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FLORIANO 2017
DREYSSY PESSOA E SILVA
FLORIANO 2017
DEDICAÇÃO
Dedico esse trabalho a Deus por sempre está presente em minha vida,
por ter me guiado e protegido no decorrer da minha existência.
A Universidade Federal do Piauí – UFPI, pela oportunidade de ingressar
nesta renomada instituição e assim me possibilitar de realizar um sonho.
A cada um dos meus mestres professores, por terem me levando a
refletir, construir e compartilhar novos saberes, suas habilidades educacionais,
carinho, dedicação e palavras de incentivo.
A meu orientador João Antônio de Sousa Lira, obrigado professor por
ter sido mais que um orientador, você foi um grande amigo que sempre me
motivou, fez acreditar que eu seria capaz de concluir meu curso mesmo diante
de tantas lutas que passei. Sem sua brilhante pessoa, inesquecível e
imensurável competência não teria chegado até aqui, sou muito agraciada por
ter tido a oportunidade de ser sua aluna e orientanda, afinal que aulas são as
suas hem? É você marcou a minha trajetória, quando eu crescer não quero ser
só mais uma professora, quero ser uma educadora, motivadora, dinâmica,
alegre, criativa, sobretudo amiga dos meus alunos como você. Obrigada meu
mestre!
A meus amigos de sala, como sou grata a Deus pela vida de cada um de
vocês, pela oportunidade de ter passado quatro anos de convivência,
compartilhando brigas, abraços, choros, tensão, alegrias, festinhas e
gargalhadas ao lado de vocês, hoje construímos uma nova família que fará
muita falta nas minhas noites. Em especial ao meu amigo Cleiton Sousa por ter
sido um grande companheiro, principalmente nessa reta final do curso,
obrigada por pelo cuidado, atenção e disponibilidade para me ajudar no que
precisava, sem você teria sido mais difícil, Amo vocês.
.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, o senhor da minha vida pelo qual não seria capaz de
ter chegado até aqui sem o seu amor e fidelidade, pois ele foi fiel a mim,
mesmo diante da minha pequenez, nunca me deixou desanimar nos momentos
em que pensei em desistir.
Aos meus pais Antenor Silva e Francisca Zélia pelo seu grande apoio,
incentivo e amor, por sempre procurar o melhor para oferecer a mim e a meus
irmãos mesmo diante das limitações físicas e financeiras, vocês nunca
desistiram de nos proporcionar e deixar como herança o maior patrimônio que
os pais podem deixar aos seus filhos que é a educação, se hoje cheguei até
aqui foi por vocês e para vocês que são o maior amor da minha vida, a vocês
minha eterna gratidão.
A meus irmãos Anglésya e Danyel Carlos pelos seus cuidados, carinho e
dedicação em cada palavra de apoio que vocês me deram. Obrigada mana por
ter me ajudado em toda minha vida e em especial nestes quatro anos de vida
acadêmica, por cada dificuldade que enfrentei você está ali do meu lado me
mostrando um caminho mais fácil para o meu aprendizado, sou imensamente
grata a Deus por ter vocês em minha vida.
Meu amado esposo obrigado por está ao meu lado nessa trajetória, sem
o seu amor, carinho e compreensão não teria chegado até aqui, você sempre
foi um dos maiores motivadores para que eu nunca desistisse. A minha sogra
obrigada por está ao meu lado em todos os momentos.
A meus presentes de Deus, Sophia, obrigada minha filha amada por ter
compreendido cada minuto de minha ausência, pelo seu sorriso que me deu
forças para continuar mesmo nos dias em que chegava em casa tão cansada,
você é o amor de minha vida. A você Vitor Hugo meu pacotinho de amor, por
ter suportado cada estresse dentro da mamãe. Jhully Lorrany e João Vitor
meus amores de mãe Dreyssy amo vocês, obrigada por estarem sempre
comigo me fazendo sorrir, com esse jeito brincalhão de vocês.
Eu não teria chegado até aqui sem vocês em minha vida, essa vitória é
nossa meus amores.
RESUMO
INTRODUCAO ......................................................................................... 10
1 O BREVE APONTAMENTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS
2 A ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EJA
3 AS DIFICULDADES NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Modalidades da Pesquisa
4.2 Campo da Pesquisa
4.3 Sujeito de Pesquisa
4.4 Instrumentos de Dados
5 APRESENTAÇÃO E ANÀLISE DE DADOS
5.1 Acesso a escola na infância
5.2 Motivações para regresso aos estudos
5.3 Dificuldades na EJA no processo de aprendizagem
5.4 Percepções sobre o processo de aprendizagem
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................
INTRODUÇÃO
Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa de campo com
o objetivo de conseguir informações sobre o contexto social, bem como as
limitações e dificuldades no processo de ensino aprendizagem dos alunos de
uma escola da rede municipal de Floriano-PI.
Tendo abordagem de cunho qualitativa que “preocupa-se em analisar e
interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do
comportamento humano, análise mais detalhada sobre as investigações,
hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc.” (MARCONI e LAKATOS
2011, p. 269). Já Creswell (2010, p. 208) ressalta que para o pesquisador o
ambiente natural, é o melhor lugar para a coleta de dados, pois neles é que os
sujeitos vivenciam as questões nas quais estão sendo estudado na pesquisa
além de o pesquisador ter contato direto com o entrevistado.
A pesquisa é do tipo descritivo, enfatizado por Cervo, Bervian e Silva
(2010, p. 62) ser a que registra, analisa, relaciona acontecimentos sem
manipula-los, procurando conhecer e identificar acontecimentos no tocante à
vida social, politica e econômica e outros fatores da conduta humana sejam
eles individuais ou em grupo, abordando temáticas que fazer jus a serem
estudados. Corroborando com Appolinário (2011), a pesquisa descritiva deve
apresentar as características de uma população ou um fenômeno específico,
descrever o que e como está observando, sem fazer interferência nas variáveis
e estabelecer relações entre as mesmas, fazendo o uso de técnicas de coletas
de dados.
Sei ler e escrever (...) fui à escola quando era criança e gostava muito da escola,
gostava muito de estudar, minha mãe me leva pra escola quando eu era pequeno.
Eu não sei por que saí da escola, mais eu só sai quando era grande, não me
Sujeito A lembro de quantos anos eu tinha (...). Eu não sei quantos anos eu deixe de
estudar. Já estudei em muitas escolas no Francisco Dutra, no Agrônomo Leal e do
Agrônomo vim pra cá e daqui vou pro PREMEN fazer a prova do ENEM em dois
domingos.
Sei ler um pouco, mas não sei escrever, por exemplo, eu sei ler qualquer coisa
mais passou pra escrever sempre falta uma letra ou outra, por isso eu estou
estudando (...) quando eu era criança eu estudei primeira e segunda série e pronto,
depois eu saí da escola. Eu fui tipo assim, tinha meu pai e minha mãe, meu pai
Sujeito B viajou para Brasília para trabalho, ai ficou eu como irmão mais velho e mais dois
irmãos, ai eu tive que desistir da escola pra vigiar carro na SEASA, Miguel Rosa e
buscar verdura lá pra casa porque minha mãe era asmática e vivia em uma cama,
ai eu tive que trocar os estudos pelo trabalho (...) eu parei de estudar tinha 11 anos
de idade, em 2014 voltei por três meses e parei agora em 2017 está com três
meses de novo que voltei.
Quando perguntado se sabem ler a maioria disse que sabe sim, contudo
há diferenças nos complementos das respostas. Alguns alunos disseram que
sabem ler e escrever, uns sentem dificuldades para escrever, outros
expuseram que sabem ler, mas não escrever, e ainda há aqueles que
escrevem tudo, mas não sabem ler. Soares (2012, p.19) enfatiza que
“alfabetizado nomeia aquele que apenas aprendeu a ler e escrever, não aquele
que adquiriu o estado ou a condição de quem se apropriou da leitura e da
escrita, incorporando as praticas sociais que as demandam”.
O sujeito A da referida pesquisa é autista, um distúrbio neurológico
que interfere no desenvolvimento da comunicação e das relações sociais do
seu portador (BAPTISTA; BOSA, 2002), entretanto para Boettger, Lourenço e
Capellini (2013) é possível sua escolarização, uma vez que os mesmos
admitem que os alunos com autismo possam ser escolarizados quando lhe são
proporcionadas condições favoráveis para que esse processo aconteça, com o
auxílio de um educador que apresente conhecimentos sobre as
particularidades do autismo, bem como informações referentes aos programas
e metodologias educacionais mais adequadas para ensiná-los.
De acordo com a política nacional de educação especial na perspectiva
inclusiva todos tem direito a educação, em todas as etapas e modalidades da
educação básica, isso inclui o referido sujeito pesquisado na EJA.
Foi possível perceber que o sujeito, em questão, mesmo possuindo esse
distúrbio neurológico, foi um indivíduo pelo qual a família se preocupava em
inseri-lo no ambiente educacional, quando o mesmo enfatiza: “fui à escola
quando era criança e gostava muito da escola, gostava muito de estudar,
minha mãe me leva pra escola quando eu era pequeno”.
E essa inserção contribuiu para que o mesmo tivesse um bom
relacionamento agora com seus companheiros na sala de aula, uma vez que
todos os seus amigos lhe indicaram para fazer parte da pesquisa, e
enfatizaram dizendo, “professora ele é autista, mas ele é muito inteligente e
fala muito bem”. O que nos levou a perceber que o mesmo tem um bom
relacionamento tanto com sua professora, colegas de sala de aula, que
reconhecem a limitação que o mesmo possui e procuram incluir o mesmo em
tudo que eles participam. Cabe ressaltar que o mesmo tem uma cuidadora que
lhe ajuda no decorrer do período no qual o mesmo está na escola.
Observa-se que na fala do participante A “Eu não sei por que saí da
escola, mais eu só sai quando era grande, não me lembro quantos anos eu
tinha”, percebesse que ele foi inserido no sistema educacional, mesmo tendo
conhecimento de suas limitações e seu tempo de aprender diferenciado dos
outros sujeitos o mesmo nunca desistiu de estudar. Comprovando o que Matos
e Nuernberg (2011) discutem que é possível deliberar que todos tenham o
direito ao acesso, ao conhecimento, como também desenvolver-se de maneira
irrestrita e apoderar-se das circunstancias que beneficiam a atuação social de
maneira efetiva, se possível desde a educação infantil.
Quando os participantes B e C referem-se ao abandono da escola por
ter que assumir responsabilidades ainda na infância, por causa das
necessidades básicas de sobrevivência, vai de concordância com Silva (2014),
ao afirmar que grandes partes do participante da EJA precisam trabalhar para
sua sobrevivência, como também prover o sustento da família, e por esse
motivo tem que abandonar a escola, que reflete as condições de desigualdade
social.
Sujeito A O que me motivou a estudar foi a escola porque gosto muito de estudar.
O que me motivou foi porque eu arrumei um emprego e estou vendo que só vai
Sujeito B ficar quem tem estudo nele, (...) ai estou procurando estudar pra ver se consigo um
empreguinho vei.
Vale ressaltar que Muranetti (2007) afirma que um aluno volta para a
escola para realizar um sonho, por exigência do mercado de trabalho ou ainda
por motivações de familiares ou mesmo para servir de exemplo para eles. A
fala dos sujeitos C e D ressaltam a importância da família, que juntamente com
a escola formam os principais responsáveis pela educação, inclusive dos
jovens e adultos, já que ambas podem incentivar o crescimento educacional do
aluno.
(...) Eu me sinto feliz, alegre e motivado, mais me sinto cansado porque é um dia
todinho de jornada né, isso é que me faz muitas vezes não querer vir pra escola,
porque só de encarar o sol o dia todo na cabeça, não tem carro nem moto, ando
Sujeito B de bicicleta ai cansa muito a pessoa, por isso minha maior dificuldade é o
cansaço físico mesmo. (...) tenho dificuldades em todas acho que se a gente
prestar atenção à gente vai, mais tem uma que eu não gosto que é de dividir
conta porque eu sei de cabeça, mais no papel eu não faço.
Sou muito feliz, não queria perder nem um dia, eu sou muito feliz aqui porque
todos me motivam e somos todos iguais. Eu não tenho nenhuma dificuldade em
Sujeito C permanecer na escola.
(...) a disciplina que eu mais gosto é matemática porque eu sei contas de mais e
menos, mais eu gosto menos de português por que eu não sei responder, e as
outras também.
Pra mim é normal, a dificuldade é ter que deixar meus filhos em casa, ai tem vez
que trago os dois peguemos ou trago um, pois quando ele vem, falta tacarem
Sujeito D fogo na escola e me atrapalha muito. Eu estudo com meu esposo ai um ajuda o
outro.
(...) matemática por que eu não sou boa de cabeça e acabo respondendo na
calculadora, e historia porque tenho preguiça de ler.
Minha professora é muito boa, nós fazemos as tarefas no caderno e no livro só.
Ela usa só o quadro e livro.
Sujeito A A sala é boa, mais eu não gosto do ventilador, a professora apaga a metade da
luz porque fica melhor pra vê o quadro.
Eu só tenho uma professora, ela me incentiva diz que em 2020 já vou está na
faculdade, ai eu fico todo motivado, tem hora que eu fico desanimado, ai ela diz
que daqui três anos vou fazer o ENEM e entrar na faculdade, ai às vezes dá
aquela moleza na hora de vim pra escola, ai eu penso naquilo que ela falou, não
ai eu vou, no dia que eu falto fico com um peso na consciência, ai quando eu falto
Sujeito B eu fico pensando no que aconteceu o que ela pensou também.
Assim as aulas são legais, ela sempre conversa sobre tudo, quando eu falo:
professora eu não sei esse negocio aqui não, ela diz: aprende! E me ensina e
isso é bom.
A sala de aula é boa, eu não gosto do quadro não, porque tem o reflexo, e o
ventilador também é ruim porque não roda ai fica uma sala fornim.
Minha professora é ótima, ela se preocupa muito com a gente. Ela usa mais o
livro, apostilha e o caderno, às vezes ela traz atividade e a gente leva pra casa,
mais nem sempre tenho tempo de responder ai quando chego aqui ela cobra da
Sujeito C gente.
As aulas são ótimas, ela sempre tá perto da gente explicando e às vezes traz
exemplos sobre nossas vidas.
A estrutura é boa, mais o quadro é péssimo complicado mesmo, pois ele é muito
borrado, e o ventilador é muito ruim faz muito calor.
Minha professora é legal, motiva a gente, quando eu falo que não vou no zap ela
manda eu vim.
Sujeito D As aulas são muito boas, ela se envolve com os alunos, ela faz as aulas tirando
brincadeiras e ai a gente aprende mais, pois a gente não fica cansado sempre ela
ler e reler .
O ventilador é péssimo e o quadro pior ainda, pois quando a professora escreve
fica borrado aparecendo o que foi escrito a tarde ai eu não consigo entender.
Apêndice I
Universidade Federal do Piauí- UFPI
Roteiro Entrevista
Sexo:
( ) Feminino ( ) Masculino
2- Você teve acesso à escola na infância? O que lhe levou a abandonar a escola na
sua infância?
3- Quanto tempo você deixou de estudar? O que lhe motivou a retornar a escola?