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Antes de uma definição significativa do pecado é válido buscar informações tanto no Velho
como no Novo Testamento, com a intenção de buscar informações que revelem a realidade
do pecado.
awon – iniqüidade;
Nos profetas do Antigo Testamento, o pecado é muito mais que uma violação de
regras, mas significa o rompimento de um relacionamento pessoal com Deus. Isso
poder ser observado em Is.59.2:
Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.
Assim, no Velho Testamento é claro que pecado é visto como uma transgressão
direta à Lei de Deus, evidenciado por um erro moral que torna culpado diante de
Deus.
Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que
habita em mim.
Segue-se que no Novo Testamento podemos perceber que o pecado é não acertar o
alvo correto. Ou seja, não é um ato passivo, mas uma intenção determinada em não
se conformar com a Lei preestabelecida. Assim, após observar o uso das palavras,
uma definição de pecado pode ser assim esboçada:
“Tudo aquilo que não redunda em, ou contribui para, a Glória de Deus. É um mal
orientado contra Deus, que envolve ato, natureza e culpa[1]“. (cf. 1Jo.3.4)
Ato
TEXTOS IMPLICAÇÕES
1Jo.1.10 O cristão não está livra da prática do pecado.
Mas, a essa altura é necessário que se diga que a disposição de Deus em perdoar
não serve como desculpa, ou estímulo para a prática do pecado:
Todo aquele que permanece nele [em Cristo] não vive pecando; todo aquele que
vive pecando não o viu, nem o conheceu (…) Aquele que pratica[3] o pecado
procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se
manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é
nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a
divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
(1Jo.2.7-9).
Natureza
Mas é importante ressaltar que não atinge apenas o homem como um todo, mas
todo homem. Dessa forma, todo ser humano possui de maneira completa esta
inclinação. Ou seja, “não é simplesmente que somos pecadores por que pecamos;
[mas] pecamos por que somos pecadores[4]”. É o que Paulo afirma em Ef.2.3: “e
éramos, por natureza, filhos da ira[5], como também os demais“.
O pecado, visto como essa inclinação, é considerado estúpido, por que não anula a
consciência do homem. Em Rm. 7.15-17 podemos ler:
Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que
prefiro, e sim o que detesto. 16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que
é boa. 17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim
Parece estupidez fazermos algo que sabemos que vai roubar-nos a felicidade.
Contudo o fazemos. O mistério do pecado não é somente o fato da ser perverso e
destrutivo, mas de ser estúpido[6].
O crente possui uma Nova Natureza, mas não anulou a Antiga Natureza
pecaminosa, que ainda existe substancialmente: “Fazei, pois, morrer a vossa
natureza terrena” (Cl.3.5). Com a conversão a Natureza Pecaminosa recebe um
golpe substancial, embora não deixe de existir.
Culpa
O conceito de culpa nos dias atuais é visto de uma perspectiva incorreta, e por esse
motivo leva a uma realidade também erronia sobre essa ela. Após o advento dos
estudos de Freud, a culpa passou a ser vista como um sentimento irracional que não
merece atenção, pois não prestamos contas a mais ninguém além de nós mesmos e
algumas pessoas ao nosso redor. Assim, se ninguém é prejudicado por uma
atividade pessoal, não existe motivo para ter culpa.
Resumo