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Francisco Medeiros
Universidade Federal do Ceará
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All content following this page was uploaded by Francisco Medeiros on 15 December 2015.
MANUAL DO EXAME
GINECOLÓGICO
Monitoria de
Ginecologia
Autores:
Orientador:
2015
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
13 p. : il.
Inclui bibliografia.
1. Exame Ginecológico. I. Ikeda, Milena Sayuri Saraiva. II. Figueirêdo, Bárbara Laís Teixeira. III.
Medeiros, Francisco das Chagas (Orient.). IV. Título.
CDD 618.1
Sumário
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................02
ANATOMIA ...................................................................................................................02
EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS ......................................................03
EXAME ESPECULAR ....................................................................................................04
TESTE DE SHILLER ......................................................................................................10
TOQUE VAGINAL ........................................................................................................11
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 12
Para fins didáticos, abordaremos o exame das mamas em um manual específico, detalhando-o e
abordando-o de forma completa.
b. ANATOMIA
Figura 1- Anatomia
O exame dos órgãos genitais deve ser feito em uma sequencia lógica:
a) órgãos genitais externos: vulva.
b) órgãos genitais internos: vagina, útero, trompas e ovários.
Este exame deve ser efetuado com luvas, não necessariamente esterilizadas. Estas,
deverão ser mantidas durante todo o exame e trocadas quando da realização do
exame de toque (com luva estéril).
É fundamental que todos os passos do exame sejam avisados à paciente antes de sua
realização.
d. EXAME ESPECULAR
Materiais utilizados:
Figura 8- Solução fixadora Figura 9- Luvas descartáveis Figura 10- Escova endocervical
A realização de exames intravaginais, como a ultrassonografia, também deve ser evitada nas 48
horas anteriores à coleta, pois é utilizado gel para a introdução do transdutor.
O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar
o diagnóstico citopatológico. Deve-se aguardar o quinto dia após o término da menstruação.
Espaço físico:
O consultório ou sala de coleta deve ser equipado para a realização do exame ginecológico
com:
a. Mesa ginecológica;
b. Escada de dois degraus;
c. Mesa auxiliar;
d. Foco de luz com cabo flexível;
e. Biombo ou local reservado para troca de roupa;
f. Cesto de lixo.
Primeiramente, deve-se identificar a lâmina em que o material da coleta será fixado, colocando
as iniciais da paciente e o número do prontuário médico ou do exame, usando um lápis preto.
O frasco em que a lâmina será armazenada após a coleta deve ser preenchido com a solução
fixadora de álcool a 96%, garantindo que a lâmina fique completamente submersa. É
importante lembrar que o frasco deve permanecer fechado até o momento de colocar a
lâmina.
A posição é de litotomia (paciente em decúbito dorsal), com nádegas junto à borda inferior da
mesa de exame, com pernas fletidas, descansando os pés nos estribos (perneira).
É importante que a paciente esteja despida e coberta com um avental de abertura posterior.
Deve-se usar um lençol para cobrir parcialmente o abdome e os membros inferiores.
Introdução do espéculo
O médico deve ligar o foco e posicioná-lo para que ilumine adequadamente a região a ser
examinada. Posteriormente, deve calçar as luvas.
Não deve ser usado lubrificante, mas em casos selecionados, principalmente em mulheres
idosas com vaginas extremamente atróficas, recomenda-se molhar o espéculo com soro
fisiológico.
Sempre se deve avisar a paciente de que se está introduzindo o espéculo, preveni-la quanto ao
desconforto e tranquilizá-la em relação à dor. É aconselhável tocar com a ponta do espéculo
no vestíbulo antes de introduzi-lo, para a paciente sentir a temperatura e o material do
instrumento.
Com os dedos indicador e médio de uma das mãos (de preferência a esquerda), o médico
afasta os pequenos lábios e deprime o períneo, tendo cuidado com a região do clitóris para
não tocá-lo; e com a outra mão (a dominante, de preferência a direita) introduzirá o especulo
fechado. Este deverá ser introduzido em sentido longitudinal-oblíquo, com um ângulo
aproximado de 45º, no sentido horário (para desviar da uretra), imprimindo delicadamente um
trajeto direcionado posteriormente, ao mesmo tempo em que se gira o instrumento em
sentido horário, para o eixo transversal.
Ao final, uma das valvas deve estar em contato com a parede vaginal anterior e a outra, com a
parede vaginal posterior e o cabo do espéculo apontado para baixo.
Após a completa introdução do espéculo na vagina, deve-se abri-lo gradativamente até que o
colo do útero possa ser completamente visualizado. Caso o colo não seja visualizado, deve-se
movimentar o espéculo semiaberto de forma delicada, a fim de encontrá-lo.
Para obtenção do material da ectocérvice, utiliza-se uma espátula de madeira do tipo espátula
de Ayre, que possui uma extremidade arredondada e a outra com uma reentrância que
estabelece uma boa relação anatômica com a superfície do colo uterino, facilitando, assim, a
coleta de toda a ectocérvice.
O material é coletado com um movimento giratório de 360 graus em torno do orifício
cervical, para que toda superfície do colo seja raspada e representada na lâmina.
Coleta da endocérvice:
Esta coleta é realizada com a escova Campos da Paz, também chamada de escova endocervical.
A escova deve ser inserida no orifício externo do colo e girada em um movimento de 360º em
sentido horário. É aconselhável que se realize este movimento rápido para evitar que haja
lesão do canal e sangramento, diminuindo a qualidade da amostra.
Fixação do Esfregaço:
O esfregaço obtido deve ser imediatamente fixado para evitar o ressecamento do material a
ser estudado.
Coloca-se a lâmina com o esfregaço dentro do frasco com álcool a 96% em quantidade
suficiente para que todo o esfregaço seja coberto. Fecha-se, então, o recipiente
cuidadosamente.
Imediatamente após a fixação, a o frasco deve ser embalada, de modo a poder ser enviada ao
laboratório para análise.
Retirada do Espéculo:
O espéculo deve ser retirado com o movimento inverso ao de sua colocação. É necessário
fechá-lo, mas não completamente (cuidado para não pinçar as paredes vaginais enquanto se
retira o espéculo). Neste momento, é importante lembrar-se de analisar as paredes vaginais
anterior e posterior nos mesmos aspectos já citados anteriormente.
Ao final do exame: Descartar as luvas, auxiliar a mulher a descer da mesa e informá-la sobre a
possibilidade de um pequeno sangramento que poderá ocorrer depois da coleta, tranquilizando-a de
que cessará espontaneamente.
e) TESTE DE SHILLER:
É feita através da deposição da solução de Lugol (iodo-iodetada) no colo uterino, que provoca
uma coloração marrom acaju nas células que contêm glicogênio, como é o caso das células das
camadas superficiais do epitélio que recobre o colo e a vagina.
As zonas que apresentam modificações patológicas não adquirem coloração, sendo chamadas iodo-
negativas ou Teste de Schiller positivo. Ao contrário, quando o colo apresenta-se totalmente corado
pelo iodo teremos colo iodo positivo ou Teste de Schiller negativo.
Figura 28 Figura 29
Teste de Shiller NEGATIVO/ Iodo + Teste de Shiller POSITIVO / Iodo -
f) TOQUE VAGINAL:
Define-se toque como sendo a manobra para avaliar os órgãos genitais internos, utilizando
dois dedos (indicador e médio), que se introduzem na vagina, ou um dedo (indicador) que se
introduz no reto, dependendo da situação da paciente (virgem ou não) ou da patologia. O
toque poderá ser simples ou combinado (bimanual).
O toque genital deve ser sistemático no decorrer do exame físico ginecológico, sempre após o
exame especular. Deve ser realizado com luva esterilizada e deverá ser trocada se for
necessário toque retal.
O toque vaginal inicia-se com a introdução dos dedos indicador e médio na vagina, os quais
devem dirigir-se ao fundo de saco e identificar o colo. Este deve ser mobilizado látero-
lateralmente, ântero-posteriormente e superiormente, buscando avaliar a mobilidade do útero
e, principalmente, se estas manobras provocam dor.
A seguir passa-se ao toque bimanual, no qual utiliza-se a palpação associada da pelve. Durante
o toque, procura-se sentir o volume do órgão (útero, ovário, entre outros) a consistência, a
superfície, a mobilidade, a posição, a relação com outros órgãos e as dores que,
eventualmente, podem surgir.
Para o toque retal, introduz-se o dedo indicador no ânus. Este exame comumente é reservado
para as pacientes que nunca tiveram relações sexuais ou como complementar do exame
vaginal (avaliação do paramétrio, por exemplo).
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. 2. ed. Brasília, DF,
2013. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf>. Acesso em: 11
nov. 2015.
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MAGALHÃES, M.L.C. et al. Ginecologia baseada em problemas. 1. ed. Fortaleza: Gráfica e Editora
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