nº 9.404, de 2018) de disposições especiais para a presença
física de intérprete de Libras e de guias-
§ 3º Os espaços e os assentos a que
intérpretes, com a projeção em tela da
se refere este artigo deverão situar-se em
imagem do intérprete sempre que a
locais que garantam a acomodação de um
distância não permitir sua visualização
acompanhante ao lado da pessoa com
direta. (Redação dada pelo Decreto nº
deficiência ou com mobilidade reduzida,
9.404, de 2018)
resguardado o direito de se acomodar
proximamente a grupo familiar e § 7o O sistema de sonorização
comunitário. (Redação dada assistida a que se refere o § 6o será
pelo Decreto nº 9.404, de 2018) sinalizado por meio do pictograma
aprovado pela Lei no 8.160, de 8 de janeiro
§ 4º Nos locais referidos no caput,
de 1991.
haverá, obrigatoriamente, rotas de fuga e
saídas de emergência acessíveis, conforme § 8o As edificações de uso público e
padrões das normas técnicas de de uso coletivo referidas no caput, já
acessibilidade da ABNT, a fim de permitir a existentes, têm, respectivamente, prazo de
trinta e quarenta e oito meses, a contar da estas forem
data de publicação deste Decreto, para oferecidas. (Incluído pelo
garantir a acessibilidade de que trata o Decreto nº 9.404, de 2018)
caput e os §§ 1o a 5o.
Art. 23-A. Na hipótese de não haver
§ 9º Na hipótese de a aplicação do procura comprovada pelos espaços livres
percentual previsto nos § 1º e § 2º resultar para pessoas em cadeira de rodas e
em número fracionado, será utilizado o assentos reservados para pessoas com
primeiro número inteiro deficiência ou com mobilidade reduzida,
superior. (Incluído pelo esses podem, excepcionalmente, ser
Decreto nº 9.404, de 2018) ocupados por pessoas sem deficiência ou
que não tenham mobilidade
§ 10. As adaptações necessárias à
reduzida. (Incluído pelo
oferta de assentos com características
Decreto nº 9.404, de 2018)
dimensionais e estruturais para o uso por
pessoa obesa de que trata o § 2º serão § 1º A reserva de assentos de que trata
implementadas no prazo de doze meses, o caput será garantida a partir do início das
contado da data de publicação deste vendas até vinte e quatro horas antes de
Decreto. (Incluído pelo cada evento, com disponibilidade em todos
Decreto nº 9.404, de 2018) os pontos de venda de ingresso, sejam eles
físicos ou virtuais. (Incluído
§ 11. O direito à meia entrada para
pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
pessoas com deficiência não está restrito
aos espaços e aos assentos reservados de § 2º No caso de eventos realizados em
que trata o caput e está sujeito ao limite estabelecimentos com capacidade superior
estabelecido no § 10 do art. 1º da Lei nº a dez mil pessoas, a reserva de assentos de
12.933, de 26 de dezembro de que trata o caput será garantida a partir do
2013. (Incluído pelo início das vendas até setenta e duas horas
Decreto nº 9.404, de 2018) antes de cada evento, com disponibilidade
§ 12. Os espaços e os assentos a que em todos os pontos de venda de ingresso,
se refere o caput deverão garantir às sejam eles físicos ou
pessoas com deficiência auditiva boa virtuais. (Incluído pelo
visualização da interpretação em Libras e Decreto nº 9.404, de 2018)
da legendagem descritiva, sempre que
§ 3º Os espaços e os assentos de que deverão: (Incluído pelo
trata o caput, em cada setor, somente Decreto nº 9.404, de 2018)
serão disponibilizados às pessoas sem
I - ser acessíveis a pessoas com
deficiência ou sem mobilidade reduzida
deficiência e com mobilidade reduzida;
depois de esgotados os demais assentos
e (Incluído pelo Decreto nº
daquele setor e somente quando os prazos
9.404, de 2018)
estabelecidos nos § 1º e § 2º se
encerrarem. (Incluído pelo II - conter informações sobre os
Decreto nº 9.404, de 2018) recursos de acessibilidade disponíveis nos
eventos. (Incluído pelo
§ 4º Nos cinemas, a reserva de
Decreto nº 9.404, de 2018)
assentos de que trata o caput será
garantida a partir do início das vendas até Art. 24. Os estabelecimentos de
meia hora antes de cada sessão, com ensino de qualquer nível, etapa ou
disponibilidade em todos os pontos de modalidade, públicos ou privados,
venda de ingresso, sejam eles físicos ou proporcionarão condições de acesso e
virtuais. (Incluído pelo Decreto utilização de todos os seus ambientes ou
nº 9.404, de 2018) compartimentos para pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida,
Art. 23-B. Os espaços livres para
inclusive salas de aula, bibliotecas,
pessoas em cadeira de rodas e assentos
auditórios, ginásios e instalações
reservados para pessoas com deficiência
desportivas, laboratórios, áreas de lazer e
ou com mobilidade reduzida serão
sanitários.
identificados no mapa de assentos
localizados nos pontos de venda de § 1o Para a concessão de autorização
ingresso e de divulgação do evento, sejam de funcionamento, de abertura ou
eles físicos ou renovação de curso pelo Poder Público, o
virtuais. (Incluído pelo estabelecimento de ensino deverá
Decreto nº 9.404, de 2018) comprovar que:

Parágrafo único. Os pontos físicos e os I - está cumprindo as regras de


sítios eletrônicos de venda de ingressos e acessibilidade arquitetônica, urbanística e
de divulgação do evento na comunicação e informação previstas nas
normas técnicas de acessibilidade da
ABNT, na legislação específica ou neste deficiência física ou visual definidas neste
Decreto; Decreto, sendo assegurada, no mínimo,
uma vaga, em locais próximos à entrada
II - coloca à disposição de professores,
principal ou ao elevador, de fácil acesso à
alunos, servidores e empregados
circulação de pedestres, com
portadores de deficiência ou com
especificações técnicas de desenho e
mobilidade reduzida ajudas técnicas que
traçado conforme o estabelecido nas
permitam o acesso às atividades escolares
normas técnicas de acessibilidade da
e administrativas em igualdade de
ABNT.
condições com as demais pessoas; e
§ 1o Os veículos estacionados nas
III - seu ordenamento interno contém
vagas reservadas deverão portar
normas sobre o tratamento a ser
identificação a ser colocada em local de
dispensado a professores, alunos,
ampla visibilidade, confeccionado e
servidores e empregados portadores de
fornecido pelos órgãos de trânsito, que
deficiência, com o objetivo de coibir e
disciplinarão sobre suas características e
reprimir qualquer tipo de discriminação,
condições de uso, observando o disposto
bem como as respectivas sanções pelo
na Lei no 7.405, de 1985.
descumprimento dessas normas.
§ 2o Os casos de inobservância do
o
§ 2 As edificações de uso público e
disposto no § 1o estarão sujeitos às
de uso coletivo referidas no caput, já
sanções estabelecidas pelos órgãos
existentes, têm, respectivamente, prazo de
competentes.
trinta e quarenta e oito meses, a contar da
data de publicação deste Decreto, para § 3o Aplica-se o disposto no caput aos
garantir a acessibilidade de que trata este estacionamentos localizados em áreas
artigo. públicas e de uso coletivo.

Art. 25. Nos estacionamentos § 4o A utilização das vagas reservadas


externos ou internos das edificações de uso por veículos que não estejam transportando
público ou de uso coletivo, ou naqueles as pessoas citadas no caput constitui
localizados nas vias públicas, serão infração ao art. 181, inciso XVII, da Lei
reservados, pelo menos, dois por cento do no 9.503, de 23 de setembro de 1997.
total de vagas para veículos que
transportem pessoa portadora de
Art. 26. Nas edificações de uso § 3o Os edifícios a serem construídos
público ou de uso coletivo, é obrigatória a com mais de um pavimento além do
existência de sinalização visual e tátil para pavimento de acesso, à exceção das
orientação de pessoas portadoras de habitações unifamiliares e daquelas que
deficiência auditiva e visual, em estejam obrigadas à instalação de
conformidade com as normas técnicas de elevadores por legislação municipal,
acessibilidade da ABNT. deverão dispor de especificações técnicas
e de projeto que facilitem a instalação de
Art. 27. A instalação de novos
equipamento eletromecânico de
elevadores ou sua adaptação em
deslocamento vertical para uso das
edificações de uso público ou de uso
pessoas portadoras de deficiência ou com
coletivo, bem assim a instalação em
mobilidade reduzida.
edificação de uso privado multifamiliar a ser
construída, na qual haja obrigatoriedade da § 4o As especificações técnicas a que
presença de elevadores, deve atender aos se refere o § 3o devem atender:
padrões das normas técnicas de
I - a indicação em planta aprovada pelo
acessibilidade da ABNT.
poder municipal do local reservado para a
§ 1o No caso da instalação de instalação do equipamento eletromecânico,
elevadores novos ou da troca dos já devidamente assinada pelo autor do
existentes, qualquer que seja o número de projeto;
elevadores da edificação de uso público ou
II - a indicação da opção pelo tipo de
de uso coletivo, pelo menos um deles terá
equipamento (elevador, esteira, plataforma
cabine que permita acesso e movimentação
ou similar);
cômoda de pessoa portadora de deficiência
ou com mobilidade reduzida, de acordo com III - a indicação das dimensões
o que especifica as normas técnicas de internas e demais aspectos da cabine do
acessibilidade da ABNT. equipamento a ser instalado; e

§ 2o Junto às botoeiras externas do IV - demais especificações em nota na


elevador, deverá estar sinalizado em braile própria planta, tais como a existência e as
em qual andar da edificação a pessoa se medidas de botoeira, espelho, informação
encontra. de voz, bem como a garantia de
responsabilidade técnica de que a estrutura
da edificação suporta a implantação do destinados à habitação de interesse social,
equipamento escolhido. financiados com recursos próprios da União
ou por ela geridos, devem observar os
Seção III
requisitos estabelecidos neste artigo.

Da Acessibilidade na Habitação de
Art. 29. Ao Ministério das Cidades, no
Interesse Social
âmbito da coordenação da política
Art. 28. Na habitação de interesse habitacional, compete:

social, deverão ser promovidas as


I - adotar as providências necessárias
seguintes ações para assegurar as
para o cumprimento do disposto no art. 28;
condições de acessibilidade dos
e
empreendimentos:
II - divulgar junto aos agentes
I - definição de projetos e adoção de
interessados e orientar a clientela alvo da
tipologias construtivas livres de barreiras
política habitacional sobre as iniciativas que
arquitetônicas e urbanísticas;
promover em razão das legislações federal,
II - no caso de edificação multifamiliar, estaduais, distrital e municipais relativas à
execução das unidades habitacionais acessibilidade.
acessíveis no piso térreo e acessíveis ou
Seção IV
adaptáveis quando nos demais pisos;
Da Acessibilidade aos Bens Culturais
III - execução das partes de uso
Imóveis
comum, quando se tratar de edificação
multifamiliar, conforme as normas técnicas Art. 30. As soluções destinadas à
de acessibilidade da ABNT; e eliminação, redução ou superação de
barreiras na promoção da acessibilidade a
IV - elaboração de especificações
todos os bens culturais imóveis devem estar
técnicas de projeto que facilite a instalação
de acordo com o que estabelece a Instrução
de elevador adaptado para uso das
Normativa no 1 do Instituto do Patrimônio
pessoas portadoras de deficiência ou com
Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, de
mobilidade reduzida.
25 de novembro de 2003.

Parágrafo único. Os agentes


CAPÍTULO V
executores dos programas e projetos
DA ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS DE II - governo estadual, responsável pelo
TRANSPORTES COLETIVOS transporte coletivo metropolitano e
intermunicipal;
Seção I
III - governo do Distrito Federal,
Das Condições Gerais
responsável pelo transporte coletivo do
Art. 31. Para os fins de acessibilidade Distrito Federal; e
aos serviços de transporte coletivo
IV - governo federal, responsável pelo
terrestre, aquaviário e aéreo, considera-se
transporte coletivo interestadual e
como integrantes desses serviços os
internacional.
veículos, terminais, estações, pontos de
parada, vias principais, acessos e Art. 34. Os sistemas de transporte
operação. coletivo são considerados acessíveis
quando todos os seus elementos são
Art. 32. Os serviços de transporte
concebidos, organizados, implantados e
coletivo terrestre são:
adaptados segundo o conceito de desenho
I - transporte rodoviário, classificado universal, garantindo o uso pleno com
em urbano, metropolitano, intermunicipal e segurança e autonomia por todas as
interestadual; pessoas.

II - transporte metroferroviário, Parágrafo único. A infra-estrutura de


classificado em urbano e metropolitano; e transporte coletivo a ser implantada a partir
da publicação deste Decreto deverá ser
III - transporte ferroviário, classificado acessível e estar disponível para ser
em intermunicipal e interestadual. operada de forma a garantir o seu uso por
pessoas portadoras de deficiência ou com
Art. 33. As instâncias públicas
mobilidade reduzida.
responsáveis pela concessão e permissão
dos serviços de transporte coletivo são: Art. 35. Os responsáveis pelos
terminais, estações, pontos de parada e os
I - governo municipal, responsável pelo
veículos, no âmbito de suas competências,
transporte coletivo municipal;
assegurarão espaços para atendimento,
assentos preferenciais e meios de acesso
devidamente sinalizados para o uso das
pessoas portadoras de deficiência ou com Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
mobilidade reduzida. Rodoviário

Art. 36. As empresas concessionárias Art. 38. No prazo de até vinte e quatro
e permissionárias e as instâncias públicas meses a contar da data de edição das
responsáveis pela gestão dos serviços de normas técnicas referidas no § 1o, todos os
transportes coletivos, no âmbito de suas modelos e marcas de veículos de transporte
competências, deverão garantir a coletivo rodoviário para utilização no País
implantação das providências necessárias serão fabricados acessíveis e estarão
na operação, nos terminais, nas estações, disponíveis para integrar a frota operante,
nos pontos de parada e nas vias de acesso, de forma a garantir o seu uso por pessoas
de forma a assegurar as condições portadoras de deficiência ou com
previstas no art. 34 deste Decreto. mobilidade reduzida.

Parágrafo único. As empresas § 1o As normas técnicas para


concessionárias e permissionárias e as fabricação dos veículos e dos
instâncias públicas responsáveis pela equipamentos de transporte coletivo
gestão dos serviços de transportes rodoviário, de forma a torná-los acessíveis,
coletivos, no âmbito de suas competências, serão elaboradas pelas instituições e
deverão autorizar a colocação do "Símbolo entidades que compõem o Sistema
Internacional de Acesso" após certificar a Nacional de Metrologia, Normalização e
acessibilidade do sistema de transporte. Qualidade Industrial, e estarão disponíveis
no prazo de até doze meses a contar da
Art. 37. Cabe às empresas
data da publicação deste Decreto.
concessionárias e permissionárias e as
instâncias públicas responsáveis pela § 2o A substituição da frota operante
gestão dos serviços de transportes atual por veículos acessíveis, a ser feita
coletivos assegurar a qualificação dos pelas empresas concessionárias e
profissionais que trabalham nesses permissionárias de transporte coletivo
serviços, para que prestem atendimento rodoviário, dar-se-á de forma gradativa,
prioritário às pessoas portadoras de conforme o prazo previsto nos contratos de
deficiência ou com mobilidade reduzida. concessão e permissão deste serviço.

Seção II § 3o A frota de veículos de transporte


coletivo rodoviário e a infra-estrutura dos
serviços deste transporte deverão estar Industrial - INMETRO, quando da
totalmente acessíveis no prazo máximo de elaboração das normas técnicas para a
cento e vinte meses a contar da data de adaptação dos veículos, especificar dentre
publicação deste Decreto. esses veículos que estão em operação
quais serão adaptados, em função das
o
§ 4 Os serviços de transporte coletivo
restrições previstas no art. 98 da Lei
rodoviário urbano devem priorizar o
no 9.503, de 1997.
embarque e desembarque dos usuários em
nível em, pelo menos, um dos acessos do § 3o As adaptações dos veículos em
veículo. operação nos serviços de transporte
coletivo rodoviário, bem como os
Art. 39. No prazo de até vinte e quatro
procedimentos e equipamentos a serem
meses a contar da data de implementação
utilizados nestas adaptações, estarão
dos programas de avaliação de
sujeitas a programas de avaliação de
o
conformidade descritos no §3, as
conformidade desenvolvidos e
empresas concessionárias e
implementados pelo Instituto Nacional de
permissionárias dos serviços de transporte
Metrologia, Normalização e Qualidade
coletivo rodoviário deverão garantir a
Industrial - INMETRO, a partir de
acessibilidade da frota de veículos em
orientações normativas elaboradas no
circulação, inclusive de seus equipamentos.
âmbito da ABNT.

§ 1o As normas técnicas para


Seção III
adaptação dos veículos e dos
equipamentos de transporte coletivo Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
rodoviário em circulação, de forma a torná- Aquaviário
los acessíveis, serão elaboradas pelas
Art. 40. No prazo de até trinta e seis
instituições e entidades que compõem o
meses a contar da data de edição das
Sistema Nacional de Metrologia,
normas técnicas referidas no § 1o, todos os
Normalização e Qualidade Industrial, e
modelos e marcas de veículos de transporte
estarão disponíveis no prazo de até doze
coletivo aquaviário serão fabricados
meses a contar da data da publicação deste
acessíveis e estarão disponíveis para
Decreto.
integrar a frota operante, de forma a garantir
§ 2o Caberá ao Instituto Nacional de o seu uso por pessoas portadoras de
Metrologia, Normalização e Qualidade deficiência ou com mobilidade reduzida.
§ 1o As normas técnicas para Sistema Nacional de Metrologia,
fabricação dos veículos e dos Normalização e Qualidade Industrial, e
equipamentos de transporte coletivo estarão disponíveis no prazo de até trinta e
aquaviário acessíveis, a serem elaboradas seis meses a contar da data da publicação
pelas instituições e entidades que deste Decreto.
compõem o Sistema Nacional de
§ 2o As adaptações dos veículos em
Metrologia, Normalização e Qualidade
operação nos serviços de transporte
Industrial, estarão disponíveis no prazo de
coletivo aquaviário, bem como os
até vinte e quatro meses a contar da data
procedimentos e equipamentos a serem
da publicação deste Decreto.
utilizados nestas adaptações, estarão
§ 2o As adequações na infra-estrutura sujeitas a programas de avaliação de
dos serviços desta modalidade de conformidade desenvolvidos e
transporte deverão atender a critérios implementados pelo INMETRO, a partir de
necessários para proporcionar as orientações normativas elaboradas no
condições de acessibilidade do sistema de âmbito da ABNT.
transporte aquaviário.
Seção IV
Art. 41. No prazo de até cinqüenta e
Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
quatro meses a contar da data de
Metroferroviário e Ferroviário
implementação dos programas de
avaliação de conformidade descritos no Art. 42. A frota de veículos de
§ 2o, as empresas concessionárias e transporte coletivo metroferroviário e
permissionárias dos serviços de transporte ferroviário, assim como a infra-estrutura dos
coletivo aquaviário, deverão garantir a serviços deste transporte deverão estar
acessibilidade da frota de veículos em totalmente acessíveis no prazo máximo de
circulação, inclusive de seus equipamentos. cento e vinte meses a contar da data de
publicação deste Decreto.
§ 1o As normas técnicas para
adaptação dos veículos e dos § 1o A acessibilidade nos serviços de
equipamentos de transporte coletivo transporte coletivo metroferroviário e
aquaviário em circulação, de forma a torná- ferroviário obedecerá ao disposto nas
los acessíveis, serão elaboradas pelas normas técnicas de acessibilidade da
instituições e entidades que compõem o ABNT.
§ 2o No prazo de até trinta e seis Art. 44. No prazo de até trinta e seis
meses a contar da data da publicação deste meses, a contar da data da publicação
Decreto, todos os modelos e marcas de deste Decreto, os serviços de transporte
veículos de transporte coletivo coletivo aéreo e os equipamentos de
metroferroviário e ferroviário serão acesso às aeronaves estarão acessíveis e
fabricados acessíveis e estarão disponíveis disponíveis para serem operados de forma
para integrar a frota operante, de forma a a garantir o seu uso por pessoas portadoras
garantir o seu uso por pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Parágrafo único. A acessibilidade nos
Art. 43. Os serviços de transporte serviços de transporte coletivo aéreo
coletivo metroferroviário e ferroviário obedecerá ao disposto na Norma de
existentes deverão estar totalmente Serviço da Instrução da Aviação Civil
acessíveis no prazo máximo de cento e NOSER/IAC - 2508-0796, de 1o de
vinte meses a contar da data de publicação novembro de 1995, expedida pelo
deste Decreto. Departamento de Aviação Civil do
Comando da Aeronáutica, e nas normas
o
§ 1 As empresas concessionárias e
técnicas de acessibilidade da ABNT.
permissionárias dos serviços de transporte
coletivo metroferroviário e ferroviário Seção VI
deverão apresentar plano de adaptação dos
Das Disposições Finais
sistemas existentes, prevendo ações
saneadoras de, no mínimo, oito por cento Art. 45. Caberá ao Poder Executivo,
ao ano, sobre os elementos não acessíveis com base em estudos e pesquisas, verificar
que compõem o sistema. a viabilidade de redução ou isenção de
tributo:
§ 2o O plano de que trata o § 1o deve
ser apresentado em até seis meses a contar I - para importação de equipamentos
da data de publicação deste Decreto. que não sejam produzidos no País,
necessários no processo de adequação do
Seção V
sistema de transporte coletivo, desde que
Da Acessibilidade no Transporte Coletivo não existam similares nacionais; e
Aéreo
II - para fabricação ou aquisição de § 1o Nos portais e sítios de grande
veículos ou equipamentos destinados aos porte, desde que seja demonstrada a
sistemas de transporte coletivo. inviabilidade técnica de se concluir os
procedimentos para alcançar integralmente
Parágrafo único. Na elaboração dos
a acessibilidade, o prazo definido no caput
estudos e pesquisas a que se referem o
será estendido por igual período.
caput, deve-se observar o disposto no art.
14 da Lei Complementar no 101, de 4 de § 2o Os sítios eletrônicos acessíveis
maio de 2000, sinalizando impacto às pessoas portadoras de deficiência
orçamentário e financeiro da medida conterão símbolo que represente a
estudada. acessibilidade na rede mundial de
computadores (internet), a ser adotado nas
Art. 46. A fiscalização e a aplicação de
respectivas páginas de entrada.
multas aos sistemas de transportes
coletivos, segundo disposto no art. 6o, § 3o Os telecentros comunitários
inciso II, da Lei no 10.048, de 2000, cabe à instalados ou custeados pelos Governos
União, aos Estados, Municípios e ao Distrito Federal, Estadual, Municipal ou do Distrito
Federal, de acordo com suas Federal devem possuir instalações
competências. plenamente acessíveis e, pelo menos, um
computador com sistema de som instalado,
CAPÍTULO VI
para uso preferencial por pessoas
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À portadoras de deficiência visual.
COMUNICAÇÃO
Art. 48. Após doze meses da edição
Art. 47. No prazo de até doze meses a deste Decreto, a acessibilidade nos portais

contar da data de publicação deste Decreto, e sítios eletrônicos de interesse público na


será obrigatória a acessibilidade nos portais rede mundial de computadores (internet),
e sítios eletrônicos da administração pública deverá ser observada para obtenção do
na rede mundial de computadores financiamento de que trata o inciso III do art.
(internet), para o uso das pessoas 2o.

portadoras de deficiência visual,


Art. 49. As empresas prestadoras de
garantindo-lhes o pleno acesso às
serviços de telecomunicações deverão
informações disponíveis.
garantir o pleno acesso às pessoas
portadoras de deficiência auditiva, por meio a) garantir a interoperabilidade nos
das seguintes ações: serviços de telefonia móvel, para possibilitar
o envio de mensagens de texto entre
I - no Serviço Telefônico Fixo
celulares de diferentes empresas; e
Comutado - STFC, disponível para uso do
público em geral: b) garantir a existência de centrais de
intermediação de comunicação telefônica a
a) instalar, mediante solicitação, em
serem utilizadas por pessoas portadoras de
âmbito nacional e em locais públicos,
deficiência auditiva, que funcionem em
telefones de uso público adaptados para
tempo integral e atendam a todo o território
uso por pessoas portadoras de deficiência;
nacional, inclusive com integração com o
b) garantir a disponibilidade de mesmo serviço oferecido pelas prestadoras

instalação de telefones para uso por de Serviço Telefônico Fixo Comutado.


pessoas portadoras de deficiência auditiva
§ 1o Além das ações citadas no caput,
para acessos individuais;
deve-se considerar o estabelecido nos
c) garantir a existência de centrais de Planos Gerais de Metas de Universalização
intermediação de comunicação telefônica a aprovados pelos Decretos nos 2.592, de 15
serem utilizadas por pessoas portadoras de de maio de 1998, e 4.769, de 27 de junho

deficiência auditiva, que funcionem em de 2003, bem como o estabelecido pela Lei
tempo integral e atendam a todo o território no 9.472, de 16 de julho de 1997.
nacional, inclusive com integração com o
§ 2o O termo pessoa portadora de
mesmo serviço oferecido pelas prestadoras
deficiência auditiva e da fala utilizado nos
de Serviço Móvel Pessoal; e
Planos Gerais de Metas de Universalização

d) garantir que os telefones de uso é entendido neste Decreto como pessoa


público contenham dispositivos sonoros portadora de deficiência auditiva, no que se
para a identificação das unidades refere aos recursos tecnológicos de
existentes e consumidas dos cartões telefonia.

telefônicos, bem como demais informações


Art. 50. A Agência Nacional de
exibidas no painel destes equipamentos;
Telecomunicações - ANATEL

II - no Serviço Móvel Celular ou Serviço regulamentará, no prazo de seis meses a


Móvel Pessoal: contar da data de publicação deste Decreto,
os procedimentos a serem observados para Art. 53. Os procedimentos a serem
implementação do disposto no art. 49. observados para implementação do plano
de medidas técnicas previstos no art. 19 da
Art. 51. Caberá ao Poder Público
Lei no 10.098, de 2000., serão
incentivar a oferta de aparelhos de telefonia
regulamentados, em norma complementar,
celular que indiquem, de forma sonora,
pelo Ministério das
todas as operações e funções neles
Comunicações. (Redação
disponíveis no visor.
dada pelo Decreto nº 5.645, de 2005)

Art. 52. Caberá ao Poder Público


§ 1o O processo de regulamentação
incentivar a oferta de aparelhos de televisão
de que trata o caput deverá atender ao
equipados com recursos tecnológicos que
disposto no art. 31 da Lei no 9.784, de 29 de
permitam sua utilização de modo a garantir
janeiro de 1999.
o direito de acesso à informação às
pessoas portadoras de deficiência auditiva § 2o A regulamentação de que trata o
ou visual. caput deverá prever a utilização, entre
outros, dos seguintes sistemas de
Parágrafo único. Incluem-se entre os
reprodução das mensagens veiculadas
recursos referidos no caput:
para as pessoas portadoras de deficiência

I - circuito de decodificação de legenda auditiva e visual:


oculta;
I - a subtitulação por meio de legenda
II - recurso para Programa Secundário oculta;
de Áudio (SAP); e
II - a janela com intérprete de LIBRAS;
III - entradas para fones de ouvido com e
ou sem fio.
III - a descrição e narração em voz de
Art. 53. A ANATEL regulamentará, no cenas e imagens.

prazo de doze meses a contar da data de


§ 3o A Coordenadoria Nacional para
publicação deste Decreto, os
Integração da Pessoa Portadora de
procedimentos a serem observados para
Deficiência - CORDE da Secretaria
implementação do plano de medidas
Especial dos Direitos Humanos da
técnicas previsto no art. 19 da Lei
Presidência da República assistirá a
o
n 10.098, de 2000.
ANATEL no procedimento de que trata o os três tipos de sistema de acesso à
§ 1o. informação de que trata o art. 52.

§ 3o A Coordenadoria Nacional para Art. 57. A Secretaria de Comunicação


Integração da Pessoa Portadora de de Governo e Gestão Estratégica da
Deficiência - CORDE da Secretaria Presidência da República editará, no prazo
Especial dos Direitos Humanos da de doze meses a contar da data da
Presidência da República assistirá o publicação deste Decreto, normas
Ministério das Comunicações no complementares disciplinando a utilização
procedimento de que trata o § 1o. (Redação dos sistemas de acesso à informação
dada pelo Decreto nº 5.645, de 2005) referidos no § 2o do art. 53, na publicidade
governamental e nos pronunciamentos
Art. 54. Autorizatárias e
oficiais transmitidos por meio dos serviços
consignatárias do serviço de radiodifusão
de radiodifusão de sons e imagens.
de sons e imagens operadas pelo Poder
Público poderão adotar plano de medidas Parágrafo único. Sem prejuízo do
técnicas próprio, como metas antecipadas e disposto no caput e observadas as
mais amplas do que aquelas as serem condições técnicas, os pronunciamentos
definidas no âmbito do procedimento oficiais do Presidente da República serão
estabelecido no art. 53. acompanhados, obrigatoriamente, no prazo
de seis meses a partir da publicação deste
Art. 55. Caberá aos órgãos e
Decreto, de sistema de acessibilidade
entidades da administração pública,
mediante janela com intérprete de LIBRAS.
diretamente ou em parceria com
organizações sociais civis de interesse Art. 58. O Poder Público adotará
público, sob a orientação do Ministério da mecanismos de incentivo para tornar
Educação e da Secretaria Especial dos disponíveis em meio magnético, em formato
Direitos Humanos, por meio da CORDE, de texto, as obras publicadas no País.
promover a capacitação de profissionais em
§ 1o A partir de seis meses da edição
LIBRAS.
deste Decreto, a indústria de medicamentos
Art. 56. O projeto de desenvolvimento deve disponibilizar, mediante solicitação,
e implementação da televisão digital no exemplares das bulas dos medicamentos
País deverá contemplar obrigatoriamente em meio magnético, braile ou em fonte
ampliada.
§ 2o A partir de seis meses da edição CAPÍTULO VII
deste Decreto, os fabricantes de
DAS AJUDAS TÉCNICAS
equipamentos eletroeletrônicos e
mecânicos de uso doméstico devem Art. 61. Para os fins deste Decreto,
disponibilizar, mediante solicitação, consideram-se ajudas técnicas os produtos,
exemplares dos manuais de instrução em instrumentos, equipamentos ou tecnologia
meio magnético, braile ou em fonte adaptados ou especialmente projetados
ampliada. para melhorar a funcionalidade da pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade
Art. 59. O Poder Público apoiará
reduzida, favorecendo a autonomia
preferencialmente os congressos,
pessoal, total ou assistida.
seminários, oficinas e demais eventos
científico-culturais que ofereçam, mediante § 1o Os elementos ou equipamentos
solicitação, apoios humanos às pessoas definidos como ajudas técnicas serão
com deficiência auditiva e visual, tais como certificados pelos órgãos competentes,
tradutores e intérpretes de LIBRAS, ouvidas as entidades representativas das
ledores, guias-intérpretes, ou tecnologias pessoas portadoras de deficiência.
de informação e comunicação, tais como a
transcrição eletrônica simultânea. § 2o Para os fins deste Decreto, os
cães-guia e os cães-guia de
Art. 60. Os programas e as linhas de acompanhamento são considerados ajudas
pesquisa a serem desenvolvidos com o técnicas.
apoio de organismos públicos de auxílio à
pesquisa e de agências de financiamento Art. 62. Os programas e as linhas de

deverão contemplar temas voltados para pesquisa a serem desenvolvidos com o

tecnologia da informação acessível para apoio de organismos públicos de auxílio à

pessoas portadoras de deficiência. pesquisa e de agências de financiamento


deverão contemplar temas voltados para
Parágrafo único. Será estimulada a ajudas técnicas, cura, tratamento e
criação de linhas de crédito para a indústria prevenção de deficiências ou que
que produza componentes e equipamentos contribuam para impedir ou minimizar o seu
relacionados à tecnologia da informação agravamento.
acessível para pessoas portadoras de
deficiência.
Parágrafo único. Será estimulada a na categoria de equipamentos sujeitos a
criação de linhas de crédito para a indústria dedução de imposto de renda.
que produza componentes e equipamentos
Parágrafo único. Na elaboração dos
de ajudas técnicas.
estudos e pesquisas a que se referem o
Art. 63. O desenvolvimento científico e caput, deve-se observar o disposto no art.
tecnológico voltado para a produção de 14 da Lei Complementar no 101, de 2000,
ajudas técnicas dar-se-á a partir da sinalizando impacto orçamentário e
instituição de parcerias com universidades financeiro da medida estudada.
e centros de pesquisa para a produção
Art. 65. Caberá ao Poder Público
nacional de componentes e equipamentos.
viabilizar as seguintes diretrizes:
Parágrafo único. Os bancos oficiais,
I - reconhecimento da área de ajudas
com base em estudos e pesquisas
técnicas como área de conhecimento;
elaborados pelo Poder Público, serão
estimulados a conceder financiamento às II - promoção da inclusão de conteúdos
pessoas portadoras de deficiência para temáticos referentes a ajudas técnicas na
aquisição de ajudas técnicas. educação profissional, no ensino médio, na
graduação e na pós-graduação;
Art. 64. Caberá ao Poder Executivo,
com base em estudos e pesquisas, verificar III - apoio e divulgação de trabalhos
a viabilidade de: técnicos e científicos referentes a ajudas
técnicas;
I - redução ou isenção de tributos para
a importação de equipamentos de ajudas IV - estabelecimento de parcerias com
técnicas que não sejam produzidos no País escolas e centros de educação profissional,
ou que não possuam similares nacionais; centros de ensino universitários e de
pesquisa, no sentido de incrementar a
II - redução ou isenção do imposto
formação de profissionais na área de ajudas
sobre produtos industrializados incidente
técnicas; e
sobre as ajudas técnicas; e

V - incentivo à formação e treinamento


III - inclusão de todos os equipamentos
de ortesistas e protesistas.
de ajudas técnicas para pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida
Art. 66. A Secretaria Especial dos DO PROGRAMA NACIONAL DE
Direitos Humanos instituirá Comitê de ACESSIBILIDADE
Ajudas Técnicas, constituído por
Art. 67. O Programa Nacional de
profissionais que atuam nesta área, e que
Acessibilidade, sob a coordenação da
será responsável por:
Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
I - estruturação das diretrizes da área por intermédio da CORDE, integrará os
de conhecimento; planos plurianuais, as diretrizes
orçamentárias e os orçamentos anuais.
II - estabelecimento das competências
desta área; Art. 68. A Secretaria Especial dos
Direitos Humanos, na condição de
III - realização de estudos no intuito de
coordenadora do Programa Nacional de
subsidiar a elaboração de normas a
Acessibilidade, desenvolverá, dentre
respeito de ajudas técnicas;
outras, as seguintes ações:

IV - levantamento dos recursos


I - apoio e promoção de capacitação e
humanos que atualmente trabalham com o
especialização de recursos humanos em
tema; e
acessibilidade e ajudas técnicas;
V - detecção dos centros regionais de
II - acompanhamento e
referência em ajudas técnicas, objetivando
aperfeiçoamento da legislação sobre
a formação de rede nacional integrada.
acessibilidade;

§ 1o O Comitê de Ajudas Técnicas


III - edição, publicação e distribuição
será supervisionado pela CORDE e
de títulos referentes à temática da
participará do Programa Nacional de
acessibilidade;
Acessibilidade, com vistas a garantir o
disposto no art. 62. IV - cooperação com Estados, Distrito
Federal e Municípios para a elaboração de
o
§ 2 Os serviços a serem prestados
estudos e diagnósticos sobre a situação da
pelos membros do Comitê de Ajudas
acessibilidade arquitetônica, urbanística, de
Técnicas são considerados relevantes e
transporte, comunicação e informação;
não serão remunerados.

CAPÍTULO VIII
V - apoio e realização de campanhas
informativas e educativas sobre
acessibilidade;

VI - promoção de concursos nacionais


sobre a temática da acessibilidade; e

VII - estudos e proposição da criação e


normatização do Selo Nacional de
Acessibilidade.

CAPÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os programas nacionais de


desenvolvimento urbano, os projetos de
revitalização, recuperação ou reabilitação
urbana incluirão ações destinadas à
eliminação de barreiras arquitetônicas e
urbanísticas, nos transportes e na
comunicação e informação devidamente
adequadas às exigências deste Decreto.
Presidência da Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
República 2003)
Casa Civil
Art. 1o As pessoas com deficiência, os
Subchefia para
idosos com idade igual ou superior a 60
Assuntos Jurídicos
(sessenta) anos, as gestantes, as lactantes,
LEI No 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE as pessoas com crianças de colo e os
2000. obesos terão atendimento prioritário, nos

Dá prioridade de termos desta Lei. (Redação dada pela Lei


atendimento às nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Mensagem de Veto
pessoas que
Regulamento Art. 2o As repartições públicas e
especifica, e dá
Regulamento empresas concessionárias de serviços
outras
públicos estão obrigadas a dispensar
providências.
atendimento prioritário, por meio de

O PRESIDENTE DA serviços individualizados que assegurem

REPÚBLICA Faço saber que o Congresso tratamento diferenciado e atendimento

Nacional decreta e eu sanciono a seguinte imediato às pessoas a que se refere o art.

Lei: 1o.

Art. 1o As pessoas portadoras de Parágrafo único. É assegurada, em


deficiência física, os idosos com idade igual todas as instituições financeiras, a
ou superior a sessenta e cinco anos, as prioridade de atendimento às pessoas
gestantes, as lactantes e as pessoas mencionadas no art. 1o.
acompanhadas por crianças de colo terão
atendimento prioritário, nos termos desta Art. 3o As empresas públicas de

Lei. transporte e as concessionárias de

Art. 1o As pessoas portadoras de transporte coletivo reservarão assentos,

deficiência, os idosos com idade igual ou devidamente identificados, aos idosos,

superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, lactantes, pessoas portadoras

gestantes, as lactantes e as pessoas de deficiência e pessoas acompanhadas

acompanhadas por crianças de colo terão por crianças de colo.

atendimento prioritário, nos termos desta


Art. 4o Os logradouros e sanitários
públicos, bem como os edifícios de uso
público, terão normas de construção, para 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), por
efeito de licenciamento da respectiva veículos sem as condições previstas nos
edificação, baixadas pela autoridade arts. 3o e 5o;
competente, destinadas a facilitar o acesso
III – no caso das instituições
e uso desses locais pelas pessoas
financeiras, às penalidades previstas no art.
portadoras de deficiência.
44, incisos I, II e III, da Lei no 4.595, de 31
Art. 5o Os veículos de transporte de dezembro de 1964.
coletivo a serem produzidos após doze
Parágrafo único. As penalidades de
meses da publicação desta Lei serão
que trata este artigo serão elevadas ao
planejados de forma a facilitar o acesso a
dobro, em caso de reincidência.
seu interior das pessoas portadoras de
deficiência. Art. 7o O Poder Executivo
regulamentará esta Lei no prazo de
§ 1o (VETADO)
sessenta dias, contado de sua publicação.
§ 2o Os proprietários de veículos de
Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data
transporte coletivo em utilização terão o
de sua publicação.
prazo de cento e oitenta dias, a contar da
regulamentação desta Lei, para proceder às
adaptações necessárias ao acesso
facilitado das pessoas portadoras de
deficiência.

Art. 6o A infração ao disposto nesta Lei


sujeitará os responsáveis:

I – no caso de servidor ou de chefia


responsável pela repartição pública, às
penalidades previstas na legislação
específica;

II – no caso de empresas
concessionárias de serviço público, a multa
de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
LEI Nº 8.899, DE 29 DE JUNHO DE 1994.
Concede passe
livre às pessoas
portadoras de
deficiência no
Regulamento
sistema de
transporte
coletivo
interestadual.

O PRESIDENTE DA
REPÚBLICA faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
lei:

Art. 1º É concedido passe livre às


pessoas portadoras de deficiência,
comprovadamente carentes, no sistema de
transporte coletivo interestadual.

Art. 2º O Poder Executivo


regulamentará esta lei no prazo de noventa
dias a contar de sua publicação.

Art. 3º Esta lei entra em vigor na data


de sua publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições


em contrário.
LEI Nº 8.160, DE 8 DE JANEIRO DE 1991. identificar, assinalar ou indicar local ou
Dispõe sobre a serviço habilitado ao uso de pessoas
caracterização de portadoras de deficiência auditiva.
símbolo que
Parágrafo único. O disposto no caput
permita a
deste artigo não se aplica à reprodução do
identificação de
símbolo em publicações e outros meios de
pessoas
comunicação relevantes para os interesses
portadoras de
do deficiente auditivo, a exemplo de
deficiência
adesivos específicos para veículos por ele
auditiva.
conduzidos.

O PRESIDENTE DE
Art. 4º O Poder Executivo
REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
regulamentará esta lei no prazo de noventa
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
dias, a contar de sua vigência.
lei:

Art. 1º É obrigatória a colocação, de


forma visível, do "Símbolo Internacional de
Surdez" em todos os locais que possibilitem
acesso, circulação e utilização por pessoas
portadoras de deficiência auditiva, e em
todos os serviços que forem postos à sua
disposição ou que possibilitem o seu uso.

Art. 2º O "Símbolo Internacional de


Surdez" deverá ser colocado,
obrigatoriamente, em local visível ao
público, não sendo permitida nenhuma
modificação ou adição ao desenho
reproduzido no anexo a esta lei.

Art. 3º É proibida a utilização do


"Símbolo Internacional de Surdez" para
finalidade outra que não seja a de
Presidência da O PRESIDENTE DA
República REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
Casa Civil Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Subchefia para Lei:
Assuntos Jurídicos
Art. 1º Ficam estabelecidas normas
LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE gerais que asseguram o pleno exercício dos
1989. direitos individuais e sociais das pessoas

Dispõe sobre o portadoras de deficiências, e sua efetiva


apoio às pessoas integração social, nos termos desta Lei.

portadoras de
§ 1º Na aplicação e interpretação desta
deficiência, sua
Lei, serão considerados os valores básicos
integração social,
da igualdade de tratamento e oportunidade,
sobre a
da justiça social, do respeito à dignidade da
Coordenadoria
pessoa humana, do bem-estar, e outros,
Nacional para
indicados na Constituição ou justificados
Integração da
pelos princípios gerais de direito.
Pessoa
Portadora de § 2º As normas desta Lei visam garantir
Deficiência - às pessoas portadoras de deficiência as
Regulamento
Corde, institui a ações governamentais necessárias ao seu
Mensagem de Veto
tutela jurisdicional cumprimento e das demais disposições
de interesses constitucionais e legais que lhes
coletivos ou concernem, afastadas as discriminações e
difusos dessas os preconceitos de qualquer espécie, e
pessoas, entendida a matéria como obrigação
disciplina a nacional a cargo do Poder Público e da
atuação do sociedade.
Ministério
Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos
Público, define
cabe assegurar às pessoas portadoras de
crimes, e dá
deficiência o pleno exercício de seus
outras
direitos básicos, inclusive dos direitos à
providências.
educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à
previdência social, ao amparo à infância e à congêneres nas quais estejam internados,
maternidade, e de outros que, decorrentes por prazo igual ou superior a 1 (um) ano,
da Constituição e das leis, propiciem seu educandos portadores de deficiência;
bem-estar pessoal, social e econômico.
e) o acesso de alunos portadores de
Parágrafo único. Para o fim deficiência aos benefícios conferidos aos
estabelecido no caput deste artigo, os demais educandos, inclusive material
órgãos e entidades da administração direta escolar, merenda escolar e bolsas de
e indireta devem dispensar, no âmbito de estudo;
sua competência e finalidade, aos assuntos
f) a matrícula compulsória em cursos
objetos esta Lei, tratamento prioritário e
regulares de estabelecimentos públicos e
adequado, tendente a viabilizar, sem
particulares de pessoas portadoras de
prejuízo de outras, as seguintes medidas:
deficiência capazes de se integrarem no
I - na área da educação: sistema regular de ensino;

a) a inclusão, no sistema educacional, II - na área da saúde:


da Educação Especial como modalidade
a) a promoção de ações preventivas,
educativa que abranja a educação precoce,
como as referentes ao planejamento
a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a
familiar, ao aconselhamento genético, ao
supletiva, a habilitação e reabilitação
acompanhamento da gravidez, do parto e
profissionais, com currículos, etapas e
do puerpério, à nutrição da mulher e da
exigências de diplomação próprios;
criança, à identificação e ao controle da
b) a inserção, no referido sistema gestante e do feto de alto risco, à
educacional, das escolas especiais, imunização, às doenças do metabolismo e
privadas e públicas; seu diagnóstico e ao encaminhamento
precoce de outras doenças causadoras de
c) a oferta, obrigatória e gratuita, da
deficiência;
Educação Especial em estabelecimento
público de ensino; b) o desenvolvimento de programas
especiais de prevenção de acidente do
d) o oferecimento obrigatório de
trabalho e de trânsito, e de tratamento
programas de Educação Especial a nível
adequado a suas vítimas;
pré-escolar, em unidades hospitalares e
c) a criação de uma rede de serviços c) a promoção de ações eficazes que
especializados em reabilitação e propiciem a inserção, nos setores públicos
habilitação; e privado, de pessoas portadoras de
deficiência;
d) a garantia de acesso das pessoas
portadoras de deficiência aos d) a adoção de legislação específica
estabelecimentos de saúde públicos e que discipline a reserva de mercado de
privados, e de seu adequado tratamento trabalho, em favor das pessoas portadoras
neles, sob normas técnicas e padrões de de deficiência, nas entidades da
conduta apropriados; Administração Pública e do setor privado, e
que regulamente a organização de oficinas
e) a garantia de atendimento domiciliar
e congêneres integradas ao mercado de
de saúde ao deficiente grave não internado;
trabalho, e a situação, nelas, das pessoas
f) o desenvolvimento de programas de portadoras de deficiência;
saúde voltados para as pessoas portadoras
IV - na área de recursos humanos:
de deficiência, desenvolvidos com a
participação da sociedade e que lhes a) a formação de professores de nível
ensejem a integração social; médio para a Educação Especial, de
técnicos de nível médio especializados na
III - na área da formação profissional e
habilitação e reabilitação, e de instrutores
do trabalho:
para formação profissional;

a) o apoio governamental à formação


b) a formação e qualificação de
profissional, e a garantia de acesso aos
recursos humanos que, nas diversas áreas
serviços concernentes, inclusive aos cursos
de conhecimento, inclusive de nível
regulares voltados à formação profissional;
superior, atendam à demanda e às
b) o empenho do Poder Público quanto necessidades reais das pessoas portadoras

ao surgimento e à manutenção de de deficiências;


empregos, inclusive de tempo parcial,
c) o incentivo à pesquisa e ao
destinados às pessoas portadoras de
desenvolvimento tecnológico em todas as
deficiência que não tenham acesso aos
áreas do conhecimento relacionadas com a
empregos comuns;
pessoa portadora de deficiência;
V - na área das edificações: fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da
entrega, sob recibo, dos respectivos
a) a adoção e a efetiva execução de
requerimentos, e só poderão se utilizadas
normas que garantam a funcionalidade das
para a instrução da ação civil.
edificações e vias públicas, que evitem ou
removam os óbices às pessoas portadoras § 3º Somente nos casos em que o
de deficiência, permitam o acesso destas a interesse público, devidamente justificado,
edifícios, a logradouros e a meios de impuser sigilo, poderá ser negada certidão
transporte. ou informação.

Art. 3o As medidas judiciais destinadas § 4º Ocorrendo a hipótese do parágrafo


à proteção de interesses coletivos, difusos, anterior, a ação poderá ser proposta
individuais homogêneos e individuais desacompanhada das certidões ou
indisponíveis da pessoa com deficiência informações negadas, cabendo ao juiz,
poderão ser propostas pelo Ministério após apreciar os motivos do indeferimento,
Público, pela Defensoria Pública, pela e, salvo quando se tratar de razão de
União, pelos Estados, pelos Municípios, segurança nacional, requisitar umas e
pelo Distrito Federal, por associação outras; feita a requisição, o processo
constituída há mais de 1 (um) ano, nos correrá em segredo de justiça, que cessará
termos da lei civil, por autarquia, por com o trânsito em julgado da sentença.
empresa pública e por fundação ou
§ 5º Fica facultado aos demais
sociedade de economia mista que inclua,
legitimados ativos habilitarem-se como
entre suas finalidades institucionais, a
litisconsortes nas ações propostas por
proteção dos interesses e a promoção de
qualquer deles.
direitos da pessoa com
deficiência. (Redação dada pela Lei nº § 6º Em caso de desistência ou
13.146, de 2015) (Vigência) abandono da ação, qualquer dos co-
legitimados pode assumir a titularidade
§ 1º Para instruir a inicial, o interessado
ativa.
poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações Art. 4º A sentença terá eficácia de coisa
que julgar necessárias. julgada oponível erga omnes, exceto no
caso de haver sido a ação julgada
§ 2º As certidões e informações a que
improcedente por deficiência de prova,
se refere o parágrafo anterior deverão ser
hipótese em que qualquer legitimado inquérito civil, ou das peças informativas.
poderá intentar outra ação com idêntico Neste caso, deverá remeter a reexame os
fundamento, valendo-se de nova prova. autos ou as respectivas peças, em 3 (três)
dias, ao Conselho Superior do Ministério
§ 1º A sentença que concluir pela
Público, que os examinará, deliberando a
carência ou pela improcedência da ação
respeito, conforme dispuser seu
fica sujeita ao duplo grau de jurisdição, não
Regimento.
produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal. § 2º Se a promoção do arquivamento
for reformada, o Conselho Superior do
§ 2º Das sentenças e decisões
Ministério Público designará desde logo
proferidas contra o autor da ação e
outro órgão do Ministério Público para o
suscetíveis de recurso, poderá recorrer
ajuizamento da ação.
qualquer legitimado ativo, inclusive o
Ministério Público. Art. 7º Aplicam-se à ação civil pública
prevista nesta Lei, no que couber, os
Art. 5º O Ministério Público intervirá
dispositivos da Lei nº 7.347, de 24 de julho
obrigatoriamente nas ações públicas,
de 1985.
coletivas ou individuais, em que se
discutam interesses relacionados à Art. 8o Constitui crime punível com
deficiência das pessoas. reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e
multa: (Redação dada pela Lei nº 13.146,
Art. 6º O Ministério Público poderá
de 2015) (Vigência)
instaurar, sob sua presidência, inquérito
civil, ou requisitar, de qualquer pessoa física I - recusar, cobrar valores adicionais,
ou jurídica, pública ou particular, certidões, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer
informações, exame ou perícias, no prazo cessar inscrição de aluno em
que assinalar, não inferior a 10 (dez) dias estabelecimento de ensino de qualquer
úteis. curso ou grau, público ou privado, em razão
de sua deficiência; (Redação dada pela Lei
§ 1º Esgotadas as diligências, caso se
nº 13.146, de 2015)
convença o órgão do Ministério Público da
inexistência de elementos para a II - obstar inscrição em concurso
propositura de ação civil, promoverá público ou acesso de alguém a qualquer
fundamentadamente o arquivamento do cargo ou emprego público, em razão de sua
deficiência; (Redação dada pela Lei nº de estágio probatório em concursos
13.146, de 2015) (Vigência) públicos não exclui a responsabilidade
patrimonial pessoal do administrador
III - negar ou obstar emprego, trabalho
público pelos danos causados. (Incluído
ou promoção à pessoa em razão de sua
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
deficiência; (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência) § 3o Incorre nas mesmas penas quem
impede ou dificulta o ingresso de pessoa
IV - recusar, retardar ou dificultar
com deficiência em planos privados de
internação ou deixar de prestar assistência
assistência à saúde, inclusive com
médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa
cobrança de valores
com deficiência; (Redação dada pela Lei nº
diferenciados. (Incluído pela Lei nº 13.146,
13.146, de 2015) (Vigência)
de 2015) (Vigência)
V - deixar de cumprir, retardar ou
§ 4o Se o crime for praticado em
frustrar execução de ordem judicial
atendimento de urgência e emergência, a
expedida na ação civil a que alude esta
pena é agravada em 1/3 (um
Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
terço). (Incluído pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
2015) (Vigência)

VI - recusar, retardar ou omitir dados


Art. 9º A Administração Pública Federal
técnicos indispensáveis à propositura da
conferirá aos assuntos relativos às pessoas
ação civil pública objeto desta Lei, quando
portadoras de deficiência tratamento
requisitados. (Redação dada pela Lei nº
prioritário e apropriado, para que lhes seja
13.146, de 2015) (Vigência)
efetivamente ensejado o pleno exercício de

§ 1o Se o crime for praticado contra seus direitos individuais e sociais, bem


pessoa com deficiência menor de 18 como sua completa integração social.
(dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3
§ 1º Os assuntos a que alude este
(um terço). (Incluído pela Lei nº 13.146, de
artigo serão objeto de ação, coordenada e
2015) (Vigência)
integrada, dos órgãos da Administração
§ 2o A pena pela adoção deliberada de Pública Federal, e incluir-se-ão em Política

critérios subjetivos para indeferimento de Nacional para Integração da Pessoa


inscrição, de aprovação e de cumprimento Portadora de Deficiência, na qual estejam
compreendidos planos, programas e
projetos sujeitos a prazos e objetivos I - coordenar as ações governamentais
determinados. e medidas que se refiram às pessoas
portadoras de deficiência;
§ 2º Ter-se-ão como integrantes da
Administração Pública Federal, para os fins II - elaborar os planos, programas e
desta Lei, além dos órgãos públicos, das projetos subsumidos na Política Nacional
autarquias, das empresas públicas e para a Integração de Pessoa Portadora de
sociedades de economia mista, as Deficiência, bem como propor as
respectivas subsidiárias e as fundações providências necessárias a sua completa
públicas. implantação e seu adequado
desenvolvimento, inclusive as pertinentes a
Art. 10. A coordenação superior dos
recursos e as de caráter legislativo;
assuntos, ações governamentais e medidas
referentes a pessoas portadoras de III - acompanhar e orientar a execução,
deficiência caberá à Secretaria Especial pela Administração Pública Federal, dos
dos Direitos Humanos da Presidência da planos, programas e projetos mencionados
República. (Redação dada pela Lei nº no inciso anterior;
11.958, de 2009)
IV - manifestar-se sobre a adequação à
Parágrafo único. Ao órgão a que se Política Nacional para a Integração da
refere este artigo caberá formular a Política Pessoa Portadora de Deficiência dos
Nacional para a Integração da Pessoa projetos federais a ela conexos, antes da
Portadora de Deficiência, seus planos, liberação dos recursos respectivos;
programas e projetos e cumprir as
V - manter, com os Estados,
instruções superiores que lhes digam
Municípios, Territórios, o Distrito Federal, e
respeito, com a cooperação dos demais
o Ministério Público, estreito
órgãos públicos. (Redação dada pela Lei nº
relacionamento, objetivando a concorrência
8.028, de 1990)
de ações destinadas à integração social das
Art. 11. (Revogado pela Lei nº 8.028, de pessoas portadoras de deficiência;
1990)
VI - provocar a iniciativa do Ministério
Art. 12. Compete à Corde: Público, ministrando-lhe informações sobre
fatos que constituam objeto da ação civil de
que esta Lei, e indicando-lhe os elementos serão instituídos, no Ministério do Trabalho,
de convicção; no Ministério da Saúde e no Ministério da
Previdência e Assistência Social, órgão
VII - emitir opinião sobre os acordos,
encarregados da coordenação setorial dos
contratos ou convênios firmados pelos
assuntos concernentes às pessoas
demais órgãos da Administração Pública
portadoras de deficiência.
Federal, no âmbito da Política Nacional
para a Integração da Pessoa Portadora de Art. 16. O Poder Executivo adotará, nos
Deficiência; 60 (sessenta) dias posteriores à vigência
desta Lei, as providências necessárias à
VIII - promover e incentivar a
reestruturação e ao regular funcionamento
divulgação e o debate das questões
da Corde, como aquelas decorrentes do
concernentes à pessoa portadora de
artigo anterior.
deficiência, visando à conscientização da
sociedade. Art. 17. Serão incluídas no censo
demográfico de 1990, e nos subseqüentes,
Parágrafo único. Na elaboração dos
questões concernentes à problemática da
planos, programas e projetos a seu cargo,
pessoa portadora de deficiência,
deverá a Corde recolher, sempre que
objetivando o conhecimento atualizado do
possível, a opinião das pessoas e entidades
número de pessoas portadoras de
interessadas, bem como considerar a
deficiência no País.
necessidade de efetivo apoio aos entes
particulares voltados para a integração Art. 18. Os órgãos federais
social das pessoas portadoras de desenvolverão, no prazo de 12 (doze)
deficiência. meses contado da publicação desta Lei, as
ações necessárias à efetiva implantação
Art. 13. (Revogado pela Medida
das medidas indicadas no art. 2º desta Lei.
Provisória nº 2.216-37, de 2001)

Art. 14. (Vetado).

Art. 15. Para atendimento e fiel


cumprimento do que dispõe esta Lei, será
reestruturada a Secretaria de Educação
Especial do Ministério da Educação, e
DECRETO Nº 3.691, DE 19 DE Art. 2o O Ministro de Estado dos
DEZEMBRO DE 2000. Transportes disciplinará, no prazo de até
Regulamenta a Lei trinta dias, o disposto neste Decreto.
no 8.899, de 29 de
junho de 1994, que
dispõe sobre o
transporte de
pessoas portadoras
de deficiência no
sistema de transporte
coletivo interestadual.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no
uso das atribuições que lhe confere o art.
84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo
em vista o disposto no art. 1o da Lei
no 8.899, de 29 de junho de 1994,

DECRETA:

Art. 1o As empresas permissionárias e


autorizatárias de transporte interestadual
de passageiros reservarão dois assentos de
cada veículo, destinado a serviço
convencional, para ocupação das pessoas
beneficiadas pelo art. 1o da Lei no8.899, de
29 de junho de 1994, observado o que
dispõem as Leis nos 7.853, de 24 de outubro
de 1989, 8.742, de 7 de dezembro de
1993, 10.048, de 8 de novembro de 2000, e
os Decretos nos 1.744, de 8 de dezembro de
1995, e 3.298, de 20 de dezembro de 1999.
Presidência da orientações normativas que objetivam
República assegurar o pleno exercício dos direitos
Casa Civil individuais e sociais das pessoas
Subchefia para portadoras de deficiência.
Assuntos Jurídicos
Art. 2o Cabe aos órgãos e às
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE entidades do Poder Público assegurar à
DEZEMBRO DE 1999. pessoa portadora de deficiência o pleno

Regulamenta a Lei exercício de seus direitos básicos, inclusive


no 7.853, de 24 de dos direitos à educação, à saúde, ao

outubro de 1989, dispõe trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer,

sobre a Política à previdência social, à assistência social, ao

Nacional para a transporte, à edificação pública, à


Integração da Pessoa habitação, à cultura, ao amparo à infância e

Portadora de à maternidade, e de outros que,

Deficiência, consolida decorrentes da Constituição e das leis,

as normas de proteção, propiciem seu bem-estar pessoal, social e

e dá outras econômico.

providências.
Art. 3o Para os efeitos deste Decreto,

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no considera-se:

uso das atribuições que lhe confere o art.


I - deficiência – toda perda ou
84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo
anormalidade de uma estrutura ou função
o
em vista o disposto na Lei n 7.853, de 24
psicológica, fisiológica ou anatômica que
de outubro de 1989,
gere incapacidade para o desempenho de

DECRETA: atividade, dentro do padrão considerado


normal para o ser humano;
CAPÍTULO I
II - deficiência permanente – aquela
Das Disposições Gerais que ocorreu ou se estabilizou durante um
período de tempo suficiente para não
Art. 1o A Política Nacional para a
permitir recuperação ou ter probabilidade
Integração da Pessoa Portadora de
de que se altere, apesar de novos
Deficiência compreende o conjunto de
tratamentos; e
III - incapacidade – uma redução b) de 41 a 55 db – surdez moderada;
efetiva e acentuada da capacidade de c) de 56 a 70 db – surdez acentuada;
integração social, com necessidade de d) de 71 a 90 db – surdez severa;
equipamentos, adaptações, meios ou e) acima de 91 db – surdez profunda; e
recursos especiais para que a pessoa
f) anacusia;
portadora de deficiência possa receber ou
III - deficiência visual – acuidade visual
transmitir informações necessárias ao seu
igual ou menor que 20/200 no melhor olho,
bem-estar pessoal e ao desempenho de
após a melhor correção, ou campo visual
função ou atividade a ser exercida.
inferior a 20º (tabela de Snellen), ou

Art. 4o É considerada pessoa ocorrência simultânea de ambas as


portadora de deficiência a que se enquadra situações;

nas seguintes categorias:


I - deficiência física - alteração
I - deficiência física – alteração
completa ou parcial de um ou mais
completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, acarretando
segmentos do corpo humano, acarretando
o comprometimento da função física,
o comprometimento da função física,
apresentando-se sob a forma de
apresentando-se sob a forma de
paraplegia, paraparesia, monoplegia,
paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia,
triplegia, triparesia, hemiplegia,
hemiparesia, ostomia, amputação ou
hemiparesia, amputação ou ausência de
ausência de membro, paralisia cerebral,
membro, paralisia cerebral, membros com
nanismo, membros com deformidade
deformidade congênita ou adquirida, exceto
congênita ou adquirida, exceto as
as deformidades estéticas e as que não
deformidades estéticas e as que não
produzam dificuldades para o desempenho
produzam dificuldades para o desempenho
de funções;
de funções; (Redação dada pelo Decreto
II - deficiência auditiva – perda parcial nº 5.296, de 2004)
ou total das possibilidades auditivas
sonoras, variando de graus e níveis na II - deficiência auditiva - perda bilateral,

forma seguinte: parcial ou total, de quarenta e um decibéis

a) de 25 a 40 decibéis (db) – surdez (dB) ou mais, aferida por audiograma nas

leve; freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e


3.000Hz; (Redação dada pelo Decreto nº f) habilidades acadêmicas;
5.296, de 2004)
g) lazer; e
III - deficiência visual - cegueira, na
h) trabalho;
qual a acuidade visual é igual ou menor que
0,05 no melhor olho, com a melhor correção V - deficiência múltipla – associação de
óptica; a baixa visão, que significa acuidade duas ou mais deficiências.
visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com
a melhor correção óptica; os casos nos CAPÍTULO II

quais a somatória da medida do campo


Dos Princípios
visual em ambos os olhos for igual ou
menor que 60o; ou a ocorrência simultânea Art. 5o A Política Nacional para a
de quaisquer das condições Integração da Pessoa Portadora de
anteriores; (Redação dada pelo Decreto nº Deficiência, em consonância com o
5.296, de 2004) Programa Nacional de Direitos Humanos,
obedecerá aos seguintes princípios;
IV - deficiência mental –
funcionamento intelectual I - desenvolvimento de ação conjunta
significativamente inferior à média, com do Estado e da sociedade civil, de modo a
manifestação antes dos dezoito anos e assegurar a plena integração da pessoa
limitações associadas a duas ou mais áreas portadora de deficiência no contexto sócio-
de habilidades adaptativas, tais como: econômico e cultural;

a) comunicação; II - estabelecimento de mecanismos e


instrumentos legais e operacionais que
b) cuidado pessoal;
assegurem às pessoas portadoras de

c) habilidades sociais; deficiência o pleno exercício de seus


direitos básicos que, decorrentes da
d) utilização da comunidade; Constituição e das leis, propiciam o seu
bem-estar pessoal, social e econômico; e
d) utilização dos recursos da
comunidade; (Redação dada pelo Decreto III - respeito às pessoas portadoras de
nº 5.296, de 2004) deficiência, que devem receber igualdade
de oportunidades na sociedade por
e) saúde e segurança;
reconhecimento dos direitos que lhes são
assegurados, sem privilégios ou V - ampliar as alternativas de inserção
paternalismos. econômica da pessoa portadora de
deficiência, proporcionando a ela
CAPÍTULO III
qualificação profissional e incorporação no
Das Diretrizes mercado de trabalho; e

Art. 6o São diretrizes da Política VI - garantir o efetivo atendimento das


Nacional para a Integração da Pessoa necessidades da pessoa portadora de
Portadora de Deficiência: deficiência, sem o cunho assistencialista.

I - estabelecer mecanismos que CAPÍTULO IV

acelerem e favoreçam a inclusão social da


Dos Objetivos
pessoa portadora de deficiência;
Art. 7o São objetivos da Política
II - adotar estratégias de articulação
Nacional para a Integração da Pessoa
com órgãos e entidades públicos e
Portadora de Deficiência:
privados, bem assim com organismos
internacionais e estrangeiros para a I-o acesso, o ingresso e a
implantação desta Política; permanência da pessoa portadora de
deficiência em todos os serviços oferecidos
III - incluir a pessoa portadora de
à comunidade;
deficiência, respeitadas as suas
peculiaridades, em todas as iniciativas II - integração das ações dos órgãos e
governamentais relacionadas à educação, das entidades públicos e privados nas
à saúde, ao trabalho, à edificação pública, à áreas de saúde, educação, trabalho,
previdência social, à assistência social, ao transporte, assistência social, edificação
transporte, à habitação, à cultura, ao pública, previdência social, habitação,
esporte e ao lazer; cultura, desporto e lazer, visando à
prevenção das deficiências, à eliminação de
IV - viabilizar a participação da pessoa
suas múltiplas causas e à inclusão social;
portadora de deficiência em todas as fases
de implementação dessa Política, por III - desenvolvimento de programas
intermédio de suas entidades setoriais destinados ao atendimento das
representativas; necessidades especiais da pessoa
portadora de deficiência;
IV - formação de recursos humanos portadora de deficiência, bem como a
para atendimento da pessoa portadora de facilitação da importação de equipamentos;
deficiência; e e

V - garantia da efetividade dos V - a fiscalização do cumprimento da


programas de prevenção, de atendimento legislação pertinente à pessoa portadora de
especializado e de inclusão social. deficiência.

CAPÍTULO V CAPÍTULO VI

Dos Instrumentos Dos Aspectos Institucionais

Art. 8o São instrumentos da Política Art. 9o Os órgãos e as entidades da


Nacional para a Integração da Pessoa Administração Pública Federal direta e
Portadora de Deficiência: indireta deverão conferir, no âmbito das
respectivas competências e finalidades,
I-a articulação entre entidades
tratamento prioritário e adequado aos
governamentais e não-governamentais que
assuntos relativos à pessoa portadora de
tenham responsabilidades quanto ao
deficiência, visando a assegurar-lhe o pleno
atendimento da pessoa portadora de
exercício de seus direitos básicos e a
deficiência, em nível federal, estadual, do
efetiva inclusão social.
Distrito Federal e municipal;
Art. 10. Na execução deste Decreto, a
II - o fomento à formação de recursos
Administração Pública Federal direta e
humanos para adequado e eficiente
indireta atuará de modo integrado e
atendimento da pessoa portadora de
coordenado, seguindo planos e programas,
deficiência;
com prazos e objetivos determinados,
III - a aplicação da legislação aprovados pelo Conselho Nacional dos
específica que disciplina a reserva de Direitos da Pessoa Portadora de
mercado de trabalho, em favor da pessoa Deficiência - CONADE.

portadora de deficiência, nos órgãos e nas


Art. 11. Ao CONADE, criado no âmbito
entidades públicos e privados;
do Ministério da Justiça como órgão
IV - o fomento da tecnologia de superior de deliberação colegiada,
bioengenharia voltada para a pessoa compete:
I - zelar pela efetiva implantação da VII - propor e incentivar a realização de
Política Nacional para Integração da campanhas visando à prevenção de
Pessoa Portadora de Deficiência; deficiências e à promoção dos direitos da
pessoa portadora de deficiência;
II - acompanhar o planejamento e
avaliar a execução das políticas setoriais de VIII - aprovar o plano de ação anual da
educação, saúde, trabalho, assistência Coordenadoria Nacional para Integração da
social, transporte, cultura, turismo, Pessoa Portadora de
desporto, lazer, política urbana e outras Deficiência - CORDE;
relativas à pessoa portadora de deficiência;
IX - acompanhar, mediante relatórios
III - acompanhar a elaboração e a de gestão, o desempenho dos programas e
execução da proposta orçamentária do projetos da Política Nacional para
Ministério da Justiça, sugerindo as Integração da Pessoa Portadora de
modificações necessárias à consecução da Deficiência; e
Política Nacional para Integração da
X - elaborar o seu regimento interno.
Pessoa Portadora de Deficiência;

Art. 12. O CONADE será constituído,


IV - zelar pela efetivação do sistema
paritariamente, por representantes de
descentralizado e participativo de defesa
instituições governamentais e da sociedade
dos direitos da pessoa portadora de
civil, sendo a sua composição e o seu
deficiência;
funcionamento disciplinados em ato do
V - acompanhar e apoiar as políticas e Ministro de Estado da Justiça.
as ações do Conselho dos Direitos da
Parágrafo único. Na composição do
Pessoa Portadora de Deficiência no âmbito
CONADE, o Ministro de Estado da Justiça
dos Estados, do Distrito Federal e dos
disporá sobre os critérios de escolha dos
Municípios;
representantes a que se refere este artigo,
VI - propor a elaboração de estudos e observando, entre outros, a
pesquisas que objetivem a melhoria da representatividade e a efetiva atuação, em
qualidade de vida da pessoa portadora de nível nacional, relativamente à defesa dos
deficiência; direitos da pessoa portadora de deficiência.
Art. 13. Poderão ser instituídas outras III - acompanhar e orientar a execução
instâncias deliberativas pelos Estados, pelo pela Administração Pública Federal dos
Distrito Federal e pelos Municípios, que planos, programas e projetos mencionados
integrarão sistema descentralizado de no inciso anterior;
defesa dos direitos da pessoa portadora de
IV - manifestar-se sobre a Política
deficiência.
Nacional para a Integração da Pessoa
Art. 14. Incumbe ao Ministério da Portadora de Deficiência, dos projetos
Justiça, por intermédio da Secretaria de federais a ela conexos, antes da liberação
Estado dos Direitos Humanos, a dos recursos respectivos;
coordenação superior, na Administração
V - manter com os Estados, o Distrito
Pública Federal, dos assuntos, das
Federal, os Municípios e o Ministério
atividades e das medidas que se refiram às
Público, estreito relacionamento,
pessoas portadoras de deficiência.
objetivando a concorrência de ações
§ 1o No âmbito da Secretaria de destinadas à integração das pessoas
Estado dos Direitos Humanos, compete à portadoras de deficiência;
CORDE:
VI - provocar a iniciativa do Ministério
I - exercer a coordenação superior dos Público, ministrando-lhe informações sobre
assuntos, das ações governamentais e das fatos que constituam objeto da ação civil de
medidas referentes à pessoa portadora de que trata a Lei no 7.853, de 24 de outubro
deficiência; de 1989, e indicando-lhe os elementos de
convicção;
II - elaborar os planos, programas e
projetos da Política Nacional para VII - emitir opinião sobre os acordos,
Integração da Pessoa Portadora de contratos ou convênios firmados pelos
Deficiência, bem como propor as demais órgãos da Administração Pública
providências necessárias à sua completa Federal, no âmbito da Política Nacional
implantação e ao seu adequado para a Integração da Pessoa Portadora de
desenvolvimento, inclusive as pertinentes a Deficiência; e
recursos financeiros e as de caráter
VIII - promover e incentivar a
legislativo;
divulgação e o debate das questões
concernentes à pessoa portadora de
deficiência, visando à conscientização da IV - orientação e promoção individual,
sociedade. familiar e social.

§ 2o Na elaboração dos planos e Seção I


programas a seu cargo, a CORDE deverá:
Da Saúde
I - recolher, sempre que possível, a
Art. 16. Os órgãos e as entidades da
opinião das pessoas e entidades
Administração Pública Federal direta e
interessadas; e
indireta responsáveis pela saúde devem
II - considerar a necessidade de ser dispensar aos assuntos objeto deste
oferecido efetivo apoio às entidades Decreto tratamento prioritário e adequado,
privadas voltadas à integração social da viabilizando, sem prejuízo de outras, as
pessoa portadora de deficiência. seguintes medidas:

CAPÍTULO VII I - a promoção de ações preventivas,


como as referentes ao planejamento
Da Equiparação de Oportunidades
familiar, ao aconselhamento genético, ao
Art. 15. Os órgãos e as entidades da acompanhamento da gravidez, do parto e

Administração Pública Federal prestarão do puerpério, à nutrição da mulher e da


direta ou indiretamente à pessoa portadora criança, à identificação e ao controle da
de deficiência os seguintes serviços: gestante e do feto de alto risco, à
imunização, às doenças do metabolismo e
I - reabilitação integral, entendida seu diagnóstico, ao encaminhamento
como o desenvolvimento das precoce de outras doenças causadoras de
potencialidades da pessoa portadora de deficiência, e à detecção precoce das
deficiência, destinada a facilitar sua doenças crônico-degenerativas e a outras
atividade laboral, educativa e social; potencialmente incapacitantes;

II - formação profissional e qualificação II - o desenvolvimento de programas


para o trabalho; especiais de prevenção de acidentes
domésticos, de trabalho, de trânsito e
III - escolarização em
outros, bem como o desenvolvimento de
estabelecimentos de ensino regular com a
programa para tratamento adequado a suas
provisão dos apoios necessários, ou em
vítimas;
estabelecimentos de ensino especial; e
III - a criação de rede de serviços incapacidade e as destinadas a evitar sua
regionalizados, descentralizados e progressão ou derivação em outras
hierarquizados em crescentes níveis de incapacidades.
complexidade, voltada ao atendimento à
§ 2o A deficiência ou incapacidade
saúde e reabilitação da pessoa portadora
deve ser diagnosticada e caracterizada por
de deficiência, articulada com os serviços
equipe multidisciplinar de saúde, para fins
sociais, educacionais e com o trabalho;
de concessão de benefícios e serviços.
IV - a garantia de acesso da pessoa
§ 3o As ações de promoção da
portadora de deficiência aos
qualidade de vida da pessoa portadora de
estabelecimentos de saúde públicos e
deficiência deverão também assegurar a
privados e de seu adequado tratamento sob
igualdade de oportunidades no campo da
normas técnicas e padrões de conduta
saúde.
apropriados;
Art. 17. É beneficiária do processo de
V-a garantia de atendimento
reabilitação a pessoa que apresenta
domiciliar de saúde ao portador de
deficiência, qualquer que seja sua natureza,
deficiência grave não internado;
agente causal ou grau de severidade.
VI - o desenvolvimento de programas
§ 1o Considera-se reabilitação o
de saúde voltados para a pessoa portadora
processo de duração limitada e com
de deficiência, desenvolvidos com a
objetivo definido, destinado a permitir que a
participação da sociedade e que lhes
pessoa com deficiência alcance o nível
ensejem a inclusão social; e
físico, mental ou social funcional ótimo,
VII - o papel estratégico da atuação proporcionando-lhe os meios de modificar
dos agentes comunitários de saúde e das sua própria vida, podendo compreender
equipes de saúde da família na medidas visando a compensar a perda de
disseminação das práticas e estratégias de uma função ou uma limitação funcional e
reabilitação baseada na comunidade. facilitar ajustes ou reajustes sociais.

§ 1o Para os efeitos deste Decreto, § 2o Para efeito do disposto neste


prevenção compreende as ações e artigo, toda pessoa que apresente redução
medidas orientadas a evitar as causas das funcional devidamente diagnosticada por
deficiências que possam ocasionar equipe multiprofissional terá direito a
beneficiar-se dos processos de reabilitação III - equipamentos e elementos
necessários para corrigir ou modificar seu necessários à terapia e reabilitação da
estado físico, mental ou sensorial, quando pessoa portadora de deficiência;
este constitua obstáculo para sua
IV - equipamentos, maquinarias e
integração educativa, laboral e social.
utensílios de trabalho especialmente
Art. 18. Incluem-se na assistência desenhados ou adaptados para uso por
integral à saúde e reabilitação da pessoa pessoa portadora de deficiência;
portadora de deficiência a concessão de
V - elementos de mobilidade, cuidado
órteses, próteses, bolsas coletoras e
e higiene pessoal necessários para facilitar
materiais auxiliares, dado que tais
a autonomia e a segurança da pessoa
equipamentos complementam o
portadora de deficiência;
atendimento, aumentando as
possibilidades de independência e inclusão VI - elementos especiais para facilitar a
da pessoa portadora de deficiência. comunicação, a informação e a sinalização
para pessoa portadora de deficiência;
Art. 19. Consideram-se ajudas
técnicas, para os efeitos deste Decreto, os VII - equipamentos e material
elementos que permitem compensar uma pedagógico especial para educação,
ou mais limitações funcionais motoras, capacitação e recreação da pessoa
sensoriais ou mentais da pessoa portadora portadora de deficiência;
de deficiência, com o objetivo de permitir-
lhe superar as barreiras da comunicação e VIII - adaptações ambientais e outras

da mobilidade e de possibilitar sua plena que garantam o acesso, a melhoria

inclusão social. funcional e a autonomia pessoal; e

Parágrafo único. São ajudas técnicas: IX - bolsas coletoras para os


portadores de ostomia.
I - próteses auditivas, visuais e físicas;
Art. 20. É considerado parte integrante
II - órteses que favoreçam a do processo de reabilitação o provimento de
adequação funcional; medicamentos que favoreçam a
estabilidade clínica e funcional e auxiliem
na limitação da incapacidade, na
reeducação funcional e no controle das indireta responsáveis pela educação
lesões que geram incapacidades. dispensarão tratamento prioritário e
adequado aos assuntos objeto deste
Art. 21. O tratamento e a orientação
Decreto, viabilizando, sem prejuízo de
psicológica serão prestados durante as
outras, as seguintes medidas:
distintas fases do processo reabilitador,
destinados a contribuir para que a pessoa I - a matrícula compulsória em cursos
portadora de deficiência atinja o mais pleno regulares de estabelecimentos públicos e
desenvolvimento de sua personalidade. particulares de pessoa portadora de
deficiência capazes de se integrar na rede
Parágrafo único. O tratamento e os
regular de ensino;
apoios psicológicos serão simultâneos aos
tratamentos funcionais e, em todos os II - a inclusão, no sistema educacional,
casos, serão concedidos desde a da educação especial como modalidade de
comprovação da deficiência ou do início de educação escolar que permeia
um processo patológico que possa originá- transversalmente todos os níveis e as
la. modalidades de ensino;

Art. 22. Durante a reabilitação, será III - a inserção, no sistema


propiciada, se necessária, assistência em educacional, das escolas ou instituições
saúde mental com a finalidade de permitir especializadas públicas e privadas;
que a pessoa submetida a esta prestação
IV - a oferta, obrigatória e gratuita, da
desenvolva ao máximo suas capacidades.
educação especial em estabelecimentos
Art. 23. Será fomentada a realização públicos de ensino;
de estudos epidemiológicos e clínicos, com
V-o oferecimento obrigatório dos
periodicidade e abrangência adequadas, de
serviços de educação especial ao
modo a produzir informações sobre a
educando portador de deficiência em
ocorrência de deficiências e incapacidades.
unidades hospitalares e congêneres nas
Seção II quais esteja internado por prazo igual ou
superior a um ano; e
Do Acesso à Educação
VI - o acesso de aluno portador de
Art. 24. Os órgãos e as entidades da
deficiência aos benefícios conferidos aos
Administração Pública Federal direta e
demais educandos, inclusive material Art. 25. Os serviços de educação
escolar, transporte, merenda escolar e especial serão ofertados nas instituições de
bolsas de estudo. ensino público ou privado do sistema de
educação geral, de forma transitória ou
o
§ 1 Entende-se por educação
permanente, mediante programas de apoio
especial, para os efeitos deste Decreto, a
para o aluno que está integrado no sistema
modalidade de educação escolar oferecida
regular de ensino, ou em escolas
preferencialmente na rede regular de
especializadas exclusivamente quando a
ensino para educando com necessidades
educação das escolas comuns não puder
educacionais especiais, entre eles o
satisfazer as necessidades educativas ou
portador de deficiência.
sociais do aluno ou quando necessário ao
§ 2o A educação especial caracteriza- bem-estar do educando.
se por constituir processo flexível, dinâmico
Art. 26. As instituições hospitalares e
e individualizado, oferecido principalmente
congêneres deverão assegurar
nos níveis de ensino considerados
atendimento pedagógico ao educando
obrigatórios.
portador de deficiência internado nessas

§ 3o A educação do aluno com unidades por prazo igual ou superior a um


deficiência deverá iniciar-se na educação ano, com o propósito de sua inclusão ou
infantil, a partir de zero ano. manutenção no processo educacional.

§ 4o A educação especial contará com Art. 27. As instituições de ensino


equipe multiprofissional, com a adequada superior deverão oferecer adaptações de
especialização, e adotará orientações provas e os apoios necessários,
pedagógicas individualizadas. previamente solicitados pelo aluno portador
de deficiência, inclusive tempo adicional
o
§ 5 Quando da construção e reforma para realização das provas, conforme as
de estabelecimentos de ensino deverá ser características da deficiência.
observado o atendimento as normas
técnicas da Associação Brasileira de § 1o As disposições deste artigo
Normas Técnicas – ABNT relativas à aplicam-se, também, ao sistema geral do
acessibilidade. processo seletivo para ingresso em cursos
universitários de instituições de ensino
superior.
§ 2o O Ministério da Educação, no propiciar à pessoa portadora de deficiência,
âmbito da sua competência, expedirá em nível formal e sistematizado, aquisição
instruções para que os programas de de conhecimentos e habilidades
educação superior incluam nos seus especificamente associados a determinada
currículos conteúdos, itens ou disciplinas profissão ou ocupação.
relacionados à pessoa portadora de
§ 4o Os diplomas e certificados de
deficiência.
cursos de educação profissional expedidos
Art. 28. O aluno portador de por instituição credenciada pelo Ministério
deficiência matriculado ou egresso do da Educação ou órgão equivalente terão
ensino fundamental ou médio, de validade em todo o território nacional.
instituições públicas ou privadas, terá
Art. 29. As escolas e instituições de
acesso à educação profissional, a fim de
educação profissional oferecerão, se
obter habilitação profissional que lhe
necessário, serviços de apoio especializado
proporcione oportunidades de acesso ao
para atender às peculiaridades da pessoa
mercado de trabalho.
portadora de deficiência, tais como:
§ 1o A educação profissional para a
I- adaptação dos recursos
pessoa portadora de deficiência será
instrucionais: material pedagógico,
oferecida nos níveis básico, técnico e
equipamento e currículo;
tecnológico, em escola regular, em
instituições especializadas e nos ambientes II - capacitação dos recursos humanos:
de trabalho. professores, instrutores e profissionais
especializados; e
§ 2o As instituições públicas e privadas
que ministram educação profissional III - adequação dos recursos físicos:
deverão, obrigatoriamente, oferecer cursos eliminação de barreiras arquitetônicas,
profissionais de nível básico à pessoa ambientais e de comunicação.
portadora de deficiência, condicionando a
matrícula à sua capacidade de Seção III

aproveitamento e não a seu nível de


Da Habilitação e da Reabilitação
escolaridade.
Profissional

§ 3o Entende-se por habilitação


profissional o processo destinado a
Art. 30. A pessoa portadora de equipe multiprofissional, que deverá
deficiência, beneficiária ou não do Regime considerar:
Geral de Previdência Social, tem direito às
I - educação escolar efetivamente
prestações de habilitação e reabilitação
recebida e por receber;
profissional para capacitar-se a obter
trabalho, conservá-lo e progredir II - expectativas de promoção social;
profissionalmente.
III - possibilidades de emprego
Art. 31. Entende-se por habilitação e existentes em cada caso;
reabilitação profissional o processo
orientado a possibilitar que a pessoa IV - motivações, atitudes e

portadora de deficiência, a partir da preferências profissionais; e

identificação de suas potencialidades


V - necessidades do mercado de
laborativas, adquira o nível suficiente de
trabalho.
desenvolvimento profissional para ingresso
e reingresso no mercado de trabalho e Seção IV
participar da vida comunitária.
Do Acesso ao Trabalho
Art. 32. Os serviços de habilitação e
Art. 34. É finalidade primordial da
reabilitação profissional deverão estar
política de emprego a inserção da pessoa
dotados dos recursos necessários para
portadora de deficiência no mercado de
atender toda pessoa portadora de
trabalho ou sua incorporação ao sistema
deficiência, independentemente da origem
produtivo mediante regime especial de
de sua deficiência, desde que possa ser
trabalho protegido.
preparada para trabalho que lhe seja
adequado e tenha perspectivas de obter, Parágrafo único. Nos casos de
conservar e nele progredir. deficiência grave ou severa, o cumprimento
do disposto no caput deste artigo poderá
Art. 33. A orientação profissional será
ser efetivado mediante a contratação das
prestada pelos correspondentes serviços
cooperativas sociais de que trata a Lei
de habilitação e reabilitação profissional,
no 9.867, de 10 de novembro de 1999.
tendo em conta as potencialidades da
pessoa portadora de deficiência, Art. 35. São modalidades de inserção
identificadas com base em relatório de laboral da pessoa portadora de deficiência:
I - colocação competitiva: processo de adulto portador de deficiência em oficina
contratação regular, nos termos da protegida de produção ou terapêutica.
legislação trabalhista e previdenciária, que
§ 2o Consideram-se procedimentos
independe da adoção de procedimentos
especiais os meios utilizados para a
especiais para sua concretização, não
contratação de pessoa que, devido ao seu
sendo excluída a possibilidade de utilização
grau de deficiência, transitória ou
de apoios especiais;
permanente, exija condições especiais, tais
II - colocação seletiva: processo de como jornada variável, horário flexível,
contratação regular, nos termos da proporcionalidade de salário, ambiente de
legislação trabalhista e previdenciária, que trabalho adequado às suas especificidades,
depende da adoção de procedimentos e entre outros.
apoios especiais para sua concretização; e
§ 3o Consideram-se apoios especiais
III - promoção do trabalho por conta a orientação, a supervisão e as ajudas
própria: processo de fomento da ação de técnicas entre outros elementos que
uma ou mais pessoas, mediante trabalho auxiliem ou permitam compensar uma ou
autônomo, cooperativado ou em regime de mais limitações funcionais motoras,
economia familiar, com vista à sensoriais ou mentais da pessoa portadora
emancipação econômica e pessoal. de deficiência, de modo a superar as
barreiras da mobilidade e da comunicação,
§ 1o As entidades beneficentes de
possibilitando a plena utilização de suas
assistência social, na forma da lei, poderão
capacidades em condições de normalidade.
intermediar a modalidade de inserção
laboral de que tratam os incisos II e III, nos § 4o Considera-se oficina protegida de
seguintes casos: produção a unidade que funciona em
relação de dependência com entidade
I - na contratação para prestação de
pública ou beneficente de assistência
serviços, por entidade pública ou privada,
social, que tem por objetivo desenvolver
da pessoa portadora de deficiência física,
programa de habilitação profissional para
mental ou sensorial: e
adolescente e adulto portador de
II - na comercialização de bens e deficiência, provendo-o com trabalho
serviços decorrentes de programas de remunerado, com vista à emancipação
habilitação profissional de adolescente e econômica e pessoal relativa.
§ 5o Considera-se oficina protegida promover, em parceria com o tomador de
terapêutica a unidade que funciona em serviços, programas de prevenção de
relação de dependência com entidade doenças profissionais e de redução da
pública ou beneficente de assistência capacidade laboral, bem assim programas
social, que tem por objetivo a integração de reabilitação caso ocorram patologias ou
social por meio de atividades de adaptação se manifestem outras incapacidades.
e capacitação para o trabalho de
Art. 36. A empresa com cem ou mais
adolescente e adulto que devido ao seu
empregados está obrigada a preencher de
grau de deficiência, transitória ou
dois a cinco por cento de seus cargos com
permanente, não possa desempenhar
beneficiários da Previdência Social
atividade laboral no mercado competitivo de
reabilitados ou com pessoa portadora de
trabalho ou em oficina protegida de
deficiência habilitada, na seguinte
produção.
proporção:
§ 6o O período de adaptação e
I - até duzentos empregados, dois por
capacitação para o trabalho de adolescente
cento;
e adulto portador de deficiência em oficina
protegida terapêutica não caracteriza II - de duzentos e um a quinhentos
vínculo empregatício e está condicionado a empregados, três por cento;
processo de avaliação individual que
considere o desenvolvimento biopsicosocial III - de quinhentos e um a mil

da pessoa. empregados, quatro por cento; ou

§ 7o A prestação de serviços será feita IV - mais de mil empregados, cinco por

mediante celebração de convênio ou cento.

contrato formal, entre a entidade


§ 1o A dispensa de empregado na
beneficente de assistência social e o
condição estabelecida neste artigo, quando
tomador de serviços, no qual constará a
se tratar de contrato por prazo determinado,
relação nominal dos trabalhadores
superior a noventa dias, e a dispensa
portadores de deficiência colocados à
imotivada, no contrato por prazo
disposição do tomador.
indeterminado, somente poderá ocorrer

§ 8o A entidade que se utilizar do após a contratação de substituto em

processo de colocação seletiva deverá condições semelhantes.


§ 2o Considera-se pessoa portadora preenchidas, para fins de acompanhamento
de deficiência habilitada aquela que do disposto no caput deste artigo.
concluiu curso de educação profissional de
Art. 37. Fica assegurado à pessoa
nível básico, técnico ou tecnológico, ou
portadora de deficiência o direito de se
curso superior, com certificação ou
inscrever em concurso público, em
diplomação expedida por instituição pública
igualdade de condições com os demais
ou privada, legalmente credenciada pelo
candidatos, para provimento de cargo cujas
Ministério da Educação ou órgão
atribuições sejam compatíveis com a
equivalente, ou aquela com certificado de
deficiência de que é portador.
conclusão de processo de habilitação ou
reabilitação profissional fornecido pelo § 1o O candidato portador de
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. deficiência, em razão da necessária
igualdade de condições, concorrerá a todas
§ 3o Considera-se, também, pessoa
as vagas, sendo reservado no mínimo o
portadora de deficiência habilitada aquela
percentual de cinco por cento em face da
que, não tendo se submetido a processo de
classificação obtida.
habilitação ou reabilitação, esteja
capacitada para o exercício da função. § 2o Caso a aplicação do percentual
de que trata o parágrafo anterior resulte em
§ 4o A pessoa portadora de deficiência
número fracionado, este deverá ser elevado
habilitada nos termos dos §§ 2o e 3o deste
até o primeiro número inteiro subseqüente.
artigo poderá recorrer à intermediação de
órgão integrante do sistema público de Art. 38. Não se aplica o disposto no
emprego, para fins de inclusão laboral na artigo anterior nos casos de provimento de:
forma deste artigo.
I - cargo em comissão ou função de
o
§ 5 Compete ao Ministério do confiança, de livre nomeação e exoneração;
Trabalho e Emprego estabelecer e
sistemática de fiscalização, avaliação e
controle das empresas, bem como instituir II - cargo ou emprego público

procedimentos e formulários que propiciem integrante de carreira que exija aptidão

estatísticas sobre o número de empregados plena do candidato.

portadores de deficiência e de vagas


Art. 39. Os editais de concursos
públicos deverão conter:
I - o número de vagas existentes, bem condições diferenciadas de que necessita
como o total correspondente à reserva para a realização das provas.
destinada à pessoa portadora de
§ 2o O candidato portador de
deficiência;
deficiência que necessitar de tempo
II - as atribuições e tarefas essenciais adicional para realização das provas deverá
dos cargos; requerê-lo, com justificativa acompanhada
de parecer emitido por especialista da área
III - previsão de adaptação das provas,
de sua deficiência, no prazo estabelecido
do curso de formação e do estágio
no edital do concurso.
probatório, conforme a deficiência do
candidato; e Art. 41. A pessoa portadora de
deficiência, resguardadas as condições
IV - exigência de apresentação, pelo
especiais previstas neste Decreto,
candidato portador de deficiência, no ato da
participará de concurso em igualdade de
inscrição, de laudo médico atestando a
condições com os demais candidatos no
espécie e o grau ou nível da deficiência,
que concerne:
com expressa referência ao código
correspondente da Classificação I - ao conteúdo das provas;
Internacional de Doença - CID, bem como a
II - à avaliação e aos critérios de
provável causa da deficiência.
aprovação;
Art. 40. É vedado à autoridade
III - ao horário e ao local de aplicação
competente obstar a inscrição de pessoa
das provas; e
portadora de deficiência em concurso
público para ingresso em carreira da IV - à nota mínima exigida para todos
Administração Pública Federal direta e os demais candidatos.
indireta.
Art. 42. A publicação do resultado final
o
§ 1 No ato da inscrição, o candidato do concurso será feita em duas listas,
portador de deficiência que necessite de contendo, a primeira, a pontuação de todos
tratamento diferenciado nos dias do os candidatos, inclusive a dos portadores
concurso deverá requerê-lo, no prazo de deficiência, e a segunda, somente a
determinado em edital, indicando as pontuação destes últimos.
Art. 43. O órgão responsável pela Art. 44. A análise dos aspectos
realização do concurso terá a assistência relativos ao potencial de trabalho do
de equipe multiprofissional composta de candidato portador de deficiência
três profissionais capacitados e atuantes obedecerá ao disposto no art. 20 da Lei nº
nas áreas das deficiências em questão, 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
sendo um deles médico, e três profissionais
Art. 45. Serão implementados
integrantes da carreira almejada pelo
programas de formação e qualificação
candidato.
profissional voltados para a pessoa
§ 1o A equipe multiprofissional emitirá portadora de deficiência no âmbito do Plano
parecer observando: Nacional de Formação
Profissional - PLANFOR.
I - as informações prestadas pelo
candidato no ato da inscrição; Parágrafo único. Os programas de
formação e qualificação profissional para
II - a natureza das atribuições e tarefas
pessoa portadora de deficiência terão como
essenciais do cargo ou da função a
objetivos:
desempenhar;
I - criar condições que garantam a toda
III - a viabilidade das condições de
pessoa portadora de deficiência o direito a
acessibilidade e as adequações do
receber uma formação profissional
ambiente de trabalho na execução das
adequada;
tarefas;
II - organizar os meios de formação
IV - a possibilidade de uso, pelo
necessários para qualificar a pessoa
candidato, de equipamentos ou outros
portadora de deficiência para a inserção
meios que habitualmente utilize; e
competitiva no mercado laboral; e

V-a CID e outros padrões


III - ampliar a formação e qualificação
reconhecidos nacional e
profissional sob a base de educação geral
internacionalmente.
para fomentar o desenvolvimento
§ 2o A equipe multiprofissional harmônico da pessoa portadora de
avaliará a compatibilidade entre as deficiência, assim como para satisfazer as
atribuições do cargo e a deficiência do exigências derivadas do progresso técnico,
candidato durante o estágio probatório.
dos novos métodos de produção e da IV - estimular meios que facilitem o
evolução social e econômica. exercício de atividades desportivas entre a
pessoa portadora de deficiência e suas
Seção V
entidades representativas;

Da Cultura, do Desporto, do Turismo e


V - assegurar a acessibilidade às
do Lazer
instalações desportivas dos
Art. 46. Os órgãos e as entidades da estabelecimentos de ensino, desde o nível

Administração Pública Federal direta e pré-escolar até à universidade;

indireta responsáveis pela cultura, pelo


VI - promover a inclusão de atividades
desporto, pelo turismo e pelo lazer
desportivas para pessoa portadora de
dispensarão tratamento prioritário e
deficiência na prática da educação física
adequado aos assuntos objeto deste
ministrada nas instituições de ensino
Decreto, com vista a viabilizar, sem prejuízo
públicas e privadas;
de outras, as seguintes medidas:
VII - apoiar e promover a publicação e
I - promover o acesso da pessoa
o uso de guias de turismo com informação
portadora de deficiência aos meios de
adequada à pessoa portadora de
comunicação social;
deficiência; e

II - criar incentivos para o exercício de


VIII - estimular a ampliação do turismo
atividades criativas, mediante:
à pessoa portadora de deficiência ou com

a) participação da pessoa portadora de mobilidade reduzida, mediante a oferta de


deficiência em concursos de prêmios no instalações hoteleiras acessíveis e de
campo das artes e das letras; e serviços adaptados de transporte.

b) exposições, publicações e Art. 47. Os recursos do Programa


representações artísticas de pessoa Nacional de Apoio à Cultura financiarão,
portadora de deficiência; entre outras ações, a produção e a difusão
artístico-cultural de pessoa portadora de
III - incentivar a prática desportiva deficiência.
formal e não-formal como direito de cada
um e o lazer como forma de promoção Parágrafo único. Os projetos culturais
social; financiados com recursos federais,
inclusive oriundos de programas especiais Da Política de Capacitação de Profissionais
de incentivo à cultura, deverão facilitar o Especializados
livre acesso da pessoa portadora de
Art. 49. Os órgãos e as entidades da
deficiência, de modo a possibilitar-lhe o
Administração Pública Federal direta e
pleno exercício dos seus direitos culturais.
indireta, responsáveis pela formação de
Art. 48. Os órgãos e as entidades da recursos humanos, devem dispensar aos
Administração Pública Federal direta e assuntos objeto deste Decreto tratamento
indireta, promotores ou financiadores de prioritário e adequado, viabilizando, sem
atividades desportivas e de lazer, devem prejuízo de outras, as seguintes medidas:
concorrer técnica e financeiramente para
I- formação e qualificação de
obtenção dos objetivos deste Decreto.
professores de nível médio e superior para
Parágrafo único. Serão a educação especial, de técnicos de nível
prioritariamente apoiadas a manifestação médio e superior especializados na
desportiva de rendimento e a educacional, habilitação e reabilitação, e de instrutores e
compreendendo as atividades de: professores para a formação profissional;

I- desenvolvimento de recursos II - formação e qualificação


humanos especializados; profissional, nas diversas áreas de
conhecimento e de recursos humanos que
II - promoção de competições
atendam às demandas da pessoa portadora
desportivas internacionais, nacionais,
de deficiência; e
estaduais e locais;
III - incentivo à pesquisa e ao
III - pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico em todas as
desenvolvimento tecnológico,
áreas do conhecimento relacionadas com a
documentação e informação; e
pessoa portadora de deficiência.

IV - construção, ampliação,
CAPÍTULO IX
recuperação e adaptação de instalações
desportivas e de lazer. Da Acessibilidade na Administração Pública
Federal
CAPÍTULO VIII
Art. 50. Os órgãos e as entidades da
Administração Pública Federal direta e
indireta adotarão providências para garantir b) barreiras arquitetônicas na
a acessibilidade e a utilização dos bens e edificação: as existentes no interior dos
serviços, no âmbito de suas competências, edifícios públicos e privados; (Revogado
à pessoa portadora de deficiência ou com pelo Decreto nº 5.296, de 2004)
mobilidade reduzida, mediante a eliminação c) barreiras nas comunicações:
de barreiras arquitetônicas e obstáculos, qualquer entrave ou obstáculo que dificulte
bem como evitando a construção de novas ou impossibilite a expressão ou o
barreiras. (Revogado pelo Decreto nº recebimento de mensagens por intermédio
5.296, de 2004) dos meios ou sistemas de comunicação,
Art. 51. Para os efeitos deste Capítulo, sejam ou não de massa; (Revogado pelo
consideram-se:(Revogado pelo Decreto nº Decreto nº 5.296, de 2004)
5.296, de 2004) III - pessoa portadora de deficiência ou
I - acessibilidade: possibilidade e com mobilidade reduzida: a que temporária
condição de alcance para utilização, com ou permanentemente tenha limitada sua
segurança e autonomia, dos espaços, capacidade de relacionar-se com o meio
mobiliários e equipamentos urbanos, das ambiente e de utilizá-lo; (Revogado pelo
instalações e equipamentos esportivos, das Decreto nº 5.296, de 2004)
edificações, dos transportes e dos sistemas IV - elemento da urbanização:
e meios de comunicação, por pessoa qualquer componente das obras de
portadora de deficiência ou com mobilidade urbanização, tais como os referentes a
reduzida; (Revogado pelo Decreto nº pavimentação, saneamento, encanamentos
5.296, de 2004) para esgotos, distribuição de energia
II - barreiras: qualquer entrave ou elétrica, iluminação pública, abastecimento
obstáculo que limite ou impeça o acesso, a e distribuição de água, paisagismo e os que
liberdade de movimento e a circulação com materializam as indicações do
segurança das pessoas, classificadas em: planejamento urbanístico; e (Revogado
a) barreiras arquitetônicas pelo Decreto nº 5.296, de 2004)
urbanísticas: as existentes nas vias V - mobiliário urbano: o conjunto de
públicas e nos espaços de uso objetos existentes nas vias e espaços
público; (Revogado pelo Decreto nº 5.296, públicos, superpostos ou adicionados aos
de 2004) elementos da urbanização ou da edificação,
de forma que sua modificação ou translado
não provoque alterações substanciais circulação de pedestres, devidamente
nestes elementos, tais como semáforos, sinalizadas e com as especificações
postes de sinalização e similares, cabines técnicas de desenho e traçado segundo as
telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, normas da ABNT; (Revogado pelo Decreto
marquises, quiosques e quaisquer outros nº 5.296, de 2004)
de natureza análoga. (Revogado pelo II - pelo menos um dos acessos ao
Decreto nº 5.296, de 2004) interior da edificação deverá estar livre de
Art. 52. A construção, ampliação e barreiras arquitetônicas e de obstáculos
reforma de edifícios, praças e que impeçam ou dificultem a acessibilidade
equipamentos esportivos e de lazer, da pessoa portadora de deficiência ou com
públicos e privados, destinados ao uso mobilidade reduzida; (Revogado pelo
coletivo deverão ser executadas de modo Decreto nº 5.296, de 2004)
que sejam ou se tornem acessíveis à III - pelo menos um dos itinerários que
pessoa portadora de deficiência ou com comuniquem horizontal e verticalmente
mobilidade reduzida.(Revogado pelo todas as dependências e serviços do
Decreto nº 5.296, de 2004) edifício, entre si e com o exterior, cumprirá
Parágrafo único. Para os fins do os requisitos de acessibilidade; (Revogado
disposto neste artigo, na construção, pelo Decreto nº 5.296, de 2004)
ampliação ou reforma de edifícios, praças e IV - pelo menos um dos elevadores
equipamentos esportivos e de lazer, deverá ter a cabine, assim como sua porta
públicos e privados, destinados ao uso de entrada, acessíveis para pessoa
coletivo por órgãos da Administração portadora de deficiência ou com mobilidade
Pública Federal, deverão ser observados, reduzida, em conformidade com norma
pelo menos, os seguintes requisitos de técnica específica da ABNT; e (Revogado
acessibilidade: (Revogado pelo Decreto nº pelo Decreto nº 5.296, de 2004)
5.296, de 2004) V - os edifícios disporão, pelo menos,
I - nas áreas externas ou internas da de um banheiro acessível para cada
edificação, destinadas a garagem e a gênero, distribuindo-se seus equipamentos
estacionamento de uso público, serão e acessórios de modo que possam ser
reservados dois por cento do total das utilizados por pessoa portadora de
vagas à pessoa portadora de deficiência ou deficiência ou com mobilidade
com mobilidade reduzida, garantidas no
mínimo três, próximas dos acessos de
reduzida. (Revogado pelo Decreto nº finalidade de criar e manter bases de dados,
5.296, de 2004) reunir e difundir informação sobre a
Art. 53. As bibliotecas, os museus, os situação das pessoas portadoras de
locais de reuniões, conferências, aulas e deficiência e fomentar a pesquisa e o
outros ambientes de natureza similar estudo de todos os aspectos que afetem a
disporão de espaços reservados para vida dessas pessoas.
pessoa que utilize cadeira de rodas e de
Parágrafo único. Serão produzidas,
lugares específicos para pessoa portadora
periodicamente, estatísticas e informações,
de deficiência auditiva e visual, inclusive
podendo esta atividade realizar-se
acompanhante, de acordo com as normas
conjuntamente com os censos nacionais,
técnicas da ABNT, de modo a facilitar-lhes
pesquisas nacionais, regionais e locais, em
as condições de acesso, circulação e
estreita colaboração com universidades,
comunicação. (Revogado pelo Decreto nº
institutos de pesquisa e organizações para
5.296, de 2004)
pessoas portadoras de deficiência.
Art. 54. Os órgãos e as entidades da
Administração Pública Federal, no prazo de CAPÍTULO XI
três anos a partir da publicação deste
Das Disposições Finais e Transitórias
Decreto, deverão promover as adaptações,
eliminações e supressões de barreiras Art. 56. A Secretaria de Estado dos
arquitetônicas existentes nos edifícios e Direitos Humanos, com base nas diretrizes
espaços de uso público e naqueles que e metas do Plano Plurianual de
estejam sob sua administração ou Investimentos, por intermédio da CORDE,
uso.(Revogado pelo Decreto nº 5.296, de elaborará, em articulação com outros
2004) órgãos e entidades da Administração
Pública Federal, o Plano Nacional de Ações
CAPÍTULO X
Integradas na Área das Deficiências.
Do Sistema Integrado de Informações
Art. 57. Fica criada, no âmbito da
Art. 55. Fica instituído, no âmbito da Secretaria de Estado dos Direitos
Secretaria de Estado dos Direitos Humanos Humanos, comissão especial, com a
do Ministério da Justiça, o Sistema Nacional finalidade de apresentar, no prazo de cento
de Informações sobre Deficiência, sob a e oitenta dias, a contar de sua constituição,
responsabilidade da CORDE, com a propostas destinadas a:
I - implementar programa de formação Art. 58. A CORDE desenvolverá, em
profissional mediante a concessão de articulação com órgãos e entidades da
bolsas de qualificação para a pessoa Administração Pública Federal, programas
portadora de deficiência, com vistas a de facilitação da acessibilidade em sítios de
estimular a aplicação do disposto no art. 36; interesse histórico, turístico, cultural e
e desportivo, mediante a remoção de
barreiras físicas ou arquitetônicas que
II - propor medidas adicionais de
impeçam ou dificultem a locomoção de
estímulo à adoção de trabalho em tempo
pessoa portadora de deficiência ou com
parcial ou em regime especial para a
mobilidade reduzida.
pessoa portadora de deficiência.

Parágrafo único. A comissão especial


de que trata o caput deste artigo será
composta por um representante de cada
órgão e entidade a seguir indicados:

I - CORDE;

II - CONADE;

III - Ministério do Trabalho e Emprego;

IV - Secretaria de Estado de
Assistência Social do Ministério da
Previdência e Assistência Social;

V - Ministério da Educação;

VI - Ministério dos Transportes;

VII - Instituto de Pesquisa Econômica


Aplicada; e

VIII - INSS.
federal direta, autárquica e
Presidência da
fundacional e pelas
República
empresas estatais
Casa Civil
dependentes, e institui a
Subchefia para
Comissão Interministerial
Assuntos Jurídicos
de Sustentabilidade na
DECRETO Nº 7.746, DE 5 DE JUNHO DE Administração Pública -
2012 CISAP. (Redação
Regulamenta o art. 3o da dada pelo Decreto nº
Lei no 8.666, de 21 de 9.178, de 2017)
junho de 1993, para
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no
estabelecer critérios,
uso das atribuições que lhe confere o art.
práticas e diretrizes para a
84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da
promoção do
Constituição, e tendo em vista o disposto no
desenvolvimento nacional
art. 3o da Lei no 8.666, de 21 de junho de
sustentável nas
1993,
contratações realizadas
pela administração pública DECRETA:
federal, e institui a
Comissão Interministerial Art. 1o Este Decreto regulamenta o art.
de Sustentabilidade na 3o da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993,
Administração Pública – para estabelecer critérios, práticas e
CISAP. diretrizes gerais para a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável por
Regulamenta o art. 3º da meio das contratações realizadas pela
Lei nº 8.666, de 21 de administração pública federal direta,
junho de 1993, para autárquica e fundacional e pelas empresas
estabelecer critérios e estatais dependentes, e institui a Comissão
práticas para a promoção Interministerial de Sustentabilidade na
do desenvolvimento Administração Pública – CISAP.
nacional sustentável nas
contratações realizadas Art. 1º Este Decreto regulamenta o art.
pela administração pública 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
para estabelecer critérios e práticas para a Parágrafo único. A adequação da
promoção do desenvolvimento nacional especificação do objeto da contratação e
sustentável por meio das contratações das obrigações da contratada aos critérios
realizadas pela administração pública e às práticas de sustentabilidade será
federal direta, autárquica e fundacional e justificada nos autos, resguardado o caráter
pelas empresas estatais dependentes, e competitivo do certame.”
institui a Comissão Interministerial de (NR) (Redação dada pelo Decreto nº
Sustentabilidade na Administração Pública 9.178, de 2017) Vigência
- CISAP. (Redação dada pelo Art. 3o Os critérios e práticas de
Decreto nº 9.178, de 2017) sustentabilidade de que trata o art. 2o serão
Art. 2o A administração pública federal veiculados como especificação técnica do
direta, autárquica e fundacional e as objeto ou como obrigação da contratada.
empresas estatais dependentes poderão Parágrafo único. A CISAP poderá
adquirir bens e contratar serviços e obras propor à Secretaria de Logística e
considerando critérios e práticas de Tecnologia da Informação do Ministério do
sustentabilidade objetivamente definidos no Planejamento, Orçamento e Gestão o
instrumento convocatório, conforme o estabelecimento de outras formas de
disposto neste Decreto. veiculação dos critérios e práticas de
Parágrafo Único. A adoção de critérios sustentabilidade nas
e práticas de sustentabilidade deverá ser contratações. (Revogado pelo
justificada nos autos e preservar o caráter Decreto nº 9.178, de 2017)
competitivo do certame.
Art. 3º Os critérios e as práticas de
Art. 2º Na aquisição de bens e na sustentabilidade de que trata o art. 2º serão
contratação de serviços e obras, a publicados como especificação técnica do
administração pública federal direta, objeto, obrigação da contratada ou requisito
autárquica e fundacional e as empresas previsto em lei especial, de acordo com o
estatais dependentes adotarão critérios e disposto no inciso IV do caput do art. 30 da
práticas sustentáveis nos instrumentos Lei nº 8.666, de
convocatórios, observado o disposto neste 1993. (Redação dada pelo
Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº Decreto nº 9.178, de 2017)
9.178, de 2017) Vigência
Art. 4o São diretrizes de VII – origem ambientalmente regular
sustentabilidade, entre outras: dos recursos naturais utilizados nos bens,
serviços e obras.
Art. 4º Para os fins do disposto no art.
2º, são considerados critérios e práticas VII - origem sustentável dos recursos
sustentáveis, entre naturais utilizados nos bens, nos serviços e
outras: (Redação dada pelo nas obras; e (Redação dada
Decreto nº 9.178, de 2017) pelo Decreto nº 9.178, de 2017)

I – menor impacto sobre recursos VIII - utilização de produtos florestais


naturais como flora, fauna, ar, solo e água; madeireiros e não madeireiros originários
de manejo florestal sustentável ou de
I - baixo impacto sobre recursos
reflorestamento. (Incluído
naturais como flora, fauna, ar, solo e
pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
água; (Redação dada pelo
Decreto nº 9.178, de 2017) Art. 5º A administração pública federal
direta, autárquica e fundacional e as
II – preferência para materiais,
empresas estatais dependentes poderão
tecnologias e matérias-primas de origem
exigir no instrumento convocatório para a
local;
aquisição de bens que estes sejam
III – maior eficiência na utilização de constituídos por material reciclado, atóxico
recursos naturais como água e energia; ou biodegradável, entre outros critérios de
sustentabilidade.
IV – maior geração de empregos,
preferencialmente com mão de obra local; Art. 5º A administração pública federal
direta, autárquica e fundacional e as
V – maior vida útil e menor custo de empresas estatais dependentes poderão
manutenção do bem e da obra; exigir no instrumento convocatório para a
aquisição de bens que estes sejam
VI – uso de inovações que reduzam a
constituídos por material renovável,
pressão sobre recursos naturais; e
reciclado, atóxico ou biodegradável, entre
VI - uso de inovações que reduzam a outros critérios de
pressão sobre recursos sustentabilidade. (Redação
naturais; (Redação dada dada pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
Art. 6º As especificações e demais convocatório. (Redação dada
exigências do projeto básico ou executivo pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
para contratação de obras e serviços de
§ 1o Em caso de inexistência da
engenharia devem ser elaboradas, nos
certificação referida no caput, o
termos do art. 12 da Lei nº 8.666, de 1993,
instrumento convocatório estabelecerá que,
de modo a proporcionar a economia da
após a seleção da proposta e antes da
manutenção e operacionalização da
adjudicação do objeto, o contratante poderá
edificação e a redução do consumo de
realizar diligências para verificar a
energia e água, por meio de tecnologias,
adequação do bem ou serviço às
práticas e materiais que reduzam o impacto
exigências do instrumento convocatório.
ambiental.

o
§ 2o Caso o bem ou serviço seja
Art. 7 O instrumento convocatório
considerado inadequado em relação às
poderá prever que o contratado adote
exigências do instrumento convocatório, o
práticas de sustentabilidade na execução
contratante deverá apresentar razões
dos serviços contratados e critérios de
técnicas, assegurado o direito de
sustentabilidade no fornecimento dos
manifestação do licitante vencedor.
bens. (Revogado pelo Decreto
nº 9.178, de 2017) Art. 9o Fica instituída a Comissão
Interministerial de Sustentabilidade na
Art. 8o A comprovação das exigências
Administração Pública – CISAP, de
contidas no instrumento convocatório
natureza consultiva e caráter permanente,
poderá ser feita mediante certificação
vinculada à Secretaria de Logística e
emitida por instituição pública oficial ou
Tecnologia da Informação, com a finalidade
instituição credenciada, ou por qualquer
de propor a implementação de critérios,
outro meio definido no instrumento
práticas e ações de logística sustentável no
convocatório.
âmbito da administração pública federal
Art. 8º A comprovação das exigências direta, autárquica e fundacional e das
apresentadas no instrumento convocatório empresas estatais dependentes.
poderá ser feita por meio de certificação
Art. 9º Fica instituída a Comissão
emitida ou reconhecida por instituição
Interministerial de Sustentabilidade na
pública oficial ou instituição credenciada ou
Administração Pública - CISAP, de natureza
por outro meio definido no instrumento
consultiva e caráter permanente, vinculada
à Secretaria de Gestão do Ministério do II – um representante do Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Meio Ambiente, que exercerá a vice-
com a finalidade de propor a presidência;
implementação de critérios, práticas e
III – um representante da Casa Civil da
ações de logística sustentável no âmbito da
Presidência da República;
administração pública federal direta,
autárquica e fundacional e das empresas IV – um representante do Ministério de
estatais Minas e Energia;
dependentes. (Redação
dada pelo Decreto nº 9.178, de 2017) V – um representante do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Art. 10. A CISAP será composta por: Exterior;

Art. 10. A CISAP será composta pelos V - um representante do Ministério da


seguintes membros, titulares e Indústria, Comércio Exterior e
suplentes: (Redação dada Serviços; (Redação dada
pelo Decreto nº 9.178, de 2017) pelo Decreto nº 9.178, de 2017)

I – dois representantes do Ministério do VI – um representante do Ministério da


Planejamento, Orçamento e Gestão, sendo: Ciência, Tecnologia e Inovação;

I - um representante da Secretaria de VI - um representante do Ministério da


Gestão do Ministério do Planejamento, Ciência, Tecnologia, Inovações e
Desenvolvimento e Gestão, que a Comunicações; (Redação
presidirá; (Redação dada dada pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
VII – um representante do Ministério da
a) um representante da Secretaria de
Fazenda; e
Logística e Tecnologia da Informação, que
a presidirá; e (Revogado VIII – um representante da
pelo Decreto nº 9.178, de 2017) Controladoria-Geral da União.
b) um representante da Secretaria de
Orçamento VIII - um representante do Ministério da

Federal; (Revogado pelo Transparência e Controladoria-Geral da

Decreto nº 9.178, de 2017) União. (Redação dada pelo


Decreto nº 9.178, de 2017)
§ 1o Os membros titulares da CISAP b) regras para a elaboração dos Planos
deverão ocupar cargo de Secretário, Diretor de Gestão de Logística Sustentável, de que
ou cargos equivalentes no órgão que trata o art. 16, no prazo de noventa dias a
representam, possuindo cada um deles um partir da instituição da CISAP;
suplente.
b) regras para a elaboração dos Planos
§ 2o Os representantes, titulares e de Gestão de Logística Sustentável, de que
suplentes, dos órgãos referidos nos incisos trata o art. 16; (Redação dada
II a VIII do caput serão designados, no pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
prazo de trinta dias contado da data de
c) planos de incentivos para órgãos e
publicação deste Decreto, por ato do
entidades que se destacarem na execução
Ministro de Estado do Planejamento,
de seus Planos de Gestão de Logística
Orçamento e Gestão.
Sustentável; (Revogado
§ 2º Os representantes dos órgãos a pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
que se referem os incisos II a IV
d) critérios e práticas de
do caput serão designados, conforme
sustentabilidade nas aquisições,
estabelecido no regimento interno da
contratações, utilização dos recursos
CISAP. (Redação dada pelo
públicos, desfazimento e descarte;
Decreto nº 9.178, de 2017)
e) estratégias de sensibilização e
Art. 11. Compete à CISAP:
capacitação de servidores para a correta
I – propor à Secretaria de Logística e utilização dos recursos públicos e para a
Tecnologia da Informação: execução da gestão logística de forma
sustentável;
I - propor à Secretaria de Gestão do
Ministério do Planejamento, f) cronograma para a implantação de
Desenvolvimento e sistema integrado de informações para
Gestão: (Redação dada acompanhar a execução das ações de
pelo Decreto nº 9.178, de 2017) sustentabilidade; e

a) normas para elaboração de ações g) ações para a divulgação das práticas


de logística sustentável; de sustentabilidade; e

II – elaborar seu regimento interno.


II - elaborar seu regimento interno; como órgão central do Sistema de Serviços
e (Redação dada pelo Gerais – SISG, expedir normas
Decreto nº 9.178, de 2017) complementares sobre critérios e práticas
de sustentabilidade, a partir das
III - coordenar a implementação de
proposições da CISAP.
ações de logística
sustentável. (Incluído pelo Art. 15. Compete à Secretaria de
Decreto nº 9.178, de 2017) Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, como órgão
Art. 12. A CISAP poderá constituir
central do Sistema de Serviços Gerais -
Grupo de Apoio Técnico, formado por
SISG, expedir normas complementares
técnicos indicados pelos órgãos referidos
sobre critérios, práticas e ações de logística
no art. 10, com o objetivo de assessorá-la
sustentável. (Redação
no desempenho de suas funções, nos
dada pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
termos do seu regimento interno.
§ 1o As proposições da CISAP serão
Art. 12. A CISAP poderá constituir
avaliadas com base nas diretrizes gerais de
Grupos de Apoio Técnico, com o objetivo de
logística e compras da administração
assessorá-la no desempenho de suas
pública federal.
funções, nos termos do seu regimento
interno. (Redação dada pelo § 2o A Secretaria de Logística e
Decreto nº 9.178, de 2017) Tecnologia da Informação exercerá a
função de Secretaria-Executiva da CISAP.
Art. 13. Poderão ser convidados a
participar das reuniões da CISAP § 2º A Secretaria de Gestão do
especialistas, pesquisadores e Ministério do Planejamento,
representantes de órgãos e entidades Desenvolvimento e Gestão exercerá a
públicas ou privadas. função de Secretaria-Executiva da
CISAP. (Redação dada
Art. 14. A participação na CISAP é
pelo Decreto nº 9.178, de 2017)
considerada prestação de serviço público
relevante, não remunerada. Art. 16. A administração pública federal
direta, autárquica e fundacional e as
Art. 15. Compete à Secretaria de
empresas estatais dependentes deverão
Logística e Tecnologia da Informação,
elaborar e implementar Planos de Gestão
de Logística Sustentável, no prazo
estipulado pela Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação, prevendo, no
mínimo:

Art. 16. A administração pública


federal direta, autárquica e fundacional e as
empresas estatais dependentes deverão
elaborar e implementar Planos de Gestão
de Logística Sustentável, conforme ato
editado pela Secretaria de Gestão do
Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, que preverá, no
mínimo: (Redação dada pelo
Decreto nº 9.178, de 2017)

I – atualização do inventário de bens e


materiais do órgão e identificação de
similares de menor impacto ambiental para
substituição;

II – práticas de sustentabilidade e de
racionalização do uso de materiais e
serviços;

III – responsabilidades, metodologia de


implementação e avaliação do plano; e

IV – ações de divulgação,
conscientização e capacitação.
Presidência da sobre a composição, resiliência ou
República produtividade de ecossistemas naturais e
Casa Civil manejados, sobre o funcionamento de
Subchefia para sistemas socioeconômicos ou sobre a
Assuntos Jurídicos saúde e o bem-estar humanos;

LEI Nº 12.187, DE 29 DE DEZEMBRO DE III - emissões: liberação de gases de


2009. efeito estufa ou seus precursores na
atmosfera numa área específica e num
Mensagem de veto. Institui a Política
Nacional sobre período determinado;
(Vide Decreto de 15Mudança do Clima -
IV - fonte: processo ou atividade que
de setembro dePNMC e dá outras
libere na atmosfera gás de efeito estufa,
2010) providências.
aerossol ou precursor de gás de efeito

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faç estufa;

o saber que o Congresso Nacional decreta


V - gases de efeito estufa: constituintes
e eu sanciono a seguinte Lei:
gasosos, naturais ou antrópicos, que, na

Art. 1o Esta Lei institui a Política atmosfera, absorvem e reemitem radiação

Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC infravermelha;

e estabelece seus princípios, objetivos,


VI - impacto: os efeitos da mudança do
diretrizes e instrumentos.
clima nos sistemas humanos e naturais;

Art 2o Para os fins previstos nesta Lei,


VII - mitigação: mudanças e
entende-se por:
substituições tecnológicas que reduzam o

I - adaptação: iniciativas e medidas uso de recursos e as emissões por unidade

para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas de produção, bem como a implementação

naturais e humanos frente aos efeitos atuais de medidas que reduzam as emissões de

e esperados da mudança do clima; gases de efeito estufa e aumentem os


sumidouros;
II - efeitos adversos da mudança do
clima: mudanças no meio físico ou biota VIII - mudança do clima: mudança de

resultantes da mudança do clima que clima que possa ser direta ou indiretamente

tenham efeitos deletérios significativos atribuída à atividade humana que altere a


composição da atmosfera mundial e que se para a redução dos impactos decorrentes
some àquela provocada pela variabilidade das interferências antrópicas sobre o
climática natural observada ao longo de sistema climático;
períodos comparáveis;
II - serão tomadas medidas para
IX - sumidouro: processo, atividade ou prever, evitar ou minimizar as causas
mecanismo que remova da atmosfera gás identificadas da mudança climática com
de efeito estufa, aerossol ou precursor de origem antrópica no território nacional,
gás de efeito estufa; e sobre as quais haja razoável consenso por
parte dos meios científicos e técnicos
X - vulnerabilidade: grau de
ocupados no estudo dos fenômenos
suscetibilidade e incapacidade de um
envolvidos;
sistema, em função de sua sensibilidade,
capacidade de adaptação, e do caráter, III - as medidas tomadas devem levar
magnitude e taxa de mudança e variação do em consideração os diferentes contextos
clima a que está exposto, de lidar com os socioeconomicos de sua aplicação,
efeitos adversos da mudança do clima, distribuir os ônus e encargos decorrentes
entre os quais a variabilidade climática e os entre os setores econômicos e as
eventos extremos. populações e comunidades interessadas de
modo equitativo e equilibrado e sopesar as
Art. 3o A PNMC e as ações dela
responsabilidades individuais quanto à
decorrentes, executadas sob a
origem das fontes emissoras e dos efeitos
responsabilidade dos entes políticos e dos
ocasionados sobre o clima;
órgãos da administração pública,
observarão os princípios da precaução, da IV - o desenvolvimento sustentável é a
prevenção, da participação cidadã, do condição para enfrentar as alterações
desenvolvimento sustentável e o das climáticas e conciliar o atendimento às
responsabilidades comuns, porém necessidades comuns e particulares das
diferenciadas, este último no âmbito populações e comunidades que vivem no
internacional, e, quanto às medidas a serem território nacional;
adotadas na sua execução, será
V - as ações de âmbito nacional para o
considerado o seguinte:
enfrentamento das alterações climáticas,
I - todos têm o dever de atuar, em atuais, presentes e futuras, devem
benefício das presentes e futuras gerações, considerar e integrar as ações promovidas
no âmbito estadual e municipal por VII - à consolidação e à expansão das
entidades públicas e privadas; áreas legalmente protegidas e ao incentivo
aos reflorestamentos e à recomposição da
VI – (VETADO)
cobertura vegetal em áreas degradadas;

Art. 4o A Política Nacional sobre


VIII - ao estímulo ao desenvolvimento
Mudança do Clima - PNMC visará:
do Mercado Brasileiro de Redução de
I - à compatibilização do Emissões - MBRE.

desenvolvimento econômico-social com a


Parágrafo único. Os objetivos da
proteção do sistema climático;
Política Nacional sobre Mudança do Clima
II - à redução das emissões antrópicas deverão estar em consonância com o
de gases de efeito estufa em relação às desenvolvimento sustentável a fim de
suas diferentes fontes; buscar o crescimento econômico, a
erradicação da pobreza e a redução das
III – (VETADO); desigualdades sociais.

IV - ao fortalecimento das remoções Art. 5o São diretrizes da Política


antrópicas por sumidouros de gases de Nacional sobre Mudança do Clima:
efeito estufa no território nacional;
I - os compromissos assumidos pelo
V - à implementação de medidas para Brasil na Convenção-Quadro das Nações
promover a adaptação à mudança do clima Unidas sobre Mudança do Clima, no
pelas 3 (três) esferas da Federação, com a Protocolo de Quioto e nos demais
participação e a colaboração dos agentes documentos sobre mudança do clima dos
econômicos e sociais interessados ou quais vier a ser signatário;
beneficiários, em particular aqueles
especialmente vulneráveis aos seus efeitos II - as ações de mitigação da mudança
adversos; do clima em consonância com o
desenvolvimento sustentável, que sejam,
VI - à preservação, à conservação e à sempre que possível, mensuráveis para sua
recuperação dos recursos ambientais, com adequada quantificação e verificação a
particular atenção aos grandes biomas posteriori;
naturais tidos como Patrimônio Nacional;
III - as medidas de adaptação para VII - a utilização de instrumentos
reduzir os efeitos adversos da mudança do financeiros e econômicos para promover
clima e a vulnerabilidade dos sistemas ações de mitigação e adaptação à mudança
ambiental, social e econômico; do clima, observado o disposto no art. 6o;

IV - as estratégias integradas de VIII - a identificação, e sua articulação


mitigação e adaptação à mudança do clima com a Política prevista nesta Lei, de
nos âmbitos local, regional e nacional; instrumentos de ação governamental já
estabelecidos aptos a contribuir para
V - o estímulo e o apoio à participação
proteger o sistema climático;
dos governos federal, estadual, distrital e
municipal, assim como do setor produtivo, IX - o apoio e o fomento às atividades
do meio acadêmico e da sociedade civil que efetivamente reduzam as emissões ou
organizada, no desenvolvimento e na promovam as remoções por sumidouros de
execução de políticas, planos, programas e gases de efeito estufa;
ações relacionados à mudança do clima;
X - a promoção da cooperação
VI - a promoção e o desenvolvimento internacional no âmbito bilateral, regional e
de pesquisas científico-tecnológicas, e a multilateral para o financiamento, a
difusão de tecnologias, processos e capacitação, o desenvolvimento, a
práticas orientados a: transferência e a difusão de tecnologias e
processos para a implementação de ações
a) mitigar a mudança do clima por meio
de mitigação e adaptação, incluindo a
da redução de emissões antrópicas por
pesquisa científica, a observação
fontes e do fortalecimento das remoções
sistemática e o intercâmbio de informações;
antrópicas por sumidouros de gases de
efeito estufa; XI - o aperfeiçoamento da observação
sistemática e precisa do clima e suas
b) reduzir as incertezas nas projeções
manifestações no território nacional e nas
nacionais e regionais futuras da mudança
áreas oceânicas contíguas;
do clima;
XII - a promoção da disseminação de
c) identificar vulnerabilidades e adotar
informações, a educação, a capacitação e a
medidas de adaptação adequadas;
conscientização pública sobre mudança do
clima;
XIII - o estímulo e o apoio à estufa, incluindo alíquotas diferenciadas,
manutenção e à promoção: isenções, compensações e incentivos, a
serem estabelecidos em lei específica;
a) de práticas, atividades e tecnologias
de baixas emissões de gases de efeito VII - as linhas de crédito e
estufa; financiamento específicas de agentes
financeiros públicos e privados;
b) de padrões sustentáveis de
produção e consumo. VIII - o desenvolvimento de linhas de
pesquisa por agências de fomento;
o
Art. 6 São instrumentos da Política
Nacional sobre Mudança do IX - as dotações específicas para
Clima: (Regulamento) ações em mudança do clima no orçamento
da União;
I - o Plano Nacional sobre Mudança do
Clima; X - os mecanismos financeiros e
econômicos referentes à mitigação da
II - o Fundo Nacional sobre Mudança
mudança do clima e à adaptação aos
do Clima;
efeitos da mudança do clima que existam

III - os Planos de Ação para a no âmbito da Convenção-Quadro das


Prevenção e Controle do Desmatamento Nações Unidas sobre Mudança do Clima e
nos biomas; do Protocolo de Quioto;

IV - a Comunicação Nacional do Brasil XI - os mecanismos financeiros e


à Convenção-Quadro das Nações Unidas econômicos, no âmbito nacional, referentes
sobre Mudança do Clima, de acordo com os à mitigação e à adaptação à mudança do

critérios estabelecidos por essa Convenção clima;


e por suas Conferências das Partes;
XII - as medidas existentes, ou a serem
V - as resoluções da Comissão criadas, que estimulem o desenvolvimento
Interministerial de Mudança Global do de processos e tecnologias, que contribuam
Clima; para a redução de emissões e remoções de
gases de efeito estufa, bem como para a
VI - as medidas fiscais e tributárias adaptação, dentre as quais o
destinadas a estimular a redução das estabelecimento de critérios de preferência
emissões e remoção de gases de efeito
nas licitações e concorrências públicas, XVIII - a avaliação de impactos
compreendidas aí as parcerias público- ambientais sobre o microclima e o
privadas e a autorização, permissão, macroclima.
outorga e concessão para exploração de
Art. 7o Os instrumentos institucionais
serviços públicos e recursos naturais, para
para a atuação da Política Nacional de
as propostas que propiciem maior
Mudança do Clima incluem:
economia de energia, água e outros
recursos naturais e redução da emissão de I - o Comitê Interministerial sobre
gases de efeito estufa e de resíduos; Mudança do Clima;

XIII - os registros, inventários, II - a Comissão Interministerial de


estimativas, avaliações e quaisquer outros Mudança Global do Clima;
estudos de emissões de gases de efeito
estufa e de suas fontes, elaborados com III - o Fórum Brasileiro de Mudança do

base em informações e dados fornecidos Clima;

por entidades públicas e privadas;


IV - a Rede Brasileira de Pesquisas

XIV - as medidas de divulgação, sobre Mudanças Climáticas Globais - Rede

educação e conscientização; Clima;

XV - o monitoramento climático V - a Comissão de Coordenação das

nacional; Atividades de Meteorologia, Climatologia e


Hidrologia.
XVI - os indicadores de
sustentabilidade; Art. 8o As instituições financeiras
oficiais disponibilizarão linhas de crédito e
XVII - o estabelecimento de padrões financiamento específicas para desenvolver
ambientais e de metas, quantificáveis e ações e atividades que atendam aos
verificáveis, para a redução de emissões objetivos desta Lei e voltadas para induzir a
antrópicas por fontes e para as remoções conduta dos agentes privados à
antrópicas por sumidouros de gases de observância e execução da PNMC, no
efeito estufa; âmbito de suas ações e responsabilidades
sociais.
Art. 9o O Mercado Brasileiro de base, na indústria de papel e celulose, na
Redução de Emissões - MBRE será mineração, na indústria da construção civil,
operacionalizado em bolsas de nos serviços de saúde e na agropecuária,
mercadorias e futuros, bolsas de valores e com vistas em atender metas gradativas de
entidades de balcão organizado, redução de emissões antrópicas
autorizadas pela Comissão de Valores quantificáveis e verificáveis, considerando
Mobiliários - CVM, onde se dará a as especificidades de cada setor, inclusive
negociação de títulos mobiliários por meio do Mecanismo de
representativos de emissões de gases de Desenvolvimento Limpo - MDL e das Ações
efeito estufa evitadas certificadas. de Mitigação Nacionalmente Apropriadas -
NAMAs.
Art. 10. (VETADO)
Art. 12. Para alcançar os objetivos da
Art. 11. Os princípios, objetivos,
PNMC, o País adotará, como compromisso
diretrizes e instrumentos das políticas
nacional voluntário, ações de mitigação das
públicas e programas governamentais
emissões de gases de efeito estufa, com
deverão compatibilizar-se com os
vistas em reduzir entre 36,1% (trinta e seis
princípios, objetivos, diretrizes e
inteiros e um décimo por cento) e 38,9%
instrumentos desta Política Nacional sobre
(trinta e oito inteiros e nove décimos por
Mudança do Clima. (Regulamento)
cento) suas emissões projetadas até

Parágrafo único. Decreto do Poder 2020. (Regulamento)

Executivo estabelecerá, em consonância


Parágrafo único. A projeção das
com a Política Nacional sobre Mudança do
emissões para 2020 assim como o
Clima, os Planos setoriais de mitigação e de
detalhamento das ações para alcançar o
adaptação às mudanças climáticas visando
objetivo expresso no caput serão dispostos
à consolidação de uma economia de baixo
por decreto, tendo por base o segundo
consumo de carbono, na geração e
Inventário Brasileiro de Emissões e
distribuição de energia elétrica, no
Remoções Antrópicas de Gases de Efeito
transporte público urbano e nos sistemas
Estufa não Controlados pelo Protocolo de
modais de transporte interestadual de
Montreal, a ser concluído em 2010.
cargas e passageiros, na indústria de
transformação e na de bens de consumo
duráveis, nas indústrias químicas fina e de
Presidência da gerenciamento de resíduos sólidos,
República incluídos os perigosos, às
Casa Civil responsabilidades dos geradores e do
Subchefia para poder público e aos instrumentos
Assuntos Jurídicos econômicos aplicáveis.

LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. § 1o Estão sujeitas à observância


Institui a Política desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de
Nacional de direito público ou privado, responsáveis,
Resíduos Sólidos; direta ou indiretamente, pela geração de
altera a Lei resíduos sólidos e as que desenvolvam
Regulamento
no 9.605, de 12 de ações relacionadas à gestão integrada ou
fevereiro de 1998; ao gerenciamento de resíduos sólidos.
e dá outras
§ 2o Esta Lei não se aplica aos rejeitos
providências.
radioativos, que são regulados por

O PRESIDENTE DA legislação específica.

REPÚBLICA Faço saber que o Congresso


Art. 2o Aplicam-se aos resíduos
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
sólidos, além do disposto nesta Lei, nas
Lei:
Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de

TÍTULO I 2007, 9.974, de 6 de junho de 2000,


e 9.966, de 28 de abril de 2000, as normas
DISPOSIÇÕES GERAIS estabelecidas pelos órgãos do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do
CAPÍTULO I
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
DO OBJETO E DO CAMPO DE (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à
APLICAÇÃO Sanidade Agropecuária (Suasa) e do
Sistema Nacional de Metrologia,
o
Art. 1 Esta Lei institui a Política
Normalização e Qualidade Industrial
Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo
(Sinmetro).
sobre seus princípios, objetivos e
instrumentos, bem como sobre as diretrizes CAPÍTULO II
relativas à gestão integrada e ao
DEFINIÇÕES
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, públicas relacionadas aos resíduos
entende-se por: sólidos;

I - acordo setorial: ato de natureza VII - destinação final ambientalmente


contratual firmado entre o poder público e adequada: destinação de resíduos que
fabricantes, importadores, distribuidores ou inclui a reutilização, a reciclagem, a
comerciantes, tendo em vista a implantação compostagem, a recuperação e o
da responsabilidade compartilhada pelo aproveitamento energético ou outras
ciclo de vida do produto; destinações admitidas pelos órgãos
competentes do Sisnama, do SNVS e do
II - área contaminada: local onde há
Suasa, entre elas a disposição final,
contaminação causada pela disposição,
observando normas operacionais
regular ou irregular, de quaisquer
específicas de modo a evitar danos ou
substâncias ou resíduos;
riscos à saúde pública e à segurança e a

III - área órfã contaminada: área minimizar os impactos ambientais

contaminada cujos responsáveis pela adversos;

disposição não sejam identificáveis ou


VIII - disposição final ambientalmente
individualizáveis;
adequada: distribuição ordenada de rejeitos

IV - ciclo de vida do produto: série de em aterros, observando normas

etapas que envolvem o desenvolvimento do operacionais específicas de modo a evitar

produto, a obtenção de matérias-primas e danos ou riscos à saúde pública e à

insumos, o processo produtivo, o consumo segurança e a minimizar os impactos

e a disposição final; ambientais adversos;

V - coleta seletiva: coleta de resíduos IX - geradores de resíduos sólidos:

sólidos previamente segregados conforme pessoas físicas ou jurídicas, de direito

sua constituição ou composição; público ou privado, que geram resíduos


sólidos por meio de suas atividades, nelas
VI - controle social: conjunto de incluído o consumo;
mecanismos e procedimentos que
garantam à sociedade informações e X - gerenciamento de resíduos sólidos:

participação nos processos de formulação, conjunto de ações exercidas, direta ou

implementação e avaliação das políticas indiretamente, nas etapas de coleta,


transporte, transbordo, tratamento e atendimento das necessidades das
destinação final ambientalmente adequada gerações futuras;
dos resíduos sólidos e disposição final
XIV - reciclagem: processo de
ambientalmente adequada dos rejeitos, de
transformação dos resíduos sólidos que
acordo com plano municipal de gestão
envolve a alteração de suas propriedades
integrada de resíduos sólidos ou com plano
físicas, físico-químicas ou biológicas, com
de gerenciamento de resíduos sólidos,
vistas à transformação em insumos ou
exigidos na forma desta Lei;
novos produtos, observadas as condições e
XI - gestão integrada de resíduos os padrões estabelecidos pelos órgãos
sólidos: conjunto de ações voltadas para a competentes do Sisnama e, se couber, do
busca de soluções para os resíduos sólidos, SNVS e do Suasa;
de forma a considerar as dimensões
XV - rejeitos: resíduos sólidos que,
política, econômica, ambiental, cultural e
depois de esgotadas todas as
social, com controle social e sob a premissa
possibilidades de tratamento e recuperação
do desenvolvimento sustentável;
por processos tecnológicos disponíveis e
XII - logística reversa: instrumento de economicamente viáveis, não apresentem
desenvolvimento econômico e social outra possibilidade que não a disposição
caracterizado por um conjunto de ações, final ambientalmente adequada;
procedimentos e meios destinados a
XVI - resíduos sólidos: material,
viabilizar a coleta e a restituição dos
substância, objeto ou bem descartado
resíduos sólidos ao setor empresarial, para
resultante de atividades humanas em
reaproveitamento, em seu ciclo ou em
sociedade, a cuja destinação final se
outros ciclos produtivos, ou outra
procede, se propõe proceder ou se está
destinação final ambientalmente
obrigado a proceder, nos estados sólido ou
adequada;
semissólido, bem como gases contidos em
XIII - padrões sustentáveis de recipientes e líquidos cujas particularidades
produção e consumo: produção e consumo tornem inviável o seu lançamento na rede
de bens e serviços de forma a atender as pública de esgotos ou em corpos d’água, ou
necessidades das atuais gerações e exijam para isso soluções técnica ou
permitir melhores condições de vida, sem economicamente inviáveis em face da
comprometer a qualidade ambiental e o melhor tecnologia disponível;
XVII - responsabilidade compartilhada Art. 4o A Política Nacional de
pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de
atribuições individualizadas e encadeadas princípios, objetivos, instrumentos,
dos fabricantes, importadores, diretrizes, metas e ações adotados pelo
distribuidores e comerciantes, dos Governo Federal, isoladamente ou em
consumidores e dos titulares dos serviços regime de cooperação com Estados,
públicos de limpeza urbana e de manejo Distrito Federal, Municípios ou particulares,
dos resíduos sólidos, para minimizar o com vistas à gestão integrada e ao
volume de resíduos sólidos e rejeitos gerenciamento ambientalmente adequado
gerados, bem como para reduzir os dos resíduos sólidos.
impactos causados à saúde humana e à
Art. 5o A Política Nacional de
qualidade ambiental decorrentes do ciclo de
Resíduos Sólidos integra a Política
vida dos produtos, nos termos desta Lei;
Nacional do Meio Ambiente e articula-se
XVIII - reutilização: processo de com a Política Nacional de Educação
aproveitamento dos resíduos sólidos sem Ambiental, regulada pela Lei no 9.795, de
sua transformação biológica, física ou 27 de abril de 1999, com a Política Federal
físico-química, observadas as condições e de Saneamento Básico, regulada pela Lei
os padrões estabelecidos pelos órgãos nº 11.445, de 2007, e com a Lei no 11.107,
competentes do Sisnama e, se couber, do de 6 de abril de 2005.
SNVS e do Suasa;
CAPÍTULO II
XIX - serviço público de limpeza
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS
urbana e de manejo de resíduos sólidos:
conjunto de atividades previstas no art. 7º Art. 6o São princípios da Política
da Lei nº 11.445, de 2007. Nacional de Resíduos Sólidos:

TÍTULO II I - a prevenção e a precaução;

DA POLÍTICA NACIONAL DE II - o poluidor-pagador e o protetor-


RESÍDUOS SÓLIDOS recebedor;

CAPÍTULO I III - a visão sistêmica, na gestão dos


resíduos sólidos, que considere as variáveis
DISPOSIÇÕES GERAIS
ambiental, social, cultural, econômica, Art. 7o São objetivos da Política
tecnológica e de saúde pública; Nacional de Resíduos Sólidos:

IV - o desenvolvimento sustentável; I - proteção da saúde pública e da


qualidade ambiental;
V - a ecoeficiência, mediante a
compatibilização entre o fornecimento, a II - não geração, redução, reutilização,
preços competitivos, de bens e serviços reciclagem e tratamento dos resíduos
qualificados que satisfaçam as sólidos, bem como disposição final
necessidades humanas e tragam qualidade ambientalmente adequada dos rejeitos;
de vida e a redução do impacto ambiental e
III - estímulo à adoção de padrões
do consumo de recursos naturais a um
sustentáveis de produção e consumo de
nível, no mínimo, equivalente à capacidade
bens e serviços;
de sustentação estimada do planeta;

IV - adoção, desenvolvimento e
VI - a cooperação entre as diferentes
aprimoramento de tecnologias limpas como
esferas do poder público, o setor
forma de minimizar impactos ambientais;
empresarial e demais segmentos da
sociedade; V - redução do volume e da
periculosidade dos resíduos perigosos;
VII - a responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos; VI - incentivo à indústria da reciclagem,
tendo em vista fomentar o uso de matérias-
VIII - o reconhecimento do resíduo
primas e insumos derivados de materiais
sólido reutilizável e reciclável como um bem
recicláveis e reciclados;
econômico e de valor social, gerador de
trabalho e renda e promotor de cidadania; VII - gestão integrada de resíduos
sólidos;
IX - o respeito às diversidades locais e
regionais; VIII - articulação entre as diferentes
esferas do poder público, e destas com o
X - o direito da sociedade à informação
setor empresarial, com vistas à cooperação
e ao controle social;
técnica e financeira para a gestão integrada
XI - a razoabilidade e a de resíduos sólidos;
proporcionalidade.
IX - capacitação técnica continuada na voltados para a melhoria dos processos
área de resíduos sólidos; produtivos e ao reaproveitamento dos
resíduos sólidos, incluídos a recuperação e
X - regularidade, continuidade,
o aproveitamento energético;
funcionalidade e universalização da
prestação dos serviços públicos de limpeza XV - estímulo à rotulagem ambiental e
urbana e de manejo de resíduos sólidos, ao consumo sustentável.
com adoção de mecanismos gerenciais e
CAPÍTULO III
econômicos que assegurem a recuperação
dos custos dos serviços prestados, como DOS INSTRUMENTOS
forma de garantir sua sustentabilidade
operacional e financeira, observada a Lei nº Art. 8o São instrumentos da Política
11.445, de 2007; Nacional de Resíduos Sólidos, entre
outros:
XI - prioridade, nas aquisições e
contratações governamentais, para: I - os planos de resíduos sólidos;

a) produtos reciclados e recicláveis; II - os inventários e o sistema


declaratório anual de resíduos sólidos;
b) bens, serviços e obras que
considerem critérios compatíveis com III - a coleta seletiva, os sistemas de
padrões de consumo social e logística reversa e outras ferramentas
ambientalmente sustentáveis; relacionadas à implementação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo
XII - integração dos catadores de de vida dos produtos;
materiais reutilizáveis e recicláveis nas
ações que envolvam a responsabilidade IV - o incentivo à criação e ao
compartilhada pelo ciclo de vida dos desenvolvimento de cooperativas ou de
produtos; outras formas de associação de catadores
de materiais reutilizáveis e recicláveis;
XIII - estímulo à implementação da
avaliação do ciclo de vida do produto; V - o monitoramento e a fiscalização
ambiental, sanitária e agropecuária;
XIV - incentivo ao desenvolvimento de
sistemas de gestão ambiental e empresarial VI - a cooperação técnica e financeira
entre os setores público e privado para o
desenvolvimento de pesquisas de novos XVI - os acordos setoriais;
produtos, métodos, processos e
XVII - no que couber, os instrumentos
tecnologias de gestão, reciclagem,
da Política Nacional de Meio Ambiente,
reutilização, tratamento de resíduos e
entre eles: a) os padrões de qualidade
disposição final ambientalmente adequada
ambiental;
de rejeitos;

b) o Cadastro Técnico Federal de


VII - a pesquisa científica e
Atividades Potencialmente Poluidoras ou
tecnológica;
Utilizadoras de Recursos Ambientais;
VIII - a educação ambiental;
c) o Cadastro Técnico Federal de
IX - os incentivos fiscais, financeiros e Atividades e Instrumentos de Defesa
creditícios; Ambiental;

X - o Fundo Nacional do Meio d) a avaliação de impactos


Ambiente e o Fundo Nacional de ambientais;
Desenvolvimento Científico e Tecnológico;
e) o Sistema Nacional de Informação
XI - o Sistema Nacional de sobre Meio Ambiente (Sinima);
Informações sobre a Gestão dos Resíduos
f) o licenciamento e a revisão de
Sólidos (Sinir);
atividades efetiva ou potencialmente
XII - o Sistema Nacional de poluidoras;
Informações em Saneamento Básico
XVIII - os termos de compromisso e os
(Sinisa);
termos de ajustamento de conduta; XIX - o
XIII - os conselhos de meio ambiente incentivo à adoção de consórcios ou de
e, no que couber, os de saúde; outras formas de cooperação entre os entes
federados, com vistas à elevação das
XIV - os órgãos colegiados municipais
escalas de aproveitamento e à redução dos
destinados ao controle social dos serviços
custos envolvidos.
de resíduos sólidos urbanos;
TÍTULO III
XV - o Cadastro Nacional de
Operadores de Resíduos Perigosos;
DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS territórios, sem prejuízo das competências
RESÍDUOS SÓLIDOS de controle e fiscalização dos órgãos
federais e estaduais do Sisnama, do SNVS
CAPÍTULO I
e do Suasa, bem como da responsabilidade

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES do gerador pelo gerenciamento de


resíduos, consoante o estabelecido nesta
Art. 9o Na gestão e gerenciamento de Lei.
resíduos sólidos, deve ser observada a
seguinte ordem de prioridade: não geração, Art. 11. Observadas as diretrizes e

redução, reutilização, reciclagem, demais determinações estabelecidas nesta

tratamento dos resíduos sólidos e Lei e em seu regulamento, incumbe aos

disposição final ambientalmente adequada Estados:

dos rejeitos.
I - promover a integração da

§ 1o Poderão ser utilizadas organização, do planejamento e da

tecnologias visando à recuperação execução das funções públicas de interesse

energética dos resíduos sólidos urbanos, comum relacionadas à gestão dos resíduos

desde que tenha sido comprovada sua sólidos nas regiões metropolitanas,

viabilidade técnica e ambiental e com a aglomerações urbanas e microrregiões, nos

implantação de programa de termos da lei complementar estadual

monitoramento de emissão de gases prevista no § 3º do art. 25 da Constituição

tóxicos aprovado pelo órgão ambiental. Federal;

§ 2o A Política Nacional de Resíduos II - controlar e fiscalizar as atividades

Sólidos e as Políticas de Resíduos Sólidos dos geradores sujeitas a licenciamento

dos Estados, do Distrito Federal e dos ambiental pelo órgão estadual do Sisnama.

Municípios serão compatíveis com o


Parágrafo único. A atuação do Estado
o
disposto no caput e no § 1 deste artigo e
na forma do caput deve apoiar e priorizar
com as demais diretrizes estabelecidas
as iniciativas do Município de soluções
nesta Lei.
consorciadas ou compartilhadas entre 2

Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e (dois) ou mais Municípios.

aos Municípios a gestão integrada dos


Art. 12. A União, os Estados, o Distrito
resíduos sólidos gerados nos respectivos
Federal e os Municípios organizarão e
manterão, de forma conjunta, o Sistema gerados nessas atividades, excetuados os
Nacional de Informações sobre a Gestão referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado
e) resíduos dos serviços públicos de
com o Sinisa e o Sinima.
saneamento básico: os gerados nessas
Parágrafo único. Incumbe aos atividades, excetuados os referidos na
Estados, ao Distrito Federal e aos alínea “c”;
Municípios fornecer ao órgão federal
f) resíduos industriais: os gerados nos
responsável pela coordenação do Sinir
processos produtivos e instalações
todas as informações necessárias sobre os
industriais;
resíduos sob sua esfera de competência, na
forma e na periodicidade estabelecidas em g) resíduos de serviços de saúde: os
regulamento. gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e
resíduos sólidos têm a seguinte
do SNVS;
classificação:

h) resíduos da construção civil: os


I - quanto à origem:
gerados nas construções, reformas,
a) resíduos domiciliares: os originários reparos e demolições de obras de
de atividades domésticas em residências construção civil, incluídos os resultantes da
urbanas; preparação e escavação de terrenos para
obras civis;
b) resíduos de limpeza urbana: os
originários da varrição, limpeza de i) resíduos agrossilvopastoris: os
logradouros e vias públicas e outros gerados nas atividades agropecuárias e
serviços de limpeza urbana; silviculturais, incluídos os relacionados a
insumos utilizados nessas atividades;
c) resíduos sólidos urbanos: os
englobados nas alíneas “a” e “b”; j) resíduos de serviços de transportes:
os originários de portos, aeroportos,
d) resíduos de estabelecimentos
terminais alfandegários, rodoviários e
comerciais e prestadores de serviços: os
ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados Art. 14. São planos de resíduos
na atividade de pesquisa, extração ou sólidos:
beneficiamento de minérios;
I - o Plano Nacional de Resíduos
II - quanto à periculosidade: Sólidos;

a) resíduos perigosos: aqueles que, II - os planos estaduais de resíduos


em razão de suas características de sólidos;
inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
III - os planos microrregionais de
toxicidade, patogenicidade,
resíduos sólidos e os planos de resíduos
carcinogenicidade, teratogenicidade e
sólidos de regiões metropolitanas ou
mutagenicidade, apresentam significativo
aglomerações urbanas;
risco à saúde pública ou à qualidade
ambiental, de acordo com lei, regulamento IV - os planos intermunicipais de
ou norma técnica; resíduos sólidos;

b) resíduos não perigosos: aqueles V - os planos municipais de gestão


não enquadrados na alínea “a”. integrada de resíduos sólidos;

Parágrafo único. Respeitado o VI - os planos de gerenciamento de


disposto no art. 20, os resíduos referidos na resíduos sólidos.
alínea “d” do inciso I do caput, se
caracterizados como não perigosos, Parágrafo único. É assegurada ampla
podem, em razão de sua natureza, publicidade ao conteúdo dos planos de
composição ou volume, ser equiparados resíduos sólidos, bem como controle social
aos resíduos domiciliares pelo poder em sua formulação, implementação e
público municipal. operacionalização, observado o disposto
na Lei no 10.650, de 16 de abril de 2003, e
CAPÍTULO II no art. 47 da Lei nº 11.445, de 2007.

DOS PLANOS DE RESÍDUOS Seção II


SÓLIDOS
Do Plano Nacional de Resíduos
Seção I Sólidos

Disposições Gerais
Art. 15. A União elaborará, sob a VII - normas e condicionantes técnicas
coordenação do Ministério do Meio para o acesso a recursos da União, para a
Ambiente, o Plano Nacional de Resíduos obtenção de seu aval ou para o acesso a
Sólidos, com vigência por prazo recursos administrados, direta ou
indeterminado e horizonte de 20 (vinte) indiretamente, por entidade federal, quando
anos, a ser atualizado a cada 4 (quatro) destinados a ações e programas de
anos, tendo como conteúdo mínimo: interesse dos resíduos sólidos;

I - diagnóstico da situação atual dos VIII - medidas para incentivar e


resíduos sólidos; viabilizar a gestão regionalizada dos
resíduos sólidos;
II - proposição de cenários, incluindo
tendências internacionais e IX - diretrizes para o planejamento e
macroeconômicas; demais atividades de gestão de resíduos
sólidos das regiões integradas de
III - metas de redução, reutilização,
desenvolvimento instituídas por lei
reciclagem, entre outras, com vistas a
complementar, bem como para as áreas de
reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos
especial interesse turístico;
encaminhados para disposição final
ambientalmente adequada; X - normas e diretrizes para a
disposição final de rejeitos e, quando
IV - metas para o aproveitamento
couber, de resíduos;
energético dos gases gerados nas unidades
de disposição final de resíduos sólidos; XI - meios a serem utilizados para o
controle e a fiscalização, no âmbito
V - metas para a eliminação e
nacional, de sua implementação e
recuperação de lixões, associadas à
operacionalização, assegurado o controle
inclusão social e à emancipação econômica
social.
de catadores de materiais reutilizáveis e
recicláveis; Parágrafo único. O Plano Nacional de
Resíduos Sólidos será elaborado mediante
VI - programas, projetos e ações para
processo de mobilização e participação
o atendimento das metas previstas;
social, incluindo a realização de audiências
e consultas públicas.
Seção III seletiva, recuperação e reciclagem,
tratamento e destinação final dos resíduos
Dos Planos Estaduais de Resíduos
sólidos urbanos, a gestão de resíduos de
Sólidos
construção civil, de serviços de transporte,

Art. 16. A elaboração de plano de serviços de saúde, agrossilvopastoris ou

estadual de resíduos sólidos, nos termos outros resíduos, de acordo com as

previstos por esta Lei, é condição para os peculiaridades microrregionais.

Estados terem acesso a recursos da União,


Art. 17. O plano estadual de resíduos
ou por ela controlados, destinados a
sólidos será elaborado para vigência por
empreendimentos e serviços relacionados
prazo indeterminado, abrangendo todo o
à gestão de resíduos sólidos, ou para serem
território do Estado, com horizonte de
beneficiados por incentivos ou
atuação de 20 (vinte) anos e revisões a
financiamentos de entidades federais de
cada 4 (quatro) anos, e tendo como
crédito ou fomento para tal
conteúdo mínimo:
finalidade. (Vigência)
I - diagnóstico, incluída a identificação
o
§ 1 Serão priorizados no acesso aos
dos principais fluxos de resíduos no Estado
recursos da União referidos no caput os
e seus impactos socioeconômicos e
Estados que instituírem microrregiões,
ambientais;
o
consoante o § 3 do art. 25 da Constituição
Federal, para integrar a organização, o II - proposição de cenários;
planejamento e a execução das ações a
III - metas de redução, reutilização,
cargo de Municípios limítrofes na gestão
reciclagem, entre outras, com vistas a
dos resíduos sólidos.
reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos
§ 2o Serão estabelecidas em encaminhados para disposição final
regulamento normas complementares ambientalmente adequada;
sobre o acesso aos recursos da União na
IV - metas para o aproveitamento
forma deste artigo.
energético dos gases gerados nas unidades
§ 3o Respeitada a responsabilidade de disposição final de resíduos sólidos;
dos geradores nos termos desta Lei, as
V - metas para a eliminação e
microrregiões instituídas conforme previsto
recuperação de lixões, associadas à
no § 1o abrangem atividades de coleta
inclusão social e à emancipação econômica a) zonas favoráveis para a localização
de catadores de materiais reutilizáveis e de unidades de tratamento de resíduos
recicláveis; sólidos ou de disposição final de rejeitos;

VI - programas, projetos e ações para b) áreas degradadas em razão de


o atendimento das metas previstas; disposição inadequada de resíduos sólidos
ou rejeitos a serem objeto de recuperação
VII - normas e condicionantes técnicas
ambiental;
para o acesso a recursos do Estado, para a
obtenção de seu aval ou para o acesso de XII - meios a serem utilizados para o
recursos administrados, direta ou controle e a fiscalização, no âmbito
indiretamente, por entidade estadual, estadual, de sua implementação e
quando destinados às ações e programas operacionalização, assegurado o controle
de interesse dos resíduos sólidos; social.

VIII - medidas para incentivar e § 1o Além do plano estadual de


viabilizar a gestão consorciada ou resíduos sólidos, os Estados poderão
compartilhada dos resíduos sólidos; elaborar planos microrregionais de resíduos
sólidos, bem como planos específicos
IX - diretrizes para o planejamento e
direcionados às regiões metropolitanas ou
demais atividades de gestão de resíduos
às aglomerações urbanas.
sólidos de regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões; § 2o A elaboração e a implementação
pelos Estados de planos microrregionais de
X - normas e diretrizes para a
resíduos sólidos, ou de planos de regiões
disposição final de rejeitos e, quando
metropolitanas ou aglomerações urbanas,
couber, de resíduos, respeitadas as
em consonância com o previsto no § 1o, dar-
disposições estabelecidas em âmbito
se-ão obrigatoriamente com a participação
nacional;
dos Municípios envolvidos e não excluem

XI - previsão, em conformidade com os nem substituem qualquer das prerrogativas

demais instrumentos de planejamento a cargo dos Municípios previstas por esta

territorial, especialmente o zoneamento Lei.

ecológico-econômico e o zoneamento
§ 3o Respeitada a responsabilidade
costeiro, de:
dos geradores nos termos desta Lei, o
plano microrregional de resíduos sólidos que se inserirem de forma voluntária nos
deve atender ao previsto para o plano planos microrregionais de resíduos sólidos
estadual e estabelecer soluções integradas referidos no § 1o do art. 16;
para a coleta seletiva, a recuperação e a
II - implantarem a coleta seletiva com a
reciclagem, o tratamento e a destinação
participação de cooperativas ou outras
final dos resíduos sólidos urbanos e,
formas de associação de catadores de
consideradas as peculiaridades
materiais reutilizáveis e recicláveis
microrregionais, outros tipos de resíduos.
formadas por pessoas físicas de baixa
Seção IV renda.

Dos Planos Municipais de Gestão § 2o Serão estabelecidas em


Integrada de Resíduos Sólidos regulamento normas complementares
sobre o acesso aos recursos da União na
Art. 18. A elaboração de plano
forma deste artigo.
municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é Art. 19. O plano municipal de gestão
condição para o Distrito Federal e os integrada de resíduos sólidos tem o
Municípios terem acesso a recursos da seguinte conteúdo mínimo:
União, ou por ela controlados, destinados a
I - diagnóstico da situação dos
empreendimentos e serviços relacionados
resíduos sólidos gerados no respectivo
à limpeza urbana e ao manejo de resíduos
território, contendo a origem, o volume, a
sólidos, ou para serem beneficiados por
caracterização dos resíduos e as formas de
incentivos ou financiamentos de entidades
destinação e disposição final adotadas;
federais de crédito ou fomento para tal
finalidade. (Vigência) II - identificação de áreas favoráveis
para disposição final ambientalmente
§ 1o Serão priorizados no acesso aos
adequada de rejeitos, observado o plano
recursos da União referidos no caput os
diretor de que trata o § 1o do art. 182 da
Municípios que:
Constituição Federal e o zoneamento
I - optarem por soluções consorciadas ambiental, se houver;
intermunicipais para a gestão dos resíduos
III - identificação das possibilidades de
sólidos, incluída a elaboração e
implantação de soluções consorciadas ou
implementação de plano intermunicipal, ou
compartilhadas com outros Municípios, pertinentes da legislação federal e
considerando, nos critérios de economia de estadual;
escala, a proximidade dos locais
VIII - definição das responsabilidades
estabelecidos e as formas de prevenção
quanto à sua implementação e
dos riscos ambientais;
operacionalização, incluídas as etapas do
IV - identificação dos resíduos sólidos plano de gerenciamento de resíduos sólidos
e dos geradores sujeitos a plano de a que se refere o art. 20 a cargo do poder
gerenciamento específico nos termos do público;
art. 20 ou a sistema de logística reversa na
IX - programas e ações de capacitação
forma do art. 33, observadas as disposições
técnica voltados para sua implementação e
desta Lei e de seu regulamento, bem como
operacionalização;
as normas estabelecidas pelos órgãos do
Sisnama e do SNVS; X - programas e ações de educação
ambiental que promovam a não geração, a
V - procedimentos operacionais e
redução, a reutilização e a reciclagem de
especificações mínimas a serem adotados
resíduos sólidos;
nos serviços públicos de limpeza urbana e
de manejo de resíduos sólidos, incluída a XI - programas e ações para a
disposição final ambientalmente adequada participação dos grupos interessados, em
dos rejeitos e observada a Lei nº 11.445, de especial das cooperativas ou outras formas
2007; de associação de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis formadas por
VI - indicadores de desempenho
pessoas físicas de baixa renda, se houver;
operacional e ambiental dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de XII - mecanismos para a criação de
resíduos sólidos; fontes de negócios, emprego e renda,
mediante a valorização dos resíduos
VII - regras para o transporte e outras
sólidos;
etapas do gerenciamento de resíduos
sólidos de que trata o art. 20, observadas as XIII - sistema de cálculo dos custos da
normas estabelecidas pelos órgãos do prestação dos serviços públicos de limpeza
Sisnama e do SNVS e demais disposições urbana e de manejo de resíduos sólidos,
bem como a forma de cobrança desses
serviços, observada a Lei nº 11.445, de XIX - periodicidade de sua revisão,
2007; observado prioritariamente o período de
vigência do plano plurianual municipal.
XIV - metas de redução, reutilização,
coleta seletiva e reciclagem, entre outras, § 1o O plano municipal de gestão
com vistas a reduzir a quantidade de integrada de resíduos sólidos pode estar
rejeitos encaminhados para disposição final inserido no plano de saneamento básico
ambientalmente adequada; previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de
2007, respeitado o conteúdo mínimo
XV - descrição das formas e dos limites
previsto nos incisos do caput e observado
da participação do poder público local na
o disposto no § 2o, todos deste artigo.
coleta seletiva e na logística reversa,
respeitado o disposto no art. 33, e de outras § 2o Para Municípios com menos de
ações relativas à responsabilidade 20.000 (vinte mil) habitantes, o plano
compartilhada pelo ciclo de vida dos municipal de gestão integrada de resíduos
produtos; sólidos terá conteúdo simplificado, na forma
do regulamento.
XVI - meios a serem utilizados para o
controle e a fiscalização, no âmbito local, da § 3o O disposto no § 2o não se aplica
implementação e operacionalização dos a Municípios:
planos de gerenciamento de resíduos
I - integrantes de áreas de especial
sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas
interesse turístico;
de logística reversa previstos no art. 33;

II - inseridos na área de influência de


XVII - ações preventivas e corretivas a
empreendimentos ou atividades com
serem praticadas, incluindo programa de
significativo impacto ambiental de âmbito
monitoramento;
regional ou nacional;
XVIII - identificação dos passivos
III - cujo território abranja, total ou
ambientais relacionados aos resíduos
parcialmente, Unidades de Conservação.
sólidos, incluindo áreas contaminadas, e
respectivas medidas saneadoras; § 4o A existência de plano municipal
de gestão integrada de resíduos sólidos não
exime o Município ou o Distrito Federal do
licenciamento ambiental de aterros § 8o A inexistência do plano municipal
sanitários e de outras infraestruturas e de gestão integrada de resíduos sólidos não
instalações operacionais integrantes do pode ser utilizada para impedir a instalação
serviço público de limpeza urbana e de ou a operação de empreendimentos ou
manejo de resíduos sólidos pelo órgão atividades devidamente licenciados pelos
competente do Sisnama. órgãos competentes.

§ 5o Na definição de § 9o Nos termos do regulamento, o


responsabilidades na forma do inciso VIII Município que optar por soluções
do caput deste artigo, é vedado atribuir ao consorciadas intermunicipais para a gestão
serviço público de limpeza urbana e de dos resíduos sólidos, assegurado que o
manejo de resíduos sólidos a realização de plano intermunicipal preencha os requisitos
etapas do gerenciamento dos resíduos a estabelecidos nos incisos I a XIX
que se refere o art. 20 em desacordo com a do caput deste artigo, pode ser dispensado
respectiva licença ambiental ou com da elaboração de plano municipal de gestão
normas estabelecidas pelos órgãos do integrada de resíduos sólidos.
Sisnama e, se couber, do SNVS.
Seção V
§ 6o Além do disposto nos incisos I a
Do Plano de Gerenciamento de
XIX do caput deste artigo, o plano
Resíduos Sólidos
municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos contemplará ações específicas a Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de
serem desenvolvidas no âmbito dos órgãos plano de gerenciamento de resíduos
da administração pública, com vistas à sólidos:
utilização racional dos recursos ambientais,
ao combate a todas as formas de I - os geradores de resíduos sólidos
desperdício e à minimização da geração de previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k” do
resíduos sólidos. inciso I do art. 13;

§ 7o O conteúdo do plano municipal de II - os estabelecimentos comerciais e


gestão integrada de resíduos sólidos será de prestação de serviços que:
disponibilizado para o Sinir, na forma do
a) gerem resíduos perigosos;
regulamento.
b) gerem resíduos que, mesmo II - diagnóstico dos resíduos sólidos
caracterizados como não perigosos, por gerados ou administrados, contendo a
sua natureza, composição ou volume, não origem, o volume e a caracterização dos
sejam equiparados aos resíduos resíduos, incluindo os passivos ambientais
domiciliares pelo poder público municipal; a eles relacionados;

III - as empresas de construção civil, III - observadas as normas


nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama; SNVS e do Suasa e, se houver, o plano
municipal de gestão integrada de resíduos
IV - os responsáveis pelos terminais e
sólidos:
outras instalações referidas na alínea “j” do
inciso I do art. 13 e, nos termos do a) explicitação dos responsáveis por
regulamento ou de normas estabelecidas cada etapa do gerenciamento de resíduos
pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do sólidos;
SNVS, as empresas de transporte;
b) definição dos procedimentos
V - os responsáveis por atividades operacionais relativos às etapas do
agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão gerenciamento de resíduos sólidos sob
competente do Sisnama, do SNVS ou do responsabilidade do gerador;
Suasa.
IV - identificação das soluções
Parágrafo único. Observado o consorciadas ou compartilhadas com
disposto no Capítulo IV deste Título, serão outros geradores;
estabelecidas por regulamento exigências
V - ações preventivas e corretivas a
específicas relativas ao plano de
serem executadas em situações de
gerenciamento de resíduos perigosos.
gerenciamento incorreto ou acidentes;
Art. 21. O plano de gerenciamento de
VI - metas e procedimentos
resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo
relacionados à minimização da geração de
mínimo:
resíduos sólidos e, observadas as normas
I - descrição do empreendimento ou estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do
atividade; SNVS e do Suasa, à reutilização e
reciclagem;
VII - se couber, ações relativas à associação de catadores de materiais
responsabilidade compartilhada pelo ciclo reutilizáveis e recicláveis;
de vida dos produtos, na forma do art. 31;
II - critérios e procedimentos
VIII - medidas saneadoras dos simplificados para apresentação dos planos
passivos ambientais relacionados aos de gerenciamento de resíduos sólidos para
resíduos sólidos; microempresas e empresas de pequeno
porte, assim consideradas as definidas
IX - periodicidade de sua revisão,
nos incisos I e II do art. 3oda Lei
observado, se couber, o prazo de vigência
Complementar no 123, de 14 de dezembro
da respectiva licença de operação a cargo
de 2006, desde que as atividades por elas
dos órgãos do Sisnama.
desenvolvidas não gerem resíduos

§ 1o O plano de gerenciamento de perigosos.

resíduos sólidos atenderá ao disposto no


Art. 22. Para a elaboração,
plano municipal de gestão integrada de
implementação, operacionalização e
resíduos sólidos do respectivo Município,
monitoramento de todas as etapas do plano
sem prejuízo das normas estabelecidas
de gerenciamento de resíduos sólidos,
pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do
nelas incluído o controle da disposição final
Suasa.
ambientalmente adequada dos rejeitos,

§ 2o A inexistência do plano municipal será designado responsável técnico

de gestão integrada de resíduos sólidos não devidamente habilitado.

obsta a elaboração, a implementação ou a


Art. 23. Os responsáveis por plano de
operacionalização do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos
gerenciamento de resíduos sólidos.
manterão atualizadas e disponíveis ao

§ 3o Serão estabelecidos em órgão municipal competente, ao órgão

regulamento: licenciador do Sisnama e a outras


autoridades, informações completas sobre
I - normas sobre a exigibilidade e o a implementação e a operacionalização do
conteúdo do plano de gerenciamento de plano sob sua responsabilidade.
resíduos sólidos relativo à atuação de
cooperativas ou de outras formas de § 1o Para a consecução do disposto
no caput, sem prejuízo de outras
exigências cabíveis por parte das Disposições Gerais
autoridades, será implementado sistema
Art. 25. O poder público, o setor
declaratório com periodicidade, no mínimo,
empresarial e a coletividade são
anual, na forma do regulamento.
responsáveis pela efetividade das ações
§ 2o As informações referidas voltadas para assegurar a observância da
no caput serão repassadas pelos órgãos Política Nacional de Resíduos Sólidos e das
públicos ao Sinir, na forma do regulamento. diretrizes e demais determinações
estabelecidas nesta Lei e em seu
Art. 24. O plano de gerenciamento de
regulamento.
resíduos sólidos é parte integrante do
processo de licenciamento ambiental do Art. 26. O titular dos serviços públicos
empreendimento ou atividade pelo órgão de limpeza urbana e de manejo de resíduos
competente do Sisnama. sólidos é responsável pela organização e
prestação direta ou indireta desses
o
§ 1 Nos empreendimentos e
serviços, observados o respectivo plano
atividades não sujeitos a licenciamento
municipal de gestão integrada de resíduos
ambiental, a aprovação do plano de
sólidos, a Lei nº 11.445, de 2007, e as
gerenciamento de resíduos sólidos cabe à
disposições desta Lei e seu regulamento.
autoridade municipal competente.
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas
o
§ 2 No processo de licenciamento
referidas no art. 20 são responsáveis pela
o
ambiental referido no § 1 a cargo de órgão
implementação e operacionalização
federal ou estadual do Sisnama, será
integral do plano de gerenciamento de
assegurada oitiva do órgão municipal
resíduos sólidos aprovado pelo órgão
competente, em especial quanto à
competente na forma do art. 24.
disposição final ambientalmente adequada
de rejeitos. § 1o A contratação de serviços de
coleta, armazenamento, transporte,
CAPÍTULO III
transbordo, tratamento ou destinação final

DAS RESPONSABILIDADES DOS de resíduos sólidos, ou de disposição final

GERADORES E DO PODER PÚBLICO de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou


jurídicas referidas no art. 20 da
Seção I responsabilidade por danos que vierem a
ser provocados pelo gerenciamento Art. 30. É instituída a responsabilidade
inadequado dos respectivos resíduos ou compartilhada pelo ciclo de vida dos
rejeitos. produtos, a ser implementada de forma
individualizada e encadeada, abrangendo
o
§ 2 Nos casos abrangidos pelo art.
os fabricantes, importadores, distribuidores
20, as etapas sob responsabilidade do
e comerciantes, os consumidores e os
gerador que forem realizadas pelo poder
titulares dos serviços públicos de limpeza
público serão devidamente remuneradas
urbana e de manejo de resíduos sólidos,
pelas pessoas físicas ou jurídicas
consoante as atribuições e procedimentos
responsáveis, observado o disposto no §
previstos nesta Seção.
5o do art. 19.
Parágrafo único. A responsabilidade
Art. 28. O gerador de resíduos sólidos
compartilhada pelo ciclo de vida dos
domiciliares tem cessada sua
produtos tem por objetivo:
responsabilidade pelos resíduos com a
disponibilização adequada para a coleta ou, I - compatibilizar interesses entre os
nos casos abrangidos pelo art. 33, com a agentes econômicos e sociais e os
devolução. processos de gestão empresarial e
mercadológica com os de gestão ambiental,
Art. 29. Cabe ao poder público atuar,
desenvolvendo estratégias sustentáveis;
subsidiariamente, com vistas a minimizar ou
cessar o dano, logo que tome conhecimento II - promover o aproveitamento de
de evento lesivo ao meio ambiente ou à resíduos sólidos, direcionando-os para a
saúde pública relacionado ao sua cadeia produtiva ou para outras cadeias
gerenciamento de resíduos sólidos. produtivas;

Parágrafo único. Os responsáveis III - reduzir a geração de resíduos


pelo dano ressarcirão integralmente o poder sólidos, o desperdício de materiais, a
público pelos gastos decorrentes das ações poluição e os danos ambientais;
empreendidas na forma do caput.
IV - incentivar a utilização de insumos
Seção II de menor agressividade ao meio ambiente
e de maior sustentabilidade;
Da Responsabilidade Compartilhada
V - estimular o desenvolvimento de resíduos sólidos associados a seus
mercado, a produção e o consumo de respectivos produtos;
produtos derivados de materiais reciclados
III - recolhimento dos produtos e dos
e recicláveis;
resíduos remanescentes após o uso, assim
VI - propiciar que as atividades como sua subsequente destinação final
produtivas alcancem eficiência e ambientalmente adequada, no caso de
sustentabilidade; produtos objeto de sistema de logística
reversa na forma do art. 33;
VII - incentivar as boas práticas de
responsabilidade socioambiental. IV - compromisso de, quando firmados
acordos ou termos de compromisso com o
Art. 31. Sem prejuízo das obrigações
Município, participar das ações previstas no
estabelecidas no plano de gerenciamento
plano municipal de gestão integrada de
de resíduos sólidos e com vistas a fortalecer
resíduos sólidos, no caso de produtos ainda
a responsabilidade compartilhada e seus
não inclusos no sistema de logística
objetivos, os fabricantes, importadores,
reversa.
distribuidores e comerciantes têm
responsabilidade que abrange: Art. 32. As embalagens devem ser
fabricadas com materiais que propiciem a
I - investimento no desenvolvimento,
reutilização ou a reciclagem.
na fabricação e na colocação no mercado
de produtos: § 1o Cabe aos respectivos
responsáveis assegurar que as
a) que sejam aptos, após o uso pelo
embalagens sejam:
consumidor, à reutilização, à reciclagem ou
a outra forma de destinação I - restritas em volume e peso às
ambientalmente adequada; dimensões requeridas à proteção do
conteúdo e à comercialização do produto;
b) cuja fabricação e uso gerem a
menor quantidade de resíduos sólidos II - projetadas de forma a serem
possível; reutilizadas de maneira tecnicamente viável
e compatível com as exigências aplicáveis
II - divulgação de informações relativas
ao produto que contêm;
às formas de evitar, reciclar e eliminar os
III - recicladas, se a reutilização não for normas estabelecidas pelos órgãos do
possível. Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em
normas técnicas;
o
§2 O regulamento disporá sobre os
casos em que, por razões de ordem técnica II - pilhas e baterias;
ou econômica, não seja viável a aplicação
III - pneus;
do disposto no caput.

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e


§ 3o É responsável pelo atendimento
embalagens;
do disposto neste artigo todo aquele que:

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor


I - manufatura embalagens ou fornece
de sódio e mercúrio e de luz mista;
materiais para a fabricação de
embalagens; VI - produtos eletroeletrônicos e seus
componentes.
II - coloca em circulação embalagens,
materiais para a fabricação de embalagens § 1o Na forma do disposto em
ou produtos embalados, em qualquer fase regulamento ou em acordos setoriais e
da cadeia de comércio. termos de compromisso firmados entre o
poder público e o setor empresarial, os
Art. 33. São obrigados a estruturar e
sistemas previstos no caput serão
implementar sistemas de logística reversa,
estendidos a produtos comercializados em
mediante retorno dos produtos após o uso
embalagens plásticas, metálicas ou de
pelo consumidor, de forma independente do
vidro, e aos demais produtos e embalagens,
serviço público de limpeza urbana e de
considerando, prioritariamente, o grau e a
manejo dos resíduos sólidos, os
extensão do impacto à saúde pública e ao
fabricantes, importadores, distribuidores e
meio ambiente dos resíduos gerados.
comerciantes de: (Regulamento)

§ 2o A definição dos produtos e


I - agrotóxicos, seus resíduos e
embalagens a que se refere o §
embalagens, assim como outros produtos
1o considerará a viabilidade técnica e
cuja embalagem, após o uso, constitua
econômica da logística reversa, bem como
resíduo perigoso, observadas as regras de
o grau e a extensão do impacto à saúde
gerenciamento de resíduos perigosos
previstas em lei ou regulamento, em
pública e ao meio ambiente dos resíduos ou distribuidores, dos produtos e das
gerados. embalagens a que se referem os incisos I a
VI do caput, e de outros produtos ou
o
§ 3 Sem prejuízo de exigências
embalagens objeto de logística reversa, na
específicas fixadas em lei ou regulamento,
forma do § 1o.
em normas estabelecidas pelos órgãos do
Sisnama e do SNVS, ou em acordos § 5o Os comerciantes e distribuidores
setoriais e termos de compromisso firmados deverão efetuar a devolução aos
entre o poder público e o setor empresarial, fabricantes ou aos importadores dos
cabe aos fabricantes, importadores, produtos e embalagens reunidos ou
distribuidores e comerciantes dos produtos devolvidos na forma dos §§ 3o e 4o.
a que se referem os incisos II, III, V e VI ou
§ 6o Os fabricantes e os importadores
dos produtos e embalagens a que se
darão destinação ambientalmente
referem os incisos I e IV do caput e o §
adequada aos produtos e às embalagens
1otomar todas as medidas necessárias para
reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito
assegurar a implementação e
encaminhado para a disposição final
operacionalização do sistema de logística
ambientalmente adequada, na forma
reversa sob seu encargo, consoante o
estabelecida pelo órgão competente do
estabelecido neste artigo, podendo, entre
Sisnama e, se houver, pelo plano municipal
outras medidas:
de gestão integrada de resíduos sólidos.
I - implantar procedimentos de compra
§ 7o Se o titular do serviço público de
de produtos ou embalagens usados;
limpeza urbana e de manejo de resíduos
II - disponibilizar postos de entrega de sólidos, por acordo setorial ou termo de
resíduos reutilizáveis e recicláveis; compromisso firmado com o setor
empresarial, encarregar-se de atividades
III - atuar em parceria com
de responsabilidade dos fabricantes,
cooperativas ou outras formas de
importadores, distribuidores e comerciantes
associação de catadores de materiais
nos sistemas de logística reversa dos
reutilizáveis e recicláveis, nos casos de que
produtos e embalagens a que se refere este
trata o § 1o.
artigo, as ações do poder público serão

§ 4o Os consumidores deverão efetuar devidamente remuneradas, na forma

a devolução após o uso, aos comerciantes previamente acordada entre as partes.


§ 8o Com exceção dos consumidores, Art. 35. Sempre que estabelecido
todos os participantes dos sistemas de sistema de coleta seletiva pelo plano
logística reversa manterão atualizadas e municipal de gestão integrada de resíduos
disponíveis ao órgão municipal competente sólidos e na aplicação do art. 33, os
e a outras autoridades informações consumidores são obrigados a:
completas sobre a realização das ações
I - acondicionar adequadamente e de
sob sua responsabilidade.
forma diferenciada os resíduos sólidos
Art. 34. Os acordos setoriais ou gerados;
termos de compromisso referidos no inciso
II - disponibilizar adequadamente os
IV do caput do art. 31 e no § 1o do art. 33
resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis
podem ter abrangência nacional, regional,
para coleta ou devolução.
estadual ou municipal.

Parágrafo único. O poder público


§ 1o Os acordos setoriais e termos de
municipal pode instituir incentivos
compromisso firmados em âmbito nacional
econômicos aos consumidores que
têm prevalência sobre os firmados em
participam do sistema de coleta seletiva
âmbito regional ou estadual, e estes sobre
referido no caput, na forma de lei
os firmados em âmbito
municipal.
municipal. (Vide Decreto nº
9.177, de 2017) Art. 36. No âmbito da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo
§ 2o Na aplicação de regras
de vida dos produtos, cabe ao titular dos
concorrentes consoante o § 1o, os acordos
serviços públicos de limpeza urbana e de
firmados com menor abrangência
manejo de resíduos sólidos, observado, se
geográfica podem ampliar, mas não
houver, o plano municipal de gestão
abrandar, as medidas de proteção
integrada de resíduos sólidos:
ambiental constantes nos acordos setoriais
e termos de compromisso firmados com I - adotar procedimentos para
maior abrangência reaproveitar os resíduos sólidos
geográfica. (Vide Decreto nº reutilizáveis e recicláveis oriundos dos
9.177, de 2017) serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos;
II - estabelecer sistema de coleta reutilizáveis e recicláveis formadas por
seletiva; pessoas físicas de baixa renda, bem como
sua contratação.
III - articular com os agentes
econômicos e sociais medidas para § 2o A contratação prevista no § 1o é
viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos dispensável de licitação, nos termos
resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis do inciso XXVII do art. 24 da Lei no 8.666,
oriundos dos serviços de limpeza urbana e de 21 de junho de 1993.
de manejo de resíduos sólidos;
CAPÍTULO IV
IV - realizar as atividades definidas por
DOS RESÍDUOS PERIGOSOS
acordo setorial ou termo de compromisso
na forma do § 7o do art. 33, mediante a Art. 37. A instalação e o
devida remuneração pelo setor funcionamento de empreendimento ou
empresarial; atividade que gere ou opere com resíduos
perigosos somente podem ser autorizados
V - implantar sistema de compostagem
ou licenciados pelas autoridades
para resíduos sólidos orgânicos e articular
competentes se o responsável comprovar,
com os agentes econômicos e sociais
no mínimo, capacidade técnica e
formas de utilização do composto
econômica, além de condições para prover
produzido;
os cuidados necessários ao gerenciamento
VI - dar disposição final desses resíduos.
ambientalmente adequada aos resíduos e
Art. 38. As pessoas jurídicas que
rejeitos oriundos dos serviços públicos de
operam com resíduos perigosos, em
limpeza urbana e de manejo de resíduos
qualquer fase do seu gerenciamento, são
sólidos.
obrigadas a se cadastrar no Cadastro
§ 1o Para o cumprimento do disposto Nacional de Operadores de Resíduos
nos incisos I a IV do caput, o titular dos Perigosos.
serviços públicos de limpeza urbana e de
§ 1o O cadastro previsto
manejo de resíduos sólidos priorizará a
no caput será coordenado pelo órgão
organização e o funcionamento de
federal competente do Sisnama e
cooperativas ou de outras formas de
implantado de forma conjunta pelas
associação de catadores de materiais
autoridades federais, estaduais e § 2o Cabe às pessoas jurídicas
municipais. referidas no art. 38:

§ 2o Para o cadastramento, as I - manter registro atualizado e


pessoas jurídicas referidas facilmente acessível de todos os
no caput necessitam contar com procedimentos relacionados à
responsável técnico pelo gerenciamento implementação e à operacionalização do
dos resíduos perigosos, de seu próprio plano previsto no caput;
quadro de funcionários ou contratado,
II - informar anualmente ao órgão
devidamente habilitado, cujos dados serão
competente do Sisnama e, se couber, do
mantidos atualizados no cadastro.
SNVS, sobre a quantidade, a natureza e a
§ 3o O cadastro a que se refere destinação temporária ou final dos resíduos
o caput é parte integrante do Cadastro sob sua responsabilidade;
Técnico Federal de Atividades
III - adotar medidas destinadas a
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras
reduzir o volume e a periculosidade dos
de Recursos Ambientais e do Sistema de
resíduos sob sua responsabilidade, bem
Informações previsto no art. 12.
como a aperfeiçoar seu gerenciamento;
Art. 39. As pessoas jurídicas referidas
IV - informar imediatamente aos
no art. 38 são obrigadas a elaborar plano de
órgãos competentes sobre a ocorrência de
gerenciamento de resíduos perigosos e
acidentes ou outros sinistros relacionados
submetê-lo ao órgão competente do
aos resíduos perigosos.
Sisnama e, se couber, do SNVS, observado
o conteúdo mínimo estabelecido no art. 21 § 3o Sempre que solicitado pelos
e demais exigências previstas em órgãos competentes do Sisnama e do
regulamento ou em normas técnicas. SNVS, será assegurado acesso para
inspeção das instalações e dos
§ 1o O plano de gerenciamento de
procedimentos relacionados à
resíduos perigosos a que se refere
implementação e à operacionalização do
o caput poderá estar inserido no plano de
plano de gerenciamento de resíduos
gerenciamento de resíduos a que se refere
perigosos.
o art. 20.
§ 4o No caso de controle a cargo de contaminação, estes ressarcirão
órgão federal ou estadual do Sisnama e do integralmente o valor empregado ao poder
SNVS, as informações sobre o conteúdo, a público.
implementação e a operacionalização do
CAPÍTULO V
plano previsto no caput serão repassadas
ao poder público municipal, na forma do DOS INSTRUMENTOS
regulamento. ECONÔMICOS

Art. 40. No licenciamento ambiental de Art. 42. O poder público poderá


empreendimentos ou atividades que instituir medidas indutoras e linhas de
operem com resíduos perigosos, o órgão financiamento para atender,
licenciador do Sisnama pode exigir a prioritariamente, às iniciativas de:
contratação de seguro de responsabilidade
civil por danos causados ao meio ambiente I - prevenção e redução da geração de
ou à saúde pública, observadas as regras resíduos sólidos no processo produtivo;
sobre cobertura e os limites máximos de
II - desenvolvimento de produtos com
contratação fixados em regulamento.
menores impactos à saúde humana e à
Parágrafo único. O disposto qualidade ambiental em seu ciclo de vida;
no caput considerará o porte da empresa,
III - implantação de infraestrutura física
conforme regulamento.
e aquisição de equipamentos para
Art. 41. Sem prejuízo das iniciativas cooperativas ou outras formas de
de outras esferas governamentais, o associação de catadores de materiais
Governo Federal deve estruturar e manter reutilizáveis e recicláveis formadas por
instrumentos e atividades voltados para pessoas físicas de baixa renda;
promover a descontaminação de áreas
IV - desenvolvimento de projetos de
órfãs.
gestão dos resíduos sólidos de caráter
Parágrafo único. Se, após intermunicipal ou, nos termos do inciso I
descontaminação de sítio órfão realizada do caput do art. 11, regional;
com recursos do Governo Federal ou de
V - estruturação de sistemas de coleta
outro ente da Federação, forem
seletiva e de logística reversa;
identificados os responsáveis pela
VI - descontaminação de áreas II - projetos relacionados à
contaminadas, incluindo as áreas órfãs; responsabilidade pelo ciclo de vida dos
produtos, prioritariamente em parceria com
VII - desenvolvimento de pesquisas
cooperativas ou outras formas de
voltadas para tecnologias limpas aplicáveis
associação de catadores de materiais
aos resíduos sólidos;
reutilizáveis e recicláveis formadas por

VIII - desenvolvimento de sistemas de pessoas físicas de baixa renda;

gestão ambiental e empresarial voltados


III - empresas dedicadas à limpeza
para a melhoria dos processos produtivos e
urbana e a atividades a ela relacionadas.
ao reaproveitamento dos resíduos.
Art. 45. Os consórcios públicos
Art. 43. No fomento ou na concessão
constituídos, nos termos da Lei no 11.107,
de incentivos creditícios destinados a
de 2005, com o objetivo de viabilizar a
atender diretrizes desta Lei, as instituições
descentralização e a prestação de serviços
oficiais de crédito podem estabelecer
públicos que envolvam resíduos sólidos,
critérios diferenciados de acesso dos
têm prioridade na obtenção dos incentivos
beneficiários aos créditos do Sistema
instituídos pelo Governo Federal.
Financeiro Nacional para investimentos
produtivos. Art. 46. O atendimento ao disposto
neste Capítulo será efetivado em
Art. 44. A União, os Estados, o Distrito
consonância com a Lei Complementar nº
Federal e os Municípios, no âmbito de suas
101, de 2000 (Lei de Responsabilidade
competências, poderão instituir normas
Fiscal), bem como com as diretrizes e
com o objetivo de conceder incentivos
objetivos do respectivo plano plurianual, as
fiscais, financeiros ou creditícios,
metas e as prioridades fixadas pelas leis de
respeitadas as limitações da Lei
diretrizes orçamentárias e no limite das
o
Complementar n 101, de 4 de maio de
disponibilidades propiciadas pelas leis
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a:
orçamentárias anuais.

I - indústrias e entidades dedicadas à


CAPÍTULO VI
reutilização, ao tratamento e à reciclagem
de resíduos sólidos produzidos no território DAS PROIBIÇÕES
nacional;
Art. 47. São proibidas as seguintes Art. 48. São proibidas, nas áreas de
formas de destinação ou disposição final de disposição final de resíduos ou rejeitos, as
resíduos sólidos ou rejeitos: seguintes atividades:

I - lançamento em praias, no mar ou I - utilização dos rejeitos dispostos


em quaisquer corpos hídricos; como alimentação;

II - lançamento in natura a céu aberto, II - catação, observado o disposto no


excetuados os resíduos de mineração; inciso V do art. 17;

III - queima a céu aberto ou em III - criação de animais domésticos;


recipientes, instalações e equipamentos
IV - fixação de habitações temporárias
não licenciados para essa finalidade;
ou permanentes;
IV - outras formas vedadas pelo poder
V - outras atividades vedadas pelo
público.
poder público.
§ 1o Quando decretada emergência
Art. 49. É proibida a importação de
sanitária, a queima de resíduos a céu
resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem
aberto pode ser realizada, desde que
como de resíduos sólidos cujas
autorizada e acompanhada pelos órgãos
características causem dano ao meio
competentes do Sisnama, do SNVS e,
ambiente, à saúde pública e animal e à
quando couber, do Suasa.
sanidade vegetal, ainda que para
§ 2o Assegurada a devida tratamento, reforma, reúso, reutilização ou
impermeabilização, as bacias de recuperação.
decantação de resíduos ou rejeitos
TÍTULO IV
industriais ou de mineração, devidamente
licenciadas pelo órgão competente do DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E
Sisnama, não são consideradas corpos FINAIS
hídricos para efeitos do disposto no inciso I
do caput. Art. 50. A inexistência do regulamento
previsto no § 3o do art. 21 não obsta a
atuação, nos termos desta Lei, das
cooperativas ou outras formas de
associação de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis.
Presidência da de edifícios e nos meios de transporte e de
República comunicação.
Casa Civil
Art. 2o Para os fins desta Lei são
Subchefia para
estabelecidas as seguintes definições:
Assuntos Jurídicos
I – acessibilidade: possibilidade e
LEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE condição de alcance para utilização, com
2000. segurança e autonomia, dos espaços,
Estabelece normas mobiliários e equipamentos urbanos, das
gerais e critérios edificações, dos transportes e dos sistemas
básicos para a e meios de comunicação, por pessoa
promoção da portadora de deficiência ou com mobilidade
Regulamento reduzida;
acessibilidade das

Regulamento pessoas portadoras II – barreiras: qualquer entrave ou


de deficiência ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a
com mobilidade liberdade de movimento e a circulação com
reduzida, e dá outras segurança das pessoas, classificadas em:
providências. a) barreiras arquitetônicas urbanísticas:
as existentes nas vias públicas e nos
O PRESIDENTE DA
espaços de uso público;
REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
b) barreiras arquitetônicas na
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
edificação: as existentes no interior dos
Lei:
edifícios públicos e privados;
CAPÍTULO I c) barreiras arquitetônicas nos
transportes: as existentes nos meios de
DISPOSIÇÕES GERAIS
transportes;
Art. 1o Esta Lei estabelece normas d) barreiras nas comunicações:
gerais e critérios básicos para a promoção qualquer entrave ou obstáculo que dificulte
da acessibilidade das pessoas portadoras ou impossibilite a expressão ou o
de deficiência ou com mobilidade reduzida, recebimento de mensagens por intermédio
mediante a supressão de barreiras e de dos meios ou sistemas de comunicação,
obstáculos nas vias e espaços públicos, no sejam ou não de massa;
mobiliário urbano, na construção e reforma
III – pessoa portadora de deficiência ou comunicação, inclusive seus sistemas e
com mobilidade reduzida: a que temporária tecnologias, bem como de outros serviços e
ou permanentemente tem limitada sua instalações abertos ao público, de uso
capacidade de relacionar-se com o meio e público ou privados de uso coletivo, tanto na
de utilizá-lo; zona urbana como na rural, por pessoa com
IV – elemento da urbanização: qualquer deficiência ou com mobilidade
componente das obras de urbanização, tais reduzida; (Redação dada
como os referentes a pavimentação, pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
saneamento, encanamentos para esgotos,
II - barreiras: qualquer entrave,
distribuição de energia elétrica, iluminação
obstáculo, atitude ou comportamento que
pública, abastecimento e distribuição de
limite ou impeça a participação social da
água, paisagismo e os que materializam as
pessoa, bem como o gozo, a fruição e o
indicações do planejamento urbanístico;
exercício de seus direitos à acessibilidade,
V – mobiliário urbano: o conjunto de
à liberdade de movimento e de expressão,
objetos existentes nas vias e espaços
à comunicação, ao acesso à informação, à
públicos, superpostos ou adicionados aos
compreensão, à circulação com segurança,
elementos da urbanização ou da edificação,
entre outros, classificadas
de forma que sua modificação ou traslado
em: (Redação dada pela Lei
não provoque alterações substanciais
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
nestes elementos, tais como semáforos,
postes de sinalização e similares, cabines a) barreiras urbanísticas: as existentes
telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, nas vias e nos espaços públicos e privados
marquises, quiosques e quaisquer outros abertos ao público ou de uso
de natureza análoga; coletivo; (Redação dada pela
VI – ajuda técnica: qualquer elemento Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
que facilite a autonomia pessoal ou
b) barreiras arquitetônicas: as
possibilite o acesso e o uso de meio físico.
existentes nos edifícios públicos e
I - acessibilidade: possibilidade e privados; (Redação dada
condição de alcance para utilização, com pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
segurança e autonomia, de espaços,
c) barreiras nos transportes: as
mobiliários, equipamentos urbanos,
existentes nos sistemas e meios de
edificações, transportes, informação e
transportes; (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de V - acompanhante: aquele que
2015) (Vigência) acompanha a pessoa com deficiência,
podendo ou não desempenhar as funções
d) barreiras nas comunicações e na
de atendente
informação: qualquer entrave, obstáculo,
pessoal; (Redação dada
atitude ou comportamento que dificulte ou
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
impossibilite a expressão ou o recebimento
de mensagens e de informações por VI - elemento de urbanização:
intermédio de sistemas de comunicação e quaisquer componentes de obras de
de tecnologia da urbanização, tais como os referentes a
informação; (Redação dada pavimentação, saneamento, encanamento
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) para esgotos, distribuição de energia
elétrica e de gás, iluminação pública,
III - pessoa com deficiência: aquela que
serviços de comunicação, abastecimento e
tem impedimento de longo prazo de
distribuição de água, paisagismo e os que
natureza física, mental, intelectual ou
materializam as indicações do
sensorial, o qual, em interação com uma ou
planejamento
mais barreiras, pode obstruir sua
urbanístico; (Redação
participação plena e efetiva na sociedade
dada pela Lei nº 13.146, de
em igualdade de condições com as demais
2015) (Vigência)
pessoas; (Redação dada pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) VII - mobiliário urbano: conjunto de
objetos existentes nas vias e nos espaços
IV - pessoa com mobilidade reduzida:
públicos, superpostos ou adicionados aos
aquela que tenha, por qualquer motivo,
elementos de urbanização ou de edificação,
dificuldade de movimentação, permanente
de forma que sua modificação ou seu
ou temporária, gerando redução efetiva da
traslado não provoque alterações
mobilidade, da flexibilidade, da
substanciais nesses elementos, tais como
coordenação motora ou da percepção,
semáforos, postes de sinalização e
incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa
similares, terminais e pontos de acesso
com criança de colo e
coletivo às telecomunicações, fontes de
obeso; (Redação dada pela
água, lixeiras, toldos, marquises, bancos,
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
quiosques e quaisquer outros de natureza
análoga; (Incluído pela Lei necessidade de adaptação ou de projeto
nº 13.146, de 2015) (Vigência) específico, incluindo os recursos de
tecnologia
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda
assistiva. (Incluído pela Lei
técnica: produtos, equipamentos,
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
dispositivos, recursos, metodologias,
estratégias, práticas e serviços que CAPÍTULO II
objetivem promover a funcionalidade,
DOS ELEMENTOS DA URBANIZAÇÃO
relacionada à atividade e à participação da
pessoa com deficiência ou com mobilidade Art. 3o O planejamento e a urbanização
reduzida, visando à sua autonomia, das vias públicas, dos parques e dos
independência, qualidade de vida e demais espaços de uso público deverão ser
inclusão social; (Incluído concebidos e executados de forma a torná-
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) los acessíveis para as pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida.
IX - comunicação: forma de interação
dos cidadãos que abrange, entre outras Art. 3o O planejamento e a urbanização
opções, as línguas, inclusive a Língua das vias públicas, dos parques e dos
Brasileira de Sinais (Libras), a visualização demais espaços de uso público deverão ser
de textos, o Braille, o sistema de sinalização concebidos e executados de forma a torná-
ou de comunicação tátil, os caracteres los acessíveis para todas as pessoas,
ampliados, os dispositivos multimídia, inclusive para aquelas com deficiência ou
assim como a linguagem simples, escrita e com mobilidade
oral, os sistemas auditivos e os meios de reduzida. (Redação dada
voz digitalizados e os modos, meios e pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
formatos aumentativos e alternativos de
comunicação, incluindo as tecnologias da Parágrafo único. O passeio público,

informação e das elemento obrigatório de urbanização e parte

comunicações; (Incluído da via pública, normalmente segregado e

pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) em nível diferente, destina-se somente à


circulação de pedestres e, quando possível,
X - desenho universal: concepção de à implantação de mobiliário urbano e de
produtos, ambientes, programas e serviços vegetação. (Incluído pela
a serem usados por todas as pessoas, sem Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 4o As vias públicas, os parques e os privados de uso comunitário, nestes
demais espaços de uso público existentes, compreendidos os itinerários e as
assim como as respectivas instalações de passagens de pedestres, os percursos de
serviços e mobiliários urbanos deverão ser entrada e de saída de veículos, as escadas
adaptados, obedecendo-se ordem de e rampas, deverão observar os parâmetros
prioridade que vise à maior eficiência das estabelecidos pelas normas técnicas de
modificações, no sentido de promover mais acessibilidade da Associação Brasileira de
ampla acessibilidade às pessoas Normas Técnicas – ABNT.
portadoras de deficiência ou com
Art. 6o Os banheiros de uso público
mobilidade reduzida.
existentes ou a construir em parques,
Parágrafo único. Os parques de praças, jardins e espaços livres públicos
diversões, públicos e privados, devem deverão ser acessíveis e dispor, pelo
adaptar, no mínimo, 5% (cinco por cento) de menos, de um sanitário e um lavatório que
cada brinquedo e equipamento e identificá- atendam às especificações das normas
lo para possibilitar sua utilização por técnicas da ABNT.
pessoas com deficiência ou com mobilidade
Art. 7o Em todas as áreas de
reduzida, tanto quanto tecnicamente
estacionamento de veículos, localizadas
possível. (Incluído pela Lei nº
em vias ou em espaços públicos, deverão
11.982, de 2009)
ser reservadas vagas próximas dos
Parágrafo único. No mínimo 5% (cinco acessos de circulação de pedestres,
por cento) de cada brinquedo e devidamente sinalizadas, para veículos que
equipamento de lazer existentes nos locais transportem pessoas portadoras de
referidos no caput devem ser adaptados e deficiência com dificuldade de locomoção.
identificados, tanto quanto tecnicamente
Parágrafo único. As vagas a que se
possível, para possibilitar sua utilização por
refere o caput deste artigo deverão ser em
pessoas com deficiência, inclusive visual,
número equivalente a dois por cento do
ou com mobilidade
total, garantida, no mínimo, uma vaga,
reduzida. (Redação dada pela
devidamente sinalizada e com as
Lei nº 13.443, de 2017) (Vigência)
especificações técnicas de desenho e
Art. 5o O projeto e o traçado dos traçado de acordo com as normas técnicas
elementos de urbanização públicos e vigentes.
CAPÍTULO III Art. 10. Os elementos do mobiliário
urbano deverão ser projetados e instalados
DO DESENHO E DA LOCALIZAÇÃO DO
em locais que permitam sejam eles
MOBILIÁRIO URBANO
utilizados pelas pessoas portadoras de
Art. 8o Os sinais de tráfego, semáforos, deficiência ou com mobilidade reduzida.

postes de iluminação ou quaisquer outros


Art. 10-A. A instalação de qualquer
elementos verticais de sinalização que
mobiliário urbano em área de circulação
devam ser instalados em itinerário ou
comum para pedestre que ofereça risco de
espaço de acesso para pedestres deverão
acidente à pessoa com deficiência deverá
ser dispostos de forma a não dificultar ou
ser indicada mediante sinalização tátil de
impedir a circulação, e de modo que
alerta no piso, de acordo com as normas
possam ser utilizados com a máxima
técnicas
comodidade.
pertinentes. (Incluído pela
Art. 9o Os semáforos para pedestres Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

instalados nas vias públicas deverão estar


CAPÍTULO IV
equipados com mecanismo que emita sinal
sonoro suave, intermitente e sem DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS
estridência, ou com mecanismo alternativo, PÚBLICOS OU DE USO COLETIVO
que sirva de guia ou orientação para a
Art. 11. A construção, ampliação ou
travessia de pessoas portadoras de
reforma de edifícios públicos ou privados
deficiência visual, se a intensidade do fluxo
destinados ao uso coletivo deverão ser
de veículos e a periculosidade da via assim
executadas de modo que sejam ou se
determinarem.
tornem acessíveis às pessoas portadoras
Parágrafo único. Os semáforos para de deficiência ou com mobilidade reduzida.
pedestres instalados em vias públicas de
Parágrafo único. Para os fins do
grande circulação, ou que deem acesso aos
disposto neste artigo, na construção,
serviços de reabilitação, devem
ampliação ou reforma de edifícios públicos
obrigatoriamente estar equipados com
ou privados destinados ao uso coletivo
mecanismo que emita sinal sonoro suave
deverão ser observados, pelo menos, os
para orientação do
seguintes requisitos de acessibilidade:
pedestre. (Incluído pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I – nas áreas externas ou internas da para pessoas com deficiência auditiva e
edificação, destinadas a garagem e a visual, inclusive acompanhante, de acordo
estacionamento de uso público, deverão ser com a ABNT, de modo a facilitar-lhes as
reservadas vagas próximas dos acessos de condições de acesso, circulação e
circulação de pedestres, devidamente comunicação.
sinalizadas, para veículos que transportem
Art. 12-A. Os centros comerciais e os
pessoas portadoras de deficiência com
estabelecimentos congêneres devem
dificuldade de locomoção permanente;
fornecer carros e cadeiras de rodas,
II – pelo menos um dos acessos ao motorizados ou não, para o atendimento da
interior da edificação deverá estar livre de pessoa com deficiência ou com mobilidade
barreiras arquitetônicas e de obstáculos reduzida. (Incluído pela Lei nº
que impeçam ou dificultem a acessibilidade 13.146, de 2015) (Vigência)
de pessoa portadora de deficiência ou com
CAPÍTULO V
mobilidade reduzida;

DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS DE


III – pelo menos um dos itinerários que
USO PRIVADO
comuniquem horizontal e verticalmente
todas as dependências e serviços do Art. 13. Os edifícios de uso privado em
edifício, entre si e com o exterior, deverá que seja obrigatória a instalação de
cumprir os requisitos de acessibilidade de elevadores deverão ser construídos
que trata esta Lei; e atendendo aos seguintes requisitos
mínimos de acessibilidade:
IV – os edifícios deverão dispor, pelo
menos, de um banheiro acessível, I – percurso acessível que una as
distribuindo-se seus equipamentos e unidades habitacionais com o exterior e
acessórios de maneira que possam ser com as dependências de uso comum;
utilizados por pessoa portadora de
deficiência ou com mobilidade reduzida. II – percurso acessível que una a
edificação à via pública, às edificações e
Art. 12. Os locais de espetáculos, aos serviços anexos de uso comum e aos
conferências, aulas e outros de natureza edifícios vizinhos;
similar deverão dispor de espaços
reservados para pessoas que utilizam III – cabine do elevador e respectiva

cadeira de rodas, e de lugares específicos porta de entrada acessíveis para pessoas


portadoras de deficiência ou com DA ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS DE
mobilidade reduzida. COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO

Art. 14. Os edifícios a serem construídos Art. 17. O Poder Público promoverá a
com mais de um pavimento além do eliminação de barreiras na comunicação e
pavimento de acesso, à exceção das estabelecerá mecanismos e alternativas
habitações unifamiliares, e que não estejam técnicas que tornem acessíveis os sistemas
obrigados à instalação de elevador, de comunicação e sinalização às pessoas
deverão dispor de especificações técnicas portadoras de deficiência sensorial e com
e de projeto que facilitem a instalação de dificuldade de comunicação, para garantir-
um elevador adaptado, devendo os demais lhes o direito de acesso à informação, à
elementos de uso comum destes edifícios comunicação, ao trabalho, à educação, ao
atender aos requisitos de acessibilidade. transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.

Art. 15. Caberá ao órgão federal Art. 18. O Poder Público implementará a
responsável pela coordenação da política formação de profissionais intérpretes de
habitacional regulamentar a reserva de um escrita em braile, linguagem de sinais e de
percentual mínimo do total das habitações, guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo
conforme a característica da população de comunicação direta à pessoa portadora
local, para o atendimento da demanda de de deficiência sensorial e com dificuldade
pessoas portadoras de deficiência ou com de comunicação. Regulamento
mobilidade reduzida.
Art. 19. Os serviços de radiodifusão
CAPÍTULO VI sonora e de sons e imagens adotarão plano
de medidas técnicas com o objetivo de
DA ACESSIBILIDADE NOS VEÍCULOS DE
permitir o uso da linguagem de sinais ou
TRANSPORTE COLETIVO
outra subtitulação, para garantir o direito de
Art. 16. Os veículos de transporte acesso à informação às pessoas portadoras
coletivo deverão cumprir os requisitos de de deficiência auditiva, na forma e no prazo
acessibilidade estabelecidos nas normas previstos em regulamento.
técnicas específicas.
CAPÍTULO VIII

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES SOBRE AJUDAS
TÉCNICAS
Art. 20. O Poder Público promoverá a Art. 23. A Administração Pública federal
supressão de barreiras urbanísticas, direta e indireta destinará, anualmente,
arquitetônicas, de transporte e de dotação orçamentária para as adaptações,
comunicação, mediante ajudas técnicas. eliminações e supressões de barreiras
arquitetônicas existentes nos edifícios de
Art. 21. O Poder Público, por meio dos
uso público de sua propriedade e naqueles
organismos de apoio à pesquisa e das
que estejam sob sua administração ou uso.
agências de financiamento, fomentará
programas destinados: Parágrafo único. A implementação das
adaptações, eliminações e supressões de
I – à promoção de pesquisas científicas
barreiras arquitetônicas referidas no caput
voltadas ao tratamento e prevenção de
deste artigo deverá ser iniciada a partir do
deficiências;
primeiro ano de vigência desta Lei.
II – ao desenvolvimento tecnológico
Art. 24. O Poder Público promoverá
orientado à produção de ajudas técnicas
campanhas informativas e educativas
para as pessoas portadoras de deficiência;
dirigidas à população em geral, com a
III – à especialização de recursos finalidade de conscientizá-la e sensibilizá-la
humanos em acessibilidade. quanto à acessibilidade e à integração
social da pessoa portadora de deficiência
CAPÍTULO IX ou com mobilidade reduzida.

DAS MEDIDAS DE FOMENTO À Art. 25. As disposições desta Lei


ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS aplicam-se aos edifícios ou imóveis
declarados bens de interesse cultural ou de
Art. 22. É instituído, no âmbito da
valor histórico-artístico, desde que as
Secretaria de Estado de Direitos Humanos
modificações necessárias observem as
do Ministério da Justiça, o Programa
normas específicas reguladoras destes
Nacional de Acessibilidade, com dotação
bens.
orçamentária específica, cuja execução
será disciplinada em regulamento. Art. 26. As organizações
representativas de pessoas portadoras de
CAPÍTULO X
deficiência terão legitimidade para
DISPOSIÇÕES FINAIS acompanhar o cumprimento dos requisitos
de acessibilidade estabelecidos nesta Lei.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data
de sua publicação.

Brasília, 19 de dezembro de 2000;


179o da Independência e 112o da
República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


José Gregori

Este texto não substitui o publicado no DOU


de 20.12.2000

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