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a ESTADO DO PARA DEFENSORIA PUBLICA EXCELENTISSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 3a VARA PENAL DA COMARCA DE TUCURUI-PA A DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DO PARA, por conduto do Defensor Publico ao final subscrito, vem, respeitosamente, perante Vossa Exceléncia, com arrimo na Constituicdo Federal, bem como na Lei Federal n. 7.347/85 (Lei da Acdo Civil Publica), Lei Complementar Federal n. 90/94, Lei Complementar Estadual n. 54/06 e Lei Federal n. 7.210/84 e demais mandamentos constitucionais e legais aplicaveis & espécie, propor a presente AGAO CIVIL PUBLICA com PEDIDO DE LIMINAR em face do ESTADO DO PARA, pessoa juridica de Direito Publico interno, representado juridicamente - nos termos do artigo 12, 1, do Cédigo de Processo Civil, pelo Procurador-Geral do Estado, podendo ser citado na Rua dos Tamdios, n° 1.671, Bairro Batista Campos, Belém-Pa, CEP 66. 025-540, pelas razdes faticas e juridicas a seguir aduzidas: I - DA LEGITIMIDADE ATIVA DA DEFENSORIA PUBLICA: Em linhas gerais, a Defensoria Publica exerce um papel Constitucional essencial na tutela ¢ efetivacio dos direitos fundamentais — de todas as dimensées ou geracdes — da populacaio carceraria, pautando- s ro ESTADO DO PARA DEFENSORIA PUBLICA se, inclusive, pela perspectiva da integralidade, indivisibilidade interdependéncia de todas as dimensées. Para certificar 0 atual perfil constitucional da Defensoria Publica no Ambito do Estado de Direito brasileiro, registra-se a sua ja referida inclusdo no rol dos entes legitimados para a propositura da Agao Civil Publica (art. 5°, II, da Lei 7.347/85, com redagdo dada pela Lei 11.448/07). Tal mudanga_egislativa transpde para o plano infraconstitucional o novo perfil dado 4 Defensoria Publica a partir da Reforma do Poder Judicidrio, levada a cabo através da Emenda Constitucional 45/2004, a qual fortaleceu a sua dimensdo juridico- constitucional no Estado de Direito brasileiro, conferindo a instituico autonomia institucional (funcional, administrativa e —_ financeira), recentemente regulamentada no plano infraconstitucional através da Lei Complementar 132/09). Nesse passo, de grande alcance mostra-se a inteligéncia contida no art, 4°, VII da Lei Complementar Federal 132/09', a qual dispde com uma das atribuigées da Defensoria Publica a de: “promover acao civil publica e todas as espécies de agdes capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogéneos quando o resultado da demanda puder _beneficiar grupo de _—_ pessoas hipossuficientes”; Em outro giro, é sabido que a Lei n° 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de Execugao Penal, sofreu importantes alteracées, ao prever assisténcia juridica ao preso dentro do presidio e ao atribuir relevantes competéncias 4 Defensoria Publica. Nesse sentido, a inteligéncia contida no art. 16 da LEP passou a disciplinar que Alterou dispositivos da Lei Complementar n® 80, de 12 de janeiro de 1994 Go DAT SOO" ay 8) ee * ESTADO DO PARA Cn DEFENSORIA PUBLICA ui “As Unidades da Federacéo deveréo ter servicos de assisténcia juridica, integral e gratuita, pela Defensoria Publica, dentro e fora dos estabelecimentos penais”. No mesmo caminho, o contido no art. 61 da LEP disciplina que a Defensoria Publica passou a ser érgao da execugao penal. Vejamos: “So drgdos da execugao penal: VII - a Defensoria Publica”. A seu turno, a redagéo da LEP também sofreu alteracao no art. 81-A, 0 qual, dispés: Defensoria Publica velard pela regular execugao da pena e da medida de seguranca, oficiando, no proceso executivo e nos incidentes da execucao, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instancias, de forma individual e coletiva”, Por fim, @ nova redagao da Lei acima citada, em seu art. 81- 5, criou novas atribuigdes & Defensoria Publica, entre as quais: “Incumbe, ainda, 4 Defensoria Publica V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providéncias para 0 adequado funcionamento, e requerer, quando for 0 caso, a apuragéo de responsabilidad; VI - requerer 4 autoridade competente a interdigao, no todo ou em parte, de estabelecimento penal”. Resta claro que os fatos a serem apresentados na presente ago infringem direitos e garantias constitucionais e legais dos presos, pois ao se manter segregados infratores, surge o direito dos reclusos a integridade corporal e moral, bem como 0 direito a incolumidade fisica, moral e patrimonial.

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