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*INTERVENÇÃO ESTATAL NA PROPRIEDADE*
Direito de Propriedade:
Só é atingido pelo Estado em caráter excepcional, quando previsto na Constituição Federal de 1988 ou em Lei, só
aí será possível a intervenção do Estado na propriedade. Mas, de Regra, não há intervenção.
É o direito de gozar, dispor, usar, usufruir, reaver. Tem caráter: Absoluto, Perpétuo e Exclusivo.
OBS: Na intervenção ora será atingido seu caráter perpétuo, ora o absoluto, ora o caráter exclusivo. Na interven-
ção do Estado o proprietário não perderá a propriedade, salvo na desapropriação, onde há a transferência da
propriedade.
Supremacia do Interesse Público. Prática de ilegalidade, art.243 da CF: Desapropriação Expropriatória, Confisca-
tória, em virtude de plantação de psicotrópicos proibidos na propriedade. É uma pena.
Poder de Polícia:
Maioria da Doutrina: Poder de Polícia está sempre presente na limitação administrativa. Alguns doutrinadores
entendem que só na Desapropriação não está presente o Poder de Polícia.
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA:
Atuação geral e abstrata do Poder Público. O proprietário é indeterminado. Regra Geral: Não há indenização.
Finalidade: Busca do bem-estar social, que será buscado através do Poder de Polícia, quando a propriedade do
particular será restringida p/ satisfazer o interesse coletivo. Atinge o caráter absoluto da propriedade, já que
restringe a liberdade do proprietário.
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA:
Utilização do patrimônio do particular pelo Estado para prestar serviço público. Regra: É individual, concreta e
com proprietário determinado.
OBS: Diferente da Servidão no Direito Civil, onde há a dominação de um bem sobre outro bem.
OBS: Jurisprudência: Fios de alta tensão impedem o exercício da propriedade, portanto não há servidão neste
caso, e sim Desapropriação indireta.
Ocorrerá quando há iminente perigo, o Poder Público poderá requisitar o patrimônio do particular pelo Tem-
po que for necessário, até que cesse o iminente perigo. Obs. É possível a requisição tanto em tempo de paz,
como em tempo de guerra.
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Objeto: Pode recair sobre bens Móveis ou Imóveis. Atinge o caráter exclusivo da propriedade. OBS: Quando tra-
tar-se de bens fungíveis, ainda que o dono deixe de ser dono, haverá requisição. Ex. Estado requisita roupas e
frangos de uma fábrica.
Sempre que houver bens fungíveis, e tratar-se de iminente perigo, haverá requisição, e não desapropriação, já
que o poder público pode devolver objetos iguais.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA:
Uso do Patrimônio não edificado ao lado da obra pública para guardar os materiais da obra.
Para Evitar desapropriação desnecessária: quando o Poder Público ocupa o imóvel para pesquisa de minérios
e arqueologia, em havendo minérios ou objetos arqueológicos o poder público desapropria a área.
Maria Sylvia: Ocupação prevista na Lei 8666/93, decorrente de Contrato Administrativo: Se o particular des-
cumpre o contrato administrativo Processo Administrativo Administração extingue o contrato, rescinde-o (ato
administrativo).
Durante o processo administrativo a Administração assume a prestação do serviço que era prestado pela empresa
por contrato administrativo, utilizando-se dos bens da empresa que são necessários à prestação do serviço. Maria
Sylvia entende que há ocupação temporária nestes casos. Ao final do Processo a Administração poderá devolver
os bens à empresa, ou adquiri-los através da Reversão, com direito ou não à indenização. Não é desapropriação.
Para alguns doutrinadores não há ocupação temporária na situação trazida por Maria Sylvia, e sim, ocupação
decorrente do contrato (cláusula exorbitante). Mesmo que não esteja no contrato, ainda assim, não será ocupação
temporária.
Há corrente minoritária, liderada por José dos S.C. Filho sustentando que só é possível haver tombamento de
bem público quando guardada uma hierarquia, do mesmo modo que na desapropriação. Ex A união pode tom-
bar bens dos Estados e Municípios, os Estados podem tombar bens dos Municípios.
OBS: Pode haver tombamento de Bem da União por um Município, porque o que importa é o interesse, não a
hierarquia, diferentemente da desapropriação.
OBS: Bem Público Tombado Inalienabilidade Absoluta. Normalmente, os bens públicos são relativamen-
te inalienáveis.
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OBS: Se o dono não tiver condições econômicas de conservar o bem, deverá comunicar à entidade que o
tombou para que ela tome as devidas providências. Toda e qualquer conservação tem que ter Autorização do
Instituto próprio.
OBS: O proprietário que faz conservação sem autorização: destruição do patrimônio, crime do art.165 do CP.
A União tem preferência na compra do imóvel tombado, se o particular quiser vendê-lo.
OBS: Poderá haver tombamento total ou parcial: O Tombamento pode ser feito só da fachada do imóvel;
quando o tombamento for sobre todo o imóvel, poderá ser hipótese de desapropriação indireta.
Obrigações Negativas:
Não danificar, Não destruir o patrimônio tombado; impossibilidade de retirá-lo do país, exceto por curto espaço
de tempo.
O vizinho ao patrimônio tombado não pode colocar cartazes, ou qualquer outro instrumento que prejudica a
visibilidade do patrimônio tombado.
Procedimento do Tombamento:
OBS: O Tombamento não depende do registro na escritura do imóvel, basta o registro no Livro do Tombo,
depois disso ele será válido. Entretanto, se o Estado não registra o Tombamento na escritura do imóvel, não terá
a preferência numa eventual venda do imóvel.
Indenização: O Tombamento, por si só, não gera direito à indenização. Poderá haver indenização dentro do
Tombamento, se constituída uma obrigação de fazer, se houver dano.
DESAPROPRIAÇÃO
Única forma de intervenção em que o Estado toma o direito de propriedade do antigo proprietário.
É forma de aquisição originária da propriedade, não há vínculo, nem relação jurídica com o antigo proprietário, a
vontade dele não interessa.
Objeto Bens Móveis e Imóveis, inclusive os Bens Públicos. Defeito no Objeto: Vício no Objeto. Ex. Município
desapropria bem da União.
Regra Geral: Todos os bens podem ser desapropriados. Exceção: Vedada a Desapropriação aos Direitos da
Personalidade. Direitos autorais, direito á imagem, alimentos, direito à vida, não podem ser desapropriados.
Competência Regra Geral - Todos os entes, a depender da órbita de interesse. Para Bens Públicos, respeita-
se a hierarquia União desapropria de Estados e Municípios; Estado desapropria dos Municípios. Obs. Defeito
na competência: Vício na competência.
Por Necessidade e Utilidade Pública (D. Lei 3365/41) Rol taxativo. O Dec. Lei não distingue necessidade de
utilidade pública, entretanto, a doutrina faz essa distinção: Necessidade há quando a situação exija urgência; Utili-
dade há quando não há urgência.
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Por Interesse Social (Dec. Lei 4132/62) Rol Taxativo.
Competência: Todos os entes podem, a depender da órbita de interesses. OBS: Não há vício de competência.
Objeto: Qualquer bem pode ser objeto de Desapropriação Ordinária, exceto nos casos previstos no Dec. Lei.
DESAPROPRIAÇÃO SANCIONATÓRIA
Proprietário não cumpre função social da propriedade. Obs. O Poder Público pode fazer reforma agrária mesmo
sem natureza de penalidade, c/ fundamento no interesse social.
Indenização TDA´s (Títulos da Dívida Agrária, resgatáveis em até 20 anos), indenizam a terra nua. As benfeito-
rias têm que ser pagas em dinheiro.
Vedação à Desapropriação Sancionatória Propriedades pequenas ou médias, que seja a única do particular
e que seja produtiva.
B) Plano Diretor: Lei que organiza o Município, Lei 10257/01 (Estatuto da Cidade).
Procedimento Notificação do proprietário, pela prefeitura, para que este proceda à edificação (01 ano para o
projeto e mais 02 para a construção) ou ao parcelamento da propriedade. Se não edificada ou parcelada: IPTU
com alíquota progressiva (até 15% por ano). Se não cumprir as obrigações Desapropriação Sancionatória, apli-
cada em último caso.
OBS: Desapropriação instituída pelo CC/02, não diz respeito à Desapropriação do Direito Público.
Hipóteses:
Indenização: Não há. Daí ser chamada de expropriação, espécie de desapropriação sancionatória.
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Competência: União.
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA:
Acontece quando o Poder Público não observa formalidades necessárias, simplesmente entra no Bem. Ex.
servidão e tombamento disfarçados. É chamado de “esbulho administrativo”.
Desapropriação é possível totalmente na via administrativa, o que não ocorrerá, apenas, se o particular não
aceitar o valor da desapropriação ou se o proprietário for desconhecido.
A) Fase Declaratória:
Poder Público declara a desapropriação via Decreto Expropriatório emitido sempre pelo Chefe do Executivo.
Exceção Poder Legislativo: Através de Lei de Efeitos concretos, que é lei com cara de ato administrativo, já que
produz efeitos concretos e individuais. O Legislativo pode declará-la, mas não a executa.
OBS: Concessionárias e Permissionárias também podem desapropriar, mas somente a partir da Fase Executi-
va, nunca na Fase Declaratória.
B) Fase Executiva:
Condição para fase executiva para entrar no bem, o poder público deve pagar o valor. Se o particular não aceita
o valor, necessária a via judicial.
1. Demonstração do Interesse público na Desapropriação, determinada a sua Destinação (Ex. Escola, Hospital,
Estrada). Obs. Se o Poder Público mudar a destinação da desapropriação, esse fenômeno é chamado de Tredes-
tinação. Tal fato é possível, desde que se mantenha o interesse público.
2. Descrição do Bem c/ todas as benfeitorias. OBS: Após o Dec. Expropriatório só serão indenizadas as benfeito-
rias necessárias e as úteis autorizadas.
Necessidade ou Utilidade Pública: 05 anos. Se neste período, o poder público não pagar a indenização e ainda
não entrou no bem, só poderá repetir o Decreto expropriatório 01 ano depois. (período de carência).
Desapropriação por Interesse Social: 02 anos. Neste caso, não há a possibilidade de repetição do decreto ex-
propriatório.
A Ação de desapropriação é de procedimento especial. Não pode discutir outra coisa senão o valor e eventuais
nulidades do procedimento expropriatório. Qualquer outra discussão só será possível em ação própria.
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Antecipação da Prova Pericial: Diferentemente do que ocorre nos outros procedimentos, onde a prova pericial não
é feita no inicio do processo, na Ação de Desapropriação o juiz já determina a realização da perícia no início do
processo.
Incidente de Imissão Provisória na Posse (diferente de imissão na posse) É incidente na ação de desapro-
priação, que serve para antecipar a entrada do poder público no bem, antes do julgamento final da ação.
1. Urgência da situação;
2. Depósito do Valor da Indenização Valor estipulado pelo Poder Público. OBS: A Jurisprudência vem enten-
dendo que se o valor depositado for irrisório, o juiz poderá determinar a complementação do valor.
O Proprietário poderá levantar até 80% do valor depositado pelo Poder Público.
OBS: Em relação aos 100.000 que a decisão judicial estabeleceu a mais, esses serão cobrados da Administração
por meio de precatório.
Juros CompensatóriosIncidirão sobre a diferença entre o valor levantado pelo particular e o valor determinado
pela justiça (120.000), e durante o período entre 01/01/04 e 01/01/05.
Dec. Lei 3365/41, Art.15-A (objeto de ADIN): Determinou a suspensão da parte que determinava os juros com-
pensatórios de até 06%. Atualmente o valor dos juros compensatórios é de 12% ao ano. Essa ADIN fez valer no-
vamente a Súmula 618 do STF, que determinava os juros compensatórios de 12% a partir do depósito até a sen-
tença.
Juros Moratórios Art.15-B, Dec. Lei 3365/41: Para recompor perdas relativas ao atraso no pagamento. Come-
çarão a correr a partir de 1º de janeiro do exercício financeiro em que deveria ter sido pago, seguinte ao ano em
que foi proferida a sentença de mérito. OBS: Não há necessidade de a sentença haver transitado em julgado.
Ex Sentença proferida em 01/01/04 Juros a partir de 01º/01/06 (em 2005 entra no precatório). Ex. Sentença
proferida em 31/07/04 juros a partir 01/01/07 (precatórios em 2006).
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