GUIA DE

COBRANÇA PARA
DESIGNERS
FREELA
Introdução ..............................................................................................................................................................3

A vida de freela .......................................................................................................................................................5

Saiba cobrar (e demitir clientes ruins) ...................................................................................................................8

Entenda seu custo por hora ..................................................................................................................................10

Aprenda a emitir notas fiscais...............................................................................................................................17

Cursos, cursos, cursos e mais cursos ...................................................................................................................17

Conclusão ..............................................................................................................................................................21

Sobre a MX Cursos ...............................................................................................................................................23

 INTRODUÇÃO
4

S
er freela faz parte do seu ser e não ter a liberdade
proporcionada por esse tipo de trabalho seria cortar a
essência da sua alma, certo?

Afinal, por que diabos você deveria pegar um trânsito infernal

para ficar preso em um escritório por várias horas no dia, sendo
subordinado de alguém que não entende as suas ideias?

Trabalhar de onde quiser, sem depender de horários fixos e agendas

apertadas são o que fazem da sua vida mais legal do que a daqueles
que te perguntam como você consegue “não ter um emprego”.
Pobres almas que não entendem a rotina de um freelancer!

Porém, vamos combinar que nem tudo são flores nesse voo solo,
né? Se você baixou este e-book é porque precisa melhorar a sua
gestão financeira ou, no mínimo, porque quer saber como aumentar
os seus ganhos.

Afinal, clientes que atrasam o pagamento, meses com poucos jobs

e falta de organização são apenas alguns dos principais problemas
que prejudicam a estabilidade financeira de um freelancer. Bem,
esteja você perdido ou não, continue a leitura e veja que lucrar mais
pode não ser algo tão misterioso assim!
 A VIDA DE FREELA
6

V
ocê recebe um job que precisa ser entregue em duas semanas e paga bem, então logo pensa: “legal, esse
mês eu compro meu computador novo”! Ok, talvez o dinheiro não dê pra isso, mas a felicidade compensa.
No entanto, depois dessas semanas os problemas começam. O cliente pede uma alteraçãozinha. “É algo
pequeno, bobo”, ele diz. E nunca é.

7
Na realidade, você vai precisar de,
pelo menos, duas noites viradas para
fazer essa “alteraçãozinha” e entregar
no prazo. Depois disso, o cliente vai
pedir mais alguma coisinha boba que
tomará outra noite de sono e a sua
credibilidade ainda vai diminuindo.
Afinal, como você não tinha
imaginado o que estava na cabeça
dele desde o início?!
No final das contas, o trabalho que
seria feito em duas semanas precisou de
três, sendo a última com a alimentação
baseada em pizza e fast food.
A VIDA DE FREELA
Para piorar, o cliente precisou pagar
outras coisas porque você não
entendeu o que era pra ser feito e
atrasou o trabalho. Ou seja, o dinheiro
só vem na quarta semana.
As suas contas atrasaram, os lanches
comeram uma boa parte daquele lucro
legal e agora é preciso correr para não
ficar no vermelho. É hora de arranjar
outro freela e torcer para que não seja
tão ruim quanto o último. Se for, que
Deus te acuda, mas saiba que você não
precisa sempre depender das forças
divinas para ter bons clientes.
Vejamos um pouco mais sobre isso...
 SAIBA COBRAR (E DEMITIR CLIENTES RUINS)
9

A
cima de tudo, você deve eliminar
a ideia de que precisa fazer um
serviço gratuito para não perder
o cliente — deixe estes de lado! Ok, você
pode até dar descontos aqui e ali caso o
seu relacionamento com ele seja MUITO
bom, mas não abra tanta margem para
isso. Afinal, quem sente o gostinho de
gastar menos uma vez, certamente vai
querer repeti-lo.

Tendo isso em mente, imagine um cliente

real. Ele pedirá um orçamento e logo virá
a dúvida na sua cabeça: “será que estou
cobrando caro ou barato demais?!”. Por
isso, tenha calma nessa hora! Antes
de orçar o seu serviço, pesquise sobre
os concorrentes. Entenda quanto eles
cobram e como eles cobram.

10
Além disso, veja aqueles que pedem um pouco
menos ou mais e descubra os motivos disso.
Só com esse breve estudo você já pode voltar a
conversar com o seu cliente tendo uma noção de
qual é o valor que merece. No entanto, espere
o próximo tópico, pois é nele que vamos nos
aprofundar mais nesse tema — agora o importante é
pensar na rotina de pagamentos.
Comece abominando a ideia de receber metade do
montante no início e outra metade no fim! Nesse
cenário, existem problemas relativos ao cliente como
a desistência quando o projeto está quase finalizado
(nem precisamos dizer que esse cliente merece ser
demitido, né?) e a exigência de novos detalhes que
não foram pedidos no início do contrato.
Da mesma forma, também existem percalços para o
freelancer, como o recebimento de muito dinheiro
num mês e nada no próximo, o que pode gerar uma
má administração dos recursos.
SAIBA COBRAR (E DEMITIR CLIENTES RUINS)
Para fugir disso, o trabalho pode ser dividido em
pequenas partes — cobre metade do valor no início e
o restante no fim de cada parte!
Sendo assim, imagine que seja preciso criar três
coisas e que cada uma delas necessite de quatro
horas. Aqui, você receberá depois de terminar uma
dessas partes e só vai começar a próxima quando
a anterior for paga! Dessa maneira, caso o cliente
desista no meio de alguma das fases, você perderá,
no máximo, quatro horas de trabalho.
Além disso, o contratante vai se envolver mais
com o projeto e também entenderá cada parte
do processo sabendo que, se pedir as “coisinhas
bobas” ditas no início do texto, precisará pagar o
valor das horas trabalhadas.
Por fim, você também terá uma noção maior de
quanto ganhará ao final de x horas, podendo
controlar melhor o seu dinheiro.

12
C
hegou o momento de aprofundar no tema
das horas trabalhadas. Então, coloquemos
tudo na ponta do lápis: primeiramente,
você precisa pagar as suas contas fixas como
supermercado, luz, água, telefone, internet,
etc. Além disso, também devem ser incluídas
as despesas relativas ao seu “negócio”, como o
investimento em softwares, hardwares e cursos.
É claro que esses últimos gastos são mais variáveis,
mas eles não devem deixar de constar nos seus
cálculos — afinal, a soma de ambos resultará no
mínimo que você precisa ganhar para sobreviver.
Feito isso, digamos que, mensalmente, as contas
fixas somaram R$ 1.300 e as variáveis R$ 700.
Agora, você deve pensar na margem de lucro que
deseja ter por mês. Se quiser ter R$ 1.000, logo,
precisará de R$ 3.000. Nesse cenário, caso queira
trabalhar 8h por dia em cinco dias por semana, sua
hora deverá custar R$ 18,75. Legal, já temos um
valor ideal em mente — agora entram as terríveis (ou
não) variáveis.
ENTENDA SEU CUSTO POR HORA
Lembra que falamos da concorrência? Pois é. Reflita
sobre ela e compare com o seu valor de mercado.
Se a média cobrada for de R$ 10 por hora, por que
o seu valor é mais caro? E se a média for de R$ 30,
por que é tão barato? Além disso, lembre-se que,
raramente, a vida de um freelancer é tão controlada
assim e que você dificilmente conseguirá trabalhar
nesse período ideal.
Talvez você faça jobs que só suprem cinco horas
diárias e precisará trabalhar para captar clientes nas
outras três — então o seu valor deverá subir para R$
30, ou a sua margem de lucro naquele mês cairá muito.
E aí voltamos à questão da concorrência: se a média
for de R$ 20 por hora, por que você cobra R$ 30?
No entanto, tenha calma, não desista! É claro que
nem tudo é tão ruim assim! Às vezes o freelancer
recebe tanto trabalho que pega todos, consegue
trabalhar as 8 horas por dia, ganha muito dinheiro
e fica feliz da vida! Aí chega um outro trabalho, dá
aquela vontade de pegar, mas é preciso pensar: você
vai dar conta?
 ENTENDA SEU CUSTO POR HORA
13

Lembre-se que, assim como os atrasos

de pagamentos são ruins para você,
entregas fora do prazo também são ruins
para o cliente! Elas podem gerar, no
mínimo, uma má reputação e, na pior das
hipóteses, um processo.

Então reflita bastante antes de pegar

outro job e pense em aumentar um
pouco o valor das suas horas. Afinal,
se tem tanta gente te procurando,
esse é um sinal de que você está à
frente da concorrência. Além disso, se
é para extrapolar os seus limites, que
seja para ganhar mais e que realmente
valha a pena, certo?
 APRENDA A EMITIR NOTAS FISCAIS
15

Q
uase todo freelancer já perdeu um trabalho por não emitir notas fiscais. Muitos também acreditam que
fazer isso exige muita burocracia. Que nada! Hoje em dia você pode ser um Microempreendedor Individual
(MEI), perdendo pouco tempo para garantir direitos que serão benéficos no presente e no futuro.

16
Antes de começarmos, é preciso
explicar que o cidadão só pode
se tornar MEI caso receba até R$
60.000 por ano (cerca de R$ 5.000
por mês) trabalhando em uma das
atividades listadas no Portal do
Empreendedor. Caso não se enquadre
na categoria, o profissional pode abrir
uma microempresa, que será tributada
pelo Simples Nacional com uma taxa
de 6% sobre os rendimentos.
Continuando, o MEI tem vários
benefícios, como a abertura de um
CNPJ (o que facilita empréstimos
bancários, além da emissão de notas
fiscais), a possibilidade de contratar
um funcionário com carteira assinada e
o direito à aposentadoria.
APRENDA A EMITIR NOTAS FISCAIS
Falando especificamente dessa última
vantagem, como um prestador de
serviços você deverá pagar R$ 49
mensalmente (valor referente ao ano
de 2016), sendo que R$ 44 vão para a
Previdência Social e os outros R$ 5 são
referentes à tributação.
Agora, o mais legal é tornar-se
um MEI é muito fácil. Basta ir à
página do Portal do Empreendedor,
clicar em “Quero me Formalizar” e
informar os dados requeridos, como
CPF, data de nascimento e outras
informações pessoais — além da área
de atividade principal e secundária,
caso tenha.
 CURSOS, CURSOS, CURSOS E MAIS CURSOS
18

É
aquela coisa: quem
sabe mais, cobra
mais. Existem
muitos iniciantes no
mercado que começam
fazendo trabalhos
gratuitos e/ou com
valores pequenos
porque ainda estão na
faculdade ou porque não
têm muitos jobs para
mostrar no portfólio.
Por mais que você já
tenha passado dessa
fase, não se esqueça
que você também deve
continuar estudando!

19
No âmbito profissional, é interessante
refletir: você já sabe fazer o básico
MUITO bem? Caso a resposta seja
negativa, não pule etapas e faça
um cronograma de estudos. Se os
seus objetivos são os de aprender
alguma linguagem de programação
e se aprofundar no design, procure
por cursos que se encaixem no
seu orçamento e na sua rotina e
concentre-se neles!
Além disso, tenha paciência. Nenhum
material fará de você o Chuck Norris
do tema da noite para o dia. Você
precisa absorver o conhecimento e
colocá-lo em prática para entender os
seus erros e acertos. Não existe um
segredo, a saída é simples: estude com
calma e paciência!
CURSOS, CURSOS, CURSOS E MAIS CURSOS
Já no âmbito pessoal, lembre-se
que investir em si mesmo também
é investir no seu serviço. Parece
estranho, mas pense que se você
estiver bem física e psicologicamente,
os resultados serão melhores.
Afinal, com tudo em cima você terá
mais concentração e energia para focar
tanto nos estudos quanto nos jobs.
Portanto, separe algum tempo dos
seus dias para cuidar da sua mente e
do seu corpo.
Faça yoga, vá a academia, toque
algum instrumento, aprenda alguma
língua... Enfim, qualquer coisa que te
faça se sentir bem e que te mantenha
em movimento!
 CONCLUSÃO
21

É
Você tem trabalhos para entregar
e já precisa parar de ler, certo?
Então, finalizamos este e-book
com um resumo breve do que foi
dito aqui, ok? Primeiramente, reflita
sobre o MEI e veja se isso é algo
vantajoso para você nesse momento.

Aderindo ou não ao regime, comece a fazer

as contas e planeje a sua vida levando em
consideração os cursos que devem ser
feitos. Depois, faça um mapeamento dos
seus concorrentes e defina o preço que
você cobrará pelas suas horas.

Agora, veja quais clientes podem ser

demitidos, caso tenha a possibilidade de
trabalhar com outros que se relacionem
melhor com você. Por fim, invista
nos cursos mapeados e na sua vida
pessoal — ou seja, invista em si mesmo
para trilhar um caminho profissional
saudável, estável e duradouro!