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GESTALT TERAPIA

CONSTRUÇÃO E EVOLUÇÃO

MÓDULO 2
PROF. LIERCIO PINHEIRO DE ARAÚJO
GESTALT TERAPIA
NÚCLEO EPISTEMOLÓGICO
A Gestalt-terapia é uma
terapia existencial-
fenomenológica fundada por
Frederick (Fritz) e Laura Perls,
na década de 1940. Ela
ensina a terapeutas e
pacientes o método
fenomenológico de awareness,
no qual perceber, sentir e amar
são diferenciados de
interpretar e modificar atitudes
preexistentes.
Explicações e
interpretações são
consideradas menos
confiáveis do que aquilo que
é diretamente percebido ou
sentido. Pacientes e
terapeutas, em Gestalt-
terapia, dialogam, isto é,
comunicam suas perspectivas
fenomenológicas.
O objetivo é tomar os clientes
conscientes (aware) do que estão
fazendo, como estão fazendo, como
podem transformar-se e, ao mesmo
tempo, aprender a aceitar-se e
valorizar-se.
A Gestalt Terapia focaliza mais o
processo (o que está acontecendo)
do que o conteúdo (o que está
sendo discutido). A ênfase é no que
está sendo feito, pensado e sentido
no momento, em vez de no que era,
poderia ser, conseguiria ser ou
deveria ser.
Um conceito central em Gestalt Terapia é o
conceito de awareness, que se caracteriza pela
consciência de si e a consciência perceptiva; é a
tomada de consciência global no momento
presente, a atenção ao conjunto da percepção
pessoal, corporal e emocional, interior e
ambiental (Ginger, 1995, p.254).
Awareness é uma forma de experiência que
pode ser definida aproximadamente como
estar em contato com a própria existência,
com aquilo que é.
A prática da maioria das
psicoterapias encoraja a
intelectualização: falar sobre a
irracionalidade das crenças dos
pacientes, sobre mudanças
comportamentais que o terapeuta
acredita que o paciente deva
efetuar, e assim por diante. A
metodologia da Gestalt terapia
utiliza técnicas ativas para
esclarecer a experiência.
Na Gestalt Terapia
(diferindo das outras
terapias), o processo de
descoberta pela
experimentação é o
ponto de chegada, em
lugar do sentimento, da
ideia ou do conteúdo.
Na Gestalt terapia não existe
“deveria”(as). Em vez de enfatizar o
que deveria ser, enfatiza a awareness
do que é. O que é, é. Isto contrasta com
qualquer terapeuta que “sabe” o que o
paciente “deveria” fazer. Por exemplo,
na modificação de comportamento
cognitivo, a terapia racional-emotiva e
a terapia da realidade tentam
modificar as atitudes do paciente que o
terapeuta julga serem irracionais,
irresponsáveis ou irreais
Fronteira de contato
Perls, Hefferline e Goodman (1951,
p.373) referem-se ao self como
sendo o sistema complexo de
contatos necessários ao ajustamento
ao campo; é o processo permanente
de ajustamento criativo do Homem
ao seu meio interior e exterior. O self
existe na interação da fronteira de
contato, "é a fronteira de contato em
funcionamento (...) A função do self é
encontrar e dar sentido às coisas que
vivemos." (Perls, Hefferline &
Goodman, 1951, p.235).
A partir desta
conceituação
podemos observar
que o funcionamento
saudável depende da
possibilidade de
awareness e contato,
condição necessária
para a fluidez na
formação de
Gestalten.
Distúrbios da fronteira de
contato:
Quando a fronteira entre o self
e o outro perde a
permeabilidade, a nitidez, ou
desaparece, isso resulta na
perda da distinção entre o self
e o outro, um distúrbio tanto de
contato quanto de awareness
(ver Perls, 1973; Polster e
Polster, 1973).
No bom
funcionamento da
fronteira, as pessoas
alternam união e
separação, entre
estar em contato com
o ambiente atual e o
afastamento da
atenção do
ambiente.
A fronteira de
contato perde-se
nas maneiras
polares opostas,
na confluência e
no isolamento.
Na confluência (fusão), a
distinção e separação entre o
self e o outro perde tanta
nitidez que a fronteira é
perdida. No isolamento, a
fronteira toma-se tão
impermeável que a união é
perdida, isto é, a importância
dos outros para o self sai da
órbita da awareness.
Retroflexão é uma divisão
dentro do self, uma
resistência a aspectos do
self pelo self. Essa situação
substitui o self pelo meio,
como se estivesse
praticando com o self
ações que a pessoa
gostaria de praticar com os
outros, ou fazendo para si
o que gostaria que outra
pessoa fizesse.
Por meio da introjeção, material
externo é absorvido sem
discriminação ou assimilação.
Engolir inteiro cria uma
personalidade “como se” e
rigidez de caráter. Valores e
comportamentos introjetados
são impostos ao self. Como em
todo o distúrbio da fronteira de
contato, engolir por inteiro pode
ser saudável ou patológico,
dependendo das circunstâncias e
do grau de awareness.
Projeção é uma confusão de
self, que resulta em atribuir
ao meio externo algo que é
verdadeiramente do self. Um
exemplo de projeção
saudável é a arte. A
projeção patológica resulta
de não perceber o que está
sendo projetado e de
aceitar responsabilidade
por ela.
Deflexão é o ato de
evitar o contato ou a
awareness, esquivando-
se, por exemplo, quando
se é gentil em vez de
direto. A deflexão pode
ser realizada pela não-
expressão direta, ou por
não receber.
S. Freud
F. PERLS

VIVÊNCIA DE CONSCIÊNCIA VIVÊNCIA DE CONSCIÊNCIA


PRÉ-REFLEXIVA REFLEXIVA
F. PERLS

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